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REFLEXO AURICULOCARDÍACO
Dr. Wu Tou Kwang

Abreviaturas:

D: direito; E: esquerdo; HD: hemisfério cerebral D, HE: hemisfério cerebral E;


RAC: Reflexo Auriculocardíaco, RAC+: quando aumenta o pulso radial; AF: alta
freqüência, BF: baixa frequência

A produção do pulso arterial ainda não tem mecanismo esclarecido. Sabe-se


que tem velocidade muito maior do que a velocidade sanguínea. Nogier
considera o pulso uma onda estacionária, a posição dos nós e dos vales
depende da resistência vascular periférica. O RAC na verdade não é um simples
reflexo, existe toda uma integração através do Sistema Nervoso Central. O RAC
não envolve somente a orelha e o coração, pode ser desencadeado por
qualquer estímulo sobre o corpo e as alterações do pulso acontecem em todo o
Sistema Arterial.

Entretanto, a utilização da Artéria Radial apresenta diversas vantagens:

1) É uma artéria superficial e de fácil acesso e palpação.

2) É uma artéria terminal, nutre apenas a mão constituída de pele, músculos,


tendões, nervos, ossos e uma grande quantidade de capilares e fístulas artério-
venosas. As mãos e os pés são verdadeiras esponjas com muitos capilares e
fístulas arterio-venosas. Sabe-se pela Fisiologia que as arteríolas, os esfíncteres
pré-capilares e as fístulas arterio-venosas são responsáveis por 74% da
resistência vascular periférica.

Ele considera que a divisão Simpática do Sistema Nervoso Autônomo é o


responsável pelo aparecimento do RAC. O RAC ocorre por causa da alteração
dessa resistência arterial periférica, corresponde a mudança do comprimento
de onda do pulso.
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O corpo humano reage a qualquer estímulo, mesmo que seja infinitamente


pequeno. Os estímulos pequenos, tanto agradáveis ou angustiantes, benéficos
ou prejudiciais, provocam reações do Sistema Nervoso Autônomo Simpático,
ocorrendo então a vasoconstrição cutânea, principalmente das extremidades,
mãos e pés. O fluxo sanguíneo da Artéria Radial diminui intensamente, as
ondas do pulso são refletidas pelas arteríolas e assim surge o fenômeno do
RAC. Posso afirmar então que o RAC reflete ativação do Sistema Nervoso
Autônomo Simpático.

O RAC não depende da anatomia do local nem da frequência cardíaca. Por


convenção, o aparente deslocamento distal da onda é considerado RAC (+) ou
RAC simpática. O RAC é uma medida da reação simpática.

O tronco, a face e a orelha (exceto a placa C) apresentam inervação simpática e


parassimpática. Os membros e a placa C da orelha apresentam inervação
predominante simpática.

TÉCNICA

Ambiente tranqüilo e pouco iluminado

Paciente relaxado, em decúbito dorsal

Paciente com a mão fechada, em hiperextensão

Flashes de luz branca de 75W à distância; ou luz proveniente de lanterninha de


2 pilhas sobre o antebraço ou braço

Examinador coloca o polegar semifletido, com pressão leve, sobre a borda


externa da artéria radial, ao nível da depressão formada pela apófise estilóide;
os três últimos dedos seguram a mão do paciente para que fique imobilizada
durante a pesquisa

De preferência iluminar a pele do paciente imediatamente após uma pulsação


arterial, o RAC fica mais perceptível
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Considera-se como RAC+ o “aumento” do pulso

Obs.: betabloqueador anula o RAC

OBSTÁCULOS

1. Intolerância Alimentar

2. Lateralidade

3. Betabloqueadores, neurolépticos

4. Cicatrizes tóxicas, focos

5. Bloqueios vertebrais, síndrome da 1a. Costela

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR

Leite, laticínios

Açúcar, gorduras

Carne de boi, de porco, ovo

Café, chá preto, chocolate, cítricos

Oleaginosas, óleos, ervilha

Cereais, milho, arroz

Vinhos, cogumelos

Leite e laticínios são os maiores causadores do câncer de mama.


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DETECÇÃO DE PONTOS PATOLÓGICOS NA ORELHA

RAC (+) aparece quando o estímulo tende a restaurar o ponto à normalidade.

A detecção de pontos auriculares parassimpáticos, de nível energético mais


baixo, deve ser realizada com ponta preta, de ouro, de carga positiva ou um
pólo magnético Norte. No momento que estas pontas detectoras, de nível
energético mais alto, normalizam a energia do ponto, ocorre RAC (+).

Em geral, todos os pontos de uma mesma zona autonômica da orelha se


comportam energeticamente da mesma forma. Na orelha oposta, os pontos da
zona correspondente apresentam comportamento energético oposto (o tragus
não apresenta tal fenômeno).

Ao aproximar-se de um ponto, o RAC é (+) e ao afastar-se, o RAC se torna (-).

FILTROS

O conceito de filtro utilizado em Auriculomedicina corresponde a objeto ou


substância colocado no corpo, informando-o do objetivo da detecção, para que
forneça dados específicos ou impeça interferências.

O filtro mais utilizado é o Programa de 7 Cores. É constituído por Kodak


Wratten filter nº 22 (laranja), 25 (vermelho vivo), 4 (amarelo), 23A (tango), 44
(azul), 98 (azul escuro) e 30 (magenta). É colocado sobre área simpática para
filtrar "ruídos de fundo" (isto é, interferências estranhas ao processo de
detecção). É útil nas detecções de pontos auriculares.

Podemos colocar ampolas ou comprimidos de analgésicos (morfina, novalgina


etc.) envolvidos em saquinhos plásticos como filtro quando desejarmos pontos
específicos para tratar dor. A pesquisa auricular será realizada por um detector
com ponta do mesmo analgésico (a extremidade fina de uma ampola ou um
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pedaço do comprimido). O RAC (+) indica os pontos relacionados à analgesia.
Para saber o modo de estimulação dos pontos, passe a utilizar o martelo
preto/branco. Para economizar tempo, pode pular a pesquisa com ponta de
analgésico, passe a utilizar diretamente o martelo preto/branco.

No caso dos comprimidos ou drágeas com camadas protetoras, convém retirá-


las para evitar interferências.

Para tratamento de dores crônicas, convém usar um filtro de analgésicos e uma


ponta detectora de analgésico. Serve também um filtro de Noradrenalina. No
caso da síndrome climatérica, utiliza-se um filtro de Estrógeno ou de
Progesterona, ou de ambos (pílula anticoncepcional combinada).

A colocação de um filtro de substância em área simpática obtém reação


equivalente a paciente tomar tal substância.

A colocação de um filtro de substância em área parassimpática se obtém


reação equivalente a retirar tal substância do paciente.

Por exemplo, nos casos de amenorréia após uso prolongado de pílulas


anticoncepcionais, coloca-se o filtro de pílulas anticoncepcionais em área
parassimpática e então pesquisar pontos correspondentes da orelha.

No caso de remédios homeopáticos, o fenômeno é inverso, o remédio a ser


administrado deve ser testado em área parassimpática. Os remédios
homeopáticos são dinamizados (isto é, de uma diluição para outra, são
realizadas 100 sucussões) e administrados pelo quadro patogenético do
paciente (ou seja, o paciente deve apresentar um quadro clínico similar ao da
intoxicação pela substância do remédio indicado. Assim, os remédios
homeopáticos devem apresentar RAC (+) em área parassimpática, RAC (-) ou
ausente em área simpática.

Colocando substâncias químicas ou alimentos na área simpática equivale a sua


administração no paciente. As substâncias prejudiciais causam RAC (+) quando
colocadas em áreas simpáticas; e RAC (-) ou RAC ausente em áreas
parassimpáticas. No caso de obter RAC (+), mais de 10 pulsos aumentados
significa alergia, e mais de 30, alergia intensa (Kenyon e Lewith, 1982).
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As substâncias benéficas (isto é, aquelas necessitadas pelo paciente) ou aquelas


substâncias cuja retirada do organismo seja benéfica provocam RAC (+) quando
colocadas em áreas parassimpáticas; e RAC (-) ou RAC ausente em áreas
simpáticas.

Tais conclusões podem ser definidas a partir da colocação de substâncias


antagônicas em áreas simpáticas e parassimpáticas. Por exemplo, colocando
filtro de morfina em área simpática detecta os mesmos pontos em relação a
colocar filtro de naloxona em área parassimpática.

MAPEAMENTO DOS PONTOS AURICULARES

Como Nogier conseguiu realizar uma pesquisa tão pormenorizada e tão precisa
dos pontos auriculares? Onde será que ele conseguiu arrumar tantos pacientes
para suas pesquisas clínicas de pontos auriculares? Foi possível ele ter
encontrado 50 pacientes com lesões de núcleo do nervo auditivo? Ou de
núcleo talâmico lateral?

Após anos de estudos, cheguei à conclusão de que ele deve ter utilizado de
filtros organoterápicos (frascos dinamizados de núcleo de nervo auditivo,
núcleo talâmico lateral etc.) e pesquisado a orelha com ponta detectora dos
mesmos organoterápicos.

ECOLOGIA CLÍNICA

Estuda as doenças causadas por fatores alergênicos ambientais, químicos ou


alimentares. São fenômenos alérgicos não mediados por IgE. O paciente
apresenta hipersensibilidade em geral não imediata, ocorre horas após e
muitas vezes de forma subclínica. Caso o paciente se afastar de tais fatores e
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entre novamente em contato, a reação é rápida e intensa. A reação não
depende da quantidade do fator hipersensibilizante. 40% dos pacientes
apresentam fatores ecológicos importantes em suas doenças.

As doenças incluem ansiedade, depressões, distúrbios de comportamento,


fobias, esgotamento físico ou mental, memória fraca, alguns casos de epilepsia,
úlceras gastroduodenais, enxaquecas, cera na orelha etc, e todas as doenças
imunológicas como afecções crônicas das vias respiratórias, colites, Crohn,
eczemas, urticárias etc.

Os sintomas podem ser: 1) Fadiga persistente, não melhorada pelo repouso; 2)


Aumento ou diminuição de peso, ou flutuação do peso; 3) Edemas esporádicos
de face, mãos, abdome ou tornozelos; 4) Palpitações, particularmente pós-
prandiais; 5) Sudorese sem relação com exercícios; 6) Fraqueza geral; 7) Os
sintomas vão aumentando de intensidade conforme a passagem das horas.

KENYON, JN e LEWITH, GT: The A-Card Reflex as a Diagnostic Method for Food
anda Chemical Allergy Testing. Amer J Acupuncture, 10:239-43, 82.

NOGIER R e Boucinhas J: Auriculoterapia e Auriculomedicina, São Paulo, Ícone.

NOGIER R: Introdução Prática à Auriculomedicina - a Fotopercepção Cutânea. São


Paulo, Andrei, 1995.

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