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Posição Espiritual e Autoridade Espiritual

Satanás procura nos deslocar da nossa posição a fim de recuperar a autoridade da qual
que Jesus o destituiu.

Vamos começar refletindo sobre a palavra que me foi dada: Se você não andar na
autoridade que Deus lhe deu, alguém vai tirá-la de você e usá-la contra você. Em
primeiro lugar, é importante entender que existe um lugar ou posição no espírito que
nós ocupamos como crentes em Jesus. Juntamente com esta posição, vem a autoridade.
Esta autoridade é o que o inimigo deseja. Se ele puder fazer com que entreguemos a
autoridade que nos foi dada por Deus, ele a tomará e a usará contra nós. Isto não apenas
nos afeta, como também afeta àqueles que foram entregues aos nossos cuidados.

Há diversas passagens bíblicas que falam sobre o nosso lugar de autoridade no espírito.
Vamos examinar algumas delas.

Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. -


Salmos 91:1 (ARC) Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, por- que Ele se
agradou de mim. - Salmos 18:19

O meu pé está firme em terreno plano; nas congregações, bendirei o Senhor. - SALMO
26:12
Os crentes literalmente ocupam um lugar no espírito. É fundamental que você, como
crente, não apenas conheça esse lugar como também trabalhe a partir dele. Se você não
conhece a sua posição, você não pode trabalhar adequadamente no corpo de Cristo.

Esta posição e a autoridade que ela traz podem ser perdidas ou roubadas. Um exemplo
bíblico claro é o de Judas Iscariotes. Depois que Jesus ascendeu ao céu, os discípulos se
reuniram para orar. Naquela ocasião, Pedro explicou o que havia acontecido com Judas:
Porque está escrito no livro dos Salmos: "Fique deserta a sua morada; e não haja quem
nela habite...". -Atos 1:20 Judas perdeu permanentemente o seu lugar no espírito por
causa da transgressão (At. 1:16-17).

Esta é a principal maneira pela qual o inimigo destitui as pessoas de sua autoridade
espiritual. Foi assim que ele fez com que Adão e Eva caíssem, conseqüentemente
deslocando-os e ganhando o senhorio sobre eles e sobre tudo que eles governavam.
Adão e Eva detinham a mais alta posição de autoridade sobre a terra. Todo ser vivo e
toda a natureza estavam sob a autoridade deles. Deus disse: "Tenha ele domínio sobre
os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a
terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra" (Gn. 1:26). Nada nesta terra, na
esfera espiritual ou natural, estava acima da autoridade da humanidade — somente o
próprio Deus. Quando Adão detinha a sua posição de autoridade, não havia
enfermidade, terremotos, fome ou pobreza, enquanto Adão andava em comunhão com
Deus e governava por meio da autoridade e do poder que Deus lhe havia delegado, havia
o domínio do céu sobre esta terra. Mas com o pecado de Adão, o direito de tudo que
estava debaixo da sua autoridade foi transferido.
Por meio da transgressão, ele cedeu o seu lugar no espírito ao inimigo de Deus. As
Escrituras testificam essa verdade ao mostrarem a ostentação de Satanás quando ele
tentou Jesus no deserto. Satanás levou-O a uma alta montanha para mostrar-lhe todos
os reinos do mundo, e declarou: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos,
porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. - Lucas 4:6 Deus havia dado
autoridade a Adão, e Adão por sua vez perdeu-a para Satanás. Adão perdeu mais do que
apenas sua posição. Tudo o que Deus havia colocado sob os seus cuidados foi afetado.
Um declínio gradual de toda a harmonia e ordem existentes teve início. Um exemplo
desse declínio é o reino animal.

No jardim, sob o domínio de Deus e de Adão, os leões não devoravam os outros animais
(Is 65:25). As cobras não tinham mordidas venenosas (Is 65:25). Os cordeiros não tinham
motivo para temer os lobos ou outros predadores (Is 65:25). Contudo, imediatamente
após a queda vemos um animal inocente ser sacrificado para vestir o homem nu (Gn.
3:21). Mais tarde, vemos a inimizade e o medo colocarem-se entre o homem e os
animais que ele um dia governara (Gn. 9:2). Outra área afetada foi a própria terra. O
solo foi amaldiçoado, trabalhando contra o homem em vez de trabalhar para ele
enquanto ele se esforçava para fazer nascer o fruto que um dia havia sido fornecido
abundantemente (Gn. 3:17-19). Romanos 8:20 diz: "Pois a criação está sujeita à vaidade,
não voluntariamente". Nada na terra, seja natural ou espiritual, escapou dos efeitos da
desobediência.
A iniqüidade, a morte, a doença, a pobreza, os terremotos, a fome, a pestilência, e
muitos outros males entraram na terra. Houve uma perda da ordem divina e da
autoridade divina. O primogênito de Adão aprendeu a odiar, invejar e assassinar.

O inimigo tomara a autoridade que Deus havia dado para proteção e provisão e a voltara
contra toda a criação, usando-a agora para a destruição e a morte. A Autoridade
Restaurada Um homem perdera a sua posição de autoridade; portanto, somente um
homem poderia restaurá-la. Milhares de anos mais tarde, Jesus nasceu. Sua mãe era
uma filha do povo que tinha uma aliança com Deus; Seu Pai, o Espírito Santo de Deus.
Ele não era parte homem e parte Deus. Ele era Emanuel, "Deus revelado em um homem"
(Mt. 1:23). O fato de ser humano dava a Jesus o direito legal de recuperar o que havia
sido perdido. Por ser o Filho de Deus, Ele estava livre do senhorio que o inimigo havia
adquirido sobre o homem. Ele revelou a vontade de Deus em tudo o que fazia e dizia.
Os pecados eram perdoados porque na Sua presença o pecado não tinha domínio. A
enfermidade e a doença se curvavam diante da Sua autoridade e poder (Lc. 5:20-24). A
própria natureza estava sujeita ao Seu comando (Mc 4:41). Ele andava na autoridade da
qual Adão havia abdicado. Jesus, através da obediência e do sacrifício, restaurou a
autoridade dada por Deus que Adão havia perdido, e, portanto, o nosso relacionamento
com Deus.

Antes de voltar ao Pai, Jesus declarou: "Toda autoridade Me foi dada nos céus e na terra.
Portanto, ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho
mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos" (MT.
28:18-20). Esta passagem mostra claramente que Jesus recuperou o que Adão havia
perdido e muito mais. Satanás e Adão só tinham domínio sobre a terra, mas o domínio
de Jesus incluiu não apenas a terra, mas também o céu. Jesus elevou-se acima do lugar
de autoridade que Satanás desapropriou. Depois de revelar Sua posição e autoridade,
Jesus nos disse "portanto, ide". Por que Jesus estabeleceu esta relação entre a Sua
autoridade e o nosso chamado? Encontramos a resposta nos escritos do apóstolo Paulo.
Posições de Autoridade Paulo orou para que soubéssemos "qual a suprema grandeza do
Seu poder para com os que cremos... o qual exerceu Ele em Cristo, ressuscitando-o
dentre os mortos e fazendo-o sentar à Sua direita nos lugares celestiais" (Ef. 1:19-20,
ênfase do autor). Observe que não se trata de um único lugar celestial, pois Paulo diz
claramente "lugares".

A razão pela qual Paulo diz "lugares" se encontra em alguns versículos posteriores, nos
quais lemos: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados... e,
juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo
Jesus" (Ef. 2:1,6, ênfase do autor). Esses lugares são onde os Seus filhos redimidos
devem habitar. Agora, surge a pergunta: Onde estão esses lugares de habitação, e que
posição eles têm? A resposta encontra-se em Efésios 1:21: "acima de todo principado,
e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente
século, mas também no vindouro" (ênfase do autor). O homem redimido oculto em
Cristo agora recebe uma posição no espírito que está acima do diabo. Jesus declarou
com ousadia: "Eis aí vos dei autoridade... sobre todo o poder do inimigo, e nada,
absolutamente, vos causará dano" (Lc. 10:19).

Agora, entendemos a ordem: "Portanto, ide". Jesus entendia a autoridade que estava
dando aos crentes. Os direitos adquiridos em nosso novo nascimento nos colocaram
nesses lugares celestiais, muito acima da autoridade e do poder do inimigo. Assim como
fez com Adão no Jardim do Éden, Satanás agora procura nos deslocar no espírito a fim
de recuperar a autoridade que Jesus tirou dele. Se Satanás puder roubar esta posição
de autoridade ou fazer com que os indivíduos renunciem a ela, ele terá novamente a
autoridade para agir. Paulo diz isso claramente: "Nem deis lugar ao diabo" (Ef. 4:27,
ênfase do autor). Nós, crentes, não devemos perder o nosso lugar no espírito. Posição
no Reino Precisamos entender que o reino de Deus é simplesmente isto — um reino. Os
reinos são estruturados de acordo com níveis de graduação e autoridade. O domínio do
céu não é exceção. Quanto maior a graduação, mais influência e autoridade. No jardim,
Satanás não estava atrás do elefante ou até mesmo do leão. Ele entendia a questão da
autoridade, por isso foi atrás do homem de Deus. Ele sabia que se tivesse o homem,
possuiria tudo que o homem governava e cuidava.

Portanto, quando o inimigo tem como alvo uma igreja, o seu alvo principal é a liderança.
Recentemente, o pastor de uma grande congregação decidiu divorciar-se de sua esposa.
Não havia base bíblica para isso, e aquela atitude destruiu sua mulher e seus filhos.
Quando a liderança que estava debaixo da autoridade dele questionou seus motivos,
ele lhes disse que se não estivessem gostando, podiam ir embora. Ele transgrediu
deliberadamente o mandamento de Deus, liberando um espírito de divórcio e engano
no meio de toda a congregação. Depois disso, houve um aumento nos divórcios naquela
igreja, até mesmo entre a liderança. Outros ficaram desanimados. Chocados, eles
passaram de igreja em igreja, perguntando-se em quem podiam confiar. Quando
Satanás tira aquele que guarda a casa de sua posição, todos os que estão sob os seus
cuidados ficam vulneráveis. Tenho observado pais e mães que deliberadamente
transgridem os mandamentos de Deus, e é só questão de tempo até que seus filhos
sigam seu exemplo. Você pode chamar isto de maldição, mas por que acontece? Através
do pecado, os pais perderam a sua posição de autoridade no espírito, deixando seus
filhos vulneráveis ao inimigo.

Dando Ocasião aos Inimigos do Senhor Este princípio está ilustrado na vida de Davi (2
Sm. 8-18). O reino era forte r seguro sob a sua liderança. Deus o havia abençoado com
vários filhos e filhas. Então, Davi tomou para si o que Deus não lhe havia dado ao
cometer adultério com Bate-Seba. Ela engravidou, e para complicar as coisas, seu
marido estava fora de casa, na guerra, defendendo o reino de Davi. Davi mandou chamar
seu marido, Urias, esperando encorajá-lo a dormir com Bate-Seba e assim parecer que
havia gerado o bebê. No entanto, Urias, em devoção a Davi e ao seu reino, não quis
desfrutar da intimidade com sua mulher enquanto seus companheiros soldados
estavam em combate. Ele sabia que seria apenas questão de tempo até que Urias
soubesse que sua mulher estava grávida. Finalmente, todos saberiam que o pai era Davi.
Assim, Davi planejou o assassinato de Urias enviando-o de volta para a batalha, levando
em suas mãos sua própria garantia de morte. Urias foi colocado em meio à batalha mais
acirrada. Então, quando estava cercado pelo inimigo, os que lutavam ao seu lado
receberam ordens de recuar. Urias caiu pela mão do inimigo. Um único ato de adultério
de Davi levou ao engano, à mentira e ao assassinato. Em pouco tempo, o profeta Natã
foi até Davi para expor este pecado. Davi confessou: "Pequei contra o Senhor". Então,
Natã lhe disse: "Também o Senhor te perdoou o teu pecado; não morrerás" (2 Sm.
12:13). Davi arrependeu-se e foi perdoado. Deus apagou a sua transgressão (Is 43:25-
26). Mas Natã prossegue advertindo Davi: "Com isto deste ocasião aos inimigos do
Senhor" (2Sm. 12:14). Davi foi perdoado, mas tornou a sua vida e a vida de sua família
vulneráveis aos inimigos de Deus - não apenas aos inimigos naturais, mas também aos
espirituais. Sua família e a nação de Israel sofreram grandes conseqüências. O primeiro
filho de Davi com Bate-Seba morreu. O filho mais velho de Davi, Amnon, herdeiro do
trono, violentou sua meia-irmã, Tamar. Absalão, filho de Davi e irmão de Tamar, vingou-
se e matou seu meio-irmão, Amnon.

Absalão fez com que o coração de muitos dos homens de Israel se voltasse contra Davi
e tomou o seu trono. Ele desonrou o leito de seu pai deitando-se com suas concubinas
e enviou os homens de Israel para caçar e matar Davi. O plano falhou, e Absalão foi
morto. Três filhos de Davi morreram porque ele havia exposto sua família aos inimigos
de Deus através da sua transgressão.

Já vi filhos de pastores que se envolveram com drogas, tornaram-se hostis à igreja e


outros que se envolveram com prostituição ou homossexualismo porque seus pais
perderam sua posição no espírito através da transgressão. Precisamos levar a Bíblia a
sério quando ela diz: "Meus irmãos, não sejam muitos de vocês mestres, pois vocês
sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor" (Tg. 3:1, NVI).

O motivo pelo qual os mestres (pastores) são julgados com maior rigor é por causa do
grande impacto de sua desobediência. Eles não ferem apenas a si mesmos, mas também
a todos aqueles que foram colocados debaixo da guarda deles. Deus os perdoa assim
como perdoou Davi. Entretanto, mesmo assim eles irão colher o que semearam. Foi
dado lugar ao inimigo! Entendo que estas são palavras duras, por isso, apelo a você com
toda humildade e escrevo estas palavras com temor e tremor. Já vimos muitas tragédias,
principalmente em ministérios. Não devemos julgar ou condenar, ao contrário,
precisamos perdoar e estender a mão àqueles que fracassaram. Se eles se
arrependerem, serão perdoados por Deus. Mas escrevo estas palavras como instrução
e advertência àqueles que o inimigo terá como alvo. Todos nós devemos andar em
humildade e restauração.

Tenho uma filha. Passei a entender a tremenda responsabilidade que tenho sobre a vida
deles, e o quanto preciso prestar contas por essas vidas. Eles pertencem a Deus, e sou
apenas um mordomo que foi colocado para cuidar deles. Jamais quero ver a vida deles
destruída porque dei lugar ao diabo.

Vimos exemplos de várias pessoas que perderam ou abriram mão de sua autoridade
para o inimigo de Deus. Satanás tentará descaradamente roubar a sua autoridade
trazendo o pecado para dentro da sua vida. Se você estiver determinado a servir a Deus
de todo o seu coração, ele também tentará derrubar você da sua posição em Cristo
através da intimidação. O primeiro passo para quebrar a intimidação é confrontar as
questões em seu próprio coração. No próximo capítulo, descreverei como você pode
fazer isso.

Dois Extremos
A revelação não tem valor algum sem a sabedoria e o caráter para vivê-la. Em apenas
alguns instantes, o Espírito de Deus pode derramar discernimento em abundância em
seu espírito. Mas essa revelação não tem valor algum sem a sabedoria e o caráter para
vivê-la. Quando o Espírito Santo me conduziu através das Escrituras com relação a
confrontar a intimidação, Ele me mostrou dois extremos que podem desequilibrar a vida
do crente: O primeiro extremo é a busca pelo poder; o segundo é a falsa humildade.

O equilíbrio adequado encontra-se no livro de Timóteo, um jovem que cultivava o


caráter piedoso em vez da falsa humildade, e que usava o seu dom em vez de buscar o
poder. Um Coração Puro Foi em Listra que o apóstolo Paulo conheceu Timóteo, um
jovem cuja mãe era uma judia cristã e cujo pai era grego. Paulo queria que Timóteo o
acompanhasse juntamente com Silas, como assistentes de viagens dele. Ele seria
responsável por cuidar das necessidades de Paulo (At. 19:22). Com o passar do tempo,
a fidelidade de Timóteo como servo foi provada. Ele foi promovido e foi-lhe confiado o
cargo de ministro do evangelho, finalmente vindo a pastorear a igreja de Éfeso. Em sua
segunda carta a Timóteo, Paulo escreveu:
Pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente,
habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti.
Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus. - 2 Timóteo 1:5-6 Observe
que Paulo faz referência ao fato de que a fé de Timóteo era genuína. O coração deste
jovem era puro. Ele não era um charlatão. Em outra carta, Paulo recomenda: "Espero,
porém, no Senhor Jesus, mandar- vos Timóteo, o mais breve possível... porque a
ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos vossos interesses;
pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus. E conheceis o
seu caráter provado, pois serviu ao evangelho, junto comigo, como filho ao pai" (Fp.
2:19-22). Fica claro que o caráter de Timóteo estava fora de questão. Na qualidade de
cristãos, o caráter deve ser a nossa prioridade máxima e a nossa busca maior. O que
nosso Pai procura não é poder, mas caráter. E triste saber que muitos na igreja buscam
o poder e a unção do Espírito enquanto deixam de lado a busca por um caráter devoto.
O versículo de 1 Coríntios 14:1 nos instrui: "Buscai o amor e desejai, com zelo, os dons
espirituais".
Entretanto, nós pervertemos esse mandamento. Nós buscamos os dons e a unção e
apenas desejamos os frutos de amor em nossas vidas. Deus é amor, e até que andemos
em amor não atingiremos a Sua natureza.

Um Extremo:
Buscando o Poder e Não o Caráter
Alguns cristãos viajarão grandes distâncias - centenas de quilômetros - para irem a um
culto de milagres, profecias e unção, mas não estão dispostos.
1º tratar com a ira, a falta de perdão ou a amargura em seus corações. Isto é evidencia
de que a ênfase deles está no poder, e não no caráter. As manifestações espirituais
nesses cultos podem ser de Deus, mas precisamos tratar com o homem interior
também. Esta ausência de disposição para tratar com o interior abriu as portas para o
engano na vida de muitas pessoas. Embora a igreja esteja passando por um período de
refrigério neste tempo, o pecado precisa ser tratado. E maravilhoso ver que as pessoas
estão tão famintas pelo poder de Deus, mas não devemos negligenciar a pureza de
coração. Vimos muitos pastores caírem. Mas eles não caíram quando cometeram o seu
primeiro ato de imoralidade. Na verdade, eles começaram a cair antes — no dia em que
o sucesso no ministério se tornou mais importante do que o relacionamento íntimo
deles com Deus. Não vimos isto acontecer apenas entre os pastores, mas também
dentro de suas congregações. Jesus disse: "Bem-aventurados os limpos de coração,
porque verão a Deus" (Mt. 5:8). Ele não disse: "Bem-aventurados os que têm um
ministério de sucesso." Ele disse que sem um coração puro você não verá a Deus!
Naturalmente, Jesus é o único que pode nos dar um coração puro. Não é algo que
possamos conquistar. É algo que não tem preço e que é gratuito - não tem preço pelo
fato de que exigiu a morte do Filho de Deus, e é gratuito pelo fato de ser dado sem custo
a todos que O buscam. Eu costumava orar: "Deus, usa-me para ganhar os perdidos. Usa-
me para curar multidões e para libertar as massas." Eu orava assim por vezes seguidas,
e esta era a medida da minha busca por Deus. O meu maior alvo era ser um pastor de
sucesso.

Então, um dia Jesus me mostrou que a minha ênfase estava fora de foco. Ele me chocou
quando disse: "Judas expulsava demônios, curava enfermos e pregava o evangelho. Ele
deixou o seu negócio para se tornar Meu discípulo, mas onde está ele hoje?" Isto me
atingiu como uma tonelada de tijolos! Ele prosseguiu: "O alvo do alto chamado do
Cristianismo não é o poder de Deus ou o ministério; é conhecer a Mim" (ver Filipenses
3:10-15).
Mais tarde, quando orava, Jesus me interrogou: "você já foi usado por um amigo?".
"Sim", respondeu. "Como você se sentiu?".
"Eu me senti traído!". Ele prosseguiu: "Eu não uso as pessoas. Eu coloco nelas a Minha
unção, as curo, as transformo e as moldo à Minha imagem, mas não as uso". Como você
descreveria o relacionamento de uma mulher casada cuja única ambição fosse gerar
filhos para seu marido? Ela só teria intimidade com ele quando isso produzisse a
descendência que ela queria; ela não teria interesse algum em conhecer seu marido
pessoalmente. Sei que isto parece absurdo, porém, qual é a diferença de clamarmos a
Deus para que Ele nos "use para salvar pessoas" quando nós mesmos não buscamos o
relacionamento e a comunhão com Ele? Quando tivermos intimidade com Deus,
reproduziremos assim como Ele deseja: "O povo que conhece ao seu Deus se tornará
forte, realizará grandes proezas" (Dn. 11:32, AMP). A única ambição de Paulo era
conhecer Deus (Fp. 3:8-10). Moisés disse: "Rogo-te que me faças saber neste momento
o Teu caminho, para que eu Te conheça" (Ex 33:13). Davi clamou: "Uma coisa peço ao
Senhor e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo" (SI 27:4).

E novamente: "Minha alma tem sede de Ti; meu corpo Te almeja" (SI 63:1). Os homens
e mulheres da Bíblia que desejavam conhecer Deus mais do que qualquer outra coisa
permaneceram fiéis a Ele, completando a carreira que Ele havia colocado diante deles.
Eles aprenderam o segredo da integridade com poder. Buscando a Deus ardentemente,
eles puderam ter um vislumbre do Seu coração. Algumas pessoas medem a sua
maturidade espiritual pela sua capacidade de profetizar ou de fluir nos dons. Mas
lembre-se que os dons são dados, e não conquistados. Uma mula falou e enxergou o
mundo espiritual. Um galo cantou três vezes e convenceu Pedro. Será que isto torna
esses animais espirituais? Jesus disse que muitos O chamariam Senhor e esperariam
entrar no Seu reino, mas seriam impedidos. Eles terão feito milagres, expulsado
demônios e profetizado em Seu nome. Mas Ele responderá: "Apartai-vos de Mim, os
que praticais a iniquidade!" (Mt. 7:23). A unção de Deus não significa a aprovação de
Deus. Saul profetizou depois de Deus tê-lo rejeitado (1Sm. 19:23-24). Caifás profetizou
embora o seu único objetivo fosse matar o Filho de Deus (Jo. 11:49-51). Precisamos ter
o coração de Deus para poder obedecer à Sua vontade. Sem isto, andaremos apenas na
sombra da Sua unção, preocupados com o legalismo ou a sensualidade. Balaão
profetizou, e as suas profecias provaram ser verdadeiras; entretanto, ele teve a morte
de um adivinho, golpeado a fio de espada quando Israel invadiu a terra prometida. Paulo
mediu as virtudes de Timóteo pela pureza do seu coração e pela fidelidade do seu
serviço. Também precisamos estabelecer este padrão diante de nós e permitir que o
Espírito Santo nos meça com precisão. Não se pode deixar de enfatizar este pré-requisito
de extrema importância ao combatermos o espírito de intimidação. Sem este
embasamento, a verdade desta mensagem não o libertará e provavelmente poderá lhe
fazer mais mal do que bem. Pois não são as palavras em si que detêm o poder de libertar,
mas sim o espírito e a substância que estão por trás delas.
Para explicar isto, vamos trazer à memória a advertência de Pedro: "Como igualmente
o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar
acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas
quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam,
como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles" (2Pe.
3:15-16). É mais importante buscarmos um relacionamento correto com Deus do que
uma fórmula para nos movermos no Seu poder. Com base nessa afirmação, examine as
primeiras palavras de Paulo em 2 Timóteo. Depois de deixar clara a pureza de coração
de Timóteo, Paulo escreveu: "Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de
Deus" (2Tm. 1:6). Preste atenção nas palavras "por esta razão". As instruções de Paulo
a Timóteo com relação à liberação do dom de Deus em sua vida não seriam válidas se a
sua fé não fosse genuína.
Agora, vamos continuar.
Outro Extremo: A Falsa Humildade Pela recordação que guardo de tua fé sem
fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe
Eunice, e estou certo de que também, em ti. Por esta razão, pois, te admoesto que
reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. - 2 Tímóteo 1:5-
6 "Por esta razão, pois, te admoesto". Paulo estava se referindo à sua primeira carta a
Timóteo, onde ele exortava: "Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o
qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério"
(1Tm. 4:14). Paulo enfatizou a Timóteo a importância de não negligenciar o dom de Deus
escrevendo sobre isso uma segunda vez, sendo esta uma das primeiras coisas que
mencionou em sua carta. Para entendermos o que significa não negligenciar o dom,
vamos dar uma olhada em alguns antônimos. O contrário de negligenciar é: Cumprir,
realizar, agir, cuidar, ocupar-se com, concluir, completar, considerar, consumar. Todas
estas palavras estão relacionadas à ação e autoridade. A maioria das palavras têm uma
forma verbal e uma forma nominal. Elas são positivas e decisivas.
Para entendermos corretamente a Palavra de Deus, vamos examinar também o que
significa negligenciar:
Romper, desprezar, despedir, desconsiderar, descontar, ignorar, subestimar, fazer vista
grossa, desvalorizar, desdenhar, não fazer caso de. Todas estas são palavras negativas
que significam ausência de ação, determinação e autoridade. É algo sério e grave
negligenciarmos o que nos foi confiado. Quando negligenciamos, sofremos perda. O
extremo oposto de simplesmente buscarmos o poder é viver naquilo que descrevo como
um estado de falsa humildade. As pessoas que vivem nesse estado reconhecem a
importância de buscar o caráter de Deus, mas param por aí. Elas nunca se aventuram a
desenvolver os dons de Deus que estão sobre suas vidas porque têm medo. Elas evitam
qualquer coisa que envolva o confronto, interpretando isto como falta de amor ou de
caráter cristão. Refiro-me a essas pessoas como "pessoas de boa paz". À primeira vista,
manter a paz pode parecer atraente, mas Jesus nunca disse: "Bem- aventurados os que
mantêm a paz". Em vez disso, Ele disse: "Bem-aventurados os pacificadores, porque
serão chamados filhos de Deus" (Mt. 5:9). Os que mantêm a paz evitam o confronto a
qualquer preço. Eles farão tudo que puderem parar preservar uma falsa sensação de
segurança para si, que entendem erroneamente como sendo paz. O pacificador, por
outro lado, confrontará com ousadia, independente do que isso possa lhe custar, porque
ele não se preocupa consigo mesmo.
O pacificador é motivado pelo seu amor a Deus e à verdade. Somente sob estas
circunstâncias é que a verdadeira paz pode florescer. Há paz no reino de Deus (Rm.
14:17), entretanto, esta paz não vem pela ausência de confronto. Como Jesus
mencionou, "O reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam
dele" (Mt. 11:12). Existe uma oposição violenta ao avanço do reino de Deus. Nós
freqüentemente pensamos: Vou simplesmente ignorar isto, e logo passará. Mas
precisamos acordar e entender que aquilo que não confrontarmos não mudará! E por
isso que Judas encoraja os santos, dizendo:
Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum
salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a
batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. -
Judas 3 Observe que ele disse "batalhardes diligentemente"; ele não disse "esperar que
o melhor aconteça". Batalhar significa lutar ou guerrear.

O Cristianismo não é um estilo de vida fácil!


Há oposição e resistência constantes à nossa busca por Deus, tanto na esfera natural
quanto na espiritual!
Paulo fortaleceu Timóteo, dizendo: "Receba a sua porção de sofrimento como um bom
soldado de Jesus Cristo, como eu faço. E como soldado de Cristo, não se deixe prender
pelos negócios deste mundo..." (2Tm. 2:3-4, ABV). Estamos envolvidos em uma guerra.
Devemos ter a atitude de um soldado. Não devemos recuar diante do mal, mas devemos
vencer o mal com o bem pela graça de Deus (Rm. 12:21). As cartas de Paulo eram ordens
para Timóteo marchar enquanto ele pastoreava a igreja de Éfeso.Timóteo enfrentou
desafios. Havia doutrinas falsas que deviam ser expostas, conflitos e competições que
deviam ser paralisados; além disso, líderes deviam ser levantados para que uma igreja
forte e madura pudesse se desenvolver. E estas eram apenas algumas das
responsabilidades mais óbvias que ele deve ter enfrentado. Estou certo de que houve
muitas oportunidades para o confronto. Tenho certeza de que acusações e calúnias
foram lançadas contra ele por homens imaturos ou maus que estavam no meio da igreja.
Além de tudo isso, ele tinha outro obstáculo a vencer - sua idade. Ele era um jovem em
uma igreja onde havia muitas pessoas mais velhas. Isto por si só poderia abi ir uma porta
para a intimidação. Mas diante de tudo isto, Paulo instruiu Timóteo a permanecer forte,
sem se esquecer do que lhe havia sido transmitido. Paulo lembrava constantemente a
Timóteo para permanecer na autoridade que lhe havia sido dada por Deus. Talvez
Timóteo tenha recuado alguma vez, por isso Paulo o instruiu:
Ordena e ensina estas coisas. -1 Timóteo 4:11
Prescreve, pois, estas coisas, para que sejam irrepreensíveis. - 1 Timóteo 5:7
Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. - 2 Timóteo 2:1

Talvez Timóteo fosse como tantos outros hoje em dia - que amam a Deus, mas evitam o
confronto. O medo do confronto torna você cativo da intimidação. Se você identifica
este medo em sua vida, então esta mensagem está sendo compartilhada para lhe dar
coragem e libertação. Deus quer você livre para fazer e ser aquilo que Ele lhe pedir, não
importa o que seja. Quando você está intimidado, não existe alegria. E sem alegria não
existe força. Onde há medo, não há paz. Mas à medida que romper com aquilo que o
tem mantido acuado, você encontrará alegria e paz em abundância!

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