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Métodos de avaliação do Conforto Térmico Humano

Thesis · December 2011


DOI: 10.13140/RG.2.1.4747.4722

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Rogério Rozolen
University of São Paulo
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO
CONFORTO TÉRMICO HUMANO

ROGÉRIO ROZOLEN ALVES

SÃO PAULO
2011
ROGÉRIO ROZOLEN ALVES

Trabalho de Graduação Individual


(TGI II) apresentado como requisito
para a obtenção do grau de bacharel
em Geografia, Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas
– Universidade de São Paulo.

Orientador: Prof. Dr. Tarik Rezende de Azevedo

SÃO PAULO
2011
FIGURA DA CAPA: Desenho de Kovarsky, 1948 – The New Yorker Magazine, Inc.
(Extraído do livro: Solar control & shading devices, de Olgyay & Olgyay, 1957).
Agradeço a todas as pessoas com as quais aprendi e continuo aprendendo muito em
todos estes anos de trabalhos e estudos na Faculdade e Departamento de Geografia.
Agradeço a todos sem exceção. OBRIGADO!

Aos amigos (professores e alunos) do Laboratório de Climatologia e Biogeografia, que


não citarei nominalmente, para não cometer injustiças por lapsos de memória.
Certamente renderiam muitas e muitas páginas... Valeu turma do café. MUITO
OBRIGADO!

À família pelo apoio e incentivo. OBRIGADO!

Ao meu orientador, Prof. Dr. Tarik, pela paciência. OBRIGADO!

Ao Prof. Dr. Emerson Galvani pela participação na banca examinadora. OBRIGADO!

À Profª Dr.ª Ligia Vizeu Barrozo pela participação na banca examinadora. OBRIGADO!

Ao Prof. Dr. Frederico Luiz Funari, pelas conversas e material disponibilizado para esta
pesquisa. OBRIGADO!

Ao aluno de pós-Graduação do Departamento de Geografia, João Paulo Gobo por


compartilhar informações e material para este trabalho. OBRIGADO!

Todos colocados especialmente em meu caminho nesta jornada, por Deus.


RESUMO

O clima influencia os seres humanos em todas as suas atividades cotidianas.


Visando atenuar os efeitos climáticos adversos à sobrevivência, o homem sempre
buscou adaptação ao meio no qual vive, ou procurou lugares aonde a situação lhe
fosse mais confortável. O estudo do conforto térmico surge para estabelecer
parâmetros que possam indicar quais os ambientes ou as melhores maneiras de
estabelecimento de grupos humanos que possam ser dignas para a habitação ou
lugares de trabalho, analisando padrão construtivo, variáveis climáticas e efeitos
fisiológicos humanos. Deste modo, os índices bioclimáticos são desenvolvidos e
aperfeiçoados até os dias atuais, visando melhor caracterizar as condições às quais
os homens podem sentir-se em estado de conforto. Nesta pesquisa são elencados
os principais métodos para avaliação do conforto térmico humano, bem como
muitos trabalhos desenvolvidos na área. Entretanto é impossível a definição de um
índice ou carta bioclimática que possa ser universal, pois as características
regionais, variabilidade climática ou adaptabilidade dos indivíduos ao meio em que
vivem devem ser considerados nos estudos sobre conforto. Ou seja, a geografia é
de relevante importância nos estudos aplicados, principalmente porque são
aplicados em áreas urbanas, com diversos controles climáticos. Assim, estes
métodos devem ser regionalizados, considerando-se todos estes elementos.

Palavras-chave: conforto térmico humano, índices bioclimáticos, cartas bioclimáticas


SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 2

LISTA DE TABELAS .................................................................................................. 3

LISTA DE REDUÇÕES ............................................................................................... 3

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5

2. OBJETIVOS......................................................................................................... 7

3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 7

4. BASE TEÓRICA – O CONFORTO TÉRMICO .................................................... 8

4.1 DEFINIÇÕES DE CONFORTO TÉRMICO ....................................................... 8

4.2 O MEIO CLIMÁTICO (PARÂMETROS AMBIENTAIS) .................................. 11

4.3 O HOMEM ...................................................................................................... 18

4.4 O HABITAT .................................................................................................... 22

4.5 A VESTIMENTA ............................................................................................. 29

5. ÍNDICES DE CONFORTO E CARTAS BIOCLIMÁTICAS................................. 32

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 102

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 105


LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Relação dos principais ventos mundiais e relação com a temperatura e umidade. 13

Figura 02: Representações de figuras humanas nos oito lados da Torre dos Ventos em Atenas. 15

Figura 03: Efeitos fisiológicos e físicos de acordo com a variação térmica. 21

Figura 04: Construções das habitações dos povos ancestrais pueblos, em Mesa Verde, Colorado. 24

Figura 05: Construções em rocha, na Turquia. 24

Figura 06: Tipos de casas de diversas zonas climáticas. 26

Figura 07: Conjuntos urbanos em regiões de climas distintos. 27

Figura 08: Representação original da Temperatura Efetiva. 35

Figura 09: Escala de temperatura efetiva básica (para homens despidos da cintura para cima). 36

Figura 10: Escala de temperatura efetiva normal (para pessoas normalmente vestidas). 37

Figura 11: Nomograma para determinação do P4SR. 41

Figura 12: Nomograma de Temperatura Resultante, de Missenard (1948). 43

Figura 13: Carta do Índice de Tensão Térmica, proposto por Lee (1956). 45

Figura 14: Carta Bioclimática de Olgyay, para regiões de clima temperado. 46

Figura 15: Limites permitidos de exposição de calor previsto pelo índice WBGT. 47

Figura 16: Nomograma do Índice de Conforto Equatorial de Webb. 48

Figura 17: Índice esquemático bioclimático. 50

Figura 18: Diagrama de Givoni, 1969. 52

Figura 19: Porcentagem de insatisfeitos em função do PMV. 56

Figura 20: Representação da Nova temperatura Efetiva. 57

Figura 21: Carta bioclimática adaptada para climas quentes. 59

Figura 22: Índice de verão tropical. 66

Figura 23: Diagrama de conforto da ANSI ASHRAE (1992) 70

Figura 24: Limites de zona de conforto para ambientes no verão e no inverno, em países de clima temperado e quente. 71

Figura 25: Distribuição quantitativa dos trabalhos pesquisados ao longo dos anos. 101

2
LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Taxas de metabolismo. 19

Tabela 02: Orçamento médio de calor humano. 20

Tabela 03: Temperatura superficial dos materiais. 29

Tabela 04: Isolamento térmico para peças de roupa. 31

Tabela 05: Índice Wind Chill. 40

Tabela 06: Classes do Índice de Sensação Térmica. 94

LISTA DE REDUÇÕES

ACS – Adaptive Comfort Standard

BET - British Equivalent Temperature ou Temperatura Equivalente Britânica

CET - Corrected Effective Temperature ou Temperatura Efetiva Corrigida

COMFA - Comfort Formula

COMFIE - Calcul d’Ouvrages Multizones Fixe à une Interface Expert ou Cálculo de


Multizonas Fixadas à uma Interface Inteligente.

DI - Discomfort Índex

DM - Draught Model

ECI - Equatorial Comfort Index ou Índice de Conforto Equatorial

EET - Equivalent Effective Temperature ou Temperatura Efetiva Equivalente

Ep - Index of Physiological Effect ou Índice de Efeito Fisiológico

ET - Effective Temperature ou Temperatura Efetiva

ET* - New Effective Temperature ou Nova Temperatura Efetiva

EW - Equivalent Warmth ou Equivalente de Calor (EC)

HSI - Heat Stress Index ou Índice de Esforço Térmico (IET)

HU – Humidex

3
ITS - Index of Thermal Stress ou Índice de Fadiga Térmica

KMM - Klima Michel Model

MANMO - Man Model

MEMI - Munich Energy-Balance Model for Individuals

MENEX - Man Ennvironment Heat Exchange Model

MRT - Mean Radiant Temperature ou Temperatura Radiante Média

OT - Operative Temperature

P4SR - Predict 4-Hours Sweat Rate ou Taxa de Suor Prevista para 4 horas

PET - Physiological Equivalent Temperature ou Temperatura Fisiológica Equivalente

PMV - Predicted Mean Vote ou Voto Médio Estimado

PPD - Predicted Percentage of Dissatisfied ou Porcentagem de Pessoas Insatisfeitas

RT - Resultant Temperature ou Temperatura Resultante

SET - New Standard Effective Temperature ou Nova Temperatura Efetiva Padrão

TO – Temperatura Ótima

TRY - Test Reference Year

TS - Thermal Sensation ou Índice de Sensação Térmica.

TSI - Thermal Strain Index ou Índice de Tensão Térmica

Tsi - Tropical Summer Índex ou Índice de Verão Tropical (IVT)

WBGT - Wet Bulb Globe Temperature ou Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de


Globo

WCTI - Wind Chill Temperature Índex

4
1. INTRODUÇÃO

Conforme Sartori (2000:1), o clima deve ser a mais importante influência do


ambiente físico total sobre as atividades do homem na terra, no mar e no ar. O tipo
de vestuário usado, o tipo e quantidade de alimentos ingeridos, a característica das
casas em que se vive, os meios de transporte e muitas outras características da vida
diária são vitalmente afetados pelo tempo e clima. Em Lacaz et al. (1972:39),
ressalta-se que “o clima apresenta para a atividade humana capital importância sob
três pontos de vista: agrícola, médica e social. Na realidade, trata-se de um dos
elementos básicos do meio ambiente do Homem, com sua influência profunda
afetando todas as fases da vida”.
A diversidade climática do planeta obriga os seres vivos a constantes
adaptações ao meio em que vivem, de modo a atenuar possíveis transtornos
causados pela variabilidade do clima nas diversas regiões da Terra. Desta forma, o
homem sempre procurou desenvolver técnicas para superar as intempéries, seja
através de vestimentas, ou através de abrigos para se proteger do rigor do clima.
Além disto, deslocava-se de modo a alcançar áreas onde estaria livre de
temperaturas extremas e onde tivesse condições de se estabelecer em
agrupamentos.
Os efeitos do meio ambiente incidem diretamente tanto na energia como na
saúde do homem (OLGYAY, 1998:14). As condições atmosféricas influenciam
muitas vezes nas atividades diárias dos indivíduos, sejam elas físicas ou intelectuais.
Um calor demasiado pode provocar uma redução nestas atividades, devido à estafa,
bem como o frio rigoroso pode interferir sobremaneira no desempenho de alguma
tarefa.
Há muitos anos o homem vem deixando as áreas rurais para habitar os
grandes centros urbanos. No Brasil, por exemplo, segundo o censo do IBGE
realizado em 2010, 84,4% da população habita áreas urbanas1. Ou seja, o lugar das
habitações, das relações socioculturais é a cidade. De acordo com Yoshida
(2006:43), a forma e as características físicas dos elementos que compõem as
cidades são determinantes na caracterização dos microclimas urbanos. Os principais
fatores que contribuem para o acréscimo de temperatura são a elevada capacidade
de absorção de calor das superfícies urbanas, aliada à carência de áreas verdes,
1
http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=9&uf=00

5
cuja presença contribui para o processo de arrefecimento do ar através da
evapotranspiração. Além disto, o total de energia produzida pelos carros, edifícios,
indústrias e equipamentos em geral corroboram o quadro de aquecimento gerado
nas áreas urbanizadas.
Segundo Barroso-Krause et al (2005:7), nos grandes centros urbanos ocorreu
recentemente uma variação importante em seu microclima, em função da mudança
do ritmo das atividades humanas, devido aos milhares de deslocamentos diários dos
automóveis, a refrigeração (ou aquecimento) e a iluminação intensiva dos edifícios e
dos locais públicos. Além disto, a presença de milhares (nas maiores cidades,
milhões) de seres humanos constitui hoje fonte geradora de calor, além de ser
responsável por tipos diversos de poluição (sonora, visual, ambiental).
A estes fatores se aliam situações geográficas especiais, quando devido à
configuração do relevo e orientação das vertentes, podemos observar a pequena
dispersão de poluentes, ou insolação excessiva em certos pontos da área urbana,
por exemplo. No caso de São Paulo, em Atenas e na Cidade do México, situadas em
uma depressão e fora do alcance dos ventos de alta velocidade, há um acúmulo de
subprodutos das atividades humanas, gerando um adensamento dos gases e uma
situação de poluição muito forte.
Para Tarifa & Armani (2001:50) a trajetória do Sol e as variações diurnas e
noturnas dos ventos, associado à orientação das ruas e outros fatores como o
tamanho das edificações, cria rugosidades, volumes que podem redefinir os
topoclimas urbanos. As trocas radiativas e fluxos de ar, tanto interna como
externamente, são fundamentais para a compreensão do aquecimento-resfriamento
nas áreas próximas às superfícies do solo e dos lugares onde o homem vive.

6
2. OBJETIVOS

A finalidade deste trabalho é elencar as diferentes metodologias empregadas


nos estudos do conforto térmico humano. Assim, uma revisão bibliográfica acerca do
tema proposto constitui-se necessária, buscando identificar em que medida os
autores divergem na abordagem do estudo, e qual a metodologia mais empregada
no estudo do conforto térmico humano em diferentes níveis (ambientes internos e
externos).

3. JUSTIFICATIVA

O tema é de grande importância para a Geografia, uma vez que há uma


relação estreita entre o homem e o meio em que vive, sendo que o ambiente
climático acaba por influenciar sobremaneira em arranjos espaciais e sociais. Por
exemplo, em um fim de semana as pessoas decidem viajar até a praia ou ir para as
montanhas, dependendo do tipo de tempo atuante no período. Ou analisando sob
outro aspecto, percebe-se que na maioria das vezes as habitações das pessoas de
menor poder aquisitivo possuem condições mais precárias em relação àquelas que
moram em residências de alto padrão, do ponto de vista do conforto térmico. A
localização destas habitações também aponta diferenças, pois é comum que as
áreas mais arborizadas da cidade sejam aquelas onde pessoas com mais alta renda
vivem.
Justifica-se a realização deste trabalho devido ao pequeno número de
publicações elaboradas por geógrafos ou estudantes de Geografia, comparando-se
com arquitetos e engenheiros. A relevância deste levantamento bibliográfico se deve
pelo caráter do resgate histórico, onde é possível observar a origem dos conceitos e
de que forma possibilitou aos estudiosos do tema a elaboração de índices de
conforto e sensação térmica, para posterior aplicação em diversas áreas, voltadas
para o planejamento urbano, construção de casas, edifícios comerciais e
residenciais.

7
4. BASE TEÓRICA – O CONFORTO TÉRMICO

4.1 Definições de conforto térmico

Os estudos sobre conforto térmico humano apresentam aspectos


multidisciplinares, sendo possível vincular diversas áreas do conhecimento, como a
arquitetura, a climatologia, a medicina e engenharia. É possível estabelecer
referências às preocupações com o conforto ambiental humano desde a Idade
Antiga. O Tratado Dos Ares, das Águas e dos Lugares, de Hipócrates (480 a.C.)
muito provavelmente foi pioneiro no tratamento de temas relacionados à Geografia
da Saúde (GLACKEN, 1990 apud VIEITES & FREITAS, 2007:192). Em um trecho do
trabalho de Peixoto (1938:16), ele fala sobre o primeiro tratado do grego,
ressaltando as relações entre o clima e as características do homem e do meio em
que habita:

Hipócrates, no primeiro livro de higiene que se


escreveu, “tratado dos ares, das águas, dos lugares”,
pressentiu isso... Há uma concordância entre o tempo e a
feição da terra. Onde ele é rude, ela é selvagem e
desigual; a terra é boa, quando o céu é clemente. “em
geral tudo o que cresce sobre a terra participa das
qualidades da terra”. Por isso os viventes têm estrutura
física e fisiológica correlata. Também os homens, nesses
meios diversos, são, por isso mesmo, diversos. Variam as
plantas e os animais: por que não os homens? As raças
humanas são adaptações ao ambiente. Ambiente
climático, principalmente, porque tudo o mais é
dependente desse fator essencial.

De acordo com Glacken (1990:87), a obra de Hipócrates trata de como a


constituição do corpo se alteraria de modo integrado às mudanças que ocorrem na
constituição da natureza. É com essa fundamentação que a referida obra descrevia
a influência das variabilidades climáticas sazonais sobre o corpo humano.
As estações do ano, por exemplo, possuíam qualidades que lhes eram
características. Sob a influência dessas qualidades, os humores corporais iriam
variar em composição, favorecendo ou não o aparecimento de determinadas
doenças. Era possível conhecer as mudanças que iriam ocorrer e como elas
poderiam transformar o corpo, ao modificar a quantidade e a qualidade dos seus
humores (VIEITES & FREITAS, 2007:192). Acreditava-se que o clima era

8
responsável pelo aparecimento e proliferação de algumas doenças, como apontado
em Lacaz et al. (1972:39):
Para simbolizar a influência do clima no aparecimento
das doenças, em geral, existe em Atenas a chamada Torre
dos Ventos, construída provavelmente em 50 a.C., por
Andronikos de Kyrrhos, astrônomo na Macedônia. Ela
possui oito lados, representando os oito ventos principais
da Grécia. Em cada lado existe uma estátua, mostrando a
influência do vento correspondente sobre o Homem.

Há registros da preocupação quanto à adequação das habitações na


estrutura urbana, como esclarece Goitia (1982) apud Giralt (2006:34):

A cidade de Olinto, na Macedônia, fundada em 432 e


destruída em 347 a.C., tinha sua parte mais nova
construída segundo uma planta hipodâmica (traçado
xadrez), com ruas principais que seguiam a direção norte-
sul, separadas entre si por uns 100 metros, cortadas no
sentido leste-oeste por ruas um tanto mais estreitas,
separadas umas das outras por uns 40 metros. Deste
modo era possível obter uma exposição ao sul das casas
que compunham os blocos colocados daquele modo, já
que a casa grega era construída à volta de um pátio que
lhe permitia se beneficiar da exposição ao sul. Em Olinto, o
pátio situava-se sempre na fachada sul do bloco, mesmo
que a entrada da casa fosse noutro lado. O Sol podia
assim penetrar, no inverno, até ao fundo da habitação
principal, que usualmente estava por trás de um pórtico, de
maneira que no verão, pelo contrário, quando o Sol estava
mais alto, este pórtico protegia a casa da incidência solar
direta em seu interior.

Ferraz (1945:360) aborda o tema através da Bioclimatologia, sendo que, para


ele, “os fatores atmosféricos não influem separadamente sobre os processos vitais,
e sim em conjunto”. À época, Ferraz (op. Cit: 376) salientava que “os fatores
meteorológicos que concorrem para a formação do clima biológico são a radiação,
as condições de calor e umidade do ambiente, o vento, a pressão atmosférica e os
fenômenos aeroelétricos”. Barroso-Krause et al. (2005:7) ao falar do homem e as
necessidades ambientais salientam que:

Sentir-se confortável é talvez a primeira sensação


procurada pelo ser humano. O bebê confortável ressona
ou brinca tranqüilo e, à medida que esse equilíbrio vai se
rompendo, dá sinais claros de agitação e
descontentamento. Cada um de nós é incapaz de
descrever, quando confortável, os limites ou as
características desta sensação. Entretanto, ao rompimento
deste estado, conseguimos descrever se trata de um ruído,
um excesso - ou falta - de calor, uma ausência ou excesso

9
de luz que nos incomoda. Depreendemos daí que só existe
um conforto, global, indefinível, mas várias fontes,
independentes (mas capazes de se somarem) de
desconforto. Assim, o que nos preocupa na realidade não
é o conforto, mas o desconforto. É este que devemos bem
conhecer, para melhor determinarmos suas causas. Desta
forma, poderemos, no projeto nosso de cada dia, projetar
mecanismos para evitar ou minorar suas conseqüências.

De acordo com a ASHRAE2 (1981), o conforto térmico é definido como um


estado de espírito que reflete satisfação com o ambiente térmico que envolve um
indivíduo. O equilíbrio de calor do corpo humano depende da rapidez com que o
corpo perde calor.
Segundo Critchfield (1960) apud Ribeiro (2008:15), “a saúde humana, a
energia e o conforto são mais afetados pelo clima do que por qualquer outro
elemento do meio ambiente”. As condições de temperatura, de dispersão (ventos e
poluição) e de umidade do ar exercem destacada influência sobre a manifestação de
muitas doenças, epidemias e endemias humanas. Sartori (2000:2) avalia que a
sensibilidade dos seres humanos às mudanças que ocorrem nos tipos de tempo
deve ser considerada:

Estima-se que 70% da população é tempo-sensitiva


em algum grau. Fisiologicamente, os seres humanos
funcionam otimamente sob certas condições de
temperatura, umidade, vento, pressão etc. O corpo
humano, acima ou abaixo de certos valores dos
parâmetros climáticos ideais, começa a ter reações
metabólicas, químicas, cardiovasculares e psicológicas, as
quais têm efeito na disposição e comportamento humano.
Como os indivíduos reagem às diferentes condições de
tempo é muito difícil prever. Como as pessoas respondem
aos elementos climáticos varia de acordo com a
constituição física e fisiológica individuais.

Para Azevedo (2001:191), “a sensação de conforto ambiental depende de


dois conjuntos de componentes interdependentes”. Um deles é de caráter
psicosocial e o outro de caráter fisiológico. Portanto, todos os elementos climáticos
entram em contato com o corpo humano, e no intuito de alcançar um estado de
maior conforto térmico, o homem desloca-se ou constrói um lugar onde as condições

2
American Society of Heating, Ventilating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers

10
são mais favoráveis termicamente, onde o corpo humano possa gastar menos
energia em processos de adaptação.
Há diversas concepções na definição do que vem a ser um ambiente
confortável ou não para o homem. Para se definir quais os parâmetros para o cálculo
de índices e escalas para os diversos graus de conforto e desconforto em ambientes
fechados e abertos, desde o início do século XX foram iniciadas pesquisas para o
estabelecimento de zonas de conforto ideais ao ser humano. É difícil se estabelecer
zonas de conforto, uma vez que há diversas variáveis envolvidas na elaboração dos
índices, além da subjetividade e adaptação do homem ao meio em que vive. Isto
será abordado nos capítulos posteriores.

4.2 O meio climático (parâmetros ambientais)

O conforto térmico dos seres humanos depende de uma série de variáveis.


Os principais atributos que afetam este conforto são a temperatura do ar, radiação
da banda infravermelha (termal) e visível, movimento do ar e umidade relativa.

Atributos climáticos

Radiação solar
A radiação é o principal meio de propagação de energia na superfície e
atmosfera terrestres, uma vez que é por meio da radiação que a energia do Sol
chega à Terra. A radiação solar corresponde à emissão de energia sob forma de
ondas eletromagnéticas que se propagam à velocidade da luz (MENDONÇA &
DANNI-OLIVEIRA, 2007:33).
Quase 99% da radiação solar que chega ao topo da atmosfera são
constituídos de ondas curtas (AYOADE, 1996:25). Na composição espectral, a
radiação da faixa visível apresenta cerca de 45% desta composição e a radiação
infravermelha representa 46%. Os outros 9% são compostos da radiação
ultravioleta. A radiação solar que incide no topo da atmosfera é variável e depende
de três fatores: do período do ano, da hora do dia e da latitude.
A radiação infravermelha ou termal é emitida por todos os corpos aquecidos
pela radiação solar (em onda curta). A emissividade destes corpos, (radiação
absorvida e transformada em calor), é liberada em onda longa. A atmosfera e a

11
superfície terrestre também absorvem parte da radiação de ondas curtas e emitem
radiação termal.

Temperatura do ar
Segundo Ayoade (1996:50), a temperatura pode ser definida em termos do
movimento de moléculas, uma vez que a temperatura será mais elevada quanto
maior for o deslocamento molecular. É definida em termos relativos tomando-se por
base o grau de calor que um corpo possui. A temperatura é a condição que
determina o fluxo de calor que passa de uma substância para outra. O calor desloca-
se de um corpo que tem uma temperatura mais elevada para outro com temperatura
mais baixa.
A distribuição da radiação solar na Terra não é homogênea. As áreas que
apresentam maior insolação no globo terrestre (regiões intertropicais) apresentam as
temperaturas mais elevadas, e as regiões polares e temperadas apresentam as
temperaturas mais baixas (além disto, existem as variações sazonais). Essas
diferenças térmicas ocasionam as diferenças de pressão, gerando as circulações
atmosféricas.

Movimento do ar
Os ventos são gerados a partir da variação de pressão, ocorrendo o seu
deslocamento a partir das áreas de alta pressão em direção às de baixa,
estabelecendo-se assim um equilíbrio barométrico entre elas. A velocidade do vento
é controlada pelo gradiente de pressão entre estas áreas, ou seja, quanto maior o
gradiente de pressão, maior velocidade terá o vento.
Quanto à direção, segundo Mendonça & Danni-Oliveira (2007:76) “em
conseqüência dos ventos trazerem consigo as características térmicas e
higrométricas (umidade) do ambiente onde se originam, recebem o nome da direção
do local de onde procedem”.
De acordo com Hipócrates (CAIRUS & RIBEIRO JR., 2005:133), os ventos
têm grande influência na saúde das pessoas graças à sua origem, pois “a
localização malsã de um povo pode trazer-lhe determinados malefícios, que
poderiam ser remediados através da orientação das construções em função dos

12
ventos e do Sol”. Na figura 01, temos a representação dos principais ventos no
mundo, e suas características termo-higrométricas.

Figura 01: Relação dos principais ventos mundiais e relação com a temperatura e umidade
(Fonte: Rosen, 1979:146 apud Sartori, 2000)

Os gregos utilizaram a percepção para simbolizar através de figuras humanas


cada tipo de vento, retratando-os com as principais características, por meio da
fisionomia, vestimenta e objetos que portavam. A seguir, os significados de cada
símbolo, nas representações das figuras da Torre dos Ventos, em Atenas (Figura
02) (adaptado de Sartori, 2000):

BOREAS: vento norte, cruel e ameaçador, em Atenas. Produz um barulho em


uma concha através do qual flui. Era representado por uma figura vestida
calorosamente, com uma concha na mão.

13
NOTUS: vento sul, quente e muito chuvoso, era representado por um homem
jovem segurando uma jarra d’água.

APELIOTES: vento leste. Traz chuva que aumenta gradualmente. É um bom


amigo da vegetação e era representado por um homem jovem, cujo cabelo
flutuava em todas as direções, com fisionomia doce e acessível e com um dos
lados do seu manto cheio de todos os tipos de frutas, favos de mel e trigo. Em
Atenas, contribuía para a fertilidade e abundância.

ZEPHYRUS: vento oeste, muito quente no verão, mas na primavera seu calor
é favorável à vegetação. Era representado pela figura de um atrativo homem
jovem de fisionomia agradável, nu, exceto por uma grande capa cheia de
flores.

CAECIAS: vento nordeste, triste, úmido, frio e nublado; às vezes


acompanhado de granizo e tempestades em algumas estações. Era
representado por um homem velho com fisionomia severa, segurando em
suas mãos um anel circular e preparando-se para liberar uma estrondosa
tormenta de granizo.

EURUS: vento de sudeste, que em Atenas é quente, sombrio e traz muita


chuva; era representado por um homem mais velho, enrolado em seu manto e
parecendo irado.

LIPS: vento sudoeste. Era representado por um homem robusto.

SKIRON: vento noroeste, mais árido e seco de todos. Extremamente frio no


inverno, no verão é ardente, violento e acompanhado por tempestades cruéis
e freqüentes. A saúde das pessoas e a vegetação sofrem consideravelmente.
Era representado por uma figura com ar de langor, com um pote de bronze de
fogo, cujas brasas, supostamente, estão chamuscando as criaturas terrestres
abaixo.

14
Figura 02: Representações de figuras humanas nos oito lados da Torre dos Ventos em Atenas (50
a.C.). Cada uma delas simboliza um tipo de vento predominante na cidade grega e sua influência no
ser humano. (Adaptado de Sartori, 2000).

No caso da influência da ventilação no conforto térmico humano é necessário


conhecer a temperatura e a umidade relativa do ar, para se analisar a sua
capacidade de contribuição na remoção de calor do corpo humano. De acordo com
Ruas (1999:22), para a condição de ar não saturado e com temperatura inferior à da
pele, pode-se afirmar que quando a ventilação aumenta, a umidade evaporada do
corpo é retirada mais rapidamente. O processo de convecção também aumenta,
porque a velocidade de troca do ar que rodeia o corpo é maior. Com o decréscimo
da ventilação diminui os processos de convecção e evaporação.

15
De acordo com Ruas (2002:58), a influência dos ventos pode ser benéfica,
quando o aumento da velocidade do ar provoca uma desejável aceleração nos
processos de perda de calor corporal, ou prejudicial, quando a perda de calor é
indesejável, provocando o resfriamento excessivo do corpo inteiro, ou de uma de
suas partes, efeito internacionalmente conhecido como draught.

Umidade relativa
É a unidade de medida mais utilizada para se referir à umidade presente no
ar, indicando o seu grau de saturação. Contudo, é influenciada pela temperatura do
ar, sendo que seu valor (representado em porcentagem) é inversamente
proporcional à medida térmica. Conceitualmente, segundo Ayoade (1996:143), “a
umidade relativa é a razão entre o conteúdo real de umidade de uma amostra de ar
e a quantidade de umidade que o mesmo volume de ar pode conservar na mesma
temperatura e pressão quando saturado”.
O valor da umidade relativa do ar pode variar de acordo com a alteração nos
registros de temperatura, sem que isto signifique alteração nos valores de umidade
absoluta do ar, ou seja, o conteúdo de umidade presente em uma parcela de ar
pode permanecer o mesmo.

Controles climáticos
Os fatores ou controles climáticos podem ser aqui elencados considerando a
escala sinóptica (latitude, por exemplo) e as escalas locais, topo e microclimáticas
(altitude, relevo, vegetação, tipo de solo, exposição das vertentes, arquitetura das
construções).
Conforme se avança em direção às altas latitudes, há diminuição da
temperatura do ar. Além disto, nas regiões tropicais não há grande variação anual
das temperaturas e pluviosidade, diferentemente das regiões temperadas, quando
se percebe variações sazonais mais acentuadas. A distância ao oceano também é
um fator a ser destacado, uma vez que as amplitudes térmicas nas regiões costeiras
são muito menores do que nos locais situados no interior do continente. A altitude

16
também influencia nas diferenças de temperatura, uma vez que a cada 100 metros
há diminuição de cerca de 0,6ºC na temperatura.
A cobertura vegetal e o tipo de solo influenciam nas diferenças térmicas,
devido à capacidade de absorção da radiação solar, através dos diferentes albedos
(asfalto, gramado, concreto, corpos d’água, solo exposto etc.). Além disto, uma área
com densa vegetação serve de proteção contra os ventos, formando uma barreira
natural, além do sombreamento. As árvores caducifólias oferecem sombra e
proteção contra o ofuscamento no verão e “deixa” penetrar os raios de solares no
inverno, devido à queda das folhas. Contudo, deve-se ter cautela ao analisar o papel
da vegetação em um ambiente urbano, conforme aponta Azevedo (2001:184):

A afirmação de que ela seja um elemento importante


como fonte de umidade para o ar, não procede se
abordado o meio urbano. Este é um problema de escala. A
quantidade de água necessária para alterar a umidade
absoluta do ar, e conseqüentemente a umidade relativa de
ar, é muito grande se comparada com a água passível de
ser transferida para a atmosfera pela vegetação urbana.

Azevedo (op. Cit) alerta para o fato da presença da vegetação ter o efeito
inverso nos ambientes urbanos, uma vez que os estômatos das plantas (local por
onde as plantas realizam a regulação de temperatura) se fecham nos períodos de
umidade baixa, exatamente para cessar a perda de água para o ar. Como os
vegetais têm reduzido albedo e elevada superfície específica, acabam convertendo
a luz solar em calor sensível e radiação de onda longa para o ambiente urbano.
Deste modo, a sensação de amenização do calor acaba não ocorrendo, conforme se
esperaria.
Devemos relevar a importância da exposição das vertentes, pois aquelas com
a face voltada ao nascer do Sol (orientadas para Norte/Leste) recebem maior
insolação do que as voltadas para a face Sul (para o hemisfério Sul do planeta). A
arquitetura das construções também tem influência, pois as áreas urbanas
interferem no sombreamento de alguns locais, além de alterar o balanço de radiação
devido à composição dos materiais que podem absorver mais calor. Nas áreas
extremamente verticalizadas, as atividades humanas exercem importante papel no
aquecimento do ar próximo à superfície, na ausência de insolação.

17
4.3 O homem

O homem é um animal homeotérmico e seu organismo é mantido a uma


temperatura interna sensivelmente constante. Essa temperatura é da ordem de
37ºC, com limites muito estreitos – entre 36,1 e 37,2ºC – sendo 32ºC o limite inferior
e 42ºC o limite superior para a sobrevivência, em estado de enfermidade (FROTA &
SHIFFER, 1988:10). O organismo humano é, por toda a parte, e qualquer que seja
seu povo, excelente regulador térmico (PEIXOTO, 1938:221). Em qualquer que seja
a latitude e clima submetido, o homem mantém sua capacidade de manter a
temperatura corporal estável, em condições ideais de saúde. A diferença está no
gasto calórico individual, para que seja mantida a homeotermia. De acordo com
Peixoto (op. Cit,):

(...) emquanto um Esquimau devora copiosas porções


de carne e muito azeite de foca, um Egípcio contenta-se
com algumas tâmaras e um pouco dágua: é que um carece
de muita substância, para fazer calor, e poder subsistir em
clima enregelado e ao outro basta muito pouco para
subsistir, onde, pelo calor ambiente, pouco perde o
organismo do que produz. Outra observação análoga é a
relativa à actividade e à indolência respectiva dessas
gentes: os habitantes dos países frios precisam fazer mais
movimentos para terem calor: no inverno, no norte da
Europa, veem-se os sedentários a gesticular, a esmurrar-
se, para se aquecerem; andam os peões apressados, não
porque queiram chegar logo, senão porque não querem ter
frio... Não será muito que apliquem essa necessidade de
ação à utilidade do lucro, que dá o trabalho regular. Nos
climas quentes, em que já o calor ambiente é incômodo,
porque não nos deixa perder o produzido, deve o
organismo resistir ao aquecimento, que a actividade
produz, tornando repugnante o movimento... Actividade e
indolência, trabalho e preguiça, são termos grosseiros, que
prejulgam da finalidade, sem cuidar da determinação
3
necessária.

O organismo adquire energia através do metabolismo, sendo transformada


em potencialidade de trabalho (cerca de 20% de toda a energia).
Termodinamicamente há um rendimento muito baixo, sendo que os 80% restantes
se transformam em calor que deve ser dissipado de modo que o organismo se
mantenha em equilíbrio. O metabolismo nada mais é do que a produção de energia
interna a partir de elementos combustíveis orgânicos (alimentos ingeridos) e o

3
Aqui foi preservada a ortografia utilizada à época.

18
oxigênio extraído do ar. O corpo pode ser comparado a uma fornalha que utiliza o
alimento como combustível (FUNARI & AZEVEDO, 2004:153). Conforme a Norma
ISO 7730/1994, é possível identificar diversos valores associados ao tipo de
atividade desempenhada pelo indivíduo, chamada taxa de metabolismo (Tabela 01).

Tabela 01: Taxas de metabolismo (ISO 7730/1994 apud RUAS, 2002)

Segundo Peixoto (1938:220) o gasto calórico quando o indivíduo exerce um


trabalho intelectual é praticamente o mesmo quando comparado a um indivíduo em
repouso.
Os meios através dos quais o corpo humano troca calor com seu entorno
podem ser classificados em quatro processos principais: radiação, condução,
convecção e evaporação (OLGYAY, 1998:16). Na tabela 02, podemos observar as
perdas de calor do organismo humano ligadas a cada um destes processos. De
acordo com Monteiro (2008), estes podem ser assim descritos:

Radiação: é o processo pelo qual o calor flui de um corpo a determinada


temperatura para um de mais baixa, quando os mesmos estão separados no
espaço, ainda que exista vácuo entre eles. O termo radiação é geralmente
aplicado a todas as espécies de fenômenos de ondas eletromagnéticas, mas,
na transmissão de calor, são de interesse apenas os fenômenos que resultam
da diferença de temperatura e podem transportar energia através de um meio
transparente ou do espaço. A energia transmitida dessa maneira é chamada
de calor radiante.

19
Condução: processo pelo qual o calor flui de uma região de determinada
temperatura para outra temperatura mais baixa, dentro de um meio (sólido,
líquido ou gasoso) ou entre meios diferentes em contato físico direto.

Convecção: processo de transporte de energia pela ação combinada da


condução de calor, armazenamento de energia e movimento de mistura.
Ocorre como mecanismo de transferência entre uma superfície sólida e um
líquido ou um gás. Quando um corpo sólido está em contato com um fluido
em movimento, com temperatura diferente da do corpo, a energia é
transportada por convecção pelo fluido.

Evaporação: as trocas evaporativas se referem à troca de calor quando um


líquido passa ao estado gasoso. O calor latente de evaporação é a
quantidade de calor necessária para evaporar um litro de água. Esse calor de
evaporação é de 2426 kJ/kg, ou 580 kcal/L, considerando-se que 1kg de água
equivale a aproximadamente 1L.

Tabela 02: Orçamento médio de calor humano.


(Fonte: Anthes, Panofsky, Cahir & Rango, 1975 apud Sartori, 2000).

Segundo Frota & Shiffer (1988:11), o aparelho termo-regulador, que comanda


a redução ou o aumento das perdas de calor pelo organismo através de alguns
mecanismos de controle é responsável pela manutenção da temperatura interna do
organismo relativamente constante, em ambientes cujas condições termo-
higrométricas possam variar. Lee (1958) elaborou uma tabela sintetizando como o
homem pode reagir às condições de frio ou calor (Figura 03).

20
Efeitos termo-regulatórios
constrição dos vasos sanguineos da
dilatação dos vasos sanguineos da pele
pele

concentração do sangue diluição do sangue

flexão para reduzir a superfície do corpo extensão para aumentar a superfície


exposta exposta do corpo

aumento do tônus muscular redução do tônus muscular

calafrios suor

EFEITOS DO CALOR
EFEITOS DO FRIO

tendência ao aumento da atividade tendência a reduzir a atividades

Distúrbios consequenciais
redução do volume de urina. Sede e
aumento do volume da urina
desidratação.

risco de inadequação no suprimento de


dificuldade em manter o suprimento de
sangue, para a pele dos dedos, pés e
sangue para o cérebro, causando
das partes expostas, levando ao
tonturas, náuseas e exaustão pelo calor
congelamento

dificuldade em manter o balanço


aumento da fome
clorídrico, levando à cãimbras (e calor)

redução do apetite

Falhas regulatórias
queda de temperatura do corpo aumento da temperatura do corpo

sonolência danos ao centro regulador do calor

parada da respiração e das batidas falha na regulação nervosa, levando à


cardíacas parada da respiração

Figura 03: Efeitos fisiológicos e físicos de acordo com a variação térmica. Elaborado pelo autor,
adaptado de Lee, 1958 apud Vasconcelos, 1988.

O aspecto subjetivo deve ser lembrado aqui, pois cada indivíduo reage de
uma forma às condições de tempo. Alguns são mais tolerantes aos rigores do frio e
calor, dependendo do grau de aclimatação. Para o habitante de uma zona
temperada do globo, como o Canadá, a temperatura de 15ºC pode ser tida como
razoável e confortável, ao contrário de um morador do semi-árido nordestino
brasileiro, acostumado com temperaturas elevadas e escassez de chuvas.
Certamente este sofreria com a temperatura mencionada.

21
Segundo Araújo (1996:39), “a taxa metabólica para certas atividades que
envolvem movimentos tende a ser mais alta para as pessoas obesas, e por essa
razão elas tendem a preferir ambientes mais frios durante essas atividades. Também
a gordura subcutânea é um excelente isolante térmico.”
Entre os idosos, as pesquisas demonstram que estes preferem ambientes
mais quentes quando comparados aos mais jovens, uma vez que o metabolismo
basal cai ligeiramente com o avanço da idade. A diferença na taxa de calor
metabólico entre pessoas de 20 e 65 anos é de aproximadamente 5 w/m 2 (ARAÚJO,
1996:39).

4.4 O habitat

Para o ser humano, a habitação tem a função de refúgio, abrigo que


essencialmente deve protegê-lo do meio externo. Presta-se basicamente em manter
as condições de conforto de uma pessoa ou um grupo de pessoas em seu interior,
independente das condições atmosféricas externas.
Conforme Hipócrates, as diferenças de cada região se refletem no tipo de
enfermidades que acometem os seus habitantes. Antigamente, as diferenças
regionais determinavam o tipo de abrigo construído para a habitação, já que os
materiais utilizados eram obtidos no meio em qual viviam. Se o aldeamento era
próximo a uma floresta, retiravam dela a madeira, por exemplo. Presume-se que, se
o meio geográfico é tão diverso de região para região, não admira que diversos
fossem, também, os materiais com que se construíam as casas e,
consequentemente, os tipos de habitação. Nas palavras do grego (CAIRUS &
RIBEIRO JR., 2005:107) verifica-se um exemplo da influência do meio no tipo da
habitação, na Idade Antiga:

Na Europa, há um povo Cita, que habita o entorno do


lago da Meódida, e que difere dos outros povos. São
chamados Saurômatas. (...) o chamado deserto dos citas é
um platô, coberto de pradarias, elevado e moderadamente
servido de água, pois os rios são grandes e drenam a água
dos platôs. Precisamente nesse lugar os citas passam a
vida, e são chamados de nômades porque não possuem
casas, mas moram em carroças. As carroças são assim:
as menores têm quatro rodas e as outras têm seis. Todas
cobertas por feltro. São ainda planeadas como casas, tanto

22
as simples, quanto as triplas. São impermeáveis à água, à
neve e aos ventos (...). Permanecem no mesmo lugar
durante o tempo em que o pasto for suficiente para o gado.
Quando já não é mais suficiente, deslocam-se para outra
região.

A arquitetura vernácula parte do principio do uso de materiais e técnicas


próprios do ambiente ou região na qual a edificação é construída, adaptando-se
assim às condições naturais e características regionais. Vários exemplos em todo o
mundo ilustram este tipo de uso desde a época ancestral, bastante conveniente,
tanto do ponto de vista econômico como climático. Marques, Azuma & Soares
(2009:47) definem-na:

Nessa arquitetura não são reconhecidos estilos


arquitetônicos, mas a sua essencialidade tipológica e
morfológica, compreendida como uma arquitetura comum,
anônima, que constitui a fisionomia da cidade, e se
diferencia, de acordo com as expressões e linguagens
culturais, o que diferencia uma cidade e/ou região de outra.

No deserto do Colorado, Estados Unidos, o povo indígena pueblo de Mesa


Verde construiu suas habitações protegidas do Sol e da chuva, nas encostas das
formações de arenito, aproveitando a formação geológica favorável. Durante o verão
quente e seco, havia a proteção da sombra. No inverno (LAMBERTS, 1997:16), a
inclinação mais baixa do Sol permitia a entrada de luz, aquecendo-as durante o dia.
Como a rocha aquecia durante o dia, à noite, apesar da perda radiativa no deserto,
as habitações permaneciam confortáveis (Figura 04).

23
Figura 04: Construções das habitações dos povos ancestrais pueblos, em Mesa Verde, Colorado,
EUA. Hoje o lugar foi transformado em Parque Nacional, aberto a visitações.
(Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/83/Cliff_Palace-Colorado-Mesa_Verde_NP.jpg)

As construções no escarpado de Bandiagara, no Mali, possuem as mesmas


características, do ponto de vista do aproveitamento das condições do relevo para
as instalações das edificações. Na Capadócia, Turquia (Figura 05), construções
aproveitando escavações em rochas, utilizando pedras e também argila, têm formas
aproximadas de um cupinzeiro gigante (VILLAR, 2009:83).

Figura 05: Construções em rocha, na Turquia. (Fonte: Villar, 2009)

24
Inúmeros outros exemplos podem ser elencados em todo o mundo e seu uso
atualmente é mais difundido nos países africanos. De acordo com cada região e sua
geografia, há um tipo de habitação respeitando essas características.
No Sudão e no Mali (áreas com predomínio do clima desértico), as casas
recebem proteção da intensa radiação solar, com aberturas para facilitar a
passagem dos ventos. No Congo, muitas casas são suspensas, devido ao excesso
de chuvas e presença de muitos cursos fluviais. Assim também ocorre na Indonésia
(Ásia) e na Amazônia (América do Sul), com casas suspensas por palafitas.
Observa-se que nas grandes cidades do mundo, devido ao estilo arquitetônico
obedecer a padrões ocidentalizados, com o uso de estruturas de alvenaria, este tipo
de construção para habitação é mais raro atualmente. De acordo com Lee
(1957:123):

Há numerosos exemplos de salutares práticas


indígenas, tais como a combinação de paredes espessas
para uso diurno e paredes finas para uso noturno, nos
Camarões, a casa aberta de telhado de Colmo, na
Polinésia e as casas de paredes espessas, de terra, às
vezes com um porão de isolamento, no Egito e no Sudão.
Algumas dessas características bem podiam ser
conservadas, mesmo quando se planejam estruturas mais
à feição ocidental.

É importante observar as características das construções como reflexo dos


climas prevalecentes em cada região, conforme Victor Hugo apud Peixoto (1938)
nos adverte: para um telhado pontudo, um teto depõe de neve e chuva; chato, de sol
e secura; carregado de pedras, de ventos vigorosos, desabridos. Observamos, na
figura 06, diversos tipos de casa conforme as diferentes zonas climáticas:

A. Casa de zona quente e úmida;


B. Casa com pátio, na zona mediterrânea;
C. Casa de zona quente e seca;
D. Casa de zona das savanas quentes;
E. Tendas das zonas desérticas quentes;
F. Casa das zonas frias;
G. Iglu esquimó.

25
Figura 06: Tipos de casas de diversas zonas climáticas. Adaptado de Griffiths, 1976 apud Ayoade,
1996.

26
Descrevendo três antigos assentamentos urbanos em regiões climáticas
distintas (quente-seca, quente-úmida e temperada), Olgyay (1963) apud Dumke
(2007) observa a diversidade dos traçados, que “se distinguem nos âmbitos
espacial, temporal e socioeconômico”. Verifica-se na figura 07 como a geometria das
unidades individuais e o afastamento entre elas se refletem nos conjuntos de
características regionais, constituindo respostas claras às exigências climáticas de
cada local. Assim, as comunidades criam uma configuração urbana apropriada para
cada conjunto de exigências do clima. Segundo ele (DUMKE, 2007:154):

Enquanto as regiões frias devem buscar a radiação


solar, as quente-secas tendem a evitá-la; porém, as tramas
urbanas de ambas devem ser densas, visando à proteção
de um ou mais elementos do clima (frio, calor, Sol, vento).
Nas regiões quente-úmidas, o traçado deve ser mais livre e
disperso, de forma a promover o movimento do ar e a
buscar a sombra das árvores. Nas zonas temperadas e
nas subtropicais, a distribuição das habitações deve ser
aberta, permitindo a exposição das edificações à radiação
solar no inverno e promovendo a sua integração com a
natureza. Portanto, o traçado urbano deve ser mais livre.

Figura 07: Conjuntos urbanos em regiões de climas distintos. Da esquerda para a direita: Aldeia no
oásis de Veramin, no Irã (clima quente e seco); Aldeia de Bari, no Sudão (clima quente e úmido);
Bairro em Zurique, na Suíça (Clima temperado). Fonte: Olgyay, 1963 apud Dumke, 2007.

Atualmente a preocupação com o conforto térmico humano tem sido


relevante, seja para arquitetos, geógrafos, engenheiros ou profissionais de saúde,
tanto na concepção de espaços para a habitação e locais de trabalho, no estudo das
diferentes tipologias para cada ambiente, como para fins de planejamento urbano.
Porém, antigamente não se pensava dessa forma.

27
Na Europa, por exemplo, o aquecimento era primitivo. As casas no século XVI
só tinham uma lareira ou um forno no cômodo principal e nenhum aquecimento no
restante da casa. No inverno, este cômodo com suas paredes de alvenaria pesada e
com um chão de pedra era bem frio. Roupas volumosas não eram moda, mas uma
necessidade térmica (RYBCZYNSKI, 1996:33).
O surgimento da palavra “conforto” no contexto do bem-estar doméstico não
é, tampouco, de interesse meramente lexicográfico. Há outras palavras da língua
inglesa com este sentido – “cozy” (aconchegante), por exemplo – mas elas surgiram
mais tarde. O primeiro documento de que comfort significasse um nível de
comodidade doméstica é do século XVIII (op. Cit., 1996:35).
Houve avanço neste sentido, pois como afirma Rybczynski (op. Cit) “(...) muita
coisa realmente mudou nas casas. Algumas mudanças são óbvias – os progressos
do aquecimento e da luz que se devem às novas tecnologias”. Alguns cômodos
usados como quartos, no século XVII, possuíam fornos que resultavam em grande
diferença no conforto térmico no ambiente, observado inicialmente nos países
escandinavos. Além disto, na Idade Média, não havia a separação da casas para
moradia e para o trabalho, servindo assim para ambos os usos.
Segundo Haußerman & Siebel (1996:19) apud Gondran (2007), a moradia
moderna surge estabelecendo quatro marcas principais: a família de duas gerações
como união social, a separação entre morar e trabalhar, a polaridade entre
privacidade e publicidade e a apropriação privada através de compra ou aluguel. Isto
gerou um processo de nivelamento das diferenças entre vários grupos sociais,
culturais, e entre cidade e a área rural.
Deve-se levar em conta o calor de onda longa emitido pelos materiais
construtivos, de modo a minimizar os efeitos do frio ou calor excessivos. Na tabela
03, vemos a temperatura da superfície dos materiais, e as diferenças entre a
temperatura do ar e as superfícies construtivas.

28
Tabela 03: Temperatura superficial dos materiais.
Fonte: ASTM E 1980-98 apud Mello, Martins e Sant’Anna Neto, 2009:31)

4.5 A vestimenta

O vestuário, leve ou pesado, é o meio artificial que modifica e ajuda o


equilíbrio térmico (PEIXOTO, 1938:222). A vestimenta adequada pode auxiliar como
isolante térmico, mantendo junto ao corpo o ar mais aquecido ou menos aquecido,
conforme seja mais ou menos isolante. Pode ajudar a controlar a umidade junto ao
corpo, devido à transpiração. Isto é muito importante em climas secos. De acordo
com Peixoto (op. Cit.:250):

O vestuário, como a alimentação, como a habitação,


protege o corpo contra o calor ou o frio, que, excessivos,
fazem mal. O turbante oriental, aquelas três varas de pano
enrolados na cabeça, se é a mortalha que traz consigo o
cruente, também é proteção da cabeça contra o sol, cujos
raios químicos são propícios à insolação, na África e na
Índia.

No Brasil, por muito tempo, por influência estrangeira, não se usavam as


roupas propícias para tal clima tropical. A nobreza e as pessoas das classes mais
abastadas vestiam-se elegantemente, porém inadequadamente do ponto de vista
climático, trajando roupas pesadas e escuras. Na cidade de São Paulo, por exemplo,
não era permitida a entrada de homens que não estivessem trajando ternos, no
transporte por bondes. Ao tentar imitar o vestuário dos países mais desenvolvidos,
pouco se atentava ao fato do clima ser absolutamente diferente por estas bandas.
Peixoto (op.Cit.:249) descreve um exemplo de maneira curiosa:
29
Rui Barbosa fez escândalo, quando tornou, no verão,
de Inglaterra, de fraque claro e chapéu cor de cinza. O
Presidente da Câmara mandava pedir ao deputado
Eduardo Ramos que não penetrasse no recinto, de roupa
branca.

Na Europa, onde os climas temperados são mais atuantes, a roupa exerce


importante papel na manutenção da temperatura corporal adequada. Nos países
que possuem climas secos e quentes, o material com o qual é confeccionada roupa
atua como isolante térmico ao não permitir que a insolação eleve demasiadamente a
temperatura do corpo.
Como a vestimenta reduz a perda de calor, a mesma pode ser classificada de
acordo com o seu valor de isolamento4. A unidade normalmente usada é o Clo (do
inglês clothing). Em termos técnicos a unidade é ºC W/m2 sendo que1 Clo equivale a
0,15º C W/m2. A escala de Clo é projetada de modo que uma pessoa despida tenha
um valor de 0,0 Clo e outra vestindo um terno típico tenha um valor de 1,0 Clo.
(Tabela 04).

4
http://www.master.iag.usp.br/conforto/parametros_do_CT.html

30
Tabela 04: Isolamento térmico para peças de roupa (ISO 7730/1994 apud RUAS, 2002)

31
5. ÍNDICES DE CONFORTO E CARTAS BIOCLIMÁTICAS
Segundo com Funari (2006), dezenas de índices, ábacos e diagramas
específicos são utilizados de acordo com o tipo de trabalho de pesquisa elaborado.
Conforme visto nos capítulos anteriores, as variáveis do conforto térmico são
diversas, podendo assim ser elencadas: elementos climáticos, atividade
desenvolvida pelo indivíduo, condições de saúde, condições de aclimatação,
vestimenta, ambiente etc.
Deste modo, quando há mudança de algumas ou até mesmo de todas as
variáveis acima descritas, resulta em combinações que proporcionam uma grande
variedade de condições diferentes. Devido a isto, foram desenvolvidos índices que
agrupam as condições que proporcionam as mesmas respostas, facilitando assim o
estudo e aplicação. Porém é difícil abarcar em um único índice o padrão de conforto
ou neutralidade térmica ideal que possa ser aplicado a qualquer ser humano.
Segundo Fanger (1970) apud Xavier (1999:10),

(...) como o conforto térmico envolve variáveis físicas


ou ambientais e também variáveis subjetivas ou pessoais,
não é possível que um grupo de pessoas sujeitas ao
mesmo ambiente, ao mesmo tempo, esteja todo ele
satisfeito com as condições térmicas do mesmo, devido às
características individuais das pessoas.

Os índices foram desenvolvidos com base em diferentes aspectos do conforto


térmico e podem ser classificados em biofísicos (troca de calor entre corpo e
ambiente), fisiológicos (reações fisiológicas oriundas da variação dos elementos
climáticos) e subjetivos (baseado nas sensações e percepção de cada indivíduo).
Humphreys e Nicol (1998) apud Pezzuto (2007:31) separam o estudo científico
sobre o conforto em dois grupos: os índices racionais ou teóricos (que avaliam as
trocas de calor, sob condições de laboratório) e os índices empíricos e estatísticos
(realizados em campo; relacionam estatisticamente a sensação térmica com as
condições externas ao ambiente).
Os primeiros estudos sobre a parametrização do conforto térmico humano
referem-se à Comissão Americana de Ventilação, em 1916. Seu propósito era o
estudo da influência das condições térmicas e higrométricas no rendimento do
trabalho nas fábricas, analisando a relação entre o índice de conforto térmico e
acidentes de trabalho (FROTA & SHIFFER, 1988). Resultados demonstraram que,

32
com o aumento de 20º para 24ºC, o rendimento do trabalho físico do operário
diminuía 15%. Com 30ºC de temperatura ambiente, e umidade de 80%, o
rendimento caía 28%.
Anteriormente, o escocês John Scott Haldane (1904), sugeriu a temperatura
de bulbo úmido como um índice de estresse térmico, baseado em seu trabalho sobre
as condições térmicas nas minas em Cornwall, na Inglaterra.
Segundo Lim (1983) apud Pietrobon et al. (2001), pode-se perceber que o
desenvolvimento, durante a primeira metade do século XX, concentrou-se na
definição das variáveis que afetam o conforto térmico, mas não lhes foram dadas
igual ênfase nos diversos índices e escalas. Afirma que, na sequência, o
desenvolvimento na área de conforto térmico é uma extensão dos conceitos iniciais,
auxiliados por equipamentos mais sofisticados, através de condições ambientais
controladas ou pesquisas de campo. Esclarece, ainda, que enquanto alguns poucos
índices tenham sido desenvolvidos recentemente, os estudos continuam a se
conduzir em pesquisas de campo, câmaras climáticas controladas e alguns dos
resultados destas pesquisas têm sido adotados sob a forma normativa.
O termo “sensação de conforto térmico” foi introduzido no período de 1913 a
1923 e o termo “zona de conforto” é introduzido pelo professor John Sheppard, no
Teacher´s Normal College, em Chicago (ROHLES et al., 1966 apud OLIVEIRA,
2003:14).
Em ordem cronológica, segue uma série de trabalhos e pesquisas referentes
aos estudos de Conforto Térmico, com desenvolvimento de índices e cartas
bioclimáticas, visando estabelecer parâmetros para a obtenção de zonas de
conforto, em diversas regiões do mundo. O levantamento dos trabalhos foi realizado
até o ano de 2010. Procurou-se elencar o maior número possível de pesquisas nas
quais algum índice tenha sido criado ou aprimorado. Outros trabalhos com a
aplicação destes métodos também foram relacionados, a fim de evidenciar quais são
os mais utilizados. Lembra-se que este levantamento bibliográfico tem como
limitações a barreira lingüística, já que em sua maior parte as pesquisas provêm do
idioma inglês ou português. Certamente diversas obras em idiomas menos
acessíveis, como o germânico, o russo e o mandarim, por exemplo, enriqueceriam
mais este trabalho.

33
HALDANE (1905) – O escocês John Scott Haldane sugeriu a temperatura de
bulbo úmido como um índice de estresse térmico, baseado em seu trabalho sobre as
condições térmicas nas minas em Cornwall, Inglaterra (Report to Secretary of State
for the Home Department on the Health of Cornish Miners, em 1904).

HILL, GRIFFITH & FLACK (1916) – Este artigo investiga a taxa de


resfriamento de uma superfície, utilizando o Catatermômetro5 (desenvolvido por
Leonard Hill, em 1914), que mede a troca de calor humano com o ambiente.

HOUGHTEN & YAGLOU (1923) – O trabalho de 1923 de autoria de Houghten


& Yaglou (publicado pela ASHVE - Associação Americana dos Engenheiros de
Aquecimento e Ventilação) desenvolveu a Temperatura Efetiva6 (ET), que deu
origem a inúmeros trabalhos posteriores, os quais utilizaram este índice para a
determinação de conforto, ou o modificaram, introduzindo outros elementos. A
princípio, os dois autores estabeleciam “linhas de igual conforto” para designar as
zonas de conforto. Conforme Ruas (2002:20), o experimento foi realizado em duas
câmaras climatizadas em um laboratório, com controles de temperatura e umidade.
Em uma das câmaras, a temperatura era fixada em um valor e a umidade
relativa mantida em 100%, enquanto noutra, as temperaturas de bulbo seco e úmido
eram alteradas. As pessoas iam de uma câmara até outra, despidas até a cintura,
sendo que reportavam a cada troca de ambiente, qual a que estava mais quente. O
objetivo dos testes foi determinar as combinações das temperaturas de bulbo seco e
de bulbo úmido que provocavam a mesma sensação térmica. Com isto, foram
geradas as “linhas de igual conforto”, plotadas em uma carta psicrométrica,
nomeadas então como Temperatura Efetiva (Figura 08).

5
Em inglês, Kata-thermometer.
6
Em inglês, Effective Temperature.

34
Figura 08: Representação original da Temperatura Efetiva (HOUGHTEN & YAGLOU, 1923 apud
AULICIEMS & SZOKOLAY, 1997)

YAGLOU & MILLER (1925) – Os autores realizaram experiências adicionais


ao estudo anterior visando incorporar os efeitos da velocidade do ar. Descobriram
que há diferenças em decorrência da influência das estações do ano, por causa do
tipo de vestimenta. Resulta daí um novo intervalo de conforto, válido para o período
de inverno.

YAGLOU & DRINKER (1929) – Neste trabalho, novas experiências foram


realizadas para verificar a influência do verão no conforto humano. Segundo Stilpen
(2007:08), não foram feitas restrições quanto às vestimentas e a sensação térmica
das pessoas foi obtida através do voto, usando a seguinte escala: 1- Frio / 2 -
Confortavelmente frio / 3 - Muito confortável / 4 - Confortavelmente quente / 5 –
Quente.
O intervalo de conforto para o verão foi obtido incluindo todas as temperaturas
votadas como confortáveis e não apenas as que satisfaziam pelo menos 50 % das
pessoas, como apontava o trabalho de 1923. Foi gerado outro ábaco (Figura 09),
além daquele válido para pessoas despidas da cintura para cima, chamado de
escala básica. O outro era para pessoas normalmente vestidas, chamado de escala

35
normal. Nesses ábacos, as temperaturas efetivas eram obtidas em função da
velocidade do ar e das temperaturas de bulbo seco e úmido (Figura 10).

Figura 09: Escala de temperatura efetiva básica (para homens despidos da cintura para cima).
Fonte: Laboratori di Strumentazione Industriale, (1997:36) apud Ruas (2002).

36
Figura 10 – Escala de temperatura efetiva normal (para pessoas normalmente vestidas)
(Fonte: Szokolay, 1980 apud Stipen, 2007)

VERNON & WARNER (1932) – Propuseram uma correção na Temperatura


Efetiva. Utilizaram o termômetro de globo para fazer uma correção na radiação,
substituindo a temperatura de bulbo seco pela temperatura de globo no ábaco
desenvolvido anteriormente. Assim, passou a denominar-se Temperatura Efetiva
Corrigida (CET)7.

DUFTON (1932) – Conforme descrito por Bogo et al. (2004:13), o autor


desenvolveu um indicador de conforto simulando a taxa de perdas do corpo humano

7
Em inglês, Corrected Effective Temperature

37
que significa Temperatura Equivalente. Ele considerava o calor irradiado e
desprezava a umidade relativa do ar em suas análises, elaborando deste modo um
aparelho para medir este índice, o Espateoscópio ou Eupatheoscope. Segundo Sá
(1938) apud Oliveira (2003:47), Dufton desconsidera a umidade do ar por pensar
que a mesma pode ser considerada desprezível para ambientes internos na
Inglaterra, porém ele relata que a umidade é um fator importante para temperaturas
acima de 28,9ºC. Também foi conhecida como Temperatura Equivalente Britânica
(BET)8.

BEDFORD & WARNER (1934) – Utilizaram o termômetro de globo e o


catatermômetro para os estudos de ventilação e calor.

SÁ (1934) – No primeiro estudo brasileiro sobre conforto térmico, o


engenheiro carioca Paulo Sá realiza comparações entre os valores de Temperatura
Efetiva obtidos nos Estados Unidos e Brasil. De acordo com Lamberts & Andreasi
(2003:05), a pesquisa foi realizada em 1931, com 13 alunos (de 13 a 17 anos), entre
11h00 e 12h00 (em diversos dias). Respondiam a um questionário com indicações
de sensação térmica ao mesmo tempo em que eram coletados dados de
temperatura, umidade e velocidade do ar. Como resultado, constata uma divergência
na ET em até 3,6º (EUA: 19,5ºC e Brasil 22,5ºC).

BEDFORD (1936) – elaborou o Equivalente de Calor9 (EC), incluindo os


efeitos da radiação, umidade, temperatura e movimento do ar. Para Koenigsberger
et al. (1977:66), o EC pode ser confiável na zona de conforto entre 30ºC (com
umidade alta e 35ºC (com umidade relativa baixa), mas é questionável por não levar
em conta o efeito de resfriamento do movimento do ar nas altas umidades.

WINSLOW, HERRINGTON & GAGGE (1937) – de acordo com Bogo et al.


(2004:14), demonstraram o equilíbrio das trocas térmicas com o ambiente, através
da convecção, evaporação e radiação.

8
Em inglês, British Equivalent Temperature
9
Em inglês, Equivalent Warmth (EW).

38
GAGGE, HERRINGTON & WISLOW (1937) – Desenvolveram a Temperatura
Operativa10, originalmente uma medida do efeito físico das paredes circundantes e a
temperatura do ar ambiente.

GAGGE (1941) – Expandiu os trabalhos com a Temperatura Operativa e a


denominou Temperatura Operativa Padrão incluindo o movimento do ar e medindo a
perda de calor do corpo humano por radiação e convecção.

ROBINSON, TURRELL & GERKING (1945) – Publicaram estudos que


estabeleceram o Índice de Efeito Fisiológico11. Analisaram cinco homens, os quais
foram expostos a um ambiente quente por algumas horas, com diferentes tipos de
vestimenta e atividade.

SIPLE & PASSEL (1945) – Em seus estudos no continente antártico


trabalharam com o poder de resfriamento da atmosfera ou índice de temperatura e
resfriamento pelo vento12, exemplificado na tabela 05. Conforme Monteiro (2008:47),
o equipamento utilizado neste estudo consistia de cilindros plásticos preenchidos
com água, expostos ao vento, em diferentes temperaturas, fazendo assemelhar-se
com os corpos humanos, uma vez que somos basicamente constituídos por água.
Observou-se o tempo necessário para congelar a água, em intervalos de
temperatura de -9ºC a -56ºC e velocidades do vento chegando a 12m/s. De acordo
com este índice, os valores vão de >0,0 (classificado como extremamente quente)
até >2326,0 (extremamente congelante).

10
Em inglês, Operative Temperature (OT).
11
Em inglês, Index of physiological effect (Ep).
12
Em inglês, Wind Chill Temperature Index (WCTI)

39
Tabela 05: Índice Wind Chill.
(Fonte: http://www.fundacentro.sc.gov.br/windchill/metod_twc.php#)

RIBEIRO (1945) - O brasileiro Benjamim Alves Ribeiro, em seu trabalho


intitulado Contribuição ao Estudo do Conforto Térmico, propôs conhecer os valores
de conforto térmico para a cidade de São Paulo, em função dos índices de
Catatermometria e Temperatura Efetiva. De acordo com Lamberts & Andreasi
(2003:07) foi aplicado um questionário com 47 moças com idade entre 18 e 29 anos,
durante o inverno. Após 20 observações, foram apurados 776 votos individuais,
obtendo-se as seguintes correlações: 0,85 (Temperatura Efetiva); 0,95 (Temperatura
de bulbo seco); 0,39 (Temperatura de bulbo úmido). Os valores de conforto obtidos
foram de 19,5ºC (ET) e 21ºC (Bulbo seco).

IONIDES, PLUMMER & SIPLE (1945) – Propuseram a Taxa de Aceitação


Térmica, uma medida de estresse térmico aplicada em ambientes quentes.

ROWLEY, JORDAN & SNYDER (1947) – Conforme Xavier (2006:15), a maior


parte dos cientistas de todo o mundo utilizava até então a Temperatura Efetiva
Corrigida, na avaliação do conforto térmico. Após este trabalho de 1947 verificou-se
que a escala até então vigente superestimava o efeito da umidade nas baixas
temperaturas e, ao mesmo tempo, subestimava o efeito da umidade nas altas
temperaturas.

40
McARDLE et al. (1947) – Com a colaboração de outros pesquisadores foi
desenvolvido para o Hospital Nacional de Londres a Taxa de Suor Prevista para 4
horas13. Foi utilizada para prever a perda de suor através de diversas condições,
levando em consideração a roupa e a taxa de energia consumida (Figura 11).

Figura 11: Nomograma para determinação do P4SR (McCardle, 1947).


(Fonte: Auliciems & Szokolay, 1997)

GROCOTT (1948) – Realizou trabalho utilizando a Temperatura Efetiva, a fim


de estabelecer limites máximos de conforto no Oriente Médio, em casas
condicionadas da Companhia de Óleo Anglo-iraniana.

13
P4SR, do inglês Predict 4-Hours Sweat Rate

41
MISSENARD (1948) – Desenvolveu a Temperatura Resultante14 (RT), quando
incluiu os efeitos da umidade e movimento do ar em pesquisas com indivíduos com
e sem vestimenta. De acordo com Monteiro & Alucci (2007:45), utilizando os
experimentos similares aos usados por Houghten, porém com maior período de
duração, chegou-se a respostas mais satisfatórias e coerentes quando comparadas
a Temperatura Efetiva. De acordo com Araújo (1996), a primeira definição prática
deste índice foi a de que a temperatura de globo reproduzia o comportamento de um
corpo humano. Em 1935, Missenard demonstrou que os coeficientes de transmissão
por radiação e convecção do corpo humano são os mesmos para o diâmetro de
90mm do termômetro de globo (para o ar parado). Segundo Givoni (1976) a RT é
precisa para climas moderados, mas não se aplica às condições tropicais, pois não
leva em conta os efeitos de resfriamento do movimento do ar acima de 35ºC e dos
80% de umidade relativa (Figura 12).

14
Em inglês, Resultant Temperature.

42
Figura 12: Nomograma de Temperatura Resultante, de Missenard (1948)
(Fonte: Auliciems & Szokolay, 1997)

YAGLOU et al. (1950) – Aperfeiçoamento da Temperatura Efetiva, incluindo


trocas por radiação. A temperatura de globo é considerada em lugar da temperatura
do ar, no nomograma padrão (Temperatura Efetiva Equivalente)15;

DRYSDALE (1950) – Em seu trabalho Climate and Design of Buildings,


publicado na Austrália, sugere para estudos em países subtropicais a utilização da
temperatura de bulbo seco como escala de conforto. De acordo com Olgyay
(1998:18), define-se neste artigo que o estado quente e seco proporciona uma
sensação satisfatória de calor até o momento de produção de transpiração e suor.

15
Em inglês, Equivalent Effective Temperature.

43
RAO (1952) – Por meio de estudos em Calcutá (Índia), incorporou a umidade
e a velocidade do ar para a determinação da Temperatura Efetiva na localidade.

MOOKERJEE & MURGAI (1952) – Também utilizaram a Temperatura Efetiva


para estudar o conforto térmico no norte da Índia durante o verão.

ELLIS (1952) – Através da aplicação de questionários em tripulantes de navio


de guerra em Singapura, o autor examinou o conforto térmico dos indivíduos em um
intervalo de seis meses, enquanto percorriam o oceano entre as zonas tropicais e
temperadas. Diferenças foram observadas, principalmente quando compararam
indivíduos já aclimatados àqueles sensíveis ao calor e não acostumados a trabalhar
em ambientes como o estudado. Usou o índice de Temperatura Efetiva, chegando a
valores de conforto neste ambiente de 25ºC a 26,1ºC.

ELLIS (1953) – Utilizando a Temperatura Efetiva, examinou o conforto térmico


em navios de guerra, encontrando várias diferenças entre indivíduos europeus e
asiáticos habitantes em Singapura.

NEWLING (1954) – Em Singapura, tendo como objeto um boneco construído


de metal, com estatura média de um ser humano (conhecido como “homem de
metal”) examinou o efeito da Temperatura Radiante Média16.

LADELL (1955) – Publicou artigo com resultados de estudos com


trabalhadores de minas de carvão na Nigéria, utilizando o índice desenvolvido por
McArdle, em 1947 (P4SR), constatando desconforto pela excessiva umidade e baixa
ventilação do local.

AMBLER (1955) – Concluiu que a Temperatura Efetiva era um bom índice de


conforto para europeus que residiam na Nigéria.

BELDING & HATCH (1955) – Desenvolveram um índice na Universidade de


Pittsburgh para avaliar o estresse térmico em indústrias (Índice de Esforço Térmico –

16
Em inglês, Mean Radiant Temperature.

44
IET)17. Este inclui a energia despendida e as trocas por radiação entre o operário e
seu entorno. Segundo Araújo (1996:13), os autores partiram da teoria do equilíbrio
térmico e suas equações, além de experiências com pessoas expostas a
determinadas condições ambientais, do calor produzido por metabolismo e da
capacidade evaporativa do ambiente.

LEE (1956) – Em seu trabalho denominado Proprioclimates of man and


domestic animals, Douglas Lee define níveis de conforto e desconforto por meio de
um índice de tensão térmica (Thermal Strain Index - TSI), que inclui valores de
temperatura, movimento do ar, energia despendida e roupas utilizadas (Figura 13).

Figura 13: Carta do Índice de Tensão Térmica, proposto por Lee (1956).
(Fonte: Auliciems & Szokolay, 1997)

17
Em inglês, Heat Stress Index (HSI)

45
OLGYAY & OLGYAY (1957) – Os irmãos Aladar e Victor publicaram o livro
Solar Control and Shading Devices, onde discorrem sobre os padrões arquitetônicos
de várias partes do mundo e métodos para projetos de edificações, levando em
consideração a insolação incidente, além de outras variáveis ambientais. Ressaltam
para a importância do uso de dispositivos de sombreamento, utilizando cartas
solares para definir a orientação do habitáculo e padrões construtivos a serem
desenvolvidos de modo a minimizar ou aproveitar melhor os efeitos da radiação
direta. Desenvolvem a carta bioclimática (Figura 14), para habitantes de zonas
temperadas dos Estados Unidos.

Figura 14: Carta Bioclimática de Olgyay, para regiões de clima temperado. (Olgyay & Olgyay, 1957)

46
YAGLOU & MINARD (1957) – Idealizaram o Índice de Bulbo Úmido e
Termômetro de Globo18. Este índice inclui os efeitos da radiação solar e terrestre,
temperatura do ar, umidade e velocidade do vento. É adotado pela NR1519 do
Ministério do Trabalho no Brasil, para avaliação de ambientes de trabalho (Figura
15).

Figura 15: Limites permitidos de exposição de calor previsto pelo índice WBGT.

WEBB (1959) – Desenvolveu o Índice de Conforto Equatorial20, o qual inclui o


efeito da temperatura, umidade e movimento do ar. Ele sugere seu uso para
Singapura e outras partes intertropicais úmidas. O nomograma desenvolvido na
pesquisa está na figura 16.

18
Em inglês, Wet Bulb Globe Temperature – WBGT
19
BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora n° 15. Atividades e Operações
Insalubres. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/Empregador/segsau/Legislacao/Normas/>. Acesso em 10/06/2011.
20
Em inglês, Equatorial Comfort Index (ECI)

47
Figura 16: Nomograma do Índice de Conforto Equatorial de Webb.
Fonte: Auliciems & Szokolay, 1997

THOM (1959) – Em seu artigo, Earl Thom propõe o Índice de Desconforto


(ID)21. Sua equação é: ID = 0,4 ( Ts + Tu ) + 4,8 (sendo Ts temperatura de bulbo
seco e Tu temperatura de bulbo úmido).
Descreve que nos Estados Unidos a indústria que produzia os aparelhos de
22
ar condicionado adotava o sistema CDD cooling-degree-day , o qual sugere que
acima de 23,8ºC havia maior necessidade de uso de condicionamento de ar. Porém,
não consideravam a ventilação e a umidade do ambiente. O autor traça no mapa do
território norte-americano isolinhas comparando os valores obtidos no sistema CDD
e utilizando o Índice de Desconforto, em julho de 1956. Há similaridade nos valores
médios diários, porém, há uma pequena variação nos dados plotados das 15 horas.

KOCH, JENNINGS & HUMPHREYS (1960) – Modificaram a Temperatura


Efetiva para permitir a inclusão gradual da umidade sem alterar a zona de conforto;

21
Em inglês, Discomfort Índex (DI).
22
É uma unidade utilizada para relacionar a temperatura do dia para as demandas de energia de ar
condicionado. O valor representa o número de dias em que a temperatura excedia 23,8ºC.

48
PEGUY (1961) – Conforme Funari (2006), o autor desenvolveu neste trabalho
um índice denominado Temperatura Ótima (TO), normalmente utilizado para se
estabelecer o saldo de calor ambiental em determinado ambiente (TO=32-0,18 UR).

GIVONI (1962) – Segundo Bogo et al. (2004:14), o autor desenvolveu neste


trabalho um índice de estresse térmico acreditando que a secreção de suor é
necessária para encontrar o resfriamento evaporativo para o balanço da produção
de calor metabólico e as trocas térmicas com o meio ambiente.

HINDMARSH & McPHERSON (1962) – Trabalharam com temperaturas de


bulbo seco para chegar à temperatura ideal de conforto no verão e inverno, em
Sidney (Austrália).

McPHERSON (1962) – Neste artigo, o autor discorre sobre os índices de


conforto utilizados até então em trabalhos científicos, destacando que há muitas
semelhanças entre eles. Sugere o agrupamento por classes, de acordo com o tipo
(podem ser baseados em fatores físicos, troca de calor com o ambiente, taxa de
suor etc).

OLGYAY (1963) - Trabalho pioneiro na abordagem do tema de maneira


multidisciplinar, correlacionando a Climatologia, a Biologia, a Arquitetura e a
Engenharia. A Carta Bioclimática descreve a interação entre variáveis climáticas e a
sensação de conforto humano. Caso a temperatura e a umidade relativa do ar
estejam fora da zona de conforto, deve-se recorrer às medidas corretivas propostas
no gráfico, em função do vento e da radiação solar. Embora a carta bioclimática
tenha sido desenvolvida para a zona de clima temperado dos Estados Unidos, ela
pode ser utilizada em outras zonas climáticas, desde que haja as devidas
adaptações. O autor sugere um acréscimo de 2º a 3ºC na zona de conforto a ser
considerada para locais de temperaturas mais elevadas e um decréscimo
equivalente em zonas de temperaturas mais baixas. Na figura 17, observamos um
esquema bioclimático, com a zona de conforto e os exemplos de medidas para se
tornar o ambiente equilibrado termicamente.

49
Figura 17: Índice esquemático bioclimático (OLGYAY, 1963)

TREDRE (1965) – Realizou a avaliação da Temperatura Média Radiante, em


ambientes internos. Os experimentos, realizados em sala com temperatura
controlada, foram aplicados em modelos de metal, simulando um adulto em pé e
sentado. Concluiu que os valores de termômetro de globo (a 114 centímetros do
chão) podem estimar bem a carga térmica de um homem no ambiente interno (em
pé ou sentado).

NEVINS et al. (1966) – Concluíram que entre os usuários pesquisados, as


mulheres preferem uma temperatura de 0,3ºC mais alta que os homens e que tal
mudança foi considerada estatisticamente significativa (ARAÚJO, 1996:38).
Conforme Stilpen (2007:11), neste trabalho os autores formaram setenta e dois

50
grupos de dez pessoas, cinco homens e cinco mulheres, expostos, por três horas, a
diferentes condições de teste. Foram englobadas setenta e duas condições
diferentes, que resultaram da combinação de nove temperaturas de bulbo seco com
oito valores de umidade relativa. As pessoas vestiam uma roupa padrão e
executavam atividades sedentárias. A velocidade do ar mantida no ambiente
controlado era inferior a 0,2 m/s e a temperatura superficial das paredes era igual à
temperatura de bulbo seco. A sensação térmica das pessoas foi obtida através do
voto escrito, que era colhido após uma hora de exposição e depois a cada meia hora
até que fossem completadas as três horas. A escala utilizada foi a seguinte: 1 -
Muito frio; 2 – Frio; 3 - Levemente frio; 4 – Confortável; 5 - Levemente quente; 6 –
Quente; 7 - Muito quente23.

FANGER (1967) – A partir de uma equação geral de conforto utilizou a


combinação de variáveis ambientais (temperatura média radiante, velocidade do ar,
umidade relativa, temperatura do ar, níveis de atividade e vestimenta) para o cálculo
de um índice (BOGO et al.,2004).

GIVONI & BERNER (1967) – De acordo com Koenigsberger et al. (1977 apud
DUMKE, 2002), estes autores criaram em Israel o Índice de Fadiga Térmica24,
baseado em um modelo biofísico considerando todos os fatores térmicos subjetivos
e objetivos do sistema térmico humano. O modelo trata dos mecanismos de troca de
calor entre o corpo e o meio, nos quais pode ser computada a tensão térmica total,
somando-se a metabólica e a ambiental.

VAN STRAATEN (1967) – Aponta que no desenvolvimento do projeto


arquitetônico, o estudo do clima deve ser baseado na descrição do tempo a partir da
análise dos dias tipicamente quentes no verão e os tipicamente frios no inverno. Cita
que nos lugares onde a variação diurna é elevada (característico de clima quente e
seco), o desempenho térmico não deve ser expresso em termos de valores médios
(SCARAZZATO, 1988).

23
Em diversos estudos, o trabalho é citado e referenciado como Rohles et al, quando na verdade
este não é o primeiro autor.
24
Em inglês, Index of Thermal Stress (ITS). Em muitas publicações, encontra-se esta referência como
sendo de um trabalho de Givoni, em 1962 (Índice de Stress Térmico), como já citado neste capítulo.

51
McNALL et al. (1967) - Uma boa contribuição ao estudo do conforto térmico
foi oferecida por este deste trabalho, que definiu, a partir de uma amostra de
quatrocentas e vinte pessoas de ambos os sexos, a temperatura de neutralidade
térmica e o intervalo de conforto para as atividades leve, média e pesada (XAVIER,
2006:16).

GIVONI (1969) – Baseando-se nos estudos de Olgyay e no Índice de


Estresse Térmico (Index of Thermal Stress – ITS) de Givoni & Berner, o autor
divulgou, em 1969, um método que permite determinar as estratégias para
adaptação do ambiente construído ao clima local, visando ao conforto térmico.
Considerando usuários aclimatados e em atividade sedentária, o autor determinou
as estratégias necessárias para cada condição de temperatura do ar e umidade
relativa sobre o Diagrama Bioclimático, desenvolvido sobre gráfico psicrométrico
convencional, facilitando a análise climática e a seleção de alternativas de projeto
(Figura 18). O Diagrama Bioclimático de Givoni considera os efeitos da própria
edificação sobre o ambiente interno, diferindo da Carta Bioclimática de Olgyay, que
observava apenas as condições climáticas externas (GONZALEZ et al., 1986 apud
DUMKE, 2007:152).

Figura 18: Diagrama de Givoni, 1969

52
AULICIEMS (1969) – Para este trabalho foram coletados dados referentes à
sensação térmica de 624 crianças adolescentes da Inglaterra (378 meninos e 246
meninas). Foram utilizados para as medições das variáveis ambientais o
psicrômetro de Assmann (temperatura e umidade relativa), Catatermômetro
(movimento do ar), e radiação (termômetro de globo). A pesquisa, realizada no
inverno, utilizou a escala de Bedford (1936), a partir da qual a sensação térmica era
apontada através de avaliações variando desde Muito Quente (+3) a Muito Frio (-3).
Ao final, os resultados apontaram uma zona de conforto que indicava 60% das
crianças em situação de conforto, com temperaturas de bulbo seco entre 15 e 21ºC.

MAHONEY (1969)25 – Segundo Gonçalves et al. (2003), o conceito inicial dos


quadros de Mahoney foi desenvolvido quando os consultores Robert Mathew e
Johnson Marshall elaboravam diretrizes para o projeto de escolas secundárias na
Nigéria, com um financiamento do Banco Mundial. O arquiteto Carl Mahoney, da
Architectural Association School, Londres, foi incorporado à equipe e foi responsável
pelos estudos climáticos. Os quadros foram desenvolvidos para responder a duas
questões principais: Como a arquitetura deveria mudar em resposta às variações
climáticas? (O clima na Nigéria apresenta grande diversidade, variando de quente-
úmido no litoral a quente-desértico na porção continental); Qual a região geográfica
a que se aplicam as recomendações desenvolvidas a partir da análise climática?
O método desenvolvido por Mahoney tem sido usado desde então, em muitos
países e contextos climáticos. Os dados disponíveis em Normais Climatológicas são
anotados em planilhas e comparados com limites de conforto pré-estabelecidos. Isto
permite identificar grupos de problemas climáticos dominantes e, para cada grupo,
obter recomendações técnicas de projeto. De acordo com Alucci (1992:27), é um
dos poucos índices que levam em consideração as características climáticas
regionais ao indicar limites aceitáveis de temperatura para o conforto.
O trabalho foi publicado pela primeira vez em uma monografia (ONU, 1971),
na qual Mahoney dividiu a autoria com os professores John Martin Evans e Otto
Koenigsberger. O trabalho já incluía os ajustes resultantes do teste da metodologia
em mais de 50 contextos climáticos diferentes, trazendo exemplos de
recomendações em seis tipos climáticos distintos. A publicação original circulou

25
Trabalho publicado em 1971, pela Organização das Nações Unidas.

53
principalmente entre os órgãos governamentais e teve uma distribuição reduzida nos
meios acadêmicos.
O método foi desenvolvido a partir de uma pesquisa para obter informações
básicas sobre o impacto do clima nas condições de conforto e projeto ao longo do
ano. Os meses foram classificados em uma escala de conforto de cinco pontos
(ASHRAE, 1997; ISO, 1995 apud GONÇALVES et al., 2003). Identificaram-se os
meses em que eram utilizadas estratégias bioclimáticas de aquecimento ou
resfriamento. A pesquisa demonstrou uma variação da zona de conforto em função
da temperatura média anual. Bedford (1961) já havia demonstrado que a zona de
conforto varia com a temperatura média mensal (TMA). Posteriormente, Humphreys
(1975) comparou diversos estudos de campo e equações de regressão,
relacionando a temperatura de conforto com a média mensal. A fim de simplificar a
análise de conforto, foram estabelecidas três faixas para a TMA (maior que 20ºC;
entre 15 e 20º C; menor que 15ºC) e quatro faixas para a umidade relativa (0-30%;
30-50%; 50-70%; 70-100%). Os limites de conforto foram estabelecidos para o
período diurno e noturno, considerando variações na vestimenta e taxa metabólica.
As temperaturas médias mensais máximas e mínimas são comparadas com
os limites de conforto, obtendo-se um diagnóstico inicial de estresse térmico (quente,
confortável e frio). Os dados mensais de estresse térmico, em conjunto com as
informações sobre o clima, definem um grupo de "indicadores" bioclimáticos para o
projeto. Foram definidos seis indicadores (três relacionados com climas úmidos e
três com climas áridos). As recomendações de projeto são, então, obtidas a partir da
análise do número de meses ao longo do ano em que cada indicador é aplicável.
Inicialmente, são obtidas recomendações em termos de forma, orientação e
espaçamento entre os edifícios e, em seguida, obtêm-se recomendações para os
componentes construtivos, como tamanho e posição de aberturas, características
térmicas de paredes e coberturas.
Dentre as limitações desta metodologia, destaca-se que foi desenvolvida para
climas quentes. Dentre as vantagens, salienta-se que apresenta um processo
metodológico explícito, conjugando dados climáticos, análise de conforto térmico e
indicação de estratégias bioclimáticas, além de possuir dados de entrada
simplificados e padronizados: a análise é feita a partir de dados geralmente
disponíveis para muitos centros urbanos, inclusive em nível global, já que se baseia
em dados da rede meteorológica mundial, gerados e tratados segundo um mesmo

54
procedimento por todas as estações climatológicas participantes da rede. Outro
ponto favorável é a praticidade, já que produz recomendações relativas a
componentes construtivos (GONÇALVES et al., 2003).

FANGER (1970) – Pesquisador, à época, do Laboratório de Calefação e


Condicionamento de Ar da Universidade Técnica da Dinamarca e do Instituto de
Pesquisas Ambientais da Universidade de Kansas, nos Estados Unidos, o
dinamarquês Povl Ole Fanger publicou seu trabalho intitulado Thermal Comfort
utilizando o arcabouço teórico de diversas áreas, atuando de modo multidisciplinar
na elaboração de sua obra (transferência de calor e massa, fisiologia e psicofísica,
ergonomia, biometeorologia, arquitetura e engenharia têxtil). Segundo Dumke
(2002:57), sua visão holística se reflete em sua equação geral, sendo assim
correlacionadas a sensação térmica, a vestimenta, a atividade metabólica, além das
variáveis ambientais (temperatura do ar, velocidade do vento, umidade relativa do ar
e temperatura radiante).
Desenvolveu assim o Voto Médio Estimado26, que representa a sensação
térmica humana em relação ao ambiente, numa escala que varia de -3,0 (muito frio)
a +3,0 (muito calor). No ponto 0 (zero) nesta escala, o indivíduo apresenta uma
condição de neutralidade térmica (quando uma pessoa não prefere nem mais calor
nem mais frio no ambiente ao seu redor). O PMV foi relacionado então com a
Porcentagem de Pessoas Insatisfeitas27 (Figura 19). Os dados utilizados para a
pesquisa foram reunidos após estudos em câmaras climatizadas com mais de 1300
pessoas (RUAS, 2002:3). Segundo Fanger (1970 apud Oliveira, 2003:3), para
determinado nível de atividade, a temperatura média da pele e a taxa de secreção
do suor podem ser consideradas como as únicas variáveis fisiológicas que influem
sobre o equilíbrio de calor na equação do conforto térmico. Essa é a hipótese
principal do método do Voto Médio Estimado.

26
Em inglês, Predicted Mean Vote (PMV)
27
Em ingles, Predicted Percentage of Dissatisfied (PPD)

55
Figura 19: Porcentagem de insatisfeitos em função do PMV (Fonte: Fanger, 1970 apud Stilpen, 2007)

ROHLES et al. (1970) - Na tentativa de determinação das condições térmicas


ideais para indivíduos sedentários, 1600 estudantes em idade universitária foram
expostos em grupos de 10 indivíduos, cinco homens e cinco mulheres, para 20
temperaturas de bulbo seco variando de 15,5ºC a 36,6ºC, com oito umidades
relativas determinadas: 15, 25, 35, 45, 55, 65, 75 e 85 por cento. Foi estabelecido
que comunicassem as suas sensações térmicas em um voto a cada meia hora. Os
resultados mostraram que, para indivíduos sedentários em vestuário padrão, com
um valor de 0,6 clo por três horas, o voto 'confortável' variou de 16,6ºC a 36,6ºC.
Além disso, verificou-se que os homens sentem mais calor do que as mulheres
durante a primeira hora com determinadas temperaturas e umidade.

GAGGE, STOLWIJK & NISHI (1971) – Segundo Ruas (2002:37), os autores


deste estudo propuseram uma nova escala de temperatura efetiva 28 (ET*), baseada
num modelo fisiológico da regulação térmica humana o qual tem a superfície
molhada da pele, a temperatura interna do corpo e a temperatura média da pele
como principais parâmetros associados à sensação térmica. A ET* corresponde à
temperatura uniforme de um ambiente imaginário com umidade relativa de 50% e ar
parado, no qual uma pessoa trocaria a mesma quantidade de calor por radiação,
28
Também conhecida como Nova Temperatura Efetiva

56
convecção e evaporação, se comparado ao ambiente real, considerando o mesmo
teor de superfície molhada e temperatura média da pele.
A ET* é representada graficamente em função da temperatura do ar, da
temperatura radiante média e da umidade. A representação se dá através de linhas
onde o teor de umidade da pele é constante. Essas linhas são numericamente
identificadas pelo correspondente valor da temperatura do ar no ponto do seu
cruzamento com a linha de umidade relativa de 50 %. Os gráficos são específicos
para cada combinação de vestimenta, atividade física e velocidade do ar, tendo em
vista que é impossível criar um ábaco universal devido à dependência da ET*
dessas variáveis; na figura 20 é possível observar as linhas de ET* para duas
atividades diferentes.

Figura 20: Representação da Nova temperatura Efetiva. Fonte: ASHRAE (1997) apud Ruas (2002)

57
GAGGE, NISHI & GONZALEZ (1972) – Definiram a Nova Temperatura Efetiva
Padrão29. Ruas (2002:39) explica que a SET é a temperatura uniforme de um
ambiente imaginário, sem vento, com temperatura igual a temperatura média
radiante, em que uma pessoa com vestimenta padrão para aquela atividade, com a
mesma temperatura média e teor de superfície molhada da pele, teria a mesma
perda de calor que no ambiente real. A atividade é a mesma no ambiente real e no
imaginário e a vestimenta é padrão para aquela atividade.

KOENIGSBERGER (1973) – Neste trabalho, o autor trata dos principais


controles climáticos, dos índices de conforto conhecidos até então e das principais
medidas a serem estabelecidas para que as edificações atinjam níveis de conforto
ambiental satisfatórios. Relata detalhadamente, com exemplos, a Temperatura
Efetiva Corrigida, com aplicações no ábaco. Há substituição dos valores de
temperatura de bulbo seco pela temperatura de globo. Faz uma revisão da carta
bioclimática de Olgyay (1963), adaptado para climas quentes. Conforme observado
na figura 21, a zona de conforto está delimitada entre as temperaturas de bulbo seco
(eixo vertical) de 21ºC e 30ºC e entre as umidades relativas (eixo horizontal) de 16%
e 78%. A carta foi desenvolvida para indivíduos que realizam trabalho sedentário e
vestem 1,0 clo (KOENIGSBERGER et al., 1977).

29
Em inglês, New Standard Effective Temperature (SET)

58
Figura 21: Carta bioclimática de Olgyay adaptada para climas quentes
(KOENIGSBERGER et al, 1977).

MORGAN & BASKETT (1974) - Ao investigar os índices existentes, os


autores constataram que, em sua maioria, eram aplicáveis somente aos ambientes
internos, uma vez que não consideravam os efeitos da radiação solar. Também
detectaram a falta de integração entre os fisiologistas e os meteorologistas, pois os
índices se aprofundavam ou nos processos fisiológicos de trocas térmicas, ou nos
fatores ambientais; a outra parte era tratada de forma limitada. Os autores
propuseram então o MANMO (Man Model) que permite o cálculo da temperatura e
da umidade da pele a partir de fatores fisiológicos (tamanho, localização, atividade,
vestimenta) e ambientais (radiação, temperatura do ar, umidade e movimento do ar).
Os parâmetros foram relacionados ao grau de conforto de Winslow, Herrington e
Gagge (1937), e na relação de Fanger entre a temperatura confortável da pele e a
taxa metabólica, estabelecendo-se a sensação térmica (LOIS e LABAKI, 2001 apud
DUMKE, 2007:141).

NICOL (1974) – Determinou as taxas de suor para trabalhadores em Roorkee,


na Índia e Bagdá, no Iraque. Foram utilizados registros de temperatura de globo,
velocidade do vento e temperatura de bulbo seco e úmido, concomitante à análise

59
da sensação térmica em indivíduos nas localidades, em condições de tempo quente
e seco. Obteve-se uma correlação significativa da sensação térmica com a
temperatura de globo.

AULICIEMS (1975) – Após constatar que as sensações térmicas de inverno


nas escolas de Brisbane, no estado de Queensland (Austrália) estão relacionadas
com a temperatura do ar (desconforto pelo frio), Auliciems realiza um trabalho que
indica que a faixa de conforto para as crianças difere da faixa de conforto estudada
para adultos. Compara estes resultados com estudos anteriormente realizados na
Inglaterra (1969), demonstrando que na Austrália (clima subtropical) ocorre
desconforto por frio no inverno, enquanto que no país europeu (também no inverno)
ocorre estresse gerado por calor. Essas diferenças podem ocorrer por conta da
aclimatação diferenciada. No trabalho anterior (Inglaterra), a neutralidade térmica
alcançada é de 17ºC, ao passo que nas escolas australianas, fica em torno de 24ºC.

HUMPHREYS (1975) – Segundo Bogo et al. (2004:15), após examinar


aproximadamente trinta pesquisas de campo em diversos países, o autor propôs um
novo método para estimar a resposta média ao calor, em uma escala de sete
categorias, usando apenas a temperatura média do ambiente e a temperatura média
mensal experimentada nas primeiras horas da manhã.

HUMPHREYS (1976) – Neste outro trabalho, o autor substitui os valores


médios de temperatura externa por temperatura média no interior dos ambientes,
chegando a estabelecer boa correlação nos dois resultados (AULICIEMS &
SZOKOLAY, 1997:45).

LANDI (1976) – Teve por objetivo demonstrar imprecisões na avaliação da


sensibilidade humana (LAMBERTS & ANDREASI, 2003:07). Sugere que, enquanto
as pesquisas realizadas em câmaras climáticas têm as condições ambientais
controladas, as realizadas em campo, quando a atividade e a vestimenta do
indivíduo interferem sobremaneira na avaliação de conforto, podem levar a
resultados insatisfatórios. A estes erros, complementa, somam-se as diferenças de
comportamento de pessoa para pessoa, dificultando assim uma análise genérica da
sensibilidade térmica.

60
HUMPHREYS (1978) - Com resultados de aproximadamente sessenta
estudos de campo, realizados em diversas regiões do mundo, o pesquisador
observou que as temperaturas preferidas nos interiores das edificações
apresentavam acentuada dependência em relação às médias mensais das
temperaturas externas. Para ambientes sem climatização artificial, esta dependência
poderia ser expressa por uma equação linear (RORIZ, 2003:339). Para ambientes
sem condicionamento térmico artificial, Humphreys identificou a seguinte equação:
TC = 11.9 + 0.534 TME, sendo: TC: temperatura média confortável em ambiente
interior (ou temperatura “neutra”, TN); e TME: temperatura média mensal do
ambiente exterior.

LIM & RAO (1977) – Após estudos em escolas e centros comerciais em


Singapura, confirmou-se que o Índice de Conforto Equatorial de Webb (ECI) é
aplicável, com a ressalva que o ECI neutro poderia ser rebaixado de 26ºC para 25ºC
(BOGO et al., 2004).

FUNARI (1979) – O autor realizou o trabalho “Balanço do Calor Ambiental no


Estado de São Paulo” usando a fórmula de Peguy (Temperatura Ótima).

MASZRIA (1979) – A finalidade do livro consiste em relacionar os tipos de


construção e materiais utilizados, com o clima, visando maior conforto dos
ocupantes. Chama a atenção para as diferenças regionais e suas particularidades,
com relação ao clima e os ambientes construídos. O autor sugere que se trabalhe
com a arquitetura passiva, minimizando o uso do ar condicionado nos ambientes
internos, utilizando estratégias que levem em conta a orientação do Sol e o clima de
cada localidade. Assim, um ambiente construído abarcando tais princípios pode
minimizar os efeitos do calor excessivo e reduzir os efeitos do rigor dos dias frios.
Demonstra também diagramas ou cartas solares, que servem para determinar o
ângulo do Sol e incidência da radiação nas construções, com variação diurna e
sazonal. As zonas geográficas abarcadas ficam entre os paralelos 56º N e 56 ºS.
(MAZRIA, 1983).

MASTERTON & RICHARDSON (1979) – Propõem o Índice Humidex (HU),


que fornece uma temperatura equivalente em função dos valores da temperatura e

61
da umidade relativa do ar. Vale ressaltar que o índice em questão considera apenas
as variáveis temperatura e umidade do ar, não considerando a velocidade do ar,
efeitos da radiação térmica e parâmetros do indivíduo (atividade e vestimentas). O
Humidex é utilizado pelo Serviço Meteorológico do Canadá (2000) como alerta para
a população. O índice classifica situações desde “sem desconforto” até “golpe
térmico iminente”. (MONTEIRO & ALUCCI, 2007:46).

JENDRITZKY et al. (1979) – De acordo com Monteiro (2008:58),


desenvolveram um modelo baseado no trabalho de Fanger (1970), adaptando o
PMV. Chama-se Modelo Climático de Michel30. Para a elaboração deste modelo, são
necessárias as seguintes entradas de dados: temperatura do ar, temperatura do
ponto de orvalho a dois metros do solo, velocidade do ar, altura do anemômetro
acima do solo, além de informações relativas à nebulosidade, como quantidade e
tipos de nuvens em vários níveis. Quanto às variáveis do indivíduo, adotou-se um
padrão, correspondente a um indivíduo alemão médio, de sexo masculino 31 de 35
anos de idade com 1,75m de altura, 75 quilos, andando a 4km/h em superfície
plana. Posteriormente, o modelo obteve diversas correções e adaptações, em
decorrência de suas limitações iniciais.

EVANS (1980) - O livro de John Martin Evans oferece recomendações para


projeto da casa em diferentes climas, tendo em conta uma série de fatores relativos
ao conforto (qualitativos e quantitativos). A questão fundamental tratada é como
atuais projetistas de edifícios podem aprender com as casas construídas no
passado, adaptadas a diferentes condições ambientais. O autor descreve como os
antigos construtores (das casas tradicionais ou vernaculares) estavam familiarizados
com as condições climáticas e ambientais. Como consequência, representou o
resultado de muitos anos ou séculos de otimização em relação a materiais, mão de
obra, organização doméstica e do clima. No entanto, Evans também argumenta que
é importante não romantizar formas tradicionais de habitação e reconhecer que elas
podem ser uma fonte enganosa no projeto de soluções para o presente (qualidade
incompatível com a modernização ou utilização, por exemplo, de materiais perigosos
ou de qualidade inferior).

30
Em alemão, Klima Michel Model (KMM)
31
O nome Michel foi adotado no modelo por ser muito comum na Alemanha.

62
ALUCCI (1981) – Discorre sobre os critérios utilizados na construção de
habitações em grande escala, em diversas partes do Brasil, já que não leva em
consideração (na maioria das vezes) o comportamento térmico dos materiais das
edificações. O objetivo do trabalho foi determinar para as diversas regiões do estado
de São Paulo recomendações aplicáveis a unidades habitacionais térreas, que
atendam às exigências higrotérmicas dos usuários. Deste modo, produziu-se um
conjunto de recomendações (para verão e inverno) concernentes às características
térmicas de coberturas, paredes e janelas dos habitáculos, além da orientação da
edificação. A regionalização estadual ocorreu com base no zoneamento agrícola. Os
dados meteorológicos externos foram obtidos junto ao DAEE (Departamento de
Águas e Energia Elétrica de São Paulo). A autora utilizou a Temperatura Efetiva em
seu trabalho.

ASHRAE (1981) – Esta escala de temperatura efetiva é normalmente vista


como um padrão para ambientes interno com a utilização de ar condicionado, sendo
mais aplicada em países com clima temperado. Leva em consideração o
metabolismo e atividades associadas do indivíduo.

PAGNEY e BESACENOT (1982) – Os autores utilizam três índices (K, THI e


U) para a avaliação do conforto em áreas tropicais. Os resultados obtidos ocorrem
em três níveis, sendo o desconforto anual, o ritmo sazonal e o diário
(VASCONCELOS, 1988:11).

TARIFA & VASCONCELOS (1982) – Segundo Funari (2006), os autores


empregaram a equação de Missenard (1948), para discorrer sobre o conforto
térmico de São Luís, no Maranhão.

JABARDO (1984) – Neste trabalho é enfatizada a avaliação do conforto


levando-se em consideração o tipo de atividade do indivíduo, além da vestimenta. A
publicação apresenta as técnicas adotadas por Fanger, a partir da década de 1970 e
a proposta da ASHRAE, que utilizam como parâmetros de avaliação o PMV e a
PPD. Inclui ainda um glossário com termos relativos ao conforto térmico humano.

63
NORMA ISO 773032 (1984) - Conforme Bogo et al. (2004:16), adota as
pesquisas de Ole Fanger para recomendar que em espaços de ocupação humana, o
PPD deve ser menor que 10%. Corresponde a uma faixa de variação do PMV de -
0,5 a +0,5. De acordo com Ruas (2001:45), o PMV e os intervalos de conforto para o
verão e para o inverno são dados em função de um índice térmico chamado de
temperatura operante (To) definida como a temperatura uniforme de um ambiente
imaginário no qual uma pessoa trocaria o mesmo calor por radiação e convecção
que no ambiente real não uniforme. Esta norma internacional sofreu uma atualização
em 1994. A nova versão incluiu a limitação da umidade relativa ao intervalo entre 30
e 70%, modificou as recomendações para a velocidade média do ar em atividades
sedentárias, que passou a ser dada em função da temperatura do ar e da
intensidade da turbulência.

BALDINI & TAVARES (1985) – Avaliaram o conforto e desempenho de alunos


em salas de aula, na cidade de Rio Claro, São Paulo. Para isso utilizaram a equação
de Peguy (Temperatura Ótima) modificada (Funari, 2006:36).

CASTELO (1985) - Trata-se de um estudo sobre sensação de conforto


humano que procurou delimitar espaços bioclimáticos para o estado de São Paulo
com base nas reações do homem face aos estímulos climáticos. O índice de
conforto foi aplicado aos dados climáticos (temperatura e umidade relativa) de trinta
e três estações meteorológicas distribuídas pelo estado. Para a delimitação destes
espaços, em função dos índices de sensação de conforto, a autora agrupou as
estações meteorológicas considerando as condições de conforto, a posição
geográfica e a altimetria. Foram estabelecidos treze espaços bioclimáticos
caracterizados e analisados segundo aspectos bióticos e abióticos, organizados em
três grupos principais, a saber: espaços bioclimáticos de ritmo regular ou definido,
espaços bioclimáticos de ritmo parcialmente regular ou de transição e espaços
bioclimáticos de ritmo irregular ou indefinido. (GALINA, 2006:82).

DE DEAR & AULICIEMS (1985) – Conforme Stilpen (2007:22), os autores


realizaram experiências em seis prédios de escritórios, em diferentes regiões

32
ISO Significa International Organization for Standardization e serve para normatizar e padronizar
uma série de serviços e produtos.

64
climáticas australianas, concluindo que a técnica proposta pela ISO não pode ser
usada universalmente, já que as temperaturas de neutralidade térmica obtidas foram
inferiores às previstas pelo PMV.

NORMA ISO 7726 (1985) – Segundo Bogo et al. (2004:16), especifica as


características mínimas de equipamentos para medição das quantidades físicas que
caracterizam um ambiente e os respectivos métodos de medição. Não define um
índice de medição de conforto específico a ser utilizado. Alterações foram realizadas
nesta norma em 1996 e 1998.

GONZÁLEZ et al. (1986) – Os autores adotaram uma nova zona de conforto a


partir da superposição de vários diagramas anteriores (Olgyay, Givoni, ASHRAE,
Yaglou-Drinker, Koenigsberger e Brooks), visando a obtenção de uma zona de
conforto para a Venezuela.

GAGGE, FOBLETS AND BERGLUND (1986) – Neste trabalho, os autores


utilizam o PMV, com nova escala de valores, considerando limites mais amplos para
temperaturas. Aqui temos uma adaptação do modelo com a proposição do PMV*. A
adaptação foi estabelecida pela à grande aceitação do índice PMV, de Fanger
(1970), para a avaliação de ambientes internos condicionados artificialmente.
Curiosamente, para a avaliação de ambientes externos, parece ser uma tendência a
adoção não de escalas predeterminadas, mas de temperaturas representativas de
sensação térmica. (MONTEIRO & ALUCCI, 2007:52). De acordo com Giralt
(2006:142), a escala é constituída de onze pontos, com valores entre +5
(intoleravelmente quente), +4 (muito quente), +3 (quente), +2 (aquecido), +1
(levemente aquecido), passando por 0 (neutra), indo até -5 (intoleravelmente frio),
ficando a faixa de conforto entre +2 e -2.

SHARMA & SHARAFAT (1986) - Para determinar os dados de conforto


relativos às condições climáticas preponderantes na Índia, os autores realizaram
observações simultâneas das sensações térmicas e condições ambientais,
desenvolvendo assim, durante o período de três verões consecutivos o Índice de
Verão Tropical (IVT)33 (ARAÚJO, 1996:23), observado na figura 22.

33
Em inglês, Tropical Summer Index (Tsi)

65
Figura 22: Índice de verão tropical. Fonte: Sharma & Sharafat (1986).

SZOKOLAY (1987) – O australiano Steven Szokolay desenvolveu um método


chamado Control Potencial Zone (CPZ), de análise de clima e projeto, com os dados
climáticos calculados e transferidos a uma carta psicrométrica, marcando-se a zona
de conforto a partir da Tn (Temperatura Neutra), variável de acordo com o clima. Ela
sempre está relacionada com a temperatura média externa. De acordo com Barbosa
(1997:37), os limites de temperaturas de bulbo seco adotados para a zona de
conforto no método CPZ estão entre 18,5°C e 28,5°C.

66
O sistema desenvolvido pelo autor permite o cálculo de limites específicos
para a zona de conforto de uma dada região distintamente, dependendo somente
das temperaturas médias do mês mais quente e do mês mais frio da região
estudada. A base de dados climáticos adotada pelo método de Szokolay é simples.
As temperaturas usadas são as médias das máximas e máximas mensais que são
armazenadas junto com o desvio padrão das mesmas. Conforme Szokolay (1995)
apud Barbosa (1997:38), o uso desta base de dados é simples, propiciando quase a
mesma confiabilidade de uma base de dados horários, com a vantagem de sua fácil
utilização.

AKUTSU, SATO & PEDROSO (1987) - Os pesquisadores do IPT (Instituto de


Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) utilizaram a metodologia de
Fanger (1970) para realizar este trabalho sobre o desempenho térmico de
edificações habitacionais e escolares no estado de São Paulo (FUNARI, 2006).

RORIZ (1987) – Adotou a Temperatura Efetiva Padrão no estudo do conforto


para a cidade de São Carlos (SP), em sua dissertação de mestrado (BOGO et al.,
2004).

VASCONCELOS (1988) – Trabalha com a representação cartográfica do


conforto térmico para o estado de São Paulo, utilizando-se de dados meteorológicos
do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e do DAEE (Departamento de Águas e
Energia Elétrica de São Paulo). Utiliza a metodologia de Missenard (1948), a
Temperatura Resultante, estabelecendo assim unidades e sub-unidades
homogêneas de conforto térmico, relacionando os atributos e os controles climáticos
regionais.

SCARAZZATO (1988) – Trabalho que procura elencar quais são os critérios


de medição de conforto térmico para se estabelecer índices que possam servir para
a arquitetura desenvolvida nas edificações brasileiras.

FROTA & SCHIFFER (1988) – As autoras discorrem sobre as exigências


fisiológicas com relação ao conforto térmico, abordando os mecanismos de
regulação térmica do corpo, o papel da vestimenta e as variáveis que influenciam no

67
conforto. Analisam também os índices e cartas bioclimáticas, os projetos
arquitetônicos e as respectivas adaptações/adequações às condições higrotérmicas
e de ventilação nos ambientes construídos.

ASHRAE 62 (1989) - Esta norma especifica as taxas de ventilação mínima e


qualidade do ar interior aceitável para os ocupantes humanos e destinados a
minimizar o potencial de efeitos adversos à saúde. Ela se aplica a todos os espaços
fechados os quais indivíduos possam ocupar.

ASHRAE 113 (1990) – Define um método para testar o estado de equilíbrio do


desempenho de difusão de ar, em um sistema de distribuição de ar, em zonas de
ocupação em espaços com edificações e especifica equipamentos e procedimentos
para a medição da velocidade e temperatura do ar.

NORMA ISO 8996 (1990) - Especifica diferentes métodos para a


determinação e medição da taxa de calor metabólico, no contexto da ergonomia do
ambiente de trabalho. A norma também pode ser utilizada para outras aplicações,
como a verificação da prática de atividades, o custo energético de atividades
específicas ou físicas, bem como o seu custo total energético. Há uma versão mais
atualizada, de 2004 (LAMBERTS et al., 2011).

RORIZ & BASSO (1991) - Segundo Barbosa (1997:47), estes autores


estudaram dez métodos que determinam sob quais condições um ambiente se torna
termicamente agradável. No estudo foram aplicadas, para cada um dos dez
métodos, as mesmas condições climáticas, comparando os resultados. Como as
divergências são muitas nos aspectos de conceitos, variáveis e abordagens, foram
realizadas adaptações para viabilizar a comparação. As condições climáticas
escolhidas se referiram aos dias típicos de verão e inverno para Porto Alegre, ambos
com probabilidade definida em 2,5%, (condições rigorosas). Os dez métodos
estudados foram: 1-Evans (Argentina); 2-Fanger (Dinamarca); 3 - Givoni (Israel); 4-
Humphreys (Inglaterra); 5-Lotersztain e Murature (Argentina); 6- Mahoney
(Inglaterra); 7-Olgyay (USA); 8-Rivero (Uruguai); 9-Szokolay (Austrália); e 10-Vogt e
Miller Chagas (França).

68
Foi considerado o metabolismo no verão e inverno igual a 140 W/m² para o
dia e 80 W/m² para a noite; a roupa igual a 0,5 clo para o verão (dia e noite), e 1,0
clo para o inverno de dia e 1,5 clo para o inverno de noite; a velocidade de ventos foi
considerada igual a 1,0 m/s para o verão durante o dia e à noite, e para o inverno a
velocidade de ventos foi considerada igual a 1,0 m/s durante o dia e 0,1 m/s à noite.
Concluiu-se que os diversos métodos estudados não divergem quanto às condições
extremas (no caso do inverno em Porto Alegre) porque são óbvias. Todavia, quanto
aos limites de conforto (durante o período de verão em Porto Alegre), existem
divergências, pois os métodos não coincidem principalmente nos horários de
transição entre dia e noite.

ARAÚJO e ARAÚJO (1991) – Conforme Barbosa (1997), a pesquisa foi


realizada com alunos do 2° grau na cidade de Natal (RN), sendo separada uma
amostra de 1110 de um total de 26.228 alunos, para responder a um questionário
sobre as impressões das condições térmicas do seu ambiente. Nesse caso, foi
possível trabalhar com valores fixos de vestimenta (uniforme escolar), faixa etária
(15 a 18 anos) e atividade escolar (sedentária). As medições das variáveis físicas
foram efetuadas nas salas de aula sempre após 60 minutos do início das atividades
escolares, para aclimatação. Os parâmetros físicos medidos: temperatura do ar,
temperatura radiante média, umidade relativa e velocidade do ar. Os pontos de
medição foram escolhidos em função da ventilação e da radiação solar na sala.
Constatou-se, por meio de testes estatísticos nos valores observados, que a
influência das variáveis ambientais na resposta dos alunos é bastante significativa
em quase todos os cruzamentos.

ANSI ASHRAE 55 (1992) – Define o ET* (Gagge, 1971) como sendo a


temperatura operativa de um ambiente a 50% de umidade relativa que causaria a
mesma troca de calor sensível e latente de uma pessoa como se fosse no ambiente
real. Conforme Dumke (2007:145), a ASHRAE 55 tem como propósito especificar os
fatores que produzirão condições ambientais térmicas “aceitáveis” para 80% ou mais
dos ocupantes de um espaço. Para as pesquisas em conforto térmico, "aceitável" é
sinônimo de "satisfação" e se associa à investigação tradicional para determinar a
sensação de conforto térmico, baseada em Fanger (1970).

69
Figura 23: Diagrama de conforto da ANSI ASHRAE (1992)

ALUCCI (1992) – Sugere aos projetistas alternativas visando garantir o


conforto térmico aos usuários das edificações, além de boa iluminação para a
redução do consumo de energia elétrica. A autora propõe um conjunto de
procedimentos a serem aplicados na concepção e desnvolvimento do projeto, sendo
eles, a elaboração do diagnóstico climático regional e a avaliação do desempenho
térmico e luminoso. Optou-se pela escolha de dois índices para este trabalho:
Temperatura Efetiva Padrão e a Carta Bioclimática de Givoni. A aplicação dos
procedimentos foi exemplificada para a condição climática do município de Recife
(PE).

BUSCH (1992) – A pesquisa realizada na Tailândia evidencia a aclimatação.


De acordo com Stilpen (2007:22), o autor estudou as condições térmicas de trabalho
de indivíduos de clima tropical que realizavam atividades de escritórios em quatro
edifícios, dois naturalmente ventilados e dois condicionados, em Bangkok, Tailândia.
Indicou que as pessoas acostumadas a esse clima são mais tolerantes ao calor
quando comparadas às pessoas que vivem em regiões de clima temperado.

70
GIVONI (1992) - O autor reavaliou o conforto em edifícios sem
condicionamento (naturalmente ventilados). Haja vista que os moradores destas
edificações aceitam mais facilmente uma grande variação térmica como normal,
então se fez necessário criar uma nova carta bioclimática (Figura 24), para países
em desenvolvimento (STILPEN, 2007:20). Para Givoni, as propostas de limites de
confortos estabelecidas até aquele momento tratavam de uma zona de conforto
universal, com os mesmos limites em todos os tipos de clima, desconsiderando o
processo de adaptação e a variação das respostas fisiológicas de cada indivíduo,
em diferentes regiões. Conforme Givoni (1992) apud Dumke (2002:59), os “padrões
de conforto convencionais” não se aplicam em regiões quentes e úmidas. As
pessoas que vivem nestas regiões preferem temperaturas mais altas (reflexo da
aclimatação).
Assim, os limites sugeridos para a zona de conforto térmico de países com
clima quente e em desenvolvimento são: no verão em situação de umidade baixa, a
variação de temperatura pode ser de 25°C a 29°C, e em umidade alta de 25°C a
26°C, podendo chegar a 32ºC com ventilação de 2,0 m/s; no inverno, os limites são
de 18 °C a 25°C; com relação à umidade, os limites são de 4,0 g/kg a 17g/kg e 80%
de umidade relativa (GIVONI, 1992 apud WEILLER, 2008:70).

Figura 24: Limites de zona de conforto para ambientes no verão e no inverno, em países de clima
temperado e quente. Fonte: Givoni, 1992.

71
CROOME, GAN & AWBI (1992) - Estudaram o conforto térmico de um
escritório sob condições de ventilação natural em Montreal, Canadá, no inverno. Os
resultados mostraram que, quando as janelas e/ou portas estavam abertas, houve
uma grande dispersão dos votos ao longo da escala de sensações térmicas. No
entanto, o contrário ocorreu com o PMV obtido a partir da Equação de Conforto de
Fanger, sugerindo que a equação subestimou as sensações térmicas para a
situação em questão (STILPEN, 2007:23).

NICOL (1993) - Segundo Xavier (2000:43), o Modelo Adaptativo, proposto por


Fergus Nicol, não faz parte de considerações sobre trocas de calor entre o homem e
o ambiente, mas de observações de que existe uma série de ações que o homem
pode realizar no sentido de obter o desejado conforto térmico. São elas: modificação
em sua geração de calor; modificação da taxa de perda de calor; modificação no
ambiente térmico; seleção de um ambiente diferente. As ações podem ser
entendidas como as oportunidades que as pessoas possuem para encontrar um
equilíbrio ou neutralidade térmica, atingindo a zona de conforto.
Assim, a abordagem proposta pelo Modelo Adaptativo se baseia na
observação de que há uma série de ações que podem ser realizadas pelos
indivíduos para obter o conforto térmico. O desconforto seria resultado de fatores do
ambiente físico ou social que impediriam as pessoas de realizarem tais ações
(WEILLER, 2008:52). Fergus Nicol salienta também que somente através da
pesquisa de campo é possível obter resultados satisfatórios, acreditando que as
pesquisas desenvolvidas em câmaras climáticas, como as utilizadas por Fanger, na
aplicação do modelo PMV, não obtêm bons resultados.

MALAGUTTI (1993) – De acordo com Funari (2006:36), estudou a influência


da circulação secundária e o conforto térmico nas estâncias climáticas do estado de
São Paulo, empregando a fórmula de Missenard, de 1948.

OLESEN (1993) - Avalia que as diferenças entre os resultados das pesquisas


de campo e a norma ISO 7730 (1984), baseada em dados laboratoriais, devem ser
esperadas, visto que em campo é difícil estimar com exatidão as variáveis pessoais
(vestimenta e atividade física). O autor acrescenta que as pesquisas de campo não
incluem no cálculo da resistência térmica das vestimentas o isolamento provocado

72
pelas cadeiras, quando na posição sentado. Considerando que o referido isolamento
pode representar um adicional de 0,15 clo numa vestimenta de verão de 0,5 clo,
então o seu efeito seria equivalente a um aumento de 1,5 °C na temperatura
operante (STILPEN, 2007).

FUNARI (1993) – O autor aplicou a equações de Missenard (1948) e técnicas


cartográficas para mapear o conforto no ambiente urbano no município de São
Paulo.

GAN & CROOME (1994) - Consideraram importante ressaltar que Fanger


desenvolveu os modelos do PMV e PPD baseado em estudos de laboratório e que
alguns estudos de campo mostraram que os modelos não puderam estimar
exatamente as sensações térmicas de indivíduos em circunstâncias reais de
trabalho (particularmente em edificações naturalmente ventiladas, onde as
condições climáticas são temporárias e variáveis e onde os ocupantes mudam
invariavelmente de atividade) (STILPEN, 2007:23).

TANABE & KIMURA (1994) – De acordo com Ruas (2002:44) estes autores
apresentaram uma revisão dos efeitos da temperatura do ar, da umidade e da
velocidade do ar no conforto térmico, para climas quentes e úmidos. O estudo foi
baseado em experiências laboratoriais japonesas e concluiu que o PMV superestima
a sensação térmica quando a velocidade do ar é superior a 0,5m/s e que este índice
não expressa adequadamente a sensação de conforto em condições de umidade
alta, pois a porcentagem de insatisfeitos é significativamente maior quando a
umidade relativa é de 80%, se comparadas a valores de 40% e 60%.

NORMA ISO 9920 (1995) – A norma especifica métodos para a estimativa


das características térmicas, resistência à perdas de calor seco e à perda por
evaporação, em condições de estado estacionário para um traje de roupa, baseado
em valores de vestimentas conhecidas, trajes e tecidos. A versão atual desta norma
é de 2007 (LAMBERTS et al., 2011).

AROZTEGUI (1995) – Fez uso de um método que se baseia na aplicação do


diagrama de conforto de Evans (1988), relacionando a temperatura média com a

73
amplitude térmica, obtendo assim áreas definidas, para indicar as estratégias
bioclimáticas a serem utilizadas em cada zona (ANDRADE, 1996:27).

FUNARI (1995) – Utilizou a equação de Missenard, com a correção para a


velocidade do vento a dois metros de altura usando o ábaco de Temperatura Efetiva.
Estudou os efeitos da ocorrência do eclipse total do Sol (novembro de 1994), em
Chapecó (SC), no índice de conforto térmico. O estudo demonstrou que houve
significativa variação do índice de conforto, principalmente devido à queda da
radiação solar direta, com o correspondente declínio da temperatura do ar e
aumento da umidade relativa.

BROWN & GILLESPIE (1995) - Propõem a Fórmula de Conforto para


ambientes externos, conhecida como COMFA34. A formulação baseia-se no balanço
térmico do indivíduo e apresenta algumas peculiaridades na forma de consideração
de seus termos constituintes. Segundo Monteiro e Alucci (2007:47), a equação
proposta é: B= M’+Rabs-Remit-C-Esk , onde: B= saldo energético; M’= metabolismo de
aquecimento; Rabs= radiação absorvida; Remit= radiação emitida; C = troca convectiva;
Esk = perda latente pela pele, [W/m2].

ANDRADE (1996) – Em seu trabalho, Suely Ferraz de Andrade procura


determinar as estratégias bioclimáticas que devem ser aplicadas nos projetos de
edificações destinados ao clima de Florianópolis (SC). Estende algumas críticas à
Cartas Bioclimáticas anteriores, como a de Szokolay (1987) pois para ela o autor
não definiu exatamente quais as variáveis climáticas seriam mais adequadas e
aplicáveis nos cálculos que determinam a zona de estratégia (média das máximas
ou máxima absoluta; amplitude térmica média anual ou amplitude máxima do
inverno), ocasionando assim uma grande variação de seus limites entre as opções.
Critica, em parte, a Carta de Olgyay (1963), por considerar que não leva em
consideração as características da edificação, trabalhando apenas com os dados em
ambiente externo e com as estratégias de ganho solar, ventilação e resfriamento
evaporativo.

34
Sigla para Comfort Formula.

74
BLAZEJCZYK (1996) – Propõe o Modelo MENEX35, que consiste na troca de
calor entre o homem e o ambiente. Monteiro (2008:65) analisa o modelo que utiliza o
balanço térmico do corpo humano, considerando a produção de calor metabólico por
meio da ISO 8996 (1990) e as trocas com o meio. Realiza o cálculo das perdas
evaporativas da pele, considerando um coeficiente de ponderação por sexo (1,0
para homens e 0,8 para mulheres), calcula as perdas por radiação de onda longa
pela pele e usa o cálculo da radiação solar através de modelos específicos. O autor
propõe três critérios para avaliar os resultados: consideração da carga térmica,
esforço fisiológico do organismo e estímulo devido à intensidade da radiação solar.

MALLICK (1996) – Discutiu fatores que podem influenciar na obtenção de


conforto térmico em edificações, considerando a percepção de conforto adquirida
pelas pessoas devido a longa exposição a elevadas temperaturas e umidade
(LAMBERTS & ANDREASI, 2003:47). Segundo Andreasi (2001:19) sua pesquisa foi
realizada na cidade de Dhaka, em Bangladesh (região de clima quente e úmido).
Para ele a temperatura confortável aumenta com o acréscimo do movimento do ar,
mas até certos valores. Para o movimento de ar de até 0,15 m/s, gerado por
ventilador de teto não há mudança observada no conforto; para 0,3 m/s, há elevação
nos limites inferior e superior da temperatura obtida anteriormente (2,4 e 2,2ºC,
respectivamente); para um fluxo acima de 0,45 m/s, os acréscimos em ambos os
limites são da ordem de 3,4 e 3,2ºC, respectivamente. Relata ainda que as
espessuras das paredes têm influência no conforto, sendo aquelas mais espesssas
adequadas a um maior conforto.

NAGARA, SHIMODA & MIZUNO (1996) - Os autores realizaram uma


pesquisa, na cidade de Osaka (Japão), com o objetivo de verificar a sensação
térmica em espaços urbanos abertos. A pesquisa foi realizada durante o período da
tarde, aproximadamente às 15 horas, máxima diurna. O espaço urbano de pedestre
foi escolhido para o estudo de caso, caracterizado pelas calçadas e ruas
subterrâneas (estações de trem e shopping no subsolo). Foram realizadas rotas a pé
e coletados dados de temperatura e umidade em diversos pontos. Paralelamente,
foram aplicados questionários com o objetivo de detectar a sensação térmica dos

35
Sigla em inglês para Man Environment Heat Exchange Model

75
usuários urbanos. Os resultados demonstraram que a sensação térmica dos
entrevistados é influenciada pelo tempo de exposição ao sol, e a sensação térmica
mais desconfortável concentra-se nas proximidades dos cruzamentos de vias
(PEZZUTO, 2007:33).

ARAÚJO (1996) – Nessa pesquisa é feita uma avaliação do conforto térmico


dos usuários de edificações escolares na cidade de Natal (RN). O objetivo foi
determinar os parâmetros das variáveis ambientais que propiciam o conforto, a partir
da avaliação pós-ocupação, confrontando assim com os índices mais utilizados.
Constatou-se que os índices e zonas de conforto utilizados são definidos e
aplicáveis apenas para as condições nas quais foram desenvolvidos, não se
aplicando ao Brasil na grande parte dos casos. Apesar das restrições, o Índice de
Temperatura Efetiva apresentou melhores resultados nas aplicações para a área de
estudo.

HUMPHREYS (1996) – Neste artigo, o autor faz uma revisão do


desenvolvimento da abordagem adaptativa para o conforto térmico, desde 1970 até
1995. Defende que os estudos de campo têm grande importância na formulação de
índices para o conforto, já que levam em consideração os lugares onde as pessoas
trabalham, estudam, vivem.

RORIZ (1996) – Em resumo, tem-se aqui a apresentação de algoritmos e um


exemplo de aplicação de um modelo teórico para a simulação do comportamento
higrotérmico de edificações, para a avaliação dos níveis de conforto proporcionados.
As hipóteses do trabalho são duas: as variações horárias de temperatura e umidade
relativa do ar, típicas de cada clima, obedecem a determinados padrões que, uma
vez conhecidos, permitem estimativa, tendo como base apenas os dados das
Normais Climatológicas. A outra hipótese abrange um modelo completo de
simulação, supondo que ele reproduza os fenômenos reais com fidelidade suficiente
para torná-lo instrumento de apoio aos projetistas de edificações. Para a estimativa
do conforto, o autor adota o modelo de Fanger (1970).

76
GOULART et al. (1997) – Desenvolvem trabalho no qual são pesquisados os
dados climáticos de catorze cidades brasileiras, para utilização no projeto de
edificações, aplicando a metodologia do Ano Climático de Referência (TRY36).

BARBOSA (1997) – Desenvolveu uma metodologia visando especificar e


avaliar o desempenho térmico em edificações térreas, residenciais unifamiliares. A
estrutura metodológica se baseou em confirmar condições de conforto térmico da
população local, ajustar uma ferramenta de simulação térmica horária anual, frente a
diferentes sistemas construtivos, e estabelecer o limite de horas anuais de
desconforto baseado em um sistema construtivo referencial. Para a definição do
sistema referencial, uma pesquisa foi realizada junto às Companhias de Habitação
Popular, para obter a tipologia construtiva mais adotada no Brasil para edificações
térreas unifamiliares. A metodologia foi aplicada a Londrina (PR), onde um trabalho
de campo foi realizado em 1994 com cinco sistemas construtivos. Em cada sistema
construtivo estudado foram medidas no verão e no inverno as temperaturas internas,
levantados os dados construtivos e as sensações dos usuários. A metodologia
considerou desconfortáveis as temperaturas fora dos limites de conforto. Com a
ferramenta ajustada e o ano climático de referência, foram realizadas simulações
com várias alternativas construtivas, estabelecendo-se as horas de desconforto
anuais para cada alternativa. A escolha do limite de horas anuais de desconforto
aceitável foi feita frente à realidade econômica e o referencial cultural. Os dados
climáticos utilizados abrangeram o período de 1979 a 1990, sendo adotado o ano de
1986 com ano climático de referência.
A parametrização do desempenho térmico foi realizada em função da
transmitância e absortividade de paredes e coberturas, sistema de sombreamento e
aberturas de ventilação. A avaliação por desempenho pode ser feita simulando-se
qualquer sistema construtivo, quantificando-se as horas anuais de desconforto e
comparando-as com o limite aceitável estabelecido.

VECCHIA (1997) – É realizada uma abordagem dinâmica do clima para o


estudo do conforto térmico humano nos ambientes construídos. Adapta o diagrama
de Olgyay às condições do sudeste brasileiro para investigar o ritmo climático na

36
Test Reference Year, que foi preparado pelo National Climatic Center e o Typical Meteorological
Year (TMY) elaborado pelo Sandia Laboratories nacidade de Albuquerque, Estados Unidos.

77
cidade de São Carlos (SP), e a repercussão sobre a percepção de conforto. Este
método foi utilizado, pois, para o autor, é o único proposto para a adequação do
espaço construído, levando em consideração a escala geográfica, as condições
biológicas envolvidas e a disponibilidade das técnicas construtivas existentes. Aliado
aos dados meteorológicos obtidos para o trabalho, analisou-se também os tipos de
tempo atuantes (por meio de cartas sinópticas), na avaliação do desempenho
térmico das edificações. Ao final discorre sobre algumas soluções para situações
mais críticas de desconforto, além da proposta de um zoneamento climático para o
Brasil.

AULICIEMS & SZOKOLAY (1997) – Neste livro, intitulado Thermal Comfort,


fazem uma revisão bibliográfica acerca dos diferentes métodos para avaliação do
conforto térmico, discorrendo sobre as bases para a determinação dos principais
índices e cartas bioclimáticas, além de suas aplicações.

HUMPHREYS & NICOL (1998) – Os autores discordaram da utilização


universal do índice PMV. Questionam a adoção direta dos resultados obtidos em
laboratório nos ambientes reais por diferenças de motivação, de expectativa e de
contexto social que podem influenciar na aceitabilidade térmica de um ambiente.
Atribuem a isso o fato de algumas pesquisas de campo terem indicado que as
pessoas aceitam como confortáveis ambientes que a ISO 7730 (1994) considera
desconfortável. Isso para eles é um indicativo de que as pessoas adaptam-se aos
seus próprios ambientes (STILPEN, 2007:26).

TOFTUM & FANGER (1998) - Através de pesquisas de campo objetivaram


demonstrar que a umidade na pele pode acarretar desconforto em uma pessoa
mesmo que ela se sinta termicamente neutra. Apresentaram então um modelo para
prever a porcentagem de insatisfação causada pela umidade na pele (LAMBERTS &
ANDREASI, 2003:88).

BLAZEJCZYK (1998) – Seu trabalho na Polônia tem como objetivo avaliar o


efeito da radiação solar no balanço térmico humano. Conclui que as características
geográficas, como latitude e circulação atmosférica influenciam na absorção de

78
radiação solar pelo homem, seja em espaços urbanos, ou mesmo em áreas
arborizadas montanhosas (LAMBERTS e ANDREASI, 2003).

HÖPPE (1999) – De acordo com Monteiro e Alucci (2007:48), Peter Höppe


propôs o Modelo de Munique (MEMI)37. Ele baseia-se na equação de balanço
térmico do corpo humano e em alguns parâmetros do modelo de dois nós de Gagge
(1986). As diferenças do modelo de Höppe com relação ao de Gagge são os modos
de calcular a taxa de suor regulatório e dos fluxos de calor, considerando em
separado as partes do corpo cobertas e descobertas por roupa. Monteiro e Alucci
(op.Cit.) fazem referência a este trabalho como sendo de 1999, mas na verdade,
outros autores referem-se ao estudo do ano de 1984 (Die Energiebilanz des
Menschen, também de autoria de Höppe), como sendo o que gerou o modelo.
No trabalho de 1999, Höppe desenvolve a Temperatura Fisiológica
Equivalente38, que considera não só a temperatura, umidade e vento, mas também a
temperatura radiante média e é baseado na equação de equilíbrio térmico humano
em estado de uniformidade. Ele define a PET como a temperatura equivalente à
temperatura do ar na qual, em uma situação típica interna, o balanço térmico do
corpo humano é mantido, com temperaturas do centro do corpo e da pele iguais às
da situação em questão. As etapas de cálculo são: cálculo das condições térmicas
do corpo, temperatura da pele do centro do corpo, através dos sistemas de
equações do modelo MEMI, para dada combinação de parâmetros meteorológicos e
individuais; e inserção dos valores encontrados de temperatura da pele e do centro
do corpo no modelo MEMI, resolvendo o sistema de equações para achar a
temperatura do ar, considerando os valores de referência. Ao final, a temperatura do
ar encontrada é a PET.

PAPST (1999) – Verificou a hipótese de que o uso de inércia térmica em


edificações residenciais na cidade de Florianópolis (SC), que possui clima com verão
quente e úmido e entradas de frentes frias, é uma importante estratégia bioclimática
durante todo o ano. O clima de Florianópolis plotado sobre a Carta Bioclimática de
Givoni apresenta como as principais estratégias bioclimáticas o uso de massa
térmica com aquecimento solar passivo para o inverno, e ventilação no período

37
Munich Energy-Balance Model for Individuals
38
Em inglês, Physiological Equivalent Temperature (PET)

79
quente. Como procedimento adotou-se medições horárias de temperatura de bulbo
seco em três edificações durante nove meses. Estas edificações diferem na forma,
orientação, uso, fechamentos laterais e cobertura tanto em transmitância quanto em
capacidade térmica. A análise dos dados demonstrou que a inércia térmica pode ser
uma estratégia importante para os meses de inverno, com efeito positivo no verão
quando usado em fechamentos laterais da edificação. Caso a cobertura possua
inércia, é mais importante evitar o ganho térmico decorrente da radiação solar, seja
por barreiras radiantes, seja pelo uso de isolamento térmico. As edificações foram
monitoradas de abril a dezembro de 1998.

XAVIER (1999) – Teve como proposta a determinação de índices e


parâmetros de conforto térmico a partir de estudo de campo efetuado sobre
atividade escolar, realizado em uma escola de segundo grau, em Florianópolis (SC).
Foram coletadas todas as variáveis ambientais, bem como mais de 1.300 dados a
respeito de variáveis e sensações pessoais. A atividade desempenhada (taxa
metabólica de produção de calor pelo organismo), não foi considerada, nesse
trabalho, como uma variável de influência sobre o conforto térmico, pelo fato de ter
sido analisada uma atividade específica. A vestimenta utilizada também não foi
considerada como variável de influência, mas sim como variável dependente do
clima verificado, configurando-se dessa maneira um mecanismo adaptativo utilizado
pelo indivíduo. Apresenta assim, uma metodologia de determinação dos parâmetros
de conforto térmico, baseada em análises estatísticas. Esse método apresentou uma
melhoria de correlação entre as sensações determinadas pelo modelo estatístico e
as sensações relatadas pelas pessoas, quando comparadas a metodologia proposta
nas normas. O percentual de pessoas insatisfeitas com o ambiente mostrou-se
superior ao apresentado nas normas (ISO 7730, de 1994, que utiliza o PMV, de
Fanger), e não leva em conta as preferências térmicas das pessoas. A zona de
conforto obtida por esse trabalho é diferente da encontrada em trabalho realizado no
nordeste brasileiro, e distinta também da zona de conforto adotada para o Brasil,
tendo-se verificado maior tolerância às altas umidades relativas do ar. Tais
diferenças evidenciam a adaptação das pessoas ao clima (aclimatação), sugerindo a
necessidade da especificação das zonas de conforto diferenciadas para cada região.
A temperatura externa média mensal também se mostrou, pelo estudo, um bom
parâmetro de conforto térmico a ser adotado.

80
XAVIER & LAMBERTS (1999) – Procura apresentar uma proposta de zona de
conforto obtida a partir de pesquisa de campo realizada com estudantes do 2º grau
em Florianópolis (SC), tendo em vista as reais sensações térmicas relatadas pelos
estudantes, e o percentual mínimo de pessoas desconfortáveis nas salas de aula,
em função das variáveis ambientais. Comparando-se a zona de conforto proposta
pelos dados obtidos no trabalho, com a proposta por Givoni, (1992), para países em
desenvolvimento, observou-se que, ao contrário dos estudos deste autor, os
estudantes pesquisados apresentam-se mais sensíveis com relação às variações da
temperatura do ar. O limite inferior da temperatura, para conforto, foi de ordem de
20°C, enquanto o previsto por Givoni era da ordem de 18ºC. O limite superior da
temperatura, para conforto, foi da ordem de 26°C, ao passo que o previsto pelo autor
era da ordem de 29ºC.

DOMINGUEZ BASCON (1999) – Trata em um capítulo do livro sobre o


conforto térmico, descrevendo alguns índices e suas aplicações para a cidade de
Córdoba, Espanha. Utiliza exemplos com o Climograma de Taylor, as Cartas
Bioclimáticas de Olgyay e Givoni e o Índice de Siple (Wind Chill Temperature Index).

BRANDÃO & LUCENA (2000) – Conforme Funari (2006:37), os autores


empregaram a Temperatura Efetiva para estudar o conforto térmico na região central
da cidade do Rio de Janeiro.

XAVIER (2000) – Na tese de doutorado, o autor apresenta uma metodologia


de predição de conforto térmico para ambientes internos, com ou sem ar
condicionado, trabalhando com atividades sedentárias. Nesta pesquisa, leva em
consideração as características pessoais de cada indivíduo. Propõe um algoritmo
para a determinação da taxa metabólica, a partir das medições do consumo de
oxigênio e características antropométricas das pessoas. A pesquisa foi desenvolvida
em ambientes nas cidades de Florianópolis e São José (SC), Brasília (DF) e Recife
(PE), com aplicação de questionários. A metodologia utilizada baseou-se no PMV,
de Fanger, porém, levando-se em consideração as características individuais.

81
HACKENBERG (2000) - desenvolveu pesquisa em ambientes industriais
(condicionados, com ventilação forçada e ventilação natural), visando avaliar a
sensação térmica dos trabalhadores em edificações. O trabalho também verificou a
influência das variáveis ambientais e pessoais nas respostas dos trabalhadores e a
aplicabilidade dos questionários da ISO 10551 em cultura diferente da que lhe deu
origem (STILPEN, 2007:40).

GIVONI & NOGUCHI (2000) - Num parque na cidade de Yokohama, Japão,


foi avaliada a relação da sensação térmica e a sensação global de conforto. Foram
coletados dados subjetivos e dados microclimáticos de temperatura do ar, umidade,
velocidade do ar, temperatura superficial do entorno e radiação solar. Questionários
foram distribuídos entre homens e mulheres, sob diferentes condições, durante
alguns dias, em quatro estações do ano. A partir do levantamento dos dados, foi
possível desenvolver uma equação de predição da sensação de conforto do
indivíduo em área externa (PEZZUTO, 2007:33). Segundo Monteiro (2008:75), a
partir deste estudo foi originada a equação de sensação de conforto do indivíduo em
área externa39: TS = 1,7 + 0,118 ta+ 0,0019 IH – 0,322 v – 0,0073 ur + 0,0054 ts,ent
(onde: ta = temperatura do ar, ºC; IH = radiação solar incidente, W/m2; v = velocidade
do ar, m/s; ur = umidade relativa do ar, %; ts,ent = temperatura superficial media do
entorno, ºC).

RUAS (2001) – Procura explicar o método para avaliação do conforto térmico


estabelecido nas normas ISO 7730 (1994), efetuando um relato sucinto sobre as
normas por ela referenciadas. Analisa também a aplicação prática delas, discutindo
os erros provenientes das estimativas de taxa de metabolismo e isolamento térmico
das vestimentas e a sua influência na avaliação do conforto, sugerindo ações que
solucionem ou minimizem os problemas identificados.

ANDREASI (2001) – Compara temperaturas internas e externas em


ambientes localizados na região do Pantanal sul-matogrossense. Verificou que os
horários de maior conforto estiveram relacionados com a presença de ventilação

39
Índice de Sensação Térmica - Thermal Sensation (TS)

82
natural. Ressalta que as construções com paredes de tijolos proporcionam maior
conforto aos ocupantes do ambiente.

ASSIS (2001) – Apresenta um procedimento de análise climática para a


geração de recomendações e subsídios ao projeto arquitetônico, aplicado na Escola
de Arquitetura da UFMG. A área de estudo é a cidade de Belo Horizonte, com a
base disponível de dados médios mensais da estação meteorológica local
transformada em dados horários para melhorar a interpretação usando índices de
conforto térmico. Ao final, obtém resultados utilizando a carta de Givoni (1992), para
Belo Horizonte (MG), aplicando os valores em uma carta solar local. Aborda também
em seu artigo uma perspectiva de regionalização na aplicação de índices de
conforto térmico, considerando os diferentes domínios climáticos do Brasil.

GONÇALVES, VALLE & GARCIA (2001) – Realizaram uma pesquisa junto à


população universitária em Belo Horizonte (MG), empregando a equação de Thom
(1959), com correção para a velocidade do vento (FUNARI, 2006:37).

HUMPHREYS & NICOL (2002) – Defendem uma revisão da norma ISO 7730,
para corrigir erros na determinação do índice de conforto PMV em climas quentes.
Os autores esclarecem que o desvio se deve a erros nas variáveis estimadas
(vestimenta e metabolismo). Também ressaltam que o modelo da ISO 7730 não é
válido para situações de transiente térmico, apenas regime permanente (STILPEN,
2007:30).

NICOL & HUMPHREYS (2002) – Explicam a origem e o desenvolvimento da


abordagem adaptativa para o conforto térmico. A aplicação de modelos adaptativos
aos padrões de conforto térmico é considerada, com recomendações quanto à ideal
temperatura de conforto, a variedade de ambientes confortáveis e a taxa máxima de
mudança da temperatura interior (consideram a adaptação do indivíduo a situações
de possível desconforto). A aplicação de critérios de sustentabilidade para os
padrões térmicos em edifícios também é considerada. Defendem que os estudos em
laboratório devem ser testados em campo para validar as informações.

83
HAVENITH, HOLMÉR & PARSONS (2002) - Na avaliação do conforto térmico
nos edifícios, o uso da PMV é bastante popular. Para este modelo, os dados sobre o
clima, roupas e a produção de calor metabólico são obrigatórios. O artigo discute a
representação e medição de parâmetros de roupas e taxa metabólica no contexto
PMV. Vários problemas são identificados e para alguns destes são indicadas
soluções. Para o isolamento de vestuário foi mostrado que os efeitos do movimento
do corpo e do movimento do ar são tão grandes que eles devem ser contabilizadas
de modelos de previsão de conforto para ser fisicamente precisos. Também os
algoritmos para troca de calor convectiva em modelos de previsão devem ser
reconsiderados.

TOFTUM (2002) – Em geral, os estudos de conforto térmico para aplicação


em normas técnicas presumem indivíduos com atividade sedentária e sensação
térmica neutra. Além disso, os padrões atuais especificam critérios para aspectos
distintos do ambiente interior, por exemplo, campo térmico, qualidade do ar ou ruído,
com pouca consideração de possíveis interações entre os diferentes tipos de
exposição. Os estudos deste artigo encontram um claro impacto da atividade e
sensação térmica global sobre a sensibilidade humana, quando os indivíduos estão
expostos às variações ambientais. Em suma, para o autor, os indivíduos no interior
de uma edificação interagem de diversas formas com o ambiente, com vestimentas
e metabolismo diferentes e outros estímulos, como a circulação de ar e exposição à
iluminação.

PARSONS (2002) – Através de pesquisas de campo, discute o efeito do


sexo, o estado de aclimatação, a oportunidade para ajustar roupas e a deficiência
física sobre os requisitos para conforto térmico.
Dois estudos usaram grupos de dezesseis indivíduos com mais de uma série
de condições (quente para frio) para investigar os efeitos do gênero, depois de 3
horas em exposições simuladas em ambientes de sala / escritório. Verificou-se que
para níveis idênticos de roupas e atividade, havia apenas pequenas diferenças nas
respostas de conforto térmico dos indivíduos do sexo masculino e feminino para
condições neutras e levemente aquecido. Para as condições normais, os indivíduos
do sexo feminino tendem a sentir mais frio do que os homens. Quanto à
aclimatação, não se verificou diferenças significativas entre os indivíduos. Um estudo

84
das exigências de conforto térmico para as pessoas com deficiência física comparou
as respostas com as de pessoas sem deficiência. Verificou-se que existem
diferenças entre pequenos grupos com e sem deficiência física. No entanto, há
maior necessidade de considerar as necessidades individuais das pessoas com
deficiência física.

DE DEAR & BRAGGER (2002) - Relatam um novo padrão de conforto


adaptativo (ACS)40 que permite o aumento da temperatura no interior dos edifícios
ventilados naturalmente durante o verão e em zonas climáticas mais quentes. O
ACS foi baseado na análise de 21.000 conjuntos de dados brutos compilados a
partir de estudos de campo em 160 edifícios localizados em quatro continentes em
zonas climáticas variadas. O artigo apresenta algumas das suas conclusões,
sugerindo que o ambiente é confortável em edifícios ventilados naturalmente.

GOMES & AMORIM (2002) – Esta pesquisa procurou verificar em qual


medida a arborização de praças é capaz de gerar maior conforto térmico, em
Presidente Prudente (SP). Os dados de temperatura e umidade relativa foram
coletados no mês de janeiro de 2001 nos horários das 10h00, 16h00, 21h00 e
22h00, e o índice utilizado para a análise do conforto térmico foi o Discomfort Index
de Thom (1959). De maneira geral, as condições térmicas verificadas nas praças
demonstraram a importância da vegetação como regulador do campo térmico
urbano. Em três situações a praça mais arborizada apresentou índices de conforto
em relação aos outros dois pontos, caracterizados por pouca vegetação arbórea e
níveis de adensamento urbano diferenciados. Por outro lado, praticamente em todas
as situações de desconforto observadas, os índices foram mais elevados nos dois
pontos menos arborizados.

VICENTE, TOMMASELLI & AMORIM (2002) - Para o estudo do conforto


térmico na cidade de Presidente Prudente (SP) foram consideradas as variáveis
climáticas de temperatura e umidade. Coletou-se dados de temperatura externa,
temperatura interna e umidade relativa interna, nos horários das 9h00, 12h00, 15h00
e 21h00, em três pontos selecionados, num período de 20 dias.

40
Sigla do inglês Adaptive Comfort Standard

85
Para a definição dos pontos, foram considerados aspectos de uso e ocupação
do solo e características de estrutura das edificações. A partir dos dados obtidos
comparou-se as temperaturas externas e internas e a umidade dos pontos de coleta,
que demonstraram a influência da estrutura urbana na alteração das variáveis
climáticas ligadas ao conforto. O índice utilizado foi o da Temperatura Efetiva, com
base nos dados. Foi possivel evidenciar a inadequação das construções da cidade
ao clima local. Os materiais utilizados nas construções armazenam calor durante o
dia que é liberado através da radiação de ondas longas, aquecendo o ar interno da
edificação, a qual apresentou o maior índice de dias com desconforto no período
noturno.

CARDOSO (2002) – Questiona o papel da arquitetura na execução de


edificações desenvolvidas para maior eficiência energética, sem considerar o
conforto térmico. Os estudos de caso foram realizados na cidade de Maringá (PR),
com aplicação de questionários aos profissionais do ramo construtivo e assim como
aos contratantes dos projetos. Concluiu-se que não havia, por parte da maioria dos
indivíduos envolvidos, interesse nas questões referentes ao conforto ambiental, ou
simplesmente desconhecimento do assunto, às vezes por formação profissional
inadequada.

RUAS (2002) – Em sua tese de doutorado, o autor desenvolveu o software


Conforto 2.02, que avalia a sensação térmica das pessoas de acordo com o método
da ISO 7730 (1994) e os preceitos da ISO 7726 (1998), ISO 8996 (1990) e ISO 9920
(1995). O programa, desenvolvido para a plataforma Windows, torna possível a
simulação de intervenções nos ambientes, seja na fase de projeto ou de pós-
ocupação, de forma a colaborar no processo de planejamento para melhoria da
sensação térmica, principalmente nos locais de trabalho. Outra aplicação possível
para o software é como ferramenta para estimativa “instantânea” da sensação
térmica em pesquisas sobre conforto térmico. As variáveis utilizadas no programa
são: temperatura do ar, velocidade relativa do ar, temperatura radiante média (ou
temperatura de globo), umidade relativa do ar (ou temperatura do bulbo úmido),
isolamento térmico da vestimenta e valor da taxa de metabolismo.

86
DUMKE (2002) – Avaliou o desempenho térmico de habitações populares em
Curitiba (PR), analisando moradias com diferentes padrões construtivos. As
moradias (ocupadas durante o estudo) foram monitoradas com medições de
temperatura e umidade relativa, durante o inverno e o verão. A intenção era
demonstrar que as habitações de interesse social devem ser adequadas a cada
região, não podendo ser de um mesmo material para todo o Brasil.

TANABE et al. (2002) – O trabalho desenvolvido no Japão utiliza modelos


computacionais para a avaliação de conforto térmico.

FUNARI (2003) – São enfatizadas as relações entre a circulação secundária e


o índice de sensação térmica, usando a equação de Missenard (1948), com a
correção da velocidade do vento empregando o ábaco de Koenigsberger (1973),
para a cidade de São Paulo, trabalhando com dados da década de 1991-2000,
estabelecendo 1996 como o ano padrão.

BUENO-BARTHOLOMEI (2003) – O trabalho avaliou a capacidade de


atenuação da radiação solar por diferentes espécies arbóreas. Foi avaliada a
melhoria do conforto térmico em duas salas de aula depois da colocação de algumas
árvores na área externa. Os dados foram coletados sob as copas das árvores
estudadas e ao Sol simultaneamente. Foram calculadas as porcentagens de
atenuação da radiação solar para cada árvore, assim como as variações relativas
das temperaturas do ar e de globo. A analise da influência das diferentes espécies
arbóreas no conforto térmico de ambientes externos foi realizada pelo método do
PMV, e pelos valores das atenuações da radiação solar obtidos. Ao final, a espécie
arbórea que apresentou maior porcentagem de atenuação radiativa (92,8%) foi a
Cingingium jambolana, conhecida como Jambolão.

CHARLES (2003) - Nesta revisão foi avaliada a validade de dois modelos de


conforto térmico desenvolvidos por Ole Fanger (PMV e o DM41). O primeiro combina
quatro variáveis físicas (temperatura e velocidade do ar, temperatura radiante média
e umidade relativa), e duas variáveis pessoais (isolamento roupa e nível de

41
Sigla para Draught Model

87
atividade) em um índice que pode ser usado para prever a sensação térmica média
de um grande grupo de pessoas. O segundo prevê a porcentagem de ocupantes
satisfeitos com o projeto local, a partir de três variáveis físicas (temperatura e
velocidade média do ar e intensidade de turbulência). O trabalho indica que o
modelo de PMV nem sempre é bom para avaliar a sensação térmica real,
particularmente em ambientes de estudo de campo. Discrepâncias entre real e
previsto nas sensações térmicas refletem, em parte, as dificuldades inerentes à
obtenção de medidas precisas de isolamento de roupa e nível de atividade. Quanto
ao Draught Model, destaca algumas limitações metodológicas e contextuais que
prejudicam a precisão das previsões do modelo. Entre os mais interessantes foram
os estudos recentes que sugerem que o movimento do ar pode ser percebido como
agradável, em vez de desconforto indesejado, em temperaturas mais altas.

EVANS (2003) – Considera a necessidade de definir conforto de espaços


interiores e exteriores em relação às variações diárias de temperatura.

GONÇALVES et al. (2003) – Produzem um estudo de zoneamento


bioclimático para o estado de Minas Gerais, com bases nas Tabelas de Mahoney
(1969). O objetivo inicial foi propor um tipo de arquitetura para residências de
interesse social, com adequações quanto às condições de conforto ambiental.

LAMBERTS & ANDREASI (2003) – Reúne estudos realizados no Brasil e em


outros países referentes ao conforto térmico.

OLIVEIRA (2003) – Discorre a respeito dos trabalhos pioneiros no Brasil,


sobre conforto térmico, de Paulo Sá e Benjamin Alves Ribeiro. Os valores
encontrados pelas pesquisas foram utilizados para cálculo do PMV, proposto por
Fanger, através do uso do software Conforto 2.02. O trabalho também apresenta a
metodologia utilizada por Paulo Sá e Benjamim Alves Ribeiro, Fanger e Michael
Humphreys em pesquisas realizadas em escolas ou com estudantes. Destes,
apenas Fanger trabalhou com câmaras climatizadas. Ao final, compara as
metodologias relativas ao ambiente escolar relatados neste trabalho.

88
NICOL (2004) - Propõe a abordagem adaptativa para estudar o conforto
térmico em locais de clima tropical, haja vista que o PMV superestima a sensação de
calor nestas regiões (STILPEN, 2007:30).

DEAR (2004) – Discute a metodologia, benefícios e limitações da pesquisa


convencional em câmara climática, em comparação com a alternativa baseada em
campo. Em particular, questões como o tamanho da amostra, instrumentação e
medição climática, procedimentos, questionários, isolamento de roupas e avaliação
da taxa metabólica técnicas são analisadas. Para o autor, em câmaras climáticas,
não é possível identificar corretamente qual o fator de insatisfação das pessoas.

FUNARI & AZEVEDO (2004) – Compararam o efeito da medida da velocidade


do vento a 2 e 10 metros de altura, para o estudo do efeito de Windchill. O trabalho
demonstra que, considerando a velocidade do vento a 2 metros (o que representa
de maneira aproximada a altura de uma pessoa), ou com a medida padrão de 10
metros (obtida nas estações meteorológicas), o valor Windchill é praticamente o
mesmo.

CARDOSO, LIMA & ASSIS (2004) – Este artigo aborda a questão da


sensação do conforto ambiental usando uma formulação para o índice
biometeorológico que leva em consideração as temperaturas do ar e do ponto de
orvalho, para os meses de novembro a fevereiro, no município de Pelotas (RS). Foi
empregada a metodologia de Thom, de 1959 (Discomfort Index). Janeiro e fevereiro
apresentaram maior índice de desconforto. De um modo geral, novembro e
dezembro foram os meses com clima satisfatoriamente agradável no que diz
respeito a altas temperaturas acompanhadas por elevada umidade relativa.

MINAKI & AMORIM (2004) – Conforme Funari (2006:38), neste trabalho


realizou-se uma comparação do conforto térmico entre dois condomínios da cidade
de Presidente Prudente (SP), utilizando o Discomfort Index, de Thom (1959).

PEREIRA et al. (2004) – Estudaram o conforto no interior da biblioteca


localizada na Universidade Federal do Pará, utilizando o emprego do nomograma de
Temperatura Efetiva, para a determinação da zona de conforto. Dos cinco pontos

89
estudados, apenas o ambiente já climatizado anteriormente atingiu níveis
satisfatórios, o que não ocorreu nos demais locais.

BOGO et al. (2004) - Apresentaram um trabalho de revisão bibliográfica


acerca de estudos bioclimáticos em diversos países. Os índices de conforto de
Fanger (PMV e PPD) são contrapostos com alguns diagramas bioclimáticos, como
os de Olgyay e Givoni, para se verificar a adequação dos mesmos.

GRZYBOWSKI (2004) – Realiza estudo em escolas públicas de Cuiabá (MT),


analisando o modelo construtivo das edificações. Emprega para o estudo do
conforto os índices de Fanger (PMV), concluindo que na grande maioria as
construções apresentam situação de desconforto na maior parte dos períodos
analisados.

NORMA ISO 7730 (2005) - Um espaço apresenta condições de conforto


quando não mais do que 10% dos seus ocupantes se sintam desconfortáveis. Para
a normalização, adota o modelo de Fanger (PMV e PPD).

ALI-TOUDERT (2005) – Estuda a influência do desenho urbano e


arruamentos no microclima e conforto térmico dos pedestres, analisando a
geometria das edificações. Utiliza o método PET (Hoppe, 1999) para identificação do
conforto. Atesta que diversos locais na mesma rua podem apresentar valores
distintos de conforto para os indivíduos, de acordo com a configuração do canyon
urbano. Utiliza o programa de modelagem numérica tridimensional ENVImet 3.0
simulando as mudanças microclimáticas dentro de ambientes urbanos em resolução
espacial e temporal. Os cálculos do modelo são executados em Freiburg, na
Alemanha, e em Ghardaia, na Argélia, ambos durante o verão.

CABRAL et al. (2005) - A metodologia utilizada nesta pesquisa consistiu na


realização de dois trabalhos de campo na área da Avenida Paulista,
respectivamente nos dias 02 e 21 de novembro de 2004, com medições em quatro
pontos distintos. As medições foram realizadas a cada meia hora, das 07h00 às
15h00, sendo obtidos os registros da temperatura seca, temperatura úmida,
temperatura efetiva, nebulosidade, direção e intensidade dos ventos e umidade

90
relativa, além de entrevistas concomitantes às medições acerca da sensação
térmica dos transeuntes. O índice empregado foi o de Temperatura Efetiva, que,
segundo os autores, se mostrou adequado, conjuntamente com as entrevistas, para
a identificação de faixas de conforto humano. Houve diferenciação dos valores de
temperatura do ar, temperatura efetiva e umidade relativa do ar, em relação aos
locais de observação/medição, mostrando a influência do Parque Trianon, que
apresentou valores térmicos mais baixos em relação às áreas com maiores taxas de
urbanização/verticalização situadas no seu entorno, com diferenças de até 3ºC em
determinados horários, para os dois episódios analisados.

GAITANI E STATHOPOULOS (2005) - Avaliaram as condições de conforto


térmico em espaços urbanos abertos, na cidade de Atenas (Grécia) em doze
diferentes lugares. Para as análises, segundo Pezzuto (2007:35) foram avaliados
dois índices de conforto para áreas externas: o COMFA (BROWN & GILLESPIE,
1995), e o Índice de Sensação Térmica – TS (GIVONI & NOGUCHI, 2000), baseado
na equação de predição da sensação térmica confortável e desconfortável em áreas
externas. Indicaram que as condições de conforto térmico são mais agradáveis, em
lugares com alta concentração de áreas verdes e corpos d´água, se comparados
com espaços urbanos com alto índice de construção.

FUNARI (2005) - Foi realizada a avaliação do conforto térmico humano,


durante um eclipse total do Sol, ocorrido em Chapecó (SC), cidade situada próxima
a linha central da faixa de totalidade deste evento astronômico. Foram realizadas
medidas de temperatura do ar, umidade relativa e velocidade do vento, nos dias 3
de novembro de 1994 (dia do eclipse) e no dia anterior para efeito comparativo. O
índice de conforto utilizado foi o de Missenard (1948), com a correção da velocidade
do vento usando o ábaco de Temperatura Efetiva. Houve significativa variação do
índice de conforto térmico, principalmente devido a queda da radiação solar direta,
com o correspondente declínio da temperatura do ar, e aumento da umidade
relativa. Valores obtidos para o período em que o Sol se achava eclipsado, quando
comparado com o dia anterior, que apresentava tipo de tempo praticamente igual
(com céu completamente claro) demonstram o chamado “efeito do eclipse”.

91
ALMEIDA (2005) – Utiliza o programa ARQUITROP v3.0 (sistema42 integrado
de rotinas e banco de dados para a análise de conforto térmico) e o TropLux (para
analisar o desempenho luminoso). O estudo ocorreu em Maceió (AL), em
edificações de um conjunto habitacional popular. Confirma a tendência a desconforto
nestas moradias, demonstrando uso de material inadequado para as condições
climáticas da região.

BARBOSA (2005) – Investiga o papel da vegetação no clima urbano. O


estudo ocorre em Maceió (AL), com medições de temperatura e umidade no período
de inverno, constatando maior conforto térmico nas áreas verdes dos locais de
amostragem. O autor já havia realizado trabalho anterior (2002), para os meses de
verão, com similar constatação.

LIMA (2005) – A dissertação teve como objetivo demonstrar e analisar a


relação entre a forma urbana e o consumo de energia em climatização artificial de
edificações, a fim de que apresentem níveis satisfatórios de conforto térmico. Entre
os métodos utilizados para a pesquisa, utilizou o software COMFIE43, de origem
francesa (Cálculo de Multizonas Fixadas à uma Interface Inteligente). Os três
demais: Método paramétrico (proposto por Rossi, 2004); Fator de variação da
temperatura interna (Szokolay, 1987); Equações preditivas (Fernandes, 2005).

PIZARRO (2005) – No mestrado, a autora realiza estudo na cidade de Bauru


(SP) abordando o conforto térmico e o conforto luminoso. Três escolas municipais
foram selecionadas e analisadas, definindo-se variáveis que abrangem três
aspectos: pessoal, climático e construtivo. Um modelo de previsão de índice de
satisfação térmica do usuário e de grau de iluminância foram aplicados em sala de
aula. As importâncias relativas de cada variável foram definidas através de testes de
sensibilidade, valendo-se de Redes Neurais Artificiais (que consistem em modelos
computacionais que procuram imitar o funcionamento cerebral humano em seu
processo de recuperação e aquisição de conhecimento) como ferramenta de
modelação.

42
RORIZ, M. e BASSO, A. ARQUITROP, versão 3.0. São Carlos, SP,
1989.<http://ufsc.br/downloads/tabela_software.html>
43
Sigla em francês para Calcul d’Ouvrages Multizones Fixe à une Interface Expert.

92
SIQUEIRA et al. (2005) - Apresenta uma metodologia para se estimarem os
dias típicos de projeto, por meio do tratamento estatístico dos dados climáticos, para
inverno e verão (com utilização de dados horários das variáveis climáticas).
Sugerem o uso de pelo menos dez anos de dados para se chegar a uma
caracterização razoável do local de instalação da construção.

TABLADA, DE LA PEÑA & DE TROYER (2005) – O artigo discorre sobre


alguns aspectos do conforto térmico em edifícios ventilados naturalmente localizados
em climas quentes e úmidos. Descreve a metodologia e os resultados de uma
pesquisa realizada em Havana (Cuba) sobre a sensação térmica dos ocupantes dos
edifícios. A aplicação do conforto adaptativo como modelo para o estudo de caso é
apresentado e os resultados são discutidos. Mostram que pessoas as entrevistadas
são mais tolerantes em relação ao clima quente e úmido do que o modelo de PMV
de Fanger prevê. Demonstra também, após o estudo, limites de conforto para vários
modelos adaptativos, que variam em até 2,2ºC.

VECCHIA (2005) – O artigo trata de experimento de campo, tendo sido


ensaiada a colocação de lâminas de alumínio do tipo foil (subcoberturas) como
medida de correção ambiental do comportamento térmico de uma edificação
ocupada, construída em alvenaria, com telhas cerâmicas. Optou-se pela utilização
de registradores digitais de temperatura, ao invés de modelos simuladores. Foram
então registradas e verificadas as flutuações das temperaturas superficiais e do ar,
registradas no interior da referida edificação ocupada, antes e depois da instalação
de lâminas de foil. Em medições realizadas das 11h00 às 15h00, a redução da
temperatura superficial máxima chegou a 5,8ºC, reduzindo assim a possibilidade de
estresse térmico dos ocupantes.

VAN DER LINDEN et al (2006) – Sugerem um novo método para cálculo da


temperatura de conforto em prédios na Holanda, partindo do conceito de conforto
adaptativo (STILPEN, 2007:30);

93
FUNARI (2006) – Na tese, o autor desenvolve um Índice de Sensação
Térmica Humana (IST), de acordo com a variação dos tipos de tempo, utilizando
como ano padrão 1996 (representativo da década de 1991-2000). Fez uso da
metodologia proposta por Missenard (1948), com modificação para o emprego da
correção para a velocidade do vento, utilizando o ábaco de Temperatura Efetiva.
Para o estabelecimento dos tipos de tempo, utilizou-se de Cartas Sinópticas da
Marinha do Brasil, além da metodologia de Monteiro (1969, 1971, 1973), para a
elaboração da análise rítmica. Os dados meteorológicos foram coletados do IAG
(Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP). Na tabela a
seguir, adotada pelo autor, estão discriminadas as classes do Índice de Sensação
Térmica. Como observado na tabela 06, as classes 1, 2 e 3 representam
resfriamento muito elevado a frio; as classes 4 e 5 correspondem a um desconforto
pelo frio; as classes 6, 7 e 8 representam a zona de conforto; as classes 9 e 10
abrangem desconforto pelo calor; a classe 11 representa um aquecimento elevado
com possibilidade de “stress térmico”.

Tabela 06: Classes do Índice de Sensação Térmica (FUNARI, 2006:64)

Nos resultados, conclui que no verão não houve desconforto. Já no inverno,


na parte da tarde ocorreram alguns dias em situação de conforto. Na maioria dos
dias de inverno houve desconforto ou resfriamento. O autor também elaborou para
cada período do verão e do inverno (manhã, tarde e noite), a probabilidade de
ocorrência das sensações de conforto, desconforto ou resfriamento, de acordo com
o tipo de tempo.

94
BALTAR (2006) - Avalia a influência de parâmetros construtivos na demanda
e consumo de energia elétrica para fins de condicionamento térmico ambiental. Os
parâmetros construtivos avaliados englobam tipos de vidros, cores externas das
fachadas e revestimento interno das paredes. As análises foram realizadas através
do programa de simulação termo energética EnergyPlus. O estudo foi realizado em
um hospital no município de Lajeado (RS), constatando a influência dos materiais
construtivos no conforto do ambiente edificado.

EPSTEIN & MORAN (2006) - Os autores analisam alguns índices, divididos


em três grupos: racionais e empíricos (com aplicação de variáveis ambientais e
fisiológicas, mais complexos, portanto) e simples (com base na medição de variáveis
ambientais básicas). Após o estudo sugerem a adoção do Discomfort Índex (DI),
desenvolvido por Thom (1959) para estudos de stress de calor.

GIRALT (2006) – O autor estuda a cidade de Torres (RS), avaliando o


conforto térmico em espaços públicos abertos. Os cálculos de índices de conforto
foram realizados após trabalho de campo em três praças da cidade, com aplicação
de questionários e observações das variáveis ambientais. Observou que os
parâmetros microclimáticos devem ser considerados, porém os fatores de adaptação
fisiológica e psicológica podem ser responsáveis pelas diferenças das avaliações de
estado de conforto. Utilizou vários índices (PMV, TS, Humidex, PET), concluindo que
estes apontam para um grau de desconforto nos espaços estudados.

KATZSCHNER & NG (2006) – Estudam o conforto em Hong Kong,


salientando para a importância da ventilação no interior do espaço urbano, devido ao
grande adensamento. Propõem um planejamento maior na construção das
edificações, para que se não obstrua o movimento do ar na maior parte da cidade.
Ao final apontam algumas sugestões para minimizar o desconforto térmico, dentre
elas a limitação na altura e largura dos prédios, evitando assim o bloqueio da
ventilação natural, principalmente a brisa marítima.

LEÃO (2006) - Analisou o desempenho térmico em duas unidades


habitacionais, localizadas em área de clima tropical, em Cuiabá (MT). O autor

95
utilizou o programa Analysis Bio44 para a análise dos parâmetros climáticos, obtidos
junto ao CPTEC/INPE45. A zona de conforto térmico de Givoni (1992) para países
com clima quente e em desenvolvimento (com índices de temperatura entre 18°C e
29°C) foi escolhida como representativa para pessoas adaptadas aos climas
existentes no Brasil. Segundo o autor, a tipologia das habitações investigadas em
seu trabalho proporciona desempenho térmico tão insatisfatório que o desconforto é
menor no lado externo da moradia.

MACIEL (2006) – A autora investigou o desempenho térmico das habitações


de madeira, na cidade de Belém (PA), concluindo que há um pequeno desconforto
no período da tarde, propondo que estes protótipos sejam construídos à sombra,
minimizando assim o calor. Utilizou o software Conforto 2.02 (desenvolvido por
RUAS, 2002) e o método de Fanger (PMV).

OLIVEIRA (2006) – Utilizou o programa VisualDOE 4.146 para simulação de


desempenho térmico em residências unifamiliares de Natal (RN), em sua
dissertação de mestrado.

YOSHIDA (2006) – Estudo de caso que analisa os edifícios de habitação de


uma cidade pertencente à Zona Bioclimática Z3, São Paulo (SP), de acordo com a
ABNT de 2005. Pesquisou acerca da prática profissional, bem como realizou
identificação de tipologias de habitação. Fez uso do método de simulação
paramétrica, através do software EnergyPlus, com objetivo de identificar a
sensibilidade de alguns parâmetros como orientação e ventilação natural, face ao
clima estudado.

DUMKE (2007) – A autora avaliou o clima e o conforto térmico nas paisagens


intra-urbanas e suas relações com as desigualdades socioespaciais geradas pelo
desenvolvimento da Região Metropolitana de Curitiba. O trabalho se particulariza por
relacionar o estudo do clima urbano e do conforto térmico às condições sociais da
população. A partir da cartografia dos elementos do sítio (hipsometria, declividade,

44
Software desenvolvido pelo Laboratório de Eficiência Energética de Edificações LABEEE/UFSC
45
Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos/Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais.
46
Architectural Energy Corporation (2005).

96
orientação das vertentes do relevo e ventos superficiais), do fator urbano (uso do
solo, distribuição socioespacial das habitações) e de sua correlação, elaborou-se a
setorização espacial da cidade. Os valores de temperatura do ar e de umidade
relativa do ar, coletados in situ em 16 locais selecionados, em agosto de 2006, foram
comparados aos dados obtidos por estações meteorológicas, espacializados,
analisados por meio de gráficos comparativos e avaliados segundo os modelos de
conforto térmico de Sorre (1984), Givoni (1992) e Aroztegui (1995). Utilizou também
a Termografia de Superfície, obtida por imagem de satélite Landsat 5, para
comparação entre a temperatura da superfície e a temperatura do ar. Confrontando-
se os graus de desconforto térmico à classificação das condições e qualidade de
vida dos locais amostrados, verificou a existência um duplo desconforto – devido ao
frio, e amplitudes térmicas elevadas – nos espaços em que a população mais pobre
se estabelece.

STILPEN (2007) – O trabalho analisa a eficiência energética de uma


habitação unifamiliar, de interesse social, erguida na Ilha do Fundão (RJ). Descreveu
o Centro de Energia e Tecnologias Sustentáveis e avaliou o comportamento térmico
dos materiais não-convencionais utilizados em sua construção. Foi realizado um
experimento de conforto térmico, de acordo com a teoria proposta por Fanger
(1970). Na seqüência há o tratamento destes dados experimentais coletados em
mais de 300 (trezentas) entrevistas, sendo que, ao final, foram apresentadas
sugestões bioclimáticas de alternativas construtivas e pós-ocupacionais, com baixo
custo de implantação e grandes benefícios gerados aos habitantes da casa popular,
no que tange ao bem-estar climático.

CAMPOS NAVARRO (2007) – Estabelece através deste estudo uma proposta


de zoneamento bioclimático para a Bolívia, analisando as adequações construtivas
empregadas na arquitetura vernacular local em relação aos climas das regiões do
país. Para a análise, além da coleta de dados meteorológicos de diversos pontos no
país, foi utilizado o software ABC47 e as Planilhas de Mahoney. Ao final, foi possível
a verificação de uma boa correlação entre as recomendações bioclimáticas das

47
Architectural Bioclimatic Classification

97
zonas predefinidas e as respostas construtivas vernáculas. Ao todo, foram definidas
e detalhadas oito zonas bioclimáticas.

CHVATAL (2007) - Investiga a influência do aumento do isolamento do


ambiente construído no desempenho térmico dos edifícios em Portugal e em climas
do Sul Europeu, principalmente no período do Verão. Os benefícios com o aumento
da espessura do isolamento são evidentes numa situação típica de Inverno. Através
de simulações computacionais, utilizando softwares como o TRNSYS 48 e o
PARAM49, e análises utilizando o método PMV de Fanger (1970), realizou a
pesquisa constatando que o isolamento no Verão, em certas condições, pode
dificultar a dissipação do calor para o meio externo, causando um aumento da
temperatura interior acima do limite de conforto.

LEÃO (2007) – Em sua dissertação a autora cria uma carta bioclimática para
Cuiabá (MT). Utilizou dados de médias mensais de temperatura do ar para o período
1990 a 2004, coletados na Estação Meteorológica oficial no próprio município, para
a determinação do Ano Climático de Referência para Cuiabá, ou TRY 50. A
metodologia consiste na eliminação de anos de dados climáticos que contenham
temperaturas médias mensais extremas (altas ou baixas). Posteriormente foram
coletados dados horários de temperatura de bulbo seco e temperatura de bulbo
úmido na Estação Meteorológica para o ano de 1994, eleito como ano de referência.
Esses dados foram utilizados na plotagem da carta e obtenção das estratégias
bioclimáticas necessárias para correção do clima local, através do software Analysis
Bio. Os resultados finais concluíram presença de 19,5% de horas de conforto e
80,5% de desconforto para o TRY de Cuiabá. As estratégias bioclimáticas mais
indicadas foram sombreamento (94,7%), ventilação (56,2%), resfriamento
evaporativo (20,2%) e massa térmica para resfriamento (19,6%).

MONTEIRO & ALUCCI (2007) – Artigo que trata de aspectos teóricos


envolvendo o conforto térmico, elencando e analisando os principais índices
utilizados em estudos.

48
Comercializado desde 1975, o programa é desenvolvido em linguagem FORTRAN.
49
Desenvolvido em linguagem C++.
50
Test Reference Year

98
PEZZUTO (2007) – A autora investiga o papel do uso do solo no conforto de
espaços abertos, na área urbana de Campinas (SP). Para isso, utiliza-se de dados
provenientes de medidas móveis e fixas de temperatura e umidade, além da
aplicação de questionários.

RIBEIRO (2008) – Elabora um estudo de conforto térmico para a cidade de


Ribeirão Preto (SP), com recomendações para projetos de edificação no município.
Utilizou as Planilhas de Mahoney (1969) para a elaboração do trabalho.

SAJANI et al. (2008) – Estudo aplicado em Bologna, na Itália, para uma


caracterização bioclimática. Foram comparadas as áreas do aeroporto, zona rural e
área urbanizada, além da temperatura de cidades localizadas em um raio de 25 km
de Bologna. Foi utilizado o Discomfort Index (Thom, 1959), apurando que as áreas
mais distantes da zona central apresentam temperaturas mais reduzidas,
principalmente no período noturno.

MONTEIRO (2008) – Propôs um método para quantificar as correlações entre


as variáveis microclimáticas (temperatura, umidade, velocidade do vento, radiação
térmica) e as variáveis subjetivas (percepção e preferências de sensação térmica)
mediadas por variáveis individuais (vestimenta e atividade física), para possibilitar a
predição do grau de adequação térmica de espaços abertos em um meio urbano (no
caso desta pesquisa, a cidade de São Paulo). Através de levantamento de dados em
campo (para as variáveis ambientais, subjetivas e individuais) chegou a resultados
que indicam a aplicação da calibração para os índices já existentes e proposição de
nova modelagem preditiva51 para o cálculo do conforto.

CORGNATI, ANSALDI & FILIPPI (2009) – Investigam o conforto térmico em


salas de aula em Turim, na Itália, aplicando o método PMV e o PPD, de Fanger
(1970).

51
Segundo o autor, (apud Echenique, 1975), o modelo preditivo visa prognosticar o futuro, seja por
meio de extrapolações em que se manifesta a continuação da tendência atual, seja por meio de
condições em que mecanismos de causa e efeito são especificados. Ele justifica o uso destes
modelos no trabalho, especificamente os modelos preditivos condicionais, uma vez que o objetivo é a
obtenção de uma ferramenta para previsão de uma situação futura hipotética.

99
PEREIRA & ASSIS (2010) – Avaliam os modelos de índices adaptativos para
uso nos projetos arquitetônicos climáticos, para aplicação no Brasil. Após várias
comparações realizadas, verificou-se que a temperatura neutra resultante das
equações propostas por Auliciems (1981) e DeDear & Bragger (2002) apresentam
melhor resultado. Apesar de algumas vantagens, para os autores os índices
adaptativos possuem limitações na determinação das condições de conforto térmico
dos usuários de uma edificação, por considerar apenas a temperatura do ar como
variável.

UTIMURA (2010) – Em sua tese procurou relacionar os casos de doenças


respiratórias ao microclima, em um assentamento de moradores em uma favela da
zona norte do município de São Paulo. Relacionou os padrões construtivos e a
temperatura e umidade relativa do ar no interior das habitações, além da analise dos
tipos de tempo atuantes nos períodos de aquisição dos dados, obtidos através de
mini-registradores digitais. Para a associação do conforto térmico com os sintomas
de doenças respiratórias, foi aplicado um questionário entre os habitantes. A maior
parte das residências esteve fora da zona de conforto térmico, segundo o Diagrama
Bioclimático de Olgyay (1963), aplicado neste trabalho. Ao final concluiu que as
moradias são termicamente insalubres, principalmente as construídas com madeira
e telha de fibrocimento, facilitando assim a proliferação de doenças do sistema
respiratório.

100
Foram revistas 197 pesquisas no total. Destas, 63% correspondem a
publicações estrangeiras. Na figura 25 é possível observar que a maior parte dos
trabalhos analisados foi publicada após 1980. Do total, 106 trabalhos, ou seja, mais
da metade deles, foram elaborados entre 1991 e 2010.

70 66

60

50
40
Trabalhos

40

30
22
20 16 16
14
11
10 7
3
1 1
0
1900 - 1910

1911 - 1920

1921 - 1930

1931 - 1940

1941 - 1950

1951 - 1960

1961 - 1970

1971 - 1980

1981 - 1990

1991 - 2000

2001 - 2010
Figura 25: Distribuição quantitativa dos trabalhos pesquisados ao longo dos anos. Org. pelo autor.

101
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a realização deste levantamento bibliográfico, podemos chegar a


algumas considerações. Ao longo do século XX, se avançou muito no estudo do
conforto térmico humano. Contudo, não parece haver se encerrado a discussão de
qual o método mais eficaz para indicar o grau de conforto de indivíduos em
ambientes internos e externos. Não parece haver um índice que possa ter uma
aplicação universal.
Diferentes índices foram desenvolvidos ou aprimorados. No início mais
simples, considerando apenas poucas variáveis no estudo. Com o decorrer dos anos
outros mais sofisticados foram elaborados, procurando considerar diversos
aspectos, como a aclimatação individual e variáveis fisiológicas.
Parece-nos pertinente a análise do conforto térmico levando-se em conta os
tipos de tempo atuantes e as variações sazonais. A sensação térmica do indivíduo e
as exigências para que se chegue a um estado de neutralidade térmica podem
variar de acordo com a época do ano. Além disto, aspectos regionais e a
adaptabilidade individual ao clima local são significativos em quaisquer que sejam as
aplicações.
A análise em câmaras climatizadas, com ambiente controlado, não parece ser
um método adequado para inferir o conforto térmico, pois diversas variáveis podem
alterar os resultados e a sensação individual, como os níveis de aclimatação, o
metabolismo, a variação sazonal e diurna, vestimenta, a exposição ao Sol,
ventilação, umidade etc. Para a avaliação do conforto em ambientes internos, vale
ressaltar a importância do padrão construtivo, do tipo de material utilizado em
coberturas e paredes, presença de janelas, ventilação passiva, exposição à
insolação etc.
O cálculo de conforto para ambientes internos é menos passível de
equívocos, pois as condições climáticas podem ser controladas, diferentemente do
ambiente externo, onde as variáveis como a radiação direta e o vento atuam de
modo preponderante nos indivíduos (além do fator fisiológico, aliado à atividade
física e vestimenta). A aplicação de questionários e pesquisa de campo parece ser
importante na avaliação das zonas de conforto, pois em diversos trabalhos, os

102
valores preconcebidos nos modelos não se comprovaram na prática, quando
aplicados aos indivíduos.
Devem ser considerados para o cálculo e definição de índices para
determinadas localidades o fator temporal. Após muitos anos, o padrão alimentar
das pessoas pode se modificar, fazendo com se tornem obesas, por exemplo,
influenciando assim, na taxa metabólica e na resposta fisiológica ao calor/frio. Deste
modo, poderia haver uma revisão na determinação das zonas de conforto de certas
localidades, levando-se em consideração esta variável. Por isso parece ser bastante
razoável o constante aprimoramento ou calibração dos índices e diagramas para
cálculos de conforto preexistentes.
Inicialmente a maior parte dos trabalhos utilizava a Temperatura Efetiva nos
cálculos de conforto. Após o trabalho de Fanger (1970), preferencialmente é
utilizado o PMV, na maioria dos estudos, apesar da crítica de alguns autores ao
método, principalmente daqueles que pregam os modelos adaptativos. Porém,
diversos autores perceberam que a aplicação de alguns índices não poderia ser
extrapolada para outras regiões climáticas diferentes do local de origem da aplicação
inicial. Deste modo, desenvolveram adaptações e publicaram trabalhos visando o
aperfeiçoamento no estabelecimento de outros métodos para o cálculo do conforto.
A carta bioclimática de Olgyay (1963) é de fácil utilização e sua aplicação se mostra
bastante eficaz, porém sofre críticas de alguns autores, pois não é possível aferir o
grau de desconforto individual. Em paralelo, outros defendem que ela só pode ser
aplicada a regiões de clima temperado, apesar da correção proposta por
Koenigsberger (1973), para climas quentes.
Alguns índices são utilizados com mais freqüência apenas devido à
simplicidade na obtenção de dados, como o Discomfort Index, de Thom (1959), onde
é necessária somente a temperatura de bulbo seco e bulbo úmido, obtidas com dois
termômetros simples. Porém não considera a influência do vento, a temperatura
radiante e atividade individual.
Os modelos adaptativos foram utilizados a partir da década de 1980,
relacionando temperaturas interiores de projeto ou limites aceitáveis de temperatura
com parâmetros meteorológicos ou climatológicos exteriores, considerando também
a percepção e a adaptação do indivíduo ao clima no qual vive (levando em conta a
aclimatação).

103
Notou-se que, principalmente a partir da década de 1980, os índices e
modelos para o cálculo de conforto foram sendo modificados a partir dos
preexistentes, não havendo elaboração de outros métodos que diferissem em
grande parte dos anteriores. Muitos softwares foram desenvolvidos com a era da
informática, visando calcular áreas de conforto, principalmente em ambientes
externos nas cidades.
Algumas dificuldades foram encontradas ao longo da pesquisa. Destaca-se
que em diversos casos, os autores e seus respectivos trabalhos não foram
encontrados, sendo que em muitas vezes os anos de publicação estavam trocados
ou até mesmo o conteúdo dos artigos eram diferentes dos citados em outras obras.
Em alguns artigos foi possível notar a confusão que se faz entre o nomograma de
Temperatura Efetiva e suas correções e o Discomfort Index, de Thom (1959), sendo
comumente tratados como a mesma coisa.
Cabe destacar ainda os limites do trabalho, uma vez que devido ao extenso
levantamento bibliográfico, não foi possível uma análise mais profunda com relação
aos índices de conforto e cartas bioclimáticas, quanto à aplicação e eficácia dos
mesmos. A maior parte das equações que deram origem aos métodos não consta
neste trabalho, uma vez que seria necessário um maior aprofundamento no
entendimento dos mesmos por parte do autor. Adotou-se como critério a escolha de
trabalhos diversos ao redor do mundo, procurando elencar estudos realizados em
todos os continentes, utilizando diversas formas de índices de conforto. Percebeu-se
que a maioria dos trabalhos pesquisados foi desenvolvida por arquitetos e
engenheiros, sendo pouca a produção da Geografia neste campo,
comparativamente.

104
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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