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CNC

Introdução – Comandos Básicos

Prof.: João B. Sá de Farias


1. Introdução
• As máquinas operatrizes classificam-se em
convencionais, automáticas e com comando
numérico (CN).
• CN é um equipamento eletrônico capaz de
receber informações por algum meio de entrada,
transformar estas informações e transmiti-las ao
comando mecânico da máquina operatriz, de
modo que ela, sem a intervenção do operador,
execute operações em uma seqüência pré-
determinada
CN x CNC
• Quando surgiram as primeiras máquinas
controladas eletronicamente, com controle
numérico (CN), os programas eram gravados
em fitas perfuradas e introduzidos na máquina.
O operador podia iniciá-lo e interrompê-lo,
mas não modificá-lo, executava somente
movimentos lineares, alguns movimentos
angulares e nenhum movimento circular.
CN x CNC
• Atualmente, no CNC podemos introduzir o programa,
iniciar a execução e alterar no próprio comando os seus
dados, o sistema executa movimentos lineares, em
ângulo e circulares. Porém, a distinção entre CN e CNC
é somente verificada com referência ao comando em si,
pois os programas serão sempre chamados de
programas CN, que pode ser definido da seguinte forma:
É um conjunto de informações com ordens diversas
para a máquina, dispostas numa seqüência normal
de operações para produzir várias peças idênticas,
num tempo determinado.
1.1 Vantagens
• O CNC é o mais dinâmico processo de
fabricação. Ele representa um investimento
inicial alto, porém quando bem estruturado
á sua aplicação, é compensado pelas
vantagens no processo quanto a
qualidade, tempo de execução e exatidão
dimensional e geométrica.
1.2 Linguagens de Programação
• No CNC os comandos precisam ser feitos em
linguagem de máquina, para que a mesma
entenda e possa executá-los. Para tanto, foram
criadas algumas linguagens de programação
para que os fabricantes dos “comandos” sigam
um padrão para algumas funções básicas,
porém tenham liberdade para a criação de
recursos próprios, desta forma alguns
comandos oferecem mais recursos que outros.
1.2 Linguagens de Programação
• A norma ISO e a norma DIN padronizaram a
linguagem de programação e os fabricantes de
comando: FANUC, SIEMENS, MITSUBISHI,
MACH, etc., se baseiam nestas normas. O
sistema HEIDENHAIN utilizado pela MCS e o
MAZATROL utilizado pela Mazak, são
linguagens diferentes das demais.
• Estes comandos são utilizados pelos fabricantes
de máquinas como a Romi, Index, Ergomat,
Mitsubishi, Mazak, Nardini, etc.
1.3 Métodos de Programação
• Programação direta na máquina;
• Programação manual;
• Programação auxiliada por computador
(CAM);
1.4 Entrada de Dados
• Manual – Painel da máquina;
• Drive – disco magnético;
• Comunicação com PC;
Sistema DNC
• Comando Numérico Direto: é um sistema
onde um computador está interligado,
normalmente a várias máquinas, a fim de
gerenciá-las.
2. Máquina CNC
• Nas máquinas CNC a gama de
velocidades de corte e de avanço são
muito maiores, as faixas de tolerâncias
geométricas e dimensionais são muito
menores e para tanto a rigidez estrutural é
muito maior.
2. Máquina CNC
• Um dos fatos que deve ser salientado é que nas
máquinas convencionais notamos que existe uma folga,
mesmo que muito pequena, nos carros ou na mesa, isto
ocorre devido ao sistema de acionamento, constituído por
fuso e porca. Esta folga é detectada e anulada pelo
operador durante as etapas de usinagem. Já nas
máquinas CNC, onde o operador não intervem durante o
processo, esta correção é impossível, logo estas folgas
não podem existir. Para eliminá-las, conseguindo a
precisão necessária, foi desenvolvido um sistema
denominado fuso de esferas recirculantes,
representado na figura abaixo.
2.1 Eixos da máquinas
• Os movimentos das ferramentas nas
máquinas operatrizes são representados
por eixos no sistema de coordenadas
cartesianas. A compreensão destes eixos
em relação as ferramentas é fundamental
para a programação.
Exemplos

Torno com Torre Dianteira Torno com Torre Traseira

Centro de Usinagem
Eixos de um torno e uma fresadora CNC, conforme norma DIN 66217.
Eixos principais, secundários e
rotativos
• Eixos principais:
Eixo X ⇒ eixo do carro transversal em um torno e o eixo da mesa
longitudinal da fresadora.
Eixo Y ⇒ eixo da mesa transversal da fresadora.
Eixo Z ⇒ eixo do carro longitudinal do torno e da mesa vertical da
fresadora.

• Eixos secundários:
U ⇒ segundo movimento paralelo ao eixo X;
V ⇒ segundo movimento paralelo ao eixo Y;
W ⇒ segundo movimento paralelo ao eixo Z;
Eixos principais, secundários e
rotativos
• Eixos rotativos:
A ⇒ movimento de giro em torno de X;
B ⇒ movimento de giro em torno de Y;
C ⇒ movimento de giro em torno de Z;
2.2 Pontos de Referência
• O comando dos movimentos da
ferramenta na usinagem de uma peça é
realizado, em máquinas CNC, com auxílio
de sistemas de coordenadas. A posição
exata destes, dentro da máquina é
determinada através dos pontos-zero e
dos pontos de referência, que auxiliam
na operação e programação.
2.2.1 Pontos Zeros
Ponto Zero Máquina – M: é definido pelo fabricante.
Ele é o ponto-zero para o sistema de coordenadas da
máquina e o ponto inicial para todos os demais
sistemas de coordenadas.

Ponto Zero Peça – W: é o ponto de origem (zero) do


sistema de coordenadas e assim, torna-se o ponto de
referência para a atribuição das dimensões da peça. Ele é
definido pelo programador e introduzido no comando CNC
na ajustagem da máquina.
2.2.2 Pontos de Referência
Ponto de Referência – R: é referencial aos eixos da
máquina. Serve para aferição e para o controle do sistema
de medição dos movimentos do carro e das ferramentas,
quando a máquina é ligada os carros se posicionam em
função deste ponto, que é definido pelo fabricante.
3. Estrutura do Programa
• Um programa CN nada mais é do que uma
seqüência lógica da usinagem de uma peça;
• Um programa CN é composto por linhas,
sentenças ou blocos.
• Cada “linha” é composto por palavras;
• Cada “palavra” é composta por uma letra de
endereço e por um dígito de controle.
Exemplo
N10 G90 G71 G94
N20 S1000 M3

Sentenças? 2
N10 4
Palavras?
N20 3
3.1 Funções Tecnológicas
• S – define a rotação do eixo árvore em
rpm.

• F – define o avanço, que pode ser em


mm/min ou mm/rot. Quem determina a
unidade é um código G.

G94 – Avanço em mm/min.


G95 – Avanço em mm/rot.
3.1 Funções Tecnológicas
• T – define a ferramenta que será utilizada.

Torno – Temos uma torre com 8 ferramentas;


Centro de Usinagem – magazine com 22 ferramentas

Exemplo:

N30 T05
3.1 Funções Tecnológicas
• N – número da sentença, ou número da
linha. Não é obrigatório o uso.
• Comentários – se o programador desejar
inserir um comentário para que o operador
tenha maiores informações sobre a
usinagem, fará através do uso de ponto e
vírgula.

N30 T05;ferramenta de desbaste


3.2 Funções Preparatórias
• Este grupo de funções definem à máquina o que
fazer, preparando-a para executar um tipo de
operação, ou pra receber uma determinada
informação;
• As funções podem ser MODAIS ou NÃO
MODAIS;
• MODAL: uma vez programadas permanecem na
memória do comando, valendo para todos os
blocos posteriores, até que ela seja modificada
ou cancelada;
• NÃO MODAL: valem somente no bloco;
3.2 Funções Preparatórias
• G90: Sistema de Coordenadas Absolutas (Modal).

Supondo que a ferramenta


esteja no ponto X0 e Y0 e
vamos usinar no sentido anti-
horário, as coordenadas dos
próximos pontos serão:

X50 Y0
X50 Y25
X100 Y25
X100 Y60
X0 Y60
X0 Y0
3.2 Funções Preparatórias
• G91: Sistema de Coordenadas Incrementais (Modal).

Supondo que a ferramenta


esteja no ponto X0 e Y0 e
vamos usinar no sentido anti-
horário, as coordenadas dos
próximos pontos serão:

X50 Y0
X0 Y25
X50 Y0
X0 Y35
X-100 Y0
X0 Y-60
3.2 Funções Preparatórias
• G00: Interpolação linear com o máximo de
avanço da máquina (Modal).
Utilizamos para a APROXIMAR e AFASTAR a
ferramenta.
Em G0 a ferramenta NÃO PODE ENCOSTAR
na peça.

Exemplo:
N20 G0 X20 Y30
3.2 Funções Preparatórias
• G01: Interpolação linear com avanço
programado (Modal).
Utilizamos para a USINAGEM.

Exemplo:
N50 G1 X20 Y30 F150
3.2 Funções Preparatórias
• G20 ou G21: Programação em diâmetro ou em
raio (Modais).
G20 Programação em DIÂMETRO, é a função padrão.

G21 Programação em RAIO.

N10 G20
N20 G1 X0 Z0 F0.15
N30 X...
N40 ...

N10 G21
N20 G1 X0 Z0 F0.15
N30 X....
N40 ...
3.2 Funções Preparatórias
• G54 e G55: Sistema de coordenada da peça (Modais).
Temos dois zeros-peça no torno para que possamos
usinar os dois lados da peça.
No torno podemos definir o zero-peça na PLACA ou na
FACE da peça. É mais seguro na face da peça.
3.3 Funções Miscelânea
• Também chamadas de funções de
máquina. Servem para ligar/desligar
algum motor da máquina.
• Exemplos: ligar a placa (fresa), efetuar a
troca de ferramenta, ligar e desligar a
refrigeração.
M3 – liga o eixo árvore à DIREITA;
M4 – liga o eixo árvore à ESQUERDA;
M5 – desliga o eixo árvore;
M6 – efetua a troca da ferramenta;
M8/M9 – Liga e desliga a refrigeração;
M30 – encerra o programa.
Exercícios
Faça um programa CNC para usinar a peça em
coordenadas absolutas e incrementais. A ferramenta está
no ponto X100 e Z100. Ao final da usinagem a ferramenta
deverá retornar a este ponto. Utilize 0.15mm/rot de
avanço. Não se preocupe com rotação neste momento.
Solução
Absoluto Incremental
N10 G90 N10 G90 N140 G90
N20 G54 N20 G54 N150 G0 X100 Z100
N30 G0 X0 Z5 N30 G0 X0 Z5 N160 M30
N40 G1 Z0 F0.15 N40 G91
N50 X40 N50 G1 Z-5 F0.15
N60 Z-10 N60 X40
N70 X50 N70 Z-10
N80 Z-20 N80 X10
N90 X70 Z-30 N90 Z-10
N100 X90 N100 X20 Z-10
N110 Z-50 N110 X20
N120 X92 N120 Z-20
N130 G0 X100 Z100 N130 X1
N140 M30
3.2 Funções Preparatórias
• G2 e G3: Interpolação circular (Não Modais).
• Tanto G2 como G3 executam a usinagem de arcos pré-
definidos através de uma movimentação apropriada e
simultânea dos eixos;
• G2 define a trajetória do arco no sentido horário e G3 define
a trajetória no sentido anti-horário;
• A sintaxe da função é:

N... G2/G3 X.... Z.... Centro OU Valor do Raio.


Depende do Coordenadas Informações complementares
sentido do Ponto Final
3.2 Funções Preparatórias
X

Z
Origem (X0, Z0)

• R – até raios de 180º;


• I – paralelo a “X”. Distância do centro até a origem
(em diâmetro;
• K – paralelo a “Z”;
3.2 Funções Preparatórias
Torre Traseira
G2 (Horário)
Neste caso VALE o
que a Norma
descreve.
G3 (Anti-horário)

T o r r e D ia n te ir a

G 3 ( H o r á r io )

G 2 ( A n ti- h o r á r io )
3.2 Funções Preparatórias
Exemplo:
.
.
.
N30 G0 X21 Z81#
N40 G1 Z80 F0.25#
N50 X24 Z78.5#
N60 Z50#
N70 G2 X44 Z40 R10#
OU
N70 G2 X44 Z40 I44 K50#
N80 ...
3.2 Funções Preparatórias
• G4: Tempo de Permanência.
• O tempo de permanência é definido em segundos através do
parâmetro “D”;
• Na primeira vez que é utilizado é necessário o “D” no mesmo
bloco;
• Em outros blocos em que o tempo é o mesmo apenas
programamos o G4;
• Se o parâmetro “D” for usado em outro comando o tempo
necessita ser programado novamente.
N40 G4 D5#
Exemplo:
N50 ...
N60 ...
N70 G4#
Exercícios
Faça um programa CNC para usinar as peças abaixo. A
ferramenta está no ponto X150 e Z150. Ao final da
usinagem a ferramenta deverá retornar a este ponto.
Utilize 0.15mm/rot de avanço. Não se preocupe com
rotação neste momento.
a)

Início

Fim
b)

Fim

Início

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