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Materiais Betuminosos
Definição
Materiais betuminosos são associações de hidrocarbonetos solúveis em bissulfeto de
carbono. São subdivididos em duas categorias: os asfaltos e os alcatrões:
Asfaltos: são obtidos através de destilação do petróleo. Podem ser
naturais ou provenientes da refinação do petróleo.
Alcatrões: são obtidos através da refinação de alcatrões brutos, que
por sua vez vêm da destilação de carvão mineral.
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Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAPs)
São o produto básico da destilação do petróleo
São semi-sólidos a temperatura ambiente, necessitando de aquecimento para
adquirir consistência adequada para utilização
A composição do CAP é bastante complexa, sendo que o número de átomos de carbono por
molécula varia de 20 a 120. A composição varia com a fonte do petróleo, com as
modificações induzidas nos processos de refino e durante o envelhecimento na usinagem e
em serviço. Uma análise elementar pode apresentar as seguintes proporções de
componentes: carbono de 82 a 88%; hidrogênio de 8 a 11%; enxofre de 0 a 6%; oxigênio
de 0 a 1,5% e nitrogênio de 0 a 1%.
Classificação dos CAPs segundo sua Viscosidade Absoluta a 60ºC (em poises):
• CAP 7: η = 700 a 1500 poises
• CAP20: η = 2000 a 3500 poises
• CAP40: η = 4000 a 8000 poises
Classificação dos CAPs segundo ensaio de Penetração, realizado a 25ºC (100g, 5s,
25ºC):
• CAP 30/45
• CAP 50/70
• CAP 85/100
• CAP 100/120
• CAP 150/200
Asfalto Diluído
– os asfaltos diluídos, também conhecidos como asfaltos recortados ou “cut-
backs”, resultam da diluição do cimento asfáltico por destilados de petróleo
– os diluentes proporcionam produtos menos viscosos que podem ser
aplicados a temperaturas mais baixas e devem evaporar totalmente, deixando
como resíduo o CAP
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– o fenômeno de evaporação do diluente denomina-se cura
– são classificados de acordo com a velocidade de cura em três categorias:
cura rápida (CR), cura média (CM) e cura lenta (CL), sendo que os asfaltos
diluídos de cura lenta não são produzidos no Brasil.
– quanto à viscosidade, são subdivididos de acordo com as seguintes faixas:
CM-30 30-60
CM-70 70-140
CM-250 250-500
CM-800 800-1600
Emulsões Asfálticas
– são dispersões de uma fase asfáltica em uma fase aquosa ou vice-versa
– produto estável empregado em serviços de pavimentação à temperatura
ambiente
– nunca devem ser aquecidas acima de 70ºC
– emulsão asfáltica catiônica: cimento asfáltico de petróleo (CAP), água,
agente emulsificante e energia de dispersão da fase asfáltica na fase aquosa
Ruptura de Emulsão
– fenômeno que ocorre quando os glóbulos de asfalto dispersos em água, em
contato com o agregado mineral, sofrem uma ionização por parte deste,
dando origem à formação de um composto insolúvel em água que se
precipitará sobre o agregado
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Influência da temperatura nas propriedades físicas do asfalto
Conforme notas de aula do Prof. Jorge Barbosa Soares:
Portanto, todos os ensaios realizados para medir as propriedades físicas dos ligantes
asfálticos têm temperatura especificada e alguns também definem o tempo e a velocidade
de carregamento, visto que o asfalto é um material termoviscoelástico.
Acrescentaram-se ao longo dos anos nas especificações alguns outros critérios de aceitação
que são associados a ensaios empíricos, que, a princípio, tentam avaliar indiretamente o
desempenho futuro do ligante nas obras de pavimentação. Os ensaios físicos dos cimentos
asfálticos podem ser categorizados entre ensaios de consistência, de durabilidade, de pureza
e de segurança.
Espuma:
– O CAP é aquecido até determinada temperatura e a seguir verifica-se se há
ou não a presença de espuma no material, decorrente da presença de água. A
presença de água pode ser perigosa durante o aquecimento, podendo causar
acidentes
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Ponto de Fulgor
– Consiste na determinação da temperatura para a qual uma amostra de
produto asfáltico começa a liberar gases inflamáveis. É utilizado para
identificar contaminação por solventes e para prevenir acidentes
termômetro
recipiente com
asfalto chama piloto
aquecedor
Densidade
– Utilizado para transformar unidades gravimétricas em volumétricas e
também para o cálculo da densidade teórica e do volume de vazios
Ductilidade(DNER-ME 163/98)
– É a propriedade do material suportar grandes deformações sem ruptura.
Caracteriza a resistência à tração e a flexibilidade do CAP. Quanto mais
dúctil, maior a flexibilidade
– Para os materiais betuminosos, a ductilidade é a distância em cm que um
corpo de prova padronizado se alonga até a ruptura, quando submetido a
tração
– Temperatura de ensaio: 25ºC
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Figura 2 – Esquema do ensaio de ductilidade em andamento e equipamento completo
(Fonte: Notas de aula do Prof. Jorge Barbosa Soares).
Efeito do calor e do ar
– Simula o envelhecimento do CAP durante a mistura em usina e durante sua
vida em serviço
– Consiste no aquecimento de uma fina película de asfalto, em uma estufa
ventilada, por um determinado tempo
– Após esse processo, mede-se a variação de peso e de penetração em relação
ao CAP original
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Viscosidade Saybolt-Furol
– É um índice técnico que se relaciona, de maneira desconhecida, com a
viscosidade.
– Consiste na medida do tempo (em s) que uma determinada quantidade de
material asfáltico (60 ml) leva para fluir através de um orifício padronizado
termômetro
orifício “Furol”
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Além do uso na especificação, a medida da viscosidade do ligante asfáltico tem grande
importância na determinação da consistência adequada que ele deve apresentar quando da
mistura com os agregados para proporcionar uma perfeita cobertura dos mesmos e quando
de sua aplicação no campo. Para isso é necessário se obter, para cada ligante asfáltico, uma
curva de viscosidade com a temperatura que permita escolher a faixa de temperatura
adequada para as diversas utilizações.
Viscosidade Absoluta
Considere-se um líquido contido entre duas placas paralelas, cada uma com área A. Seja a
placa inferior fixa e considere a aplicação de uma força Ft à placa superior. A força Ft gera
uma tensão de cisalhamento, tangencial ao fluido. O fluido adjacente à placa superior
adquire a mesma velocidade da placa (princípio da aderência). As camadas inferiores do
fluido adquirem velocidades tanto menores quanto maior for a distância em relação à placa
superior. A velocidade do fluido adjacente à placa inferior é zero (em virtude da aderência).
Assim, cria-se um gradiente de velocidades que, simplificadamente, é dado pela razão entre
a diferença de velocidades entre as camadas de fluido junto de cada uma das placas, ∆v
(que corresponde à velocidade adquirida pela placa superior, v) e a separação entre essas
placas, L.
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Os fluidos que apresentam relação linear entre a tensão de cisalhamento e a taxa de
deformação, são denominados newtonianos.
dina × s
CGS : [η ] = = poise
cm 2
Kgf × s
métrico gravitacional ( MK * S ) : [η ] =
m2
N ×s
métrico internacional ( SI ) : [η ] = = Pa × s
m2
1 poise = 0,1 Pa × s
O ensaio para medida da viscosidade pode ser realizado no viscosímetro Brookfield
rotacional. Esse viscosímetro utiliza um sistema em que o torque para girar uma pá dentro
da amostra, em velocidade constante, é relacionado com a viscosidade absoluta (dinâmica).
Viscosidade Cinemática
É a viscosidade absoluta dividida pela massa específica do líquido; é expressa em stockes
(cm2/s). Este ensaio é utilizado na determinação da viscosidade de asfaltos diluídos
η
vis cos idade cinemática = µ =
ρ
Análise dimensional da viscosidade cinemática
m M
massa específica = ρ = ⇒ Unidades : ρ = 3 = M × L−3
V L
−2
[µ ] = F × L ×T
M × L−3
unidades de força : M × L × T −2
[µ ] = F × L
−2
×T
=
( )
M × L × T −2 × L−2 × T T −1 L2
= −2 =
M × L−3 M × L−3 L T
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Penetração
Consiste na medida (em décimos de mm) do quanto uma agulha padrão penetra
verticalmente em uma amostra de material betuminoso sob condições específicas de
temperatura (25ºC), carga (100g) e tempo (5 segundos).
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Figura 6 – Equipamento automático para medida do ponto de amolecimento do asfalto e
esquema do ensaio com equipamento mais simples (Fonte: Notas de aula do Prof. Jorge
Barbosa Soares; fotos: Leite, 2003; Silva, 2005)
Diferentes abordagens podem ser usadas para se determinar a suscetibilidade térmica dos
ligantes. Normalmente tem-se calculado para essa finalidade o Índice de Suscetibilidade
Térmica ou Índice de Penetração. Pelo procedimento proposto em 1936 por Pfeiffer e Van
Doormaal esse índice é determinado a partir do ponto de amolecimento (PA) do CAP e de
sua penetração a 25ºC, incluindo-se a hipótese que a penetração do CAP no seu ponto de
amolecimento é de 800 (0,1mm).
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A atual norma brasileira que classifica os CAPs estabelece uma faixa admissível
para o IP entre (-1,5) e (+0,7)
IP > (+0,7) : asfalto oxidado; pouco sensíveis a elevadas temperaturas e
quebradiços em temperaturas mais baixas
IP < (-1,5): asfaltos muito suscetíveis à ação da temperatura
log P
α log800 − logP
25 PA tg α =
PA − 25
Até o agregado que será utilizado na mistura deve estar em uma temperatura específica, a
fim de manter a temperatura do CAP num patamar de trabalhabilidade.
A temperatura de aplicação do CAP deve ser determinada para cada tipo de ligante,
em função da relação temperatura-viscosidade. A temperatura indicada é aquela na
qual o asfalto apresenta uma viscosidade situada na faixa de 85 ± 10 segundos
Saybolt-Furol.
A temperatura recomendável para a compressão da mistura é aquela na qual o
ligante apresenta uma viscosidade Saybolt-Furol de 140 ± 15 segundos.
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log (Visc. S.F.)
155
125
95
75
T oC
T1 T2 T3 T4
T −T T −T TAG = TCAP + 13
T AQ. CAP
= T+ 2
3
4 3
T COMP
= T+ 2
1
2 1
Referências:
LEITE, L.F.M. Estudos de preparo e caracterização de asfaltos modificados por polímero.
1999. 266p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
1999.
Notas de aula do Prof. Glauco Túlio Pessa Fabbri. Universidade de São Paulo. Escola de
Engenharia de São Carlos. Departamento de Transportes.
Notas de aula do Prof Jorge Barbosa Soares. Universidade Federal do Ceará. Centro de
Tecnologia. Departamento de Engenharia de Transportes
http://metro.det.ufc.br/jsoares/
SILVA, P.B. Estudo em laboratório e em campo de misturas asfálticas SMA 0/8S. 2005.
132 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2005.
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