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Definição de Corrosão
“Deterioração de um material ou das suas propriedades devida a
reacção com o meio envolvente” (NACE)
Algumas definições entendem que “corrosão” tem que envolver uma
reacção electroquímica (e um metal)
Outras definições, mais abrangentes, poderão incluir todas as alterações
induzidas pelo meio sobre os materiais ⇒ neste caso não só metais mas
também polímeros, cerâmicos, pedra, madeira, ... e admitem também
que, para além do próprio material, as suas propriedades podem
deteriorar-se
Considerações Energéticas
A corrosão resulta da tendência que os materiais têm em voltar ao
seu estado de menor energia, que é o que se encontra naturalmente
no seu minério de origem;
A obtenção do metal faz-se à custa do fornecimento de energia
(processos metalúrgicos)
A tendência do metal será, pois, voltar ao estado original, i.e., à sua
forma oxidada
Metalurgia
Composto + Energia Metal
Corrosão
3 441
P o rtu g a l 111
(6 9 0 m ilh õ e s d e c o n to s )
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ao seu modelo A2,
com carroçaria em
alumínio, tira partido
da elevada resistência
à corrosão deste
material, comparada
com a resistencia do
aço.
Zn + 2 H+ → Zn2+ + H2
Zn → Zn2+ + 2e −
2H+ + 2e − → H2
T=25°C)
2+
Cu / Cu + 0 ,3 37 V
+
H2 / H ± 0 ,00 V
os potenciais dos outros sistemas são Pb / Pb
2+
- 0 ,1 26 V
referidos em relação ao ENH Sn / Sn
2+
- 0 ,1 36 V
3+
Mo / Mo - 0 ,2 00 V
2+
Ni / Ni - 0 ,2 50 V
2+
Co / Co - 0 ,2 77 V
2+
Cd / Cd - 0 ,4 03 V
Então:
Um metal só se corrói (dissolução anódica) se simultaneamente
houver um processo catódico com potencial superior ao do eléctrodo
metálico
Por exemplo: em água pura, sem oxigénio, apenas se corroem os metais cujo
potencial é inferior ao potencial do eléctrodo de hidrogénio
Zn ⎯→ Zn2+ + 2 e- Ânodo
Cu2+ + 2e- ⎯→ Cu
2 H+ + 2e- ⎯→ H2 Cátodo
O2 + 2 H2O + 4e- ⎯→ 4 OH-
Zn2+ I Cu2+
Zn e- Cu
Dissolução Deposição
do zinco do cobre
Ânodo Cátodo
João Salvador – IST 2006 23
Teoria das células locais
Zn2+ H+
Dissolução Libertação
do zinco de H2
Ânodo Impurezas
de Cu
(cátodos)
João Salvador – IST 2006 25
Teoria dos Potenciais Mistos
Corrosão Uniforme
Nas condições anteriores, com ânodos e cátodos: que
são muito pequenos
estão distribuídos uniformemente na superfície
variam de posição no decurso do processo
Corrosão localizada
Células de corrosão fixas
dissolução anódica sempre nos mesmos locais
processo de redução sempre nos mesmos locais
Cátodo
fixo
Superfície Ânodos e cátodos Ânodo Superfície
dispersos e
homogénea fixo heterogénea
alternam posições
Velocidades de Corrosão
Perda de massa ∆m ⇒ mdd (mg.dm-2.dia-1)
Tem-se:
∆e ∆m A.∆t
=
∆t densidade
Ensaios Acelerados
Ensaios Electroquímicos
Morosos
Fornecem valores médios
Inconclusivos se houver
formação de produtos sólidos
Ensaios Acelerados
Maior rapidez
Ensaios Electroquímicos
Equação de Faraday
Icorr <> A (Ampere) ≡ C.s-1
M ∆t
∆m = Icorr F (cte de Faraday) = 96500 C mole-1
nF (carga de uma mole de electrões)
M.A.∆t M
∆m = i corr r = ∆m = i corr
nF ∆t .A nF
mdd <> mg dia-1 dm-2
r'= r = ∆m
ρ ∆t A ρ
mm ano-1
Medidas rápidas
Dificuldades em reproduzir condições
João Salvador – IST 2006 36
Tipos de Corrosão
Corrosão Uniforme
Medidas Preventivas
Deve escolher-se um material conhecido por não sofrer corrosão por
picadas no meio de serviço.
De entre os aços inoxidáveis, uns são mais resistentes à corrosão por
picadas do que outros:
Da adição de 2% de Mo ao aço inox 18-8 (Tipo 304) resulta o aço 18-8Mo (Tipo
316), muito mais resistente às picadas
O aço 316 pode, por vezes, ser usado em água do mar, ao contrário do 304
De uma forma genérica
Resistência às
Medidas Preventivas
Evitar a ocorrência de interstícios nas juntas de materiais:
utilizar soldaduras contínuas em vez de rebites ou parafusos
Tapar os interstícios através de sobreposição de material (solda,...)
Inspeccionar os equipamentos e remover depósitos que possam
criar interstícios
Remover sólidos em suspensão que possam criar esses depósitos
Utilizar revestimentos adequados
Projectar o equipamento de modo a não criar zonas propícias à
acumulação de líquidos estagnados
Proceder a uma correcta selecção de materiais:
Ex: de entre os aços inoxidáveis, os 316 e 316L (contendo Mo)
apresentam uma maior resistência à corrosão intersticial (mas
João Salvador – IST continuam
2006 a ser atacados...) 44
Corrosão Galvânica
Corrosão Galvânica
Quando dois metais diferentes, na presença
de um electrólito, são postos em contacto,
a diferença de potenciais entre eles dá
origem à passagem de uma corrente
eléctrica:
O metal de potencial mais baixo funcionará
como ânodo, corroendo-se
O metal de potencial mais elevado torna-se
cátodo
A corrosão galvânica pode ser reconhecida
pela ocorrência de corrosão nas juntas
entre metais diferentes.
A razão entre área anódica e catódica é
muito importante (ex: nunca usar rebites
de aço em cobre)
João Salvador – IST 2006 45
Corrosão Galvânica
O efeito da corrosão galvânica é maior na
zona de contacto entre os metais
Quanto maior a resistência das soluções, maior
o grau de localização
Como já foi visto, a relação entre áreas é de
grande importância:
S
IA = IC ⇒ i A .S A = iC .S C ⇒ i A = iC C
SA
Medidas Preventivas
Usar combinação de metais semelhantes
(em termos de série galvânica)
Evitar relações desfavoráveis entre áreas
catódicas e anódicas ⇒ devem usar-se
cátodos pequenos e ânodos grandes
Se possível, evitar o contacto, colocando
um isolante entre os dois metais
Aplicar revestimentos; conservá-los em
bom estado, sobretudo os que revestem o
ânodo
Evitar rebites e parafusos ⇒ substituir por
soldaduras com soldas nobres
O metal menos nobre deve ser o mais fácil
de substituir (ou ter espessura extra)
Usar protecção catódica, protegendo
ambos
João Salvador os metais
– IST 2006 47
Corrosão Selectiva
Corrosão Selectiva
Corrosão Selectiva
Uniforme do Latão
É o tipo mais comum em latões
com alto teor em zinco (>35%)
ou em meios ácidos
Corrosão Selectiva
Localizada do Latão
No inglês plug-type
Predomina em latões com baixo
teor em zinco ou em meios
neutros ou básicos
Na figura ao lado, as zonas
afectadas ficaram mais escuras,
enquanto que o resto do tubo
se mantém em relativo bom
estado
Medidas Preventivas
Redução da agressividade do meio (ex: remoção do oxigénio)
Protecção catódica (quando é técnica ou economicamente viável)
Utilização de ligas menos susceptíveis:
latão vermelho (~15% Zn)
cuproníqueis (70-90% Cu, 30-10% Ni)
Adição de certos elementos de liga, como arsénio, antimónio ou
fósforo que actuam como inibidores, redepositando-se na liga sob a
forma de um filme (ex: 70Cu-29Zn-1Sn-0.04As – Admiralty arsenical)
Corrosão Biológica
Consiste na deterioração de um metal por processos de corrosão que
resultam, directa ou indirectamente, da actividade de organismos vivos.
Estes organismos podem ser microorganismos (como bactérias) ou
macroorganismos (como algas ou fungos)
Os organismos vivos podem viver numa grande variedade de meios (pH de
0 a 11, temperaturas de 5°C a 70°C, pressões até 100 MPa ⇒ a corrosão
biológica pode verificar-se em inúmeras situações
São as reacções químicas que intervêm no metabolismo dos organismos que
podem afectar os processos de corrosão:
Afectando directamente as reacções anódicas ou catódicas
Alterando os filmes protectores
Criando condições (meios) de alta corrosividade
Produzindo depósitos
A corrosão biológica não é, em si, um tipo de corrosão, mas o que a
caracteriza é a intervenção de organismos vivos 56
João Salvador – IST 2006
Corrosão dos Polímeros
Selecção de Materiais
Design de Materiais
Selecção de Materiais
Metais e Ligas
Materiais não-metálicos
borrachas (naturais ou sintéticas)
plásticos
cerâmicos
carbono e grafite
madeira
P.Roberge,
Handbook of Corrosion Engineering
Protecção Catódica
Zn Fe
Dissolução Dissolução
do zinco do ferro
Libertação de Libertação de
João Salvador – IST 2006 hidrogénio hidrogénio 68
Protecção Catódica - Fundamentos
Zn2+ H+
Zn e- Fe
Dissolução Libertação de
do zinco hidrogénio
Ânodo Cátodo
João Salvador – IST 2006 69
Protecção Catódica - Tipos
Ânodos Sacrificados
Correntes Impostas
Ânodos Sacrificiais
Ânodo de metal menos nobre: Mg, Zn, Al protegem o aço
Ânodo de Magnésio
João Salvador – IST 2006 71
Protecção Catódica – Sacrificial
Correntes Impostas
Ânodo usualmente inerte (Pt, Pb, C, Ni, Ti, Ti/Pt)
Rectificador
Protecção Conjugada
Protecção Anódica
Revestimentos
Camada superficial com propriedades diferentes das do
metal-base
Classificação:
Inorgânicos, metálicos
Orgânicos
Revestimentos Orgânicos
Consistem numa barreira, constituída por resinas
orgânicas (e outros aditivos) entre o material a proteger
e o meio
Tinta:
Produto pigmentado, normalmente aplicado na forma
líquida sobre uma superfície
Verniz:
Semelhante à tinta, mas normalmente sem pigmento,
pelo que a sua principal característica é a transparência,
formando películas mais ou menos duras e brilhantes
Protecção Passiva:
efeito barreira
Veículo
Veículo volátil ⇒ solubiliza o veículo fixo e
assegura a viscosidade necessária à aplicação
Veículos fixos
Podem ser oleosos,
oleoresinosos,
alquídicos, vinílicos,
epoxídicos, resinas de
poliuretano, etc
Veículos voláteis:
Normalmente
hidrocarbonetos
(terpenos, éteres,
alcoois, etc)
Acabamento
a sua selecção e aplicação adequada são fundamentais
não podem ser apenas vistos como conferindo boa aparência
η ≈ 38%
Objectivos:
aumentar a resistência à corrosão do metal ou revestimento
metálico
aumentar a aderência de tintas ou outros revestimentos
orgânicos
efeitos decorativos
Cátodo
Ânodo
Camada
de
alumina
Alumínio Electrólito
João Salvador – IST 2006 100
Revestimentos Inorgânicos (Não-Metálicos)
Anodização (do alumínio):
200 nm 100 nm
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⇒ Ensino
⇒ Mestrado em RCPC
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Password: mestrado