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A Revolução Soviética foi um período de conflitos iniciado em 1917, durante a Primeira Guerra
Mundial, que derrubou a autocracia russa e que colocou no poder o Partido Bolchevique de
Vladimir Lenine, que, por sua vez instaurou o Comunismo na Rússia.
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Recém-industrializada e a sofrer por causa da Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha um
grande número de operários e camponeses, a trabalhar muito e a receber muito pouco.
Além disso, o governo absolutista do czar Nicolau II desagradava ao povo, que queria uma
liderança menos opressiva e mais democrática.
Em 1898, tinha sido fundado o Partido Operário Social-Democrata Russo, com base nas
ideias defendidas por Karl Marx e Friedrich Engels. Em 1903, o partido dividiu-se em
Mencheviques, liderados por Plekhanov, que defendiam que os trabalhadores deviam conquistar o
poder de modo pacífico, participando normalmente das atividades políticas, e Bolcheviques,
liderados por Vladimir Ulyanov (mais conhecido por Lenine), que defendiam que os trabalhadores
só poderiam conquistar o poder através da luta revolucionária e que queriam formar uma ditadura
do proletariado, na qual também estivesse representada a classe camponesa.
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Em 1904, a Rússia entrou em guerra contra o Japão e acabou por ser derrotada. A situação
socioeconómica do país agravou-se e, por causa disso, houve uma grande série de revoltas,
envolvendo operários, camponeses e militares. Em 1905, em São Petersburgo, foi criado um soviete
para auxiliar na organização das greves e para servir de palco de debate político. Também em 1905,
houve uma manifestação pacífica em que os manifestantes marcharam até o Palácio de Inverno para
apresentar uma petição ao czar, mas na qual houve um massacre com perto de mil mortos, tendo a
guarda imperial baleado os manifestantes e que ficou com o nome “Domingo Sangrento”. Apesar de
não ter sido o czar a dar a ordem, isto fez com que a maioria da população quisesse ainda mais a
revolução, tendo isto revertido a favor do Partido Operário Social-Democrata Russo, que ganhou
muitos apoiantes.
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Alguns anos depois, a longa duração da Primeira Guerra Mundial provocou uma crise de
abastecimento alimentar nas cidades, desencadeando uma série de revoltas populares, e, incapaz de
conter a onda de revoltas, o regime czarista mostrava-se intensamente debilitado.
No dia 12 de março de 1917, um grande número de soldados e trabalhadores invadiu o palácio
onde a Duma (a assembleia legislativa) se reunia. Formaram-se dois comités em salões diferentes
do palácio: o que se tornaria o Governo Provisório, formado por deputados moderados da Duma, e
o Soviete de Petrogrado, formado por trabalhadores, soldados e militantes socialistas. Três dias
depois, cercado pelos manifestantes, o czar Nicolau II abdicou. Esta revolução ficou conhecida por
Revolução de Fevereiro ou Branca. Logo depois da abdicação do czar, a família imperial foi
colocada em prisão domiciliária e foi criado o Governo Provisório chefiado por Alexander
Kerenski.
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O Governo Provisório queria instaurar uma democracia parlamentar e continuar a guerra
contra a Alemanha e, Lenine, como não queria uma democracia parlamentar mas sim uma ditadura
do proletariado e não lhe interessava a continuação da Rússia na guerra, vai regressar em abril e
iniciar a oposição ao Governo Provisório de Kerenski com a colaboração do Soviete de Petrogrado.
A sete de novembro os bolcheviques cercaram o Palácio de Inverno e tomaram o poder.
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Ainda em novembro, realizaram-se as eleições para a Assembleia Constituinte, mas, uma vez
que o Partido Bolchevique obteve apenas um quarto dos lugares, os sovietes declararam a sua
dissolução e a transferência do poder legislativo para o Congresso dos Sovietes de Petrogrado.
O Comité Militar Revolucionário entregou o poder ao Conselho dos Comissários do Povo,
presidido por Lenine, com Leon Trotsky como Comissário da Guerra e José Estaline como
Comissário das Nacionalidades. Uma das primeiras decisões do conselho foi a retirada da Rússia da
Primeira Guerra Mundial, assinando a paz em separado com a Alemanha. O conselho começou
também a implementar na Rússia o modelo defendido por Karl Marx e Friedrich Engels e revisto
por Lenine para a situação concreta da Rússia: impor a ditadura do proletariado, destruir a
propriedade privada concentrando toda a propriedade nas mãos do estado, a quem caberia gerir e
distribuir a riqueza produzida e impor o ateísmo.
Para impor a ditadura do proletariado, foi dissolvida a Assembleia Constituinte e extintos
todos os partidos políticos exceto o Partido Bolchevique. Em dezembro, foi criada a Tcheka, a
policia política e no mês seguinte, Lenine criou oficialmente o exército vermelho liderado por
Trotsky. O exército e a política ficaram diretamente subordinados ao partido. Foi instaurada a
censura, restabelecida a pena de morte e criados os campos de concentração. Houve uma
coletivização de toda a economia, as terras foram expropriadas e entregues aos sovietes de
camponeses que ficavam responsáveis de entregar ao estado toda a produção; caberia ao estado
redistribuir os bens alimentares, de acordo com os critérios que o Conselho dos Comissários do
Povo estabelecesse. Para criar um estado ateu foi publicada uma lei que desencadeou uma enorme
campanha de destruição de igrejas na Rússia. Todos os bens eclesiásticos foram confiscados, a
prática religiosa foi proibida e o ensino religioso nas escolas foi abolido. Foram destruídos objetos
religiosos para vender os metais e pedras preciosas. Muitos padres foram perseguidos, presos e
mortos.
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As medidas tomadas pelo conselho dos comissários do povo provocam a reação de muitos
setores da população Russa, que se organizam no exército branco, desencadeando uma guerra civil
que vai durar até 1922. O exército branco agrupava todas as forças que se opunham ao
estabelecimento do regime comunista. O exército branco contava com o apoio dos EUA da Grã-
Bretanha e da França.
O exército Vermelho dominava apenas a região em redor de Moscovo.
A reação de uma parte da população Russa assustada perante as expropriações, as
perseguições religiosas e politicas, com o apoio dos países ocidentais parecem garantir o sucesso do
exército branco. Os bolcheviques assustados com os sucessos deste decidem, sem dizer a ninguém,
matar Nicolau Ⅱ e a sua família.
Foi levada a cabo uma politica pelo governo soviético chamada “Terror Vermelho” com o
objetivo de eliminar todos os seus opositores. Em plena guerra civil, o congresso dos sovietes
promulga a constituição que implantou o centralismo democrático como forma de governo. O
estado passou a estar totalmente controlado pelo partido comunista.
Em 1919 em Moscovo foi fundada a Ⅲª internacional ou komintern, uma organização que
coordenava a ação de todos os países comunistas do mundo e que tinha como finalidade implantar o
modelo Soviético em todo o mundo.
Os países ocidentais foram deixando de apoiar o exercito branco devido, sobretudo ás
dificuldades económicas e sociais que enfrentavam, nos seus próprios países, no final da Primeira
Guerra Mundial.

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As medidas do comunismo de guerra provocaram a destruição da economia soviética. Vários
camponeses revoltaram-se contra o partido bolchevique. Em grande parte da Rússia, o poder
soviético deixou praticamente de vigorar, porque os camponeses tomaram o controlo das aldeias,
cortando o fornecimento de cereais ás cidades e os operários, esfomeados, começaram a fazer
greves.
Lenine, por causa das revoltas, compreendeu que deveria suspender o comunismo de guerra.
Em março de 1921 reúne-se o Ⅹ congresso do partido comunista Russo, onde foi feita a
análise da situação do país no final da guerra civil e decidido o rumo a implementar.
Proposta por Lenine, o congresso aprovou a N.E.P. (Nova Politica Económica) que visava
aumentar a produção: acabou com as requisições nas colheitas, substituídas por impostos;
interromperam-se as coletivizações e estabeleceu-se a liberdade de comercio interno; privatizaram-
se as empresas com menos de vinte operários; utilizou-se investimento estrangeiro, tendo, no
entanto, os transportes, a banca e o comercio externo continuado nacionalizadas. A N.E.P. fez com
que a Rússia recuperasse algum dinheiro, embora menos do que antes da revolução.

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Em 1922, para acalmar as reivindicações nacionais, a Rússia deu lugar à U.R.S.S. A (união
das republicas socialistas soviéticas) era formada por 15 republicas socialistas soviéticas. A
bandeira Russa foi substituída pela da U.R.S.S., que simbolizava o projeto revolucionário
implementado no país, e o hino nacional passa a ser “A internacional”, hino dos países comunistas.
Na bandeira, o martelo simbolizava os operários, a foice, os camponeses, e a estrela vermelha, o
internacionalismo proletário, ou seja, a união dos trabalhadores soviéticos, com os do resto do
mundo, para destruir o regime capitalista e implementar o comunista. Lenine morre a 21 de janeiro
de 1924 e após a sua morte, irá acontecer uma luta pelo poder na U.R.S.S., entre Estaline e Trotsky.