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Livro Biosseguranca IMS1 PDF
Livro Biosseguranca IMS1 PDF
AUTORES
AGRADECIMENTOS
• Aos técnicos de laboratório Alan Dimitri Rocha Nogueira, Cristiana Rocha Moura Souza, Janeide Muritiba
de Oliveira, Lucimara Aparecida da Silva Pereira e Rejane Alves de Moura Cançado que colaboraram com
o projeto para “Implementação de protocolos de Biossegurança no IMS/CAT-UFBA – fase I”;
• A Profa. Dra. Denise Janzen (UFBA) que colaborou com a correção da parte sobre riscos químicos;
• Ao Prof. José Palmito Rocha que realizou a correção gramatical;
• A bibliotecária Flávia Bulhões de Sousa que colaborou com a adequação das Referências às normas da
NBR6023/2002.
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EPÍGRAFE
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 7
1.1 Laboratório e seus riscos.................................................................................................... 7
2 MAPA DE RISCO............................................................................................................. 9
3 RISCOS BIOLÓGICOS..................................................................................................... 10
3.1 Classificação de microrganismos infecciosos por grupo de risco...................................... 10
3.2 Níveis de Biossegurança.................................................................................................... 11
3.3 Boas práticas para manipulação de materiais biológicos................................................... 11
3.4 Acesso aos laboratórios...................................................................................................... 15
3.5 Áreas de trabalho do laboratório........................................................................................ 16
3.6 Normas Gerais de Biossegurança frente a riscos biológicos............................................. 17
4 RISCOS QUÍMICOS......................................................................................................... 18
4.1 Boas práticas em laboratórios de química.......................................................................... 18
4.1.1 Segurança Pessoal.............................................................................................................. 18
4.1.2 Estocagem e manuseio de agentes químicos...................................................................... 19
4.2 Acidentes mais comuns em laboratórios de química......................................................... 22
4.3 Sinalização em laboratório de química.............................................................................. 24
4.4 Prevenção de acidentes químicos....................................................................................... 32
4.5 Normas Gerais de Biossegurança frente a riscos químicos............................................... 32
5 RISCOS FÍSICOS.............................................................................................................. 34
5.1 Ruídos................................................................................................................................. 34
5.2 Temperaturas extremas – Calor.......................................................................................... 35
5.3 Umidades extremas............................................................................................................ 36
5.4 Eletricidade – Choque elétrico........................................................................................... 36
5.5 Radiações............................................................................................................................ 37
5.6 Incêndios............................................................................................................................. 38
5.7 Símbolos relacionados aos riscos físicos............................................................................ 40
5.8 Normas de segurança para riscos físicos............................................................................ 41
6 ACIDENTES COMUNS EM LABORATÓRIOS............................................................. 42
6.1 Como se prevenir de acidentes em laboratórios................................................................. 42
7 EPC..................................................................................................................................... 45
8 EPI...................................................................................................................................... 47
8.1 Cuidados especiais.............................................................................................................. 48
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1 INTRODUÇÃO
A identificação dos riscos em uma Instituição de ensino e pesquisa constitui aspecto importante
para o estabelecimento de um programa adequado de Biossegurança. O conhecimento dos riscos facilita a
utilização de técnicas e práticas adequadas na redução dos mesmos, com a finalidade de promover o
desenvolvimento de um trabalho mais seguro, aumentando os parâmetros de qualidade e eficiência.
São múltiplos os riscos encontrados no ambiente de trabalho em uma Instituição de ensino e
pesquisa, destacando-se o ambiente laboratorial. Dentre os riscos, podemos citar aqueles relacionados
com a exposição aos agentes biológicos, às substâncias químicas e aos agentes físicos. Podemos
acrescentar como fator de risco, a conduta humana e a deficiência na organização laboratorial, que
podem ser consideradas riscos psicossociais, por estarem associadas ao conhecimento, às atitudes e ao
hábito humano. É importante considerar também o risco ergonômico, que está relacionado a qualquer
fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou
afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento e transporte manual de peso, o
ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a postura
inadequada de trabalho, o trabalho em turnos, entre outros.
De maneira geral, os procedimentos de Biossegurança visam diminuir os riscos, melhorando as
condições de trabalho, com o intuito de prevenir os acidentes. O cumprimento das boas práticas no
ambiente de trabalho, o empenho da equipe de segurança, associados às instalações adequadas é essencial
para a redução de eventos indesejáveis nos ambientes de trabalho. É necessário salientar que a constante
informação é também fator importante na redução dos riscos.
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2 MAPA DE RISCO
VERDE FÍSICO
VERMELHO QUÍMICO
MARROM BIOLÓGICO
AZUL MECÂNICO
AMARELO ERGONÔMICO
A criação do mapa de risco do Instituto ainda não foi realizada, pois apesar de ter sido feita a avaliação da
planta baixa do prédio, o mesmo ainda está em construção, o que impossibilita um conhecimento melhor
da distribuição dos laboratórios e espaço físico destinado aos mesmos.
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3 RISCOS BIÓLOGICOS
O risco biológico está associado à manipulação ou exposição a agentes biológicos que podem
causar infecções, muitas vezes resultando na morte do indivíduo. O trabalho seguro com microrganismos
depende das boas práticas de laboratório, da disponibilidade e uso de equipamentos de segurança, da
instalação e funcionamento apropriado dos locais de ensino e pesquisa e de uma organização eficiente na
prevenção de infecções.
A referência aos perigos relativos de microrganismos infecciosos é feita por grupos de riscos
(grupos de risco 1, 2, 3 e 4 da Organização Mundial de Saúde-OMS).
Grupo de Risco 1 (nenhum ou baixo risco individual e coletivo): um microrganismo que
provavelmente não pode causar doença no homem ou em um animal.
Grupo de Risco 2 (risco individual moderado, risco coletivo baixo): Um agente patogênico que
pode causar uma doença no homem ou no animal, mas que é improvável que constitua um perigo
grave para o pessoal dos laboratórios, a comunidade, os animais ou o ambiente. A exposição a
agentes infecciosos no laboratório pode causar uma infecção grave, mas existe um tratamento
eficaz e medidas de prevenção e o risco de propagação de infecção é limitado.
Grupo de Risco 3 (alto risco individual, baixo risco coletivo): um agente patogênico que causa
geralmente uma doença grave no homem ou no animal, mas que não se propaga habitualmente de
uma pessoa a outra. Existe um tratamento eficaz, bem como medidas de prevenção.
Grupo de Risco 4 (alto risco individual e coletivo): um agente patogênico que causa geralmente
uma doença grave no homem ou no animal e que se pode transmitir facilmente de uma pessoa
para outra, direta ou indiretamente. Nem sempre está disponível um tratamento eficaz ou medidas
de prevenção.
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Para manipulação dos microrganismos pertencentes a cada uma dos quatro grupos de risco
devem ser atendidos alguns requisitos de segurança, conforme o nível de contenção necessário. Estes
níveis de contenção são denominados de níveis de Biossegurança. Os níveis são designados em ordem
crescente, pelo grau de proteção proporcionado ao pessoal do laboratório, meio ambiente e à comunidade,
conforme segue:
Nível de Biossegurança 1: é o nível de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios de
ensino básico, onde são manipulados os microrganismos pertencentes a classe de risco 1.
Nível de Biossegurança 2: diz respeito ao laboratório em contenção, onde são manipulados
microrganismos da classe de risco 2. Aplica-se aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis
primários de diagnóstico, sendo necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras
físicas primárias (cabine de segurança biológica e equipamentos de proteção individual) e
secundárias (desenho e organização do laboratório).
Nível de Biossegurança 3: é destinado ao trabalho com microrganismos da classe de risco 3 ou
para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de microrganismos da classe de risco
2. Para este nível de contenção são requeridos além dos itens referidos no nível 2, desenho e
construção laboratoriais especiais. Deve ser mantido controle rígido quanto à operação, inspeção e
manutenção das instalações e equipamentos e o pessoal técnico deve receber treinamento
específico sobre procedimentos de segurança para a manipulação destes microrganismos.
Nível de Biossegurança 4: ou laboratório de contenção máxima, destina-se a manipulação de
microrganismos da classe de risco 4, onde há o mais alto nível de contenção, além de representar
uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios
requerem, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de
contenção (instalações, desenho equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de
segurança.
recipientes de amostras devem ser sempre bem tampados (se possível com rolhas de rosca) para
centrifugação; os copos devem ser carregados, equilibrados, fechados e abertos em CSB; os copos
e os recipientes devem ser postos aos pares segundo o peso e, uma vez os tubos no lugar,
corretamente equilibrados; o espaço que deve ser deixado entre o nível do fluido e a borda do tubo
de centrifugação deve estar assinalado nas instruções do fabricante; para equilibrar os copos
vazios deve utilizar-se água destilada ou álcool (propanol a 70%); não se devem utilizar soluções
salinas nem hipocloritos, pois corroem os metais; para microrganismos dos Grupos de Risco 3 e 4
devem utilizar-se copos de centrifugas fechados (copos de segurança); para utilizar rotores
angulares, é preciso assegurar-se que os tubos não estejam demasiado cheios, pois podem verter;
copos, rotores e cubas das centrífugas devem ser descontaminados depois de cada utilização;
depois de utilizados, os copos devem ser guardados invertidos para secar o líquido que serviu para
equilibrar; quando as centrífugas estão a funcionar, pode haver ejeção de partículas infecciosas
transportadas pelo ar. Contudo, uma boa técnica de centrifugação e tubos cuidadosamente tapados
oferece proteção apropriada contra aerossóis infecciosos e partículas dispersas.
Utilização de homogeneizadores, batedores, misturadores e geradores de ultra-sons: os
homogeneizadores domésticos (de cozinha) não devem ser utilizados em laboratório, pois podem
verter ou libertar aerossóis; as tampas e copos ou frascos devem estar em boas condições e sem
rachas ou deformações; durante o funcionamento de homogeneizadores, batedores e geradores de
ultra-sons, a pressão aumenta no interior dos recipientes, e aerossóis contendo material infeccioso
podem escapar-se por interstícios entre estes e as tampas por isso recomendam-se recipientes
plásticos, em particular em politetrafluoroetileno (PTFE), pois o vidro pode partir-se libertando
material infeccioso e ferir alguém; durante a utilização, homogeneizadores, batedores e geradores
de ultra-sons devem estar cobertos com uma cobertura plástica transparente e robusta que será
desinfetada depois da utilização; sempre que possível, tais máquinas devem ser utilizadas com a
sua cobertura numa câmara de segurança biológica; no fim da operação, o recipiente deve ser
aberto numa CSB; uma proteção auditiva deve ser fornecida ao pessoal utilizando geradores de
ultra-sons.
Manutenção e utilização de frigoríficos e congeladores: frigoríficos, congeladores e arcas de
dióxido de carbono sólido (neve carbônica) devem ser descongelados e limpos periodicamente;
ampolas, tubos, entre outros, quebrados durante a conservação devem ser retirados; rurante a
limpeza, deve utilizar-se uma proteção facial e luvas de borracha resistente; depois da limpeza,
devem desinfetar-se as superfícies internas da câmara; todos os recipientes conservados em
frigoríficos e congeladores devem estar claramente etiquetados com o nome científico do
conteúdo, a data em que foram colocados no frigorífico e o nome da pessoa que o fez; materiais
sem etiqueta e antigos devem ser descartados,mas antes serem autoclavados; deve manter-se um
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inventário do conteúdo do congelador; não se devem guardar soluções inflamáveis num frigorífico
exceto se este for à prova de explosão.
Abertura de ampolas contendo material infeccioso liofilizado: é preciso ter cuidado quando se
abre ampolas de material liofilizado, pois, estando o interior da ampola a uma pressão inferior, a
entrada súbita de ar pode dispersar uma parte do conteúdo na atmosfera; as ampolas devem ser
sempre abertas numa CSB; segurar a ampola com algodão embebido em álcool para proteger as
mãos antes de parti-la no risco da lima; retirar delicadamente a parte superior da ampola e tratá-la
como material contaminado; se o tampão de algodão ainda estiver por cima do conteúdo da
ampola, removê-lo com pinças esterilizadas; juntar líquido para voltar a formar a suspensão
lentamente, para evitar a formação de espuma.
O símbolo e o sinal internacional de risco biológico (Figura 2) devem estar expostos nas portas
das salas onde se estão a manusear microrganismos do Grupo de Risco 2 ou acima;
Só o pessoal autorizado deve entrar nas áreas de trabalho do laboratório;
As portas do laboratório devem permanecer fechadas, mas devem ter janelas de vidro ou outro
material transparente que permita identificar os usuários;
Crianças não devem poder nem ser autorizadas a entrar nas áreas de trabalho do laboratório;
Acesso aos compartimentos de animais requer autorização especial;
Nenhum animal deve entrar no laboratório, além dos que se inserem nas atividades do mesmo.
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FIGURA 2 – Sinal internacional do risco biológico que deve identificar portas onde ocorre manipulação
de materiais biológicos potencialmente patogênicos.
O laboratório deve estar arrumado, limpo e sem materiais que não sejam pertinentes ás suas
atividades;
As superfícies de trabalho devem ser desinfetadas após qualquer derrame de material
potencialmente perigoso e no fim de um dia de trabalho;
Todos os materiais contaminados, espécimes e culturas devem ser desinfetados antes de serem
ejetados ou limpos para reutilização;
A embalagem e o transporte devem obedecer aos regulamentos nacionais e/ou internacionais
pertinentes.
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4 RISCOS QUÍMICOS
As condições de trabalho em ambientes laboratoriais, normalmente são inseguras. Isso por causa
da má utilização do laboratório, dos moveis, de instalações mal feitas e da falta dos equipamentos de
proteção. Uma dificuldade bastante comum está ligada ao fato do laboratório, na maioria das vezes, ser
montado em local já construído; raramente constrói-se um edifício para ser usado especificamente como
laboratório - vantagem apresentada pelo prédio do IMS/CAT-UFBA que está em construção para ser
utilizado como laboratórios.
Um local muito importante para os laboratórios é o almoxarifado, pois é onde são armazenados os
produtos químicos, e deve-se ter o cuidado de analisar as propriedades físicas e químicas e dosagem
desses, o que é considerado medida preventiva em casos de incêndios, explosões, emissão de gases
tóxicos, vapores, pós e radiações ou combinações variadas desses efeitos.
São normas, procedimentos e atitudes de segurança que visam minimizar os acidentes ocorridos
nos laboratórios. O maior risco dentro do laboratório é o próprio laboratorista e, portanto, é de extrema
importância o seu desempenho de maneira responsável e consciente. Como os acidentes em sua maioria
são causados por descuidos de usuários do laboratório, é muito importante a utilização de palestras de
conscientização, dando uma maior ênfase aos meios de prevenção dos acidentes.
Abaixo estão estabelecidos alguns termos que são muito utilizados em laboratórios, tais como:
segurança no trabalho, risco, toxicidade, acidentes, prevenção de acidentes, equipamentos de segurança e
aerossóis. Assim, é importante defini-los antes de se estabelecer às regras de segurança.
Segurança no trabalho: é o conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas
e psicológicas que são empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando condições inseguras
do ambiente, quer instruindo ou convencendo pessoas na implantação de práticas preventivas.
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Risco: é o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao entrar em contato com um agente
tóxico ou certa situação perigosa.
Toxicidade: qualquer efeito nocivo que advém da interação de uma substância química com o
organismo.
Acidentes: são todas as ocorrências não programadas, estranhas ao andamento normal do
trabalho, das quais poderão resultar danos físicos ou funcionais e danos materiais e econômicos à
instituição.
Prevenção de acidentes: é o ato de se por em prática as regras e medidas de segurança, de
maneira a se evitar a ocorrência de acidentes.
Equipamentos de segurança: são os instrumentos que têm por finalidade evitar ou amenizar
riscos de acidentes. Os equipamentos de segurança individuais (EPIs) mais usados para a
prevenção da integridade física do indivíduo são: óculos, máscaras, luvas, aventais, gorros, etc.
Existem também equipamentos tais como capelas e blindagens plásticas que protegem a
coletividade (EPCs).
Aerossóis: são constituídos à base de soluções coloidais, nas quais a fase dispersora é gasosa e a
fase dispersa é líquida ou sólida. Constituem-se de suspensões de diminutas partículas (líquidas ou
sólidas) em um gás ou mistura de fases.
O processo de estocagem exige cuidados como: não armazenar produtos químicos sem seu devido
símbolo, que represente qual o risco este traz a quem ira utilizá-lo.
Os problemas nos casos de estocagem desses produtos químicos ocorrem devido à quantidade de
produtos químicos que são estocados. A estocagem de forma errônea junto com o não planejamento e
controle propiciarão acidentes pessoais e prejuízos materiais. Entretanto, um almoxarifado
cuidadosamente planejado e supervisionado pode prevenir muitos acidentes. Os produtos químicos
que necessitam estocagem podem ser sólidos, líquidos e gasosos, e serem contidos em embalagens de
papel, plástico, vidro ou metal que podem ser caixas, garrafas, cilindros ou tambores.
Um meio de tornar mais fácil a estocagem é agrupar os produtos químicos nas seguintes
categorias gerais: Inflamáveis; Tóxicos; Explosivos; Agentes Oxidantes; Corrosivos Gases Comprimidos;
Produtos sensíveis à água; Produtos incompatíveis.
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Produtos Inflamáveis: os líquidos inflamáveis são muito comuns nos laboratórios. E importante
analisar as propriedades dos produtos inflamáveis: ponto de ebulição (temperatura em que o
material passa ao estado de vapor), ponto de fulgor, (temperatura na qual o material se inflama se
houver fonte de ignição próxima embora a chama não se mantenha) e tipo de extintor adequado
para ser usado em caso de incêndio. O tipo de recipiente adequado para líquidos inflamáveis
depende em parte da quantidade estocada e da freqüência com que é utilizado. A quantidade de
líquido inflamável em estoque deve ser a mínima necessária. Quando for necessária a estocagem
de grandes quantidades de inflamáveis em laboratórios, é necessário um sistema automático de
“sprinklers”. Uma ventilação adequada para remoção dos vapores. Embalagens de vidro devem
ser evitadas na estocagem de líquidos inflamáveis. Pequenas quantidades de líquidos inflamáveis
(menos de 20 litros) podem ser estocadas em latas devidamente identificadas. São recomendados
recipientes em aço inoxidável, pois estes são mais adequados. Deve ser proibido fumar nas
proximidades do local de estocagem. As instalações elétricas devem atender aos requisitos de
segurança específicos para o caso.
Produtos Tóxicos: existem muitos produtos químicos que são considerados tóxicos. Para se saber
o risco envolvido na manipulação de um produto químico, deve-se levar em consideração as
relações entre toxicidade, freqüência de manipulação e concentração durante a exposição. As
substâncias tóxicas podem entrar no corpo por inalação, ingestão, absorção através da pele ou pela
combinação desses caminhos. Alguns compostos químicos não tóxicos podem se decompor
gerando material tóxico quando submetidos ao calor, à umidade ou presença de outros produtos
químicos. Tais informações são importantes para que se determine o tipo de EPI (equipamento de
proteção individual) contra a exposição e o tratamento médico adequado adotado no caso de
exposição. O estoque de produtos tóxicos deve ser o mínimo possível e em local que de
preferência não se tenha um fluxo de pessoas. Em casos em que se deve estocar no local de
trabalho por um curto período de tempo, deve-se ter um sistema de ventilação adequado e com a
sinalização exigida. Nesses locais, é proibida a ingestão de alimentos sólidos ou líquidos, só
pessoas autorizadas devem ter acesso a tais materiais. Pessoas treinadas no uso de EPI`s
adequados e cientes dos sintomas de uma exposição aos tóxicos, além de conhecerem os primeiros
socorros. Qualquer efeito tóxico nocivo proveniente da exposição de um organismo vivo a uma
substância estranha (xenobiótico) pode ser considerado como manifestação de toxicidade. Os
efeitos causados pelas substâncias tóxicas podem ser locais ou sistêmicos A ação tóxica vai
depender da quantidade de agente químico que se teve o contato. Em decorrência da ação tóxica o
dano pode ser reversível ou irreversível. A maioria dos casos de câncer humano é de origem
química.
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Produtos explosivos: Existem produtos químicos que são sensíveis a choque, impactos ou calor.
Nesta categoria se encontram os explosivos. Estes materiais expostos a choques impactos, calor,
podem liberar instantaneamente energia sob a forma de calor ou uma explosão. É necessário
elaborar tabelas contendo as distâncias que devem existir para a estocagem dos produtos
classificados como altamente explosivos. Algumas substâncias explosivas encontradas em
laboratórios: Peróxido de benzoíla, Dissulfeto de carbono, Éter di-isipropílico, Éter etílico, Ácido
pícrico, Ácido perclórico, Potássio metálico.
Agentes Oxidantes: é a espécie reagente que sofre redução (ganha elétrons). Ao ganhar elétrons,
esta espécie promove a perde de elétrons (oxidação) de outra espécie, agindo assim, como um
agente oxidante. São exemplos de agentes oxidantes os peróxidos, nitratos, bromatos, cromatos,
cloratos, dicromatos, percloratos e permanganatos. Agentes oxidantes não devem ser armazenados
na mesma área que combustíveis, tais como: inflamáveis, substâncias orgânicas, agentes
desidratantes ou agentes redutores. Qualquer vazamento de material deve ser imediatamente
removido, pois a limpeza da área é essencial para a segurança. A área para estocagem de agentes
oxidantes deve possuir resistência ao fogo, deve ser blindada, bem ventilada de preferência longe
das áreas de trabalho. O piso também deve ser resistente ao fogo, e sem deformações onde possam
reter algum material. São recomendados “sprinklers” para a área de estocagem. Sprinklers são
chuveiros automáticos são dispositivos com elemento termo-sensível projetados para serem
acionados em temperaturas pré-determinadas, lançando automaticamente água sob a forma de
aspersão sobre determinada área, com vazão e pressão especificadas, para combater um foco de
incêndio.
Produtos corrosivos: os ácidos reagem com muitos metais formando hidrogênio. Os álcalis
podem formar hidrogênio quando em contato com alumínio. Como o hidrogênio forma uma
mistura explosiva com o ar, a acumulação de hidrogênio nas áreas de estocagem de materiais
corrosivos deve ser evitada. A estocagem dos líquidos corrosivos deve ser feita em uma área
fresca, mas, mantidos em temperatura maior que a de seu ponto de fusão. Esta área deve ter ralos
para remoção de qualquer vazamento que venha a acontecer e alem de tudo deve ser seca e bem
ventilada. Os chuveiros lava-olhos e de emergência devem ser testados freqüentemente para
avaliar o equipamento e treinar as pessoas que estão em uso dos laboratórios.
Gases Comprimidos: os gases comprimidos são classificados em gases liquefeitos, gases não
liquefeitos e gases em solução. E representam um risco potencial nos laboratórios, por causa da
pressão dentro dos cilindros e ainda por serem inflamáveis e tóxicos. Os cilindros, onde esses
gases são armazenados, devem ser manipulados com cuidado para prevenir sua queda ou o choque
com outros objetos. Os cilindros que não estejam em uso devem conter uma cápsula de proteção
na válvula. Quando a válvula do cilindro é arrancada ou o cilindro rompido de alguma forma, o
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cilindro pode ser lançado em direção contraria a da válvula e causar sérios acidentes. Os cilindros
devem ser devidamente rotulados, e estocados longe de materiais inflamáveis. Os cilindros não
devem sofrer alterações de temperatura, quando colocados em locais abertos. Esses também têm
que ser estocados na posição vertical e garantidos contra eventuais quedas. Os cilindros cheios
devem ficar separados dos cilindros vazios. Se os espaços para estocagem exigir que os cilindros
contendo gases de diferentes tipos sejam estocados juntos, deve-se ao menos agrupá-los por tipo.
Os gases inflamáveis devem ser separados dos gases oxidantes usando os cilindros dos gases não
combustíveis. Os cilindros de gases inflamáveis e oxigênio devem mantidos fora dos prédios e
distribuídos por sistemas de tubulação até os locais de uso. É da maior importância que algumas
das propriedades dos gases comprimidos, que representam perigos (como inflamabilidade,
toxidez, atividade química e efeitos corrosivos) sejam bem conhecidas pelos usuários do gás.
Produtos sensíveis à água: alguns produtos químicos reagem com a água quando há aumento de
calor e de gases inflamáveis ou explosivos. O potássio e o sódio metálico e hidretos metálicos
reagem quando em contato com água produzindo hidrogênio com calor suficiente para uma
ignição a uma explosão. Os produtos sensíveis a água devem ser estocados em local distante de
quaisquer possíveis fontes de água. Os “sprinklers” não devem colocados onde grande quantidade
dos materiais está guardada porque esses podem produzir ou potencializar incêndios ou causar
uma explosão, contudo tem sido demonstrado que os “sprinklers” têm sido utilizados no controle
de incêndios causados por materiais tais como o magnésio.
Produtos Incompatíveis: os produtos incompatíveis são aqueles produtos que podem reagir com
outros causando uma condição de perigo devido a essa reação. Áreas separadas de estocagem
devem ser providenciadas para produtos químicos incompatíveis.
Em laboratórios de química, os acidentes mais comuns estão relacionados com quebras de peças
de vidro, queimadura por substâncias cáusticas, incêndios e explosões, podendo ser observada a
necessidade de tentar reduzir os riscos de acidentes
Cortes por uso inadequado de vidrarias: em casos de cortes por uso inadequado de vidrarias,
quando se tratar de ferimentos leves, é necessário lavar as mãos com água e sabão, antes de fazer
o curativo, removendo do local eventuais corpos estranhos, como terra, fragmentos de vidros entre
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outros. Cobrir o local com gaze esterilizada, não deixando o ferimento aberto e se necessário
procurar auxílio médico. Avisar ao professor responsável pelo laboratório sobre o acidente.
Derrame de substâncias cáusticas ou corrosivas: o contato da pele com substâncias corrosivas
ou cáusticas causa queimaduras, e isso ocorre, muitas vezes, devido ao descuido no manuseio
desses produtos. Em casos de queimaduras de pequena extensão, por agentes químicos, lave
lentamente com grande quantidade de água, cubra com gaze limpa, dependendo da parte atingida
(olhos, face, boca, órgãos genitais, etc.) procure logo um médico. Avisar ao professor responsável
pelo laboratório sobre o acidente. Nos casos de média e grande extensão, lave a área atingida com
bastante água, em seguida aplique jato de água, enquanto retira as roupas da vítima, coloque a
cabeça e o tórax da vítima em plano inferior ao resto do corpo. Se possível levante suas pernas. Se
a vítima estiver consciente. Quando a queimadura for aos olhos lave os olhos com água abundante
ou se possível, com soro fisiológico durante vários minutos, depois se deve vendar os olhos com
uma gaze ou pano limpo e procurar ao médico urgentemente.
Explosões: Algumas reações químicas resultam em explosões. Em casos de explosões devido a
essas reações químicas, deve-se manter a calma e imediatamente procurar lavar os respingos
atingidos na pele com água corrente, mas antes verificar se a substância é compatível com água.
Se esses respingos atingirem os olhos deve-se fazer uso do lava-olhos, para que não cause danos à
visão. Procure auxilio do responsável. É importante observar se existe algum corte, por que muitas
vezes são lançados ao ar pequenos pedaços de vidro, se perceber a presença de sangue lave o local
com bastante água, em seguida limpe o local e cubra com uma gaze para estancar o sangramento.
Estado de Choque: em casos de estado de choque a pessoa apresenta pele fria, sudorese, palidez
de face, respiração curta, rápida e irregular, visão turva, pulso rápido e fraco, semiconsciência,
vertigem ou queda ao chão e náuseas ou vômitos. As possíveis causas para essa situação são
queimaduras, ferimentos graves ou externos, esmagamentos, perda de sangue, envenenamento por
produtos químicos, ataque cardíaco, exposições extremas ao calor ou frio, intoxicação por
alimentos, fraturas, inalação de gases ou vapores tóxicos. E, os procedimentos a serem seguidos
para se evitar maiores complicações decorrentes do estado choque são os seguintes: a) avaliar
rapidamente o estado da vítima e estabelecer prioridades; b) colocar a vítima em posição lateral de
segurança (PLS) se possível com as pernas elevadas; c) afrouxar as roupas e agasalhar a vítima; d)
lembre-se de manter a respiração; e) fornecer ar puro, ou oxigênio, se possível; se possível dê-lhe
líquidos como água, café ou chá.
Inalação de gases ou vapores tóxicos: maior grau de risco devido a rapidez com que as
substâncias químicas são absorvidas pelos pulmões. A inalação é a principal via de intoxicação no
ambiente de trabalho, daí a importância que deve ser dada aos sistemas de ventilação. A grande
superfície pulmonar facilita a absorção de gases e vapores, os quais podem passar para o sangue,
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Em se tratando de produtos químicos, é importante considerar não somente a sua toxicidade, mas
também a quantidade manipulada. Algumas drogas, por exemplo, são efetivas na cura de doenças até
certa dosagem, que se excedida, podem provocar efeitos nocivos. Aqueles que trabalham no laboratório
devem conhecer a simbologia existente em recipientes de produtos A simbologia apresentada a seguir é
utilizada em embalagens de produtos químicos (classificados ou não pela ONU). Na Figura 3 estão
demonstradas algumas das principais sinalizações relacionadas a produtos químicos:
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Diagrama de Hommel: utilizado para identificação dos agentes químicos quanto aos riscos à
saúde, a inflamabilidade, a reatividade e aos riscos específicos que porventura o produto venha a
apresentar.
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DIAGRAMA DE HOMMEL
Regras para rotulagem: há ainda algumas regras a serem seguidas para realizar corretamente
uma rotulagem e identificação em produtos ou resíduos como: etiqueta deve ser colocada no
frasco antes de se inserir o resíduo químico para evitar erros; abreviações e fórmulas não são
permitidas; o “Diagrama” deve ser completamente preenchido, ou seja, os 3 itens (risco à saúde,
inflamabilidade e reatividade); se a etiqueta for impressa em preto e branco, esta deve ser
preenchida usando canetas das respectivas cores do Diagrama; a classificação do resíduo deve
priorizar o produto mais perigoso do frasco, mesmo que este esteja em menor quantidade (Figura
5).
Frases de Risco e Segurança: São informações sobre os riscos potenciais dos produtos químicos
e dos cuidados a ter ao manipulá-los.
Frases de Risco: As frases de Risco indicam a natureza dos riscos específicos que a substância
oferece. São representadas pela letra R seguida de números. Os números serão separados por um
hífen (-) quando se tratar de indicações distintas ou por um traço oblíquo (/) quando se tratar de
uma indicação combinada, que reuni numa só frase vários riscos específicos.
Exemplos:
R 10-35 = "Inflamável. Provoca queimaduras graves"
R 23/24/25 = “Tóxico por inalação, por ingestão e em contacto com a pele "
Frases de Segurança: As Frases de Segurança indicam as precauções que devem ser tomadas
durante a utilização dos produtos químicos. São representadas pela letra S seguida de números. Os
números serão separados por um hífen (-) quando se tratar de indicações distintas ou por um traço
oblíquo (/) quando se tratar de uma indicação combinada, que reuni numa só frase vários riscos
específicos.
Exemplos:
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S 3/9/14 Conservar num local fresco, bem ventilado e longe de ... (materiais incompatíveis a
especificar pelo fabricante)
S 3/9/14/49 Conservar unicamente no recipiente original num local fresco, bem ventilado e longe
de ... (materiais incompatíveis a especificar pelo fabricante)
S 3/9/49 Conservar unicamente no recipiente original, em lugar fresco e bem ventilado
S 3/14 Conservar em lugar fresco e longe de ... (materiais incompatíveis a especificar pelo
fabricante)
S 7/8 Manter o recipiente bem fechado e num local fresco
S 7/9 Manter o recipiente bem fechado e num local ventilado
S 20/21 Não comer, beber ou fumar durante a sua utilização
S 24/25 Evitar o contacto com o s olhos e com a pele
S 36/37 Usar luvas e vestuário de proteção adequados
S 36/37/39 Usar luvas e vestuário de proteção adequados bem como proteção para os
olhos/cara
S 36/39 Usar vestuário adequado e proteção para os olhos/cara
S 37/39 Usar luvas adequadas e proteção para os olhos/cara
S 47/49 Conservar unicamente no recipiente original e a temperatura inferior a ...ºC (a
especificar pelo fabricante)
Os produtos químicos exigem cuidados em seu manuseio e estocagem e a prevenção dos riscos de
acidentes causados por eles deve considerar a seguinte classificação (de acordo com a periculosidade):
agentes tóxicos, corrosivos, corantes, voláteis, inflamáveis, explosivos, oxidantes, irritantes, gases
comprimidos e gases liquefeitos, produtos sensíveis à água e produtos químicos incompatíveis, pois os
acidentes podem ser eliminados ou minimizados a partir de um maior conhecimento dos materiais que são
usados no laboratório.
Sempre que for iniciar uma nova tarefa deve-se ler no rótulo as instruções de toxicidade,
inflamabilidade, reatividade. Assim, a partir do conhecimento dessas informações, planejar as operações
quanto ao(s) local(s) adequado(s) e eventual uso de EPIs, como também verificar formas de
armazenamento, descarte e ações para o caso de derramamento acidental.
A manipulação de produtos químicos exige que regras de segurança sejam seguidas rigorosamente
para evitar acidentes e prejuízos aos envolvidos e ambiente de trabalho. A seguir estão listadas algumas
regras de segurança que devem ser seguidas pelos manipuladores de agentes químicos:
• Utilizar sempre jaleco de algodão com mangas compridas, na altura dos joelhos;
• Vestir calçados fechados, nunca sandálias ou chinelos;
• Não utilizar relógios, pulseiras, ou qualquer tipo de adornos dentro dos laboratórios;
• Manter cabelos presos na realização de qualquer atividade dentro do laboratório;
• Não alimentar-se dentro do laboratório;
• Nunca fumar;
• Nunca correr nos laboratórios;
• Não lamber ou deglutir amostras do laboratório;
• Tomar cuidado com a inalação de reagentes;
• Não abandonar experimentos sem identificação;
• Não executar reações a você estranhas em grande escala e sem proteção;
• Não retornar reagentes aos seus frascos de origem;
• Não levar a mão ao rosto quando estiver manuseando produtos químicos;
• As vestimentas, e equipamentos de proteção não devem ser usados fora do laboratório;
• Em caso de acidentes, mantenha a calma e chame o professor ou técnico responsável;
• Brincadeiras são proibidas no laboratório;
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• Distração com jogos, conversas e música alta, principalmente com fones não devem existir;
• Evitar trabalhar sozinho no laboratório;
• Usar capela sempre que trabalhar com solventes voláteis, tóxicos e reações perigosas, explosivas
ou tóxicas;
• Solventes inflamáveis devem ser manuseados distante de fontes de calor;
• Substâncias inflamáveis, devem ser manipuladas longe de fontes de aquecimento;
• Utilizar pipetadores sempre;
• Evitar uso de lentes de contato, para evitar lesões oculares;
• Óculos de segurança são necessários em todo o tempo no laboratório;
• Utilizar os EPI’s e EPC’s presentes no laboratório; (equipamentos de proteção individual e
coletiva): luvas, óculos, capelas, blindagens etc.;
• Nunca jogar restos de reagentes na pia, utilizar sempre o vaso de descarte;
• Não adicionar água a ácidos, mas sim os ácidos a água;
• Antes do manuseio de produtos químicos deve-se saber suas características com relação a
toxidade, inflamabilidade e explosividade;
• Vidrarias quebradas devem ser descartadas e notificadas ao técnico ou responsável;
• Cuidado ao manipular substância com potencial carcinogênico;
• Os reagentes e soluções devem possuir identificação clara e as soluções conterem data de preparo,
validade e o nome do preparador;
• O derramamento de reagentes deve ser limpo imediatamente protegendo-o caso necessário;
Ácidos e bases devem ser neutralizados antes da limpeza;
• Não fazer improvisações, seguir o roteiro inteiramente, pois improvisações podem causar
acidentes;
• Utilizar sempre materiais e equipamentos adequados;
• Lembrar que todas as substâncias são tóxicas, dependendo de sua concentração.
• Nunca confiar no aspecto de uma droga, deve-se conhecer suas propriedades para manipulá-la;
• Receber visitas apenas fora do laboratório;
• Ao encerrar as atividades verificar equipamentos ligados (bombas, motores, mantas, chapas,
gases, etc.) e reagentes ou resíduos em condições de risco.
É importante salientar que o primeiro acidente pode ser o último; os acidentes não acontecem, são
causados.
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5 RISCOS FÍSICOS
Em geral, quando as condições físicas do ambiente laboratorial são boas, trabalha-se melhor com
menor esforço. Mas, quando essas condições fogem muito aos limites de tolerância, atinge-se facilmente
o incômodo e a irritação determinando muitas vezes o aparecimento de cansaço, a queda de produção,
falta de motivação e desconcentração, que são decorrentes da exposição aos agentes físicos e seus riscos.
Estes levam aos acidentes físicos, definidos como aqueles ocasionados por um intercâmbio brusco de
energia com o ambiente em quantidade superior àquela que o organismo é capaz de suportar. Existem
diversos tipos de riscos físicos em um laboratório e eles podem ser identificados com a cor verde em um
mapa de riscos. Os acidentes decorrentes de agentes físicos são capazes de provocar doenças
ocupacionais e necessitam de constante prevenção evitando-se lesões como queimaduras (ocasionadas
pela exposição ao calor), perda de consciência/parada respiratória (devido a choques elétricos), e
inclusive evitando problemas oncológicos/mutagênicos (causados por contato indevido com agentes
mutagênicos ou carcinogênicos em potencial).
Os principais agentes físicos que podem vir a ocasionar acidentes em um laboratório são ruídos,
temperaturas extremas, umidades extremas, eletricidade e radiação.
5.1 Ruídos
calotes posicionadas contra cada um dos pavilhões auriculares ou numa calote circum-aural posicionada
contra a região periauricular), tampões auditivos (protetores auditivos que são introduzidos no canal
auditivo ou na cavidade do pavilhão auricular para obturar a entrada, impedindo dessa forma que o ruído
se propague até ao ouvido interno) e o isolamento sonoro visando uso exclusivo de tais equipamentos
como medida para a prevenção de danos à audição. Essas medidas devem ser observadas sempre que a
questão relacionada a aparelhos ruidosos não possa ter sido resolvida previamente com aquisição e
manutenção dos equipamentos de forma a diminuir o barulho.
Nas atividades de laboratório e de serviços de saúde, observa-se que o risco mais freqüente de
temperaturas extremas está relacionado com o calor. A exposição a este em quantidade e/ou tempo
excessivo, denominada sobrecarga térmica, pode provocar diversos efeitos nos indivíduos através de
mecanismo de reações que interferem na vasodilatação periférica e na sudorese. O calor é bastante usado
em operações de limpeza, desinfecção e esterilização de vários materiais e áreas de um laboratório de
ensino, pesquisa ou serviço de saúde. Entretanto, são necessárias precauções no momento em que se
realiza um procedimento com envolvimento do calor, para se evitar queimaduras, como por exemplo, ao
usar uma chama do bico de Bunsen – para flambar uma alça de platina, que atinge altas temperaturas e
provocar severas injúrias aos tecidos. Além disso, há outros problemas relacionados a temperaturas
extremas como os riscos de incêndio, dentre os quais, pode-se citar o esquecimento de substâncias
inflamáveis nas bancadas ou cantos do laboratório e o superaquecimento de aparelhos com possibilidade
de incêndio, que pode afetar todas as pessoas presentes no local.
Como medidas de controle para redução de acidentes devido a intensidade de calor podem
ocorrer: (a) isolamento das superfícies quentes com materiais isolantes; insuflamento de ar no ambiente;
(b) aumento da circulação de ar; (c) exaustão de vapores de água; (d) em locais em que ocorre calor
emitido por radiação pode-se ter a utilização de anteparos refletores, uso de barreiras absorvedoras de
radiação infravermelha localizadas entre a fonte e o trabalhador; (e) bem como, quando ocorre perda de
calor pelo metabolismo (no momento em que este é bastante alterado) pode-se haver a automatização de
tarefas e redução de atividade no ambiente de risco.
Deve-se observar que em laboratórios que possuam aparelhos como autoclaves e estufas existem
mais riscos de transtornos decorrentes do aumento excessivo da temperatura. Dessa forma, a presença de
janelas garante a aeração, tornando o ambiente mais agradável, o que é mais saudável, pois, além de
garantir a amenização da temperatura por ventilação, fica também garantida a renovação do ar presente
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no lugar. No caso dessa ventilação não ser suficiente podem ser utilizados ventiladores de chão
(observando se essa medida favorecerá ou não os riscos de acidentes) ou de teto, ou ainda aparelhos de ar
condicionado. No caso de recintos fechados, deve-se tomar cuidado com a contaminação do ar com gases
e produtos tóxicos.
O ser humano é muito sensível à umidade, já que a pele precisa do ar para se livrar da umidade
que nossos corpos produzem. As pessoas sentem-se mais confortáveis quando a umidade relativa está por
volta de 45%. Equipamentos como umidificadores e desumidificadores ajudam a mantê-la em locais
fechados num nível confortável. Em um laboratório a umidade extrema pode contribuir para que
aconteçam acidentes de duas maneiras: tanto quando se estabelecerem níveis reduzidos ou excessivos.
Sabe-se que o álcool etílico e outros líquidos combustíveis podem formar misturas explosivas com
o ar ou deslocar-se até uma fonte de ignição e provocar retrocesso da chama, situação potencializada por
elevadas temperaturas e reduzidos níveis de umidade relativa ambiental. Além desse fato, baixos valores
de umidade relativa aumentam as chances de produção de centelhas provocadas pelo armazenamento de
eletricidade estática, com um grande risco de ignição.
Em relação a locais que apresentam valores de umidade excessiva é conveniente alertar sobre o
risco de choques elétricos em equipamentos e fiação exposta em tais locais. Um equipamento jamais deve
ser conectado em tomadas que apresentarem umidade. É importante, nos casos de umidade excessiva, o
uso de sapatos adequados (com sola de borracha) principalmente em pisos molhados (neste caso, melhor
calçado de couro).
O choque elétrico é um estímulo rápido e acidental do sistema nervoso do corpo humano causado
pela passagem de uma corrente elétrica. A sua gravidade é determinada pela intensidade de corrente que o
provocou e que depende basicamente dos seguintes fatores: diferença de potencial a que foi submetido o
corpo; área de contato do corpo; pressão de contato; umidade da superfície de contato; duração do
contato; tensão de contato; fatores psicológicos. Esses fatores definem a intensidade de corrente que irá
circular pelo corpo, corrente essa geralmente expressa em miliamperes. O percurso e o tempo de duração
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da passagem da corrente são também muito importantes nos efeitos que serão produzidos no corpo. As
correntes mais perigosas são as que atravessam o corpo de mão a mão, da mão esquerda para os pés ou da
cabeça para os pés, pois afetam diretamente o coração. Se a superfície de contato do corpo estiver úmida
ou suada e os pés molhados, a intensidade de corrente pode assumir valores muito elevados, produzindo
efeitos gravíssimos (danificar os tecidos, provocar coágulos nos vasos sanguíneos, levar a perda de
consciência etc.).
Para se prevenir de acidentes ocasionados por choque elétrico em um laboratório, recomenda-se
que a voltagem da rede local de eletricidade esteja evidenciada, assim como a de cada aparelho que deve
trazer essa informação em local de fácil visualização; o número de tomadas deve ser previsto de acordo
com a capacidade total dos aparelhos do setor onde são instalados, evitando-se a sobrecarga no uso das
tomadas, o que pode provocar curtos-circuitos e originar incêndios; os equipamentos devem ser instalados
usando-se sempre o fio terra para descarga elétrica excessiva; uma pessoa que irá operar um aparelho
deve sempre certificar-se da voltagem ao liga-lo evitando, assim, danos ao sistema e ao aparelho e nas
instalações elétricas nunca sejam deixados fios desencapados.
5.5 Radiações
Radiações são formas de energia emitidas que se transmitem pelo espaço como ondas ou, em
alguns casos, possuem comportamento corpuscular. As radiações acima das condições permitidas podem
provocar lesões e conseqüências graves ou irreversíveis.
Em um laboratório de ensino e pesquisa, as radiações com que o usuário deve tomar mais cuidado
e precauções são as ionizantes (emitidas por isótopos radioativos) e as não-ionizantes.
As radiações ultravioletas (UVs) são não-ionizantes e frequentemente emitidas por equipamentos
comumente encontrados em laboratórios que manipulam microrganismos, culturas de células ou tecidos e
que utilizam técnicas de biologia molecular. Manipulações em fluxos laminares só devem ocorrer após
um tempo no qual se deixa uma lâmpada de ultravioleta ligada na área de trabalho. Durante esse período,
a radiação pode ser absorvida por qualquer indivíduo que se encontrar no mesmo local que ela e com isso
há tendência de ocorrer queimaduras, cegueira e câncer de pele.
Para se proteger das radiações UVs deve-se dispor de barreiras que possam eliminar a reflexão no
ambiente e absorção direta pelo indivíduo. As barreiras podem ser construídas de chapas metálicas,
tecidos opacos, entre outros. Os EPIs que protegem de radiação direta sobre a superfície exposta também
devem ser usados, como os jalecos de algodão de manga comprida, luvas, óculos de proteção de
qualidade comprovada ou protetores de face inteira, além de anteparos de acrílico, com espessura capaz
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de proteger contra tais radiações. Há laboratórios que destinam salas apropriadas para o cultivo de células
e tecidos de forma que o manipulador só permaneça no local na ausência de radiação UV.
As radiações ionizantes podem provocar dois efeitos no organismo humano: 1) produzir lesões nas
células germinativas, causando alterações hereditárias e 2) causar lesões nas células somáticas, levando a
alterações sem natureza hereditária. Essas radiações são emitidas por radioisótopos de fonte natural
(elementos radioativos presentes na crosta terrestre: urânio - 238 e carbono - 14) ou artificial (produzidos
pelo homem com tecnologias específicas), podendo ter natureza corpuscular (raios alfa – e beta e nêutros)
ou eletromagnética (raios X, gama, e aceleradores lineares). Em ambos os casos para se proteger dos seus
efeitos nocivos deve-se seguir práticas referentes à radioproteção, que tem o objetivo de assegurar que os
níveis de radiações ionizantes em ambientes de trabalho sejam aceitáveis, com o mínimo de risco à saúde
e bem estar das pessoas.
Algumas medidas de controle que podem ser adotadas, visando à radioproteção são: reduzir ao
mínimo o tempo de exposição a radiações; manter-se o mais longe possível da fonte de irradiação;
blindagem do espaço físico de materiais que absorvem a radiação; sinalização no acesso e nas áreas que
realizem atividades com a presença de radiação; bom treinamento dos trabalhadores envolvidos nas
atividades relacionadas aos materiais radioativos e utilização de EPIs.
5.6 Incêndios
Substância Radioativa
Este sinal deve estar sempre presente em fontes de radiação ionizantes, bem como nas
zonas controladas e vigiadas onde existe a probabilidade de se ultrapassarem determinados
limites de dose para os indivíduos expostos.
Eletrocussão
Este sinal adverte para o perigo de eletrocussão, devendo ser afixado nos locais onde
existam fatores de risco, por contato direto ou indireto com a energia elétrica.
Radiações não-ionizantes
Este sinal deverá ser colocado em qualquer local onde existam radiações não-ionizantes ou
componentes de equipamentos onde estas radiações estejam presentes, que possam
constituir perigo de exposição para os indivíduos.
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• Use protetores auriculares e tampões auditivos para efetuar tarefas que envolvam ruídos;
• Não opere aparelhos que, anormalmente, apresentem excesso de ruídos;
• Os aparelhos que transmitem ruídos devem ser periodicamente verificados para manutenção
corretiva da quantidade do ruído produzido;
• Laboratórios que possuem aparelhos com ruídos exorbitantes devem estar em locais afastados;
• Cuidado ao manusear um objeto em estufas ou forno mufla, pois podem ocorrer queimaduras;
• Tubulações de gás e Bico de Bunsen devem ser manuseados com bastante cuidado, usando-se
equipamentos de proteção ao calor como, luvas de amianto e/ou garras apropriadas, pois há
probabilidade de ocorrência de incêndio, explosão ou queimaduras;
• Atente-se para casos de carregamento, instalação e ligação de aparelhos em locais úmidos e
cuidado com pisos escorregadios;
• Antes de conectar um aparelho a uma tomada verifique se a voltagem dele está correta;
• Não utilize equipamentos com componentes alterados;
• Não sobrecarregue as tomadas, use apenas um aparelho em cada uma;
• Jamais coloque aparelhos elétricos em superfícies molhadas ou úmidas;
• Use sempre EPIs e EPCs capazes de proteger contra radiações, caso trabalhe com elas;
• Mantenha-se longe da fonte de irradiação;
• As pessoas envolvidas nas atividades com materiais radioativo necessitam de um excelente treino;
• Saiba, antes de entrar no laboratório, o que será feito nele, seus riscos e as medidas de proteção
contra estes.
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Acidente é entendido como um acontecimento infeliz, casual ou não, do qual resulta dano(s). E os
laboratórios de ensino, pesquisa ou serviços de saúde, por sua vez, são ambientes diferenciados, cuja
presença de vários tipos de riscos (químicos, físicos e biológicos, principalmente) pode ocasionar
acidentes e, portanto, requerem atenção especial como forma de prevenção, desde que seguidas certas
práticas, técnicas e normas de segurança. Os acidentes ocorridos no ambiente dos laboratórios têm como
algumas de suas possíveis causas, a utilização inadequada ou deficiente dos EPIs e EPCs, o manuseio
incorreto de materiais perfuro-cortantes, a quebra de vidrarias, a disposição incorreta de material no
laboratório e, principalmente, comportamentos inadequados no interior destes.
Nenhuma pessoa dentro da Instituição está livre de acidentes – uma luva (EPI), por exemplo, pode
transferir secreções orgânicas para qualquer superfície manipulada e assim contaminar qualquer
indivíduo. Deve-se assumir uma postura diferenciada no seu ambiente de trabalho visando prevenção e
controle de acidentes, para se conseguir um ambiente seguro de aprendizagem e trabalho, que irá
repercutir em melhoras na qualidade de vida.
Os acidentes devem ser evitados através de cautelas que recebem o nome de “prevenções de
acidentes” e têm o objetivo de por em prática regras e medidas de segurança, de maneira a se evitar a
ocorrência de tais imprevistos. Essas cautelas vão desde as maneiras de como se deve atuar diante de
riscos inerentes aos agentes biológicos, químicos e físicos, já abordados em capítulos anteriores, como
também:
Estar consciente da atividade executada. Uma boa conduta em laboratório é o agendamento de
atividades a serem desenvolvidas e o tempo de exposição/execução das atividades;
Uso obrigatório de EPIs e EPCs no laboratório durante todos os procedimentos. O jaleco é um
EPI, que preferencialmente deve ser de algodão e de mangas compridas, pois, assim, alcança
maior área de proteção. É recomendado evitar o uso de jalecos constituídos de material
combustível como poliéster. Não utilizar sandálias, tênis ou sapatos abertos; os pés devem estar
protegidos com sapatos fechados;
Não reencapar, quebrar, manipular agulhas ou desconecta-las das seringas utilizando as mãos. Em
casos de reutilização utilize um dispositivo mecânico ou a técnica de “cavar” com uma das mãos;
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Ter muita cautela ao manusear vidrarias, pois sua quebra gera cacos de vidros que podem cortar,
além de haver possibilidade de respingo do material que está no seu interior. Para recolher os
estilhaços decorrentes da quebra de vidrarias, utilize sempre pá e vassoura, nunca as mãos;
Evitar conversas enquanto realiza alguma tarefa que necessite de atenção e não obstrua seus
ouvidos com aparelhos sonoros, pois todos precisam estar atentos a qualquer ruído à sua volta;
Ao abrir ampolas proteger as mãos com algodão ou pano;
Evitar relógio no pulso durante as atividades laboratoriais, pois ao estar manuseando frascos
contendo líquidos ou similares, você pode causar e ou sofrer acidentes ao verificar as horas;
Sempre que for utilizar algum aparelho, paramentar-se com os devidos EPIs (certificados de não
terem danos) e normas de segurança relativas a tal atividade;
Atentar-se para as sinalizações presentes nos laboratórios, respeitando as advertências de rótulos e
livros sobre perigos e riscos. Antes de manusear frascos e reagentes ler atentamente os rótulos.
Não trabalhar com substâncias químicas sem identificação;
Se uma substância for derramada, providenciar limpeza imediatamente – seguindo as medidas de
segurança para cada produto e observando sua classificação quanto à toxidade, corrosão dentre
outros;
Nunca deixar materiais pessoais (mochilas, bolsas etc.) e do próprio laboratório em locais
impróprios (como na porta), pois dificultam as atividades e trazem mais riscos de acidentes;
Não correr no ambiente do laboratório, isso retira a atenção dos outros e facilita o acontecimento
de acidentes por colisão, queda e escorregão;
Não colocar material aquecido diretamente em superfícies desprotegidas com temperaturas
diferentes do material aquecido (aço inoxidável, fórmica ou pedra), bem como não deixar material
sujo por muito tempo na bancada ou pia. Após o uso mantê-los submersos no desinfetante,
observando o tempo de desinfecção exigido;
Depois de realizar aquecimento com bico de Bunsen ou maçarico, sinalize-os evitando que outra
pessoa sofra queimaduras com os mesmos;
Ao segurar recipiente (frascos ou similares), coloque sempre uma das mãos, devidamente
protegidas, sob este e nunca segurá-los apenas pelo gargalo;
Não manusear maçanetas, telefones e outros usando luvas durante a execução de suas atividades;
Não manipular ou cocar olhos, nariz, ouvido ou bocas com as mãos usando luvas, bem como
lentes de contato e manter, se for o caso, os cabelos longos presos e, se necessário, com gorro
protetor;
Não fazer refeições no laboratório. Mantê-lo sempre limpo para que outros possam utilizá-lo de
forma segura;
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Ao manipular material contaminado, procurar manter próximo à sua atividade, papel absorvente
embebido em desinfetante, a fim de evitar a dispersão de derramamento ou respingo acidental;
Na realização de trabalho dentro do laboratório ter conhecimento das seguintes informações:
nomes e telefones de emergência, caixa de primeiros-socorros, locais dos EPCs, como lava-olhos
e chuveiros de segurança e como fazer a desinfecção, descontaminação ou neutralização antes da
manutenção de equipamentos automáticos, por haver pequeno risco de transmissão de infecções
ou exposição a produtos químicos.
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7 EPC
Dispositivos de pipetagem: são os dispositivos de sucção para pipetas. Ex.: pipetador automático,
pêra de borracha e outros.
Proteção do sistema de vácuo: são filtros do tipo cartucho, que impedem a passagem de
aerossóis. Também é usado o frasco de transbordamento, que contém desinfetante.
Contenção para homogeneizador, agitador, ultra-som, entre outros: devem ser cobertos com
anteparo de material autoclavável e sempre abertos dentro das cabines de segurança biológica.
Anteparo para microscópio de imunofluorescência: dispositivo acoplado ao microscópio, que
impede a passagem de luz ultravioleta, que poderá causar danos aos olhos, até mesmo levando o
operador à cegueira.
Kit para limpeza em caso de derramamento biológico, químico ou radioativo: composto de
traje de proteção, luvas, máscara, máscara contra gases, óculos ou protetor facial, bota de
borracha, touca, pás para recolhimento do material, pinça para estilhaços de vidro, panos de
esfregão e papel toalha para o chão, baldes, soda cáustica ou bicarbonato de sódio para neutralizar
ácidos, areia seca para cobrir álcalis, detergente não inflamável, vaporizador de formaldeído,
desinfetantes e sacos plásticos.
Kit de primeiros socorros: composto de material usualmente indicado, inclusive antídoto
universal contra cianureto e outros antídotos especiais.
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8 EPI
É essencial o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) - roupas protetoras, avental e
de luvas, durante a execução de atividades no interior do laboratório, no sentido de prevenir acidentes.
“As roupas protetoras somente devem ser usadas no interior do laboratório, e em corredores de
áreas técnicas comuns, devendo ser retiradas quando o técnico deixar o ambiente. É proibido o uso de
tais roupas e de luvas, nas áreas externas do laboratório, tais como: sala de lanche, área administrativa,
toaletes, banco, lanchonete, transporte público, etc.”
São exemplos de EPI:
UNIFORMES: obrigatoriamente protegido com avental de mangas longas, fechado na frente e
longo (abaixo dos joelhos).
SAPATOS: exclusivamente fechados. Não deve ser permitido o uso de sandálias dentro de área
hospitalar e laboratorial.
ROUPAS PROTETORAS: avental exclusivamente de manga longa, permanentemente fechado.
Deve ser usado no interior do laboratório, e deve permanecer no vestuário técnico, não devendo
ser usado em áreas públicas como: bares, lanchonetes, banco, etc.
ÓCULOS: devem ser usados para todas as áreas nas atividades de risco, como manipulação de
produtos biológicos potencialmente contaminados, produtos químicos, além daquelas que portam
risco de radiação e/ ou iluminação (uso de óculos especiais em presença de lâmpada U.V.).
Existem diversos modelos de óculos de proteção e cada qual se adapta às atividades
desenvolvidas: óculos de proteção contra radiação ultravioleta; óculos de proteção contra gases e
vapores; óculos de proteção contra produtos químicos.
MÁSCARAS: devem ser usadas sempre que manipuladas substâncias químicas como alto teor de
evaporação (além de serem manipuladas em capelas de exaustão), e em áreas de alta
contaminação com produtos biológicos. As máscaras podem e devem ser usadas também no
sentido de não contaminarmos o ambiente (isolamento reverso, centro cirúrgico, etc.).
LUVAS: obrigatórias na manipulação de qualquer material biológico, e com determinados
produtos químicos. Devem ter formato anatômico, boa resistência e oferecer conforto e destreza
ao usuário. A seguir estão alguns tipos de luvas e sua utilização:
a) Luvas butílicas: Usadas no contato com cetonas e ésteres.
b) Luvas de borracha natural (látex): Usadas para trabalhos gerais, manipulação de bases, alcoóis,
soluções aquosas diluídas, aldeídos e cetonas.
c) Luvas Kevlar® (marca registrada da DuPont): Fornecem proteção contra cortes, abrasão e
calor.
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JÓIAS E BIJUTERIAS: deve-se usar o mínimo possível. Não se deve usar anéis que contenham
reentrâncias, tais como incrustações de pequenos brilhantes ou pedras, assim como não se deve
usar pulseiras e colares que possam tocar superfícies de trabalho e/ou pacientes, vidrarias, etc.
MAQUIAGEM E PERFUME: a maquiagem é uma grande fonte de partículas na área laboratorial
e hospitalar, partículas estas que significam perigo. As maquiagens liberam milhares destas
partículas, na maior parte aderentes, pois contêm glicerina, mica, titânio, entre outras coisas. Entre
as maquiagens, o excesso de batom e rímel significam, sem dúvidas, um dos maiores problemas,
assim como laquê. Os perfumes devem ser evitados em ambientes técnicos por inúmeros motivos:
são poluentes ambientais, muitos pacientes têm intolerância a odores, em função de seu estado de
saúde e outros em função dos medicamentos que fazem (quimioterapia e radioterapia), e podem
impregnar ambientes fechados que contenham filtros em ar condicionado, agravando o estado de
saúde de muitos alérgicos.
UNHAS: devem ser curtas e bem cuidadas. Não podem ultrapassar a “ponta dos dedos”.
Preferencialmente sem conter esmalte, principalmente nas áreas de isolamento reverso e
laboratórios de Cultura Celular. O esmalte libera partículas por micro - fraturas.
CABELOS: permanentemente presos na sua totalidade. Em áreas de controle biológico, o uso do
gorro é obrigatório (Laboratório de Cultura, Biologia Molecular, Produção de Componentes
Lábeis Sangüíneos, Laboratório de Microbiologia, Isolamento Reverso, Centro Cirúrgico, etc.).
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Uma universidade tendo como maior função a educação, precisa no seu exercício de difusão do
conhecimento promover a conscientização de seus alunos sobre o meio ambiente, com o objetivo de
educá-los para que levem suas experiências nessa área para suas vidas profissionais e mesmo para suas
casas. Além das aulas teóricas ministradas numa instituição de ensino superior, também são
desenvolvidas as aulas práticas, bem como, pesquisas científicas e tecnológicas, gerando subprodutos,
principalmente no ramo químico e biológico, que devem ser gerenciados.
O gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (RSS) tem como objetivo minimizar a
produção de resíduos e proporcionar àqueles gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente,
visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio
ambiente. Para que isto seja possível é necessário que toda Unidade Geradora (UG), através de um
profissional de nível superior habilitado pelo seu conselho de classe, elabore um Plano de Gerenciamento
de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS, que seja: 1) compatível com as normas locais de coleta,
transporte e disposição dos RSS, 2) baseado nas características dos resíduos gerados e nas suas
classificações (Anexo I), para assim estabelecer as diretrizes de manejo desses.
risco. Em tal grupo (B) estão os resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à
saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade e toxicidade.
E o Grupo E, identificado pelo símbolo de substância infectante constante também na NBR-7500
da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO
PERFUROCORTANTE, indicando o risco associado em tal resíduo.
Translado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário
ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta.
Guarda temporária dos recipientes contendo resíduos já acondicionados, em local próximo aos
pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os
pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não é permitida a retirada dos
sacos de resíduos de dentro dos recipientes ali estacionados (igualmente no ARMAZENAMENTO
EXTERNO – que consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta
externa, em ambiente exclusivo – de fácil higienização, com proteção contra insetos e roedores etc. – com
acesso facilitado para os veículos coletores), nem colocar tais sacos diretamente em pisos. Esse tipo de
armazenamento pode ser dispensado nos casos em que a distância entre o ponto de geração e o
armazenamento externo justifiquem.
Os resíduos químicos do Grupo B devem ser ARMAZENADOS em local exclusivo com
dimensionamento compatível com suas características quantitativas e qualitativas. O abrigo desses deve
possuir, em local de fácil visualização, a sinalização – RESÍDUOS QUÍMICOS, com símbolo baseado na
norma NBR 7500 da ABNT. O armazenamento de resíduos perigosos deve contemplar ainda as
orientações contidas na norma NBR 12.235 da ABNT.
Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos
inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou
de dano ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em
outro estabelecimento, observadas nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre o
estabelecimento gerador e o local do tratamento.
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preocupações com a quantidade dele para passar por tratamentos complicados ou onerosos e
mesmo com sua posterior disposição. A seguir estão dispostas algumas formas de tratamento de
determinados resíduos químicos, possibilitando ou não o seu reaproveitamento e/ou purificação:
a) Destilação fracionada – sem dúvida o processo mais utilizado no caso de solventes orgânicos;
b) Filtração – destinada à resíduos sólidos;
c) Extração por solventes para óleos e sólidos;
d) Neutralização ácido/base;
e) Precipitação química de metais;
f) Processos oxidativos avançados (H2O2, UV, Ozônio, Reagente de Fenton, fotocatálise heterogênea
e algumas de suas combinações), com ou sem luz solar.
Tratando-se de casos que envolvam substâncias muito perigosas, tais como cianetos, uma
possibilidade é recorrer ao fabricante, que estaria melhor preparado para realizar o tratamento ou descarte
do material.
Outro procedimento é a diluição, fato bem sucedido em alguns poluentes. Porém, está óbvio que
muitos produtos químicos sintéticos não são assimilados porque não são alterados pela ação de luz, água,
ar ou microorganismos. Como exemplos dessas substâncias, denominadas persistentes, tem-se o DDT,
gases de refrigeração (clorofluorcarbonetos - CFCs) e os compostos mercuriais, sendo que muitas destas
não se tornam uniformemente dispersas no meio ambiente e podem concentrar-se em organismos vivos,
chegando a atingir seres humanos e outros animais a níveis que, em alguns casos, afetam a saúde e até
levam à morte prematura.
Alguns dos procedimentos supracitados, assim como outros, são atividades que eximem a
necessidade de equipamentos sofisticados, podendo ser empregados em instituições de ensino e pesquisa
que geram em suas rotinas resíduos químicos.
Tratamento de resíduos perfurocortantes: os resíduos perfurocortantes podem requerer
tratamentos, principalmente se estiverem infectados. Nestes casos, é bom que eles passem pelas
mesmas etapas que o seu produto infectante deveria passar. Entretanto, é preciso tomar bastante
cuidado pois, se tratando de vidrarias, estas não possuem bons coeficientes de dilatação e portanto
devem ser destinadas às desinfecções químicas e radiação UV. É bom ser observado, também,
algumas precauções, como no descarte as seringas e agulhas usadas, placas de Petri ou outros
objetos perfuro cortantes. Estes precisam ser acondicionados em recipientes apropriados,
resistentes a perfurações, colocados em áreas próximas à área de uso, sendo oportuno lembrar que
nunca tais resíduos devem ser armazenados em quantidade superior àquela suportada pelo
recipiente que os acondicionam.
Tratamento de misturas de resíduos: em laboratórios os resíduos formados podem estar
misturados e serem de classes diferentes, requerendo, em tais casos, considerações especiais em
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seu tratamento. Genericamente, recomenda-se que diante de uma mistura de resíduos biológicos
infectantes com químicos, ocorra a inativação do primeiro e, então, posteriormente haja o
tratamento ou disposição do resíduo químico. É preciso observar que o melhor método para
inativar o resíduo biológico pode não ser adequado ao tratamento do outro. A autoclavação, por
exemplo, não deve ser empregada em um resíduo formado por agentes infectantes misturados a
solventes orgânicos, pois concentrações significativas destes (solventes) podem ser liberadas na
atmosfera durante o processo. Nesses casos pode-se fazer com que tal resíduo passe por uma
desinfecção química. Um apropriado método para o tratamento e disposição de material biológico
ou carcaças de animais contaminados ou que contém substâncias químicas – desde que estas não
sejam metais – é a incineração.
Remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou
disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e
a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as
orientações dos órgãos de limpeza urbana e realizados de acordo com as normas NBR 12.810 e NBR
14.652 da ABNT.
Esta envolve o envio dos resíduos, basicamente, a três destinos: 1) aterros sanitários (seguindo
exigências técnicas e legais quanto à situação de já ter tais resíduos recebido pré-tratamento e devido
acondicionamento); 2) lançamento na rede de esgoto (o que pode ser feito conforme a Resolução
CONAMA n° 20, que dispõe sobre a classificação e respectivos níveis de qualidade aceitáveis das águas
doces, salobras e salinas); ou 3) liberação para a atmosfera (devendo obedecer a critérios, pois tal tipo de
método pode favorecer a ação nociva, tanto para a natureza como ao homem, de substâncias persistentes,
bioacumulativas e tóxicas), além dos processos de reaproveitamento já abordados anteriormente
(recuperação, reutilização e reciclagem).
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se seguir o procedimento de descarte do recipiente de armazenagem quando este atingir 2/3 de sua
capacidade ou o nível de seu preenchimento ficar a 5 (cinco) cm de distância da boca do
recipiente.
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10 PRIMEIROS SOCORROS
Em laboratórios de ensino e pesquisa todo o possível deve ser feito para se evitar que acidentes
aconteçam. Em capítulos anteriores foram abordados diferentes assuntos a respeito de como isso pode ser
realizado: através do uso de determinados equipamentos de proteção, conhecer e seguir normas de
segurança para seu bem estar, ter atenção e conhecimento sobre os diferentes tipos de riscos presentes nos
laboratórios, entre outros. Entretanto, caso tais acidentes aconteçam, o primeiro procedimento a se fazer é
por em prática medidas, adequadas, que possam minimizar as conseqüências para o acidentado ou vítima,
o que pode determinar, até mesmo, sua sobrevida. Essas condutas são os primeiros socorros, que devem
ser tomados com segurança e rapidez, imediatamente após a ocorrência de um acidente, com finalidade de
preservar a vida, minimizar os efeitos da lesão e promover a recuperação de uma pessoa que se acidentou
(vítima). Porém, nem todas as pessoas são aptas a prestá-los, pois nas diversas situações em que eles se
dão pode haver excessiva ansiedade, susto, mal estar entre outros nos socorristas (indivíduos que prestam
os primeiros socorros), comprometendo assim o atendimento. Com isso, recomenda-se treinamento
periódico e atualizado, principalmente aos que convivem frequentemente nos laboratórios, como um fator
de garantia do sucesso de desse procedimento, que precisa ser aplicado em casos específicos. Ademais, é
de suma importância que haja nos laboratórios: números e endereços de serviços de resgate e emergência
– como o do corpo de bombeiros, pronto-socorro, polícia, hospitais, médicos, além dos serviços de gás,
eletricidade e água – para que outras decisões e tratamentos possam ser buscados, observando-se que os
primeiros socorros são serviços de caráter emergenciais.
Os acidentes mais comuns que podem ocorrer em uma Instituição são vertigens, queimaduras,
cortes, envenenamentos e substâncias químicas nos olhos. Os seguintes equipamentos devem estar
facilmente acessíveis aos laboratórios: cobertor antifogo; extintor de incêndio; lava-olhos; chuveiros de
emergência; caixa de primeiros socorros; lavatório para queimaduras de ácidos ou de álcalis.
Todos os acidentes de laboratório devem ser obrigatoriamente, comunicados aos professores, quer
tenham recebido tratamento especializado. Também é importante que a pessoa acidentada e remetida a
tratamento especializado tenha um acompanhamento. Vamos relacionar aqui alguns lembretes
importantes para auxiliar nos procedimentos de primeiros socorros:
a) Evitar, sempre que possível tocar em ferimentos com as mãos e peças de roupas com resíduos
corpóreos (sangue, vômito, entre outros);
b) Em caso de desmaio, deitar o indivíduo de costas, com a cabeça mais baixa que o corpo, fazendo-
o respirar amoníaco ou vinagre;
c) Em caso de sinais de desmaio sentar o indivíduo e curvar sua cabeça entre as pernas, fazendo-o
respirar profundamente;
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d) Em caso de hemorragias, fazer compressão do ferimento com gaze limpa e dependendo do local
do ferimento, esta compressão poderá ser feita diretamente ou a uma certa distância do mesmo;
e) Em caso de contato da pele com substâncias químicas promover uma lavagem abundante do local
com água, caso o material seja com patível com a mesma;
f) Em caso de queimaduras por contato ou respingos, providenciar a lavagem da área com água fria,
por um período de pelo menos 15 minutos, encaminhando em seguida o acidentado ao socorro
médico mais próximo.
Abaixo estão dispostos alguns venenos usuais e os sinais ou sintomas induzidos por eles:
Ácidos e álcalis: queimam e corroem os tecidos em que entram em contato e, em casos extremos,
podem fazer um orifício na parede estomacal.
Álcool: Atua como enérgico depressor do sistema nervoso central.
Cianeto: pode provocar o colapso da vítima. A morte é rápida em conseqüência da paralisia
respiratória. Pode ser ingerido ou absorvido por um ferimento ou através da pele. É usado em
certos formicidas.
Cianeto e monóxido de carbono: provoca a morte por asfixia em virtude de combinação com o
sistema carreador do oxigênio no sangue, o que impede a transferência do oxigênio para partes
vitais do organismo humano.
Sulfeto de hidrogênio: gás inflamável e venenoso, com cheiro de “ovo estragado”; perceptível na
diluição de 0,002 mg/l de ar. Muito perigoso por provocar o colapso, o coma e a morte em alguns
segundos depois de apenas uma ou duas inspirações. É insidioso já que o olfato fica insensível ao
seu cheiro depois de exposição prolongada. As concentrações mais baixas provocam irritação das
mucosas, dor de cabeça, enjôo e fadiga.
Chumbo: o envenenamento agudo pelo chumbo pode provocar anorexia, vômitos, mal-estar,
convulsões e injúria permanente no cérebro. Os casos crônicos evidenciam-se pela perda de peso,
fraqueza e anemia.
Mercúrio: perigoso por ser razoavelmente volátil (pressão de vapor de 0,002 mmHg a 25ºC) e
facilmente assimiláveis pelas vias respiratórias, pela pele e pelo tubo digestivo. O envenenamento
agudo pelo metal, ou seus sais provoca ferimentos na pele e nas mucosas, náusea aguda, vômitos,
dores abdominais, diarréia sanguinolentas, lesões nos rins e morte num lapso de dez dias. O
envenenamento crônico provoca inflamação da mucosa bucal e das gengivas, salivação abundante,
queda dos dentes, lesões nos rins tremores musculares, espasmos, depressão e brutas alterações de
personalidade, irritabilidade e nervosismo. Antídoto: dimercaprol (BAL: Britsh anti-lewisite).
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Álcool metílico: Tem um efeito especifico de degeneração do nervo óptico que pode provocar
lesão permanente e cegueira, mesmo quando a quantidade assimilada tiver sido pequena.
Fenilhidrazina: Provoca a hemólise dos eritrócitos.
Piretrina: Encontrado em certos inseticidas. Provoca hiperexcitabilidade, descoordenação e
paralisia dos músculos e das ações respiratórias.
Nitrato de prata: O contato com a pele ou com as mucosas pode ser cáustico e irritante. A
ingestão pode causar severa gastroenterite e até a morte.
a) Em qualquer acidente, leve ou grave, NÃO PERDER A CALMA. Isto influi na maneira de pensar
e agir. Demonstrar segurança, tanto no atendimento ao acidentado como na orientação dos
presentes;
b) Manter o ferido quieto, agasalhado e em posição confortável; afrouxar as roupas (colarinho, cinta,
soutien entre outros);
c) Afastar os espectadores, deixando o ambiente livre para a prestação do socorro e a remoção do
acidentado;
d) Obter a colaboração do grupo, atribuindo para algumas pessoas atividades como: providenciar a
presença de um médico ou a vinda de uma ambulância, fornecendo neste caso o endereço correto,
podendo, às vezes, ser solicitado auxílio para o próprio cuidado do paciente;
e) Evitar comentários dos presentes, principalmente se o paciente estiver consciente;
f) Examinar o acidentado rápida e completamente, tomando providências principalmente nos casos
de hemorragia (procurar controlar o sangramento, através de curativo ou compressão manual)
g) Também manter limpas as vias respiratórias fazendo a limpeza da boca; se estiver preparado
aplicar a respiração artificial ou massagem cardíaca se for o caso; não administrar líquidos nem
medicamentos;
h) Movimentar o paciente o mínimo possível e, quando necessário, fazê-lo com cuidado;
i) Movimentar o fraturado somente após a imobilização adequada;
j) Deixar o paciente com a cabeça voltada para o lado, evitando uma possível aspiração de vômitos.
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Provoque vômito nos casos de ingestão de álcool (etílico, isopropílico, desnaturado, metílico),
bórax, cânfora, formaldeído, repelente de insetos.
Produtos químicos em contato com a pele: deve-se promover a diluição e eliminação da
substância agressiva, pela lavagem exaustiva com água. Evite a colocação de substâncias que
podem ocasionar desenvolvimento de reação química sobre a pele, como por exemplo, reações de
neutralização.
Cortes /ferimentos: lavar abundantemente o local do ferimento com água. Não retirar fragmentos
fixados no local do corte. Se necessário interrompa a perda de sangue (hemorragia) por elevação
do membro ferido, seguido de pressão próxima do ferimento. Evite fazer torniquete. O objetivo
deve ser de proteger o ferimento de infecções e controlar as hemorragias. Usar pensos
esterilizados e pressionar o ferimento até o término da hemorragia.
Ataque cardíaco: No caso de a pessoa ter medicação própria, administre-a; mantenha a pessoa
deitada respirando com facilidade. Chame o médico.
Fraturas: manter imóvel os ossos fraturados e as juntas adjacentes. Os principais sintomas são
dor, inchaço, deformação. Use um material rígido, uma almofada ou um cobertor, e entale como
estiver. Se for necessário deslocar a vítima, não curve, nem dobre, nem sacuda o paciente. Arraste
a vítima sobre um cobertor, ou um casaco ou um tapete; use uma cadeira, uma maca ou várias
pessoas para transportá-la e não provocar outras lesões.
Estado de choque: manter o paciente deitado e em posição confortável. Os sintomas são pele
úmida e pálida, respiração pouca profunda, olhos sem brilho, pulso fraco. Manter o paciente
deitado com os pés elevados quando não houver lesões na cabeça ou no tórax. Cobrir o paciente
com cobertores (não provocar transpiração). Administrar água para mitigar a sede.
• Manter a cabeça na posição adequada com a mão direita, e com a esquerda puxar o queixo da
pessoa para baixo, de forma que a língua não impeça a passagem de ar.
• Colocar a boca com firmeza sobre a boca do paciente, protegida por um pano limpo.
• Fechar as narinas do paciente, com o auxilio do polegar e do indicador.
• Insuflar ar para o interior da boca do acidentado, até notar que seu peito esteja elevado.
• Deixar o paciente expirar o ar livremente.
• Estes movimentos serão repetidos 15 vezes por minuto.
• Periodicamente, pressionar com delicadeza o estômago do paciente, evitando que se encha de ar.
• Quando dispuser do respirador artificial “AMBU”, este deverá ser utilizado por ser mais
eficiente, podendo ser operado por uma pessoa por maior tempo.
Técnica de Massagem Cardíaca Externa:
• Colocar o paciente em decúbito dorsal sobre uma superfície firme.
• Manter a cabeça bem estendida para trás.
• Pressionar o peito do paciente sobre o externo (osso do peito) com as duas mãos espalmadas,
uma sobre a outra, firmemente, cerca de 60 vezes por minuto.
• Massagem cardíaca se alterna com a respiração artificial, um movimento respiratório para cada
quatro compressões cardíacas.
Para a prestação de primeiros socorros recomenda-se ter no laboratório, em local de fácil acesso e bem
sinalizado, uma caixa ou armário contendo material necessário para atendimento de emergência, quais
sejam:
Uma cópia do folheto comunicando os procedimentos de primeiros socorros;
Um número suficiente (não menor que 12) de pequenas bandagens esterilizadas para ferimentos
nos dedos;
Um número suficiente (não menor que 06) de bandagens esterilizadas de tamanho médio para
ferimentos nas mãos e nos pés;
Um número suficiente (não menor que 06) de bandagens esterilizadas de tamanho grande para
outras partes lesadas;
Um estoque suficiente de esparadrapo;
Um estoque suficiente de rolos de algodão esterilizado em pacotes de 15 gramas;
Um estoque suficiente de vaselina esterilizada;
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Um número suficiente (não menos do que 04) de compressas esterilizadas para os olhos em
pacotes selados e separados;
Uma bandagem de borracha ou bandagem de pressão;
1000 mL de soro fisiológico;
Medicações emergenciais recomendadas pela equipe de enfermagem local.
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11 BIBLIOGRAFIA
BAHIA. Secretaria da Saúde; Universidade Federal da Bahia. Instituto de Ciências da Saúde. Manual de
biossegurança para as áreas das ciências da saúde e biológicas. Salvador, BA: UFBA/ICS, 2002. 502
p. Disponível em: <http://www.saude.ba.gov.br/divisa/arquivos/mat-publico/manual-biosseguranca.pdf>.
Acesso em: 22 mai. 2011.
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resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Legislação n. 358, de 29 de abril de 2005.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama. >. Acesso em: 22 mai. 2011.
DEL PINO, J. C.; KRÜGER, V. Segurança no Laboratório. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Instituto de Química. Disponível em: < http://www.iq.ufrgs.br/aeq/html/
publicacoes/matdid/livros/pdf/Seguranca%20laboratorio.pdf >. Acesso em: 02 mai. 2008.
FELISBERTO, R. et al. De resíduo a insumo: a construção do caminho para uma química mais limpa
através de um projeto de ensino. Química Nova, v.31, n.1, 2008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo>. Acesso em: 11 abr. 2008.
TIPPLE, A. F. V.; PEREIRA, M. S.; HAYASHIDA, M.; MORIYA, T. M.; SOUZA, A. C. S. O ensino do
controle de infecção: um ensaio teórico-prático. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 11, n. 2,
p.245-50, mar./abr. 2003.
GRUPO A – Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características,
podem apresentar risco de infecção.
A3 - Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso
menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas,
que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares.
ANEXO B