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Rose de muerte é diferente de qualquer livro que eu escrevi até agora.
Este livro é dark, mas escuro de outra uma forma do que o que eu
costumo fazer. A construção da dita escuridão é gradual. Pense nisso
como subir em uma escada bamba: Pode levar minutos para chegar ao
topo, mas quando você chegar lá, a merda vai atingir o ventilador.
As coisas podem parecer confusas no início e você pode se perguntar
qual diabos foi o ponto de certas cenas.
Tudo vai fazer sentido, no final, eu prometo.
Com tudo o que foi dito, Rose De Muerte baseia-se em temas
sensíveis. Este não é um romance. Se você quer uma felizes para sempre
tradicional eu não recomendo que você leia este livro.

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Prólogo

— Feliz aniversário, querida.


Minha tia sorriu para mim do final da mesa, já pronta com o seu
smartphone para tirar uma foto.
Ela estava tão linda como sempre, mas eu sabia que vinte minutos
depois do jantar, ela teria ido e cheirado uma fileira de pó no banheiro.
Suas pupilas estavam tão dilatadas que seus tons de verde pareciam estar
prestes a sair de suas órbitas.
— Apresse-se e faça um pedido; eu quero bolo. – Meu tio empurrou
meu prato de bolo de carne para abrir espaço para o bolo decorado com
pequenas rosas vermelhas de glacê.
Ele sorriu, olhando para mim de um jeito que nenhum homem
deveria olhar para a sobrinha.
Seu sorriso doentio era uma promessa do que estava por vir. Minha
tia fingiu não vê-lo, sempre escolhendo ignorar seus olhares cheios de
luxúria, assim como ela fazia com os sons que vinham do meu quarto no
meio da noite.
Por mais repugnante e lamentável que fosse minha situação, esses
seres humanos lamentáveis eram a minha família: meu tio, o renomado
promotor do condado de Brookdale, sua esposa perfeita que estava no
conselho do condomínio e Digz, o nosso cachorro, que estava feliz no

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canto. Por fora, éramos a imagem perfeita; dentro de
nossa casa era onde tudo desmoronava.
— Ok, ok. – eu forcei um sorriso e me inclinei
para apagar minhas velas. Houve um movimento
no corredor do lado de fora da sala de jantar;
Fiz uma pausa, dando uma olhada dupla.
Quando percebi que minha mente não estava
brincando comigo, abri minha boca para gritar um aviso à minha tia, mas
o homem com a arma foi mais rápido do que eu.
Houve três disparos rápidos, uma bala em cada um dos membros da
minha família, sem hesitação do atirador.
A primeira bala atravessou o estômago do meu cachorro, queimando-
lhe os intestinos e saindo pela espinha.
Sua bravura inoportuna lhe custou a vida. O grito de dor que escapou
de sua boca me assombraria para sempre.
A segunda bala explodiu metade da cabeça da minha tia, deixando
pequenos pedaços de medula óssea em nossa sólida mesa de carvalho. Ela
soltou um grito de gelar o sangue, tentando correr para o lado do nosso
cachorro quando uma bala a silenciou para sempre.
A terceira bala foi direto para o peito do meu tio, implodindo seu
coração em uma massa sem vida. Ele tentou correr e foi enviado para o
armário da louça. Era tudo um pouco demais para eu lidar - a quantidade
grotesca de vermelho que cobria as paredes beges, os pedaços de tendão
nos pratos brancos, misturando-se com o bolo de carne e os buracos nos
cadáveres.
Caí da cadeira, sufocada pelo vômito, coberta pelo sangue de Deus
sabe quem. Mijo quente encharcou meu jeans enquanto eu me arrastava
para trás.

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Um grito alto e feroz borbulhou na minha
garganta e escapou da minha boca.
— Por quê? – gritei, perdendo completamente
meu controle. Deus, por que isso estava
acontecendo comigo de novo?
O homem caminhou até onde eu estava
sentada, encolhida em um canto, colocando o cano da arma por cima do
ombro. O pânico superou a raiva correndo pelas minhas veias.
O terror tomou conta, e esse mesmo terror me fez estúpida. Eu
paralisei completamente. Tudo que eu podia fazer era me encolher como
um filhote de cachorro repreendido esperando minha punição.
Ele se elevou sobre mim com os olhos escuros como a noite,
completamente vazios de todas as emoções, exceto o ódio, perfurando os
meus.
— Feliz aniversário, baby. – ele zombou, batendo com a ponta da
arma no lado da minha cabeça.

Você acredita em amor à primeira vista?

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Do tipo que faz você alterar sua vida inteira e
mudar todos os planos pré-concebidos que você já
teve?
Desde o momento em que ela atravessou a
faixa de pedestres na frente da minha
caminhonete, dando-me um sorriso cheio de
juventude e inocência, eu fiquei viciado. A
garota estúpida certamente não percebeu que tinha sorrido para o lobo
faminto.
Eu a perdi por alguns anos, mas agora sabia exatamente onde ela
estava. Tudo foi perfeito desta vez; eu planejei, adequadamente para
trazê-la de volta para mim. Ela era a décima segunda e última adição ao
buquê perfeito.
E era hora dela voltar para casa.

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01
Ele me colocou no
inferno, e eu chamei isso de amor.

Presente...
A noite sempre me sobrecarregava. A quietude e as sombras escuras
me faziam pensar no passado.
Os gritos, os pedidos e a dor que causamos a tantas pessoas inocentes
- tudo estava me alcançando. O arrependimento foi sufocante. Eu mal
conseguia dormir sem ver os rostos deles ou o dele. Meus pais ficariam
com tanta vergonha de mim, e é isso que mais doeu.
— O que eu fiz? Que porra eu fiz? – me perguntei pela milionésima
vez desde que eu tinha fugido, esfregando as minhas têmporas em vão.
Minhas unhas estavam muito roídas, a garrafa de vodka estava vazia e eu
estava no meu último cigarro.
Eu precisava de um estabilizador de humor, algo para aliviar a
tensão. Precisava sair de casa. Decidida, eu vesti um vestido preto curto e
saltos-me-foda, deixei minhas mechas vermelhas rubis soltas até a minha
bunda e saí.

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Em vez de ir a um dos estabelecimentos mais
caros, fui para o bar que ficava na periferia da cidade.
Eu estava em uma missão. Essa missão era
encontrar um corpo forte e um grande pau para
sentar - ou um rosto, mas você entendeu a
minha essência. Desde que eu era a nova
garota da cidade, pensei que seria melhor não
seduzir um dos habitantes bem conhecidos na minha primeira noite fora.
Eu e Molly juramos que Black Pine seria nossa última mudança. Nos
últimos anos, éramos duas folhas, deixando o vento nos levar aonde
quisesse. O reajuste no mundo normal não foi uma tarefa difícil para
nenhuma de nós. Agora, finalmente estávamos fincando algumas raízes e
continuando nossas vidas.
Não que tivéssemos muita escolha neste momento.
Tínhamos acabado de gastar a maior parte do nosso dinheiro no
especial faz-tudo que era parcialmente responsável pelo meu humor de
merda. Não havia outro lugar para irmos, a menos que quiséssemos morar
em nossos carros.
Eu me encontrei em Gooskis. O bar tinha uma ligeira aparência
degradada, e o nome não tinha pretensão.
Havia uma placa branca pendurada no exterior cinza opaco do bar
que dizia Aqui você pode beber até às 7h.
Apenas oito carros estavam no estacionamento pouco iluminado, o
que foi uma decepção porque limitou a seleção daquela noite.
Depois de estacionar meu Camry ao lado de uma grande
caminhonete, levei um segundo para colocar meus pensamentos em
algum tipo de ordem antes de sair. Havia exatamente setenta e dois
dólares e quinze centavos na minha conta bancária. Um homem faminto
estava no freezer, e um pedaço de pão que eu poderia comer mais um dia

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após a data de vencimento estava na minha bancada.
Eu poderia não ter sido capaz de pagar a conta de gás
naquele mês, mas ficaria condenada se não estivesse
conseguindo outra bebida forte.
Meus saltos eram silenciosos, movendo-
se pelo estacionamento de terra. Ao me
aproximar da entrada do bar, pude ouvir uma
música de Joan Jett, risadas atrevidas e algumas conversas diferentes.
A fumaça do cigarro continuava dentro da entrada escura, onde havia
uma placa de Proibido Fumar. Sorri para mim mesma com o pequeno ato
de rebelião de alguém.
O interior de Gooskis parecia exatamente como eu pensava; havia
um balcão em formato de ferradura, letreiros de neon, pôsteres, algumas
bandeiras de cerveja e calcinha de renda penduradas nas paredes sujas.
Vendo o barman ocupado, caminhei até uma mesa, observando o
lugar enquanto caminhava. Havia algumas pessoas jogando uma partida
de bilhar, um casal estava sentado no bar e todo mundo estava sentado à
mesa.
Arrumando meu vestido, sentei no banco de couro e vi a mesa de
madeira arranhada.
— Eu já volto, querida. – Uma loira colocou um menu de plástico na
minha frente que definitivamente tinha visto dias melhores, e foi embora,
deixando para trás o cheiro de perfume barato.
Ao avaliar a limpeza do bar para saber o que pedir, comecei a
contemplar a minha vida. Eu estava em um estabelecimento onde as
torneiras podem não ser seguras e as marcas de cerveja são ordinárias.
Alguns podem pensar que eu estava fugindo do passado, mas nada
poderia estar mais longe da verdade.

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Com toda a honestidade, eu estava salvando a
minha vida das consequências de minhas ações.
Fiz tanta merda que eu nunca poderia compensar.
Nem uma única alma no lugar conhecia o
tipo de confusão que sempre parecia me
cercar - o caos absoluto que costumava ser a
minha vida.
Com um suspiro silencioso, limpei a garganta e me sentei um pouco
mais ereta, procurando no lugar pela minha garçonete.
Era hora de começar a viver novamente.
Eu disse isso a mim mesma quase todos os dias. Meu passado estava
centrado em um homem pelo qual não me interessava. Quatro anos
depois, e tudo sempre voltava para ele.
Ele estava sempre na minha cabeça, no meu coração. Acho que o
lamentaria para sempre, porque o tempo nunca curou a dor. Apenas
tornou mais fácil conviver. Fez a formação de tecido cicatrizar feio sobre
as memórias dolorosas.
Depois de perder família após família do jeito que eu perdi, você
pensaria que ele seria outro corpo na lista. No final da lista, porém, ele
significava mais para mim do que qualquer outra pessoa. Os demônios
dele não se davam bem com os meus. Ele me colocou no inferno, e eu
chamei isso de amor. Minha devoção doentia era algo que ele moldara
com as próprias mãos.
As coisas que fiz para me sentir amada foram feias e estúpidas. As
memórias me assombravam até os meus ossos.
Houve momentos em que eram insuportáveis, principalmente quando
eu estava sozinha.

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Eu estava desesperada para me reinventar nesta
nova cidade com essas novas pessoas que não tinham
ideia do meu passado. Como um camaleão, eu queria
mudar minha aparência externa para me misturar.
Eu precisava projetar um falso senso de
normalidade.
Olhando de volta para o bar, observei o
casal que tinha a cabeça inclinada e sorrisos nos rostos, imaginando por
que aquilo não poderia ter sido eu. Eu era dolorosamente ingênua,
aprendendo o que era o coração partido da maneira mais difícil.
Se ao menos eu tivesse escutado Darcy.
Se soubesse que ele se manifestaria dentro de mim como um câncer
atacando minhas células sanguíneas, eu nunca teria me envolvido com ele
todas aquelas noites atrás.
Eu não seria um desastre ambulante de salto preto.

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02
Aqueles olhos azuis
brilhantes escondem segredos sombrios
dentro deles.

Passado...
Estava pronta para o meu pedaço do céu depois de viver no inferno.
Eu não tinha certeza de como adquiri-lo ainda, mas estava determinada
o suficiente para descobrir. Primeiro, eu estava saindo da cidade caótica
de Ponty-Poole.
A vida era simples o suficiente aqui, e eu gostava de morar com meu
avô, mas tinha que haver mais do que tentar trabalhar no supermercado
da região e ir à escola. As pessoas andavam em tratores aqui. Era como
um dia moderno na Little House on The Prairie1 - menos as roupas
berrantes.

1Little House on The Prairie: é uma série que conta as aventuras da família
Ingalls desbravando uma região selvagem, enfrentando animais, índios e
toda sorte de perigos para manter sua fazenda em Minnesota no final de
1800.

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Estava a duas semanas das minhas últimas férias
de verão, e tentando descobrir o que fazer da minha
vida estava na vanguarda do meu cérebro. Eu já
estava planejando um último ano de merda. Minha
melhor amiga Darcy foi forçada a se afastar
mais de vinte horas. Esse era um padrão
automático para o temido status de solitária
para mim. Quero dizer, tinha aqueles 'amigos' que eram mais conhecidos
decentes, mas na maioria das vezes, eu era uma eremita.
Gostava de estar dentro de casa, onde estava livre para ser
preguiçosa e ler livros excêntricos (só com uma mão, é claro) enquanto
assistia televisão de baixa qualidade.
Desde que eu vim morar com meu avô, ele estava tentando tornar
sua única neta um tanto sociável. Ele sempre me incentivou a sair, fazer
novos amigos e até sugeriu que eu encontrasse um garoto legal para
ocupar meu tempo. Mas eu não queria fazer nada disso.
Havia um boato recentemente do meu passado formado por vadias, e
elas me provocavam sempre que tinham chance. Suas palavras cruéis
abriram velhas feridas até que o pus escorreu e me lembrou de tudo o
que eu estava lutando para esquecer.
A única razão pela qual decidi finalmente me aventurar na realidade
foi porque eram onze e meia da noite e eu estava desejando uma cerveja
gelada com algo feroz.
Meu avô estava jogando cartas, o que me deixou com outra opção
senão levar Big Rusty. A caminhonete ganhou esse nome completamente.
Era uma picape Ford de 1984 da cor de sujeira mineral, com um
indicador de combustível quebrado.
Armada com duas almofadas de sofá para me ajudar a ver, caminhei
em direção a caminhonete enorme, preparada para conquistar a besta.
Entrei e arrumei tudo para não me matar. Com algumas pisadas rápidas

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no acelerador, ele começou a pegar e eu estava no
meu caminho para obter minha bebida.
Doze minutos depois, imediatamente me
arrependi do meu repentino lapso de julgamento.
Todo o estacionamento da lojinha de
conveniência 24 horas parecia ter todos da
geração mais jovem saindo como se fosse a
boate mais badalada.
— Sério? – suspirei, estacionando o mais longe possível da entrada,
olhando as portas de vidro como se eu estivesse em uma missão secreta.
Isso era o que as pessoas faziam por diversão?
Depois de me preparar mentalmente para ser ridicularizada pelas
garotas cujas minissaias jeans mal cobriam suas nádegas e os caras
desesperados por uma nova cama, eu saí e rapidamente cruzei o
estacionamento, mantendo meus olhos focados no chão e queixo no meu
peito.
Felizmente para mim, o interior da loja estava muito menos cheio do
que o exterior. Não prestei atenção aos meus arredores e fui direto para
a máquina de bebidas, pegando o copo grande que eu encheria mais de
refrigerante. Eu estava na minha quando alguém se aproximou de mim.
Da periferia, vi uma camiseta preta de manga curta e um grande
antebraço que fora bronzeado. Ele cheirava incrivelmente bem. Abstive-
me de cheirar debaixo do meu próprio braço, apesar de ter tomado
banho menos de uma hora atrás.
Eu sabia exatamente quem ele era sem ter que olhar para o rosto
dele. Ele morava do outro lado da rua em frente ao meu avô, em uma
casa ridiculamente enorme em estilo de cabana.

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Eu era uma esquisitinha que olhava fixamente
para o homem - porque Constantine definitivamente
não era um garoto - sempre que eu tinha chance.
Claro, nunca diria isso em voz alta. Ser uma
espiã era absolutamente embaraçoso por si
só.
Con tinha um clássico Challenger verde-limão em que ele trabalhava
em sua garagem. Posso ou não ter ficado acordada bem depois da meia-
noite em várias ocasiões para vê-lo sem camiseta e por baixo do capô.
Foi isso que tornou esse pequeno encontro dez vezes mais embaraçoso -
tive certeza de que ele me pegou fazendo exatamente isso na noite
anterior.
Eu quase suspirei de alívio quando o líquido doce atingiu o limite do
copo e pude seguir em frente.
— Com licença. – murmurei, estendendo a mão para pegar uma
tampa plástica, olhando para o porta-tampa como se tivesse roubado
algo de mim. Assim que terminei de fechar a tampa e fui me virar, ele
falou.
— Se eu não te conhecesse melhor, quase diria que você não estava
olhando para mim, Rosie. – Diversão tingiu seu tom, e eu percebi duas
coisas ao mesmo tempo.
1: a voz dele era a coisa mais sexy que eu já ouvi na minha vida.
2: Ele definitivamente tinha me visto na noite anterior.
Maldita. Sorte. Minha.
— Você está dizendo que quer que eu olhe para você? – Calma,
Roselynn, sua maldita perdedora.
— Você é a garota mais bonita da cidade. Eu vou ter certeza de que
você me notará. – ele respondeu, com uma alteração em seu tom. Meu

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Deus, era a coisa mais ridícula e clichê que um cara
podia dizer, mas porque Constantine Burrows disse,
isso era um auge.
— Isso é superficial. Há mais em mim do que
minha aparência. – E com isso, coloquei a
ponta de um canudo na boca e me afastei
dele, cumprimentando-me mentalmente. Eu
nunca tinha falado com ele além de um simples olá de passagem; Senti
uma pequena sensação de vitória por não cair aos pés de suas botas.
— Suculenta, hein? – ele riu, mas não era o que eu chamaria com
humor.
O som enviou uma vibração na minha coluna. Sem reconhecer sua
afirmação, fui e entrei na fila.
Foi só quando ele se aproximou de mim, tão perto que senti a parede
dura dos músculos sob sua camiseta e seus jeans escuros encostando
atrás das minhas coxas, que percebi o que ele queria dizer.
Meu corpo inteiro aqueceu a um recorde de Fahrenheit, enviando
um rubor brilhante em minhas bochechas. Juicy2 era a palavra
desbotada escrita na parte de trás do meu short rosa. Eu o tinha desde o
ensino médio e ele ainda servia. Por que se livrar de um perfeito short?
— Oi, Wes. – cumprimentei o ex-namorado de Darcy, que estava
trabalhando atrás da caixa registradora, e continuei a ignorar
Constantine.
— Rose! Eu não te vejo faz tempo. Como você está? – ele sorriu
brilhantemente para mim, com a alegria genuína em seu rosto redondo.

2 Juicy: suculenta ou gostosa em inglês.

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— Tentando desesperadamente descobrir como
me divertir nesta cidade. – eu suspirei um daqueles
suspiros excessivamente dramáticos que imploravam
por uma solução.
— Bem, quando você descobrir isso, me
avise. Precisamos nos encontrar algum dia,
jogar boliche ou algo assim.
Desde quando havia pistas de boliche aqui?
— Isso seria legal. – balancei a cabeça, enfiando a mão no bolso
para pegar meu dinheiro.
— Ei, não se preocupe com isso. É por minha conta.
— Ah, obrigada. – dei um sorriso rápido e saí da sua fila crescente.
— Vejo você por aí. – gritei por cima do ombro, me apressando para a
saída. Quatro passos além das portas, meu sorriso sumiu do meu rosto
quando uma mão forte envolveu meu braço, fazendo-me quase largar
meu refrigerante.
— O que você está fazendo? – eu questionei enquanto Constantine
me guiava em torno de um pequeno grupo de garotos. Onde estavam
todas as coisas dele?
— Eu ia perguntar a mesma coisa. O que você está fazendo tão
tarde? Você não deveria estar com suas amigas e fazer coisas de
mulheres?
— Não tenho muitas amigas aqui. – eu bufei, acrescentando. — E
não sou feminina. – como uma reflexão tardia.
— Hum. – ele resmungou, impressionado com a minha explicação.
— E você dirigiu a armadilha da morte até aqui? – ele verificou,
acenando com a cabeça na direção em que Big Rusty estava estacionado.

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Seu tom ficou frio, como se eu tivesse cometido uma
ofensa pessoal contra ele.
— Não é uma armadilha da morte. É apenas...
velho. – eu defendi. Ele não tinha me notado
dirigindo a coisa maldita no último mês?
Com a partida de Darcy, não tive muita
escolha. Meu avô não era um homem rico;
nos contentamos com o que tínhamos; algo que os Burrows nunca teriam
que lidar. A família tinha uma longa história de idiotas privilegiados.
Con suspirou e balançou a cabeça, olhando para longe novamente e
fazendo um movimento com a mão por cima do meu ombro. Um rápido
olhar na mesma direção mostrou o outro irmão Burrow esperando por
ele no Hummer.
— Vou levá-la para casa. – ele afirmou com naturalidade. Quando
finalmente olhei para ele, tive que me forçar a continuar respirando.
Algo nele era familiar de uma maneira estranha e reconfortante. Eu
queria dar um passo à frente, queria que ele me tocasse. Ele era a
própria definição de todo pecado que não deveria cometer. Seus lindos
olhos olharam nos meus, penetrantes como se ele pudesse ver através de
mim. Eu olhei também, completamente concentrada.
Aqueles olhos azuis brilhantes escondem segredos sombrios dentro
deles. Mas toda lógica deixou de existir em momentos como este.
— Você me ouviu? – ele perguntou lentamente, me dando um olhar
peculiar.
— Não posso sair com a caminhonete do vovô. – finalmente
respondi, piscando lentamente.
Quanto tempo eu estava olhando?

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— Justin pode dirigir de volta. – ele encolheu os
ombros, referindo-se ao irmão, e agarrou minha
mão. Ele emanava calor e havia certa dificuldade em
trabalhar na empresa de construção de sua família.
Eu o deixei me levar em direção ao seu
carro, tentando ignorar todos os olhares
enquanto as cabeças desviavam para nos ver
e as palmas das mãos cobriam as bocas para silenciar sussurros. Meus
pés se moveram roboticamente; Eu não queria causar uma cena ainda
maior do que já éramos.
Eu odiava ser o centro das atenções.
Não importa quantas vezes tenha dito a mim mesma que as opiniões
das pessoas não importavam, ainda deixo que me afetem profundamente.
Paus e pedras machucariam meu corpo e deixariam feridas curáveis,
mas as palavras picariam meu coração terno e deixariam cicatrizes das
quais eu sempre me lembraria.
Apertei minha bebida com tanta força que estou surpresa por ela
não cair. Meu olhar percorreu o estacionamento, procurando uma saída
invisível para escapar. O tempo parecia diminuir e a curta caminhada de
quarenta segundos até sua caminhonete parecia levar uma hora.
Eu poderia ter dito não, recusando-me a dar um único passo. Teria
sido fácil fincar os meus chinelos no chão e pedir para ele se ferrar.
Mas eu não fiz.
Eu não queria.
Talvez os sussurros venenosos valessem a pena. O cara que eu
passei horas inquietas olhando como uma viciada em busca da próxima
dose estava finalmente prestando atenção em mim.

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— O que houve? – Justin perguntou quando nos
aproximamos do veículo.
— Leve a caminhonete de Earl de volta. Vou
levá-la para casa. – explicou Constantine.
— As chaves estão nela? – Justin
perguntou.
— Sim. – suspirei, dando um rápido olhar em seus olhos castanhos.
— Tudo bem, então. – ele encolheu os ombros, passando por mim
sem procurar uma explicação melhor. Não três minutos depois, Com me
ajudara a subir no banco do passageiro do Hummer e estava se
afastando da loja.
Eu me acomodei no banco de couro quente, tentando não revelar que
estava profundamente inalando sua colônia amadeirada, observando-o
pelo canto do meu olho.
Ele tinha toda aquela coisa de bad boy sexy sem problemas e sem
realmente tentar. Você conhece o tipo: alto, o corpo de um deus,
arrogância que faz seu estômago revirar e uma voz que pode derreter o
mel.
Esse era Constantine.
Ele estendeu a mão e a apoiou no meu joelho nu, enviando um
choque elétrico ao meu sistema.
— Você está com frio? – ele perguntou, retirando a mão para
diminuir o ar condicionado. Franzi a testa com a perda e balancei a
cabeça, colocando meu canudo de volta na boca.
— Sinto muito por ser um idiota, ok? Só não quero que nada de ruim
aconteça com você, Rosie. – ele estendeu a mão e me deu um leve aperto;
a preocupação em sua voz me pegou de surpresa. A irmã dele, Vicky, era
uma das "amigas" com quem não me associava particularmente. Ele não

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tinha motivos para se preocupar com o meu bem-
estar. Ainda assim, isso me fez sorrir para ele e meus
ombros relaxaram.
— Entendi, mas aquela caminhonete
provavelmente é mais segura que a sua. Ela
simplesmente não é tão bonita e é um pouco
mais masculina. – provoquei.
— Masculina? Ai. – ele esfregou a mão no peito. Eu balancei minha
cabeça, rindo baixinho.
— Você deveria fazer isso com mais frequência. – comentou ele, com
a boca inclinada para o canto. Mordi minha bochecha e enfiei meu
canudo de volta na boca, escondendo o sorriso brega que ameaçava
superar meu rosto.
Essa interação simples entre nós parecia tão natural e não senti a
necessidade de me esconder dentro de mim. Isso alimentou minha
fantasia de estar com alguém fora do meu alcance. Ele era bonito, e
beleza era algo que eu dizimava. Tudo o que toquei, manchei e todo
mundo que amava, eu perdi.
Ele não era apenas bonito, ele era normal - e eu era... bem, eu não
tinha certeza do que eu era.
Não era insana, mas eu não tinha certeza se alguém que sofria de
insanidade poderia diagnosticar a si próprio. Não estava completamente
quebrada; Não precisava de ninguém para me consertar, pois me colei
muito bem. Eu era apenas Rose e talvez não houvesse um rótulo
específico que me definisse.
Uma coisa estava clara, no entanto. Eu precisava arrancar os
pensamentos traiçoeiros desse homem do meu cérebro antes que
assumissem a minha vida.

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Nós dois ficamos em silêncio pelo resto da
viagem. Ele parecia estar pensando em seus
pensamentos, e eu continuava perdida nos meus.

Segurei o volante até meus dedos ficarem brancos. Ela nem me


reconheceu.
Tê-la tão perto e não ser capaz de tocá-la como eu queria era uma
tortura.
Eu a observei caminhar até a porta da frente, sorrindo quando ela
olhou para mim e acenou antes de desaparecer lá dentro.
Ela não sabia que eu a via pela janela do andar de cima.
Ela não sabia que às vezes eu entrava e a observava dormir,
acariciando o meu pau nas sombras e lutando contra o desejo de fodê-la
acordada, manchando seus belos lábios rosados com meu esperma.

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Paciência, paciência, paciência, lembrei a mim
mesmo. Eu tinha que fazê-la vir até mim sozinha.
Só mais um pouco.
Então, nós poderíamos desaparecer desta
cidade para sempre; finalmente estaríamos
juntos.

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03
Eu queria ser usada,
queria sentir novamente.

Presente...
Eu estava pronta para ir para trás do bar e fazer minha própria bebida
quando minha garçonete finalmente voltou para mim.
— Ei querida, desculpe pela espera. Com o que posso começar?
Ela parecia uma Peggy Sue3. Ela tinha duas tranças loiras, vestia
jeans curtos e uma camisa xadrez e finalizou o visual com botas de
cowgirl marrons desbotadas. Seus grandes olhos redondos me olhavam,
com um sorriso amplo no rosto de querubim. De repente, me senti
dramaticamente vestida demais.
— Hum, Jack4 e Coca-Cola, por favor. – Essa parecia a aposta mais
segura, e essas eram bem difíceis de estragar.

3 Peggy Sue: é um personagem de um filme de uma dona de casa de 43 anos


em 1985. Durante uma reunião com antigos colegas de colégio, ela desmaia,
e acorda jovem, em 1960. Ela questionava muitas decisões tomadas na
juventude, e agora pode mudar seu destino.
4 Jack: é a marca de um whisky Jack Daniels.

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— Volto já. – Aimee (dou um rápido olhar para
o seu crachá confirmando) sorriu e se afastou
novamente. Apoiando o meu queixo na minha mão,
peguei meu celular para verificar o mundo das
mídias sociais.
Quando Aimee colocou minha bebida na
minha frente alguns minutos depois e
perguntou se queria mais alguma coisa, eu acenei educadamente.
Bebendo no meu canudinho de plástico, uma sensação de consciência
tomou conta de mim. Alguém estava me observando. Analisando
lentamente o lugar, deixei meus olhos vagarem pelos clientes do bar. Meu
olhar se voltou para uma mesa no canto de trás. Havia dois homens e
duas meninas juntos lá, rindo e aparentemente se divertindo.
Meus olhos se encontraram com os do homem sentado no final. Ele
estava sorrindo para algo que um de seus amigos estava dizendo. Devido
à iluminação dentro do bar sujo, não pude vê-lo claramente. Pelo que
pude ver, seus dentes poderiam estar em comerciais. Ele estava bem
vestido, com uma camisa de botão cinza com abotoaduras, calças e
sapatos. Seu cabelo era arrumado e elegante.
Dado que ele estava com um grupo de pessoas vestidas de maneira
semelhante a ele, achei que elas trabalhavam juntas. Ele era basicamente
o completo oposto do que eu estava acostumada. Desviei o olhar depois
de um minuto, desistindo do que eu tinha vindo procurar.
Nenhum dos outros homens ou mulheres lá eram atraentes para mim,
mas como eu já estava lá, decidi terminar minha bebida.
Molly está fora por três dias. Nada estava esperando por mim em
casa, a não ser um buraco no teto e um vazio deprimente que me fez dar
um passeio pela memória e voltar para o inferno do qual mal escapamos.
Droga.

30
Eu estava sendo um pouco melodramática?
Talvez eu devesse ter um cachorro. Não. Eu balancei
minha cabeça para afastar a ideia da minha mente.
Depois do que aconteceu com Digz, eu não mereço
outro cachorro.
Dez minutos se passaram devagar, e
toda vez que olhava, o misterioso estranho
estava de olho em mim. Ele não estava sendo discreto sobre isso; um
sorriso amplo se espalhava por seu rosto toda vez que nossos olhos se
encontravam. Inclinando o meu queixo, sorri para mim mesma,
circulando meu canudo no copo de cor âmbar.
Foi na minha quarta - e minha decisão final - bebida antes da minha
tolerância ceder; Levantei-me para usar o banheiro antes de ir para casa.
O banheiro era pequeno e tão limpo quanto poderia ser para uma
espelunca com o nome "Gooskis".
Depois de me agachar no banheiro quebrado, eu desinfetei minhas
mãos e fui para o corredor.
Com a cabeça baixa, checando meu celular, não vi a pessoa vindo da
direção oposta até estar batendo no corpo sólido deles.
— Porra. – murmurei quando meu celular bateu no chão.
Meu homem misterioso se inclinou para recuperá-lo antes que eu
pudesse. Ele se endireitou, segurando-o na mão.
— Essa é uma palavra colorida. – ele advertiu com uma sobrancelha
levantada e um sotaque sexy do sul.
— Foi absolutamente necessário, dada a circunstância. – Levantando
minha mão para o celular que ele ainda estava tentando me dar, eu dei a
ele um sorrisinho. Eu mantive meus olhos presos nos dele, lutando contra

31
o desejo de inspecionar seu corpo inteiro de cima a
baixo. A fragrância de sua colônia picante se
difundiu entre nós.
Seu rosto era o sonho de um escultor. Ele
tinha maçãs do rosto bonitas, uma curva de
mandíbula proeminente, pele impecável e
olhos da cor de carvões.
Olhando um pouco demais, um sorriso presunçoso substituiu seu
sorriso. E seu sorriso era muito mais bonito de perto do que de longe.
Você sabe o quanto você pode dizer sobre alguém com um único
sorriso? Eu não acho que ele percebeu que tinha acabado de dar tudo de
si. Pelo menos, tudo que eu já tinha assumido sobre ele.
— Posso ter meu celular de volta? – perguntei.
Ele estendeu o celular para eu pegar, mas quando o peguei, ele
fechou a mão em torno do dispositivo fino e se afastou novamente.
— Devolverei seu celular... se você me deixar lhe pagar uma bebida.
Ele não era fofo? Agora, o olhei abertamente. Ele tinha a altura
perfeita, com uns bons centímetros que o meu corpo de 1,62m. E o que
ele tinha debaixo das roupas, eu queria ver.
Eu estava ciente de que um rosto como o dele e um corpo duro como
pedra não significava que ele tinha um pau Godzilla. Dois mais dois nem
sempre são iguais a quatro nessas situações.
Fiz uma careta para alguns botões ocultos, para minha decepção, mas
sabia que não seria o caso dele.
— Vou deixar você me pagar uma bebida se me disser seu nome. –
respondi finalmente.
— Maxwell.

32
— Maxwell? – eu repeti.
— Eu prefiro Max. – Claro que sim.
Ele me deu outro sorriso, pegando minha mão.
Meu celular deslizou na minha palma e ele
gentilmente fechou meus dedos em volta
dele antes de me soltar. Com aquele pequeno
gesto, meu dia irradiou.
Nós dois nos esquivamos ao mesmo tempo, deixando outro cliente
passar por nós. Uma loira ágil com uma tatuagem de escorpião no ombro
passou, passando os olhos para cima e para baixo do corpo de Max e
dando a ele um sorriso cheio de luxúria antes de entrar no banheiro.
Ele ganhou alguns pontos por ignorá-la completamente e mantendo
seu foco em mim. — Então, sobre essa bebida...? – ele insinuou pelo meu
nome, estendendo a mão para eu caminhar na frente.
— Rose. – disse por cima do ombro, indo para a minha mesa. Max
seguiu atrás de mim, com sua presença impossível de não detectar.
Quando nós dois estávamos sentados, com ele na minha frente, ele
acenou para Aimee.
Se o sorriso dela poderia ficar maior do que já era, foi quando ela
interagiu com ele.
— Vodka com gelo - duas - e adicione limão. – ele pediu, então
acenou para ela e se concentrou em mim.
— Eu já tomei quatro bebidas. Eu tenho que ir para casa, sabia?
— E onde é sua casa? – ele perguntou.
Balançando a cabeça, balancei um dedo para ele: — Agora, não
vamos nos apressar. Você é um estranho. – Por enquanto, eu adicionei
silenciosamente.

33
— Então vamos nos conhecer para me tornar um
amigo. – respondeu ele, sem perder o ritmo.
— Por que você quer ser meu amigo? – Ah, Deus.
Essa palavra era como ácido de bateria na minha
língua. Amigo.
O sorriso que ele me deu foi lindo e
inocente. Não havia um vestígio de malícia nos olhos dele.
Isso me lembrou do sorriso que eu costumava ter. Porra, eu seria
intoxicada por este homem. Eu sempre fui pelos bons.
— Existe uma razão para eu não querer ser seu amigo, Rose?
Fico feliz que ele tenha perguntado, porque sim, havia um monte de
razões, a mais importante é o quanto ele valorizava sua vida. Chegar
perto de mim era o equivalente a assinar um atestado de óbito.
Claro, que eu não disse isso a ele. Eu apenas sorri lindamente e tentei
decepcionar o cara. Eu sabia por que ele me procurou antes de dizer uma
palavra, mas eu não estava comprando o que ele queria vender.
— Não sou o tipo para amiga. Não é nada pessoal, sinceramente.
Você parece um cara legal. – eu amenizei, falando uma besteira absoluta.
Claro, que ele era um filho da puta lindo, mas Satanás também era. Bem,
supostamente. Eu nunca conheci o homem pessoalmente. Eu acho que ele
era meu parente, no entanto.
— O que isso significa? – ele riu. — Que tipo de garota você é?
Eu sou o tipo de garota que finge ser alguém que ela não é. Assim
como todo mundo.
— O tipo que vai até o fim da cidade, à procura de um sexo casual.
Ele engasgou com a bebida, depois jogou a cabeça para trás e riu um
pouco mais alto. Isso me fez relaxar um pouco mais.

34
Alguns homens tinham um problema com
mulheres que não tinham medo de iniciar o sexo.
De alguma forma, nós éramos vagabundas e
prostitutas por conseguir o nosso, assim como os
caras conseguem o seu - idiotice dupla no
seu melhor. Eu queria ser usada; Eu queria
sentir de novo. Ser fodida, depois esquecida,
foi um dos muitos métodos de enfrentamento errados que eu tinha.
Quando Max finalmente parou de rir, ele se inclinou para frente e
sussurrou: — Bem, acho que você é exatamente o meu tipo de garota.
— Foi pelo sexo casual?
— Não, foi pela sua honestidade. – ele falou, me dando outro de seus
sorrisos sensuais antes de se inclinar para trás. Eu acho que, no fundo da
minha mente, eu sabia naquele momento que ele seria um problema. O
tipo de problema com o qual eu estava intimamente familiarizada.

35
04
Eu não era uma boa
garota; nem mesmo um pouco.

Presente...
Max era o tipo de homem que estava determinado a conseguir o que
queria. Con tinha uma característica semelhante, mas geralmente por
muitas razões diferentes.
E lá vou eu novamente. Por que ele estava em minha mente tão
fortemente? Isso não quer dizer que eu não pensava nele com frequência,
mas estava chegando ao ponto em que foi tudo o que fiz. A obsessão era
tão difícil de curar.
— Eu nunca te vi em Blackpine antes. – Max disse, me tirando dos
meus pensamentos.
Pense em Max, não em Con.
Ele colocou os cotovelos na mesa e juntou as mãos sob o queixo.
— Estou aqui há apenas três meses. Eu ainda estou aprendendo o
meu caminho.
— Está aqui com a família?

36
— Minha irmã, Molly. E você?
Olhei para os amigos dele.
Eles ainda estavam rindo e conversando, mas a
cada poucos segundos, um deles olhava para
cima.
— Eu tenho um irmão e uma irmã. Meus
pais não moram por aqui. – ele respondeu, parecendo satisfeito quando
toda a minha atenção voltou para ele. Pegando minha nova bebida, tomei
um bom gole e tentei parar de falar asneiras.
— Eu estou olhando para você desde que você entrou pela porta. –
ele confessou com um sorriso tímido.
— Bem, isso não me surpreende. – provoquei parcialmente.
Nossa conversa fluiu em torno de nada tão importante. Mais algumas
bebidas podem ter sido adicionadas em algum lugar.
Parecia natural sentar e conversar com ele. De fato, alguém poderia
dizer que eu o conhecia de algum lugar.
Isso não durou muito, no entanto.
Ele se inclinou para trás, passando o polegar sobre os lábios
mordíveis, olhando para mim de maneira curiosa.
— O que é isso? – perguntei, sentindo os efeitos do álcool zunindo
na minha cabeça.
— Você é uma mulher linda, Rose. Mas você esta triste. Eu sinto isso
e posso ver nos seus olhos. Aconteceu alguma coisa com você? Foi por
isso que você se mudou para Blackpine?
Ah, merda. De repente, eu não estava bêbada o suficiente. Eu não
poderia ser tão óbvia. Meus problemas estão estampados na minha testa?

37
Talvez eles tenham sido escritos nos meus seios -
seus olhos foram para eles mais de uma vez quando
ele pensou que eu estava distraída.
Sempre tive sorte. Foi o que eu fiz. O mundo
poderia estar queimando ao meu redor, e eu
teria um coquetel na mão com um sorriso no
rosto.
Nunca ceda. Con havia gravado isso na minha cabeça.
As maneiras que ele costumava me machucar se tornaram mais e
mais criativas quando fiquei imune a algo que ele estava fazendo. Ser lida
com tanta facilidade me deixou desconfortável. Eu quase comecei a olhar
em volta, esperando que Justin aparecesse. Eu senti como se estivesse
sendo testada, e isso nunca foi uma sensação boa.
— Bem, Maxwell...
— Max. – ele interrompeu.
— Bem, Max. Isso é um pouco presunçoso, você não acha? Eu
garanto que estou bem.
Com minhas palavras amargamente pronunciadas, todo o seu
comportamento pareceu mudar diante dos meus olhos.
— Cuidado. Algumas pessoas dão garantias que não querem dizer. –
Sua voz ficou baixa, com o sotaque um pouco mais profundo. Achei
estranhamente sedutor, o que era completamente inapropriado, dado o
contexto.
Talvez as bebidas estivessem fazendo alguma coisa, afinal.
— Acho que é hora de eu ir.
Desviando o olhar dele, comecei a procurar na minha bolsa por
dinheiro, jogando o suficiente para pagar minhas bebidas e uma gorjeta.

38
— Foi um prazer conhecê-lo, Max. – gritei por
cima do ombro no meu caminho para a porta,
sentindo seus olhos em mim quando eu saí.
A alguns passos do meu carro, ouvi sua voz
do outro lado do estacionamento. Eu sabia
que ele me seguiria, ele era tão previsível.
— E o sexo casual?
Virando-me, eu o enfrentei, levantando as duas sobrancelhas.
— Eu pensei que você queria ser meu amigo?
— Você não parece querer isso. – ele caminhou lentamente em
minha direção. A maneira como ele se moveu era quase predatória, e seus
olhos escuros nunca deixaram os meus. Ele estava jogando comigo um
pouco, e eu não tinha certeza se eu gostava disso ou não.
— Já? Nossa, que confiança nós temos. – eu cruzei os braços sobre o
peito, dando um sorriso sedutor.
Eu o observei se aproximar um pouco. Se eu dissesse para ele me
jogar no chão e me foder, ele faria isso?
Infelizmente, ele não parecia desse tipo.
Por que era tão difícil encontrar um cara que me surpreendesse? Eu
tinha essa fantasia insana de ser dominada, presa por um homem fodido e
me enfrentando.
Mordi o lábio inferior, imaginando Max fazendo exatamente isso. Eu
não era uma prostituta, mas adoraria que um homem me tratasse como
uma. Especialmente um homem que se parecia com ele - um estranho
que se parecia com ele.
— Você quer me foder, Max? – eu inclinei minha cabeça para o lado
e o observei.

39
— Eu quero fazer muitas coisas com você. –
respondeu ele, irritado, chegando perto o suficiente
para que eu pudesse alcançá-lo e tocá-lo, mas nas
condições adequadas. Ficamos ali, olhando um para
o outro, com a tensão sexual dobrando a cada
segundo.
A atração que tão claramente nós
explorávamos um pelo outro era inexplicável.
Duas pessoas que não se conheciam não deveriam se olhar do jeito
que estávamos olhando.
Caminhando, trazendo-nos peito a peito, olhei para ele e sorri.
— Então, o que você está esperando?
A pergunta mal saiu dos meus lábios antes que ele estivesse me
levantando pela minha bunda e forçando minhas pernas em torno de sua
cintura, nos caminhando para trás.
Sua boca encontrou a minha, exatamente quando a minha bunda
encostou no metal frio e liso do capô da Toyota. A bebida em seus lábios
me fez querer muito mais. O sabor doce me incentivou, adicionando
combustível a um fogo já perigoso.
Abri minha boca, deixando sua língua entrar, sentindo-a entrelaçar
contra a minha. Ele colocou meu vestido em volta dos meus quadris. Suas
mãos grandes apertaram minhas coxas, arrastando até minha calcinha.
Quando seus dedos deslizaram sobre a cicatriz na minha coxa, ele
momentaneamente parou.
Antes que ele pudesse estragar o momento e perguntar o que era, eu
agarrei sua camisa, puxando-o contra mim.
Alguém poderia sair e nos ver a qualquer momento, e eu não poderia
me importar menos. Não havia nada de errado em ser uma exibicionista.

40
Max se afastou um pouco de mim, abrindo
rapidamente suas calças, deixando-me ver que ele
estava sob comando. Juro por tudo profano, que quase
chorei lágrimas de alegria ao ver seu pau. Graças
aos deuses dos genes, ele não era um homem
com pau pequeno. Embora eu já soubesse
que ele não seria, não doeu ter um lembrete.
Ele me deu um sorriso predatório antes de me surpreender agarrando
meus tornozelos e me virando de bruços, fazendo com que um suave
'som' saísse da minha boca.
Eu rapidamente abri minhas pernas, apoiando minhas mãos no carro.
— Está tudo bem? – ele checou, puxando minha calcinha para o lado,
já pressionando a cabeça enorme de seu pau contra mim.
Em vez de dar uma resposta a ele, cheguei entre minhas pernas e usei
dois dedos para abrir minha boceta para ele.
— Estou pronta para você. – quase ronronei como uma estrela pornô.
Não foram necessárias muitas preliminares para me molhar quando tudo
o que fiz foi fantasiar sobre sexo nos últimos meses.
— Você é uma garota pervertida, Rose. – ele murmurou. Houve o
barulho de uma embalagem de papel alumínio, e então ele estava
segurando meus quadris e me penetrando.
Um ruído suave escapou através dos meus lábios com a ardência de
sua intrusão, transformando-se em um gemido quando ele se afastou e
voltou.
— Porra. – ele suspirou, apertando meus quadris um pouco mais.
— Mais forte. – eu respirei, empurrando para trás enquanto ele
empurrava para frente.

41
Algo murmurou baixinho um segundo antes de
meu rosto ser empurrado para o capô do Toyota.
Max juntou meus cabelos, apoiando um braço
musculoso ao lado da minha cabeça. Ele manteve
minha bochecha pressionada contra o metal
frio, quando ele fez exatamente como eu
pedi.
Seus impulsos eram fortes, mas medidos. Ele mantinha um forte
domínio de controle sobre si mesmo. Eu pensei que íamos tirar o carro do
estacionamento, balançando o veículo para frente e para trás.
A única coisa que impedia as pessoas dentro de Gooskis de ouvirem
meus gemidos era o rock suave que os abafava. Mordi meu lábio até
provar o sangue, gemendo de frustração e lutando para levá-lo mais
fundo.
Eu queria que ele se afastasse e fodesse minha bunda sem piedade.
Eu quase implorei para ele me chamar de pervertida novamente.
Nada disso saiu da minha boca, no entanto. Aceitei o que ele estava
disposto a me dar, forçando-me a deixar o suficiente.
Eu não queria assustá-lo. Eu me forçaria a concordar com o que quer
que fosse. Mais do que tudo, porém, eu queria que me dissessem que eu
era uma boa garota enquanto ele deu vida ao meu corpo.
O que eu precisava era que ele mentisse como Con faria. Castigue-
me por ser má até a alma. Eu não era uma boa garota - nem um pouco.

42
05
A tortura psicológica
era uma coisa linda.

Presente...
Eu estou sempre observando.
Esperando.
Perseguindo.
Como ela podia deixar um estranho tocar o que era meu? Deixá-los
transar com ela como uma prostituta barata em um estacionamento? Seu
corpo pertencia a mim - eu a tinha marcado, para que ela nunca
esquecesse isso.
Os gemidos suaves saindo de sua boca deveriam ter sido um pouco
mais altos. Maxwell precisava agarrar o cabelo dela como se quisesse
arrancá-los do crânio. Ele não sabia como transar com ela como ela
precisava.
Realmente isso não importava, suponho. Ninguém poderia realmente
satisfazê-la além de mim. Ela não era nada sem mim. Eu tinha orgulho
disso.

43
Se eu fechar os olhos, posso me permitir senti-la
novamente. Puxando meu pau para fora do meu
jeans, peguei a base dele e comecei a acariciar para
cima e para baixo, imaginando-a curvada sobre o
carro.
Ela era apertada, como eu lembrava -
como se eu soubesse que ela seria depois de
todos esses anos.
Eu movi para cima e para baixo, ouvindo seus pequenos gemidos na
minha cabeça, ficando mais altos, até gozar como um estudante no banco
da frente da minha caminhonete. Eu olhei para o meu pau mole com uma
careta.
Abrindo o porta-luvas, limpei-me com uma calcinha rosa,
imaginando todas as maneiras bonitas de puni-la desta vez. Parte de mim
queria agarrar seu lindo pescoço - como se eu fiz com a Rose número
quatro. Outra parte de mim queria estripá-la como uma porca e ouvi-la
gritar enquanto seu interior caía de seu estômago. Foi o que fiz com a
Rose número sete.
Eu a esperava há anos, e era assim que ela queria que nosso encontro
fosse? Ela era minha número doze. Eu precisava dela. Eu teria que
lembrá-la por que eu era perfeito para ela. Então, eu a faria implorar pelo
meu perdão.

44
Ver a minha garota com alguém parecia que
havia uma serra elétrica passando dentro de mim, me
separando de dentro para fora, brutalizando o que
restava do coração que só batia por ela.
Ela já se foi há muito tempo, pegando a
longa viagem para casa. Normalmente, eu
acampava do lado de fora da casa dela ou
congelado em um quarto de hospedaria. Ela nunca foi tão prudente, mas
esta noite mudou as coisas. Eu tive que chamar a atenção dela. Eu tive
que deixá-la saber que ela não estava livre de mim.
Decidido, sai da minha caminhonete e cruzei o estacionamento.
Caminhando de volta para o maldito bar, olhando o lugar por opções,
meus olhos pousaram em uma mulher no canto nos fundos.
Ela já estava bêbada, o que tornou meu trabalho dez vezes mais fácil.
Quando seus olhos verdes encontraram os meus, ela olhou por um
segundo antes de um sorriso tímido se espalhar pelo seu rosto. Isso seria
mais fácil do que eu pensava. Abaixando a aba do meu boné, dei um
sorriso rápido para Aimee e sentei em uma mesa. Eu não ia me aproximar
da mulher; ela se aproximaria de mim.
Sem ter que perguntar, Aimee me trouxe uma cerveja e rapidamente
se afastou. Foi tudo um jogo de espera depois disso.
Rose costumava me ajudar a atrair as pessoas. Depois, ela as levava
para o nosso lugar especial, fazendo-as pensar que teriam sorte e tocariam
no que era meu. Nos divertimos muito juntos.
O olhar de surpresa, raiva e medo que aparecia no rosto de alguém
quando elas percebiam que tinham sido criadas não tinha preço. Mas a
verdadeira diversão começava depois disso. A tortura psicológica era uma
coisa linda; o sexo após a morte era incomparável - mesmo que às vezes
eu tivesse que levá-la à força.

45
Eu sabia que ela sentia falta disso - que às vezes
ela não podia deixar de acordar desesperada para
satisfazer seus desejos mais obscuros. Isso foi tudo
por minha causa.
Eu a fiz uma amante de todas as coisas
depravadas. Eu criei o belo monstro
escondido debaixo de sua fachada radiante.
Lembro-me da primeira noite em que ela me procurou. Tudo
começou com um desafio e, a partir de então, estávamos entrelaçados
como um.
Essa nova Rose era uma fraude. Esta cidade era sua maneira covarde
de fugir do que fazia e de quem realmente era. Seríamos um time incrível,
uma vez que ela pagasse suas dívidas.
Mas ela tem que sofrer primeiro. Eu tenho que fazê-la entender que
suas ações tinham consequências terríveis.
Observando minha primeira vítima escolhida se levantar de sua mesa
e caminhar em minha direção, eu sorri, pronto para um novo começo.

46
06
Um desafio é um
desafio.

Passado...
A vida tinha uma maneira muito engraçada de tirar o tapete debaixo
de mim. Todos os meus problemas começaram porque a maldita Vicky
Burrows, era uma consistente teimosa que simplesmente não desistia. Ela
começou a vir todos os dias com a amiga Julie. Meu avô ficou radiante
sobre esse novo progresso. Ele achava que eram boas garotas como eu –
um mau julgamento da parte dele. Não que eu pudesse culpá-lo; Uma vez
eu pensei que elas também eram garotas comuns.
Darcy, por outro lado, tinha me avisado desde o início. Ela me
avisou novamente antes de eu pôr os pés na casa deles pela última vez.
— Há algo de errado naquela família.
— O que?
— Eu não sei. Eu sempre tive esse pressentimento sobre eles. Tenha
cuidado, ok?
Eu pensei que ela era um pouco paranoica.

47
Foi assim que me peguei aceitando o convite de
Vicky para uma noite aleatória de garotas, relaxando
um pouco mais com cada gole de Jack Daniels. Não
havia nada como uma coragem líquida para aliviar
a tensão, certo?
Estávamos em seu esconderijo, jogando
verdade ou desafio antiquado, e as coisas
estavam ficando intensas. Havia quatro de nós no total. Vicky e Julie
sentaram em um lado da mesa de centro; Molly (uma garota da minha
aula de educação física) sentou ao meu lado no outro.
— Verdade ou desafio, boneca Barbie? – Julie se arrastou em minha
direção. Olhei para ela, imaginando qual era o problema dela
ultimamente. Essa garota era uma bêbada malvada ou uma cadela falsa
sóbria. Ela está tentando me irritar desde que cheguei aqui.
— Verdade. – eu encolhi os ombros, recusando-me a deixar a garota
má me desafiar em uma situação fodida. Todo mundo sabe que você não
pode mentir em um desafio - se ela me dissesse para beber líquido mais
leve, eu teria que beber.
Então, eu cuspiria nela e acenderia sua bunda no fogo.
Eu era uma garota doce e sincera.
Eu apenas odiava ser fodida.
— É verdade que você viu seus pais morrerem?
— Que tipo de pergunta é essa?! – Vicky se opôs antes que eu
pudesse responder, indignada por minha parte.
Era oficial; Julie era Lilith em carne e osso - uma loira demoníaca
com seios gigantes.
Eu olhei para ela, esperando que ela repetisse de novo, mas nunca o
fez. O que aconteceu com meus pais não era segredo em Ponty-Poole;

48
essa foi minha cidade natal e dos meus pais. As
notícias de suas mortes se espalharam por aqui como
um incêndio.
Vi ele e a minha mãe morrerem? Não
exatamente. Minha mãe conseguiu envolver
seu Subaru em torno de uma árvore,
tentando evitar uma colisão frontal com um
motorista bêbado. Acidentes acontecem o tempo todo; Eu sabia. Mas
tudo o que poderia ter dado errado nesse cenário deu.
O cinto de segurança não travou como deveria, lançando o rosto
primeiro pelo para-brisa.
Meu pai morreu no impacto. Sua cabeça sofreu um golpe fatal, e ele
simplesmente caiu do banco. Lembro-me de chorar por ele fazer alguma
coisa, presa no banco de trás com um cinto de segurança preso em todas
as coisas, ainda não percebendo que ele se fora.
Três horas.
Foi quanto tempo fiquei sentado com seus corpos até que um
transeunte finalmente percebeu a caminhonete.
Quanto ao motorista bêbado? Ele nunca parou, nem veio nos
procurar e eles não receberam nenhuma ajuda. Mais tarde, descobri que
ele morreu pouco depois daquela noite, para que a justiça nunca fosse
feita. Minha mãe viveu trinta minutos completos de pura agonia,
entrando e saindo da consciência.
Eu podia ver o seu sangue escorrendo pelo para-brisa e pequenos
cacos de vidro presos em seu corpo. Tentei confortá-la da melhor
maneira possível.
Eu a acalmei com mentiras, tanto para o benefício dela quanto para
o meu, sabendo que ela não ia ficar bem. Lágrimas escorreram pelo meu

49
rosto e meu coração partiu no meu peito. Eu senti
essas mesmas lágrimas ardendo atrás das minhas
pálpebras.
Que tipo de idiota faz uma pergunta como
essa? Era tão difícil viver sem eles que
nunca pensei nas suas existências. Isso era
apenas mais um motivo para não gostar de
me aproximar das pessoas.
A morte estava sempre dançando por cima do meu ombro. Suas
mãos esqueléticas estavam sempre alcançando alguém com quem eu me
importava.
— Você não precisa responder a isso. Por favor, ignore-a; ela é uma
vadia estúpida. – Vicky apertou minha mão, dando-me um sorriso de dor
antes de dá um olhar assassino para Julie.
— Vou perguntar uma coisa diferente. – ela falou um segundo
depois, tentando aliviar o clima.
— Ok. – eu forcei um sorriso, enterrando a dor como sempre fazia,
desesperada para me afastar do assunto.
Quando a pergunta dela veio, eu deveria ter esperado. Vicky havia
dito isso nos últimos dois meses e nunca recebeu uma resposta.
— Entãããão, Rose-Bud5. Você gosta ou não do Con? – perguntou
Vicky, um pouco alto demais.
Todas as três me encararam, esperando ansiosamente por uma
resposta. Darcy era a única pessoa que sabia que eu tinha uma pequena
obsessão pelo cara, mas isso era entre nós. Movendo-me de joelhos, onde
me ajoelhei no chão, tentei pensar em uma maneira de responder.

5Rose-Bud: é um apelido que ela usou para provocar a Rose. Quer dizer
botão de rosa.

50
— Ele é o seu namorado?
— Meu o quê? – Vicky perguntou com gotas de
bebida saindo de sua boca.
— Eu pensei... esquece. – eu disse rápido.
Por que digo isso?
Eu e Darcy conversamos por telefone por horas sobre nossas
suspeitas, mas eram exatamente isso. Darcy tinha uma teoria de que
todos os Burrows foram adotados, o que poderia ser verdade, mas eu
nunca vi uma figura parental na casa Burrow. Nem uma foto.
A situação toda era estranha para mim.
Vicky era claramente 100% asiática. Con e Justin eram 100%
europeus. Ela me contou tudo isso sozinha. Eu não era um gênio médico
nem nada, mas tinha certeza de que o esperma de um homem não era
capaz de alternar entre etnias.
Sem mencionar o vínculo estranho que Vicky e Con tinham - isso era
qualquer coisa, exceto irmão e irmã.
Quanto mais eu pensava sobre o assunto, mais eu colocava Con
como chefe da casa deles.
— Meu Deus, Rose. Que nojento. – Vicky riu, dando nenhuma
explicação para o óbvio.
— Então? – Julie perguntou, inclinando-se para mim, soprando um
pouco de álcool no meu rosto.
— Eu quero um desafio. – eu deixei escapar.
Idiota! Minha mente gritou quando o rosto de Vicky irradiou como
uma estrela no topo de uma árvore de Natal.
— Ela escolheu se atrever - sem retroceder! – Julie disse.

51
Tive o maior desejo de lhe dar um soco na cara.
— Desafio você a subir até o quarto de Con e
dar um beijo nele. Nos lábios. – Vicky sorriu para
mim.
A vergonha pura começou
imediatamente a surgir. Eu não poderia fazer
isso. Nem mesmo o Jack Daniels me deixou tão ousada.
— Isso não é um pouco infantil, um beijo nos lábios? – eu tentei
brincar com frieza, levantando uma sobrancelha para ela.
— Eu te desafio. – ela disse novamente com sua voz assumindo um
tom irritado, fazendo Molly me dar um olhar que dizia: Qual é o
problema dela?
Ficamos sentadas olhando uma para a outra por alguns minutos,
com um pouco de tensão subindo entre nós.
Dane-se.
Pegando a garrafa de Jack Daniels de novo de suas mãos, a minha
garganta ardeu e meus olhos lacrimejaram quando eu engoli um pouco.
Limpando a boca com a palma da mão, devolvi a garrafa e me levantei.
— Um desafio é um desafio. – eu não tinha ideia se disse isso para o
benefício delas ou o meu. Saindo da sala antes de perder a coragem, subi
a escada escura para o nível superior. Era como andar numa prancha
para o dia do julgamento. Seria empurrada ao mar e devorada por
tubarões ou me alegraria porque sobrevivi.
Five Finger Death Punches de Wrong Side Of
Heaven6 se espalhou pelo longo corredor atrás da porta de Con. Eu sabia
exatamente qual era o quarto dele e, a cada passo que dava, meu

6 Five Finger Death Punches de Wrong Side Of


Heaven: é o nome de uma música por isso, deixamos como no original.

52
coração batia um pouco mais rápido. Parando do
lado de fora da porta, levantei lentamente o punho
para bater e depois o coloquei de volta no meu lado
novamente.
Meu estômago estava inundado de
agitação.
Eu estava realmente fazendo isso?
Eu e Con não conversamos muito. De fato, nas últimas semanas,
enquanto eu estava mais perto de Vicky, ele realmente não estava por
perto.
Eu não deveria ter pensado nele da maneira que pensava. Ele era
mais velho que eu. Ele deveria ser a fantasia inatingível que eu ansiava
de longe - como um bom sonho do qual você não ousaria acordar, com
medo de nunca mais sonhar.
Então, por que eu ia cutucar a besta?
Bem, essa é a natureza humana, não é? Querer o que não podemos
ter. Almejar o que é mau para nós. Há algo no proibido que o torna
irrevogavelmente desejável.
Antes que eu pudesse pensar nas ramificações que minhas ações
poderiam causar - ou me forçar a me importar - a grande porta branca
se abriu e eu dei um passo para trás.
O perfume masculino e amadeirado de Con, filtrado para fora do
quarto e direto para os meus pulmões. Ele não usava nada além de um
moletom preto que ficava um pouco baixo nos quadris bronzeados.
Minha nossa.
Olhei para o acentuado V e o tanquinho em seu abdômen,
absorvendo cada solavanco sólido e curva de seus abdominais.

53
— Jesus. – murmurei, com meus olhos indo para
encontrar os dele.
— Rose? – ele questionou.
— Oi. – eu respondi estupidamente. Sem
saber o que fazer com as mãos, cruzei os
braços sobre o peito.
— Você precisa de algo? – Seus olhos deixaram meu rosto e
lentamente viajaram sobre meu corpo.
Eu estava ciente do meu short de pijama de seda e camiseta branca
que mostravam meu sutiã por baixo.
— Eu tenho um desafio. – eu deixei escapar depois de um minuto.
Ele não disse nada, mas sua expressão facial em branco se
transformou em um sorriso de conhecimento.
— Entre. – ele deu um passo para o lado, gesticulando para eu
entrar em seu quarto. Eu não estava contando com ele respondendo da
maneira que ele fez. Tentando manter uma frente corajosa, entrei como
se esperasse um convite desde o início.
O quarto dele não me contou muito sobre ele. Havia uma cama
queen-size, um sofá-cama contra uma das paredes cinza claro e uma
mesa preta no canto com um notebook aberto, fluindo a música que
estava tocando.
Parecia tão... adulto. Se isso era alguma coisa.
Suas cortinas foram puxadas para trás de uma janela que dava para
frente da casa, dando-lhe uma visão clara bem do meu quarto.
Ele me observava como eu o observava?
— Então, qual foi seu desafio e como isso me envolve?

54
Eu me virei para vê-lo encostado na porta do
quarto que agora estava fechada.
— É estúpido. Eu devo receber um beijo seu. – eu
forcei uma risada. — Nos lábios. – acrescentei
quando ele não reagiu.
— Você acha isso idiota? – ele checou,
inclinando a cabeça.
Isso me fez notar que ele recentemente cortou o cabelo. Seus cabelos
escuros estavam sempre em um corte perfeito.
— Eu acho... bem, tenho que admitir que é um pouco infantil.
— Então, por que você não pediu outro desafio?
— Eu não sei. – eu encolhi os ombros, impotente, enfiando minhas
mãos sob as axilas.
— A julgar pela frequência com que você me observa da janela do
seu quarto, acho que sabe.
— Meu quarto…?
Oh, Deus. Ele sabe!
Não havia como ele não ver meu rosto ficando vermelho como
beterraba. Minha pele estava tão pálida que um boneco de neve ficaria
com inveja. Eu não tinha uma resposta ou explicação.
Nenhuma mentira surgiu em minha mente que fazia sentido, e minha
língua foi subitamente colada no fundo da minha boca.
— Não há motivo para ficar envergonhada. Eu também observo
você. – ele confessou, empurrando a porta e ficando na minha frente.
Sua confissão tinha sangue correndo pela minha cabeça. Talvez eu
não devesse ter bebido tanta bebida antes de procurá-lo.

55
— Você não deveria, no entanto. – murmurei,
xingando minha falta de autoconfiança no inferno e
voltando.
— Quando se trata de você, Rosie, há muitas
coisas que não devo fazer.
Ele pegou meu queixo entre o polegar e
o indicador, inclinando minha cabeça até que eu estava olhando nos
olhos dele.
— Diga-me... quando você se deita na cama e abre as pernas,
imaginando-me entre elas, usa dois dedos ou um?
Eu disse a mim mesma para não responder a isso, mas minha boca
decidiu que agora era a hora de falar - embora de maneira ininteligível.
— Eu não...
— Pare. – ele mordeu, deixando a mão cair na base da minha
garganta. — Não minta para mim, menina bonita. Eu sei como é o seu
rosto quando você goza. – ele acrescentou, apertando com a menor
quantidade de pressão.
Isso não doeu, mas a ameaça era clara.
— O que você quer? – Minha voz mal estava acima de um sussurro.
Eu estava a segundos de distância. Pequenas gotas de suor já estavam
escorrendo pela minha coluna, e meu pobre coração estava acelerando
dentro do meu peito.
Por que eu pensei que poderia lidar com isso?
Por um lado, fiquei feliz por ele estar me tocando. Que ele me notou.
Que ele me observou. Mas eu também fiquei aterrorizada pelos mesmos
motivos - porque ele havia acabado de admitir quanta atenção estava
prestando.

56
— Hmmm, o que eu quero? – Seus olhos azuis
penetraram nos meus redondos e escuros.
Eu podia sentir o cheiro do mentol de um cigarro
recente em seu hálito.
— Ei! – gritei quando meus pés foram
tirados debaixo de mim. Eu apertei meus
olhos e me preparei para um impacto que nunca veio. No último segundo,
ele passou os braços em volta de mim e gentilmente me abaixou o resto
do caminho até o chão.
— O que você está fazendo?!
— Eu estou ajudando você com um desafio. – ele encolheu os
ombros, abaixando, para que seu corpo sólido estivesse posicionado
sobre o meu.
— Você vai me ajudar... assim? Você mal fala comigo.
— Mas eu sempre observei você. – ele sentou-se sobre os
calcanhares, olhando para mim com uma expressão intensa no rosto.
— Con. – eu respirei, me apoiando nos cotovelos. — É apenas um
desafio.
— É isso?
Antes que eu pudesse perguntar o que ele quis dizer e o que diabos
havia acontecido com ele, ele estava me dando um sorriso malicioso e
agarrando a cintura da minha bermuda. Ele a arrastou pelas minhas
pernas, levando minha calcinha junto.
— Constantine! – eu suspirei, tentando me vestir. O que está
acontecendo?!
— Você disse que precisava de um beijo nos lábios. Você nunca disse
quais.

57
— O que? Não! – eu consegui sentar-me e
empurrá-lo contra o seu peito, mas em um segundo
plano ele me colocou de costas novamente.
— O que você está fazendo?
— Tudo o que eu não deveria. – ele
suspirou. — Eu sabia que você era uma ruiva
natural. – ele comentou depois de forçar minhas pernas a se separarem.
Não houve introdução ou hesitação depois disso.
Ele abaixou e colocou a boca na minha boceta, penetrando sua
língua dentro de mim.
— Con, pare com isso. – sussurrei. Empurrei seus ombros, mas a
tentativa foi pateticamente sem entusiasmo. Eu queria que ele lutasse
comigo, talvez até me machucasse um pouco.
Meu desejo foi atendido quando ele facilmente me subjugou,
agarrando meus pulsos em forma de X, prendendo-os em um aperto
semelhante ao torno7.
Sua língua moveu, deslizando para dentro e para fora, até o meu
clitóris, onde ele me provocou por um minuto antes de lamber todo o
caminho de volta para o buraco enrugado da minha bunda para girar em
torno da beirada.
— Deus... – sussurrei, cravando minhas unhas nas palmas das mãos.
Constantine Burrows tinha a cabeça enterrada entre as minhas
coxas. Eu estava no céu, ou a caminho do inferno?
Ele devorou minha boceta como se estivesse morrendo de fome por
isso. Seus pequenos gemidos agradecidos tornaram mais difícil resistir
7 Torno: é uma ferramenta que permite usar peças de forma geométrica.
Esses dispositivos usam-se para fazer girar uma peça enquanto outras
ferramentas de corte vão sendo empurradas contra sua superfície, ou
permitem cortar a viruta segundo como as condições requeridas.

58
ao que ele estava fazendo comigo. Não que eu
realmente quisesse. Eu apenas fingi não querer.
Mordi o lábio inferior, lutando para segurar a
enxurrada de gemidos que estavam fazendo meu
peito arfar.
Vicky estava lá embaixo, esperando que
eu recebesse um beijo de seu irmão. Eu não acho que foi isso que
aconteceu.
— Porra. – gemi, fechando meus olhos. Con sabia exatamente o que
estava fazendo. A boca dele era mágica; a língua dele era minha nova
melhor amiga.
Eu estava tão perto, caminhando bem no limite do que poderia ter
sido o melhor orgasmo da minha vida, quando ele parou e se afastou,
sorrindo para mim com um rosto radiante.
— Sua boceta é a versão adulta de uma refeição feliz.
O que diabos eu diria sobre isso?
Seus dedos rapidamente substituíram a língua, entrando e saindo da
minha boceta, esticando-me de uma maneira que nunca tinha descoberto
como fazer. Eu fecho meus olhos novamente, perseguindo o orgasmo na
minha cabeça.
— Olhe para mim, Rosie. – ele pediu suavemente, apenas um pouco
rouco em sua voz.
Abri meus olhos para olhar os dele, sem saber como me sentir sobre
o que estava sendo refletido de volta para mim. Foi possessão? Luxúria?
Obsessão pelo vizinho que confessou me observar pela janela à noite?
Talvez tenha sido tudo o que precedeu.

59
Quando ele moveu dois dedos dentro de mim e
pressionou o polegar no meu clitóris, eu gozei
instantaneamente, meus quadris arqueando-se para
ele por vontade própria.
Minhas pernas ficaram tensas, o prazer
queimando através do meu interior. Ele
pegou meus gemidos altos em sua boca,
deixando-se provar minha língua.
Nossos olhos ficaram concentrados o tempo todo, amplificando as
emoções estranhas entre nós. Ele continuou a brincar comigo, forçando
outro orgasmo enquanto ele gentilmente acariciou meu clitóris sensível.
Coloquei meus braços em volta do pescoço dele, atacando sua boca.
Seu pau duro estava pressionando minha coxa. Eu o queria naquele
momento. Eu queria que ele abrisse caminho dentro de mim.
Sempre fui a boa garota, e boas meninas não deveriam se comportar
assim.
Apenas quando pensei que ele iria me dar exatamente o que eu
estava pedindo silenciosamente, ele beijou minha testa e suspirou.
— E você? – perguntei corajosamente quando parecia que ele iria
ficar de pé.
— Isso não era sobre mim. – ele pressionou outro beijo na minha
testa, e isso parecia a coisa mais natural do mundo. Eu me perguntei se
eu estava sonhando, afinal.
— Mas eu quero você.
Quando suas sobrancelhas escuras se juntaram, pensei que ele iria
rir ou me rejeitar, mas tudo o que ele fez foi observar meu rosto.
— Você quer que sua primeira vez seja no chão do meu quarto? – ele
perguntou.

60
Minha primeira vez?
— Você acha que eu sou... Con, eu não sou
virgem. – Admitir isso a ele fez meu corpo inteiro
queimar de vergonha. Aquele navio havia
navegado há muito tempo. Meu tio cuidou
disso na minha segunda semana em sua
casa.
Ele entrou no meu quarto e se convidou para tomar banho comigo.
Não pude fazer nada a respeito. Eu não era forte o suficiente para lutar
com ele.
Ele me fez inclinar, quebrando o meu nariz contra a parede de
azulejos no processo e depois disse à minha tia que eu caí. Ele não se
incomodou em usar camisinha, apenas empurrou seu pau pedófilo sujo
dentro de mim e sugou toda última gota de inocência que eu tinha.
Noite após noite, ele entrava no meu quarto e pegava o que queria,
ameaçando me trancar em um centro juvenil se eu contasse a alguém.
Ele era o melhor promotor do mundo, então estupidamente acreditei
nele. Foi só depois de sua morte que o xerife me contou sobre o arsenal
de gravações que ele fez de nós juntos.
Eu era uma criatura vil e repugnante por aprender a gostar, por
aprender a gozar para um pervertido doente.
“Você é uma garota tão boa, Rose.” – eu ainda podia ouvir a voz
dele no meu ouvido, sentir seu hálito alcoólico queimando meus pelos do
nariz e sentir seu pau fino me penetrando. Meu estômago revirou com a
imagem vívida.
Eu não poderia contar a Con nada disso. Eu nunca disse a uma
única pessoa.

61
— Desde quando? – ele falou, me tirando do
meu carretel de memória.
Por que ele está bravo com isso?
— Isso importa? – eu estendi a mão e
toquei sua bochecha, esfregando minha
boceta dolorida contra ele.
Ele disse um palavrão, e então sua boca estava de volta na minha e
nossas mãos estavam vagando uma sobre a outra. Ele puxou minha blusa
para baixo, levando as taças do meu sutiã com ela. Éramos duas pessoas
desesperadas e necessitadas que finalmente encontraram um elixir para
os problemas que escondemos do mundo.
Seus dedos voltaram entre minhas pernas, entrando e saindo,
subindo e descendo nos meus lábios enquanto ele tirava sua calça de
moletom.
Meu coração parecia que estava prestes a catapultar para fora do
meu peito. Eu estava muito nervosa. Foda-se borboletas - esse homem me
fez sentir todo o maldito zoológico.
Homem.
Porra. Eu nem sabia quantos anos ele tinha.
Eu não sabia nada sobre ele, e não podia me importar menos com
nada disso. Fantasiei sobre ele em cima de mim um milhão de vezes
diferentes.
— Você quer isso? – ele perguntou, abrindo minhas pernas tão
amplamente que minhas coxas começaram a queimar.
— Sim. – gemi.
— Apenas saiba... depois que fizermos isso, eu serei o seu primeiro e
você sempre será a minha última. – ele enfiou um dedo em mim,

62
puxando-o para fora e depois passando-o um pouco
acima da minha boceta.
Seu entendimento me fez querer chorar.
Eu estava completamente exposta a ele,
pronta para ele fazer o que quisesse. Ele
olhou para mim, com aqueles lindos olhos
dele vendo tudo o que eu tentava esconder.
— Doce pequena Rose. – ele suspirou. — Você está abrindo as
pernas para o monstro que quer te profanar.
Suas palavras tiveram um efeito de gatilho, e o lado doente da minha
mente se alegrou ao ouvi-las como uma compulsão venenosa.
— Sim, por favor. – implorei. Eu teria me ajoelhado e suplicado
neste ponto.
— Você nunca precisa me implorar, amor. – ele colocou os lábios
nos meus, se estabeleceu entre as minhas pernas e me penetrou na minha
próxima respiração. Minhas unhas arranharam suas costas, fazendo-o
soltar um gemido suave.
Eu pensei que ele seria duro, mas seus movimentos eram tão lentos e
suaves que doíam.
Ele se afastou todo o caminho, apenas para penetrar lentamente de
volta, enterrando-se ao máximo.
— Porra, você é tão linda, Rose. – Con gemeu, cravando os dedos
em minha pele com força suficiente para machucar. Eu não consegui
formar uma resposta para isso, então não me incomodei em tentar.
Eu adorei como ele me preencheu com seu pau me esticando de uma
maneira dolorosamente boa. O pau dele parecia muito melhor do que o
do meu tio. Cada impulso deixava minha boceta um pouco mais molhada.

63
— Rose? – A voz preocupada de Vicky chamou
pelo corredor do fim da escada, interrompendo
minha miragem de tesão.
Ah, oh.
Levante-se, sua vagabunda! O meu
cérebro gritou comigo.
— Con, temos que parar. – gemi, começando a empurrar seu peito.
— Eu acho que não. – ele murmurou, prendendo minhas mãos acima
da cabeça com uma dele, deslizando a outra na parte de trás entre as
minhas pernas quando ele começou a penetrar com mais força.
— Isto é tão errado.
— É exatamente por isso que não vamos parar. – Quando seus dedos
acariciou meu clitóris, foi o equivalente a disparar uma bomba.
Todos os músculos do meu corpo ficaram tensos quando um calor
percorreu todo o corpo.
Virei minha cabeça e mordi seu braço para abafar o grito que saiu
da minha boca.
Ele soltou um gemido suave, acelerando o ritmo a ponto de doer.
O tapete debaixo de nós queimava cruelmente minhas costas,
esfregando na pele sensível. Depois de mais algumas bombadas, senti o
seu pau inchar e seu corpo ficou rígido, provocando o meu para outro
orgasmo.
É assim que o sexo normal é? Se for assim, eu precisava de mais.
Quando ele finalmente saiu de mim, eu imediatamente quis arrastá-lo de
volta, envolver minhas pernas em volta de sua cintura e manter seu pau
refém. Não foi até que ele me ajudou a levantar do chão e eu arrumei
meu sutiã que o que fizemos começou a afundar.

64
Ele se arrependeu?
O que eu estava pensando?
Eu podia sentir o excesso de sêmen entre
minhas pernas, saindo da minha boceta.
Tentei olhar para qualquer lugar,
menos para ele, procurando meu short. Não
havia sentido em tentar entender o que aconteceu até eu sair do quarto
dele.
Con, sem palavras, pegou meu short e o entregou para mim, me
observando com um olhar pensativo enquanto eu as vestia rapidamente.
— Sabe o que isso significa para nós? – ele perguntou, quebrando o
silêncio tenso enquanto vestia as calças.
Que nunca poderei te olhar nos olhos novamente, e que sua irmã
provavelmente vai me crucificar.
— Não. – murmurei, desejando que ele simplesmente se afastasse
para que eu pudesse sair do quarto dele.
Claro, ele fez o oposto disso e deu um passo à frente, para que
ficássemos mais uma vez peito a peito.
— Isso significa que você está comigo agora. – ele segurou minha
bochecha esquerda, acariciando-a com o polegar.
— O que quer dizer com eu estou com você? – perguntei lentamente,
ouvindo o que ele estava dizendo, mas não acreditando.
— Eu não achava que ficaria tão nervoso. – ele riu e passou a mão
pelos cabelos.
— Nervoso com o quê? – A confusão tinha que ser evidente no meu
rosto. Acabamos de fazer sexo no chão dele; se isso não era quebrar um
gelo, o que era?

65
— Eu estou esperando por você há tanto tempo.
– ele exalou em uma respiração instável. — Você é
minha garota agora, Rosie. Você entende o que isso
significa?
Simplesmente pisquei para ele, com a
língua presa novamente. Havia um lado
muito tolo de mim que estava absolutamente
feliz em ouvir essas palavras. E havia minha parte lógica, avisando que
isso nunca funcionaria.
— Con. – suspirei desanimada.
Deveria ser eu fazendo confissões não correspondidas sobre minha
obsessão lasciva, não ele.
De repente, tudo que eu queria era caçar todas as pílulas do dia
seguinte e deitar na minha cama. Eu não queria ser a voz da razão neste
momento. Isso estava ficando arruinado e manchado, como tudo o que eu
achava perfeito.
— Eu vou fazer você feliz, eu prometo. – ele disse veementemente.
— Por que você... – eu fiz uma pausa e observei o rosto dele. Ele
estava sendo perturbadoramente sincero. — Nós nem nos conhecemos. –
sussurrei, dando um pequeno passo para trás.
— Olha, mas nós nos conhecemos. – ele rapidamente diminuiu nossa
distância e agarrou minhas mãos. — Você veio visitar seu avô com seus
pais durante o verão. – ele deslizou os braços em volta da minha cintura,
agarrando minha bunda e me puxando contra ele.
Um pequeno clique soou em minha mente quando uma fraca
percepção surgiu. Arrepios passaram por meu corpo quando sua
confissão tomou conta da minha cabeça.
— Isso foi há quase quatro anos.

66
— Eu sei. Eu estive esperando por você desde
então. Você estava usando um lindo vestido roxo. –
ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha
orelha e depois passou o polegar nos meus lábios
trêmulos.
— Você atravessou a faixa de pedestres
e sorriu para mim. Você estava tão bonita
como é agora. – ele passou o polegar sobre a minha boca, sorrindo para
mim com um olhar distante nos olhos, que perdi toda a capacidade de
falar. A situação apresentada diante de mim era tão ridícula que poderia
ter sido ficção. Coisas como essa não deveriam acontecer na vida real.
Eu e meus pais fomos encontrar meu avô no bistrô no centro da
cidade.
Era o meu jantar de aniversário, a última noite em que meus pais
estavam vivos. Eu tinha apenas quatorze anos. Como diabos ele se
lembrava disso?
Algo sobre isso não fazia sentido. A última vez que o vi, foi em um
tribunal. E eu tinha certeza de que ele não estava ciente de mim.
Logo quando abri minha boca para pedir esclarecimentos, Vicky
bateu na porta.
— O que diabos vocês dois estão fazendo?
Que pergunta excelente.
Se fosse um filme, seria a parte que paralisaria antes de um
narrador sábio começar a explicar todas as maneiras pelas quais
Constantine Burrows iria destruir meu mundo e me arrastar para o
inferno.
— Con, eu deveria...

67
— Não. – ele sussurrou como um demônio da
Tasmânia, e gentilmente me empurrou de volta para
sua cama. — Posso lidar com ela. Vou decidir quando
você sair deste quarto.
Ele sorriu inocentemente para mim e
todos os sinais de raiva se foram.
Ele foi bom.
— De manhã? – perguntei baixinho, voltando para a garota
recatada que ele me conhecia.
— De manhã. Agora, deite-se e deite-se de costas. Só vou demorar
um minuto. – ele saiu do quarto e fechou a porta atrás deles.
As palavras sussurradas de Vicky e ele flutuaram pelo corredor,
muito baixas para eu ouvi-las.
Olhando para a cama dele, comecei a tirar tudo e fazer o que ele me
disse.
Mal sabia eu que ninguém veria a garota que eles conheciam como
Roselynn Morgue por muito tempo.

68
69
07

Presente...
Passando meus dedos pelos longos cabelos ruivos dela, olhei para a
sua mão esquerda, admirando o anel de diamante.
— Você deve se sentir honrada em usar isso. Pertencia a alguém
muito importante para mim.
Ela gemeu em seu desacordo, balançando a cabeça para frente e para
trás. Olhei minha obra e minha boca sorriu.
— Porra. – eu xinguei baixinho, passando a mão no meu rosto. Isso
não funcionaria. Essa mulher passou muito tempo na câmara de
bronzeamento artificial, deixando a pele escura em vez de branca. Seus
seios eram um pouco grandes demais, e eu tinha que manter uma venda
nos olhos, porque eram da cor errada.
O problema era que ela não era Roselynn. Não havia substituta para a
perfeição.
— Sinto muito, mas acho que isso não vai funcionar entre nós. Eu
não tenho ideia do por que eu te trouxe.
Ela gritou um pouco mais enquanto eu caminhava para o outro lado
do galpão e comecei a reunir todas as minhas ferramentas.

70
Fiz questão de fazer um pouco de barulho para
que ela pudesse sentar e imaginar o que eu estava
fazendo.
Eu a mataria?
Eu ia machucá-la?
O que eu estava pegando?
Todas as perguntas em que sua mente estaria se esforçando para
encontrar as respostas. Suspirando, fechei os olhos e inclinei a cabeça
para trás. Raios de luz solar fluíam para dentro da cabana de madeira
através das aberturas no telhado, aquecendo meu rosto.
Você pode pensar que quatro anos foram suficientes para superar o
que aconteceu entre nós.
Não superou.
Nunca haveria um 'nós'. Sua traição me cortou mais fundo do que eu
queria admitir. Eu adorava o chão em que ela andava e, aparentemente,
isso não foi bom o suficiente. Sua ausência apenas fez a loucura inflamar.
Eu estava sem paciência para esperar mais.
Virando, eu abri uma tesoura de jardim pelo cabo azul de borracha,
caminhando até a mulher trêmula que eu havia tirado do bar na noite
anterior.
Ela ouviu meus passos pesados e tentou se afastar, mas os cabos de
bateria e cordas de rapel que acostumei contê-la estavam muito apertados.
Eles pressionaram seu corpo nu e cortaram sua circulação, assim como eu
fiz com minha tesoura.
Pressionando firmemente o centro em forma de V contra o pescoço
dela, onde imaginei o esôfago, eu fechei os cabos novamente. Funcionou
muito melhor do que eu pensava - isso foi semelhante a cortar um pedaço
de frango cru.

71
O sangue escorria pelo peito, fazendo um rastro
do pescoço aberto até o pequeno caminho entre os
seios redondos. O aroma metálico que inalei
profundamente era divino.
Isso realmente deveria ser transformado
em incenso.
Seu corpo não pôde convulsionar como eu queria, então tentei ajudá-
la a sangrar um pouco mais rápido. Reabri a tesoura e a fechei novamente
em quatro movimentos rápidos, indo um pouco mais fundo a cada corte,
forçando o corpo a se separar como as páginas de um livro.
Dando um passo para trás, limpei um pouco de sangue da minha
bochecha com o meu antebraço suado. O galpão era como uma sauna
com uma intensa sensação de calor.
Eu tive que arrancar o dedo dessa mulher e desfazer do seu corpo
antes que ele começasse a cheirar.
Depois de todo esse esforço por minha parte, eu sinceramente
esperava que Rose gostasse do presente de aniversário dela.

72
08
Ele era um idiota
arrogante.

Presente...
Nunca é bom tocar uma campainha às sete da manhã. Especialmente
a minha. A casa grande estava praticamente vazia, fazendo a campainha
ficar muito mais alta e a minha cabeça latejar.
Não tendo que trabalhar até as quatro, eu planejava dormir. A pessoa
que tocava continuamente minha campainha tinha estragado esse plano.
Tropeçando no meu colchão de ar, esfreguei a mão no rosto, indo para a
porta da frente.
Um pingo constante, um som de pingo veio da sala de estar, era a
água do teto ainda pingando em um balde quase transbordando.
— Filho da puta. – murmurei, ouvindo a campainha tocar novamente.
Com raiva, abrindo a pesada porta de carvalho, coloquei uma mão no
meu quadril, não dando a mínima para que a única coisa que eu usava era
uma calcinha fio dental e uma blusa. Eles eram os que estavam na minha
porta, afinal.
— Max?

73
Agora bem acordada, olhei para ele, fazendo um
rápido inventário do suporte com café em suas mãos
e um saco de papel marrom. Eu esperava ver o cara
pela cidade uma ou duas vezes, talvez. Ele não
deveria aparecer na minha porta.
— Bem, bom dia, sunshine8. – ele falou
com um sorriso enorme no rosto.
Ele cheirava in-crí-vel e parecia ainda melhor, usando uma simples
camiseta branca que combinava com ele como uma luva e jeans escuro.
Mas nem mesmo sua boa aparência e sotaque sulista poderiam aliviar
meu desconforto.
— Como você sabe onde eu moro? – questionei, olhando por cima do
ombro dele.
— Ah, eu moro do outro lado da rua. – ele moveu a cabeça na
direção da casa grande e seu sorriso nunca vacilou.
“Apenas espere até conhecer o vizinho.” – foram as palavras exatas
que o corretor de imóveis havia dito.
— Ah, meu Deus. – eu não pude deixar de rir. Que melhor maneira
de encontrar o vizinho do que deixá-la incliná-la e te foder no capô do seu
carro?
— Vi você tirar a placa do quintal no dia em que se mudou. Eu
estava me preparando para ir ao trabalho. – ele confessou.
— E você estava no Gooskis porque...?
— É a única espelunca na cidade.
O raciocínio dele era exatamente o mesmo que o meu - não consegui
encontrar falhas nele. Nós nos olhamos por alguns momentos silenciosos.

8 Sunshine: é um apelido. Quer dizer raio de sol.

74
Ele olhou para mim como se o sol estivesse orbitando
em meu rosto. Eu não tinha certeza se estava
lisonjeada ou desconfortável.
— Entre. – Balançando a cabeça, me virei e
fui para a cozinha.
Olhando por cima do meu ombro para
ter certeza de que ele estava me seguindo, vi seus olhos presos na minha
bunda. Ele rapidamente desviou o olhar quando me viu olhando para ele,
olhando para todos os outros lugares, menos para mim. Abafando uma
risada, balancei minha cabeça novamente.
Eu sabia que era impossível não notar a grande falta de móveis, as
paredes que precisavam desesperadamente de pintura e o estado geral
deprimente da casa - mas Max, sendo o cavalheiro por quem eu o
adorava, não disse uma palavra.
— Então, por que você não se apresentou antes? – perguntei
enquanto entrava na cozinha, apontando para a mesa redonda de madeira
para nos sentarmos.
— Eu não achava que te veria em Gooskis. – ele encolheu os ombros,
deixando de fora o resto de nossas comemorações noturnas.
— Isso é para você. – ele colocou um dos cafés na minha frente e
puxou um muffin de blueberry grande do saco de papel marrom.
— Obrigada. – eu sorri para ele, aceitando alegremente meu café e
doce.
Se ele soubesse que eu preferia um pau de manhã.
Guardei esse fato divertido para mim mesma, e não tão
elegantemente rasguei meu bolinho.
— Você não quer vestir roupas? – ele perguntou, olhando a minha
selvageria com um sorriso.

75
Um bufo sem graça escapou do meu nariz. —
Você acabou de ver minha bunda nua no caminho
para cá. Isso está incomodando você de repente?
— Não, você tem uma ótima bunda. Eu só
estava me certificando.
Esse cara.
— Então, o que você faz exatamente aqui? – perguntei, depois de
engolir minha quinta mordida.
— Eu sou um detetive.
Ah, sério?
Engasguei com meu muffin até os meus olhos lacrimejarem,
xingando o café quente que queimou a minha língua enquanto eu tentava
desesperadamente limpá-lo. — Desde quando os detetives transam com
garotas nos estacionamentos?
— Ah, me desculpe. Eu devo ter perdido o memorando que dizia que
eu não posso gostar de boceta. – ele brincou.
Eu ri de sua franqueza. Ele era um idiota arrogante. — Isso não é um
pouco clichê? Um policial da cidade pequena, detetive de todas as coisas?
– perguntei, brincando com minha reação surpresa.
Ele me deu um olhar divertido.
— Bem, não é tão clichê para uma mulher mudar para uma cidade
pequena e se apaixonar pelo detetive atraente?
Apaixonar-se? Eu lutei contra o desejo de franzir o nariz.
— Isso foi realmente muito bom. – eu ri. — Mas, eu não vou me
apaixonar por ninguém. – Isso é certo, acrescentei mentalmente.

76
— É tarde demais; você já está. – ele me deu um
sorriso idiota, unindo as mãos atrás da cabeça e
cruzando as pernas apoiando um dos tornozelos.
— Estou?
— Hum. Estamos no caminho de nos
tornarmos melhores amigos neste momento.
Em breve, você estará revelando todos seus segredos.
Tudo o que eu podia fazer era zombar dele.
Ele não tinha ideia de quem eu realmente era, e tinha que continuar
assim.
— Eu meio que sinto que você deveria ter me perguntado tudo isso
ontem à noite. – ele brincou. — Tenho meu distintivo no carro, se você
quiser ver. E se ainda não acredita em mim, pode ligar para a delegacia e
perguntar sobre mim sempre que quiser. – afirmou ele preguiçosamente.
— Meu sobrenome é Harrison, para constar.
Ah, que pequeno espertinho.
— Você sabe que não é assim que funciona uma transa de uma noite,
certo? – perguntei, colocando meu café.
— Eu não sou uma transa de uma noite só; Eu sou seu vizinho. –
Max corrigiu, ainda sorrindo. Ele estava sempre sorrindo.
Eu me perguntei como era ser genuinamente feliz e despreocupado,
algo que eu nunca teria o privilégio de sentir. — Um vizinho com quem
eu passei uma noite. – apontei.
— Não foi uma noite só. Vou ter você de novo.
— Supere isso você mesmo. – eu revirei os olhos.
— E transar com você? – ele perguntou, inclinando-se para mim.

77
O que?
— Você é um arrogante! Você não acabou de
dizer isso.
Nós rimos por alguns segundos antes de
sua expressão ficar sombria. Quando ele
parecia tão sério quanto naquele momento,
ele me lembrava de Con. Eu quase conseguia me convencer a acreditar
que seus olhos eram azuis brilhantes em vez de pretos.
Jesus, Rose. Que diabos está errado com você?
— Eu quero levá-la para jantar.
Então, ele diz coisas assim, me dando um tapa com a cara da
realidade.
— Maxwell. – sussurrei. — Max, eu sei o que você está tentando
fazer e isso nunca vai acontecer.
— Só quero levá-la para jantar. – ele levantou as mãos
inocentemente. — Como um amigo, você é nova aqui, certo? Não quer
alguns amigos?
Balançando a cabeça, suspirei pela milésima vez naquela manhã.
Ele estava certo: eu precisava fazer um esforço para criar mais
relacionamentos aqui.
— Do que você tem medo? – ele perguntou com uma voz suave.
Machucando você. Me enganando.
— Eu não tenho medo de nada. Só não quero um... relacionamento. –
eu parei.
— Então não teremos um relacionamento. Serei apenas seu amigo
com PSD.

78
— O que é PSD?
— Pau sob demanda. – ele encolheu os ombros.
Coloquei minha cabeça em minhas mãos para
esconder meu sorriso. Eu não sorria muito
havia muito tempo - ser capaz de rir de seu
senso de humor infantil me fez sentir um
milhão de vezes mais leve.
— Eu desço às oito. – eu cedi.
— Então, o jantar será às oito e meia. – ele falou, sorrindo
vitoriosamente para mim. Quando o celular começou a tocar, ele atendeu,
e eu vi aquele sorriso lindo sumir de seu rosto.
Se ao menos eu pudesse congelar esse momento dez segundos antes.

79
09
Eles cortaram o dedo
dela.

Presente...
Meu passado e presente colidiram na beira da estrada a caminho do
trabalho.
Eu não fui muito prudente, quando não prestei atenção à pequena
multidão de pessoas e a fita de isolamento, dirigindo direto por ela.
Minha mente ainda estava em Max, esperando que tudo estivesse bem.
Ele saiu antes mesmo de desligar o celular, falando baixo e mal me dando
um segundo olhar.
Lauren, minha nova colega de trabalho e algo parecido com uma
'amiga', me desvendou isso assim que entrei no salão de beleza.
— Você ouviu o que aconteceu? – ela perguntou, seguindo-me para
os fundos, onde estavam os armários dos funcionários.
— Não. – eu bufei, prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo
improvisado, ainda alheia à angústia em que a morena estava.

80
— Eles encontraram Jamie. – ela soltou um
soluço, torcendo o pingente de borboleta em seu
colar.
Eu não tinha ideia de quem era Jamie, mas
os seus olhos cheios de lágrimas e a ligação
que Max recebeu estavam claramente
relacionados.
— E Jamie está machucada?
— Ela está morta. – ela quebrou, praticamente se jogando em mim.
— Ok, vamos sentar. – eu a acalmei, caminhando para a sala de
espera e mantendo um braço em volta dos ombros dela. Seu corpo tremia
de maneira tão violenta. Sabia que, se ela não se acalmasse, ficaria
doente.
Depois de mais alguns minutos chorando e tentando se acalmar, ela
finalmente começou a falar novamente.
— Eles a encontraram no lado da estrada. Se não fosse pela tatuagem
de escorpião, eles talvez nem a reconheceriam.
Uma imagem da loira dos Gooskis passou pela minha mente.
Quantas mulheres no BlackPine tinham tatuagens de escorpião? Eu
queria perguntar o que ela queria dizer com não ser capaz de reconhecê-
la, mas não queria desencadear nada, então esperei impacientemente que
ela continuasse, prendendo a respiração.
— É como se eles tentassem fazê-la parecer com outra pessoa. Seu
cabelo estava pintado de vermelho, como a sua... – ela soluçou,
respirando fundo. — Eles cortaram o dedo dela.
Suas palavras reverberaram dentro do meu cérebro como um único
raio interrompendo a paz. Isso poderia ser completamente sem relação,

81
certo? Tinha que ser. Con estava morto. O xerife
Reynolds de Ponty-Poole confirmou pessoalmente.
— Você quer ir para casa? – eu engoli minha
paranoia em rápido crescimento e tentei colocar a
garota perturbada ao meu lado primeiro.
— Não. Eu ficarei bem. Não éramos
muito próximas, apenas estudávamos juntas. Além disso, não quero que
nenhum de nós fique sozinha agora. – ela balançou a cabeça para frente e
para trás e forçou um sorriso.
Eu me forcei a fazer o mesmo, moderando o caos que estava
ameaçando dominar minha psique.

Não foi surpresa que um crime tão violento tenha desacelerado os


negócios. Consegui me esgueirar para os fundos e mandar uma
mensagem para Molly, dizendo para ela me ligar o mais rápido possível.
Lauren parecia estar lidando bem, atendendo o telefone com uma
pequena dose de vitalidade em seu tom.
— Você tem certeza que está bem? – ela me perguntou pela quinta
vez.
Isso me fez sentir mal. Foi ela quem perdeu uma amiga.

82
— Eu juro, que estou bem. – eu dei a ela outro
sorriso falso antes de olhar para a revista que estava
fingindo ler.
— Hoje não será tão mal. Joshua estará me
levando para o Peak no domingo. – ela quase
gritou como uma adolescente.
Quando olhei para cima, tudo que eu podia ouvir era Like a Virgin da
Madonna, tocando na minha cabeça.
Eu respondi a esta notícia com uma emoção compatível? Quero
dizer, o Peak era para casais que gostavam de transar no carro depois dos
jogos de basquete do ensino médio. Pelo menos, foi o que ouvi ao pegar
um sanduíche na lanchonete algumas noites atrás. Meus dias na escola
estavam muito atrasados neste momento da minha vida.
Considerando que Lauren estava salva e namorava esse cara Joshua
desde antes de eu me mudar para a cidade, a situação não me gritava
exatamente sexo vulgar no carro.
— Isso deve ser divertido, certo? – eu me sentei, olhando para ela
para alguns esclarecimentos.
— Sim. Eeee. – ela se inclinou como se estivesse prestes a
compartilhar algo que mudaria a vida, com seus olhos castanhos
arregalados de emoção. — Ele tem um amigo...
— Absolutamente não. – Interrompendo-a antes que ela pudesse
deixar escapar a frase da boca, olhei para a minha revista.
Minha revista com as doze melhores dicas sobre como conseguir um
encontro quente. A ironia não se perdeu para mim.
O universo estava me dando um sinal para parar de agir como uma
prostituta? Ah bem, o universo poderia beijar minha bunda. Ele nunca
me fez nenhum favor antes.

83
— Ah, vamos lá, Rosie! – ela cruzou os braços e
mordeu o lábio inferior. — Depois do que aconteceu,
precisamos fazer algo para melhorar o clima.
Eu rangi os dentes, me perguntando como
diabos tínhamos a mesma idade e me irritei
que ela tivesse me chamado de Rosie quando
eu pedi a ela para não fazer isso cem vezes.
— Não. – eu disse, mais severa do que pretendia.
Sua expressão ficou triste, me fazendo sentir ainda pior. Eu tinha
muito em mente para lidar com isso. Eu queria sair correndo do maldito
salão, mas precisava de um emprego para sobreviver à idade adulta, e não
seria certo fazer isso com Lauren.
— Olha, por que não nos encontramos para comer pizza ou algo
assim uma noite após o seu encontro? – Esse era o meu acordo. Ela me
ofereceu oferta de paz após oferta de paz desde que me candidatei a esse
emprego, e eu a recusei.
Ela soltou um grito alto, praticamente pulando para cima e para
baixo. Ignorando seu discurso empolgado, peguei meu celular do bolso de
trás para ver as horas.
As horas não podiam voar rápido o suficiente.

84
10
Meu coração bateu
em minhas costelas e meu mundo ficou frio.

Presente...
Quando terminei de fechar o salão, já passavam das oito e meia da
noite.
Eu não tinha notícias de Max, então deixei Lauren sair uma hora
mais cedo. O estacionamento dos fundos só tinha meu Camry.
Suspirando, abri a porta, joguei minha bolsa para o lado do passageiro e
entrei.
Bocejando, liguei o carro e olhei duas vezes no espelho retrovisor. O
tempo parecia congelar. Não sei por quanto tempo fiquei assim antes de
virar lentamente a cabeça.
Olhei para o meu banco de trás com o meu velho urso pardo, que
deveria ter queimado junto com a cabana dos Burrows.
Ele estava com o olho direito faltando, o pelo marrom que antes era
brilhante havia desbotado significativamente, e o botão que serviu como
nariz desapareceu.

85
Ele era definitivamente meu urso. A única rosa
negra colocada sobre uma caixa branca em seu colo
solidificou isso.
Aquele sentimento que eu tinha de ser vista
voltou tão forte que eu senti fisicamente,
como se mil alfinetes minúsculos estivessem
sendo pressionados em minha pele.
Virando de volta, apertei o botão de trancar as portas e tive meu carro
dando marcha ré em dois segundos, saindo do estacionamento. Eu queria
a maior distância possível entre mim e o salão.
Dirigindo com uma mão, peguei minha bolsa, procurando
loucamente o meu celular. Depois que o peguei, pressionei enviar para a
última chamada que fiz, colocando no viva-voz. A cada poucos segundos,
eu olhava no espelho, como se o urso estivesse entrando em ação.
— Oi, linda. – Molly disse através do meu alto-falante. Era tão bom
ouvir a voz dela, mas agora eu a tinha na linha, estava me perguntando
por que liguei em primeiro lugar.
Ela voltaria em dois dias. Se eu dissesse a ela para não voltar, ela
voltaria imediatamente, e se eu mencionasse minha pequena surpresa no
banco de trás, ela provavelmente levitaria de volta para casa antes de
desligarmos.
Eu não tinha certeza se era seguro para ela aqui.
— Eu... não ouvi falar de você. Só queria checar você. – Forçando
minha voz a permanecer calma, agarrei o volante, lutando contra todos os
desejos de enlouquecer e gritar para ela correr muito, para muito longe.
— Estou bem, mãe. – ela riu, dizendo outra coisa certa quando o
celular começou a cortar. — Maldita interferência. Eu ligo para você...

86
Meu celular tocou duas vezes, com a tela
piscando indicando que a ligação foi perdida.
— Merda. – eu bati no volante com frustração.
Esfregando a palma da mão na testa, dirigi para
casa o mais rápido que pude. Depois de
pegar tudo o que eu precisava, corri para
casa, verifiquei as fechaduras das portas e
corri para a sala de jantar.
Sentada na beira do meu colchão inflável, olhei para a pequena caixa
branca. Parecia o tipo que alguém receberia de uma joalheria. Engolindo,
respirando fundo, eu cuidadosamente levantei a tampa e olhei para
dentro. Meu estômago caiu no chão - junto com um dedo decepado.
Brilhando como um farol no escuro estava o anel de casamento que
Con me deu na noite em que nos casamos à força. Isso não deveria ter
sido recuperável; estava na casa quando incendiou.
Con estava morto. O xerife me garantiu que ele e o resto dos
Burrows não sobreviveram.
Eu pulei e corri pela minha casa, verificando todas as janelas e todas
as portas, discando para o xerife enquanto seguia. Quando voltei pela
minha cozinha, parei repentinamente na porta. Meu coração bateu em
minhas costelas e meu mundo ficou frio. O gelo escorreu até meus ossos
nus e quebradiços e me transformou em nada além de um órgão vestigial.
— Xerife Reynolds. – eu ouvi a milhões de quilômetros de distância.
— Você me disse que ele estava morto. – uma voz completamente
estranha para mim quase gemeu no celular.
— Roselynn?
— Você me disse que o identificou pela arcada dentaria. Você
prometeu que estaríamos seguras! Por que você mentiu para mim? – A

87
mesma voz estranha exigiu, entupida de emoção. Eu
não conseguia desviar o olhar das rosas negras na
minha mesa. Elas estavam perfeitamente colocadas
em um vaso do meu antigo quarto.
Con estava perto; ele estava na minha
casa. Ele não estava morto. Isso por si só foi
suficiente para me levar a uma parada
cardíaca.
Ele matou aquela garota por minha causa e, se eu sabia alguma coisa,
isso era porque ele estava apenas começando.
O celular caiu da minha mão e bateu no chão opaco de madeira com
um eco retumbante. A voz preocupada do xerife Reynolds continuou a
soar pelo alto-falante. Um segundo depois, um sinal sonoro alto sinalizou
alguém ligando de outra linha com um número desconhecido.

88
11
O que ele fez ontem a
noite não foi nada comparado com o jeito
brutal que ele estava me fodendo agora.

Passado...
O homem com quem dormi não era o monstro com quem acordei.
Ele já estava dentro de mim quando abri meus olhos, me penetrando
como se ele pretendesse me fazer sangrar.
— Con. – eu suspirei, com o meu corpo se afastando de seus
movimentos severos.
— Estou quase terminando, Rosie. – ele sussurrou, penetrando ao
máximo e fazendo tudo de novo. Eu gemi de desconforto quando ele
encostou no meu colo do útero.
— Você estava tão molhada para mim quando acordei. Sua boceta
estava implorando pelo meu pau, garotinha. – ele gemeu, agarrando um
pouco do meu cabelo na raiz.

89
— Pare. – eu o empurrei, virando minha cabeça
para tentar aliviar a queimação no meu couro
cabeludo. Eu não estava acostumada a isso; Eu ainda
estava tentando acordar, e minha boceta estava
dolorida por suas intermináveis sessões de
ontem a noite.
Ele deixou cair a boca no meu pescoço e
começou a mover sua língua em um movimento circular, antes de morder
com força suficiente para dilacerar a pele.
Eu gritei, empurrando-o o mais forte que pude, sentindo lágrimas
escorrerem dos meus olhos.
— Porra, sim. Grite para mim, Rosie. – ele sussurrou, agarrando
meus pulsos com tanta força que parecia que os ossos quebrariam.
Por que ninguém vem me ajudar?
Ele continuou penetrando em mim, ignorando meus pedidos para ele
parar. Seu corpo finalmente ficou tenso com seu orgasmo, e eu senti seu
esperma escorrer dentro de mim. Quando ele apoiou sua testa suada na
minha, os seus lábios tentaram encostar nos meus, eu me afastei. Meu
coração estava intitulado em seu eixo como uma confusão.
— Não. – ele sussurrou, saindo de dentro de mim, agarrando minha
mandíbula e apertando enquanto ela era prendida.
— Saia de cima de mim. – eu falei, lutando fracamente contra ele
novamente.
— Você não se nega para mim, nunca. Você entendeu? – Seus olhos
azuis escureceram a um grau que eu nunca pensaria ser possível se não
estivesse vendo com meus próprios olhos. O Constantine com quem eu
estava familiarizada se foi. Em seu lugar havia um estranho que era
mortalmente aterrorizante. Lutei para acenar, tentando acalmá-lo para
que ele me deixasse ir.

90
— Está bem; não se sinta muito mal. Eu sei que
você é nova nisso. Você vai melhorar. – Seu aperto
ficou leve e ele deu um beijo rápido na minha
bochecha antes de cruzar o quarto.
Eu vou melhorar? Eu preciso dar o fora
daqui! Ele abriu uma gaveta e tirou algumas
roupas, jogando uma camiseta grande na
minha direção e uma cueca. Meu estômago doeu quando o vi tirar uma
arma e enfiá-la na cintura da calça jeans. Saia, saia, saia!
— Constantine, eu preciso ir para casa. – eu falei baixinho como se
estivesse tentando apaziguar um predador.
— Apresse-se e tome banho. É quase meio-dia e precisamos pegar a
estrada em breve. – ele agiu como se eu nem tivesse falado.
Fiz dois punhos, tentando ganhar o controle das minhas mãos
trêmulas.
— Eu não gosto de repetir, Rosie. Estou tentando ir com você com
calma agora. Levante-se e vá tomar banho. – ele se virou e olhou para
mim. Eu estremeci com seu tom de voz, me odiando por mostrar que
estava com medo. Quem diabos era esse homem? Eu o julgara tão
severamente todo esse tempo?
Sua paciência era como um pavio aceso em exibição. Pude o ver
cada vez mais curto, com o impacto explosivo sendo totalmente
direcionado a mim.
Levantando da cama o mais rápido que pude com as pernas
trêmulas, corri em direção ao banheiro, mas ele me pegou no meio.
— Não se assuste; Prometo que vou ficar com você. – ele beijou
minha têmpora e bateu levemente na minha bunda nua, me incentivando
na direção do banho em anexo.

91
Poderia me ajoelhado e implorado para que ele
me deixasse ir, mas eu não consegui fazer isso. O
orgulho era uma coisa tão imprudente e estúpida.
Liguei o chuveiro e esperei a água
esquentar. Meu reflexo chamou minha
atenção e me fez piscar para afastar novas
lágrimas. Marcas de dentes, um pouco de
sangue e uma ferida roxa feia estavam impressas no meu pescoço. Meus
pulsos tinham um conjunto correspondente, mas nem de longe era tão
ruim.
Desviando o olhar antes de perder completamente a cabeça, entrei
na água quente e tentei me acalmar o suficiente para pensar em um
plano.
Eu não entendi o que estava acontecendo. Sua confissão sobre me
observar desde os quatorze anos ressurgiu e me arrepiou. Tantas
perguntas passavam em meu cérebro. Por que ele faria isso e por que ele
estava fazendo isso? E como diabos eu iria me afastar dele?

Não havia saída. No segundo em que saí do chuveiro, deslizei a


camiseta de grandes dimensões por cima da cabeça e terminei de vestir a
cueca, Con reapareceu como um fantasma.

92
— Você é tão linda, Rosie. – ele disse da porta
do banheiro. — Eu peguei uma coisa para você. – ele
sorriu, puxando um buquê de rosas pretas das costas.
Seu sorriso vacilou com o meu silêncio retumbante.
— Obrigada. – murmurei, lentamente
caminhei para frente para aceitá-las. Queria
desesperadamente cair no chão e me
encolher na posição fetal, mas eu não lhe daria nenhuma razão para me
machucar.
— Precisamos ir agora. – explicou ele depois de me entregar as
rosas.
— Para onde estamos indo? – Minha voz estava notavelmente calma,
considerando que eu tinha um tornado de emoções em guerra dentro de
mim.
— Isso é uma surpresa. – ele piscou, segurando meu cotovelo. Ele
me levou pelo seu quarto e voltou para o corredor. Os únicos sons da
casa eram seus passos pesados e os pingos ocasionais dos meus cabelos
no chão. Todas as luzes estavam apagadas e todas as portas estavam
abertas. Cada quarto que passamos era limpo com perfeição.
Onde estavam todos?
Quando saímos pela porta da frente e em direção a seu Hummer
ocioso, um medo avassalador me paralisou. Se eu entrasse no carro dele,
sabia que isso acabara.
A visão do Lincoln do meu avô estacionado na garagem do outro
lado da rua aumentou essa única emoção. Meus pés descalços
deslizaram pela calçada de pedra enquanto eu tentava me afastar.
— Deixe-me ir, apenas me deixe ir. Prometo que não vou contar a
ninguém. – implorei.

93
— Não torne isso difícil, Rosie. – alertou Con.
— Seu maldito psicopata, me deixe ir! – gritei
para ele, balançando o buquê como se fosse um
morcego.
Eu nunca vi a mão dele chegando. Um
segundo eu estava de pé, e no outro eu
estava tropeçando, sentindo o gosto de sangue nos dentes.
— Porra, olha o que você me fez fazer, Rose. – ele se irritou,
agarrando-me pela gola da camiseta, fazendo com que rasgasse quando
me arrastou para o carro. Tropecei nos meus próprios pés e caí, gritando
quando a pele dilacerou em meus joelhos.
— Cale a boca. – Con murmurou, virando-se e me puxando pela
garganta.
— Porra. – Minha resposta foi baseada puramente no instinto e
adrenalina nas minhas veias. Estendi a mão e passei as unhas por seu
rosto, cravando o mais forte que pude.
Ele me empurrou para longe dele com um palavrão furioso, me
fazendo engasgar com a força de sua palma batendo na minha traqueia.
A saliva escorreu pelo meu queixo quando me virei e me arrastei para a
rua. No segundo em que eu estava de pé, houve um clique distinguível
atrás de mim.
— Seu avô está dormindo agora. Como fácil seria colocar uma bala
nas suas costas e depois fazer uma visita a ele?
Ele realmente atiraria em mim? Eu não podia arriscar. Se eu fosse
eliminada, isso era uma coisa, mas meu avô era precioso para mim - eu
nunca o colocaria em perigo. Eu já não tinha enganado a morte o
suficiente?
— Ok, eu vou. – exalei uma respiração desfigurada.

94
Lentamente, dei um passo cuidadoso e medido
de volta ao homem que não reconheci, até estar bem
na frente dele. Eu me preparei para sua brutalidade
quando o olhei nos olhos.
Meu coração acelerou um momento
quando ele se aproximou e levou a mão ao
meu rosto. Em vez de me bater de novo, ele
simplesmente segurou minha mandíbula.
— Eu deveria foder sua bunda aqui e lhe dar um motivo para gritar.
Acha que o vovô Earl gostaria disso? – Seu sorriso estava cheio de
maldade; Engoli em seco e balancei levemente minha cabeça.
— Achei que não; Entre na caminhonete antes que alguém nos veja.
Fiz o que me disse subindo e orando a Deus para encontrar uma
maneira de sair disso. Con subiu no banco do motorista e saiu
silenciosamente da garagem.
Fomos para longe de minha casa, longe da única família que me
restava, em direção a um futuro tão desolado e triste quanto meu
coração tolo.

95
12
Ele pensou que eu
não fugiria?

Passado...
Ele dirigiu por horas, me fazendo ir para o banco de trás e me deitar
sempre que ele precisava comprar gasolina.
Quando ele parou, há muito tempo o céu ficou preto e eu sabia que
estávamos muito além de Ponty-Poole. Acordei de uma soneca
involuntária no momento em que ele descia uma estrada com grama e
privada. Minha bexiga estava estourando e meu estômago roncando.
Olhei pela janela as árvores, vendo o fraco brilho distante de uma
fogueira. Olhei para o relógio, contando quanto tempo ele levou para
chegar à estrada. Doze minutos exatamente.
— Já está planejando uma fuga? – ele perguntou com humor
inoportuno em seu tom.
Eu não me incomodei em dar uma resposta. Nem um minuto depois,
ele parou em uma pequena clareira circular.

96
Olhando para a esquerda, vi uma cabana
quadrada de tamanho moderado; à minha direita,
uma fogueira estava acesa e as pessoas estavam
sentadas ao redor dela em bancos de tronco de
árvores.
— Onde estamos? – eu perguntei
corajosamente.
— Em casa. – foi sua resposta monótona e contundente. — Vamos;
eles estão esperando por nós. – ele abriu a porta e saiu, fechando-a com
força e se afastando de mim sem um segundo olhar.
Ele pensou que eu não fugiria?
Não, ele sabia que eu não fugiria. Não quando as palavras de
despedida dele foram, eles estão esperando por nós. Eu tinha que saber a
quem ele estava se referindo. Além disso, as únicas coisas ao meu redor
eram assustadoras árvores vazias. Fugir para o deserto sem ter ideia de
onde estava seria incrivelmente estúpido.
Preparando-me para o que poderia testemunhar, saí da caminhonete
e segui na direção que Con tinha ido. Grama e folhas tocavam as solas
dos meus pés descalços. A brisa suave era um lembrete severo de que a
única coisa que cobria meu corpo era uma simples camiseta e suas
cuecas.
Quando me aproximei, as formas ficaram mais claras e tive que
piscar para me certificar de que não estava vendo coisas.
Molly estava sentada entre Justin e Darren, com o rosto pálido
manchado e a aparência geral desarrumada. Wes, o ex de Darcy, estava
sentado na frente de Vicky, e tinha uma faca pequena pressionada na
garganta. O branco de seus olhos era visível. Pegando o meu ritmo,
andei até o círculo em que todos estavam sentados.

97
— O que é isso? – eu olhei diretamente para o
Con, que havia conseguido se sentar e aberto uma
cerveja.
— Aí está a minha Rosie. – ele disse
orgulhosamente e sorrindo carinhosamente
para mim. As chamas alaranjadas dançaram
em seu rosto e o fizeram como o diabo. Era
apropriado para o papel que estava escolhendo desempenhar. — Venha
aqui. – ele bateu na perna, indicando onde ele me queria.
Dei uma rápida olhada na direção de Wes e silenciosamente eu
caminhei até o Con. Nenhum dos Burrows disse uma palavra, mas seus
sorrisos eram presunçosos. Quando cheguei ao meu destino, abaixei e me
sentei rigidamente no colo de Con.
— Ela não é linda? – ele perguntou a ninguém em particular,
passando o nariz pela lateral do meu pescoço.
— Ela parece melhor que a última. – Justin concordou, levando uma
garrafa de cerveja até a boca.
— A última? – perguntei.
— Bem, você não é a primeira. De fato, você é minha última. Lembra
o que eu te disse ontem à noite? – Con perguntou, dando um beijo no
meu ombro.
— Não entendo. Por que você me escolheu? – eu olhei em volta,
desejando que um deles respondesse à minha pergunta.
— Vamos falar disso um pouco mais tarde. Primeiro, vamos entreter
nossos convidados. – ele sussurrou no meu ouvido, mordendo
suavemente o lóbulo inferior e estendendo a mão ao meu redor para
deslizar sua garrafa de cerveja entre as minhas pernas.

98
Minha respiração prendeu quando ele
pressionou o vidro contra a minha boceta. A
condensação escorreu nas minhas coxas.
— Abra suas pernas, Rosie. – ele murmurou,
alto o suficiente para que todos pudessem
ouvir.
— Não, por favor, não me faça fazer isso. – eu sussurrei.
— Se você não quiser, tudo bem. Eu só vou inclinar seu amigo e
enfiar essa garrafa na bunda dele. Isso soa como uma troca justa?
— Você move, e ela vai te cortar ao meio. – alertou Justin quando
Wes fez um som na garganta.
— Por que você está fazendo isso?
— Isso é sim ou um não? – ele perguntou, me ignorando. Fechando
os olhos, levantei-me e lentamente puxei sua cueca pelas minhas pernas.
Con fez um som de aprovação e começou a puxar a camiseta pelas
minhas coxas para expor tudo.
— Con, por favor. – eu implorei novamente quando ele me puxou de
volta para seu colo, abrindo minhas pernas.
— Sabe, quando você implora, meu pau fica duro. Quando você
chora, eu fico um pouco mais duro. E quando você grita, eu quase me
esqueço e digo foda-se para toda lógica. – ele terminou com um sussurro,
enfiando o gargalo da garrafa em mim.
Não havia umidade para cumprimentá-la. O sólido e grosso aro
forçou meu buraco. Enquanto ele continuava a enfiar a garrafa, minha
boceta tentou forçar o objeto duro e estranho. Eu fechei meus olhos com
força, tentando deixar a mente aceitar o que ele estava fazendo.
Meu corpo respondeu por conta própria, com as minhas pernas
fechando, apenas fazendo doer mais.

99
Mordi meus lábios com tanta força que cortei
meu lábio inferior. Um soluço sufocado agitou o meu
peito.
— Se você não quer que ninguém se
machuque, você se abrirá bem e
amplamente, para que todos vejam o show.
Ele apoiou o antebraço no meu peito para me prender no lugar e
começou a deslizar a garrafa para dentro e para fora da minha boceta. A
condensação no vidro não fez nada para me ajudar. Não houve
flexibilidade ou ceder para o gargalo da garrafa.
Era o gargalo em camadas que mais doía, encostando nas paredes
secas da minha boceta. Quando ele começou a mover a garrafa em um
movimento circular, um gemido de dor saiu involuntariamente. Minha
dignidade e orgulho se dividiram em um milhão de pedacinhos.
— Deixe-a em paz. – Molly soluçou, enterrando o rosto nas mãos.
— Não chore, Molly. Rosie gosta de ser minha prostituta. – Con a
acalmou, enfiando muito fundo a garrafa de cerveja, eu gritei e me
masturbei em seu colo. Primeiro olhei para a terra, com a minha visão
obscurecida pelas lágrimas. Con se levantou e levou a garrafa de volta à
boca, bebendo a cerveja restante com goles exagerados.
Eu nunca me senti tão triste na minha vida. Eu queria ir em direção
as chamas e morrer - eu as deixaria me levar direto para o inferno, se
era isso que eu merecia.
— Você ainda quer sair com minha garota, Wes? – Con perguntou e
a minha mente ficou em um vazio quando ouvi o som do seu zíper se
abaixando, desligando para me salvar do que ele planejava fazer a
seguir.
— Ela é apenas uma amiga, cara. Eu nem sabia que ela estava com
você, eu juro. Não é bem assim. – a voz de Wes falhou.

100
— Então por que você sentiu a necessidade de
explicar muito que não está interessado? A maioria
das pessoas não faz isso sobre alguém por quem é
apenas amigo, Wes. – ressaltou Justin.
— Bom ponto. – Con concordou.
— O que você quer de mim? – Wes
implorou.
— Eu quero que você sente aí e veja como Rosie chupa o meu pau. –
explicou Con.
— Não. – eu sussurrei da minha posição no chão, uma e outra vez.
— Se você fizer isso, eu o deixarei ir. – persuadiu Con.
— Mas você disse...
— Cale a boca. – ele gritou, interrompendo Vicky. — Rose?
Ele poderia estar mentindo, mas eu pelo menos tinha que tentar
libertar Wes. Molly também, se eu pudesse. Uma pequena chama de
esperança floresceu no meu peito.
Levantando-me do chão, eu corri para onde Con estava, rangendo os
dentes enquanto ia, trazendo o meu rosto ao nível do zíper de sua calça
jeans. Dor irradiava entre minhas pernas; a dor de ter sua garrafa de
cerveja dentro de mim ainda estava recente.
Ajoelhei-me aos pés dele e olhei para ele, sabendo que eu estava um
desastre imundo. Isso não o impediu de tirar o seu pau duro e esfregá-lo
nos meus lábios. Levou toda a força de vontade que eu possuía para
abrir minha boca e deixá-lo entrar.
Os soluços de Molly se transformaram em fungadas baixas. Wes
murmurou incoerentemente, e os Burrows fizeram comentários enquanto

101
observavam o irmão foder minha boca. O fundo da
minha garganta se tornou o alvo de suas investidas
duras.
— Boa menina, Rosie. – ele elogiou, me
agarrando pela nuca. Engasguei e engoli
repetidamente, lutando para respirar pela
boca. Bolhas de ranho e um fluxo constante
de lágrimas cobriram meu rosto, obscurecendo minha visão e obstruindo
minhas vias aéreas.
Bloqueei tudo ao meu redor, desesperada por seu esperma cobrir a
minha língua e escorrer no meu estômago.
Cheguei entre suas pernas e agarrei suas bolas, fazendo o que eu vi
as estrelas pornôs fazerem nos vídeos. Aparentemente, isso foi um gatilho
mágico.
— Porra. – Con gemeu, movendo o pau dentro e fora com
movimentos loucos e erráticos. Assim que o sêmen branco e salgado foi
liberado, ele tirou e gozou na minha cara. Jatos brancos caíram em meus
lábios e se misturaram com o muco escorrendo do meu nariz. Ele
empurrou minha cabeça para baixo e usou mechas do meu cabelo para
limpar minha saliva do seu pau agora mole.
Encolhi-me no chão, sentindo todos os olhos em mim e me recusando
a fazer contato com um único par.
— Você ainda é a melhor, Rose. – Con murmurou, guardando o pau
antes de caminhar em direção a Wes.
— Um acordo é um acordo. – ele disse em voz alta.
Eu ainda estava engasgando e cuspindo quando ele colocou o cano
da arma na testa de Wes e apertou o gatilho, estourando seu cérebro pelo
chão da floresta.

102
13
Eu desprezava o
órgão doentio no meu peito por responder às
suas palavras.

Presente...
Olhei para o celular, já sabendo quem estava na outra linha. Pegando-
o do chão, eu atendi e não lhe dei a chance de começar a brincar com a
minha cabeça.
— Seu filho da puta doentio. Por que a matou? – eu disse através do
alto-falante. Sua risada em resposta fez com que todos os folículos
capilares do meu corpo arrepiassem em alerta. Eu momentaneamente
esqueci como respirar. Ele realmente estava aqui - a prova estava do
outro lado dessa ligação.
Então, que tipo de jogo estamos jogando agora?
— Rosie. – ele disse com um suspiro suave. — Senti falta de ouvir
seus palavrões.
— Você deveria estar no inferno.

103
— Bem, eu não poderia chegar sem você. –
respondeu ele com indiferença.
— O que você quer? – Isso era uma pergunta
estúpida; Eu sabia exatamente o que ele queria:
sua décima segunda rosa sagrada.
O último elo diabólico entre as nossas
famílias e a sua devoção à madrasta o deixaram paralisado quando me
deixou ir. Seu escárnio disse tudo isso.
— Eu quero minha esposa de volta. – ele respondeu suavemente.
Fechei os olhos e disse a mim mesma para lembrar tudo o que ele
havia feito comigo e com Molly, e me lembrar de que eu deveria culpá-lo
pela pessoa feia que eu era por dentro. Todas as garotas que eu ajudei a
atrair até a morte e que só queriam se divertir... Eu desprezei o órgão
doentio no meu peito por responder ao seu charme. Meu coração escuro
batia ao ouvir suas palavras doces, sempre atadas com veneno agridoce.
Essa minha alma gêmea me fez uma garota tão vil.
— Eu não sou sua esposa. Aquilo nem sequer foi um casamento de
verdade.
— Tenho certeza de que o oficial morto não concorda com isso.
Esfregando a mão no rosto, caminhei lentamente pela casa, checando
cada janela e todas as portas. Peguei o ferro enferrujado junto à lareira
fechada antes de subir as escadas. A voz grave de Con falou no meu
ouvido o tempo todo.
— Como você saiu da casa? – eu o interrompi, precisando saber
como ele sobreviveu.
— Dê-me algum crédito, Rose. Sempre soube todos os movimentos
que você faria antes de fazê-lo.
Touché, imbecil.

104
Parei no patamar quando percebi que ele nunca
correria o risco de morrer.
— Quem você acha que deixou a graxa no alto?
— Aquilo foi um teste. – murmurei, mais
para mim do que para ele, verificando
cautelosamente em todos os quartos.
— Foi um teste e você falhou. Você se lembra do que acontece
quando falha em um dos meus testes, Rosie?
Como eu poderia esquecer? Esforcei-me para agradá-lo como se ele
fosse meu rei. Fiz isso para Molly e eu não sentirmos fome. Eu fiz isso
para nos manter seguras. Se falhamos em um teste, as ramificações
sempre duravam muito além do castigo inicial.
Por quatro anos, pensei que ele estivesse morto.
Por quatro anos, ele teve tempo de planejar tudo o que faria para me
fazer pagar por abandoná-lo. Eu o deixei envolvido pelas chamas,
rezando para que a fumaça podre enchesse seus pulmões e o matasse
antes que o furioso incêndio o fizesse.
— Onde você esteve esse tempo todo?
— Me reinventando. – ele riu.
— O que você vai fazer? – eu parei de andar, me preparando para a
resposta dele.
— Talvez me apresente a Lauren. Talvez tenha uma boa conversa
com Max. Talvez surpreenda Molly. Não se preocupe; Eu entrarei em
contato.
O celular apitou, sinalizando que ele havia desligado a ligação.
Fiquei rígida, mordendo o lábio inferior e segurando o ferro como se
quisesse moldá-lo com a pele na palma da mão.

105
— Foda-se. – eu sentei no meio do corredor. O
que eu ia fazer? Isso não era tão simples quanto ir à
polícia. Con pensou em tudo - ele garantia que a bola
estava sempre em sua quadra9. Apressar-me para
fazer algo impetuoso causaria um efeito
dominó desastroso.
Eu já tinha jogado com ele antes, mas
estava preparada para o que estava por vir. Eu não tinha planejado isso.
Eu poderia ir embora - ir para algum lugar novo e começar de novo.
Uma cidade desta vez, onde seria mais difícil me encontrar, porque sair
do mapa claramente não iria funcionar. Se eu tivesse que sobreviver no
meu carro e juntar moedas por uma rosquinha por dia, eu poderia
sobreviver. Eu já fiquei sem comida antes.
Con costumava me acorrentar na casinha e me fazer dormir no frio.
Levantando-me do chão, corri de volta pelas escadas, descendo-as de dois
em dois. Quando cheguei aos fundos, levei um segundo para normalizar
minha respiração.
As emoções no meu peito estavam enlouquecendo. Olhei em volta da
minha casa e senti uma gravidade desafiando o peso em meus ombros.
Esta era a minha casa. A única que eu já tive. Não era bonita ou
brilhante, mas caramba, ela era minha. BlackPine era um lugar seguro. Eu
tinha um emprego; Eu poderia fazer amigos aqui. Ele estava fodendo
tudo. Tudo que eu queria fazer era viver. Por que ele não me deixa fazer
isso? Por que ele não pôde finalmente viver sem mim, como eu implorei?
Era uma pergunta retórica, e eu já sabia a resposta. Era a mesma
razão pela qual acordei pensando nele e fui dormir em uma cama fria

9Que a bola estava sempre em sua quadra: ela está fazendo uma referência
ao um jogo. Que ele sempre tinha que ter o controle do jogo, já que eles
parecem estar em um entre eles.

106
fazendo o mesmo. Goste ou não, fomos amarrados
por arame farpado embaixo de nossas peles.
Eu não tinha ideia de como removê-lo, mas tinha
que fazer alguma coisa. Meu passado precisava
permanecer no passado - mesmo que uma
parte danificada de mim quisesse que ele
fosse o meu futuro. Ele tinha me cortado e
podado com sucesso em tudo o que queria.
Escuridão saiu dele.
Saiu dele e penetrou em mim.
Fiquei em conflito, dividida entre amor e ódio, alegria e pavor.

Um dedo poderia permanecer intacto dentro de um freezer?


Este foi o meu dilema quando Max bateu na minha porta da frente.
Eu pulei, deixando cair a coisa nojenta no chão pela segunda vez.
— Rose, eu sei que está aí! – ele gritou.
Merda. Ele sabia que o assassinato estava relacionado a mim? Eu
pensei em ignorá-lo, mas isso só me faria parecer suspeita.
Depois de jogar o dedo no fundo do meu freezer, tirei o vaso da
minha mesa e joguei no lixo. Eu arrumei o meu cabelo e abri a porta
quando ele estava prestes a bater novamente.

107
— Desculpe, eu estava usando o banheiro. – eu
menti.
— Eu não queria que a comida esfriasse. – ele
sorriu, entrando e caminhando em direção à
minha cozinha. O aroma de dar água na boca
de comida chinesa seguiu atrás dele.
Meu estômago escolheu esse momento para me lembrar de que não
comia nada desde aquela manhã. Olhei para o escuro, me perguntando
onde Con estava. Eu não ficaria surpresa se ele estivesse me observando
naquele segundo. Suspirando, fechei a porta e a tranquei.
Encontrei Max arrumando a comida sobre a mesa, completamente
inconsciente de com quem ele realmente estava sentando para jantar.
— Você não precisava me trazer comida. É tarde e tenho certeza de
que você teve um longo dia.
— Não posso deixar uma moça bonita passar fome. – ele olhou para
mim com seu sorriso característico no rosto.
Como ele faz isso? Como ele está tão feliz o tempo todo?
Eu me sentei na mesma cadeira que eu tinha sentado no início do dia
e peguei um dos keep coolers10 que ele trouxe com ele.
— Não teria ficado com fome, sabia? – Levantando uma sobrancelha
para ele, eu peguei um par de pauzinhos e peguei um pouco do lo-mein11
que ele estava sentado na minha frente.
— Eu sei, eu sei. Você é uma mulher forte e independente que não
precisa de um homem. – brincou ele, sentando-se à minha frente.

10keep coolers: é a bebida.


11 Lo mein: é um prato chinês com macarrão de ovo. Geralmente contém
vegetais e algum tipo de carne ou frutos do mar, geralmente carne bovina,
frango, porco e camarão.

108
Revirei os olhos e comemos em silêncio por
alguns minutos. Eu esperei que ele dissesse o que
aconteceu, mas ele nunca o fez. De fato, parecia estar
evitando o assunto. Ele estava mais interessado em
fingir saber sobre a minha vida, aparentemente.
— Então, cadê sua irmã?
— Ela tinha algo para cuidar; ela voltará depois de amanhã.
Um som na garganta foi a sua única resposta para isso.
— Ela se parece com você? – ele perguntou depois de outro trecho de
silêncio. Poderia dizer que ele estava apenas tentando conversar. Eu
estava sendo uma péssima companhia para o jantar, mas tinha razões
justificáveis.
Pode ter parecido mais lógico afastá-lo, transformar-se em uma
cadela delirante e fazê-lo me odiar, mas já era tarde demais. Ele tinha seu
pau dentro de mim e seu nome nos meus lábios. Ainda não tinha certeza
de qual era o jogo final de Con, então fiquei de boca fechada. Poderíamos
atravessar a ponte em chamas quando chegássemos a ela.
— Ela tem a pele pálida e cabelo vermelho de cenoura. Por quê?
Você também está interessado nela? – eu provoquei.
Seus cabelos ruivos eram a única coisa que a mantinha viva. Con
tinha uma queda por ruivas. Se ela fosse loira, todos os pedidos do mundo
não a teriam salvado.
— Não, estou de olho nessa linda mulher que mora do outro lado da
rua. – ele falou.
Engoli tão forte que doeu, forçando meus lábios a se inclinarem para
cima. Se ao menos os seus olhos vissem minha alma em vez de meu
rosto. Então, ele veria todos os meus segredos sujos. Ele veria tudo o que
eu estava escondendo dele.

109
Estava na ponta da minha língua desabafar e
dizer a ele que eu havia matado antes. Não porque eu
quisesse, mas porque eu precisava, e eventualmente
comecei a ansiar por isso. Que comecei a andar e,
eu poderia ter fodido ao lado de um cadáver e
gozado de novo. Que eu não era a garota
doce ao lado que todo mundo sempre me via.
— Você provavelmente deveria focar em alguém um pouco que
valesse mais a pena. – eu mantive o meu tom leve, enquanto ao mesmo
tempo lhe dizia a verdade. Não era algo que eu fazia com frequência.
— Por que você não vale a pena, Rose? O que você fez que a torna
tão indigna do amor? – ele se inclinou para frente, me encarando como se
a resposta magicamente se mostrasse na minha testa.
Esse homem estava teimosamente determinado a ter algum tipo de
relacionamento comigo além do âmbito da amizade. Por que ele não viu
que não haveria grandes igrejas e sinos de casamento no meu futuro?
Eu não iria para a fazenda que sempre quis, com crianças brincando
aos meus pés e cachorros latindo nos campos. Era uma vez, eu pensei que
minha vida seria preenchida com essas coisas. Eu sabia bem agora.
Minha história não foi escrita para ter um final feliz. Eu não merecia
ser recebida nos grandes portões brancos quando tudo estava dito e feito.
— Você é um bom homem, Max. – eu me resignei, baixando meu
olhar para a mesa para evitar o dele.
Eu não era a melhor juíza de caráter, mas algo em meu instinto me
disse que Max tinha potencial para ser ouro puro, e isso significava que
eu o mancharia. Foi o que eu fiz; Eu estraguei tudo o que era bom. Assim
como eu estava fazendo com esta cidade.

110
— Você não vai me dizer, vai? – ele suspirou e
olhou através do lugar, mordendo o lábio inferior. Foi
a primeira vez que o vi parecer frustrado. Não gostei
de vê-lo sem sorrir. Eu nunca quis isso.
Tomei um gole da minha bebida e
depois me levantei, dando a volta para ficar
na frente dele. Sem dizer uma palavra, eu me
abaixei e segurei seu rosto em minhas mãos, abaixando minha boca na
dele. Ele ficou tenso por um minuto, antes de finalmente ceder ao meu
toque.
Seus lábios se separaram e eu deslizei ansiosamente minha língua
entre eles, deslizando-a sobre o céu de sua boca.
Ele tinha um sabor doce, como o keep cooler de maçã azeda que
acabei de beber.
Ele parecia seguro e normal. Eu queria fazê-lo se sentir melhor; dar a
ele o meu corpo era o mínimo que podia fazer. Sabia que eu estava
transmitindo alguns sinais muito confusos, mas já era tarde demais.
Suas mãos se moveram para minha bunda enquanto me forcei entre
ele e a mesa. Eu mordi o seu lábio inferior e enfiei meus dedos em seus
cabelos, dando-lhe um puxão forte.
Devagar, um aviso silencioso sussurrou na minha cabeça. Eu não
queria ir mais devagar.
Eu queria que ele deixasse ir. Eu não era um toque de penas e beijos
carinhosos - eu era indecente, e era isso que eu queria.
Com um gemido baixo, ele se levantou abruptamente, quase me
derrubando, separando as nossas bocas.
— Eu entendi, Rose. – ele praticamente gemeu, me agarrando pelos
ombros e me forçando a me virar. — Você quer bruto, certo? – ele

111
perguntou, puxando meu short até os tornozelos e
enfiando um joelho entre as minhas pernas.
— Sim. – eu assenti, me deitando na mesa
quando ele abriu as minhas pernas, me fazendo
perder o equilíbrio.
Senti seu hálito quente na parte de trás
da minha panturrilha uma fração de segundo antes que ele estivesse
passado sua língua até minha nádega direita, desenhando círculos na pele
antes de afundar os dentes.
Um gemido suave saiu da minha boca. Fechei os olhos e deixei a
testa cair sobre a mesa. Ele agarrou a nádega redonda e moveu a boca
para o outro lado, repetindo o movimento na minha nádega esquerda,
mordendo um pouco mais. Eu gemi de satisfação, me empurrando contra
ele. Seus lábios caíram em ambas as marcas de mordidas quando ele
lentamente puxou minha calcinha.
— Vou enfiar o meu pau aqui. – ele disse, abrindo as minhas nádegas
e colocando a ponta da língua logo acima do meu buraco enrugado.
— Deus, sim. – eu gemi, não hesitando em implorar por seu belo pau
na minha bunda.
— Ainda não. – ele brincou.
Abri minha boca para reclamar, fechando-a quando ele enfiou o
polegar todo, girando-o para me relaxar.
— Max. – eu gemi de frustração.
Ele riu, se afastou e segurou as duas nádegas, separando-as o mais
longe que pôde, empurrando o rosto entre elas.
— Monte em minha língua com sua bunda. Monte o mais forte que
puder. – ele pediu.

112
Não precisava me dizer duas vezes. Eu me
afastei ao mesmo tempo em que ele se adiantou e eu
fodi seu rosto com minha bunda, como ele queria que
fizesse. Meus gemidos e respirações ofegantes
preenchiam a casa vazia.
Minhas unhas cravaram na mesa de
madeira, deixando marcas de arranhões para
trás. Ele enfiou a língua dentro e fora, acompanhando meus movimentos
irregulares.
Estendi a mão e agarrei seu cabelo, me esfregando em sua língua o
mais forte que pude. Minha boceta latejava entre as minhas pernas,
implorando por atenção, com a excitação escorrendo pela minha coxa.
Quando me abaixei para acariciar meu clitóris, Max se libertou e se
levantou. Um forte empurrão nas minhas costas fez meu peito colidir com
a mesa.
Dentro de segundos, seu pau duro estava entrando em mim sem se
importar.
— Porra, Max. – eu sussurrei o nome dele, esfregando meu clitóris e
deslizando dois dedos dentro da minha boceta. Ele fodeu minha bunda
sem piedade; assim como eu queria, como eu precisava. Parecia que seu
pau ia me dividir bem no meio.
A mesa balançou embaixo de nós, começando a deslizar pelo chão de
madeira com os nossos movimentos violentos.
— Que porra você está fazendo comigo? – ele sussurrou, batendo
uma mão sobre a mesa para se segurar, envolvendo a outra no meu
cabelo.
— Sinto muito. – eu disse, sentindo o meu clímax iminente correndo
em minha direção.

113
— Cale a boca, Rose. – ele puxou minha cabeça
para trás, forçando minhas costas a se curvarem e o
seu pau se aprofundar. Nada inteligível poderia sair da
minha boca depois disso. Eu adicionei mais dois
dedos, empurrando todos os quatro dentro e
fora da minha boceta, profundamente.
Foi como uma corrida para ver o que me
faria gozar mais forte.
No final, não pude escolher; Eu gozei gritando seu nome, esfregando
furiosamente meu clitóris enquanto ele penetrou em mim.
Ele continuou a penetrar enquanto eu tentava recuperar o fôlego. Seu
pau inchou e ele se enterrou completamente, gozando com uma variação
diferente do meu nome em seus lábios.
— Rosie. – ele disse, inclinando-se sobre mim para beijar a minha
bochecha.
Era muito parecido com ele. Tudo o que fizemos parecia quase o
mesmo. Fechei os olhos antes que ele pudesse ver a tempestade caótica
dentro deles.

114
14
Ela era linda, como o
sol, mas também cancerígena.

Presente...
Como ela pôde fazer isto comigo?
Eu andava de um lado para o outro, fechando e abrindo meus punhos.
Ela estava me afastando de propósito. Eu a conheci. Eu quebrei minhas
costelas e tirei pedaços de mim para transformá-la.
Rose era minha, minha, minha. Por que diabos ela estava fodendo
com a minha cabeça? Ela era o alter que fui forçado a adorar; linda como
o sol, mas também cancerígena. Ela era um maldito veneno doentio
invadindo meus pulmões, um tumor do qual não conseguia me livrar.
Eu precisava dela. Não valia a pena viver sem ela. Não sofri apenas
quatro anos por esta mulher? Para que ela tivesse alguma ilusão de
liberdade fingindo que eu não era nada além de um cadáver nítido
apodrecendo no chão?

115
Rose-Mary me disse para buscá-la. Eu não
estava indo. Eu ia encontrar outra pessoa, mas ela
disse que haveria um sinal quando chegasse a hora.
Ela entrava no meu quarto e me montava
bem devagar enquanto sussurrava no meu
ouvido.
Rose-Mary foi a primeira mulher que teve o meu pau duro e me
ensinou como tratar as mulheres em geral. Ela adorava quando eu batia
nela, em seus lábios ou em seu olho. Eu nunca tive minha mãe de verdade
por perto, e ela se aproximou para nos criar, sendo uma esposa obediente
para meu pai.
— Você encontrará sua própria Rose algum dia. – ela sussurrou,
lambendo meu pescoço, e então ela disse-me como eu saberia qual Rose
era a perfeita. O número doze sempre foi o objetivo final. Eu nunca
perguntei o porquê, mas meu pai concordou, então eu apenas acreditei
nisso.
Carreguei Rose-Mary comigo no meu coração; juntando minhas
rosas o mais rápido que pude.
Tudo até o dia em que a vi. Foi quando vi a luz. No segundo em que
ela sorriu para mim, a fixação começou. Nenhuma das rosas durou muito
tempo, mas eu sabia que essa seria diferente. Esta era especial.
A segunda vez que a vi, ela tinha grandes lágrimas escorrendo pelo
rosto. Eu estava de pé na sala do tribunal, esperando ouvir a fiança com o
meu pai por fazer a mãe dela sair da estrada.
Sua defesa estava sendo fácil. Isso foi tudo uma besteira, no entanto.
Ele sabia o que estava fazendo.
A ruiva bonita estava histérica demais para me notar naquele
momento. Não foi até que uma mulher ao seu lado se inclinou para

116
confortá-la que ouvi o nome completo dela pela
primeira vez. Roselynn. Todo mundo sempre a
chamava de Rose, no entanto.
Eu sabia que era o destino. Eu e aquela linda
garota fomos feitos um para o outro. Eu não
a estava perdendo novamente. Tive que
terminar o que eu comecei para que ela
pudesse voltar para casa.
Olhei para a minha próxima vítima, uma mulher dormindo
profundamente em sua cama. Ela não estava consciente de que eu estava
na casa dela desde que ela entrou bêbada. Ela se esqueceu de checar a
porta dos fundos antes de passar por sua rotina noturna.
Eu a vi jantar, tomar banho e deitar debaixo dos lençóis para
adormecer. O tempo todo ela pensou que estava segura, como Rose
costumava pensar. Era tão fácil entrar em suas casas e observá-las por
horas e horas. Eu costumava dormir no armário de Rose. Ela tinha um
suéter azul coberto pelo meu sêmen.
Eu o escondi no fundo toda vez que saí, certificando-me de que ela
não o encontrasse.
Caminhando e puxando minha balaclava sobre o rosto, me movi
rápido. Eu prendi o corpo da mulher com o meu e pressionei a mão sobre
a sua boca. Os olhos dela se abriram, movendo, arregalados e frenéticos.
Ela tentou gritar, mas eu já esperava isso. Agarrei-a pela garganta e
comecei a apertar.
— Ou você para de gritar, ou eu a estripo aqui. – eu sussurrei em seu
ouvido.
Ela imediatamente parou, olhando para mim com confusão e
lágrimas nos olhos. Para deixar minha ameaça clara, pressionei a lâmina
da minha faca de caça contra o pescoço dela.

117
— Vamos nos levantar bem devagar agora. –
expliquei, me afastando dela, mas deixando a faca
onde estava. Ela engoliu audivelmente, afastando o
edredom.
— Por favor. – Sua boca tremia, seus
cabelos castanhos estavam completamente
desarrumados e ela estava quase nua.
Adorava quando elas estavam assim - com tanto medo, elas iriam
mijar se você mandasse.
— Vamos, querida. Temos um lugar para ir. – eu agarrei o seu
cotovelo e a mantive ao meu lado, levando-a pelas escadas e em direção à
porta dos fundos. Ela chorou o caminho todo, é claro, mas isso não me
incomodou.
Verificando se tudo estava claro, eu a conduzi para fora, trancando a
porta atrás de nós.
— Entre. – eu a instruí, abrindo a porta de trás da caminhonete. Ela
fungou, balançando a cabeça para frente e para trás. Não tive paciência
para lidar com essas besteiras de pânico. Agarrando o seu cabelo, eu
praticamente a levantei no banco de trás, batendo meu cotovelo na lateral
do rosto dela quando ela tentou gritar.
— Vamos lá. – eu bati no banco do motorista, dando a Justin tudo
bem. Prendi a mulher na nuca, ignorando seus soluços.
— Ela voltará para casa. – ele me garantiu, referindo-se a Rose, sem
tirar os olhos da rua.
— Eu sei. – respondi depois de um minuto. Mas ela não sabia onde
ficava nossa nova casa.
Administrar uma empresa de construção civil era útil de várias
maneiras. Eu construí nossa casa inteira pensando nela.

118
Eu estava tentando ser um cara decente e dar a
ela a fazenda da qual ela sempre falava. Ser um cara
legal era cansativo, então eu achei que decente seria
suficiente.
Justin não demorou muito tempo para
chegar ao salão. Ele foi até a porta lateral
que havia sido destrancada por esse mesmo
motivo. Saí, levando meu entretenimento para a noite comigo.
— Volto em quarenta minutos. – eu o instruí antes de entrar. Ele me
fez uma saudação de capitão e saiu, tirando a caminhonete da vista.
— O que você vai fazer comigo? – ela perguntou, cambaleando em
seus pés enquanto eu a dirigia para uma cadeira de couro preta específica.
— Vou lhe dar uma nova aparência; agora sente-se e não se mexa.
Não queremos que você se machuque.
Eu a observei nos espelhos, pegando alguns secadores de cabelo e
chapinha para que pudesse amarrar a cadela antes de começar a trabalhar.
Ela me observou o tempo todo, tremendo tanto que parecia que
estava tendo convulsões.
Veja, eu nunca levantei minha voz para as garotas que peguei.
Sempre conversei com elas como faria se realmente me importasse
com os sentimentos delas, levando-as a um estado de segurança um tanto
tranquilas.
Essa mulher sabia bem e, no segundo em que tirei minha máscara,
solidificou o fato de que ela não estava saindo da cadeira em que eu a
havia amarrado.
— Lembre-se, não grite. – eu avisei novamente, pegando atrás de
mim a de tesoura de Rose.

119
Levei menos de cinco minutos para raspar o
cabelo da mulher. Fios de cabelo preto a cobriam, a
cadeira e o chão.
Ela não parava de chorar, e ranho escorria
pelo nariz. Voltei para cima da cabeça dela
pela segunda vez, não querendo que fios
soltos aparecessem quando eu coloquei sua
peruca vermelha. Isso foi muito mais rápido do que tentar transformar o
cabelo de alguém do mesmo tom de Rose.
— Abra. – eu andei até a frente da cadeira e pressionei a minha
máscara contra seus lábios cobertos de muco.
— Por que você está...?
— Porque você não trancou sua porta. – eu a interrompi, enfiando o
tecido preto em sua boca.
Alcançando meu bolso do moletom com capuz, peguei o cabelo
sintético e o coloquei cuidadosamente em cima de sua cabeça, alisando os
fios sedosos com um suspiro.
— Muito melhor. – eu comentei, ajustando a cadeira para que ela
estivesse recostada.
— Agora, esta próxima parte vai doer um pouco. – eu expliquei
calmamente enquanto pegava a minha faca de caça da penteadeira. Ela
balançou a cabeça para frente e para trás, gritando incoerentemente e sem
sentido para mim. Mais do que provável, era alguma forma de implorar.
Pressionando a ponta da faca em seu estômago nu, eu lentamente
comecei a fazer minha primeira incisão. Vermelho escuro e bonito
imediatamente começou a escorrer, acumulando-se dentro do umbigo.
Refiz a linha curva, indo um pouco mais fundo desta vez, inspirando
profundamente quando ela gritou como meus porcos costumavam fazer.

120
Meu pau pulsou no meu jeans quando ela gritou
um pouco mais alto quando fiz a segunda incisão.
Havia tanto sangue começando a escorrer, que era de
tirar o fôlego.
Escorreu pelas laterais do seu estômago,
pingando no chão de azulejos brancos e
manchando a cadeira de couro embaixo dela.
Eu precisava ver mais. Meu pulso acelerou quando eu voltei ao meu
símbolo, enfiando a faca completamente dentro dela, desejando que ela
saísse de suas costas e rasgasse a cadeira.
Ela emitiu um som abafado na garganta. Eu jurei que seus olhos
estavam saindo de suas órbitas, mas eu continuei. Isso aconteceu na
segunda vez em que enfiei a faca. Tratei-a como se eu fosse um fanfarrão,
abrindo a maçaneta, ouvindo o osso e o intestino se mexer e ficar rígido.
Sua cabeça caiu, a vida tendo deixado seu corpo no meio do meu método
de escultura.
Minhas mãos tremiam quando tirei a lâmina. Se isso fosse muito
tempo atrás, Rose estaria de joelhos agora, me chupando e me
masturbando com as mãos.
Ligando outra chapinha, esperei que esquentasse, depois a cauterizei
minha marca para que ela se destacasse melhor. Um cheiro de borracha
queimada encheu o ar quando sua pele queimou e o sangue estalou como
óleo quente.
Passando a mão pelo queixo, dei um passo para trás e admirei minha
arte antes de pegar um pente para que eu pudesse arrumar o cabelo dela.

121
15
Ele nos canta uma
canção de ninar, onde nós morremos no
final.

Passado...
Ouvi seus passos pesados descendo o corredor. Molly se aproximou
mais perto de mim, tremendo pelo frio juntamente com o medo. Agarrei
suas mãos pálidas e frias, contando os segundos antes dele chegar.
As duas novas meninas sentaram-se no lado oposto do quarto, longe
de nós. Elas pensaram que éramos como ele. Eu não as culpo; na
verdade, elas não estavam completamente erradas. E se eu visse o que
elas tinham visto, poderia ter chegado à mesma conclusão.
Molly e eu só tínhamos permissão de usar vestidos brancos de seda
vintage, e nosso cabelo sempre deveria estar apresentável. Nosso quarto
era pintado de um rosa suave e nossas camas douradas eram da melhor
qualidade.
Não era como as pessoas geralmente imaginavam que duas meninas
sequestradas viveriam.

122
Con fez o de costume e parou três portas abaixo,
continuando a cantar sua música doentia.
Isso era coisa dele e um de seus métodos de
tormento. Ele nos cantava uma canção de ninar
onde morreríamos no final.
Quando a maçaneta da porta começou a
girar lentamente, as duas garotas se agarraram, como se isso as
protegesse dele.
Pobrezinhas.
No começo, eu sempre me perguntava onde ele havia encontrado
seus novos brinquedos, mas depois de ficar com ele por mais de seis
meses, descobri que havia um padrão nele. Ele tinha métodos para sua
loucura, e eles tinham tudo a ver comigo. Então, de certa forma, eu era a
loucura dele. Eu era a doença que ele se alimentava.
Con entrou com o seu sorriso encantador no lugar, parecendo tão
bonito como sempre. Justin estava logo atrás dele, parando na porta.
— Molly. – Con a cumprimentou com um aceno, me ignorando; Eu
ainda estava sendo desprezada por enfrentá-lo na semana anterior. O
hematoma no meu rosto estava começando a desaparecer devido aos nós
dos dedos dele se encontrando a ele.
— Ei. – ele gentilmente disse as novas garotas, agachando-se ao
nível delas.
— Por favor, deixe-nos ir. – implorou a mais velha. Molly e eu
olhamos nossos olhares para nossos colos.
Essa sempre foi a pior parte - quando as meninas imploravam para
serem soltas. Juravam que fariam qualquer coisa pela liberdade. As
coisas que Con inventava nunca deixaram de me surpreender.

123
— Vamos jogar um jogo simples primeiro. Se
você participar, prometo que deixarei você ir. – ele
prometeu com a mão direita sobre o coração,
exalando sinceridade.
As meninas o olhavam cautelosamente,
mas ambas acenaram com a cabeça em
concordância. Eu fiz uma careta para elas,
mordendo minha língua.
Toda vez que isso acontecia, era como receber uma colher de
vinagre. Elas foram eu uma vez. Eu fui desarmada pelos olhos e sorriso
bonito de um mentiroso bonito.
— Tudo bem, nós vamos para a sala de jantar. – ele se levantou,
estendendo as mãos para elas. Cada uma delas agarrou uma mão e
permitiu que ele as levasse para fora do quarto, dando olhares incertos
para Molly e eu.
— Vamos, vocês duas. – ordenou Justin, virando-se para seguir seu
irmão.
— Rose, eu não posso. – Molly sussurrou, com lágrimas se formando
em seus olhos. — Eu não posso assistir ele...
— Shh, você sabe o que vai acontecer se ele ouvir você. – eu
enxuguei as lágrimas do rosto dela, pegando o seu rosto em minhas
mãos.
— Nós vamos ficar bem. – eu garanti a ela. E não era mentira. Ele
pode nos machucar, jogar jogos que nos faziam questionar nossa
sanidade e nos fazer provar nossa devoção a ele, mas ele nunca nos
deixou ir. Ele disse que éramos uma família e nada iria separar isso.
— Vamos. – De pé, eu me abaixei e peguei sua mão novamente para
ajudá-la. Ela abaixou a cabeça, andando um pouco atrás de mim com os

124
ombros caídos e o queixo inclinado no peito,
totalmente derrotada pelo conhecimento do que viria
a seguir.
Quando entramos na sala de jantar quase
vazia, as duas meninas já estavam sentadas
em cadeiras de madeira velhas com os olhos
cobertos, ambas surpreendentemente calmas.
Ele gostava de fazer a mente das pessoas vaguearem e tirar
conclusões precipitadas sobre o que ia acontecer. Ele gozava com a
menor quantidade de medo. Con ficou de lado, fumando um cigarro.
Nossos olhos se encontraram enquanto eu cruzava a sala, com o seu
requintado azul colidindo com o meu castanho escuro e meu estômago
revirou. Era pura insanidade sentir amor por ele. Essa mensagem não
ficou clara para o meu coração. Eu sabia que ninguém jamais entenderia
como me sentia - como eles poderiam?
O carinho que eu nutria por ele era apenas outro segredo que eu
escondi dentro de mim.
Desviando o olhar para o chão, caminhei e me sentei em uma
cadeira precária, mantendo Molly ao meu lado. Também estávamos
acostumadas a essa rotina.
Justin estava sentado em um banquinho no canto, servindo como um
centauro. Vicky estava fazendo Deus sabe o quê, e Julie desapareceu
misteriosamente quatro meses atrás. Eu tinha quase certeza de que ela
estava enterrada com todos os outros na floresta.
— Vocês estão prontas? – ele perguntou às meninas, apagando o
cigarro no cinzeiro.
— O que fazemos? – perguntou a mais próxima a ele, mexendo na
cadeira dela.

125
— Nada; apenas sentem-se aí. – ele respondeu,
pegando sua grande faca de caça de Bowie na mesa
lateral do aparador. Ele começou a circular atrás de
nós, tocando gentilmente o topo de nossas cabeças.
Na terceira volta, as palavras que eu
esperava ouvir começaram a escapar de sua
boca. Justin levantou-se para se juntar a ele
andando por nossas cadeiras.
— Unidunitê. – ele começou a cantar baixinho. A garota bem na
minha frente imediatamente começou a chorar. Eu apoiei minhas mãos
no meu colo, fechando-as em punhos e cravando minhas unhas nas
palmas das mãos até que elas perfurassem a pele. Molly imitou minha
posição, fechando os olhos até a rima terminar.
— Pegue sua mulher de surpresa. Se ela gritar, não a deixe ir
unidunitê. Minha mãe disse para escolher a melhor Rose, e você... você
não é... ela. – ele parou atrás da garota que começou a chorar e agarrou
seus cabelos, puxando a cabeça para trás e expondo o pescoço.
— Não! – ela gritou, falhando em se afastar antes que ele passasse a
lâmina serrilhada em sua garganta.
Eu não pisquei quando ela caiu da cadeira, engasgando com o
próprio sangue. Em vez disso, eu cheguei para o lado e entrelacei meus
dedos com os de Molly, deixando-a me apertar tão forte quanto ela
precisava.
Molly nunca assimilou isso da maneira que eu fiz. Talvez ver mortes
brutais antes tivesse me ajudado a lidar melhor do que uma pessoa
comum.
Eu a deixei me usar como um pilar para se apoiar, tentando ser um
gerador de força sempre que ela precisava.

126
Justin tinha as mãos grandes nos ombros da
menina mais nova, mantendo-a no lugar enquanto
ela tentava fugir. Sem surpresa, ela não reagiu com
graça quando o sangue arterial atingiu sua
bochecha. Con a ignorou completamente,
voltando para a mesa do aparador. Eu olhei
para o corpo sem vida no chão. Os olhos
verdes da garota ainda estavam bem abertos. Sua cabeça estava
inclinada em um ângulo estranho, permitindo que eu visse diretamente
eles. Eu me perguntava qual era o nome dela e de onde ela veio.
Minha visão foi bloqueada quando Con parou na minha frente,
pegando o meu queixo e inclinando a minha cabeça para trás, então eu
estava olhando para ele.
Molly soltou minha mão assim que ele chegou perto.
Ele olhou para baixo como se estivesse me analisando, passando a
ponta do polegar sobre os meus lábios antes de colocá-lo entre eles.
Sua boca se inclinou para os cantos quando passei minha língua por
ele. Eu sabia que ele era um idiota doentio, mas seu sorriso nunca falhou
em fazer meu coração disparar. Suas próximas palavras, no entanto,
rapidamente o fizeram bater e queimar.
— Eu quero que você faça isso, ok? – ele estava perguntando, mas
não era realmente uma pergunta.
A última e única vez em que me recusei a tirar uma vida, ele me fez
me arrepender profundamente.
— Aqui. – ele removeu o polegar da minha boca e me ofereceu um
martelo com a parte da garra apontada para baixo. Eu mantive meus
olhos presos nos dele e passei minha mão ao redor do cabo de madeira.
Ele deu um passo para o lado, segurando o meu cotovelo e me
colocando de pé. Não me arrisquei a olhar para ver o rosto de Molly. Ela

127
jurou que não me odiava pelas coisas que eu fazia,
mas eu não queria descobrir se ela estava mentindo
ou não.
Inspirando uma respiração rápida e trêmula,
aproximei-me da garota que ainda estava
chorando e presa nas mãos de Justin.
Fiz isso um total de oito vezes agora e cada vez me deixava um
pouco mais insensível. Matá-los estava ficando um pouco mais fácil,
porque eu sabia que era a única saída deles.
Minhas mãos começaram a suar, então ajustei meu aperto e parei a
alguns metros de distância da garota. Justin acenou para mim para me
informar que ele a segurava com força. O que quase parecia simpatia,
sempre se refletia em seus olhos castanhos.
Essa garota parecia ter a minha idade, o que significava que ela
poderia ter entre quinze e dezoito anos de idade.
Dado que Con disse que me viu quando eu tinha catorze anos e ele já
tinha 23 anos naquele momento, eu sabia que ele não se importava com
coisas tão triviais.
Balancei a cabeça para Justin, e depois bati a parte redonda do
martelo na cabeça dela. Um grito horrível e terrível saiu de sua boca.
Meu coração pulou na minha garganta e eu bati novamente, mais forte
do que anteriormente.
Desta vez, houve uma abertura satisfatória no lóbulo frontal.
Quando Justin a soltou, ela caiu da cadeira, aterrissando imóvel ao lado
de sua amiga morta em uma poça crescente de sangue.

128
16
No meio do nada,
éramos livres para cometer quaisquer atos
carnais que alguém pudesse imaginar.

Passado...
Ele me levou de volta para o nosso quarto e me disse para esperar lá
dentro. Fiquei olhando pela janela enquanto ele e Justine arrastavam as
meninas pela floresta até que eu não podia mais vê-las.
Passando meus dedos pelo meu cabelo, andei e me sentei na cama,
eventualmente deitando e olhando para o teto.
Se minha vida seguisse um curso normal, eu me perguntava o que
estaria fazendo naquele momento. Enquanto algumas pessoas se
sentavam para assistir televisão, jantando tarde ou se preparando para
uma boa noite de sono, eu estava esperando que os corpos fossem
enterrados.
No meio do nada, éramos livres para cometer quaisquer atos carnais
que alguém pudesse imaginar. Con me disse que nunca levou meninas da

129
mesma área e nunca levava apenas ruivas. Às vezes,
ele ficava um dia inteiro procurando minha próxima
réplica.
Eu tinha acabado de fechar os olhos e
comecei a cochilar quando o clique suave da
porta o fez voltar a abrir. Con estava em
cima de mim antes que eu pudesse piscar
completamente, tirando a camisa e abrindo o cinto.
Eu sabia o que vinha a seguir. Sempre foi o mesmo. Ele precisava
me foder depois que representou uma fantasia de me matar. Isso era seu
flagelo.
— Senti sua falta, Rosie. – ele se inclinou e beijou minha bochecha,
levantando a barra da minha camisola. Eu não olhei para o seu corpo
sólido e definido e não tinha vontade de lambê-lo do abdômen até o pau
duro antes de colocá-lo para a minha boca.
Estiquei os braços acima da cabeça, ajudando-o a tirar o fino
pedaço de seda. Arrepios se espalharam pelos meus seios e meus
mamilos endureceram com a leve corrente de ar no quarto.
— Eu também senti sua falta. – murmurei, dizendo o que ele queria
ouvir. Mas eu realmente não quis dizer isso, não queria abraçá-lo e
implorar para que ele parasse de machucar as pessoas.
Ele puxou minha calcinha pelas minhas pernas e depois as separou.
Com um encolher de ombros descuidado, ele colocou o rosto acima da
minha boceta e usou os dentes para morder a fio do meu tampão,
puxando-o lentamente.
Ele não se importava de me comer no meu período menstrual. A bola
ensanguentada de algodão foi jogada no outro lado do quarto, e então
ele se inclinou para trás, dando uma rápida lambida no centro da minha
boceta.

130
— Você sabe que é só você, certo? Sempre será
você. – ele subiu em cima de mim para ficar entre as
minhas pernas, prendendo-as sobre os ombros e
encolhendo-as até quase tocarem meu peito.
Ele sempre dizia que eu era a número
doze, mas o desejo de matar nunca parava
quando ele terminava sua tarefa.
— Eu sei. – disse quando ele deslizou dentro de mim. Ele colocou
uma mão entre nós e pressionou minha barriga, me fazendo sentir tudo.
Ele moveu seus quadris contra os meus, com cada impulso mais forte que
o anterior. Eu podia sentir o sangue escorrendo pela fenda da minha
bunda e encharcando seu pau.
Um som de sucção molhada encheu o ar quando ele entrou e saiu.
Mordi o lábio, tentando silenciar os sons devassos vindos da minha boca.
Ele sorriu maliciosamente, sabendo exatamente por que eu estava
fazendo isso. Ele sabia que eu fingia odiá-lo por causa de Molly. A
verdade era que eu adorava um homem que deveria ter desprezado com
todo o meu ser.
— Ainda tentando fingir que você não gosta quando eu te fodo? –
Sua voz ficou baixa quando ele saiu completamente da minha boceta e
me penetrou de novo.
Sua mão deslizou para baixo e os seus dedos encontraram o caminho
para o meu clitóris. Ele me penetrou, destruindo a minha determinação a
cada impulso. Minhas pernas começaram a tremer e meu corpo tremia
embaixo dele.
Joguei minha cabeça para o lado quando o clímax me dominou,
tentando abafar meus gritos nos travesseiros da cama. Agarrei seus
antebraços e cravei minhas unhas em sua pele. Eu sempre quis marcá-lo;
as pequenas cicatrizes nas costas eram todas minhas.

131
Nenhum de nós era gentil um com o outro. A fina
corda da moderação havia arrebentado há muito
tempo. Dor e prazer eram uma droga intoxicante, e
eu continuava tomando uma overdose dele.
— Sua vadia louca. – ele riu
carinhosamente, inclinando-se para pegar
minha boca. Ele mordeu o meu lábio inferior
até as lágrimas arderem nos meus olhos e eu provar o sangue.
Quando os músculos de seu peito ficaram tensos e seu pau inchou,
estendi a mão e agarrei sua bunda perfeita, puxando-o para dentro de
mim o máximo que pude.
— Você é viciante para caralho. – ele murmurou em meus lábios,
relutantemente se afastando de mim. Minhas pernas não estavam mais
presas ao meu corpo e simplesmente caíram juntas.
Con se levantou e olhou para mim como ele sempre fazia. Ele olhou
para mim como se eu valesse alguma coisa. Apesar da dor que ele às
vezes me causava, eu sabia que ele nunca me machucaria de verdade.
Não quando ele olhava para mim do jeito que ele fez. Não quando se
esforçava para matar outras garotas, para que ele nunca se arriscasse a
me matar. Era muito incompreensível, eu sei, estar apaixonada por
alguém tão violento, alguém que matou sem remorso, alguém que
machucou você apenas para que eles pudessem fazer você se sentir
melhor. É por isso que éramos almas gêmeas - apenas nos entendíamos.
Eu o entendi.
— Venha aqui. – ele ordenou com uma voz rouca, indo ficar na beira
da cama.
Eu me virei até ficar de joelhos e rastejei através da nossa bagunça
de sangue nos lençóis azuis para alcançá-lo.

132
— Você sabe o quanto eu te amo. – Era uma
afirmação, não uma pergunta. Nunca foi posta em
questão quando nós dois sabíamos como o outro se
sentia. Ele agarrou a parte de trás da minha
cabeça e empurrou para baixo até seu pau
mole estar no meu rosto.
— Você vai chupar até eu ficar duro de
novo. – explicou ele.
Eu abri minha boca ansiosamente e o peguei completamente.
Agarrei a base grudenta e ensanguentada, começando a acariciar para
cima e para baixo quando me afastei para chupar suas bolas, rolando-as
suavemente com a minha língua.
Ele me deixou brincar com elas por alguns minutos antes de me
puxar para enfiar seu pau de volta na minha boca. Não demorou muito
para que ele estivesse movendo seus quadris e fodendo meu rosto.
— Rosie. – ele sussurrou meu nome e seus músculos da perna
ficaram tensos. Seu esperma atingiu o fundo da minha garganta e molhou
a base da minha língua, misturando com o meu gosto.
Ele não foi tão suave de novo antes de me puxar para cima e me
abraçar, nos esmagando juntos. Eu podia ouvir o coração dele batendo
tão rápido quanto o meu.
Nada mais importava naquele momento além de nós. Sem Justin, que
estava lá embaixo jogando videogame, ou Molly, que vomitou e chorou
até dormir. E sem Vicky, onde quer que ela estivesse. Con estava certo -
ninguém iria nos pegar.
As pessoas o rotularam como um monstro que roubou uma garota
em plena luz do dia e corrompeu sua mente. Elas simplesmente não
entenderiam.

133
Eu não sou uma pessoa má. Eu sou apenas uma
garota tola que se apaixonou por um homem muito
ruim.
E eu ainda estou apaixonada.
Caindo, descendo na toca escura do
coelho, eu vou e sem um fim à vista.

134
135
17
Uma única rosa
negra foi colocada em seu colo.

Presente...
Eu estava correndo pela casa, tentando encontrar meu sapato fora do
lugar, quando Darcy decidiu ligar.
Lauren havia cancelado no último minuto, sua mãe precisava de
alguém para abrir o salão. Essa mensagem foi recebida às quatro e
cinquenta da manhã, aproximadamente cinco horas atrás.
Eu tinha muito com o que lidar, e isso era a última coisa que queria
fazer, mas dizer não, não parecia a melhor ideia enquanto eu ainda estava
no meio do meu período de estágio. Queria mostrar que era responsável.
Na verdade, está certo que isso não estava indo tão bem.
Depois que terminei com Max e ele educadamente decidiu ir embora,
passei o resto da noite pensando em um demônio de olhos azuis. Con
ficou em silêncio, e isso nunca foi uma coisa boa para ele.
— Alô? Você está me ouvindo? – Darcy disse no meu ouvido.
Não. — Claro. – zombei, olhando minha casa no pé da escada. Ela
estava falando sobre um cara incrível que ela conheceu recentemente.

136
Eu devia a ela mais do que estava dando. Nossa
amizade sobreviveu porque ela não tinha ideia do que
eu tinha passado.
Con me fez manter contato com ela e o meu
avô depois que ele me levou, contando uma
história elaborada sobre um amor de
juventude.
Ela nunca acreditou totalmente em mim, questionando como eu
poderia abandonar meu avô depois de tudo o que ele fez por mim. Ele,
por outro lado, era sincero, sempre me dizendo que entendia tudo sobre o
amor.
Quando Con e eu 'terminamos', Darcy não se incomodou em tentar
esconder sua emoção.
— Você está bem? – Todo o entusiasmo em sua voz se transformou
em preocupação.
— Estou bem, só estou atrasada. – suspirei. Eu deveria desabafar e
dizer a ela que o amor da minha vida estava de volta do túmulo? Minha
melhor amiga não tinha ideia de que tipo de pessoa eu era.
— Ah. Por que você não me contou isso à uma hora atrás? – ela riu.
— Me liga mais tarde, ok?
— Vou te mandar uma mensagem. – prometi, desligando o celular e
saindo correndo pela porta.

137
A realidade completa da minha situação desabou sobre mim no
segundo em que virei a chave e abri a porta.
A luz do sol filtrava-se pelo salão vazio, iluminando o que parecia
um corpo mutilado. Rapidamente entrei, bati a porta e girei a chave na
fechadura, esperando que ninguém estivesse vendo o que eu acabei de
ver.
Antes que eu pudesse me virar completamente, meu celular estava
tocando novamente. Eu sabia que era ele. O time era perfeito demais.
Apertando o botão lateral para silenciar sua ligação, caminhei em direção
à cadeira, olhando a parte de trás da cabeça da mulher.
— Ah, meu Deus. – eu apertei a mão sobre a boca, olhando para a
mãe de Lauren.
Distraidamente deixei minha mão cair na minha coxa, onde eu tinha
um símbolo do infinito gravado exatamente como aquele em seu
estômago. Uma única rosa negra foi colocada em seu colo.
Como diabos ele a trouxe aqui? Quando ele fez isso?

138
Eu podia ver a rigidez começando a se fixar em
sua mandíbula e pescoço. Pelo cheiro forte isso foi
pelo menos seis horas atrás. Obviamente, foi ele quem
enviou a mensagem pelo celular dela.
Quando meu celular começou a tocar de
novo, peguei-o no bolso de trás.
— Por quê? – eu exigi saber.
— Bem, bom dia para você também, Rosie. Você realmente precisa
trabalhar suas boas maneiras no telefone. – ele disse para mim.
— Por que você fez isso?
— Você sabe o porquê. – ele suspirou. — Sabe o quanto quero que
seja você, em vez delas? Fico me perguntando por que você é tão especial
e ainda precisa encontrar uma resposta.
— Eu deixei você para morrer. – eu disse, tentando descobrir o meu
próximo passo.
Eu precisava sair do salão e me afastar do corpo antes de chamarem a
policia. Se eu chamasse.
— Eu mereço. Quebrei minha promessa por você. Você realmente
acredita que eu não sabia que você iria fugir?
— Se sabia, por que me deixou ir? Nada disso tinha que acontecer. –
gritei no celular, correndo pelo estacionamento dos fundos até o meu
carro.
— Eu sabia que você ia me deixar. Eu só esperava que você não
fizesse isso.
— Con. – eu engoli, tentando me recompor. Eu não era bom em lidar
com essa merda, o que era dolorosamente claro. Eu me senti exausta, não

139
por falta de sono, mas pela vida. — Você quase me
matou. Você me deixou com hematomas, e eu pensei
que isso era amor.
— Você não me ama mais? – Ouvir a
angústia em sua voz deveria ter me feito
pular de alegria, mas isso só me fez sentir
mais dor.
— Amar você é terrível para mim. Nós não somos bons um para o
outro. Duas pessoas doentes não podem melhorar juntas.
O fato de eu estar mais preocupada em machucá-lo do que a mulher
morta que me deu um emprego disse muito sobre quem eu realmente era.
Eu não tinha muita empatia quando se tratava de estranhos. Escolhia
quem era valioso e quem não era, com base no quanto eram importantes
para mim.
— Duas pessoas doentes são muito melhores uma para a outra do que
alguém que as julgaria por quem elas são. O que é preciso para você
voltar para mim? Como faço para consertar isso? – Sua voz assumiu um
tom determinado.
Eu estava tentando lhe dar liberdade e ele não aceitaria isso. Eu
estava ficando sem opções.
— Constantine. – Fiz uma pausa para limpar a garganta. — Eu nunca
mais voltarei. Se você não sair da cidade hoje à noite e desaparecer... vou
à polícia. – dirigi meu carro para fora do estacionamento quando o
caminho estava livre e voltei para minha casa.
— Você vai à polícia? – ele riu. — Quer dizer, você está indo até ao
homem que você está deixando te foder na bunda?
Eu rangi os dentes, não prestando atenção nas lágrimas ardendo no
meu rosto. Eu não me incomodaria em responder a isso.

140
— Eu te dei um ultimato. – eu falei claramente,
deixando-o saber que eu estava falando sério.
Eu diria até os meus pulmões doerem. Eu usaria
algemas ou uma camisa de força, mas se tivesse
que cair, ele cairia comigo. Os pecados do
meu passado eram manchas permanentes na
minha alma suja.
Esses segredos seriam a minha morte. Se Con deixasse BlackPine, eu
os levaria para o túmulo comigo, como sempre planejei.
— Onde diabos está Lauren? – eu quase bati nos guardrails quando
me dei conta do que sua mãe havia dito.
— Ah, ela está perto. – ele disse no meu ouvido.
— Con...
— Vou continuar matando todas as garotas desta cidade até que você
volte para mim. – ele me interrompeu, dizendo que eu estava blefando
por ir à polícia.
— Não a machuque. Ela não tem nada a ver com isso. – eu forcei o
tom suplicante da minha voz; implorar apenas o deixava excitado.
— Vou deixar um bilhete de amor na lápide dela. – ele disse antes de
desligar.
— Filho da puta! – eu joguei o meu celular através do carro, fazendo-
o bater na janela do passageiro e cair no piso do carro.
Eu tinha que parar com isso. Eu precisava de ajuda.
Eu virei meu volante para a direita, abruptamente virando para o lado
da estrada, mostrando o dedo para o carro atrás de mim que buzinou
quando passei por ele.

141
Estacionei o carro, estendi a mão e procurei no
chão pelo meu celular.

142
18

Presente...
Ele deixou um colar de borboleta pendurado na minha maçaneta da
frente.
Ele deixou de estar em lugar nenhum para estar em todo lugar. Eu
não conseguia pensar claramente quando parecia que ele estava vendo
todos os meus movimentos. Andei de um lado para o outro na minha
cozinha, olhando a garrafa de bebida sobre a mesa. Ele deixou lá de
propósito, querendo que eu abra e consuma cada gota dele.
Molly não estava atendendo o celular, Max não estava atendendo à
porta ou às minhas ligações, Darcy não fazia ideia dos problemas da
minha vida e deixei para o xerife Reynolds quatro mensagens de voz e
enviei seis mensagens urgentes. Ninguém estava me respondendo, e o
tempo não estava do meu lado.
Fazendo uma última tentativa de entrar em contato com Max, abri o
navegador no meu celular e procurei o número do escritório do xerife da
região. Uma mulher atendeu o telefone no quarto toque, soando tão
sulista quanto Max.
— Escritório do xerife de BlackPine?
— Oi, existe um Detetive Harrison por acaso?
— Só um segundo. – ela me disse para esperar e me transferiu para
sua linha direta. Afastei o celular do meu ouvido quando outra ligação

143
começou a chamar. Vendo o nome de Max na tela,
passei o polegar sobre o botão para atender.
— Xerife Harrison.
Franzi minhas sobrancelhas e olhei para o
celular, com a voz irreconhecível.
— Alô?
— Hum... alô, eu estou procurando por um Detetive Maxwell
Harrison. – expliquei.
— Não há ninguém aqui com esse nome. Tem certeza de que ligou
para delegacia certa?
Eu sabia.
— Você está certo, pesquisei no Google errado. Desculpe por isso. –
eu disfarcei, terminando a ligação. Eu tinha que saber até que ponto ele
chegou dessa vez. Eu sabia que havia uma razão lógica por trás dele
mentindo. Ele subestimou com quem estava lidando.
Disquei o número dele de novo e fui até a frente da casa. Olhando
pela janela de vidro da frente, olhei através da rua para sua casa escura.
Ele me enviou diretamente para o correio de voz, o que não me
surpreendeu.
— Foda-se essa merda. – murmurei. Eu precisava confirmar minhas
suspeitas, e ninguém parecia disposto a me ajudar, estava tão claramente
que eu estava sozinha. Coloquei um fino moletom de capuz preto e
atravessei a rua. As folhas caídas que começaram a mudar de cor
atingiram os meus pés e caíram na grama. Eu sabia que Max não teria a
porta da frente destrancada, então dei a volta na casa. Como eu esperava,
a janela acima da pia da cozinha ainda estava um pouco quebrada. Velhos
hábitos custam a desaparecer.

144
Andando até a varanda, procurei algo que me
ajudasse a abri-la. Pensei em procurar em seu galpão,
mas parecia que ele estava pronto para desmoronar.
Avistando uma rã de pedra feia de jardim
pela porta dos fundos, eu a peguei e depois
me aproximei da janela. Eu me perguntei
brevemente como eu deveria me sentir mal
por quebrar e invadir, mas depois eu decidi que não me importava.
Se ele não tivesse nada a esconder, eu poderia me explicar
embaraçosamente, mas eu sabia com certeza que esse não era o caso.
A tela caiu de sua moldura no meu segundo golpe, caindo
ruidosamente no chão da cozinha.
Abaixei a rã e comecei a me entrar pela janela. Tive que me abaixar
parcialmente na pia antes de descer da bancada. Depois de fechar a tela
na janela, olhei em volta da planta do piso aberto, sem ter ideia de por
onde começar.
No andar de baixo parecia bastante básico e não parecia ter nada que
me desse uma resposta. O superior foi minha melhor aposta. Subindo as
escadas de dois em dois, notei imediatamente ao chegar ao topo que a
porta no final do corredor estava aberta. Baseado no som rítmico do
metal, havia um ventilador de teto ligado.
Sem saber onde Max estava, ou quando ele voltaria, eu corri em
direção à sala, pegando meu celular do bolso do moletom de capuz
quando o toque começou. O nome do xerife Reynolds apareceu na tela e
eu não consegui responder rápido o suficiente.
— Deus, eu tenho tentado falar com você o dia todo... – minha voz
falhou quando entrei na sala que tinha minha foto colada em um quadro
de avisos. Eu dormindo. Eu e Molly no dia em que nos mudamos. Eu no
maldito chuveiro.

145
Minha garganta secou e uma sensação de pavor
absoluto se formou na boca do meu estômago quanto
mais eu olhava ao redor da sala. Minha calcinha de
renda rosa que desapareceu misteriosamente da
máquina de lavar estava em uma mesa à minha
esquerda, com a rigidez causada pelas
manchas de porra evidente de onde eu estava.
— Roselynn! – O xerife gritou no meu ouvido, tirando-me do meu
estado de choque.
Há quanto tempo ele está me observando?
— O que está acontecendo? Por favor, diga-me que sabe de alguma
coisa. – eu enfatizei para ele, passando a mão pelo meu cabelo e entrando
mais na sala para dar uma olhada melhor na mesa.
— Sinto muito, Rose. Eu só queria proteger a minha família. – ele
parecia perturbado, o que não fez nada para aliviar meus nervos. O
sobrinho dele nunca mudaria, e eu tentei dizer isso várias vezes. — Ele
veio até mim com uma proposta de ganhar algum dinheiro, e eu precisava
disso na época. Eu não sabia que ele faria isso. Eu disse para ele te deixar
em paz. – ele jurou.
— E? – eu o pedi para continuar, sentando na cadeira do computador
e abrindo as gavetas da mesa.
— É tudo uma confusão e uma longa história que eu prefiro contar
pessoalmente. Apenas me diga onde você está exatamente e onde acha
que ele pode estar. Nossa principal prioridade é garantir que você esteja
segura.
— Já é tarde demais para isso. Con já está aqui, e ele já começou a
matar novamente. – eu disse, deixando de fora todos os detalhes
explícitos. — Mas não consigo falar com Molly e acho que ele pode...

146
— Rose, acalme-se. Preciso que você me escute.
Você precisa entrar no seu carro e começar a dirigir
de volta para Ponty-Poole. Já estou no meu. Encontro
você no caminho. Posso garantir, que Constantine
não machucará a irmã dele. – ele interveio.
Irmã dele?
— Molly é irmã de Constantine? – eu repeti lentamente, certificando-
me de entendê-lo corretamente.
— Merda. – ele murmurou. — Pensei que você soubesse. Pensei que
a garota tivesse mudado de ideia e realmente estivesse cuidando de você
na noite em que lhe disse para fugir.
— Molly é... – A sala girou bem diante de mim. Todo esse tempo
que estivemos juntas, ela provavelmente estava contando tudo a ele. Eu
não queria acreditar nisso; Eu queria pensar o melhor dela e dizer que ela
não conspiraria contra mim.
Não é de admirar que ele tenha mantido a cadela viva. Era quase
engraçado, realmente, considerando todos os segredos que guardávamos
da outra. Isso era mais fodido do que eu pensava. Eu precisava correr e
sair do BlackPine.
— Como sei que posso confiar em você?
— Você não pode, mas não há muitas outras opções.
Ele estava certo. Se eu invadisse uma delegacia e contasse a história,
seria algemada ou acusada, e Con sem dúvida escaparia.
— A que distância você está? Vou sair agora. – eu me levantei,
enviando a cadeira da mesa na parede.
— Há uma lanchonete...
— Eu sei onde é. – eu o interrompi, saindo da sala.

147
— Tome cuidado, ok? O Con não parece ele hoje
em dia.
Não pedi para ele ser mais claro, porque eu já
sabia o que ele queria dizer. A porta da frente se
abriu quando cheguei ao topo da escada, e
Max entrou, olhando diretamente para mim.
— Rose? – ele perguntou, fingindo confusão. Ele achava que eu
ainda ia cair nessa? Ele me conhecia bem. E achou que eu negligenciei a
sala assustadora com minhas fotos por toda parte?
— Ele está aqui. – murmurei no celular antes de abaixá-lo lentamente
do meu ouvido. — Deixe-me vê-lo. – eu pedi, não me movendo do meu
lugar no topo da escada.
Ele suspirou, mas fez a minha vontade, começando com o olho
esquerdo. Ele puxou a pálpebra inferior e usou o dedo indicador para tirar
a primeira lente de contato antes da direita.
Quando ele terminou, ele piscou algumas vezes e moveu o pescoço,
antes de olhar para mim.
Mesmo sabendo o que estava chegando, eu ainda empalideci e dei
um passo para trás, respirando fundo e encarando-o fixamente.
— Rosie. – ele abandonou completamente o sotaque e olhou para
mim com os olhos azuis em vez de escuros. O sorriso em seu rosto
desintegrou meu coração e o fez acelerar ao mesmo tempo.
— O que você fez consigo mesmo? Por que você faria isso comigo?
– eu olhei para ele, sentindo meu peito apertar.
— O que fiz comigo mesmo? – ele levantou as sobrancelhas como se
não pudesse acreditar que acabei de perguntar isso. — Gastei um monte
de dinheiro para mudar tudo em mim, para que pudéssemos começar de
novo. Sabe? Tentei ser um cara legal por um tempo. Mas então, você

148
deixou Maxwell te foder no estacionamento, e eu
sabia que você queria o meu verdadeiro eu de volta.
Eu zombei, balançando a cabeça. — Isso nunca
teria funcionado. Você mentiu para mim sobre
tudo. Você é insano, caralho! – gritei com
ele.
O sujo falando do mal lavado.
— Você é a única razão da minha insanidade! Você é minha única
loucura. É você, Rosie. Isso sempre tem a ver com você. – ele pregou,
enfatizando o quão sincero ele era e repetindo o mesmo pensamento
exato que eu sempre tive.
Isso sempre tem a ver com ele.
— Você nem é você! – Levantando as minhas mãos em um gesto
defensivo, eu o afastei quando ele começou a subir as escadas.
— Sou o mesmo Constantine que sempre fui. – ele se opôs. Não, ele
não era meu Con. Seu rosto não estava certo, o cabelo estava errado, seu
corpo era maior e ele me mostrou uma personalidade que sempre fora
estranha para ele.
Seus olhos, no entanto. Não havia como negar isso em qualquer
lugar. Não fazia sentido para mim por que ele passaria por tudo isso
quando poderia ter me levado sempre que quisesse. E Molly? Eu nem
sabia por onde começar.
— Eu preciso que você venha comigo.
— Por que eu faria isso, Con?
— Porque eu sei onde Lauren está. – ele disse.
Merda, como eu a esqueci tão rapidamente? Eu olhei para ele e
ponderei minhas opções, chegando à única conclusão possível.

149
Havia só uma forma de acabar com isso, e tudo
começou comigo, concordando e acompanhando-o
onde ele quisesse.
— Leve-me até ela. – declarei, imaginando
se ela ainda estaria viva quando eu a visse
novamente.

150
19
Todas essas pessoas
decidiram transformar a minha vida em seu
show de marionetes particular.

Presente...
Era hora de fazer as pazes com o meu fantasma.
Con jogou tudo o que precisava em uma caixa marrom e depois me
seguiu pela rua para que eu pudesse fazer o mesmo sob sua supervisão.
Estávamos na estrada há pouco mais de uma hora, e o silêncio entre
nós era ensurdecedor. Eu ficava me dizendo que tudo isso era um sonho.
Minha mente havia mudado para o modo de espera e não aguentava
muito mais.
— Quando você descobriu? – ele me perguntou, quebrando o
primeiro bloco de gelo.
— Suspeitei há algum tempo... certas coisas sobre você são
inesquecíveis.

151
Não importava o que ele mudava do lado de fora
- o que eu sentia por ele ia muito além do físico.
— Então por que não disse nada? – ele ponderou
a questão de um milhão de dólares.
Não tinha certeza de que resposta faria
sentido para outra pessoa que não eu.
Max e Con eram a mesma pessoa, mas Max era o melhor lado dele.
O lado doce, romântico e encantador, e pensei que era isso que eu queria.
E então, eu queria salvar esse lado dele de mim. Ele era tão bom, e eu
queria tudo o que fosse o contrário. Eu queria a corrupção, o ruim e o
feio. Eu queria Constantine.
Contei tudo isso, olhando pela janela para que ele não pudesse ver
meu rosto.
— Você me odeia, mas também me ama. É o mesmo que eu sinto por
você. – ele afirmou, processando tudo o que acabei de dizer.
— Por que você mudou sua aparência? – finalmente perguntei a ele.
— Porque você não me aceitaria como eu era. – ele se resignou.
— De quem era aquela casa? – eu mudei de assunto. Ele não tinha a
mínima ideia de quão errado ele estava. Acho que ele estava começando a
entender agora.
— Ela é minha. Molly sugeriu BlackPine para você e preparou tudo.
– ele admitiu.
Eu balancei a cabeça, mordendo meu lábio inferior.
Verdadeiros amigos realmente esfaqueiam você pela frente. Eu
passei pelo inferno por aquela garota, e nada daquilo foi necessário.
Pisquei com raiva as lágrimas dos meus olhos, olhando pela janela para
que Con não pudesse vê-las.

152
— Ela é sua irmã? – eu perguntei, curvando meu
lábio.
— Meia-irmã. – ele corrigiu.
— Por que ninguém falou sobre isso? –
Todo mundo sabia quem eram os Burrows, e
uma enteada ruiva nunca foi mencionada.
— Molly é diferente. Era melhor que ninguém soubesse. Isso teria
dificultado as coisas para ela na escola.
— Isso é inacreditável. – eu ri sem humor, fechando os olhos e
desejando que tudo terminasse.

Era uma fazenda.


Uma meticulosamente bem conservada.
A casa grande estava iluminada e era uma visão acolhedora depois de
passar horas em uma caminhonete sufocante.
— Quem mora aqui? – perguntei a ele, esticando os meus membros
doloridos.
— Nós. – ele murmurou, abrindo a porta e depois dando a volta para
abrir a minha. Eu desviei o olhar do seu novo rosto que continha um par
de belos olhos familiares, recusando-me a deixar meu coração idiota me
levar de volta ao seu paraíso sombrio.

153
— Eu ia interpretar tudo como um filme. –
explicou ele. — Você deveria se apaixonar pelo
mocinho e se casar comigo em um lindo vestido
branco. Um casamento de verdade como sempre
quis. Acho que nós dois estragamos tudo - ele
meditou. — Vamos. Lauren está lá dentro. –
ele pegou a minha mão e me levou para
frente da casa, me dando um olhar de lado quando não me afastei.
Eu mantive meus olhos focados à nossa frente. No segundo em que
ele realmente os visse, ele veria que eu estava tramando algo. Era ridículo
que ele pensasse que poderia me convencer de que era outra pessoa
quando nos conhecíamos de dentro para fora.
Você pode fazer isso, Rose.
— Onde estamos? – perguntei como uma distração.
— Ponty-Poole.
— Ponty-Poole. – repeti.
— Eu acho que deveria terminar onde tudo começou. – ele disse, me
levando pelas escadas. Antes mesmo de cruzarmos a porta de tela, ouvi
um riso estridente e sabia que não encontraria nada que esperava. Mas eu
ainda não estava preparada para encontrar Lauren sentada no colo de
Justin.
As risadas cessaram imediatamente.
Molly, que deveria esclarecer algumas coisas em nossa antiga cidade,
estava sentada igual a índio em uma poltrona. Justin e Lauren estavam
abraçados em um sofá.
— Rose... – Lauren começou.
— Então este é o seu Joshua? Quero dizer, tenho que lhe dar crédito,
porque isso é muito original e eu gostei disso. – interrompi, não querendo

154
ouvir nada que essa garota tivesse a dizer. Todas
essas pessoas decidiram transformar minha vida em
seu show de marionetes particular. Cada um deles
brincou comigo do seu jeito e tirou sarro disso.
Olhei para o aparelho de televisão a
cabo e vi que eram apenas sete e quinze. Eu
não tinha ideia de quanto tempo precisava
esperar antes que pudesse fazer qualquer coisa, mas ficar sentada e agir
como se fosse a melhor amiga dessas pessoas não estava nos meus
planos.
— Rose, nós...
— Posso me deitar em algum lugar? – interrompi a Molly, olhando
para Con. Ele me olhou por um minuto antes de acenar com a cabeça
levemente.
— Vamos lá, eu vou te mostrar o nosso quarto. – ele se virou e se
dirigiu para a grande escada branca, e eu o segui. Entrei na casa enquanto
andávamos, sentindo uma dor ressonante percorrer minha alma.
Esta poderia ter sido minha casa. Foi exatamente como eu imaginei.
Ele até acrescentou os sotaques rústicos que eu costumava deitar na cama
e descrever para ele.
Ele fez tudo certo e, ao mesmo tempo, fez tanto que estava errado.
Ele tentou tanto nos tornar normais. Enquanto ele estava ocupado
tentando encontrar maneiras de nos consertar, eu estava ocupada nos
arrastando ainda mais para o inferno.
Parei de andar, olhando para as costas dele enquanto ele continuava.
Perder ele pela primeira vez foi difícil; perdê-lo novamente me destruiria.
Eu vivi e o respirei desde os dezessete anos de idade.

155
Ele era tudo que eu conhecia, mesmo depois de
tentar apagar as suas lembranças com analgésicos e
bebidas. O fogo deveria ter nos libertado de qualquer
dança que continuássemos dançando.
— Con. – engasguei em torno do nó na
garganta.
— Rosie? – ele se virou e olhou para mim, com os seus lábios
pressionando. — O que é isso?
Eu não respondi. Eu não podia, e não queria perder mais tempo
juntos, porque essa era a última vez que isso aconteceria. Eu poderia dizer
que ele estava entendendo que algo não estava certo, mas foda-se se eu
me importava. Fui até ele e envolvi meus braços em volta do pescoço
dele, atraindo a sua boca para a minha.

156
20
Eu não era um
homem com medo de admitir que estava
apaixonado.

Presente...
É irônico, realmente; buscamos conforto naqueles que mais nos
machucam. Quem infligiu minha dor foi a única que conseguiu tirá-la.
Eu não era um homem com medo de admitir que estava apaixonado.
A ferida que ela abriu no meu peito estava longe de ser fechada, mas eu
não podia deixá-la ir. Eu a empurrei contra a parede e peguei tudo o que
ela tinha para oferecer. Nossos dentes se chocaram, cravei meus dedos
em seus quadris e ela enroscou os dela nos meus cabelos.
Ela se apoiou contra mim, gemendo baixinho na minha boca,
deixando cair as mãos na minha calça e abrindo freneticamente o botão
da minha calça jeans e puxando o zíper. Eu abaixei seu moletom, levando
sua calcinha com ele.

157
Não houve preliminares, palavras sussurradas de
amor ou desculpas; tínhamos passado de uma fervura
para ferver, ambos querendo a mesma coisa.
Envolvi a sua perna esquerda sobre o meu
quadril e enfiei meu pau dentro de sua boceta
o mais forte que pude.
Ela gemeu alto com a intrusão severa, cravando em meus ombros
como garras de gato.
Não tentei esconder dela. Eu queria que ela gritasse por mim. Sua
pequena língua rosa passou pelo meu peito suado, com sua boca perfeita
formando um O a cada impulso.
Isso era uma foda de despedida. O tipo em que você usou seu corpo
para dizer tudo o que não podia. O que houve além de destruição quando
tudo o que fizemos foi brigar um ao outro? Ela estava dizendo tchau para
mim, e eu estava dizendo tchau para ela, cada um de nós tendo nossas
próprias versões de como tudo ia acabar.
Afastei-me e agarrei-a pelos cabelos, arrastando-a pela porta ao lado
de nós, ignorando seus gritos de dor. Recuando até as costas dos meus
joelhos atingirem a cama, me sentei e a guiei sobre meu pau. Ela não
precisava de nenhuma instrução. Ela montou em mim, desceu sua boceta
apertada e começou a montar. Agarrei sua bunda grande, empurrando-a e
puxando-a para baixo.
Suas pequenas respirações quentes e suspiros rápidos fizeram minhas
bolas quererem explodir.
Chupei seu mamilo e mordi.
Eu a deixei montar até que ela gozou, acariciando o clitóris sensível
entre suas pernas. Antes que ela pudesse descer, eu a tinha de costas, no
meio da cama e com os pés no meu peito, a fodendo com tanta força que
minhas bolas começaram a bater na bunda dela.

158
Nós fodemos e nos acariciamos até a exaustão
forçá-la a dormir.
Enquanto ela respirava sobre o que deveria ser
nossa cama conjugal, memorizei cada centímetro
do seu corpo. Eu queria sufocá-la e roubar o
ar de seus pulmões, puxá-la para mim para
que ficássemos juntos, mesmo que na morte.
Eu gentilmente beijei sua bochecha e saí lentamente do quarto.

Molly foi a primeira; Eu entrei no quarto dela e a observei dormir por


alguns minutos antes de enfiar a faca na cara dela.
Tirando a lâmina, eu a enfiei de novo, enfiando-a e tirando-a de seu
pescoço, peito e o restante de sua cabeça intacta. Seus olhos azuis se
arregalaram, mas ela nunca teve a chance de gritar.
O sangue encharcou os lençóis brancos, respingou na parede e
manchou minhas roupas. Eu podia ouvi-lo tentando formar sucção em
volta da minha lâmina, ouvir os ossos em seu rosto estalarem e virar
mingau.
Eu não precisava mais dela, e ela acabou por fracassar. Ela não faria
nada além de atrapalhar agora. Claro, que eu poderia simplesmente a ter
estrangulado, mas isso de alguma forma parecia mais eficaz. Não haveria
ressuscitação.

159
Eu precisava dela morta.
Estranhamente, me senti como o meu pai neste
momento. Eu me pergunto se essas foram as suas
emoções quando ele sentiu que não tinha mais
opções, escolhendo abrir um buraco na
cabeça de Rose-Mary e depois na dele. Eles
tiveram a gentileza de me deixar um bilhete
que dizia para tomar cuidado com a doentia Molly e encontrar a minha
Rose.
Na minha opinião, eles deveriam se orgulhar de mim. Acabei de
enviar Molly para estar com eles e cumpri o que pretendia, além de
começar a minha própria família. Mas isso não era uma opção - não sem
Roselynn ao meu lado.
Entrando no quarto onde Justin e Lauren estavam, eu fiquei de pé
sobre eles e soltei um suspiro que não havia percebido que estava
segurando. Meu irmão sentou-se e olhou o sangue nas minhas roupas e a
faca na minha mão.
— É hora de partir. – eu anunciei.

160
21
Con sempre foi insano,
mas eu o amava de qualquer maneira.

Presente...
Algo estava errado; Eu sabia no segundo em que abri os olhos.
A casa estava escura e silenciosa, o que achei bastante estranho,
considerando que outras três pessoas estavam escondidas em algum lugar.
Merda. Olhei para o despertador e saí rapidamente da cama, pegando
o roupão branco comprido na parte de trás da porta do quarto.
— Sabe o que eu decidi?
— Puta merda. – eu sai do meu corpo, colocando uma mão no meu
peito e virando na direção em que sua voz veio. Con estava do outro lado
do quarto, saindo do banheiro. Fiz um rápido inventário de suas roupas
ensanguentadas e o machado ao lado dele.
— Con, o que você fez?
— Decidi que não importa se eu mudar minha aparência, construir
uma casa bonita ou até prometer o mundo. Você ainda não aprendeu a me
aceitar, Rosie. Você ainda está tentando fugir.

161
Engolindo uma resposta furiosa, tive certeza de
que meus passos mal eram perceptíveis avançando
em direção à porta. Suas palavras tinham um déjà vu
formigando na parte de trás da minha cabeça.
— Con, abaixe o machado.
— Por quê? Você está com medo? – ele
inclinou a cabeça e me deu um sorriso maníaco.
Fiquei absolutamente aterrorizada, porque sabia que isso não era uma
estratégia - ele tinha toda a intenção de usar essa ferramenta contra mim.
Con sempre foi insano, mas eu o amava de qualquer maneira. Todo
mundo escolhe seu veneno - um pequeno vício doentio que você sabe que
conhece prejudicará a sua saúde, mas você simplesmente não pode o
evitar. Você descaradamente não dá a mínima.
Algumas pessoas gostam de bolo; Eu gostei de um serial killer.
Mas nunca pensei que estaríamos aqui.
O fraco som das sirenes podia ser ouvido à distância, com a policia
aparecendo exatamente quando o xerife Reynolds havia dito que iria.
Ele sussurrou para deixar Con me levar antes que eu abaixasse o
celular do meu ouvido, deixando ligado até Con me forçar a abandonar
completamente o celular.
— Sabe que isso parece?
— Sirenes? – eu respondi baixo.
— Não, parece que você está tentando fugir de mim novamente.
Não sei ao certo como funciona na natureza, mas se a presa soubesse
quando o predador estava prestes a atacar, eles saberiam quando correr
exatamente como eu.

162
Cheguei no corredor antes que ele me enviasse
para a porta em frente à dele. Meu corpo bateu e
absorveu o choque.
— Con, não! – gritei, mal saindo do caminho
quando ele deu seu primeiro movimento,
felizmente dividindo a madeira em vez de
mim. Eu corri sem uma saída; ele seguiu logo
atrás de mim.
No topo da escada, ele me empurrou por trás. Sem nada para me
segurar, eu caí, rolando como um pino de boliche.
Minhas articulações bateram na madeira e a dor irradiava por todo o
meu corpo.
Eu me arrastei por apenas um segundo, levantando do chão e
correndo em direção à porta da frente. Ela abriu sem hesitação, me
colocando cara a cara com Justin.
— Desculpe, maninha. – ele empurrou o meu peito, me fazendo cair
de bunda. Ouvi mais Con se aproximando do que o vi, me incentivando a
correr. Corri pela sala, entrando em uma sala de jantar e emergindo em
uma cozinha ao mesmo tempo que Con.
Havia uma faca no balcão e peguei a maior e posicionando a bancada
da cozinha entre nós. Meu peito arfava; Eu não tinha certeza se estava
suando de adrenalina ou medo.
— Eu tentei deixar você ir, sabia? Eu as vesti e disse a mim mesmo
que elas eram você. Toda vez que eu matei uma, eu disse a mim mesmo
que seria isso. Você estaria morta.
— Não precisamos fazer isso. Podemos conseguir ajuda. – eu queria
implorar.

163
Eu o amava e toda essa situação provou como o
amor era absolutamente insano. Faltava toda razão e
lógica.
— Você está sempre tentando nos consertar.
Mas não estamos quebrados, somos apenas
diferentes.
— Con. – eu não me importei; Eu implorei para ele.
— Você é como uma droga. Não penso direito quando estou com
você. – ele franziu a testa.
Ele estava dizendo que eu era ruim para ele, quando eu estava
tentando dizer exatamente a mesma coisa antes de chegarmos a esse
ponto. Afastá-lo não funcionou; fazendo-o pensar que era ele e não eu
não estava funcionando. Isso nada estava funcionando. Foi comovente e
cruelmente cômico.
— Eu tentei te salvar de mim! – gritei em frustração.
Quando ele repentinamente moveu o machado e atingiu a bancada,
eu não estava preparada para isso. Ele me apressou como um zagueiro,
direto para os armários. Perdi minha faca e acabei esmagada por seu peso.
— A culpa é toda sua. – ele me agarrou pelos cabelos e bateu minha
cabeça para trás, usando-a para quebrar a porta de vidro. Cor explodiu
atrás dos meus olhos.
Estendi a mão e cegamente fui para o rosto dele, virando a cabeça e
mordendo qualquer pedaço dele que eu pudesse.
— Porra! – ele gritou, quase me jogando através do lugar.
Quantas vezes eu ia cair?
Sua bota estava pisando na minha mão antes que eu pudesse me
mover novamente. Senti o osso quebrar sob seu peso e gritei de agonia.

164
A dor trouxe uma sensação de náusea, fazendo
tudo embaçar diante dos meus olhos.
— Por que te amar nunca é bom o suficiente? –
ele exigiu saber, me chutando de lado.
Eu cuspi, apertando o meu estômago e
tentando formar uma resposta.
Ele fez isso comigo antes, me deixou quase irreconhecível e jurou
que nunca mais me machucaria. Foi por isso que o deixei queimar nas
chamas. Eu o empurrei para muito longe naquela noite - a culpa foi toda
minha.
Tudo de ruim que aconteceu foi tudo minha culpa.
Comecei a me rastejar pelo chão quando ele falou sobre mim,
lançando palavras de amor e ódio como balas em minha direção.
— Você fez uma promessa, mas não quis dizer isso. – A voz dele se
perdeu, e eu não tinha mais nada para quebrar com isso.
— Cuidado. Algumas pessoas fazem promessas que não querem
fazer. – Suas palavras do Gooskis passaram pelo meu lóbulo frontal. Eu
teria rido se eu pudesse.
Ele se abaixou e me agarrou pelo meu cabelo enquanto eu tentava me
arrastar para longe.
— Sinto muito, Rosie. Matar você é a única maneira de nos trazer a
paz.
Ele me virou de costas e me levantou um pouco do chão pela minha
garganta, esmagando minha traqueia em suas garras.
Eu também sinto muito. Usei toda a força que pude e enfiei a faca
que consegui pegar em seu peito, mas isso não foi suficiente. Eu pude vê-

165
la saindo perto do ombro esquerdo, mas era quase
como se ele nem sentisse.
Uma sensação calorosa e relaxante se espalhou
pelo meu corpo.
Eu mal estava ciente da porta dos fundos
abrindo, ou Justin sendo cercado por homens
de uniforme. Houve muitos gritos, e um único tiro antes que o homem
que eu amava finalmente me deixou ir.

166
22
Eles eram todos
coitados, com almas perdidas.

Presente...
Pensei que senti seus lábios levemente nos meus, mas quando abri
meus olhos, eu estava cercada por monitores e um xerife Reynolds.
Sorri para ele, feliz por ele finalmente descansar um pouco, mesmo
que ele parecesse desconfortável preso em uma cadeira de hospital.
Minha mão estava engessada. Tive algumas contusões e o meu
orgulho se foi com o vento, mas eu estava respirando. A morte parecia
determinada a não me levar com ela ainda.
— Você precisa de alguma coisa? – perguntou o xerife Reynolds,
levantando-se assim que viu que eu estava acordada. Ele estava tão
ansioso para tentar me fazer sentir melhor de qualquer maneira que ele
pudesse. Sua culpa era infundada.
Não pude julgá-lo ou odiá-lo por proteger sua única família e fazer o
que ele achava certo.
Eu tinha esqueletos suficientes no meu armário para durar doze
vidas. Ele estava convencido de que eu ficaria com ele até me recompor e

167
não estava em condições de contestar. Se ele
acabasse me matando, estaria fazendo um favor ao
mundo.
— Não, eu estou bem. – suspirei exasperada,
olhando para a rosa na minha mesa do
hospital. Era mais uma lavanda profunda do
que preta, mas acho que era porque a loja de
lembranças não tinha essas no estoque.
O xerife Reynolds me disse que Con havia fugido do hospital,
vestindo um jaleco de médico, com uma nova bala nas costas e um corte
no ombro. E mesmo antes de fazer tudo isso, ele conseguiu me encontrar
e me dar uma mensagem.
Tenho certeza de que o policial que deveria estar fora de seu quarto
estava levando um sermão por ser um novo idiota. Eu não tinha ideia de
onde ele iria, mas esperava que estivesse longe. Eu esperava que ele
conseguisse ajuda como disse que receberia no cartão anexado à flor.
Justin estava detido, Lauren era procurada e Vicky ainda estava
desaparecida. Eles eram todos coitados, com almas perdidas.
O xerife Reynolds me guardava como um cão de guarda de um ferro
velho quando a polícia começou a fazer perguntas. Eles desistiram,
dizendo que entrariam em contato quando percebessem que não
chegariam a lugar algum.
Eu quase contei a eles sobre o dedo no meu freezer e depois mudei
de ideia - o anel congelado era meu.
Depois que o xerife me contou tudo o que sabia. Tudo estava claro e
tudo fazia um pouco mais de sentido - pelo menos na minha cabeça.
Meu pai foi para a escola com Con e eles tiveram uma briga. Eles
faziam parte de algum culto clandestino, e as coisas ficaram feias entre
eles por nada além de uma mulher.

168
Resumindo: meu pai está morto e Con cometeu
suicídio, depois de cometer vários homicídios. Meu
tio estava a par de tudo o que acontecia na cidade de
Ponty-Poole e, como o meu pai se foi, ele estava
livre para expor os Burrows e ajudar para
destruir o nome de sua família. Isso deu a ele
um buraco no peito, uma esposa morta e
deixou uma sobrinha viva, que era apenas mais uma evidencia para uma
história de regras e segredos sórdidos que eu ainda não entendia
completamente.
Só sabia que havia mais do que o meu nome sugeria. Eu era o objeto
da obsessão de alguém e de todo o ressentimento deles.
Foi um efeito dominó feio. Duas famílias arruinadas por causa de
algum velho ditado que deveria ter sido enterrado há muito tempo.
Eu apenas rezei para que isso terminasse aqui.
O xerife Reynolds me disse que começaria novamente com outra
garota e outro Burrows. Ele me disse que queria parar com isso. Ele não
queria que outra garota doce como eu se machucasse. Eu sorri e mordi
minha língua para parar desabafar. Ninguém jamais poderia saber meus
segredos.
Foi divertido a princípio, ver esse homem danificado tentar controlar
minha vida, sem saber que eu estava apenas encenando.
Eu sabia que Con era o homem de olhos escuros que atirou no meu
tio no peito.
Eu o queria de qualquer maneira.
Eu sabia que ele costumava me observar no armário.
Eu o queria de qualquer maneira.

169
Eu costumava fazer um show em frente à janela,
me tocando para que ele pudesse gozar.
Eu poderia fingir chorar.
Eu fui a vilã dessa história o tempo todo?

Seis meses depois...

Caixa de entrada
De: DarcyXoPolk
Para: RosieM12

Graças a Deus!
Porra, garota, você realmente sabe como sumir da face da terra.
Estava preocupada com você!

170
Estou tão feliz que não está deitada de bruços12
em algum lugar. (haha)
Você poderia pegar um telefone e me ligar, sabe?
Quanto a mim, estou indo muito bem!
Lembra do cara que eu te falei? O que
conheci online? Ele se mudou para cá alguns
meses atrás. Você tem que conhecê-lo, Rose. O homem é um verdadeiro
cavalheiro. Eles ainda existem!! E ele tem os olhos azuis mais LINDOS e
aquele sotaque indescritivelmente sexy.
Ele disse que adoraria conhecê-la, então me envie o seu número de
telefone, senhora louca, para que possamos providenciar algo! Já faz
muito tempo.
Enviando muito amor,
Darcy.

Fim.

Deitada debruços:Darcy está sendo sarcástica para dizer que a Rose não é
12

morta.

171

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