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Salvation

Respirar, é tudo que os meros mortais desejam no amanhã... Não importa se estão passando fome ou
na miséria. Muitas mortes aconteceram há 5 anos, suicidios, assassinatos. Mas ainda existe
humanos que desejam viver, e lutam por isso.

Há 5 anos, algum seguidor de Lúcifer abriu um portal, liberando a entrada de anjos e demonios na
Terra, desde então, acontece a guerra entre demonios e anjos. A mando de Deus, os anjos querem
deixar tudo em ordem, como antes e os demonios querem apenas dominar a terra. Lúcifer e Deus?
O que sabemos deles? Nada! apenas que abandonaram seus filhos nessa guerra.
O mundo está uma bagunça, anjos se aliando com demonios, humanos matando anjos, demonios e
sua propria raça.

A partir dessa guerra, eu fui criada, criada para colocar um fim nisso tudo. O que eu tinha que fazer?
apenas escolher um lado. Deus e Lúcifer concederam um pedido para as feiticeiras do mundo, foi
um mês para decidirem o que fazer, o futuro estaria nas mãos delas, feiticeiras do bem e do mal
juntas para um pedido tão importante, aquelas que desejavam o bem, queriam a morte dos
demonios, e as outras queriam os anjos mortos.

Então, procuraram pela criança mais pura, aquela que não sabia o que era bem e nem qual era o
significado do mal. Lhe contaram a historia, como uma cantiga de ninar terminando com uma
pergunta "O que ela criaria?" e antes da pobre menina cair no sono, ela respondeu "Eu criaria algo
de ambas as partes". Foi então, das mãos de Deus e de Lúcifer, nasceu um Anjo-Demonio.

Eu me chamo Juliet, e sou mantida em um cativeiro 24 horas, todos os dias, depois que um grupo de
humanos, caçadores, me capturaram e sou torturada pelo chefe deles para contar qual é o meu
proposito de estar aqui, o que ele não acredita, é que nem eu sei o que realmente devo fazer. Apenas
sei o que sou, e que lado devo escolher para lutar e vencer essa guerra, Anjos ou Demonios? é
complicado, já que sou ambas as partes.

"Oh, Mickael, você nem imagina o quanto animada fico por te ver toda manhã, então, vamos
começar a diversão, como irá me torturar hoje?" Falei para ele ironicamente, Mickael era o chefe,
aquele que me odiava e passava todas manhãs darramando meu sangue

"Não me chame de Mickael." Grosso e frio, como todos os dias, eu pensei. Apesar, quem iria ser
simpatico comigo? existiram pessoas que me consideraram como culpada de tudo, acho que Mick
(como gostava que o chamassem), era um desses.

"Você deveria se orgulhar do nome que carrega, Mickael é o arcanjo mais poderoso que existe"
disse me jogando para frente, deixando apenas as correntes que prendiam minhas mãos para cima
me segurar, para ficar mais proxima dele. "Mickael é um nome de poder"

Suas mãos seguraram em meu quadril, estava esmagando-o, rapidamente passou pela minha mente
que se eu fosse uma humana, ele já estaria em cacos, foi então que ele me empurrou para trás,
batendo minha cabeça e minha costas na parede daquela cela. Agora eu tive certeza, se eu fosse
humana, já estaria morta.

Cada músculo do meu corpo doía, enquanto as correntes me obrigavam a me manter em pé. Havia
dias em que eu realmente tinha vontade de chorar com os machucados, mas não fazia, por que sabia
que era exatamente o que queriam de mim. Esse era um desses dias.

A porta de ferro rugiu novamente, e logo em seguida bateu com força. Eu não conseguiria aguentar
outra vez, não hoje. Eu esperei pela dor, mas ela nunca veio. Abri meus olhos involuntariamente,
procurando a razão por eu ainda estar intacta - ou o máximo que eu podia ficar sendo que minha
tortura do dia já havia acontecido, e eu tinha consciência de que cada centímetro da minha pele
estava coberto de sangue.

Uma luz forte me obrigou a fechá-los novamente, e esperar por outra tentativa. Eu juntei toda a
força que não tinha para me firmar no chão, e abri os olhos com dificuldade, encontrando Mick
parado, encostado na unica mesa de ferro do lado oposto de minha cela. Ele não tinha mais o olhar
vingativo, tampouco ferramentas nas mãos. Ele tinha os braços cruzados sobre o peito, e o olhar no
rosto dele, era exatamente o que deveria estar em alguém que foi torturado - ou seja, eu.

Eu me concentrei em tentar um sorriso ironico, mas havia sangue em minha boca, o que me fez
tossir com o esforço. Pisquei demoradamente, e ouvi o som das botas de combate surradas que ele
sempre usava baterem contra o chão, cada fez mais perto, eu tentei novamente abrir os olhos mas
eles pareciam querer permanecer fechados quando se encontraram com a luz acima de minha
cabeça. Os passos pararam, e a luz foi retirada de perto de mim, arrastada até a outra extremidade
de pedra. Eu abri os olhos, e Mick ainda me olhava fixamente com aquele olhar estranho. Eu tossi
outra vez. "O que? esqueceu uma costela?" provoquei.

Ele não respondeu. Vi sua mão se erguer no ar, e me preparei para o impacto fechando os olhos. A
dor não veio. Em seu lugar, o toque mais leve segurou meu queixo, enquanto senti seu dedo
indicador limpar um pouco de sangue que se encontrava próximo aos meus lábios. Eu abri os olhos,
e os dele se encontravam fixos em um ferimento em minha bochecha, o toque foi sutil, e eu gemi
com o contato. Em um segundo. No outro, eu podia sentir minha pele formigar até que não
houvesse mais nada no lugar, além do que devia estar lá: pele perfeitamente curada. eu abri a boca
para questionar, afinal, o que diabos ele estava fazendo? Mas os dedos dele me impediram, se
colocando sobre meus lábios. Eu estremeci novamente, mas não foi pela dor.

"Eu não consigo..." ele se interrompeu, a voz dele soou quase melancolica, e eu encarei os intensos
olhos escuros e algo me disse para permanecer em silêncio. "Eu fiz isso." era uma afirmação.
"Sabe que nossa relação é intensa o suficiênte para que eu não deixe ninguém..." uma tosse me
interrompeu e o gosto de sangue tomou conta de mim, ele largou meu rosto e seus braços se
estenderam até mim de forma em que todo o meu peso parecia sustentado por ele. Era uma boa
sensação, mas eu me esquivei. " Para que eu não deixe ninguém mais me torturar além de você,
certo, Mickael?"

Ele me ignorou. E eu nem notei quando uma das mãos dele tocou a corrente que prendia meus
pulsos. Em um piscar de olhos, as correntes desapareceram. Mas eu estava fraca demais para me
manter em pé, e desmoronei, pronta para encontrar o chão. Os braços dele me envolveram outra
vez, me impedindo da queda, e me ajudando a me sentar. "Eu sinto muito." foi tudo que ele disse.
Quando eu me virei para retrucar, ele não estava lá. Um ultimo ruido antes que eu caísse na
inconsciência rondou em minha cabeça: A porta se trancando. Eu me enrrolei no chão, abraçando
minhas pernas, e pela primeira vez, desde que cheguei aqui. Eu simplesmente adormeci.

Ouvi o barulho da cela novamente, e agora sabia que era por algo bom que me esperava. Era
Melissa, aquela menina era um anjo na minha vida, todo dia após a sessão tortura ela vinha para
passar remedios em minhas feridas.

"Mick hoje descontou muita força em você." Disse passando um algodão em um corte do meu
braço.

"Minhas costa que o diga, o que aconteceu com ele hoje?" Depois de 4 anos presa nessa cela, Mick
nunca mostrou compaixão nenhuma por mim, ou perto de mim. Era obvio que estava curiosa para
saber
Melissa hesitou um pouco, mas acabou falando "Mick perdeu sua irmã hoje, ela não faz parte desse
grupo de caçadores, ela era do lado norte. Ela foi morta por um anjo"
E o que mais temia estava acontecendo, anjos matando humanos. Anjos foram criados para cuidar
dos humanos e não mata-los. "Acho melhor você não dizer sobre seu lado anjo por algum tempo, ou
ele te mata" Melissa continou, calma e paciente como sempre.

"Não se preocupe, sou imortal, apenas meus pais podem me matar" disse a ela "Alem do mais, meu
dia não tem graça se não usar ironia com Mickael"

Melissa apenas riu da piadinha sem graça, rapidamente recolheu os remedios e se retirou da cela.
"Até amanhã, Juliet" após isso, as unicas coisas que ouvi foram seus passos saindo daquele lugar
horrivel, que chamavamos de calabouço.

Estava dormindo, mas a luz do sol, da pequena janelinha com grade, atrapalhou meu sono ao bater
em meus olhos. Mais um dia estava começando, mais sangue, mais dor. Os dois brutamontes que
sempre me prendiam nas correntes entraram, me tratavam como uma cachorra com raiva, as vezes
até me chutavam, mas eu não os temia como mick. Eles estavam apenas me dando ematomas, mas
mick, sabia exatamente como me causar dores ou me matar.

Em quanto esperava pelo meu serial killer, estava olhando para a janela, e um lindo passaro
vermelho voou onde meus olhos podiam alcançar. Eu sorri, era incrivel como uma pequena ave
podia me fazer sorrir em tempos de guerras, como um passaro podia cantarolar todos os dias, depois
de grandes batalhas que podiam destruir seu ninho, meus pais me deram inteligencia superiores ao
dos humanos, mas essa era o tipo de duvida que eu ainda não tinha respostas.

"Eu mandei não te colocarem nas correntes hoje" Mick entrou reclamando na cela, com aquele
humor que eu sempre amava. Ele se aproximou de mim, se esticando um pouco para alcançar a
tranca das algemas, e uau, como aquele homem malvado e gostoso era cheiroso. Eu imaginava o
mundo lá fora, com toda humanidade, cheirando a suor. Principalmente aqueles que lutavam. Mas
Mick era diferente, ele cheirava bem.

"O que vamos fazer de divertido? Eu não sabia que você era mazoquista, Mickael, posso te dar uma
surra em liberdade até implorar para eu parar " Ele me ignorou, terminando de soltar as corrente
"Isso está ficando muito interessante" continuei.

Ele como sempre me ignorava, me observou por muito tempo, eu permaneci em silencio, esperando
ele reagir. "Me mostre o que você sabe fazer." falou ainda me observando.

"Eu não posso, esses simbolos que você desenhou aqui bloqueiam meus poderes, eu não sei lutar..."
Ele colocou um sorriso ironico no rosto, tão ironico quanto minhas piadinhas que fazia todos os
dias, então, já imaginei o que ele iria dizer. "Quem vai dar uma surra em quem até implorar pra
parar, Demonio?" foi exatamente o que imaginei.

"Eu não sou um demonio" retruquei. E inesperadamente, pega desprevenida, ele socou meu rosto,
meu rosto virou para o lado com o impacto, e eu senti, aquilo estáva acontecendo, a mudança, meus
olhos estavam ficando inteiramente negros. Olhei para Mick, sua expressão foi de surpressa, ele
jamais havia visto meus olhos assim, meus olhos azuis haviam sumido, tomados por pura escuridão.
Esse era meu lado demonio se aflorando. Tomei uma postura de poder, e limpei o sangue que
escorria sobre minha boca. Poder, era isso que eu deveria impor, eu tinha o poder para acabar com
essa guerra, e temia um humano esnobe? Meus pais não me criaram para isso.
"Vá embora" eu disse duramente, exatamente como ele falava comigo todos os dias. Mas ele não se
mexeu. "Quem da as ordens aqui sou eu, não se esqueça disso, você nunca vai sair daqui, até me
dizer por que foi criada" Falou em quanto pegava uma faga e passava sal sobre a lamina

"Eu ja disse tudo o que sei, Mickael" ele não disse nada, em um ato rapido, enfiou a faca no meu
estomago, mesmo querendo me mantar forte, foi impossivel não soltar um grito de dor e me
ajoelhar-se, aquele sal estava queimando meu estomago. Meus olhos voltaram, voltaram ao normal,
Mick estava saindo da cela e antes dele sumir eu disse "Sinto muito por sua irmã" ele olhou para
mim, novamente surpreso "você não sente nada"

"Se eu não sentisse 'nada', não iria estar aqui sofrendo com apenas uma facada" disse em quanto
tirava a faca e jogava para longe de mim, ele apenas foi embora, sem dizar nada.

Hoje Melissa não apareceu, acho que não conseguiu escapar da vista de Mick, obviamente ele iria
tranca-la em uma das celas se soubesse que ela cuida da criatura que ele mais odeia na terra, eu.

Depois de me limpar, e trocar de roupa, fiquei sentada no lugar em que era torturada, olhando para a
faca do outro lado. Mick esqueceu de tirar uma arma de perto de mim, tão perigosa para um mero
mortal, perigosa até mesmo para Mickael.

Me movi para perto e a recolhi em minhas mãos,a escondi em baixo de minha blusa, deixando meu
jeans segura-la. Algum dia, isso será util para mim, pensei.

Uma semana se passou, uma semana sem tortura, Mick havia sumido e a unica cara humana que eu
via era da cozinheira desse lugar que obviamente pensava que eu era um animal apenas pelo fato
dela arrastar a comida pra perto de mim com uma vassoura, era divertido, as vezes até fingia que
iria morde-la, ela saia correndo e gritando, aquilo realmente animava meu dia e de Melissa, quando
ela aparecia para fofocarmos.

Essa semana parecia que só existia eu, e essa cozinheira, meus dias sem torturas de mick, eram
tediosos. Não existia mais ninguem para fazer piadinhas e apanhar por isso, estava começando
achar que era um pouco mazoquista, ele realmente fazia falta.

Já era noite, logo um novo dia iria nascer. Seria mais uma semana apenas eu e a cozinheira? Eu
rezei para melissa aparecer acabar com minhas curiosidades, por que todos haviam sumido?

Essa noite ao sentar em minha cama, senti a faca cotucando minhas costas, a retirei e olhei
fixamente pra lamina, ergui um pouco meus olhos para a parede onde existiam todos os simbolos
que Mick desenhou. Senti um sorriso perverso se forma em meu rosto, tenho uma mente brilhante,
pensei.

Me aproximei dos varios simbolos da parede, e comecei a passar a lamina até quebra-los, a cada
circulo, estrela ou qualquer outro simbolo quebrado, eu sentia meus poderes se aflorando dentro de
mim.

Existiam muitos deles, mas o principal não poderia quebra-lo, do lado de fora, estava o simblo que
me prendia aqui, até mesmo para a eternidade. Obviamente não terminaria todos hojes, muito
menos amanhã, comecei pelos pequenos, aqueles que ninguem iria reparar. Era rezar para Mick não
notar o que fiz quando entrar pela cela, já que ele era realmente esperto.

Meu poderes mais simples estavam liberados, poderes que podiam matar um inutil humano,
finalmente, a caça estava virando contra o caçador. Meus maiores poderes, estavam bloqueados por
simbolos que estavma do lado de fora, junto com aquele que não me deixava sair.

Durante a madrugada, em quanto estava deitada, ouvi muitos barulhos lá em cima. Muitas pessoas
gritando, e até chorandoo. Essa era a prova que eu e a cozinheira não eramos as unicas aqui. Com
tantos barulhos, acabei perdendo meu sono, havia uma cadeira perto de minha cama, arrastei-a até a
janela. Com um pouco de dificuldade, mesmo com a cadeira em baixo de meus pés, observava o
céu.

Lá era onde meus meios irmãos moravam, o paraiso...Apenas de olhar aquelas estrelas, aquele azul
negro, já dava pra imaginar como seria o paraiso se morasse lá, se algum dia passar por lá. Meus
pais apenas me criaram para acabar com essa guerra, quando ela acabar, eu ainda viveria na terra?
Ou apenas me destruiriam?

Nunca sabendo o que era exatamente, ou ter visto um filme, gostaria de algum dia sentir aquilo que
os humanos chamam de amor. Melissa um dia me disse que era a coisas mais bela que existe, seria
possivel eu sentir isso tambem? Ou eu apenas era como Mick havia dito, que não sinto nada?

E mais uma vez, haviam tantas duvidas, minha vida era um rodeio de duvidas, eu fui criada sobre
duvidas. A unica coisa que eu tinha certeza que queria sobre todas essas duvidas era viver em paz.

Não consegui mais dormi naquela madrugada, a manhã chegou e eu ainda estava de pé com uma
esperança de que alguem iria aparecer. Depois de algum tempo quebrei o feitiço de mais alguns
simbolos. Novamente aquele seria mais um dia em que morreria de tedio.

Todos os dias de manhã tomava um banho rapidamente, com medo de que aqueles brutamontes
entrassem nesse exato momento. Mas hoje não, hoje tomei o banho mais demorado que os demais
no passado.

Quando estava passando um pano pelo meus cabelos loiros, ouvi um barulho da cela. Ótimo, depois
de anos sem um banho decente, Mick resolve vir me torturar depois de tomar o mais delicioso da
minha vida, pensei.

Grande parte de mim sentiu uma felicidade enorme, mas por mais que eu odiasse admitir, senti um
pouco de tristeza, não era Mick que estava ali. Era apenas meu anjo da guarda, Melissa.

Ela estava com um corte em sua bochecha direita, mesmo com seus cabelos negros e lisos tentando
esconde-lo, não deixei de notar. E rosa, ela estava vestindo uma blusa rosa! Finalmente alguma cor
alegre por aqui, geralmente usavam fardas ou roupas pretas. Melissa era o tipo de menina que todos
a queriam bem, com um coração de ouro enorme, aparentava ter mais o menos minha idade, isso se
eu tivesse uma.

"O que aconteceu com sua bochecha, Melissa?" Não consegui segurar minha lingua, pelo motivo
dela esconder o corte sobre os cabelos, obviamente era por que não queria que perguntasse sobre ele
ou ela era apenas vaidosa, já que ela era a unica que tinha vida nesse lugar, aparentamente.

"Isso não importa, precisamos da sua ajuda, Juliet" um pouco confusa com o "precisamos" eu
apenas concordei. Quem diabos iria querer minha ajuda sem ser Melissa? Acho que não importava
muito no momento, mas eu ajudaria. Nunca negaria um pedido a minha unica amiga nesse lugar.

Melissa estava confiante, sabia o que estava fazendo, eu deveria confiar nela. "Melissa, eu não sei
se posso ir pra muito lugares, estou presa aqui" A lembrei.
Sua expressão mudou, eu vi um doce sorriso se formando em seu rosto, Melissa era tão... Ela retirou
de sua costas uma metralhadora, atirando na porta que estava aberta em um unico ponto, finalmente
quebrando o simbolo, me deixando em liberdade. Minha reação com tal atitude da doce Melissa?
Ok, agora vamos deixar o 'doce' para lá.

"O que? você não achou que em tempos de guerra eu iria andar sem armas?" perguntou meio
confusa.

Eu não disse nada, o choque era muito grande. Melissa riu, e logo saio da cela, acenando para ir
junto.

Finalmente, depois de 4 anos iria andar por esse lugar, depois de 4 anos, tinha minha liberdade por
algum momento.

Ao me dirigir para fora da cela, senti todos meus poderes à tona, e não consegui deixar de sorrir, eu
poderia colocar aquele lugar para explodir em um só pensamento, mas não, nunca iria me permitir
fazer isso.

Melissa me guiou para fora do calabouço, tentei espiar as outras celas para ver quem as ocupavam,
mas foi um ato sem sucesso, era tão fechadas quanto a minha.

Depois de subir a escada, uma porta nos guiou para um grande patio. A claridade do dia, agrediu um
pouco meus olhos, era muita luz, mas isso não foi um problema.

Em quanto caminhavamos, ouvia pessoas chamando Melissa de doida, e me chamavam de


demonio, humanos inuteis, eu sou meio anjo tambem! Pensei. Não avistei nenhuma dessas pessoas,
obviamente estavam escondidas, com medo de mim. E novamente pensei no poder, eu estava
impondo medo nas pessoas e não poder, meus pais devem estar sentindo qualquer coisa sobre mim,
menos orgulho!

Agora Melissa e eu entramos em um corredor enorme, haviam muitas portas, e todas estavam
fechadas. Andamos até o fim do corredor, e paramos em frente da ultima porta. "É aqui." Melissa
disse um pouco baixo, abrindo a porta ela entrou primeiro, era um quarto, depois que minha visão
ficou mais ampla percebi por que precivam da minha ajuda.

Era Mick, era ele que precisava de minha ajuda. Mick estava deitado em uma cama, desacordado, e
não pude deixar de notar feridas em seu corpo.

"Mick esta morrendo, Juliet" Disse Melissa em uma voz de magoa

"Oh, Melissa, eu sinto muito. Mas não sei se posso fazer algo" Disse a ela, em seus olhos vi
algumas lagrimas se formando, assim como Melissa, muitas pessoas perderiam as esperanças se
Mick morresse. "Eu não posso..." Continuei em uma tentativa de me levarem de volta para a cela.
Foi então que lagrimas começaram a rolar no rosto de Melissa, não sabia exatamente o que
acontecia entre Mick e Melissa, mas aparentemente, ela parecia gostar dele.

"Por favor, apenas tente." Ela falou limpando algumas lagrimas de seu rosto.
"Eu vou , mas se algo der errado...

"Nada de errado vai acontecer, eu confio em você" Disse ela me cortando antes mesmo de terminar
minha frase.

"Ela vai mata-lo" Ouvi alguem gritando do corredor. De repente aquele pequeno lugar, estava cheio
de pessoas protestando, dizendo que iria mata-lo. "Tirem esse demonio de perto de Mick!" Outra
voz gritou, era uma mulher, ela estava quase entrando no quarto.

Quando ouvi aquela mulher me chamando de demonio, foi o fim, meu lado demonio estava falando
mais alto, resultando meus olhos totalmente negros e muita raiva "Eu não sou um demonio" Rosnei
para ela. Todos estavam mais desesperados e assustados, lembrando da existencia de meus poderes,
como um desejo, foi exatamente o que aconteceu. Desejei que todos ficassem pra fora, e
involuntariamente todos estavam sumindo, inclussive Melissa, a porta se bateu, agora seria apenas
eu e Mick

Sentei ao lado de Mick, em um pouco de espaço que restava, já que ele ocupava a maioria. Sua
respiração era fraca, ele realmente estava morrendo. Fisicamente ele parecia apenas cansado de uma
batalha grande, com pequenas feridas.

Mas não era isso, seu coração estava parando. Pobre Mick, pensei, mesmo me torturando todos os
dias, ele era como uma salvação pra todas essas pessoas.

Eu tinha uma decisão para fazer, continuar presa pela eternina naquela cela ou mato-lo e acabar com
essa guerra. Acabar com a guerra, foi por isso que eu fui criada, acabar com tudo, esse era meu
destino e nada podia me atrapalhar , e foi Mick quem me atrapalhou desde que me prendeu aqui.

Coloquei minha mão direita em seu peito nu, e o observei, quando sai daquela cela, a primeira coisa
que pensei foi em explodir esse lugar, mas nunca me permiteria fazer isso, matando Mick, seria o
mesmo resultado da explocasão: mortes.

Movi minha mão até seu coração, e fechei meus olhos, citando algumas palavras sobre cura em
latim, uma grande luz surgiu de minha mão, eu sabia o que estava acontecendo, estava curando
Mick.

Os olhos de Mick se abriram, ele parecia um pouco atordoado, devia estar tentando entender o que
eu estava fazendo ali. Como todos desejavam, ele estava vivo, mas não sabia se era exatamente se
era isso que eu queria.

"Você me deve uma, Mickael" Disse a ele "E pra começar, um obrigado seria ótimo" Falei mesmo
sabendo que isso iria pesar quando me torturasse amanhã. Ele não disse nada, apenas sorriu e
elevou sua mão para cima da minha que ainda estava em seu peito. Isso foi surpreendente, eu
pensei. "Obrigado" Ele disse ainda um pouco fraco.

Antes mesmo de eu responder ou tomar uma atitude, ouvi a porta atras de nós se abrir, era Melissa.

Me levantei da cama, retirando minha mão de Mick, abrindo espaço para ela ver que estava tudo
bem. Melissa não disse nada, apenas correu até Mick, que estava se sentando na cama, e o abraçou.
Notei que novamente ela estava chorando, então era minha deixa, sai do quarto sem que ninguem
me notasse. Procurando um lugar em que não houvesse ninguem para gritar ou me mechucar, o que
era impossivel, me chucarem fora da cela.

Estava parada perto de algumas arvores, olhando para o céu, quando uma voz falou atras de mim.
"Pronta para voltar a cela, demonio?" Era algum soldado que Mick devia ter mandado me buscar, eu
não disse nada, apenas fui até ele e acenei positivamente.
Esse estranho soldado me guiou até o calabouço, mas não me colocou na antiga cela, fomos em um
caminho diferente do que eu costumava conhecer.

Entrando em minha nova cela, notei, que novamente todos os simbolos estavam lá. A ala de tortura
era realmente bem melhor que a da antiga, eu estava ferrada, pensei. Sem nenhuma palavra, o
soldado me trancou e foi embora. A unica coisa boa de estar nesse estranho e novo lugar, era que a
janela era maior, minha vista de todos os dias, seria melhor.

No outro dia de manhã acordei sem ninguem gritando, me chutando ou coisas do tipo que os
brutamontes faziam para me colocar nas correntes, acho que seria mais um dia sem tortura.

Hoje o dia estava com clima muito gelado, tão gelado que até mesmo eu, que tenho mais resistencia
que os humanos, estava batendo o queixo.

Me movi até a janela, lá fora, o chão estava totalmente branco e parecia que estava chovendo esses
flocos brancos. Em um momento entrei em desespero, seria isso um elemento do juizo final? Mas
não, não havia barulho de guerras. Lá em cima, mesmo com dificuldades, ouvia risos.

Com felicidade lá em cima, obviamente Mick não aparecera para me torturar, pensei.

Me enganei, em quanto estava olhando aqueles flocos brancos, ouvi o barulho da cela se abrindo.
Mas não dei muita atenção para Mick entrando. Geralmente eu conto até os passos que ele dá para
dentro da cela. Mas hoje, não tirei os olhos daqueles flocos.

Ele entrou em silencio, acho que estava tentando entender o qu eu estava olhando.

Esperei por algum tempo, mas nenhuma agressividade veio. "O que é isso?" tomei coragem para
perguntar.

Mick se aproximou para mais perto, nossos braços estavam quase se encostando, com sua
aproximidade "Você não sabe o que é?" eu balencei a cabeça negativamente. "Isso se chama neve,
são gotas de água congeladas" ele pausou um pouco e olhou para mim "Quando a temperatura está
baixa, acontece 'isso'" ele finalizou.

"Temperatura baixa é um perigo para humanos, por que todos parecem estar felizes?"

Mick riu, como se estivesse se debochando por saber algo que eu não conhecia. "Venha comigo" ele
disse passando a lamina de uma faca no simbolo para quebra-lo. "Estou te devendo uma" Ele falou
saindo da cela, apressei meus passos para alcança-lo, sem nem imaginar o que estava para acontecer

Quando chegamos da superficie, Mick foi para o lado oposto da onde toda a multidão estava rindo.
Novamente, seria apenas eu e ele.

Passamos por uma mesa, sobre ela havia um casaco, sem dizer nada, Mick o pegou e entregou para
mim. Com meu olfato mais aguçado, soube que era dele, o casado tinha seu cheiro. Sem questionar
algo, apenas o coloquei.

Chegamos em um lugar deserto, com uma vista incrivel, e totalmente branco. Fomos para baixo de
uma arvore. Mick se abaixou e pegou um punhado de neve em suas mãos que estavam juntas.
"Toque" Ele disse.
Pronto, a tortura irá ser ao ar livre, pensei. Antes que levasse um soco ou outra coisa do tipo, eu a
toquei com um pouco de medo e nenhuma dor veio. Apenas uma sensação boa. "Muitas pessoas se
divertem, a neve pode nos causar o mau, mas traz divertimento, principalmente para as crianças que
gostam de fazer bonecos de gelo, anjos ou guerra de bola de neve" Ele quebrou o silencio.

A primeira coisa que se passou pela minha cabeça foi perguntar como se faz um anjo na neve, mas
Mick não era bom quando o assunto era anjos, muito menos demonios. Apenas aproveitei o
momento sem ele lembrar que eu era ambos.

"Mick, sem todos os simbolos, eu tenho meus poderes. Você não sabe o risco que está para causar?"
perguntei em quanto tocava a neve em suas mãos. "Você poderia ter me matado ontem, mas não fez
isso" Ele disse abrincando suas mãos para neve cair, fazendo com que nossas mãos se tocassem,
rapidamente eu caminhei para perto de uma arvore, para que não houvesse mais contatos fisicos.

"Por que você não me matou?" Ele disse novamente se aproximando de mim. "Eu tenho o dever de
parar essa guerra, e creio que é isso que todos querem. Sem você, muitas pessoas iriam morrer. A
humanidade está acabando, o planeta sem humanos...Isso não pode acontecer. Eu preciso de você,
de todos, que querem colocar o fim nisso."

Mick não disse nada, apenas olhou para a paisagem que se encontrava ao nosso lado direito.

"Venha" Ele disse começando a descer aquele pequeno morro, caminhamos em silencio. Até que
tive uma visão linda. "Quando a temperatura está baixa, é costume que os lagos se congelem"
Quando terminou de falar, Mick já estavva começando a pisar naquele lago que estava congelado.
"Não tenha medo, é seguro"

Um pouco insegura, caminhei para perto dele, mas foi uma caminhada sem sucesso. Aquela placa
enorme, que antigamente era um lago, estava muito escorregadia, me causando quase um tombo,
mas Mick não permitiu que isso acontecesse, segurando meus braços, nós ficamos mais proximos
que o costume, tão proximos que eu podia sentir sua respiração. "Eu não acho que seja tão seguro."
Falei brincando. Levantei meus olhos para encontrar os dele. Não foi muito bom, já que meus olhos
estavam em total escuridão. Mick me olhou com indignação, malditos olhos, eu pensei. Agora, ele
havia se lembrado que estava sozinho com um Anjo-demonio. "Me desculpe" disse tentando
concertar.

"Isso sempre acontece quando você sente raiva ou insegura?" ele perguntou
"Eu não sei controlar." Respondi andando para terra firme, quando me virei para Mick novamente,
meus olhos já estavam normal.

"Você tem medo, quando meus olhos ficam assim?" Perguntei para acabar com minha curiosidade.
"Muitas pessoas me olham diferente quando acontece"

"Mesmo sendo meio anjo e demonio, existe humanidade dentro de você, e acho que as vezes apenas
é uma surpresa quando seu lado dêmonio fala mais alto" Novamente Mick se moveu para perto de
mim. Desta vez meus olhos bateram em uma cicatriz grande que havia no seu pescoço. "Como a
conseguiu?" novamente, não consegui segurar minha lingua.

"Essa, eu ganhei exatamente de você, há quatro anos, quando a capturamos. Estava usando muitos
poderes para se defender e acabou me acertando" Eu havia feito uma enorme e horrivel cicatriz em
Mick, e nunca soube, ter feito uma cicatriz no melhor guerreiro, era quase um orgulho.

Mick começou a se mover, e notei que agora seria o momento em que eu voltaria para a cela. Ele
passou por mim, mas segurei seu braço "Espere."

Ele apenas franziu a testa tentando entender o que aconteceria, coloquei meu dedo indicador na
cicatriz, e a percorri do começo até o fim, em minha mente citava palavras em latim e aquela luz
apareceu, mais fraca que no dia anterior, em quanto meu dedo a percorria, quando cheguei ao fim
dela, ela sumiu "Ela não existe mais, sinto muito por ter a colocado ai"

Mick não se defendeu ou disse algo, ele apenas segurou em minha cintura com suas mãos grandes e
largas, eu senti que ele estava me trazendo para mais perto de seu corpo, a unica coisa que me
permiti fazer foi firmar meus outros dedos em seu pescoço.

Estava preste a dar o meu primeiro beijo, eu acho, e nada iria me fazer recuar nesse momento,
mesmo sendo com Mick, o homem que só me causou dor.

Em um ato decepcionante, coloquei minhas mãos em seu peito e o afastei de mim. "Alguem está
vindo" O avisei já que ouvi passos descendo o mesmo morro que nós.

E como tinha dito, saindo do meio de alguns matos, uma criança apareceu. A menina aparentava ter
uns 7 anos, apenas com sua aparencia, notava-se que era uma doce criança. Sem notar a
aproximidade da menina até nós em quanto a observava, Mick sorriu para ela e a carregou no colo.

Só falta essa, a criança ser filha do homem que estava prestes a beijar, pensei. E pior, a mãe da
criança ser Melissa, já que a menina tinha olhos parecidos com o dela

"Esta é Bella, Juliet" Mick disse ainda com a criança em seus braços.

Gostaria de saber logo quem era pais dessa criança, eu não sabia exatamente o que Mick e Melissa
tinham, e essa criança, parecia muito com Melissa. Para não mostrar minha grosseria só de pensar
que Mick e Melissa tinham uma relação diferente, apenas sorri para bella.

"Você não deveria estar aqui em baixo" Mick disse pra criança.
"Eu me perdi das outras" ela falou em quanto Mick a colocava no chão.
"Vá procurar seu pai" Ele disse. Pai? uffá, aquela criança não era de Mick, pensei.

Antes da criança seguir a ordem de Mick, ela veio até mim e tirou uma rosa que estava em seu
cabelo e me deu. "Tchau Juliet" Ela disse em quanto subia o morro.

Mick olhou pra mim e para flor um pouco abobado, e nem precisei perguntar 'o que' para me
responder. "Bella não se introsa muito com as pessoas daqui, ela tem medo, pois a maioria ja matou
alguem. É como ela soubesse quem desejam o bem e os que apenas querem vingança, morte. E ela
lhe deu a sua flor favorita"

"Ela não tem medo de você tambem, mesmo ter feito muitas coisas ruims" Disse em quanto
caminhavamos de volta.

Quando chegamos novamente no inicio, Mick disse para ir procurar Melissa, e não chamar muita
atenção entre as pessoas para não começar um alvoroço sobre um Demonio estar a solta entre eles.
Mick seguiu para o lado oposto que eu fui.

Acho que Melissa iria me levar novamente para a cela, por isso Mick mandou procura-la, e o que
mick foi fazer? Acho que deve estar se alto torturando por quase beijar um Anjo-Demonio.
Joguei meus cabelos para frente, em uma tentativa de ninguem me reconhecer, com os olhos atentos
procurando por melissa, olhei distante, pra um grupo de pessoas que estava no patio, mas ela não
estava lá.

Então fechei meus olhos, deixei meus pensamentos vazios, procurando pela voz de Melissa, então a
ouvi, ela estava em um quarto ao lado do que Mick estava ontem. Sem que ninguem me visse,
caminhei até lá.

Quando me encontrei com Melissa, ela estava saindo do quarto. Muito confusa, me perguntou "O
que esta fazendo aqui?"

"Mick mandou procura-la" disse. Sem dizer nada ela me puxou do corredor, me empurrando para
dentro de seu quarto para que ninguem nos visse. "Por que Mick te soltou? E por que te mandou até
aqui?" Perguntou ainda confusa.

"Eu não sei" Sem dizer nada, Melissa saio do quarto, fechando a porta. Não fazia ideia onde ela
estaria indo, apenas fiquei esperando.

No fundo do quarto de Melissa, havia uma janela, e novamente, escutei ela.

Me aproximei da janela e vi Mick, mesmo sendo uma coisa errada, usei meus poderes, apenas para
ouvir a conversa.

Ele estava perto de um carro velho, e ela se aproximou e perguntou "Por que a soltou?"
"Ela salvou minha vida, estou lhe dando um voto de confiança" Ele disse, senti um quase sorriso se
formar em meu rosto. Mas não foi o que aconteceu quando vi Melissa ficar ainda mais proxima de
Mick, e dizer um pouco sussurando "Exatamente por isso, que eu te amo" então, ela o abraçou. Um
abraço tão carinhoso para ser apenas de amizade. Melissa estava voltando para o quarto, e me
afastei um pouco da janela, mas não o suficiente para dizer que não vi nada quando ela entrou no
quarto

"Você estava me espiando, Juliet?" ela brincou. Mas não me animei, depois de ter a prova que mick
e ela estavam juntos. "Tenho uma novidade para você" ela continuou "Vamos ser companheiras de
quarto, Mick decidiu te liberar da cela, ele esta lhe dando um voto de confiança" Quando terminou,
melissa me abraçou.

Ótimo, ser companheira de quarto da mulher do homem que quase me beijou, isso seria
maravilhoso, pensei ironicamente. Mas acho que ela notou que não estava tão animada com essa
noticia.

"Posso te fazer uma pergunta?" ela acenou positivamente com a cabeça. "Qual sua relação com
Mick?Eu vi vocês lá fora, e parece, não só de hoje, que vocês tem algo a mais" falei.

Foi então que algo inesperavel aconteceu, Melissa soltou uma gargalhada, uma gargalhada que eu
nunca ouvi na minha vida.

"Eu sou irmã de Mick" Ela disse rindo. Aquelas palavras realmente foram um alivio para mim,
formou um sorriso em meu rosto, um sorriso de alivio, antes que eu pudesse falar algo, melissa
disse ainda rindo. "Juliet, você está interessada em Mick!"

"Não, não estou" Disse um pouco sem jeito, será que eu realmente estava interassada em Mick?
"Meu Deus, Juliet, você é tão masoquista" Ela soltou novamente outra gargalhada.
"Por que você nunca me disse?" o clima ficou sério novamente depois da minha pergunta.

"Pensei que se soubesse que era irmã do homem que lhe torturava todos os dias, não iria querer me
ver. Você era minha unica amiga aqui, já que todos acham que sou uma 'segunda chefe' desse lugar.
Mas nunca imaginei que da pancadaria iria surgir paixão" Ela disse brincando.

"Melissa!" disse a cortando.

Ganhar a confiança das pessoas que viviam aqui, era isso que eu devia fazer, tinha a confiança de
duas pessoas mais importantes desse lugar, mas quem fala mais alto sempre é a maioria. Mesmo
complicado, estava certa que conseguiria, o maior defeitos dos humanos era confiar nas pessoas
mesmo não as conhecendo tão bem. Meu caso era diferente, já que não era humana, e sim uma
mistura das coisas que eles mais abominava.

Coloquei a rosa, que bella havia me dado, em um copo com agua. Aquela pobre flor já estava
murchando, logo estaria sem vida, coloquei a ponta do meu dedo em uma das petalas, e a fiz ficar
bela novamente, apenas com um toque. Nesse momento Melissa entou no quarto e tirou minha
concentração da flor. "Seus poderes são incriveis" Ela disse.

"E perigosos" Eu completei olhando para ela."Tem certeza sobre isso? Me deixar solta com tantas
pessoas que me abominam aqui?"
"Esta tudo bem, Juliet, ninguem vai te causar o mal. Com Mick ao seu lado, ninguem vai passar por
cima das decisões dele" Ela disse

Melissa parou de falar um pouco, e observou o quarto "Vamos ter que enfiar mais uma cama aqui,
Vou procurar Mick" Disse pensativa. "Juliet, você não saio da cela para ficar trancada no meu
quarto, aproveite a sua liberdade e vá se socializar"

Antes mesmo de abrir a boca para protestar, Melissa ja havia saido. Ela falava 'socializar' como se
fosse a coisa mais simples que existia. Como disse, não fiquei trancada no quarto, procurei um lugar
onde não poderia ter ninguem. Me socializar sozinha, sem Melissa ou Mick, era impossivel.

Em uma area isolada, atras de algumas arvores, avistei uma menina, uma adolescente, para ser
exata, estava sozinha e passava sua mao sobre a arvore. Ela olhou para mim, e pelos seus olhos
inchados, parecia que estava chorando um pouco antes de chegar aqui.

"Você é Juliet? A Anjo-Demonio, certo?" Perguntou, apenas acenei dizendo que sim. "Mick e
Melissa estão dizendo para todos que você está em liberdade, que irá nos ajudar com essa guerra."

"Por que estava chorando?" Perguntei, com medo de me arrepender por isso.
"Meu namorado, foi mandado para o lado Oeste" Ela disse deixando uma lagrima escorrer. "Aqui,
nesta árvore, escrevemos nossos nomes em um coração" ela apontou para arvore. "Coisas de casal
apaixonado" ela disse sorrindo para a arvore.

"Eu não sei o que é amor, sinto muito por não poder dizer algo para lhe ajudar" Disse.
"Ninguem sabe exatamente o que é amor, apenas sentimos" Ela olhou para mim. "Meu nome é
Martha, à proposito"

Estava pensando em algo para quebrar o clima ruim, então lembrei de que Mick havia me falado
hoje mais cedo, anjo na neve. "Martha, me ensina fazer um anjo na neve?" Pedi.
"Claro" Ela sorriu em quanto se jogava no chão. "Você precisa se deitar." continuou.
Sem rodeios fiz o que a jovem mandou, me deitei no chão, e esperei suas ordens.

"Agora, você vai abrir e fechar seus braços e pernas" ela falou em quanto se movimentava
exatamente como disse, fiz o mesmo. "Seu anjo está pronto"

"Tão facil assim?" perguntei. Quando me levantei, um anjo estava formado lá onde me movimentei.

"Você é maneira, Juliet, tente não assustar as pessoas com seus poderes que elas vão gostar de você"
Ela disse antes de ir embora. Maneira? bem que meus irmãos falaram que o linguajar de
adolescentes era complicado e diferente.

Depois de aprender a fazer um anjo, voltei para o quarto de Melissa, algumas pessoas estavam no
grande pátio, e me olharam um pouco assustadas, apenas continuei andando.

Quando estava no corredor ouvi a voz de Melissa um pouco altereda. Obviamente estava brigando
com alguem, mas não sabia quem exatamente.

Abri a porta de seu quarto, ou nosso, e vi Mick lá. Ele não estava nem um pouco contente. "Mick,
mova essa cama para direita, e não para a esquerda!" Melissa falou furiosa, segurando um
travesseiro que estava sendo esmagado por seus dedos.

"Melissa, não da pra mover para direita" Ele disse um pouco mal humorado.

"E O QUE VOCÊ QUER? QUE DEIXE A CAMA NO MEIO DO QUARTO?!" Ela disse exaltada
novamente.

"Falei para pegar um beliche" ele murmurou.

Melissa ignorou o que Mick havia falado, e ambos ignoraram minhas entrada no quarto, eu apenas
fiquei ali na porta, esperando os irmãos se resolverem.

"Mova o guarda-roupa para a esquerda, Mick" Melissa disse calmamente, estava começando a
imaginar que ela sofria de bipolaridade.

"Mel, a esquerda fica a porta de seu banheiro, e alem do mais, seu guarda-roupa pesa mais que um
tanque de guerra." Mick disse ainda mais estressado desde que eu cheguei.

"Então reforme o banheiro" Melissa disse jogando o travesseiro no chão e saindo do quarto com
estilo. Mick apenas bufou.

"Tire a escrivaninnha que está aqui do lado da porta, e coloque o guarda-roupa no lugar dela. Dará
certo e não precisara de reformas" Disse a ele.

Mick olhou para a escrivaninnha de Melissa, largou a cama onde estava, e arrastou a escrivaninha
para fora do quarto. Ele hesitou um pouco quando olhou para o guarda roupa, que acabara de
chamar de tanque de guerra.

"Posso lhe ajudar, se quiser" Falei para ele.

Ele olhou para mim com uma cara machista, como se fosse o homem mais forte do mundo. "Isso
não é trabalho para uma mulher" Obviamente ele havia enchido a boca para falar isso, cruzei meus
braços em meu peito e disse

"Então me mostre como se faz, Mickael."

Mickael se moveu até a lateral do guarda roupa, com tanta força que estava fazendo, ele pouco se
mecheu, o suor de Mick começou a escorrer em seu rosto, e não pude deixar de rir.

Fui até ele, e apoiei minhas mãos na lateral, perto da onde as de Mick se encontrava. Ele não
recusou minha ajuda, o ajudei empurrar, e logo o guarda roupa estava no lugar desejado e a cama
tambem.

"Com ajuda, é sempre melhor, Mick" Disse me encostando na lateral do guarda roupa, um pouco
sem folego. Ele sorriu para mim "Obrigado, Lidar com Melissa não é facil, vai precisar de sorte" ele
me alertou.

Eu não disse nada, apenas fiquei o observando, até que ele mesmo tirou minha concentração
perguntando se gostaria de ajudar Melissa no jantar, apenas concordei.

Nós saimos do quarto e passamos pelo corredor lado a lado, nossos braços estavam se encostando,
mas não pude sentir sua temperatura, já que ambos estavam de casacos

Quando entramos na cozinha, Melissa estava sozinha, como pensava antigamente, ela realmente era
a vida desse lugar. Mesmo sozinha, Melissa esbanjava felicidade. Olhei para Mick e sorri, por um
momento pensei que ele achava o mesmo.

"Finalmente, uma ajuda nesse lugar! Não é por que a cozinheira tira folga, que eu tenho que fazer
tudo sozinha! Peguem as facas e vão cortar as verduras" Ele exigiu.
Antes mesmo de me situar, Mick me empurrou para mesa das verduras e com duas facas na mãos.

Ele me entregou uma delas, e o observei cortando aquelas folhas, para não fazer nada errado. Então
comecei a cortar as cenouras, em cada corte que dava, uma rodela se soltava. Era primeira vez que
ajudava a fazer comida. E acho que Mick notou que era inexperiente já que toda hora pegava ele
olhando para mim.

"Está tudo bem por ai?" Melissa surgiu entre nós. "Mick, corte isso direito" Ela mandou, e
cutucando minha cintura ela disse meio sussurando "Ele corta milhares de corpos na guerra, mas
mal consegue cortar uma folha de alfece reta" Eu apenas ri, e vi Mick revirando seus olhos.

"Não diga isso em quanto mechemos com comida, Melissa" Ele disse.
"Desde quando você virou puritano, Mick? Ela retrucou voltando para o fogão.

Mick fez aquilo que aparentemente adorava, ignorar, ele a ignorou.

Melissa parecia feliz, estava cantando, e muitas vezes até dançava. O motivo, nem fazia ideia,
poderia estar apaixonada, como Martha disse, casais fazem coisas bobas. E era exatamente que ela
parecia, uma boba.

Depois de algum tempo terminei de cortar apenas uma cenoura, sendo que um cesto inteiro me
esperava

Adoraria ter continuado cortar as outras cenouras, mas acidentalmente passei a lamina em meu
dedo, fazendo um corte profundo, mas nada perigoso, sem prestar atenção derrubei a faca no chão.
O barulho da lamina se batendo no chão fez eu entrar em transe, como uma transe, não consegui
tirar os olhos de meu sangue, eles se fixaram lá.

E muito menos conseguia me mover ou prestar atenção no que Mick e Melissa estavam fazendo
com a situação.

Apenas minha mente funcionava, via meu sangue escorrendo por toda minha mão, mas não
conseguia me mover. Então senti, meus olhos, eles estavão ficando negros, totalmente negros, por
que meu lado demonio estaria acordando por apenas ver meu sangue? me perguntei

Estava começando a ficar em agonia de não poder me mover ou falar algo com Mick e Melissa, foi
então que eu senti algo, como outra alma entrando no meu corpo. Tive certeza, havia mais alguem
em minha mente, algo mais forte que eu, mais forte a ponte de me controlar.

Não um simples demonio ou um anjo, algo mais podereso que ambos.

Involuntariamente minha boca começou se mover, soltando algumas palavras, mas não era minha
voz, uma voz assustadores, as palavras eram: Seu tempo está acabando, Anjo-Demonio.

Por meu lado demonio ter sido acordado, pensei que fosse Lucifer me fazendo uma visita, para dar
um recado. E já havia dado, seja lá quem fosse.

Quando a alma saio de meu corpo, eu tive a dor, uma dor tão forte quanto as torturas de Mick, tão
forte quando a queimadura de um sal ou de agua benta.

Não pude deixar de soltar um grito, um grito misturados com meus poderes, e automaticamente
todas as lampadas do acampamento se expludiram. Ouvia gritos assustados e choro de crianças.
Mick e Melissa se abaixaram para aqueles enormes cacos não os acertarem.

Então voltei para o tempo real, meus olhos já estavam com suas cores normais, e vi Melissa um
pouco assustada.

Eu sai da cozinha, e simplesmente corri. Eu corri o mais rápido que pude procurando por meu
quarto, já que fazia pouco tempo que estava fora da cela, não sabia exatamente para onde ir. Eu me
perdi, entrei em um lugar desconhecido, que não havia o corredor com aquelas portas, tudo que
queria era chegar em meu quarto. Mas não desisti de procura-lo e antes que eu me desse conta, já
estava no lugar que desejava, meu quarto, a porta atrás de mim bateu tão forte que a tranca se
fechou sozinha...estranho. Mas realmente não consegui me concentrar no milagre da porta mais do
que tinha conseguido algum sucesso hoje lá na cozinha. Eu me joguei em cima da cama, de costas,
e encarei o teto, o que ficou difícil de se fazer, já que não existia mais luzes, graças a mim. Eu podia
sentir a escuridão tomando conta de mim, e eu sabia que meus olhos estavam escurecendo
novamente. Os fechei, passando os dedos sobre as têmporas. Foi aí que eu senti. O cheiro que
durante anos eu aprendi a associar a Mick, a colônia forte e envolvente havia tomado conta de cada
centímetro de meu pequeno quarto. Eu levantei, instintivamente sentando na cama e encarando o
escuro.

Por uma pequena fração de segundo, eu não pude distinguir absolutamente nada no cômodo escuro,
e então forcei meus olhos até que minha visão se ajustasse. Não foi exatamente difícil encontrar sua
silhueta despreocupada ao lado da porta. Sabia que o milagre da tranca não tinha sido feito pelas
minhas mãos... a menos que eu tenha metade Chuck Norris no meio das outras metades.
Eu não podia ter certeza, mas quase podia dizer que ele estava sorrindo. Cada célula do meu corpo
entrou em estado de alerta, mas não de um jeito ruim. Mick mudou de posição, colocando os braços
em frente ao peito e uma das pernas apoiadas na parede. Ele não se mecheu mais que isso, ou falou,
e se eu não soubesse que humanos morrem sem respirar, podia jurar que nem isso ele estava
fazendo. os segundos pareciam horas, e o silêncio parecia que ia me deixar louca, então decidi me
pronunciar. Eu achei que a voz não sairia, mas pra minha surpresa, eu consegui ouvir algo... e não
era eu.

"Não me assusta." ele disse simplesmente. A voz dele soou alta, pelo menos pra mim. E me
concentrei tanto nela que demorei a perceber que não havia compreendido o que ele tinha dito.
"O que? ficar espreitando no escuro no quarto dos outros? bom, não posso dizer o mesmo das
vítimas, Mickael, isso pode ser um pouco constrangedor, e se eu tivesse me despido?" eu forcei um
sorriso no escuro, concentrando todo o meu nervosismo em sarcasmo. "ou talvez era sua intenção.
Tem um lado pervertido, Mick?" Eu gargalhei, mas soou mais como um riso nervoso do que algo
malígno de desenho animado.

Ele me ignorou, como sempre costumava fazer. Eu mantive meus olhos fixos nele, e algo no meu
estômago se mecheu quando ele se desencostou da parede e começou a andar em minha direção. Ou
quase isso. Mick passou direto pela minha cama, e novamente se encostou em uma parede. Dessa
vez, em uma bem próxima de mim, próxima DEMAIS. Mick apoiou os braços na enorme janela
que separava a minha cama da de Melissa, e uma luz fraca iluminou seu corpo vagamente. Pude ter
um pequeno vislumbre dos músculos em seu corpo. Ele estava usando uma camiseta branca, sem
aquele casaco de mais cedo, o cabelo desarrumado levemente o fazia parecer bem menos sério.
Porém a expressão dele dizia o contrário. Mick tinha os lábios pressionados, e os olhos fixos em
algo que eu não podia ver. Me virei na cama, sentando na beira, o que fez com que minha perna
quase encostasse nas dele, e eu esperei que ele recuasse... bom, não aconteceu. Mick virou seu rosto
em minha direção, e pela primeira vez essa noite, eu pude vê-lo claramente.

O rosto de Mick não estava sério, como eu achei que estivesse. Na verdade, a expressão era algo
que eu nunca tinha visto... algo bom?
"Você me perguntou, hoje mais cedo, no lago." Ele hesitou. Quando falou denovo, seus olhos
estavam fixos em mim. eu desviei encarando meus próprios pés. "Seus olhos não me assustam."
Eu vacilei. Aquilo me pegou de surpresa, mas tudo em mick me pegava de surpresa.
" Melissa ainda não terminou o jantar." Por que diabos eu disse isso? e se ele achar que eu to
expulsando ou algo assim? e eu não estou! ou eu estou?
"Eu sei." A resposta dele foi curta, mas conseguiu tirar todas as minhas. Antes que eu pudesse
responder, ou sequer pensar em uma resposta, um movimento rápido captou minha atenção. Mick
não estava mais na janela. Ele se agachou no chão em minha frente, sua expressão continuava
ilegível, pelo menos pra mim. Mick era bem maior do que eu, o que fazia o fato dele ter se
agachado, não ter um efeito maior do que ele ficar da mesma altura que eu, mesmo que eu estivesse
sentada em uma superfície mais alta.

"Mick, eu fiz algo errado?"


Ele nunca respondeu. Mais rápido do que eu julguei possível, as mãos de Mick se apoiaram em meu
quadril, me pressionando para trás enquanto ele avançou contra mim, me inclinando para trás na
cama. Eu continuei sem palavras. A proximidade me causava pequenos choques elétricos por toda
minha pele. Eu estava completamente deitada na cama, e ele estava em cima de mim. Seus lábios
tão próximos que eu podia sentir a respiração acelerada dele se chocando contra minha pele. Em um
movimento tão rápido quanto o anterior, sua mão direita subiu até o meu rosto. Ele correu os dedos
pela minha bochecha traçando o caminho até meu pescoço, onde, sem nenhuma hesitação, firmou
sua mão, puxando meu rosto para o seu.

Quando os lábios de Mick me tocaram, era apenas isso... Um toque. Um toque que, para mim, foi
muito melhor do que qualquer paraíso. Nossos lábios se tocaram pelo que pareceu tempo demais...
ou de menos, eu queria mais, eu precisava de mais. Porém, quando tentei um segundo toque, ele
desceu sua boca até meu queixo...minha nuca... minha orelha. Cada parte de mim parecia ter ardido
em chamas. O leve toque da boca dele me fazia ter pequenos deslumbres de algo que eu não sabia
explicar. Ele deu uma leve mordida na ponta da minha orelha, e depois disso, começou a baixar os
lábios novamente. A respiração dele fazia cócegas em meu rosto, e algo no meu estômago deu outro
leve pulo. Antes que eu percebece, ele encostou os lábios no canto da minha boca... e então me
beijou, ele REALMENTE me beijou. E cara, eu finalmente consegui entender por que mocinhas
humanas esperavam uma vida por isso.

A boca dele era definitivamente selvagem na minha, e eu sentia a língua quente dele traçar o
contorno dos meus lábios quando ele dava leves mordidas em meu lábio inferior. Mick me
pressionava contra seu próprio corpo o máximo que minha nova-cama-de-solteiro permitia (o que
na verdade, era muito), Suas mãos continuavam firmes em meu quadril e pescoço, e não havia nada
no mundo que me faria largar o cabelo dele naquele momento.

Derrepente, ele afastou a boca da minha se afastando um pouco de mim, porém ainda mantinha sua
posição. Eu busquei por mais, mas quando ele percebeu isso, apenas sorriu, e me empurrou devolta
os poucos centímetros que eu tinha avançado. Eu não entendi bem, até que ele não fez mais nenhum
movimento além de olhar pra mim... um minuto...dois... seria nojo? ele tinha nojo por que percebeu
QUEM ele tinha acabado de beijar? é, eu devia saber que iria aparecer em algum momento.

Eu respirei fundo, e mesmo contra a vontade, o empurrei levemente para longe, me permitindo sair,
ele não me impediu. E isso aumentou minha indignação. Mick caiu pesadamente em minha cama no
exato momento em que eu consegui sair debaixo dele, e então eu levantei - ou quase isso. Quando
coloquei os pés fora da cama, e fiz a mensão de quem iria se levantar, eu senti sua mão forte em
meu pulso. Em uma atitude involuntária, puxei meu braço, Mas ele era muito mais forte que eu, e
ele puxou devolta. Antes que eu me desse conta, caí por cima dele. E novamente, ele não disse nada
por alguns segundos.[...]

[...]"Ora, vamos poupar a parte em que fingimos estar constrangidos." Ele disse com sarcasmo, e
então sorriu, e a expressão em seu rosto voltou a ser aquela de antes... a que eu realmente não
reconhecia. "Você nunca beijou alguém, não é Julliet?" não era realmente uma pergunta.
"eu... eu não... você..." foi tudo que eu consegui gaguejar. A proximidade dele ainda estava me
deixando desnorteada, e a pele quente dele me causava arrepios. Ele cortou minha tentativa de
resposta antes que eu realmente tentasse outra vez.
"Devo então crer que sou o primeiro que toca você..." A mão que envolvia meu pulso o soltou,
porém ele começou a subir os dedos pelo meu braço. " O primeiro que faz isso?" ele inclinou o
pescoço para frente de modo em que seus lábios levemente encostassem nos meus, sem realmente
me tocar. Aquela coisa no meu estômago voltou, e novamente eu senti meu corpo inteiro arder em
chamas...chamas que não machucavam, mas queimavam em mim. O hálito quente dele desviaram
da minha boca bem quando eu tentei tocar a dele, e então ele beijou meu pescoço, denovo e denovo,
e eu senti meu coração e minha respiração saírem de rumo.[...]

[...]Eu fechei os olhos, e tudo que eu queria ouvir, tudo que eu conseguia ouvir, vinha dele. e ele
sabia disso. Mick deslizou sua outra mão até meu abdomen, por cima da fina camiseta branca que
eu havia conseguido de Melissa. Ele subiu os lábios até minha orelha, e quando ele falou, eu podia
sentir cada parte de mim vulnerável. "Eu sou o primeiro que faz isso, Julliet?" essa eu demorei a
entender, talvez por ele ter acabado de me entorpecer, ou talvez por que ele não fez outro
movimento. ou talvez eu tenha simplesmente perdido metade do meu cérebro.
E então ele fez, Um movimento rápido e preciso, e acabei me perguntando quantas vezes ele já
havia feito, e descobri que não queria saber a resposta. Mick me virou na cama, novamente me
colocando embaixo dele, mas havia algo diferente no jeito que ele me tocava agora. Sua mão direita
desceu por todo o meu corpo, até que ele segurou firmemente em minha coxa, me puxando
levemente para cima, até um tipo de travesseiro felpudo que Melissa provavelmente tinha posto em
minha cama. Ele colocou minha perna envolta de sua própria cintura, e levou sua boca de volta a
minha tão rápido que eu mal tive tempo de assimilar o que acontecia. Mick também não fez isso
como da outra vez, ele não começou com algo lento. Ele simplesmente me beijou do jeito mais
agressivo que eu podia imaginar, o que por algum motivo, foi melhor do que antes. Minhas mãos
involuntariamente se direcionaram para sua nuca, entrelaçando os dedos em seu cabelo enquanto ele
apertava minha coxa. Eu queria ele perto, eu queria mais perto. mas não sabia como fazer isso.[...]

Mick passeava a mão esquerda por todos os lugares onde alcançava, sem tirar os lábios os meus, ele
novamente pousou essa mão novamente sobre minha barriga, mas então, ele fez algo que eu
realmente não esperava que fizesse. Com um só puxão, ele rasgou toda a metade debaixo da minha
camiseta, subindo os dedos pela minha barriga, até firmá-los em minha cintura com mais força do
que seria comum, porém, só era mais interessante para mim. Eu tentei fazer o mesmo, mas assim
que consegui descer uma de minhas mãos até seu abdomen, ele soltou minha cintura, e separou sua
boca da minha. Antes que eu pudesse reclamar, ele levantou os braços e começou a tirar a camisa.
Eu devo adimitir que fiquei um pouco tonta quando vi seus músculos definidos e o quão fortes
realmente eram seus braços.

u avancei nele antes que ele conseguisse tirá-la, e fiz isso eu mesma. Joguei em algum lugar no qual
eu realmente não me interessei, e coloquei ambas as mãos sobre seu abdomen, subindo por seu
tórax com força o suficiente para arranhá-lo antes de chegar no pescoço. Ele gemeu. E brutalmente
agarrou minha cintura, me trazendo completamente para junto dele. A pele era quente sobre a
minha, e o cheiro intoxicante só me fazia querer mais dele, mais desse cheiro em mim. Derrepente
desejei que ele tivesse dado fim no resto da minha blusa também. Sua boca foi até meu ombro,
beijando de leve todas as extremidades antes de levemente afastar a fina alça de minha camiseta
arruinada. Foi então que ambos ouvimos, com um pulo, uma batida forte na porta.
Meus olhos se arregalaram e imediatamente o empurrei para longe. "Melissa!" eu exclamei.

Mick olhou para a porta, e depois devolta para mim. Ele soltou um gemido de lamento e começou a
procurar, inutilmente por sua camiseta.
"Julliet? Julliet abra a porta!" Melissa gritou, as batidas não paravam.
"Que diabos, Melissa sempre teve o hábito de aparecer quando eu não a quero por perto." Ele
sussurrou baixo, com obvio medo de ser ouvido. Eu agradesci a deus pelas luzes, ou agora Mick
teria visto o quão corada eu estava.
"Você consegue sair pela janela?" eu disse sem realmente pensar que eram dois andares até o chão.
Mick me olhou como se eu não estivesse falando sério.
"Se não abrir agora, eu vou arrombar isso! ANDA JULLIET!" A voz de Melissa não era paciente.
E aí, eu tive uma idéia.

Antes que ele percebesse onde estava indo, eu empurrei Mick para a pequena porta á esquerda, O
banheiro. Agarrei a fechadura, mas antes de puxar, a mão de mick pousou sobre a minha, e mesmo
no escuro, eu sabia que ele estava revirando os olhos.
"Acha MESMO que ela não vai olhar aqui?" Ele bufou.
"Talvez ela te confunda com uma toalha." Eu sorri. Ele soltou um risinho baixo, mas
definitivamente não era pela minha piada ruim. "O que?"
"Não se arrepende de não ter me deixado morrer agora?" Ok, a piada dele foi bem mais sem graça
que a minha. Eu bufei e tentei fechar a porta denovo, ele a segurou.
Um grande estrondo na porta me dizia que ela só se manteria no lugar por pouco tempo.
"Anda Mickael!"
Ele me puxou pela cintura denovo, e antes que eu pudesse me opor, seus lábios tocaram os meus
uma ultima vez. "Torça para ela me confundir com uma toalha."
Eu não esperei que ele me interrompesse denovo, e bati a porta do banheiro ao mesmo tempo em
que a porta do quarto ia ao chão. Uma Melissa mal humorada e mal ilumidada estava na porta, com
uma vela na mão e um prato de comida em outro.
"Você ficou surda ou o que?" Ela me disse. Mas sua voz estava mais suave. Ela colocou a vela sobre
sua mesa, e uma luz fraca iluminou todo o ambiente em pouco tempo. "Você não comeu."

Me movimentei para a porta do banheiro, para impedir Melissa de entrar caso ela quisesse. Ela já
devia estar desconfiada, já que eu estava tensa.

"Por que sua blusa está rasgada?" Ela olhou para a blusa esperando uma resposta.
Demorei um tempo para responder, já que não sabia exatamente o que dizer. "Eu me enrrosquei em
quanto corria para o quarto" Menti para ela.

E um pequeno barulho de algo caindo veio do banheiro, Melissa olhou sobre meus ombros para a
porta e foi se aproximando. "Algo está se queimando lá fora." Me coloquei em sua frente, e disse,
mentindo novamente.

Melissa não deu muita bola, ela queria mesmo entrar no banheiro, e continuei a impedindo, até que
tive a idéia de usar meus poderes, em algum lugar deveria haver um sinalizador de incendio.
Movimentei minha mão sem que ela percebesse para o fazer apitar. Mas não tive sucesso, já que de
algum jeito ele não despertou.

"Juliet, saia da minha frente" Ela disse nervosa novamente.

Então como um flashback tive a visão do carro que Melissa e Mick estavam encostados mais cedo.
Fechei meus olhos, para me concentrar melhor, e quanto terminei de usar as palavras em minha
mente. Houve uma explossão lá fora perto de nossa janela. O carro havia se explodido.

Melissa deu um grito de susto, e saio correndo gritando pelo nome de Mick.

Ouvia pessoas gritando lá fora que estavam sendo atacados por demonios, e não pude deixar de
soltar um riso. Por um momento havia esquecido que Mick estava em nosso banheiro, mas me
lembrei quando ele abriu a porta e saindo de lá rapidamente preocupado com o barulho.

"O que foi isso?" Ele perguntou preocupado e um pouco alterado.


"Um plano B, explodi o carro que se encontrava a baixo da janela"
Mick ficou um pouco palido e boquiaberto, ele ainda estava sem camisa e não pude deixar de
observar seu tanquinho bem malhado.

"Você...V-você fez..." Ele mal conseguia completar uma frase, e achoque isso não era bom.

"Explodi o carro que estava lá fora." Respondi a pergunta que ele nem havia feito.

"VOCÊ EXPLODIU MEU CARRO, JULIET!" Gritou. Ele pegou sua camisa, e saio do quarto
furioso, fui até a janela e vi pessoas terminando de apagar o fogo, e Melissa estava lá, gritando e
descabelada.

Ter explodido o carro de Mick, realmente não foi uma coisa boa, já que a segunda paixão de um
homem, depois da mãe, é seu carro.
Me deitei na cama, para pensar no que acabara de acontecer, e por que havia acontecido? Fiquei
pensativa por muito tempo, até que adormeci.

Mais tarde apenas ouvi Melissa entrando, passando por cima da porta que havia derrubado, sabe lá
Deus como ela tirou força para isso, não dei muita bola para ela, apenas voltei a dormi. Amanhã
sera um grande dia, pensei antes de adormece novamente.

No dia seguinte, acordei antes mesmo de Melissa, a claridade já batia em meus olhos, e os passaros
estavam cantando lá fora.

Me levantei um pouco na cama, me debruçando sobre meus braços, a primeira coisa que avistei, foi
a porta caida, e senti um sorriso se formando em meu rosto. Ontem foi uma noite maravilhosa, mas
ao mesmo tempo terrivel, não podia me esquecer do recado que aquela poderosa alma me passou,
pensei.

Me levantei cuidadosamente para não fazer nenhum barulho, avistei em cima da mesa algumas
peças de roupa com uma folha.

Estas são para você, Juliet


apenas tente não me acordar, caso contrario,
estarei de mal humor o dia inteiro, e isso
não seria tão bom para a humanidade.
Melissa.

Sorri com o pequeno bilhete, o larguei lá, onde havia o encontrado, pegando suas roupas. Quando
entrei no banheiro, me vesti rapidamente com o Jeans e uma blusa azul bebê que Melissa havia
separado para mim.

Quando estava saindo, passei na frente do espelho, e reparei que havia um corte perto de minha
sobrancelha, obviamente o ganhei pelo o ocorrido de ontem com as lampadas, e muitas pessoas
devem ter ganhado um tambem.

Olhei para meu dedo e me lembrei daquela dor, da voz falando aquelas palavras: Seu tempo está
acabando. Senti um leve arrepio, não gostaria de ter novamente aquela dor dentro de mim.

Quando cheguei ao fim do corredor, havia o pátio, muitas pessoas em escadas, trocando as
lampadas. E acho que seria exatamente assim os outros lugares que havia luz. Quando me viram
parada lá, observando, algumas pessoas recuaram para trás, algumas me olharam torto, Martha
estava no meio de algumas caixas, entregando lampadas para quem passava, quando me avistou ela
acenou, apenas sorri.

Um pouco confusa para onde ir, já que o acampamento era um labirinto, não sabia exatamente onde
estava. Mas desejava olhar o estrago que fiz com o carro de Mick.

Encontrar Mick depois de ontem, não acho que era o que eu queria exatamente. Perto de seu carro,
não era onde estaria, já que causava sofrimento olhar aquela lata velha detonada por mim.

Pensei errado, quando finalmente achei o carro, Mick estava lá. Deveria estar se lamentando por sua
perda, já que o carro estava realmente detonado, gostaria de ter voltado para trás, mas já era tarde.

Ele havia me visto se aproximando, ele apenas jogou uma peça do carro que estava em sua mão e se
sentou em algumas pedras, a vista que ele observava era tipica desse lugar, motanhas, com um rio,
nada de novidades.

Eu não poderia voltar, tinha coragem para ficar na pegação com ele, mas não existia um pingo dela
para me mover até lá? Agora era questão de orgulho, me mover ir até ele, era isso que eu tinha que
fazer. Seria simples, se meus pés se mexesse.

Então dei o primeiro passo, o segundo...Parei para observar o carro mais de perto, realmente era boa
em explodir, pensei.

Quando cheguei mais perto de Mick, ele olhou para cima encontrando meus olhos, e se moveu um
pouco para lado e logo depois apoiando seus cotovelos em seus joelhos, acho que gostaria que me
sentasse ao seu lado, não questionei, apenas sentei ao seu lado.

Eu esperei que ele falasse algo, mas nada veio, então tentei falar algo util. "Seu carro não tem mais
concerto?" Falei olhando para ele, esperando por uma cara feia da parte dele.

"Não, você deu perda total nele." Ele disse.


"Me desculpe por isso, você tambem deu perda total na blusa da sua irmã." Disse tentando soar
como uma brincadeira, mas não sei se foi uma brincadeira boa a se fazer.

Mick soltou um riso, um riso que soou um pouco constrangido pelo acontecido de ontem, ainda
mantendo seu cotovelo no joelho, ele passou os dendos no cabelo.

Pude sentir o cheiro de seu shampoo no ar, e era um cheiro bom, que me deixava louca.

"Juliet..." ele começou, e soube que o tom em sua voz ficou séria. "O que aconteceu ontem, não
pode se repetir" Aquelas palavras sooaram como um tapa na minha cara, de tudo que ele poderia
falar sobre ontem, isso não era uma opção, para mim.
"Você é..." ele hesitou.

"Eu sou um Demonio, certo, Mick?" continuei sua frase. "Ou melhor, eu tenho ambas partes de algo
que você repugna" completei.

"Você tem que entender, eu não posso, nós não podemos ter algo. Estamos em guerra, Juliet, eu
tenho que proteger todos, e não lutar para te proteger." ele disse mais serio do que antes. "E você
tem uma decisão a tomar." ele finalizou.

"Se é errado, por que deixou acontecer?" perguntei.


"Eu sou homem, Juliet, e tenho minhas necessidades" Se ele disse aquilo para me provocar, me
causar raiva, funcionou, em questão de segundos senti meus olhos ficando negros, desejava explodir
Mick, ver seus pedaços voando por todo lugar. Mas não o fiz, apenas me levantei e antes de
começar andar para longe dele, apenas lhe dei um recado. "Quando você precissar satisfazer suas
necessidades, procure outra mulher, ou as coisas irão ficar realmente feia se me procurar
novamente" Dessa vez, me virei procurando seus olhos, fazia questão que ele olhasse meus olhos,
para ver minha fúria neles.

Joguei meus cabelos para frente e caminhei de cabeça baixa, para as pessoas que estavam no pátio,
ou se encontrasse alguem no caminho, não os vissem, já que até agora não voltaram ao normal.

Quando estava no corredor, vi melissa com martelos e pregos, devia estar tentando arrumar a porta
que ela mesma destruiu. Ela estava em baixo da porta, a levantando, exatamente como ela, me
enfiei lá para ajuda-la.

Acabou que Melissa me deixou sozinha segurando a porta, já que ficou pasma com meus olhos
totalmente negros. Sozinha, levantei a porta e a encaixei em seu devido lugar.

"Por que seus olhos estão assim?" Ela perguntou ainda pasma, e retirando pregos de seu bolso.

"Apenas um estresse." Disse. "Você tem algum oculos escuros, Melissa?" A pedi, pois sabia que
meus olhos não voltariam tão cedo ao normal. Ela se movimentou para seu guarda-roupa, abrindo
uma das gavetas e retirando um oculos de lá. Sem dizer nada apenas me entregou e foi martelar a
porta.

"Sobre ontem, aquela voz que saio de você, tem alguma explicação?" Ela me perguntou em quanto
dava os ultimos retoques na porta.

"Não, mas gostaria de ter alguma, algo que acabesse com todas minhas duvidas." respondi
colocando os ôculos dela. "Seria tão bom se quando criaram, viesse com um manual de instruções,
não é tão facil ter que decidir algo que vai modificar totalmente o futuro" Falei.

"Livros, isso ajudaria?" ela perguntou. "Eu sei exatamente onde você pode encontrar varias
respostas para suas perguntas. Venha" Ela disse me puxando, antes mesmo de dar uma resposta.

Se livros iriam ajudar, eu não sabia, mas gostaria de saber para onde Melissa estaria me levando.
subimos uma escada, quando chegamos ao lugar destinado, tive certeza que lá seria o sotão desse
lugar. Mas era um sotão diferente, em vez de se encontrar caixas, poeiras, e tudo o que imaginamos
em um lugar desse, não tinha lá. Construiram uma bibliotaca, havia muitas estantes, e muitos livros.
Para mim, esse era o lugar mais bem arrumado e limpo que tinha no acampamento.

"Aqui é a bibliotca, é o lugar favorito de Mick, ele te estudava aqui, procurava maneiras de como te
causar dor." Disse me apressentando o lugar "Acredito que tenha varios livros sobre demonios e
anjos, eu não posso ficar aqui, tenho algumas coisas para fazer, tente não causar nenhum problema
aqui, Mick irá te matar e a mim se algo acontecer com seus livros" Ela finalizou descendo a escada.

Estava sozinha, finalmente sozinha, sem nenhum barulho ou Mick.

Caminhei até uma enorme mesa que se encontrava no sotão, sobre ela existiam varios papeis
escritos com coisas sobre mim, deveria ser de Mick, já que ele me estudava. Mas isso não seria útil
ler, ninguem sabe mais que eu como sofri com suas torturas.

Fui para a primeira estando que estava mais proxima de mim, a maioria de livros realmente era
sobre anjos e demonios.

Antes mesmo de encostar em um livro, ouvi passos e senti o cheiro da pessoa que estava se
aproximando, droga, pensei. Então logo tive a visão clara de Mick na escada, me olhando e
tentando entender o que estava fazendo aqui.

"Qual o lugar que eu possa ir, em que você não esteja?" Falei um pouco mal humorada.
"Aqui não seria o melhor, já que passo a maior parte do meu tempo aqui, por que está de ôculos
escuros?" Como Melissa, estava começando achar que ambos sofria de transtorno bipolar. Algum
tempo atras, mick acabará de falar a coisa mais horrivel que alguem me disse, e agora estava calmo
e um pouco simpatico.
"Meus olhos estão negros, graças a você" O lembrei ironicamente.
"O que está fazendo aqui?" Ele perguntou ignorando o que acabei de dizer.

"Procurando respostas." Disse, olhando novamente para as estantes e ignorando sua presença .

"Posso ajudar" Ele falou.


"eu não preciso de ajuda, Mickael" respondi com total grosseria.

Mick apenas sorriu, como seu sorriso era lindo, mas ele não passava de um idiota. E finalmente
disse, "Com ajuda, é sempre melhor, Juliet"

Mick me ajudou a escolher os melhores livros sobre demonios e anjos, fui obrigada a aceitar sua
ajuda, já que não fazia idéia nem do que procurar. Sentamos lado a lado na longa mesa que se
encontrava lá.

"Você irá prejudicar seus olhos lendo com esses ôculos" Ele disse me observando em quanto lia.

Eu apenas olhei para ele e respondi curta e grosa. "Estou bem."

Mick não disse nada, apenas se movimentou para mais perto e retirou os ôculos do meu rosto, o
toque de sua mão em minha pele me fez gelar. "Não esconda-os das pessoas, você não deve se
envergonhar pelo o que é." Depois de suas palavras, eu senti que meus olhos estavam voltando para
o natural, finalmente meus olhos estavam ficando azuis novamente. "Eu prefiro seus olhos assim,
azuis, essa cor é minha favorita." Mick disse sorrindo.

Bipolar, Mick era bipolar! Eu não consegui sorrir igual a ele pelo elógio, apenas levantei da cadeira,
empurrei os livros que estavam perto de mim e gritei. "Qual é seu problema, Mickael?"

Ele me olhou um pouco assustado. "Se você não entendeu até hoje, EU TENHO SENTIMENTOS!"
Continuei gritando, arranquei o ôculos de sua mão, e fui embora sem ao menos olhar para trás.

Mick apenas ficou lá, sem ao menos questionar ou vir atras de mim.

Quando estava proxima do pátio, ouvi muitas vozes gritando em protesto, e pelo jeito era sobre mim
e minha liberdade. Melissa estava lá gritando contra todos, me protegendo. Mas acho que não
estavam dando muita bola para ela.

Quando me viram, formaram um grande circulo em minha volta, me culpando pela explossão do
carro, o acidente com as lâmpadas, dizendo que eu era uma ameaça, que poderia matar alguem.

Não poderia falar nada em minha defesa, já que tudo que eles estavam falando não tinha nenhuma
mentira, eu realmente era uma ameaça pra todos.

Eu vi soldados de Mick se aproximando de mim, muitos deles, suas expressões eram como se eu
fosse um animal perigoso a solta. Mas eles pararam quando um estranho segurou meus braços para
trás

Então senti, uma lamina se encostando em meu pescoço, me proteger? não. Se eu fizesse isso, as
pessoas nunca iriam me aceitar no acampamento. Apenas estava esperando Mick aparecer pra
colocar ordem aqui. Não pude deixar de sentir raiva quando esse estranho me segurou e colocou a
faca em meu pescoço, nesse momento meus olhos ficaram negros.
Com meus olhos assim, todos ficaram ainda mais assustados, mas era uma coisa que não podia
evitar.

Mick, ele estava vindo, pude sentir que estava chegando. Esse desgraçado logo iria me soltar,
aquela faca em minha jagular, estava me dando calafrios.

Melissa correu até ele e não parava de falar, devia estar lhe informando do que estava acontecendo.

Quando ela parou de falar, Mick estava vindo em minha direção, e senti que a faca começou a
cortar minha pele, meu sangue acabará de começar escorrer pelo pescoço.

Foi então que algo imaginavel aconteceu, aquele estranho homem que me segurava se explodiu, seu
sangue, pedaços de seu corpo voaram por toda parte, principalmente em mim. Droga, meu cabelo,
pensei. Lamentar a morte de um homem que iria cortar meu pescoço? Eu não sou tão boa assim, a
unica coisa que lamentei foi seu sangue em meu corpo, principalmente em meu cabelo.

Toda a multidão estava pasma, algumas choravam, até que uma voz do fundo surgiu "Ela matou
David" gritou. E foi o bastante para todos entrarem em desespero, algumas gritavam para me matar,
e outras gritavam para me prender.

Dois soldados se aproximaram de mim, e seguraram meus braços, como se fosse uma prisioneira
que acabará de fugir. Eles, todos, olharam para Mick, esperando por ordens.

Mick ficou pensativo, obviamente não sabia no que acreditar. "Eu não fiz isso, Mickael" disse quase
sussurrando. Ele olhou para mim com aquela expressão de quando me torturava, expressão de nojo,
misturado com raiva. "Levem-na para cela" Ele disse

Eu não disse nada, aquilo foi o bastante para entender que Mick não confiava em mim o bastante.
Quando estava caminhando até a entrada do calabouço, escutei um riso maligno, e na hora soube
que existia mais um demonio aqui dentro alem de mim.

Quando me jogaram dentro da cela e me prenderam nas correntes, me senti fraca, meus poderes
haviam sidos bloqueados por aqueles malditos simbolos.

Tudo que eu desejava era que Mick aparecesse, esperei por muito tempo, mas ele não veio. Já era
noite, quando ouvi passos se aproximando.

Era Martha, ela estava abrindo a cela. O que diabos ela estaria fazendo aqui?
Qualquer tentativa de me ajudar a colocaria em encrenca.

"Sabe Juliet, nossos irmãos sempre falaram o quanto você era esperta, mas nunca achei que você
demoraria tanto, pra saber que sou um demonio." ela disse. "Usar uma adolescente ou uma criança
como seu receptaculo, é ótimo. Como alguem desconfiaria de pobres crianças?" Ela disse em
deboxe.

"O que você quer aqui?" Disse furiosa.


"Te matar." ela disse quase sorrindo. "Com você viva, apenas irá nos atralhar. Pensavamos que tudo
que Lúcifer queria era ter o mundo sob suas ordens, mas quando conseguimos invadir, ele recuou e
nos abandonou, e ainda se alhiou a Deus para te criar." Ela parou um pouco e olhou para mim " Sem
a humanidade, o céu e o inferno não existira mais. Não existira pecados e muito menos bondade,
acha que Lúcifer e Deus iriam querer isso?"
"Pobre de seus pais, o que fariam se descobrissem que a criação perfeita deles está se apaixonando
por um inútel humano?" ela continuou.

Eu não estava me apaixonando por Mick, ou estava? Não! Eu não posso.

" 'Sou homem e tenho minhas necessidades' E ainda tem gente que enche a boca pra falar que a
Anjo-Demonio apenas perde para Lúcifer e Deus" ela gargalhou. Ficar com Martha aqui, estava me
dando mais nojo que todo aquele sangue em mim.

Agora tudo fazia sentido, por isso que Mick estava me tratando bem na biblioteca, e quando gritei
não entendeu nada.

"Não foi Mick...Foi você" Disse tentando entender.


"Agora, você vai morrer, está indefesa, nas correntes. Sem seus poderes, Juliet, você não passa de
um mero demonio." Ela disse passando a faca sobre minha bochecha.

Ela parou de me cortar e ficou pensativa. "Não, eu não vou te matar, vou deixar esse trabalho para
Mick, o verdadeiro Mick" ela sorriu, minha vontade era de mata-lá

" Uma morte sem sofrimento não tem graça, certo Marth?" Falei.

"Tirou as palavras de minha boca. Vou subir, e falar o quanto você é cruel, acho que amanha mesmo
nosso chefe irá aparecer para te matar." Ela disse trancando a cela.
"Se prepare para morrer nas mãos de seu amado, Juliet"

Fazer algo, eu tinha que fazer algo, mas como? Sem meus poderes não podia nem ao mesmo
arrebentar essas correntes. A unica coisa que podia fazer era esperar Mick, e rezar para ele acreditar
em mim.

Era como se o tempo tivesse parado, os segundos, os minutos, as horas não passavam. O dia nunca
chegava, em quanto eu estivesse aqui, aquela maldita demonio estaria causando o mal lá em cima.

Em nenhum momento cai no sono, apenas uma coisa se passava na minha mente, como fazer Mick
acreditar em mim. Custou tanto para Mick confiar em mim, e graças a Martha, ele sequer deveria
querer olhar para mim.

Pela primeria vez, pedi ajuda pra Deus, estava totalmente sem saida, e a unica coisa que podia fazer
era rezar para um dos meus pais.

Finalmente vi o sol nascento entre as montanhas pela janela, finalmente, logo Mick iria aparecer.

Mick apareceu, quando abriu a cela, ele segurava um facão enorme com algumas escritas em latim,
quando disse que ele era a unica pessoa que temia na terra, era verdade, pois ele sabia exatamente
como me matar. E naquele facão existia exatamentes as palavras que me mataria se enfiassem em
meu coração.

Sua expressão era séria, muito séria, ele realmente veio aqui para me matar. Mick não confiava mais
em mim, e eu tinha apenas alguns minutos para que toda aquela confiança que teve um dia por mim,
voltasse. Ou ele me mataria.

"Mick, por favor..." comecei. "Você tem que acreditar em mim, eu não matei aquele homem, existe
um demonio aqui alem de mim..."
"Fique quieta" Ele disse me cortando.

"Mick, Martha é um demonio que esta jogando conosco. Ela me quer morta, eu sou apenas um
grande obstaculo no planos dos filhos de Lúcifer." falei "Ontem de manhã ela possuiu seu corpo,
por isso estava furiosa com você na biblioteca. Ela fez com que você acreditasse que eu estava
pirando, para que não houvesse duvidas sobre eu mesma ter matado aquele homem"

"Você achou que eu estava pirando, certo, Mick?" continuei "Eu não estou!"

Mick não disse nada, apenas virou para mim, sua expressão era irreconhecivel, deveria ser aquela
que usará para matar demonios e anjos. Eu senti lagrimas rolando por meu rosto, era isso, Mick iria
me matar. Morte sem sofrimento não existe graça, pensei. Era isso que Martha queria, sofrimento.
"Não faça isso." eu supliquei

Mick nem ao menos me olhou nos olhos, apenas levantou os braços com aquela enorme faca, e a
unica coisa que pude fazer, foi fechar meus olhos.

Mas a dor não veio, apenas um grande barulho e as correntes que me seguravam caindo no chão.
Abri meus olhos e observei a o que acabará de acontecer.

Em vez enfiar de aquele facão em meu coração, Mick havia arrebentando as correntes com ele.
Fiquei brava comigo mesma por ter fechado os olhos e ter perdido isso. Mick arrebentando
correntes apenas com um facão bem afiado e sua força, isso nunca mais aconteceria.

Como passei muito tempo esticada, já que não tinha tamanho suficiente para ter apoio total nos
meus pés no solo, não tive muito equilibro, principalmente por que meu corpo doia inteiro,
cambaleei para frente, mas Mick me segurou em seus braços. "Temos um demonio para matar"
Disse sobre meu ouvido. Rotomando meu equilibrio, fiquei parada em sua frente, a poucos
centrimentos de seu corpo. "Obrigada" Nao sabia exatamente se estava agradecendo por não me
deixar cair, ou por ter acredito em mim.

Mick não disse nada, apenas quebrou o simbolo que me prendia, saimos da cela a procura de
Martha. Maldita demonio, agora ela iria conhecer o que é uma morte com sofrimento.

Quando achei aquela vadia, que chamavam de demonio. O que era uma vergonha para meu lado
demonio ter uma parente como ela.

Martha estava encostada em um enorme muro, no topo existia enormes arames farpados. E só
passou uma coisa pela minha mente, e foi exatamente o que aconteceu. Martha voou até o arame e
consegui pendura-la, senti que ela estava usando seus poderes, mas para mim, não passava de meras
cocegas. "Quem é um simples demonio, agora?" gritei.

Mick estava parado atras de mim, olhando para Martha pendurada nos arames, e só quando olhei
para ele notei que havia sangue em nós dois, era sangue de Martha, o sangue dela escorria pelo
muro, e obviamente havia espirrada em nós quando perfurei seu corpo nos aremes. Puxei o facão da
mão de Mick, e joguei Martha no chão.

"Isso é o que chamo de uma morte dorolosa" Disse a ela antes de mutilar seu corpo, e por fim,
enfiei o facão em seu coração, mesmo morta, continuei enfiando aquela grande lamina em varias
partes de seu corpo, parecia um filme de terror, meus olhos totalmente negros e meu rosto, meu
corpo totalmente sujos de sangue. Meu lado dêmonio realmente estava falando bem alto, era como
se algo não me deixasse parar, eu queria ver seu corpo picotado, e picotado por mim mesma.

Apenas senti a mão de Mick passando pela minha, e arrancando o facão e o jogando longe. "Ela já
esta morta, Juliet" ele disse.

Olhavamos aquele corpo todo mutilado, então tomei coragem para falar algo
"Mick, ontem a noite, quem me beijou era você ou o demonio?" perguntei em quanto passava a mão
na minha testa na tentativa de tirar um pouco de sangue que se encontrava em meu rosto.

"Ontem a noite, era meu proprio demonio falando mais alto, Juliet" Quando ele disse, não pude
deixar de sorrir, nada que Martha havia dito para mim de manhã no corpo de Mick era verdade. Mas
ela tinha razão em algo, me apaixonar por Mick, ou por qualquer outro humano, era errado.

Melissa surgiu entre nós, e foi assustador para nós duas já que eu estava parecendo uma psicopata
suja com todo aquele sangue, para mim, foi um simples susto, já que não havia percebido que ela se
aproximava. Ela não disse nada, apenas ficou em silencio, como eu e Mick, observando o corpo de
Martha.

Depois do ocorrido com Martha se passaram algumas semanas, Mick e eu mal conversamos, muito
menos nos tocamos. As pessoas passaram me aceitar, mas algumas ainda me olhavam torto, e Mick,
mesmo afastado de mim durantes essas semanas, ainda olhava torto para elas.

Todo dia era um tédio, ajudar as pessoas com seus deveres, foi algo que Mick e Melissa não me
permitiram fazer, já que todos ainda tinha um pé atras comigo. Hoje estava com vontade de
conhecer o acampamento por inteiro. De manhã vi Mick e Melissa saindo do acampamento, Mick
estava usando, como sempre, sua farda e suas botas de combate, quando voltaram já estava quase
escurecendo, Melissa me disse que foram visitar o tumulo de sua irmã que havia sido morta por um
anjo. Ela estava um pouco abatida, então resolvi deixa-la sozinha.

Sai andando pelo acampamento, sem ao menos perceber para onde estava indo, entrei por uma porta
e parecia que estava de volta para o caminho de meu quarto, um corredor muito longo e com varias
portas, ele parecia estar abandonado, não tinha nenhum sinal de vida lá, e as duas unicas coisas que
ouvia era o eco dos meus passos e o barulho da chuva lá fora.

Parecia que não haveria nenhuma novidade lá para explorar, passei por uma das portas e senti que
ela se abriu, não dei muita bola, já que estava ventando bastante nesse dia chuvoso, mas estava
enganada, senti braços se enrolando sobre minha cintura, e me puxando para trás, praticamente me
encoxando, imediatamente senti meus olhos ficando negros, esse era o momento que iria reagir.
Então percebi, graças ao meu olfato aguçado que a pessoa que havia puxado para dentro dessa
pequena dispensa, aparentemente para mim, era uma dispensa, já que havia grandes estantes com
comidas e um lugar apenas para uma pessoa, era Mick.

O lugar era realmente pequeno, abafado, o espaço completamente livre de latas mal cabia uma
pessoa - que convenhamos, a pessoa de Mick não é uma das pessoas mais pequenas que eu
conheço. A mão dele se manteve em minha cintura, e sua boca encontrou meu pescoço, eu sentia os
lábios dele subirem e descerem por toda minha garganta e isso me deixou completamente sem
ação , enquanto eu ouvia o barulho de chaves em sua outra mão tentando acertar a fechadura. Ele
acertou. E então ele soltou a chave no chão e dirigiu sua outra mão até meu pescoço subindo a boca
até o meu queixo.

Cada parte de mim, por um momento pareceu fugir do controle, e eu estava completamente
vulnerável a ele. O espaço estremamente pequeno tornava impossível que alguma parte dele não
estivesse encostando em mim, devo adimitir, eu adorei aquilo. Em um breve momento de sanidade,
percebi que minhas mãos ainda estavam grudadas junto a parede, qual é, quando foi que eu fiquei
tão idiota?
Dirigi ambas para o pescoço de Mick, porém somente uma permaneceu lá, meus dedos se trançaram
ao cabelo dele, Encorajando-o a continuar, enquanto desci a outra até seu peito, traçando os dedos
pelos botões da rude farda militar. Sua boca voltou ao meu pescoço e uma leve mordida me fez
soltar um gemido.

Ele hesitou por um momento, e eu quis bater minha cabeça na parede de um jeito não delicado.
Então ele continuou, seus lábios mais suaves contra minha pele, ele subiu até o canto da minha
boca, e então, simplesmente parou, e afastou seu rosto de mim tanto quanto o espaço permitia.
Quando eu ia começar a reclamar, percebi que seu braço ainda envolvia minha cintura, e os dedos
da outra mão, levemente traçaram o caminho até o meu rosto. Eu não podia ver direito, mas podia
jurar que seus olhos estavam fixos em mim. "O que ela disse, Julliet?" a voz dele era baixa, gentil.
Não sei se pelo fato de eu estar completamente anestesiada e confusa, mas eu realmente não entendi
a pergunta. "Quem?"
"Martha. Você gritou comigo na biblioteca, e depois citou que ela havia tomado meu corpo... O que
ela disse?"
" E isso é hora de perguntar? " eu abaixei a cabeça, brincando com um dos botões do uniforme dele
entre os dedos.

Ele riu, uma risada baixa e confortável. seus lábios se aproximaram novamente de mim, e eu
suspirei fundo, tentando controlar algo em meu estômago que não deixava meus neuronios
funcionarem, ele beijou a ponta de minha orelha, e quando falou denovo, mal passava de um
sussurro " Responda a pergunta, Julliet."
Eu assenti, realmente não creio que ia conseguir negar alguma coisa, não enquanto o cheiro forte
dele tomava conta de mim. "Disse, algo com você ser homem e ter suas necessidades, e o que
aconteceu naquela noite não ia se repetir por que..." eu nunca terminei a frase. Os lábios de Mick
encontraram os meus tão ferozmente quanto o desejo que eu tinha deles, como se ele tivesse lido
minha mente. eu firmei meus dedos em volta da leva de botões de seu antigo uniforme militar
enquanto ambos os braços de mick se firmaram em minha cintura, me trazendo mais perto do que
eu julguei possível.

Um a um, os botões de seu casaco foram soltos por mim, e meus dedos passaram por cima da fina
camiseta que ele usava por baixo com força, marcando com as unhas seus músculos enquanto eu os
sentia sobre minhas mãos. Mick soltou minha cintura para que conseguisse tirar o casaco, e ele o
fez. jogou o casaco no chão aos nossos pés. Bom, eu não tenho muita certeza do que me deu na
hora, talvez fosse algum impulso, ou meu corpo falou por mim, mas no exato momento em que ele
conseguiu se livrar do casaco, usei as mãos que ainda estavam em seu abdomen para virá-lo e jogá-
lo com força contra a porta, que fez um enorme barulho na hora, quase abrindo... e deus me ajude,
mas ela não o fez. Eu nem sequer percebi o barulho na hora, mas podia jurar que mick havia
hesitado com o movimento...pelo menos até eu literalmente pular em seu pescoço, firmando meus
dedos tão forte em sua nuca e ombro que eu senti minhas unhas o machucarem, ele não se importou,
e seus lábios desceram até os meus com força. ele novamente pôs as mãos sobre minha cintura mas
dessa vez com muita força, e então ambas as mãos desceram até minhas coxas e um arrepio tomou
conta de todo o meu corpo, ele usou isso como impulso e me colocou em seu colo, passando minhas
pernas em volta de sua cintura, e em seguida, me -ou nos -empurrou até o outro lado da pequena
despensa, até que minha cabeça se chocasse contra uma das prateleiras, eu inoluntariamente apertei
meu abraço em seu pescoço. Seus dedos eram tão fortes em minhas pernas que quase machucavam,
mas eu realmente não me importava. O beijo era tão intenso, que eu não conseguia mais encontrar o
ar em nossa volta, mas ele pareceu perceber isso, e derrepente, uma de suas mãos liberou minha
coxa e viajou até o meu ombro, em menos de um piscar de olhos, eu senti a alça da minha blusa se
soltar e deslisar até o chão... só que minha blusa não era de amarrar. ele simplesmente havia
rasgado-a, DENOVO. Sua boca deixou a minha e ele se voltou ao meu ombro, alternando entre
beijos e mordidas até minha garganta.

Ele parou, passando levementa a ponta do nariz pela minha pele até minha bochecha, e então ele o
encostou no meu, e novamente um sussurro baixo saiu dele. "Como pode ver, eu sou homem" ele
encostou a boca na minha, por um momento tão breve que eu incontrolávelmente quis mais, quando
inclinei pra frente para receber, ele desviou, beijando o canto do meu nariz. ele voltou a falar. "E
tenho minhas necessidades." um nó desceu pela minha garganta, e não sei como, mas algo em meu
corpo deve ter denunciado meus pensamentos. Ele teve a unica reação que eu não esperei que
tivesse, ele riu. Ele REALMENTE riu. de mim?
Antes que a pergunta me surgisse, ele apertou minha coxa ainda mais forte, explorando dessa vez a
parte interna de minha perna. Sua outra mão voltou até o meu pescoço e ele puxou meu rosto para si
de um jeito rude, quase selvagem, e então sua língua tracejou o contorno de meus lábios. "Mas só
sendo realmente cega pra achar que você não era uma delas."

Eu não pude deixar de sorrir. ele continuou. "Nunca te contaram, Julliet? eu tenho mania de
necessitar das garotas que salvam minha vida" Ele tentou me beijar denovo, eu desviei.
"Como assim AS? quantas foram?" a pergunta saiu antes que eu pudesse controlá-la, e eu mordi a
língua. Que diabos, eu estou com ciúmes? Malditos humanos. Ele riu denovo, de um jeito mais
abafado, e não ligou quando tentou me beijar outra vez, e eu novamente desviei. Ele simplesmente
voltou a beijar meu pescoço, e um sussuro quase inaudível saiu de sua boca contra minha pele
"Uma, mas todas as personalidades dela me mantém entretido como se fossem vinte."

Dessa vez foram as minhas mãos que envolveram seu rosto e o trouxeram pra mim. E eu o beijei.
Eu o beijei com todas as minhas forças. Começou realmente devagar, mas Mick o acelerou até o
quanto conseguia, e com o tanto que nossos corpos estavam grudados agora, eu mal podia
diferenciar onde nossos corpos se separavam. Eu desci minhas mãos novamente, pelo espaço quase
inexistente entre Mick e eu, até alcançar sua camisa, mas ele bruscamente me parou, segurando
minha mão e se afastando de mim.
"Hoje não, Julliet." A frase era séria, mas eu não conseguia explicar o sorriso em sua voz - e
provavelmente em seu rosto também. Ah, aí eu me extressei. Em um movimento brusco, tirei
minhas pernas de sua cintura - o que não foi muito fácil, já que ele segurou na primeira tentativa, e
minha força de vontade já tinha praticamente pulado pela janela na segunda. Mas eu consegui.
legal, uma atitude corajosa já tinha ido, agora é só salvar o mundo.

"Você. é. um. Idiota." saiu mais como um grito, mas no momento eu não me importo. Mick tentou
envonver minha cintura novamente, mas eu desviei, colocando minhas próprias mãos na frente do
corpo, o que, ocasionalmente, encostou nele. Ele riu da minha fracassada tentativa de manter
distância no espaço fisicamente impossível de se realizar essa proeza. "Fique longe de mim, o que
acha? que pode brincar comigo?" Ele continuou rindo, e então, finalmente aconteceu o inevitável -
ele me cercou. pousando ambos os braços nas paredes, diminuindo ainda mais o espaço. eu tentei
virar, e me espantei quando ele permitiu, então logo percebi por que. Quando cheguei do outro lado,
tudo que encontrei foi a porta fechada - e menos espaço ainda. Mick me agarrou em um movimento
brusco, passando ambos os braços em minha volta, me impossibilitando de me mover.

Cara, tenho que adimitir... o cara sabe o que quer dizer malhação. O poder do cheiro de mick me
atingiu denovo, como uma droga em minhas veias, e eu o odiei por isso. Ele riu, e o barulho de sua
rizada em meus ouvidos fez aquilo no meu estômago me deixar tonta denovo, os lábios dele
encontraram os meus e eu não o impedi, foi apenas isso, um termo e doce selinho demorado. Mas
cada parte de mim tremeu sobre seus braços. "Eu disse, HOJE não, Julliet, não disse que não iria
acontecer." eu corei no escuro, e derrepente todo o meu corpo pareceu em chamas, não existia nada
no mundo além de Mick, nada além de... um barulho muito alto de madeira se partindo e uma dor
aguda em minhas costas me derrubaram para frente. Em meio segundo, a porta estava no chão e a
luz do corredor me cegou, eu olhei para Mick e seus olhos pareciam hipnotizados - quase admirados
ao se fixar em algo. Então eu percebi... não eram luzes, era eu.
Grandes Asas negras surgiram em minhas costas e iluminavam tudo em um raio de seis metros. Que
diabos?

"Como...?" Mick gaguejou.


"Eu não sei! eu nem sabia que as tinha." Minha voz saiu quase como um sussuro, e eu encarei as
asas como se eu mesma fosse uma aberração. e achei que Mick estivesse com aquela expressão de
nojo novamente, mas pra minha surpresa, ele não me soltou. Pelo contrário, suas mãos se tornaram
ainda mais firmes em minha cintura, como se tentasse... me proteger de mim mesma.
"Você está bem?" ele disse devagar.

"Sim, eu estou bem" O respondi, malditas asas, elas tinham que aparecer justamente agora? Quando
não é Melissa, sou eu mesma, pensei.

Em nenhum momento Mick soltou minha cintura, ele apenas me aproximou ainda mais dele e sorriu
"Você tem que parar de me causar prejuizos, Juliet" disse encostando seu nariz ao meu e balançando
de um modo provocativo. Eu não disse nada, apenas sorri como ele.

Então finalmente, ou infelizmente, ele me soltou, me movimentei para fora da dispensa, olhando
para o estrago que havia feito. Mick pegou seu casaco e me entregou para tampar meu busto, já que
estava apenas de sutiã e minha blusa estava, novamente, rasgada.

"Vamos sair daqui, antes que alguem apareça pedindo explicações." Ele disse pegando em minha
mão. Andamos juntos, não muitos proximos, graças a minhas asas, apenas com nossos dedos
entrelaçados, e isso era uma sensação ótima.

Quando nos aproximamos da multidão, antes mesmo de nos avistarem, ele soltou minha mão.
Decepcionante, pensei. A primeira pessoa que encontramos ao sair daquele corredor foi Melissa.

Ela olhou um pouco abobada, e então foi até nós "O que aconteceu? Que barulho foi aquele?
JULIET, VOCÊ TEM ASAS!" ela parou de falar um pouco "Por que você esta com o casaco de
Mick?"

"Ele me emprestou. Sua blusa rasgou quando..."


"Se enrroscou na porta?" ela disse me cortando
" Si-...Quando minhas asas surgiram!" Exclamei, tentando corrigir o começo de minha frase.

"Sabe, meu maninho aqui, tem um grande costume de rasgar blusas, quando a coisa ralmente pega
fogo" Ela disse abraçando Mick, de lado.

"Mas isso não vem ao caso agora, certo, Melissa?" Ele disse.
"Não, claro que não" ela concordou, se fingindo de boba, logico que Melissa já tinha pescado algo
no ar.

Continue o caminho para nosso quarto com Melissa, todos olhavam para mim, assustados e alguns
tampavam seus olhos com a claridade, denpendedo do foco que batia. Quando Melissa e eu
chegamos no quarto, senti automaticamente minhas asas voltando para dentro, senti um pouco de
dor, mas nada exagerado.
Já era tarde, e estava exausta, apenas dei uma breve olhada na rosa que Bella havia me dado, ela
ainda estava linda, graças aos meus poderes. E logo adormeci.

No dia seguinte acordei com Melissa me chacoalhando, o que houve com com o 'acordar tarde para
o bem da humanidade?' me perguntei.

"Acorda Juju! O dia está lindo, vamos tomar sol!" Ela disse gritando no meu ouvido, Juju? Mas que
diabos de apelido era aquele!

Quando tomei coragem para abrir meus olhos, melissa estava vestida com um biquini e saia. E
sobre minha barriga, tambem havia um biquine e uma saia. "Está doida que vou vestir isso, né?"
Perguntei.

"não estou doida, não negue, por favor! para recompensar minhas blusas ACIDENTALMENTE
rasgadas" Ela disse.

Com melissa, um não, nunca funcionava, o melhor que pude fazer foi me vestir com aquelas peças.
Quando estava me trocando, ouvi Melissa dizendo o quão branca era, e iria precisar de uma
proteção maior. Quando me retirei do banheiro, ela segurava um chapeu de praia, e o enfiou em
minha cabeça.

Ela me olhou de cima para baixo e disse "Você esta maravilhosa."

Antes de Melissa terminar de passar protetor solar, peguei o casaco de Mick, e sai do quarto. Acho
que ela soube o que eu iria fazer, então não protestou minha saida.

A porta do quarto de Mick ainda estava fechada, ele ainda estava lá dentro, dei pequenos três
pequenos toques na porta. Depois de um tempo, ela se abriu, e Mick apareceu atras dela, ele estava
com uma cara de sono, e estava sonolento.

Quando me viu, acho que despertou, já que seus olhos foram diretamente para meus peitos.

Elevei meu dedo indicador para baixo de seu queixo, e ergui seu rosto para que seus olhos se
encontrasse com os meus.

"Não existe nada de diferente aqui, que você não conheça, Mickael" Disse lhe entregando seu
casaco, ele não disse nada, apenas o pegou. E logo Melissa surgiu entre nós, gritando bom dia para
Mick e o abraçando. Melissa estava drogada, essa era a unica opção para tanta alegria, logo depois
de largar Mick, me puxou junto com ela para fora do corredor dos quartos.

Não reparei muito no caminho que fizemos, já que o sono ainda me dominava. Mas estavamos perto
do portão de entrada e saida, já que o avistei. No canto ensolarado que Melissa havia reservado para
nós duas, se encontravam duas espreguiçadeiras. Me deitei em uma delas, colocando o chapeu na
frente de meus olhos, quem sabe, eu pegaria no sono de novo.

Algum tempo depois, eu ouvi vozes maculinas, e rizos. E aquele cheiro, aquele maldito cheiro que
me hipnotizava. Espera, Mick rindo? Essa eu precisava ver melhor, pensei. Me sentei na enorme
cadeira, procurando por ele. Então tive a visão mais bela desde minha existencia, aquilo só podia
ser um deus grego. Uau, não pude deixar de ficar boquiaberta com beleza daquele rapaz ao lado de
Mick. Aquele deus gregos se parecia um pouco com Mick, mesma altura, músculos bem definidos e
cabelos loiros. Fechei meus olhos novamente para ter certeza que não estava sonhando. E escutei a
voz de Melissa atras de mim, sobre meu ouvidos. "Feche a boca Juliet, ou você vai me matar
afogada com tanta baba" Ela riu.

E aí meus olhos se passaram para Mick, é, ninguem vai tirar seu primeiro posto de homem gostoso
de cheiroso, pensei. "Quem é ele?" perguntei para Melisse, matando minha curiosidade.

E então reparei que em nenhum momento Mick tirou os olhos de mim e Melissa desde que estava
perto do portão, isso não era bom se ele tivesse visto minha expressão abobada pelo seu amigo, e
não por ele.

"Ele é um amigo de Mick, seu nome é Thomas" Melissa disse sorrindo e acenando para ele. "ele é
da zona oeste, está fazendo uma visita, ele e Mick são grandes amigos desda adolescencia, e veio
tambem por causa de você" ela finalizou.

"Por mim? por que?" Perguntei ainda mais curiosa


"Você é como uma celebridade lá fora, todos querem te conhecer, não é todo dia que um
acampamento encontra um Anjo-Demonio" ela respondeu se sentando ao meu lado.

Depois de finalmente me livrar de Melissa, e daquelas roupas, fui procurar Mick.


Minha consciência pesava mais que meu proprio corpo, não sabia exatamente como Mick se
sentiria se tivesse visto minha expressão, procurei por ele por todos os cantos, apenas faltava a
biblioteca, e para não perder minha viagem até lá, me concentrei em seu cheiro, procurando por ele.
Imediatamente soube que era lá mesmo onde ele estava.

Quando cheguei lá, ele estava sentado em uma poltona morrom de frente para uma enorme janela
quadrada, observando a vista. Eu não sabia exatamente o que dizer, nós não estavamos realmente
juntos, então não tinha por que essas coisas de discutir relação, eu acho.

"Esta tudo bem?" perguntei, tirando sua concentraçao da paisagem que a janela lhe mostrava.

"Está, por que a pergunta?" ele disse friamente.


"Eu achei que..."
"Achou que estaria bravo com sua expressão totalmente boquiaberta, aquela expressão que não era
por mim, certo?" ele disse me cortando. "Se é isso que precisava saber, a resposta é não." ele disse.

Não pude deixar de soltar um riso, Mick estava com ciumes, e com ciumes de mim. Caminhei até
mais perto daquela poltrona marrom "Você não precisa sentir ciumes, Mick." disse a ele

"Eu não estou com ciumes, a proposito, aproveitando o assunto, eu nunca vi você me olhando com
aquela expressão" Ele disse. Mick estava se levantando da poltrona, mas eu não permiti, o empurrei
de volta e me sentei de frente para ele, encaixando minhas pernas ao lado das dele e apoiei meu
quadril sobre suas coxas. "Não seja ciumento, Mick" comecei a dizer. "Não é por aquele estranho
que morro por apenas sentir seu cheiro" Disse pressionando meus labios sobre seu pescoço. "Não é
ele que faz minhas asas surgirem, destruindo tudo que está por perto, por apenas beijos" Dei uma
pequena mordida nos labios de Mick. Senti que o coração de dele estava um pouco acelerado, então
ele sorriu, o sorriso mais doce que já havia me dado

"Tudo bem, dessa vez está perdoada." Mick disse em quanto jogava sua cabeça para trás, eu apenas
retribui com outro sorriso, e me sentei em seu colo de uma maneira mais confortavel, entrelacei
meus braços à volta de seu pescoço, e ficamos lá durante um bom tempo, em silencio.

Acabei adormecendo no colo de Mick, depois de algum tempo, acordei sonolenta, e notei que ele
me observava em quanto dormia. "Não faça isso, fico horrivel em quanto durmo" Choraminguei,
colocando minhas mãos em meu rosto. Mick deu uma risada e as retirou do meu rosto "Se
realmente fosse horrivel, não estária te olhando por tanto tempo" Ele disse beijando minha
bochecha.

"você parece um anjo dormindo" ele finalizou falando no topo do meu ouvido.
"Mas eu sou um anjo" disse ironicamente, seguido de um sorriso

"Engraçado que seu lado demonio sempre está em primeiro lugar" Ele disse retirando alguns fios de
cabelos que se encontravam em meus olhos.
"Não tenho culpa se primeiramente vemos sempre a maldade pra depois encontrar a bondade" Mick
não disse nada, novamente, ficamos em silencio

Logo depois levantamos e seguimos caminhos diferentes, fui procurar Melissa, para ver o que
estava planejando.

Achar Melissa foi algo que não consegui, mas novamente, havia me perdido. Dessa vez estava em
um lugar que nunca havia visitado, era um estabulo, lá se encontravam muitos cavalos, de varias
raças e bem tratados. Mas apenas um conseguiu chamar minha atenção, ele era totalmente negro e
seus pelos brilhavam. Ele era o unico cavalo negro lá, na minha opinião, o mais bonito.

O mandamento mais importante sobre beleza, é se achar bonito, independente de qualquer coisa, e
era isso que ele demonstrava, demonstrava o poder como um rei. Não pude deixar de colocar minha
mão sobre seu fucinho para fazer carinho, seu pelo era mácio. "O nome dele é Relampago, um dos
meus melhores cavalos." Uma voz surgiu atrás de mim, e se aproximo "Ele gostou de você,
Relampago não é muito amigavel." ele disse passando a mão sobre a crina do cavalo. "Eu sou
Thomas, creio que você seja Juliet, certo?"

"Sim, eu mesma, a Anjo-Demonio" Disse com um sorriso no rosto.


"Gosta de cavalos, Juliet?" Ele me perguntou, o que foi assustador, ja que eu esperava uma
carranca, ou ter ficado boquiaberto com o fato de estar falando com a Anjo-Demonio, mas não, ele
apenas ignorou esse pequeno fato.

"Eu nunca havia visto um, pessoalmente.." Comecei a dizer "Eles são maravilhosos. Acho que ter
um cavalo e sair cavalgando por campos, é o sonho de toda garotinha." Finalizei olhando para
Thomas.

"Bom, acho que você não é mais uma garotinha, mas posso te ajudar a realizar o resto do sonho"
Ele disse abrindo o portão onde Relampago se encontrava, não pude deixar de sorrir para Thomas.

Um tempo depois, Relampago já possuia sela e as rédeas, com Thomas montado em sua costas.
Quando Relampago saio da cela à mando dele, não estava enganada sobre a pose de rei, aquele
cavalo marchava como um. Thomas esticou seu braço direito em minha direção, para servir de
apoio e montar no cavalo. Eu não disse nada, apenas montei no cavalo, com a ajuda de Thomas.
"Tudo bem ai atras, companheira?" Ele perguntou "Segure-se firme" Disse.

Eu não disse nada, apenas agarrei sua cintura firmamente, mas logo soltei um pouco, já que não
tinha noção da minha força, e sabia que havia apertado Thomas mais que o suficiente.
Em cima do cavalo, caminhamos até a saida do acampamento. Quando me dei conta que estavamos
MESMO saindo do acampamento, perguntei "É seguro sairmos do acampamento?"

"Você está segura comigo, Juliet...ou eu estou seguro com você" Ele disse.
"Não deixe minha carinha de anjo te iludir, Thomas" Respondi sorrindo.

Cavalgamos em silencio por um bom tempo, eu apenas admirava a paisagem que existia fora dos
grandes muros do acampamento. Estar montada em Relampago,era senssacional.

O cheiro de Thomas era outra coisa senssacional, não era como o de Mick, que me hipnotizava, mas
era bom. Quando nos aproximamos do campo, outro cheiro dominou o ar. Aquele cheiro puro da
natureza, existiam muitos botões de flores, mas nenhuma estava aberta, apenas botões.

Thomas puxou as redeas para trás, fazendo com que Relampago parasse.

Ele desceu do cavalo, e apenas observei como fazia, para tentar igual. Mas a unica coisa que tive
coragem de fazer foi virar para o lado. Thomas viu que estava com dificuldades sobre como descer
do cavalo.

Então ele veio até mim, e colocou suas grandes mãos em minha cintura, segurando fortemente para
me ajudar a descer, em quanto me escorrega sobre o cavalo, com medo de dar um pulo igual de
Thomas, apoiei minhas mãos em seus ombros. Era impossivel não ter ficado proxima do corpo de
Thomas.

Ainda com minhas mãos em seus ombros, e ele com suas mãos em minha cintura, me olhando
seriamente, eu apenas sorri e procurei por uma saida longe dele.

Thomas, diferente de Mick, me olhava diferente. Ele não tinha aquela expressão de nojo, como
todos tinham, inclusive Mick. Ele me olhava como se fosse uma pessoa normal.

Thomas caminhou até a beira do lago que se encontrava em nossa frente, "Apesar de guerras que
acontecem em campos como estes, ainda existem muitas paisagem maravilhosas para observar" Ele
disse.

"Juliet...." Uma voz surgiu no ar, me virei para ver se existia alguem atras de mim, mas não havia
ninguem "Juliet..." Novamente a voz apareceu.

Acho que apenas eu estava ouvindo, pois Thomas ainda continuará falar, não sabia exatamente o
que, já que o deixei falando sozinho em quanto seguia o som da voz que chamava meu nome. Passei
por algumas arvores, e logo encontrei quem chamava por meu nome.

Era um homem, um senhor, na verdade, ele usava uma túnica, e quando ele caminhou ao meu
encontro. Na hora soube quem era, onde ele pisava, aqueles botões se abriam em lindas flores
vermelhas. Não pude deixar de sorrir com aquilo, era tão lindo quanto ralampago cavalgando.

"Deus?" Perguntei para tirar minhas ultimas duvidas. Aquele homem apenas concordou, em
nenhum momento deixei de sorrir, encontrar com Deus, meu pai, era algo maravilhoso. Caminhei
até ele e o surpreendi com um abraço. "É tão bom te ver" sussurei para ele. Deus não disse nada,
quando o soltei, ele deu um passo para trás e disse "O relogio está correndo, Juliet, logo o portal
terá que ser fechado, e apenas um mundo poderá ficar na terra."

"Eu não sei que lado devo escolher, existem muitas duvidas" Disse para ele
"Procure respostas para suas duvidas, você é a chave de nosso portal, o dia do juizo final se
aproxima." Deus colocou sua mão sobre meu rosto, em um jesto carinhoso, eu apenas fechei meus
olhos.
Quando os abri, Deus não se encontrava mais na minha frente, apenas uma enorme águia branca
voando sobre o lugar, era ele, apenas a observei voando para as montanhas.

Voltei para onde Thomas estava, pela sua expressão, ele me procurava "Onde você estava?"
Perguntou
"Vamos embora, tenho que voltar para o acampamento" disse, tentando cortar explicações, e acho
que Thomas tinha entendido o recado, sobre cortar explicações, já que voltamos o caminho inteiro
em silencio.

Estavamos chegando perto do portão, e avistei Mick, ele estava parado para o lado de fora do
portão, e sua expressão, era de dar medo.

Quando estavamos ainda mais perto, Mick caminhou até nós "Vocês não devem sair do
acampamento sem minha permissão" ele disse grossamente, segurando as redeas do cavalo. No
momento, acho que até o cavalo estaria com medo dele.

Thomas saltou do cavalo, e novamente me encontrava tendo dificuldades para descer, mas dessa
vez não foi Thomas quem me ajudou descer, e sim Mick, mas diferente de Thomas, sua pegada em
minha cintura foi um pouco mais agressiva, já que ele estava explodindo de raiva.

"Sua garota está bem, Mick" Thomas disse um pouco ironicamente.


"Vá para dentro" Mick ordenou, não reclamei, apenas estava seguindos suas ordens, Mick segurou
fortemente meu braço, "Você não, Juliet"

Agora quem estava seguindo as ordens de Mick, era Thomas, ele caminhou para dentro em silencio,
e levou Relampago junto com ele.

"Você nunca, nunca deve passar por cima de minhas ordens, Juliet. E sair por aquele portão, sempre
foi proibido." Mick disse, apertando ainda mais meu braço, e soube que se ele apertasse um pouco
mais, ganharia um ematoma. Mick estava bufando de raiva, passar por cima de suas ordens já não
era algo bom, ainda mais em um passeio a cavalo com o homem que sentia ciumes.

"Mick, você está me machucando" sussurei para ele.


"Estou, Juliet? Poderia ter acontecido coisa muito pior com você aqui fora" Ele disse.
Parecia que Mick não fazia muita questão de controlar sua força no momento, ele realmente estava
me machucando. Então em um movimento rapido, o empurrei para tras, mas não dei muita sorte, já
que ele era enorme e tinha muita mais força. Apenas consegui que ele soltasse meu braço.

"QUAL É O SEU PROBLEMA?" Gritei.


"Meu problema? Você sai a cavalo, se esfregando com meu amigo, e qual é o meu problema?" Ele
disse quase gritando.

Aquilo realmente fez com que meu sangue fervesse, eu senti meus olhos ficando negros, eu sentia
tanta raiva que novamente deseja ver os pedaços do Mick voando, então concentrei toda a força que
existia dentro de mim, mandando-a para minha mão. Então o esbofetiei, seu rosto
invontulariamente, virou para o lado. Sem mais delongas, caminhei marchando raivosamente para
dentro do acampamento, deixando Mick sozinho.

Antes de entrar no meu quarto e de Melissa, limpei algumas lagrimas que escorreram em quanto
caminhava até aqui, obviamente, eram lagrimas de odio. Entrei e logo avistei Melissa, ela estava em
cima de sua cama, espirrando perfume em toda direção do quarto.
"O que está fazendo?" Perguntei um pouco confusa.
"Apenas deixando o quarto cheiroso, hoje a noite promete" Ela disse sorrindo, com um sorriso
totalmente pervertido. Se fiz a pergunta para entender melhor o que estava acontecendo, acabei
ficando ainda mais confusa. "Hãn?" apenas consegui soltar isso.

"Oque? Não é todo dia que um peixão igual Thomas pula para dentro desse acampamento" ela disse
descendo da cama. "A proposito, você irá dormir no quarto de Mick, conversei com ele hoje de
manhã, e ele concordou" ela disse.

"Melissa, não..."
"Nada de não! Um favor para sua amiga, não irá matar ninguem" Ela disse me cortando e com uma
expressão de cachorrinho sem dono. Dizer não para Melissa? Impossivel.

Antes mesmo de dar uma resposta, ela me entregou uma mochila. Obviamente era ali onde estariam
as coisas que iria precisar para passar a noite no quarto do Mick, esperava que fosse uma noite.

Durante o resto da tarde, fiquei deitada em minha cama, conversando com Melissa, afinal, precisava
destrair minha cabeça.

Já era tarde da noite quando Melissa, praticamente, me expulsou do quarto, em quanto caminhava
até o quarto de Mick, fiquei pensando o quão horrivel era ter sua presença depois de ter falado
aquela coisa horrivel sobre mim.

Quando eu entrei no quarto, meus olhos procuraram imediatamente por Mick, se eu ainda estava
irritada com ele? CLARO. mas eu definitivamente não era a maior fã da idéia de que ele estivesse
irritado comigo. Eu não quis acender a luz, por que, convenhamos, acordar uma pessoa -se é que ele
estava dormindo - com a luz depois de ter brigado com essa mesma pessoa por causa de outra
pessoa que essa pessoa sente ciúmes, não é o melhor jeito de começar a fazer as pazes, então deixei
a porta do corredor aberta, e a luz fraca que vinha dele me ajudava a identificar as coisas em minha
volta. já que eu percebi, um pouco tarde demais, que eu nunca havia reparado realmente no quarto
de Mickael.
Não foi exatamente o que eu chamo de dificil encontrar quase um metro e noventa de homem que
cheirasse daquele jeito. Mick estava esparramado em um colchão no chão ao lado da enorme cama
de casal que tomava a maior parte do espaço, ele obviamente a tinha deixado para mim.
Eu o encarei por um longo tempo, acho que pelo menos para avaliar se ele estava realmente
dormindo, ou por que era dificil tirar os olhos dele, mesmo quando ele não tinha consciência disso.
mas foi só quando ele se mecheu, levando consigo quase todo o lençol que o cobria, que eu tive a
dura visão da realidade - Mick estava dormindo apenas com uma cueca box preta, que mal cobria o
que seria digno de se cobrir, pelo menos digno pra que alguém que no caso eu, não sofresse um
ataque cardíaco. Oh meu deus, eu estava ferrada.

Fechei a porta tão bruscamente atrás de mim, que me espantei por ele não ter acordado, eu corri
para a porta á direita da entrada, desejando com todas as minhas forças que fosse o banheiro...por
que se fosse o closet, eu podia literalmente ficar louca com o cheiro. para minha sorte, era o
banheiro.
Eu me troquei rapidamente, colocando a curta camisola de seda que Melissa havia me dado oje
cedo, tentando pensar em todas as coisas do mundo menos na que eu tinha acabado de ver. no
entanto, a imagem das largas e definidas costas de mick, e seus músculos sobressaltados e relaxados
me torturavam. quando finalmente voltei ao quarto, usei todas a força de vontade que eu não tenho
para não me permitir olhar para ele denovo, o que obviamente não funcionou. assim que eu me
envolvi nas cobertas, o cheiro dele me atingiu como um baque...era tão forte, a cama dele, os
lençois dele... e daí eu percebi. eu percebi um pouco tarde demais o real motivo de Mick não ter
acordado quando eu bati a porta, ele não estava dormindo.
Mick bufou, ainda sem se virar pra mim (e me deixando com a ótima, diga-se de passagem, visão
de suas costas nuas sobre a luz fraca). Eu ainda estava meio tonta quando sua voz quebrou o
silêncio.
"Sabe o que eu realmente não entendo, Julliet?" eu não tinha certeza se deveria responder, mas
percebi que não quando ele continuou, respondendo a própria pergunta. "O que diabos você viu
nele?"

"Mick" eu suspirei com um tom divertido, e não pude evitar de rolar os olhos no escuro. pra variar,
ele me ignorou, e se virou pra mim de uma vez... meu deus, por um segundo eu não pude respirar.
Os músculos do tórax de Mickael eram inteiramente definidos, e ainda haviam pequenas entradas
nos cantos de seu quadril, cujo o fim era escondido pela bendita cueca. devo adimitir, me desliguei
da realidade tanto quanto o silêncio dele permitia, o que na verdade não foi muito.
"Não, é sério, o que foi? foi o cabelo? por que aquilo já foi tão escuro quanto o meu um dia." Ele
realmente soava indignado, e cara, eu controlei e não foi pouco a vontade de rir. E então ele jogou
os braços no ar... e deus, que braços! "Ou foram os olhos? cara, só podem ter sido aqueles malditos
olhos!"
Eu estava prestes a abrir a boca sobre como eu pouco me importava sobre os olhos ou cabelos de
Thomas, sendo que eu tinha Mick para adimirar, quando a pior das coisas aconteceu: Um raio de luz
cruzou o céu do lado de fora de nossa janela, iluminando tudo que eu conseguia ver e um terrível
barulho ensurdecedor invadiu o ambiente, cara, em um momento eu realmente achei que fosse o
apocalipse batendo em nossa porta. dai fiz exatamente o que toda boa mocinha em perigo de
destruição mundial faria: eu gritei, eu gritei REALMENTE alto enquanto escondia a cabeça debaixo
do lençol. eu me encoli o máximo que pude, e fiquei desse jeito por um bom tempo, até perceber
que eu ainda não tinha feito meu ato inteligente do dia, e me perguntei por que Mick não tinha feito
o mesmo que eu.
Abri um pequeno espaço em meu novo "Casuloçol" para encontrar o olhar de Mick, e para minha
total surpresa, pela primeira vez hoje eu vi algo que beirava um sorriso em seu rosto.
Eu ia perguntar qual era a graça, mas novamente fui interrompida. o alto barulho que parecia algo
explodindo ecoou denovo, e eu fechei a fresta e voltei a me esconder debaixo do lençol.

"MICK" eu gemi embaixo das cobertas, e não percebi que estava chorando até que um soluço
interrompeu meu chamado. O barulho de chuva caindo tomou conta de todo o ambiente, e eu me
encolhi ainda mais, sem perceber o quanto estava tremendo.
fui surpreendida quando, sem nenhum aviso, eu senti Mick deslizar para cima da cama. ele pegou a
ponta do lençol em minha mão e o esticou até que todo o seu corpo estivesse também embaixo dele,
ele descobriu minha cabeça com um toque gentil - o mais gentil já vindo dele por mim - e me
envolveu em seus braços com cuidado, como se não quisesse me assustar mais. ele me aninhou em
seu ombro, e de um jeito perfeitamente inexplicável, eu me senti segura pela primeira vez em toda
minha existência.

Mick arrumou o lençou em volta de minha nuca, me envolvendo como uma capa enquanto
acariciava meu braço com a ponta dos dedos. Minhas mãos - muito voluntariamente, devo dizer -
deslizaram por seu tórax, até suas costas, envolvendo-o em um abraço enquanto minha cabeça
descançava em seu peito.
Ele me afastou dele o suficiente para que pudesse me olhar nos olhos, e secou minhas lágrimas
gentilmente com o polegar.
"O que foi isso, Juliet?" ele sussurrou preocupado, fitando-me de um jeito que eu nunca havia visto.
"O que diabos foi aquilo, Mickael?" Minha voz vacilou quando eu disse o nome dele, e todo o meu
corpo vacilou pela proximidade. E aí que o barulho surgiu denovo, e me encontrei escondendo o
rosto em seu ombro, o que o fez apertar o abraço em minha volta.
"Hey, eu estou aqui Juliet, sabe que não vou deixar ninguem te machucar, não sabe?" As palavras
dele fizeram meus batimentos darem um salto, e eu pude notar um leve sorriso brotando no canto de
seus lábios quando ele percebeu isso. "Aquilo é apenas um relâmpago, não vai te machucar."
"O que era aquilo?" eu repeti a pergunta, e algo em minha voz o fez suspirar.

"É apenas uma consequencia da chuva, as vezes aparece antes dela." a voz dele era terrívelmente
paciente, como se ele explicasse a uma criança que não existem monstros embaixo da cama. E dai
me ocorreu o quão ridícula eu devia estar parecendo pra ele. Eu corei no escuro, e relutantemente
retirei meus braços de sua volta, apoiando-os em seu ombro para empurrá-lo levemente para trás.
Bom, creio que o fato de eu não querer realmente empurrá-lo somado ao outro fato de que ele não
me soltou, não ajudaram muito na minha força de vontade para tentar empurrá-lo outra vezm já que
da primeira vez ele não se moveu um centímetro sequer. Sua voz soou baixa em meu ouvido, não
passava de um sussuro "Sinto muito, Julliet."
Ele suspirou, e eu nem precisei perguntar pelo quê.
A chuva parou no inicio da madrugada, e eu estava sonolenta o suficiente para só notar isso quando
senti Mick beijar o topo de minha cabeça e se movimentar para levantar da cama, com todo aquele
orgulho ferido que ele teve que engolir ao pedir desculpas ele provavelmente voltaria para seu
colchão e fingiria que é a melhor cama do mundo. Bem, pelo menos ele tentou esse ato dramático.
antes que ele realmente conseguisse me retirar de seus braços, eu pus minhas mãos sobre seu tórax,
e ele imediatamente voltou sua atenção para mim ao perceber que eu não estava dormindo.
"Mick?" eu chamei devagar, erguento a cabeça para olhar em seus olhos - os estranhos olhos azuis
que pareciam mágica - e percebi que ele não queria ir mais do que eu queria que ele fosse. mesmo
assim, escutei sua voz rouca me responder, muito pausadamente.
"Sim, Julliet?
"Fique." Ele não respondeu rápido, e então eu agi antes que ele pudesse. Um dos braços de Mick
ainda estava em minha volta, e eu usei isso, pegando sua mão na minha e em seguida, me levantei e
subi em cima dele, colocando sua própria mão em minha coxa, que a camisola de melissa fazia
questão de não esconder. ele simplesmente me olhou perplexo, eu não esperei para descobrir a
razão.

Segurei seu rosto entre as mãos e aproximei o meu devagar, seu cheiro me intoxicava, tornando
cada parte de mim vulnerável á ele. Encostei meu nariz no dele, roçando meus lábios nos dele de
forma provocativa.
Ele sussurrou meu nome uma vez antes de literalmente avançar em mim.
Mick me virou tão bruscamente que em apenas um movimento pude perceber as intenções
completamente contrárias ás que ele tinha meia hora atrás,e por alguma razão, eu pude ver o sorriso
pervertido de Melissa se formar em meus próprios lábios. Ele não havia feito outro movimento,
além de simplesmente olhar pra mim, ele realmente olhou. Seus olhos pararam em meus seios, e em
seguida, ele pareceu se dar conta da mão em minha coxa, e a subiu tão levemente que calafrios
pareciam ser aplicados em mim cada vez que ele tocava um lugar diferente. naquele momento, tive
pequenos problemas como respirar.
Ele subiu minha camisola até a altura da cintura e então firmou seus dedos exatamente na curva
onde começava meu sutiã. Eu engoli em seco. Ele roçou seus lábios em meu pescoço por todo o
trajeto até minha orelha, onde delicadamente afastou as mechas que lá estavam, em seguida outro
sussurro me tirou a concentração "Fico o quanto quiser, Minha Juliet"
Antes que eu pudesse assimilar as palavras "minha" e "juliet" presentes na mesma frase, ele dirigiu
sua boca até a minha, e mordeu meu lábio com força, puxando levemente para frente, antes que eu
percebece, ele me beijou, ele me beijou exatamente como eu queria ser beijada.

O calor da pele dele contra a minha fina camisola de seda era impossível de ser ignorado, e o
contato direto que fazia com minha pele pela ausência da mesma camisola, acabava comigo. O
beijo dele desacelerou e logo não passavam de vários selinhos que impediam que minha pele
parasse de queimar. Pus minhas mãos em seus ombros e ele pressionou contra mim, tão forte que eu
pude sentir cada diferença entre nossos corpos... e podia jurar que senti "algo mais" por sua box,
mas nunca pude ter certeza, pois assim que comecei a deslizar minhas mãos para baixo, ele
conseguiu facilmente se livrar do meu abraço. Mick suspirou pesadamente, várias vezes, com os
olhos fechados, antes de simplesmente murmurar "Hoje não, Juliet"

Ele saiu antes que eu pudesse retrucar, ou bater nele. Se levantou e simplesmente caminhou até o
banheiro e em pouco tempo eu pude ouvir o barulho do chuveiro. COMO ASSIM "HOJE NÃO"? O
QUE ELE QUER? ME DEIXAR LOUCA? quem ele pensa que é? o unico homem do mundo?
Maldito seja Mickael, e sua maldita box, e seus malditos musculos, pensei. enquanto me virava
irritada para um lado da cama e puxava o lençol em minha volta. A raiva queimou em mim
novamente, MALDITO cheiro, maldito lençol, maldita cama.

Bom, depois de praguejar mais umas quarenta e uma coisas por serem Mick, me lembrarem Mick,
ou cheirarem a Mick, eu finalmente caí no sono.
Eu não tinha exatamente certeza de que não tinha sonhado com isso, mas minha mente me dizia que
eu sabia exatamente quando Mick tinha voltado para a cama. Eu me lembrava do cheiro,
intensamente multiplicado pela água da qual ele tinha saído, lembrava do seu cabelo molhado
roçando em minha nuca e quando ele me deu um beijo de boa noite, aah e é, eu me lembrava
perfeitamente quando minha camisola voltou a subir para dar lugar a seu braço que assumiu minha
cintura de modo possessivo.

Quando acordei, era exatamente assim que estávamos, o braço de Mick ainda estava firme em
minha volta, como se ele se certificasse que eu era dele, e não cruzaria aquele maldito portão outra
vez. E sua respiração pesada e quente fazia cócegas em minha nuca, mas não creio que esse tenha
sido o motivo do arrepio que tinha começado em meu estômago, mas sim toda a proximidade que
ele tinha de mim agora. Eu não ousei me mecher.

Mas infelizmente minha alegria durou pouco, escutei passos no corredor, e eles estavam vindo
diretamente para cá. Tentei acordar Mick, mas ele dormia feito uma pedra. Ele mal se movia, se não
tivesse uma audição melhor do que a dos humanos, juraria que ele estava morto.

Então tive que usar minha força sobrenatural, que existia em um lugar, com as duas mãos
rapidamente o empurrei para fora da cama, resultando em um tombo dele no colchão que estava a
baixo de nós. Ele acordou totalmente assustado, pude jurar que se ele estivesse carrregando uma
arma, teria dado um tiro em algum lugar, pelo susto que levou. "Alguem está vindo" Disse a ele.

Ele não disse nada, apenas puxou o lençol para cobrir suas partes que a cueca box mal cobria. E
logo depois a porta se abriu, sem ao menos bater.

Era Melissa, ela estava com um sorriso de orelha a orelha, ela caminhou até Mick no chão, e sentou
ao seu lado, logo depois lhe deu um abraço carinhoso, um abraço de bom dia, e logo depois sorriu
para mim.

"Então, como passaram a noite?" ela perguntou.

"Eu que devo fazer essa pergunta, como VOCÊ, passou a noite, Melissa?" Mick perguntou para ela,
seriamente.

"Mick, Mick..." ela começou "Não precisa dar um de irmãozinho ciumento, sabe muito bem que
mal tenho minha virgindade, quem dira ser uma santa com um Deus grego no mesmo quarto que
minha pessoa" Ela finalizou, não pude deixar de me afogar com minha propria saliva.
"Melissa!" Mick disse em protesto.
"Ei, eu não sou nenhuma santa, mas não sou piriguete que sai pegando o primeiro que acha, e
principalmente no primeiro dia" Ela disse se levantando " Imagino, que Juliet aqui, mais algumas
noites, não será um problema, certo?"

"Claro que não.." Mick começou a dizer, "Mal senti sua presença durante a noite toda" Ele disse
com um sorriso.

Melissa não disse nada, apenas se jogou em cima dele em um abraço. Mick não era o tipo de pessoa
que demonstrava seus sentimentos em público. Mas com Melissa, era diferente, dava para ver em
seus olhos o carinho e amor que sentia por ela. Quando ela estava de saida disse para mim encontra-
la daqui meia hora no pátio principal.

Quando se retirou, caminhei até o banheiro em silencio, em um tentativa de fazer uma greve de
silencio com Mick, pois aparentemente, eu era a unica virgem desse lugar.

Depois de um longo tempo lá dentro, me arrumando e ao mesmo tempo procurando coragem para
sair, abri a porta. Mick já estava de pé, usava uma calça de moletom azul escuro. Sua cor favorita
era azul, exatamente como seus olhos e os meus, pensei.

Mick me seguiu com seus olhos em quanto caminhava para sair. Rapidamente ele segurou meu
braço, diferente do dia anterior, não usava força, de um modo totalmente carinhoso. Ele passou por
minha frente, seus braços ligeiramente passaram para minha cintura. Com auto controle total do
meu corpo, Mick começou me empurrar para trás, até encontrarmos a paredes, para dar mais
sustentabilidade à ele sobre mim mesma. Seus lábios foram pro meu ombro, em pequenos beijos,
ele os direcionou para meu pescoço. Mal conseguia respirar com sua doce atitude, mesmo brigando
contra minha força de vontade, coloquei minhas mãos em seu peito nu, e o empurrei "Hoje não,
Mick" Disse à ele, logo em seguida saindo do quarto.

Minha vontade era de rir histericamente por ter deixado ele lá, mas ao mesmo tempo, me jogar em
uma banheira cheia de àgua benta!

Antes que pudesse chegar ao encontro de Melissa, senti alguem me puxar pela mão, soube na hora
quem era, apenas pelo cheiro. "Cuide de Melissa" Mick disse, sua expressão era extramamente
seria.

"Aconteceu alguma coisa, Mick?" Não consegui deixar de perguntar, ele estava realmente
preocupante.
"Não, apenas cuide dela, Melissa pode ser um pouco desligada as vezes." Disse, e logo depois se
virou para seu quarto. A unica coisa que pude fazer foi seguir meu caminho para encontra-la.

Finalmente havia chegado, e logo vi Melissa sentada em uma mesa. "Você está atrassada" Ela disse
se levantando. "Vamos, hoje vamos fazer um tuor pelo acampamento, acho que você não merece
ficar igual uma barata tonta rodando por ai"

"Antes de vir até aqui, Mick me parou no corredor, e falou, seriamente, para cuidar de você" Disse
ainda confusa, sobre o acontecido no corredor.
"É apenas seu instinto materno, ignore, Juju" Ela disse com um enorme sorrindo, esticando seu
braço, não reclamei ou questionei, Melissa poderia ter razão, ou não, apenas enganchei meu braço
ao dela.

Melissa não parava de falar em nenhum momento, apontava para todos os lugares, apresentando-os
para mim. Esse lugar era enorme, era impossivel não me perder, mesmo depois dessa tuor. Melissa
por alguns momentos nem sabia onde estava, mas logo se encontrava.

Em quanto continuava a caminhar, Melissa parou, me parando juntamente com ela. Ela ficou em
silencio, observando. Estavamos perto do enorme portão, o que me fez arrepiar, apenas por lembrar
o que aconteceu ontem lá fora.

"Olhe lá" Melissa disse me puxando, e correndo para mais perto do portão. Em quanto corriamos,
avistei um lindo gatinho branco, Melissa parecia uma criança correndo atras de um balão, ela estava
encantada.

O gatinho branco, passou por baixo do portão, o que me fez imaginar que ele apenas tinha pelo.
Sem pensar, ou falar algo, Melissa rapidamente abriu o portão e saio para fora correndo atras do
gatinho, ainda me puxando. Em minha mente rapidamente vieram as palavras de Mick: 'Poderia ter
acontecido coisa muito pior com você aqui fora.'
Aquilo fez com que me gelasse totalmente, em vez de acompanhar Melissa em sua corrida atras do
gatinho, apenas a puxei quando parei. Ela nem ao menos olhou para mim, apenas continuou
correndo, sumindo no meio de arvorés e mato.

Sem pensar em nada, apenas segui o mesmo caminho de Melissa. Usando toda minha concentração
para escuta-la, a ouvi ainda caminhando, chamando pelo gatinho. Então escutei mais passos, passos
que não vinham de Melissa. Eu corri, corri sem saber para onde estava indo, apenas segui meus
instintos. Já via Melissa, estavamos muito distantes, mas minha visão me permitia enxergá-la muito
bem.

Melissa segurava o gatinho branco em seus braços, ele estava tão assustado quanto ela. Nesse
momento Melissa já havia sacado que não estava sozinha. "Juliet?" Ela chamou por meu nome,
franzindo a testa.

Quando tomei nota do perigo que estavamos correndo, tentei gritar para ela correr, mas não foi
possivel, já que algo fortemente atingiu minha cabeça, fazendo com que caisse no chão, minha
vissão totalmente embaçada, que mal conseguia enxerga o que estava pouco centrimetros a minha
frente, logo apos sentir correntes me amarrarem, senti algo queimando minha pele, algo pior que
fogo, sal ou agua benta, o que me faz soltar um grito, um grito tão alto quando o dia que aquela
alma visitou meu corpo. Um pouco antes de perder os sentidos, vi alguem caindo no chão, era
apenas um borrão indo de encontro com aquele gramado, mas soube que era Melissa.

Relutando contra meus olhos, que combatiam para ficar fechados, os abri, ainda tonta com a
pancada. Eu estava acorrentada sobre uma arvore. Tentei uma...duas vezes, mas meus poderes não
apareceram, olhei para meu ombro, e lá estava, por baixo de toda aquela terra e sangue, havia um
simbolo, um simbolo que estava me queimando. Ele bloqueava todos meus poderes, desde o que
mais precisava agora, cura imediata. Longe, ouvi gritos, apos gritos, era Melissa. Tudo que desejava
era que alguem aparecesse, ou que meus poderes voltassem e ajudassem Melissa.

Mas nada aconteceu, e logo o silencio veio, Melissa não gritava mais.
25/10/10 excluir

♔; Lolli Pituxa

Depois de algum tempo em total silencio, senti que iria desmaiar novamente, mas foi então, que
alguem tirou aquelas correntes que prendiam em volta do meu corpo. O que esse estranho não
imaginava, era que eu fosse direto para o chão, aumentando ainda mais minha dor.

Esse estranho apenas me carregou em seus braços, pude sentir seus musculos bem definidos, mas
não sabia se era Mick, com meus poderes bloquiados, seu cheiro não era mais seu principal sinal de
presença. Fechei meus olhos, não conseguia enxergar nada, entao não tinha importancia de deixa-
los abertos. Comecei a ouvir barulhos de Armas, uma guerra estava acontecendo, eu acho. Tudo que
eu queria no mundo era ouvir o riso de Melissa, mas apenas o que ouvi, foi um miado. O gatinho
estava miando, "O gato..." disse em um gemido, que mal eu pude entender o que falava. Depois de
um tempo, eu apaguei.

Senti alguma coisa afofar minha pele, semti um sorriso enorme se formando em meu rosto, e com a
maior dor no mundo, falei. "Mick.." Quando abri meus olhos, não existia ninguem no quarto de
Mick, alem de mim, e aquela bolota branca, arrumando um jeito para se deitar em cima de mim.

Empurrei aquela coisinha, que havia causado uma bagunça, para o outro lado da cama. Bagunça?
me perguntei. Então tudo voltou para minha mente, como um relampago. Melissa me chamando,
alguem me atacando e queimando minha pele com um simbolo que bloquiava meus poderes, e
Melissa parando de gritar.

Sem me questionar se poderia andar sim ou não, levantei correndo, procurando por qualquer coisa
de apoio, já que minhas pernas não conseguiam me sustentar, quando abri a porta, dei de encontro
com Mick. E foi exatamente nele, onde me apoiei.

"Onde está Melissa?" perguntei, quase em um choro. Mick não disse nada, apenas me abraçou
fortemente.

Eu apenas senti minhas lagrimas correndo por meu rosto, e molhando a camisa de Mick. Tudo o que
aconteceu, tudo por minha culpa, por não saber cuidar dela. Mick havia me avisado para ficar de
olho nela, mas apenas ignorei, como ela havia me dito. Melissa estava... por minha culpa.

"Ela esta morta, por minha culpa." Disse revoltada comigo mesma.
"Não, ela não está morta." Mick disse, levantando meu rosto com suas mãos. "Ela precisa da sua
ajuda, ou irá morrer" Ele finalizou. Sua expressão era seria, mas bem no fundo de seus olhos, havia
sofrimento, muito sofrimento.

Não pude deixar de chorar mais ainda, não sabia que chorava por ela ainda estar viva, ou por não
poder ajuda-la. "Eu não posso, Mick, não posso." disse chorando. "Aquelas pessoas, bloquearam
meus poderes, com esse maldito simbolo na minha pele." Tirei as mãos de Mick de meu rosto,
envergonhada por tudo que estava acontecendo, já não basta ter culpa por Melissa ter se
machucado, e agora, era uma inútil, que não poderia ajuda-la, deixando-a correr risco de vida. Sem
meus poderes, era isso, eu era uma inútil. Uma humana, uma inútil humana, até esse simbolo estar
totalmente cicatrizado e sumido de minha pele.

Mick avançou até mim, no momento estava de costas para ele, tentando esconder que chorava feito
uma criança. Ele tocou no simbolo, queimado em meu ombro. E hesitei um pouco "Esse simbolo, á
tornou humana, em quanto não cicatrizar, você é apenas uma humana, certo, Juliet?"
Eu não disse nada, apenas concordei com sua pergunta. "O que aconteceu lá?" perguntei com medo
da resposta.
Mick se sentou em sua cama, e logo em seguida sentei ao seu lado. "Eu ouvi alguns barulhos, logo
em seguida um grito, que deveria ser seu, já que era um pouco sobrenatural, e logo vi que o portão
estava aberto. Chamei alguns soldados, e fomos atras de você. Eram demonios, eles torturam
Melissa, a deixaram abandonada e sangrando, sozinha. Thomas achou ela, em quanto eu, tirava
aquelas correntes do seu corpo, você pediu por aquele gato." Mick disse o olhando.

"Em pensar que foi ele que causou a maior parte dessa bagunça." Em quanto seguia o gatinho com
os olhos, ele se movimentou até Mick e deitou sobre sua coxa. Dei um pequeno sorriso, e Mick
passou sua mão sobre a cabeça dele.

Fiquei pensativa por algum momento, tudo que desejava era ver Melissa, então tomei coragem para
pedir "Posso ve-la?" Mick se levantou e caminhou até a porta fazendo um gesto para que o segui-se.

Quando entrei no quarto de Melissa, logo a vi deitada e dormindo. Seu pequeno corpo, estava
coberto por cortes e simbolos queimados, malditos demonios, pensei. Mick estava um pouco mais a
frente, em um rapido momento ele passou seus dedos, carinhosamente, sobre a bochecha de
Melissa. Minha vontade foi chorar ao ve-la inconciente.

A maioria dos simbolos que se encontravam em seu corpo, eram aqueles que bloqueavam poderes
de cura dos anjos, Melissa estava morrendo, Mick em pura agonia e sofrimento, e eu? Uma inutil.
Um miadinho surgiu atras de nós, cortando meus pensamentos.

Carreguei o gatinho no colo, e o coloquei na cama de Melissa, ao seu lado, ele se deitou e dormiu,
dormia exatamente como ela. Gatos eram considerados como criação do demonio, mas não
deixavam de ser as coisinhas mais fofas já existente. Novamente outra coisa cortou meu
pensamento, Thomas entrando no quarto.

"Hei.." Ele disse quase sussurando.


"Existe algum problema se eu dormir aqui com ela?" Mick perguntou para Thomas, sem ao menos
tirar os olhos de Melissa.

"Claro que não, irei arrumar um lugar para ficar." Thomas disse.
"Você pode dormir no colchão..." comecei a dizer, mas fui cortada por Mick, quando ele adivinhou
minha frase.
"Você pode dormi no colchão, no corredor" Ele disse completando minha frase.

Isso não era hora para sentir ciumes, Mick! o protestei em minha propria mente, Thomas apenas
concordou com ele.

No dia seguinte, quando acordei solitaria naquela enorme cama, logo levantei e me arrumei. Não
queria perder tempo enrrolando, queria mesmo ver Melissa. Quando estava saindo do quarto, vi
Thomas, dormindo em um colchão no corredor, como Mick ordenou.

Ele estava esfregando seus olhos, usava uma camisa regata, o que era impossivel não reparar em
seus músculos. "Como passou a noite?" Perguntei o surpreendendo, já que não tinha notado minha
presença.

"Muito bem, tirando as pessoas que me pisotearam, foi ótima, acredite" ele disse com um sorriso,
olhando pra cima para encontrar meus olhos, eu apenas retribui o sorriso, e entrei no quarto de
Melissa, gostaria de conversar mais com Thomas, mas realmente estava com presa de vê-la.

Mick estava dormindo em uma cadeira ao lado da cama de Melissa. Eles pareciam como um
rottweiler cuidando de uma gatinha indefesa. Caminhei meus olhos para a cama de Merlissa, e não
vi aquela bolotinha, que os humanos chamavam de gatos. Corri meus olhos pelo quarto a procura
dele, e quando olhei para Mick, lá estava. Aquela bolota estava em seu colo, dormindo.
Melissa parecia morta, mal dava para ver sua movimentação respiratoria, muito menos se movia. Se
aqueles simbolos não estivem lá, caçaria um anjo, para ajudala. Anjos, eles não poderiam ajudar,
mas alguem poderia!

Antes que eu saisse do quarto, para procurar ajuda, Mick acordou. Não poderia sair de lá, sem falar
com ele. Me sentei na cama que costumava ser minha, antes de Thomas aparecer. "Ele realmente
gostou de você" Falei olhando para o gatinho, um pouco séria, já que estava com um pouco de
pressa pra sair.

Mick olhou para suas coxas, e viu o gatinho lá, e passou a mão por cima dele, era incrivel como sua
mão quase cobria o gatinho todo, de tão grandes, pensei. "Está com ciumes de uma gatinha, Juliet?"
ele disse sussurrando e sorrindo. Não pude deixar de segurar um riso, ainda sentada, me aproximei
de Mick, e beijei seu pescoço delicadamente, na tentativa de sentir seu cheiro, já que estava
sentindo muita falta dele. Logo depois caminhei até a porta, e saí.

Lá estava eu, na biblioteca de Mick, procurando novamente por respostas. Foleando um livro,
finalmente achei o que procurava.

Como invocar demonios


Durante a noite, a céu aberto, ofereça seu sangue ao seu demonio desejado.

Pelo jeito iria ter que esperar até a noite, um dia inteiro de sofrimento nesse acampamento, sem a
alegria de Melissa, iria morrer, pensei. Fechei os livros e os guardei em seus devido lugares.

Quando estava voltando para o quarto de Mick, acabei por pegando o caminho errado, mas não
estava perdida, não dessa vez.

Me arrepiei toda, apenas das lembranças que aquele lugar me trazia em mente, abservava o
calabouço, com suas celas fechadas. Mas uma em particular chamou minha atenção, haviam clarões
saindo pelas pequenas frestas daquela enorme e pesada porta de metal.

Mesmo sendo uma humana, ainda tinha a coragem de um Anjo-Demonio, o que era errado, já que
com apenas uma pancada na cabeça corriria serios riscos de vida. Eu apenas não entendia, como
alguem poderia estar usando poderes, sendo que em todas as celas existiam os simbolos de
bloqueio.

"Quem está ai?" Perguntei em um sussurro, para que os outros prissoneiros não me ouvissem.
Aquelas luzes que saiam palas frestas, simplismente pararam.

"Oque isso importa?" Uma voz feminina surgiu.


"Você é um Anjo?" a perguntei.

"Creio que fisicamente, pareço como um, já que meu ex noivo me chamava assim.... 'Meu anjo', ele
falava, mas foi umadecepção, quando ele passou a me chamar de Demonia" Ela disse, e mesmo não
a vendo, sabia que um sorriso poderia estar em seu rosto, apenas pelo tom ironico de sua voz.

"Você é humana? O que eram essas luzes?" Perguntei totalmente curiosa.


Ela demorou um pouco para responder, mas não sai de lá, até saber o que eram aquelas luzes.

"Era fogo." ela disse "Passo fogo sobre a porta, como é de metal, quem entrar irá queimar suas
mãos. Isso é apenas uma armadilha para meu ex agressivo" Ela finalizou.
"Você é muito esperta..." Disse me aproximando mais da porta, para ouvi-la melhor.

"É o que dizem, eu não preciso ser um anjo ou um demonio, para ter uma super inteligencia" Acho
que era impressão minha, mas essa estranha mulher, com certeza estava zombado de meus irmãos.
"Mas fico curiosa, para saber como é sua inteligencia, Juliet. Ter ambas partes dos mundos mais
inteligentes em sua cabeça, é algo curioso."

Ela soltou uma gargalhada, uma gargalhada tão alta e assustadora, que me fez estremecer, logo
depois começou a gritar para deixa-la em paz. Eu apenas segui meu caminho, com seus gritos, logo
alguem escutaria, e problemas era algo que não queria agora.

Duas coisas pensei quando sai do calabouço, aquela mulher era louca! E como ela sabia meu nome,
e quem eu era?

Tudo que desejava era chegar ao quarto de Mick, sem Melissa ao meu lado, parecia que as pessoas
do acampamento me atacariam. Eu estava tão insegura sem meus poderes, que antes caminhava sem
nenhum medo, agora tudo que desejava era alguem para me esconder por trás.

Quando cheguei em seu quarto, não havia ninguem, Mick obviamente estava com Melissa, mas foi
algo que não reparei, já que a porta estava fechada quando passei pela frente.

Acidentalmente, em quanto voava em meus pensamentos, bati minha mão sobre minha nova
queimadura, gemi um pouco pela dor.

Caminhei até o espelho que havia pendurado em cima de uma escrivaninha antiga do quarto de
Mick, lentalmente abaixei a alça de minha blusa, deixando-as cair em meu braço esquerdo. Retirei
os curativos feitos em cima daquele maldito simbolo e o observei.

Senti lagrimas escorrerem por meu rosto, mas não eram lagrimas de dor ou sofrimento, eram
lagrimas de odio, estava chorando de raiva, apenas por lembrar o que aqueles demonios fizeram a
mim e Melissa, principalmente a ela.

Passei meus dedos delicadamente por cima dele, desviando meus olhos do espelho. E deixei que
mais lagrimas rolassem, quando retornei minha visão para ver meu reflexo no espelho, não era
apenas meu reflexo que aparecia, Mick estava lá, não pude deixar de levar um susto com sua
presença, já que mal ouvi o barulho da porta se abrindo e fechando. Ser uma humana era uma
droga, pensei.

"Não se assuste" Mick disse sorrindo. Logo em seguida ele me abraçou por tras, passando seus
braços por minha cintura. Seus olhos procuraram os meus pelo espelho, rapidamente passei minha
mão para tirar as lagrimas que acabará de escorrer por meu rosto, em uma tentava dele não ter
reparado que chorava, o que era impossivel.

Mick olhou para o simbolo queimado em minha pele, logo em seguida levou seus labios até ele,
dando um doce e delicado beijo em cima daquela queimadura. "Eu vou cuidar de você, Juliet, não
se preocupe" Ele disse.

Eu não dise nada, apenas me virei para dar um verdadeiro abraço nele. Deixando meu rosto
encostado em seu peito. "Mick..Eu sou procurar ajuda para Melissa" disse depois de um tempo em
silencio. "Irei atrás de uma força sobrenatural, maiores que as minhas, e de qualquer anjo ou
demonio. Você precisa permitir isso."
"Não..." ele começou dizer
"Melissa esta morrendo, Mick, ela precisa de ajuda! Por favor, confie em mim, eu não vou deixar
nada acontecer para ela dessa vez. Eu prometo" Falei o cortando. Ele apenas movimentou a cabeça
em um gesto de sim, mesmo não cofiando em anjos e demonios, tudo que Mick queria era melissa
bem. Por um grande momento ficamos lá, parados perto da escrivaninha antiga e abraçados.

Finalmente a noite havia chegado, caminhei até o portão principal e o abri cuidadosamente para que
ninguem me visse saindo. Comigo carregava uma faca e uma taça de vinho.

Um pouco antes de chegar no local onde eu e Melissa fomos atacadas, me ajoelhei naquele
gramado, e passei a faca em meu braço, hesitei um pouco no começo com a dor, mas continuei
fazendo o grande e profundo corte para encher a taça.

Quando a taça estava quase cheia, tirei meus olhos dela e olhei para cima, encontrando a escuridão
do céu e suas estrelas, "Lúcifer" O chamei.

Senti uma brisa batendo em meu corpo, totalmente gelada, no exato momento soube que Lúcifer
estava em minha frente. Retirei meus olhos daquele enorme lugar onde nomeavam como céu, e lá
estava ele, em minha frente. Nunca pensei que existiria alguem tão belo quanto Mick, mas Lúcifer...
ele era perfeito! Sua pele era tão palida que ressaltava ainda mais a cor azul de seus olhos, seus
cabelos penteados para trás eram tão negros quanto a escuridão do céu.

"Obrigado pelo elogio, criança" Ele disse em quanto caminhava majestosamente, o que me deixou
confusa "Você sabe, em quanto estiver nesse momento humana, posso ler seus pensamento" Ele
disse fazendo gestos com suas mãos. Lúcifer estava bem proximo de mim, que se tivesse meus
poderes, estaria sentindo seu cheiro. Sem retirar seus olhos dos meus, pegou a taça que estava perto
de mim, e com sua outra mão pegou a minha para me ajudar a levantar, já que ainda estava de
joelho.

"Você não precisa se cortar para me chamar, apenas espere a escuridão aparecer, e diga meu nome.
É o que sempre dizem, a luz pertence a Deus e a escuridão a mim" ele disse olhando para meu
braço. "É uma pena que não posso ajuda-la com essa pequena dor, já que meus filhos bloquearam
até mesmo meus poderes de cura sobre você. O que posso fazer por você hoje, minha criança?"

"Eu preciso que você cure Melissa, ela esta morrendo graças aos meus irmãos" Disse.

Lúcifer passou a taça que carregava meu sangue sobre seu nariz, para sentir o cheiro que possuia
"Como eu imaginava, um cheiro doce e maligno ao mesmo tempo" Logo depois, bebeu quase todo
o sangue que estava na taça, e a jogou no chão. Ele passou sua lingua em seu labio, o que foi
tentador, já que carregava uma expressão de pervertido. "Nunca negaria um favor a você, mas não
faço nada de graça. Vamos fazer uma troca" Ele disse.

"O que você deseja?" Perguntei. Lucifer deu um sorriso tão pervertido quanto o de Melissa no dia
em que perfumava seu quarto para a chegada de Thomas. Ele caminhou em minha volta, com seus
braços para trás. Em um movimento rapido, ele estava apoiando seu queixo em meu ombro direito,
e sussurrou ao meu ouvido "Desejo que como minha filha, governe o inferno junto a mim, quando
tudo acabar e principalmente sua vida, você deverá ficar no inferno, a maior parte de seu tempo."

"Eu aceito" Disse, o inferno tambem era minha casa, que mal existiria em ficar perto de um dos
meus pais? me perguntei

Agora, Lúcifer se encontrava em minha frente e segurava minha mãos , estava mais proximo que da
outra vez, com aquele mesmo sorriso pervertido, as irís de seus olhos estavam vermelhas, e sabia
que estava usando seus poderes nesse exato momento para curar Melissa. "Está feito" Ele falou
"Apenas tome cuidado, minha criança, mesmo tendo mais poderes que todos, todo imortal tem sua
maneira de morrer" Ele disse pressinando seus labios no topo de minha mão. Logo após esse ato,
Lúcifer sumiu.

Rapidamente corri para dentro do acampamento, já que estava correndo serios riscos sem meus
poderes.

Abri a porta do quarto de Melissa, sem ao menos bater, e logo vi Mick e ela em um abraço
carinhoso. Sorri com aquela cena, Melissa finalmente estava acordada e com uma saúde melhor que
a minha! Os olhos de Melissa logo se encontraram aos meus, ela largou Mick e saltou da cama me
abraçando. Quando notei que em nenhum momento, Melissa havia soltado aquela bolotinha de pelo.

"Obrigada por tudo, principalmente por ter pegado o gatinho para mim" Ela disse se soltando do
abraço.

"Como irá chama-lo?" Perguntei em um sorriso


"ELA irá se camar Juju. Ela combina com você, gosta de causar confusões, e gosta de Mick, assim
como você"

Eu senti minhas bochechas corarem, que Melissa devia desconfiar de algo, era obvio que sim, mas
ela nunca foi tão direta no assunto quanto agora.

"Certo, Melissa, nós sentimos falta de suas piadinhas indiretas e diretas sobre minha amizade com
Juliet." Mick disse pegando em seus ombros e a sentando na cama "Apenas descanse pelo resto da
noite"

Mick e Eu saimos do quarto, deixando Melissa para descansar. No corredor, em quanto iamos para
o refeitorio para comer, ele segurou meu braço me fazendo parar. "Você vendeu sua alma, em troca
do bem de Melissa, Juliet?" Ele perguntou.

"Creio eu, que nem tenho uma alma. Mas não foi isso, foi algo que quando morrer, deverei governar
o inferno junto à Lucifer, como sua filha." Em quanto falava não pude deixar de ver aquela
expressão novamente, que eu mesma assimilava como nojo, no rosto de mick quando citei de não
ter uma alma.

"Obrigado por curar Melissa." Ele disse, logo em seguida caminhamos para o refeitorio em silencio,
já que eu estava morrendo de fome. Parecia que todas minhas necessidades aumentaram depois que
aquele simbolo foi marcado em mim, muita fome, muito calor, muito frio, muita vontade de fazer
loucuras com Mick, Ser humana não era fácil, pensei.

No dia seguinte quando acordei no peito nu de Mick e com seus braços ao meu redor. Não queria
acorda-lo apenas escapei de seus braços sem fazer nenhum barulho e me arrumei. Pode parecer
loucura, mas estava morrendo de saudades de passar o dia com Melissa, e acho que ela não negaria
isso

Sai logo do quarto de Mick, o deixando dormi sem minha presença, logo estava em frente do quarto
de Melissa. Sem pensar duas vezes abri a porta que separava nos duas. "MEU DEUS!" gritei.

Melissa estava no colo de Thomas, com suas pernas em volta daquele corpo cheio de musculos que
ele possuia, eles praticamente estavam em uma pegação cheia de fogo, e que pegação. Melissa
estava apenas de lingerie preta, já Thomas, estava apenas sem camisa. Depois de ver com meus
proprios olhos, os dois quase fazendo algo a 'mais' bati a porta com tanta força, que se tivesse meus
poderes, ela cairia.

Dei alguns passos para trás, tentando tirar aquilo de minha mente, mas acabei me debatendo ao
corpo de Mick. "Eu a ouvi gritar, o que houve?" Ele perguntou com aquela cara de quem acabará de
acorda.

Antes que eu pudesse responder algo, Melissa abriu a porta, saindo no meio do corredor publico
apenas de lingerie. "O que aconteceu, Juliet?" Ela perguntou como se eu não tivesse visto nada.
Mick a olhou com uma expressão confusa, tentando entender o que ela fazia quase nua em um
corredor que as pessoas passavam o tempo todo.

"Melissa, por que diabos saio de seu quarto apenas de lingerie, sendo que um homem está dormindo
no mesmo ambiente que você?" Mick perguntou, meio que ja sabendo a resposta.

"Meu proposito, na verdade, não era nem estar com lingerie, se Juliet não tivesse entrado" Ela disse.

"Apenas volte para seu quarto e saia de lá com algo Adequado" Ele disse olhando para sua pequena
irmã, ainda tentando crer nos verdadeiros fatos do que poderia estar ocorrendo lá dentro antes que
eu atrapalhasse tudo. "E vocês duas, me encontrem no pátio daqui meia hora" Mick falou, e logo em
seguida entrou em seu quarto.

Como não tinha nada para fazer, apenas comi algo rapidamente no refeitorio, e fui para o pátio
esperar por Mick e Melissa.

Quem apareceu primeiro foi Melissa, ela parecia emburrada e deveria ser por minha causa, pelo
simples fato de ter pisado em cima da alegria dela. "Me desculpe, Melissa" disse á ela, tentando
concertar o que fiz.

"Oh, não foi nada Juliet, o que você estragou, posso recuperar tudo durante a noite" ela disse com
um sorriso "Mas não estou de cara fechada por isso, e sim por causa daquilo." Ela disse apontando
para Mick.

Ele estava carregando uma enorme mochila de guerra em suas costas, estava com sua farda e botas
de combate. Não entendi o que Melissa quis dizer, ainda estava confusa quando Mick nos chamou
para segui-lo.

Em quanto caminhavamos, tomei coragem para perguntar "Onde estamos indo, Melissa?"

"É uma surpresa" Mick falou a nossa frente, interrompendo a resposta de Melissa.

"Não pense que a surpresa será boa, Mick é pessimo em dar presentes" Melissa cochichou comigo.

"Eu ouvi isso, Melissa" Ele a repreendeu.

Estava se tornando realmente cansativo o tanto que andavamos pelo acampamento, chegamos a um
ponto, que aquele enorme casarão onde ficavamos não se dava para ver quando olhavamos para
trás, ao nosso lado direito tinha apenas matos, e a esquerda havia aquele enorme muro com arames
farpados em seu topo, o que me fez lembrar o ocorrido com Martha, mesmo sendo uma coisa
horrivel de se fazer, me senti magnificamente bem usando meus poderes aquele dia para mata-la.
Mick parou de andar, fazendo com que eu e Melissa parassemos à seu lado. "Chegamos" ele disse
retirando aquela enorme mochila de guerra de suas costas.

Á nossa frente, havia uma floresta, ela era pequena, mas aparentnemente, olhando por trás daquelas
enormes arvores, parecia ser enorme. Ela tinha aparencia daquelas florestas de filme de terror, já
que havia muitas arvores com troncos enormes, eles faziam muita sombra que o sol mal chegava ao
solo.

"Ok, onde está a surpresa?" Perguntei


"Eu avisei" Melissa falou, mas não cochichando, dessa vez, fez questão que Mick a ouvisse. Ele
apenas a ignorou e abriu aquela enorme mochila. "Hoje, você irá aprender a lidar com uma arma,
Juliet" Ele disse.

"Uhul, eu amo aula de como atirar com uma arma" Melissa falou em total desanimo.

Mick deu um colete a prova de balas para nos duas, e logo em seguida, depois que colocamos os
coletes, ele nos entregou as armas. Não pude deixar de ficar animada, era primeira vez que
encostava em algo como aquilo. Mal conseguia prestar atenção no que Mick dizia, aquela arma me
hipnotizou. Quando passei meu dedo pelo gatilho, o que foi algo que não deveria ter feito, já que
usei mais força do que deveria ao passar meu dedo lá, um tiro disparou em direção ao chão. Para
mim o susto foi tão grande que acabei jogando a arma no chão.

"...E tentem não se matar" Mick falou entregando a arma novamente para mim, Melissa soltou uma
gargalhada tão alta que chegou até chorar do tanto que ria.

"Vocês duas contra mim, tentem acertar meu peito e vocês venceram" Mick disse em quanto corria
para dentro daquela floresta que havia saido de um filme de terror.

"Vamos nos separar, siga sempra para direita, que eu irei para a esquerda, e se vir Mick dando
bobeira, mire em seu peito e atire, se acertar, grite pelo meu nome, que eu farei o mesmo" Melissa
disse, e correu exatamente como Mick, para dentro da Floresta.

Aquela floresta já era assustadora, não existia um pingo de poder dentro de mim, e parecia que
minha coragem havia sumido de vez.

Entrei na floresta caminhando lentalmente, a cada passo que dava, olhava para os lados, com medo
de que Mick aparecesse atrás de mim, e me atacasse. Nesse jogo, no momento, o melhor era Mick.
Dessa vez eu era apenas a pobre mocinha indefesa que carregava uma arma.

Ouvi alguns tiros vindo da esquerda, concerteza era Mick e Melissa que haviam se encontrado. Mas
nenhum grito chamando por meu nome veio. Melissa havia falhado dessa vez.

Decidi me sentar perto de uma arvore, que seria um esconderijo ótimo, já que haviam altas raizes e
matos para me esconder. Uma hora Mick iria passar por aqui, e quando passasse, eu o pegaria,
pensei.

Um grande tempo se passou, e nada de Mick aparecer. Eu deveria estar ficando com sono de tanto
tempo que fiquei esperando já que me peguei bocejando varias vezes.

Quando estava prestes a levantar e caminhar a procura de Mick, ele finalmente apareceu. Em uma
arvore que se encontrava a frente da minha, ele se encostou para recompor sua respiração, deixando
seu peito virado diretamente para mim.
Sem fazer nenhum barulho, me deitei de barriga, tentando me esconder mais ainda, para que Mick
não me visse.

Mick não se moveu em nenhum momento, deveria estar fazendo uma armadilha para Melissa, mal
ele sabia que eu estava preste a atirar em seu peito.

Mirei minha arma nele, como ele mesmo havia mandando mirar em seu peito, já que não haveria
nenhum danos se um tiro o pegasse lá, já que o colote o protegia. Passei meu dedo, dessa vez
levemente, pelo gatilho. Olhei a mira novamente, para ter certeza que não estava mirando em outro
lugar, a não ser, seu peito.

Quando estava pronta para apertar o gatilho, respirei fundo duas vezes, tomando coragem para isso.
Quando a coragem chegou, fechei meus olhos e apertei o gatilho fortemente.

Fechar os olhos, algo que não deveria ter feito NUNCA, antes que abrisse meus olhos, ouvi um
grito, um grito de dor, vindo de Mick. Quando tomei coragem para abri-los, vi Mick deitado no
chão, e com sua mão pressionando o estrago que eu havia feito em seu braço esquerdo.

"MICK!" Eu gritei em quanto corria até ele, quando cheguei me ajoelhei em sua frente, largando
minha arma ao lado. Mick gemia de dor, e seu sangue escorria entre seus dedos. "Mickael, você esta
bem?" Perguntei desesperada.

"Rasgue o resto da manga de minha farda e amarre sobre o ferimento" Ele disse em puro
sofrimento. Antes que eu fizesse o que ele mandou, ele pegou em minha mão que estava em seu
peito. "Você realmente sabe como derrubar um homem, Juliet" Ele disse e logo depois retirou sua
mão da minha, e voltou para seu sofrimento.

"Juliet, estou tão orgulhosa de ....VOCÊ REALMENTE ATIROU NO MICK!" Melissa disse
gritando atras de mim, e logo em seguida se ajoelhando ao meu lado, para me ajudar a amarrar
aquele pedaço da farda de Mick, em seu braço.

Se achei que aquela caminhada era cansativa, apenas de vir até aqui, imagine o quanto era mais
cansativo, quando se tinha Mick apoiado em mim, totalmente tonto por ter perdido muito sangue.
"Você está bem, Mickael?" Perguntei pela decima vez.

"Sim, Juliet, ele esta bem!" Melissa respondeu por ele, cansada de ouvir a mesma pergunta e a
mesma resposta.

"Eu sinto tanto, eu juro que mirei para seu peito, mas fechei meus olhos e..."
"Você fechou seus olhos?" Mick perguntou me cortando, soando como um gemido.
"Sim" Falei, me sentindo ainda mais arrependida por tudo que causei. Mick não disse, apesar de
toda dor que sentia, apenas soltou um sorriso.

Quando estavamos chegando perto do casarão, logo avistamos Thomas. Não foi nem preciso pedir
por sua ajuda, já que era notavel o quanto eu e Melissa estavamos sofrendo para carregar Mick e
sua mochila de guerra.

Thomas sem perguntar nada, apenas levou Mick para seu quarto, Melissa e eu ficamos logo atras
dele em quanto colocava Mick em sua cama.

Melissa logo segurava em suas mãos um kit de primeiros socorros e uma enorme pinça. Ela limpava
o sangue de Mick em volta do ferimento cuidadosamente. Mick e eu apenas olhavamos para o que
ela fazia.

Melissa já estava com a pinça na mão, obviamente para retirar a bala que ainda estava no braço de
Mick. Antes que ela ao menos encostasse aquela enorme pinça em seu braço, Mick começara a
gritar de dor. Eu olhei um pouco assustada, pensando que outra coisa estava lhe machucando, mas
nao passava de frescura.

Mick com frescurinha, sério? Uma coisa que não se ve todos os dias, pensei.

"Mick, você já levou tiros em lugares piores... E ESTÁ DANDO UM DE FLORZINHA POR UMA
BALA NO SEU BRAÇO?" Melissa berrou para ele, e logo em seguida arrancanda a bala de uma
forma não delicada de seu braço.

"Estou sofrendo adiantado" Mick disse ainda gemendo de dor.

Melissa se levantou, e foi para meu lado limpando as mãos "Certo, agora você precisa descansar um
pouco, e Juliet, durante a noite é capaz que ele tenha febre, por causa do tanto de sangue que ele
perdeu, de um remedio, e se estiver muito alta, tente esfria-lo." Melissa pausou, e observou Mick "E
não ouse me chamar durante a noite, apenas em caso de morte. E BATA NA PORTA ANTES,
entendeu, Juliet?"

"Entendi, irei bater na porta caso precisse de você...Espere, como sabe de tudo isso?" Perguntei para
ela, curiosa para saber onde tinha aprendido tanto.

"Antes dessa bagunça toda começar, de demonios e anjos, eu fazia faculdade de Medicina" Ela
disse com um olhar de pena, apenas pelo olhar, deduzi que sentia falta dos estudos.

A noite não demorou para aparecer, em nenhum momento sai do quarto de Mick, o que não era
muito certo, já que as pessoas lá fora faziam fofocas sobre nós o tempo todo.

Melissa havia sumido o resto da tarde inteira, e estranhamente, Thomas tambem, preferia nem
afundar minha imaginação no que eles poderiam estar fazendo se estivessem juntos.

Como o verdadeiro boato de que eu era uma humana se espalhou pelo acampamento inteiro, as
pessoas passaram a me tratar bem melhor. E não precisei me matar pra fazer uma sopa para Mick, já
que esperava que a cozinheira me deixasse no vacuo e fosse para longe de mim.

Agora, estava entrando no quarto de Mick, segurando uma bandeja e com a sopa de galinha que a
cozinheira havia feito.

Mick estava sentado em sua cama, quando estava entrando em seu quarto, seus olhos caminharam
diretamente para a bandeja, tentando ver o que havia lá. Quando me sentei na cama, colocando a
bandeja em cima de seu colo, ele olhou para a sopa uma expressão nada agradavel. "Você que fez?"
Ele perguntou para mim.

Bom, eu acho que se tivesse feito aquela sopa, teria a jogado em seu rosto, apenas pela expressão de
nojo que ele havia feito. "Não, foi a cozinheira" respondi um pouco seca.

"Preciso procurar uma nova cozinheira" Ele falou empurrando a bandeja para longe dele "Eu não
quero"
"Mas você precisa" disse empurrando novamente a bandeja em sua direção. Mick sem dizer nada
apenas a empurrou novamente para sua frente. "Mick, deixa de ser fresco, e coma!" falei já irritada.

A sopa não estava com a melhor cara, mas o cheiro estava me matando. Para provar que a sopa
estava deliciosa, peguei a colher cheia e direcionei para minha boca.

É, realmente, eu estava certa, aparencia ruim, gosto ótimo, pensei.

Logo em seguida peguei outra colher cheia, mas dessa vez direcionei para Mick "Eu não vou ter
que fazer barulho de aviãozinho, e te dar a sopa inteira, certo Mick?" Disse um pouco ironica.

Sem dizer nada, ele tirou a colher da minha mão, e começou a tomar a sopa, em silencio.

"Ok Mickael, Melissa falou que esse remedio irá te fazer desabar, e dependendo do caso, irá até
mesmo ter delirios." Falei pegando o remedio que Melissa havia me dado para fazer Mick tomar.

"Ultimamente você tem me chamado muito de Mickael, não me chame assim" Ele falou ignorando
totalmente o que disse sobre o remedio. Exatamente como ele tinha mania de fazer, eu o ignorei,
retirei um remedio do potinho e lhe entregui com um copo de água.

"Descanse, Mickael" Disse seu nome em um tom ironico, logo em seguida saindo do quarto.

Deixei Mick sozinho para dormir, em minha companhia ele nunca iria conseguir, já que concerteza
ficariamos conversando. Sem contar que minha barriga estava pedindo por comida.

Em quanto caminhava para o refeitorio, vi Bella andando alegremente com um buquê de rosas
vermelhas, exatamente como aquela que ela havia me dado, o que me fez lembrar que sem meus
poderes a rondando, logo iria morrer.

Quando Bella me viu a olhando, ela parou e me deu um grande sorriso.

Caminhei até ela, para ajuda-la com as rosas, já que suas mãos eram pequenas demais para segurar
tantas rosas, como segurava.

"Me deixe ajuda-la, você pode se machucar com um espinho, Bella" Disse gentilmente me
abaixando para pegar as rosas de suas mãos.

Antes que eu pudesse pega-las, Bella deu um passo trás, me deixando longe daquelas lindas rosas.
"Não Juliet, quem irá sentir dor com espinhos por algo que ama, é você" Ela disse com uma
expressão vazia, me fazendo gelar totalmente. O que ela estava falando? me perguntei.

Antes que eu pudesse falar algo, Bella se virou e continuou seu caminho pulandinho, aqueles passos
que apenas crianças fazem. Me deixando ali, totalmente sem rumo e em choque por suas palavras.

Antes que alguem me chamasse de louca por estar agaixada e com as mãos para frente, como se
estivesse pegando algo no ar, me levantei e fui para o refeitorio, tentanto esquecer o que Bella havia
me falando.

Comi um prato inteiro de lasanha, com direito a segunda vez. Lasanha, aquilo era delicioso, como
eu nunca havia experimentado isso? Se Mick não estivesse machucado, por minha culpa, e
precisando de mim, juraria comer o quanto pudasse para pagar todos meus pecados. Mas depois da
segunda vez, apenas coloquei minhas coisas na pia, e voltei para o quarto, totalmente esquecida das
palavras de Bella, pensando apenas de como lasanha era maravilhosa.

Quando abri a porta do quarto de Mick, lá estava ele, tão desmontado em cima daquela cama, que
no momento parecia pequena para seu enorme corpo, exatamente como Melissa havia dito, iria
parecer que estava morto.

No momento tudo que deseja era dormi, estava exausta pelo dia que tive hoje, mas dormi na cama
junto com Mick, era impossivel! Ele ocupava praticamente todo espaço, e que não tinha nenhum
cantinho pra mim.

Minha unica opção foi me deitar e dormir, no colchão em que mick fingia passar todas as noites,
quando na verdade, ele dormia na cama junto comigo.

Praticamente passei a noite com um olho aberto e outro fechado, já que estava atenta a qualquer
gemido que Mick desse, para me levantar e cuidar dele. Mas até agora nada aconteceu.

Quando finalmente havia caido em um sono pesado, ouvi Mick se mechendo na cama. Pulei do
colchão onde me encontrava como um gato, e logo acendi a luz do quarto. Mick estava dormindo,
mas se movia como se estivesse preso em um pesadelo do modo que se debatia.

Me sentei em sua cama, e segurei firmemente em seus braços, para não bater o ferimento em algum
lugar e se machucar. Quando nossas peles entraram em atrito, seus olhos se abriram um pouco,
obvimente, por que minha pele era mais gelada que gelo, e ele estava queimando em febre. "Mick?"
chamei por ele.

"Pain..." ele disse soando como um gemido.


Desde quando Mick falava ingles? Dor, ele deveria estar sentindo dor! Melissa falou que se ele
estivesse com febre, deveria esfria-lo, então rapidamente peguei uma toalha molhada com agua
gelada, e passei em pequenos toques por seu rosto.

Antes que pudesse fazer mais um movimento, ele segurou fortemente em meu braço. "Eu te
amo...Pain" Ele disse.

"Ok companheiro, você não ama dor nenhuma, você está delirando" Falei para ele, o que foi inutil,
já que ele nunca prestaria atenção em minhas paalvras. Como a toalha molhada não estava
funcionando, decidi pensar grande.

Coloquei Mick sentado em sua cama, o que foi um sofrimento, já que ele pesava mais que o guarda
roupa de Melissa. De joelho a sua frente, tirei sua camisa. Mesmo estando em uma situação
complicada, não pude deixar de reparar aquele tanquinho maravilhoso que ele tinha.

Logo em seguida, o tirei da cama, e o apoiando em mim, caminhamos até o banheiro. Em varios
momentos tive sensações de que cairiamos, já que Mick praticamente tinha o triplo do meu tamanho
e peso.

Abri o box do chuveiro com muita dificuldade, e o coloquei sentado no chão, era impossivel deixa-
lo de pé, já que ele mesmo mal conseguia sustentar seu corpo e eu muito menos conseguiria segura-
lo

Abri o chuveiro, deixando que a àgua escorre por nós dois, Mick estava bem melhor, não chamava
mais pela dor, muito menos dizia que a amava, apenas ficou encostado em silencio sobre o box,
deixando a agua escorrer sobre seu corpo. Quando me toquei que estava ensopa, fechei o chuveiro.
Acho que já era o suficiente, mick parecia estar mais conciente "Você esta bem?" arrisquei
perguntar em quanto me agaixava em sua frente.

"Você poderia ter me afogado" Ele disse em uma voz e um sorriso cansado. No momento em que
ele falou, sabia que estava bem.

Coloquei meu braço em sua testa, para checar sua temperatura, a febre já estava baixa. Ele tirou
meu braço de sua testa e me observou por um momento. "Você poderia participar do concurso de
gata molhada, Juliet" Mick falou, eu não consegui deixar de rir com aquela piada, ou cantada.

Mick tentou se levantar, mas não conseguiu muito impulso, na segunda tentativa eu o ajudei a
levantar, e novamente tive aquela sensação de que iriamos cair. Quando saimos para fora daquele
box, ele recuperou seu equilibrio total.

Ele caminhou a minha frente e pegou algumas toalhas, me entregando uma. "Acho melhor tirar toda
sua roupa, ou irá pegar um resfriado" Ele disse para mim, passando sua mão em seus cabelos
molhados.

"Digo o mesmo" respondi. Mick jogou sua toalha no chão, e se aproximou de mim em silencio.
Quando estavamos proximos, ele esticou seus braços e segurou na barra da minha blusa, e começou
a retira-la do meu corpo, automaticamente levantei meus braços para facilitar a ele. Como sua
toalha, ele a jogou no chão. Em seguida ele me puxou por meus jeans, me deixando ainda mais
proxima de seu corpo.

Em nenhum momento Mick tirou seus olhos dos meus, ele me olhava seriamente, sem dizer
nenhuma palavra. Quando finalmente mexeu seus olhos, ele os direcionou para o botão da minha
calça e a desabotoou. "Humanos tem saúde fragil, Juliet" Ele disse quebrando o silencio, e saio do
banheiro, fechando a porta, me deixando lá, praticamente pegando fogo por ele.

No dia seguinte quando acordei, Mick não estava na cama abraçado a mim, como todos os dias.
Levantei a sua procura, mas ele não estava no quarto. O que me fez sentir bem, pois ele já estaria
sem nenhum sintoma ruim.

Me levantei e coloquei algumas roupas que Melissa havia me trazido ontem. O mesmo de sempre,
jeans e uma blusinha regata. Ao coloca-la lembrei do ocorrido com minhas asas, já que ela se
parecia muito com aquela blusinha que foi rasgada por Mick.

Minhas asas, mesmo sido assustador quando soube que as tinhas, elas eram lindas, pensei.

Antes de ter esse simbolo queimado em meu ombro, meu objetivo era explorar meus poderes, me
conhecer antes do dia do juizo final. Mas foi algo impossivel de acontecer, já que agora não passava
de uma humana, me sentia fraca. E mesmo que se eu fosse apenas um simples humano, demonio ou
anjo, sabia que sempre teria a proteção de Deus e Lúcifer, principalmente a de Mick.

Quando estava saindo do quarto para tomar um grande e delicioso café da manhã, vi Mick
caminhando pelo corredor, voltando para seu quarto. Ao me ver, ele abriu um enorme sorriso, o que
foi assustador, já que ele não demonstrava nenhum sentimento por mim fora do seu quarto.

"Bom dia" Ele disse se aproximando de mim, mas não o suficiente para que as pessoas que
passavam pelo corredor vissem algo 'a mais'.

Mick não usava sua farda, apenas uma camiseta preta e um jeans, e como sempre, suas botas de
combate.

"Tenho uma surpresa para você, venha comigo" Ele falou dando meia volta e começou a andar.

"Espere" falei segurando em seu braço "Essa surpresa não tenha nada que eu possa te machucar
seriamente?" perguntei ironicamente. Mick não disse nada apenas soltou um riso e continuou
andando, eu apenas o segui.

Em quanto caminhavamos, comecei a reconhecer o lugar, era o lugar em que Mick deixava seu
carro, o carro que explodi. Mas ele não se encontrava mais lá, obviamente teria o levado para um
lugar como o ferro velho.

Quando nos aproximamos mais daquelas pedras em que Martha havia me falado coisas horriveis em
quanto possuia o corpo de Mick, pude ver uma toalha estendida no chão e muita comida. Era um
café da manhã, era um piquenique!

Era incrivel, minha vontade era abraçar e beijar Mick, mas era um pouco perigoso, já era perigoso
ter esse piquenique romantico ao ar livre, sem ser dentro do quarto.

"Oh, isso é lindo..."


"Eu sei!" uma voz apareceu entre nós me interrompendo, uma voz que não era de Mick e sim de
Melissa!

O que Melissa estava fazendo aqui?Se ela fosse participar do piquenique isso seria totalmente
broxante, nada contra a Mel, mas seria tão lindo e maravilhoso com ela longe, pensei.

Acho que Mick viu minha expressão confusa, tentando entender o que Melissa estava fazendo lá, e
não deixou de rir com a situação.

"Agora que já a trouxe, estou de saida para pegar nossas encomendas, Mel. Tenham um bom café da
manhã" Ele disse, logo em seguida beijou a testa de Melissa carinhosamente e foi para longe de nós
duas.

"Então, gostou da minha surpresa?" ela perguntou para mim, em quanto eu observava Mick indo
embora.
"Você nem imagina" Falei um pouco confusa.

"Acho que você imaginou que seria um lindo e romantico piquenique surpresa com Mick, mas eu
disse que ele é pessimo em presentes e surpressas!" ela disse como uma piada. "Eu senti falta de
passar os dias com você, então preparei isso para nós duas. Como tem muitas coisas que você nunca
fez na vida, piquenique seria uma delas, então o fiz pra você se lembrar de todo piquenique que
participar, lembrará que o primeiro que teve foi com sua melhor amiga." Ela disse sorrindo e logo
me deu um curto abraço e se sentou, logo começou a me chamar para sentar sobre a toalha.

Depois de algum tempo naquele maravilhoso piquenique com Melissa, nós comemos praticamente
toda a comida, fofocamos demais, ela muitas vezes tentava tirar coisas sobre mim e Mick, mas
falhava, já que eu não dava abertura para o assunto.

Melissa acabará de deitar, colocando sua cabeça em minhas coxas com uma expressão seria. "Como
você nós imagina quando essa guerra acabar, Juliet?" Ela perguntou

"Eu não sei, eu nem imagino o que vai acontecer amanhã, por que?" Disse em quanto tomava o
ultimo gole do meu suco.

"Não é nada, nem todos tem uma visão feliz para o futuro. Eu imagino o mundo voltando para o que
era antigamente. E eu finalmente terminando minha faculdade de medicina e trabalhando em um
hospital, morando em uma enorme casa com Mick, como antigamente..." ela pausou se sentando
novamente, deixando seu cabelo todo bagunçado "E você... eu imagino você casada com Mick"
Melissa finalizou rindo. Eu não disse nada, apenas joguei uma pequena uva em sua direção.

"Vamos, tenho uma coisa para lhe dar" Melissa disse se levantando rapidamente e estendendo sua
mão para mim. Eu não questionei, apenas peguei sua mão para que ela me desse puxasse para cima.

Em quanto caminhavamos não paravamos de conversar e rir. Passar o dia inteiro com Melissa seria
maravilhoso, eu havia me esquecido o quanto era bom ficar horas e mais horas na cela junto a ela.
Aquela era a melhor parte dos meus dias na cela.

Quando me toquei no caminho que estavamos fazendo, ja haviamos entrando em seu quarto.

"Bom, eu já venho reparado à dias que você não sai dessa rotina de jeans e blusa" Ela começou a
dizer caminhando para seu guardo roupa e retirando alguma coisa que não consegui identificar da
cor branca

"Isso é pra você" Ela falou me entregando aquela coisa não identificada. Quando peguei em minhas
mãos, segurei em suas alças o deixando esticado. Era um vestido, um lindo vestido branco.

"Vá experimentar" Melissa disse me empurrando para dentro do banheiro e logo em seguida fechou
a porta.

O vestido era extremamente lindo, em meu corpo ele ressaltava todas as minhas curvas que eram
escondidas pelos jeans e blusas.

Ele não era tão curto como a camissola de Melissa, mas não era tão longo quando uma roupa de
freira, ele batia um pouco a cima do meu joelho.

Quando sai do banheiro, Melissa ficou boquiaberta quando me olhou "Ficou maravilhoso!" Ela
disse em um grito "Mick irá babar quando te ver nele" Ela disse sorrindo, fazendo mais daquelas
piadinhas sobre nós dois.

"Obrigada, ele é maravilhoso" Falei olhando para ele em meu corpo. Derrepente, algo veio em
minha mente,algo esquecido, que acabará de lembrar.

"Melissa..." Comecei a dizer, o que foi o bastante para ela ficar séria apenas pelo tom da minha voz
"Alguns dias atras, eu me perdi pelo acampamento, e acabei no calabouço. E lá, encontrei uma
pessoa, uma humana trancafiada em umas das celas. Achei um pouco estranho, apenas por ela ser
humana e estar trancada lá em baixo, sem contar que parecia uma louca as vezes" Finalizei.

Melissa fez uma expressão nada agradavel diferente das que ela sempre usava e começou a falar
"Ela..ela é um pouco louca mesmo, com toda essa situação e mortes, ela ficou assim. Ela não
conseguiu aguentar o fato de que teria que matar para sobreviver, e um dia, por eu ser um pouco
ironica, ela tentou me matar, por achar que eu era um um deles. Não sei se você já notou, mas a
maioria dos demonios tem o dom para ser ironico, você tambem tem. Mick foi obrigado a tranca-la,
mas não teve coragem de mata-la pois ela era... era sua noiva" Em muitos momento ela hesitou,
talvez fosse por que isso era uma lembrança ruim, e ruim até mesmo para mim por saber que Mick
já foi noivo e mantia sua ex lá em baixo no calabouço.

"Como era seu nome?" Perguntei já que foi a unica coisa que veio a minha mente.
"Pain, um nome totalmente estranho, mas fazer o que, não somos nós que escolhemos nossos
nomes" Ela disse mudando sua expressão para divertimento, à mim, aconteceu o contrario, aquele
nome saindo de sua boca, fez parecer que uma faca havia sido enfiada em meu peito, batendo
diretamente em meu coração.

Sem dizer nada, o que era impossivel alguma palavra sair da minha boca nesse momento, sai do
quarto de Melissa e corri, corri para que ela não me alcançasse e ter que dar alguma explicação.

A unica coisa que gostaria era ir para um lugar em que não houvesse ninguem, e onde ninguem me
achasse.

Em quanto corria, não pude deixar de notar alguns homens me olhando diferente, o que me fez
notar que ainda estava com o vestido branco que Melissa me deu.

Tentando pensar em um lugar onde ninguem fosse, lembrei do lugar isolado onde Mick havia me
levado no dia em que nevava. Corri diretamente para lá, sem pensar duas vezes. Quando cheguei,
era exatamente como pensei, isolado.

O lago que aquele dia se encontrava congelado, hoje não estava mais, apenas uma corrente e limpa
àgua. No momento em que me sentei, sem ao menos me importar em sujar o vestido, lagrimas
começaram rolar no meu rosto e não fiz nenhuma questão de segura-las.

Passei praticamente toda a tarde lá, sentada e chorando feito uma criança. Em nenhum momento as
palavras de Melissa saia da minha mente, e muito menos a imagem de Mick me chamando pelo
nome de sua ex, Pain, e dizendo que a amava.

Mick ainda a amava, e eu? Eu era apenas um demonio que servia de substituta para tirar suas
necessidades.

Agora soube por que Mick me olhava com aquela expressão que assimilava como nojo, não era
nojo, e sim aquele de olhar de beijar uma mulher que não é sua amada.

No momento tudo que queria era estar no inferno, sendo mimada e vivendo como uma princesa,
exatamente como Lúcifer havia dito, não queria continuar mais nesse mundo, tudo que desejava era
ir para casa.

Bella tinha razão, quem iria sofrer por algo que gosta seria eu. Nesse momento tudo girava em
minha cabeça, se tivesse meus poderes, aprenderia de algum modo tirar minhas asas de dentro de
mim e voar para longe.

Os unicos barulhos que escutava em quanto ficava lá, era as vezes meu proprio soluço e o barulho
da agua corrente.

Me deitei sobre aquele gramado verde, novamente sem me importa com o vestido que acabará de
ganhar, e fechei meus olhos, procurando por paz em minha mente.

Mais algumas lagrimas cairam, isolada de todos e de tudo, deitada em um gramado, cai no sono.

Quando levemente abri meus olhos, foi por que varias gotas da forte chuva que acabará de começar
caiu diretamente em meu rosto. Já era noite, havia dormido a tarde inteira lá no gramado, deixando
todos preocupados, no acampamento, com meu sumiço.

Rapidamente levantei para que o vestido não se sujasse mais do que já havia sujado com aquela
terra que agora viraria barro. Em pé, olhei para cima, deixando que aquela chuva me molhasse. Me
perguntei o que fazer, no momento que voltasse para o quarto de Mick, ele ja estaria sabendo do que
aconteceu antes que eu saisse correndo feito uma doida do quarto da Melissa.

Rapidamente aquela palavra passou por minha mente, poder, era isso, eu tinha que ter poder da
situação.

Ficar chorando por que Mick disse que amava outra, em quanto DELIRAVA? Realmente, ser
humana estava afetando minha cabeça. Em vez de ficar aqui sozinha, tinha que estar com Mick,
marcando meu territorio e tomar rédeas dessa situação.

Mesmo não tendo meus poderes, eu ainda era um Anjo-Demonio, depois de Deus e Lúcifer, a mais
poderosa, não poderia deixar isso me abater, era humilhante para mim e até mesmo pros meus pais.
Caminhei letalmente, deixando que a chuva levasse com ela, toda minhas magoas.

Meu coração estava tão acelerado, que eu não tinha certeza se tremia de ansiedade ou de frio, para o
meu azar, humanos eram muito mais sensíveis ao frio e eu estava sentindo isso na pele. O lindo
vestido branco que Melissa me deu mais cedo estava completamente ensopado pela chuva, e eu
andava pelo corredor vazio com toda a coragem que eu nem sabia que tinha.
Quando eu cheguei até a porta de Mick, aquela sensação estranha no estômago me invadiu me
fazendo congelar no lugar. Eu precisava dele, era tudo que eu sabia.
Ergui minha mão e bati na porta algumas vezes, já que era tarde o suficiênte pra que ele já a tivesse
trancado, provavelmente convencido de que eu dormiria com Melissa essa noite.

Um bom minuto se passou antes que eu pudesse ouvir algum barulho dentro do quarto, e então a
porta rangeu, antes de um Mick completamente sonolento abrí-la. Ele encostou uma das mãos na
porta enquanto passou a outra pelo desalinhado cabelo escuro, e aí ele olhou pra mim.
Seus olhos se arregalaram por um momento, e minha respiração ofegante o intrigou, ele franziu as
sobrancelhas e eu pude adivinhar a pergunta antes que ele a fizesse.

"Juliet, o que..." eu o interrompi, em um impulso me lancei pra a frente e toquei seus lábios
brevemente com os meus, O que foi um erro, por que naquele momento eu perdi completamente o
controle do meu corpo. Os lábios de Mick eram mais quentes do que eu me lembrava, e o fogo em
minha pele pareceu me consumir, ele colocou ambas as mãos sobre os meus ombros quando
finalmente consegui me afastar, e me olhou com uma expressão confusa.

"Hoje sim, Mick." eu sussurrei, ele não contrariou.


Mick desceu os lábios até os meus outra vez, com uma delicadeza maior do que eu julgava possível,
e envolveu um de seus braços em volta da minha cintura. Eu o ouvi empurrar a porta , e percebi que
ele literalmente, trancou todo o resto do mundo lá fora.

No dia seguinte, antes mesmo de abrir os olhos, minha pele formigou ao sentir a pesada respiração
de Mick em minha nuca, eu tinha perfeita consciência de que ele tinha o braço em volta da minha
cintura como em todas as noites...mas eu também tinha consciência de que o fato de eu sentir o
cheiro dele tão forte quanto quando eu tinha poderes, vinha do fato de que além de ele estar me
abraçando, eu usava uma de suas camisetas.
Não tive a mínima dificuldade para me lembrar da noite passada. os detalhes continuavam vivos em
minha consciência, o jeito que ele me tocava, e o jeito com que eu sentia que era dele não tornaram
dificil minha decisão de perder a virgindade. e ter sido com Mick, tornava isso o melhor fato que já
me aconteceu em toda minha existência.

Eu abri os olhos. e tudo que pude ver é que eu não queria me mecher.
Mick dormia pesadamente, como sempre, acho que nem um trator conseguiria acorda-lo, eu inclinei
o rosto para ele, e me surpreendi pela proximidade ser maior do que eu tinha calculado, QUASE
meu rosto encostou no dele só com esse pequeno movimento. minha mão ainda estava por cima da
dele e eu olhei pra ambas, entrelaçadas em minha cintura e sorri, retirando a minha delicadamente.
Foi então que eu olhei pra ele, eu realmente olhei. as cicatrizes espalhadas por todo o braço, ombro
e tórax de Mick, faziam a grande marca de bala em seu braço parecer um arranhão. Meu deus, eu fiz
isso?

Levei novamente minha mão para cima da dele, em uma nova tentativa de me levantar. quando o
empurrei dessa vez, eu achei que estava tendo algum resultado - só por alguns segundos, até que
Mick virou denovo, e me prendeu ainda mais embaixo dele. Santa malhação.

Eu suspirei, e comecei a pensar em maneiras fisicamente possíveis de levantar, quando derrepente,


ouvi uma pequena risadinha em meu ouvido. em seguida, Mick se virou e eu pude ver seus lindos
olhos azuis vibrarem quando me viu - não posso deixar de dizer que se meu coração batesse mais
rápido agora, sairia pela boca - ele levou os lábios até a ponta da minha orelha e a beijou devagar,
logo em seguida, um sussurro levou o resto da concentração que eu tinha lutado pra conseguir.
"Eu não dormi, desde a noite passada" ele riu baixinho, e me puxou contra ele tanto quanto ainda
podia "Fiquei vendo você dormir, e quando achei que fosse acordar... bom, queria presenciar em sã
consciência como você consegue se livrar de mim todos os dias."

Eu não pude deixar de rir, e quando fiz isso, fui interrompida por um leve selinho nos lábios, e
então, mais voluntariamente do que involuntariamente, movi meus braços até o seu pescoço,
aniquilando qualquer espaço que poderia haver entre nós.

"Bom dia" foi tudo que eu consegui dizer, ele abriu um sorriso maior ainda, e os lindos olhos azuis
se fixaram em mim novamente.
"Não posso dizer que não estou impressionado" ele começou, e então retirou um dos braços da
minha cintura, me obrigando a recolher os meus enquanto percebia o que ele queria mostrar - os
arranhões. "Você é a unica pessoa que conseguiu prejudicar tanto meu corpo em um espaço tão
curto de tempo que eu não queira revidar... aliás, receber esses aqui..." ele parou, apontando para o
tórax onde as marcas pareciam maiores, eu corei, e ele riu ainda mais "...receber esses foi bem mais
prazeroso do que o tiro ou o tapa."

Eu soltei um riso um pouco constrangido por sua piadinha sem graça, e logo tentei levantar
novamente- já que estava livre de seu abraço - e finalmente, consegui. Porém, quando consegui sair
da cama, a mão de Mick segurou a minha, por um segundo achei que ele fosse me puxar devolta - e
eu não reclamaria nem um pouco - porém, ele usou minha mão de apoio para se levantar também.
Ele não soltou minha mão, e me abraçou por trás, apoiando sua cabeça em meu ombro, Mick me
guiou para frente, até a mochila onde estavam minhas roupas. Eu soltei minha mão para abrir a
mochila e procurar algo, já ele, não soltou minha cintura, e não ajudava em nada em minha busca
que ele me distraísse com pequenas mordidas na nuca.
"Sabe, essa camiseta ficou bem melhor em você do que em mim" Ele avaliou, e em seguida,
mordeu minha orelha. Eu estremeci.

"Mick, você não está me ajudando" eu disse com dificuldade, ele riu e eu consegui me soltar de seu
abraço e me dirigi ao banheiro com a mochila. Quando entrei no banheiro, um rosto sorridente me
encarava, demorei mais do que um bom minuto para perceber que era o meu, refletido no box. Eu
me vesti mais rápido do que julgava possível, e em meio a isso percebi que estava com fome. Uma
mini saia e uma camiseta de manga foram bem úteis em minha tentativa de me vestir rápido, e logo
que abri a porta do banheiro, percebi Mick de costas para mim, colocando uma camiseta - droga,
uma camiseta sem mangas!

"Sabe que se andar por aí com essa roupa, vão achar que você foi atacado pela Juju."
ele riu ao ouvir minha voz, e imediatamente se virou pra mim. Mick caminhou em minha direção
cruzando o pouco espaço que tinha entre nós em menos de um segundo, ele colocou os braços em
volta de mim, e desceu os lábios até o meu pescoço "Não se preocupe, eu digo a parte sobre eu me
voluntariar." ele se afastou um pouco, e olhou para minhas roupas, seus olhos se demoraram mais
sobre a mini saia, e ele franziu as sobrancelhas antes de responder "Sabe que e andar por aí com
essa roupa, eu vou ter que quebrar alguns pescoços pelo caminho, certo?"

Eu ri, e segurei seu queixo em uma das mãos, encostando levemente meus lábios nos dele. "Estava
contando com isso." Logo em seguida, desviei dele, abrindo a porta para encontrar o corredor vazio
logo em seguida, todos deveriam estar no refeitório.
Eu estava quase na metade do caminho do refeitório, quando a mão de Mick envolveu a minha e ele
começou a andar ao meu lado. Eu sorri, a sensação era ótima, mesmo sabendo que assim que
chegássemos em público ele soltaria.
Bom, ele não soltou.

Quando chegamos na porta do refeitório, algumas cabeças se viraram para nós - algumas
menininhas olhavam para Mick, e em seguida, para nossas mãos com frustração, e alguns rapazes,
simplesmente, não tiravam os olhos das minhas pernas, e Mick percebeu isso antes de mim. quando
eu achava que não podia ficar mais surpresa, Mick me girou, usando a mão que segurava para dar
apoio, e me abraçou por trás, beijando meu pescoço de leve.
Ao mesmo tempo que todos assimilavam a cena, olhavam diretamente para as marcas em Mick, e
eu corei. Todas as conversas, pararam ao mesmo tempo.

"Eu sabia!...EU SEMPRE SOUBE!" Uma voz surgiu atras de nós dois, fazendo com que eu
finalmente me libertasse de Mick, Melissa estava mais boquiaberta que todos no refeitorio. "Não
acredito, desde quando vocês dois estão juntos?!"

Não sabia o que me constrangia mais, o fato de o refeitorio inteiro parar para olhar Mick e eu, ou
Melissa estar gritando mais que o normal.

"Bom dia, Mel" Mick disse fazendo o que era de costume, a beijando na testa. Rapidamente ela se
libertou dele, e segurou em seus braços.
"O QUE DIABOS ACONTECEU COM VOCÊ?!" Ela gritará mais alto que antes.

"Digamos que isso é o resultado de uma boa noite" Mick disse sorrindo e logo em seguida os olhos
de Mick e Melissa estavam em mim.

"Para mim isso é o resultado de se deitar com uma Anjo-Demonio que não tem noção da sua força"
Antes que os irmãos me contrangessem mais ainda, os puxei para uma mesa, e tomamos o café da
manhã em silencio.

Durante a tarde, Mick e eu estavamos sozinhos na biblioteca, lendo alguns livros sobre anjos e
demonios, o que me fez lembrar que o simbolo queimando em mim, estava quase sumindo.

A mão de Mick, descansava sobre a minha, em cima da mesa. Em alguns momentos quando se
destraia da leitura, ele até a acariaciava. Ter perdido minha virgindade noite passada, foi a melhor
coisa a se fazer, agora tinha certeza que Mick me pertencia, principalmente por ele ter assumido
para todos que tinhamos uma relação.

Mesmo tentando ler, não conseguia me concentrar, o assunto sobre Pain ainda me incomodava e
Mick notou que algo estava acontecendo em minha mente.

"Aconteceu algo?" Ele perguntou.


Eu não sabia se deveria falar o que pensava, mas esconder algo, não seria bom.

"Sim, aconteceu...Ontem eu e Melissa conversamos..."


"Sobre minha ex?" Mick falou me imterrompendo e virando para mim, pegando em minhas mãos.

"Sim. E Mick, eu sei que ela tentou matar Melissa, e eu posso estar louca por falar isso, mas ela
precisa de ajuda, e nao ficar trancafiada em uma cela. Isso só piora"

Mick olhou seriamente em meus olhos, ele deveria estar pensando no que acabei de dizer. "Eu não
sei se posso, ela quase matou Melissa" ele disse ainda mais sério.

"Ei...O que é mais perigoso, uma ex psicopata, que é humana, ou uma atual, que quando tomar os
poderes de volta, poderá explodir esse lugar em questão de segundos?" Perguntei para ele mais
como uma piadinha, nós rimos juntos. " Você soube lidar comigo, e olha que sou a coisa mais
perigosa que pisa no mundo, sua ex, será facil. Ela precisa de ajuda" Falei.

Certo, essa coisa de humanidade estava REALMENTE afetando ainda mais minha cabeça,
compaixão pela ex louca de Mick? qual é, acho que quem estava louca agora era eu. Nesse
momento meu lado anjo estava falando mais alto, piedade por pobres inocentes. Droga!

Mick sorriu para mim, logo em seguida se levantou me puxando junto, já que suas mãos seguravam
as minhas. "Vamos" Ele disse caminhando.

"Espera, você não vai conversar com Melissa ou coisa do tipo?" perguntei tentando enrola-lo para
não soltar a ex-psicopata justamente agora.

"Você não é a primeira a me dizer isso" Ele disse em quanto iamos para o encontro da ex.

Quando chegamos no calabouço, finalmente chegamos na cela da sua ex-psicopata. Mick retirou de
seu bolso uma chave.

Quando abriu a porta, lá estava ela, sentada em uma cadeira, observando a porta se abrir.Quando viu
de quem se tratava abrindo a porta Pain correu diretamente para abraçar Mick, o mais estranho foi
que ele não renegou o abraço. Ela olhou para mim de baixo para cima "Imagino que essa seja a tal
Juliet" ela disse em uma voz de provocamento.

Preferi não responder, ou não responderia por mim. Em nenhum momento ela desgrudou de Mick.
Quando estavamos novamente na superficie, olhavam para os dois como se fossem o rei e a rainha
andando pelo seu territorio, e para mim... como uma serva, a amante do rei.

Entramos no quarto de Mick, logo em seguida Melissa apareceu atras de mim, boquiaberta ao ver
Pain em seu quarto.

"O que essa doida esta fazendo aqui?" Melissa me perguntou quase em um cochicho.
"Ela precisa de ajuda, e ficar trancada em uma cela, é a pior coisa a se fazer." a respondi.
Pain observava o quarto, como se o nunca tivesse visto, quando ela olhou pra enorme cama de
Mick, ela caminhou até ela e se sentou. "Onde vou dormi?" ela perguntou "Não me importo de
dormir aqui, nessa cama, onde já aconteceu loucuras nela" Ela disse, olhando para mim, e abriu um
sorriso mais sínico que jamais havia visto na vida.

Passei a frente de Mick, o empurrando para trás, para ficar mais proxima dela "Eu acho melhor você
aprender a segurar essa lingua" Disse furiosamente.

"Ou, o que?" Ela disse se levantando ficando ainda mais proxima de mim "Eu não tenho medo de
você, Juliet"

Agora tive certeza do quão louca ela era, ela REALMENTE estava me enfrentando, se tivesse meus
poderes, minha vontade era de explodir seu coração.

Antes que eu pudesse reagir, Mick segurou em meu braço e me levou para fora do quarto. "Eu
pensei que você queria ajuda-la" ele disse
"Mas eu não sabia que ela era tão atirada!" respondi ainda furiosa

"Ela é bipolar, daqui a pouco irá querer me matar, você se acostuma" Ele sorriu para mim, um
sorriso que pedia por paciencia. Melissa saiu do quarto e Pain veio logo atras, e novamente estava
se esfregando em Mick.

Ok, se ela não passasse a querer matar Mick, eu teria um surto um de ciumes. Em quanto tantavam
resolver o questão onde ela dormiria, não deixei de a fuzilar com meus olhos. Mick tentou joga-la
para o quarto de Melissa, mas foi uma tentativa sem sucesso, já que ela nunca permiteria uma
psicopata que ja tentou mata-la dormir junto com ela.

"Prefiro que Juliet volte a dormi comigo" Melissa falou


"NÃO!" eu gritei, acordando do meu transe de como matar a ex-psicopata que queria dormi junto
com o MEU homem.

"Eu irei dormir junto com Melissa, e vocês duas em minha cama" Mick disse finalizando toda a
discussão de onde Pain iria ficar. Quando ele falou, foi mais como uma ordem, e ninguem
questionou.

A unica coisa que passou por minha mente, foi que Mick queria uma chachina.

Para minha sorte, Pain passou o resto da tarde na enfermaria se consultando com o medico sobre
sua loucura. E eu, passei todo esse tempo junto a Mick. Dei um jeito para que fossemos a um lugar
isolado, em que ninguem nos encontrasse, principalmente Pain, e lá estavamos nós, sentados
exatamente na arvore em que dei um tiro no seu braço. Estava sentada à sua frente, usando seu
corpo de apoio para encostar o meu, seus braços passavam por minha cintura.

"Você tem certeza sobre deixar Pain fora da cela?" Ele disse quebrando o silencio entre nós.
"A única certeza que tenho é que não vou ter paciencia quando sua bipolaridade querer te atacar de
forma não agressiva, mas sim, é o melhor a fazer" Disse tentando encontrar seu rosto.

"Não se preocupe com isso" Mick falou sorrindo e logo depois pressionou seus labios em minha
bochecha.

"Na verdade..." comecei a dizer, logo me liberei de seus braços e sentei virada à sua frente, olhando
seriamente em seus olhos "No dia em que você estava delirando, você disse que amava Pain,
primeiramente pensei que você estava dizendo que amava a dor, e só ontem quando conversei com
Melissa..." Mick nunca deixou que terminasse minha frase, ele veio para frente segurando pela
minha costa e cintura, nos deitando naquele chão, deixando que nossos corpos se pressionassem um
ao outro.

“Não se preocupe” Ele repetiu, Mick agora passava a ponta de seu dedo sobre meu rosto em um
modo carinhoso. Sentir seu corpo pressionado contra o meu, já era motivo para me deixar louca,
mas esse assunto era sério, pelo menos para mim.
“Você sente algo por ela?” Não pude deixar de perguntar, Mick agora me olhará seriamente, fixando
seus olhos nos meus.

“Não posso negar que sinto algo, pois, eu sinto, nós fomos noivos por 6 anos, é impossivel tudo
acabar por apenas uma tentativa de matar minha irmã, mas aquele sentimento que sustenta todos os
outros, não existe mais ” No momento em que ele disse, não sabia se era algo bom ou ruim. Ele
estava falando de amor, certo? Aprendi que amor é algo que acaba, mas pode voltar como uma
tempestade, depois de um lindo sol ter aparecido no céu . “Alem do mais, não é com Pain, que eu
estou” Ele disse seguido de um enorme sorriso para mim. Não pude dizer nada, apenas levantei
minha cabeça um pouco para encontrar os labios de Mick.

Quando nossos labios se sepaparam, passei meu dedo indicador em uma das cicatrizes que eu
mesma havia feito noite passada. O que me fez lembrar da cicatriz que Mick possuia no pescoço,
aquela que fiz quando me capturaram, e com meus poderes ela desapareceu. “Eu sinto falta dos
meus poderes” Disse baixinho, esperando com que aquela expressão de nojo aparecesesse no rosto
de Mick, mas ela não veio, ele apenas caminhou sua mão até meu ombro, retirando a alça da minha
blusa de cima do simbolo queimado.

“Daqui algumas semanas, irá sumir.”

Durante a noite, fiquei fechada no quarto com a ex-psicopata de Mick, em nenhum momento
conversamos, em quanto ela estava sentada em uma cadeira, se apoiando na escrivaninha para
escrever em seu diario. Eu estava apenas arrumando minhas coisas, o que não era muito, mas tinha
que fazer algo para não ficar olhando pra Pain.

Hoje estava feito uma dependente de drogas, tudo que necessitava era ter meus poderes.
Principalmente pelo fato de ter que dormi com uma louca que tem tendencias de matar demonios.
Quando terminei de arrumar minhas roupas, entrei no banheiro, na tentativa de jogar uma àgua em
meu rosto para tirar minhas necessidades de poderes da minha mente.

Depois de jogar aquela àgua fria no meu rosto, a primeira coisa que vi quando abri meus olhos foi
uma navalha.

Passei meu dedo sobre sua lamina, o que causou uma pequeno corte, isso era o resultado de uma
boa navalha afiada, com ela, poderia até mesmo cortar uma jagular. Cuidadosamente, com minha
mão direita, a segurei. Logo em seguida, sacudindo um pouco meu ombro, fiz com que a alça de
minha blusa, que escondia aquela queimadura em mim, caisse para o lado.

Sem hesitar, passei aquela lamina afiada em cima do simbolo, retirando um pequeno pedaço da
minha pele, finalmente quebrando o circulo. Quando isso aconteceu, senti meus poderes
rapidamente voltando, e meus olhos ficaram totalmente negros, uma sensação maravilhosa. Mesmo
esse ato ter sido desesperado e louco, logo cada machucado que existia em meu corpo, estaria
cicatrizado.
Quebrando meus pensamento, Pain abriu a porta do banheiro e me olhou horrorizada. Devia ser por
que meu sangue no momento escorria por meu braço esquerdo. "Você esta sangrando" Ela disse.

"Eu sei" Falei tentando esconder meus olhos para que ela não os notasse, tudo que menos queria era
ela gritando por eu ser um demonio.

Pain não disse nada, ela caminhou até o armario e de lá retirou um kit de primeiro socorros e uma
toalha, ela molhou a toalha na pia e ao mesmo tempo aproveitava para tirar o sangue que escorreu
nela. Eu apenas a observava, sem dizer nada.

"Não precisa esconder seus olhos, Mick me disse que você é boa" Pain disse, em quanto passava a
toalha por meu braço, limpando aquele sangue.

"Você não precisa..." Antes mesmo que terminasse minha frase, ela segurou fortemente em meu
braço e colocou um curativo em meu novo machucado, que logo estaria curado.

"Obrigada" Disse para ela, ainda assustada com sua atitude. "Mick falava muito de mim?" Depois
que perguntei, senti meus olhos voltarem ao normal.

"Sim, todos os dias Mick aparecia em minha cela, e contava tudo o que se passava aqui em cima"
Ela falou em quanto pegava a navalha de minha mão e a lavava na agua corrente da torneira.

Pain era linda, ela tinha cabelos negros longos e ondulados nas pontas, agora, ela os prendia com
uma trança, ela tinha um lindo olho azul, o que me fez pensar que Mick tinha queda por mulheres
de olhos azuis. Quando terminou de lavar a navalha, ela a abriu novamente, colocou sua trança para
frente, a deixando descansar em seu ombro, e passou a navalha, em um comprimento a cima de seu
ombro, deixando que o resto de seus cabelos caisse no chão. "Cabelos longos, sempre me irritou"
Ela disse sorridente para mim.

Falar algo no momento foi impossivel, já que eu estava boquiaberta e em choque. Novamente ouvi
a porta do banheiro se abrindo, e dessa vez, antes mesmo que olhasse, aquele cheiro possuiu meu
nariz, me hipnotizando, era Mick, e Melissa se encontrava logo atras dele, com a mesma expressão
que a minha. Eles olharam diretamente para o sangue pelo banheiro, e os cabelos de Pain no chão e
depois juntamente, seus olhos pararam na navalha.

Algumas semanas se passaram depois do meu ato desesperado por poder, Mick quase me deu um
novo ematoma em meu braço, dizendo o quanto era perigoso fazendo isso. Quando Melissa e Mick
entraram no banheiro aquele dia, acreditavam em tudo, menos que Pain me ajudou. Da pra acreditar
que até pensaram que eu tinha usado algum tipo de poder pra fazer os cabelos dela cair?! Tirando
meus atritos defiadores com Pain durante essas semanas, nada emocionante aconteceu.

Pain quando agia como uma criatura normal, nós tinhamos uma boa convivencia, e conversavamos
durante todas as noites, já que nenhuma de nós confiava o bastante para dormir em quanto a outra
ficava acordada.

Melissa, Pain e eu as vezes saimos para cavalgar pelo acampamento, o que era bem divertido. O que
dava pra notar que Melissa novamente confiava em Pain, e largou do costume de chama-la de louca.

Ter ciumes de Mick com Pain era impossivel de não acontecer, mas não era ciumes o suficiente para
acabar em briga e estragar nossos dias de puro amor.
Pain estava tendo melhoras positivas sobre sua loucura e sua bipolaridade, já que agora ela não dava
mais em cima de Mick como antigamente, mas era obvio que Pain ainda o amava.

Durante o dia inteiro não havia visto Mick, no periodo da tarde decidi procura-lo. Fechei meus
olhos e procurei por seu cheiro, antigamente, em quanto era uma humana, teria que ter andando
pelo acampamento inteiro procurando por ele, o que tornava cansativo. Mas agora era simples,
apenas me concentrava e logo o encontraria.

E foi exatamente o que aconteceu, Mick estava em um quarto fechado, o que deixava seu cheiro
ainda mais chamativo. Antes que Melissa me encontra-se para fazer alguma coisa, já que
ultimamente ela tem morrido de tedio, pois seu brinquedinho, Thomas, voltou para seu
acampamento. Caminhei rapidamente para o encontro de Mick.

Já estava a frente do quarto que ele estava, e antes mesmo de abrir a porta, percebi que alguem
estava com ele, logo em seguida um chiado baixo saio de lá de dentro, como um não, era Pain que
estava com Mick, sem ao menos bater, abri aquela porta rapidamente.

Quando tive uma visão mais ampla do que acontecia lá dentro, eu vi uma das coisas que nunca
gostaria de ter pressenciado, eu acho. Mick segurava em suas mãos o rosto de Pain, e estavam tão
proximos que se eu não tivesse chegado, eles se beijariam. Nem mesmo o protesto de Pain seguraria
Mick. Quando eles olharam para mim, ainda segurando a porta, a expressão dos dois era de
assustados, principalmente a de Pain.

"O que está acontecendo aqui?" Disse tentando manter minha calma. Logo senti uma lagrima
escorrendo por meus rosto, mas não uma lagrima por magoa, e sim de raiva. E antes mesmo que
notasse, meus olhos ja estavam negros.

Mick se moveu para frente e começou a dizer "Juliet, eu posso explicar..." sua frase nunca foi
terminada, pois eu o interrompi.

"Pode explicar o que? Sua recaida por sua ex?" Dessa vez toda calma que eu queria manter foi
embora, dessa vez eu estava gritando. Mick se moveu para frente, mas foi impossivel que
continuasse, ele colocou suas mãos em sua cabeça e começará gritar, com meus poderes, fazia com
que seus vasos sanguineos inchassem, fazendo com que ele tivesse uma crise de aneurisma cerebral.
Antes que algo pudesse acontecer, Melissa me puxou para trás, fazendo com que eu parasse.

Novamente senti lagrimas de raiva rolarem em meus rosto "Acabou Mickael, acabou tudo, eu não
sou mais seu brinquedinho" Disse em quanto saia do quarto, batendo a porta, pois em nenhum
momento a havia largado.

"Você poderia ter matado Mick, Juliet!" Melissa falava atras de mim, em quanto me seguia para o
quarto dele.

"Eu sei, me desculpe, ele esta bem agora" Só agora notei o quanto estava chorando, chorava feito
uma criança, o que era ridiculo, Melissa novamente segurou em meu braço antes que entrassemos
no quarto e em seguida, me abraçou. Aquele pequeno ato fez com que chorasse mais ainda.

Quando finalmente entramos no quarto, Melissa até mesmo me ajudou pegar minhas coisas “Onde
você vai ficar? Sabe que não tem quartos disponiveis" Melissa falou guardando minha ultima peça
de roupa na mochila.

"Eu sei, mas não vou ficar aqui, eu vou..." não consegui terminar minha frase, pois não tinha uma
resposta.

"Já sei! Volte para a cela... Lá é o ultimo lugar que as pessoas vão, e Mick, nunca irá desconfiar que
está no calabouço, você deseja ficar sozinha, certo, Juliet?" Quando Melissa disse, passou em minha
cabeça que ela era um genio, eu apenas concordei.

"Apenas vá me visitar lá em baixo" Disse a abraçando, um abraço meio de despedida, já que não a
veria com tanta frequencia. Logo em seguida sai do quarto, e caminhei até o calabouço.

Quando cheguei, fui diretamente para a cela em que vivia antigamente, e fechei a porta, deixando
tudo o que me magoava lá fora.

Como essa cela era a que eu habituava antigamente, a maioria dos simbolos estavam quebrados, e o
simbolo que me prendia aqui dentro, tambem estava. Mas não fazia diferença se não estivesse, não
iria sair daqui por nada. Já fazia alguns dias que estava aqui em baixo, Melissa todos os dias
aparecia para conversar e me trazer comida.

Obviamente Mick já sabia onde eu estava, mas não apareceu por ter amor a vida, ou não queria me
ver mesmo. Era impossivel que ele não soubesse, principalmente por que ele tinha um poder
enorme sobre a lingua de Melissa. Minha sorte era que até hoje ninguem havia aparecido, alem de
Melissa.

Estar naquela cela novamente me fez lembrar de muitas coisas, a primeira tortura que tive, a
primeira vez que Mick mostrou um pouco de compaixão por mim e o dia em que finalmente me
libertaram. E agora aqui estava eu, tornando isso como uma lembraça, o dia em que voltei pra cela,
por livre espontanea vontade, para não ver Mick.

Hoje decidi sair de minha rotina de ficar sentada em um canto e chorando, planejava dar um estilo
para essa cela, já que iria permanecer um bom tempo aqui. Antes que pudesse começar fazer algo,
dei atenção para minha rosa que um dia ganhei de Bella, ela ainda estava linda. E essa pequena e
unica flor, tinha que ser colocada em um lugar em que todos a vissem.

Peguei um jarro de vidro transparente que Melissa havia me trazido com àgua, e a coloquei lá
dentro, para se sentir fresca. Era complicado dar um pouco de vida nesse lugar, mas a rosa, já tinha
sua beleza superior, o que dava mais alegria aqui.

Sem dificuldade nenhuma, arrastei uma mesa de madeira velha pra de baixo da janela. Em seguida
coloquei o jarro no meio dela.

Quando estava voltando para o outro lado, onde se encontrava o quarto, o que era muito gentil em
chamar aquilo de quarto, já que apenas uma parede separava a ala de tortura, o outro lado apenas
possuia uma cama. Olhei as correntes onde Mick me mantia presa, fiquei nas pontas dos pés para
alcança-las e logo as joguei em baixo de minha cama. Seria impossivel dar um ar de alegria com
aquelas correntes medievais penduradas na parede.

O que eu pude fazer para deixar o lugar diferente, eu fiz, agora me encontrava sentada, apoiando
meus cotovelos naquela mesa velha, de costa para a porta.

Depois de alguns segundos observando a rosa, ouvi o barulho da cela se abrindo, primeiramente
pensei que era Melissa, mas quando aquele cheiro possuiu a cela inteira, sabia exatamente de quem
se tratava. Sem ao menos olhar para trás, sabia sua posição: encostado na porta, e ainda estava fora
da cela. Eu me negava a olhar para trás.
"Juliet, você interpretou tudo errado, eu não estava tentando beijar Pain, estava a consolando"

Todo o ódio que eu trancava a dias me consumiu, e eu senti meus olhos ficarem negros antes
mesmo que eu pudesse respirar, o que eu me condenei por fazer, já que o cheiro forte e
entorpecedor já estava em todo lugar. Eu quis correr, eu quis ficar, e eu definitivamente, quis matá-
lo. consolando? que raios de desculpa era essa? ele realmente achava que eu era assim tão burra?
Meus dentes estavam trincados e eu comecei a perceber um barulho de madeira rachando...no outro
segundo eu percebi que era minha mão que estava fazendo a madeira rachar, e um pedaço da mesa
estava em minha palma, eu fechei as mãos em volta dele esperando que ele funcionasse como um
daqueles brinquedinhos de acalmar que sempre se via na tv. não, não funcionou.
Quando minha voz finalmente saiu, eu mal a reconheci. "Consolando com a boca? fez um otimo
trabalho. tenho toda a certeza que ela está muito consolada"
"Juliet, eu não beijei..."

"Sinto muito se te interrompi nisso." eu não percebi que estava gritando até chegar ao meio da frase.
"Vá embora, Mickael." O nome dele saiu como se eu despejasse um palavrão, e logo notei que ele
vacilou ao ouvir isso, por deus, ainda bem que eu não posso vê-lo.
E é claro, ele me ignorou.
"Não acabou, Juliet."Eu ouvi Mick dar um passo para frente, e então a lâmpada em sua frente
explodiu, eu levei outro segundo pra perceber que havia sido eu que a havia explodido. Agora a
unica lâmpada que restava, era aquela bem acima de mim.
"Vá.Embora.Mickael" eu repeti entredentes, ele suspirou.
"Você quase explodiu meu crânio, acha MESMO que uma mera lâmpada me assusta?" o que, eu
estava sendo desafiada agora? Malditos humanos.

Eu estava tão centrada em milhões de modos que vieram á minha mente de matar Mickael e
esconder o corpo antes do amanhecer, que não percebi que ele havia cruzado o espaço entre nós, até
sentir seu nada delicado aperto em meu braço me puxando bruscamente da cadeira e me obrigando
a olhar para ele. Ele ignorou completamente o fato de meus olhos estarem negros, assim como
ignorou minha expressão de 'Eu vou te matar, desgraçado' que eu havia treinado por dias. eu bufei,
porém não desviei o olhar, os lindos olhos azul-elétrico me encaravam seriamente, e eu só pensei
em uma coisa a dizer.

"Me solta, seu verme." Eu não sei se naturalmente nasci com cara de palhaça ou o que, mas pude
jurar que a unica reação que ele teve ao meu insulto foi um leve sorriso se formando no canto dos
lábios. Eu o odiei por isso.
"Não até me ouvir." Ele usou o mesmo tom de voz que eu, e seu aperto em meu braço se tornou
mais forte, quase machucando, eu não hesitei, e simplesmente cuspi nele.
Sua reação foi algo que eu não consegui identificar, principalmente por que um riso nervoso surgiu
dele enquanto ele limpava o rosto, ele olhou brevemente da mão devolta para mim, e a expressão
dele era mais diabólica que a minha. Por algum motivo que eu não consegui identificar, meus olhos
voltaram ao normal, ótimo.

"Acho que ficar aqui te lembrou os velhos tempos" ele começou, e então o sorriso dele acompanhou
toda a expressão do rosto "E você continua uma selvagem."
Eu tentei uma cópia barata de sua expressão diabólica, e provavelmente, consegui, antes de me
inclinar mais ainda para frente em direção a ele, acabando com todo o espaço que existia entre nós (
que por um acaso era o mesmo que existia entre mim e a insanidade). Ele vacilou, e eu dei a mim
mesma isso como um ponto de vantagem, porém ele ainda não havia diminuido o aperto em meu
braço.
"Engraçado" eu comecei a dizer "Você entrou aqui a cinco minutos, e já voltou a ser o patife egoísta
que só consegue se sentir bem se me tratar como um brinquedinho, acho que as coisas nunca
mudam, certo Mickael?" eu sorri, e podia ter certeza que agora ele via um demonio em sua frente.

Sem o mínimo aviso ou sinal, Mick me empurrou bruscamente para a parede ao lado da
escrivaninha, e o impacto foi tão forte, que com a surpresa acabei derrubando o pequeno pedaço de
madeira em minha palma, e ele caiu no chão com um barulho ensurdecedor no silêncio que havia se
formado. Mick nem sequer parou para olhar, seus olhos continuavam fixos em mim, e aos poucos
eu senti seu aperto se suavisar, mas não á ponto de me libertar. A esse ponto, meu corpo estava
gritando para sair do meu domínio e eu usava toda a força que nem sabia que tinha para me manter
em mim.

Mick pressionou seu corpo contra mim e algo que se assemelhava a um choque elétrico passou por
todo o meu corpo, sua respiração se tornou pesada, e eu engoli em seco para não deixar que o cheiro
me envolvesse. Foi então que piorou.
Mick levou sua outra mão até a parede, bem entre minha cintura e meu braço, me fechando naquele
pequeno espaço. Pain, Pain, Pain, Quarto, quarto, quarto, morte, morte , morte... merda, nenhuma
das minhas palavras mágicas estava me ajudando muito agora.
Mick aproximou seus lábios do meus pescoço, e todo o meu corpo se estremeceu com a respiração
forte que batia sobre minha nuca, eu o empurrei. Não, não funcionou.
Mick ignorou meu fraco e patético empurrão, e roçou seus lábios em minha garganta sem nenhuma
dificuldade, e ao sentir os lábios quentes que eu tanto sentia falta, também senti minhs defesas
caírem.

Ele continuou roçando os lábios por toda a minha nuca, e o cheiro forte dele tomou conta de mim de
um jeito que eu prometi a mim mesma que não aconteceria. Seus lábios continuaram subindo até
que encontrou meu queixo, e então, ele roçou o nariz por meus lábios e bochecha, eu simplesmente
tentei não ter nenhuma reação, e firmei a unica mão que tinha livre sobre a parede, arranhando o
cimento com tanta força que eu concentrei lá.
Mick riu, provavelmente da minha tentativa de força. E um leve sussurro quebrou o silêncio, e veio
dele.
"Você me ama?" Eu senti todo o meu corpo desabar, e aquela coisa em meu estômago havia
acordado como um cão faminto, Mickael continuou roçando seu nariz pelo meu, o que dificultou
em uma resposta, o que não significa que eu não a consegui. Eu simplesmente me mantive imóvel, e
quando finalmente encontrei minha voz, ela saiu exatamente como eu pretendia."Vá para o inferno"

Eu inclinei minha cabeça para trás o máximo que consegui, o que não foi mais do que um ou dois
centímetros, mas me senti perfeitamente vitoriosa. Não por muito tempo.
Ele dirigiu a mão que estava na parede até a minha cintura, e logo em seguida, levantou minha blusa
o suficiênte para que pudesse passear suas mãos pela minha barriga, e aquele maldito cão raivoso
em meu esTômago mandou outro choque por todo o meu corpo, eu engoli em seco, e ele deslisou os
dedos por todo o lugar onde alcançava, e então seus lábios foram parar em meu ombro, e leves
mordidas começaram a realmente me causar problemas. problemas com meu auto-controle.
Eu fiz o meu melhor pra continuar imóvel, e foi um choque quando percebi meus olhos fechados.
"Você me ama, Juliet?" Ele sussurou novamente contra minha pele, e mesmo com todas as coisas
que ele fazia para me distrair, algo me deu força para responder.
"Não acho que sua mulher vai gostar de saber disso" eu provoquei.

"Eu estou olhando para ela." Ele abandonou meu ombro, e novamente moveu seu rosto até o meu,
mas suas palavras circularam pela minha cabeça, dessa vez, um leve beijo no canto da minha boca
misturado com o cheiro que eu podia sentir se fixar em mim, e que seus dedos desceram até o inicio
de minha calça, levemente a afastando fizeram o que eu sabia que ia acontecer, e tudo que eu tinha
ensaiado em fazer com seu corpo nessa ultima semana havia sido completamente apagado quando
comparado ao que eu queria fazer com seu corpo agora. Meus dedos relaxaram na parede, e ele
levou seus lábios tão próximos dos meus, que eu pude sentir o calor á milímetros de distância.
"Você me ama?" ele perguntou outra vez. Eu não hesitei, eu precisava sentí-lo em mim.
"Sim." a dura realidade me atingiu ao mesmo tempo em que a ele, eu amava Mick? sim, eu amava.

Eu não pude ver, mas senti um sorriso em seu rosto quando ele finalmente largou meu braço, eu não
perdi tempo, e deixei meus dedos passearem pelo belo caminho que os braços fortes de Mickael
eram, antes de arranhar-lhe o ombro, ele gemeu, mas não por muito tempo. Seus lábios encontraram
os meus com a mesma ferocidade que eu havia visto na expressão dele a pouco tempo atrás,
selvagem, irredutível, demoníaco, e Mick era todas essas coisas, era todas essas coisas e nesse
momento era meu. Meus dedos se prenderam em seu rebelde cabelo negro e antes que eu me desse
conta, Mick me tinha no colo como um noivo que carrega a noiva para sua primeira noite, e eu nem
sequer tentei achar algum obstáculo quando ele me colocou gentilmente sobre a pequena cama de
solteiro que se encontrava em um canto do quarto e subiu por cima de mim.
Suas mãos se apressaram em retirar minha blusa e jogá-la no chão o mais longe que ele conseguiu,
e as minhas nem sequer tentaram repetir o feito quando eu simplesmente rasguei em pedaços a
camiseta preta que ele usava, acho que em algum lugar do meu subconsciênte, busquei vingança por
todas as blusas em que ele deu perda total. - Usei o que eu ainda conseguia controlar de meus
poderes para fechar a porta, que em um relance eu percebi que ainda estava aberta, e ouvi o trinco
se fechar, por fora... bom, acho que Melissa teria uma pequena surpresa quando a abrisse de manhã.

Eu abri os olhos e as palpitações em meu coração eram tão audíveis quanto as de Mick, que ainda
estava dormindo. A cama era realmente pequena, e eu não tinha certeza de como Mickael havia
conseguido a proeza de se deitar ao meu lado nela, eu estava completamente presa entre seu
inconsciênte abraço pela cintura, e a parede que me aguardava do outro lado, Porém, a primeira
coisa em que pensei quando acordei não foi como me livrar disso.
Mick havia me colocado junto á seu peito, exatamente como na noite de raios, e não existia quase
nenhuma distância entre nós. Percebi que tudo que eu tinha, era um dos lençois da cama envolvidos
em minha volta, e não pude deixar de procurar em minha mente por onde minhas roupas deveriam
estar espalhadas. Eu movi meus lábios até os de Mick devagar, e logo percebi que estavam
inchados, tanto os meus quanto os dele, mas não me impediu de dar-lhe um breve selinho. Os olhos
eletricos que eu tanto amava, se abriram com dificuldade, e ele sorriu para mim assim que pôde me
encontrar em sua frente.

"Bom dia, minha Juliet." ele sorriu, e por algum motivo eu suspirei involuntáriamente. "E você
continua mesmo selvagem." ele repetiu a frase de ontem, mas dessa vez eu ri junto com ele, ao
acompanhar suas cicatrizes com um das mãos. O poder de cura angelical fluiu em mim, mas antes
que pudesse chegar á sua pele, ele agarrou meu pulso me impedindo. Eu o encarei e ele balançou a
cabeça em negação. Em seguida, levou meu pulso até seus lábios e beijou minha palma. "Eu acho
que gosto dessas aí."

"Masoquismo, Mickael?" eu brinquei. ele riu. Derrepente sua expressão se tornou séria, e eu não
precisava de muito mais para adivinhar o que estava na cabeça dele "Mickael..."
"Não me chame asim" ele disse seriamente mas havia uma sombra de sorriso na voz "Ela estava
chorando, Juliet, foi tudo."
"Mickael..."
"E eu me aproximei para limpar as lágrimas... e ela gritou ... e você apareceu."
Eu segurei seu queixo e sorri, enquando me aproximei para dar um beijo no mesmo. me senti tão
submissa que acho que se ele tivesse me dito que estava afastando uma mosca do rosto dela eu teria
acreditado, e sim, eu ainda quero me matar por isso.
"Acredito" eu sussurrei, senti o coração dele palpitar e então ele bruscamente me afastou, me
segurando pelos ombros, sua expressão era realmente de dar medo.
"Não acabou. Nós, não acabou."

Antes que eu pudesse responder, ouvi a porta se abrindo, era Melissa. Como sempre ela carregava
uma bandeja com comida, eu esperava que ela jogasse a bandeja no chão, ou tivesse a mesma
reação que tive quando era o inverso, mas não aconteceu nada quando ela realmente reparou no que
havia acontecido.

Melissa caminhou até a cama e começou dizer "Bom... é o que dizem, briga sempre resulta em
sexo" A reação de Melissa era normal, como se ela não tivesse pego Mick e eu em uma reação
totalmente desconfortavel. "Eu espero que depois desssa noite totalmente 'divertida', eu não tenha
mais que trazer comida aqui em baixo, é realmente cansativo descer e subir essa escada" Ela
brincou, colocando um enorme sorriso no rosto.

"Não, isso não vai acontecer mais" Disse olhando para Mick, respondendo sua afirmação que fez
antes que Melissa entrasse.

Quando Melissa se retirou da cela, tentei me levantar da cama, mas foi um ato que não se realizou.
Mick acabará de me segurar em seus braços, me impossibilitando de levantar. "Você realmente quer
ficar o dia inteiro aqui, nessa cama? perguntei em um sorriso.

"Na cama? não exatamente, podemos realizar alguns fetiches nessa cela" Ele brincou me apertando
ainda mais em seus braços, apenas soltei um riso com sua piada, e novamente, me encontrava
tentando se libertar de seus braços.

"Eu vou procurar Pain, ela deve estar um pouco assustada quando quase explodi seus vasos
sanguineos"
"Sobre minha cabeça, não faça isso mais, é realmente...." Antes que Mick falasse a ultima palavra
de sua frase, me joguei por cima dele.
"Dolorido?" perguntei "Apenas passe a se comportar, que nenhuma dor acontecerá, Mickael" Disse
pressionando meus labios nos seus, logo em seguida dando uma pequena mordida em seu labio
inferior.

"Eu acho que posso me acostumar com isso" Mick disse finalmente me liberando de seus braços.

Antes que saisse da cela para procurar Pain, dei ordens para que ele levasse minhas coisas para seu
quarto, e que tomasse extramamente cuidado com minha rosa. Depois de um longo e romantico
beijo, sai a procura de Pain.

Como nunca havia fixado seu cheiro em minha mente, procurei por sua voz, logo a achei, ela estava
rindo e sua respiração estava ofegante. Seus risos me guiou até seu encontro, quando a avistei, ela
estava sentada no meio de uma roda cheia de crianças em sua volta, ela estava brincando com elas.

Antes que eu pudesse chama-la ou coisa do tipo, ela me avistou a distancia e falou para as crianças
continuarem a brincadeira que logo voltava, e veio até meu encontro.

"Eu sinto muito se te assustei aquele dia, eu entendi tudo errado, agora sei que você estava chorando
e..." Terminar minha frase foi algo que nunca aconteceu, já que Pain me interrompeu.

"Você sabe por que eu estava chorando?" Eu apenas movimentei minha cabeça em modo negativa
"Quando essa guerra começou...eu perdi meu filho" Ela hesitou um pouco antes que pudesse
continuar, para mim, aquela frase ja foi o suficiente para entender o por que de sua loucura e por
que chorava "No dia em que os anjos e demonios começaram a invadir a terra, meu filho brincava
no quintal junto a mim, a campanhia soou e apenas fui atender a porta, o deixando sozinho lá, era
Mick e Melissa, eles estavam apenas fazendo uma visita para nós, quando retornei ao quintal para
chama-lo, já que ele tinha uma adoração enorme por Mickael, um demonio o carregava em seu
colo, e quando ele me viu, enfiou um punhal em seu coração..." Ela terminou de contar aquela
terrivel historia, deixando que uma lagrima rolasse em seu rosto, vendo todo aquele sofrimento, eu
não sabia o que dizer, então, apenas a abracei.

Antes que eu pudesse soltar Pain daquele abraço, uma dor de cabeça horrivel me possuiu, parecia
que agora, alguem fazia com que meus vasos sanguineos explodissem a todo momento, como eu
tinha mais força que Pain, acabei a derrubando no chão junto comigo, já que não conseguia ter
equilibrio, pois a dor era maior que qualquer coisa dentro de mim. E eu gritava, gritava por tanta
dor que sentia em minha cabeça.

Minha visão estava ficando embassada, e eu a forçava para ver o que estava acontecendo em minha
volta, a unica coisa que lembro de ter visto, era Pain me segurando. De repente uma imagem
apareceu em minha mente. Era um lugar nas montanhas, estava quase amanhecendo, uma àguia
gritava altamente sobrevoando por aquele lugar, ela pousou em uma enorme àrvore, que estava sem
nenhuma folha ou fruto, era uma àrvore velha e seca. Quando foquei minha visão nessa àguia,
muitas vozes vieram em minha cabeça "Venha...Juliet... venha ao nosso encontro... hoje...
noite...apenas você..." Elas falavam.

Quando voltei para o tempo real, estava mais tonta no dia em que me apunhalaram minha cabeça,
Pain ainda me segurava e gritava por ajuda. Antes que eu pudesse ver algum movimento, perdi
todos meus sentidos.

Quando acordei, tive medo de abri meus olhos e toda aquela dor voltasse para minha cabeça, eu
esperei por um breve momento, mas nada veio. Então tomei coragem para abri-los, logo vi Melissa
e Pain, elas estavam em pé ao meu lado. Foi quando reparei em elas, que notei que estava deitada na
cama de Mick.

"ELA ACORDOU!" Melissa gritou e pulando em cima de mim. O que praticamente não foi uma
coisa boa, já que eu ainda estava um pouco tonta, apenas soltei um gemido por seu peso por cima de
meu corpo.

"Melissa!" Pain a puxou de volta para seu lado, retirando aquele enorme peso de cima de mim. Não
posso esquecer de agradecer Pain por isso, pensei.

"O que diabos aconteceu com você?!" Melissa perguntou, soando mais como uma afirmação, pelo
seu nervoso.

"Eu não sei exatamente, mas...estava recebendo uma mensagem" Hesitei por um momento,
tentando lembrar o que realmente aconteceu em minha cabeça.

"Que mensagem?" Pain perguntou me olhando curiosa.


"Eu tenho que ir ao encontro de Deus e Lúcifer. Tenho que dizer qual lado ficarei." Disse um pouco
confusa, não sabia se era isso que meus pais queriam de mim, mas era um pouco obvio. Olhei para a
janela e vi que a escuridão chegava. "Eu ainda não sei o que fazer." A expressão de Melissa e Pain
logo se tornou extremamentes séria.

"Onde está Mick?" perguntei.


"Ele saio alguns minutos antes de você acordar..." Pain falou.

Toda minha atenção estava na janela, observava a escuridão tomando conta do céu, logo teria que
partir, ao encontro de meus pais. Pedi para Pain que deixesse Melissa e eu a sós, ela não questionou,
apenas saio do quarto.

“Você vai embora e não sabe se irá voltar...” Melissa começou a dizer, sentando ao meu lado na
cama. Quando ela disse, pude ver em seus olhos que ela já estava sofrendo apenas por pensar nessa
possibilidade.

“Eu não sei o que vai acontecer comigo...” pausei um pouco, pensando em todas as possibilidades
que poderia acontecer comigo hoje a noite. “Mas caso eu não volte amanhã, quero que saiba, que
exatamente como você foi meu anjo da guarda em quanto era mantida presa naquela cela...Eu serei
o seu anjo , lá de cima, estarei sempre olhando e cuidando de você, Melissa” Quando terminei de
falar, percebi que chorava feito uma criança que acabará de derrubar seu pirulito no chão. Melissa
tambem chorava, e antes que falsse algo, ela me abraçou fortemente.

“Você é minha melhor amiga” Ela disse. “Eu vou espearar por você amanhã, e caso não apareça,
vou esperar todos os dias” Nós ficamos abraçadas em silencio por algum momento, quando
finalmente nos soltamos, me levantei e peguei minha rosa, que um dia ganhei de Bella.

“Amanhã estarei aqui, só faça uma dieta, para quando pular em cima de mim não sofrer tantos
prejuizos” brinquei com ela e me retirei do quarto.

Pain estava encostada na parede do corredor com seus braços cruzados, antes que ela fizesse um
movimento, eu a abracei, a pegando desprevenidada. “Apenas, cuide de Mick por mim” Eu disse
quase em um sussurro, já que não conseguia segurar meu choro.

“Você esta indo embora?” Ela perguntou um pouco confusa.


“Sim, eu não sei se voltarei” Disse a soltando.

“Eu não precisarei cuidar dele, você estara aqui para fazer por si mesma” Ela disse em um sorriso,
contra minha vontade, comecei a caminhar pelo corredor, mas acabei parando e me virando
novamente para Pain.

“Sinto muito por seu filho” Antes mesmo que ela falasse algo, voltei a caminhar para fora daquele
corredor.

Quando estava no pátio principal do acampamento, muitas pessoas caminhavam por lá, algumas
estavam sentadas e conversavam. Estava parada no meio daquele enorme lugar, fechei meus olhos
me concentrando em achar o cheiro de Mick, seu cheiro estava distante, e o ar puro da natureza
atrapalhava um pouco para encontra-lo. Mas isso mão me impediu de acha-lo, deixei que meus
sentidos me guiassem, e logo vi Mick.

Ele estava parado em frente do lago em que quase demos nosso primeiro beijo, se Bella não tivesse
aparecido e atrapalhado tudo, ele me ouviu chegar, pois quando estava me aproximando dele virou
para mim abrindo um enorme sorriso, infelizmente, não consegui corresponder com um. “Você esta
bem?” ele perguntou pegando em minhas mãos.

“Mick...”
“O que houve, Juliet?” Sua expressão estava tão séria quanto a de Melissa e Pain no quarto.
“Tudo o que aconteceu em quanto conversava com Pain, foi por que recebi uma mensagem dos
meus pais....Eu tenho que partir” Falei, hesitando um pouco no final.

“Mas você voltará...certo, Juliet?” Não precisei responder sua pergunta, minha expressão respondeu
por mim “Você não pode ir...” Ele disse puxando meus braços para que ficassemos ainda mais
proximos.
“Eu não sei o que acontecerá, mas é minha obrigação ir” Mick agora fixava seus olhos nos meus,
exatamente como Melissa, via sofrimento em seus olhos.

“Então me deixe...”
“Não!” disse lhe interrompendo “Isso é uma coisa em que humanos devem ficar fora”

Mick segurou com suas mãos em meus rosto, o puxando para que nossos labios se encontrassem,
rsultando em um beijo que eu gostaria que durasse pela eternidade. “Eu sei que você ira voltar,
minha Juliet” Ele disse separando nossos labios.

“Essa rosa, está rodeada por meus poderes, por isso que ela nunca morre.” Disse a mostrando para
ele, e a colocando em sua mão. “Quero que fique com ela...Em quanto ela permanecer a mais bela
de todas as flores que existe, soltando o aroma mais hipnotizante que você já sentiu, é por que
estarei ao seu lado, cuidado para que ela nunca morra, e principalmente, cuidando de você.” No
momento em que acabará de falar, uma lagrima escorreu em meus rosto. Mick passou
delicadamente seu dedo indicador sobre ela, a limpando.

“Eu te amo, Juliet” Mick disse, fazendo um enorme e bobo sorriso aparecesse em meu rosto,
aquelas três palavras eram tão melhor quanto meu primeiro beijo. “Eu nunca imaginei que poderia
amar um anjo ou demonio, é tão ironico que acabei me apaixonando por alguem que tem ambas as
partes. Se tudo isso aconteceu foi por que você tem o bom de ambos os mundos, Juliet, e eu te amo
tanto, que eu não sei o que vai acontecer se você não voltar para mim”
“Se eu não voltar, você irá recomeçar sua vida, exatamente como todos irão fazer.” Disse. “Eu te
amo, por favor, não me esqueça, pois eu nunca irei esquecer de você”

Antes que eu partisse para minha missão, que mal sabia o que iria acontecer, beijei Mick, o beijo
mais cheio de amor que nenhum de nós já tivessemos dado. Quando finalmente consegui me afastar
um pouco de Mick, sorri. E comecei a caminhar, contra minha vontade, o mais rapido que podia,
para a direção das montranhas, deixando Mick lá, deixando todos na duvida se eu voltaria sim ou
não.

Quando passei pelo portão principal, sabia que estava deixando algo lá, meu coração.
Continuei a caminhar, e em nenhum momento da minha longa caminhada até as montanhas deixei
de chorar. Desejei que minhas asas aparecessem nesse momento, para encurtar todo meu sofrimento
até lá. Mas elas não apareceram, tudo que pude fazer foi caminhar.

Quando encontrei o lugar destinado que surgiu em minha mente durante aquela dor horrivel em
minha cabeça, não havia ninguem lá. Apenas aquela àguia que tambem estava em minha vissão,
automaticamente ela se partiu no meio, se transformando em dois corpos. Lúcifer e Deus.

“Eu imagino que você saiba por que veio ao nosso encontro essa noite, minha criança” Lúcifer disse
com toda aquela majestosidade, dando alguns passos para frente.
“Você tem uma decissão a tomar, Juliet” Deus disse, parado no mesmo lugar em que seu corpo se
formou quando a ave se repartiu em dois, com toda aquela calma de sempre.
Escolher um lado, era uma coisa que nunca parei para pensar durante todos esses anos que estive
com os humanos. Humanos...Quando essa palavra veio em minha mente, já sabia exatamente em
que lado escolher.

“Eu não irei escolher os anjos...” Quando falei, notei uma expressão de decepsão no rosto de Deus
“E não ficarei do lado dos Demonios” Disse.
“Você precisa escolher um lado” Deus disse olhando seriamente para mim.

“Eu tenho um lado, meu lado é a humanidade. E minha decissão é que todas as criaturas
sobrenaturais voltem para seus devidos mundo, deixando os humanos em paz em seu mundo.
Afinal, vocês precisam da humanidade mais que qualquer um” Disse.

“Nós estamos orgulhosos de você, Juliet” Lúcifer disse, pela primeira vez, me senti como sempre
deveria ter sentido, poderosa. “Seu desejo, é uma ordem” Ele completou

Deus e Lúcifer fizeram alguns movimentos com suas mãos, seguido de palavras em latim. Um
tremor de baixo de meus pés começou acontecer. Um anorme buraco se abriu a minha frente,
separando Deus e Lúcifer, como o céu e o inferno, uma luz surgiu lá de dentro, tão forte que tive
que fechar um pouco meus olhos para não prejudicar minha vissão.

Majestosamente Deus e Lúcifer saltaram para dentro do buraco, em seguida, uma tempestade estava
se formando no céu e foi então, que algo aconteceu, o buraco começou a sugar para dentro dele todo
os demonios e anjos que andavam na Terra, todos entravam contra sua vontade, relutando para não
voltarem pra suas devidas casas. Eu apenas observei cada um deles entrando. Agora, só faltava uma
unica criatura sobrenatural para saltar naquele buraco, eu.

Antes de pular para dentro do buraco, pensei em todos os dias que passei com Mick e Melissa, e
algumas lagrimas surgiram em meus olhos. Sem hesitar em nenhum momento, saltei para dentro do
portal, como eu sempre fui a chave para fecha-lo, foi exatamente o que aconteceu, fechei o portal
que separava os humanos de nós.

Depois de ter fechado o portal, havia passagem livre para ficar entre o ceú e o inferno, mas passava
mais tempo junto a Lúcifer, pois tinha um acordo com ele, o que não era tão ruim. Muitas vezes até
preferia ficar no inferno, já que era tratada como uma princesa. Mas o lugar que desejava mesmo
estar, era probido, visitar o mundo dos humanos, era proibido para ambos mundos. Independente do
lugar que estava, não parava de observar os humanos, principalmente Mick, recomeçando suas
vidas.

Os ultimos cinco anos não tinham sido exatamente fáceis pra mim, o tempo em que eu passava no
inferno, Lúcifer me deixava dar uma olhadinha no mundo humano, por algum motivo, depois das
primeiras vezes, eu nem mesmo precisava pedir, ele simplesmente abria uma pequena coisa que eu
chamava de janela, e as sincronizava em Mick e Melissa antes mesmo que eu pudesse pedir, tudo
que ele fazia era dar seu lindo e perfeito sorriso e dizer "Divirta-se, minha criança." e por vezes, me
deixava fazer isso por horas. Eu não posso dizer que estava triste por Mickael simplesmente usar as
garotas mas nunca se envolver com elas, eu sei que era errado me sentir bem com isso, mas eu
realmente não conseguia evitar; muitas vezes eu pegava uma discução entre Melissa e Mick, ela o
reprovava por estar com outras, e ele a reprovava por me esperar.
*Ele estava certo, mas todas as vezes que ele dizia as palavras exatas, uma faca atravessava meu
coração, porém ela logo ia embora, pos assim que ele entrava no quarto, ele segurava a pequena
rosa entre suas grandes mãos e fazia algo que eu nunca o imaginei fazendo... Mick chorou mais de
uma vez por noite quando conseguia se lembrar de mim, e eu chorei mais do que o tempo inteiro
quando isso acontecia. Porém, quando eu estava no céu, Deus não me permitia olhar, e isso me
causava ainda mais danos do que quando eu podia fazê-lo. Havia também outra grande diferença
entre o céu e o inferno, no céu eu mantinha meu longo cabelo loiro, mas assim que eu cruzava o
caminho, eles se tornavam tão negros quanto os de Lúcifer.

Hoje, era um desses dias em que eu simplesmente me mataria se isso fosse possível. Melissa e
Thomas haviam começado algo sério, porém, mais de uma vez ela havia anulado a data do
casamento, ela lhe dizia que não estava pronta, mas tanto eu, quanto Mick sabíamos que não era
verdade, Melissa simplesmente não conseguiria fazê-lo sem mim. Eu não percebi que lágrimas
caíam de meus olhos até quando uma caiu diretamente na imagem, Mick estava sentado sozinho em
um canto escuro de seu enorme novo quarto, e brincava com a linda rosa vermelha entre as mãos,
ele suspirou e bateu com a cabeça levemente na parede.

"Eu não consigo ver isso, Juliet." ouvi a voz de Lúcifer atrás de mim, e não precisei me virar para
saber que ele tinha os braços cruzados e uma mão sobre as têmporas.
"Eu sinto muito" minha voz quase não saiu, e antes que eu percebece, Lúcifer se materializou em
minha frente e pegou meu rosto entre as mãos, limpando as lágrimas que rolavam por todo o meu
rosto, o que não teve muito efeito, já que muitas outras apareceram.
"Não sinta, minha criança." ele suspirou.
"Já se passaram..." eu comecei, e ele me interrompeu.
"Cinco anos, 1826 dias, sim, eu sei." Ele largou meu rosto, e assumiu novamente a posição
pensativa, com os braços cruzados andando por todo o lugar, eu desviei o meu olhar para a imagem
de Mick, e lúcifer fez um gesto de negação com a cabeça. "O que mais me espanta, é que esse
humano também não a tenha deixado para trás. eles costumam fazer isso muito frequentemente."

Eu não consegui encontrar a minha voz, e quando finalmente achei que podia responder, ele me
cortou outra vez. "Juliet, e se eu te desse humanidade?"
Meu coração deu um salto e eu levantei a cabeça tão rápido que meu deu tontura, ele riu e virou
para me encarar e continuou "Mas sabe, eu não faço nada de graça."
"Qualquer coisa!" eu sorri, e pulei de minha cadera para abraçá-lo, o que na verdade foi bem
engraçado já que na metade do caminho, eu tropecei no brilhante vestido negro que eu sempre
usava aqui, ele me pegou antes que eu realmente caísse e retribuiu o abraço. Por um longo minuto
permanecemos assim, e então, ele me afastou.
"Doze horas é tudo que eu posso te dar, somente o período da noite, você vai poder ir quando o sol
se por, mas deve voltar a mim antes dele nascer, e isso só poderá acontecer no período em que você
permanece aqui, não posso fazer nada por você enquanto estiver no céu."
"e quando isso... AAAAAAAAAAAI"

Uma for forte tomou conta de mim, e por um minuto, eu achei que ele estava me jogando em
alguma fogueira, por todo o meu corpo havia fogo, e não era o fogo bom. Em outro segundo eu não
consegui respirar e podia jurar que tudo em minha volta estava girando, eu fechei os olhos pondo as
mãos sobre eles, como se tentasse proteger, mas toda a sensação ruim passou, e tudo que eu ouvi foi
um prato quebrando no chão.
Eu abri os olhos imediatamente, olhando tudo em minha volta, e antes que eu percebece, eu vi
Melissa parada e me encarando como se eu fosse um fantasma. Ela nem ao menos respirou, e eu fiz
o meu melhor para sorrir - percebi que estava na cozinha da nova casa de Mick e Melissa.
"Você disse que me esperaria todos os dias." Eu disse tímidamente. Melissa simplesmente pulou em
mim, e eu joguei meus braços em sua cintura e a manti comigo o máximo de tempo que eu pude, eu
sabia que ela estava chorando, por que eu também estava, quando melissa finalmente me largou, um
sorriso enorme havia se espalhado pelo seu pequeno rosto de boneca, e sua voz era um sussuro
quando eu finalmente pude ouví-la, percebi o quanto havia sentido falta disso.
"Eu esperei, Juliet, eu esperei todos os dias." Ela limpou uma lágrima e então agarrou uma mecha
de meu tão desconhecido cabelo negro "Uai, sensual, eu A-M-E-I!"
Ela riu e eu avancei para abraçá-la denovo quando algo me parou, o cheiro tinha uma proporção
menor, considerando o fato de que Lúcifer me enviou com um corpo humano, mas definitivamente,
era o melhor cheiro de ambos os mundos. E os passos que ecoaram no corredor fizeram com que
tanto eu quanto melissa nos virássemos para olhar antes mesmo que pudessemos ver alguma coisa,
todo o meu corpo congelou quando a figura de Mick apareceu. Ele não havia nos visto ainda, seus
olhos estavam fixos no chão enquanto ele bagunçava mais ainda o cabelo escuro que eu tanto senti
falta.
"Merda Melissa, será que não consegue fazer nada sozinha?" ele resmungou, e então levantou os
olhos. Os lindos olhos azuis me encararam fixamente, exatamente como melissa havia feito, Mas só
os seus olhos azuis me davam arrepios por todo o corpo, ele abriu o sorriso mais doce que eu me
lembrava de ter visto, e eu não consegui deixar de retribuí-lo.
"Ela não está sozinha." eu murmurrei, e então, em seguida, saí correndo e pulei em cima dele em
um abraço forte, ele me segurou pela cintura me levantando do chão e eu beijei todas as partes que
eu consegui do seu pescoço.

Então ele me soltou no chão e agarrou meu rosto com ambas as mãos, ele não precisou de outro
movimento para me fazer encontrar diretamente os lábios dele, ele sorriu e assim que se afastou me
abraçou, firmemente me mantendo com ele, Melissa nos agarrou por trás e eu fiz o possível para
passar um braço por ela também. Mick beijou minha orelha e eu posso jurar que o ouvi dizer "Eu
sabia que voltaria pra mim" e rir, eu não pude deixar de rir também. Ali, no meio de um abraço
triplo no meio de uma cozinha mal iluminada, eu finalmente consegui me sentir em casa.

Melissa conseguiu seu sonho, uma enorme casa, sua faculdade... sobre mim e Mick era complicado,
eu não podia entrar em uma igreja pelo lado demônio, e o lado anjo me fazia ser reconhecida a
quilometros de distância por qualquer pastor, então gostamos de dizer que já eramos casados, afinal,
casamento deveria ser a união de duas pessoas que se amam, e eu e Mick havíamos nos unido de
todas as maneiras em que duas pessoas podem, ele era meu melhor amigo, meu apoio, e com toda a
certeza, o amor da minha vida. Já Melissa conseguiu seu escândaloso casamento, mas pela mesma
razão de eu não poder entrar em uma igreja, e ela se recusar a acontecer sem mim, aconteceu em
seu quintal. Não posso deixar de rir toda vez que me lembro da expressão do padre, ele não sabia se
se espantava mais comigo, ou com o tamanho do vestido de noiva de Melissa.

Acho que quando Deus e Lúcifer me criaram, não esperavam que uma surpressa surgisse ao longo
do tempo, um Anjo-Demonio, com um coração que pertence a humanidade.

Fim

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