Você está na página 1de 902

O

2021
AVISO
A tradução foi efetuada pelo grupo LT, de modo a
proporcionar ao leitor o acesso à obra, incentivando à posterior
aquisição. O objetivo do grupo é selecionar livros sem previsão
de publicação no Brasil, traduzindo-os e disponibilizando-os ao
leitor, sem qualquer forma de obter lucro, seja ele direto ou
indireto.

Levamos como objetivo sério, o incentivo para o leitor


adquirir as obras, dando a conhecer os autores que, de outro
modo, não poderiam, a não ser no idioma original,
impossibilitando o conhecimento de muitos autores
desconhecidos no Brasil. A fim de preservar os direitos autorais
e contratuais de autores e editoras, o grupo LT poderá, sem
aviso prévio e quando entender necessário, suspender o acesso
aos livros e retirar o link de disponibilização dos mesmos,
daqueles que forem lançados por editoras brasileiras.

Todo aquele que tiver acesso à presente tradução fica ciente


de que o download se destina exclusivamente ao uso pessoal e
privado, abstendo-se de o divulgar nas redes sociais bem como
tornar público o trabalho de tradução do grupo, sem que exista
uma prévia autorização expressa do mesmo.

O leitor e usuário, ao acessar o livro disponibilizado


responderá pelo uso incorreto e ilícito do mesmo, eximindo o
grupo LT de qualquer parceria, coautoria ou coparticipação em
eventual delito cometido por aquele que, por ato ou omissão,
tentar ou concretamente utilizar a presente obra literária para
obtenção de lucro direto ou indireto, nos termos do art. 184 do
código penal e lei 9.610/1998.
Brutal Boys of Everlake Prep

Caroline Peckham e Susanne Valenti


Sinopse

Era uma vez quando eu conheci quatro monstros e


pensei que o mundo acabaria nas mãos deles.

Mas fui uma idiota.

Porque eu não entendia o quadro geral.

Que os inimigos que eu achava que conhecia se


tornariam a razão de toda a minha existência. Minha
força. Minha dor. Minha vida. Meu amor.

O lobo mau tem dentes e garras afiadas como ferro,


e o perigo diante dos meus olhos é cegante. Tão cegante
que não vi o verdadeiro perigo espreitando no escuro.

Mas agora meus olhos estão bem abertos e vejo tudo.

Sozinha, com medo e sem tempo, não tenho mais


medo dos monstros.

Estou contando com eles para virem me buscar.

Porque se não o fizerem, essa garota tola pode ficar


perdida para sempre no escuro.
Bem-vindo a Escola
Preparatoria Everlake

Esta série se passa no fictício estado americano de Sequoia


e gira em torno de uma pandemia semelhante, mas mais
extrema do que o coronavírus.
Este livro é dedicado a Lord Squidington, que está em
quarentena por causa do Co-squid 19.

Nós sabemos que tem sido uma luta, amigo, especialmente


quando sua garota foi sequestrada durante a clamemia. Você
passou por tantas correntezas e teve que realmente pensar em
como salvá-la. Foi extremamente estressante. Especialmente
quando você nadou até o fundo do mar em uma missão de
resgate, mas quando viu o fundo do oceano, corou. A vida é uma
praia assim. Mas sua costa conseguiu passar de qualquer
maneira! Você nadou até o esconderijo daquele tubarão e
resgatou sua baía. Era registrável.

Espero que o próximo ano não seja tão complicado!


De todos os momentos de tortura que passei neste
laboratório, nada era comparado a quando o fone de ouvido
morreu. Perder o contato com os Guardiões da Noite levou
medo ao meu coração e me fez questionar por alguns segundos
sem esperança se algum dia seria encontrada.

Mas então repassei todas as suas promessas em minha


mente. Eles estavam gastando todos os dias me caçando e não
parariam até que eu estivesse livre. O problema era que eu
estava escondida por um monstro tão calculista quanto seu
filho. E sabia em meu coração que se Saint quisesse me manter
trancada para sempre, ele poderia ter conseguido. Então, por
que devo esperar menos de seu pai?

Mas Saint ainda era Saint. Se alguém conseguia encontrar


um caminho para o centro do labirinto de seu pai, era ele. Dei
a ele todas as informações que pude. Tudo desde a cor das
paredes, até os detalhes de cada rosto que vi, embora sempre
estivessem escondidos atrás de máscaras e viseiras. Eles só
usavam crachás com seus primeiros nomes e os Guardiões da
Noite não conseguiam rastrear ninguém apenas por isso.
Portanto, eu não tinha pistas substanciais sobre meu
paradeiro. Nada à dizer. Apenas à fé que meus meninos de
alguma forma viriam por mim.

Uma tosse forte rasgou minha garganta e agarrei meu


pescoço, estremecendo de dor. Eu trouxe meus joelhos ao meu
peito, minhas costas contra a parede na caixa de vidro de uma
sala de isolamento na qual eu passava todo o meu tempo. Era
fria e vazia e cheirava a produtos químicos.

Posso ter sido imune ao vírus Hades, mas a quantidade a


que eu estava sendo exposta regularmente significava que
estava doente do mesmo jeito, meu corpo sendo forçado a criar
anticorpos o mais rápido e tanto quanto possível apenas para
que eles pudessem coletá-los do meu sangue e criar sua
própria versão da vacina.

Eu franzi meus olhos e pensei nos meus meninos,


sentindo falta deles com todo o meu coração. Eles iam me
encontrar. Eu tinha fé total neles. Se alguém conseguiria
rastrear este lugar, seria Saint Memphis. E se havia um
exército apto para quebrar as portas do inferno e enfrentar o
que estava na parte mais quente do fogo, eram os Guardiões
da Noite. Mas cabia a mim sobreviver até então. O que eu muito
bem faria. Enfrentei demônios maiores do que o vírus Hades.
Eu tinha enfrentado a mais cruéis das bestas e as tinha
ronronando em meus braços no final. Eu não seria destruída
por este monstro, mesmo quando ele cavasse seu caminho
dentro de mim e construísse uma casa em meu corpo. Eu iria
expulsá-lo e ser forte para quando chegasse a hora de correr.

Um arrepio percorreu meu corpo e apertei minha


mandíbula contra o frio cortante. Os comprimidos estavam
esperando por mim ao lado da minha cama. Mas os analgésicos
me faziam dormir, as horas se passariam até que ficasse
desorientada e confusa. É quando eles tiravam meu sangue,
colhendo o que queriam de mim. Se tentassem quando não
estava sedada, mais de uma das enfermeiras acabou se
machucando pela força que lutei contra elas. Ainda havia
arranhões nos braços de uma cadela que ainda não haviam
cicatrizado, e adorei vê-los. Era um pequeno golpe ter atingido
eles, mas eu levaria cada vitória que pudesse obter agora.

Eventualmente, teria que desistir e tomar meus remédios.


Eu precisava manter minha temperatura baixa e garantir que
tivesse todas as chances de sobreviver a isso. Mas eu só peguei
metade do que eles deixaram para mim. Se não tomasse nada,
eles simplesmente me injetariam de qualquer maneira. Eles
não iam me deixar morrer, a menos que não houvesse nada
que pudessem fazer para impedir. Afinal, eu era sua pequena
cobaia de vacinas.

Pressionei meu rosto contra os joelhos, imaginando cada


um dos meus Guardiões da Noite enquanto eles me
procuravam. Saint e sua alma sombria, tramando o mais cruel
dos destinos para meus inimigos; Kyan sedento por sangue
com vingança escrita em sua carne como se estivesse marcada
ao lado de suas tatuagens; Blake se preparando para lutar por
mim com toda a força que construiu com sua dor e sofrimento;
Monroe esperando para atacar e me salvar como um cavaleiro
das trevas com fúria e justiça em seu coração.
Então ajude a todos neste prédio quando eles vierem me
buscar. Os quatro cavaleiros iriam buscar sua rainha. E
quando eles chegassem, haveria sangue para pagar.

Eu aguentei mais um pouco antes de tomar metade dos


meus analgésicos e colocar o resto debaixo do colchão. Enrolei-
me debaixo do cobertor na cama e estremeci no sono enquanto
o sedativo me arrastava para longe. Não foi de todo ruim. Na
escuridão, sempre parecia voltar a um lugar. Uma época em
que a vida era simples e boa e nada de ruim jamais acontecia.
Então, pelo menos lá eu poderia escapar dessa agonia, por um
tempo.

“Qual é o objetivo disso?” Eu bufei enquanto tentava subir


no galho mais baixo de uma grande árvore. Jess já estava no
alto da copa, seus gritos de excitação ocasionalmente voltando
para mim.

“É para te deixar forte,” papai gritou do chão enquanto eu


conseguia me colocar no próximo galho. Jess tinha treze anos e
braços mais fortes do que os meus. Eu ainda tinha pés de feijão
que mal conseguiam segurar meu peso, quanto mais me arrastar
até uma árvore idiota.

“Por que eu tenho que ser forte?” Gemi quando minha


palma esfregou contra um nó espetado e desisti, caindo para
sentar de costas contra o tronco e fazendo beicinho para meu
pai.

Ele empurrou os óculos no nariz antes de cruzar os braços


musculosos. “Porque você nunca sabe o que a vida vai jogar em
você, Tater-tot. Você precisa se preparar para cada resultado,
para que possa enfrentar qualquer coisa. Você tem que estar
pronta para lutar, apenas no caso de você precisar.”

“Bem, se eu não subisse em árvores, não haveria nada


para enfrentar. E se eu cair?” Eu joguei para ele. Eu estava de
mau humor hoje. Estávamos em uma fazenda e tinha um galo
que sempre fazia um barulho horrível na madrugada. Eu daria
a ele um cocoricó para lembrar se colocasse minhas mãos nele.

“Qual é a alternativa, garota? Você vai ficar em casa se


escondendo da vida para sempre?”

“Essa é a coisa mais segura a fazer, não é?” Eu insisto. Às


vezes ficava tão cansada de me mudar pelo país, nunca ficar em
nenhum lugar por muito tempo, nunca me divertir que não
envolvesse ficar presa no meio do nada. Eu gostava de fogueiras
e gincanas, mas também gostava de dormir até o meio-dia e sair
com Elle Tompkins.

Ok, talvez eu não estivesse apenas brava com o galo. Papai


nos fez se mudar novamente. Eu sabia que estava chegando.
Mas realmente gostei do último lugar na Virgínia. E Elle foi legal.
Ela gostava de dançar e cantar e havia prometido me ensinar
uma coreografia que poderíamos fazer juntas. Eu fui burra o
suficiente para pensar que poderia convencer papai a finalmente
ficar em um lugar. Mas ele disse não de novo e de novo. Só não
queria ouvir isso. Agora eu estava em uma árvore em um dia
chuvoso no meio de lugar nenhum e nunca veria Elle novamente.
É horrível.

“A vida não pode ser vivida em um só lugar, garota,” papai


disse com uma carranca tensa em sua testa.
“Por que não? Gostei da última cidade, por que não
podemos morar lá como pessoas normais?” Eu empurrei meu
lábio inferior para fora.

“Não me refiro fisicamente, quero dizer que tudo está


sempre mudando, você sempre estará avançando, o tempo
continuará passando, as coisas sempre acontecerão com você.
Então você tem que sair e experimentar o mundo e tirar o
máximo proveito dele, porque se você não fizer isso, um dia a
vida vai bater à sua porta e você não vai gostar do que ela tem
a dizer.”

Eu olhei para ele com desconfiança. “Mas e se eu fizer isso


e a vida ficar ruim? É como cair de uma árvore.”

“Então você tem que lutar, garota,” ele disse ferozmente.


“Porque a vida vai ser ruim às vezes. Isso vai testá-la e
pressioná-la, e você vai querer desistir, mas se o fizer, vai sugar
cada gota de felicidade de você até que não haja mais nada.

“Eu não quero isso,” murmurei.

“Então lute,” ele rosnou, seus olhos brilhando. “Lute com o


espírito do guerreiro que sei que vive em você. Lute pelos bons
dias. Lute para ser mais forte do que qualquer coisa que o
mundo atire em você, lute pelo que você deseja. Sempre, Tatum,
sempre. Porque ninguém além de você pode fazer da sua vida o
que você quiser.”

“Mas como posso saber o que quero?” Eu perguntei em voz


baixa. O mundo parecia muito grande às vezes, como se
houvesse muitas portas e janelas e eu não soubesse por quais
passar.
Gostava do sol e do mar e de brincar com a minha irmã. Eu
gostava de hambúrgueres sem picles e emojis bobos como lulas
e batatas. Mas não sabia o que queria da vida. A questão era
muito grande. Haviam muitas respostas. E eu não tinha
nenhuma.

Papai me deu um sorriso conhecedor. “Você saberá quando


encontrar.”

“Mas e se eu não souber?” Eu perguntei timidamente.

Seu sorriso sumiu. “Então você saberá quando perder.”

“Oh,” eu respirei.

“Mas o mundo está cheio de segundas chances, garota,” ele


prometeu. “Você pode tornar as coisas boas. Qualquer situação.
Não importa o quão ruim. Pode ser bom de novo. Eu juro. Você
apenas tem que ser corajosa o suficiente para dar um inferno à
vida. Não se contente com menos. Você não está aqui para se
curvar ao mundo, linda garota, você está aqui para fazer o
mundo se curvar a você.”

Acordei como se estivesse saindo da mais profunda e


escura das águas. Minhas pálpebras estavam pesadas demais
para levantar e o barulho familiar do aparelho de ar
condicionado soou como uma onda de vento frio contra minha
bochecha. Meus lábios estavam secos e tentei mover minha
língua para umedecê-los, mas os sedativos ainda me
seguravam em suas garras.

Um zumbido soou, então a porta se abriu e vozes entraram


na sala.
“Eu sinto muito por ela,” um homem murmurou.

“Eu não,” outro respondeu. “O mundo está uma merda,


Alan, e eu o quero de volta. Eu quero minha vida de volta.”

“Eu sei, eu também, Jonas. Eu só...” Alan suspirou.

“Não seja idiota, ela é apenas uma garota. Milhares de


pessoas morrem todos os dias por causa do vírus Hades. O que
é mais uma para salvar o mundo inteiro?”

“Eu acho,” Alan cedeu e meu pulso bateu em uma melodia


sombria. “Quanto mais você acha que ela vai durar?”

“Contanto que possamos fazê-la viver.” Um termômetro foi


colocado em minha boca e o metal frio mordeu minha língua.
Um bipe soou um minuto depois. “Jesus. Aumente o
aquecimento aqui. Quem diabos estava no último turno?”
Jonas rosnou.

O ar condicionado logo mudou para uma lufada de ar


quente e eu percebi o quão entorpecida eu estava quando meus
dedos começaram a formigar com a sensação novamente.

“Aposto que foi a porra do Gary, ele não conseguia manter


um peixinho dourado vivo por uma hora, muito menos uma
garota,” murmurou Alan.

“Ele vai ser despedido antes do meio-dia,” Jonas disse


baixinho, segurando meu braço, em seguida, uma agulha
deslizou firmemente em minha pele.

Mais força começou a envolver meu corpo, e consegui


abrir meus olhos e ver o cara cujo rosto estava escondido atrás
de um óculos e uma máscara sob ele. Sua atenção estava na
agulha em meu braço enquanto ele tirava um frasco de sangue.
Alan estava do outro lado da sala recolhendo mais frascos e eu
cerrei minha mandíbula com determinação quando vi uma
pequena janela de oportunidade.

Flexionei meus dedos do pé, avaliando a força em minha


perna direita enquanto olhava para este idiota de ser humano
ao meu lado. Papai me ensinou a lutar de qualquer maneira.
Lute pelo bem. Faça isso bom, Tatum.

Eu levantei minha perna rapidamente e bati o calcanhar


do meu pé descalço na virilha de Jonas, batendo seu braço
para longe da seringa no mesmo movimento. Ele rugiu de dor,
tropeçando para trás e agarrando seu lixo.

Eu me empurrei para cima, minha cabeça girando


enquanto puxava a agulha do meu braço, em seguida, me
lancei contra ele com o que restava de minha força, agarrando
seu jaleco branco em meu punho e empurrando seu óculos de
lado enquanto eu lutava para ver o rosto de um dos meus
captores. Eu tossi muito e ele me jogou no chão com um grito
de pânico e minha cabeça bateu no chão, fazendo meu crânio
soar como um gongo.

“Vadia estúpida,” Jonas cuspiu, batendo seu óculos de


volta no lugar enquanto Alan olhava entre nós em alarme, dois
frascos de vidro vazios ainda em suas mãos.

“Vou chamar o médico.” Alan correu para a porta, mas


Jonas pegou seu braço para detê-lo, seus olhos escuros
girando.
“Não. Temos um trabalho a fazer.” Ele pegou uma seringa
de uma bandeja ao lado dele e seguiu em frente com homicídio
em seus olhos.

Tossi de novo, cambaleando para trás enquanto minhas


forças falhavam. Minha tosse ficou mais forte e senti o gosto
de sangue na boca, transbordando sobre minha língua como
veneno. O medo puxou meu coração e sussurrou promessas
mortais em meu ouvido. Limpei meus lábios com dedos
trêmulos, minha morte olhando para mim mais intensamente
do que nunca quando eles saíram molhados e vermelhos.

“Ela está nos estágios finais,” Alan engasgou.

“Então é melhor pegarmos o que pudermos.” Jonas


zombou, caindo e enfiando a agulha na minha coxa. O sedativo
percorreu minhas veias rapidamente e meus olhos se
encontraram com os de Jonas enquanto a escuridão me
agarrou e tentou me puxar para o esquecimento.

Manchas de sangue salpicaram a máscara que ele usava


sob seu óculos e eu consegui dar um sorriso zombeteiro, ciente
de que poderia ser o meu último. Se eu fosse morrer logo, não
deixaria esses filhos da puta verem meu espírito quebrar.

“Parece que você vai comigo para o inferno, Jonas,” eu


disse asperamente e o terror rodou em seus olhos antes de cair
em um abismo sem fim.
Quatro semanas. Quatro semanas infernais e
insuportáveis sem meu bebê em meus braços e sua alma sob
minha guarda.

Eu me agachei atrás de um carro estacionado a um


quarteirão de distância do laboratório de pesquisa particular
em que estávamos todos focados, flexionando meus dedos
quebrados e saboreando a pontada de dor quando as crostas
se abriram neles. Eu provavelmente teria quebrado minha mão
socando aquela parede maldita se Saint não tivesse me
impedido, embora ele estivesse ostentando a mãe de todos os
hematomas em suas costelas em agradecimento por sua ajuda.
Fui idiota o suficiente para que nem tivesse me desculpado por
aquele movimento e ele era um homem o suficiente para
entender que eu sentia muito mesmo assim.

Eu não o merecia. Não merecia nenhum deles. Mas eles


estavam presos a mim e faria tudo que pudesse para fazer meu
lugar entre eles valer a pena.
Eu devia a Saint um pedido de desculpas por bater nele,
eu simplesmente não tinha o suficiente em mim agora para dar
a ele um. Eu estava cego pela perda de nossa garota, assim
como todos nós estávamos. Até que ela estivesse de volta em
nossos braços, eu sabia que essa violência, essa tensão, essa
raiva implacável não faria nada além de se espalhar como
podridão.

Era difícil sentir qualquer coisa além de fúria e medo


agora. E eu não sentia medo há muito tempo. Eu até comecei
a acreditar que não era mais capaz de sentir isso. Mas então
Tatum Rivers me fez sentir muitas coisas que nunca pensei
que poderia sentir.

Ela era a luz para minha escuridão, a esperança em um


mundo sem nenhuma, a razão para minha alma algemada
ansiar pela liberdade. Ela me deu sonhos de uma vida com algo
mais. Muito mais. Estava além de qualquer coisa que eu
poderia alegar merecer, mas ela me deu de qualquer maneira.
Mesmo depois de todas as coisas que a fizemos passar quando
ela caiu em nossas vidas.

Mas eu deveria ter sabido então o que sabia agora. Ela


nunca foi apenas uma garota, nunca uma vítima ou um meio
para um fim. Ela era o nosso centro. O coração que nunca
acreditamos que tínhamos. Ela atraiu quatro almas perdidas e
sem esperança para sua órbita e reivindicou cada um de nós
como seu, apesar das bestas sombrias e depravadas que ela
sabia que éramos. Sem ela, não éramos nada. Eu não era nada.
Lançado à deriva sem propósito ou significado. Mas esse não
seria o meu destino, porque me recusei a sequer considerar a
ideia de ser dela.
Fiquei apavorado com a ideia dela ser tirada deste mundo
e, embora isso pudesse ter sido incapacitante, na verdade foi
libertador. Eu não tinha limites para mim agora. Não havia
profundidades às quais eu não me rebaixaria. Nada que eu não
fizesse e nada que não sacrificasse por ela. Então, agora que o
medo era meu combustível, usaria até a última gota dele na
busca por seu retorno seguro para nós.

“Está todo mundo em posição?” A voz fria de Saint veio


através do fone de ouvido enquanto eu olhava para o prédio
inócuo que tínhamos cercado.

Ao contrário de mim com minhas emoções livres e a


constante vantagem que eu equilibrava, Saint tinha perdido
cada pedaço de emoção desde que aconteceu. Ele era uma
máquina fria e dura de um homem com um único objetivo e eu
não tinha dúvidas de que ele iria alcançá-lo.

“Estou na entrada dos fundos,” Monroe confirmou, sua


voz rouca e baixa. “Parece que está bem trancado.”

“A escada de incêndio parece a mesma coisa,” Blake


confirmou.

“Estou nisso,” eu rosnei, rolando a máscara de esqui que


eu tinha empoleirado no topo da minha cabeça para esconder
minhas feições.

Eu realmente não me importava em ser visto e disse isso


a Saint, mas ele insistiu que mantivéssemos nossas
identidades escondidas, não querendo que o idiota de seu pai
percebesse que éramos nós que estávamos na caça. Havíamos
encoberto nossas invasões aos outros quatro laboratórios e
hospitais de propriedade da Serenity Pharmaceuticals sob o
pretexto de roubar remédios. Também pagamos contatos por
meio de minha família para invadir outros lugares semelhantes
ao redor da cidade e fazer parecer uma série de ataques
generalizados com base na necessidade de antibióticos e
similares em face do vírus Hades. Saint não queria que
soubesse que éramos nós os orquestrando até que fosse tarde
demais e resgatássemos nossa garota.

Eu argumentei no início, sem reservas sobre a ideia de


deixar Troy Memphis saber que um membro da maior e mais
cruel família do crime no estado o estava caçando como o
cachorro que ele era, mas Saint discordou. Ele queria que
usássemos o elemento surpresa e mantivéssemos nosso plano
inteligente. Se ele não tivesse apontado o fato de que seu pai
poderia facilmente tirar Tatum do estado ou mesmo do país ao
menor sinal de uma tentativa de resgate, então eu estaria mais
inclinado a discutir meu ponto. Do jeito que estava, confiava
em Saint para saber a melhor maneira de enfrentar seu louco
porra de pai, e se ele tinha certeza de que era isso, então eu
não iria discutir.

Mas meu temperamento estava muito fraco. Eu não estava


lidando com isso. Eu sabia com certeza que estava me
desfazendo rapidamente. Nos dias em que fui forçado a passar
esperando que Saint descobrisse nosso próximo alvo a atingir,
eu bebia muito e fumava um cigarro atrás do outro,
basicamente caindo em um padrão de autodestruição contra o
qual não tinha motivos para lutar. Mas esta noite não foi como
as outras em que rugi minha agonia e a perda da minha garota
para o céu e afoguei minhas tristezas em uma garrafa de Jack
até desmaiar, murmurando desculpas para a garota que estava
falhando. Não, esta noite foi uma das poucas noites em que eu
poderia realmente fazer algo para ajudá-la.
Na verdade, tinha certeza de que finalmente iria encontrá-
la e puxá-la para a segurança de meus braços, para nunca
mais soltá-la.

Não havia uma gota de bebida alcoólica em meu sistema.


Não havia um único pensamento errôneo e perturbador em
minha mente. Eu estava incorporando o monstro que fui criado
para ser. Cada momento horrível e fodido da minha infância foi
projetado especificamente para me moldar no tipo perfeito de
besta para fazer esse trabalho. Eu era letal, sanguinário e
totalmente focado em um objetivo.

Eu estava recebendo minha garota de volta. Venha o


inferno ou alto mar, ela voltaria para os meus braços no
momento em que o sol nascesse, e eu a adoraria pelo resto dos
meus dias como só um demônio sabe fazer.

Eu puxei o par de luvas pretas, escondendo o resto da


minha carne dentro do tecido escuro e flexionando meus dedos
para ter certeza de que ainda poderia usar minhas mãos
corretamente dentro delas.

Escorreguei por um beco lateral à direita do prédio,


usando os pontos escuros entre os postes de luz para me
aproximar do centro de pesquisa nas sombras.

O lugar era bem guardado, mas apenas contra pessoas


que não sabiam o que estavam fazendo. Eu não tinha intenção
de entrar pela porta da frente onde os guardas estavam
esperando. Eu não era um maldito amador. Eu fui treinado na
arte do comportamento criminoso desde que era um menino e
eu era um aluno muito bom.
Eu me arrastei rapidamente pelo beco estreito, inalando o
cheiro de fumaça no ar e olhando para uma abertura que
estava saindo do terceiro andar. O cheiro era ligeiramente
clínico, e franzi a testa em direção à fumaça que subia por um
momento antes de continuar com o plano.

Não tinha tempo para hesitar, nenhum momento a perder.


Minha garota estava dentro deste prédio. Eu podia sentir isso
nas profundezas da minha alma escurecida. Meu coração
estava batendo em um ritmo profundo e sensual que só poderia
ser em resposta ao dela. Ela estava perto. Ela tinha que estar.

Eu parei nas sombras enquanto olhava para a parede lisa


ao meu lado, localizando a ventilação do ar condicionado
exatamente onde Saint disse que estaria depois que ele
conseguiu colocar as mãos nas plantas deste lugar. Dois
andares acima e aparafusado tão apertado pra caralho. Não
que isso fosse me impedir.

Quando eu tinha quatorze anos, meu tio Niall começou a


me levar com ele quando fazia trabalhos que exigiam um pouco
de discrição. Esse filho da puta era o grande mestre em
arrombamento e invasão. Ele até tinha uma reputação em
alguns círculos que afirmavam que ele podia atravessar
paredes. Todo mundo sabia que se Niall O'Brien quissesse você
morto, não havia como escapar. Você acordaria no meio da
noite com ele pairando sobre sua cama - um garrote, machado
ou marreta na mão dependendo de seu humor - e deixaria esta
vida sangrando e gritando por uma misericórdia que nunca
viria.

Basta dizer que, depois de ter um professor como ele, eu


poderia invadir este lugar sem problemas.
“Os guardas devem terminar sua patrulha em dezessete
segundos,” a voz de Saint me informou através do alto-falante
em meu ouvido.

“A maioria das pessoas não segue suas rotinas de merda,


você sabe,” Blake murmurou no comunicador também e eu
quase sorri quando Saint mordeu de volta para ele. Quase. Mas
não havia nada de bom em mim para sorrir enquanto minha
garota estava fora.

Demorou um pouco para subir até o respiradouro, mas fiz


um trabalho rápido de arrombamento quando cheguei lá.

Eu grunhi enquanto me puxava para dentro do poço,


meus ombros escovando contra o metal frio enquanto eu forcei
meu corpo largo no espaço apertado.

“Estou dentro,” murmurei, empurrando minhas


ferramentas de volta no bolso e começando a me contorcer para
frente no meu estômago.

“Sem teatro,” Saint rosnou, um comando mais do que um


aviso e rosnei de volta para ele como o animal que era.

“Fique com a parte de pesquisa deste plano,” murmurei.


“E deixe o trabalho pesado para o criminoso de carreira.”

“Há um caminhão de entrega se aproximando da entrada


dos fundos,” Monroe nos interrompeu e praticamente pude ver
seu rosto severo de professor enquanto sua mandíbula
marcava por causa de nossas brigas.

Eu os desliguei enquanto os outros vigiavam o prédio,


todos eles se movendo em direção à saída de emergência
enquanto esperavam por mim.
Não precisei ir muito longe pelas aberturas, parando na
primeira grade que dava para um dos corredores brancos
dentro do prédio. As luzes estavam fracas devido à hora tardia,
mas o lugar não estaria totalmente deserto, mesmo na calada
da noite. Eles tinham trabalhadores aqui o tempo todo,
tentando desesperadamente criar a vacina que o mundo
esperava. E tínhamos uma ideia muito boa sobre o que - ou
melhor, quem - eles estavam usando para criá-lo.

Mas foda-se. Foda-se o mundo se o preço de salvá-lo era


ela. Ela valia mais do que qualquer outro filho da puta neste
planeta miserável e eu nunca iria me desculpar por acreditar
nisso. Ela era tudo para mim. Pode ter sido egoísta e
ganancioso, mas eu não me importava porque meu amor por
ela era essas coisas e muito mais. Se a criação desta vacina
exigisse um sacrifício, então que fosse qualquer pessoa além
dela. Que seja todo mundo além dela. Porque sem ela, para
mim, não havia mundo. Pelo menos nenhum em que eu
desejasse existir.

Eu puxei a grade que cobria o respiradouro e caí no


corredor escuro tão silencioso quanto um fantasma.

Ouviu-se um bip distante que continuou em um tom


repetitivo de algum lugar mais adiante no corredor, mas, fora
isso, o andar parecia silencioso.

Uma câmera focalizou em mim do outro lado do corredor,


mas eu ignorei - Saint já tinha cuidado dos sistemas de
vigilância para nós e eu estava escondido todo de preto de
qualquer maneira.

Meus dedos se contraíram com o desejo de começar a


caçar os quartos neste nível do edifício por qualquer sinal da
minha garota e cerrei minha mandíbula contra a minha
necessidade de fazer isso. Eu tinha que seguir o plano. Eu
soltei um suspiro de frustração enquanto me forcei a me virar
e me dirigir para a porta que levava às escadas de fuga de
emergência na parte de trás do edifício.

Eu escorreguei para dentro da escada escura, a fraca


iluminação vermelha apenas me deixando ver os degraus de
pedra enquanto eu descia eles em um ritmo rápido.

Meus passos foram silenciosos enquanto eu descia, minha


respiração controlada, do jeito que Niall tinha me ensinado.
Mesmo com a vida da minha garota em jogo, eu não seria
descuidado. Especialmente com sua vida em jogo. As
habilidades que ganhei em sangue e ossos valeram cada
momento de sofrimento da minha parte se igualassem sua vida
agora e eu não a decepcionasse.

O cheiro acre de fumaça de cigarro retorceu-se em minhas


narinas quando cheguei ao topo do lance final da escada e
fiquei imóvel ao notar uma luz azul fraca se misturando ao
vermelho vindo de algum lugar abaixo de mim.

Uma risada indiferente veio em seguida e meu pulso


saltou quando percebi que havia alguém lá embaixo, dando
uma pausa para fumar e checando seu TikTok se eu tivesse
que adivinhar.

A escolha inteligente teria sido eu manter minha posição,


esperar que ele terminasse e se foder.

Mas nunca fui elogiado por fazer escolhas inteligentes.


Meu sangue estava bombeando com calor e desejo de
violência e eu estava impotente para resistir ao seu chamado.

Com um arrepio de antecipação, continuei descendo as


escadas.

Eu me movi silenciosamente, de costas para a parede e


meu corpo escondido nas sombras enquanto me aproximava
de minha presa.

Quando finalmente os vi parados no pé da escada, perto


da saída de emergência, meu coração deu um pulo. Não um
idiota. Dois.

Tanto melhor para alimentar o demônio em mim.

Um sorriso sombrio capturou meus lábios enquanto eu


pensava na minha garota sendo guardada aqui por esses
bandidos e antes que pudesse pensar duas vezes em adivinhar
minha escolha, eu ataquei.

Meu punho colidiu com o rosto do cara mais próximo com


força suficiente para enviar seu crânio contra a parede ao lado
dele e ele caiu no chão com um grito de dor, o cigarro e o
telefone celular caindo no chão.

O segundo guarda teve tempo de arrancar a pistola da


cintura, mas minha mão se fechou em torno da coronha da
arma antes que ele pudesse apontá-la em minha direção.

Usei meu impulso para acertar a arma em seu rosto,


travando seus dedos no lugar para que ele não pudesse
alcançar o gatilho e derramar sangue, o que o fez gritar quando
algo definitivamente rachou. Mas antes que ele pudesse emitir
outro som, eu estava girando em torno dele, arrancando a
arma de sua mão e jogando-o de cara na parede.

Ele cambaleou para longe, de costas para mim por um


breve momento, dando-me a oportunidade de que eu precisava
para jogar um braço em volta do seu pescoço e prendê-lo no
lugar, segurando meu pulso com a outra mão e exercendo
pressão suficiente para cortar suas vias respiratórias.

O cara chutou e se debateu, agarrando meu braço


enquanto lutava para respirar eu não permitiria que ele
tomasse ar e apenas sorri ao pensar na minha garota, em
colocar seu corpo a seus pés e mostrar a ela em que
profundidade eu cai apenas para garantir que ela estava
segura.

Um movimento nas sombras à minha esquerda chamou


minha atenção para o idiota que eu bati primeiro enquanto ele
tentava pegar o rádio em seu cinto e eu grunhi uma maldição
enquanto arrastei o cara que eu estava estrangulando em sua
direção e joguei uma bota na lateral da sua cabeça.

Ele caiu quieto quando o filho da puta que eu estava


segurando cedeu ao esquecimento também e deixei cair seu
corpo inconsciente em cima de seu amigo, ofegante com o
esforço e sorrindo como um demônio.

Eu queria mais. Queria derramar seu sangue no chão e


me pintar nele. Mas forcei minha atenção de volta para a porta
ao invés, ignorando as demandas de Saint para saber o que
estava acontecendo enquanto ele assobiava através do meu
fone de ouvido e eu o empurrava.
Blake entrou primeiro, suas feições totalmente ocultas por
uma máscara de esqui também, e ele tinha a adição de uma
máscara de gás de nível militar também, mas eu conhecia
meus irmãos apenas pela aura. Havia algo tangível sobre essa
conexão entre nós quatro e eu não precisava perguntar para
saber qual deles estava próximo a mim em determinado
momento.

“Merda,” ele murmurou, olhando para os dois caras que


eu tirei como Monroe e, finalmente, Saint entrou também,
fechando a porta atrás deles.

“Eles estão mortos?” Monroe perguntou, a falta de emoção


em sua voz dizendo que ele não se importava muito de qualquer
maneira.

“Ainda não,” eu respondi assim que Saint deu um soco


sólido em meu estômago e levantou-se na minha cara.

Ele realmente parecia um demônio com nada além de seus


olhos à mostra sob a máscara, a luz vermelha de emergência
brilhando em suas pupilas enquanto ele olhava para mim.

“O que eu disse a você sobre manter um perfil baixo?” Ele


rosnou.

“Eu não cortei suas gargantas,” apontei. “Eu não os enchi


de buracos como eu ansiava. Então talvez você devesse parar
de enlouquecer por causa de alguns idiotas e se concentrar no
que é importante.”

Saint zombou com raiva, em seguida, caiu no chão sem


dizer outra palavra, puxando um rolo de corda preta e fina de
seu bolso e rapidamente amarrando os dois antes de colocar
um pedaço de fita adesiva preta em suas bocas, caso voltassem
a si.

“Onde diabos está sua máscara de gás?” Ele rosnou para


mim.

“Devo ter esquecido no caminhão.” Dei de ombros,


observando a forma como seus olhos brilharam de raiva e meio
que esperando que ele me socasse novamente. A besta em mim
estava desesperada por sangue e dor esta noite e aquela
pequena briga com os homens inconscientes aos nossos pés
nem havia aguçado meu apetite.

Saint levou um momento para decidir se queria ou não ter


essa discussão. Tínhamos feito isso toda vez que saíamos para
caçar nossa garota e ele ainda não tinha vencido, então ele
sabia que era uma perda de tempo. Eu já peguei o vírus Hades
e sobrevivi; pode ter sido uma merda e me deixado doente como
um cachorro, mas veio com a vantagem de eu estar imune
agora. Embora Saint gostasse de torcer sua calcinha sobre a
possibilidade de minha imunidade não ser tão boa. Mas como
eu disse a ele - não me importava e não estava usando aquela
porra de máscara. Isso me lembrava muito da máscara de
crânio que tive que usar em Royaume D'élite e as coisas que fiz
lá. Agora que tínhamos que colocar nossa vingança contra eles
de lado, eu não tinha desejo de viver nessas memórias.

Saint pareceu perceber que não havia sentido em discutir


isso comigo, especialmente porque eu não poderia exatamente
ir e pegar a coisa agora de qualquer maneira, então ele largou
com uma forte exalação de irritação.
“Se você estragar nossas chances de resgatá-la, eu
pessoalmente colocarei uma bala em seu crânio, seu
neandertal,” ele sibilou enquanto se endireitava.

“Não preocupe suas pequenas meias de algodão com isso,


querida,” eu disse, dando um passo à frente e apagando o
cigarro que ainda estava queimando no chão com meu
calcanhar. “Se não conseguirmos resgatá-la, eu mesmo o
farei.”

Saint olhou profundamente em meus olhos, lendo a


verdade dessa declaração para si mesmo e grunhindo sua
aprovação. Não havia mais eu sem Tatum. Merda, eu não acho
que nenhum de nós quisesse considerar uma existência sem
ela nela. Então não foi difícil perceber que eu preferia comer
uma bala a permanecer nesta vida sem ela.

Não era suicídio. Simplesmente era prático.

Além disso, eu não tinha intenção de cumprir essa


promessa porque íamos levá-la de volta. Esta noite.

“Seu comportamento cabeça quente poderia foder com


tudo isso,” Saint avisou. “Você precisa se lembrar que o mundo
inteiro não gira em torno de você e de suas emoções.” Ele disse
a última palavra como se fosse suja e eu rosnei para ele
enquanto me aproximava, deixando-o ver cada canto escuro da
minha alma à espreita dentro dos meus olhos.

“Foda-se o mundo. Eu não me importo. Sem ela nele, não


há nada que valha a pena salvar de qualquer maneira. Eu não
dou a mínima se é certo, nobre ou ético. Meu amor por ela não
é essas coisas. É escuro, distorcido, perigoso e imparável.
Então, se salvá-la significa deixar o resto do mundo queimar,
então me passe a porra dos fósforos e eu pego a gasolina.
Porque não há nada neste universo que eu não estou disposto
a sacrificar para ter minha garota de volta.”

“Errado,” Saint rosnou, seus olhos escuros me fixando em


seu olhar como se ele pensasse seriamente que tinha alguma
chance de me parar agora.

“Eu não me importo com o que você tem a dizer sobre o


assunto. Eu vou...”

“Você a chamou de sua garota de novo,” ele rosnou, me


cortando com um olhar tão tóxico que estava praticamente me
queimando onde eu estava. “Ela não é sua. Ela é nossa.”

“Porra, ele está certo,” Blake concordou, cada pedaço de


luz que normalmente brilhava nele totalmente substituído por
escuridão, em vez dos monstros em nós subirem à superfície
de nossa pele e cheirar sangue no ar.

Haveria morte em pagamento por ela ter sido tirada de


nós.

“Então por que diabos ainda estamos parados aqui?”


Monroe exigiu, sua fúria escrita em cada centímetro de sua
postura enquanto seus músculos flexionavam com a tensão.
“Vamos queimar o mundo por ela então.”

O resto de nós concordou sem palavras enquanto o


seguíamos de volta pelas escadas escuras com a intenção de
fazer exatamente isso. Eu rasgaria este lugar tijolo por tijolo se
fosse preciso, mas uma coisa era certa, eu não iria embora sem
Tatum Rivers ao meu lado.
Só mais um pouco, baby. Seus monstros estão vindo para
você. E não vamos parar até que você esteja segura em nossos
braços mais uma vez.
Monroe subiu as escadas com toda a graça de um búfalo
em salto agulha e eu rosnei irritado ao passar por ele e assumir
a liderança. Honestamente, era como se ele estivesse tentando
fazer barulho com aqueles passos firmes.

“Fodido megalomaníaco,” Monroe murmurou baixinho,


mas eu não o respondi.

A meu ver, ele estava certo e isso não era um insulto. O


poder era tudo o que importava nesta vida e se ele ainda não
tinha percebido isso, ele precisava prestar mais atenção. Bem,
poder e minha Sereia. Mas meus sentimentos por ela
desafiavam qualquer lógica e eu desisti de tentar analisá-los.
Eu só tinha que aceitar que estava irremediavelmente
encantado por ela e abraçá-la porque certamente não tentaria
desistir dela. Meu vício por ela pode ser minha ruína, mas se
eu fosse queimar por qualquer motivo, eu ficaria feliz em fazê-
lo por ela.
“Tente manter seus passos silenciosos,” eu sibilei de volta
para Monroe. “Se Kyan pode gerenciar isso, então não há razão
para que você não possa.”

Kyan riu sombriamente, o que realmente parecia mais


uma resposta automática às minhas palavras do que uma
risada real, mas eu sabia por que ele não estava sentindo
nenhuma alegria real e eu não iria apontar isso.

“Quinto andar?” Blake confirmou enquanto subíamos


correndo a escada escura e ele se moveu para andar à minha
esquerda. A máscara de gás que ele usava distorceu um pouco
o tom de sua voz, mas essas coisas eram o melhor que o
dinheiro poderia comprar e eu duvidava que qualquer um dos
outros notasse a diferença. Mas eu tinha ouvido de músico -
para desgosto de meu pai - e a alteração do tom era bastante
desconcertante.

“É onde eles mantêm as cobaias, então, a menos que eles


tenham reconfigurado completamente o layout do prédio no
tempo que levamos para chegar até aqui, sim,” eu disse sem
emoção.

“Uau, o que rastejou na sua bunda e morreu?” Ele


murmurou e eu apertei minha mandíbula contra o desejo de
socar ele.

Estávamos todos no limite, cada um de nós apenas


tentando encontrar uma forma de poder através deste tempo
incerto e fazer tudo o que podíamos para trazer nossa garota
de volta para nós. Seus comentários infantis eram uma
maneira dele enfrentar e, por mais irritante que eu os achasse,
estava feliz por ele não ter caído no hábito de ficar bêbado e
correr atrás de adrenalina. Na verdade, Blake tinha sido
totalmente obstinado em sua determinação de colocar Tatum
de volta em nossos braços. Ele tinha estado ao meu lado dia e
noite enquanto eu usava todas as minhas conexões e táticas
para explorar os negócios do meu pai e a Serenity
Pharmaceuticals em busca dela, sem palavras realizando toda
e qualquer tarefa que pedi a ele para ajudar a acelerar o
processo. Para que eu pudesse permitir a ele aquela piada
estranha, mal cronometrada e sem graça.

Subimos a escada em velocidade e paramos no último


andar enquanto eu pressionava o ouvido contra a porta,
tentando ouvir qualquer sinal de movimento além dela.

Kyan tirou uma pistola de seu cinto e Monroe sacou a dele


também. Até agora, havíamos conseguido conduzir essas
batidas sem matar ninguém, apenas para manter as
investigações sobre os 'roubos' em baixa prioridade e manter a
polícia fora de nossa cola. Porém, quanto mais lugares
atingimos, mais alta a segurança estava chegando aos novos
alvos. Eles não sabiam que estávamos procurando por nossa
garota, é claro, mas as histórias de gangues invadindo
instalações de pesquisa médica e hospitais privados por toda a
cidade para roubar remédios estavam tornando sua segurança.

O ideal seria deixarmos este lugar sem sujar as mãos de


sangue, mas se isso fosse necessário, eu não era contra. Além
disso, se nossa garota realmente estivesse aqui, eu teria
motivação mais do que suficiente para matar cada um deles se
tivéssemos tempo. Mas até que estivéssemos certos, não estava
procurando derramar muito sangue.

Nada além dos sons suaves da respiração dos meus


irmãos alcançaram meus ouvidos enquanto eu ouvia
atentamente por um minuto inteiro - ignorando o rosnado
impaciente de Kyan - antes de abrir a porta.

O corredor estava suavemente iluminado com a


iluminação noturna e avistei uma mulher em uniforme de
enfermeira em uma mesa no final do corredor. Ela estava de
costas para nós e ela estava lendo um livro, aparentemente
perdida em seu próprio mundo. Eu levei outro momento para
ouvir outros sons, mas parecia que ela era o único membro da
equipe por perto, e pelo que descobri em minha pesquisa sobre
este lugar, isso era esperado. Eles mantiveram uma enfermeira
no turno durante a noite e foi isso.

Kyan passou por mim enquanto eu empurrava a porta e o


resto de nós esperou enquanto ele seguia ao longo do corredor,
seus olhos fixos na mulher enquanto ela ficava perdida em seu
livro, completamente inconsciente de que ela estava sendo
perseguida por um predador.

Quando Kyan atacou, foi tão rápido que quase perdi o


movimento. Uma de suas mãos bateu na boca da mulher,
sufocando seu grito e a outra trancou em seu pescoço
enquanto ele a sufocava.

Não demorou muito para deixá-la inconsciente e eu me


movi para amarrá-la, escondida debaixo de sua mesa, onde ela
não seria descoberta até que estivéssemos longe. Meu olhar
caiu em seu cordão por um momento enquanto eu memorizava
seu nome no caso de ser de alguma utilidade para mim no
futuro. Erica Mortensen. Eu tenho você marcada.

Blake pegou o livro de sua mesa intitulado Guerreiro Fae,


abriu-o na última página e rasgou-o antes de amassá-lo e jogá-
lo no lixo. Fodidamente selvagem. Não que eu estivesse
reclamando. Ela merecia nunca descobrir o final de seu livro.
Se eu tivesse tempo, encontraria uma maneira de rastrear
todas as cópias do mundo para que ela pudesse sofrer para
sempre sem saber como isso terminava. Eu não tinha certeza
se havia algum destino pior do que aquele para conceder a
alguém.

Monroe, como de costume, não estava esperando por nós


e estava se movendo ao longo do corredor, abrindo portas e
checando os pacientes dentro delas enquanto procurava nossa
garota. Eu estava supondo que eles estavam dormindo ou não
estavam em condições de gritar de alarme ao ver um homem
mascarado olhando para eles, o que era o melhor. Eu
rapidamente desconectei o alarme posicionado na mesa no
caso de algum deles estender a mão e apertar o botão vermelho
de chamada ao lado de suas camas. Não precisávamos que
nenhum dos guardas postados no andar de baixo assumisse a
responsabilidade de fazer outra varredura do prédio antes das
rondas programadas em uma hora.

Ignorei os outros e seus métodos aleatórios de verificar o


local enquanto rapidamente comecei a pesquisar no
computador na mesa, procurando uma lista de registros de
pacientes e franzindo a testa quando notei o título dos ensaios
clínicos sendo conduzidos aqui. Parecia que eles estavam
trabalhando em uma nova forma de tratamento do câncer, e
não em uma vacina. Mas isso não poderia estar certo. Eles
deviam estar trabalhando no vírus Hades. O aperto encheu
meu peito e meus dedos empalideceram quando segurei a
mesa. Todos os sinais me apontaram aqui quando eu havia
hackeado os servidores do meu pai. Não fazia sentido que essa
informação estivesse errada. A menos que ele tivesse
suspeitado que alguém estava atrás dele...
Eu bani o pensamento terrível do que meu pai poderia
fazer se ele realmente tivesse percebido que alguém estava
procurando por Tatum e, em vez disso, foquei na tarefa em
mãos. Isso era uma preocupação para outra hora. E como o
filho da puta em questão conseguiu se retirar
convenientemente para um local desconhecido que ele nem
mesmo compartilhou comigo, não fomos nem mesmo capazes
de colocar as mãos nele como último recurso. O que apenas
significava que isso tinha que funcionar. Tinha que ser.
Recusei-me a considerar qualquer alternativa.

Eu verifiquei a lista de nomes de pacientes na lista e meu


lábio superior se projetou para trás enquanto os lia,
obviamente não encontrando o nome de Tatum em lugar
nenhum, mas tomando nota de um paciente que só foi referido
com um número. Se isso não era suspeito pra caralho, então
eu não sabia o que era. E era exatamente o tipo de besteira
desumanizante que meu pai escolheria entreter. Se ela nem
mesmo tinha um nome, ele não precisava admitir que ela era
uma pessoa real que ele estava ferindo e possivelmente
matando em busca de sua própria agenda. Não que eu
estivesse delirando o suficiente para acreditar que ele se
importasse em matar alguém para defender seus próprios
interesses, mas esse era exatamente o seu estilo. Meticuloso
pedaço de merda que ele era.

“Sala trinta e nove,” eu rosnei, fechando o computador


para que ninguém percebesse que tinha sido usado para
encontrar essa informação e me virando para aquele lado.

Kyan se juntou a Monroe na busca pelos outros quartos e


me afastei dos dois enquanto eles continuavam a abrir e fechar
portas, perseguindo na direção do quarto trinta e nove. Blake
ficou firme nos meus calcanhares, sabendo muito bem que eu
era o mais provável de tê-la rastreado primeiro e querendo
estar lá quando a encontrasse. Eu não poderia culpá-lo por
isso. Estávamos todos precisando desesperadamente de um
reencontro com nossa garota.

Meu coração disparou quando fechei a porta no final do


corredor e não pude deixar de correr com a ideia de encontrá-
la lá, de puxá-la em meus braços e olhar para aqueles olhos
azuis brilhantes que me consumiu. Ela era minha droga
preferida e estava desesperadamente viciado. Eu precisava me
fartar dela ou sabia que ficaria louco.

Tatum Rivers era a única pessoa que olhou para aquele


homem sem coração e de alguma forma encontrou o pulso
batendo forte sob o vitríolo e o veneno que eu usava como
escudo. Ela viu a corrupção e a toxicidade da minha alma e
encontrou outra coisa lá também. Algo que nunca acreditei que
tivesse e ainda assim ela descobriu do mesmo jeito. Eu era sua
criatura agora, quer ela me quisesse ou não e ela era minha
também. Minha Subordinada da Noite. E eu nunca iria deixá-
la escapar de mim.

Cheguei à porta e tive que lutar com cada centímetro de


autocontrole que possuía para não abri-la enquanto meus
dedos se enrolaram em torno da maçaneta e soltei um suspiro
trêmulo. Blake colocou a mão no meu ombro em solidariedade
e balancei a cabeça uma vez antes de empurrá-la amplamente.

Dentro da sala, tudo estava escuro. A cama não era nada


mais do que uma sombra enorme no centro dela. As máquinas
que deveriam estar monitorando os sinais vitais mortalmente
silenciosas.
“Não,” eu respirei quando uma pedra afundou em meu
estômago, ficando cada vez mais pesada, o peso dela
ameaçando me arrastar para as profundezas do oceano mais
vasto que se possa imaginar. Eu estava me afogando.
Afogando-me em minha dor e no conhecimento de meu
fracasso mais uma vez.

Blake não era tão pessimista quanto eu e encontrou o


interruptor de luz, ligando-o enquanto erguia a arma e
apontava para a cama vazia.

Meu coração batia forte e batia dentro do meu peito como


um animal selvagem, enjaulado e desesperado, condenado e
morrendo.

Acima da cama havia um quadro branco com várias


observações anotadas, desde estatísticas vitais até notas sobre
extrações de sangue e a condição do paciente que havia sido
mantido aqui.

Bem no fundo do quadro havia palavras que iluminaram


todo o meu mundo com uma espécie de agonia desesperada
enquanto eu olhava para elas.

Paciente falecido: 10h07.

Reanimação malsucedida.

Eu encarei a declaração clara diante de mim com meu


pulso acelerando e o medo mais debilitante me enraizando no
lugar por muito tempo. Mas meu coração se recusou a aceitar
as palavras que haviam sido rabiscadas naquele quadro. Eu
simplesmente não consegui.

“Não,” Blake rosnou em recusa, ecoando meus próprios


pensamentos e saindo da sala. Ele estava tomando muito
menos cuidado do que deveria enquanto corria ao longo do
corredor e começava a abrir outras portas, verificando os
quartos onde outros pacientes dormiam enquanto ele
continuava sua caça, claramente não aceitando os fatos como
eles foram apresentados a nós.

Saí da sala vazia e fiquei esperando no corredor os outros


três Guardiões da Noite terminarem sua busca, mas eu já sabia
o que iriam encontrar.

“Ela não está aqui e eu não acredito nem por um segundo


que ela está morta também,” eu rosnei, recusando-me a
permitir que eles sequer considerassem entrar em pânico ou
ceder a alguma forma inútil de dor.

“Como você pode ter certeza?” Blake exigiu, seus olhos


selvagens com preocupação, um desespero neles que me
implorou para dar a ele uma confirmação definitiva que eu não
poderia dar.

“Porque meu pai sabe que ela é muito valiosa para


permitir que ela morra tão rapidamente. Além disso, não sou
tolo o suficiente para acreditar em algo que não vi com meus
próprios olhos. Ela não está morta a menos que eu veja um
corpo e se algum de vocês considerar desistir dela, então você
vai me responder por isso.”

Nenhum deles expressou qualquer reclamação a isso.


Estávamos todos igualmente determinados a não acreditar na
morte dela, então esqueci as palavras que haviam sido
rabiscadas naquele quadro e decidi continuar nossa busca.

Nossa garota não estava aqui. Mas eu tinha certeza de que


sim. Ela esteve aqui e naquele quarto. Poderíamos caçar o resto
deste lugar com certeza, mas eu sabia que não iríamos
encontrá-la aqui agora. Claro, agora teríamos que roubar o
lugar para encobrir essa invasão, assim como os outros.

Ela não estava morta. Ela não pode estar. Se ela estivesse,
tinha certeza de que saberia. Eu teria sentido quando meu
coração fosse rasgado em pedaços e meu mundo implodido
com a impossibilidade de continuar sem ela nele.

Ela não estava morta.

Mas ela se foi.

E íamos trazê-la de volta.


Meu corpo estava se partindo. Tudo doía. Parecia que
havia uma fissura se abrindo em meu peito toda vez que eu
respirava. E quando o fiz, foi com um chocalho e um chiado
que fez o medo se estilhaçar dentro de mim. Mas para cada
maneira que meu corpo parecia fraco, minha alma estava
galvanizada, recusando-se a quebrar.

Eu não vou desistir.

Eu estava ficando sem tempo. E tinha que fazer algo agora


se algum dia iria sobreviver a isso. Por mais que eu soubesse
que meus meninos estariam me caçando com a ferocidade
sangrenta dos cães do inferno, também estava começando a
aceitar que Troy Memphis pode ter apenas me escondido muito
bem para até mesmo seu próprio filho encontrar. E quando
avistei uma enfermeira se aproximando da porta de vidro e
digitando um código para abri-la, eu sabia que agora era minha
chance. Possivelmente minha último também. Porque eu não
sabia por quanto tempo mais poderia lutar contra esse vírus.
Suas raízes estavam muito profundas em minha carne, sua
fome de minha morte muito forte.

Eu fingi dormir enquanto o enfermeiro se aproximava,


meus remédios guardados debaixo do colchão. Eu não tomei
nenhum hoje. Cada vez que os tomava agora, parecia dormir
mais, mais profundamente. E isso me assustou de uma
maneira que não queria admitir. Meus sonhos eram tão
vívidos, e quanto mais tempo eu passava com meu pai e Jess
em meu estado inconsciente, mais perto eu realmente me
sentia de me juntar a eles. E por mais tentador que fosse cair
em seus braços mais uma vez, ainda não era a hora para mim.
Eu tinha uma vida que estava desesperada para viver. Eu tinha
quatro homens esperando por mim para quem eu nunca
consegui mostrar a profundidade dos meus sentimentos.

Meus monstros, meus salvadores.

Uma vez estive em uma praia sob a chuva forte e coloquei


minha mão contra a Pedra Sagrada antes de fazer um
juramento de pertencer aos Guardiões da Noite. Eu não tinha
acreditado e certamente não queria. Mas o destino nos
amarrou e agora eu sabia por quê. Porque apesar de toda a
dor, o sofrimento, a maneira como torturamos uns aos outros,
todos nós, de alguma forma, nos curamos também. Eles eram
quatro reis das trevas, e eu havia me tornado sua rainha. A
garota que meu pai sempre quis que eu fosse, a garota que
sempre desejei ser. Então precisava voltar para eles e
recuperar minha posição em nossa tribo.
“Achei que você não sobreviveria mais uma noite,”
murmurou a enfermeira para mim, embora ele devesse
acreditar que eu estava desmaiada, e reconheci Jonas. O filho
da puta não ficou doente depois que eu tossi nele e eu estava
chateada como o inferno com isso. “É uma porra de um
milagre.”

Você sabe o que é um milagre, idiota? Você ainda está


saudável e bem.

Ele segurou meu braço, rolando-o para ter acesso à pele


machucada ao redor da dobra do meu cotovelo, que havia sido
perfurada por incontáveis agulhas. “Eu ficaria mais grato se
você não tivesse me chutado nas bolas, mas acho que ainda
tomei uma das primeiras vacinas na semana passada por sua
causa, então não posso estar totalmente amargo,” disse ele
friamente. De todas as pessoas que meu sangue poderia salvar,
por que esse cara?

Senti seus dedos no meu rosto enquanto ele afastava meu


cabelo da testa e soltei um pequeno murmúrio como se eu
estivesse voltando a mim, me mexendo na cama.

“Merda,” ele murmurou, então se afastou e eu abri meus


olhos, observando enquanto ele puxava um sedativo em uma
seringa, exatamente como eu esperava.

Quando ele se virou para mim, fechei os olhos novamente,


meus dedos formigando enquanto reunia minha força. Não era
muito, mas tudo que eu tinha era direcionado para este
movimento de merda.

Ele agarrou meu braço novamente e assim que a agulha


roçou minha pele, eu girei meu outro braço, pegando seu pulso
e torcendo-o bruscamente, arrancando a seringa de sua mão
enquanto ele afrouxava. Ele engasgou, mas não foi rápido o
suficiente para correr enquanto eu enfiava a agulha em seu
pescoço e batia meu polegar no êmbolo com um aperto de
satisfação em meu intestino. Seus olhos se arregalaram por
trás do óculos e sorri demonicamente.

“Sua vadia.” Sua mão chicoteou, batendo no meu rosto e


minha cabeça girou para o lado com o impacto. “Ajuda!” Ele
engasgou, cambaleando em direção ao botão de emergência ao
lado da porta.

Mas ele estava tropeçando, o sedativo já fazia efeito. Eu


empurrei para fora da cama quando seus joelhos bateram no
chão, cambaleando em direção a ele enquanto minha visão
passava da escuridão para a luz. Ele rastejou em direção à
porta, ainda alcançando o botão, então desistiu e tirou o
telefone do bolso do jaleco. Eu pulei em suas costas com um
grunhido de esforço, fazendo-o cair no chão enquanto
arrancava o telefone de suas mãos.

“Ninguém está vindo atrás de você, então reze para


qualquer deus que sirva para idiotas de pau pequeno,” eu disse
asperamente.

Ele rosnou com raiva, tentando lutar, mas não adiantou.


Ele estava escapulindo segundo a segundo e empurrei seu
rosto contra o chão, ouvindo seu óculos estalar enquanto
esperava que ele desmaiasse. “Boa noite, idiota.”

Ele finalmente ficou quieto e respirei ofegante quando me


afundei ao lado dele e olhei para seu telefone, descobrindo que
precisava de uma identificação facial ou um código para
desbloqueá-lo.
Eu empurrei Jonas para rolar, o esforço que custou fez
minha visão escurecer novamente por um momento. Meus
músculos tremeram com o esforço, mas não diminuí a
velocidade enquanto arrancava seu óculos e máscara,
encontrando um rosto peludo por baixo. Não uma barba de
verdade, mais como aquela bunda fofa que os adolescentes
gostavam de deixar crescer quando não conseguiam realmente
ter pelos faciais adequados. Bruto.

Eu inclinei o telefone para baixo para ele e a tela


desbloqueou assim que uma tosse invadiu meu corpo. O
médico me deu uma injeção de esteróide que diminuiu o
sangramento em meus pulmões, então não senti o gosto de
sangue dessa vez. Ia tomar isso como um bom presságio.

A adrenalina me deu uma explosão de energia enquanto


eu discava o número de Saint, meu coração martelando
loucamente contra minhas costelas como um tigre tentando
escapar de uma gaiola. Eu nunca pensei que pensaria isso,
mas agradeço a Cristo por Saint e seus castigos, porque uma
vez ele me fez escrever seu número de telefone mil vezes depois
que eu disse a ele que Kyan tinha me fodido com o pepino que
Saint tinha comido em sua salada para o jantar. Não era
verdade, mas totalmente hilário.

A esperança vibrou através de mim enquanto o toque


preenchia o silêncio, mas um bipe no meu ouvido sinalizou que
a bateria estava fraca. Eu olhei para o telefone de Jonas vendo
que estava em dois por cento. Que tipo de psicopata mordia o
destino como aquele e deixou sua bateria dançar à beira da
destruição? Confie na minha sorte de escolher o único idiota
neste lugar que não manteve o maldito telefone carregado.
“Atenda,” eu assobiei em desespero. Mas minha esperança
diminuiu quando a chamada tocou sem parar.

Era um número desconhecido. E se Saint não atendesse


ninguém que não estivesse em seus contatos? Ele deve ter
odiado ligações frias com uma vingança. E eu sabia que ele não
tinha correio de voz porque uma vez ele me disse que
mensagens eram deixadas por camponeses que não
valorizavam seu tempo na Terra.

“Vamos lá, garoto demônio,” implorei e, milagrosamente,


a ligação foi conectada.

“Olá?” Saint perguntou, suspeita colorindo sua voz.

“Saint, sou eu. Tatum.” Mas não houve resposta e quando


puxei o telefone de volta para olhar a tela, descobri que estava
em branco. “Não,” eu engasguei, o pânico cortando o centro do
meu ser.

Minha mão tremia e molhei meus lábios


desesperadamente secos enquanto considerava o que fazer. E
havia apenas uma coisa a fazer. Eu tinha que correr, porra.
Abandonei o telefone ao lado de Jonas e arranquei o cordão de
seu pescoço que continha um cartão-chave. Tirei o jaleco dele
em seguida, colocando-o antes de cobrir meu rosto com sua
máscara e óculos. Seus pés eram grandes demais para eu
pegar seus sapatos emprestados, então eu só esperava que
ninguém olhasse muito de perto meus pés descalços.

Eu tropecei até a porta, correndo apenas com a adrenalina


enquanto meu corpo inteiro tremia de fraqueza. Eu deslizei
para fora e desci o corredor vazio na direção de um elevador,
meu pulso trovejando em meus ouvidos.
Os ladrilhos estavam gelados contra meus pés descalços
enquanto eu me movia o mais rápido que podia em direção às
portas de metal à frente. Antes de alcançá-los, elas começaram
a abrir e um barulho de conversa soou de dentro. Com um
choque de ansiedade, me lancei em direção a um conjunto de
portas duplas ao lado do elevador e tropecei em uma escada
bem iluminada. Eu sufoquei uma tosse, meus pulmões
parecendo que estavam prestes a estourar no meu peito
enquanto eu o segurava com todas as minhas forças.

Fique no meu peito, sua tosse explosiva da desgraça.

Minha língua estava grossa e pesada em minha boca


enquanto agarrei o corrimão e comecei a descer nível após
nível, minha respiração saindo irregularmente. Se eu puder
apenas sair, pegar uma estrada, encontrar ajuda...

Um alarme soou como uma buzina na minha cabeça e eu


amaldiçoei, acelerando meu ritmo, quase caindo várias vezes,
mas de alguma forma ficando de pé enquanto me empurrava
cada vez mais forte. Eu me sentia como Bambi no gelo, minhas
pernas frágeis como gravetos. Mas o único Tambor1 que eu
tinha torcendo por mim era meu coração batendo forte no
peito.

Cheguei ao térreo e empurrei meu peso contra a porta de


saída de incêndio, pressionando a barra que a prendia. Mas
não se mexeu. Quem diabos mantinha as saídas de incêndio
bloqueadas ??

1 Tambor um coelho personagem de Bambi.


“Merda,” eu rosnei, empurrando com mais força, mas a
coisa não estava abrindo.

O som de passos correndo me alcançou em algum lugar


subindo as escadas e o pânico tomou conta de mim.

Eu tenho que sair. Eu não posso desistir.

Corri para a porta ao lado da escada, empurrando-a e me


encontrando em um grande saguão com dois seguranças com
armas de merda na cintura olhando para fora de uma grande
porta giratória. Meu coração saltou enquanto eu olhava para a
rua à frente deles. A chuva começou a bater nas janelas até o
chão enquanto olhava em volta procurando por outra saída.
Mas foi só isso. Minha única esperança.

Uma mesa de recepção estava vazia em frente às portas e


eu corri corajosamente em direção a ela, caindo atrás dela
antes de ser vista. Eu me movi com toda a graça de um zumbi
bêbado, mas, de alguma forma, cheguei aqui silenciosamente.

Abri a última gaveta, vasculhando dentro dela em busca


de algo que eu pudesse usar como arma, mas não havia nada
além de um grampeador e alguns papéis igualmente inúteis.
Oh, vamos lá, me dê um tempo.

A estática estalou nos rádios dos guardas e uma voz


feminina soou através deles. “A filmagem de segurança mostra
ela descendo a escada principal. Ela está - ah! Ela está atrás
da recepção.”

Foda-se a porra de um pato em um caminhão.

Passos pesados soaram vindo em minha direção e eu me


levantei, percebendo que não tinha alternativa enquanto
arremessava o grampeador com toda a força. Ela ricocheteou
em uma das cabeças do guarda e ele grunhiu com raiva.

“Fique para trás, eu sou contagiosa,” eu respondi e eles


desaceleraram sua abordagem.

O que eu não tinha golpeado me encarou enquanto


puxava uma máscara preta do queixo para cobrir a boca e o
nariz. “De joelhos.”

“Eu sou a pessoa mais valiosa do mundo,” eu soltei,


pressionando meus ombros para trás, embora tudo que eu
quisesse fazer fosse me enrolar no chão e tentar afogar a dor
em meu corpo. “Você não pode atirar em mim.”

Os guardas trocaram um olhar que confirmou isso e corri


para a porta com o coração na garganta. Com certeza, nenhum
tiro foi disparado e eles claramente não queriam chegar muito
perto de mim e do vírus Hades também. Aquele aglomerado
sujo de morte em meu corpo de repente era meu único amigo
e agarrei-me em sua mão enquanto me oferecia minha única
chance de liberdade.

Eu não era rápida ou graciosa, mas estava desesperada


pra caralho e a luz do dia entrando de fora me chamava como
uma canção. Eu provavelmente seria pega, mas talvez alguém
lá fora ouviria meus gritos primeiro.

Eu entrei na porta giratória, empurrando-a, quase


sentindo o gosto do ar fresco. Em seguida, ela parou e me virei
com um rosnado nos lábios, encontrando os guardas
impedindo-a de se mover mais. Eles começaram a virar para o
outro lado, um deles rodando para me devolver a eles. Tentei
forçá-lo de volta com tudo que tinha, mas meu corpo
enfraquecido simplesmente não conseguia fazer o que eu
precisava e quase ouvi o vírus Hades rindo loucamente na
parte de trás da minha cabeça.

Gritei o máximo que meus pulmões permitiram, fazendo o


máximo de barulho que pude, batendo as mãos na janela e
esperando que alguém lá fora pudesse ver ou ouvir, chamar a
polícia. Na verdade, não era nenhuma esperança, mas não
fazer nada não era da minha natureza. Eu não poderia deitar
e pegar isso. E posso não ter sido capaz de lutar agora, mas
ainda tinha uma arma à minha disposição.

Eu arranquei o óculos e a máscara do meu rosto enquanto


a porta girava de volta para o foyer e o guarda agarrou meu
braço. Eu tossi enquanto arrancava sua máscara e ele
praguejou, colocando a mão sobre minha boca e nariz
enquanto me imobilizava contra seu peito.

Meu coração se catapultou na minha garganta quando de


repente eu não conseguia respirar, sua palma carnuda apertou
com força enquanto meus pulmões lutavam por ar. Eu me
empurrei em seu aperto, batendo em seu pé e usando meus
cotovelos para tentar escapar, mas eu estava muito fraca.

A escuridão cobriu meus olhos enquanto um bando de


enfermeiras em trajes de risco biológico correram em nossa
direção através do saguão e se passaram apenas mais alguns
segundos antes que uma agulha fosse cravada em minha coxa.
Tudo ficou escuro quando a força da droga me oprimiu e pensei
em meus Guardiões da Noite enquanto o resto da minha
esperança desaparecia com a minha força.

Eles não iriam me encontrar.


Eu não conseguia fugir.

Eu tinha dias, no máximo. Meu destino foi pavimentado,


cercado por todos os lados enquanto me conduzia ao meu
destino final. E apenas um túmulo me esperava no final.
“Quanto tempo isso vai demorar, cara?” Eu perguntei, a
impaciência na minha voz clara enquanto eu andava para
frente e para trás na frente da mesa de jantar no Templo.

Saint ficou sentado ali diante de seu laptop, totalmente


imóvel, olhando para a tela com os dedos entrelaçados
enquanto esperava como uma estátua enlouquecida e o resto
de nós tentava não perder a cabeça.

Bem, eu e Monroe estávamos tentando não perder a


cabeça - Kyan estava atualmente no telefone com seu tio Niall
enquanto apertava a mandíbula com tanta força que eu tinha
quase certeza de que ele estava prestes a enlouquecer. Mas ele
praticamente enlouquecia constantemente ultimamente, então
não prestei muita atenção nele.

Eu estava olhando diretamente para Saint quando ele


atendeu a chamada, a cor drenando de seu rosto quando o som
mais fraco de sua voz me alcançou do alto-falante por um breve
segundo antes de ser cortado. Uma palavra foi tudo que ela
conseguiu. O nome do Saint. Um pedido de ajuda, uma única
chance de salvação e menos de um segundo de conexão entre
eles. Mas era tudo que ele precisava. Porque estávamos falando
sobre o filho da puta do Saint Memphis. Uma palavra e um
telefonema de um número desconhecido - ela poderia muito
bem ter dado a ele um endereço completo e um tempo para
passarmos e buscá-la. Obrigado porra. Embora a hora que
passou desde aquele telefonema momentâneo e fugaz pareceu
se arrastar para a eternidade enquanto Saint trabalhava sua
magia, puxava os fios certos, untava as palmas das mãos
certas e agora nós apenas tínhamos que esperar até que
valesse a pena.

“Bom,” Kyan grunhiu, chamando minha atenção de volta


para ele e sua conversa por telefone. “Ligarei para você para
saber onde nos encontrar quando souber os detalhes.” Kyan
desligou e me perguntei se essa era realmente a melhor
maneira de tratar um homem que ele havia declarado um
psicopata criminoso insano em mais de uma ocasião. Mas,
aparentemente, ele não dava a mínima para isso e eu só tinha
que torcer para que Niall O'Brien ainda estivesse do nosso lado,
apesar da grosseria de seu sobrinho.

“Ele está dentro,” disse Kyan, jogando seu celular sobre a


mesa para que deslizasse pela madeira polida e batesse na
lateral do laptop de Saint. “Diga-me quando estivermos prontos
para partir.”

Ele se afastou sem dizer outra palavra e desceu para a


cripta, onde um berro de raiva escapou dele, ecoando nas
paredes de pedra fria antes que o som previsível dele batendo
na merda do saco de pancadas viesse um momento depois. Ele
tinha conseguido dividir dois deles nas semanas que Tatum
estava ausente, espalhando areia por todo o chão enquanto ele
estava lá suando e ofegante pela carnificina, mal parecendo
humano enquanto a raiva nele queimava livremente.

“É melhor eu me certificar de que ele coloque luvas,”


Monroe grunhiu depois de alguns momentos de nós ouvindo a
dor de Kyan na forma física. “Se ele foder as mãos antes de
sairmos, ele não será bom para ela.”

Ela.

Não há necessidade de nenhum de nós mencionar o nome


dela. Havia apenas uma mulher em nossas vidas. Apenas uma.
Ela era a aranha que tinha nos atraído e nos ligado uns aos
outros dentro de sua teia. Podemos ter sido próximos sem ela,
mas com Tatum no coração, éramos uma força imparável. Só
precisávamos de uma direção para apontar nossa fúria e
estaríamos prontos para destruir o mundo e devolvê-la ao seu
devido lugar no nosso coração.

Monroe se afastou para se juntar a Kyan e eu expirei um


forte suspiro enquanto tentava conter minhas próprias
frustrações.

“Nada?” Eu exigi enquanto Saint apenas continuava a


olhar para o nada na porra da tela do laptop.

“Sim,” ele respondeu sarcasticamente, sua voz gotejando


desdém. “Meu contato dentro do FBI já rastreou o número do
filho da puta e me enviou todos os detalhes. Eu escolhi
continuar sentado aqui e não reagir de forma alguma porque
claramente, eu não dou a mínima para o bem-estar de nossa
rainha. Talvez. Vou tirar uma soneca antes de abrir o e-mail.”
Seu olhar frio deslizou para mim por um único segundo
antes de voltar a olhar para a porra de sua tela, esperando que
o e-mail viesse de verdade e eu senti o peso disso parecer um
maldito soco.

“Tudo bem, tudo bem,” respondi, levantando minhas


mãos em sinal de rendição e desculpas. “Estou desesperado
para sair e encontrá-la.”

Saint exalou lentamente e acenou com a cabeça uma vez.


“Estamos todos igualmente abalados por nossa separação.
Nosso entusiasmo com a garota que fizemos nossa é algo
surpreendente, você não concorda?”

“Na verdade, não,” respondi. “Você só precisa dar uma


olhada na garota - um olhar real, além do fodido exterior
deslumbrante para a riqueza de sua alma por baixo e o poder
que ela comanda sem nem mesmo tentar. Depois de ver isso,
acho que ninguém iria ficar surpreso que ela pegou nós quatro
sob seu feitiço. Quero dizer, merda, aquela garota merece
muito desta vida e se nós podemos começar a dar a ela, então
estou totalmente dentro.”

O som de Kyan e Monroe discutindo sobre sua falta de


luvas nos chamou, rapidamente seguido pelo som dos dois
lutando entre si. Eu não estava preocupado com eles se
machucando de forma duradoura. Nenhum deles iria querer
tornar o outro inútil, uma vez que descobríssemos para onde
precisávamos ir. Nós quatro precisaríamos estar em sua
melhor forma para resgatá-la.

“Ela é a luz para a nossa escuridão,” Saint disse quando


eu quase desisti de receber uma resposta dele. “Só espero que
nossa corrupção não manche muito sua alma.”
Eu zombei com desdém e ele ergueu uma sobrancelha,
dignando-se a olhar para mim mais uma vez.

“Não é assim que funciona, cara, você não descobriu


ainda?” Eu perguntei a ele.

“O que?”

“A corrupção. Não somos nós escurecendo sua alma, é ela


iluminando a nossa. Ela é mais poderosa do que qualquer um
de nós e quanto mais profundamente a deixamos entrar em
nossos corações, mais perto acho que nos movemos para a
salvação.”

“Salvação?” Saint perguntou antes de balançar a cabeça.


“Não, não acredito que estejamos nos tornando cidadãos
reformados, Blake. Acho que nos tornamos suas criaturas.
Ainda somos os cães da guerra, sombrios, desesperados e
arruinados como estamos, mas ela é nossa dona. Ela não vai
remover essa mancha em nossas naturezas, mas ela vai nos
mostrar onde é melhor mirar. E eu estou pronto para deixá-la.”

Eu engoli em seco enquanto considerava suas palavras.


Eu esperava que estar com ela pudesse me reformar? Me
transformar em um homem melhor do que o que eu era?
Possivelmente. Mas talvez ele estivesse certo. Talvez eu não
devesse estar tentando usá-la para me arrastar para fora da
escuridão. Talvez eu deva apenas abraçar minhas sombras e
usá-la como uma luz guia para onde devo apontá-las.

Saint de alguma forma conseguiu se endireitar ainda


mais, embora sua coluna estivesse reta no início e ele
rapidamente se inclinou em direção ao laptop, batendo
algumas teclas antes de seus olhos varrerem a tela para frente
e para trás. Eu assisti com meu coração batendo forte,
esperando contra a esperança de que o contato de Saint tivesse
vindo por nós. Esse número de onde Tatum nos ligou era a
migalha de pão de que precisávamos e não outra ponta solta.

“Peguei ele,” Saint ronronou, se levantando e se afastando


do laptop.

Inclinei-me instantaneamente, precisando ver por mim


mesmo e sorri quando encontrei o proprietário registrado do
celular de onde recebemos aquela ligação. Jonas Barrow, trinta
e nove, solteiro, assistente clínico na Serenity
Pharmaceuticals. Seu endereço também estava listado ao lado
de uma fotografia recente que imaginei ser de sua carteira de
motorista. Tatum havia nos dado o nome de Jonas antes de
seu fone de ouvido morrer, mas não tínhamos outras pistas
para seguir até agora. Eu o odiei à primeira vista, desde seu
cabelo castanho ralo até sua tentativa irregular de fazer uma
barba que mais parecia que alguém tinha colado tufos de pelo
pubianos em seu rosto em lugares aleatórios.

“Espere,” chamei, assim que Saint chegou ao pé da escada


que levava ao seu quarto. “Não há nenhum endereço aqui para
seu local de trabalho. Já sabíamos que a Serenity
Pharmaceuticals era quem a segurava, mas eles têm
incontáveis edifícios e escritórios pela cidade, então como...”

“Nós vamos empacotar nossas coisas e ir para a casa do


Sr. Barrow,” Saint disse, um brilho maligno em seus olhos. “E
então vamos esperar que ele vá para trabalho e o seguiremos.”

“Simples assim?” Eu perguntei, me questionando se não


havia mais camadas em seu plano não tão diabólico.
“Nunca se esqueça, Blake, se você tem um problema com
vermes, não adianta matar um único rato. Você precisa ficar à
espera, vê-lo retornar ao seu ninho, então você pode atacar
todos eles. Aniquilação completa. Verdadeira vitória.”

Ele se virou e continuou a subir as escadas e um sorriso


lento se espalhou pelo meu rosto. Era isso. Finalmente. Nós
realmente íamos trazê-la de volta.

***

A casa de Jonas Barrow acabou sendo uma bela casa nova


nos subúrbios com rosas crescendo no jardim e crianças
brincando alto nas casas vizinhas, sem dúvida enlouquecendo
seus pais depois de meses de bloqueio sem fim à vista. Ainda
assim, é melhor prevenir do que remediar, eu imaginei. Eu
certamente preferiria ter ficado trancado em uma casa com
minha mãe por meses do que perdê-la como fiz.

Era um dia claro e incomumente quente e parecia que


quase todos nesta pequena rua aconchegante tinham decidido
abrir bem as cortinas e sentar-se perto das janelas para
aproveitar.

Sentamos no SUV de Saint com suas janelas escurecidas,


assentos confortáveis e porta-copos e observamos a casa de
Jonas com os olhos de um monte de homens sedentos de
sangue.

“Eu ainda digo que poderia simplesmente arrancar a


informação dele,” Kyan resmungou, não pela primeira vez.
Estávamos acampados aqui por horas - embora, é claro,
Saint tivesse planejado isso e tivéssemos muita comida,
bebidas, cobertores (porque ele não queria que o motor ligado
chamasse a atenção) e até mesmo nossas próprias garrafas
pessoais para fazer xixi. Claro, eu fiz um comentário espertinho
sobre o que deveríamos fazer se um de nós precisasse cagar e
ele casualmente levantou uma caixa de Tupperware do espaço
abaixo de seu assento em resposta. Felizmente, nenhum de
nós sentiu a necessidade de fazer uso dele, mas eu tinha
certeza de que ele realmente esperava que fizéssemos, em vez
de arriscar sair do carro e alertar nosso alvo de nossa presença.

A única vez que qualquer um de nós saiu foi quando


aparecemos aqui pela primeira vez. Saint deixou Kyan em uma
rua lateral onde ninguém o veria, então ele se esgueirou pelos
quintais até chegar à casa de Jonas. Ele conseguiu confirmar
que o bastardo em questão estava dormindo em sua cama e
viu um cronograma de trabalho preso na geladeira que
confirmou que ele estava de volta ao turno esta noite.

Niall veio por nós, encontrando Kyan para nos dar as


armas que precisávamos, e meu intestino torceu
desconfortavelmente enquanto eu me perguntava o que ele
teria que fazer para pagar sua família de volta por toda a ajuda
que eles estavam nos dando recentemente. Eu sabia que ele
estava mais do que disposto a pagar o preço, mas também
desejava uma vida melhor para meu irmão. Uma que ele
pudesse escolher por si mesmo. Mas agora não era hora de se
preocupar com o futuro. Precisávamos trazer Tatum de volta
se quiséssemos ter uma chance de qualquer maneira.

Desde que Kyan voltou para nós, ele estava mordendo um


pouco, querendo pegar as respostas daquele filho da puta. Mas
Saint o rejeitou, não querendo fazer nada que pudesse alertar
as pessoas encarcerando Tatum sobre a nossa abordagem.
Com seu pai puxando os cordões aqui, ele estava inflexível de
que precisávamos ser cuidadosos e eu tinha que concordar.
Por mais que eu desejasse me mover agora, o foco principal
tinha que ser em trazer nossa garota de volta.

Então ficamos sentados lá o dia todo e apenas esperamos


que ele saísse.

***

Horas depois, eu me mexi na cadeira, tentando aliviar um


pouco a dormência na minha bunda quando a arma em meu
quadril cravou na minha lateral.

A noite havia caído e a tensão no carro era palpável


enquanto esperávamos Jonas aparecer.

Quando ele finalmente o fez, endireitei-me em meu


assento ao lado de Saint que mal reagiu à nossa presa
emergindo finalmente.

Vimos Jonas sair de casa com uma máscara médica


cobrindo a parte inferior do rosto como um bom cidadão, antes
de entrar no sedã azul estacionado em sua garagem.

Ele ligou o motor e deu ré para a rua antes de se afastar


de nós em uma velocidade constante.
“Vamos,” eu insisti quando Saint apenas permaneceu
sentado atrás do volante, o motor silencioso e desespero
enchendo o carro. “Precisamos segui-lo.”

“Eu sou perfeitamente capaz de seguir aquele idiota,”


Saint gritou, sem tirar os olhos das luzes traseiras agora
distantes. “Mas também sou capaz de sutileza. Algo que falta
muito a você.”

“Comece a dirigir ou vou arrancar você desse assento e


assumir o controle,” Kyan rosnou enquanto Monroe
murmurava insultos ao nosso líder auto-nomeado.

Saint lentamente colocou o cinto de segurança e suspirou


como se estivéssemos testando sua paciência antes de ligar o
motor e se afastar do meio-fio.

Ele manteve o limite de velocidade filho da puta enquanto


seguia Jonas a uma distância muito grande para o meu gosto
e eu mordi minhas próprias reclamações enquanto apenas
mantive meu olhar fixo no carro que agora estava a vários
quarteirões de nós.

Com o bloqueio ainda em vigor, não havia muitos carros


nas ruas, pois não havia muitos trabalhadores essenciais
ainda autorizados a deixar suas casas para trabalhar. E por
mais que isso me frustrasse, eu imaginei que Saint tinha razão
sobre nós não andarmos na bunda do sedan todo o caminho
até lá, mas ainda me deixou nervoso pra caralho no caso de o
perdermos.

Previsivelmente, nós nos dirigimos para as profundezas de


Hemlock City e Saint relutantemente se aproximou do sedan
enquanto Jonas dava várias voltas, a chance de nós perdê-lo
de vista aumentando.

Eventualmente, Jonas saiu de uma rua escura para um


estacionamento subterrâneo sob um edifício de escritórios de
aparência inócua que se erguia no alto e nem mesmo tinha
qualquer sinalização na frente dele. Havia apenas uma fachada
de vidro para uma área de recepção de aparência árida, onde
quatro guardas armados permaneciam longe o suficiente das
portas para não chamar a atenção, mas eles eram fáceis de ver
se você sabia o que estava procurando.

“O que é este lugar?” Monroe perguntou, inclinando-se


para frente entre as cadeiras para que pudesse espiar pelo
para-brisa enquanto Saint dava a volta no quarteirão e
estacionava em uma rua secundária sombria.

Definitivamente não deveríamos estacionar aqui, mas


Saint tinha colocado placas falsas no carro e ele não estava
nem aí para conseguir uma multa.

“Eu pesquisei cada prédio que estava listado no repertório


da Serenity Pharmaceuticals,” Saint respondeu com uma
carranca leve em sua testa. “Este não estava na lista. Então,
eu diria que é o lugar que eles não querem que ninguém saiba.
O lugar onde seu ponto de vista ético fica em segundo plano e
eles conduzem o tipo de pesquisa que não querem que a mídia
saiba.”

“Ótimo. Então é um laboratório do mal?” Kyan perguntou


casualmente, como se ele se deparasse com laboratórios do
mal todos os dias.
“Por que você sempre deve reduzir tudo a uma descrição
grosseira e leiga?” Saint jogou para ele, mas Kyan não se
preocupou em responder.

Eu olhei para ele e o encontrei segurando seu taco de


beisebol com força enquanto olhava para o prédio em questão.
Meu olhar se demorou na tatuagem que envolvia o dedo anelar
em sua mão esquerda, a aliança de casamento que ele nunca
poderia tirar, e meu peito apertou enquanto eu considerava
isso. Fiz as pazes com a ideia dos dois serem casados em sua
maior parte, mas não podia negar que isso despertava em mim
um nível de ciúme que às vezes lutava para banir inteiramente.

“E agora?” Perguntei, feliz em seguir o exemplo de Saint


nisso. Afinal, ele era o homem com o plano e eu sabia que se
alguém pudesse descobrir como colocar Tatum de volta em
nossos braços contra todas as probabilidades, era ele.

“Agora vamos nos mascarar, cortar a energia daquele


prédio e ir buscar nossa garota,” ele respondeu simplesmente.
Todos nós sabíamos que isso não seria nada simples, mas
também não voltaríamos atrás para buscar todo o tesouro do
mundo.

“Eles terão um gerador reserva em um lugar tão


importante para eles,” Monroe apontou, tamborilando os dedos
contra o joelho enquanto avaliava as diferentes maneiras que
isso poderia acontecer.

“Então nós cortaremos a energia disso também,” Saint


disse simplesmente. “E quando eles estiverem encolhidos no
escuro, nós atacaremos. Eles nem saberão o que os atingiu.”
Eu sorri quando aceitei as máscaras de esqui e gás dele e
habilmente as coloquei. Parecíamos monstros usando essa
merda, mas estava tudo bem para mim. Porque eu tinha a
sensação de que monstros eram exatamente o que
precisávamos ser se quiséssemos ter nossa garota de volta.
Eu sentei na cama, bebendo uma xícara de chá quente
enquanto evitava olhar meus analgésico. Recebi algum tipo de
coquetel de drogas que me animou durante a noite e tive a
firme resolução de não tomar mais nada até que fosse
absolutamente necessário. As drogas eram de ponta e sem
dúvida foram dadas a mim bem a tempo de salvar minha
maldita vida, porque eu estive perto de vomitar um pulmão na
noite passada. Agora eu apenas me sentia fraca, tonta. Mas a
dor tinha diminuído e a morte não parecia estar respirando no
meu pescoço hoje.

“Uma semana, então podemos expô-la a isso novamente,”


uma voz feminina ansiosa soou no corredor e eu apurei meus
ouvidos para ouvir.
“A cada dia de recuperação que ela tem, mais vidas
americanas são perdidas. O médico me deu permissão para
isso, então você precisa parar de lutar contra isso,” meu velho
amigo Jonas respondeu e eu estiquei minha cabeça para tentar
vê-los no corredor, mas eles devem estar parados um pouco
além da porta.

Pelo que eu entendi, ninguém sabia que eu tinha feito


aquela ligação do telefone de Jonas. Ainda me enfurecia que eu
consegui pegar o telefone do único idiota neste lugar que
aparentemente não o mantinha carregado. Saint tinha me
ouvido? Ele sabia que tinha sido eu? Me torturei pensando
sobre isso, esperando que ele soubesse, esperando que ele pelo
menos pensasse em olhar para a ligação misteriosa. Era algo
que ele poderia ter feito, então talvez ainda houvesse uma
chance de ter conseguido algo útil com isso.

“Ela precisa de tempo para se recuperar, por que você está


tão determinado a empurrar isso?” A mulher sibilou. “É sobre
vingança porque ela deu a você aquele sedativo?”

Jonas resmungou. “Não,” ele cortou. “Pare de me


questionar, Darla.”

Eles caminharam até a porta e abriram-na, entrando


enquanto Jonas me olhava com raiva pelo visor do óculos. Eu
coloquei meu copo vazio ao meu lado e o nivelei com um olhar
frio de volta.

“Nós nos encontramos de novo, Jonas,” eu disse


alegremente, como se não desse a mínima para o que eles
faziam comigo, embora o medo estivesse gotejando em meu
peito novamente com a maneira como ele estava me olhando.
“Estamos indo para o laboratório,” ele anunciou e meu
sangue gelou. Eles realmente planejavam me expor ao vírus
Hades novamente tão cedo. “Precisamos fazer mais da vacina
para reabastecer nossos suprimentos,” continuou ele,
enquanto Darla franzia a testa.

“Bem, talvez não precisássemos se o lote que já temos não


fosse dado aos fundadores e o resto sendo leiloado para quem
deu o lance mais alto hoje,” Darla murmurou e minha pulsação
disparou.

“Pare de me questionar,” Jonas estalou para ela, em


seguida, se aproximou de mim com crueldade em seus olhos.
Ele queria me fazer pagar por tê-lo humilhado. E ele teve a
chance de fazer isso por causa desta empresa doente e Troy
Memphis dando-lhes luz verde para fazer qualquer coisa que
fosse necessário para criar o máximo possível da vacina antes
que eu sucumbisse ao vírus. “Levante-se.”

“Me obrigue,” rosnei.

Eu não estava apta para lutar ou fazer muito com o quão


trêmulo meu corpo estava. Não era só por causa do vírus
também, muito sangue foi colhido de mim ontem, eu estava
com fumaça.

Jonas agarrou meu braço em um aperto, seus olhos


brilhando de raiva e tentei me libertar.

De repente, fomos mergulhados na escuridão quando


todas as luzes se apagaram e meu coração deu um pulo. O
silêncio caiu assustadoramente quando os sons de todas as
máquinas no prédio desapareceram com a perda de energia e
minha pele formigou enquanto eu forçava meus olhos para ver
no escuro. Havia algo sobre um corte de energia que faz você
se sentir vulnerável de alguma forma, como se todas as
muletas eletrônicas nas quais você se apoiava todos os dias
fossem arrancadas sem nenhum aviso e você ficasse se
perguntando, eu poderia sobreviver sem elas? Se eles nunca
mais voltassem, o que eu faria?

Claro, eu ficaria bem se isso acontecesse. Papai se


certificou disso. Eu poderia viver na selva como uma besta se
a necessidade realmente surgisse, mas para a maioria das
pessoas, a perda de eletricidade seria como a perda de um
membro.

Jonas me soltou de surpresa, mas todas as luzes


inundaram de volta uma batida depois.

“Eu juro que o mundo inteiro ficou uma merda,” ele


murmurou enquanto trocava um olhar confuso com Darla.
“Obrigado, porra, pelos geradores de reserva, certo?”

Ela deu uma risada um pouco nervosa, separando os


lábios para falar, mas de repente, todos eles dispararam
novamente, o silêncio no prédio se tornando denso. Puta
merda.

Então a compreensão me atingiu como um furacão.


Porque este não foi um corte de energia normal. Uma risada
borbulhou em meu peito quando percebi o que estava
acontecendo. Alívio, esperança e excitação se torceram dentro
de mim até que eu estava rindo como uma maníaca e Jonas
estava exigindo saber o que havia de errado comigo.

Ele me agarrou, apenas uma sombra no escuro enquanto


minha risada crescia fora de controle. “Pare com isso, sua
vadia louca,” ele ordenou, mas não me importei em ouvi-lo. Eu
não me importava com absolutamente nada neste inferno de
lugar. Isso poderia queimar por tudo que me importasse, e eu
estava começando a pensar que poderia.

“O que há de errado com ela?” Darla perguntou alarmada


e eu estava feliz por estar assustando-os. Esperava que eles
estivessem com medo. Esperava que eles estivessem
apavorados e tremendo em suas malditas botas. Porque eles
deveriam ter. Na verdade, se eles fossem espertos, eles dariam
meia-volta e correriam para as malditas colinas antes que fosse
tarde demais.

“Basta descer, descobrir o que está acontecendo. Eu vou


cuidar dela,” Jonas rosnou, e uma lanterna em seu telefone
acendeu quando ela saiu correndo da sala.

Ele o abaixou para brilhar em meus olhos e eu os


semicerrei contra a luz punitiva. “Por que você está rindo?” Ele
exigiu novamente, seus traços lançados em sombras além da
luz e fazendo-o parecer um monstro no escuro. Mas ele não era
um monstro, não em comparação com o que estava por vir.

Eu deixei um largo sorriso puxar meus lábios quando o


triunfo bombeou em meu peito.

“Porque os ceifeiros do inferno estão aqui, Jonas,” eu disse


a ele em um sussurro mortal. “E eles vieram para coletar sua
alma.”
A coisa engraçada sobre edifícios que são fechados tão
hermeticamente quanto o traseiro de um pato contra intrusos
é que tudo que você precisa fazer para violar a segurança é
desligar o alarme de incêndio. Sempre achei que era idiota pra
caralho. Quero dizer, sim, alguém pode estar preso dentro e
precisar sair ou os bombeiros podem precisar entrar e toda
essa merda. Ninguém quer morrer queimado, blá, blá, blá. Mas
parecia-me que eles precisavam de mais contra-medidas
contra a perspectiva de algum psicopata se aproximando de
seu local de trabalho e entrando por meio do sistema de
desbloqueio automático. Quer dizer, honestamente, eles
poderiam muito bem ter me enviado um convite e apenas
aberto as portas da frente.

Claro, não era uma garantia total de que as fechaduras


das portas seriam conectadas ao alarme. Mas em todas as
vezes que Niall me levou para invadir um prédio comercial ou
mesmo um bloco de apartamentos na cidade, funcionou. Tinha
que ser um incêndio real, porém, não apenas uma tentativa
meia-boca de disparar o alarme de perfuração. Chamas reais e
fumaça real e uma reação real do sistema de segurança à
ameaça e eu estaria entrando em seu laboratório super secreto
do mal. Porque sim, eu estava chamando de laboratório do mal
e se Saint tivesse um problema com isso, ele poderia chupar
minhas bolas.

Então, exigimos uma carta branca para tacar fogo. E isso


foi ótimo para mim.

“O que está demorando tanto?” Monroe resmungou em


meu ouvido e pensei em apenas puxar o fone de ouvido e jogá-
lo de lado.

Honestamente, esses idiotas agiam como se Saint fosse a


única razão pela qual iríamos ter nossa garota de volta hoje,
mas quem era o filho da puta que estava preparando um carro
para explodir? Eu gostaria de ver o menino Sainty deitado de
costas em um estacionamento, meio preso sob um carro
enquanto cortava os tubos de combustível. Ele diria 'pelo amor
de tudo que é sagrado, acabei de ficar com poeira no traseiro'.
Sim, isso não iria funcionar para este trabalho. Às vezes, sujar
as mãos significava literalmente rastejar na lama, no sangue e
no mijo antes de me levantar vitorioso, e eu estava bem com
isso. Saint poderia mandar em nós de longe com seus planos e
comandos, mas quando chegasse o momento, nossa equipe de
bestas precisava de todos os tipos de confusão e se meu papel
era ser o cara que fazia o trabalho, então ótimo.

“Se você acha que está melhor equipado para lidar com
essa parte do plano, por que não desce aqui e faz isso?” Eu
murmurei de volta, forçando meu caminho por baixo do carro
antes de tirar minha faca de caça do meu cinto e estender a
mão para cortar a linha de combustível.
A lâmina afiada cortou o plástico com um puxão de meus
músculos e o cheiro inebriante de gasolina me assaltou quando
o combustível começou a pingar no concreto.

“Entrando,” a voz de Blake me alcançou enquanto eu me


contorcia para sair de baixo do BMW e rolei para a minha frente
enquanto ficava escondido nas sombras atrás dos carros
estacionados.

Faróis varreram o espaço e permaneci imóvel enquanto o


recém-chegado estacionava do outro lado do estacionamento
subterrâneo.

Fiquei em silêncio, um lobo nas sombras, pronto para


atacar se necessário e esperando que a mulher não sentisse o
cheiro da gasolina no ar ao sair do carro. Ela fez uma pausa,
olhando ao redor para o estacionamento mal iluminado e
franzindo a testa para o brilho da luz vermelha de emergência
antes de prosseguir para as escadas que levavam ao prédio
enquanto ela decidia descartar suas preocupações. Má jogada,
Verônica. Eu não sabia se o nome dela realmente era Verônica,
mas ela parecia uma vadia total com um pau na bunda, então
parecia se encaixar. Eu tinha uma tia chamada Verônica e ela
era uma idiota de proporções massivas.

Não demoraria muito para que ela descobrisse que entrar


naquele prédio era uma péssima ideia, mas eu não estava
inclinado a avisá-la. Eu só precisava terminar minha parte
nisso, em seguida, voltar para os outros a tempo de entrar pela
escada de incêndio para foder este lugar.

Esperei no escuro até que a porta da escada se fechasse e


a mulher subisse para o prédio. Eu só consegui cortar as linhas
em quatro dos carros, mas isso teria que servir. Não podíamos
esperar mais.

“Você está pronto para ir?” Eu verifiquei enquanto puxava


um maço de cigarros do bolso de trás e colocava dois na boca.

“Espere aí, eu quero embaralhar o sinal de emergência


conectado ao alarme de incêndio para atrasar o tempo de
resposta do serviço de bombeiros,” Saint murmurou, sua
atenção claramente no que quer que ele estivesse fazendo com
seu laptop para que isso acontecesse.

Tippy, tap, tap, tap. Eu o ouvi batendo nas teclas


enquanto trabalhava furiosamente para conseguir isso,
lutando contra a vontade de zombar dele por me fazer esperar.
Era seriamente tentador, mas refletindo, fazia mais sentido
deixá-lo se concentrar do que provocá-lo agora. Olhe para mim,
sendo todo adulto e racional. Eu faria uma nota mental para
zombar dele incansavelmente por isso mais tarde.

Recuei alguns passos, empurrando a caixa de cigarros no


bolso antes de levar o isqueiro aos lábios e bater com o polegar
para acendê-lo.

Eu tenho fumado quase constantemente desde que Tatum


foi embora, usando aquele cheiro e gosto familiares para me
torturar com todas as memórias que ele despertou em mim da
minha infância fodida. Eu precisava me machucar assim,
precisava me punir por ter falhado com ela. Para me odiar por
ser um idiota. Mas eu ia consertar. Eu fiz uma promessa à
minha garota de ter e manter, honrar e proteger. Eu estava
falhando em tudo isso agora, mas iria consertar, não
importando as consequências.
Olhei para a aliança de casamento que eu tinha tatuado
em volta do meu dedo anelar esquerdo e quase sorri. Estou
indo, baby.

Eu inalei profundamente quando os dois cigarros se


acenderam, levando uma inebriante tragada de nicotina em
meus pulmões. Era uma porra de um hábito horrível, mas eu
me preocuparia em desistir novamente assim que tivesse meu
bebê de volta em meus braços. Ela era o único vício que eu
precisava de qualquer maneira.

A máscara de gás que Saint tinha insistido que eu usasse


estava pendurada no meu cinto e sem dúvida ele piraria
quando percebesse que eu não a estava usando. Mas, ao
contrário dos outros, já peguei o vírus Hades e sobrevivi. Kyan
Roscoe era muito difícil de matar. E era assim que gostava. Não
me importava se Saint parecesse pensar que eu poderia não
ter imunidade total ou qualquer que fosse a merda que ele
continuava falando. Eu era forte como um touro e não gostava
de usar aquela coisa no rosto.

A máscara de esqui eu poderia usar pelo bem do


anonimato, mas foda-se essa merda de máscara. Eu nunca
gostei de filmes de ficção científica de qualquer maneira.

“Ok,” Saint disse sobre o fone de ouvido, aquela corrente


subjacente de presunção em seu tom que eu amava e odiava
igualmente. “Estou indo encontrar você na escada de incêndio
agora.”

“Atrás está limpo,” Monroe confirmou.

“Alguém quer me dar uma contagem regressiva?”


Perguntei, um sorriso levantando o canto dos meus lábios
enquanto eu recuava ainda mais, tirando um dos cigarros da
minha boca e me preparando para jogá-lo nas poças de
combustível sob os carros que eu tinha sabotado.

Era como dominó de carro. Eu os alinhei, preparei para


explodir e agora eles iriam explodir um após o outro. Os
alarmes de incêndio seriam ativados automaticamente, as
portas se abririam e ei pronto - quatro demônios teriam
permissão para entrar na torre que abrigava nossa rainha.
Então ajude quem tentasse ficar entre nós e ela então.

“Três,” Blake concordou, parecendo animado. “Dois,


Um...”

Joguei o cigarro na poça de gasolina e me virei para correr,


mantendo minha cabeça baixa enquanto esperava que a
explosão destruísse os carros em questão de segundos.

Eu corri para o fundo da rampa de saída e parei quando o


anel mortal de silêncio me disse que eu consegui foder com
tudo. Bom trabalho, idiota.

“O que está acontecendo?” Monroe perguntou pelo


comunicador.

“Você fodeu tudo?” Saint rosnou.

“Foda-se,” joguei para trás, inclinando minha cabeça para


um lado e vendo o cigarro aceso no chão a alguns centímetros
de distância da poça de combustível. “Dê-me um segundo,
minha mira estava errada.”

Comecei a voltar para a fila de carros, minhas botas


pesadas no concreto enquanto levava a mão aos lábios para
pegar o segundo cigarro. Mas antes que eu pudesse segurá-lo,
o que estava no chão começou a rolar e meus olhos se
arregalaram em alarme um segundo antes de conseguir
encontrar a poça de combustível.

Uma lufada de calor passou por mim antes mesmo que eu


ouvisse o estrondo poderoso do carro explodindo e fui jogado
do chão e jogado de volta para a rampa de saída.

Minhas costas colidiram com o concreto e por algum


milagre, consegui não bater com a cabeça enquanto mantive
minhas mãos travadas sobre ela. Mais três explosões abalaram
o prédio enquanto os outros carros que sabotei seguiram o
primeiro em uma morte ardente e rolei, protegendo minha
cabeça o melhor que pude enquanto pedaços de metal
destroçado batiam ao meu redor e agonia se derramava pelo
meu corpo.

“Foda-se,” gemi, o cigarro caindo de meus lábios enquanto


me colocava de joelhos. Isso doeu como um filho da puta, mas
eu estava vivo, o que significava que tinha coisas mais
importantes para fazer do que ficar aqui chorando por causa
de alguns cortes e hematomas.

O alarme de incêndio disparou, tocando alto e me forcei a


ficar de pé.

Minha cabeça girou e minhas costas chamejaram de


agonia, mas eu estava de pé, o que significava que continuaria
me movendo.

Os outros estavam todos falando no comunicador, mas


meus ouvidos estavam zumbindo tanto com a explosão que não
eram nada mais do que uma confusão de barulho para mim.
Eles provavelmente estavam pirando por causa de mim, mas
não era eu que eles precisavam se concentrar.

Eu resmunguei algo que nem tinha certeza de que


palavras formavam quando comecei a me mover tão rápido
quanto meu corpo machucado poderia me levar. Eu precisava
encontrá-los na escada de incêndio e entrar naquele prédio.
Nada mais importava. Nada.

Apenas a minha garota que estava esperando lá em cima


para provar meu valor para ela. E eu faria isso. Mesmo se isso
me matasse.
O alarme de incêndio soou em meus ouvidos depois que
uma explosão abalou todas as fundações do prédio. A excitação
correu por mim e me fez feliz como um arco-íris. Havia apenas
uma explicação para isso. Bem, quatro na verdade. Quatro
demônios cujas almas estavam ligadas à minha tão
profundamente que desafiava toda a lógica. Eu manuseei a
aliança de casamento em meu dedo, sentindo minha conexão
com Kyan nas profundezas dos olhos do crânio brilhante. Era
o anel da esposa de um pagão e os bastardos deste laboratório
deveriam ter pensado em correr para salvar suas vidas no
momento em que o viram. Era o único aviso deles. E agora o
tempo tinha acabado e todos estavam marcados pelas
criaturas da noite rastejando em sua porta dos fundos.

Jonas me protegeu como um cachorro, andando de um


lado para o outro enquanto mandava mensagens para seus
colegas e não obtinha respostas. A luz de seu telefone balançou
no chão enquanto ele andava, sem prestar atenção em mim
enquanto eu olhava seus pêlos faciais assustadores com meu
lábio superior descascando para trás.

“Se você não consegue deixar a barba crescer, não deveria


tentar,” eu disse levemente e ele me lançou um sorriso de
escárnio enquanto continuava seu ritmo.

“Mantenha sua boca de prostituta fechada,” ele latiu.

“Mantenha sua cara de pinto raspada,” eu joguei para trás


e ele me ignorou, balançando a cabeça em irritação.

Saí da cama para o ar fresco, o moletom branco sem graça


que eles me deram para vestir não era nem de perto grosso o
suficiente para este lugar.

“Volte para a cama,” Jonas rosnou, apontando um dedo


para mim em advertência.

“Não,” eu disse uniformemente. “Você sabia que tenho


quatro namorados?” Eu questionei levemente.

Ele deu uma risadinha. “Não me surpreende. Eu poderia


dizer que você era uma vagabunda no momento em que a
trouxeram aqui.”

“Oh Jonas, seu pobre e triste homem morto,” ronronei e


seus olhos piscaram com incerteza por um momento enquanto
eu lentamente me aproximei dele. “Em um dia mais saudável,
eu poderia estripar você mesmo, mas estou ansiosa para vê-los
fazer isso por mim.”
“Volte para a cama ou vou fazer você ir,” ele avisou e eu o
ignorei, continuando.

“Saint é o cérebro, ele é o único que teria encontrado você.


A propósito, foi para ele quem eu liguei do seu telefone.” Eu
sorri enquanto suas sobrancelhas se juntaram.

“Você porra...”

“Ele tem uma tendência muito psicopata também,” falei


sobre ele. “Então há Nash, meu lindo cavaleiro que parece um
anjo, mas ele terá deixado seu coração em casa para este
trabalho. E Blake? Você não quer vê-lo desprezado, Jonas. Eu
o vi matar e ele vai para um lugar escuro, escuro que ainda me
surpreende o tempo todo. E Kyan, oh Senhor, você não quer
conhecer Kyan.”

“Quem é esse?” Ele murmurou, como se não pudesse


deixar de perguntar.

“A vingança de Kyan incorporada,” eu respirei. “Ele faz os


homens muito maiores do que você sangrar apenas por
diversão.”

Jonas engoliu em seco, depois endireitou a coluna e se


fixou em uma máscara para esconder seu medo. “Então, qual
é o cafetão de você para os outros?”

Eu ri friamente, mesmo quando minha cabeça começou a


girar de tontura. “Se eu sou uma prostituta, sou a prostituta
de quatro demônios. E eles realmente não gostam quando as
pessoas tentam me tirar deles. Eu me pergunto o que eles farão
quando eu lhes contar como você tem me tratado bem.”
Um zumbido soou e a porta destrancou atrás dele,
fazendo-o quase pular, mas ninguém entrou. Ele girou a
lanterna na direção dela e eu olhei para o corredor, onde as
luzes estavam ficando verdes em todos os teclados ao lado do
outros quartos.

Meus Guardiões da Noite estavam perto, eu sabia. Podia


sentir minha conexão com eles vibrando em meu peito como as
asas de um dragão. Eles estavam vindo atrás de mim. Eles
encontraram o ninho das víboras e sem dúvida estavam
cortando as cabeças de todas as cobras que encontraram para
chegar até mim.

Meus membros formigaram de ansiedade e minha


respiração difícil enquanto me movia em direção à porta
destrancada.

Jonas parou na frente dela, barrando meu caminho para


frente e direcionando a lanterna de seu telefone para mim.

“Sua melhor aposta é me deixar ir,” raciocinei. “Se você


quer viver, deixe-me sair por aquela porta.”

“Ha,” ele cuspiu. “Volte para sua cama, vadia. E fique de


boca fechada.”

Aproximei-me dele, ignorando suas palavras. “Eles vão


estripar você,” eu avisei. “Vou ver o branco dos seus olhos
enquanto eles rolam para dentro da sua cabeça.”

“Para trás,” ele rosnou.

“Estou te dando uma chance,” eu disse, levantando meu


queixo enquanto minhas pernas tremiam embaixo de mim.
Minha boca estava seca e meus pulmões, machucados por
tantos dias de tosse. Mas encontraria forças para correr hoje.
Eu estaria saindo com meus homens.

“Cale a boca,” ele retrucou, avançando e me empurrando


para trás.

Minhas pernas cederam e bati no chão com um oomph,


xingando enquanto lutava para me levantar. Porra, eu odiava
me sentir assim. Essa fraqueza que agarrou meus músculos
era insuportável. Mas eu levantaria. Eu tinha que me levantar.

Lutei para voltar a ficar de pé e Jonas me empurrou


novamente, um estrondo de diversão em seu peito.

“Você está morto,” eu ri. Dane-se esse idiota. Eu dei uma


chance a ele. O que era mais do que ele merecia. “Eles vão fazer
você gritar e sangrar e...”

“Cale-se!” Ele deu um chute na minha costela e eu me


curvei com um gemido de dor.

Passos pesados bateram na sala e eu olhei para cima com


meu coração pulando esperançoso. Jonas se virou de medo,
mas não eram meus meninos. Eram quatro guardas armados
e o médico-chefe com seu longo jaleco branco.

“Temos que evacuar o ativo,” o médico falou, seu olhar


deslizando para mim no chão antes que ele claramente
decidisse não comentar sobre isso. “Agora.”

Dois dos guardas avançaram, me levantando do chão e me


empurrando para a cama de hospital. Eu me debati com toda
a força que tinha quando o medo tomou conta de mim. Mordi
e chutei, mas em meu estado de fraqueza, meus golpes
pareciam tão fortes quanto penas e a exaustão se apoderou de
mim como uma besta na noite. Eles me forçaram a ficar
embaixo deles, me prendendo no lugar antes que um deles
puxasse tiras fortes sobre o meu corpo, prendendo-me na
cama.

Meu coração afundou nas profundezas do meu estômago


quando o pânico me atingiu. Eles não podiam me tirar dos
meus meninos. De novo não.

Jonas começou a me empurrar para fora da sala e os


guardas se aglomeraram ao meu redor com máscaras no lugar
e armas nas mãos.

Fiz a única coisa que podia fazer e comecei a gritar,


gritando os nomes dos meus meninos na esperança de que eles
pudessem me ouvir e encontrar o caminho até aqui. Eu não
poderia deixar esses idiotas me levarem. Eu não poderia chegar
muito perto da salvação apenas para ser roubada na noite mais
uma vez. Meus homens estavam tão perto que eu podia sentir
o gosto deles no ar. Recusei-me a ser arrancada deles
novamente sem sequer ver seus belos rostos.

“Leve-a para o telhado,” gritou o médico, nos guiando pelo


corredor. “O gerador de emergência neste nível terá mantido
este elevador operacional. Um helicóptero está a caminho.”

O medo infiltrou-se em cada centímetro da minha carne e


eu resisti contra minhas restrições, gritando mais alto, embora
doesse por dentro, queimando meus pulmões como fogo.

“Nash!” Eu gritei. “Blake, Kyan, Saint!”

Fui levada para dentro do elevador e plantado atrás dele


enquanto todos os guardas se posicionavam na minha frente.
Jonas puxou sua máscara facial para baixo para sorrir
para mim. “O que foi aquilo sobre eu sangrar?” Ele zombou em
voz baixa.

Esse cara de merda.

Eu desvencilhei a mão das amarras, estendendo a mão e


pegando uma faca tática de um dos cintos do guarda com uma
onda de adrenalina. Eu o girei e apunhalei Jonas, errando seu
estômago enquanto ele cambaleava, mas atingiu
profundamente seu antebraço, derramando sangue por toda
parte. Ele gritou como um bebê recém-nascido, segurando o
ferimento enquanto um dos guardas agarrou a lâmina da
minha mão e me amarrou com mais força na cama, de modo
que eu mal conseguia mover meus braços.

“Acalme-se, coloque pressão sobre isso,” um guarda latiu


para Jonas quando ele se encostou na parede choramingando
e o elevador disparou.

“Se eles não matarem você, eu o farei,” prometi a Jonas e


ele teve o bom senso de finalmente parecer com medo de mim.

Porque me recusei a acreditar que eles não chegariam aqui


a tempo. Eu tinha fé neles. Eles tinham meu cheiro e não
parariam de me rastrear até que estivéssemos reunidos.

Eu era uma governante das feras mais implacáveis que já


existiram. E eles estavam me caçando com vingança em seus
corações e sede de sangue em suas almas. Então Deus ajude
quem tentou me manter longe deles.
Eu demorei um pouco mais do que deveria para sair do
estacionamento e dar a volta na saída de emergência onde os
outros estavam esperando na porta. Saint tinha me irritado no
momento em que cheguei sobre minha máscara de gás não
usada pendurada no meu cinto, seu rosto se contorcendo de
fúria com a ideia de alguém o desafiar. Felizmente para mim,
eu ainda estava surdo por causa da explosão naquele ponto,
então não tinha captado muito de seu discurso além do olhar
de raiva em seus olhos.

Eu não tinha perdido muito tempo parado ali para ele


entrar em um, no entanto, e estávamos todos de acordo que
não havia tempo para essa merda, então entramos no prédio
pela saída de emergência destrancada. A porta se abriu para
um corredor escuro e os sons de pessoas correndo em nossa
direção em uma tentativa de escapar alcançaram nossos
ouvidos. Monroe correu pelo espaço para outra porta e
empurrou-a aberta enquanto corríamos para seguir, meu
coração batendo forte enquanto a adrenalina subia em minhas
veias.

No momento em que saímos para a recepção, tiros foram


disparados em nossa direção e foi apenas por sorte ou acaso
que todos nós conseguimos mergulhar na segurança relativa
atrás da recepção antes que qualquer um de nós fosse morto.

Blake soltou uma risada trêmula quando nossos olhares


se encontraram, mas eu já estava em modo de ataque,
precisando remover esses idiotas enquanto eles bloqueavam
meu caminho para a minha garota. Isso era tudo o que eles
eram, um obstáculo em meu caminho que eu teria o prazer de
derrubar.

Tirei uma pistola do coldre em meu quadril e comecei a


atirar sem nem piscar. Era aqui que a besta em mim
prosperou, bem no fundo da luta. Onde a vida e a morte
estavam em jogo e o único pagamento claro para sair era
sangue.

Saint me ignorou totalmente, estendendo a mão e


puxando o monitor da mesa enquanto ligava o computador e
começava a digitar. Eu nunca prestei muita atenção aos seus
hábitos nerds quando ele começou a trabalhar se preparando
para dominar o mundo em seu laptop todas as noites, mas
estava ficando mais do que claro que ele poderia hackear seu
caminho até qualquer coisa quando ele colocava sua mente
nisso.

“Mantenha-os ocupados enquanto eu descubro onde a


estão segurando,” ele ordenou quando Monroe se inclinou ao
redor da mesa para dar um tiro e quase teve sua cabeça
estourada, um pedaço da mesa quebrando ao lado dele.
“Puta merda,” ele respirou, meio rindo enquanto um olhar
selvagem encheu seus olhos com a sensação de chegar tão
perto da morte. Este sentimento aqui era viciante, mas eu bati
a mão em seu ombro por um momento para que ele soubesse
que eu estava feliz por ele não ter morrido.

Eu respirei fundo e pulei, dando quatro tiros seguidos,


acertando dois idiotas bem no meio dos olhos, um no peito e
errando o quarto. Perdi um segundo adicional para contar
nossos oponentes e fui recompensado com um flash de dor
ardente marcando meu bíceps meio segundo antes de cair fora
de vista novamente. Mas pelo menos agora eu sabia que
restavam apenas três deles. Pelo menos até que seu reforço
chegasse - de jeito nenhum eu acreditava que havia apenas um
punhado de guardas trabalhando em um lugar como este. Não
enquanto nossa garota estava aqui. Eu posso odiar isso, mas
Tatum Rivers era atualmente a mercadoria mais valiosa do
mundo. As pessoas venderiam suas almas para conseguir uma
vacina para o vírus Hades e ela era a única chave para isso.
Eles estariam protegendo-a pesadamente e fariam qualquer
coisa para garantir que a segurassem.

Mas estava tudo bem. Significava apenas que eu tinha que


estar disposto a sacrificar ainda mais do que eles para tê-la de
volta, o que eu estava de todo o coração.

Amaldiçoei e Blake se virou para olhar para mim, seus


olhos verdes se arregalando enquanto ele pegava o sangue em
meu braço, mas eu apenas balancei minha cabeça,
descartando-o.

“Não é nada,” eu rosnei. “Foi apenas um arranhão.” Mas


estava disposto a apostar que acabou de estragar um pouco da
minha tinta. Idiotas.
Blake sacudiu a cabeça, aceitando minhas palavras
enquanto puxava uma granada de fumaça do bolso, tirava o
pino e jogava-o sobre a mesa. Niall realmente veio por nós com
toda essa merda e fiz uma nota mental para enviar a ele uma
cesta de presente quando todos nós saíssemos daqui vivos.

Gritos de alarme encontraram o som dele batendo no chão


e eu o ouvi tilintar nos ladrilhos e sibilar enquanto rolava para
longe, uma enorme nuvem de fumaça rosa girando para engolir
o outro lado da sala.

“Cor de rosa?” Saint rosnou, soando como se tivesse


acabado de ver alguém dar um tapa na sua avó ou algo assim.

“O que posso dizer, meu tio é um idiota chamativo.” Dei


de ombros, não me importando se Niall tinha me dado fumaça
rosa, fumaça de glitter ou mesmo uma fumaça que fedia a
merda, contanto que funcionasse.

Sem dúvida ele estava rindo pra caramba em algum lugar


sobre isso enquanto conversávamos e eu só esperava viver o
suficiente para contar a ele a história.

Ele se ofereceu para nos ajudar nessa missão de resgate,


mas, no final, concordamos que era melhor ele se ocupar em
manter meu avô fora do assunto até que tudo terminasse. A
última coisa que eu precisava era Liam O'Brien pesando e
fodendo tudo para nós. Ele teria concordado em ajudar a trazer
Tatum de volta, eu tinha quase certeza disso. Seu apego à ideia
de família ser a coisa mais importante do mundo o teria levado
a fazer muito. Mas os O'Briens eram tão sutis quanto uma
filmagem de filme pornô em uma festa infantil. E isso não teria
funcionado contra Troy Memphis. Ele era um bastardo
sorrateiro e nós precisávamos jogar com ele em seu próprio
jogo se quiséssemos saltar sobre ele e resgatar nossa garota.

Além disso, era justo que essa luta permanecesse nossa.


Os Guardiões da Noite não precisavam da ajuda de mais
ninguém. Fizemos um juramento de proteger Tatum e
manteríamos nossa maldita palavra sobre isso.

Eu dei à fumaça alguns segundos para engrossar,


pegando a máscara de gás de onde ela estava pendurada no
meu cinto e puxando-a pela primeira vez enquanto admitia,
neste caso, que eu realmente precisava daquela maldita coisa.

No momento em que estava seguro, saltei sobre a mesa da


recepção e dei um tiro certeiro em uma figura que eu podia ver
movendo-se dentro da fumaça rosa. O som satisfatório de um
corpo batendo no chão se seguiu, deixando-me saber que
estávamos reduzidos a dois guardas agora.

A única luz aqui vinha do poste além da fachada de vidro


do prédio, mas era o bastante para mim. Eu sabia como me
mover no escuro.

Escorreguei até a parede, apurando os ouvidos para ouvir


o zumbido persistente neles da explosão e o som de uma briga
me fez girar e atirar em outro guarda bem no rosto.

A fumaça rosa girou ao meu redor enquanto eu


mergulhava nela, meu aperto em minha arma com força
enquanto caçava minha presa. Eu só tinha mais duas balas
antes de precisar recarregar, mas isso seria o suficiente.

Meu coração bateu em um ritmo sólido, minha respiração


vindo lenta e profunda enquanto caía naquela peça básica e
primitiva do meu ser. Eu não era nada mais do que uma besta
caçando inimigos no escuro. Apenas uma criatura destinada a
proteger seu companheiro além de todos os outros desejos.

Eu contornei o elevador, suas portas firmemente fechadas


enquanto o alarme de incêndio continuava soando.

“Eu preciso de reforços no andar térreo,” uma voz veio de


algum lugar mais profundo na fumaça. “Assaltantes armados.
Protejam o ativo.”

Um grunhido saiu de meus lábios e corri para frente, sem


me importar se estava me denunciando quando a resposta
estalada de outra voz veio pelo rádio, confirmando que havia
mais guardas vindo em nossa direção.

Eu dei um tiro baseado no som de onde eu tinha ouvido


aquela voz, mas minha audição ainda estava fora da explosão
e um momento depois o guarda voltou a atirar.

Uma bala me atingiu bem no peito, a dor ricocheteando


pelo meu corpo enquanto eu cambaleava, mas consegui ficar
de pé. Minha segunda bala acertou o alvo, mas mantive minha
mira baixa e o guarda gritou de dor ao ser atingido.

Forcei uma respiração para baixo em meus pulmões


através da agonia ardente de onde a bala atingiu e tropecei
alguns passos para frente enquanto meu corpo gritava para eu
não me mover. Mas foda-se. Tatum precisava de mim.

Eu encontrei o guarda dentro da fumaça, chutando sua


arma caída para longe dele enquanto ele tentava agarrá-la com
uma das mãos enquanto pressionava uma ferida gravemente
sangrenta em seu estômago com a outra.
Meu segundo chute o atingiu no queixo e eu estava em
cima dele no momento em que suas costas atingiram o chão.

“Limpo,” gritei para os outros, ignorando a dor em meu


próprio corpo em favor de infligir um pouco no pedaço de
merda abaixo de mim.

Coloquei minha arma no coldre e puxei a faca de caça em


minhas mãos.

“Você a encontrou?” Eu exigi, olhando para trás em


direção a Saint para minha resposta.

Enrolei a garganta do guarda com uma das mãos


enquanto meu peso pressionava a ferida sangrando em seu
estômago e ele tentava gritar.

“A coisa toda está codificada,” Saint rosnou, o som de


digitação furiosa ainda vindo de além da mesa.

Meu olhar se fixou no homem prestes a morrer embaixo


de mim enquanto eu apertava com força suficiente para cortar
seu suprimento de ar. “Estamos aqui pela garota,” eu disse em
um rosnado áspero que deixou claro que eu não estava
brincando. “Diga-me onde a estão mantendo.”

Dei uma boa olhada no medo em seus olhos antes de


soltar meu aperto o suficiente para ele falar.

“Eu não sei o que você e...”

Eu bati minha faca de caça em seu bíceps e mostrei meus


dentes para ele enquanto eu cortava seu ar mais uma vez.
“Onde está a garota?” Eu não precisei elaborar. Ele sabia
qual porra de garota.

Desta vez, quando o deixei falar, ele parecia prestes a se


mijar. “Ú-último andar,” ele engasgou. “Unidade de isolamento.
Mas você nunca...”

Eu bati minha lâmina em seu peito assim que Blake e


Monroe chegaram até nós, apunhalando-o repetidamente,
propositalmente evitando qualquer coisa muito fatal para os
primeiros golpes enquanto eu deixava minha besta se
alimentar de sua dor antes de finalmente colocá-la em seu
covarde coração para acabar com isso.

Eu estava coberto de sangue no momento em que recuei,


e a mão de Blake pousou no meu ombro enquanto ele me
puxava para longe.

“Você foi atingido?” Ele exigiu, seus olhos se arregalando


por trás de sua máscara enquanto olhava para o buraco
redondo na minha camisa bem no centro do meu peito.

“Sim,” eu grunhi. “Machucou como uma cadela também.”

Abaixei-me para rasgar a frente da minha camisa, usando


a ponta da minha faca ensanguentada para estourar a bala do
Kevlar que eu estava usando e respirando fundo. Se eu vivesse
para ver o amanhã, isso deixaria um inferno de uma contusão.

“Como você chamou aquele colete quando Saint insistiu


que você o usasse?” Monroe perguntou, me dando um olhar
que dizia 'você estaria morto, idiota' enquanto íamos em
direção à escada.
“A ficha de um covarde para escapar da morte,” respondi,
encolhendo os ombros ao me recusar a voltar atrás nessa
opinião. “Mas se eu tiver que enganar a morte para chegar até
minha garota, tudo bem.”

“Você é louco,” Blake murmurou.

“Estaremos discutindo sua falta de cuidado com sua


própria mortalidade em mais detalhes uma vez que tenhamos
nossa garota de volta,” Saint retrucou enquanto abandonava a
merda de hacking de computador para se juntar a nós,
sacando sua própria arma. “Mas, a partir de agora, precisamos
nos concentrar em chegar ao último andar.”

Empurrei a porta da escada, mas recuei quando as balas


choveram de cima, praguejando enquanto nós quatro éramos
forçados a voltar para a recepção novamente. Quem sabia
quantos idiotas estavam vindo em nossa direção? Amaldiçoei
com a ideia de um tiroteio. Não que eu não gostasse de estourar
os miolos das pessoas, mas não precisávamos perder tempo
com esses filhos da puta.

O rádio do guarda morto de repente ganhou vida e eu olhei


em sua direção enquanto palavras vinham e colocavam medo
em minhas entranhas.

“Helicóptero chegando, prepare-se para a evacuação.”

“Porra!” Eu rugi, empurrando a enorme mesa do outro


lado da sala para bloquear as escadas e olhando ao redor.

“Temos que subir antes que a ponham naquele


helicóptero,” Saint rosnou. “Meu pai não será tão desleixado de
novo. Não teremos outra chance.”
Todos nós olhamos para a escada, onde o som dos
guardas se aproximando estava ficando alto o suficiente para
nos avisar que estávamos quase sem tempo. Poderíamos lutar
para passar por eles, mas será que poderíamos fazer isso antes
que o helicóptero chegasse?

“Deve haver uma escada de manutenção no poço do


elevador,” disse Monroe, virando-se e correndo pela sala para
forçar a abertura das portas.

“Eu vou segurá-los,” eu disse com firmeza enquanto ele e


Blake conseguiam abrir as portas. “Não podemos permitir que
eles atirem em nós nessa escada.”

Todos os meus irmãos olharam para mim com


preocupação em seus olhos e uma comunicação silenciosa se
espalhou entre nós. Estávamos todos igualmente desesperados
para chegar até nossa garota, mas esse plano só poderia
funcionar se fôssemos espertos e jogássemos o melhor
possível. Contanto que um de nós chegasse até ela, isso era
tudo o que importava.

“Eu também vou ficar,” Blake concordou.

“Tomem cuidado.” Monroe deu um tapinha em nós dois


nos ombros antes de entrar no elevador e subir para forçar a
abertura da escotilha de manutenção.

“Não se matem,” Saint rosnou em um comando que não


negociou.

“Sim, sim, nós também te amamos, seu psicopata de


merda,” provoquei.
Peguei um rifle de assalto do corpo de um dos guardas que
eu já tinha destruído e a porta da escada começou a chacoalhar
enquanto os guardas além dela começaram a tentar derrubá-
la.

Na próxima respiração, Saint se foi, subindo no poço


escuro do elevador atrás de Monroe, e Blake e eu erguemos
nossas armas. Ele jogou mais algumas granadas de fumaça
rosa para preencher o resto da sala enquanto nos
preparávamos para lutar por nossas vidas.

“Por ela,” ele disse com uma voz feroz e eu sorri o único
sorriso verdadeiro que cruzou meus lábios desde que ela foi
tomada. Porque isso pode ser uma forma de insanidade e eu
poderia estar olhando minha morte nos olhos agora, mas desde
que fosse para ajudar aquela garota, sabia que morreria com
esse sorriso no rosto. Embora estivesse seriamente esperando
que não chegasse a esse ponto e eu a tivesse em meus braços
antes que a noite acabasse. De qualquer forma, estava com
tudo nisso e sabia que os outros também estavam.

“Para ela.”
Eu estava trabalhando na minha perna direita, que
parecia ser o mais frouxo de todos os meus membros, tentando
puxá-la para fora das amarras, embora isso não fosse me fazer
muito bem. Mas eu não iria simplesmente me deitar e aceitar
esse destino. Os Guardiões da Noite estavam tão perto. Eles
tinham que fazer isso para mim. Talvez eu pudesse dar-lhes
um pouco mais de tempo, senão mais.

“Onde diabos é isso?” Jonas latiu e estiquei o pescoço para


ver se o heliporto estava vazio.

A esperança acendeu em mim como fogos de artifício e


gritei mais uma vez, o som ecoando por toda parte. Eles tinham
que me ouvir. Eles não podiam estar muito atrás agora. Minha
pele arrepiou como se eu pudesse realmente senti-los se
aproximando e eu tinha certeza que se pudesse nos dar ainda
mais alguns segundos, seria tudo o que levaria para eles me
alcançarem.

“Será que alguém a calaria?” O médico retrucou, mas os


guardas pareciam relutantes em me tocar, apesar das
máscaras cobrindo seus rostos.

Um deles ergueu a arma, mirando na minha testa.

“Quieta,” ele rosnou, mas por mais assustador que aquele


cano escuro fosse, eu sabia que minha morte não me esperava
nele.

Eles não iriam me matar quando estavam tomando tantas


medidas para me tirar o inferno daqui. Então eu gritei mais
alto e chorei os nomes dos meus Guardiões da Noite ao vento,
rezando para que minha voz chegasse a seus ouvidos.

“Pelo amor de Deus.” Um punho estalou contra meu rosto


e meu lábio estourou quando Jonas ficou sobre mim,
bloqueando a luz da lua, seus ombros subindo e descendo
enquanto ele me encarava. Minha cabeça tocou e sangue
molhou minha boca enquanto eu olhava para este idiota,
silenciosamente prometendo a ele uma morte agonizante.
“Quieta.”

O som de um helicóptero se aproximando de algum lugar


no céu nos alcançou e Jonas agarrou minha garganta para me
impedir de gritar novamente, apertando com força o suficiente
para fazer meus ouvidos estourarem.

O mundo ficou barulhento enquanto o helicóptero


circulava acima e descia para pousar no heliporto, o vento
chicoteando descontroladamente ao nosso redor e soprando
meu cabelo em meu rosto de forma que era difícil para mim ver
o que as pessoas ao meu redor estavam fazendo.

Continuei sacudindo minha perna para frente e para trás


para tentar libertá-la, meu coração batendo forte no peito
enquanto o tempo parecia passar muito rápido. Eles não
estavam aqui. Por que eles não estavam aqui? Algo aconteceu
com eles? Eles estavam com problemas agora, precisando de
mim tanto quanto eu precisava deles? Eu nunca me senti tão
impotente quanto agora, amarrada a esta maldita cama e
imobilizada pela fraqueza do meu corpo tanto quanto os
homens ao meu redor. Eu era uma maldita lutadora e
precisava lutar. Recusei-me a desistir, não importa o quão
desesperador pudesse parecer.

Jonas soltou minha garganta enquanto me empurrava em


direção ao helicóptero, um dos guardas abrindo a porta
enquanto eu era rolada para baixo das hélices.

Eu gritei mais uma vez, mas o som do helicóptero roubou


minha voz e o pânico rasgou meu núcleo. Eu estou correndo
contra o tempo.

Os guardas derrubaram as pernas da maca do hospital,


de modo que ela se achatou embaixo de mim, então eles me
colocaram na parte de trás do helicóptero enquanto meu
coração disparava de pânico e eu me debatia inutilmente
contra minhas amarras. Todos eles correram atrás de mim e o
medo se espalhou pelo meu peito como um barril de veneno
tombando.

“Saint!” Eu gritei. “Nash! Kyan... Blake!” O desespero


cresceu em minha alma, em cada fibra de minha carne.
“O que estamos esperando, vá!” Jonas estalou, girando ao
redor para fitar o piloto.

“Há uma equipe que vem com as vacinas,” explicou o


médico bruscamente. “Não podemos partir sem eles.”

Virei a cabeça para tentar ver o telhado e a porta se abriu


uma batida depois, fazendo meu coração disparar com minha
esperança final.

Mas não eram meus homens. Três enfermeiros correram


em nossa direção em trajes anti-risco carregando uma grande
caixa de metal entre eles.

Eles começaram a subir no helicóptero, prendendo a caixa


de vacinas ao meu lado e fui tomada pelo pânico. Os Guardiões
da Noite não chegaram a tempo. Era tarde demais. Meus
inimigos estavam me levando. E soube no momento em que o
helicóptero decolou deste prédio, eu nunca veria meus
meninos novamente. Troy Memphis me colocaria em algum
lugar onde eu nunca seria encontrada em um milhão de anos.
Mesmo depois que seu trabalho acabasse, sabia que ele nunca
me deixaria ir. Se o vírus Hades não me matasse, minha
utilidade acabaria eventualmente e ele teria que amarrar todas
as pontas soltas. Minha verdade nunca poderia ser revelada,
então ele garantiria que morresse comigo.
Eu subi correndo as últimas escadas com Saint bem atrás
de mim enquanto nos dirigíamos para a saída do telhado, o
som do helicóptero fazendo meu coração apertar no peito
quando abri a porta com um estrondo pesado.

O vento soprou em torno de nós quando o helicóptero


começou a decolar e eu avistei Tatum a bordo, amarrada a uma
maca de hospital, seus lábios se movendo como se ela estivesse
gritando alguma coisa, embora o rugido do motor roubou suas
palavras de mim.

“Tatum!” Eu gritei em resposta, atendendo ao seu


chamado e prometendo a ela que não iria deixá-los levá-la com
essa única palavra.

Eu corri para frente, correndo tão rápido quanto meus


anos de treinamento permitiram, meus músculos queimando e
bombeando enquanto eu rugia o nome dela.
Os guardas a bordo do helicóptero começaram a atirar em
nós e eu não tinha certeza se foi por algum milagre ou
intervenção divina que não senti o metal rasgando minha
carne.

Um flash de movimento passou pelo canto do meu olho e


uma nuvem de fumaça rosa espiralou no ar da granada de
fumaça que Saint tinha acabado de jogar neles.

Sua pontaria foi certeira e a granada caiu no meio dos


guardas da aeronave, rolando sob seus assentos enquanto
todos gritavam em alarme.

Eles pararam de atirar em nós enquanto lutavam para


colocar as mãos na granada que rapidamente encheu todo o
helicóptero com fumaça rosa, e parou de subir porque o piloto
ficou momentaneamente cego.

Troquei um olhar com Saint e pela primeira vez não houve


um pingo de animosidade entre nós. Eu só podia ver o desejo
ardente e desesperado dele de devolver nossa garota à
segurança e concordamos com esse sentimento de maneira tão
sincera que estávamos unidos naquele momento. Nenhuma
palavra precisava ser trocada entre nós, sem besteira, sem
comunicação de qualquer tipo. Porque nós dois sabíamos que
se aquele helicóptero saísse daqui com nossa garota a bordo,
seríamos para sempre lançados na condenação por ele.

Esta era nossa única chance e não iríamos estragar tudo.

Não diminuímos a velocidade enquanto corríamos em


direção ao helicóptero, que agora pairava cerca de 2,5 metros
acima do telhado e começava a subir novamente.
A granada de fumaça foi lançada sobre minha cabeça e
pude ver nossa oportunidade deslizando por nossos dedos
enquanto nós dois saltávamos para baixo da barriga da besta
mecânica ao mesmo tempo.

Minhas mãos agarraram a base de pouso e eu grunhi com


o esforço de me levantar mais alto enquanto o helicóptero
balançava para um lado graças ao nosso peso pendurado nele.

Amaldiçoei quando a coisa disparou em direção ao céu, o


telhado desaparecendo abaixo de nós enquanto acelerávamos
mais alto. Saint e eu penduramos na base com nada mais do
que a força de nossos braços e o poder de nosso vínculo com a
garota que eles mantinham em cativeiro para nos manter lá.

Consegui balançar minha perna para cima e por cima da


base, pendurado como uma preguiça em uma árvore enquanto
tentava descobrir como diabos eu faria meu caminho para
dentro da aeronave sem ter meu cérebro estourado.

Saint fez isso em uma posição semelhante à minha e


chamou minha atenção quando puxou outra granada de
fumaça do clipe em seu cinto e eu balancei a cabeça uma vez,
vendo seu plano tão claro como o dia.

Ele puxou o pino e estendeu a mão, jogando a lata


fumegante no helicóptero pela porta aberta antes que eles
tivessem a chance de fechá-la, fazendo os guardas gritarem de
medo.

Não dei tempo para eles se recuperarem do choque,


agarrando a borda da porta aberta acima de mim e me
lançando no helicóptero, certificando-me de não olhar para a
queda abaixo de nós por um único segundo.
Uma arma foi apontada para minha cabeça no momento
em que me levantei e o grito alarmado de Tatum soou através
da névoa de fumaça rosa assim que eu consegui derrubar a
pistola antes que o guarda pudesse atirar. O estrondo fez meus
ouvidos zumbirem quando sua bala saiu pela porta aberta para
o nada além e meu coração saltou enquanto eu lutava com ele
antes que ele pudesse atirar novamente.

Eu passei meus braços em sua volta e girei em torno dele


usando a força bruta, lançando-o para fora da porta aberta
atrás de mim antes que ele tivesse a chance de tentar lutar
comigo. Ele caiu com um grito que foi abafado pelo rugido das
hélices acima e eu me esqueci dele antes mesmo de atingir o
chão.

Eu mergulhei nos outros três guardas que eram pouco


mais do que sombras na fumaça rosa quando o helicóptero
tombou para o lado e Tatum gritou meu nome, como se mesmo
nas profundezas turvas da fumaça ela pudesse me reconhecer.

“Nós pegamos você, princesa.” Eu prometi a ela assim que


um punho pesado encontrou minha mandíbula e fui jogado
para o lado com a força disso.

Estava muito esfumaçado para ter certeza de quem era


quem dentro dos limites da barriga do helicóptero, mas como
eu estava feliz em matar todos e cada um deles, isso não foi um
grande problema para mim.

Eu arranquei uma faca do meu cinto, enfiando-a no peito


de um dos guardas enquanto ele cambaleava para mim, então
se lançou para outra antes mesmo dele cair para trás em sua
cadeira. Mas assim que me virei em sua direção, o helicóptero
caiu dramaticamente e eu perdi o equilíbrio, caindo para trás
em direção à porta aberta com o coração aos pulos enquanto
deixava cair minha faca e tentava agarrar qualquer coisa para
impedir minha queda.

Meu estômago despencou quando eu caí para fora da


porta, mas antes que eu pudesse cair para a minha morte, uma
mão agarrou a minha com firmeza e meu olhar se ergueu das
hélices agitadas para encontrar os olhos frios e escuros de
Saint Memphis.

A granada de fumaça caiu sobre meus pés e girou para


longe na escuridão da cidade abaixo enquanto o helicóptero
balançava para o outro lado novamente.

“Cuidado, irmão,” Saint rosnou como se eu quase


morrendo tivesse sido um grande inconveniente para ele
enquanto me puxava de volta para a barriga da aeronave.

Eu o empurrei para o lado quando um dos guardas se


lançou sobre ele, acertando o punho na mandíbula antes de
ser derrubado e cair com força de costas com o idiota em cima
de mim.

Eu lutei como um demônio, usando cada gota de poder


em meus membros enquanto socava e lutava tão forte quanto
eu podia, sentindo meu osso quebrar enquanto meu oponente
tentava me prender embaixo dele.

Três tiros dispararam em rápida sucessão e o grito de


Tatum fez meu sangue gelar enquanto eu não conseguia ver
nada além da besta de um homem em cima de mim.

Com um grunhido de determinação, consegui colocar


meus joelhos entre nós e chutei o mais forte que pude. O
guarda gritou quando foi lançado pela porta aberta e eu limpei
o sangue do meu rosto com as costas da mão quando me
ajoelhei.

“Calma agora,” avisou o idiota que estávamos perseguindo


antes para encontrar o laboratório, olhando para nós de sua
posição ao lado de Tatum, onde ele tinha uma faca pressionada
em sua garganta.

Os grandes olhos azuis de Tatum estavam selvagens e


furiosos, nem uma gota de medo neles, apenas aquela
determinação ardente de viver que eu tanto amava.

“Eu posso colocar uma bala entre seus olhos antes que
você derrame uma gota de seu sangue,” Saint ameaçou, sua
pistola apontada diretamente para Jonas enquanto ele ficava
de frente para ele.

Mas o fato dele não ter feito isso me disse que ele não tinha
certeza disso.

Eu me levantei lentamente e a língua de Jonas disparou


para umedecer o canto de seus lábios enquanto ele olhava
entre nós dois.

“O que está acontecendo aí?” O piloto chamou com medo


e Jonas quase olhou em sua direção antes de perceber que era
uma péssima ideia.

O último guarda e o médico estavam caídos mortos no


chão em poças crescentes de sangue dos tiros de Saint e as
duas enfermeiras estavam chorando e se encolhendo no canto
mais distante, claramente esperando evitar nossa atenção.
“Está tudo sob controle,” Jonas gritou para o piloto
enquanto o helicóptero continuava sua rota para sabe lá que
porra onde.

“Está?” Eu perguntei, inclinando minha cabeça para um


lado e ele apertou seu punho no cabelo de Tatum, fazendo-a
xingar enquanto ela lutava contra seu aperto, uma gota de
sangue derramando ao longo da lâmina que ele segurava. Ele
morreria por isso. E eu me certificaria de que realmente doesse.

“Jogue suas armas fora,” Jonas estalou, levantando o


queixo como se pensasse que era o homem.

Meu lábio puxou para trás quando eu fiz exatamente isso,


as duas pistolas em meu cinto navegando para a cidade abaixo.
Saint jogou sua arma um segundo depois e Jonas acenou com
a cabeça ansiosamente.

“Facas também,” Jonas acrescentou e nossas lâminas


foram rapidamente atiradas para fora do helicóptero, nenhum
de nós estava disposto a arriscar Tatum por causa de uma
maldita arma. “Agora, segure seus pulsos.”

Eu me arrepiei ao fazer o que ele disse e ele


cautelosamente estendeu a mão para o guarda morto mais
próximo a ele, que estava afundado em sua cadeira, puxando
um par de fitas grossas de zíper do bolso do cadáver e jogando-
as em nós. Ele nunca tirou a faca da garganta de Tatum,
mantendo-a no lugar com a outra mão.

“Amarrem seus pulsos,” Jonas retrucou, ficando


arrogante agora e eu estava realmente ansioso para limpar
aquele olhar presunçoso de seu rosto bajulador.
Nós dois fizemos como mandado e eu usei meus dentes
para puxar o zíper apertado em volta dos meus pulsos, embora
não tão apertado que eu não fosse capaz de escapar do controle
que eles tinham sobre mim. Jonas pareceu perceber isso e
hesitante se moveu ao redor da cama, tirando a faca da
garganta de Tatum e apontando-a para mim enquanto estendia
a mão para puxar o zíper com mais força.

Ele deu um passo à frente para fazer o mesmo com Saint,


mas assim que ele fez, Tatum conseguiu puxar sua perna livre
de suas restrições e mirou um chute forte em suas costas.

Jonas praguejou, tropeçando para frente e Saint jogou sua


testa na ponte de seu nariz, fazendo-o gritar de agonia quando
se quebrou e sangue derramou.

Eu avancei contra ele como um touro furioso, cabeça


baixa e ombro acertando-o bem no estômago, derrubando-o
embaixo de mim, onde caí sobre ele, batendo minhas mãos
amarradas em seu rosto com toda a força que pude.

A aguda ferroada de sua lâmina cortando meu lado doeu


em mim, mas eu apenas gritei minha raiva enquanto batia nele
novamente e novamente.

A bota pesada de Saint bateu na mão de Jonas,


imobilizando a lâmina e moendo seus dedos sob seu calcanhar
enquanto o sangue derramava do rosto de Jonas debaixo de
mim enquanto ele gritava.

Eu não parei de bater, bater nele novamente e novamente


enquanto Tatum gritava encorajamento, me dando toda a
motivação que eu precisava para entender que aquele filho da
puta tinha feito algo terrível com ela.
Jonas caiu ainda debaixo de mim e Saint me arrastou de
volta, a faca agora em sua mão enquanto ele rapidamente
cortava o zíper que prendia meus pulsos e me libertou.

Jonas gemeu de agonia quando voltou a si e eu o coloquei


de pé antes de empurrá-lo para a porta aberta e para a queda
terrível abaixo.

“Nash,” Tatum engasgou e eu olhei para ela, onde ela


permanecia amarrada à maca do hospital. Por um momento,
pensei que ela poderia estar prestes a me dizer para poupá-lo,
mas é claro que ela não disse. Ela não era uma garota
assustada, com medo de matar aqueles que a machucaram.
Ela era uma rainha e queria colocar seu cavaleiro em ação.
“Faça doer,” ela rosnou.

Eu sorri sombriamente para ela, aceitando a faca que


Saint passou por mim enquanto Jonas tentava lutar contra o
meu domínio sobre ele, batendo em meus pés e jogando os
cotovelos de volta para mim. Mas eu ignorei cada tentativa que
ele fez e cada dor que ele me causou, focando na ideia de nossa
garota sofrer e no conhecimento de que eu estava prestes a
retribuir na mesma moeda.

Passei a lâmina em sua garganta, espalhando um arco de


sangue nas ruas abaixo e ouvindo-o engasgar com ela por
vários longos segundos antes de empurrá-lo para morrer.

Eu não perdi tempo vendo-o cair, voltando-me para Tatum


e puxando as restrições dela enquanto Saint pegava a faca de
mim e fazia as enfermeiras se levantarem.

Elas estavam chorando e implorando, mas a frieza no


olhar de Saint não tinha misericórdia delas. Elas foram uma
parte voluntária disso. Elas estiveram a bordo com o sequestro
de Tatum, fazendo-a sofrer, observando a doença corroer sua
força pouco a pouco enquanto roubava seu sangue até que
eventualmente a mataria. Então foda-se elas.

“Você ainda precisa de mim para voar esta coisa!” O piloto


gritou, claramente tendo visto o caminho que tinha acontecido.

“Cale a boca,” Saint estalou, suas palavras para todos


eles. “Ou vou jogar você pela porta também.”

Eles milagrosamente pararam de implorar petrificados


assim que consegui puxar Tatum em meus braços, minha
garganta apertando com o desejo de arrancar essa porra de
máscara de gás de mim e me perder no gosto de seus lábios.

“Nash,” ela murmurou, sua pele tão pálida que fez meu
coração disparar e ela cedeu contra mim enquanto eu a puxava
em meus braços. “Onde estão Blake e Kyan?”

“Eles estão bem,” eu prometi a ela, esperando que eu não


estivesse mentindo, porque não tinha ideia real de como aquela
luta tinha voltado no laboratório e a comunicação tinha sido
silenciosa desde que nos separamos.

Tatum suspirou de alívio antes que seus olhos se


fechassem e meu coração pulasse enquanto eu temia o pior,
antes que ela os abrisse novamente. Ela parecia seriamente
fraca, sua pele pálida e abatida e ela começou a tossir
enquanto eu a segurava, virando seu rosto de mim como se
quisesse me proteger além do que a máscara estava fazendo.
Mas essa coisa era o melhor que o dinheiro poderia comprar e
eu não estava preocupado com isso.
“O que há de errado com ela?” Eu gritei, olhando para as
enfermeiras enquanto Tatum parecia se esforçar para
permanecer consciente.

“Jure que você não vai nos esfaquear e nós vamos te


contar tudo,” uma delas implorou, seus olhos na faca na mão
de Saint.

“Feito,” ele concordou sem nem mesmo olhar para mim e


para Tatum, seu foco nas últimas ameaças restantes.

“Seu corpo está lutando porque tiramos muito sangue


dela. Ela foi exposta a um alto nível do vírus Hades para forçá-
la a produzir muitos anticorpos para que pudéssemos colhê-
los. É por isso que ela tem sintomas, ela foi pressionada além
do que sua imunidade pode suportar de uma vez,” a enfermeira
engasgou. A outra parecia estar apavorada demais para falar.

“Colher?” Eu rosnei em desgosto, puxando Tatum para


mais perto do meu peito.

“Que tratamento ela precisa?” Saint exigiu, me ignorando


como se ele já soubesse exatamente o que a enfermeira quis
dizer com isso e eu aposto que ele sabia - o filho da puta
provavelmente se tornou um virologista autodidata no tempo
que passamos procurando por ela com todos os seus cursos
online e besteira. Não que eu o estivesse culpando por isso.

“P-principalmente apenas descansar, horas de


recuperação. Ela precisa repor os níveis de seu sangue e lutar
contra o vírus. Ela deve se recuperar totalmente,” disse a
enfermeira, quase sorrindo como se pensasse que estava
salvando a própria pele ao nos deixar saber que Tatum tinha
uma boa chance de melhorar.
“Então ela não precisa desesperadamente de uma
enfermeira treinada em medicina?” Saint confirmou e a vadia
burra realmente balançou a cabeça.

“Não. Apenas descansar e muita comida nutritiva e...”

Saint empurrou as duas com tanta força que elas caíram


para trás pela porta aberta sem nem mesmo parecer perceber
o que tinha acontecido até que fosse tarde demais. Seus gritos
chegaram até nós enquanto elas caíam para a morte e eu não
conseguia sentir uma única molécula de culpa por elas. Elas
escolheram fazer parte disso. Elas escolheram machucar nossa
garota. A moral delas era claramente além de questionável e eu
nem me importava se elas estivessem dizendo a si mesmas que
estavam tentando salvar o mundo para justificar seu sacrifício.
Porque Tatum Rivers valia mais do que o resto do mundo, na
minha opinião. Retribuição era uma cadela.

Saint lançou um longo olhar para Tatum enquanto eu


apertava meu controle sobre ela, estendendo a mão para alisar
meus dedos sobre seu cabelo preso enquanto ele olhava para
ela através do visor de sua máscara de gás.

“Não pare de lutar agora, Sereia,” ele ordenou e ela


balançou a cabeça minuciosamente enquanto segurava seu
olhar.

“Nunca,” ela jurou.

Saint acenou com a cabeça uma vez, dando-me um olhar


que dizia que estava confiando em mim com ela, então
caminhou para a cabine, pegando uma pistola de um dos
guardas mortos enquanto ele apontou para a cabeça do cara.
“Você não pode me matar,” o piloto engasgou, parecendo
perceber que ele era o único que restou, embora enquanto
estivéssemos sabendo o quão alto acima da cidade, ele não
poderia exatamente sair de seu assento para tentar e lutar
contra nós. “Você precisa de mim!”

Saint suspirou como se sua paciência estivesse sendo


testada além da medida e eu tive a impressão terrível de que
ele estava prestes a fazer algo insano quando deu ao painel de
controle um olhar pensativo.

Sentei-me rapidamente, prendendo Tatum no assento ao


lado do meu antes de me afivelar também e enrolar um braço
protetor ao redor dela enquanto ela encostava a cabeça no meu
peito.

“Eu sabia que você viria por mim,” ela murmurou,


parecendo lutar por cada palavra que falava.

“Sempre,” eu concordei, segurando-a tão forte quanto


ousei enquanto ela estava tão frágil. Eu estava aliviado pra
caralho por tê-la de volta, tão feliz por estar tocando ela,
segurando ela, que fez todo o resto empalidecer até a
insignificância.

“Por muito tempo eu pensei que o único significado real


da minha vida era buscar vingança pelo que Troy Memphis fez
à minha família,” eu disse a ela em voz baixa, nem mesmo certa
de que ela pudesse me ouvir acima do rugido do helicóptero.
“Mas eu estava errado pra caralho. Tão errado, Tatum. Porque
temer por sua vida quase me destruiu. Isso me fez perceber
que tenho muito mais pelo que viver do que uma vingança. Eu
amo você. Eu te amo com tudo que sou e tudo que sempre serei
e me desculpe se não deixei claro o quão fortemente eu sentia
isso antes, ou se você já sentiu que estava classificada abaixo
do meu desejo de...”

“Eu também te amo, Nash,” ela respondeu, sua voz mais


forte do que tinha sido até este ponto e eu olhei em seus olhos
azuis, desejando poder arrancar essa máscara e apenas beijá-
la. “E não se preocupe. Porque com certeza vamos obter essa
vingança.”

Saint disparou sua pistola antes que eu pudesse


responder e o helicóptero inteiro balançou violentamente,
mergulhando em direção ao chão e me fazendo gritar de medo.
Ele matou a porra do piloto! Puta merda!

Eu não tinha medo de muito nesta vida ou na próxima,


mas cair do céu e ser incinerado em um acidente de helicóptero
era um conceito muito assustador.

“Saint!” Eu gritei quando meu estômago despencou e virei


minha cabeça para vê-lo arrancando o cadáver do piloto de seu
assento atrás dos controles.

“Calma,” ele retrucou, como se não estivéssemos a


momentos de colidir com um dos muitos edifícios altos abaixo
de nós. “Sou mais do que capaz de pilotar um modelo básico
como este.”

Eu simplesmente fiquei boquiaberto enquanto ele se


sentava no assento do piloto, agarrou algo que se parecia um
controle de videogame na frente dele e começou a lutar contra
a pirueta em que começamos a cair.

Meu coração disparou e bateu forte no peito quando vi


minha morte passando diante dos meus olhos e a mão de
Tatum encontrou a minha, apertando com força por um breve
momento antes de cair novamente.

Nós cambaleamos para a esquerda, então de alguma


forma o helicóptero se endireitou e estávamos voando pela
cidade.

Enquanto tentava recuperar o fôlego, afastei o cabelo de


Tatum de seus olhos e a encontrei lutando para olhar para
mim, pois parecia à beira de desmaiar.

“A vacina,” ela respirou, sua voz tão fraca que eu mal


conseguia entender as palavras. “Na caixa de prata. Funciona.”

Seu olhar se desviou para o outro lado do helicóptero e eu


segui sua linha de visão até uma caixa prateada que estava
presa à parede ali.

“Bem, porra.” Eu respirei enquanto olhava para a


mercadoria mais valiosa do planeta agora, puxando minha
garota para mais perto enquanto eu me banhava na sensação
de seu corpo contra o meu e Saint nos voava em direção à lua
crescente à distância.

Que diabos íamos fazer agora?


“Nós a pegamos,” a voz de Saint veio no comunicador
finalmente e meu coração disparou quando me abriguei atrás
do elevador, fumaça rosa girando em torno de nós enquanto
meu ombro roçava no de Kyan.

Meu peito arfava e uma camada de suor fazia meu colete


Kevlar parecer uma camisa de força, mas não havia como tirá-
lo. Especialmente depois de ver isso salvar a vida de Kyan.

“Já era hora do caralho,” Kyan rosnou, seu visor salpicado


de respingos de sangue e um sorriso selvagem e triunfante
fazendo seus olhos brilharem enquanto olhava para mim.

Uma risada aliviada saiu de meus lábios e se não


tivéssemos homens armados nos caçando e tentando nos
matar, eu também teria gritado de triunfo.

O som dos caminhões de bombeiros e das sirenes da


polícia se aproximando ficava mais alto a cada segundo e eu
espiei para fora do meu esconderijo para dar uma olhada em
direção à escada, me perguntando se deveríamos dar uma
corrida.

Eu me abaixei para me proteger no momento em que uma


bala voou em direção à minha cabeça e meu coração deu um
pulo quando pedaços da parede espirraram sobre mim ao
atingir.

“Eu assumi o controle do heli...” A voz de Saint se perdeu


para o som rugido de um motor e eu troquei um olhar com
Kyan, me perguntando se eu tinha apenas imaginado o que
pensei que ele disse. “Plano X,” Saint acrescentou em uma voz
firme.

“Plano X?” Eu questionei, ativando meu comunicador e me


perguntando se eu tinha ouvido mal.

“Suponho que você seja capaz de realizar esse simp...”


suas palavras foram abafadas por mais estrondos e quando o
flash de luzes vermelhas e azuis passou pelo vidro da recepção,
não tivemos mais tempo para confirmar o que ele disse. Mas
estava bem claro. Plano X, então.

Saint tinha contingências para suas contingências, e


passamos o dia no carro vigiando a casa de Jonas
memorizando cada um deles e seus nomes de código para eles,
então eu sabia exatamente o que ele queria. Mas merda, nem
em meus sonhos mais loucos esperava estar implementando o
Plano X.

“Vamos dar o fora daqui,” Kyan rosnou, verificando o rifle


de assalto que ele tinha roubado e jogando-o de lado quando
descobriu que estava sem munição.
“Fácil,” eu concordei com uma carranca, me perguntando
como diabos deveríamos fazer isso.

A saída de emergência ficava do outro lado da sala e sem


dúvida rodeada por policiais, mesmo que pudéssemos chegar
lá com os guardas ainda atirando em nós. Eu podia ver os
carros da polícia se enfileirando além da fachada de vidro do
prédio através da névoa de fumaça rosa também, a polícia
saltando e apontando armas em nossa direção.

Estávamos cercados. E eu com certeza não queria que eles


nos pegassem. Até porque então Troy definitivamente
descobriria quem resgatou Tatum e não poderíamos deixá-lo
encontrá-la novamente.

Kyan apontou para uma placa para os banheiros no canto


traseiro da área de recepção e saiu correndo sem nenhuma
explicação além disso, atirando descontroladamente em
qualquer guarda que pudesse vê-lo.

Eu corri atrás dele, mantendo minha cabeça baixa e


conservando as duas últimas balas da minha pistola para o
caso.

Kyan empurrou a porta, mas assim que eu corri atrás


dele, um tiro atingiu minha espinha e fui jogado de cara no
chão do banheiro.

Eu gemi quando Kyan bateu e trancou a porta atrás de


nós, arrancando minha bochecha dos ladrilhos e esperando
que eles estivessem apenas úmidos porque tinham sido
esfregados recentemente. Por que diabos os banheiros
masculinos sempre têm pisos tão nojentos?
“Levante-se, botão-de-ouro,” Kyan rosnou, me colocando
de pé, apesar das minhas maldições enquanto a dor do impacto
da bala através do Kevlar me fez estremecer.

Foda-se levar um tiro. Foda-se na bunda.

Kyan tirou a bala do colete à prova de balas e colocou-a


na minha mão, deixando-me olhar para o meu suposto
assassinato por um instante antes de nos movermos
novamente.

“Não há janelas aqui,” eu disse, tentando não entrar em


pânico, mas, sério, estaríamos fodidos se não pudéssemos sair
deste prédio.

“Sim, então ninguém vai esperar que escapemos por aqui,”


Kyan concordou antes de se mover para o cubículo na
extremidade da sala e chutar a porta aberta.

Corri atrás dele e o encontrei de pé na tampa do vaso


sanitário enquanto enfiava sua faca de caça na borda do
respiradouro. Ele arrancou a grade da parede e jogou-a de lado,
rapidamente seguido pelo ventilador antes de olhar para mim.

“Vai ser apertado,” Kyan avisou e eu olhei para o buraco


na parede com uma carranca.

Antes que eu pudesse expressar minhas preocupações


sobre ficar preso lá, Kyan já havia se jogado na metade do
caminho. Um som alto de batida veio um momento depois e eu
me movi para preparar suas pernas para ele enquanto ele
trabalhava para quebrar a grade externa também.

O som disso quebrando chegou até mim e Kyan começou


a se lançar para frente, xingando enquanto avançava. Eu o
empurrei com força quando ele pareceu ficar preso, minha mão
batendo em sua bunda enquanto eu forcei seu grande corpo
para frente e de repente ele caiu para o outro lado.

O som de alguém tentando arrombar a porta do banheiro


fez a adrenalina subir pelos meus membros e eu empurrei a
porta do cubículo antes de trancá-la também. Eu duvidava que
isso fosse muito para salvar minha bunda, mas talvez isso me
ganhasse mais alguns segundos.

Eu escalei o buraco deixado pela abertura quebrada e


forcei meu caminho para dentro, me perguntando como diabos
Kyan tinha feito isso quando eu fiquei preso dentro dele quase
que instantaneamente.

Amaldiçoei e as mãos de Kyan encontraram as minhas de


fora, puxando-me com força e quase arrancando meus braços
dos meus ombros, mas funcionou.

Eu caí do buraco na parede e fiquei de pé atrás de alguns


arbustos. Kyan pressionou um dedo contra o ventilador em sua
máscara enquanto me alertava para ficar quieto.

Eu balancei a cabeça em concordância e ele apontou para


o prédio do outro lado desta pequena área verde, dando-me
meio segundo de aviso antes de decolar em direção a ele.

Eu fiquei abaixado como Kyan, ignorando o flash de


vermelho e azul que apareceu ao redor da lateral do prédio e
agradecendo nossa sorte que a polícia não parecia ter o lugar
totalmente cercado ainda.

Meu coração estava acelerado enquanto eu corria atrás de


Kyan, para o próximo prédio, em seguida, descendo um beco
que corria ao longo da parte de trás dele. Nós saltamos uma
parede, então nos abaixamos por outro beco e de alguma
forma, nós chegamos à SUV de Saint, onde ele estacionou nas
sombras.

O plano X era uma das contingências de Saint para que


tudo isso fosse uma merda, e ele se certificou de que cada um
de nós tivesse uma chave para a SUV com nós no caso de nos
separarmos. Eu puxei a minha do bolso de trás, destrancando
o carro enquanto nos aproximamos dele.

Kyan foi para o assento do motorista, mas eu fui mais


rápido, rindo enquanto o empurrava de lado e pulei dentro.
Kyan resmungou enquanto deslizou sobre o capô e entrou no
lado do passageiro. Tranquei as portas porque não podia
realmente me permitir acreditar que ainda tínhamos escapado,
então liguei o motor.

Meu coração ainda estava acelerado, mas quando nos virei


para sair para a rua mais longe dos policiais, não pude conter
de deixar escapar uma gargalhada e Kyan começou a rir
também. Contra todas as probabilidades, nós de alguma forma
conseguimos sair e eu não podia acreditar em nossa maldita
sorte.

Tive que me esforçar para não dirigir muito rápido


enquanto saíamos do laboratório e deixamos nossos problemas
para trás. Mas quando chegamos à rodovia, pisei no acelerador
e realmente fiz o SUV gritar. Para ser justo com Saint, ele tinha
claramente comprado o melhor SUV esportivo que o dinheiro
poderia comprar e a coisa era uma besta, mas eu nunca
admitiria para ele que realmente dirigia muito bem.
“Você já está aí?” A voz de Saint veio pelo comunicador
assim que eu saí da rodovia em direção à fazenda vazia que
tínhamos escolhido aleatoriamente para o nosso ponto de
encontro, caso as coisas dessem errado como uma merda. Eu
só me lembrei de onde estava porque Saint tinha fodidamente
perfurado as coordenadas em minha mente um milhão de
vezes, e eu usei o navegador por satélite para nos trazer aqui.
Idiota meticuloso.

“Estou chegando,” eu confirmei.

“Ótimo. Não teremos tempo a perder assim que


pousarmos.” Ele cortou a comunicação e eu olhei para Kyan.

“Ele realmente roubou o helicóptero deles, não foi?” Eu


disse, minhas sobrancelhas arqueando.

“Apenas Saint Memphis,” Kyan respondeu, balançando a


cabeça quando paramos.

Assim que saímos do carro para o ar frio, ouvimos o som


inconfundível de um helicóptero se aproximando e eu observei
o helicóptero descer no campo ao lado da estrada.

“Exploda essa coisa, Kyan,” Saint gritou enquanto descia,


carregando uma caixa de prata em seus braços e caminhando
em nossa direção. “Com um pouco de sorte, eles vão pensar
que ele caiu e todos os cadáveres que espalhamos pela cidade
eram pessoas que pularam ou caíram da aeronave antes que
ela atingisse o solo.”

Kyan deu-lhe uma saudação sarcástica enquanto


avançava para cumprir o comando de Saint, mas meus olhos
estavam fixos em Monroe quando ele saltou, embalando uma
menina inconsciente em seus braços.

Corri para abrir a porta traseira do carro para ele antes de


recuperar os cobertores que Saint havia escondido no porta-
malas. No momento em que ele subiu com Tatum, eu os envolvi
em torno dela e subi atrás dele.

“Ela está bem?” Eu perguntei, tentando não surtar ao vê-


la deitada ali parecendo tão frágil.

“Não se preocupe comigo, menino de ouro,” Tatum


murmurou sem abrir os olhos, estendendo a mão em minha
direção.

Eu arranquei minhas luvas sujas e ensanguentadas e


peguei seus dedos nos meus, envolvendo-os com força e
emprestando-lhe meu calor enquanto um sorriso tocava os
cantos de seus lábios.

Saint subiu no banco do motorista e ele olhou para nós,


balançando a cabeça uma vez enquanto determinava que
estávamos todos respirando. Ele empurrou a caixa de prata no
espaço entre as cadeiras e eu a olhei com curiosidade por um
momento antes de voltar minha atenção para Tatum.

Kyan correu para saltar para trás no banco do passageiro


e Saint se afastou do helicóptero um momento antes que ele
pegasse fogo com um enorme estrondo que fez todo o carro
vibrar.

“Você está bem, Cinders?” Eu respirei, meus olhos ainda


na minha garota.
“Eu estou agora,” ela respondeu suavemente. “Estou de
volta onde pertenço. Com meus Guardiões da Noite.”

Kyan se contorceu em seu assento, olhando para Tatum


por um longo tempo enquanto ela desmaiava e os quilômetros
passavam antes que um pouco da tensão parecesse
eventualmente diminuir de sua postura.

“O que há na caixa, então?” Kyan rosnou enquanto o


silêncio crescia entre nós e Tatum continuava dormindo.

“Essa seria a vacina que o mundo anseia,” Saint rosnou.


“E assim que chegarmos em casa, nós quatro receberemos
uma dose.”

Minhas sobrancelhas levantaram com esperança com a


ideia disso e eu respirei fundo. “E quanto ao meu pai?” Eu
perguntei, incapaz de me ajudar. Mas eu não me importava
com o que ele tinha a dizer sobre isso, a menos que fosse um
acordo. Eu não poderia perder o único pai que me restava.

Saint ficou em silêncio por um longo tempo e eu cerrei


meus dentes, me perguntando se eu teria que bater nele para
me certificar de que meu pai recebesse uma dessas vacinas.

“Sim,” disse ele finalmente. “Vamos descobrir uma


maneira de conseguir uma para ele também. Suponho que
precisaremos decidir quem recebe o resto das doses, mas por
agora precisamos nos concentrar nas tarefas mais importantes
em mãos.”

“Que são?” Perguntou Monroe.

“A morte do meu pai. Royaume D'élite. A família de Kyan.


O Ninja da Justiça. Nosso futuro.”
“Oh, só isso,” eu murmurei, balançando a cabeça em seu
tom suave.

“Só isso,” ele concordou e embora eu não pudesse ver com


a máscara de esqui e a ventilação ainda no lugar sobre suas
feições, eu poderia jurar que o bastardo estava sorrindo com o
desafio que essas questões apresentavam.
Eu acordei em uma cama quente apoiada em um peito nu
e musculoso e tive certeza de que estava sonhando.

Corri meus dedos pelo seu corpo, conhecendo-o apenas


pelo toque e pelo cheiro. Couro, fumaça e perigo. Meu marido.

“Você está acordada, baby?” Sua voz era profunda, mas


suave como veludo, sua respiração esvoaçando o cabelo contra
minha testa. Quantas vezes imaginei acordar em cada um de
seus braços? E quantas vezes meu coração afundou quando
percebi que eles não estavam realmente aqui? Fiquei com medo
de abrir os olhos, com medo de que meu marido lindo e tatuado
desaparecesse e eu ficasse sozinha mais uma vez, com
saudades dele e de cada um deles.

“Mmm,” cantarolei.
“Isso é um sim?” Ele perguntou, mais áspero desta vez e a
maneira como sua voz vibrou através de mim e seus braços
apertaram meu corpo me disse que ele realmente estava aqui.
E lentamente, a realidade voltou correndo para mim.

Eu desmaiei em algum momento no helicóptero. Devo ter


me esforçado demais e agora estava confusa, atordoada.

“Eu acho que sim,” resmunguei. “Onde estou?”

“Em casa. Segura,” ele jurou, segurando-me com mais


força e nunca me senti tão segura sobre essas duas coisas em
toda a minha vida.

Mas ainda não estava satisfeita. Eu precisava dos outros


perto. Minha mente estava nebulosa e as coisas estavam se
encaixando muito lentamente. Eu me afastei quando lembrei
do vírus que atormentou meu corpo e o pânico me invadiu. Eu
quase perdi Kyan para este monstro uma vez antes, eu não
poderia ver isso acontecer novamente.

“Está tudo bem,” ele rosnou, pegando minha mão e não


me deixando colocar mais um centímetro entre nós. “Eu tive
isso antes. Eu tenho proteção. E não vou sair do seu lado,
Tatum. Você não deixou o meu quando eu estava de joelhos.
Eu retribuirei o favor à minha esposa, você concordando ou
não.”

Observei a bandagem em seu braço e os cortes e


hematomas que revestem sua carne, incluindo uma enorme
marca vermelha e azul florescendo no centro de seu peito.
“Kyan,” eu engasguei e ele me puxou para mais perto
novamente enquanto eu colocava minha boca na carne ferida.
“O que diabos aconteceu com você?”
“Eu levei uma bala ou duas por você,” ele disse como se
isso não fosse nada. “Pequeno preço a pagar, linda.”

O medo de saber que aquelas balas poderiam tê-lo matado


me fez tremer e ele soltou um grunhido na garganta ao
perceber minha preocupação. Ele capturou meu queixo,
inclinando-o até que meus lábios encontrassem os dele,
acalmando minhas preocupações. Eu sabia que era perigoso,
mas já estávamos compartilhando o ar e ele estava certo, ele
deveria estar protegido do vírus por alguns meses pelo menos.
Isso foi o que eles relataram no noticiário. Embora nada fosse
certo.

Sua língua encontrou a minha com um tipo de fome


fervorosa e desesperada que fez meu corpo tremer e um gemido
de necessidade irritou minha garganta. Tentei puxá-lo ainda
mais perto, mas descobri que meus músculos ainda estavam
fracos e quanto mais eu o beijava sem subir para respirar, mais
meus pulmões trabalhavam e queimavam. Um murmúrio de
dor escapou de mim e ele interrompeu o beijo, seus olhos
escuros tempestuosos e furiosos enquanto eu caia contra ele.

“Pegue estes. Saint tem todas as vitaminas e analgésicos


de que você precisa para superar isso.” Ele pegou um copo de
suco de laranja e um monte de comprimidos ao lado dele na
mesa de cabeceira.

“Eles vão me fazer dormir?” Perguntei com medo e ele


balançou a cabeça. “Promete?” Respirei. “Eu não quero dormir.
Eu quero estar bem acordada aqui com você.”

Ele segurou minha bochecha, a dor brilhando em seus


olhos enquanto ele sentia minha angústia. “Eles não vão te
fazer dormir. Você não vai a lugar nenhum que você não
queira, baby. “

Peguei o copo e engoli os comprimidos, minha garganta


ralada de tanto gritar e tossir.

Quando drenei cada gota, ele colocou de volta e me puxou


contra ele, seus braços enrolando apertados em volta da minha
cintura. Ele explicou como eles nos trouxeram de volta aqui no
carro de Saint, me levando sorrateiramente para o Templo e
então aplicando todas as vacinas - um fato que me deixou
seriamente feliz. Posso ter passado pelo inferno nas mãos de
Troy Memphis, mas se isso significava que meus meninos
estariam protegidos do vírus Hades, então passar por essa dor
valeu a pena de uma maneira.

Eu teria que permanecer escondida aqui agora. Ninguém


poderia saber que eu estava em Everlake. Se a notícia chegasse
ao pai de Saint, eu estaria ferrada. Todos eles também. Eu não
tinha certeza do que o futuro reservava ou como iríamos nos
safar com o que tínhamos feito, mas por agora, estava exausta
demais para sentir qualquer coisa além de alívio por estar aqui.

“Obrigado por ter vindo por mim,” eu disse, lágrimas de


gratidão pinicando meus olhos.

“Sempre,” ele jurou, seus lábios roçando minha têmpora.


“Me diga o que você precisa. Eu vou te dar o que você quiser.”

“Eu quero ver os outros.”

Ele acenou com a cabeça e meu coração bateu mais forte


com o pensamento de todos eles estarem perto novamente. Eu
sabia que eles não poderiam entrar nesta sala, que teria que
me isolar até que estivesse melhor. Mas eu ficaria melhor.
Nenhuma força na terra poderia me tirar de meus homens
novamente, agora que voltei para eles.

Kyan pegou seu telefone na mesa de cabeceira, enviando


uma mensagem para o chat em grupo, em seguida, envolveu
seus dedos nos meus. Senti seus olhos em mim e levantei meu
queixo para encontrar seu olhar, absorvendo sua presença
enquanto a paz tomava conta de mim.

“Tatum,” ele suspirou. “Eu sinto muito, porra.”

“Pelo que?” Eu engasguei, um calafrio percorreu meu


corpo enquanto me enrolava contra ele.

Ele puxou as cobertas ao nosso redor e o calor de seu


corpo me envolveu.

“Por eles levando você. Por não ter te encontrado antes.


Por... porra, baby, tudo o que eles fizeram porque eu não
consegui chegar até você a tempo de impedi-los.” Sua testa
franziu e a culpa marcou seu belo rosto, fazendo meu peito se
contrair.

“Não é sua culpa, Kyan Roscoe,” eu disse séria, falando


diretamente para sua alma sombria.

Ele rosnou como uma besta, suas mãos agarrando minha


cintura, dando um nó no material da camiseta que eu estava
usando e me fazendo perceber que eles tinham me trocado as
horríveis roupas de hospital. Eu estava revestida com o cheiro
de Kyan e inundada em um material muito grande para o meu
corpo e nunca amei tanto essa sensação em toda a minha vida.
“Você me encontrou, todos vocês fizeram,” eu disse com
firmeza. “Um exército não poderia ter feito o que vocês fizeram
por mim. Vocês são meus salvadores.”

O vinco em sua testa diminuiu e ele acariciou seus dedos


calejados ao longo da linha do meu queixo. “Não pense que sou
um herói, baby.”

Eu sorri, seu toque enviando tremores profundamente no


centro do meu ser. “Eu sei exatamente o que você é, marido.”

“E o que é isso, esposa?” Seus olhos brilharam e ele pegou


minha mão, passando o polegar sobre a caveira no anel que me
marcava como sua. Eu não conseguia nem contar o número de
vezes que tinha feito exatamente isso enquanto estava presa
naquele laboratório, ganhando força com o conhecimento do
quanto ele e os outros me amavam, como eles certamente
estavam lutando por mim. Eu nunca duvidei disso por um
único segundo.

Procurei o anel tatuado em sua própria mão e o levei aos


lábios para beijá-lo. “Você é meu.”

Um ruído faminto retumbou em seu peito enquanto ele me


puxava para mais perto e, apesar de quão exausta eu me
sentia, o desejo ainda corria por mim como um incêndio. Ele
fez uma pausa antes de reivindicar um beijo de mim, a ponta
de seu nariz roçando no meu. “Não vou tocar em você enquanto
estivermos trancados aqui, baby. Precisa descansar. Mas
quando eu colocar minhas mãos sobre você, vou drenar cada
gota de sua força novamente. Portanto, você precisa se
concentrar em reconstruí-la.”
“Obrigado pelo incentivo,” provoquei, em seguida, uma
batida forte soou na janela.

Tentei pular, a excitação guerreando pelo meu corpo, mas


minhas pernas cederam e meus joelhos bateram no chão, a
escuridão cobrindo minha visão. Kyan amaldiçoou, seus
braços em volta da minha cintura enquanto ele me puxava
para cima e me inclinei contra ele para apoio.

“Eu estou bem,” ofeguei enquanto ele afastava meu cabelo


do meu rosto.

“Eu sei que não sou o melhor para cuidar de você, baby,
mas Saint sabe o que fazer. Ele tem pedido todos os tipos de
alimentos saudáveis, batidas e essas coisas.

Eu agarrei seu bíceps enquanto minha visão clareava e


prendi a respiração, olhando para este pecador escuro que
jurou me salvar. “Você sabe sim,” eu disse. “Confio em você.
Todos vocês.”

“Gosta disso, hein?” Ele sorriu e as batidas ficaram mais


altas, mais impacientes.

Ele estava certo, é claro, como eu poderia prever um


futuro como esse com todos eles, onde os amava e confiava tão
implicitamente depois da maneira como as coisas começaram
entre nós? Mas eu não mudaria nem um segundo agora. Nem
um único, sangrento e brutal. Porque se foi para onde isso me
trouxe, então valeu a pena toda a dor de cabeça e cada lágrima.

Eu deixei Kyan me guiar até a janela e ele puxou a cortina,


fazendo meu coração inchar enquanto meu olhar caiu sobre as
peças finais do meu quebra-cabeça. Eu descansei minha mão
contra o painel e Blake, Monroe e Saint todos olharam para
mim com um desejo profundo em suas expressões que era
espelhado em meu próprio coração. O amanhecer coloriu o céu
de ouro atrás deles, fazendo sua pele parecer mergulhada em
metal fundido.

“Eu não posso agradecer o suficiente pelo que vocês


fizeram,” engasguei, a emoção me inundando enquanto olhava
para meus lindos guerreiros, desejando poder atraí-los todos
para perto. Eu precisava deles juntos, me cercando, carne
contra carne. Por mais que adorasse Kyan estar tão perto, eu
precisava dos toques possessivos de Saint, das carícias firmes
de Blake e dos braços fortes de Monroe para me abraçar
também. Para qualquer pessoa além de nós, eu tinha certeza
de que teria parecido estranho. Mas eu desejava todos esses
homens igualmente. Ansiava por eles como se fossem quatro
ingredientes para minha própria marca de heroína, atendendo
perfeitamente às minhas necessidades.

“Não há necessidade de nos agradecer,” Saint disse, sua


mandíbula apertada enquanto ele olhava para mim. Havia uma
sombra em seus olhos que falava de quão pouco ele dormiu e
meu coração apertou por ele.

Blake colocou a mão no vidro onde a minha estava,


avançando enquanto suas sobrancelhas baixavam e uma
necessidade urgente enchia seus profundos olhos verdes.
“Você precisa melhorar,” ele resmungou, o medo cintilando em
seu rosto com a ideia de me perder. Meu pobre menino de ouro
havia perdido muito neste mundo e eu não seria outra cicatriz
em seu coração.
“Eu vou ficar bem,” prometi. “Um dos médicos me deu
alguns medicamentos de última geração ontem e me senti
muito melhor desde então. Eu só estou...” Eu mordi meu lábio.

“O quê, princesa?” Monroe rosnou, pressionando o ombro


contra Blake, mas não de uma forma projetada para empurrá-
lo de lado. Eu podia ver que o vínculo entre eles havia crescido
desde que parti. Ele se encaixava entre todos eles melhor do
que nunca, havia deslizado tão perfeitamente em suas fileiras
que era como se ele nunca tivesse desaparecido de sua tribo.

“Estou apenas fraca,” admiti. “Eu não tenho energia.


Parece que a vida foi sugada de mim.”

“Então devemos colocá-la de volta,” Saint disse, de fato.


Suas feições eram neutras, mas a intensidade em seus olhos
sugeria a criatura desesperada que vivia sob seu exterior
rígido. Ele estava ansioso pela necessidade de controlar esta
situação, assumir o controle e ficar no lugar de Kyan ao meu
lado. Mas a confiança que ele tinha em seu irmão era revestida
de ferro. E eu sabia que ele conseguia se conter. Era o que ele
fazia de melhor. Eu só esperava que não custasse muito a ele.

“Descanse,” Monroe exigiu e Saint acenou em


concordância, direcionando os outros para longe da janela,
seus olhos demorando em mim por mais tempo antes de irem
embora.

Blake colocou a mão no ombro de Monroe e até mesmo


Saint estava mais perto deles do que ele normalmente estaria,
seu braço roçando o deles como lobos se confortando em seus
companheiros de matilha.
Kyan me puxou para longe da janela e me virei em seu
aperto, meus dedos movendo-se intimamente ao longo de seus
braços e peito, ainda tentando me convencer de que estava
realmente fora daquele buraco do inferno e de volta ao lugar
que pertencia.

“O que você precisa?” Ele perguntou, sua voz um tom de


barítono profundo que fez meu pulso acelerar. Se havia uma
maneira de injetar vida em mim, era estando tão perto de
qualquer um dos meus Guardiões da Noite. Eles iluminaram
minha alma e a fizeram queimar mais brilhante e mais quente
do que qualquer estrela do universo.

“Eu preciso...” Pensei sobre isso, então notei a maneira


como meu cabelo estava pendurado em meus ombros e um
sorriso esperançoso apareceu em meus lábios. “Um banho.”

Kyan não fez nenhum comentário sugestivo quando me


pegou e me carregou direto para o banheiro e começou a
encher a enorme banheira com pés. Eu olhei para as roupas
brancas simples que recebi pelas enfermeiras onde elas
estavam jogadas em um canto, nunca querendo colocar os
olhos nelas novamente.

O olhar de Kyan levantou quando ele se ajoelhou ao lado


da banheira, sua mão cortando a água enquanto ele mexia um
pouco de sabonete líquido de flor de mel nela. Sua garganta
balançou quando ele viu minha pele nua, mas não havia desejo
em seus olhos. Havia uma raiva ártica de serial killer que gelou
meus ossos. Seu olhar estava passando rapidamente sobre os
hematomas onde agulhas perfuraram meus braços inúmeras
vezes, as marcas sem dúvida deixadas no meu pescoço por
Jonas e, finalmente, na minha cintura, que estava mais fina do
que nunca, mostrando os ossos do meu quadril demais. O
vírus me deu uma mordida e estava claro para ver.

“Sou uma sobrevivente,” eu disse a Kyan, precisando dizer


isso em voz alta porque não queria um pedaço de sua pena.
“Posso ter cicatrizes, mas elas não me definem. Não olhe para
mim como se eu fosse um animal ferido que você deseja vingar,
Kyan.”

Ele se levantou, sua sombra caindo sobre mim enquanto


ele avançava e se inclinava para descansar sua testa na minha.
Seu polegar rastreou o comprimento da minha espinha,
fazendo um tremor profundo ressoar em meus ossos. “Eu não
tenho pena de você, Tatum, eu te adoro pra caralho. Sua dor
me faz querer pecar, mas sua força me faz querer me
arrepender. Eu sou um demônio tentando criar asas ficando
na sua luz ofuscante.”

“Eu não quero que você crie asas.” Eu envolvi minhas


mãos em torno dele, marcando meus polegares sobre suas
omoplatas. “Eu te amo do jeito que você é. Cada garra afiada,
cada sombra escura em seu coração, e toda a doçura que você
nem consegue ver.”

“Por que você me ama?” Ele perguntou em uma voz


infantil que fez meu coração quebrar. Eu o olhei bem nos olhos,
precisando que ele soubesse. Como ele já não sabia?

“Porque sua alma foi feita para se ajustar à minha. Eu te


amo com tudo que sou e tudo que sempre serei, Kyan. E vou
passar todos os dias ao seu lado fazendo você ver porque você
é digno de tudo o que o mundo tem para dar.”
“Até você?” Ele perguntou, me puxando para mais perto
pela cintura. “Eu sou digno de você, baby?” Havia um apelo
desesperado em sua voz como se ele precisasse saber disso
acima de qualquer outra coisa e me machucou que ele pudesse
duvidar disso. Mas eu o entendi. A vida que ele levou o moldou
dessa maneira. Portanto, teria como missão garantir que ele se
sentisse digno de todo o universo e de cada átomo nele.

“Especialmente eu,” rosnei e ele fechou os olhos enquanto


absorvia essas palavras, suas mãos apertando em mim a ponto
de doer.

Ele me içou, levando-me para o banho e me colocando na


água. As bolhas formaram espuma ao meu redor e eu inclinei
minha cabeça sob a superfície para lavar a sensação daquele
lugar horrível em minha carne. E quando eu saí da água, me
senti como uma fênix subindo das cinzas. Eu tinha dois
pedaços de mim mesma de volta. E em algumas semanas, eu
me reuniria com os três últimos pedaços de minha alma e
estaria inteira mais uma vez.
Apesar das minhas melhores intenções, não conseguia
dormir. A meia-noite tinha chegado e passado e aquele maldito
relógio continuou tiquetaqueando, tiquetaqueando,
tiquetaqueando até que ameaçou queimar a sanidade da
minha mente e me deixar como nada além de uma monstruosa
ruína de homem. Eu me endireitei, odiando a interrupção da
minha rotina e ainda sabendo que não seria capaz de
reivindicar o sono agora. Era uma besta difícil para mim lutar
nos melhores momentos e esta noite não havia chance.

Fazia duas semanas. Duas semanas precisamente desde


que havíamos entrado no laboratório secreto de meu pai e
roubado sua mercadoria mais preciosa e a nossa de uma só
vez. A vacina que eu tomei estaria em pleno efeito agora e o
período de isolamento de Tatum terminaria quatro minutos
depois da uma. A hora exata que aconteceu ser agora quando
me levantei da cama e caminhei em direção à borda da sacada
para olhar para o Templo adormecido abaixo.
Senti uma dor no peito. Uma necessidade desesperada e
egoísta de ir até ela, de despertá-la do sono, puxá-la em meus
braços e me assegurar de que ela estava aqui, absoluta e
totalmente ela mesma mais uma vez. Recuperada depois de
seu tempo de descanso e do rigoroso cronograma de
recuperação que estabeleci para ela. Reabastecida e vibrante e
mais uma vez pronta para ocupar seu lugar como mestre de
minha alma.

Minha obsessão por ela era perigosa. Minha necessidade


por ela é insondável. E em todo o tempo que passamos
separados, tudo que fui capaz de pensar foi na doçura de seus
beijos e no fato inevitável de que eu não era digno deles. Mas
eu era sua criatura agora. E não tinha certeza se poderia
continuar evitando essa conexão.

O clique distante de uma porta se abrindo me alcançou no


silêncio e minha respiração ficou presa no meu peito quando
ela saiu. Tatum saiu para o espaço aberto abaixo em uma
camiseta branca que deve ter sido de Kyan com os pés
descalços batendo nas lajes.

Olhei para Monroe, onde ele estava dormindo no sofá


como tinha se tornado sua rotina, mas ele não se mexeu e voltei
meu foco para ela.

Meu coração parou de bater enquanto eu a observava,


esperando por permissão para continuar enquanto eu apenas
olhava para a Sereia que tinha me cativado completamente.

Seu olhar se ergueu de repente para encontrar o meu e


meu coração se catapultou em movimento mais uma vez, o
sangue batendo em minhas veias em um ritmo furioso
enquanto a necessidade de ir até ela me oprimia ao ponto de
imobilização.

Meu aperto no corrimão diante de mim aumentou até que


eu tivesse certeza de que minhas unhas estavam cravando
crescentes na madeira. Nenhum de nós se moveu. Nós apenas
ficamos olhando um para o outro enquanto uma tempestade
se erguia entre nós e minha pele formigava com a energia que
era inteiramente dela.

Se eu me movesse um centímetro, iria quebrar. Meu


controle iria quebrar. Eu iria tomá-la, possuí-la, consumi-la e
devorá-la de todas as maneiras possíveis até que não houvesse
mais nada de qualquer um de nós.

Ela quebrou a quietude entre nós primeiro, segurando


meu olhar enquanto começava a andar. Minha mandíbula
cerrou com a tensão enquanto eu me mantinha imóvel,
observando, esperando, tentando descobrir esse enigma,
embora soubesse que nunca teria uma resposta para ela.

Ela era uma impossibilidade. Uma resposta para todas as


coisas que eu estava perdendo. Uma coceira que eu precisava
coçar há mais tempo do que eu poderia me lembrar. Uma peça
de um quebra-cabeça que eu supus que sempre permaneceria
incompleta.

Ela subiu as escadas lentamente, subindo-as uma de


cada vez, meu coração batendo forte a cada passo que ela dava,
meus membros tremendo com a força que eu os segurei. Se eu
quebrasse agora, não haveria como voltar.

Minha cabeça girou lentamente enquanto ela subia as


escadas, mantendo-a presa no meu olhar até que ela chegasse
ao topo e se movesse em minha direção no mesmo ritmo
medido.

Havia uma orquestra começando na minha cabeça,


tocando uma peça que eu nunca tinha ouvido antes, mas
estava desesperada para compor. Porque era a música dela.
Era cada nota bonita, intrincada e complicada de sua
perfeição, era uma sinfonia em formação, uma história com
potencial ilimitado. Era escuro e brutal e claro e poderoso, puro
e contaminado. Sua. A garota que domesticou monstros.
Aquela que era minha dona.

Meu pau inchou com uma dor que senti em todos os ossos
do meu corpo e para cada passo que ela deu em minha direção,
a necessidade latejante em todo o meu ser só cresceu.

Tatum ficou imóvel ao meu lado, seus olhos azuis


brilhando com tanto calor que me queimou quando ela
encontrou meu olhar. Sua pele tinha recuperado seu brilho
saudável, seus lábios como duas pétalas de rosa vermelha e
seus olhos do tom mais deslumbrante de safira que eu já
encontrei. Seus mamilos estavam duros e pressionados contra
o tecido da camisa branca que ela usava, visíveis através dele,
mesmo sob o luar irregular que se derramava através do vitral.
Isso a banhou em uma cor prata rosada que só a fez parecer
mais etérea do que nunca.

Eu nem tinha certeza de quanto tempo ficamos olhando


um para o outro, meu controle normal sobre cada minuto
preciso de tempo se esvaindo como se não importasse nada
enquanto eu olhava para o rosto de minha divindade.

Sua língua varreu seu lábio inferior, fazendo um rosnado


de desejo retumbar em meu peito enquanto seus olhos se
arrastavam pelo meu torso nu para o contorno menos sutil do
meu pau que se projetava através da minha boxer para ela.

Tatum se mexeu, seus joelhos dobrando quando ela


começou a afundar no chão, mas minha mão estalou e eu
peguei seu pulso antes que ela pudesse se ajoelhar,
balançando minha cabeça enquanto a confusão crescia em
seus olhos.

“Você não se ajoelha para ninguém esta noite,” eu disse,


minha voz rouca enquanto lutava para conter o pior de mim,
desesperadamente agarrado às correntes que prendiam o
demônio em mim enquanto elas começavam a escapar de
minhas mãos.

Seus lábios se separaram no que tinha certeza que era


uma reclamação, mas antes que ela pudesse proferir qualquer
som, eu me virei totalmente para encará-la e caí de joelhos.

Tatum engoliu em seco e minha determinação começou a


se despedaçar, meus dedos roçando nas pontas dos pés dela
enquanto eu dava um pouco de energia final para tentar
resistir a ela antes de perceber que estava lutando uma batalha
que já havia perdido.

Eu deslizei minhas mãos para frente, meus dedos


lentamente esculpindo linhas na parte superior de seus pés
descalços antes de circundar seus tornozelos. Arrastei minhas
mãos até suas panturrilhas enquanto sua respiração ficava
mais profunda, meu queixo inclinado para trás enquanto eu
olhava em seus olhos. Continuei o caminho de meus dedos por
suas pernas, acariciando a pele macia na parte de trás de seus
joelhos antes de me aventurar mais alto em suas coxas, só
parando quando a plenitude de sua bunda redonda estava
firmemente presa em meu aperto.

Gemi quando percebi que ela não estava usando calcinha,


meus dedos cavando em sua carne quente enquanto eu tentava
encontrar força para me conter.

“Se você não me quer assim, me diga agora,” eu ordenei,


segurando seu olhar enquanto suas pupilas dilatavam.
“Porque estou oscilando na ponta de uma faca aqui e preciso
que você deixe isso bem claro para mim. O que você quer,
Sereia?”

Uma batida de silêncio pairou entre nós sem palavras


cortando-a, então Tatum segurou a bainha da camiseta que ela
estava vestindo antes de retirá-la de seu corpo para revelar sua
nudez por baixo.

Seu peito subia e descia pesadamente quando ela jogou a


camisa de lado e nem dei a mínima se ela devia ter caído em
uma pilha imprudente no chão enquanto eu apenas olhava
para ela, o cabelo dourado caindo em cascata ao redor de seu
rosto enquanto ela olhava de volta para mim.

“Todos saúdam a rainha,” eu respirei, apenas alto o


suficiente para ela ouvir e sua respiração engatou quando a
puxei um passo adiante e minha boca pousou no calor de sua
boceta nua.

As mãos de Tatum moveram-se para baixo para agarrar


meu cabelo fortemente encaracolado e ela me puxou para mais
perto, tirando o máximo que podia de mim enquanto um
gemido escapava de seus lábios.
A sinfonia na minha cabeça estava crescendo no ritmo
agora enquanto eu a acariciava com minha língua, desfrutando
dos arrepios de prazer que tirei dela enquanto circulava seu
clitóris, minha mão movendo-se entre suas pernas até que eu
estava enfiando dois dedos em sua boceta encharcada.

Ela gritou enquanto eu os bombeava para dentro e para


fora em perfeita sincronia com o movimento da minha língua
em seu clitóris, tocando a música que eu ouvia em seu corpo
enquanto meu polegar brincava em sua bunda. Ela engasgou
enquanto eu exercia um pouco de pressão, seu aperto no meu
cabelo aumentando quando meu nome escorregou de seus
lábios e meu pau latejou com uma dor que estava desesperado
para satisfazer, pré-gozo fazendo-o deslizar contra o tecido da
minha boxer. Foi o menor atrito, mas combinado com o gosto
dela na minha boca e a sensação de sua boceta apertada em
torno dos meus dedos, foi o suficiente para me fazer gemer.

Eu bombeei minha mão mais rápido, meu polegar


pressionando sua bunda um pouco mais forte a cada estocada
até que eu finalmente enfiei nela também e ela gozou com um
grito alto o suficiente para fazer Monroe resmungar enquanto
dormia no sofá.

O som dela vindo para mim foi o suficiente para quebrar


os últimos fragmentos de restrição aos quais eu estava me
agarrando e me levantei, levantando-a em meus braços e
enrolando suas pernas trêmulas em volta de mim enquanto eu
a beijava forte e faminto.

Eu bati suas costas contra a porta do banheiro, moendo


meu pau entre suas coxas e fazendo-a choramingar enquanto
dirigia minha língua em sua boca e provava a mistura perfeita
de seu desejo dançando entre nós.
As mãos de Tatum ainda estavam no meu cabelo,
agarrando quase com força o suficiente para arrancá-lo da raiz
e rosnei enquanto empurrava contra ela com mais força, a
barreira da minha boxer era a única coisa nos dividindo
quando sua umidade a encharcou.

Monroe murmurou algo novamente e rosnei quando tirei


a mão de sua bunda, estendendo a mão para a maçaneta da
porta e nos derramando no banheiro. Eu não a estava
compartilhando. Agora não. Não esta primeira vez. Isso seria
eu e ela e não iria parar até que nós dois não conseguíssemos
sequer lembrar nossos nomes, muito menos nossos
problemas. Eles tiveram suas chances de reivindicá-la assim e
agora era minha.

Eu chutei a porta e tranquei-a para uma boa medida


enquanto Tatum tirava suas pernas da minha cintura,
pousando em seus pés e raspando as unhas no meu peito
enquanto ela ia para minha cintura.

Eu emaranhei meus dedos em seu cabelo, beijando-a


ferozmente enquanto ela empurrava minha boxer para baixo e
meu pau saltou livre, duro, dolorido e desesperado.

Estava escuro como breu aqui com a porta fechada, mas


nossos corpos estavam tão em sincronia um com o outro que
não fez a menor diferença.

Eu agarrei seus quadris e a virei, dobrando-a sobre a pia


e dirigindo meu pau dentro dela com um impulso selvagem que
a fez gritar quando minhas bolas atingiram seu clitóris.
Ela era tão fodidamente apertada, sua boceta me
agarrando e fazendo meu pau pulsar com mais necessidade do
que jamais senti em minha vida.

Meus dedos se curvaram em torno de seus quadris e


comecei a fodê-la o mais forte que pude, uma besta selvagem
irrestrita e incapaz de parar enquanto ele gritava, engasgava e
amaldiçoava meu nome pelo menos com a mesma frequência
que ela o elogiava.

Os produtos na prateleira acima da pia começaram a


chocalhar com a força das minhas estocadas e eu nem dei a
mínima quando todos começaram a cair no chão.

Deixe o caos reinar para a minha deusa.

A escuridão fez a música na minha cabeça parecer mais


alta, sua voz lançada de prazer a melodia perfeita para o clímax
que eu podia sentir chegando. Mas eu queria vê-la. Precisava
vê-la desmoronar por mim e quebrar e cair nas minhas mãos,
para nunca deixá-la ir novamente.

Eu soltei um de seus quadris enquanto alcançava a luz


acima do espelho, meus dedos deslizando sobre o vidro frio
enquanto eu amaldiçoava e ofegava e ela gemia por mim ainda
mais alto.

Finalmente consegui encontrá-lo, puxando a corda e


batendo minha mão com força contra sua bunda no momento
em que perdi o controle do meu corpo e Tatum chamou meu
nome quando a luz se acendeu. Seus olhos azuis encontraram
os meus no espelho enquanto ambos gozávamos com força,
gritando de prazer, sua boceta ordenhando meu pau por tudo
que eu tinha. Não acho que já gozei tão poderosamente em toda
a minha vida e quando recuei, ofegante e dolorido das melhores
maneiras, virei-a para beijá-la suavemente.

“Saint,” ela murmurou, seus braços enrolando em volta


do meu pescoço e descobri que realmente gostava dela me
tocando assim. Mesmo que fosse inesperado ou fora de
controle, eu queria mais. Até a última gota disso.

“Eu te amo, Tatum Rivers,” rosnei, pintando meus dedos


em seu peito, acariciando a elevação de seu seio e provocando
seu mamilo duro. “Eu não pensei que pudesse sentir algo como
as coisas que sinto por você. Não pensei que houvesse algo bom
em mim para isso. E meu amor não é algo leve e libertador, é
obsessivo e tóxico, controlador e insaciável. Mas sinto tudo por
você.”

“Eu também te amo, Saint,” ela respirou. “Você pode ser a


pior pessoa que já enfrentei, mas também é uma das melhores.
Eu me sinto viva quando estou com você da maneira mais
incrível e só quero que continue e nunca acabe.”

“Nunca acabe, hein?” Meus lábios se curvaram nos cantos


enquanto minha mão se movia entre suas coxas, traçando a
bagunça do meu esperma que a marcava, manchava, provava
que eu realmente a tinha reivindicado.

Suas mãos acariciaram meu peito, correndo para frente e


para trás pelas palavras da minha tatuagem e gostei muito
disso. Eu gostava que ela tivesse o controle quase tanto quanto
gostava de ter o controle dela.

“Diga-me o que você quer,” eu rosnei, levando-a de volta


até que estivéssemos dentro do chuveiro e abri a torneira.
“Possuir você,” ela respirou, seus olhos cheios de
honestidade. “Assim como você me possui.”

“Apenas eu?” Perguntei enquanto estendia a mão para


remover o chuveiro do suporte para borrifar entre suas coxas
e lavar a bagunça que tínhamos feito lá.

“Não,” ela ofegou enquanto eu usava meus dedos para


ajudar a lavá-la, em seguida, movi o chuveiro para mais perto
de seu clitóris. “Eu quero possuir todos os quatro de vocês.”

Isso deveria ter me irritado. Essa teria sido a reação


normal, não é? Mas, em vez disso, meu pau estava
endurecendo novamente e estava pensando em todas as
maneiras que poderíamos realizar esse sonho.

“Bom,” eu respirei, beijando-a enquanto deslizava o


chuveiro sobre seu clitóris e devorando o gemido que saiu de
seus lábios.

A pressão da água era fodidamente celestial aqui. Eu me


certifiquei de que fosse quando o Templo fosse convertido para
nós e continuei beijando-a enquanto movia o spray para frente
e para trás entre suas coxas.

Tatum gemeu enquanto eu brincava com seu mamilo e


cada toque inesperado de suas mãos na minha carne apenas
fez meu pulso disparar mais rápido enquanto continuava a
brincar com ela.

Meu pau já estava doendo por ela de novo e eu sabia que


nunca iria saciar totalmente essa necessidade em meu corpo
por ela. Meu vício estava apenas crescendo, minha
dependência se aprofundando e pretendia tirar o máximo de
prazer que pudesse antes que a exaustão nos obrigasse a
parar. Porque eu não conseguia ver nenhum fim além disso.

Tatum engasgou quando ela chegou perto de seu orgasmo,


sua mão agarrando meu bíceps para direcionar o chuveiro para
o local exato onde ela queria sentir a pressão da água.

Eu liberei meu aperto em seu seio e mudei o botão do


chuveiro, mudando a temperatura para um frio cortante assim
que ela gozou, a combinação de prazer e choque levando seu
corpo a novas alturas.

Seu grito estava além dos limites do banheiro e tinha


certeza que ela já devia ter acordado os outros, mas não me
importei. Esta noite ela era minha. Amanhã descobriríamos o
resto.

Eu liguei o chuveiro de volta para quente e coloquei acima


de nós novamente enquanto a levantava e a prendia na parede.
Meu pau sólido pressionou contra seu calor e eu olhei em seus
olhos enquanto hesitava com a água caindo sobre nós.

“Minha vida toda lutei com tudo que tenho para manter o
controle de tudo,” eu disse enquanto ela olhava para mim, com
as mãos apoiadas nos meus ombros, o cabelo molhado
grudado na pele. “E então você veio e trouxe mais caos para
minha vida do que eu jamais teria acreditado que pudesse
lidar. Tentei quebrar você. Mas foi você quem me quebrou.
Você me forçou a sair da minha zona de conforto repetidas
vezes até eu não saber mais o que era confortável. Você faz
minha pele coçar com a necessidade de mais. E você é mais.
Espero que saiba que nunca vou deixar você ir agora.”
“Você promete?” Ela respirou, fazendo minha alma
queimar por ela enquanto eu empurrava para frente, meu pau
afundando nela como se tivesse sido feito apenas para esse
propósito e gemi com a perfeição daquele sentimento, de seu
corpo possuindo o meu.

“Eu prometo, Sereia.”

Um sorriso iluminou seus lábios que era tão puro e


brilhante que fez meu coração disparar e quando nossos
corpos começaram a se mover juntos mais uma vez, me senti
mais leve do que antes, desde que conseguia me lembrar.

Tatum Rivers pode ter sido a isca perfeita para o monstro


em mim, mas ela era o bálsamo para isso também. Ela havia
domesticado quatro homens selvagens e quebrados e tudo o
que podíamos fazer agora era adorá-la e torcer para que ela
nunca quisesse escapar de nós. Mas de qualquer forma, eu não
a deixaria ir.
Eu acordei nos braços de um monstro diferente pela
primeira vez em duas semanas. Saint estava atrás de mim,
meu corpo curvado contra o dele enquanto ele me segurava,
nem uma única camada de roupa separando nossa carne
aquecida. Seus músculos estavam travados em torno de mim,
mantendo-me cativa mesmo durante o sono. Mas acabou que
ele também era meu prisioneiro e eu nunca o libertaria.

Minha pele zumbia com o que tínhamos feito na noite


passada. Saint tinha me reivindicado com a ferocidade
punitiva do Diabo. E eu não teria feito de outra maneira.

Meus olhos se abriram e observei o tempo olhando para


mim do relógio em sua mesa de cabeceira, minha confusão
dando lugar a um pequeno nó de pânico. Ah Merda.
Eram dez e três minutos e Saint ia perder a cabeça. O que
diabos aconteceu com o alarme?

Ele se mexeu, sua boca roçando meu pescoço e arqueei


nele automaticamente, saboreando a forma como seu toque
enviou uma onda de eletricidade pela minha carne. Seu pau
estava duro e pressionando intensamente em minha bunda
enquanto eu empurrava meus quadris contra ele, um suspiro
saindo dele que era tão não-Saint, que me fez sorrir. Ele
parecia contente. E quando foi a última vez que a besta de
coração negro que residia nesta igreja esteve contente?

Estendi a mão rapidamente, batendo no despertador para


que não ficasse de frente para nós antes de rolar para olhar
para ele. Ele arqueou uma sobrancelha para mim. “Eu estou
bem ciente da hora, Tatum. Quem você acha que desligou o
alarme? A porra de um duende?”

Meus lábios se separaram em choque. Tipo, choque


legítimo. “Por que?” Eu hesitei. “E por que você não está
escalando as paredes agora?”

Ele agarrou minha cintura, puxando-me contra seu corpo


e me beijando, sua língua dirigindo-se à minha boca em
movimentos controlados que pareciam pressionar cada botão
do meu desejo. Ele quebrou o beijo antes que eu estivesse perto
de terminar, deixando meus lábios formigando e famintos por
mais.

“Há apenas um momento que importa agora. E esse é o


tempo que estou passando com você,” ele disse, seus olhos me
devorando enquanto se arrastavam para minha boca, minha
garganta, meus seios. “Além disso, você ainda precisa
descansar. Não estou acima de quebrar minha rotina, apenas
para esse propósito.”

“Estou completamente bem agora e você sabe disso. Você


nunca quebra sua rotina ,” eu disse. “Isso te deixa louco.”

“Bem, eu estou desesperadamente louco então, eu


suponho,” ele disse, soando totalmente são e sexy como o
inferno. Ele me empurrou de costas, movendo-se em cima de
mim em um movimento fluido, pressionando seu peso para
baixo enquanto a ponta de seu pau duro escorregava contra
minha entrada molhada.

A respiração ficou presa na minha garganta enquanto


agarrei seus ombros poderosos, levantando meus quadris
enquanto eu o incitava a me levar. Mas ele não fez isso, ele
sorriu sombriamente, observando minha expressão enquanto
ele me segurava em suspense, deleitando-se em me ter nesta
posição. Eu ainda não conseguia acreditar que ele não estava
entrando na terceira guerra mundial agora ao longo do tempo.
Mas certamente não estava reclamando.

“Você não está ansiando por controlar o seu dia?” Eu


perguntei roucamente enquanto ele traçava uma linha de
beijos ao longo da minha mandíbula, cada um considerado e
deliberado.

“Eu tenho você à minha mercê, que mais controle


qualquer homem poderia desejar neste mundo ou no
próximo?”

Meu estômago vibrou e virei minha cabeça para procurar


sua boca, mas ele me negou, forçando minha cabeça para trás
com os dedos para que pudesse continuar beijando como e
onde queria.

“Você é realmente um romântico total, percebeu isso?”


Provoquei sem fôlego, meu núcleo tão encharcado, eu estava
apalpando seus quadris em um esforço para atraí-lo para mim.
Mas ele provavelmente me faria cair como o Muro de Berlim
antes de me dar o que eu queria.

“Romance é um conceito. Eu simplesmente falo a verdade


como a percebo,” argumentou.

“Isso é o que torna tudo romântico,” eu continuei a


provocá-lo, passando minhas mãos pelos planos rígidos de
suas costas musculosas. Ele se flexionou sobre mim, um
rosnado retumbando por ele que me lembrou do animal nele
que tinha me reivindicado na noite passada. Ele finalmente
abriu mão do controle. Controle completo e absoluto. E tinha
sido para mim. Talvez ele realmente não precisasse de sua
rotina hoje.

“Então você vai viver descontroladamente agora?


Levantar-se sete minutos depois da hora que quiser, pular a
academia e comer uma tigela de cereal no café da manhã?” Eu
brinquei, mas ele estremeceu, sua expressão ficando tensa.

Ele tentou se afastar, mas eu agarrei seus braços, me


recusando a deixá-lo ir quando a culpa passou por mim.

Seus olhos se moveram para algum lugar além da minha


cabeça enquanto ele suspirava. “Sei que sou difícil, sei que não
sou como as outras pessoas...”
“Eu não queria te chatear. Na verdade, eu quero entender.
Explique para mim,” perguntei séria. “Diga-me como é.”

Saint respirou fundo, olhando para mim enquanto


colocava uma mecha de cabelo dourado atrás da minha orelha.
“Há uma necessidade profunda e ardente em mim de que tudo
seja totalmente imutável. Às vezes, consigo encontrar um único
momento que dura alguns segundos em que prendo a
respiração e toda a minha existência parece valer a pena. Tudo
está calmo, limpo, perfeito. Todos os erros do meu passado são
apagados, todos os pontos e manchas desaparecem até que
tudo o que posso ver é um mar branco e puro de calma. Mas
eu não consigo segurar. Ela desliza por entre meus dedos como
grãos de areia, pedaço por pedaço glorioso, até que fico
tentando pegar cada um deles do chão. É... caos.”

“Isso soa como um pesadelo,” eu respirei tristemente e ele


acenou com a cabeça, seu polegar deslizando suavemente em
toda a minha garganta.

“A cada grão de areia que cai, eu enfrento cada falha em


mim mais uma vez, até me lembrar de como realmente sou
horrivelmente mediano. No entanto, toda vez, me iludo
pensando que posso encontrar aquele lugar perfeito
novamente. Que da próxima vez que chegar lá, vou ficar com
ele. Da próxima vez, estará aqui para ficar. Eu me mantenho
em padrões brutais e selvagens que cortam carne e osso e
exigem que eu fique no topo de uma montanha como um deus.
Cada decisão que tomo é analisada, criticada, desconstruída e
reconstruída de novo. E para piorar tudo, também apliquei
você a esses padrões, Tatum. Exigi que você fosse perfeita, mas
tive que perder você para perceber o quão vil é a perfeição do
demônio. E sempre foi meu demônio para carregar, nunca o
seu. Você é maravilhosamente humana. E eu não tenho mais
medo de ser humano também.”

“Saint,” eu engasguei, inclinando-me para cima, sentindo


sua respiração contra meus lábios.

“Durante tantos anos pensei que felicidade era uma


palavra que pertencia a tolos e simplórios, àqueles que não
tinham ambições de grandeza, que só alcançariam sonhos
inúteis vivendo uma vida pequena e irrelevante. Mas agora vejo
que minha vida era pequena. E esse amor não é um sonho
infantil, mas o único sonho que já tive que serve a um propósito
maior do que eu. Eu me apaixonei por você como aqueles grãos
de areia que antes me prendiam tão completamente,
escorregando um por um, lentamente ao longo do tempo, sem
que eu jamais percebesse. E de alguma forma, não há caos
agora que o último caiu, apenas paz, inteira, porra, paz. Então,
vou deixá-los mentir, Tatum Rivers. Vou deixá-los mentir por
você.”

Eu capturei seus lábios, meu coração se expandindo,


enchendo-se com a beleza de suas palavras e o sacrifício que
sabia que tinha custado para ele dizê-las. Ele segurou meus
quadris, angulando meu corpo para ele reclamar e meus dedos
se agruparam contra seus ombros enquanto eu antecipava a
plenitude dele dentro de mim. Ele se abaixou para enganchar
meu joelho sob seu braço, puxando-o em um movimento lento
e deliberado que fez meu coração bater de forma desigual.

“Se vocês vão se foder de novo, você pode me avisar porque


vou encontrar outro sofá para dormir,” Monroe chamou do
andar de baixo, uma nota de irritação em seu tom.
Saint estava claramente prestes a me foder de qualquer
maneira, então eu dei um tapa em seu ombro e dei a ele um
olhar firme.

“Não seja um idiota,” assobiei e ele sorriu. Eu o empurrei


de volta, meu coração doendo por estar perto dos meus outros
Guardiões da Noite também e a expressão de Saint suavizou
como se ele entendesse exatamente o que eu queria.

Ele se afastou de mim, de repente em pé, puxando sua


boxer enquanto caminhava até a beira da sacada. Eu pulei
atrás dele, pegando um roupão de seda e puxando-o,
amarrando-o no lugar enquanto corria para o lado de Saint. Eu
olhei para Monroe no sofá, a tatuagem escura de tigresa em
seu peito largo parecendo de alguma forma mais monstruosa
do que o normal enquanto olhava para mim.

“Bom dia,” falei e Monroe sorriu para mim antes de lançar


um olhar de ciúme para Saint.

“Bom dia, princesa,” disse ele, passando a mão pelo cabelo


loiro bagunçado e meus dedos se contraíram com o desejo de
fazer o mesmo. Ele parecia comestível de manhã, todos com
olhos sonolentos e bestiais.

Blake estava na cozinha fazendo café e olhou para mim


com uma saudade em seus olhos que doeu meu coração. Eu
estava louca para ir para ele, para Monroe, para Kyan. Inferno,
precisava de todos eles ao meu redor. Eu não sabia como
explicar ou o que eles pensavam disso. A ideia de que poderia
estar apaixonada por quatro homens era uma loucura, mas era
verdade. Mas não sabia como me dividir entre todos eles. Eu
também não sabia se sempre seria o suficiente para eles dessa
forma. E eu queria que todos eles escolhessem isso, assim
como eu queria escolher. Porque se eles pensassem que eu
poderia ser o suficiente, então faria disso a missão da minha
vida. Eu os amaria a todos tão profundamente, tão ferozmente
quanto um ao outro. E precisava que eles soubessem disso.

“Eu não sei o que vocês dois estão olhando,” Saint disse
secamente. “Eu reivindiquei nossa garota assim como o resto
de vocês fizeram.”

“Estou aborrecido principalmente que você nos deu o dom


de ouvir isso,” Monroe rosnou, seus olhos escurecendo.

“Bem, eu não vou me desculpar por sua falta de


engenhosidade, Nash,” Saint disse friamente. “Você poderia ter
conseguido alguns protetores de ouvido de qualquer uma das
minhas gavetas, ou poderia ter se mudado para dormir com
Blake ou Kyan. Ou mesmo voltando para os aposentos do
diretor. Eu dificilmente sou responsável por onde você decide
estar enquanto estou fodendo...”

“Pare com isso.” Eu apertei meu cotovelo no lado de Saint


e ele me deu um sorriso de psicopata.

“Só para constar, eu ouvi você também,” Blake


acrescentou e o calor subiu pelo meu rosto. Puta merda, eu
gritei tão alto?

Saint encolheu os ombros, sua expressão levemente


presunçosa. “Novamente, não é meu problema.”

Kyan entrou na sala, uma mão enfiada em sua boxer


enquanto ele abertamente reorganizava seu lixo e seus olhos
apenas entreabertos enquanto ele se agarrava para dormir.
Seus olhos se arregalaram completamente enquanto ele me
procurava na varanda e um sorriso de lado apareceu em seus
lábios. “Então, vocês dois finalmente foderam?”

“Jesus, Kyan,” rosnei. “Não me diga que você ouviu?”

“Sim,” disse ele, seu sorriso crescendo voraz. “Oh, eu


esfaqueei um travesseiro catorze vezes quando fui acordado
pelo caminho, então se você pudesse pedir um novo desses,
irmão, seria ótimo.” Ele piscou para Saint que se eriçou.

“Tatum nunca mais vai dormir em sua cama se essas


palavras forem verdadeiras,” Saint avisou e Monroe e Blake
pareciam dispostos a concordar. Quero dizer, eles tinham
razão. Eu não queria acordar acidentalmente Kyan uma vez e
acabar estripada por sua faca de caça.

Kyan bocejou amplamente, movendo-se para a geladeira


para pegar o leite e começar a beber da garrafa. “Não se
preocupe, a única coisa que Tatum corre o risco de ser
espetada é com o meu pau.”

“Hilário,” eu disse impassível. “Você oficialmente não tem


permissão para manter facas na cama.”

“Eu não iria apunhalar você, baby,” ele disse sério. “Eu
posso sentir quando você está perto como aquela criança
naquele filme assustador que pode sentir pessoas mortas.”

“Isso não é reconfortante,” eu disse, franzindo meu nariz.

Blake bateu a cafeteira, chamando a atenção de todos e


meus olhos percorreram seu corpo dourado e musculoso
enquanto ele olhava diretamente para mim. “Não há mais
discussão. Desça aqui, Cinders, preciso tocar em você. Estou
morrendo de fome de você há muito tempo.”
“Eu a quero primeiro.” Monroe se levantou do sofá e eu
afundei meus dentes em meu lábio inferior enquanto Kyan
parecia pronto para ir para a batalha por mim também, embora
ele tivesse me tido por duas semanas inteiras. Mas ele não me
teve assim. Ele realmente manteve sua palavra sobre isso,
insistindo que eu precisava me recuperar e não tanto quanto
usar suas mãos em mim todo esse maldito tempo.
Honestamente, tinha sido quase tão torturante quanto estar
trancada naquele maldito laboratório. Tê-lo tão perto e ainda
se recusar a me tocar do jeito que eu ansiava por ele tinha sido
um tipo especial de inferno.

Os dedos de Saint escovaram meu braço possessivamente


como se ele estivesse considerando se ele iria me permitir sair
de seu lado ou não. Mas definitivamente não cabia a ele.

“Vou tomar um banho,” anunciei. “Então eu quero falar


com vocês todos juntos.”

As sobrancelhas de Blake baixaram, parecendo que ele


estava tentado a vir aqui e me agarrar. Parte de mim queria
que ele fizesse. Mas eu tinha coisas que precisava esclarecer
antes de cair em meus desejos novamente. Mesmo que meu
corpo já estivesse zumbindo com a ideia das mãos de Blake em
mim. Todas as mãos deles em mim...

Oh meu Deus, como seria ter todos eles de uma vez? Eu


quase gemi só de pensar nisso, então me afastei de Saint e
marchei incisivamente em seu banheiro, trancando a porta
atrás de mim e soltando um suspiro para me acalmar.

Tínhamos feito uma bagunça do caralho neste quarto na


noite passada e minhas sobrancelhas levantaram quando eu
encontrei todas as garrafas que estavam na prateleira acima
da pia ainda espalhadas pelo chão. As toalhas usadas estavam
espalhadas ao acaso pelo espaço também e eu mordi meu lábio
enquanto me lembrava da maneira como Saint tinha me
arrastado para fora da água depois que ele terminou de me
arruinar contra a parede do chuveiro, apenas para me prender
em sua cama e começar a me devorar tudo de novo. Na
verdade, eu perdi a noção da quantidade de vezes que ele me
destruiu na noite passada, mas quando avistei minha bunda
no espelho, sorri com o rosado da minha bunda e o contorno
fraco da marca de sua mão na minha pele.

Tomei banho rapidamente, meus dedos deslizando sobre


meus mamilos endurecidos enquanto não conseguia desviar
minha atenção do pensamento dos meus Guardiões da Noite
todos pressionados perto de mim ao mesmo tempo, sua pele
contra a minha, suas bocas vagando pelo meu corpo.

Sequei rapidamente, meu cabelo úmido em volta dos


ombros quando saí, encontrando o quarto vazio e os meninos
conversando lá embaixo. Fui para o armário, deixando cair
minha toalha e abrindo uma das gavetas, olhando todas as
belas roupas íntimas que Saint tinha comprado para mim.

Uma ideia passou pela minha mente quando meu dedo


agarrou um espartilho branco de seda. Eu o tirei da gaveta,
colocando-o e combinando-o com uma calcinha antes de
enrolar em algumas meias bege transparentes e usar as ligas
do espartilho para prendê-las no lugar.

Sequei meu cabelo e coloquei minha maquiagem, levando


meu doce tempo enquanto me arrumava com perfeição,
querendo me sentir como a realeza depois de me sentir um
inferno por tantas semanas. Pintei um batom rosa escuro e
coloquei meus pés no mesmo tom de salto alto rosa com sola
preta, sorrindo para mim mesma no espelho enquanto
arrumava meu cabelo. Meu olhar fixou-se na coroa que eu
usava quando Monroe tinha sido nomeado Guardião da Noite
e eu parei, um fôlego de diversão escapando de mim. Seria
totalmente ridículo se eu a colocasse...?

Eu a enganchei no meu dedo, colocando-a na minha


cabeça apenas para mim e observando o efeito no espelho.
Bem, merda, por que não posso usar uma coroa todos os dias
da semana? As normas sociais são tão enfadonhas.

Olhei por cima do ombro para a porta e pensei que se


dane, saindo e caminhando até a borda da sacada. Eu olhei
por cima da borda e encontrei todos eles ainda em suas boxers,
parecendo totalmente deliciosos.

Blake e Kyan estavam lutando pelo controle remoto da TV


enquanto Saint e Monroe os incitavam, toda aquela carne
muscular fazendo minhas coxas apertarem juntas com a
necessidade. Eu os observei por mais um tempo antes de
descer as escadas, imaginando que seria divertido surpreendê-
los. Sentei-me na mesa de jantar, cruzando as pernas e
sorrindo enquanto Blake pegava o controle remoto e pulava,
gritando sua vitória. Mas seu uivo morreu em sua garganta
quando seu olhar pousou em mim e o controle remoto caiu de
sua mão, atingindo a mesa de café com um estrondo, as
baterias explodindo.

“Minha,” ele rosnou como uma besta, em seguida,


empurrou Saint e Monroe no sofá, saltando sobre ele e
correndo em minha direção. Os outros se viraram quando Kyan
deu um pulo e eu juro que suas mandíbulas realmente caíram.
Blake chegou até mim, diminuindo o ritmo enquanto
abaixava a cabeça e seus olhos giravam com ideias
pecaminosas enquanto ele bebia em minha roupa. Ele
estendeu a mão, mas eu falei antes que ele pudesse colocar
sua mão em mim.

“Não toque. Ainda não.”

Ele engoliu em seco, deixando cair a mão em


desapontamento enquanto os outros se moviam para ficar de
cada lado dele, os quatro olhando para mim como vira-latas
famintos por restos.

“Você está incrível,” Nash murmurou.

“Linda,” acrescentou Blake.

“Sensacional,” Saint cortou.

“Fodidamente comestível.” Kyan sorriu e meus dedos do


pé enrolaram em meus sapatos enquanto todos eles olhavam e
parecia que eles estavam olhando diretamente sob a minha
carne.

Eu sorri sedutoramente de volta para eles, embora meu


coração estivesse batendo ferozmente enquanto considerava o
que eu queria deles. Eu engoli a bola subindo na minha
garganta e respirei moderadamente, um lampejo de ansiedade
passando por mim com a verdade que eu estava prestes a tirar
de todos eles.

“Eu preciso perguntar uma coisa a todos vocês, e preciso


de uma resposta honesta,” disse e eles concordaram,
esperando com expectativa. “Eu sei que esta situação não é
exatamente... normal. Vocês quatro e eu, é muito louco. Mas a
questão é que não parece mais uma loucura de alguma forma.
Estar naquele laboratório sozinha me fez sentir falta de vocês
mais do que jamais poderia ter imaginado que sentiria falta de
alguém ou de alguma coisa. Nenhum de vocês significa menos
para mim do que o outro. Eu preciso de todos vocês. Estar sem
nenhum de vocês me quebraria. Mas também entendo que,
bem, sei que é muito pedir a vocês que me compartilhem. Só
eu. Quando estou pedindo para ter todos vocês em troca.”
Minhas palavras ficaram suspensas no ar pelo que pareceu
uma eternidade e os quatro trocaram olhares intensos que
fizeram meu coração disparar. Mas quando eles se viraram
para mim, havia certeza em seus olhos, nenhuma sombra de
dúvida.

“Você se vinculou a todos nós, baby,” Kyan disse


sombriamente. “Eu entendi isso desde o primeiro dia. Vou
compartilhar você com meus irmãos, mas nenhum outro
homem ou criatura nesta terra vai tocar em você além deles e
eu. E nunca vou querer outra mulher além de você. “

Meu coração batia descompassado, mas não tive tempo de


responder quando Blake falou em seguida.

“Sou seu. Você é minha. E deles. Somos uma unidade.


Preso por sangue, dor e amor. Não há outra maneira que faça
sentido para mim, Cinders.”

“Sim,” Saint concordou, balançando a cabeça firmemente.


“Nossas reivindicações sempre serão iguais. Nossas almas
estão irrevogavelmente ligadas. Este é o único caminho para
nós. E o único que eu quero.”

Olhei para Monroe, a dúvida fazendo meu coração


esmagar enquanto esperava por sua resposta, precisando
saber que ele poderia se comprometer com isso também. Ele
não tinha estado ligado aos outros por tanto tempo, ele me
queria para si mesmo antes de agora. Mas se ele dissesse que
não poderia fazer isso, não sabia o que faria. Isso iria me
quebrar. Sem um deles, não poderia funcionar. De alguma
forma, esse vínculo incrivelmente poderoso que nos mantém
juntos só poderia funcionar se nós cinco o mantivéssemos. Se
um link fosse quebrado, quebraria todos nós.

“Nash?” Eu respirei, esperança e medo envolvidos em


minha voz.

Ele deu um passo à frente, seus nós dos dedos roçando


minha coxa, correndo até meu quadril e deixando arrepios em
seu rastro. Ele continuou a arrastá-los pelo meu corpo, sobre
a minha barriga, seguindo a curva dos meus seios, ao longo do
comprimento da minha garganta até que ele apoiou meu
queixo em seu polegar e inclinou minha cabeça para que eu o
olhasse diretamente nos olhos. Seu olhar era um poço de
desejo sem fim, desejo e adoração, a visão fazendo meu coração
bater forte e chutar contra minhas costelas.

“Eu encontrei um lar aqui com esses homens, e com você.


Nunca me senti tão inteiro como estou aqui. Posso ser a besta
indomada para a qual nasci, sem medo de julgamento. Você
me faz sentir como se tivesse um lugar neste mundo. Então,
quero estar nisso e fazer cada dia que você tem na Terra o mais
feliz possível. E se são necessários esses três homens para
garantir isso também, então não tenho dúvidas de que é aqui
que eles também deveriam estar. Não vou perder você de novo,
princesa. Nós somos seus. Então faça o que quiser conosco.”

Uma respiração instável saiu dos meus lábios enquanto


saboreava o peso de todas as suas promessas para mim. Não
havia como solidificar esse vínculo com palavras. Tinha que ser
feito com carne. E eu não tinha mais medo de que todos me
possuíssem ao mesmo tempo, em vez disso, antecipei isso com
a sede de chuva de um deserto.

Segurei a mão de Monroe sob meu queixo e a abaixei até


meus seios, estendendo a mão para enrolar minha outra mão
em volta de seu pescoço. Ele lançou um ruído profundo e
carnal, sua mão deslizando por baixo do meu espartilho e
marcando o polegar em meu mamilo enquanto sua boca colidia
com a minha em um beijo faminto e fervoroso que fez minha
cabeça girar.

Ele se colocou entre minhas coxas e arqueei para ele,


passando minhas mãos sobre seus ombros firmes enquanto
meu núcleo apertava com força na expectativa do que eu
queria.

Ele quebrou nosso beijo, sua boca caindo na minha


garganta e eu inclinei minha cabeça para dar a ele mais acesso,
olhando por cima do ombro para meus outros meninos que
pareciam desesperados para se aproximar.

Estendi a mão para eles, uma demanda em meus lábios


que foi abafada por um gemido quando a boca de Monroe
deslizou para chupar meu mamilo em vez de usar o polegar.
Blake e Kyan avançaram enquanto Saint observava, apertando
a protuberância enorme em sua boxer. Sempre se agarrando
ao controle até o maldito segundo final.

Kyan agarrou meus quadris, puxando-me para os meus


pés e se movendo atrás de mim enquanto Blake reivindicou um
beijo feroz da minha boca. Eu cantarolei meu prazer com o
calor ardente de seus lábios e a forma como sua língua se
movia em um padrão furioso contra a minha, fazendo meu
corpo tremer com aquele toque singular, como a maneira que
a boca de Nash estava se movendo em minha carne também.

Atrás de mim, Kyan agarrou a fita de seda que amarrava


meu espartilho, puxando-a com força e quase me puxando
para longe dos outros dois. Mas Monroe segurou meus quadris
e Blake colocou a mão em meu cabelo, nenhum dos dois me
deixando ir enquanto trabalhavam juntos para me destruir.

Quando o espartilho estava solto, os três o tiraram de cima


de mim e saí dele quando meu olhar encoberto encontrou o de
Saint. Ele largou sua boxer e agarrou seu pau grosso em sua
mão, lentamente passando a mão para cima e para baixo em
golpes provocadores.

“Saint,” acenei para ele em uma ordem firme, mas ele não
se moveu, seus olhos escuros enquanto observava.

“Eu quero ver você gozar pelo menos uma vez antes de ser
minha de novo,” ele disse, suas palavras enviando um arrepio
elétrico pela minha espinha.

A palma da mão de Kyan percorreu o comprimento das


minhas costas enquanto Monroe caiu de joelhos e Kyan se
ajoelhou também, sua respiração soprando contra a parte de
trás das minhas coxas. Kyan arrancou minha calcinha com um
puxão forte enquanto Blake mantinha minha cabeça inclinada
em direção a ele enquanto me beijava, abaixando uma mão
para meus seios, massageando-os em apertamentos firmes e
possessivos.

A língua de Monroe percorreu meu centro em uma longa


lambida que me fez gemer na boca de Blake. Sua língua se
estabeleceu contra meu clitóris e começou a circular em
movimentos suaves e imundos que fizeram todo o meu corpo
tremer violentamente.

Kyan apertou minha bunda com as duas mãos, em


seguida, separou minhas bochechas e passou a língua sobre a
parte mais íntima de mim e eu empurrei para frente nas mãos
de Blake com um suspiro de surpresa. Kyan riu como um
demônio, me lambendo selvagemente enquanto a língua de
Monroe parecia encontrar o mesmo ritmo perverso contra o
meu clitóris.

“Oh meu Deus,” gemi contra os lábios de Blake.

“Isso é bom, Cinders?” Blake ronronou e balancei a


cabeça, meus quadris sacudindo e empurrando enquanto
Monroe e Kyan pareciam lutar por quem poderia me fazer
estremecer mais. “Pode ser ainda melhor pra caralho.”

A mão de Blake escorregou do meu peito e ele deixou cair


o ombro, alcançando o queixo de Monroe e deslizando a mão
para a festa. Dois dedos grossos empurraram profundamente
dentro de mim e Blake amaldiçoou o quão molhada ele me
encontrou, bombeando sua mão e me fazendo gritar com as
sensações inacreditáveis que os três estavam me dando. Foi
demais. Eu estava caindo ou voando ou em combustão.
Engasguei e gemi, sem saber quem estava me segurando,
porque com certeza não era eu. O êxtase caiu pelo meu corpo
como um terremoto e gritei, minha cabeça caindo para trás
quando a boca de Blake caiu na minha garganta e lambeu toda
a extensão dela.

Eu ainda estava gemendo quando ele retirou a mão e as


bocas de Kyan e Monroe se retiraram do meu corpo, dando-me
alívio para minha carne sensível e trêmula. Mas só precisei de
um segundo porque eu não estava nem perto de terminar com
nenhum deles.

“Nash, você a tem primeiro,” Saint ordenou de repente.


“Deite-a na mesa.”

“Porra, não.” Blake me puxou em direção a ele e uma


risada ofegante me escapou.

Kyan pegou meus quadris, me puxando para fora de seus


braços, seus dentes afundando na concha da minha orelha.
“Eu vou lutar para entrar em você primeiro, baby. Vou dar tudo
para você.” Seu pau duro e latejante pressionou contra minha
bunda e Monroe rosnou, empurrando sua testa para empurrá-
lo para trás e me puxando contra seu peito com um olhar
demoníaco que dizia que ele estava prestes a fazer qualquer
coisa para vencer esta luta.

“Eu quero tudo de vocês,” eu insisti enquanto as mãos de


Blake e Kyan caíram sobre mim novamente. Eu me aninhei
neles enquanto os três me cercavam, minha mão curvando-se
ao redor do pescoço de Kyan atrás de mim e minha outra mão
movendo-se do peito de Monroe para dar um nó no cabelo de
Blake enquanto eles me acariciavam e apalpavam. Meu olhar
caiu em Saint novamente quando a peça final do meu quebra-
cabeça me aludiu.

“Junte-se a nós,” exigi, mas ele apenas lambeu os lábios,


recostando-se no sofá e bombeando lentamente seu lindo pau.

“Eu irei quando terminar de apreciar a vista,” ele disse,


seus olhos dois poços de fome e imaginei que não me
importaria em fazer um show, se isso fosse o que ele gostava.
“Vamos, princesa, faça uma escolha,” Monroe rosnou com
urgência, beliscando meu queixo e minha respiração ficou
muito forte.

“Saint pode escolher,” decidi, sabendo que ele se divertia


com isso. E eu meio que fazia também. Se ele não fosse vir aqui
e colocar as mãos em mim, então ele poderia pelo menos ter
essa conexão conosco.

Kyan rosnou em desaprovação, olhando para Saint em


frustração.

“Nash.” Saint reiterou presunçosamente e Monroe


claramente não se importou em discutir com Saint quando ele
estava sendo escolhido, então ele agarrou minha cintura, me
levantando e me carregando para a mesa.

Ele me deitou, me espalhando como se eu fosse sua


refeição favorita e sorri para ele enquanto envolvia minhas
pernas em volta de sua cintura, minha alma pegando fogo pela
maneira como ele me olhava. Minha coroa caiu sobre a mesa e
não me preocupei em recuperá-la quando fui capturada pela
visão diante de mim, meu anjo escuro elevando-se acima de
mim, pronto para me mostrar a profundidade de seus pecados.

“Olhos aqui,” Monroe comandou, apontando para seu


próprio olhar azul e balancei a cabeça, mordendo meu lábio
enquanto ele puxava sua boxer para baixo, liberando seu
comprimento impressionante e latejante.

Seus olhos permaneceram em meus lábios enquanto ele


se guiava para a minha entrada, sentindo o quão encharcada
eu estava e ele suspirou enquanto circulava a cabeça de seu
pau na minha umidade.
Ele segurou meu queixo para que não pudesse desviar o
olhar, não que eu quisesse olhar para qualquer coisa além dele
naquele momento de qualquer maneira, então ele empurrou
seus quadris para frente, batendo dentro de mim totalmente e
me fazendo gritar. Seu olhar travou com o meu enquanto ele
batia dentro e fora de mim, seus dentes arreganhados
enquanto seus dedos cravavam no meu queixo e todo o seu
corpo ficava tenso, seu abdômen tenso, seus músculos
brilhando, me deixando ainda mais escorregadia para ele.

“Porra, você é tão boa,” ele gemeu, sua outra mão se


movendo para acariciar meu clitóris inchado enquanto minhas
costas arqueavam contra a mesa de madeira dura. “Sim.”

“Calma, Nash. Eu disse que você poderia ir primeiro, não


que você pudesse terminar primeiro,” Saint disse cortante, mas
Monroe o ignorou, dirigindo mais forte em meu corpo enquanto
outro orgasmo se construía em mim com seu toque hábil.

“Nash,” Saint rebateu.

“Cale a boca,” Monroe cuspiu, ainda não me deixando


olhar para qualquer outro lugar, mas para ele.

Eu gemi enquanto me entregava ao seu poder, meus olhos


meio rolando para trás em minha cabeça enquanto minhas
coxas apertavam em torno dele. O ecstasy estava prestes a
crescer através de mim como uma onda, mas antes que eu
pudesse mergulhar naquele mar de prazer, Monroe foi puxado
para longe de mim e gritei, meio sentada quando encontrei
Saint puxando-o de lado.

“Ei!” Eu rosnei.
“Kyan, fique embaixo dela,” Saint lançou para ele e Kyan
não hesitou, agarrando-me da mesa e me puxando para baixo
para montá-lo no tapete.

Virei minha cabeça para tentar ver Monroe, mas Kyan


levantou meus quadris e deslizou dentro de mim com um
impulso poderoso que me fez cair para frente sobre ele. Minha
boca encontrou a dele e ele mordeu meu lábio inferior com
força, agarrando minhas mãos e segurando-as na base da
minha coluna enquanto me controlava montando nele.

“Filho da puta,” ofeguei e ele riu.

“Blake, pegue as mãos dela para ele,” Saint ordenou e


Kyan rosnou enquanto entrava e saía de mim.

Eu cavei meus joelhos no tapete para tentar ganhar algum


controle, mas quando Blake segurou minhas mãos para ele,
Kyan estava livre para agarrar meus quadris, seus polegares
escorregando sob as ligas dos meus suspensórios e perdi
qualquer poder que eu tinha enquanto ele se bombeava para
dentro e para fora de mim, seu pau atingindo aquele ponto
doce dentro de mim e me fazendo liberar ruídos que pareciam
puramente fodidamente animais.

“Jesus, porra, Kyan,” engasguei por ar enquanto ele não


diminuía nem um pouco, suas estocadas implacáveis quase
dolorosas, mas eram boas pra caralho também.

Ele apertou minha bunda, batendo forte o suficiente para


deixar uma marca antes de fazer isso de novo e de novo.

“Você é um selvagem,” rosnei com raiva, amando isso


quase tanto quanto queria dar um soco nele por isso.
“Eu teria pensado que você estaria acostumada com isso
agora, baby,” ele disse, sorrindo enquanto observava meus
seios saltarem, parecendo que ele estava no céu.

“Foda ela por trás, Blake,” Saint instruiu e as mãos de


Blake se moveram em meus pulsos, então ele os segurou
enquanto movia a outra para deslizar na excitação entre
minhas coxas.

“Ah, essas são minhas bolas, idiota,” Kyan grunhiu e


Blake rosnou seu aborrecimento enquanto uma risada
ofegante escapou de mim.

“Você realmente gosta, baby,” eu provoquei e Kyan me deu


um sorriso sádico que significava problema.

Ele saiu de mim, me levantando pelos quadris e me


forçando a me virar para que eu ficasse de frente para Blake.
Me apoiei nos ombros de Blake, não tendo tempo para me
preparar enquanto Kyan se acomodava na minha bunda,
usando a maciez do meu corpo para me abrir para ele.

“Pelo amor de Deus, Kyan,” Saint bufou. “Faça como eu


digo.”

“Idiota,” rosnei para ele enquanto ele ignorava Saint, mas


o prazer ofegante que encheu minha voz meio que diminuiu a
dor do meu insulto.

“Estamos nomeando lugares que pretendo foder com você


hoje? Buceta, boca, seios,” Kyan disse casualmente em meu
ouvido, moendo seus quadris em um movimento lento e
provocador que me disse que ele não seria uma besta completa
em me foder, pelo menos desta forma.
“Um dia vou comprar um pau e ver se você gosta,” ofeguei
e ele riu, mordendo meu pescoço.

“Boa sorte com isso, baby,” ele ronronou.

Ele me puxou de volta para deitar sobre ele, sua mão


movendo-se para o meu clitóris enquanto Blake se ajoelhava
entre as nossas pernas e prendia toda a minha atenção. Meu
menino de ouro tinha um sorriso brincalhão no rosto enquanto
olhava para o meu corpo, claramente não muito incomodado
com a mudança de planos enquanto ele me olhava
completamente. Ele bateu a mão de Kyan longe do meu clitóris,
inclinando-se para sugá-lo e me fazer choramingar, meus olhos
caindo em Saint e Monroe que estava um pouco além dele,
observando enquanto eles se acariciavam, parecendo
hipnotizados pela vista. Seus olhos em mim foram o suficiente
para me empurrar sobre a borda em que já estava oscilando
graças a Kyan e Blake, e gemi quando o prazer percorreu meu
corpo mais uma vez.

Blake correu sua boca pelo meu corpo enquanto Kyan


lentamente balançava seus quadris, controlando nossos
movimentos enquanto agarrava os ombros de Blake com mais
força. Eu deslizei uma mão para baixo para alinhar o pau de
Blake se contorcendo com o meu núcleo, correndo meu polegar
sobre a gota de pré-gozo esperando por mim antes de torcer
minha mão para baixo em seu eixo e apertar na base.

Ele lançou um ruído baixo de desejo total enquanto


empurrava seu pau para frente e eu o puxava para dentro de
mim. Seu corpo pesava sobre o meu e Kyan grunhiu quando
foi pressionado para baixo também e puta merda, não havia
muitos lugares melhores no mundo do que ser esmagada entre
esses dois Adonis enquanto eles me levavam à ruína.
Kyan envolveu meu cabelo em torno de seu punho para
mantê-lo longe de seu rosto. Pode ter sido estranho, mas estava
tão quente. Blake empurrou fundo até que eu estava tão cheia
de ambos que meus gemidos se tornaram ruídos distorcidos
que estavam em algum lugar entre choramingos e demandas
por mais. Eles começaram a se mover para dentro e para fora
de mim em momentos diferentes, um deles empurrando
enquanto o outro puxava para trás, seus passos combinando
enquanto eles me construíam cada vez mais para alturas
impossíveis.

Envolvi minhas pernas em volta da cintura de Blake e


Kyan agarrou a parte de trás das minhas coxas, me movendo
para suas demandas até que eu estava perdida para os dois
enquanto eles assumiam o controle completo do meu corpo.

Kyan rosnou em meu ouvido, xingando e mordendo e de


repente ele estava acalmando e inchando dentro de mim, sua
respiração quente no meu pescoço.

“Deus, você é fodidamente perfeita,” ele gemeu, batendo


na minha bunda com força novamente antes de sair de mim.

Blake riu vitoriosamente, me levantando dele e plantando


minha bunda no encosto do sofá, sua boca encontrando a
minha enquanto ele circulava seus quadris e esfregava minhas
entranhas de uma forma projetada para o mais puro prazer.
Eu gemia e ofegava, minhas unhas rasgando suas costas
enquanto sua testa pressionava a minha. O suor gotejou em
seu corpo esculpido quando ele terminou com uma estocada
final de quebrar a terra que me fez desmoronar novamente.

Ele saiu de mim, beijando-me docemente e eu empurrei


seu peito, deixando-me cair nas almofadas do sofá para
recuperar o fôlego, uma risada inebriante escapando de mim
quando senti a evidência do desejo de dois meus homens por
mim escoando entre minhas coxas.

Eu balancei minhas pernas para que fiquem penduradas


na lateral do sofá e dois demônios escuros se moveram em
torno delas, fazendo minha frequência cardíaca disparar.
Monroe segurou um copo de água na mão, levando-o aos meus
lábios e eu bebi avidamente enquanto meus olhos se fixaram
nos dele. Saint me observou com atenção e quando Monroe
colocou o copo na mesa, eu mordi meu lábio com entusiasmo,
pronta para mais.

“Tem certeza que bebeu o suficiente?” Monroe perguntou


com um sorriso e eu balancei minha cabeça.

“Eu preciso de vocês dois. Posso lidar com isso muito


bem,” disse, estendendo a mão para agarrar seu pau duro e
provocá-lo enquanto o bombeava lentamente.

“Isso é o suficiente, Sereia,” Saint ronronou. “Fique de


joelhos por nós.”

Molhei meus lábios, balançando a cabeça ansiosamente e


me movendo para obedecer, uma emoção passando por mim
por seu tom mandão. Saint se moveu na minha frente além do
braço do sofá, acenando para Monroe, que puxou meus
quadris para trás para alinhar com seu pau, inclinando sua
ponta contra minha boceta. Saint esperou enquanto Monroe
empurrava em mim e eu gemi quando Monroe não me mostrou
misericórdia, seus dedos beliscando meus quadris enquanto
ele entrava e saía do meu corpo.
Eu apertei em torno dele, gemendo seu nome e Saint
agarrou meu cabelo, puxando fortemente para me fazer olhar
para ele.

“Diga meu nome assim,” ele comandou avidamente.

“Saint,” eu gemi quando Nash deslizou seus dedos no meu


clitóris inchado e exigiu ainda mais prazer do meu corpo, mas
eu não tinha certeza se eu realmente poderia gozar novamente.
Tinha que haver um limite, certo?

“Boa menina,” Saint suspirou, se aproximando e trazendo


seu pau aos meus lábios.

Eu coloquei em minha boca sem precisar de um único


comando, afrouxando minha garganta e levando-o o mais longe
que pude antes de puxar para fora novamente em um
movimento deliberadamente lento. Ele praguejou enquanto
rodava minha língua em torno de seu eixo e chupava a ponta
de uma forma que fez todo o seu pau estremecer na minha
boca.

Os dedos de Monroe cravaram com mais força em meus


quadris e senti seu pau inchando quando ele chegou perto de
terminar. Eu chupei o eixo de Saint, empurrando minha bunda
contra Monroe enquanto nadava no êxtase de reivindicar estes
dois homens que uma vez foram inimigos ferrenhos. Os dedos
de Nash fizeram milagres entre minhas coxas e quase mordi o
pau de Saint quando encontrei outra liberação ardente,
puxando minha boca para longe dele no último segundo
enquanto estremecia de prazer. Nash me seguiu até o
esquecimento, suas mãos deslizando pelas minhas costas
enquanto ele terminava dentro de mim com um impulso forte
que sacudiu as fundações do meu corpo.
Saint riu sombriamente quando Nash se livrou de mim e
caiu de volta na poltrona mais próxima com um suspiro de
satisfação.

Saint se inclinou para falar no meu ouvido. “Agora você é


toda minha.” Ele pegou minha mão, me guiando até sua
poltrona e sentando-se nela, puxando-me para sentar em seu
colo. Ele angulou seu pau contra a minha abertura e me puxou
para baixo sobre ele com um gemido, seus olhos penetrantes
olhando diretamente em minha alma.

Eu coloquei minhas mãos em seus ombros enquanto ele


segurava meus quadris e começamos a nos mover, olhando um
para o outro em transe enquanto balançávamos em um ritmo
perfeito um com o outro. Eu coloquei uma mão em seu peito,
prendendo este monstro no lugar enquanto eu cavalgava seu
comprimento sólido, meus lábios se separaram em um O
enquanto eu sentia cada centímetro de sua espessura me
reivindicando. Suas mãos agarraram minhas nádegas e eu
amaldiçoei quando ele deslizou dois dedos em minha bunda,
me fazendo montá-los junto com seu pau enquanto ele sorria
cruelmente para mim.

“Sempre o diabo,” eu ofeguei.

“Sempre,” ele prometeu, sua expressão ficando tensa


enquanto meus quadris se moviam mais rápido e tudo o que
podíamos fazer era ofegar e gemer enquanto torcíamos o prazer
um do outro cada vez mais forte, trabalhando em um ritmo
selvagem e suado que me fez lutar por respiração.

Saint veio com uma série de palavras sujas e eu o segui,


caindo para frente para que meu rosto descansasse contra a
coluna forte de seu pescoço enquanto toda a força saía do meu
corpo.

“Banho!” Blake gritou, me tirando do colo de Saint antes


que eu tivesse um momento para me recuperar e me jogando
por cima do ombro enquanto corria para o banheiro dele e de
Kyan. Um estrondo de passos veio atrás de nós e eu levantei
minha cabeça em transe, vendo Nash e Kyan correndo atrás de
nós. Blake conseguiu entrar no banheiro, fechou a porta na
cara deles e trancou-a antes de correr para o outro lado do
quarto e trancar a porta também.

“Blake!” Kyan estalou, o som de um corpo pesado batendo


na madeira. “Eu não estou além de quebrar essa porta.”

“Não consigo ouvir você,” Blake cantou, ligando o chuveiro


enquanto entrava e me colocava na frente dele.

Ele me beijou e eu ri, envolvendo meus braços em torno


dele enquanto ele me lavava, acalmando as dores que eu sentia
depois de reivindicar meus quatro Guardiões da Noite juntos.
“Eu te amo, Cinders.” Ele acariciou meu pescoço e gemi
levemente, empurrando meus dedos em seu cabelo molhado.

“Eu também te amo, menino de ouro,” respirei e ele


suspirou, fechando os olhos enquanto saboreava essas
palavras. Eu esculpi meus dedos em seu rosto e em seu cabelo,
minha alma subindo para a superfície da minha carne para
este menino. “Eu amo cada raio de sol que está alojado em sua
pele, eu amo que cada um arde em mim e me faça sentir mais
leve que o ar. Mas eu amo sua escuridão também, o lado
sombrio de você que se esconde sob aquele exterior cruelmente
doce. Quero as duas metades de você, Blake Bowman, porque
elas o tornam real. Eles fazem de você um vilão e um herói. Um
deus e um demônio. A criatura no meio de tudo isso é o homem
mais tentador e bonito. E ele é meu.”

“Porra, querida, como vou viver de acordo com o seu


amor? É puro pra caralho,” ele rosnou, me puxando para mais
perto.

“Você já fez isso,” eu disse com firmeza, puxando-o para


um beijo apaixonado.

Não saímos do banheiro por quase meia hora quando


Blake decidiu me fazer gozar mais uma vez com sua boca e
mãos antes de me soltar. E quando voltamos para a sala de
moletom, eu estava me sentindo completamente satisfeita e
doendo da melhor maneira. Os outros estavam vestidos
também, claramente tendo todos usado o banheiro de Saint.

Meu olhar se desviou para a porta quando tive vontade de


ir e encontrar Mila, abraçá-la e dizer que estava tudo bem. Mas
se eu fizesse isso, sabia que a colocaria em risco. Troy Memphis
era um homem muito perigoso para colocá-la na linha de fogo.
Saber meu paradeiro era melhor permanecer dentro dessas
paredes até que pudéssemos descobrir como tirá-lo de nossas
costas. Só não sabia o que faríamos a longo prazo. Eu não
poderia ficar escondida aqui para sempre.

“Vamos precisar definir algumas novas regras básicas. Eu


não estou vivendo dessa maneira de homem das cavernas,
onde nossa garota é agarrada por qualquer neandertal que
chegar a ela primeiro,” Saint comandou, seu tornozelo
equilibrado em seu joelho enquanto ele passava a mão por seu
cabelo encaracolado.
“Concordo,” disse Monroe e eles trocaram um olhar
enquanto Blake e Kyan compartilhavam um deles que dizia que
preferiam o estilo de vida do homem das cavernas.

“Isso meio que parece um problema de vocês, então vou


pegar um pouco de comida,” disse, sorrindo enquanto me
dirigia para a cozinha e pegava um pouco de pão para fazer um
sanduíche, meu estômago roncando alto. “Alguém quer um?”

“Eu.”

“Eu.”

“Eu.”

“Eu devo ter esmagado a pasta de abacate com centeio


torrado,” Saint disse e eu olhei por cima do ombro para todos
eles com uma sobrancelha arqueada.

“Bem, eu vou precisar de uma ajuda para todos aqueles,


ok? Eu não sou mais sua serva,” eu disse levemente e Monroe
deu um pulo, parecendo mais do que feliz em ajudar quando
ele se juntou a mim e pegou a maionese da geladeira,
colocando um beijo atrás da minha orelha que fez meu coração
palpitar.

“Alguém quer correr em breve?” Blake perguntou,


esticando os braços acima da cabeça.

“Você já ficou sem energia?” Saint perguntou e Blake riu.

“Não,” disse ele, saindo de seu assento e indo para a janela


mais próxima, que estava coberta por uma cortina. “Espero
que não esteja chovendo mais...” Eu o ouvi abri-lo enquanto eu
passava manteiga no pão e ele praguejou alto, me fazendo virar
surpresa.

Meu coração parou quando peguei o que parecia ser tinta


vermelha na janela, a palavra minha escrita em letras grossas
no vidro. Quando o sol saiu de trás de uma nuvem escura,
lançou um brilho vermelho profundo no Templo. Meu intestino
deu um nó e minha respiração saiu irregular. Que porra é
essa?

Os nós dos dedos de Saint estavam ficando brancos onde


estavam os punhos cerrados nos braços de sua cadeira, seu
rosto fixo em uma máscara de aço. Ele se levantou
abruptamente, marchando escada acima sem uma palavra e
Kyan empurrou para fora de seu assento, parecendo pronto
para matar a próxima pessoa que se aproximasse dele.

“É o Ninja da Justiça?” Eu perguntei o que todos


certamente estavam pensando, meu coração batendo forte no
meu peito. Como eles poderiam saber que eu estava aqui?
Tínhamos mantido todas as cortinas fechadas. Eu não tinha
estado fora. Não foi possível. E ainda…

Monroe pegou minha mão, sua mandíbula batendo


furiosamente quando ele chamou minha atenção. “Você está
segura aqui, princesa.”

“Eu sei,” disse seriamente, uma energia negra e assassina


me preenchendo. “Só quero encontrá-los e fazê-los pagar.”

“Vamos. E vamos jogá-los com Bait,” Kyan rosnou e eu


olhei para ele.
“O que você fez com ele?” Eu perguntei curiosamente e um
olhar psicótico apareceu nos olhos de Kyan.

“Ele está trancado em uma sala de aula não utilizada no


Auditório Pine. De vez em quando, jogamos ali uma maçã ou
um saco de arroz cozido. O fedor é bastante desagradável.” Ele
sorriu assim e me agradou também.

Fiquei feliz por ele estar sofrendo depois de tudo que tinha
feito. Ele poderia ter me matado com aquele arco e flecha, ou
pior, ele poderia ter matado um dos meus homens.

Saint desceu as escadas olhando para seu telefone. “A


câmera mostra o Ninja em sua máscara fora do Templo há
menos de dez minutos. Eles desceram em direção ao pavilhão
desportivo.”

“Bem, o que estamos esperando?” Blake rosnou,


estalando os nós dos dedos enquanto seguia Kyan em direção
à porta.

Saint caminhou até mim, entregando-me seu telefone


antes de caminhar até o compartimento secreto no chão onde
seu cofre estava escondido. Ele digitou um código, sacando
uma arma e dando-a para mim também.

“Para que isso?” Eu fiz uma careta.

“Você vai ficar aqui. Você pode seguir os rastreadores dos


outros neste aplicativo. Se meu telefone bloquear, a senha é
um-sete-cinco-dois-nove-sete.” Ele bateu na tela para abrir um
aplicativo e três pontos apareceram nele para os telefones de
Kyan, Blake e Nash. “A arma é para qualquer filho da puta que
entrar por aquela porta que não seja um de seus Guardiões da
Noite.” Ele beijou minha bochecha, deixando uma marca de
queimação nela e Nash apertou meus dedos antes de ir atrás
dos outros.

Eu sabia que não podia correr o risco de ser vista no


campus, mas ainda odiava não poder ir com eles.

“Destrua-os,” ordenei, minha espinha se endireitando


enquanto todos os meus meninos acenavam para mim, seus
olhos brilhando enquanto eles desejavam obedecer a essa
ordem. “Faça-os sofrer, porra.”
Algo sobre o tempo que os outros Guardiões da Noite e eu
passamos trabalhando juntos para trazer Tatum para nós
mudou minha visão desse grupo de meninos de coração negro.
Eu não via mais três demônios sem alma nascidos de direitos
e privilégios em um mundo tão generoso que eles haviam
crescido para não terem nada além de desdém por ele. Agora
vejo três homens forjados de diferentes dores e sofrimentos
com diferentes danos e diferentes fantasmas os assombrando,
mas todos nós havíamos nos reunido para um único sonho. E
aquele sonho era mais do que apenas a garota que todos nós
claramente amávamos, era a família que havíamos conseguido
construir um com o outro, era a determinação de unir nossas
forças e usá-las para destruir nossos inimigos.

Então, enquanto corria pelo campus, meus ombros


esfregando contra Saint e Kyan, em vez de me sentir como um
homem usando uma máscara e fingindo, me senti livre pela
primeira vez em desde que conseguia me lembrar.
Eu não estava mais mentindo para ninguém. Eles
conheciam minha história, todas as facetas sombrias e podres
dela. Eles sabiam meu nome de nascimento. Eles conheciam
minha dor. E em vez de me punir por isso como uma vez
acreditei que aconteceria se eles descobrissem minha verdade,
eles me puxaram para o seu pedestal e me coroaram bem ao
lado deles. Eu não estava perdido em memórias de um passado
que não podia mais recuperar. E mesmo com a perspectiva de
fazer Troy Memphis sofrer e pagar pelo que ele fez à minha
família aparecendo no horizonte, descobri que agora também
vivia para muito mais do que isso.

Tatum havia unido nossas almas errantes e, embora uma


vez desejasse reclamá-la para mim, comecei a ver que meus
relacionamentos com cada um dos homens que ela escolheu
eram preciosos para mim também. Até a porra do Saint
Memphis.

Não éramos quatro homens caçando esse idiota Ninja da


Justiça por entre as árvores. Éramos uma única entidade. Um
bando de corvos, uma debandada de bisões, uma alcatéia de
lobos, uma família. Cinco almas, uma unidade. E
destruiríamos qualquer ameaça à santidade dessa união -
especialmente se eles fossem burros o suficiente para atacar
nossa garota.

Blake avançou à nossa frente enquanto Kyan gritava


animadamente, balançando seu taco de beisebol ao seu lado e
prometendo punição rápida para nossa presa assim que os
pegássemos.

O Acacia Sports Hall apareceu à nossa frente e Blake


diminuiu a velocidade apenas o suficiente para nós quatro
entrarmos no prédio como um só.
Nós nos forçamos a andar enquanto caminhávamos pelo
longo corredor que levava aos vestiários e Kyan me cutucou,
apontando para a porta parcialmente aberta para o ginásio em
si.

Saint franziu a testa enquanto olhava para aquele lado


também, aparentemente inseguro antes de encolher um ombro
e indicar para nós verificarmos.

“Saia, saia, onde quer que esteja!” Blake gritou quando


abriu a porta e entramos no corredor.

Com as luzes apagadas, o enorme espaço estava escuro e


sombras penduradas atrás das arquibancadas, mas não havia
sinal de ninguém estar aqui.

Nós avançamos mais no espaço, olhando entre nós


mesmos e quando chegamos ao meio do pavilhão de esportes,
um formigamento subiu ao longo da minha espinha, me
fazendo girar de volta ao sentir a presença de olhos na minha
pele.

Meu olhar caiu sobre uma figura encapuzada em uma


máscara de osso branco, assim quando eles jogaram uma lata
na sala conosco, o tubo de prata brilhante emitindo um gás de
cheiro forte em uma taxa alarmante.

Gritei uma série de maldições enquanto corria de volta


para as portas duplas e uma segunda lata foi atirada um
momento antes de serem fechadas.

Saint praguejou, puxando sua camisa para cobrir sua


boca e nariz enquanto gritava ordens para nós fazermos o
mesmo e cambaleei um passo quando o gás fez minha cabeça
girar.

Kyan rugiu em desafio enquanto corria para as portas


como um touro, seu ombro batendo nelas e fazendo-as
chacoalhar, mas elas não cederam porque algo claramente as
manteve fechadas pelo lado de fora.

Eu cheguei ao seu lado e comecei a jogar meu ombro


contra a madeira em sincronia com ele, determinado a sair
daqui antes que o gás fizesse efeito total.

Saint e Blake arremessaram as latas para longe, mas


mesmo na sala enorme, o gás era espesso e parecia permanecer
baixo no chão, os efeitos disso me fazendo tropeçar enquanto
a tontura empurrava em minha mente.

“Que porra é essa?” Eu perguntei, mas minhas palavras


eram tão arrastadas que não tinha certeza se algum deles
poderia me entender.

Bati na porta novamente, mas meus músculos estavam


perdendo força, e quando tentei me mover para trás para fazer
isso outra vez, meus joelhos dobraram e caí no chão.

Virei a cabeça e a sala girou tão violentamente que


demorei vários segundos para perceber que o que estava
olhando era o corpo inconsciente de Blake.

Lutei para ficar de joelhos, mas estava perdendo a batalha


com meus próprios membros quando eles saíram do controle e
caí no chão de madeira com um gemido.

Kyan tentou derrubar a porta uma última vez antes de


largar seu bastão, o som dele rolando ecoando em meus
ouvidos. Ele caiu contra as portas antes de deslizar para baixo
e cair de costas ao meu lado. O cilindro de gás soprou a
substância drogada bem em seu rosto e ele tossiu quando foi
dominado por ela.

Ele pegou meu olhar, o mesmo medo refletido em suas


pupilas como eu tinha certeza que ele podia ver nas minhas.
Com nós quatro incapacitados, Tatum estava vulnerável no
Templo. Algo que todos nós juramos que nunca aconteceria
novamente.

O Ninja da Justiça preparou esta armadilha sabendo


muito bem que Saint os veria nas câmeras. Eles devem ter
descoberto que ele estava assistindo. Saber que teríamos que
deixá-la para trás quando os caçássemos aqui.

E como um bando de idiotas que acreditavam que éramos


invencíveis, nós caminhamos direto para ele.

Eu não conseguia mais lutar contra os efeitos do gás e


meus olhos se fecharam quando um gemido escapou dos meus
lábios que era para ser um nome. Mas minha garota era mais
dura do que qualquer pessoa que conhecia. E o último
sentimento que surgiu em mim enquanto a inconsciência me
destruía, era a esperança. Porque eu tinha que esperar que ela
pudesse lidar com aquele idiota sozinha, caso contrário, não
tinha ideia do que seria de nós.
Meu pulso ficou descontrolado enquanto eu observava a
localização dos Guardiões da Noite no aplicativo do telefone de
Saint, todos eles no Acacia Sports Hall. Eles estiveram lá
dentro por quase dez minutos e a esperança me encheu sobre
a possibilidade de que eles finalmente tivessem pegado o outro
Ninja da Justiça e atualmente estivessem dando um inferno
neles. Eu só queria poder estar lá com eles para fazer justiça
por conta própria. Mas mostrar meu rosto no campus não valia
o risco, então só tinha que torcer para que um deles estivesse
fazendo uma gravação para mim.

O pequeno ponto que marca Kyan começou a se mover


além do corredor, em seguida, começou a ir ao longo de um dos
caminhos mais rápido do que alguém poderia correr
facilmente. Eu fiz uma careta, saindo do aplicativo e
encontrando meu caminho para as câmeras de segurança de
Saint, batendo através dos feeds daqueles que ele tinha
instalado em todo o campus. Fiz uma pausa em um que
mostrava um carrinho de golfe acelerando ao longo do caminho
e uma respiração ficou presa na minha garganta.

Duas pessoas mascaradas estavam no carrinho com Kyan


empoleirado no banco de trás, sua cabeça pendurada, olhos
fechados, mãos amarradas. O que diabos eles estavam fazendo
com ele?

“Não,” eu engasguei, o pânico se acendendo em meu peito


quando o carrinho se aproximou do portão externo.

Havia apenas um lugar além dali. O estacionamento. E se


eles o colocassem em um veículo? E se eles o levassem para
algum lugar e o machucassem?

Corri para a porta enquanto enfiava a arma na cintura,


pegando as chaves de Blake e enfiando os pés nos tênis. Peguei
meu casaco enquanto ia, puxando-o enquanto corria para fora,
puxando o capuz em volta do meu rosto para tentar manter
minha identidade escondida enquanto colocava a chave no
bolso e sentia minha faca tática beijando minha palma.

Eu tirei força disso. Meu pai me ensinou tudo que


precisava saber para sobreviver a qualquer situação a ponto de
estar quase caçando sombras por alguma ameaça
desconhecida. Ele viu a guerreira interior em mim e a
encorajou a prosperar. Eu poderia fazer qualquer coisa se me
propusesse a isso. E alcançaria Kyan antes que os Ninjas da
Justiça fizessem qualquer coisa com ele.

Eu corri ao longo do caminho, o telefone de Saint ainda


travado em minhas mãos quando trouxe o número de Monroe
e apertei o discar. A chamada tocou e tocou e xinguei porque
ninguém atendeu, ligando para Blake. Eu tinha que evitar que
meu pânico nublasse minha visão e convoquei a força que meu
treinamento havia incutido em mim enquanto a chamada
continuava a tocar.

E então ela parou.

O que diabos aconteceu com eles? Por que eles não estão
atendendo?

Algo seriamente fodido estava acontecendo aqui, mas não


tinha tempo para tentar decifrar porque apenas me concentrei
na tarefa em mãos. Meu marido precisava de mim e eu não o
decepcionaria.

Minha pulsação bateu descontroladamente quando aceitei


que faria isso sozinha. Eu não conseguia parar. Eu tinha que
chegar até Kyan.

O vídeo da câmera estava vazio, mas quando passei por


Aspen Halls, vi o carrinho de golfe desaparecendo além do
portão. Me empurrei até meus limites, correndo em direção ao
enorme portão de ferro e não encontrando nenhum guarda
guardando-o. Não tive tempo de me perguntar por que, quando
a abri e virei à direita no momento em que o carrinho entrou
no estacionamento à frente. Corri direto para a curva que
conduzia além dos arbustos altos à minha esquerda, minha
respiração vindo pesadamente enquanto tirava a arma da
minha cintura e me preparava para destruir qualquer um que
estivesse entre mim e meu Guardião da Noite. Eles eram tolos
em acreditar que podiam enfrentar meus reis e escapar
impunes, mas parecia que não sabiam que sua rainha estava
em casa.
O motor de um carro acelerou quando fiz a curva e
tropecei para trás bem a tempo quando um enorme Land Rover
acelerou para fora dele. O motorista mascarado não pareceu
me ver quando bati de bunda no chão. O veículo inclinou forte
e acelerou para longe de mim, acelerando o ritmo ao longo da
estrada.

Não pude hesitar, pondo-me de pé com uma explosão de


adrenalina e correndo para o estacionamento, percebendo que
nem sabia que carro Blake tinha. Pressionei o botão no
chaveiro e as luzes de um carro esporte cinza escuro chamativo
piscaram. A coisa estava a alguns centímetros do chão e
aumentada ao máximo. É claro que ele precisava do carro mais
ostentoso e inviável do mundo. A porta se abriu como algo
saído do De Volta para o Futuro e eu me joguei no assento,
ajustando-o para que meus pés pudessem alcançar os pedais
enquanto lutava para fechar a porta atrás de mim.

Quando finalmente consegui, apertei o botão de ligar e


todo o painel se iluminou em uma série de luzes coloridas e
dispositivos que faziam o interior parecer uma nave espacial.

“Pelo amor de Deus, Blake,” rosnei enquanto desligava o


freio de mão e pisava no acelerador.

A coisa toda se sacudiu para frente e disparou em um


ritmo alarmante, levantando o cascalho de modo que pingou
na pintura. Eu engasguei, lutando para colocar meu cinto de
segurança no lugar enquanto assumia o controle do carro
esporte e saía do estacionamento, colocando meu telefone no
porta-copos enquanto seguia o rastreador no telefone de Kyan.
Meu coração batia loucamente enquanto corria
furiosamente atrás deles, meus dedos enrolados firmemente ao
redor do volante enquanto o motor rugia.

As estradas eram sinuosas enquanto passavam pela


floresta densa e amaldiçoei o quão longe eles já estavam. Mas
não iria parar até que tivesse meu monstro de volta em meus
braços.

É melhor os dois idiotas que o levaram estarem


preparados para uma luta. Porque havia uma loba os caçando
durante a noite. E ela estava vindo para seu companheiro.
A primeira coisa que voltou para mim foi uma leve
sensação nos dedos dos pés, que lentamente se espalhou pelo
resto do meu corpo enquanto a vontade dolorosa de vomitar
me consumia, mas me descobri incapaz de até vomitar.

Se eu fosse do tipo que entrava em pânico, o fato de não


poder me mover poderia ter sido o suficiente para me deixar
em pânico. Mas como estava mais inclinado para a violência
cega, meu pensamento mais urgente era sobre como faria a
pessoa responsável por essa merda sangrar.

Enquanto tentava descobrir como fazer com que um único


dedo se mexesse, o eco de uma voz me alcançou e, embora
meus olhos ainda estivessem fechados, concentrei toda a
minha atenção em ouvi-lo.

“Você tem certeza disso, Ashlynn?” Um cara disse de


algum lugar na minha frente e demorei um pouco para
perceber que era a voz de Bait. “Ele vai acordar. Merda, ele vai
acordar e então ele vai ficar puto e se libertar e então ele vai
nos matar, porra.”

“Ele não vai me machucar,” uma garota gritou em


resposta, sua voz mais perto de mim do que a dele, em algum
lugar à minha esquerda. “Kyan me ama.”

Agora eu tinha algumas perguntas sérias do caralho,


porque havia apenas uma garota que eu amava e ela não tinha
aquela voz chorosa e nasal. Na verdade, tinha quase certeza de
reconhecer a pessoa falando, mas meu cérebro estava tão
nebuloso que era difícil me concentrar em mais do que apenas
ouvir suas palavras.

“Não sei, cara, não sei,” disse Bait nervosamente. “Você é


uma garota. Ele provavelmente não vai bater em você, mas
tenho recebido seus punhos com muita frequência. Acho que
devemos apenas cortar nossas perdas enquanto ele ainda está
fora disso. Não sei por que deixei você me convencer dessa
insanidade em primeiro lugar. “

“Não é loucura!” A garota gritou. “E é melhor você não


esquecer que eu poderia simplesmente ter deixado você
apodrecer naquela escola. Você deveria estar me agradecendo
por ter te ajudado...”

“Você deveria estar me agradecendo por nunca revelar seu


nome,” ele cuspiu de volta.

“Você nem tem carro, Jeremiah,” a garota riu e suas


palavras me fizeram perceber que estávamos de fato nos
movendo, o zumbido de um motor subjacente à conversa deles.
“E você estava mais do que disposto a se vingar deles sob meus
termos quando os expus. Você sempre soube que esse era o
plano, então não tente me xingar agora ou você será o único
deixado no acostamento.”

“Meu Deus do céu, vamos morrer,” murmurou Bait, quase


para si mesmo.

“Vou amarrá-lo na meia-calça da sua avó e sufocá-lo na


virilha deles.” Eu murmurei, nem mesmo querendo falar, mas
perdendo o controle da minha língua conforme a consciência
se aproximava.

Bait gritou em alarme e o carro desviou violentamente,


fazendo a garota amaldiçoá-lo. Minha cabeça bateu na janela
ao meu lado enquanto eu era jogado pelo movimento, incapaz
de me impedir de ir com ele e um momento depois um peso
caiu sobre meu colo quando alguém montou em mim.

“Shh, shh, baby, estou aqui,” a garota murmurou, seus


dedos traçando o lado da minha bochecha enquanto sua
respiração passava pela minha boca. “Estamos juntos agora.
Finalmente. Assim como sempre fomos feitos para estar.”

“Ele está acordado?” Bait exigiu.

Meus olhos ainda estavam fechados e, embora mais


sensação estivesse rastejando em meus membros, eu não
conseguia me mover. Percebi que meus pulsos estavam presos
na base da minha coluna, meus braços esmagados atrás de
mim onde eles me colocaram no carro e os amaldiçoei
internamente.

A garota no meu colo puxou um cinto de segurança por


cima de mim, afivelando-o para ter certeza de que eu não seria
jogado de novo antes de acariciar meu rosto mais uma vez.
“Ele ainda está dormindo,” disse ela depois de alguns
momentos. “Apenas se concentre na estrada. Assim que
chegarmos à propriedade de verão da minha família, você pode
pegar o carro e ir de qualquer maneira. Eu e Kyan estamos
precisando de algum tempo sozinhos.”

“Não se preocupe, não estava planejando ficar por aqui


uma vez que o psicopata acorde,” Bait respondeu e ele teria
muita sorte se realmente conseguisse escapar antes que
pudesse pagar por isso. Mas mesmo se ele fizesse, nós o
caçaríamos eventualmente.

A garota não parecia se importar com ele, porém, suas


mãos tocando meu rosto novamente antes que a carícia de seu
cabelo caísse contra meu ombro e seus lábios roçassem minha
orelha.

“Você estava esperando por mim, garotão?” Ela perguntou


e pela primeira vez, meu coração deu um salto quando o som
daquelas palavras em seus lábios me jogou de volta em uma
memória dela falando assim antes. Em uma noite em que ela
colocou algo em minha bebida e me levou de volta para seu
quarto.

Era como estar lá de novo, indefeso, preso nos limites do


meu próprio corpo e incapaz de me mover. Mas daquela vez eu
consegui lutar. Desta vez, eu não conseguia mover nada além
do meu dedão do pé.

O beijo de metal frio e afiado deslizou pela minha clavícula


um momento antes de ela usar a faca para cortar minha
camisa ao meio e um grunhido escapou de mim enquanto
tentava com tudo que tinha lutar para sair do escuro.
“Você gosta disso, garotão?” Deepthroat ronronou
enquanto ela corria as mãos pelo meu peito, acariciando seus
dedos úmidos em meus músculos antes de executá-los no vale
entre meu abdômen.

“Vou enfiar um ovo de crocodilo na sua bunda e deixá-lo


chocar,” murmurei, minhas divagações meio adormecidas
sobre o melhor que pude forçar a passar por meus lábios.

Deepthroat congelou por um momento antes de rir,


esfregando sua virilha contra o meu pau mais do que flácido
enquanto ela tocava minha cintura. Apenas a ideia dela
tocando meu pau era mais do que suficiente para fazer meu
estômago se contorcer.

“Eu não posso acreditar que estamos realmente livres


dessa porra de lugar,” disse Bait de repente, chamando sua
atenção de mim enquanto seguia sua própria linha de
pensamento. “Você é inacreditável, Ashlynn. Quer dizer, acho
que perdi a esperança de sair de lá e você conseguiu fazer isso!
Como você se livrou dos guardas no portão?”

“Eu os subornei,” ela murmurou irritada, como se ela


desejasse que ele calasse a boca enquanto eu secretamente
esperava que ele continuasse falando para todo o sempre e
impedisse suas mãos de se aventurarem mais ao sul do meu
corpo.

“Besteira,” protestou Bait. “Eu tentei pagá-los e eles não


aceitaram, porra. Eles estão todos nos bolsos dos Guardiões da
Noite.”

“Sim, bem,” Deepthroat hesitou antes de suspirar. “Eles


não queriam pagamento em dólares.”
“Você transou com eles?” Bait perguntou surpreso, mas
nada me surpreenderia sobre essa vadia nojenta.

“Eca, não. Não seja nojento, Jeremiah. Eu só chupei seus


paus.” Ela se inclinou mais perto de mim, seus lábios rançosos
e manchados de pau roçando minha orelha novamente. “Eu
apenas fechei os olhos e fingi que eram você, garotão.”

Rosnei algo de novo, meus dedos flexionando enquanto


tentava lutar com tudo que tinha pelo controle do meu corpo.
Eu não podia deixar que ela me tocasse mais do que ela já
estava e mesmo o que ela fez até agora foi o suficiente para me
fazer querer vomitar mais do que os efeitos colaterais da droga.

Com um grunhido de esforço, consegui abrir minhas


palpebrasd e Deepthroat respirou fundo enquanto ela me
olhava de dentro de uma cortina de cabelo loiro platinado
recém-tingido. Seus lábios estavam pintados em um tom
vermelho familiar que eu só reconheci porque minha garota
costumava usá-lo.

“Você está acordado,” ela engasgou animadamente,


inclinando-se para pressionar seus lábios nos meus e eu só
pude segurar minha mandíbula contra a invasão enquanto ela
tentava forçar sua língua em minha boca.

“Oh, puta merda, estamos mortos,” Bait lamentou e


estava feliz que pelo menos um deles estava entendendo.

Deepthroat se afastou com um suspiro de satisfação,


como aquele beijo unilateral enquanto eu a encarava
mortalmente tinha sido a resposta para todos os seus sonhos.
“Desculpe pelo nocaute com o gás, garotão,” ela
murmurou, suas mãos vagando pelo meu peito de novo e me
fazendo querer dar um soco em seu rosto de plástico. “Era a
única maneira de resgatá-lo daqueles idiotas que estavam nos
mantendo separados.”

“O que... porra?” Eu engasguei, minha língua lenta e


minhas palavras grossas.

“Você deve ter ficado tão sozinho, esperando por mim por
tanto tempo,” ela respirou. “Você recebeu minhas cartas?
Ajudaram a mantê-lo aquecido à noite?”

Eu apenas fiz uma careta para ela, sem saber do que


diabos ela estava falando e ela começou a puxar o cordão
amarrado na cintura do meu moletom enquanto continuava.
Eu esperava que tivesse dado um nó com muita força para ela
desfazer, mas então pensei na faca que ela usou para cortar
minha camisa e estremeci novamente.

“O que?” Eu assobiei.

“Eu disse a você na minha última que viria por você. Que
estava cansada de esperar que aquela prostituta tirasse suas
garras de você. E agora que ela se foi, sabia que era a hora.”

Meu cérebro ainda estava lento e levei um momento para


descobrir suas divagações. “Você é a perseguidora?” Eu
perguntei, percebendo a verdade disso. “O que você quer com
Tatum? Por que você estava dando a ela aquelas cartas?”

As unhas de Deepthroat cravaram em minha carne,


cortando crescentes em minha pele enquanto ela rosnava para
mim. “Não eram para ela. Elas eram para você. Eu estava
alertando ela, dando a ela uma chance.”

“Uma chance?” Eu perguntei, franzindo a testa para seu


cabelo recém-loiro e me perguntando por que diabos ela o
tingiu dessa cor. Tinha algo a ver com a minha garota? Meu
olhar pegou um pedaço de sutiã vermelho saindo de baixo de
sua camisa e eu tinha quase certeza de que o reconheci. Ela
estava roubando a roupa íntima de Tatum e... usando-a?

Deepthroat me olhou por um longo momento, em seguida,


riu de repente, batendo no meu peito e manchando meu
próprio sangue contra a minha pele com suas unhas. “Você
não achou seriamente que alguém estava enviando para ela
todas aquelas cartas de amor, não é? Não é de admirar que
você nunca tenha vindo para mim!”

Eu olhei em seus olhos psicóticos, em seguida, deslizei


meu olhar além dela para onde Bait estava dirigindo o carro,
seu olhar nervoso disparando para nós repetidamente no
espelho retrovisor enquanto ele dirigia.

“Rosas são vermelhas e violetas são azuis,” respirou


Deepthroat, recitando a última carta que o perseguidor dera a
Tatum. “Você precisa saber quem é realmente seu dono, eu te
vesti em chamas e te dei um beijo de boa noite. Quando você
vai ver o que está aqui na luz? Eu te dei uma chance e você
demorou muito. Agora vou ter que mostrar você que você é
realmente meu.”

Ela lambeu os lábios e olhou nos meus olhos e tudo se


encaixou então. O perseguidor nunca foi Toby ou Bait, ou
algum cara obcecado pela minha garota. Tinha sido Deepthroat
o tempo todo. Os ataques a Tatum foram planejados para
assustá-la para longe de mim. As fotos tiradas eram quase
inteiramente de Tatum, mas o único cara que estava com ela
várias vezes era eu. Blake apareceu em algumas quando nós
dois estávamos trabalhando juntos para fazê-la gozar, mas fora
isso, não havia nenhuma foto individual dela com nenhum dos
outros caras. Nós até nos perguntamos por que o perseguidor
nunca tirou uma foto dela indo para a casa de Monroe ou
mesmo conseguiu pegá-los juntos, e agora a resposta era tão
óbvia.

Porque essa vadia estava me perseguindo. E ela só foi


atrás de Tatum para afastá-la de mim. Quando Tatum não
estava comigo, Deepthroat não estava nem de longe tão
interessado nela. Porra, por que não descobrimos isso antes?

Blake tinha até me avisado que ele pensava que essa


prostituta estupradora ainda estava obcecada por mim e Saint
me pediu para deixá-lo mandá-la embora para sempre. Mas eu
queria vê-la sofrer e involuntariamente coloquei minha família
em perigo por causa disso.

“Eu vou te destruir, porra,” rosnei, meus dedos


flexionando mais enquanto podia sentir uma pequena medida
de força retornando aos meus músculos.

Deepthroat me deu um tapa com força suficiente para


virar minha cabeça para um lado, antes de prender minha
garganta em seu aperto e me empurrar de volta contra o
encosto de cabeça com um grunhido de fúria.

Bait estava murmurando orações do banco da frente


enquanto acelerava, mas fui forçado a dar atenção à boceta em
meu colo enquanto ela me fazia olhar para ela.
“Se você ainda não percebeu o quanto você me ama, então
está tudo bem,” ela respirou. “Porque seremos apenas eu e você
quando chegarmos à casa de verão da minha família. E então
teremos todo o tempo do mundo para você perceber que
pertence a mim.”

Rosnei quando ela forçou outro beijo em mim e tentou


puxar minhas mãos do que quer que as estivesse amarrando
atrás de mim. Mas eu ainda não tinha força suficiente nelas.
Mas não importava. Porque isso estava voltando para mim aos
poucos e, no momento em que pudesse, quebraria seu pescoço
esquelético. Mas quando suas mãos desceram para a minha
cintura novamente, tive a sensação horrível de que precisava
me apressar com isso. Porque tinha que lidar com isso antes
que ela fizesse algo pior do que já tinha feito ou eu sabia que
nunca iria superar isso.
Eu segui o Land Rover, usando o telefone de Saint para
me guiar enquanto mantive meu pé no acelerador e tentei não
enlouquecer. Para onde o estavam levando? O que eles queriam
com ele? Isso estava de alguma forma conectado à sua família?
Ou Troy? Essas perguntas aterrorizantes continuavam
circulando em meu cérebro e não havia nada que eu pudesse
fazer a não ser lutar contra a vontade de entrar em pânico,
empurrando o carro com mais força.

Estou indo, Kyan.

Eu cacei na estrada à minha frente, mas eles estavam


muito adiantados e não havia sinal deles.

Assim que cheguei a um cruzamento, o ponto que


marcava a localização do Land Rover dobrou de volta para uma
estrada por entre as árvores à minha frente. Puta merda, eu
poderia cortá-los se pudesse apenas passar pela floresta
primeiro. Eu diminuí a velocidade do carro quando vi uma
pista de terra do outro lado da estrada e pesei minhas opções.
Não havia sinal dele no mapa, mas ele poderia simplesmente
passar diretamente para o outro lado. E se isso acontecesse,
eu faria isso na frente de seu veículo. Eu sabia que era minha
melhor chance de alcançá-los. Mas se meus instintos
estivessem errados, isso poderia me custar muito tempo.

As palavras do meu pai ecoaram na minha cabeça, soando


tão perto por um momento que meu coração disparou. “Sempre
confie no seu instinto, garota.”

Ele sempre teve fé absoluta em mim. E sempre que deixei


meus instintos me guiarem no passado, eles não me levaram
ao erro. Papai sabia disso. Ele confiou em mim, então tive que
confiar em mim mesma.

Foda-se.

Eu pisei no pedal, acelerando pela estrada, mas na minha


pressa não olhei ao redor e um caminhão veio correndo em
minha direção, buzinando. Gritei de susto, acelerando mais o
carro e ele decolou com um rugido, a força do motor me tirando
do caminho do perigo e caindo na pista lamacenta. Porra, isso
foi perto.

O carro deu um solavanco e um ruído metálico de


trituração disse que ele não estava satisfeito com a escolha.
Carros esportivos extravagantes que ficavam a alguns
centímetros do solo aparentemente não gostavam de pistas de
terra. Desculpe, Blake.
Minha cabeça ainda estava zumbindo com a quase
colisão, mas não desisti enquanto forcei o veículo a continuar
e respirei fundo. Eu tinha acabado de sobreviver a uma morte
quase certa. Os caras não ficariam felizes comigo agora, mas
pensei no hematoma que havia marcado o peito de Kyan. Essa
bala poderia ter acabado com ele quando veio me resgatar e o
fato é que o risco vinha com nosso território. Lutamos para
estar juntos mesmo quando a morte estava próxima. Por
alguma razão, o mundo estava tornando muito difícil para nós
permanecermos como uma unidade, mas tínhamos passado
por muitas coisas e estávamos profundamente ligados para
nos separarmos um do outro. Nossos inimigos precisavam
perceber que nos separar era semelhante a uma sentença de
morte. E se eles querem nos enfrentar, é melhor que estejam
prontos para enfrentar as consequências.

A luz do sol foi bloqueada enquanto as árvores escuras se


agrupavam, seus galhos arqueando no alto. A parte inferior do
carro era tão baixa que batia no chão enquanto eu dirigia pelas
valas sem diminuir a velocidade. O carro pode não ter ficado
feliz com a escolha, mas era uma besta e a potência do motor
significava que ele devorava a pista, apesar de não ser
adequado para buracos. Fui jogada no assento, quase
mordendo a língua, mas não abrandei o acelerador,
observando o pontinho que marcava meu Guardião da Noite no
GPS, navegando pela estrada em minha direção.

Eu poderia chegar a tempo. Eles ainda estavam muito


distantes.

O telefone começou a tocar e meu coração disparou de


alívio quando encontrei Blake ligando. Eu bati no viva-voz,
perdendo o mapa de vista, mas isso não importava agora.
Havia apenas um caminho que eu poderia seguir e era
diretamente através da floresta.

“Tatum?” Blake latiu ansiosamente. “Onde você está?”

“Estou seguindo a porra dos idiotas que levaram Kyan,”


eu rosnei. “Você está bem?”

“Porra, onde? O que aconteceu? O que você quer dizer com


alguém o levou?” Ele exigiu, não respondendo a minha
pergunta, pois parecia que estava correndo.

“Eu os vi na câmera. Eles o colocaram em um carro e


saíram correndo pelos portões principais, então fui atrás,”
disse, me perguntando por que diabos essas coisas sempre
pareciam acontecer conosco. Não era hora de uma pausa?

“O que está acontecendo?” Saint exigiu no fundo. “Me dê


o telefone.”

“Onde você está, querida?” Blake pressionou.

“Estou perto da rodovia, peguei seu carro,” eu disse, no


momento em que um estrondo alto e um guincho soaram
quando a parte inferior do carro de Blake foi arrastada por uma
pedra.

“Você está dirigindo em um moedor de carne?” ele


perguntou.

“Algo assim,” respirei quando vislumbrei uma vista da


estrada do outro lado das árvores e meu coração acelerou. “Eu
tenho que ir.”

“Estamos indo. Não faça nada estúpido,” Blake exigiu.


“Ela pode cuidar de si mesma,” Monroe rosnou.

“Espere por nós, Sereia,” Saint ordenou.

“Kyan está com problemas,” rosnei. “Eu não estarei


esperando por nada.” Desliguei a chamada, jogando o telefone
de volta no porta-copos enquanto verificava a localização de
Kyan. Eles estavam descendo a estrada em alta velocidade,
mas eu ainda tinha a vantagem. Eu estava indo em frente.

“Sim,” assobiei, forçando o carro de Blake a ir ainda mais


rápido enquanto a lama espirrava ao meu redor.

Eu apertei o volante com força, meu coração batendo forte


como se fosse explodir no meu peito.

Estou indo, marido.

Eu iria dirigir direto para o caminho deles e reivindicá-lo


de volta, mesmo que tivesse que destruir o mundo para fazer
isso. Eu não sabia por que diabos eles o levaram, mas isso não
importava agora. Tudo o que importava era devolvê-lo aos
meus braços, onde ele pertencia. Nós descobriríamos o que
diabos estava acontecendo depois disso.

A adrenalina queimava minhas veias quando as árvores


se separaram à frente e o carro de Blake gemeu em protesto
enquanto o fazia subir uma colina curta e íngreme de volta à
estrada.

Eu saltei em meu assento quando a parte inferior de seu


carro raspou na pista e pisei no freio, parando no meio da
estrada.
Peguei a arma do meu assento, empurrei a porta estúpida
para cima, soltando meu cinto e mergulhando.

O Land Rover estava a apenas seis metros de distância,


avançando em minha direção, sem diminuir a velocidade e meu
coração parou completamente quando levantei a arma e
enfrentei meus inimigos.

“Pare!” Eu chorei, mas eles não pararam.

Olhei para o motorista e meu lábio superior se projetou


para trás quando reconheci Bait, aquele idiota de merda que
me perseguiu, que me aterrorizou. Meu dedo se contraiu contra
o gatilho da arma, meus olhos bem abertos, minha pontaria
certeira. Eu atirei, mas o carro desviou ao mesmo tempo, indo
para a trilha oposta à que eu havia saído, subindo uma colina
até as árvores.

Rosnei de frustração, correndo de volta para o carro de


Blake e pulando no assento.

Puxei a porta para baixo e liguei o motor que decidiu


desligar porque aparentemente o carro estava no modo
econômico.

“Pelo amor da porra de Deus.” Eu liguei novamente, o


motor rugindo enquanto enchia o acelerador e saía atrás do
Land Rover, meu estômago embrulhando enquanto derrapava
por um barranco lamacento na floresta e era jogado para frente
em meu assento.

O que diabos Bait estava pensando? Por que ele levaria


Kyan? O que ele queria com ele? Isso tinha a ver comigo ou
com outra coisa?
As perguntas continuavam circulando em meu cérebro,
mas era impossível descobrir as respostas para elas e eu só
precisava me concentrar em trazer Kyan de volta.

Prendi meu cinto no lugar enquanto o solo se nivelava e


não diminuí a velocidade enquanto corria atrás do Land Rover,
que estava se adiantando rapidamente, subindo por uma
colina íngreme que causaria sérios problemas ao carro de
Blake. Mas mesmo se tivesse que dirigir pelo rio Nilo e nas
profundezas do Hades, eu encontraria uma maneira de fazer
isso. Porque ninguém estava tirando um dos meus Guardiões
da Noite de mim.
“Puta merda, ela atirou em nós!” Bait gritou enquanto ele
pisava fundo no acelerador e girei no meu assento, olhando
para a minha garota enquanto ela corria atrás.

Nós tivemos uma vantagem sobre ela, mas no breve


momento em que coloquei meu olhar sobre ela, vi aquele fogo
em seus olhos que eu amava tanto. Eles não iriam fugir dela.
Ela era um predador caçando sua presa e suas presas estavam
à mostra. E eu estava mais do que feliz por ser sua donzela em
perigo. Eu até desmaiei por ela quando ela salvou minha bunda
e felizmente passei as próximas horas agradecendo de
qualquer maneira que ela quisesse.

Um sorriso idiota sagrado iluminou meu rosto quando me


virei para olhar para Deepthroat e seus olhos se arregalaram
enquanto ela parecia finalmente ver o perigo em mim que ela
deveria ter temido o tempo todo. Eu não era o tipo de besta que
você engaiolava. Sou do tipo que perseguia aldeias na calada
da noite e deixava vítimas em meu rastro. Eu não sabia que
fantasia ela tinha imaginado sobre mim, mas poderia garantir
que ela não tinha um conceito verdadeiro da realidade ou ela
teria abandonado essa busca por mim há muito tempo.

A cada momento que passava, podia sentir minha força


voltando para mim e com um grunhido de esforço, empurrei
meus quadris e consegui derrubar a cadela de cima de mim,
mandando-a meio esparramada no chão com um grito.

Eu só percebi que meus tornozelos estavam amarrados


quando tentei dar um chute nela e xinguei enquanto ela subia
de volta na cadeira ao meu lado, apontando sua faca para mim.

“Se você realmente acreditasse que eu te amasse, você não


precisaria disso,” provoquei enquanto Deepthroat tentava tirar
a bagunça de cabelo loiro de seu rosto. Eu estava supondo que
ela estava fazendo alguma tentativa de se parecer com Tatum
com aquele trabalho de tintura barato, mas ela parecia mais
com uma vadia básica procurando ser fodida por um estranho
em uma noite fora do que minha garota. O que minha garota
tinha não era algo que você pudesse comprar em uma garrafa
e essa líder de torcida rejeitada nunca compraria e nunca
poderia ter um pedaço dela.

“Eu sei que você quer,” ela rosnou. “Mas também sei que
aquela vadia tem você sob seu feitiço. Então, até que eu a
purifique totalmente de sua mente, terei que nos proteger de
sua influência.”

O carro derrapou quando a pista de terra fez uma curva


repentina e o rugido de um motor se aproximando de nós por
trás me fez girar no assento mais uma vez, uma risada saindo
da minha garganta quando vi minha garota vindo atrás de nós.
Tatum estava sorrindo como um selvagem enquanto nos
perseguia e desejei ter meu telefone para poder tirar uma foto
dela em modo psicopata ao volante do carro surrado de Blake,
parecendo uma deusa vingadora que tinha feito um acordo
com o diabo. Porra, eu amava aquela garota.

“Talvez devêssemos apenas deixá-lo sair?” Bait gritou


quando fui jogado no cinto de segurança e ele acelerou na pista
ainda mais rápido.

“Mantenha o pé no acelerador ou você será expulso!”


Deepthroat gritou com ele e Bait amaldiçoou enquanto fazia o
que ela dizia. Estava ficando cada vez mais claro que ela tinha
sido o cérebro por trás de sua porcaria do Ninja da Justiça, e
estava chateado comigo mesmo por não suspeitar dela antes.
Mas como eu sempre fiz todo o esforço para não prestar
atenção nela, a menos que a estivesse torturando, claramente
não percebi os sinais.

Fui jogado para a esquerda e para a direita enquanto Bait


dirigia cada vez mais rápido, usando os recursos off-road do
Land Rover para colocar distância entre nós e minha garota,
mas eu sabia que não seria o suficiente para detê-la. Ela era
um cão infernal como eu e tinha o cheiro de sangue no ar.

Aceleramos uma ladeira íngreme e o cascalho rangia sob


os pneus enquanto Bait gritava algo ininteligível e de repente
meu estômago disparou e estávamos voando pelo ar.

“Porra!” Rugi quando as árvores se separaram diante de


nós e tive a visão do céu nublado por vários segundos
dolorosamente longos antes que a frente do carro tombasse e
eu estivesse olhando diretamente para uma ravina abaixo.
Meus órgãos reviraram dentro do meu estômago quando
o carro despencou na beira do penhasco, as rodas apenas
tocando para baixo no declínio íngreme enquanto Bait gritava
e Deepthroat gritava enquanto as rochas muito abaixo nos
chamavam para seu abraço sólido com a promessa de morte.

Nós quicamos e sacudimos e de repente paramos quando


o carro bateu em uma árvore que se projetava da margem.

Eu bati no meu cinto de segurança, a dor se espalhando


por mim onde me segurou no lugar enquanto o som de metal
rangendo e vidro quebrando me cercou. Por um momento,
parecia que fui pego no centro de uma explosão quando os
gritos de Bait desapareceram e uma batida de silêncio caiu
após a carnificina.

Eu respirei dolorosamente enquanto levantei minha


cabeça, meus olhos se arregalando para o enorme buraco no
para-brisa bem antes do assento do motorista e meu olhar caiu
sobre o corpo de Bait esmagado e quebrado no pé do barranco
bem abaixo.

“Merda,” gemi, esticando meus braços contra as restrições


que os prendiam nas minhas costas e não chegando a lugar
nenhum novamente.

Um grito de dor atraiu minha atenção para Deepthroat na


área dos pés enquanto ela se mexia, parecendo estar presa em
algum lugar entre a consciência e fora dela. Ela se moveu um
pouco, pois parecia perto de acordar e o carro gemeu alto,
mudando contra a posição precária em que era mantido pela
árvore. Meu coração saltou quando a coisa toda deslizou
alguns centímetros para a direita.
“Não se mova!” Eu lati, meu pulso acelerado enquanto
meu olhar se movia da posição curvada de Deepthroat para a
queda fatal que nos esperava se essa coisa desequilibrasse. E
parecia que estávamos muito perto de fazer isso se não
tivéssemos cuidado.

Ela não respondeu e parecia que tinha desmaiado.


Obrigado porra por isso. Não que isso tenha me ajudado. Eu
ainda estava preso aqui, amarrado e incapaz de escapar dessa
armadilha mortal.

Olhei em volta com cautela, tentando descobrir se eu


tinha a menor chance no inferno de sair disso com vida, mas
mesmo aquele pequeno movimento fez o metal ranger contra
as pedras quando o carro mudou novamente.

Meu estômago embrulhou e engoli em seco, adrenalina


inútil correndo em minhas veias. Eu estava preso, amarrado e
bem e verdadeiramente fodido. E pela primeira vez em meus
dezoito anos neste planeta, tinha todos os motivos para não
querer que minha vida acabasse.

“Foda-se,” respirei porque podia ver minha morte me


encarando e desta vez, não parecia que o Ceifador estava
inclinado a me poupar.
“Kyan!” Eu gritei, abrindo a porta do carro e correndo para
a beira do penhasco com o pânico passando pela minha pele
como um raio. Lágrimas queimaram meus olhos enquanto o
terror percorria meu peito. Eu não posso perdê-lo. Ele não pode
estar morto.

“Não desista de mim ainda, esposa!” Sua voz veio voando


além da saliência enquanto eu derrapava até parar antes que
a queda íngreme e as pedras caíssem sobre ela.

Oh, obrigado porra.

Apoiei minhas mãos nos joelhos, respirando fundo e


desesperada quando vi o Land Rover de nariz abaixado, o capô
esmagado contra o tronco de uma árvore que crescia na lateral
do penhasco. Mas, mesmo enquanto eu observava, a coisa toda
escorregou alguns centímetros para a direita e o pânico fez
meus pensamentos se dispersarem.

“Estou chegando! Apenas espere!” Eu prometi, voltando e


correndo para o carro de Blake, forçando minha mente a ir
para aquele lugar calmo dentro de mim onde eu poderia pensar
com clareza. Onde poderia lidar com qualquer situação. Meu
pai me treinou para controlar o estresse em momentos como
este. Eu poderia manter a cabeça limpa. Eu precisava. Porque
sou a única que poderia colocá-lo em segurança.

Puxei a faca tática do bolso, rastejando para dentro do


carro e puxando o cinto de segurança para mim, recolhendo-o
em minhas mãos enquanto puxava cuidadosamente para
puxar todo o comprimento. Eu não podia me mover muito
rápido ou iria travar, mas eu estava tão ansiosa para chegar
até Kyan que levei tudo o que tinha para me mover mais
devagar do que eu queria. Quando tirei o resto, usei a lâmina
para cortá-lo nas duas pontas e joguei-o para fora do carro
atrás de mim.

Eu mergulhei no banco do passageiro, trabalhando para


puxar o outro cinto antes de cortá-lo também, em seguida, me
movi para o banco do motorista e liguei o motor. Dirigi o carro
até a beira do penhasco, puxando o freio de mão e correndo
para fora.

Um gemido metálico fez meu estômago dar um nó e eu


lancei um olhar sobre a borda em pânico enquanto o Land
Rover se movia mais para a direita, inclinando-se
precariamente.

“Tatum!” Kyan gritou. “Eu já te disse que te amo pra


caralho?”
Meu coração se agitou com suas palavras, odiando por
que ele as estava dizendo. “Você vai me dizer de novo quando
eu tirar você daí!” Chamei enquanto amarrava os dois cintos
juntos com um nó de pescador e amarrei uma das pontas com
força em volta da minha cintura antes de amarrar a outra no
engate de reboque sob o carro de Blake.

Então olhei para o penhasco abaixo enquanto me movia


até a borda dele, o Land Rover escorregando mais uma vez
quando o tronco da árvore começou a rachar e quebrar. Havia
um medo muito real e muito desesperado tentando me
controlar, mas não iria deixar isso quebrar minha
concentração. Porque no momento em que entrasse em pânico,
acabou. E se eu não conseguisse tirar Kyan, ele iria morrer.
Não havia duas maneiras de fazer isso. Então mantinha minha
cabeça ou perdia uma das pessoas mais importantes para mim
em todo o mundo.

Respire, continue andando e lembre-se de tudo que papai


lhe ensinou.

Kyan olhou para mim pela janela traseira e sua mandíbula


pulsou ansiosamente, parecendo que ele estava lutando contra
algo que o prendia no lugar.

“Estou indo,” prometi, caindo sobre a borda e deixando o


cinto escorregar por minhas mãos enquanto eu descia de rapel
para a lateral do carro.

Os malditos cintos de segurança eram apenas longos o


suficiente para alcançar o veículo e agradeci a todo e qualquer
deus no céu e diabo no submundo enquanto eu caí imóvel,
pendurado ao lado dele.
Kyan olhou para mim pela janela e balançou a cabeça. “Se
você abrir a porta, o carro vai tombar.”

“Então o carro vai tombar,” eu rosnei. “Mas eu não vou


deixar você ir com isso.”

Ele acenou com a cabeça, seus olhos cheios de confiança


quando abri a porta, abaixando-a suavemente para que não
balançasse todo o veículo. Meu intestino apertou quando um
barulho de gemido e lamento soou, mas por algum milagre, o
carro não escorregou novamente.

Eu soltei uma respiração lenta enquanto enterrava meus


pés na colina íngreme para me apoiar e avistei uma garota
deitada na área dos pés, inconsciente. Levei um momento para
reconhecer Deepthroat, seu cabelo agora era um loiro de
garrafa barata e meu coração tremulou. Ela era a outra Ninja
da Justiça? Acho que ela se encaixa no perfil de algumas
maneiras. Ela estava sempre perto de Kyan e tinha uma
vingança contra os Guardiões da Noite, mas eu nunca imaginei
que ela seria capaz disso.

“Nunca pensei que teria que ser resgatada como uma


princesa em uma torre. Vamos cavalgar até o pôr do sol em seu
cavalo enquanto me masturba sob meu vestido, baby?” Kyan
brincou, embora seus olhos denunciassem seu desespero para
não morrer e agarrei sua camisa em meu punho enquanto
cuidadosamente me inclinei para dentro para libertá-lo do
carro.

“Esse é o plano, princesa, apenas fique parado.” Cortei


com a faca através do cinto de segurança mantendo-o no lugar,
em seguida, cortei o zíper em torno de seus tornozelos.
“Prepare-se no assento com os pés,” eu instruí, precisando
soltar as mãos dele. Eu não era forte o suficiente para carregá-
lo para fora daqui se o carro caísse, então ele precisaria usar
seus braços. Mas precisávamos seriamente nos apressar.

“Se eu me mover, o carro vai escorregar,” ele disse, sua


voz áspera, as sobrancelhas franzidas com força.

Olhei para a frente do carro e para a queda terrível além


do para-brisa, então balancei minha cabeça e me afastei, me
recusando a cair no medo.

“Vá devagar,” eu disse com determinação.

Ele acenou com a cabeça, avançando lentamente e


pressionando os pés no assento abaixo dele enquanto eu
agarrava sua camisa com tanta força que meus dedos ficaram
brancos, rezando para qualquer divindade que estivesse
ouvindo para me dar força para levantá-lo se o carro caísse.

Um estalo alto soou quando o porta-malas começou a


ceder e gritei quando o carro inteiro se afastou de nós para a
direita e Kyan foi jogado daquela forma também. Eu o segurei,
caindo no banco de trás também, que agora estava quase
vertical, minha mão indo para o zíper em seus pulsos e
cortando-o. Continue se movendo, não pare. Se você congelar,
acabou.

O carro continuou a deslizar e sacudir e o estalo alto em


meus ouvidos me fez ter certeza de que só tínhamos segundos
para sair.

“Segure-se em mim,” ordenei e Kyan se virou, envolvendo


um braço em volta de mim enquanto usava o outro para nos
puxar de volta para a porta aberta acima.
O veículo todo estremeceu e desistimos de tentar ir
devagar, correndo mais rápido para sair. Tínhamos segundos
para fazer isso, eu tinha certeza disso. E tudo o que
desperdiçamos pode ser igual a nossas mortes.

Unhas afiadas de repente agarraram minha perna e eu


olhei para baixo com um suspiro de fúria, encontrando
Deepthroat segurando em nós dois, seus olhos selvagens.

“Você não pode me deixar!” ela gritou. “Se eu cair, ele cai
comigo.” Ela se lançou para cima, enganchando na cintura de
Kyan com os dois braços e ele rosnou, incapaz de atacá-la sem
se soltar da borda da porta ou de mim.

O veículo começou a cair e Kyan perdeu o controle da


porta quando ela escalou seu corpo, afundando os dentes no
meu braço para tentar me fazer ir. Eu gritei, o cinto em volta
da minha cintura ficando tenso enquanto caíamos, a vadia
tentando nos levar para o túmulo. O olhar de Deepthroat
travou no meu enquanto ela tentava segurar meu homem e eu
vi vermelho, raiva repreendendo minhas veias.

Eu joguei meu punho para fora com um grito de raiva por


tudo que ela tinha feito a ele, pelo que ela tentou tirar dele,
pelas cicatrizes que ela deixou nele. Meu punho acertou seu
nariz, que se quebrou com o impacto e ela gritou de horror
quando a mão de Kyan desceu em seu ombro, nós dois
jogando-a para dentro do carro assim que ele despencou. A
carcaça do carro caiu ao nosso redor, o mundo inteiro
parecendo desmoronar enquanto éramos forçados a colocar
nossa fé na corda que eu fiz.

Kyan me segurou com força e nós nos abraçamos com


todas as nossas forças enquanto o Land Rover despencava no
cânion. Ficamos pendurados na lateral do penhasco, girando
nos cintos, milagrosamente ilesos.

Minhas costas bateram na terra e o peso de Kyan me


esmagou, tirando o fôlego dos meus pulmões, mas não me
importei. Eu estava meio rindo, meio chorando de alívio
enquanto ele se segurava em mim, uma mão se movendo para
segurar o cinto acima da minha cabeça para suportar seu peso.

Os gritos de Deepthroat foram interrompidos quando o


carro atingiu o fundo do penhasco com um estrondo
ensurdecedor que ecoou por quilômetros na floresta. Os
pássaros voaram das árvores, fazendo um arco no céu, então o
silêncio caiu e apenas nossa respiração e o vento podiam ser
ouvidos após a carnificina.

“Porra, boa viagem,” Kyan murmurou e eu tive que


concordar.

“Só não solte,” eu o avisei, dolorosamente ciente de que se


seu aperto vacilasse, não havia nada para impedi-lo de cair lá
atrás dela.

Meu coração estava batendo descontroladamente com


mais adrenalina do que eu sabia o que fazer e meus músculos
tremiam quando comecei a me lançar de volta para o declive
íngreme.

Kyan ficou comigo, seu aperto forte e sua mandíbula


travada com determinação que prometia que ele não iria
morrer hoje e eu tentei me consolar enquanto subíamos.

Meu pé escorregou uma vez e quase perdi o controle do


cinto, mas quando Kyan se esticou para agarrar meu pulso, eu
rapidamente recuperei o equilíbrio e nós dois arrastamos nosso
caminho até o pico juntos.

Logo estávamos rolando pela saliência no topo do


penhasco e eu caí em cima de Kyan, beijando-o enquanto ele
segurava meu rosto em suas mãos e rosnava sua gratidão em
minha boca. Eu respirei seu cheiro de couro e pecado,
banhando-me em tudo o que ele era.

“Você é meu herói, esposa.” Ele apertou minha bunda


para me abraçar e ri sem fôlego quando ele empurrou meu
cabelo para longe do meu rosto, o desejo correndo para tomar
o lugar do medo em meu corpo. O perigo era o tipo mais quente
de afrodisíaco e esse garoto me deixava doidona com muita
frequência. Mas, caramba, eu amava isso.

Minhas bochechas estavam manchadas de lágrimas de


alívio e seu rosto ficou sério quando ele se inclinou para beijá-
las antes que sua boca encontrasse a minha mais uma vez, sua
mão travando em volta do meu pescoço.

Quando minha cabeça estava girando com a mistura de


seu toque e a adrenalina inundando meu corpo, ele se afastou,
seus olhos escuros celestiais me mantendo prisioneira.

“Eu nunca vou perder um único dia nesta terra que tenho
com você, baby,” ele falou, o juramento brilhando no fundo de
seus olhos.

“Se a morte vier bater em qualquer uma de nossas portas


novamente, nós lutaremos de frente juntos,” eu jurei em
retorno.
Ele sorriu, me segurando mais perto ainda, então eu senti
seu coração batendo forte contra o meu. “Com você ao meu
lado, tenho a sensação de que nós cinco poderemos viver para
sempre.”
Minha cabeça latejava enquanto voltávamos para o
Templo e cambaleei para frente, apoiando-me contra a parede
enquanto começava a vomitar incontrolavelmente por causa
dos efeitos do gás que foi usado para nos nocautear. Se o
destino tivesse sido um pouco mais amável, eu teria levado
meia hora para deixar minha cabeça parar de girar e esperado
até que pudesse sentir todos os meus membros corretamente
antes de tentar fazer qualquer coisa, quanto mais correr pelo
campus, mas é claro, estávamos mais uma vez subindo o
riacho de merda sem remo e eu teria que apenas passar por
isso.

“Se você vai vomitar, faça rápido,” Saint rosnou enquanto


remexia a chave na fechadura pela terceira vez, suas
habilidades motoras claramente não voltaram a funcionar
corretamente ainda.

Monroe ficou impaciente e tentou a maçaneta,


encontrando-a destrancada de qualquer maneira depois que
Tatum claramente saiu com pressa. Ele empurrou a porta e os
dois desapareceram dentro enquanto fui forçado a tomar mais
um momento para tentar me impedir de vomitar. Meus dedos
se enrolaram firmemente em torno do taco de beisebol de Kyan,
que eu trouxe de volta conosco do ginásio e amaldiçoei as
pessoas responsáveis por isso baixinho.

Eu iria acabar com quem diabos tinha feito isso. A vida


deles não valeria mais a pena. Eles lamentariam o dia, filhos
da puta.

Assim que consegui me forçar a ficar de pé novamente,


um movimento no topo do caminho que levava de volta ao
campus chamou minha atenção e eu acalmei quando uma
sensação de perigo formigou ao longo de minha espinha. As
árvores bloqueavam minha visão, mas me inclinei para trás até
conseguir avistar as sombras que se moviam por uma fenda na
folhagem.

Havia quatro homens descendo o caminho, vestidos de


preto e agrupados juntos. Eu podia apenas vê-los através das
árvores, minha própria posição aqui ainda oculta, mas a
estranheza da maneira como eles se moviam atraiu meu foco
para eles. Era quase como se... estivessem andando em
formação.

Uma respiração prendeu em meus pulmões e eu corri para


dentro rapidamente, fechando a porta, jogando a trava e
prendendo os dois parafusos adicionais que Saint tinha
adicionado quando o Ninja da Justiça deixou claro que
precisávamos de segurança adicional neste lugar.

“Há homens vindo para cá,” eu sibilei em resposta aos


olhares questionadores que tanto Monroe quanto Saint
estavam atirando em mim quando os peguei claramente em
seu caminho de volta para a porta.

“Que homens?” Monroe perguntou quando o olhar de


Saint se aguçou e ele passou por mim para levantar a cortina
e olhar pela janela ao lado da porta.

“Quantos você viu?” Saint perguntou em um rosnado


abafado.

“Quatro,” eu disse. E se a maneira como eles estavam se


movendo não fosse uma pista suficiente de que eles não
pertenciam aqui, o fato de que eles estavam dentro do
perímetro bloqueado da escola me deu uma pista simples o
suficiente.

“Duvido que seja mesmo o começo deles.” Saint deixou


cair a ponta da cortina e correu pela sala para fechar a que
havia aberto, onde vimos a palavra minha rabiscada no vidro
antes.

“O que está acontecendo?” Monroe exigiu.

“Meu pai descobriu quem resgatou seu vale-refeição.


Precisamos ir. Agora,” Saint respondeu sucintamente.

Não me preocupei em perder tempo perguntando como ele


poderia ter certeza disso. O pai de Saint era um maldito idiota
de proporções massivas e apenas seu filho conhecia toda a
extensão de seu alcance psicótico. Se Saint disse que era ele,
então eu acreditei nele, sem dúvida.

Saint já estava no cofre escondido sob a laje, abrindo-o e


tirando uma bolsa preta que eu sabia que estava cheia de
dinheiro, duas pistolas e as últimas granadas de fumaça que
Niall havia nos dado.

Ele olhou para cima para encontrar eu e Monroe parados


lá, sem saber o que fazer conosco e rosnou como uma maldita
besta.

“Blake, pegue a caixa de vacinas da geladeira. Nash,


coloque a porra de um casaco. Estamos saindo pela cripta e
não vamos voltar, então se houver mais alguma coisa que você
precise...”

“E quanto a roupas e merdas?” Monroe perguntou


enquanto pegava um casaco do cabide perto da porta e
rapidamente o vestia.

Eu já tinha a caixa de prata que continha as vacinas


roubadas da geladeira e peguei uma garrafa de água também,
parando por meio segundo para beber quase tudo na
esperança de banir os últimos efeitos daquele gás do meu
corpo.

“Meu carro já está embalado com roupas e suprimentos


para todos nós,” Saint retrucou como se fosse óbvio assim que
eu voltei para ele. “Eu também tomei a liberdade de guardar as
cinzas do pai de Tatum e as cartas de sua irmã na cripta.”

“E o colar que ela me pediu para cuidar?” Monroe


perguntou, dando um passo para trás, como se ele estivesse
disposto a ir caçá-lo, mesmo quando ouvimos uma batida na
porta da frente.

Saint pressionou um dedo nos lábios antes de abrir um


bolso ao lado da bolsa de dinheiro que segurava, revelando o
colar ao lado da placa que minha mãe tinha me dado, a
pequena coleção de lembranças de Nash de sua vida anterior e
o caderno de Kyan. Monroe ficou boquiaberto com ele em
confusão clara sobre como Saint conseguiu roubar seus bens
mais valiosos, mas considerando nossa situação, ele não
poderia realmente culpar seus métodos. Tive um vislumbre da
caneta e do isqueiro que Saint roubou de mim e de Kyan, oh,
há muito tempo atrás, antes que ele fechasse o zíper do bolso
novamente e jogasse a bolsa por cima do ombro.

Meu coração disparou de amor por meu irmão enquanto


o perseguíamos em direção à cripta em pés silenciosos. Para
alguém que afirmava não entender o amor ou os sentimentos,
ele imediatamente descobriu as poucas coisas que
significavam mais para as pessoas com quem ele se importava
e as protegeu na preparação deste acontecimento. No fundo,
Saint Memphis era macio como manteiga e ele estava
começando a deixar transparecer.

Saint rapidamente pegou seu laptop e carregador da mesa


e colocou na bolsa antes de acenar para que o seguíssemos
enquanto ele atravessava a sala apressado e outra batida mais
forte veio na porta. Claramente, aqueles idiotas estavam
esperando nos emboscar, nos enganando para abrir a porta,
mas se eles pensassem seriamente que éramos apenas um
bando normal de alunos do ensino médio, eles estavam prestes
a ter um rude despertar.

Nós chegamos à cripta, fechando a porta atrás de nós e


descendo correndo as escadas antes de atravessar o ginásio em
direção ao portão que levava às catacumbas.

“Vamos ter que correr como se os demônios do inferno


estivessem em nossas bundas,” Saint rosnou e a nota de
preocupação em sua voz foi mais do que suficiente para me
deixar saber que os homens que seu pai mandou atrás de
nossa garota falavam sério. Não podíamos arriscar que eles
pegassem qualquer um de nós.

“Merda, nós nunca vamos voltar aqui, vamos?” Eu


respirei, lançando um olhar por cima do ombro em direção ao
Templo onde cinco almas quebradas construíram uma casa
juntas, uma pontada de tristeza em meu peito.

“Nunca,” Saint concordou e o tom áspero de seu tom fez


meu coração doer pelo garotinho que sempre sonhou em ter
um lugar como este. Uma casa para chamar de sua, algo em
que ele podia contar e depender.

“Casa é onde sua família está,” disse Monroe em voz


áspera, estendendo a mão para colocar a mão no ombro de
Saint e me surpreendendo quando ele entendeu claramente o
quão difícil deve ter sido para o nosso irmão também. “E assim
que encontrarmos Tatum e Kyan, nossa família estará junta
novamente. Tudo o que estamos deixando para trás são tijolos
e argamassa. As memórias vêm conosco. O amor também.”

Saint realmente hesitou em seus movimentos enquanto


destrancava o portão e nós três compartilhamos um olhar que
falava de nosso vínculo.

“Vamos, irmãos,” ele rosnou. “Vamos caçar o resto de


nossa tribo antes que esses idiotas o façam.”

Eu balancei a cabeça firmemente, lançando um último


olhar melancólico para a montanha de papel higiênico que
tínhamos estocado enquanto deslizávamos pelo portão e Saint
o trancou novamente. Nos anos seguintes, as pessoas olhariam
para trás para este vírus como uma época em que o papel
higiênico se tornou o tesouro da nação. Era procurado como a
mais rara das joias, acumulado com mais avidez do que ouro
e no final, quando a humanidade voltasse ao normal, alguém
realmente esqueceria a emoção de limpar seu traseiro quando
você sabia que havia outros que não podiam? Esse era o legado
que esse vírus realmente deixaria para trás.

O portão se trancou com um clique sólido no momento em


que o som dos homens derrubando a porta da frente nos
alcançou. Sem outra palavra, mergulhamos na escuridão dos
túneis, o frio envolvendo-se firmemente em torno de nós e me
deixando feliz por ter meu casaco. Corremos às cegas até que
dobramos as primeiras curvas e eu segurei o braço de Monroe
para ajudar a mantê-lo no caminho certo, já que este lugar era
menos familiar para ele.

Assim que pudemos ter certeza de que não seríamos vistos


da entrada dos túneis, Saint permitiu que Monroe acendesse a
lanterna de seu telefone e realmente aceleramos o ritmo.

Na metade do caminho para os túneis, Saint parou ao lado


de um sarcófago enorme e empurrou a tampa de lado, puxando
outra sacola que eu estava supondo que continha as cartas de
Tatum, as cinzas de seu pai e sem dúvida um monte de outras
merdas que não poderíamos ter deixado aqui sem.

Eu não pude evitar, mas me lembrei da noite em que nós


cinco estivemos unidos por sangue aqui. Todos nós nos
reunindo para matar um homem. Pode ter sido uma forma
fodida de provarmos nossa devoção à nossa garota, mas se eu
fosse do tipo espiritual, então teria que dizer que fazer um
sacrifício por ela neste lugar de morte parecia muito adequado
para mim.
Nós finalmente alcançamos o segundo portão, e minha
mente era um turbilhão de medo por Tatum e Kyan enquanto
me perguntava se ela já havia conseguido alcançá-lo, odiando
o fato de estarmos sendo forçados a correr na direção oposta a
eles agora enquanto eles precisavam de nós. Mas eu tinha fé
nela. Ela era forte e capaz e sem dúvida estava no meio de
salvar nosso irmão agora. Eu tinha que acreditar nisso ou
perderia a cabeça.

Saint destrancou a segunda porta, e eu troquei um olhar


com Monroe, pois ele claramente tinha o assassinato que todos
nós cometemos aqui em sua mente também. Parecia que fazia
uma vida inteira que tínhamos nos ligado para a eliminação de
um cadáver e, no entanto, foram apenas alguns meses na
realidade. Engraçado como o seu mundo inteiro pode virar no
lance de uma moeda como essa às vezes. E eu estava realmente
feliz por isso.

Quando passamos pelo portão, o som de homens gritando


nos túneis ecoou até nós e meu estômago despencou quando
percebi que eles haviam encontrado a cripta e estavam nos
perseguindo. Eu não sabia como diabos deveríamos atravessar
o campus a pé sem sermos vistos por esses mercenários, mas
eu estava muito grato ao Ninja da Justiça por tirar minha
garota com segurança do campus exatamente quando ela
precisava.

Continuamos correndo e fiquei feliz em descobrir que a


maior parte da tontura que estava se apegando a mim estava
passando agora, deixando minha mente clara para me
concentrar na tarefa de nos tirar daqui. A caixa de vacinas era
desajeitada e pesada para carregar e eu não parava de mudar
de posição enquanto corria.
O vento soprou sobre nós devido a uma tempestade que
se aproximava quando a luz natural finalmente conseguiu
entrar no túnel à frente e eu apertei os olhos para ver a
claridade quando Monroe desligou a lanterna e paramos na
saída para as cavernas na Praia Sycamore.

Tive que lutar contra o desejo de prender a respiração


enquanto olhávamos sobre a areia em direção às árvores,
procurando por qualquer sinal de que os mercenários haviam
chegado aqui. Mas as catacumbas e as cavernas conectadas
não eram de conhecimento divulgado, então parecia que a
sorte estava do nosso lado e eles ainda não haviam descoberto
aonde sairíamos.

As únicas pessoas à vista eram Danny e Mila que estavam


aninhados em um cobertor com um piquenique ao redor deles,
os dois se beijando tão intensamente que eu tinha quase
certeza de que íamos vê-los fodendo se ficássemos aqui por
muito mais tempo.

“Eles têm um carrinho de golfe,” Monroe apontou e eu


olhei além dos dois em direção ao caminho onde ele estava
estacionado.

“Perfeito.” Saint saiu da caverna, correndo pela areia e


atraindo a atenção de Danny e Mila para ele enquanto pisava
na toalha de piquenique e limpava a garganta ruidosamente.
“Dê-me as chaves desse carrinho,” ele ordenou e Danny franziu
a testa.

“O que?”

“É uma emergência, cara,” expliquei, cutucando Saint


para dizer a ele para parar de ser um idiota, mas isso não era
realmente de sua natureza. “Não podemos realmente entrar
nisso, mas estamos meio que sendo perseguidos e precisamos
de um meio de transporte. Como um bônus, você pode levar
minha coroa como rei da escola quando eu for embora.”

“Você está indo?” Danny perguntou franzindo a testa, se


levantando e puxando Mila com ele.

“Não temos tempo para isso,” Saint rosnou, avançando


agressivamente. “Estamos sendo caçados por homens que não
hesitarão em fazer o que for necessário para nos localizar, e
nossa garota está contando com nossa ajuda. Dê-nos as
chaves.”

“Tatum?” Mila engasgou e eu me senti um pouco culpado


por não deixá-la saber que sua melhor amiga estava segura
depois que a resgatamos, mas era um grande segredo e não
podíamos simplesmente confiar cegamente nas pessoas.

“Sim,” eu admiti. “Ela precisa de nós.”

Danny tirou a chave do bolso e foi oferecê-la para nós, mas


Mila colocou a mão sobre ela para impedir Saint de pegá-la.

“Se você está sendo caçado, não pode ser visto. Vocês três
podem se esconder no banco de trás e nós dirigimos,” ela
insistiu.

“Não acho que seja um...” comecei, mas Saint me


interrompeu.

“Ela está certa. Você nos leva então. Precisamos chegar


aos portões da frente e ter certeza de evitar a porra do Templo.
Não pare para nada ou ninguém,” ele ordenou antes de se
abaixar para agarrar a ponta de sua toalha de piquenique e
jogando toda a sua comida e merda na praia. “Vamos usar isso
para nos esconder.”

Todos nós começamos a correr atrás de Saint em direção


ao carrinho e eu fiquei de olho nas árvores para o caso de
algum daqueles homens aparecer. Danny e Mila pularam nos
bancos da frente enquanto eu, Monroe e Saint rapidamente
nos deitamos na parte de trás, onde a bagagem normalmente
era carregada antes de jogar o cobertor sobre nós. Não era
perfeito, mas à primeira vista ninguém perceberia que
estávamos escondidos aqui.

Meus ombros bateram contra Saint e Monroe quando o


carrinho começou a subir e Danny dirigiu a coisa o mais rápido
que podia quando começou a viajar pelo campus.

Enquanto me escondia embaixo daquele cobertor, meu


coração disparou ainda mais rápido do que quando corríamos.
A luz estava fraca e minha respiração aqueceu o espaço ao
redor do meu rosto enquanto esperávamos. Cada pequeno
barulho me deixava nervoso e cada vez que o carrinho batia
contra um obstáculo no caminho, eu imaginava alguns
daqueles homens nos empurrando para fora da estrada.

Mas o momento nunca chegou e embora minha


adrenalina subisse loucamente, eu nunca precisei fazer uso
dela.

Paramos e Nash jogou o cobertor de cima de nós quando


nos encontramos no estacionamento além dos portões.

Saint tirou a chave do carro do bolso e destravou o SUV


enquanto pulava do carrinho de golfe, afastando-se para
carregar sua bolsa nele e subindo no assento do motorista.
“Obrigado, cara,” eu disse, virando-me para Danny e
puxando-o para um abraço.

Monroe agarrou a outra sacola e a caixa de vacinas,


agradecendo-lhes enquanto corria para entrar no carro
também.

“Onde está Tatum?” Mila exigiu enquanto eu soltava meu


amigo e olhava para ela, seu cabelo escuro voando ao redor
dela com a brisa.

“Ela perseguiu aquele idiota Ninja daqui depois que


sequestraram Kyan. Vamos atrás deles agora,” disse a ela.
“Vou mandar seu amor para ela, mas não vamos voltar.”

“Eu quero vê-la!” Ela me chamou, mas eu já estava


pulando na parte de trás do carro quando Saint começou a se
afastar.

Saint apertou o botão para abaixar sua janela quando


passou pelos dois e gritou: “Devo a cada um de vocês um favor
em um futuro que espero viver para ver.”

Eles não tiveram a chance de responder quando ele pisou


no acelerador e nós partimos, deixando-os para trás com a
boca aberta em protesto e a poeira das rodas traseiras
chutando sobre eles.

“Vire à direita. Não reconheço a localização deles, mas eles


não estão mais se movendo,” Monroe instruiu no final da longa
entrada de automóveis e eu olhei entre os bancos para ver se
ele tinha o aplicativo rastreador aberto em seu telefone. Depois
que perdemos a Tatum, Saint insistiu em que todos nós o
instalássemos e eu estava muito feliz que ele o fez agora.
Peguei meu próprio telefone do bolso e tentei ligar para
Kyan e Tatum, mas nenhum deles atendeu e meus níveis de
ansiedade aumentaram ainda mais. E se eles precisassem de
nós? E se tivéssemos perdido muito tempo enquanto
tentávamos escapar?

Meu corpo estava tenso enquanto corríamos estrada após


estrada, indo muito mais longe da escola do que eu esperava
antes de virar para uma pista de terra. O SUV lidou com isso
como um profissional, saltando enquanto os olhos de Saint
brilhavam com um tom de presunção que me fez pensar nos
sons que meu carro estava fazendo enquanto Tatum tinha feito
esse caminho também. Sim, sim, o SUV dele poderia ser
melhor fora da estrada, mas ele ainda parecia uma mulher de
meia-idade dirigindo.

Saímos para outra rua, depois cruzamos para uma trilha


de terra novamente antes de começar a subir uma colina
íngreme.

“Eles estão logo à frente,” disse Monroe ansiosamente e


meus punhos cerraram enquanto eu me preparava para uma
luta apenas no caso.

Saint parou o carro abruptamente no topo da colina e eu


me joguei para fora da minha porta quando vi meu carro
esporte parecendo surrado estacionado bem na nossa frente.

Dei vários passos correndo em direção a ele antes de cair


ainda ao lado de Saint e Nash, cruzando os braços com a visão
diante de mim.

Tatum e Kyan pareciam estar absolutamente bem pra


caralho. Ele a prendeu no capô do meu carro, os dois se
beijando com um tipo desesperado de fervor enquanto as mãos
dela se fechavam em seu cabelo e ele enfiava seu pau nela com
uma brutalidade animalesca. A calça dele estava em volta dos
tornozelos dele e a dela jogada de lado enquanto a calcinha
nem tinha saído dela, o tecido claramente empurrado para fora
do caminho para permitir essa reivindicação desesperada.

Eu queria ficar com raiva deles por nos deixarem


preocupados quando eles estavam claramente bem, mas
quando olhei além deles para o terreno agitado e a corda feita
de cintos de segurança que caíam da borda da ravina, minha
irritação derreteu.

Dei um passo mais perto da borda, olhando para os


destroços abaixo, minhas sobrancelhas arqueando quando vi
um corpo quebrado lá também.

Tatum gemeu alto quando ela gozou e Kyan amaldiçoou,


empurrando dentro dela cada vez mais forte até que ele gozasse
também, sua mão enroscando em seu cabelo enquanto ele a
beijava, conduzindo sua língua em sua boca. Foi muito quente,
na verdade. E eu não pude deixar de sentir meu próprio pau
se mexendo enquanto eu os observava.

Eles finalmente quebraram o beijo, os dois suados e


ofegantes enquanto Tatum virava aqueles grandes azuis para
nós timidamente, parecendo a imagem da inocência mesmo
quando ela claramente ainda tinha o pau de Kyan enterrado
dentro dela.

“Parece bem, princesa, acho que você não precisava da


ajuda da cavalaria afinal,” Nash comentou enquanto ela
mordia o lábio.
“Existe um dia em que vocês dois achariam adequado se
abster de foder?” Saint perguntou, parecendo mais chateado
com o fato de que eles não se preocuparam em nos deixar saber
que eles estavam bem antes de ceder à sua necessidade de
trepar um com o outro.

“Não,” Kyan respondeu com um sorriso enquanto ele


lentamente se retirava dela, puxando suas calças novamente.
Percebi que sua camisa estava rasgada no meio e franzi a testa
enquanto ele puxava o resto dela. “Especialmente quando eu
fui sequestrado pelo meu perseguidor e molestado novamente.”

“Seu perseguidor?” Eu perguntei em confusão.

“Deepthroat,” Tatum respondeu com um sorriso de


escárnio e eu me aproximei dela, querendo verificar por mim
mesmo se ela realmente estava bem. “Foi sempre ela. Ela
estava atrás de Kyan. A única razão pela qual eu estava
envolvida é porque ela me queria fora do caminho.”

Os olhos de Saint brilharam com compreensão quando ele


agarrou essa ideia e ele se virou de repente, jogando o punho
em uma árvore enquanto começava a se xingar por não ter
visto isso antes, a escuridão nele subindo à superfície em seu
fracasso percebido.

Kyan e Monroe seguiram, raciocinando com ele enquanto


eu me aproximava de nossa garota, acariciando meus dedos
por seu cabelo dourado e massageando seu couro cabeludo
suavemente para compensar a aspereza de Kyan com ela.

Ela suspirou enquanto estendia a mão para arrastar os


dedos ao longo da minha mandíbula e meu olhar caiu para
suas coxas separadas, pegajosas com o esperma de Kyan, a
visão disso estranhamente excitante.

“Então você salvou o neto do grande mafioso?” Eu


provoquei e ela sorriu.

“Claro que sim. Eu não sou a única que é resgatada nesta


história.”

Beijei-a docemente, querendo muito aprofundar, mas


sabia que não havia tempo para isso, então apenas coloquei
minha mão contra seu coração acelerado, feliz por tê-la perto.

“Precisamos sair daqui,” Saint retrucou de repente,


decidindo claramente que agora não era o momento para ele
perder a cabeça quando havia homens armados ainda nos
caçando por perto. “Eu tenho uma casa segura que podemos
usar. Nash, troque as placas.”

Olhei em volta para encontrá-lo jogando um conjunto de


placas falsas e uma chave de fenda em Monroe antes de se
aproximar de nós com uma pequena toalha de mão que ele
pegou da porra sabe de onde.

Saint me cutucou de lado e eu relutantemente o deixei


para que ele pudesse limpar Tatum, o jeito gentil e adorável de
seus movimentos me fazendo sorrir. Fodido molenga. Eu teria
que comprar um ursinho de pelúcia para ele abraçar à noite se
ele continuasse com essa merda.

Monroe explicou a situação para Kyan e Tatum enquanto


eu me movia para dar uma olhada no dano que Tatum tinha
feito ao meu bebê. Meu carro de edição limitada e único estava
bem e verdadeiramente fodido. Não havia duas maneiras de
fazer isso. Ele estava arranhado, amassado, um espelho
retrovisor tinha sumido. Os cintos de segurança estavam
atualmente em uso como uma corda pendurada no penhasco
e Kyan tinha fodido Tatum com tanta força no capô que ele
conseguiu amassá-lo também.

“Você me deve um carro novo, idiota,” eu disse a Kyan,


indo até o SUV enquanto os outros entravam e subiam na parte
de trás com ele e nossa garota.

Ela se sentou entre nós, pegando cada uma de nossas


mãos nas dela enquanto Saint começava a nos apoiar e virar o
carro.

“Bem, acabei de chamar um limpador para se livrar disso


para você - não quero que ninguém pense que você teve algo a
ver com o acidente que matou Bait e Deepthroat, então vamos
ficar quites,” ele sugeriu com um sorriso malicioso, embora
houvesse algo em seus olhos que dizia que ele tinha acabado
de passar por algo muito fodido.

“Você quer nos contar sobre isso?” Eu perguntei a ele e


todos os outros no carro ficaram em silêncio enquanto
esperávamos por sua resposta. Os olhos de Tatum
permaneceram nele, sua necessidade de confortá-lo clara, mas
esse não era o jeito de Kyan.

Eventualmente, Kyan apenas balançou a cabeça. “Não. A


cadela está morta agora. Mas vamos apenas dizer que eu tenho
um novo nível de respeito por meu tio Niall e sua preferência
por matar estupradores.”

“Ela...” Tatum começou em horror, mas Kyan a


interrompeu com um aceno de cabeça.
“Você me resgatou antes que ela pudesse fazer mais do
que me dar um soco, baby. Mas eu precisava colocar meu pau
na minha garota no segundo que pudesse para limpar a
sensação de suas mãos da minha pele.” Ele riu enquanto se
inclinava para dar um beijo em seu pescoço e, embora eu
tivesse certeza de que todos nós poderíamos dizer que a atitude
despreocupada era forçada, não o pressionamos.

O principal era que Tatum havia chegado a tempo de


resgatá-lo, havíamos escapado dos homens que o pai de Saint
mandou atrás de nós e estávamos indo para algum lugar
seguro. Além disso, eu não tinha a porra da ideia do que
faríamos. Mas a questão é que estávamos todos juntos. Isso
era o que realmente importava.
Eu tirei meu casaco enquanto voltávamos para a estrada
principal, então eu estava apenas com minha calça de moletom
azul claro e blusa combinando, o calor dos corpos de Kyan e
Blake de cada lado meu me fazendo torrar ainda mais.
Enrosquei meus dedos entre os de Kyan enquanto pensava
sobre Deepthroat e tudo o que ela tinha feito a ele. Ela morreu
de medo e isso era alguma coisa. Mas teria sido bom tê-la
sozinha em algum lugar por um tempo antes de entregá-la à
morte.

Eu nunca perdoaria a cicatriz que ela deixou nele, e


esperava que seu fim o ajudasse a superar o trauma de sua
tentativa de estupro. Ele nunca falou sobre isso, mas às vezes
eu gostaria que ele falasse. Às vezes, eu achava que deveria
tentar com mais força extrair dele também as profundezas de
sua dor. Porque muitas vezes sangrar era a única maneira de
curar o passado. Então decidi que, assim que a poeira baixasse
neste dia, tentaria novamente.

“Então, onde fica a casa segura?” Eu perguntei a Saint.

“É - porra, e agora?” Saint rosnou, seus olhos brilhando


em algo no espelho retrovisor.

Virei no assento para olhar pela janela traseira e vi uma


Mercedes vermelha rasgando atrás de nós, piscando suas
luzes.

“Esse é o carro de Danny,” Blake disse surpreso enquanto


buzinava e Saint acelerava mais forte.

“Saint, encoste,” eu instruí quando avistei Mila no assento


ao lado de Danny, mas Saint continuou dirigindo.

“Cara,” Blake rosnou. “Pode ser importante.”

“As únicas coisas importantes no mundo estão neste


carro,” Saint disse com naturalidade, mas por mais doce que
fosse, ele ainda precisava parar.

“Saint,” eu exigi.

“Estou com o chefe, não vamos arriscar,” disse Kyan,


bocejando e recostando-se em sua cadeira como se estivesse
planejando uma soneca.

“Não há risco, são nossos amigos,” rosnei enquanto Danny


piscava as luzes novamente e Mila acenava ansiosamente para
nós. “Pare o carro.”
“Apenas encoste, cara,” Nash insistiu e Saint rosnou de
irritação.

Inclinei-me entre os assentos, segurando o bíceps de Saint


e falando em seu ouvido. “Por favor.”

Sua mandíbula pulsou, então ele deu seta para fora da


estrada e estacionou, acendendo as luzes de emergência,
embora ninguém estivesse por perto, exceto nós e nossos
amigos.

Blake abriu a porta e eu corri atrás dele enquanto Danny


puxava seu carro atrás de nós, a excitação passando por mim.
Mila saltou para fora do veículo, correndo em nossa direção e
meu coração saltou quando ela passou os braços em volta de
mim.

“Eu estava tão preocupada, garota,” ela disse, me


segurando com força. “Onde diabos você esteve?”

“É uma longa história,” eu disse enquanto a abraçava com


firmeza, recuando enquanto ela continuava a segurar minhas
mãos. Inferno, eu senti falta dela. E eu odiei que tivéssemos
ido. Que nosso mundo estava tão confuso e não havia mais
lugar para normalidade nele.

“Sim, e não podemos dizer. Não temos muito tempo, temos


que ir,” Blake disse sério enquanto Danny saía do carro e
caminhava em nossa direção com a testa franzida de
preocupação.

“Você está em apuros?” Mila perguntou em um sussurro,


apertando minhas mãos e eu balancei a cabeça, não querendo
mentir para ela. Mas havia tantas coisas que eu não poderia
dizer sobre sua própria segurança.

“Estamos na merda,” admiti. “Mas nós vamos ficar bem.


Saint tem um plano.”

“Você vai voltar?” Ela perguntou ansiosamente.

Eu compartilhei um olhar triste com Blake, em seguida,


balancei minha cabeça. “Eu acho que não,” eu suspirei.

Os olhos de Mila encheram-se de lágrimas enquanto ela


olhava para mim e senti meus próprios olhos embaçarem
também. Ela foi uma boa amiga para mim. A única amiga
verdadeira que eu realmente tive. E havia pelo menos uma
coisa que eu poderia fazer por ela.

“Espere aqui,” eu disse, virando e correndo de volta para


o carro. Eu abri o porta-malas e Saint praguejou com cores
quando abri a caixa prateada com as vacinas, tirando um
frasco do precioso líquido e um par de seringas, recolhendo as
doses de que precisariam. Eu tranquei a caixa novamente,
fechando o porta-malas e correndo de volta para Mila.

“Aqui.” Eu as pressionei em sua palma e ela olhou para as


seringas em confusão.

“O que é isso?” Ela perguntou enquanto Blake passava a


mão pelo cabelo, lançando um olhar ansioso para o carro de
Saint.

“É uma vacina. Uma vacina para o vírus Hades,” eu


sussurrei, embora não houvesse uma alma ao redor por
quilômetros para nos ouvir. Eu simplesmente sabia o quão
valioso era esse conhecimento.
Os olhos grandes de Mila se arregalaram quando ela olhou
para Danny com entusiasmo e depois de volta para mim. “Você
está falando sério? Onde diabos você conseguiu isso, garota?”

“Como ela disse, é uma longa história,” Blake


interrompeu.

“Eu posso dar para vocês, arregace as mangas,” eu disse.


Papai me treinou para fazer isso anos atrás e era muito
simples.

Mila foi a primeira, permitindo que eu injetasse a vacina


nela e aqueceu meu coração saber o quanto ela confiava em
mim. Quando eu dei para Danny também, Blake deslizou um
braço em volta da minha cintura e me deu um passo para trás.
“Isso é péssimo, mas realmente temos que ir. Há alguns idiotas
nos procurando.”

“Não brinca,” Danny respirou, olhando por cima do ombro


nervosamente.

Uma decisão passou pelos olhos de Mila e ela agarrou


minha mão enquanto Blake tentava me afastar. “O que
podemos fazer para ajudá-los?”

“Eu tenho uma ideia,” a voz cortante de Saint encheu o ar


e eu quase pulei da minha pele quando ele apareceu ao meu
lado como um maldito fantasma.

Ele estendeu um monte de telefones para Mila. “Pegue


estes. Ligue-os e faça uma chamada para pelo menos um deles.
Em seguida, dirija para o sul por cem milhas antes de jogá-los
fora.”
Mila ficou boquiaberta. “Alguém está rastreando você?”
Ela perguntou em choque.

“Obviamente,” Saint disse friamente e eu lhe dei uma


cotovelada nas costelas.

“Isso é uma merda de filme de ação, eu juro,” disse Danny,


parecendo meio animado com isso.

“Faremos isso,” anunciou Mila.

“Tem certeza de que não se importa?” Eu perguntei, minha


garganta apertada de emoção por deixá-la, sem saber se eu a
veria novamente. Mas, com sorte, haveria um tempo além disso
em que eu pudesse. Só não sabia como chegaríamos lá ainda.

“Claro que não,” Mila disse com firmeza e eu a puxei para


outro abraço enquanto meu coração batia dolorosamente
contra minhas costelas.

“Obrigada,” eu respirei.

“Amo você, garota. Ligue-me assim que puder, ok?” Ela


implorou e eu assenti enquanto a soltava, engolindo o caroço
na minha garganta.

Eu abracei Danny também, então Blake os abraçou antes


que eles voltassem para o carro, acenando para nós enquanto
eles se viravam e se dirigiam na direção oposta. Uma
respiração pesada me deixou enquanto eles desapareciam e eu
realmente esperava ver eles novamente em breve.

“Bem, suponho que a parada tenha valido a pena afinal,


mas deveríamos ter discutido sobre a distribuição da vacina,
Tatum,” Saint disse bruscamente, pegando minha mão e me
guiando de volta para o carro em um ritmo feroz.

“Eles merecem ter uma,” eu disse ferozmente. “E eu não


tenho que pedir sua permissão. Eles são meus amigos. E a
única razão pela qual essa vacina foi criada foi por causa do
que passei naquele laboratório. Eu pelo menos quero que
algumas coisas boas venham de mim sofrendo com tudo isso.

“Não vou permitir que decisões precipitadas coloquem


nenhum de nós em risco,” disse Saint, não recuando nem um
pouco, apesar de meus pontos mais do que válidos.

“Bem, infelizmente para você, você não é um ditador,


então não depende de você o tempo todo,” eu disse
bruscamente e ele me girou, me empurrando contra a lateral
de seu carro e olhando para mim, fazendo meu coração treme
violentamente.

“Eu irei protegê-la a todo custo, Sereia. Eu protegerei


todos nós, e se ser um ditador é o que preciso para fazer isso,
sou mais do que adequado para o papel.”

“Vamos, mano. Precisamos pegar a estrada,” Blake


chamou do outro lado do carro.

Nash saiu, andando em nossa direção e fazendo pose de


Saint. “Olhe como você coloca suas mãos sobre ela, Memphis.”

“Eu não pedi sua opinião, Nash.” Saint não tirou os olhos
dos meus, seus músculos protuberantes contra sua camiseta
enquanto ele me mantinha em suas mãos.
Por mais que eu apreciasse Monroe cuidando de mim, eu
não precisava ser salva de Saint. Tínhamos nossa própria
língua e isso fazia parte dela.

Eu deslizei minha mão por seu peito, descansando contra


seu coração batendo furiosamente e sua garganta balançando.
“Eu tomo minhas próprias decisões, Saint. E minhas decisões
sempre serão para o bem das pessoas que amo. Isso inclui
meus amigos. Então você pode ficar chateado comigo o quanto
quiser, mas eu não sinto muito. “

“Não temos tempo para isso,” Monroe rosnou, estendendo


a mão para agarrar o braço de Saint, mas ele empurrou o
ombro para afastá-lo.

“A tolice gera situações perigosas,” Saint respirou. “Vou


punir você da próxima vez que não me consultar sobre uma
decisão como essa.” Ele se afastou e rolei meus olhos,
agarrando a porta dos fundos e escalando Kyan, que estava
dormindo.

Todos os outros voltaram para o carro e Saint disparou


pela estrada, o silêncio entre nós ecoando em minha cabeça.

“Eu vou passar manteiga no seu cu e deixar um gnomo ir


até a cidade com ele,” Kyan murmurou em seu sono e eu ri
quando Blake e Nash também começaram a rir.

Saint olhou para Kyan no espelho retrovisor, seus olhos


brilhando com alegria e a tensão imediatamente se dissipou
entre todos nós.
Blake enroscou seus dedos nos meus e me inclinei contra
ele, respirando seu perfume masculino enquanto os
quilômetros navegavam sob os pneus.

Com Mila e Danny deixando uma trilha falsa, eu esperava


que isso significasse que estávamos perdidos para o vento
agora e ninguém seria capaz de nos rastrear. Não sabia para
onde íamos, mas fazia parte de um plano desenhado por Saint
Memphis. Então não estava preocupada. Porque se alguém
poderia ser mais esperto que o homem que nos caçava, era
aquele que foi feito à sua imagem.

***

Blake respirou suavemente enquanto dormia ao meu lado


e Kyan murmurou coisas sem sentido no meu ouvido. Eu
amava a proximidade deles, mas estava desejando o toque dos
meus outros Guardiões da Noite também. Desde que saí
daquele laboratório, juro que criei uma tendência seriamente
possessiva para todos eles. Eu só queria tocá-los o tempo todo
para me assegurar de que eles não iriam a lugar nenhum. E
depois de chegar tão perto de perder Kyan, imaginei que a
sensação se intensificou.

Eu tirei meu cinto e subi pelos bancos da frente, caindo


suavemente no colo de Nash.

“Não,” Saint objetou. “De volta ao seu lugar, não é seguro


aqui se batermos.”
Passei meus braços em volta do pescoço de Monroe e ele
me abraçou contra ele. “Não há literalmente mais ninguém nas
estradas por causa do bloqueio, não vamos bater,” argumentei.

“Um cervo pode correr para fora da floresta,” Saint rosnou.

“Ele está certo, princesa. Não é seguro,” Monroe


murmurou, parecendo triste em dizer isso enquanto me
segurava perto. Pensei no que tinha acontecido com sua família
com uma pontada de culpa no peito. Merda.

“Oh Nash, eu...” eu comecei.

“Eu preciso mijar!” Blake anunciou de repente.

“Aqui.” Saint abriu o porta-luvas, tirando uma garrafa


vazia e jogando-a para ele.

“Nah, eu quero uma urina selvagem. Eu não vou fazer em


uma garrafa,” Blake insistiu.

“É a garrafa ou nada,” Saint disse calmamente.

“Apenas encoste por dois minutos,” disse Monroe, seus


dedos patinando na minha espinha e estremeci.

“Eu realmente preciso fazer xixi também e definitivamente


não vou tentar entrar em uma garrafa,” eu disse com uma
risada leve.

Saint pegou um pote de plástico do porta-luvas em


resposta a isso e meu queixo caiu quando ele jogou a coisa de
plástico rosa brilhante no meu colo.
“Não!” Eu ri, jogando-o por cima do ombro nas costas.
“Estacione.”

A mandíbula de Saint apertou, mas ele deu seta para fora


da estrada, parando ao lado da floresta e eu pulei do carro.
Nash o seguiu e Blake disparou para as árvores à nossa frente.

“Cuide dela,” Saint ordenou a Monroe e revirei os olhos


quando Nash pegou minha mão, mas não a puxei.

“Você pode me assistir fazer xixi se quiser, mas pode ser


uma experiência um pouco estranha.” Entrelacei meus dedos
com os de Monroe e ele riu enquanto o levava para a floresta.

“Vou levar qualquer experiência com você depois de ficar


sem você por tanto tempo,” ele murmurou em meu ouvido e
mordi meu lábio enquanto aumentávamos o ritmo.

Quando estávamos longe o suficiente da estrada, me


afastei dele atrás de um grande pinheiro e me agachei para
fazer xixi. A floresta estava estranhamente quieta, mas o
silêncio logo foi quebrado pelo som de Blake cantando Genie in
a Bottle de Christina Aguilera em algum lugar próximo às
árvores, desenhando um sorriso no meu rosto. Droga, essa era
velha.

Quando terminei, contornei a árvore para encontrar


Monroe e ele me agarrou, prendendo-me contra o enorme
tronco. Ele pressionou o dedo nos lábios e eu sorri quando ele
inclinou a cabeça para me beijar. Sua língua se moveu
ferozmente, reivindicando golpes contra a minha enquanto
suas mãos pressionavam cada lado meu na árvore. Ele
cheirava a floresta, como um homem selvagem que vivia da
terra, cortava lenha nua e fazia fogueiras...
“Porra, eu senti sua falta,” disse ele pesadamente,
cortando minha fantasia enquanto eu fechava minha mão em
sua camisa para mantê-lo perto. “Também perdi todas as
nossas conspirações.” Ele sorriu quando passei meus dedos
em seu cabelo loiro escuro. Eu estava totalmente apaixonada
por ele. Não sabia se era a intensidade em seus olhos ou aquela
boca divina que estava me deixando tão quente agora, mas eu
sabia que não poderia me permitir a tentação de quando
deveríamos estar correndo para as montanhas. Então recuei e
coloquei um pouco de espaço entre nós para evitar que minha
libido mergulhasse no banco do motorista. Essa cadela estava
trabalhando horas extras desde que eu voltei para minha tribo.

“Bem, que tal começarmos a conspirar juntos novamente?


Vamos nos esgueirar até Blake e assustá-lo pra cacete,” eu
disse conspiratoriamente.

Ele baixou a cabeça, beliscando meu pescoço com uma


risada profunda que fez meu pulso disparar. “Estou no jogo, se
você estiver.”

Os olhos de Monroe brilharam quando ele deu um passo


para trás e nos esgueiramos na direção de onde a voz de Blake
estava vindo. Ele estava balançando os quadris enquanto fazia
xixi, seu canto ficando mais alto quando nos aproximamos
atrás dele, fazendo uma abordagem silenciosa. Nash pisou em
um galho e um estalo alto fez Blake girar e meu queixo caiu ao
ver seu pau preso na garrafa.

“Cara, que porra é essa?” Monroe começou a rir e Blake


deu uma risadinha.

“Pensei em dar uma chance. Você só vive uma vez, certo?”


Ele se abaixou e puxou-o para tirá-lo, mas ele não se moveu.
Seu olhar caiu para ele enquanto puxava novamente e um grito
de dor o deixou. “Oh merda.”

“Hilário,” Nash brincou enquanto eu desmoronava de


tanto rir. “Vamos, precisamos ir.”

“Não é uma piada, está preso, porra.” Blake puxou-o


novamente e engoliu outro ruído de dor quando ele não se
mexeu.

“Dê aqui.” Monroe avançou, afastando a mão e agarrando-


a, puxando com força. Blake empurrou para frente com um
suspiro de pânico, empurrando Monroe no peito.

“Ow, filho da puta!” ele latiu.

Eu agarrei meu lado enquanto mais risadas me rasgavam,


incapaz de parar.

“Tate,” Blake rosnou. “Pare de rir. Sua risada é sexy e isso


só vai me deixar duro, o que só vai piorar as coisas!”

Eu literalmente não consegui, especialmente quando


Nash agarrou a garrafa novamente e puxou com força. Blake
praguejou e tentou socá-lo no pau em retaliação, mas Monroe
foi muito rápido enquanto dançava para fora do caminho.

“Apenas fique quieto, eu tirei o pau de um garoto do zíper


uma vez, eu posso totalmente fazer isso,” Monroe insistiu,
curvando-se para olhar mais de perto e Blake se acalmou
enquanto eu tentava sufocar minha risada. Monroe estava cara
a cara com a garrafa enquanto o examinava e deslizou a mão
ao longo da base enquanto tentava afrouxar o aperto no pau
de Blake.
“Ah! Essas são minhas bolas,” Blake rosnou, batendo em
Monroe ao redor da orelha, fazendo sua cabeça inclinar e a
garrafa cutucou-o no olho.

“Argh!” Monroe se afastou dele com horror. “Aquele buraco


de mijo de merda entrou no meu olho!”

“Como isso é minha culpa?” Blake rugiu.

“Porque você enfiou uma garrafa na porra do seu pau!”


Monroe gritou de volta e outra risada caiu do meu peito, mas
corri para ajudar Blake, gentilmente pegando a garrafa e
girando-a.

“Sem torcer,” Blake engasgou de horror, batendo minhas


mãos e segurando o plástico enquanto tentava soltá-lo.

“Pelo amor de tudo que é sagrado,” a voz de Saint fez meu


coração pular e eu me virei, encontrando-o de pé atrás de mim,
balançando a cabeça para Blake. Ele enfiou a mão no bolso,
tirou um tubo de lubrificante e avançou para esguichar na
garrafa.

“Por que você está andando por aí com isso no bolso?”


Nash perguntou confuso e eu também estava muito curiosa.

“Eu não preciso me explicar para você,” Saint disse


simplesmente enquanto deslizava a garrafa para fora do pênis
de Blake, em seguida, a entregava a ele. “Você vai limpar isso.”

Saint apenas fixou em Blake um olhar furioso por um


longo momento, então se virou, jogando um frasco de
desinfetante para as mãos em mim antes de voltar para o carro.
Blake guardou seu pau enquanto eu higienizava minhas
mãos, em seguida, passava a garrafa para Monroe, que a
esfregava em todos os lugares. Inclusive ao redor de seu olho,
fazendo-me sufocar um bufo pelo qual ele me lançou um olhar.

“Bem, poderia ter sido pior de qualquer maneira,”


comentou Blake.

“Como poderia ter sido pior? Seu pau me cutucou no


olho,” Monroe rosnou.

“Não era meu pau, era a garrafa. Caramba, dramático


demais?”

Monroe mergulhou para frente e deu um soco nas


costelas, em seguida, os dois começaram a lutar - espero que
não na poça de mijo.

Blake pegou minha mão enquanto eu tentava correr para


o carro para contar a Kyan o que tinha acontecido e acabei no
meio deles, recebendo cócegas e cutucadas até que todos nós
estávamos rindo, o som subindo para as árvores. Os dois se
voltaram contra mim muito rapidamente, me esmagando entre
eles, de modo que minhas costas estivessem no peito de Blake
e minha frente no de Monroe.

“Humm, o que vamos fazer com este passarinho que


prendemos em nossa gaiola?” Blake zombou, sua boca roçando
minha orelha e me fazendo querer me inclinar para seu toque.
Mas eu não seria uma presa fácil.

“Talvez vocês devessem fechar os olhos e eu pagarei a


vocês para sair de sua armadilha,” sugeri com a voz rouca e
Nash sorriu enquanto fechava os olhos.
Olhei por cima do ombro para descobrir que Blake tinha
feito o mesmo, em seguida, puxou Monroe para mais perto de
mim pela nuca, esfregando minha bunda na virilha de Blake,
seu pau crescendo sólido contra mim, então imaginei que a
garrafa não tinha feito nenhum dano permanente. Se tivesse,
eu teria pisado na cadela.

“Estou esperando sua boca na minha,” ronronei e Monroe


se inclinou para frente enquanto o puxava para dentro, então
desviei para o lado no último momento e olhei para cima para
encontrar sua boca colidindo com a de Blake.

“Droga, Cinders,” Blake rosnou, os dois se afastando um


do outro e eu ri da minha vitória, correndo de volta para o carro
enquanto escapava.

“Oh não, você não vai!” Nash gritou, correndo atrás de


mim assim que Saint começou a tocar a buzina
impacientemente.

Eu ri enquanto corria por entre as árvores, seus passos


quebrando atrás de mim enquanto eles tentavam me alcançar.
O carro apareceu e Saint olhou para mim do banco do
motorista com as sobrancelhas franzidas. Ele parecia um pai
cuja paciência estava se esgotando e nós éramos
definitivamente as crianças trabalhando em suas engrenagens.
Talvez ele gostaria que eu o chamasse de papai na próxima vez
que ele me espancasse.

“Abra a porta!” Chamei-o enquanto seus olhos se moviam


para Nash e Blake atrás de mim.
Saint abriu imediatamente e eu mergulhei em seu colo
enquanto ele a fechou e dois corpos pesados colidiram com o
carro, balançando a coisa toda.

“Eu vou embeber esses bagels em gasolina, desliza-los em


seu pau e acendê-los como uma fogueira,” Kyan falou
enquanto eu me virava no colo de Saint, adrenalina saltando
por meus membros.

“Obrigado.” Eu sorri para Saint, então fui para o banco de


trás, mas ele segurou com mais força, se recusando a me
deixar ir.

“Acho que ganho um obrigado melhor do que isso.” Ele


sorriu como o deus das trevas que era enquanto Monroe e
Blake lutavam para entrar no banco de trás do carro.

“Bem, o que você gostaria? Uma cesta de presentes cheia


de dispositivos de tortura? Ou brinquedos sexuais?” Eu
perguntei docemente e ele enlaçou minha boca em um beijo
feroz, sua língua quente e exigente contra a minha.

Quando ele me soltou, eu estava corada e sorrindo.

“Você pode enviar a cesta de presentes também,” ele


zombou.

Blake subiu no banco de trás com o desespero de um


cachorro faminto enquanto chutava Monroe para longe, sua
necessidade de vencer brilhando em seus olhos verdes. Monroe
agarrou a parte de trás de sua cintura, tentando puxá-lo por
ela, mas Blake segurou o braço de Kyan e sua calça de moletom
voou por suas pernas até os tornozelos, expondo sua bunda
enquanto Monroe caía na lama.
Eu desmoronei rindo enquanto rolei para o banco do
passageiro e prendi meu cinto no lugar. “Segura,” eu cantei e
Saint sorriu para mim de forma satisfatória.

“Maldição, Blake,” Monroe rosnou quando Blake foi


forçado a se mexer no assento do meio enquanto puxava as
calças e Monroe subia ao lado dele, fechando a porta com força.
Saint ligou o motor, descendo a estrada, ganhando velocidade
a cada segundo.

Eu fiz uma careta para o telefone colocado em um suporte


no painel em confusão. “Achei que você tivesse dado todos os
telefones para Mila e Danny.”

“Eu tenho reservas para todos nós,” Saint disse


simplesmente.

“Tem a mesma senha?” Eu o peguei, desbloqueando-o com


o código que ele me deu antes e seus lábios se contraíram como
se ele quisesse me repreender por isso, mas não conseguia
pensar em uma razão adequada para fazer isso.

E eu com certeza não estava mais com medo de seus


castigos. Entrei em seu aplicativo de música, encontrando-o
repleto de todos os tipos de canções clássicas e um monte de
listas de reprodução apenas para ruído branco. Não é
exatamente um barril de diversão. Comecei a construir uma
lista de reprodução mais amigável do tipo Tatum ao conectá-la
ao Bluetooth do carro.

“Não toque nada daquele garoto Bieber,” Saint avisou.


“Não terei meus ouvidos agredidos.”
“Oh qual é, Saint, você poderia ter uma lição de cultura,”
eu provoquei.

“Eu garanto a você, eu não preciso de nada disso,” ele


disse levemente.

Eu não estava planejando tocar Bieber, mas agora a


tentação era muito alta para ignorar. Eu escolhi Anyone e
agarrei a mão de Saint quando ele empurrou em direção ao
botão off no painel. Corri meu polegar ao longo do centro de
sua palma e a tensão em seus ombros diminuiu quando ele
encontrou meu olhar por um momento.

“Amo você,” murmurei, querendo dizer isso do fundo do


meu coração - mesmo que eu dissesse cinco por cento para
distraí-lo.

Suas feições se suavizaram e ele levou minha mão à boca,


batendo os lábios na parte de trás dela antes de colocar nossas
mãos em sua coxa.

Eu realmente gostei dessa música e quando Blake


começou a cantar junto, eu me juntei, absorvendo a doce
sensação de liberdade que eu sentia por estar nesta estrada
sem fim que se estendia ao longe com os quatro amores da
minha vida.

Não demorou muito para que Hemlock City aparecesse no


horizonte e nós dirigíssemos pelos subúrbios que estavam
mortalmente silenciosos. Eu tinha ouvido falar que o bloqueio
era especialmente rígido em áreas populosas e me deixava
triste pensar em todas aquelas pessoas presas em suas casas,
temendo o que iria acontecer. Era desconfortável saber que
carregávamos uma caixa de vacinas que poderiam proteger
alguns deles. Mas tínhamos que ser sensatos sobre o que fazer
com elas. Não podíamos simplesmente distribuí-los todos,
precisávamos encontrar alguém que soubesse como fazer mais
com este lote. Humanamente. Sem me usar como uma maldita
fazenda de sangue.

Nós dirigimos pela cidade, os arranha-céus lançando


longas sombras no chão enquanto o sol começava a se pôr, o
lugar assustador com o quão silencioso estava. As poucas
pessoas que vimos usavam máscaras e estavam correndo como
se estivessem desesperadas para chegar a sua localização. Isso
me fez sentir falta da normalidade mais do que nunca. E eu
esperava que encontrássemos um caminho de volta. Porque ver
o efeito do vírus Hades em primeira mão como esse me
preocupou que não haveria um normal para o qual voltar.

Saint acabou contornando a parte de trás de um prédio


antigo com tábuas e parou em frente a um conjunto de
venezianas de metal. Eles sacudiram quando abriram e eu fiz
uma careta de surpresa quando Saint dirigiu para um
estacionamento subterrâneo vazio, a câmera apontada para
nós aparentemente reconhecendo as placas do carro.

“O que é este lugar?” Eu perguntei animadamente.

“Uma casa segura,” Saint respondeu simplesmente.

“Eu sei disso,” eu disse exasperada. Era como tirar sangue


de uma pedra com ele às vezes e juro que ele sentia um prazer
doentio nisso. “Mas eu esperava uma mansão chique ou algo
assim.”
“Isso seria muito óbvio,” Saint respondeu, oferecendo-me
um sorriso sombrio antes de estacionar e sair do carro.
Bastardo astuto. Por que isso me deixou tão quente?

Eu saí também e Monroe e Blake me seguiram,


agrupando-se perto de mim protetoramente e me perguntei se
eles perceberam que estavam fazendo isso. Era fofo pra caralho
e eu certamente não estava reclamando.

“Então, quem vai acordar a besta?” Blake questionou,


lançando um sorriso malicioso para Kyan, que ainda estava
dormindo no carro.

Meu coração apertou com o quão pacífico ele parecia e me


perguntei se a morte de Deepthroat o ajudara a dormir melhor.
Ele não estava mais protegendo sua virilha como sempre fazia.
Embora eu não pudesse imaginar que ele acordaria como a
Bela Adormecida, mesmo se eu desse um beijo de amor
verdadeiro.

Saint martelou seu punho na janela contra a qual Kyan


estava descansando sua cabeça e ele acordou de repente,
alcançando uma faca que não estava lá antes de se lançar
ferozmente no vidro.

“Estamos aqui,” Saint anunciou calmamente. “Limpe a


baba do estofamento e pegue uma bolsa.” Ele abriu o porta-
malas e todos nós avançamos para pegar o arsenal de merda
que ele havia escondido lá.

“Jesus, Saint,” eu respirei. “Há quanto tempo você está


planejando isso?”
“Seis a oito semanas,” ele disse simplesmente. “Mas eu
sempre tive uma mala feita neste carro para qualquer
eventualidade, desde muito antes de você entrar em nossas
vidas, Sereia.”

Tive que admirar sua premeditação enquanto colocava


uma mochila no ombro, mas Kyan a arrancou diretamente das
minhas costas e a colocou no ombro ele mesmo.

“Hum, eu não sou um rato. Eu posso carregar alguma


merda,” eu disse, tentando roubar uma bolsa de Nash, mas ele
a ergueu acima da minha cabeça para que eu não pudesse.

“Não, você é uma rainha. Vivemos para servir,” Saint


respondeu, indo embora e os outros sorriram para mim como
se suas palavras dissessem tudo.

Era totalmente século dezoito para eles, mas também


muito doce, então eu apenas contei minhas estrelas da sorte
para esses caras e fui atrás deles com um rubor cobrindo
minhas bochechas. Aparentemente, o cavalheirismo não
estava morto, mesmo que os quatro estivessem mais do que
felizes em me violar e corromper. Acho que tenho o melhor dos
dois mundos.

Todos nós seguimos Saint até um conjunto de escadas que


levava ao prédio. Quando passamos por uma porta no primeiro
nível, o leve cheiro de pipoca alcançou meu nariz e minhas
sobrancelhas arquearam quando Saint acendeu uma luz,
iluminando o saguão abandonado de um cinema com um
tapete vermelho bem gasto no chão. Ainda havia pôsteres nas
paredes de filmes que datavam de cinco anos atrás e ingressos
de cinema antigos espalhados pelo local. Saint continuou
andando, passando por uma porta marcada apenas para
funcionários e eu atirei um sorriso para Kyan ao meu lado
enquanto ele piscava grogue para o nosso entorno.

No andar de cima havia uma grande sala com uma janela


que dava para uma das salas de cinema, a enorme tela coberta
de poeira. O quarto parecia recém-reformado, com duas camas
de casal e um conjunto de móveis de couro. Havia uma
pequena cozinha com uma geladeira que zumbia baixinho,
dizendo-me que estava ligada e, quando Saint a abriu, vi
grandes garrafas de água estocando-a, bem como uma fileira
de garrafas de vodca e cervejas. Ele colocou as vacinas dentro,
aninhando-as na parte de trás.

“Há quanto tempo você tem este lugar?” Nash perguntou,


seus olhos arregalados de surpresa enquanto olhava ao redor,
observando a enorme TV na parede e o novo Xbox instalado
embaixo dela.

“Tempo suficiente,” Saint disse enquanto pegava a comida


de uma das sacolas, arrumando-a cuidadosamente na
geladeira.

Enquanto ele colocava algumas coisas nos armários,


percebi que já estavam estocados com comida enlatada. Era
um esconderijo horrível.

“É melhor presumir que Saint pode produzir notas de


milhões de dólares de seu cu sempre que quiser,” disse Kyan.
“Isso vai impedir seu queixo de cair toda vez que ele fizer algo
ridículo.”

“Estar preparado não é ridículo,” Saint cortou.


“Estar superpreparado é,” Kyan rebateu. “Não que eu
esteja reclamando, irmão. Você salvou nossos traseiros aqui. E
não pela primeira vez.”

Um sorriso dançou em torno dos lábios de Saint e eu senti


um puxando o meu. Ele realmente foi incrível.

Kyan puxou a geladeira aberta, pegando uma cerveja e


tirando a tampa com os dentes.

“Vou levar uma dessas,” Blake chamou e Monroe se


dirigiu para pegar uma também, passando-me uma garrafa
antes de reivindicar a sua.

Todos nós nos sentamos no sofá com uma cerveja na mão


enquanto Saint terminava de guardar tudo. Nenhum de nós se
preocupou em lhe oferecer qualquer ajuda, porque ele se
recusaria totalmente. Saint estava em sua zona de TOC e
precisava colocar as coisas em qualquer ordem que fizesse
sentido para ele. Eu aprendi isso há muito tempo.

“Para estar em fuga.” Blake ergueu sua cerveja e todos nós


batemos nossas garrafas na dele antes de tomar um gole.

Eu me aconcheguei de volta em meu assento entre Kyan


e Monroe e Kyan passou um braço em volta de mim. “E agora?”
Kyan perguntou. “Vamos ter que enfrentar o apocalipse aqui?”
Ele parecia meio esperançoso enquanto olhava seu taco de
beisebol que estava entre a bagagem que Saint estava
desfazendo.

“Obviamente não,” Saint disse, mas ele não elaborou além


disso.

“Então, qual é o plano?” Eu pressionei.


Saint fez uma pausa em seu trabalho, olhando para nós e
então suspirou, levantando-se e indo para a geladeira. Ele se
serviu de uma dose de vodka em uma porra de copo de cristal
e se sentou no braço da cadeira à nossa frente. “Temos três
tarefas urgentes que precisamos cumprir. A primeira é garantir
que Tatum nunca seja encontrada por meu pai e permaneça
segura sob nossos cuidados o tempo todo.” Todos os meninos
assentiram e meu coração se encheu de luz do sol. “A segunda
tarefa é encontrar um virologista de boa índole para
administrar essas vacinas. Alguém que tem a habilidade de
produzir mais da vacina em tempo hábil, mantendo o sigilo de
sua fonte. E, finalmente, a terceira tarefa é erradicar meu pai
e tudo o que ele representa, incluindo o clube sádico ao qual
ele está conectado e provavelmente envolvido na gestão.

“Espere, seu pai é um membro da Royaume D'élite?” Eu


engasguei, olhando para os outros. “Há quanto tempo você
sabe disso?”

“Eu não pensei que nós...” Blake empacou.

“Você não fez isso, mas eu passei algum tempo


trabalhando nos fatos disponíveis para nós e parece uma forte
suposição a se fazer,” Saint disse, escovando uma partícula de
fiapo de seu joelho. “É claro que há espaço para erros nessa
estimativa e acredite em mim quando digo, não gosto de
apostar em avaliações vagas sem provas contundentes. Mas,
nessas circunstâncias, achei necessário fazer uma...” Ele
parou, suas feições se contorcendo.

“Adivinhação?” Nash terminou para ele com um sorriso


malicioso e Saint estremeceu como se a palavra o repelisse.
“Sim, se você quiser chamar assim,” Saint murmurou em
desgosto. “Eu entendo se vocês quatro gostariam de debater a
validade de tal decisão e talvez votar se esta suposição pode
receber crédito suficiente para assumir que é verdadeira para
os propósitos de nossas ações daqui em diante.”

Eu compartilhei olhares com os outros, o rosto de todos


dizendo exatamente a mesma coisa, então eu expressei isso
para todos nós. “Nós confiamos em você.” Os rapazes
assentiram e Saint olhou entre nós, satisfação enchendo seu
olhar.

“Bom.” Ele ficou de pé, caminhando até a pilha de sacolas.


Ele pegou uma coleção de novos telefones e jogou um para cada
um de nós, em seguida, tirou o seu próprio do bolso. “Vocês
não entrarão em contato por meio de outra coisa que não seja
este aplicativo.” Ele nos mostrou sua tela, apontando o ícone
vermelho e branco e eu peguei meu telefone, encontrando o
mesmo nele.

“Isso o levará a um servidor seguro, onde podemos


conversar por meio de uma sala de chat online. Você também
pode fazer chamadas por meio dele, cada uma de suas
informações de contato é armazenada aqui com codinomes de
animais. Kyan você é Koala, Tatum você é Tigresa, Nash é
Noturno e Blake você é Babuíno.”

“Babuíno?” Blake deixou escapar. “Por que eu consigo


Babuíno? Por que não Bear Constrictor ou algo legal?”

“Porque você é um babuíno,” Saint disse suavemente e eu


bufei uma risada.

“Kyan dificilmente é um coala,” Blake reclamou.


“Pelo contrário, os coalas são bastante perversos,”
raciocinou Saint.

“E fofinho,” acrescentei, beliscando a bochecha de Kyan e


ele sorriu maliciosamente.

“Então, o que é você?” Monroe perguntou a Saint


curiosamente.

“Ele é a Lula!” Kyan anunciou e eu ri descontroladamente,


acenando em concordância.

Os olhos de Saint se voltaram para a mais mortal


beladona. “Eu não sou a Lula. Sou o Escorpião.”

“Você é totalmente Lula,” disse Blake, saltando em sua


cadeira. “Especialmente se eu for babuíno.”

“Eu não sou Lula,” Saint sibilou venenosamente. “Fim de


discussão.” Ele se virou bruscamente, voltando para as sacolas
para terminar de desempacotar a comida e eu chamei a
atenção de Kyan enquanto nós dois ríamos.

“Lula está de mau humor,” Nash murmurou e eu soltei


uma gargalhada, fazendo Saint praguejar furiosamente.

Recostei-me no assento e todos assistimos um pouco de


TV por um tempo. Comecei a ficar um pouco sonolenta
enquanto me sentava lá, um bocejo puxando minha boca. Foi
um dia muito longo, mas apesar de todas as mudanças e do
perigo em que ainda estávamos, me senti um pouco feliz.
Apenas estar com meus Guardiões da Noite assim foi uma
bênção depois de tanto tempo naquele laboratório horrível. Eu
estava livre agora, de volta onde ansiava estar por semanas,
imaginando como seria bom estar com eles novamente. E foi
melhor do que minha imaginação chegar perto de conjurar.

Eu levantei da minha cadeira enquanto esvaziava o resto


da minha cerveja, indo jogar a garrafa no lixo. Então eu caí na
cama mais próxima e fingi fazer um anjo de neve com meus
braços e pernas. “De quem é a cama?”

Saint se levantou, olhando para mim com fome e meu


pulso ficou descontrolado. “Este lugar foi inicialmente criado
apenas para mim, Blake e Kyan. Claramente, eu teria esta
cama e eles teriam compartilhado.”

“Claramente,” Kyan zombou do outro lado da sala. “Mas


agora a merda mudou, então terei um leito conjugal com minha
esposa e todos vocês terão que dividir a outra cama ou brigar
pelo sofá.”

“Se você começar aquela merda de esposa de novo, Kyan


Roscoe, vou fazer você dormir no carro,” Saint avisou.

“Mas ela é minha esposa,” Kyan disse arrogantemente.


“Não há duas maneiras de fazer isso.”

“Isso não serve a você privilégios extras,” Saint sibilou e


Nash e Blake pareciam prontos para ir à guerra para garantir
que isso fosse verdade.

Eu me levantei para sentar e olhei para Kyan. “Eu


pertenço a cada cara nesta sala igualmente. Não seja um
idiota.”

Kyan acenou com a cabeça. “Eu sei. Entendi. E estou


permitindo isso.” Ele sorriu zombeteiramente, me dando uma
piscadela e sabia que ele estava apenas os enrolando, mas eles
realmente não gostaram, então eu não o encorajei.

“Você não está permitindo nada,” Monroe rosnou.

“Não estou?” Kyan brincou, batendo com o cotovelo em


suas costelas.

“Não, você não está,” Saint rosnou. “Fim de discussão.


Estou indo tomar um banho.” Ele terminou de guardar a
comida e se dirigiu para o que eu imaginei ser um banheiro,
levando uma das sacolas com ele.

Kyan agarrou um dos controles do Xbox, chutando os pés


na mesa de café e começou um jogo. Monroe agarrou um
controle também, mas fiquei surpresa quando Blake não se
juntou a eles, em vez disso, levantou-se e foi para a geladeira.
Ele passou um minuto vasculhando antes de pegar uma
garrafa de água e caminhar até mim, inclinando-se para dar
um beijo na minha testa. “Eu vou explorar. Te vejo em breve.”

“Quer um amigo de aventura?” Eu perguntei, pulando e


ele hesitou por um momento, olhando para Monroe e Kyan com
uma carranca leve.

“Blake?” Eu respirei, segurando seu braço. “E aí?”

Ele deu um sorriso brilhante e balançou a cabeça. “Nada,


vamos lá então.” Ele pegou minha mão e me levou até a saída.

“Você cuida dela,” Monroe avisou e Blake deu-lhe um


aceno sério.

“Com a minha vida, Nash.”


Um arrepio percorreu meu corpo por causa de suas
formas protetoras. Eu podia com certeza cuidar de mim
mesma, mas eles ficarem como uma alcatéia de lobos alfa em
mim era muito quente às vezes. Eu só precisava lembrá-los de
que também era um alfa da minha própria variedade, com
dentes e garras tão afiadas quanto os deles.

Descemos as escadas para o foyer e Blake me girou em


sua direção, segurando minha cintura com uma mão. “Escute,
Cinders. Eu tenho que fazer algo. Você vai me cobrir?”

“O que?” Eu fiz uma careta. “O que você quer dizer?”

Ele me soltou, deslizando a mão no bolso e tirando uma


seringa e um pequeno frasco de vacina. “Meu pai mora a vinte
minutos daqui. Estarei de volta antes que alguém perceba. Eu
tenho que fazer isso, Tate. Eu perdi minha mãe para a porra
do vírus Hades, eu não vou perder...”

“Eu sei,” eu respirei, apertando seu braço. “Compreendo.


Eu teria feito o mesmo pela minha família.”

Ele estendeu a mão para colocar uma mecha de cabelo


atrás da minha orelha, uma respiração pesada o deixando. “Eu
sei que os outros entenderiam também, mas Saint...”

“Tenho certeza de que ele entenderia,” insisti, mas ele


franziu a testa como se não tivesse certeza disso.

“Ele ama nós cinco, mas isso significa que ele fará de tudo
para nos manter seguros aqui também. Para se encaixar em
seu pequeno plano.” Ele enfiou a mão no bolso do casaco,
tirando a chave do carro.
“Você tirou isso dele?” Eu perguntei surpresa, meio
impressionada.

“Nah, eu agarrei quando estávamos saindo de Everlake.


Ele nos fez reservas.” Ele sorriu. “Então... você vai me cobrir,
querida?”

“Não,” eu disse simplesmente e seu rosto caiu quando eu


dei um passo em direção a ele. “Porque estou indo com você.
Enfrentaremos a ira de Saint juntos quando voltarmos. Mas
nenhum de nós deve ficar sozinho agora e podemos vigiar uns
aos outros lá fora.”

Blake hesitou, mas uma centelha selvagem de excitação


apareceu em seus olhos. Ele adorava quebrar as regras,
especialmente quando envolviam um pouco de emoção.

“Quer dizer, eu adoraria que você conhecesse papai,” ele


disse, agarrando minha mão. “Se você quiser?”

“Claro que sim, porra,” eu disse com um sorriso. “Vamos


lá.”

Começamos a correr, sufocando nosso riso como crianças


enquanto descíamos as escadas para o estacionamento e
pulamos no carro de Saint. Blake saiu dirigindo e as portas se
abriram enquanto a câmera lia nossa placa de matrícula e nos
deixava sair. Saímos do beco e navegamos pelas ruas,
serpenteando até o coração da cidade estranhamente tranquila
e reluzente.

A luz da lua cintilou e cintilou nos prédios de vidro que se


elevavam de cada lado de nós, fazendo parecer que estávamos
em um mundo de conto de fadas que nos pertencia
inteiramente. Qualquer um que tivesse outro lugar para ir
fugiu das cidades meses atrás, e todos os outros estavam
claramente trancados dentro de seus apartamentos, na
esperança de sobreviver a essa pandemia.

Não demorou muito para que parássemos do lado de fora


de um prédio enorme e brilhante que era o mais alto da rua.
Blake abriu o porta-luvas, tirando uma arma e enfiando-a na
cintura antes de soltar o casaco para cobri-la. Depois de tudo
que enfrentamos, eu não iria questionar essa decisão nem um
pouco.

Eu o segui para fora do carro e ele pegou minha mão


enquanto me conduzia até as portas de vidro impressionantes
no topo de um conjunto de degraus de pedra cinza. Blake
digitou um código em um painel ao lado das portas e elas se
abriram silenciosamente, permitindo-nos entrar em um
enorme átrio com azulejos prateados e brancos no chão. A
recepção estava vazia e minha pele formigou com o silêncio
dominante enquanto caminhávamos para o elevador. Lá
dentro, Blake teve que digitar outro código no painel do
elevador e disparamos para cima, subindo pelo prédio em
velocidade.

“Ele vai perder a cabeça quando vir você?” Eu perguntei e


Blake balançou a cabeça.

“Nah, ele é legal. Ele provavelmente vai ficar chateado por


eu estar perdendo o treino de futebol, mesmo quando eu
entregar a ele o pó de ouro no meu bolso.”

Eu ri e ele sorriu para mim, parecendo um pouco ansioso


enquanto o elevador subia mais alto. “Eu nunca trouxe uma
garota para casa antes,” ele murmurou, seus olhos
percorrendo meu rosto enquanto sua expressão se enchia de
orgulho.

Meu coração disparou. “Bem, espero que ele goste de


mim.”

“Oh,” ele respirou enquanto olhava para mim e eu fiz uma


careta.

“O que?” Eu questionei e ele mudou de um pé para o


outro.

“Nada,” ele murmurou. “Ele vai te amar. Vou me certificar


disso.” Sua dedicação completa a mim fez meu peito se
expandir, e eu esperava não estragar isso. Nunca fui levada
para casa para conhecer os pais de ninguém e realmente
queria causar uma boa impressão. Depois de toda a loucura
em nossas vidas, era estranho estar fazendo algo tão normal.
Meu estômago vibrou como se estivéssemos prestes a atacar.
Por que isso era tão assustador?

Não pude deixar de pensar em meu próprio pai e como ele


nunca conheceu Blake adequadamente ou qualquer um dos
meus outros meninos além de Monroe. Mas ele queria isso para
mim, mesmo que não parecesse do jeito que ele provavelmente
imaginou. Ele esperava que eu encontrasse um homem que
mergulhasse em um mar de fogo do inferno para me proteger.
Acontece que encontrei quatro deles. Merda, tive sorte. Se
papai estivesse em algum lugar, eu esperava que ele soubesse
disso.

Blake tirou o telefone do bolso, digitando uma mensagem


no aplicativo que Saint tinha instalado nele. “Suponho que é
melhor avisarmos a Lula que estamos bem.”
“Sim, acho que não há muito que ele possa fazer agora até
voltarmos,” eu concordei e ele enviou a mensagem diretamente
para Saint antes de guardar seu telefone. “Então, este é o
prédio onde você cresceu?”

“Nah, é o apartamento do meu pai. Ele costumava usá-lo


apenas para festas ou em noites estranhas, quando tinha que
ficar na cidade porque uma reunião com alguns patrocinadores
atrasava ou algo assim, mas na maioria das vezes ficava vazio.
Ele se mudou para cá permanentemente depois que perdemos
mamãe. Minha casa é um lugar no campo. É muito bom, mas
acho que o lembra muito dela.” Ele franziu a testa com tristeza
e franzi a testa para trás, sentindo sua dor.

As portas do elevador se abriram e entramos em um


incrível apartamento de cobertura que se estendia em todas as
direções em direção às janelas que iam até o chão. O lugar
gritava caverna masculina com móveis simples que estavam
em uma variedade de tons neutros, interrompidos pelas cores
marrons do uniforme Redwood que estavam em todos os
lugares que eu olhasse. Havia uma parede separando a sala da
cozinha e estava coberta de fotos de Blake com sua mãe e seu
pai, além dele com a equipe do Redwood. Ao redor de todas as
fotos havia pequenas prateleiras cheias de troféus brilhantes.
Era como um santuário para Blake e todas as suas conquistas
e eu adorei.

“Ola pai!” Blake chamou e um homem saltou da cozinha,


os olhos arregalados de surpresa.

“Blake?” Ele engasgou. Ele era alto e largo como seu filho,
seu cabelo tinha uma pitada grisalha e seus olhos eram
calorosos e convidativos. Eles eram azuis em vez de verdes
como os de Blake, mas fora isso ele era a imagem de seu filho.
Ele usava uma camisa do Redwood e uma calça de moletom de
aparência cara, o cheiro de lasanha sendo carregado atrás dele
da cozinha.

“Meu menino,” ele respirou em estado de choque,


avançando e envolvendo Blake em um abraço forte, batendo-
lhe nas costas. “O que diabos você está fazendo aqui? E quem
é esta?” Ele deu um passo para trás, me observando e eu sorri,
oferecendo minha mão.

“Eu sou Tatum,” eu disse.

“Tatum... por que isso soa familiar?” Ele riu, olhando para
Blake.

“Ela é minha garota,” disse Blake, levantando o queixo e


seu pai agarrou minha mão, puxando-me em seu peito e me
abraçando com força.

Eu parei em seu aperto por um momento, oprimida por


ser abraçada por um homem que ainda não era meu pai, que
pareceu tão paternal comigo instantaneamente que trouxe
lágrimas aos meus olhos. Eu os empurrei de volta quando ele
me soltou, sua boca se dividindo em um largo sorriso.

“Eu sou Cooper, prazer em conhecê-la, Tatum. Merda, eu


não tenho um abraço há muito tempo. Acho que acabei de
quebrar muitas regras, mas você tem se isolado em Everlake,
então está tudo bem, certo?” Ele passou a mão na nuca.

“Sim, está tudo bem, pai,” Blake prometeu. “Mas, hum,


posso conversar com você rapidamente em particular?” Ele me
lançou um olhar furtivo e eu fiz uma careta.
As sobrancelhas de Cooper levantaram em surpresa,
então ele acenou com a cabeça, deixando Blake levá-lo para
fora da cozinha e eu fiquei lá como um pato desajeitado em
uma festa de frango, sem saber o que fazer comigo mesma.

O barulho baixo da voz de Blake chegou até mim, mas não


consegui entender o que ele estava dizendo. Eu tive a sensação
assustadora de que eles estavam discutindo sobre mim. Por
que mais sair da maldita cozinha?

“Rivers!?” Cooper rugiu de repente e eu juro que todo o


apartamento tremeu.

Oh merda.

Passos pesados soaram dessa forma e Cooper reapareceu


em nada parecido com o pai de rosto amigável que ele acabara
de ser, enquanto suas feições se contorciam de fúria.

“Pai!” Blake latiu quando veio correndo atrás dele. “Ouça-


me, ela não é...”

“Eu vou te dizer o que ela é,” Cooper rosnou, apontando


um dedo para mim e dei um passo para trás, meu coração
disparado enquanto a tensão na sala fazia meu corpo entrar
em alerta máximo. “Ela é filha do homem que matou sua mãe.”

“Sr. Bowman,” engasguei de horror. “Por favor, se eu


puder apenas explicar...”

“Explicar?” ele cuspiu, dando um passo agressivo em


minha direção enquanto Blake o segurava pelo braço,
puxando-o de volta. “Explicar o quê? Que meu filho acabou de
trazer um rato para minha casa?”
Blake se jogou na frente de seu pai, empurrando-o para
trás e erguendo os ombros para ele. “Não fale sobre ela assim!”

“Ela é filha do terrorista!” Cooper retrucou, seus olhos


cheios de tristeza e dor quando pousaram em mim. Para ele,
eu era seu inimigo. Eu representei a dor de perder sua esposa.
Mas ele não sabia a verdade e tínhamos que explicá-la.

“Ele não era um terrorista,” eu rosnei, meu sangue


esquentando com essa palavra. “Armaram para ele. E então ele
foi assassinado para esconder a verdade. “

Cooper me olhou boquiaberto, sem acreditar, então


agarrou o braço de Blake, tentando afastá-lo de mim como se
eu estivesse doente.

Blake se afastou dele, recuando para se juntar a mim. “Ela


está dizendo a verdade. Eu estava lá quando ele morreu, pai. “

“O que?” Cooper deixou escapar, seu rosto se contorcendo


enquanto tentava lidar com aquela informação.

“Tudo o que as pessoas no noticiário estão dizendo sobre


o pai dela é uma mentira,” Blake disse apaixonadamente e meu
coração inchou ao ouvi-lo defender meu pai assim.

“Besteira,” Cooper rosnou. “Que diabos está fazendo? Eu


te disse para arruinar a vida dela, não fazer dela uma porra de
namorada, Blake. Como você pôde fazer isso com sua própria
mãe?”

“Escute-me!” Blake rugiu enquanto minha mente girava


com essa informação. O pai de Blake pediu a ele para arruinar
minha vida? Eu deveria ter odiado por isso. Mas quando olhei
para seu rosto, tudo o que vi foi um homem quebrado que
precisava de vingança pela morte de sua esposa. Ele precisava
de alguém para culpar assim como Blake precisava de alguém
para culpar. Eles foram cortados da mesma forma, e como eu
poderia odiá-lo por isso quando perdoei seu filho por coisas
muito piores?

“Donovan Rivers era inocente,” disse Blake ferozmente.


“Eu estou dizendo a verdade. Você acha que eu diria isso a você
se tivesse pelo menos um pedaço de dúvida em minha mente?
Eu o vi morrer. Eu vi os homens que armaram para ele. Eu sei
a verdade e é isso. O pai de Tatum não é responsável pelo que
aconteceu com mamãe.” Ele agarrou os ombros de Cooper,
sacudindo-o e a testa de seu pai franziu enquanto ele
finalmente ouvia o que seu filho estava dizendo.

“Você tem certeza?” Ele murmurou, seus olhos brilhando


com lágrimas não derramadas.

“Sim, pai,” Blake prometeu. “Por favor, não culpe Tatum.


Ela é tudo para mim. Eu a amo com toda a porra do meu
coração e não posso suportar você olhando para ela como se
ela nos tivesse feito mal. Aprendi minha lição da maneira mais
difícil. Eu a machuquei e nunca vou me perdoar por isso. Por
favor, não a odeie só porque você precisa de alguém para
odiar.”

Meu peito se encheu de calor com suas palavras e mantive


minha boca fechada enquanto esperava que seu pai
respondesse, imaginando que falar agora não ajudaria. Não era
em mim que ele confiaria nisso.

“Filho, isso é...” Cooper balançou a cabeça, parecendo


oprimido. “É muito para processar.”
“Mas você acredita em nós, certo?” Blake exigiu. “Porque
é real. Eu não mentiria para você. Acredite em mim, estar aqui
é um risco, mas...”

“Em que você se meteu?” Cooper perguntou preocupado e


fiquei sem fôlego com o fato de que ele realmente parecia estar
aceitando isso.

“Nada que eu não possa controlar,” Blake jurou. “Apenas


confie em mim.”

Cooper olhou para mim, suas bochechas corando com um


pouco de culpa. “Me desculpe eu…”

“Está tudo bem,” eu disse rapidamente. “Blake me contou


sobre sua mãe e eu sinto muito pelo que vocês dois tiveram
que passar. Eu conheço essa dor.” A dor cintilou dentro de mim
por um momento e engoli a bola subindo em minha garganta.

Suas sobrancelhas franziram enquanto ele balançava a


cabeça, seus olhos cheios de tristeza. “Então, por que vocês
dois estão aqui?” Ele perguntou, parecendo sentir que havia
algo mais acontecendo.

Blake deslizou a mão no bolso, tirando o frasco e a seringa


em um pequeno pacote de geladeira em que ele os colocou.
“Estamos imunes.”

Cooper olhou para a seringa e depois para o filho e deu


uma risada nervosa. “Sim e eu sou a Rainha da Inglaterra.
Olha, me sinto mal por gritar com sua garota, você quer jantar?
Acabei de aquecer a lasanha da Christina. Ela é a melhor
governanta que já tive, ainda me traz uma entrega de refeições
todas as semanas, embora eu tenha dito a ela que ela não
precisa correr o risco de sair durante esse show de merda de
uma pandemia. Eu estaria morto sem ela, filho, eu juro.” Ele
olhou para mim se desculpando e eu sorri de volta, sentindo
mais a tensão caindo entre nós.

“Pai, você não está ouvindo,” disse Blake, correndo atrás


dele para a cozinha e eu o segui também. “Esta é uma vacina
para o vírus Hades.”

“Pare com isso, Blake, não é engraçado,” Cooper disse


sério e eu me lancei para frente, agarrando seu braço.

Ele se virou para mim com uma carranca questionadora e


eu dei a ele um olhar atento, enrolando minha manga e
apontando para a marca em forma de rosa no meu braço.

“Senhor Bowman,” implorei.

“Cooper,” ele corrigiu. “Eu me sinto velho quando as


crianças me chamam de Sr. Bowman. Faça-me essa gentileza.

“Cooper então,” eu disse com um sorriso e ele sorriu de


volta. “Essa cicatriz é da vacina que recebi quando era
adolescente. Meu pai fez parte da equipe que a fez. Resumindo,
funcionou e agora temos esta e é para você. Isso vai te
proteger.”

Cooper parou, olhando para minha expressão enquanto


procurava a piada antes de se virar para seu filho em confusão.
“Blake? O que está acontecendo?”

“É como ela disse, e eu sinto muito, mas não podemos


dizer mais do que isso,” Blake murmurou com uma carranca
que dizia que doía manter isso de seu pai. Mas era a única
maneira. Não podíamos correr o risco de contar a ele nada
sobre Troy Memphis. Ele provavelmente já sabia muito.

“Você está em apuros?” Cooper lançou um olhar sério para


Blake. “Porque se você for, eu posso te ajudar. Tenho dinheiro,
recursos. O que você precisar...”

“Eu só preciso que você tome isso,” disse Blake,


estendendo a vacina para ele. “É isso.”

Cooper parecia ansioso, olhando entre nós e então seus


olhos pousaram em mim.

“Posso dar a você, se quiser?” Eu ofereci. “Meu pai me


ensinou como.”

A garganta de Cooper balançou quando Blake deu a ele


um olhar intenso que o incitou a confiar em mim. E eu
realmente queria que ele fizesse. Ele era o pai de um homem
que eu amava. Eu queria que ele soubesse que seu filho estava
com uma pessoa boa, que faria qualquer coisa para protegê-lo
e sua família.

“Eu... talvez você jante comigo primeiro?” Cooper


perguntou, olhando por cima do ombro para o forno. “Faz
muito tempo que não tenho companhia para uma refeição e
podemos discutir tudo isso longamente. Descobrir suas
opções. “

“Pai, você não pode ajudar com isso,” disse Blake com
firmeza. “Me desculpe, eu sei que isso parece loucura, mas eu
realmente preciso que você confie em mim. Em nós dois.”

Cooper esfregou a mão na barba por fazer, contemplando


as palavras do filho enquanto examinava o frasco em sua mão.
“Você aparece aqui sem nenhum aviso com a filha do homem
sendo culpado por toda esta pandemia. Eu te amo, mas como
seu pai não é da minha natureza deixar você ir embora daqui
sem eu te ajudar.”

“Estamos bem,” disse Blake. “Eu juro. Nós sabemos o que


estamos fazendo.”

“Mas eu não,” Cooper disse exasperado. “Você deveria


estar trancado na Everlake Prep, onde você está seguro.”

“Estou seguro,” disse Blake, seu tom subindo enquanto


ele perdia a paciência. “Estou vacinado. O vírus Hades não
pode me atingir.”

“Então você quer que eu pegue isso e deixe você sair


daqui?” Cooper perguntou em desespero e eu podia vê-lo
cedendo à ideia, mesmo enquanto lutava para não aceitá-la.

“Cooper,” eu disse gentilmente. “Seu filho é um dos


homens mais corajosos, inteligentes e capazes que conheço. E
o que temos que fazer é que ele saia daqui e você se esqueça
de que nos viu. Ninguém pode saber sobre essa vacina. Ainda
não. Mas Blake arriscou vir aqui para protegê-lo. Então, por
favor...” Eu dei um passo à frente, meu coração na garganta.
“Por favor, deixe ele fazer isso.”

Cooper engoliu em seco, respirando fundo e, depois de um


momento que pareceu durar uma eternidade, assentiu. “Ok,”
ele murmurou. “Eu vou, vou... vou fazer isso por você Blake.
Confiarei em você.”

“Obrigado,” Blake suspirou, pressionando a mão no


ombro de seu pai.
Cooper me entregou a vacina, sua boca se contraindo no
canto. “Não me cutuque com muita força, certo? Nunca gostei
de agulhas.” Ele riu nervosamente, ainda parecendo inseguro
sobre a situação e eu pude ver a força que estava sendo
necessária para ele colocar sua fé em nós. Em mim. Eu
imaginei que o mundo inteiro estava destruindo o nome Rivers
por meses, então eu não poderia ficar surpresa que ele
suspeitasse de mim mesmo depois que Blake jurou que meu
pai era inocente.

Eu preparei a vacina enquanto ele enrolava a manga


esquerda para trás e se sentava em um banquinho em frente a
uma ampla ilha de mármore cinza. Eu cuidadosamente
empurrei a agulha no topo de seu braço e lentamente
pressionei o êmbolo até que o líquido acabou.

“É isso,” anunciei, tirando a seringa e jogando-a no lixo


enquanto Blake colocava o frasco de volta na embalagem da
geladeira.

“É isso aí?” Ele repetiu, esfregando o braço. “Estou


imune?”

“Demora algumas semanas para entrar em ação


totalmente,” eu disse. Pelo menos foi o que Saint disse e visto
que ele passou as últimas semanas estudando virologia dia e
noite, eu tinha que assumir que ele estava certo. “E não
sabemos quão eficaz é, mas... todas as evidências dizem que é
muito bom.” Eu pensei em como eu tossi bem na cara de Jonas
e ele não ficou doente. Se isso não era um teste de eficácia, eu
não sabia o que era.
Cooper puxou sua manga para baixo e Blake o abraçou,
um suspiro de alívio o deixando. “Fique para o jantar,” ele
insistiu e Blake olhou para mim, parecendo inseguro.

“Claro que vamos,” eu disse com um aceno firme. Saint


provavelmente cagaria um tijolo, inferno. Mas Cooper parecia
faminto por companhia e eu queria saber mais sobre o homem
que criou Blake.

Sentamos para jantar em uma mesa com vista para a


incrível vista da cidade e comemos o que foi definitivamente a
melhor lasanha de vegetais que eu já comi na minha vida. O
tempo passou e eu aprendi tudo sobre como Blake cresceu em
uma enorme mansão nos arredores da cidade que Cooper e sua
esposa compraram quando tinham apenas vinte anos. Ele se
tornou um empresário de sucesso sério logo após a faculdade,
e parecia que o dinheiro havia simplesmente aumentado seu
caminho desde então. Mas quando ele falou sobre a mãe de
Blake, tudo que vi foi tristeza em seus olhos e eu sabia que ele
trocaria cada centavo que tinha para recuperá-la. Ele e Blake
teriam. E depois que abri um pouco sobre a perda de meu pai
e Jess, Cooper anunciou que eu era oficialmente parte de sua
família. É certo que foi depois de várias taças de vinho, mas
ainda assim. Parecia que ele finalmente gostou de mim. E eu
gostava muito dele também.

Fomos para o elevador quando já era tarde e não podíamos


ficar mais.

“Nós realmente temos que ir, pai. Sinto muito,” Blake


suspirou. “Mas, felizmente, quando fizermos o que temos que
fazer, não demorará muito para que esta vacina chegue a todas
as pessoas no mundo.”
Uma ruga profunda se formou na testa de Cooper quando
Blake se afastou e meu coração deu um puxão por ter que
deixá-lo aqui sozinho.

“Sua mãe ficaria muito orgulhosa de você,” disse Cooper,


segurando a mão de Blake enquanto sua garganta balançava
de emoção.

“O filho dela vai ajudar a salvar o mundo,” acrescentei com


um sorriso e Blake correu os dedos pelo cabelo com uma risada
baixa, mas não perdi a maneira como seus olhos dispararam
para seu pai na esperança de aprovação.

O olhar de Cooper girou com algum pensamento que eu


não pude ler. “Espere aqui um segundo, eu tenho algo para
vocês dois.” Ele se afastou por uma porta e Blake me deu um
sorriso tenso.

“Eu odeio deixá-lo aqui,” ele murmurou. “Ele está


sozinho.”

“Quanto mais cedo entregarmos as vacinas a alguém que


pode ajudar a criar mais delas, mais cedo ele poderá voltar
para sua vida,” eu disse com um olhar triste.

“Sim,” disse Blake. “Eu só queria que ele tivesse mamãe.”

Passei meus braços em volta dele e ele apoiou o queixo na


minha cabeça enquanto o peso da nossa dor lavava entre nós
por um momento. Nós dois perdemos os pais, nós dois
conhecíamos o gosto daquela dor muito bem. E eu também
sabia que não havia nada que eu pudesse dizer para aliviar
isso. Era o que era. E pelo menos tínhamos um ao outro para
nos apoiar em momentos como este.
Cooper voltou com uma pequena caixa de madeira na
mão, as bochechas um pouco vermelhas. “Quando conheci a
mãe de Blake, éramos novatos no ensino médio,” ele falou
comigo. “Eu era o capitão do time de futebol, e um idiota
completo, devo acrescentar.” Ele riu de si mesmo e um sorriso
apareceu em meus lábios. “De qualquer forma, a mãe de Blake
era do tipo quieta, dedicada aos estudos. Ela queria ser
advogada e não havia nada no mundo que a pudesse impedir.
Passei tanto tempo jogando futebol que basicamente comecei a
falhar em muitos dos meus estudos básicos. Então o diretor
insistiu que eu arranjasse um tutor. Meu pai ia contratar
alguém top de linha, o cara de Harvard e eu recusei porque,
bem, eu era um idiota, lembra?”

“Pai,” Blake gemeu como se tivesse ouvido essa história


mil vezes e já estivesse envergonhado por ela.

“Eu disse ao diretor que queria que a mãe de Blake me


ensinasse,” disse ele. “Eu estive apaixonado por ela por
semanas depois que ela fez este discurso sobre dirigir
embriagado em uma assembléia. Ela era tão... apaixonada.”
Seus olhos brilharam por um momento, mas então sua dor foi
mascarada e ele continuou. “Há muito tempo que procurava
uma forma de me aproximar dela e finalmente tive a
oportunidade de o fazer. E o diretor convenceu meu pai de que
era uma boa ideia depois de mostrar a ele o jeito que ela
entendia tudo. Enfim, roubei o coração dela e o resto é história.
Mas quando ficamos firmes juntos, comprei isso como um
gesto de minha devoção.” Ele abriu a caixa e meu olhar caiu
sobre duas pulseiras. Uma era uma delicada faixa de prata com
uma fileira de safiras rosa brilhantes feitas em forma de meio
coração. A outra era uma pulseira de couro preto com uma
crista de prata que tinha a outra metade do coração gravada
nela.
“Não éramos inteiros um sem o outro. É assim que me
senti,” Cooper murmurou e a emoção brotou em meu peito.
“Eu posso ver que vocês dois sentem o mesmo um pelo outro.
Eu reconheceria aquele olhar em qualquer lugar. E eu ficaria
muito feliz se você pegasse isso.” Ele olhou para Blake. “Sua
mãe me pediu para dá-las quando você se apaixonasse.”

“Pai, eu não posso,” Blake resmungou. “São suas.”

“Não,” disse Cooper sério, avançando para colocar a caixa


na mão do filho. “Sao suas. É o que ela queria. E sua mãe
sempre conseguiu o que queria.” Ele sorriu tristemente e uma
lágrima escorreu por sua bochecha. Ele apertou Blake em
outro abraço forte e de repente agarrou minha mão, puxando-
me para ela também.

“Vocês cuidam um do outro,” Cooper rosnou. “Não me faça


me arrepender de ter deixado vocês, crianças, saírem daqui.”

“Não vamos,” eu prometi. “Obrigada.”

Ele nos soltou e fiquei surpresa com o quanto doeu em


dizer adeus. Voltamos para o elevador e Cooper acenou
enquanto as portas se fechavam.

“Ele é ótimo,” eu disse a Blake, sorrindo para ele e o


encontrando olhando para as pulseiras na caixa.

“Sim,” ele murmurou. “Ele é.” Ele pegou a de prata e


ofereceu para mim, fazendo minha garganta apertar com o
peso da oferta.

“Tem certeza?” Eu respirei. Era de sua mãe, e parecia que


aceitava um pedaço de sua alma ao usá-lo.
“Nunca tive mais certeza de nada ou de alguém,” ele me
disse em um tom profundo que trouxe calor às minhas
bochechas.

Eu estendi meu pulso e ele o prendeu no lugar, então eu


fiz o mesmo por ele com o outro enquanto ele colocava a caixa
em seu bolso.

“É lindo.” Admirei as joias em meu pulso, as safiras


refletindo a luz. Peguei sua camisa em minha mão, puxando-o
para perto. “Eu te amo, Blake. Você é meu soldado sombrio e
vejo a profundidade de suas cicatrizes. Vou passar a eternidade
tentando curar as marcas deixadas em seu coração.”

Ele me levantou, me esmagando contra a parede traseira


do elevador enquanto sua boca descia sobre a minha. Eu provei
o peso de seu amor, sua dor, seu desejo. Ele era meu lindo
menino de ouro quebrado e eu precisava tirar a escuridão nele
e ver brilhar a luz do sol em seus olhos mais uma vez.

Eu agarrei seus ombros e corri meus dedos em seus


cabelos, suas mãos deslizando sob minha camisa nas costas,
então eu senti o calor ardente de sua carne contra a minha.
Sua boca se separou de meus lábios e seus dentes roçaram
minha bochecha até minha orelha, deixando um fogo faminto
em seu rastro. Seu pau se firmou entre minhas pernas e ele se
apertou contra mim, criando atrito contra meu clitóris e eu
ofeguei de prazer.

“Eu preciso estar dentro de você,” ele rosnou e um arrepio


rolou suavemente pela minha espinha.

“Então entre em mim,” eu meio exigi, meio ri quando as


portas do elevador se abriram no andar inferior. Ele me
carregou para o carro, abrindo a porta e me colocando no
banco de trás. Ele subiu em cima de mim, fechando a porta e
me beijando com força. Eu chutei meus sapatos e levantei
meus quadris para que ele pudesse puxar minha calça de
moletom com minha calcinha, então ele puxou sua própria
calça para baixo para liberar seu comprimento duro.

“Você está molhada o suficiente para mim, querida?” Ele


perguntou, deixando cair sua mão entre minhas coxas e eu
engasguei e empurrei meus quadris enquanto ele circulava
seus dedos em meu calor encharcado. “Porra, sim.”

Ele agarrou meus quadris, alinhando-se comigo e


empurrando dentro de mim sem misericórdia, fazendo todo o
meu corpo arquear sob ele.

Ele espalhou os nós dos dedos sobre minha boca, seus


olhos brilhando com a visão. “Prove o quanto você me quer,
Cinders.” Eu chupei seus dedos avidamente, meus quadris
balançando para encontrar suas investidas fervorosas
enquanto ele me reclamava. Eu estava extasiada por ele,
percebendo como isso era imundo e bom quando ele tirou
minha camisa por cima da minha cabeça e sorriu
maliciosamente para mim enquanto puxava meu sutiã para ter
acesso aos meus seios também.

“Deus, você é perfeita pra caralho,” ele rosnou, meu corpo


apertando ao redor dele enquanto ele abaixava a boca e
chupava meu mamilo, arrastando os dentes nele da maneira
mais incrível.

Eu apertei minhas coxas em volta de sua cintura


enquanto ele rolava seus quadris, esfregando algum lugar
delicioso dentro de mim e puxando um gemido selvagem de
meus lábios. Eu estava tão quente por ele que já estava
desmoronando, especialmente quando ele moveu seu corpo
sobre o meu apenas para construir a fricção contra meu
clitóris. Ele diminuiu o ritmo um pouco até que cada impulso
ficou cheio de intenção de me entregar prazer e suas mãos me
seguraram enquanto ele trabalhava sua magia entre minhas
coxas.

“Porra, Blake,” eu gemi, jogando minha cabeça para trás


enquanto ele trabalhava meu corpo tão bem como se fosse o
dele. Ele sabia exatamente como me tocar para me fazer
estremecer e ter convulsões, e enquanto ele circulava seus
quadris mais uma vez, gozei forte, o prazer me invadindo e
fazendo meus músculos se contraírem e flexionarem.

Blake praguejou. “Você é tão fodidamente apertada.” Ele


gemeu como uma besta, enterrando o rosto no meu pescoço
quando encontrou seu clímax e eu o senti me enchendo.

Estávamos com calor, suados e incapazes de recuperar o


fôlego enquanto deitamos ali em uma confusão emaranhada
que me deixou incrivelmente feliz. Sua luz estava de volta e a
minha também. E não parecia que nada no mundo poderia nos
derrubar desse alto.

Blake começou a rir enquanto erguia a cabeça para olhar


para mim e eu ri também. “Saint vai pirar quando voltarmos,”
ele disse e eu agarrei sua mandíbula, inclinando minha cabeça
para roubar outro beijo que era só mordida e paixão.

“Eu cuido de Saint,” eu ronronei.


Ele sorriu e eu o senti endurecer dentro de mim
novamente. “Bem, nesse caso, Cinders, que tal a segunda
rodada?”
Eu estava olhando pela janela do bar do cinema quando
os faróis do meu carro apareceram no final da rua e meu
coração acelerado finalmente desacelerou. Eu não sentia essa
preocupação desde que resgatamos Tatum das garras do meu
pai e passar a noite experimentando isso mais uma vez foi um
tipo perfeitamente requintado de tortura.

Meus fones de ouvido derramaram The Fortune de Carl


Orff em meus ouvidos e eu deixei a intensidade da música
permear minha alma, me aterrando, me lembrando que eu era
de carne e osso, brutal e quebrável e, oh, tão insignificante
quando se tratava disso. E insignificante era exatamente como
eu me sentia agora, então se encaixou bem.

A falta de sono me deixava um pouco nervoso, mas para


ser totalmente honesto comigo mesmo, sabia que aquele
ambiente estranho também tinha muito a ver com o meu
desconforto. Já fazia muito tempo desde que eu fui lançado na
turbulência e agitação de uma relocação repentina como esta
e honestamente, poderia admitir que estava fazendo com que
meus demônios aparecessem e brincassem.

Entre me preocupar com Tatum e Blake, passei grande


parte da noite emaranhado em uma teia de memórias que
gostaria de não ter que enfrentar. Mas eu sabia por experiência
própria que a única maneira de bani-los para os cantos da
minha mente novamente era enfrentá-los, olhá-los, vivê-los e
revivê-los. Não era agradável. Mas eu não tive escolha.

Então, em vez de passar a noite cercado pela família que


eu mesmo construí, passei revivendo meus pesadelos e
enfrentando o pior de meu pai. Às vezes, quando eu era pego
em memórias dele me punindo quando criança, eu tinha
dificuldade para respirar. Achei difícil até mesmo pensar
direito. E acabei me perguntando se estava apenas me iludindo
sobre ser capaz de enfrentá-lo e vencer. Sim, ele me criou à sua
imagem, mas também me enfraqueceu. E uma parte de mim
não podia deixar de temer que, uma vez que tudo fosse dito e
feito, eu me encontraria sozinho e à sua mercê, trancado na
sala da caldeira sem água novamente, suor escorrendo pela
minha espinha e alucinações me fazendo acreditar que estava
sendo cozido vivo em um forno, pronto para ele devorar.

Minhas mãos tremiam um pouco enquanto eu me


arrastava para fora daquele show de merda de uma memória e
fechei meus dedos para fazê-los parar. Recusei-me a ser levado
por memórias de um valentão que flexionou seu poder sobre
mim para me intimidar. Eu não era mais criança. E eu não
permitiria que ele me colocasse naquele tipo de posição
novamente.

Eu assisti os faróis se moverem ao longo da rua em


silêncio, minha música me centrando enquanto eu esperava
enquanto eles entravam no estacionamento subterrâneo e eu
me permiti um momento para sentir alívio por seu retorno
antes que a raiva em minha alma me consumisse mais uma
vez.

Tirei meus fones de ouvido e me levantei lentamente, sem


dormir enquanto me preocupava com Tatum e Blake e saí do
bar, olhando as breves mensagens que eles enviaram para me
assegurar de sua localização. Mas isso não importa. Se eles
desejavam visitar o pai de Blake, deveríamos ter discutido isso
como um grupo. O fato de que eles escolheram fugir em vez
disso falou muito sobre a confiança deles em mim, e a falta
disso não me pareceu confortável.

Eu abri e fechei a porta do bar, certificando-me de que


meu novo telefone estava definido para volume alto caso a
câmera no estacionamento detectasse alguém se aproximando
muito do nosso esconderijo e os sensores de movimento me
enviassem um alerta. Eu não seria pego enquanto os punisse.
Ninguém iria cair sobre nós enquanto eu tivesse algo a ver com
isso.

As escadas que levavam de volta para o antigo cinema


estavam envoltas em escuridão e em meu moletom preto, não
havia chance de ninguém me ver nas sombras enquanto eu as
descia silenciosamente. Atravessei o saguão como um
fantasma e subi para o apartamento para ficar esperando por
eles lá.

Assim que eu deslizei para dentro do espaço escuro, a


risada de Tatum enviou uma mistura de raiva e alívio em meu
peito enquanto ela e Blake subiam as escadas um momento
atrás de mim. Eles chegaram à porta e eu assisti da minha
posição escondida no escuro enquanto Monroe era despertado
de seu sono no sofá.

Eu escolhi não informar Nash e Kyan sobre a ausência de


Blake e Tatum depois de dar um pouco de consideração. Não
tínhamos outro carro aqui e eles me disseram claramente onde
estavam quando me enviaram mensagens. Eu não gostei disso.
Mas os outros já tinham adormecido, exaustos depois de um
dia tão difícil e como não tínhamos como poder ir atrás deles,
parecia inútil acordá-los e preocupá-los.

Nash passou a mão pelo rosto enquanto se levantava e se


dirigia para a porta, a luz verde fraca do sinal de saída de
emergência acima dele iluminando a ampla inclinação de suas
costas nuas enquanto caminhava.

A porta se abriu e Blake jogou os braços em volta do


pescoço de Monroe, saltando para enrolar as pernas em volta
dele também enquanto gritava: “Querida, estou em casa!” no
topo de seus pulmões.

Tatum riu enquanto Monroe tropeçava um passo para trás


sob seu peso e Blake deu um beijo dramático em sua testa
antes de pular novamente e saltar para onde Kyan estava
dormindo em uma das camas de casal.

“Onde diabos vocês dois estiveram?” Nash perguntou em


uma voz rouca de sono quando Tatum se aproximou e deu um
beijo em seus lábios.

“Nós fomos dar uma vacina ao meu pai,” Blake anunciou


com entusiasmo, um largo sorriso em seu rosto enquanto
saltava como um cachorrinho na beira da cama de Kyan.
“É melhor você lubrificar se quiser contrabandear aquela
berinjela para fora daqui sem ninguém ver,” Kyan murmurou
sem sentido, ainda sem acordar apesar da confusão.

“Você escapou?” Monroe perguntou com uma carranca,


olhando por cima do ombro para Blake. “Isso poderia ter sido
perigoso. Por que você simplesmente não disse ao resto de nós
que queria ir?”

“Saint,” Blake respondeu com um encolher de ombros,


como se ele não confiasse em mim para entender o quão
importante seria para ele vacinar seu pai e não era grande
coisa. E eu tive que admitir que doeu.

Eu não me movi, porém, ainda escondido nas sombras


enquanto Tatum suspirou e estendeu a mão para deslizar a
mão dentro da boxer de Monroe. “Não parecia valer o drama de
uma discussão com ele,” respondeu ela. “Você sabe como ele
fica.”

Se Monroe tivesse mais protestos contra isso, ele não os


expressou, seu pênis claramente assumindo o controle da
tomada de decisão por ele enquanto se inclinava para beijá-la
novamente, sua mão deslizando para dentro de sua camisa
para acariciar seu seio enquanto ela gemia baixinho.

Eu permaneci onde estava, aquelas palavras dela ecoando


no meu crânio como se minha cabeça fosse uma máquina de
fliperama sem nenhum buraco para elas caírem.

Blake estava jogando um jogo onde cutucou Kyan, então


se abaixou para o lado quando o grande bastardo deu um golpe
nele em seu sono. Provavelmente terminaria com o nariz de
Blake sendo quebrado, mas era seu rosto para arriscar. Além
disso, eu não estava disposto a salvá-lo de uma dose de dor
depois da preocupação que ele me causou esta noite.

Nash tinha empurrado Tatum de volta contra a parede


enquanto ela bombeava seu pênis em seu punho e eu observei
enquanto ele puxava sua calça de moletom para baixo em seus
quadris e colocava seus dedos sob o cós.

Em outro momento, a visão pode ter me excitado, mas eu


estava tão profundamente envolvido na minha raiva que sabia
que não seria distraído pelo sexo. Eu precisava que ela fosse
punida. Eu precisava disso mais do que precisava respirar e no
momento em que perdesse essa batalha comigo mesmo e
saísse das sombras, ela sentiria minha ira.

Tatum inclinou a cabeça para trás, gemendo de prazer


enquanto Nash a fodia com a mão e eu assistia extasiado,
esperando enquanto ele a construía cada vez mais. Quando
seu gemido se transformou em súplica e eu sabia que ela
estava prestes a gozar para ele, saí das sombras e limpei minha
garganta.

“Puta merda,” Nash amaldiçoou, recuando e parando em


seus movimentos por um momento enquanto Tatum cerrava
os dentes ao negar sua libertação.

“Precisamos conversar,” eu disse com uma voz


mortalmente calma enquanto a respiração ofegante de Tatum
enchia a sala.

“Estamos um pouco ocupados,” Monroe grunhiu e eu


quase me senti mal por negar a ele também. Afinal, não era ele
que tinha fodido tudo.
“Sim. Estou bem ciente de que nossa querida Srta. Rivers
está tentando se livrar de problemas com você usando sua
sexualidade como uma arma, mas você realmente acha que ela
merece gozar depois da façanha que acabou de fazer? Não
posso ser o único de nós que se lembra de como ela está sendo
caçada. Quem se lembra de como foi quando ela se foi?”

A carranca de Nash se aprofundou quando Kyan


murmurou, “É a Sra. Roscoe,” de sua cama, claramente
acordado finalmente. Um olhar em sua direção me mostrou o
lábio arrebentado de Blake e a carranca zangada de Kyan.
Bom. Um cúmplice.

“Talvez precisemos discutir os limites desse


relacionamento. E as punições que podemos aplicar quando
um de nós ultrapassa o limite?” Eu sugeri.

“Eu estou disposto a isso,” Kyan rosnou e Blake bufou


irritado.

“Era meu pai, cara. Eu já perdi minha mãe para essa


merda e até mesmo esperar tanto tempo para conseguir uma
vacina para ele depois que os roubamos estava me matando.
Você tem que saber...”

“Eu entendo perfeitamente. E eu já estava tramando um


plano para entregarmos uma vacina a ele com segurança.”
Virei meu olhar escuro para ele e ele engoliu em seco antes de
assentir.

“Você está certo. Eu fodi tudo. Sinto muito, cara, eu


deveria apenas ter confiado em você e vir até você sobre isso.
Mas você sabe o quão louco eu posso ficar por causa da família
e acho que acabei de me convencer de que você diria não ou
algo assim e eu realmente precisava que isso fosse feito. Eu
não poderia aguentar outra noite sem dormir me preocupando
com ele pegando isso.”

Eu considerei suas palavras por um momento, então


assenti. Seu comportamento impulsivo era compreensível,
embora fosse irritante. Mas ele foi levado pela emoção e seu
amor por seu pai. Tatum no entanto, nunca conheceu o pai de
Blake. Ela não tinha nenhum apego emocional a ele além de
apenas desejar que ele estivesse seguro por causa de Blake.
Ela deveria ter sabido melhor.

Meu olhar viajou para Monroe e Tatum enquanto eles


ainda estavam lá, as mãos dentro das calças um do outro, os
olhos quentes de paixão e necessidade.

“Você acha que Tatum merece gozar depois de fazer aquela


proeza, Nash?” Eu perguntei a ele, meu olhar fixo no dele
enquanto os lábios de Tatum se abriram em um pequeno O de
choque e frustração.

“Eu acho que não,” Monroe concordou, dando a nossa


menina um olhar de desculpas enquanto puxava a mão de sua
calça de moletom e ela choramingou de decepção,
relutantemente liberando seu pau também.

“Saint,” ela implorou. “Eu sei que você está chateado, mas
nós só queríamos acabar com isso. Não queríamos fazer você
se sentir...”

“Como se você não confiasse em mim?” Terminei por ela e


Kyan rosnou algo com raiva enquanto se levantava de sua
cama, aproximando-se para ficar ao meu lado em
solidariedade. Eu amava quando ele ficava assim, aquela raiva
e fúria dentro dele pressionando contra os limites de sua pele
enquanto a escuridão nele ansiava por sangue.

“Não é isso,” Tatum engasgou, parecendo perceber o quão


profundamente ela me cortou com esse comportamento
quando deu um passo mais perto. “É apenas...”

“Você sabe como eu fico?” Eu forneci friamente, tentando


não sentir aquela pontada de dor no meu peito enquanto
jogava suas palavras de volta para ela.

Os olhos de Tatum se arregalaram e por um momento tive


certeza de que ela havia percebido o custo de suas ações para
mim e pude ver como ela realmente não tinha a intenção de me
machucar assim. Mas era um pouco tarde para isso e nós dois
sabíamos disso. Havia apenas uma maneira que a besta em
mim seria domesticada agora.

Ela olhou para os outros por um momento, então caiu de


joelhos na minha frente, fazendo meu coração disparar
enquanto ela me dava o que eu precisava com tanta facilidade.
Se submetendo ao meu controle, oferecendo-se como um
sacrifício para a escuridão em minha alma e me dando esta
saída, esta liberação que nós dois sabíamos que precisava além
da medida agora.

“Olha, eu sei que ela fez uma merda na mente de Saint


Memphis,” disse Blake acaloradamente enquanto se levantava
e se colocava entre nós. “Mas foi tudo culpa minha. Então me
puna se você tem que punir alguém. Eu não vou deixá-la levar
a culpa pelo meu erro.”

“Acho que todos nós sabemos que Tatum é uma mulher


forte, obstinada e poderosa,” eu sibilei. “Ela foi mais do que
capaz de fazer sua própria escolha de ir com você, assim como
ela é mais do que capaz de pagar por seus erros. Mas você tem
um ponto válido. Você deve ser punido também.”

Eu lancei um olhar para Kyan ao meu lado e ele latiu uma


risada enquanto se lançava para Blake, que
surpreendentemente fez muito poucas tentativas de escapar
dele.

“Na cama,” eu disse casualmente e Kyan o arrastou até


ela. “Rosto para baixo. Bunda para cima,” acrescentei.

“Você não vai mesmo me bater, vai?” Blake riu quando


Kyan o empurrou para a cama e puxou seu moletom.

Tatum ergueu a cabeça, seus olhos brilhando enquanto


ela observava, e eu peguei um rolo de corda da minha bolsa.

“De joelhos,” eu disse casualmente enquanto me movia em


direção a ele e Blake bufou antes de obedecer. “Incline-se para
a frente e segure seus tornozelos.” No momento em que ele fez
isso, amarrei seus pulsos no lugar com força, em seguida,
empurrei-o para a frente de modo que seu rosto batesse nos
travesseiros e sua bunda ficasse no ar.

“Foda-se,” disse Blake, meio rindo enquanto eu o fazia


minha cadela e os outros riam também.

“Você gosta disso, Sereia?” Eu perguntei, olhando para


ela, onde ela permaneceu de joelhos no meio da sala.

“Tem um certo apelo,” ela admitiu, e a sugestão de um


sorriso tocou o canto dos meus lábios.
“Por que você não conta então?” Eu a ofereci e ela acenou
com a cabeça ansiosamente. “Dez rebatidas parecem justas?”
Eu perguntei aos meus irmãos, porque esse castigo era em
nome deles também. Eu não era o único que Blake e Tatum
traíram esta noite.

“Isso deve bastar,” Nash concordou com uma risadinha,


enrolando uma revista e entregando-a para mim.

“Espere um segundo,” Blake protestou. “Eu pensei que


você fosse usar sua mão?”

Ele tentou lutar enquanto eu me movia para ficar atrás da


cama, dando a Tatum uma visão perfeita e Kyan colocou as
mãos nos ombros de Blake para impedi-lo de se contorcer.

“Leve isso como um homem, menino travesso,” ele


provocou e eu não pude deixar de sorrir novamente enquanto
levantava a revista para o primeiro golpe.

“Bunda nua, eu acho que é justo,” Nash disse


rapidamente, puxando a boxer de Blake para baixo também e
ele começou a xingar.

“Quer uma palavra de segurança?” Eu ofereci a Blake.

“Apenas vá em frente,” ele rosnou, desistindo de sua luta


e eu dei de ombros antes de colocar a revista enrolada em sua
bunda.

Blake praguejou enquanto eu batia nele e Tatum


obedientemente começou a contar, seus olhos azuis brilhando
de excitação enquanto ela observava.
A revista atingiu sua bunda repetidamente e sua pele ficou
rosada com o tapa dela contra sua carne enquanto Blake me
chamava de todos os nomes sob o sol. Para o golpe final, joguei
a revista de lado e bati minha palma nua contra sua bunda o
mais forte que pude.

“Seu filho da puta sádico!” Ele gritou comigo, mas havia


uma pitada de diversão em seu tom que me disse muito bem
que ele estava feliz em receber esse castigo. Sem dúvida ele
sabia que merecia.

Afastei-me dele com a besta em mim se acomodando um


pouco. Mas punir Blake não chegava nem perto de satisfazer
meus desejos e quando meu olhar encontrou o azul safira de
Tatum, pude ver que ela sabia disso também.

Mudei-me para pegar uma cadeira de madeira na lateral


da sala e coloquei-a diante dela, em seguida, sentei-me
lentamente. Os outros estavam todos nos observando com
grande interesse, e sabia que eles estavam curiosos sobre esse
meu lado, se perguntando se eles queriam compartilhar isso
ou não e agradeci seus olhos famintos em nossos movimentos.

Não precisei dizer nada. Tatum sabia do que eu precisava


e ela se levantou lentamente, tirando a calça de moletom e
tirando-a antes de puxar a camisa pela cabeça e jogá-la de lado
também. Ela estava usando um sutiã transparente azul
marinho que mostrava seus mamilos duros através do
material, mas combinava com uma tanga vermelha e quando
seus olhos encontraram os meus, eu sabia que a
incompatibilidade tinha a intenção de me irritar. Quantas
vezes ela estava usando conjuntos desemparelhados,
esperando que eu tirasse sua roupa e a encontrasse, e a
punisse por isso?
Eu apertei meu queixo para não mencionar isso e ela
obedientemente se moveu para deitar no meu colo enquanto
eu abria minhas pernas para apoiá-la melhor.

Ela segurou as pernas da cadeira embaixo de mim para se


apoiar enquanto seu cabelo dourado caía no chão e corri meus
dedos ao longo de sua coluna suavemente, amando a sensação
dela tremer ao meu toque.

Enquanto minha mão chegava à sua bunda, eu não pude


resistir ao desejo de deslizar meus dedos sobre sua calcinha,
seguindo o material pelo vale entre as bochechas de sua bunda
até que encontrei o material liso e molhado e sua boceta
inchada. Puxei o tecido de lado e empurrei dois dedos dentro
dela, me perguntando quanto disso era para Nash e quanto em
antecipação a esse castigo, porque eu sabia que ela precisava
dessa liberação tanto quanto eu.

Tatum gemeu sem fôlego, murmurando meu nome e


fazendo algo em meu peito se acalmar enquanto ela obedecia
aos meus comandos tão simplesmente.

“Você é nossa rainha. Vamos adorá-la e cobiçá-la e amá-


la com o poder dos monstros que somos. Mas somos monstros.
E somos uma família. O que significa que deve haver
consequências por falharmos conosco. Você concorda que você
merece esta punição?” Eu perguntei a ela asperamente.

“Sim,” ela respirou, e não escapou da minha percepção


que havia um gemido lá também.

Mas eu nem me importei se ela gostava disso. Se ela


obtivesse prazer com suas punições, melhor ainda. Isso apenas
tornaria a mensagem que eu estava entregando a ela mais
memorável.

Mergulhei meus dedos dentro e fora mais algumas vezes,


ouvindo seus gemidos antes de puxá-los de repente e espancá-
la com força. O grito que escapou de seus lábios foi todo de
prazer e um gemido de desejo chamou minha atenção de volta
para meus irmãos nos observando enquanto ela ofegava, “Um,”
e começou a contar.

Kyan estava bombeando descaradamente seu pau


enquanto assistia ao show que eu estava apresentando e Nash
parecia que estava a apenas um momento de fazer o mesmo,
enquanto Blake assistia com olhos selvagens de sua posição
ainda amarrado na cama com sua bunda para cima. Ele não
seria capaz de fazer nada sobre isso se quisesse acariciar seu
próprio pau e eu sorri para ele enquanto voltava a acariciar
nossa garota.

“Não é realmente justo que Monroe tenha sua libertação


negada quando você é a culpada.” Eu meditei, mergulhando
meus dedos de volta em seu calor novamente.

“Não é,” Tatum concordou sem fôlego e eu empurrei meu


queixo para chamá-lo para mais perto.

Ele só hesitou por um segundo enquanto eu pegava um


punhado do cabelo de Tatum e levantava sua cabeça para ele.
Ela abriu a boca obedientemente e eu assisti faminto enquanto
Monroe abaixava suas calças para que seu pau sólido pudesse
saltar livre.

Tatum se inclinou em direção a ele, lambendo a ponta


antes de deslizar seus lábios em torno dele e eu bati nela
novamente, com força suficiente para empurrá-la para frente e
fazê-la tomar seu pau fundo em sua boca no mesmo
movimento.

Ela gritou em torno de seu eixo e eu parei por um


momento enquanto ele gemia, mas quando ela começou a
balançar a cabeça para frente e para trás, eu sabia que ela não
me pediria para parar.

Meu pau estava dirigindo em seus quadris, onde ela


estava deitada em mim e quando Monroe começou a empurrar
em sua boca, a fricção de seus movimentos me fez rosnar de
desejo.

Eu bati nela novamente e Kyan assumiu a contagem por


ela agora que sua boca estava cheia, sua mão com tinta
correndo para cima e para baixo em seu eixo enquanto ele
apenas apreciava a performance que estávamos fazendo.

Ao contar até oito, a bunda de Tatum estava rosa e perfeita


e enquanto ela gritava de prazer em torno de seu eixo, Monroe
empurrou com força e gozou com um grunhido de satisfação.

Deslizei meus dedos em sua boceta inchada novamente,


bombeando-os com mais força, acariciando seu ponto G e
trazendo-a para a borda mais uma vez, sem deixá-la cair sobre
ela.

Monroe deslizou seu pau de sua boca e ela engasgou meu


nome, me implorando para não parar desta vez, mas eu estava
com muita raiva para permitir que ela gozasse, precisando
terminar este ritual antes que eu pudesse deixá-lo ir.
Eu puxei meus dedos e bati nela novamente, amando os
sons que ela fazia enquanto eu alisava meus dedos sobre a pele
macia, acariciando-a através da picada persistente do meu
golpe enquanto meu pau latejava quase dolorosamente.

Sem surpresa, Kyan não esperou ser oferecido um lugar


em nossa festa e entrou no lugar de Monroe, agarrando seu
cabelo e dirigindo seu pênis entre seus lábios para terminar o
que ele estava fazendo com a mão. Ele empurrou para dentro
e para fora com força, fodendo sua boca com um gemido de
prazer que o sinalizou gozando dentro de momentos e provando
o quanto ele estava gostando do que estava assistindo.

Eu bati nela pela última vez enquanto ele se movia para


trás novamente, um suspiro escapando dos meus lábios
quando eu finalmente permiti que a turbulência dentro de mim
se resolvesse e minha raiva fosse embora. Afinal, ela estava
aqui. Segura. Perto. Linda como sempre. Tinha funcionado
bem, mesmo que eu desejasse que eles tivessem agido de forma
diferente.

Corri meus dedos por todo o seu corpo, soltando o sutiã


descoordenado e deslizando-o de seus braços enquanto a
puxava para sentar no meu colo, onde eu poderia puxar seu
mamilo em minha boca.

Ela estava ofegante e gemendo, seu corpo ferido tão


apertado que eu sabia que ela estava desesperada pela
liberação que eu estava negando a ela, e decidi parar de ser um
idiota e deixá-la ter isso.

“Toque-se,” eu rosnei, meus dedos deslizando sobre sua


bunda e sua espinha.
A mão de Tatum se moveu para dentro de sua calcinha
sem dizer uma palavra e eu observei a maneira como ela
brincava com seu corpo, percebendo como ela gostava
enquanto meu pau pressionava em sua coxa com uma
necessidade dolorosa.

Eu não protestei quando ela empurrou meu moletom para


baixo, me libertando dos limites deles e empurrando sua
calcinha de lado. Sua doce buceta afundou em mim e eu gemi
alto enquanto ela me cavalgava, ainda esfregando seu clitóris
como eu ordenei.

Eu encarei seus olhos desafiadores enquanto empurrava


dentro dela, bebendo os sons que ela fazia enquanto suas
pupilas dilatavam e ela ofegava, sua liberação chegando cada
vez mais perto.

Ela quase não demorou para gozar e quando ela apertou


em torno de mim, eu assumi o controle, meus dedos cavando
em seus quadris enquanto batia meu pau nela tão forte quanto
podia, fazendo-a gritar por mim até que eu gozei também e
minha raiva finalmente desapareceu. Ela caiu para frente e nós
nos fundimos em uma pilha de membros quando eu encontrei
seus lábios e a beijei suavemente, nós dois exaustos e torcidos
e aliviados por termos nos encontrado no escuro novamente.

***

Passamos vários dias escondidos em nosso novo local. Eu


não diria que era um lar e não podia negar o quanto sentia falta
do Templo, mas também entendi o que Nash disse sobre a
família ser seu verdadeiro lar. Eu tinha as únicas coisas que
realmente importavam para mim bem aqui e era isso que
estava me ajudando a superar a convulsão. Ainda assim, eu
estava no processo de projetar uma casa adequada para nós
depois que isso acabasse, uma que eu teria construído do zero
e construído de acordo com nossas especificações perfeitas,
uma vez que tivesse escolhido o local ideal para ela.

Mas, por enquanto, meu foco estava inteiramente em


resolver alguns de nossos problemas. O mais urgente era a
caixa de vacinas roubadas para a qual agora precisávamos
encontrar um novo lar. Kyan tinha planos de dar um para Niall
e passar outra para sua velha governanta, mas fora isso,
nenhum de nós se importava com ninguém o suficiente para
querer que eles tivessem um. E o uso mais urgente das vacinas
era dá-las a um virologista que fosse capaz de usá-las para
criar as vacinas de que o mundo precisava.

O único problema era que era muito difícil encontrar um


candidato que considerávamos digno da tarefa. Eles
precisavam ser líderes em seu campo. Eles também
precisavam ter uma forte bússola moral e nenhum vínculo com
ninguém ligado ao meu pai. O problema era que a maioria das
empresas farmacêuticas era voltada para o lucro, os
proprietários delas lucrando com medicamentos de que
pessoas desesperadas precisavam, enquanto cobravam preços
exorbitantes por eles. E embora eu fosse totalmente a favor do
lucro, estávamos de acordo em que queríamos alguém que não
pudesse ser comprado e que fosse justo na distribuição desta
droga que salva vidas. Afinal, se os mega-ricos fossem os
primeiros a reivindicá-lo e lucrar com ele, estaríamos apenas
fazendo os planos de meu pai se concretizarem. E recusei-me
a alinhar as mãos de qualquer homem de negócios mais seboso
com os lucros dessa atrocidade. Sem mencionar o fato de que
Tatum teria minhas bolas se eu tentasse.

“Dra. Valerie De La Cost,” anunciei enquanto me juntava


aos outros para o café da manhã, abrindo meu laptop e
mostrando a eles o perfil online da mulher em questão.

Ela era uma mulher bonita em seus cinquenta e tantos


anos, com pele escura e um brilho inteligente nos olhos,
posada no clichê jaleco branco para a foto de perfil e ainda
assim não parecia um papelão cortado de todos os outros
médicos em sua área.

“Ela é a única?” Tatum perguntou com interesse.

“Sim. Ela é uma líder em sua profissão e tem passado sua


carreira dedicando seu tempo aos tipos de drogas que fazem a
diferença para a maioria das pessoas, não apenas aquelas que
garantem lucro. Ela vive modestamente, doando mais da
metade de sua renda para fundações e projetos em todo o
mundo e tem trabalhado para garantir acordos com muitas
grandes empresas, fazendo com que patrocinem a produção de
seus medicamentos para distribuição em países pobres onde a
população mais precisa deles. Não consigo encontrar nada
como suborno, transgressão ou até mesmo um parceiro de
negócios suspeito. Ela parece completamente limpa e não
importa o quão fundo eu cave, não consigo encontrar nenhuma
sujeira. Ela até recusou um grande aumento em seu salário
quando uma empresa concorrente tentou caçá-la, alegando
que eles não iriam aderir ao código moral dela e acredito que
essa era a verdade. “

“Ok, então,” Blake disse com a boca cheia de torrada.


“Então, onde a encontramos?”
“Engula antes de falar, seu pagão,” eu murmurei, parando
por um momento para lamentar meus ovos e abacate enquanto
Tatum me passava uma torrada também. “E ela tem um
escritório em Cypress City cerca de quatro horas ao norte daqui
e sua casa está perto.”

“Tudo bem então. Vamos,” Tatum sugeriu brilhantemente


e eu dei a ela um sorriso suave, gostando do jeito que ela
sempre conseguia ser tão positiva, como se ela não pudesse
imaginar nenhuma maneira de que isso pudesse dar errado.
Eu gostaria de ter sua fé, mas não pude deixar de acreditar que
estávamos vivendo em um tempo emprestado. Que meu pai
estava apenas um passo atrás de nós e nossa paz temporária
estava apenas esperando para ser destruída.

“Podemos comer primeiro,” assegurei-me, obrigando-me a


levar a torrada à boca como um cretino sem classe e comê-la o
mais rápido que pude, apenas para acabar com isso.

Kyan não fez nenhuma tentativa de esconder sua risada


às minhas custas, passando-me um expresso com o pulso
posicionado para mostrar aquela tatuagem de lula feia do
caralho também. Eu tinha certeza que ele estava tentando me
persuadir a perder minha cabeça desde a surra que aconteceu
no outro dia, mas eu me recusei a ceder às suas fantasias
mordendo a isca. Se ele desejasse que eu participasse de algum
tipo de fantasia dominante com ele e nossa garota, ele teria que
me pedir com educação.

Terminamos nosso café da manhã juntos, sem mais falar


dos problemas que enfrentávamos, cada um de nós com
esperança de que hoje pudesse ser o dia em que resolveríamos
pelo menos um deles nos livrando da caixa de vacinas que
ainda estávamos carregando. Tive de admitir que seria um
alívio nos livrar dela.

Entramos no carro, arrumamos o porta-malas com nossas


coisas e guardamos a sacola preta com nossos pertences mais
importantes para garantir. Eu comprei este prédio com
dinheiro e financiei cada parte da compra por meio de nomes
falsos e contas impossíveis de rastrear, mas não iria
subestimar meu pai agora que sabia que ele estava atrás de
nós. Eu só tinha que ter deixado para trás uma migalha de pão
e eu tinha certeza de que isso iria derrubá-lo sobre nossas
cabeças num piscar de olhos. Então, eu não iria relaxar tão
cedo.

Saímos de nossa localização escondida e começamos a


descer ruas tranquilas, o carro cheio de tensão enquanto
Tatum se sentava no banco de trás com a caixa de vacinas aos
pés. Assim que chegássemos ao local de trabalho da Dra. De
La Cost, eu pretendia entregar as vacinas sozinho. De jeito
nenhum eu deixaria qualquer uma daquelas pessoas dar uma
olhada em Tatum novamente. Ela era um fantasma agora e era
assim que ela iria ficar.

O forte trovão de um helicóptero sobrevoando chamou


minha atenção e eu estiquei minha cabeça para observar não
apenas um, mas dois Black Hawks correndo no céu,
totalmente carregados com homens e mulheres em seus
uniformes do exército.

“O que será isso?” Kyan murmurou do assento ao meu


lado, sentindo o perigo tão facilmente quanto eu.

“Nada de bom,” respondi.


Continuamos dirigindo, mais do que um pouco de tensão
enchendo o carro agora, conforme mais helicópteros
sobrevoavam e eu avistava um enorme caminhão militar à
frente também.

Meu novo telefone pingou no porta-luvas e eu estendi a


mão para puxá-lo, franzindo a testa para a tela quando um
boletim de notícias apareceu.

Novas medidas de teste e divisão entrando em vigor no


estado de Sequoia.

Antes que eu pudesse pensar tanto, outro boletim


apareceu.

Tatum Roscoe é questionada em relação ao lançamento do


vírus Hades.

“Atenção!” Kyan gritou, empurrando o volante enquanto


eu quase nos corria direto para o meio-fio, onde uma velhinha
gritou de horror.

Eu nos empurrei para longe dela, pisando no freio


enquanto nos parava bem no meio da estrada, despistando a
velha para ter certeza de que ela continuava andando.
“Meu pai aprimorou suas táticas,” rosnei, enviando a
notificação para os outros antes de abrir a história sobre
Tatum.

No topo da página havia uma fotografia tirada dela em seu


uniforme verde floresta Everlake Prep, posando e sorrindo para
a câmera e parecendo uma típica rainha do baile. A imagem
era plana, sem emoção e, embora, claro, ela fosse de tirar o
fôlego nela, não capturou sua alma da maneira que deveria.
Olhei abaixo e li o artigo em voz alta para que todos ouvissem.

“Tatum Roscoe, filha de Donovan Rivers (o homem


responsável por liberar o vírus Hades no mundo) agora é
procurada para ser questionada em relação aos eventos que
levaram à liberação do vírus. Chegou ao conhecimento dos
investigadores policiais que a jovem Sra. Roscoe (ex-Rivers)
provavelmente foi submetida a lavagem cerebral por seu pai e
o ajudou a cometer as atrocidades que levaram à morte de
milhões de pessoas em todo o mundo. A jovem em questão
também se casou com uma conhecida família do crime poucos
dias após seu aniversário de dezoito anos e acreditamos que os
O'Briens podem estar ajudando a esconder sua localização das
autoridades...”

“Vovô vai adorar isso,” Kyan murmurou, mas eu acabei de


ler.

“Estamos pedindo ao público que permaneçam vigilantes


e liguem para o número abaixo se ela for localizada. No
entanto, a Sra. Roscoe foi bem treinada em defesa tática por
seu pai (possivelmente perturbado) e não queremos que
ninguém tente abordá-la se ela for vista. As autoridades locais
e nacionais estão em alerta máximo e estão caçando por ela
enquanto conversamos. Acreditamos que ela será detida no
devido tempo.”

Parei de ler e olhei para Tatum com a frustração


queimando em mim, mas não era nada no veneno queimando
em seus olhos.

“Eu quero que todos que armaram para o meu pai morram
por isso,” ela rosnou furiosamente. “Cada um desses filhos da
puta mentirosos.”

“Seu desejo é uma ordem nossa, princesa,” Nash


concordou e o resto de nós assentiu.

Outro helicóptero Black Hawk rugiu no alto e me inclinei


em direção à minha janela, observando seu progresso no céu
antes de perdê-lo de vista além do viaduto. Um arrepio
percorreu minha espinha e baixei meu olhar para o meu
telefone novamente, abrindo a outra notícia com uma sensação
de pavor me enchendo enquanto eu lia em voz alta.

“Os membros do público com teste negativo serão


enviados para campos onde a segurança será rigorosa para
garantir que o vírus Hades seja mantido longe de você. Você
estará seguro aqui enquanto fazemos um limite intransponível
para protegê-lo de contaminação. Pediremos a todos os
membros do público que já tiveram o vírus Hades e se
recuperaram (atualmente, têm anticorpos em seu sangue) para
nos ajudar na criação de uma vacina. Você será mantido
seguro e isolado, assim como a população não infectada, mas
haverá incentivos dados a quem decidir ajudar nosso trabalho
doando sangue.”

“Foda-se,” Kyan rosnou e eu tive que concordar.


“Vamos fazer um desvio,” sugeri, não gostando da
presença do exército aqui.

O artigo continuava para ter certeza de que aquelas áreas


pareciam incríveis, mas não havia nenhuma fodida maneira de
eu permitir que algum idiota em um uniforme me realocasse
em qualquer lugar se eu tivesse uma palavra a dizer sobre isso.

Virei o carro e comecei a dirigir de volta pelos arredores da


cidade, pegando um caminho que subia em direção aos
subúrbios onde começava a borda da cordilheira. Não demorou
muito para que eu estivesse entrando em uma rua com um
mirante do qual me lembrei de dirigir por ali uma vez e
enquanto dirigia por entre as árvores em direção a ele, minhas
suspeitas foram confirmadas.

Tatum respirou fundo enquanto ela meio que subia entre


os meus assentos e os de Kyan para ter uma visão melhor da
vista e eu franzi a testa enquanto observava o exército
erguendo barricadas em um anel ao redor desta parte da
cidade. Pude distinguir mais veículos do exército e helicópteros
à distância também, sem dúvida isolando outra seção. Esse
teste e divisão de besteiras claramente não seriam
implementados de forma voluntária.

“Merda. Como diabos vamos sair daqui agora?” Blake


sibilou enquanto enfiava a cabeça na lateral da minha cadeira
ao lado da janela.

“Não vamos,” respondi sombriamente, meu olhar varrendo


para frente e para trás enquanto eu pegava o máximo de
informações que podia. As barricadas nos cercavam em todas
as direções e estava claro que ninguém estava autorizado a
sair. Ao nos trazer aqui para nos esconder, eu
inadvertidamente nos levei direto para uma armadilha que
estava pronta para saltar. “Não assim, de qualquer maneira.”

“Então, o que nós...” Monroe começou, mas eu o cortei


quando liguei o motor novamente e me afastei da vista.

“Nós vamos voltar para a casa segura,” eu o informei,


bloqueando a tendência de entrar em pânico sobre isso e
tentando pensar logicamente. Havia uma saída aqui. Eu só não
estava vendo ainda. Mas viria para mim. Tinha que vir. “E
então teremos que tentar descobrir outro plano.”

Tatum estendeu a mão e pegou minha mão, apertando


meus dedos com força enquanto eu dirigia e a segurei,
precisando dela perto agora. Porque, pela primeira vez em
muito tempo, eu estava lutando para ver uma maneira de sair
dessa bagunça. E se esse era um problema que eu não
conseguia resolver, então não tinha ideia do que diabos íamos
fazer.
“Aceite. Isto é mau.” Andei de um lado para o outro no
pequeno apartamento do cinema, determinada a descobrir,
mas sem saber como.

Saint estava sentado na ponta de uma das camas, seus


dedos entrelaçados enquanto ele trabalhava em um plano. Ele
estava imóvel como uma estátua, totalmente rígido, uma única
ruga formada em sua testa enrugada, pois eu praticamente
podia ver as engrenagens girando dentro de seu cérebro. Se
alguém pudesse bolar algum tipo de plano de fuga milagroso
para nos tirar daqui antes que o exército aparecesse e me
prendesse, me arrastasse de volta para um laboratório maldito
e me testasse como um rato de laboratório até que me
matassem, então era ele. Mas ele não tinha oferecido uma
única ideia ainda, e se ele estava perplexo, estávamos
definitivamente ferrados. Tão, tão ferrados. Eu estava tentando
ter fé nele, mas porra, essas podem ter sido as piores
probabilidades que enfrentamos e, por mais que gostássemos
de acreditar que Saint tinha superpoderes, ele realmente era
apenas humano e não poderia nos levar para fora daqui como
o super-homem, mesmo que quisesse.

“É muito ruim, não é?” Eu empurrei quando nenhum dos


meus homens respondeu à minha explosão inicial. “Tipo,
nenhuma maneira de sair disso...”

“Nós vamos descobrir isso, princesa,” Nash rosnou como


se exigir isso do universo fosse o suficiente, mas todos nós
sabíamos que não era.

Saint ainda não disse nada. Não fez nada. Apenas sentou
lá pensando com a tensão derramando dele tão tangivelmente
que eu podia sentir o gosto no ar. Blake parecia tão preocupado
quanto eu e eu mordi meu lábio para me impedir de dizer
qualquer outra coisa que não nos ajudasse, mas merda, isso
era realmente preocupante.

“Há apenas uma opção,” Kyan disse finalmente, sua


expressão sombria e eu parei de andar, olhando para ele onde
ele estava encostado na parede, percebendo o que ele iria dizer.

“Kyan, você já deve muito à sua família. Eu não suporto


pensar no que eles farão a você fazer se pedir mais ajuda,” eu
disse, balançando minha cabeça em recusa. Ele tinha tentado
evitar essas pessoas desde que eu o conhecia e, ainda assim,
de uma forma ou de outra, ele continuava se envolvendo com
elas novamente. E muitas vezes era minha culpa. Eu adorava
que ele estivesse disposto a fazer qualquer coisa para me
ajudar, mas odiava que ele pagasse um preço por mim.
“Eles são a única escolha que podemos fazer. Eles serão
capazes de nos tirar daqui,” Kyan rosnou. “E eu posso
enfrentar qualquer que seja o pagamento.”

“Não,” eu insisti. “Tem que haver outra maneira.”

Blake e Monroe trocaram um olhar, suas expressões


dizendo que eles não tinham certeza sobre isso também. Mas
isso não foi suficiente. Eu precisava que eles se levantassem e
dissessem isso abertamente. Não podíamos deixar Kyan pagar
o preço por isso. Era nossa bagunça. E precisávamos descobrir
juntos.

“Não há,” Saint anunciou, levantando-se da cama e


cruzando os braços, parecendo que odiava dizer aquelas
palavras enquanto as falava todas da mesma forma. “Kyan,
chame sua família. Eu pesei as opções, não há mais nada que
possamos fazer.”

“Saint,” eu rosnei. “Eu não estou deixando Kyan pagar por


isso.”

“Não depende de você, baby,” Kyan disse com uma voz


dura que enviou um tremor de raiva por mim.

“Você não pode tomar decisões como essa para todo o


grupo. Nash e Blake não concordam.” Eu olhei para eles, mas
eles pareciam ainda mais duvidosos agora.

“Tem certeza de que é a única maneira?” Monroe


perguntou gravemente e Saint e Kyan assentiram.

“Então temos que fazer,” disse Blake em voz baixa, seus


olhos em mim. “Qualquer coisa para tirar Tatum da cidade e
colocar essa vacina nas mãos certas.”
“Não faça isso por mim,” eu rosnei, a fúria pulsando por
mim.

“É sobre você,” Saint disse nitidamente. “E todos nós


juramos proteger você. Nenhum de nós leva isso levianamente.
Eu sangraria no lugar de Kyan para garantir que você não fosse
pega por meu pai, mas não posso. Então é assim que deve ser.”

Eu balancei minha cabeça, recusando esse destino, mas


eu podia ver a decisão em todos os olhos deles. Eles não
gostavam disso mais do que eu, mas ainda assim iriam fazer.
Kyan teria mais uma vez que dar um pedaço de si mesmo para
as pessoas que ele estava desesperado para escapar por tanto
tempo e me cortou como uma lâmina com veneno na ponta, o
corte inicial apenas dando lugar a mais e mais agonia. Eu não
queria isso para ele. Eu não queria que ele fosse forçado a uma
vida ou posição que ele tinha sido tão inflexível que não queria.
Eu não conseguia suportar a ideia dele sacrificar seus sonhos
e esperanças por mim. O preço era muito alto. Eu me afastei
deles, incapaz de ficar lá e apenas aceitar enquanto eles me
venceram na votação e me deixaram sem dizer nada sobre o
assunto, marchando para a porta e saindo. Desci a escada
correndo, cheia de energia furiosa que não se dissipava.

Eu precisava de algum espaço. Eu estava com tanta raiva.


Eles não podiam simplesmente ignorar minha opinião como se
ela não significasse nada. Como eles poderiam me superar
assim? Eles me chamavam de rainha, mas no final das contas,
minhas demandas significavam uma merda. Eles me
colocaram acima de tudo e rejeitaram meus sentimentos sobre
o assunto porque decidiram que suas vidas tinham menos
valor do que a minha. Mas foda-se. Essa relação não era igual
e eu não iria tolerar isso. Eu sabia que eles queriam me
proteger, mas e se eu os protegesse? Eu não podia deixar Kyan
dar mais do que ele já tinha dado a sua família. Quanto mais
ele devia a eles, mais profundamente suas garras penetravam
em sua pele. E, eventualmente, eles podem chegar tão longe de
sua carne que ele nunca seria capaz de se livrar deles.

Eu marchei pelo saguão e por um conjunto de portas


duplas, encontrando-me em uma ampla escada acarpetada e
subindo, o desejo de esmurrar algo correndo por mim. No topo
da escada, encontrei um pequeno bar com sofás e uma longa
janela no final dele que dava para a rua. Mudei-me para sentar
ao lado do painel em uma grande poltrona, olhando para a
estrada abaixo enquanto minha pulsação batia ferozmente em
meus ouvidos.

Minha respiração veio pesadamente enquanto eu tentava


manter minha raiva sob controle, mas não diminuía. Era assim
que minha vida seria com eles? Todos os quatro se unindo
contra mim toda vez que tomam uma decisão que fosse “do
meu interesse”? Era enfurecedor pra caralho. Eu não seria a
prioridade em nossa tribo. Eles não entendiam que eu queria
cuidar deles tanto quanto eles queriam cuidar de mim? E ao
tirar essa decisão de mim, eles estavam essencialmente me
prendendo de novo.

A porta se abriu, mas não olhei em volta para ver quem


havia me seguido. Quem quer que tenha feito uma escolha de
vida ruim, porque eles estavam prestes a receber o peso da
minha raiva se esperassem que eu concordasse com isso. “Vá
embora,” eu disse friamente.

“Não,” Monroe falou e arrepios subiram ao longo dos meus


braços e pescoço, mas eu não me virei para encará-lo.

“Sim,” eu exigi.
“Eu não quero discutir,” ele disse apaziguando.

“Bem, isso é uma merda para você, porque eu quero.


Então, se você vai ficar, é melhor colocar a luva.”

“Engraçado você dizer isso.” As luvas de boxe rosa e preta


que ele me presenteou caíram no meu colo e eu finalmente me
virei para olhar para ele, encontrando-o enluvado sozinho.

“Eu vim para uma briga, princesa, mas não do tipo que
você está procurando.” Ele sorriu e a visão me irritou ainda
mais.

“Eu não estou brincando, Nash,” eu rosnei.

“Venha e me mostre o quanto você não está brincando,”


ele zombou, suas palavras destinadas a me cutucar. E
caramba, estava funcionando.

“Foda-se,” eu rebati.

Ele se moveu na minha frente, enfiando sua luva de boxe


contra minha bochecha e eu mostrei meus dentes.

“Porra. Fora,” eu rosnei e ele fez isso de novo. “Nash! Eu


não estou no clima.” Mirei minha bota em seu pau e ele saltou
para trás com uma risada. Uma risada assustadora.

Eu joguei minhas luvas nele e ele apenas sorriu,


chutando-as de volta para mim. “Luta comigo.”

Eu me levantei, movendo-me para passar por ele, mas ele


me agarrou pela cintura e me jogou de volta no meu assento,
puxando um rosnado honesto da minha garganta. “Por que
você está sendo tão idiota?”
Levantei-me novamente, empurrando-o no peito para
passar, mas ele me jogou de volta no meu assento com mais
força e meu coração trovejou na minha garganta. É isso.

Eu me levantei, ignorando as luvas e jogando um punho


furioso em seu estômago. Ele absorveu o golpe com uma
maldição, em seguida, jogou um de volta no meu rim e outro
no meu peito, forçando-me a me defender enquanto ele não se
continha. Eu fui até ele como uma selvagem, dando socos
fortes, mas minha raiva estava atrapalhando minha habilidade
e ele conseguiu arrancar minhas pernas com uma varredura
própria, então eu bati no chão de costas.

“De novo,” ele exigiu, e eu me lancei contra ele com raiva.

“Pare de agir como se você fosse meu professor de merda,”


eu rebati, jogando os punhos em seus lados, seus braços, sua
cabeça. Ele bloqueou oitenta por cento deles, em seguida, me
empurrou com força, me fazendo cair no sofá novamente.

Ele soltou uma risada e eu fiquei totalmente selvagem,


mergulhando nele e não me preocupando com os costumes do
kickboxing, usando dentes e garras em um esforço para fazer
meu ponto. Mordi seu bíceps direito e ele rosnou, me
prendendo em um estrangulamento e mantendo minha cabeça
sob seu braço. Eu chutei, soquei e lutei, mas ele apenas
começou a aplicar pressão no meu pescoço até que eu estava
lutando para respirar.

“Idiota,” eu forcei para fora.

“Você é melhor do que isso, Tatum,” ele zombou. “Lute


comigo. Sua raiva está deixando você desleixada.”
Eu bati minha bota em cima da dele e ele estremeceu, seu
aperto diminuindo apenas o suficiente para eu me soltar e dar
dois socos sólidos em suas costas. Ele se virou e eu dei um
chute circular em seu peito, fazendo-o tropeçar novamente.
Então me lancei contra ele, envolvendo minhas pernas em volta
de sua cintura enquanto usava todo o meu peso corporal para
tentar derrubá-lo no chão. Não funcionou. Ele me jogou de
cima dele no sofá novamente e eu saltei nas almofadas,
olhando para ele através de uma confusão de cabelos
dourados.

Nash tirou as luvas, jogando-as de lado. “Bem, se você vai


lutar sujo, então eu também vou.” Ele ainda estava sorrindo
como um babaca nobre e eu realmente queria fazê-lo parar.

“Nash, eu não estou com humor, caralho,” eu rosnei,


ficando de pé novamente.

“Você não está? Mas você parece tão acessível agora.” Ele
sorriu provocadoramente e eu gritei, mergulhando nele,
mirando um chute selvagem em suas pernas.

Ele cambaleou para trás antes de vir para mim com um


soco que me deixou sem fôlego seguido por outro empurrão que
fez minha bunda bater no chão. Desisti de qualquer pretensão
de ser civilizada e fui para suas pernas, afundando meus
dentes em sua panturrilha.

“Sua besta,” ele meio que riu, meio que engasgou com um
gemido de dor enquanto se inclinava para me tirar de cima
dele. Mas quando eu não o soltei, ele colocou a mão no meu
cabelo e puxou com força, puxando minha cabeça para trás
para olhar para ele. “Garota má,” ele rosnou, aquelas palavras
tendo um efeito pecaminoso em mim e enquanto eu lambia
meus lábios, eu tinha certeza que ele sabia disso. Eu não
estava cedendo a esse desejo, no entanto. Foda-se minha
libido. Ela era uma puta sempre que as coisas ficavam tensas
entre meus meninos. Mas a maneira de resolver esse problema
não era puxar minha calcinha para baixo e me divertir. Mesmo
que ela estivesse fazendo um esforço decente para me
convencer, isso poderia me ajudar a aliviar um pouco esse
estresse. Se dependesse dela, eu estaria escarranchada no
rosto de Nash agora e colocando sua língua em um uso melhor
do que me insultando. Era exatamente por isso que ela não
estava no banco do motorista agora. A cadela não tinha
vergonha.

Seu aperto em meu cabelo aumentou ao ponto de doer e


gostei disso ainda mais. Mas não ia deixar ele me distrair. Eu
iria, no entanto, usá-lo para fazê-lo se soltar.

Corri minha mão por sua perna, sobre o músculo duro de


sua coxa e em seu pau que inchou sob a minha palma, ficando
rígido dentro de sua calça de moletom enquanto eu o esfregava.

Sua garganta balançou e seus dedos se soltaram no meu


cabelo, o que foi um movimento fatal. Estendi a mão e agarrei
sua mão, torcendo seus dedos bruscamente e ele praguejou
quando saí de debaixo dele e acertei uma joelhada nas bolas.
Ele enganchou seu braço sob meu joelho para me parar, sua
outra mão pousando nas minhas costas enquanto ele se
inclinava em meu rosto, me inclinando para trás. “Você não
está lutando justo, garota selvagem.”

“Você sabe o que não é justo, Nash?” Eu assobiei. “Vocês


quatro se juntam contra mim sempre que pensam que estão
tomando uma decisão em meu benefício. Eu não sou um
animal de estimação.”
“Não? Então por que você está agindo como um animal?”
Ele perguntou, me soltando e gritei quando caí e bati no tapete
nas minhas costas.

A porta se abriu e virei minha cabeça quando Saint


entrou. “Precisamos de olhos na rua. Recebi uma atualização
no meu telefone que diz que o exército está batendo às portas.
Precisamos estar prontos se eles aparecerem neste bairro.”

“Nós assistiremos daqui,” disse Monroe, apontando o


queixo para a janela.

“Bom.” Os olhos de Saint caíram para mim no chão. “Você


já se acalmou?”

“Não,” eu cuspi.

Ele acenou com a cabeça e saiu da sala, como se ele


apenas precisasse da minha resposta e não estivesse
interessado nos sentimentos por trás disso. Pau do caralho.

Monroe me ofereceu a mão para me levantar e a afastei,


me colocando de pé.

“Trégua?” Ele perguntou e rolei meus olhos, caindo de


volta na minha cadeira para olhar para fora da janela. Ele
cruzou os braços, parando na minha frente e olhando feio, mas
simplesmente o ignorei. “Você está procurando encrenca.”

Meu pulso disparou com suas palavras, mas mantive


minha expressão neutra, fingindo que ele não estava lá. Ele era
apenas um fantasma tentando me assombrar e eu iria
exorcizar mentalmente sua bunda para fora da existência.
“Mais uma chance de falar sobre isso ou vou desarmá-la
da maneira que achar melhor,” ele avisou e ofereci meu dedo
médio sem olhar para ele.

Ele agarrou minha mão e pressionou contra seu pau duro,


esfregando-o para cima e para baixo enquanto eu mordia
minha língua e mantive meu olhar na janela como se não
tivesse sido afetada remotamente. Então ele deslizou minha
mão dentro de sua calça e envolveu meu punho ao redor dela,
mantendo minha mão na dele enquanto ele trabalhava minha
palma para cima e para baixo em seu eixo quente e sedoso.
Saliva se acumulou na minha boca e meu núcleo apertou com
o quão gostoso ele era, mas meu rosto absolutamente não
denunciava isso.

Ele segurou meu queixo e puxou minha cabeça enquanto


abaixava suas calças e me fez assistir enquanto ele me forçava
a empurrá-lo. Era quente pra caralho, mas eu não ia perder
esse jogo. Minha cara de pôquer era suprema. Então venha.

“Olhos aqui em cima,” ele comandou, mas eu o ignorei,


virando-me para desviar o olhar novamente, mas ele puxou
meu queixo para cima, me forçando a olhá-lo nos olhos. E
merda, isso fez um tanque de lava derramar em meu sangue.

Eu engoli e ele sorriu, vendo aquele pequeno sinal de


fraqueza quando ele socou meu punho com mais força sobre
seu pau. Eu poderia ter me afastado, mas estávamos em um
jogo de vontades e nunca desisti de um desafio. Além disso,
talvez estivesse um por cento nisso.

“Eu não vou falar com você,” disse friamente.


“Não?” Ele questionou em um tom profundo que enviou
um tremor através dos meus ossos. “Então, talvez você deva
colocar sua boca para um bom uso de outra maneira.” Ele
trouxe a cabeça de seu pau aos meus lábios e agarrou minha
nuca em uma demanda clara.

“Você não vai...” comecei, mas ele enfiou a ponta entre


meus lábios e bombeou a base de seu pau com a minha mão.
Eu provei seu pré-gozo na minha língua e apertei minhas coxas
juntas com o quão bom era pra caralho. Por que diabos eu
estava gostando disso?

“Assim é melhor,” ele provocou enquanto tirava a ponta


dos meus lábios. “Não é uma garota tão má agora, é?”

Eu olhei para ele e revirei os olhos, dando-lhe o máximo


de atrevimento que pude enquanto casualmente o mostrava
novamente com a outra mão. Ele praguejou baixinho, seu pau
se contraindo contra a minha língua enquanto eu o rodopiava
ao redor de sua cabeça e retirava o poder dele.

“Tatum,” ele gemeu e sorri em volta de seu pau,


envolvendo meus dedos com mais força em torno dele. Como
se eu fosse fazê-lo gozar.

Ele deslizou sua mão para agarrar minha garganta


enquanto um ruído de desejo carnal retumbava em seu peito.
Eu o provoquei com golpes lentos e preguiçosos da minha
língua, o que o trouxe mais perto da liberação, apenas para
deixar minha boca cair antes que ele atingisse o clímax e o
fizesse xingar de forma colorida. Sua mão apertou meu pescoço
e ele me empurrou, puxando sua calça de moletom enquanto
tirava minha mão de seu pau também.
“Agora o que você vai fazer?” Eu arqueei uma sobrancelha
zombeteiramente e ele franziu os lábios com a minha atitude.
Mas eu tinha ficado totalmente vadia e não voltaria por um
tempo. Então ele precisava lidar com isso ou me deixar em paz
como eu pedi.

“Selvagem hoje, não é?” Ele se inclinou, agarrando meus


quadris e me virando, prendendo a mão em meu cabelo e
empurrando meu rosto para as almofadas do sofá.

“Nash!” Rebati, minha voz abafada pelo estofamento


enquanto eu lutava para me libertar, mas ele não estava me
deixando ir, sua outra mão puxando minha calça de ioga para
baixo e deixando-a enrolada em meus joelhos para que eu não
pudesse me mover. Ele deslizou seu pau rígido entre minhas
pernas, angulando-o para pressionar o comprimento liso
contra minha boceta, em seguida, começou a se masturbar,
esfregando-se para frente e para trás na minha umidade
enquanto o usava para lubrificar sua mão.

“Filho da puta,” eu rosnei, pressionando minha bunda


para trás para tentar pará-lo, mas ele apenas deu um tapa e
continuou a se dar prazer com meu corpo, sem me dar nada.
Eu agarrei minhas mãos contra as almofadas, lutando para me
levantar, mas a pressão de sua palma nas minhas costas
aumentou enquanto ele continuava, gemendo e grunhindo
enquanto me usava, me punia. Minha atitude claramente
trouxe à tona o professor idiota nele novamente e, apesar das
minhas melhores intenções, eu estava tão louca aqui por causa
disso.

Ele se inclinou sobre mim para que sua respiração


irregular fizesse cócegas na minha orelha e causasse arrepios
na minha pele. “Você vai parar de ser uma pirralha e me foder
pelo jeito que você está doendo?” Ele perguntou.

Meu corpo estremeceu e minha boceta apertou com a


necessidade de senti-lo dentro de mim, mas eu não disse uma
palavra, mordendo meu lábio com força para impedir que
qualquer ruído saísse. Sou uma mulher forte, independente e
totalmente no controle...

“Ah,” eu gemi enquanto seu pau esfregava meu clitóris por


um breve momento. Droga.

“Eu posso sentir você tremendo, princesa,” ele riu. “Você


realmente vai ser tão teimosa?”

Ele deslizou seu eixo grosso ao longo do meu centro


novamente e minhas costas arquearam involuntariamente
para dar a ele mais acesso. Eu o senti estremecer de
necessidade e a sensação de quanto ele me queria fez minha
cabeça girar. Mas não podia ceder. Eu tinha um ponto maldito
a fazer. Não tinha mais certeza do que era, mas estava
determinada a fazer de qualquer maneira.

“Bem? Você será?” Ele exigiu, meu pulso acelerando


enquanto ele puxava meu cabelo, puxando minha cabeça para
cima para que ele pudesse me ouvir falar.

“Sim, serei,” eu disse e para meu crédito, as palavras


soaram bem geladas. Ele balançou seus quadris e seu pau
esfregou contra meu clitóris novamente, fazendo outro gemido
inebriante cair de meus lábios e entregar o jogo
completamente.

“Tem certeza?” Ele perguntou zombeteiramente.


Eu podia ouvir o sorriso maldito em sua voz e isso me
deixou mais resistente do que nunca, mas quando ele
pressionou a cabeça de seu pênis na minha abertura, meu
corpo inteiro convulsionou. Eu me apertei contra ele,
desesperada por mais, mas ele claramente não ia dar para mim
a menos que eu dissesse as palavras.

Ele alcançou sob meus quadris, seus dedos deslizando


pela minha umidade enquanto ele os cobria com minha
excitação antes de brincar com meu clitóris.

“Você não joga limpo, porra,” rosnei, mas saiu mais


ofegante do que planejei, o prazer contorcendo minha carne
com seu toque.

“Novidades, linda, eu não sou um bom homem,” ele


rosnou. “E estou ficando cansado de seus jogos. Então, vou te
foder para meu próprio prazer. Sinta-se à vontade para mudar
de ideia antes de eu terminar.” Ele se enfiou dentro de mim e
gritei, apoiando-me nas almofadas enquanto ele começou a
dominar meu corpo, movendo-se furiosamente para escalar em
direção à sua própria liberação, sem dar atenção à minha. Mas
dane-se isso.

Eu deslizei minha mão por baixo de mim, alcançando meu


clitóris, mas ele puxou meu braço antes que eu chegasse perto
e o prendesse nas minhas costas. Cuzão.

“Peça com educação,” ele exigiu e mordi a almofada para


me impedir. Ele se dirigiu mais forte, sua espessura
preenchendo cada espaço dentro de mim, seu pau sacudindo
quando ele chegou perto de terminar. Eu rosnei como uma
pagã e suas mãos se moveram para agarrar meus quadris
enquanto ele me segurava em um ângulo que ele gostava. Eu
joguei um cotovelo para trás, mas era tarde demais quando ele
gemeu, elevando-se sobre mim enquanto se dirigia até a base
dentro de mim e encontrava sua liberação.

“Oh merda,” ele gemeu, o som tão quente que fez um


tremor passar por mim.

A raiva carregou minhas veias com eletricidade quando ele


saiu de mim e seu aperto relaxou em minhas mãos. Eu me virei
e tirei minhas calças de ioga, então tirei minha blusa e me
joguei no sofá. Ele quer jogar sujo? Então tudo bem, vou jogar
mais sujo.

“Você pode ir agora,” eu disse alegremente, pegando meu


telefone de onde ele tinha caído no chão e encontrando meu
caminho para um site pornô.

Deixei alto, sem olhar para Nash quando ele puxou o


moletom e coloquei a mão entre minhas coxas, segurando a
tela na minha frente e me tocando do jeito que eu gostava.
Apoiei o telefone contra minha coxa e empurrei uma mão em
meu sutiã, gemendo enquanto observava os dois caras na tela
fazendo dupla penetraçao em uma garota, embora minha
mente estivesse totalmente no que Monroe tinha acabado de
fazer comigo. Especialmente porque podia sentir a evidência
disso entre minhas pernas.

“Tatum,” Nash retrucou e o ignorei, gemendo mais alto


enquanto mantive meu olhar na tela, fingindo que estava me
deixando mais quente do que ele. Mas nenhum site pornô
poderia chegar perto. Ele me reivindicou para seu próprio
prazer, fodidamente me contaminando. Por que isso era tão
sexy?
“Este jogo não é mais engraçado,” ele rosnou.

Estranho como não era engraçado agora que a situação


havia mudado. Mordi meu lábio, apresentando meu melhor
programa pornô enquanto puxava meu sutiã para baixo dos
meus seios e os apertava para meu prazer, mas principalmente
para insultar meu pequeno voyeur.

“O que há de errado Nash, você não consegue achar graça


quando é você que está sendo deixado de fora?” Eu perguntei
sem olhar para ele.

Ele se inclinou, pegando meu telefone e jogando-o do


outro lado da maldita sala. Ela ricocheteou no tapete e sumiu
de vista e o encarei de surpresa. Antes que eu pudesse fazer
uma palavra de raiva passar dos meus lábios, ele caiu no sofá
entre as minhas coxas, puxando-me em direção a ele pelos
quadris e enfiando a língua em mim. Eu gritei quando ele
lambeu a umidade entre as minhas pernas, adorando-me em
golpes furiosos e famintos de sua língua que me deixaram
selvagem. Ele passou a língua em oito pelo meu clitóris,
olhando diretamente para mim enquanto fazia os músculos da
minha coxa se contraírem e tremerem.

“Você não se excita por ninguém que não seja um


Guardião da Noite,” ele ordenou, em seguida, passou a língua
no meu clitóris possessivamente novamente. Minha cabeça
caiu para trás contra o final do sofá enquanto ele chupava e
lambia e eu estava perdida em um mar de prazer cegante.

Ele não me atormentou desta vez, levando-me


rapidamente ao meu orgasmo, que já estava tão perto que não
demorou muito. Eu tremi e agarrei seu cabelo enquanto sua
língua deslizou sobre mim e de repente eu estava quebrando,
gritando, louvando sua porra de nome e ofegando na esteira de
seu poder.

“Me perdoe?” Ele sorriu, rastejando pelo meu corpo e


colocando seu peso em mim.

Eu não pude deixar de sorrir, passando meus dedos por


seu cabelo loiro bagunçado. “Com uma condição.”

“Oh sim, o que é isso?” Seu sorriso cresceu.

“Admita que ganhei,” eu disse e seu sorriso morreu


repentinamente.

“Maldito seja,” ele murmurou, segurando por mais um


segundo, mas eu podia ver a derrota em seus olhos. “Tudo
bem, você venceu, princesa. Feliz agora?”

“Muito.” Passei meus braços em volta do pescoço e o beijei


novamente, seu coração disparado contra o meu enquanto me
banhava no peso dele me segurando.

“Então, eu realmente vim aqui para te devolver isso. Achei


que isso pudesse te animar.” Ele enfiou a mão no bolso e tirou
o colar que estava guardando para mim. “Não há mais
necessidade de esconder isso do Diabo.” Ele deslizou em volta
da minha garganta, mudando meu cabelo de lado enquanto o
colocava em mim e um sorriso iluminou meu rosto por tê-lo de
volta. Minha pequena lembrança de Jess estava em seu
verdadeiro lar mais uma vez.

“Obrigado por mantê-lo seguro para mim,” eu disse e ele


sorriu, beijando-me docemente novamente.
“O prazer é meu.” Ele se levantou e puxei minhas roupas
enquanto ele alisava seu cabelo, colocando-o atrás das orelhas.
Quando me levantei, ele foi até a janela, olhando para fora e
todo o seu corpo enrijeceu.

“Oh merda,” ele sussurrou, virando-se para mim com os


olhos arregalados. “O exército está aqui. Eles estão duas portas
abaixo. “

“Merda,” engasguei. O que diabos nós fizemos?


Deveríamos estar vigiando. Saint ia cagar um tijolo, bater em
nós dois até que nossas bundas ficassem vermelhas e então
cagar outro tijolo maior.

Saímos correndo da sala, voltamos para o cinema e


corremos para o apartamento. Nós entramos e meus três
outros meninos pularam de seus assentos no sofá, vendo
instantaneamente que algo estava errado, a tensão
percorrendo seus músculos como se estivessem preparados
para uma luta até a morte.

“Eles estão quase aqui,” Monroe desabafou.

“Jesus... Porra, por que estamos apenas ouvindo sobre


isso agora?” Saint exigiu, então seus olhos patinaram sobre
nós e ele amaldiçoou. “Você tinha uma tarefa, Nash.”

“Foi minha culpa também,” eu disse.

“Oh, estou bem ciente disso,” Saint disse friamente, seus


dedos se contraindo como se ele estivesse com fome de uma
surra. Mas definitivamente não havia tempo para isso agora.

“Bem, o que vamos fazer?” Nash pressionou.


“Eu liguei para Niall. Minha família está vindo para cá,”
Kyan disse. “Eles vão quebrar as barricadas em algum lugar.
Se pudermos aguentar por uma ou duas horas...”

“Não temos porra de uma hora ou duas,” Saint rosnou.

“Talvez eles não venham aqui,” Blake ofereceu com um


encolher de ombros. “Eles estão verificando as casas, certo?
Por que se preocupar em caçar em algum velho cinema fechado
com tábuas?”

“Eles estão limpando todos os prédios da cidade,” Saint


sibilou. “É claro que eles vão verificar aqui, esse é o trabalho
deles. É do exército que estamos falando, não de um bando de
caipiras atrasados caçando um crocodilo desaparecido. Eles
estão procurando por pessoas que podem estar se escondendo.
Pessoas como nós.”
Um grande estrondo veio de fora e nos olhamos com
preocupação.

“Tatum,” Saint sibilou, ecoando todos os nossos


pensamentos. Uma coisa era sermos encontrados aqui, mas
depois que aquele artigo foi lançado envolvendo Tatum no
escândalo do vírus Hades, não havia como correr o risco de ela
ser pega.

“Aqui,” Kyan rosnou, movendo-se para a cama mais


próxima, puxando-a e abrindo um armário atrás dela. Todos
nós o seguimos como um rebanho de ovelhas sendo
pastoreado, esperando que ele tivesse alguma solução para
nós. “Há espaço suficiente aqui. Você pode caber, baby. “

“Eu não estou me escondendo aí enquanto o resto de vocês


é deixado para lidar com o exército,” ela sibilou, olhando entre
nós quatro enquanto todos nós a empurrávamos em direção ao
pequeno espaço. Eu nem mesmo estava totalmente convencido
de que ela se encaixaria ali e não havia chance de nenhum de
nós se juntar a ela.

“Eles estão caçando por você, Sereia,” Saint respondeu


com urgência, deixando cair a sacola cheia com nossos
pertences mais importantes na bancada e abrindo o zíper. Ele
pegou um envelope cheio de passaportes falsos e os distribuiu.
“Eles não saberão quem somos. Mesmo se eles nos fizerem sair
com eles para essa divisão de merda que estão implementando,
não importa. Tudo o que você precisa fazer é esperar aqui para
receber a família de Kyan e ir com eles. Vamos nos encontrar
com você no O'Brien's. Você estará segura com eles, não é?”
Ele perguntou, virando os olhos escuros para Kyan.

“Vou mandar uma mensagem para Niall e dizer a ele para


cuidar de você pessoalmente,” ele respondeu com um aceno de
cabeça. “Você fica ao lado dele até voltarmos para você e juro
que você estará segura.”

“Com um homem que você me disse que é louco e que


mata pessoas para viver?” Eu perguntei incrédulo. “Como
diabos ela está sendo mantida a salvo?”

“Tio Niall pode ser um assassino de aluguel, mas ele


também tem um código moral escondido sob a maluquisse.
Não temos exatamente tempo para entrar nisso agora, mas,
para encurtar a história, cerca de dez anos atrás sua esposa
foi sequestrada, estuprada e assassinada. Ele odeia homens
que machucam mulheres e é leal a mim. Você pode confiar que
ele morreria para proteger Tatum e não é como se tivéssemos
alguém a quem pedir.” Kyan rapidamente terminou de digitar
a mensagem para seu tio, em seguida, enfiou o telefone na bota
para escondê-lo.
“Sem mencionar o fato de que posso me proteger,”
acrescentou Tatum.

Uma batida forte veio da porta trancada e todos nós


congelamos. “Este é o sargento Jeffers do Esquadrão de Defesa
do Hades do Estado Sequoia,” gritou um homem em voz alta.
“Precisamos que você abra e se submeta a um teste de vírus.”

Tatum hesitou, mas eu dei a ela um pequeno empurrão


em direção ao espaço de rastreamento que Kyan havia
encontrado. “Vá, princesa. Podemos escapar de algum
acampamento com bastante facilidade, mas trazer você de
volta de Troy Memphis pela segunda vez pode ser impossível,”
sussurrei, implorando a ela com meus olhos para aceitar que
era assim que tinha que ser. Eu sabia que ela odiava que
fizéssemos sacrifícios para protegê-la, mas ela tinha que ver
que, neste caso, era a única maneira. E, francamente, eu ia
acabar amordaçando ela e empurrando-a lá dentro em um
segundo. Eu não iria perder minha garota novamente. Não
importa o quão brava ela possa estar comigo por fazer essa
escolha por ela.

“Só um segundo!” Blake gritou para o oficial, lançando um


olhar preocupado para Tatum antes que ela finalmente
assentisse e se abaixasse para rastejar até a abertura atrás da
cama. Estava claro que ela não gostou, mas ela obviamente
percebeu que isso tinha que acontecer.

Ela se arrastou de volta para as sombras e Saint passou


para ela a sacola de armas, dinheiro e nossos pertences mais
valiosos antes que eu pegasse a caixa de vacinas da geladeira
e quase conseguisse forçá-la na frente dela. A última coisa que
vi foi o medo por nós refletido em seus olhos azuis antes de
Kyan dar a ela sua faca de caça e taco de beisebol, em seguida,
colocar a prateleira de madeira de volta na frente dela,
escondendo-a de vista. Ele fechou a porta do armário e
empurrou a cama de volta no lugar antes de ficar de pé
novamente.

Troquei um olhar preocupado com Saint antes de correr


para tomar um assento na minha cama e Blake verificou que
estávamos todos espalhados pelo quarto parecendo inocentes
antes de destrancar a porta e abri-la. Eles devem ter entrado
no andar de baixo de alguma forma e eu imaginei que isso
significava que eles realmente não estavam brincando.

Dois caras grandes em uniformes do exército completos


com máscaras de ventilação estavam parados na porta e
enquanto Blake recuava para deixá-los entrar, outros quatro
soldados os seguiram para dentro da sala.

“Do que se trata?” Saint perguntou casualmente enquanto


se movia em direção a eles.

“Você deve ter visto no noticiário que agora tomamos a


decisão de dividir a população de nosso estado em diferentes
grupos em um esforço para conter a disseminação do vírus
Hades para evitar que mais pessoas o contraiam. Como tal, nós
temos atualmente trancado a cidade de Hemlock e a dividimos
em quadrantes enquanto testamos todos de porta em porta e
atribuímos um grupo a eles. Isso não é voluntário. Todos
devem se submeter a um teste de picada no dedo e um de
cotonete na garganta. Se não fizer isso, você será agrupado com
os membros infectados da população. Você entende?”

“Sim, senhor,” Kyan respondeu de sua posição deitada na


cama, soando qualquer coisa menos respeitoso.
“Precisamos ver algum documento de identidade, se você
estiver com ele,” disse uma mulher soldado, dando um passo
à frente e olhando em volta para o apartamento em um antigo
cinema como se estivesse se perguntando o que diabos
estávamos fazendo aqui.

Tirei meu novo passaporte do bolso de trás e me levantei,


meu pulso acelerado enquanto pensava na minha garota ainda
escondida naquele armário. O que aconteceria se eles a
encontrassem? Não poderíamos enfrentar a porra do exército,
mas eu sabia que lutaríamos por ela do mesmo jeito. Eu olhei
para os rifles que os quatro soldados carregavam e engoli em
seco. Merda, eu realmente esperava que eles não a
encontrassem.

A soldado pegou meu passaporte quando o ofereci e


percebi que deveria ter verificado as informações malditas nele,
caso ela me pedisse para confirmá-lo.

Meu coração trovejou enquanto esperava que ela folheasse


as páginas e encontrasse qualquer fotografia que Saint tinha
usado para fazer essa falsificação. Ela olhou para ele por um
longo momento antes de soltar uma risada que tentou disfarçar
com uma tosse.

“Está tudo bem?” Perguntei a ela, franzindo a testa


enquanto me perguntava se ela poderia dizer que era falso. Eu
apenas confiei cegamente em Saint para nos conseguir boas
falsificações, mas como diabos eu deveria saber se isso seria
bom o suficiente?

“Seu nome é Simone Dipsickle?” Ela perguntou,


claramente mordendo a língua em outra risada enquanto um
dos outros policiais a arrancava dela para ver, este rindo
descaradamente enquanto olhava do documento para mim.
“Simone não é nome de mulher?”

Meus lábios se separaram quando uma mistura de


confusão e aborrecimento me encheu. Simone Dipsickle?

“Ele insiste que é um nome masculino na Itália,” Saint


brincou, mas quando olhei para ele, percebi a ponta de um
sorriso malicioso nos cantos de seus lábios.

“Você não parece italiano,” apontou o policial. “E Dipsickle


com certeza não é italiano. Sua mãe te odiava ou algo assim?
Por que mais ela te deu um nome assim?”

“É um nome de família,” grunhi, sem precisar esconder


minha irritação, porque se meu nome realmente fosse Simone
Dipsickle, sem dúvida eu teria enfrentado essa merda minha
vida inteira.

“Ok então, Sr. Dipsickle, você vai se submeter a um teste


de picada no dedo?” A soldado perguntou, devolvendo meu
passaporte.

“Não parecia que tínhamos escolha,” respondi,


estendendo minha mão para ela enquanto ela pegava o kit de
teste.

Saint entregou seu passaporte para outro homem e Kyan


saiu de sua cama, fazendo um show de caça a sua pilha de lixo
ao lado de sua cama. A maioria das nossas coisas ainda estava
carregada no carro, então pelo menos não tínhamos que nos
preocupar com eles encontrando algumas das roupas de
Tatum ou qualquer coisa porque Saint poderia ter dito a eles
que meu nome era Simone, mas eu não ia fingir que gostava
de usar tangas rendadas também.

A picada afiada na ponta do meu dedo chamou minha


atenção de volta para a soldado em pé na minha frente e eu
observei enquanto ela realizava o teste, usando uma caneta
para adicionar meu nome falso enquanto ela a abaixava para
esperar pelo resultados.

Eu a observei enquanto ela fazia um exame de garganta


também e ela me orientou a sentar e esperar enquanto ela
começava a trabalhar em Blake.

Saint se sentou ao meu lado quando ele terminou, sua


coxa pressionando contra a minha enquanto ele mantinha
seus olhos mortos à frente. Nenhum de nós sequer olhou para
o armário onde Tatum ainda estava escondida atrás da cama e
a adrenalina correndo em minhas veias estava fazendo meus
dedos tremerem um pouco.

Parecia que deveríamos estar correndo. Ou lutando.


Qualquer coisa, menos ficar sentado aqui enquanto essas
pessoas armadas farejam e se aproximam para descobrir nossa
garota.

Alguns soldados seguiram para o resto do prédio, em


busca de outras pessoas, apesar de termos dito a eles que
estávamos sozinhos quando eles perguntaram.

Eu notei o passaporte de Saint saindo de seu bolso e


estendi a mão para pegá-lo, precisando de algo para tirar
minha mente de surtar sobre Tatum ser descoberta.
“Rex Power?” Eu murmurei, certificando-me de que minha
voz estava muito baixa para ser levada a qualquer outra
pessoa.

Saint não respondeu, mas aquela sugestão de um sorriso


estava de volta quando ele pegou o passaporte de mim e o
devolveu ao bolso.

Idiota.

Eu bufei uma risada e o cutuquei com meu cotovelo, forte


o suficiente para empurrá-lo alguns centímetros para frente
enquanto eu juro que ele realmente riu também.

Blake e Kyan vieram se sentar conosco depois que seus


testes foram realizados e vimos enquanto os soldados se
moviam ao redor do espaço, abrindo portas, olhando para trás
dos sofás alinhados contra a parede traseira. Um deles até
puxou a cama de volta para abrir a porta do armário onde
Tatum estava escondido, e minha pulsação disparou enquanto
tentava não olhar para aquele lado.

Eu me mexi na cadeira e a mão de Saint pousou na minha


coxa, apertando uma vez com força antes de ele me soltar, um
aviso claro para eu não fazer nada estúpido, mas meu coração
estava batendo forte e minha necessidade de proteger Tatum
estava me oprimindo, me incitando a entrar em ação.

Kyan estalou os nós dos dedos em um movimento que


quase parecia casual, mas deixou-me saber que ele estava se
preparando para uma luta também. Apenas no caso de
precisar. Porque se eles a encontrassem, faríamos tudo e
qualquer coisa para impedi-los de levá-la. Ela não iria acabar
em algum laboratório novamente. Não importa o quanto
custasse mantê-la fora disso.

Mas, felizmente, ele bateu a porta novamente com menos


de um olhar, a prateleira que Kyan tinha recolocado para
escondê-la claramente funcionando.

A soldado checou seu relógio antes de se mover para dar


uma olhada em nossos resultados de teste, fotografando-os
cuidadosamente como se ela tivesse nossos passaportes antes
de digitar no iPad em sua mão.

“Então, qual é o resultado?” Eu perguntei a ela quando ela


não nos contou e ela olhou para mim através de seu visor.

“Eu presumi que você já sabia?” Ela perguntou, me


confundindo, mas é claro que Saint não perdeu o ritmo.

“Seria muito difícil esquecer as semanas que nós quatro


passamos lutando contra o inferno do Vírus Hades,” disse ele
em um tom seco. “Então eu suponho que temos anticorpos
agora que sobrevivemos, mas uma confirmação acalmaria
nossas mentes sobre a ideia de nós pegarmos novamente.”

“Todos vocês quatro sobreviveram?” O sargento Jeffers


perguntou surpreso. “Ninguém do seu grupo morreu?”

“Felizmente não,” Saint cortou. “Mas foi uma batalha


muito disputada.”

“Não é o tipo de coisa que você esquece facilmente,”


acrescentou Kyan. “Eu duvido que algum dia serei capaz de
tossir de novo sem ser lembrado da sensação de meus pulmões
se fragmentando dentro do meu próprio corpo. Mas,
aparentemente, nós somos um bando de bastardos durões,
então nós sobrevivemos.”

O sargento Jeffers acenou com a cabeça como se tivesse


visto histórias suficientes como a nossa para acreditar nisso,
embora eu pudesse dizer que a mulher soldado ficou surpresa
ao descobrir que todos nós sobrevivemos sem perder ninguém
em nosso grupo. Parecia mais simples seguir essa história do
que seria inventar alguém para sofrermos, então não
acrescentei nada.

“Então, temos que nos mudar para algum lugar onde você
está abrigando outros sobreviventes?” Saint perguntou.
“Quanto tempo temos para chegar lá?”

“Não precisa se preocupar com isso, rapaz,” disse o


sargento Jeffers em tom paternalista e se olhares matassem,
Saint provavelmente teria feito sua cabeça explodir no local por
aquele pequeno carinho. “Você pode pegar alguns suprimentos
básicos agora e iremos embora. Existem veículos prontos para
transportá-lo para seu novo local.”

“Nós podemos chegar lá nós mesmos,” disse Kyan,


cruzando os braços. “Basta nos dar um endereço e...”

“A recusa em cooperar pode e irá resultar em prisão sob


lei marcial em defesa de nosso país e de nossos cidadãos,”
respondeu o sargento Jeffers, com a mão caindo para a arma
em seu quadril em um gesto menos do que sutil. “Você vai
tornar isso mais difícil do que precisa ser?”

Nós quatro trocamos olhares pesados, mas já tínhamos


percebido que isso estava por vir, então tínhamos apenas que
aceitar e confiar em nossa garota para sair daqui. Ela esperaria
pelo tio de Kyan e nós sairíamos de seu acampamento antes
que o dia acabasse, então nos reuniríamos com ela. Era a
melhor esperança que tínhamos de todos nós sairmos daqui
inteiros e não importa o quanto eu detestasse a ideia de me
separar dela, não iria arriscar sua vida apenas para mantê-la
dentro da minha linha de visão.

“Tudo bem,” eu disse, levantando minhas mãos em um


gesto apaziguador enquanto me levantava. “Vamos pegar
algumas de nossas merdas e ir em silêncio.”

“Uma bolsa,” respondeu o sargento Jeffers. “Não temos


espaço para carregar muita porcaria.”

“Não temos muito aqui de qualquer maneira,” Blake


respondeu no tom espertinho que ele sempre gostava de usar
comigo quando o estava ensinando e eu poderia dizer que isso
irritou um pouco nosso novo amigo soldado. Ele deveria tentar
ensinar um monte de mauricinhos, intitulados merdinhas dia
após dia. Ele poderia estar acostumado a mandar em soldados,
mas idiotas elitistas eram um outro tipo de besta.

Joguei algumas roupas sobressalentes e minha escova de


dente em uma bolsa, concentrando-me em manter meu rosto
sem emoção enquanto seguíamos os soldados para fora do
cinema abandonado e deixamos nossa garota para trás.

Juro que ia contra cada fibra do meu ser fazer isso e eu


nem tinha certeza se conseguiria. Mas quando Saint colocou a
mão no meu ombro, encorajando-me a seguir os soldados para
fora, fiz meus pés continuarem se movendo. Um na frente do
outro. Passo após passo me levando cada vez mais longe de
Tatum. Mas eu só tinha que me concentrar no fato de que
estávamos afastando os soldados dela também. Isso era o que
era necessário para mantê-la segura e isso era tudo que me
importava.

Descemos a rua do lado de fora com nosso pequeno grupo


de soldados e fomos orientados a subir na traseira de um
enorme caminhão do exército coberto, de onde já havia um
monte de gente esperando que ele partisse.

Hesitei por um momento antes de subir os degraus, me


perguntando se algum dia me sentiria totalmente confortável
na companhia de estranhos novamente ou se eu ficaria para
sempre com essa sensação mesquinha de nervosismo quando
se tratava de interagir com pessoas que eu não conhecia.
Meses de confinamento e medo do vírus Hades definitivamente
mudaram minha visão do mundo. Isso me deixou mais grato
pelas coisas que eu tinha, mais grato pelas coisas que eu uma
vez considerava certas e me mostrou o quão facilmente o
mundo inteiro poderia ser lançado em um turbilhão. Sim, o
vírus havia mudado muito, mas nós sobrevivemos, então
imaginei que estávamos melhor do que alguns e estava
determinado a sair do outro lado da crise com mais força para
isso.

Eu caí em um dos bancos e Saint sentou-se ao meu lado


enquanto Kyan e Blake se sentaram em frente a nós, todos nós
ostentando os mesmos olhares sombrios quando fomos
forçados a deixar nossa garota para trás.

“Antes de embarcar, precisamos que todos vocês dêem


uma olhada neste folheto e nos digam se vocês viram essa
garota em algum lugar nas últimas semanas,” disse o sargento
Jeffers, entregando o folheto a Saint e depois passando à mim.
O meu maldito coração deu um salto quando vi a fotografia de
Tatum em seu uniforme escolar.
Saint nem mesmo piscou, é claro, estudando a imagem
por alguns segundos antes de balançar a cabeça e passá-la
para mim. Eu dei um longo olhar, então murmurei um não
antes de passar para o cara mais próximo de mim.

Blake bocejou amplamente enquanto a coisa fazia seu


caminho ao redor do caminhão e eu não pude deixar de olhar
de lado para todos que olhavam para ela. Tínhamos sido muito
cuidadosos em ficar fora de vista desde que chegamos aqui,
mas você nunca poderia ter certeza de que não tínhamos sido
detectados. E se alguém a tivesse visto quando ela e Blake
fugiram para visitar seu pai? Ou quando estávamos entrando
e saindo do prédio? O que faríamos se aqueles idiotas do
exército voltassem para o cinema e a trouxessem até aqui? Eu
estava prestes a levar um tiro tentando tirá-la de seus braços?

Tentei não pensar em como isso poderia acontecer, mas


era impossível. Minha vida valia a pena ser oferecida em
sacrifício por Tatum Rivers. Depois de ver o quão fraca e
magoada ela estava pelo pessoal de Troy Memphis, não havia
nenhuma maneira de deixá-lo chegar perto dela novamente.
Mas rezei para que a morte não fosse o que custaria para salvá-
la, porque ainda planejava estar lá quando Troy caísse em
desgraça, molhando minhas mãos em seu sangue e marcando
sua morte em meu corpo para mamãe e Michael.

O panfleto voltou para Blake e ele o deu para Kyan, que


soltou um assobio baixo.

“Puta merda, se você encontrá-la, pode dar meu número


a ela?” Ele perguntou com um sorriso. “Ela parece o tipo de
garota com quem eu poderia me divertir muito ficando pelado.”
“Ela é gostosa pra caralho,” Blake concordou e o sargento
Jeffers arrebatou o panfleto deles.

“Ela também é uma mulher procurada que pode ter


ajudado a liberar o vírus Hades para o mundo, então talvez
você deva ser mais seletivo sobre em quem você quer enfiar seu
pau,” ele retrucou.

“Bem, eu ainda poderia odiá-la muito bem,” Kyan


raciocinou. “Mas eu não posso garantir que ela viria em silêncio
- entendeu?2“

O sargento Jeffers soltou um suspiro de frustração que


momentaneamente embaçou seu visor antes dele pular para
fora do caminhão e bater na lateral dele algumas vezes para
fazer o motorista andar e nós decolamos rua abaixo. Foi um
alívio saber que eles acreditaram em nossas besteiras, mas o
nó de tensão em meu peito ainda não diminuiu.

“Eu não gosto disso,” murmurei, minha voz tão baixa que
apenas os outros Guardiões da Noite seriam capazes de me
ouvir.

“Ela é uma mulher forte e capaz,” Saint respondeu como


se eu precisasse ser lembrado desse fato. “Além disso, Simone,
precisamos nos concentrar em como exatamente vamos sair
dessa, porque do jeito que está, acho que somos nós que
estamos em pior situação.”

“Simone?” Blake perguntou, rindo do meu nome falso.

2 Trocadilho com a palavra vir. Também significa gozar.


“Simone Dipsickle,” Saint confirmou, aquele sorriso
presunçoso quase em seus lábios novamente enquanto eu
rosnei irritada para ele.

“Você é um idiota,” murmurei, permitindo-me um


momento de diversão também.

“Eu não tive nenhuma palavra a dizer sobre os nomes,”


Saint respondeu, mas ele estava tão cheio de merda que eu
praticamente podia sentir o cheiro.

“Sim, claro. Eu acho que o fato de que Rex significa rei não
tem nada a ver com o seu nome, Sr. Power.”

Kyan riu alto e eu olhei para as outras pessoas no


caminhão, mas eles pareciam ter notado a vibração perigosa
que nosso grupo emitia e todos se afastaram de nós. Coisa boa
também, porque eu não queria que ninguém respirasse perto
de mim, mesmo que estivéssemos vacinados agora.

“Qual é o seu então?” Eu perguntei aos outros.

“Rodger Cumming,” Blake bufou.

“Levi Grinder,” Kyan acrescentou com um sorriso sujo pra


caralho.

“Que porra é essa?” Eu reclamei. “Como podem ser


estrelas pornôs enquanto eu sou a porra da Dipsickle?”

“Talvez, você não deveria ter mentido para mim sobre sua
identidade passada,” Saint disse em voz baixa, encolhendo os
ombros. “Você sabe que tenho o poder de erradicar a sua
persona mal fabricada de 'Nash Monroe' e torná-la para sempre
Simone Dipsickle, não é? Talvez você deva se lembrar disso no
futuro, se pensar em mentir para mim novamente.”

Meus lábios se abriram, mas eu sabia que não havia


sentido em discutir com o Diabo, especialmente depois que isso
fosse feito, então eu simplesmente soltei uma risada e
incorporei minha Simone interior. Eu só esperava que ela fosse
uma vadia durona, porque quando lancei meu olhar sobre as
fileiras de veículos militares alinhados nas ruas, tive a
sensação de que ela deveria ser se esperássemos seriamente
sair dessa.
Eu me forcei a esperar até que os sons do exército nas
ruas lá fora tivessem passado muito antes de eu me mover.
Cada músculo do meu corpo estava com cãibras quando
empurrei a porta do armário, empurrando a cama para fora do
caminho enquanto voltava para o quarto. Levei um momento
para pegar tudo o que estava escondido lá comigo, jogando o
pacote completo na cama com o bastão de Kyan antes de
colocar a caixa de vacinas de volta na geladeira. Peguei meu
telefone, ligando-o novamente enquanto meu coração batia
ferozmente no meu peito.

Meus Guardiões da Noite se foram. E por mais capazes


que eu soubesse que eles eram, isso não me fez sentir melhor
sobre isso. Então, faria tudo ao meu alcance para chegar até
eles.
Toquei no aplicativo que poderia usar para contatá-los,
enviando uma mensagem quando minha respiração ficou um
pouco mais pesada.

Tigresa:

Vocês estão bem??

Koala:

Muito bem, baby. Eles nos levaram além da barricada para


fora da cidade. Iremos embora assim que chegarmos ao
acampamento. A Lula tem um plano.

Falei com meu tio Narwhal, ele estará com você em breve.

Escorpião:

Não vou responder a 'Lula'.

Babuíno:

Você acabou de fazer!

Noturno:
* emoji de lula *

Sinto sua falta, Tigresa, eu pretendo roubar você desses


idiotas quando eu te ver da próxima vez e conseguir * emoji de
pretzel * real com você.

Babuíno:

Oh merda, posso entrar nessa ação de * emoji de pretzel *?

Koala:

Estarei muito ocupado * emoji de polvo * dando a porra dela


para vocês tentarem isso.

Tigresa:

Que bom que vocês estão levando essa situação a sério...


vocês poderiam pelo menos ser um pouco * emoji de cebola *
sobre isso.

Babuíno:

Nada pode nos afastar de você, querida, estaremos de volta


dentro de você em um piscar de olhos
Escorpião:

Eu terminei com essa conversa. Vejo você em breve,


Tigresa.

Noturno:

Tchaaaau Lula * emoji acenando *

Escorpião:

Use pelo menos pontuação e gramática adequadas, seu


idiota.

Babuíno:

ACHO que eliminamos a Lula, o que vocês acham?

Escorpião:

Vou deixar todos vocês para trás quando eu escapar.

Tigresa:
Você não pode fazer isso! Eu preciso de todos vocês para *
emoji de transferência * no meu * emoji da cesta de lixo * quando
eu os ver novamente.

Koala:

PORRA. SIM. Eu primeiro. * emoji de lula *

Escorpião:

Ha! Você deu o jogo. A lula é claramente usada como um


símbolo de excitação.

Coala:

Bem, agora você me fez sentir * emoji de lula * sobre isso *


emoji chorando *

Escorpião:

Porra, eu desisto.

* Escorpião saiu da sala de chat *


Tigresa:

Amo vocês, pessoal. Fiquem seguros bjsss

Guardei meu telefone assim que um baque alto veio do


andar de baixo e peguei o bastão de Kyan, levantando-o
defensivamente. Passos pesados bateram em direção à porta e
eu pesei minhas opções contra quem estava do outro lado dela.
Eles pareciam um grande bastardo.

Dane-se isso.

Peguei a arma da bolsa em cima da cama, trocando o


bastão por ela. Esstava optando por balas em vez de força
muscular. Era definitivamente a melhor opção agora. Eu o
preparei, mirando, minha respiração saindo irregularmente.
Mantenha sua cabeça, Tatum. Se eles tiverem uma arma, atire
primeiro.

A porta se abriu e meu coração deu um salto em minha


garganta quando encontrei um homem enorme apontando
uma marreta para mim. Ele era pelo menos tão alto quanto
meus Guardiões da Noite, embora pudesse ter alguns
centímetros mesmo em Kyan e seu cabelo loiro sujo estava
penteado para longe de seu rosto de uma forma casual eu-dou-
a-foda que muitos homens gastam horas tentando aperfeiçoar.
Achei que era natural para ele, porque eu realmente não
conseguia imaginá-lo diante de um espelho e se enfeitando.
Tatuagens coloridas rastejaram sobre suas mãos e seu pescoço
e o sorriso em seu rosto era psicopata.
Niall começou a rir, jogando a marreta por cima do ombro
para descansar lá e a tensão saiu do meu corpo quando o
reconheci. Embora eu pudesse apostar que praticamente
qualquer pessoa que encontrou esse homem monstruoso
escurecendo sua porta teve uma reação muito diferente ao vê-
lo.

“A cavalaria está aqui!” Ele anunciou com seu sotaque


irlandês, sua voz tão profunda e rica quanto a de seu sobrinho.
Ele entrou na sala como se fosse o dono, esculpindo os dedos
tatuados sobre o queixo mal barbeado e observando o
apartamento.

“Obrigada por vir,” eu disse sinceramente.

“É uma coisa estranha para me agradecer, mas vou dar


seus cumprimentos à meia que foi uma amante de primeira
linha esta manhã.” Ele avançou enquanto eu bufei uma risada
surpresa. “É bom ver você, moça.”

Eu olhei por cima do ombro, esperando que mais da


família de Kyan aparecesse, mas ninguém apareceu.

“Está todo mundo lá embaixo?” Perguntei.

“Não, sou só eu. A menos que você esteja se referindo aos


fantasmas do meu passado, eles estão aqui também, mas não
são muito bons em uma luta. Ou muito divertidos sair o tempo
todo, se estou sendo totalmente franco. E por falar em
brigas…”

“Você veio sozinho?” Eu questionei com preocupação


enquanto ele olhava ao redor do lugar, observando as possíveis
saídas e parecendo que ele estava apenas meio me ouvindo.
“Sim. Pensei em trazer o resto da família, mas hoje estou
me sentindo meio maluco e todos eles me irritam pra caralho,
então decidi me rebelar e fazer isso sozinho. Não se preocupe,
eu tenho um plano.”

“O que é isso?” Eu perguntei nervosamente, esperando


que fosse malditamente bom porque se Saint e os outros
tivessem certeza de que precisaríamos de um exército O'Brien
para me tirar daqui, então estava inclinada a confiar no
julgamento deles sobre o de Niall.

“Não tenho certeza ainda. Mas vai chegar até mim. Sempre
faz.” Ele me lançou um sorriso e recusei, me perguntando se
Kyan havia julgado seriamente mal o quão boa a palavra de
seu tio era, porque parecia um inferno de que ele iria
improvisar.

Sem dúvida Saint estava tendo um aneurisma por causa


da mera ideia disso em algum lugar enquanto conversávamos,
sentindo no vento que alguém tinha acabado de proferir as
palavras ainda não certas sobre um plano que já estávamos no
meio.

Gritos soaram lá embaixo, fazendo meu pulso pular como


uma britadeira e meu aperto na arma aumentar.

“Precisamos ir.” Niall pegou a bolsa na cama, colocando-a


no ombro e segurando a marreta pronta para balançar.

Corri para a geladeira, tirando a caixa de vacinas e


colocando-a em uma mochila antes de colocá-la. Deslizei o taco
de Kyan sob as alças sobre meus ombros para mantê-lo lá, em
seguida, acenei para Niall. O cara tinha alguns parafusos
faltando, mas eu não tinha muita escolha em confiar nele
agora. Ele tinha entrado na cidade, então só esperava que ele
tivesse uma maneira de nos tirar também.

“Tudo bem, moça, fique perto do meu lado. Estamos


saindo daqui.” Ele correu até a porta, em seguida, tirou uma
granada do bolso e puxou o pino com os dentes.

“Niall!” Eu engasguei de medo.

“Não vai explodir até que eu esteja pronto para explodir,”


disse ele calmamente e minha garganta engrossou quando ele
começou a correr escada abaixo, mantendo o polegar no
gatilho. Mas um movimento em falso e ele mandaria nós dois
para o inferno, então não fiquei exatamente tranquila com suas
palavras.

Corri atrás dele enquanto chegávamos ao foyer e Niall


jogou a granada antes mesmo que eu soubesse o que estava
acontecendo. Os soldados começaram a gritar e fugir quando
a granada ricocheteou no tapete e o cronômetro dentro dela
diminuiu. Niall me arrastou em direção a uma saída de
emergência no momento em que um estrondo encheu minha
cabeça e uma nuvem de fumaça rosa e glitter explodiu sobre
nós. Olhei para trás com surpresa, a granada claramente
apenas uma isca enquanto enchia o saguão em uma névoa
cintilante enquanto Niall me puxava para um beco.

“E agora?” Exigi, mas Niall não respondeu, empurrando a


porta de saída de emergência fechada e casualmente
pendurando uma bugiganga de Natal na maçaneta da porta.

“Agora você vai querer correr para salvar a porra da sua


vida, moça.” Ele correu para fora do beco e não precisei ouvir
duas vezes do Sr. Psicopata, correndo atrás dele e virando a
esquina assim que um estrondo ensurdecedor veio atrás de
nós, fazendo meu coração bater como um louco.

Niall continuou correndo, verificando continuamente se


eu estava atrás dele enquanto ele movia ao longo da rua. E eu
com certeza estava. Eu não iria me desviar um pé do lado dele
porque o cara estava tomando um banho louco pela cidade e
talvez fosse isso que precisávamos para sair.

“Ei - pare!” Uma mulher gritou e então um barulho de tiros


soou em meus ouvidos e abaixei minha cabeça com um
suspiro, me empurrando ainda mais rápido.

Niall parou na rua, tirando uma pistola de seu quadril e


respondendo ao fogo. “Continue!” Ele latiu para mim. “Naquele
beco.” Ele apontou para a direita e fugi para lá, pressionando
minhas costas contra a parede bem na beirada dela e olhando
para trás por onde vim com minha arma levantada. Havia um
enorme veículo blindado no final da rua com soldados saindo
dele enquanto dois deles atiravam em Niall. O idiota louco
atirou neles abertamente, se esquivando e ziguezagueando
para a esquerda e para a direita assim lhe daria alguma
proteção.

“Niall!” Eu gritei ansiosamente quando as balas passaram


assobiando por ele. Ele lançou outra granada rua abaixo e
gritos de proteção vieram dos soldados enquanto ela ressoava
no chão.

Niall correu atrás de mim quando um estrondo


ensurdecedor dividiu o ar e fiquei boquiaberta enquanto ele
colocava as mãos nos meus ouvidos para me proteger do
barulho.
“Você ao menos sabe o que é uma bomba e o que não é?”
Eu perguntei quando ele deixou cair suas mãos.

Ele encolheu os ombros. “As vezes. Principalmente é um


mergulho de sorte o que tiro do meu cinto. Ele deu um tapinha
no cinto tático em volta da cintura, em seguida, avançou na
minha frente pelo beco, erguendo a marreta acima da cabeça e
batendo-a em uma porta de madeira na parede oposta. Ele
enfiou a mão pelo buraco, destrancando-o e abrindo-o,
curvando-se para mim enquanto gesticulava para que eu
seguisse em frente. “Minha dama.”

Seus métodos eram a insanidade do próximo nível, mas


eu apenas tinha que apoiá-los e esperar que dessem certo.
Corri para dentro e ele correu atrás de mim, fechando a porta
e subimos correndo uma escada escura quando mais gritos
soaram em algum lugar na rua. Corri a toda velocidade, nós
dois nos movendo mais e mais rápido enquanto o suor gotejava
na minha nuca. Meu desespero para sair da cidade e me reunir
com meus Guardiões da Noite dirigia cada um dos meus
movimentos. Eu não iria decepcioná-los. Eu voltaria para eles,
não importa o quê.

“Vá para o telhado,” Niall insistiu pouco antes do rugido


de um helicóptero soar acima. “Tudo bem, não vá para o
telhado.” Ele me puxou bruscamente para fora da escada e
gritou um grito de guerra enquanto descia por uma porta à
nossa frente, fazendo-a voar para fora das dobradiças quando
ele caiu de cara no apartamento de alguém.

Uma mulher gritou enquanto eu o seguia até o local e ela


saltou do sofá, se escondendo atrás dele enquanto Niall rolava
e ficava de pé novamente.
“Não precisa ser dramática, amor,” disse Niall, correndo
até a porta deslizante que dava para uma varanda. Ele abriu,
sacudindo a cabeça para me chamar atrás dele e lancei um
olhar de desculpas para a mulher encolhida antes de seguir.

Subimos três andares com vista para um grande parque


que se estendia em direção a um lago à distância. Havia uma
casa de barcos de pedra ao lado dela e agarrei a camisa de Niall
em minha mão enquanto o girei para apontá-la.

“Nós poderíamos ir para lá,” eu disse. “Não vamos sair da


cidade agora até que percam nosso rastro.” Apontei para as
árvores que corriam quase todo o caminho até lá através do
parque. “Podemos ficar protegidos.”

O helicóptero circulou em algum lugar atrás de nós e


rapidamente pressionamos as costas contra a parede. A
varanda era coberta por um telhado de plástico, mas não valia
a pena correr o risco de ser vista.

“Tudo bem,” Niall concedeu. “Faremos seu plano com uma


pitada de minha ideia.”

“E qual é a sua ideia?” Eu perguntei nervosamente quando


ele mudou o controle da marreta.

“Vou causar uma distração e você vai correr para aquela


casa de barcos como o porquinho que foi para casa,” disse ele
rispidamente.

“É uma má ideia,” eu rosnei.

“Por que? Você só tem que ir até o fim...”


Eu bati em seu braço e seus olhos se arregalaram de
surpresa. “Não, nós não estamos nos separando. Se eles te
virem, você está ferrado.”

“O exército vai se arrastar por todo este lugar em minutos,


moça,” Niall raciocinou. “Não há tempo para grandes planos.”

Observei as poucas pessoas andando no parque com os


rostos cobertos por máscaras e sabia o que tínhamos que fazer.

“Ok, você pode amarrar aquela mulher e amordaçá-la para


impedi-la de nos entregar?” Eu perguntei e Niall sorriu.

“Apenas me chame de Christian Grey na velocidade.” Ele


tirou um zíper do cinto e voltou para dentro.

Eu o segui, concentrando-me no que eu tinha que fazer


como correr para o quarto da mulher e tentar não me sentir
culpada quando ela começou a gritar novamente. Vasculhei
seu armário, pegando alguns casacos masculinos grandes, um
chapéu e algumas máscaras. Corri de volta para Niall,
encontrando a mulher amarrada no sofá com uma batata
enfiada na boca.

“Essa é uma obra de arte sangrenta,” ele anunciou,


pegando seu telefone para tirar uma foto. Ele enfiou a mão em
sua bolsa no chão, tirando sua bolsa e lendo o nome em sua
identidade “Telisha Collins, humm, não se mova agora, moça.
Vamos ver por quanto tempo você consegue equilibrar isso na
sua cabeça.” Ele colocou sua identificação em sua cabeça, em
seguida, jogou a bolsa de volta em sua bolsa.

“Vamos,” eu sibilei impacientemente, agarrando seu


braço.
“Este é o Esquadrão de Defesa do Hades do Estado de
Sequóia, por favor, evacuem este prédio imediatamente,” uma
voz soou através de um megafone em algum lugar do prédio e
minha respiração acelerou. Estávamos ficando sem tempo. E
eu não seria pega.

Corremos para a varanda e joguei para Niall um casaco


preto e uma máscara enquanto vestia os meus. Prendi meu
cabelo no gorro preto e apontei para a marreta de Niall. “Você
tem que deixar isso.”

“Mas Maria.” Ele o abraçou contra o peito assim que


alguém gritou uma ordem de volta ao prédio.

“Niall,” eu assobiei. Ele realmente chamou aquela coisa de


Maria? “Largue-o.”

Ele beijou o maldito martelo, parecendo que estava


deixando um filho amado para trás quando o colocou no chão
e deu-lhe uma saudação de adeus. Em seguida, ele saltou para
o lado da varanda, alcançando um cano de esgoto. “Você quer
ir nas minhas costas, moça?”

“Eu consigo,” disse com firmeza e ele sorriu como se


estivesse impressionado quando começou a descer. Eu fiz meu
caminho até o cano e o segui, nós dois alcançando o chão e
disparando pela estrada em direção ao parque sem o
helicóptero fazer outra aparição.

Eu puxei a manga de Niall para atrasá-lo enquanto


caminhávamos pelo portão lado a lado, sua mão de repente
passando pela minha como se ele fosse um cavalheiro
acompanhando uma senhora. O que era tão convincente
quanto um cavalo acompanhando um pombo, mas tanto faz.
O som de um caminhão pesado rolando pela estrada atrás
de mim me fez virar e minha língua parecia pesada enquanto
mais soldados saíam dele, caçando a área. Nós escorregamos
para as árvores, caminhando ao longo de uma trilha de cavacos
de madeira em direção à casa de barcos enquanto meu corpo
zumbia com adrenalina. Isso pode ter sido uma loucura, mas
eu não podia negar que estava prosperando com a selvageria
disso.

“Ela era uma boa menina. Dez mortes em seu nome,” Niall
disse, sua voz melancólica e percebi que ele estava falando
sobre a marreta.

“Você pode conseguir outra,” eu respirei, lutando contra o


desejo de olhar para trás novamente enquanto mais ordens
eram ladradas por um dos sargentos.

“Não haverá outra como Maria,” ele suspirou.

“Maria teria querido que você seguisse em frente,” eu


sussurrei, não querendo que ele se perdesse completamente.

Niall O'Brien era seriamente volátil e quem sabia o que ele


poderia fazer se tivesse um colapso emocional por causa de
Maria. Eu precisava levá-lo para aquela casa de barcos porque
ele era minha passagem para fora desta cidade e de volta para
meus homens. E mais do que isso, ele era importante para
Kyan. O único membro de sua família que ele realmente
amava. Então eu não iria arriscar que nada acontecesse com
ele apenas por esse motivo.

“Ela fez um som tão bonito quando batia em um crânio,


era música, moça, música,” lamentou.
“Ela deve ter tido alguns pontos negativos,” eu tentei, meu
nariz enrugando com a imagem mental indesejada.

“Bem...” ele começou pensativo. “Parando para pensar


sobre isso, sua cabeça ficava solta de vez em quando. A cadela
me decepcionou no momento crucial da morte uma vez. Ela fez
um trabalho realmente sujo naquele dia.”

Tentei não imaginá-lo quebrando crânios, mas foi muito


difícil. Niall realmente era um psicopata doido, mas eu não iria
reclamar disso quando ele arriscou o pescoço para me salvar.
“Vê? Você pode fazer melhor.”

“Você está certa,” ele rosnou. “Eu mereço uma arma na


qual posso confiar.”

Avistei a casa de barcos por entre as árvores e aceleramos


um pouco o passo, meu coração batendo forte quando o
helicóptero soou ao longe. Mas, felizmente, não estava perto
daqui.

Corremos para o prédio de pedra, encontrando uma


corrente fina e um cadeado segurando a porta fechada. Niall
tirou uma chave de fenda do cinto, enfiou-a em um dos elos da
corrente e torceu com força, usando a força bruta para quebrá-
la. Ele empurrou a porta, me empurrando para dentro e
seguindo atrás, trazendo a corrente quebrada com ele e
fechando a porta. Ele pegou um remo para uma canoa e usou-
o para barrar a porta enquanto eu olhava ao redor. O lugar
estava frio e cheio de pedalinhos e canoas. Uma veneziana foi
fechada, o que impediu qualquer pessoa de acessar os barcos
do cais que levava para dentro, então ficamos completamente
isolados aqui. E isso foi perfeito.
“É melhor esperarmos aqui até escurecer,” disse Niall
enquanto se movia para se sentar em um barco a remo no
concreto ao lado da água e sacudindo a cabeça para que o
seguisse.

Eu entrei atrás dele, sentando ao seu lado e ele passou


um braço em volta dos meus ombros, me dando tapinhas sem
jeito. Foi estranhamente doce, especialmente porque tive a
sensação de que o cara não fazia carinho com frequência. Eu
não pude deixar de pensar em sua esposa, a mulher que ele
perdeu e vingou todos aqueles anos atrás. Alguma coisa
quebrou nele depois de perdê-la? Ou ele sempre foi assim? De
alguma forma, senti que era uma mistura de ambos, mas não
fui burra o suficiente para perguntar a ele qualquer coisa sobre
a mulher que ele perdeu. Eu estava supondo que ele
encontraria esse tipo de gatilho e ele não era o tipo de cara que
eu queria detonar. Inferno, ele fez meus Guardiões da Noite
parecerem exemplos na comunidade. E se ele estava chateado
com Maria, então mencionar sua esposa morta parecia uma
ideia seriamente perigosa. Mas me deixou triste, saber que ele
experimentou tanta dor e me perguntei se ele alguma vez se
abriu com Kyan sobre isso. Eu esperava que eles estivessem
perto o suficiente para conversar sobre as coisas difíceis,
porque se não o tivesse, tinha a sensação de que ele estaria
sozinho no mundo. E ninguém merecia isso.

“Eu já te contei sobre a vez em que espetei um barbeiro


em um forcado?” Ele perguntou em tom de conversa.

“Não,” eu disse com uma risadinha. “Já nos falamos duas


vezes em nossas vidas, então...”
“Bem moça, é uma história e tanto. Tudo começou no dia
em que acordei amarrado a um radiador vestido como um
Moomin3...”

3 Personagem de desenho parecido com um cavalo.


Nós dirigimos para o leste por várias horas, sacolejando
na traseira do caminhão do exército com incontáveis outros
veículos como o nosso indo na mesma direção e tantos outros
vazios voltando para a cidade também.

Estava frio na parte de trás do caminhão aberto, a tela


frágil acima oferecendo apenas a menor quantidade de
proteção contra a chuva que vinha caindo sobre nós na última
hora. Achei que o tempo estava apenas refletindo como eu me
sentia com a distância que crescia entre nós e nossa garota.

Niall tinha enviado uma mensagem para me deixar saber


que ele estava com ela e iria tirá-la da cidade, mas não tinha
ouvido nada desde então e não saber estava me deixando
louco.

Nós quatro tínhamos feito os outros membros da nossa


caminhonete moverem suas bundas para fora do banco na
parte de trás da cama dentro da primeira hora de chegar aqui
para que pudéssemos sentar de costas para a cabine na melhor
posição disponível, mas ainda era péssimo pra caralho. E por
'nós quatro' realmente quis dizer eu. Nash parecia um pouco
menos do que impressionado quando eu levantei minha bunda
e disse aos filhos da puta que estavam sentados aqui para
desocupar enquanto Saint tinha um olhar em seu rosto que
dizia que era a maldita hora. Eu não me importava se estava
apenas provando o quão idiota eu era por fazer isso também.
Este era um mundo que come cachorro, e eu era um lobo que
veio devorar todos eles. Quanto mais cedo eles aprendessem,
mais rápido eles descobririam que era melhor ficar fora do meu
caminho.

O caminhão finalmente parou e soltei um suspiro de


frustração quando me levantei, odiando o quão longe tínhamos
acabado de chegar de nossa garota enquanto repassava as
melhores maneiras de dar o fora daqui e voltar para ela assim
que pudermos. Mas, como Saint havia apontado em várias
ocasiões, eu não era realmente o cérebro dessa equipe, então a
maioria dos meus planos dependia de espancar alguns
soldados, roubar suas armas e atirar para sair daqui. Sem
dúvida Saint iria inventar algo um pouco menos suicida.

“Fila F!” Um soldado gritou, como se isso devesse


significar algo para nós quando ele destrancou a traseira do
caminhão para nos deixar todos fora.

Abri caminho através da multidão de pessoas que nos


cercava enquanto eles se levantavam para descer e eles
rapidamente se encolheram para fora do caminho para deixar
nós quatro passarmos.

Minha altura tornava fácil ver, por cima da enorme


multidão de pessoas, as diferentes filas que haviam sido
formadas com letras penduradas acima das entradas das
tendas brancas à nossa frente.

Pulei e apontei o caminho para a fila para a Tenda F,


disparando no meio da multidão e empurrando para o lado
qualquer um que não me visse chegando rápido o suficiente
para se mover.

“Eu não estou parado na porra de uma fila,” Saint rosnou


atrás de mim e bufei uma risada enquanto olhava ao redor.

“Claro que não, Vossa Alteza,” zombei. A ideia de Saint


Memphis na fila com as normas era ridícula, mesmo que eu
tivesse gostado de ver.

Os soldados cercavam a multidão em um perímetro


frouxo, cada um deles armado com rifles e parecendo mais do
que pronto para parar qualquer um que tentasse sair.

“Eu estou supondo que nossa melhor aposta é entrar


antes de tentar escapar,” Monroe murmurou, ecoando meus
pensamentos e eu assenti.

“Vamos nos apressar e entrar então,” Saint concordou.


“Eu não estou perdendo mais tempo longe da nossa garota do
que o necessário.”

Eu balancei a cabeça e assumi a liderança novamente,


abrindo meu caminho no meio da multidão em direção à frente
da fila, ignorando os protestos das pessoas que já estavam
esperando aqui por horas enquanto eu fixava meus olhos no
início da fila. Saint não era o único de nós que não seria forçado
a ficar por aqui. Eu posso ter sido menos claro do que meu
amigo elitista, mas ainda era um idiota no coração, e em casos
como este eu não me importava com isso.

Chegamos à frente da fila e me coloquei na frente do cara


ali, dando a ele um olhar duro que prometia que eu iria
arrancar seus dentes se ele tentasse lutar contra mim. Ele
baixou o olhar para o chão quando suas bochechas ficaram
vermelhas com fúria silenciosa e uma sensação de injustiça
que sem dúvida o manteria acordado à noite. Não eu, porém -
eu estaria dormindo como um bebê perfeitamente confortável
em meus caminhos idiotas e não pensando sobre o fato de que
tinha arruinado seu dia já de merda novamente.

Uma soldado saiu da tenda para nos chamar para a frente,


parando quando ela pareceu perceber que não éramos as
pessoas que estavam aqui trinta segundos atrás antes de
decidir claramente que ela não dava a mínima e me chamando
para frente.

“Nós ficaremos juntos,” eu disse firmemente enquanto os


outros Guardiões da Noite se colocavam atrás de mim.

“Você pode esperar por eles do outro lado,” ela protestou


e balancei minha cabeça.

“Não. Nós somos irmãos. Nós ficamos juntos,” Saint


cortou. Não há espaço para negociação.

A soldado franziu a testa, parecendo que ela já tinha


ouvido muita merda das pessoas hoje. E embora eu não
pudesse ver todo o seu rosto por trás da máscara de ventilação
que ela estava usando, eu poderia dizer que ela era bem jovem
e me perguntei se uma abordagem diferente funcionaria
melhor com ela.
“Olha,” eu disse, suavizando meu tom e me aproximando
um pouco mais dela como se eu fosse razoável e essa merda.
“Já passamos por muito - perdemos gente, tenho certeza que
você entende. É difícil lá fora e fizemos um pacto para não nos
separarmos até que tudo isso acabasse. Seria realmente a pior
coisa para nós apenas passar por isso... O que quer que esteja
lá juntos?”

Seu olhar vagou pelo meu rosto e o olhar sincero de merda


que eu estava dando a ela, então ela suspirou enquanto olhava
para os três homens nas minhas costas. Blake se aproximou e
deu a ela seu lindo sorriso de flerte de menino e pude vê-la
ceder quando ele juntou as mãos em um gesto de oração.

“Vamos lá então. Nós permitimos que grupos familiares


sejam processados juntos de qualquer maneira, então vendo
que vocês são irmãos...” Ela lançou um olhar duvidoso sobre
nossas características imensamente diferentes e tons de pele
antes de revirar os olhos como se ela não tivesse nela para nos
alertar sobre isso. “Só não faça merda nenhuma. Se eu tiver
que fazer, vou arrastar suas bundas para o bloco de detenção
eu mesma.”

Dei a ela meu melhor sorriso enquanto Blake piscava para


ela e tinha certeza de que ela desmaiou um pouco. Ela liderou
o caminho para a tenda e soquei o ombro de Blake por flertar
com ela enquanto ele me dava um olhar neutro que deixava
claro que ele não tinha interesse em ninguém além de Tatum.
O que eu sabia, mas como marido dela, eu sentia que era meu
dever manter os namorados dela na linha.

Entramos na tenda branca e encontramos outro soldado


esperando lá para nos revistar.
“Precisamos ter certeza de que nenhum de vocês está
carregando nenhuma arma,” disse ele, acenando para um de
nós dar um passo à frente. Eu fiz as honras, estendendo meus
braços e tudo enquanto ele começava a passar suas mãos
sobre mim. “E temos que confiscar os telefones celulares por
um curto período de tempo também.”

Meus ouvidos apuraram com aquele anúncio casual,


como se pegar o telefone das pessoas não fosse uma merda.

“Por que você quer os telefones das pessoas?” Perguntei.

“Vem de cima. Você teria que perguntar a alguém mais


importante do que eu se quiser saber disso. Mas não se
preocupe, vamos empacotar para você e você vai receber de
volta em breve.”

“Não tenho telefone,” respondi casualmente, esperando


que ele não quisesse verificar dentro das minhas botas.
“Quebrou há algumas semanas e não foi exatamente possível
substituí-lo.”

“Vou ter que verificar se há armas em você,” ele


respondeu, parecendo cansado. Os outros iriam obviamente
perder seus telefones, mas só precisávamos do meu para ter
certeza de que eu poderia entrar em contato com Niall e
verificar Tatum.

“E se eu mesmo for uma arma?” Eu perguntei, decidindo


deixar por isso mesmo. “Você vai me confiscar?”

A soldado riu enquanto o cara que me procurava apenas


murmurou algo irritado antes de passar as mãos por dentro
das minhas pernas. Sua mão ficou alta e eu estava a um
segundo de tirá-lo de cima de mim antes que ele se afastasse e
me direcionasse para o outro lado da tenda, onde uma
enfermeira estava esperando.

“Precisamos tirar um pouco de sangue para confirmar que


você definitivamente tem alguns anticorpos ativos, então
vamos testar a eficácia desses anticorpos. Posso ter sua
identidade?” Ele perguntou quando eu sentei no banquinho ao
lado dele.

“Certo.”

Joguei para ele meu passaporte falso e ele rapidamente


tirou uma foto com o iPad ao lado dele e me fez assinar no final
da página, o que fiz com um vago rabisco que poderia ser meu
nome falso ou qualquer coisa na verdade. Então ele me colocou
em pé em uma balança, mediu minha altura e verificou minha
pressão arterial. Quando ele acabou com tudo isso, ele ouviu
meu coração e pulmões com um estetoscópio, fez mais
anotações no iPad e finalmente preparou uma seringa para
tirar meu sangue.

Olhei para Saint enquanto enrolava minha manga para


trás, me perguntando se eu deveria deixar esse cara tirar uma
amostra de mim agora que eu tinha a vacina, mas Saint apenas
deu um leve aceno de cabeça, me informando que
precisávamos continuar jogando. Achei que o principal era que
não chamássemos nenhuma atenção para nós por enquanto e
tornamos mais difícil do que o necessário para escaparmos
deste lugar.

“Você estaria disposto a doar mais sangue em busca de


uma vacina se sua amostra indicar sua adequação?” A
enfermeira me perguntou e eu dei de ombros.
“O quê tem pra mim?” Perguntei.

“Você nos ajudaria a acabar com esta pandemia,”


respondeu ele, claramente não gostando da minha atitude.

“Certo. Mas estou falando pessoalmente. Quer dizer, eu já


sobrevivi ao vírus Hades, então não preciso de uma vacina.
Presumo que você esteja oferecendo algum tipo de
compensação financeira ou algo assim, se espera por mim doar
meu sangue?”

“Bem... não,” disse a enfermeira, franzindo a testa como


se pensasse que eu era um idiota total e sorri amplamente para
ele antes de me levantar. “Fala-se de uma possível redução de
impostos futura como um incentivo, mas ainda não foi
oficialmente...”

“Isso vai ser um não da minha parte, então,” eu disse.


“Não tenho interesse em me tornar uma almofada de alfinetes
sem motivo.”

Não esperei que ele discutisse comigo sobre isso antes de


me afastar para que Saint pudesse tomar meu lugar. Eu me
levantei e esperei pacientemente até que os outros tivessem
seguido a mesma rotina que eu, então o primeiro soldado veio
nos conduzir pelos fundos da tenda e para fora novamente.

“Você receberá uma área de dormir - por enquanto, tudo


é bastante básico e pedimos desculpas por isso, mas é seguro,
quente, seco e haverá refeições quentes fornecidas nas tendas
do refeitório três vezes ao dia. Nos próximos dias, vamos dar
uma olhada e atribuir alocações de trabalho a todos, o que
incluirá a construção de melhores acomodações e prevemos ser
capaz de tirar as pessoas das tendas dentro de um mês, no
máximo.” Ela foi até uma impressora e tirou dois pedaços de
papel antes de entregá-los para nós. “Este é um mapa do
acampamento. As tendas do refeitório, chuveiros, banheiros,
banheiros e espaço para exercícios estão todos claramente
identificados e os quatro de vocês foram alocados em beliches
na tenda dezesseis oitenta no lado norte do acampamento, que
está marcado com o X.

“Obrigado,” eu respondi, tentando não olhar para o horror


no rosto de Saint enquanto ele olhava através do labirinto de
tendas verdes escuras que enchiam o vale à nossa frente em
todas as direções por quilômetros a fio.

Outro soldado apareceu com nossas malas, claramente


tendo feito uma busca completa e coloquei a minha por cima
do ombro enquanto os outros agarravam as suas também.

O soldado nos deixou para chamar as próximas pessoas


para dentro e coloquei a mão no braço de Saint quando
começamos a andar.

“Se não sairmos desta fossa dentro da próxima hora, vou


acabar morto por exposição,” Saint murmurou, nem mesmo
tentando esconder o escárnio em seu rosto.

“Não está tão frio,” Monroe respondeu, balançando a


cabeça para ele.

“Ele não quer dizer exposição ao frio,” disse Blake com


uma risada. “Ele quer dizer exposição às massas. O esnobe de
Saint está aparecendo.”

“Obrigado por essa avaliação precisa, Bowman,” Saint


murmurou. “Mas não tenho objeções a ser chamado de esnobe,
se isso significar que não tenho que me misturar com gente
como esses... camponeses.” Ele apontou um cara que tinha um
dedo preso no nariz enquanto ele remexia em sua narina em
busca de algo lá dentro e eu ri.

“Esse cara é um exemplo particularmente ruim,” Monroe


bufou.

“Independentemente disso. Precisamos escapar deste


curral antes de pegar qualquer coisa pior do que o vírus
Hades,” Saint sibilou.

“Como pobreza?” Eu provoquei.

“Deus me livre,” ele concordou.

Nash revirou os olhos e eu ri enquanto tentava descobrir


a melhor maneira de escaparmos deste lugar, caminhando por
passarelas lamacentas e olhando em volta antes de tirar meu
celular da minha bota.

Todos os outros se agruparam ao meu redor enquanto eu


enviava uma mensagem para Niall, mas o sinal era inexistente
e a maldita coisa nem mesmo enviava.

“Merda,” amaldiçoei, me perguntando se havia mensagens


que eu não tinha sido capaz de receber também. Mas tinha fé
em Niall e tinha que me agarrar a isso. Se eu pudesse apenas
confiar nele para manter Tatum segura, então tudo que eu
tinha que fazer era me concentrar em nos tirar daqui para
encontrá-la.

“Faça uma filmagem deste lugar,” Saint disse, seu lábio


ainda enrolado em desgosto. “Não tem como eles apenas
abrirem hoje. E as condições são pouco humanas. Devíamos
vazar as imagens para a imprensa - foda-se os planos do meu
pai, mostrando a todos o show de merda que eles podem
esperar se concordarem com isso besteira de divisão.”

“Sim, senhor.” Eu concordei, escondendo meu telefone na


minha mão e casualmente filmando e fotogrando o lugar,
certificando-me de mostrar a lama e a fila insana para o
banheiro. Se eu visse um vídeo como este, com certeza não iria
querer sair da minha casa aconchegante para vir ficar aqui.

Caminhamos até a borda do acampamento, onde


encontramos uma cerca de metal recém-construída cercando-
o, tripulada por policiais armados e iluminada por enormes
holofotes.

“Como diabos vamos sair daqui?” Monroe perguntou e


mordi minha língua contra as maldições que imploravam para
derramar de meus lábios.

“Vamos precisar de uma distração,” eu disse, olhando


para o meu telefone e sorrindo quando encontrei uma barra de
sinal nele. “Cubra-me enquanto faço uma ligação.”

Afastei-me da cerca que circundava o acampamento e me


abaixei como se fosse amarrar meu sapato enquanto ligava
para meu tio. Felizmente, tinha uma barra de sinal novamente,
então tocou quando o segurei no meu ouvido.

“Olá?” Ele respondeu, o som de um grande estrondo ao


fundo fazendo meu coração disparar.

“O que diabos está acontecendo?” Eu estalei enquanto


meu coração pulava de medo por minha garota.
“Nada, nada. Acabei de derrubar algo. Estamos nos
escondendo até o anoitecer, então vou tirar sua linda esposa
da cidade. Além disso, você sabe que não há nada que eu não
possa controlar,” Niall respondeu com entusiasmo, seu
sotaque irlandês junto com o pensamento de violência trazendo
memórias da minha infância à superfície da minha mente. “E
aí?”

“Estamos presos neste acampamento. Precisamos de uma


distração para manter os guardas longe de nós enquanto
escapamos. Você acha que pode nos ajudar?” Eu perguntei
enquanto Tatum ria sem fôlego ao fundo e o aperto ao redor do
meu coração afrouxou um pouco. Ela estava bem. Divertindo-
se também pelo que parecia e tinha que admitir que Niall
poderia ser muito divertido - assumindo que ele não
enlouquecesse. Mas eu confiava que ele não a machucaria de
qualquer maneira, então o pior que poderia acontecer naquele
caso era que ela poderia acabar testemunhando um
assassinato ou dois, o que não era novidade para ela
atualmente.

“Estou cuidando disso. Já tenho sua localização e estamos


praticamente no caminho. Só um pequeno problema para
terminar primeiro. Depois avisarei quando estiver pronto com
essa distração,” Niall confirmado.

“O que está...” Comecei, mas a linha ficou muda e quando


tentei ligar de volta, acabei de receber a porra da caixa postal.

Amaldiçoei enquanto levantava, deixando o telefone na


minha bota mais uma vez e todos os outros olharam para mim
preocupados.
“O que ele disse?” Blake exigiu e balancei minha cabeça,
olhando para o grupo de soldados mais próximo e levando-os
de volta para o labirinto de tendas verdes.

“Ele está vindo. E Tatum está bem,” respondi, decidindo


não preocupá-los com mais detalhes sobre o meu tio maluco.
“Talvez devêssemos apenas descansar um pouco até então.”

“Acho que dificilmente vou dormir em algum monte de


lona,” Saint murmurou, mas ele não reclamou quando tirei o
mapa do bolso e voltamos para o acampamento em busca de
nossa barraca.

Lancei um olhar por cima do ombro para o perímetro que


o exército havia erguido ao nosso redor e eu só tinha que torcer
para que o que quer que Niall tivesse como distração fosse o
suficiente para nos tirar daqui. Porque se não fosse, eu estava
começando a pensar que poderíamos ter mais problemas aqui
do que esperávamos. E parecia que devíamos ter corrido antes
de entrar neste lugar. Mas agora que estávamos dentro dele,
teríamos que sair. Porque não havia uma força na terra que
pudesse manter os Guardiões da Noite longe de Tatum Roscoe.
Portanto, mesmo que se tratasse de uma luta com um exército
inteiro, faríamos o que fosse necessário.
A noite caíra e não havia mais gritos vindos dos soldados
na rua, nem mesmo o som do helicóptero circulando. Niall
tinha me contado muito mais histórias de assassinato do que
eu planejava ouvir, mas de alguma forma ele conseguiu contá-
las de uma forma que as tornava meio engraçadas. Eu não
sabia se isso me deixava doente de tanto rir, mas talvez fosse
só porque suas histórias nem soavam verdadeiras com o quão
ridículas elas eram. Sabendo o que sabia sobre Niall, elas
provavelmente eram.

Ele estava examinando um mapa em seu telefone


enquanto traçava uma rota para as barricadas que cercavam a
cidade. Aparentemente, havia pontos fracos que não estavam
muito ocupados e ele havia passado por um deles antes. Eu só
esperava que ainda fosse o caso quando chegássemos lá,
porque certamente causamos um rebuliço antes. E aqueles
soldados não iriam parar de procurar um cara que abriu fogo
contra eles. A única chance que tínhamos era sair agora, e eu,
pelo menos, iria me certificar de que conseguíssemos.

“Ok, moça, hora de ir,” disse Niall, colocando-se de pé. Os


casacos grossos que pegamos no apartamento da mulher
acabaram sendo uma dádiva de Deus contra o frio, mas eu
ainda estava um pouco entorpecida quando me levantei.

Flexionei meus dedos congelados, verificando meu


telefone por mensagens dos caras pela milionésima vez.

Fomos para a porta enquanto eu colocava minha bolsa


nas costas com o bastão de Kyan. Niall jogou fora o remo que
estava segurando a porta fechada antes de deslizar para fora.
Eu o segui, o ar noturno estranhamente parado enquanto
deslizávamos rapidamente de volta para as árvores e
seguíamos o caminho em direção ao lado oposto do parque por
onde havíamos entrado. A cidade estava assustadoramente
quieta e arrepios subiram na parte de trás do meu pescoço
quando fizemos isso para a saída e Niall abriu o portão com
um rangido de dobradiças.

Eu fui atrás dele na rua escura além dela, pressionando


uma garrafa de desinfetante para as mãos em sua mão. Eu dei
a vacina a ele enquanto esperávamos na casa de barcos e ele
mencionou que queria mais duas doses para seus amigos
quando fosse para casa. Eu não me importei. Ainda havia
muito a ser dado a Dra. De La Cost, mas eu estava meio curiosa
sobre quem Niall se importava o suficiente para dar uma
vacina. Ele me pareceu mais um tipo solitário. Mas era bom
saber que ele não estava totalmente isolado no mundo.
Nós rastejamos pelas ruas silenciosas, evitando qualquer
patrulha que víssemos ou pudéssemos ouvir por perto
enquanto continuávamos em direção aos limites da cidade.

Eu me concentrei em retornar aos meus Guardiões da


Noite, tentando não me preocupar com o acampamento em que
estavam ou como iriam sair dele. Se alguém podia fazer isso,
eram eles. E não era como se eles fossem prisioneiros ali. Eles
poderiam escapar de alguma forma. Eu só esperava que Niall
e eu pudéssemos fazer o mesmo.

Chegamos ao final de uma longa estrada e voltamos para


as sombras enquanto olhamos para a rua adjacente onde uma
barricada de metal havia sido erguida. Havia um caminhão na
frente dele e um soldado estava encostado nele, conversando
com outro cara a alguns metros de distância.

“O terceiro é nosso problema,” Niall disse calmamente.

“Eu só posso ver dois,” eu respirei.

Ele segurou meu queixo, inclinando minha cabeça para


cima e apontando para o telhado do prédio à nossa frente. “Há
um passarinho em seu ninho lá em cima.”

“Merda,” amaldiçoei. “Como você passou por eles da


primeira vez?”

“Eu não vim desta forma,” disse ele. “Eles devem ter
colocado um monte de soldados em guarda onde entrei porque
causei uma confusão infernal.” Ele riu, mas por mais curiosa
que estivesse para ouvir mais, não havia tempo para essa
história. Precisávamos nos mover.
“Bem, como você sabe que há alguém aí em cima?” Eu
perguntei enquanto batia sua mão longe do meu queixo.

“Sempre há um idiota no telhado.” Ele encolheu os


ombros.

“Mas como você pode ter certeza?” Eu assobiei.

“Eu vou ter certeza quando estiver sufocando e ele


implorando por sua mãe,” ele disse com um sorriso malicioso.
“Eu vou subir lá. Quando eu der o sinal, corra para a
barricada. Há uma lacuna onde o caminhão está estacionado.
Ah, e jogue isso se as coisas ficarem feias.” Ele colocou uma
granada na minha mão e minha garganta apertou.

“É fumaça ou uma bomba?” Perguntei.

“Acho que você vai descobrir se tiver que usá-lo.” Ele


colocou a chave do carro na minha mão também. “Minha
caminhonete está estacionada na Opal Street. Apenas no caso
de eu não conseguir.” Ele piscou e disparou pela estrada,
deixando-me para trás antes que eu tivesse uma escolha no
assunto.

“Espere, qual é o sinal?” Eu sussurrei gritei atrás dele,


mas ele me ignorou, usando sua chave de fenda para abrir a
porta e deslizar para dentro. Bastardo louco.

Respirei calmamente enquanto esperava, mantendo meus


olhos nos soldados à frente enquanto eu permanecia nas
sombras de uma porta. Guardei a chave e a granada no bolso,
perturbada pelo pensamento de Niall não conseguir sair dessa.

Os segundos passaram tão lentamente que quase podia


ouvi-los tiquetaqueando na minha cabeça.
Vamos Niall. Se apresse.

De repente, ele começou a gritar do topo do telhado e meus


lábios se abriram com o som. Os dois soldados no chão
olharam alarmados para o telhado e correram para a entrada
frontal do edifício. Achei que fosse o maldito sinal, então corri
para fora do meu esconderijo, subindo a rua em direção ao
caminhão. Eu escorreguei para trás, encontrando a lacuna na
barricada e olhando para o telhado atrás de mim. Niall estava
lá gritando com toda a força de seus pulmões e de repente ele
se jogou sobre a borda.

Um grito estrangulado me deixou pouco antes de uma


corda que eu não tinha notado cair e ele começou a descer de
rapel pela lateral do prédio. Jesus fodido Cristo. Ele quase me
deu um ataque cardíaco.

“Ei!” Um soldado apareceu no telhado, movendo-se para


se inclinar sobre a borda e apontar uma arma para Niall. “Pare
ou eu abrirei fogo!”

Niall largou a corda a quase dois metros da rua, agarrando


sua pistola enquanto caía e atirando como um louco ao atingir
o chão de costas. O soldado foi forçado a recuar, mas Niall só
tinha algumas balas e não havia nenhuma maneira dele chegar
onde eu estava depois que a arma soou vazia.

Amaldiçoei, tomando uma decisão enquanto puxava o


pino da granada e mirava na lateral do prédio. Ia abrir um
buraco ou oferecer a Niall alguma cobertura. De qualquer
maneira, isso poderia lhe dar tempo suficiente para correr. Eu
o lancei com um grunhido de esforço e ele bateu na parede
antes de explodir em uma nuvem crescente de gás rosa e glitter
que encheu o ar rapidamente.
Niall saltou de pé no momento em que sua pistola ficou
sem balas e tiros rasgaram o ar um segundo depois. Mas ele já
estava na nuvem de fumaça crescente, correndo em minha
direção, apenas uma sombra na névoa. Ele explodiu e quase
me derrubou enquanto me empurrava pela abertura, sua mão
agarrando minha cintura para que eu não caísse.

Eu me virei e corri com ele pela rua além da barricada e


ele me soltou para que pudéssemos correr, virando à direita
por outra estrada entre uma fileira de casas. Não paramos de
correr até nossos pulmões queimarem e literalmente não
podíamos dar um passo adiante, meu coração batendo forte
contra minhas costelas.

Eu me curvei enquanto nos escondíamos atrás de uma


grande van, respirando pesadamente. “Puta merda,” eu
ofeguei, rindo descontroladamente.

“Isso foi lindo pra caralho, Tatum. Você realmente é a


garota de Kyan,” Niall riu, me dando um tapinha no ombro
antes de pegar seu telefone e abrir o mapa.

“E você com certeza é o tio dele.” Eu sorri e sua boca se


curvou com orgulho.

“Estamos a apenas dois quarteirões do meu carro, vamos.”


Ele correu para longe e fui atrás dele, ignorando o ponto
ardente em meu lado enquanto o desespero para colocar o
máximo de distância possível entre nós e aqueles soldados
assumia todos os outros instintos do meu corpo.

Finalmente chegamos ao carro de Niall, que estava


estacionado em uma rua suburbana tranquila e minhas
sobrancelhas arquearam para o enorme Jeep Wrangler preto.
Eu subi no banco do passageiro enquanto Niall ligava e
jogava seu telefone no porta-copos com instruções carregadas
no mapa.

“Kyan compartilhou sua localização comigo.” Ele sorriu,


passando a mão tatuada pelo cabelo loiro para tirá-lo do rosto.

Eu sorri de alegria, meu coração batendo com entusiasmo.


“Vamos mergulhar e salvar seus traseiros.”

Ele sorriu como um demônio. “Essa é a porra do espírito.


Nossa barraca era organizada com beliches básicos, cada
um com um cobertor, travesseiro e pouco mais. Era grande o
suficiente para abrigar dez, mas Kyan tinha feito um trabalho
rápido em assustar as outras pessoas que estiveram aqui,
proporcionando-nos algum nível de privacidade enquanto
esperávamos Niall chegar aqui e causar distração suficiente
para escaparmos.

Eu estava sentado no meu beliche com Nash ao meu lado


e Kyan sentado em sua frente, seus joelhos roçando nos meus
com o quão apertadas as camas estavam. Saint ficou ereto
como uma vareta entre os beliches, os braços cruzados, o
desprezo queimando em seus olhos escuros e uma aura de 'Eu
morrerei antes de tocar em uma daquelas chamadas camas'
pairando sobre ele.

Quero dizer, ele tinha razão. Essas coisas eram


desconfortáveis e além do básico, mas eu não estava realmente
interessado em ficar de pé por horas a fio, em vez de apenas
sentar-me. Deve ter sido um trabalho muito difícil estar dentro
da cabeça daquele cara o tempo todo.

“Você ouviu alguma coisa desde que você compartilhou


sua localização?” Monroe perguntou e Kyan tirou o telefone de
sua bota, verificando e encolhendo os ombros.

“Não. Mas o serviço aqui é quase nada, então pelo que sei,
eles não podem mandar uma mensagem para mim ou eu não
consigo fazer uma entrar. De qualquer maneira, essa coisa está
começando a ficar seriamente sem energia e nesse ritmo a
bateria vai morrer sem que saibamos o que está acontecendo
lá fora.”

“Você vai diminuir substancialmente a quantidade de


tempo que a bateria vai durar se continuar iluminando a tela,”
Saint rosnou, estendendo a mão para pegar o telefone de Kyan,
que desistiu facilmente. “Vou fechar todos os aplicativos que
não precisam estar em execução e colocá-los no modo de baixo
consumo de energia, então, pelo amor de tudo que é sagrado
para você, pare de olhar para a porra da coisa até que apague.”

“Claro,” Kyan concordou, nem mesmo se preocupando em


discutir enquanto pegava de volta e colocava na bota mais uma
vez.

Saint não era o único de nós no limite, mas não estávamos


prestes a enfrentar um ao outro. Podemos ter discutido e
brigado quando estávamos em nosso próprio tempo, mas
quando a merda importava, éramos uma unidade. Os
Guardiões da Noite. Tudo dentro e sem volta.

Já havíamos discutido tantos planos quanto possível para


como sairíamos daqui, mas no final das contas, era simples.
Havia uma cerca em torno deste lugar e precisávamos dar o
fora por cima. Ou embaixo dela. Pelo meio dela. De qualquer
maneira, além da cerca era onde precisávamos estar.

Nosso breve planejamento com Niall havia levado todos


nós à decisão de que ele precisava estar em posição ao norte
do campo para ter a melhor chance de evitar o aviso das forças
armadas que estavam indo e vindo do Sul. Mas mesmo isso era
um tiro no escuro, os militares não eram idiotas. Eles teriam
olhos observando em todas as direções ao redor deste lugar.
Estávamos apenas contando em poder perdê-los na floresta e
descobrir o resto a partir daí.

“Qual é?” Uma voz feminina veio de algum lugar além da


tenda.

“Dezesseis oitenta,” respondeu um homem. “Todos os


quatro vieram juntos - disseram que eram irmãos, mas isso
com certeza não é verdade pela expressão de seus rostos e
pelos nomes em sua documentação.”

“Talvez eles tenham passado pelo sistema de adoção


juntos?” A mulher respondeu.

“Quem sabe? Tudo o que sabemos com certeza é que suas


amostras de sangue despertaram o interesse das pessoas no
topo. Algo sobre seus níveis de imunidade estarem fora do
gráfico em comparação com todos os outros. Então, vamos nos
concentrar em protegê-los e esperar que isso possa ser uma
coisa boa para todos nós.”

“Foda-se,” eu respirei, olhando em volta enquanto as vozes


se aproximavam da entrada da tenda verde escura, mas
quando meus olhos caíram no espaço onde Saint tinha
acabado de estar, eu o encontrei já meio do lado de fora sob a
parte inferior da tela.

Kyan agarrou meu braço e me deu um empurrão para me


fazer seguir e fiz isso instantaneamente, caindo sobre a minha
barriga e rastejando para fora da lona firmemente pregada.

Saint pegou minha mão e me puxou para cima,


pressionando um dedo em seus lábios enquanto nos
agachamos no estreito espaço entre a nossa tenda e a outra ao
lado dela. A frente de suas roupas estava suja de lama e eu
olhei para baixo para me encontrar na mesma condição.

A lua estava baixa sob uma névoa fina de nuvens acima


de nós e minha respiração embaçou no ar frio enquanto eu
olhava para o céu escuro, grato pela cobertura que ele oferecia
enquanto meu pulso disparava com o pensamento de ser pego.

Monroe estava bem em meus calcanhares e o levantei ao


meu lado antes de Kyan sair.

Tínhamos que abandonar nossas malas, mas não havia


nada nelas além de algumas roupas e produtos de higiene de
qualquer maneira, então quem se importava?

Não ousamos nos mover, nada passando entre nós, exceto


respirações irregulares e silêncio enquanto nos escondíamos
nas sombras e esperávamos que os soldados se aproximassem.

“Droga, eles não estão aqui,” bufou o homem de dentro da


tela.

“Claro que não. Nada é tão simples, não é?” A mulher


suspirou. “Vou colocar um alerta, enviar suas fotos para o
resto da unidade e garantir que alguém os apanhe.”
“Vá e pergunte pelas tendas vizinhas para ver se alguém
sabe para onde eles foram,” o homem retrucou e houve um
coro de 'sim, senhor' que deixou claro que todo um esquadrão
tinha acabado de nos procurar. Merda, isso era ruim.

“Eu não vou acabar como uma cobaia em algum


laboratório,” Kyan rosnou em voz baixa enquanto suas mãos
se fechavam em punhos e concordei com ele de todo o coração
nisso.

“Niall ou não, precisamos dar o fora daqui,” eu sibilei e


todos os outros assentiram enquanto um grupo de soldados
passou correndo pela lacuna em que estávamos escondidos,
separando-se para perguntar às pessoas nas tendas ao redor
sobre nós.

Olhamos um para o outro enquanto tentávamos decidir se


ficaríamos escondidos aqui até que eles saíssem ou
aproveitaríamos a chance para correr e Saint sacudiu a cabeça
em direção ao fundo da tenda.

Eu balancei a cabeça em concordância, querendo correr


em vez de esperar aqui como patos sentados e todos nós
começamos a rastejar atrás dele.

Saint hesitou quando chegou ao fim da linha de tendas,


em seguida, saltou para fora da abertura e disparou através de
uma passagem lamacenta antes de deslizar para uma lacuna
entre a próxima linha de tendas.

Corri atrás dele com Kyan e Nash bem atrás de mim e


descemos outra abertura estreita, minhas costas roçando em
uma das tendas enquanto eu era forçado a me mover para o
lado para passar.
Os sons de mais soldados chamando uns aos outros e
correndo em formação continuaram chegando até nós. Eu não
conseguia decidir se havia mais deles do que antes ou se
apenas parecia assim porque eu sabia que estávamos sendo
caçados.

Quando chegamos a outro caminho, um enorme holofote


de repente veio de uma torre de vigia à nossa direita e minha
pulsação trovejou quando me abaixei rapidamente,
protegendo-me de seu olhar penetrante atrás de uma das
tendas enquanto olhava entre meus irmãos com medo.

“Como diabos vamos sair daqui?” Nash sibilou, seus olhos


azuis arregalados de preocupação.

“Nós nos concentramos no que é importante para nós,”


Saint rosnou. “O que importa mais do que qualquer outra
coisa. A única coisa que temos que voltar. Você a coloca na
frente de sua mente, e você não para até que ela esteja em seus
braços de novo. Entendeu?”

“Inferno, sim,” Kyan concordou, o filho da puta louco na


verdade sorrindo como se este fosse um grande jogo que
estávamos jogando.

“Tudo bem então. Acho que precisamos correr como o


inferno,” disse Saint. “Na próxima vez que aquele holofote se
afastar de nós, vamos e não paramos até estarmos na cerca ao
norte.”

“Nós não paramos,” eu concordei.


“Se tivermos que passar por aqueles soldados para sair
daqui, que seja,” Kyan acrescentou, um brilho faminto em seus
olhos que dizia que ele estava quase esperando por isso.

“Vamos dar o fora daqui então,” Nash concordou.

Meu sangue estava bombeando como antes de uma


competição e deixei um sorriso morder minhas bochechas
enquanto me concentrei nessa sensação. Sempre tive melhor
desempenho sob pressão. Era onde eu brilhava.

“O primeiro a chegar à cerca passa uma noite sozinho com


Tatum,” desafiei.

“Prepare-se para perder nesse caso, Bowman,” Nash


provocou.

“Não seja idiota. E não pare, porra,” Saint rosnou.

A luz passou e nós mergulhamos no caminho. Em vez de


ir para outra abertura estreita, Saint virou à esquerda e
começou a correr. Com toda a honestidade, eu não tinha a
porra da ideia de qual direção era o norte, mas Saint
provavelmente tinha construído um GPS em sua maldita
cabeça, então se ele tivesse escolhido essa direção, então eu
estava totalmente a favor.

Nós avançamos pelo caminho lamacento o mais rápido


que pudemos, deixando a torre de vigia e o holofote atrás de
nós, ligado na esperança de ultrapassá-lo antes que ele fosse
virado para cá novamente.

Meus pulmões se expandiram e contraíram enquanto


meus músculos trabalhavam para me impulsionar o mais
rápido que eu podia ir e quando o caminho atingiu uma
bifurcação, fui o primeiro a chegar.

“Certo,” Saint latiu atrás de mim e me virei para lá, meu


coração pulando quando avistei um grupo de soldados no final
do caminho.

Felizmente para mim, eles estavam passando, sem olhar


na nossa direção, e consegui pular para o vão entre duas
tendas novamente para evitá-los.

Os outros me seguiram enquanto me movia o mais rápido


que podia, a adrenalina cantando em minhas veias enquanto
eu balançava ao longo do espaço apertado.

Houve gritos de dentro de uma das tendas quando alguém


percebeu que estávamos forçando nossa passagem. Então, de
repente, os soldados começaram a dar ordens e, quando entrei
em outro caminho, avistei um esquadrão deles virando em
nossa direção.

“Oh, merda.” Eu engasguei enquanto eles gritavam


instruções para nós pararmos onde estávamos e os outros
todos saíram da brecha para se juntar a mim também.

“Corre!” Monroe latiu e eu ele não precisou dizer duas


vezes.

Eu me afastei dos soldados, incapaz de me concentrar em


onde ficava o norte e apenas mantendo meu olhar fixo no
caminho à frente enquanto conduzia meus irmãos para longe
do perigo atrás de nós.

Corremos como se nossas vidas dependessem disso e eu


tinha certeza de que sim. O pai de Saint ficaria sabendo dessas
crianças com super imunidade, veria as fotos e os passaportes
falsos. Ele saberia exatamente quem éramos e precisamente
porque tínhamos anticorpos tão incríveis. Não poderíamos ser
pegos. De jeito nenhum.

Os gritos dos soldados atrás de nós eram altos e exigentes,


mas nenhum de nós diminuiu a velocidade por um segundo.

Nós nos abaixamos e mergulhamos entre o labirinto de


barracas, então nos encontramos fora da tenda do refeitório
onde eles estavam oferecendo o jantar horas atrás. Estava
quieto agora e o espaço aberto ao redor nos deu a chance de
realmente correr, colocando alguma distância entre nós e os
soldados que o seguiam.

Contornamos a lateral da enorme barraca, então nos


escondemos atrás de um bloco de banheiro e conseguimos nos
enfiar em uma lacuna atrás dele, onde nada além de sombras
permaneciam.

Prendi a respiração quando os sons dos soldados em


perseguição nos alcançaram e eles começaram a gritar ordens
para se separarem e vasculharem o lugar alto e baixo.

“Quão longe até a cerca?” Monroe respirou quando


tínhamos certeza de que nenhum deles estava perto o
suficiente para nos ouvir.

A sobrancelha de Saint franziu e eu sabia que ele não


gostou da resposta que estava prestes a dar. “Nós fomos para
o oeste,” ele respirou. “Portanto, é longe o suficiente.”

“Merda,” Kyan murmurou, e eu pensei que era em


resposta à nossa situação, mas ele se abaixou e puxou o
telefone de sua bota, nos mostrando a mensagem de Tatum na
tela.

Tigresa:

Vinte minutos e contando * emoji de lula *

Meus olhos se arregalaram com isso, especialmente


quando Kyan apontou que a coisa tinha sido enviada dez
minutos atrás, embora tivesse acabado de ser entregue.

“Tatum está com Niall,” eu respirei, preocupado com ela


agora que sabia que ele não a tinha levado de volta para a casa
do avô de Kyan. Mas eu não tinha certeza do que mais
esperava; aquela garota não era do tipo que esperava em algum
lugar apenas para que nos sentíssemos melhor sobre ela estar
segura longe daqui. Embora eu realmente teria ficado mais feliz
se ela tivesse.

“Vamos levar mais de dez minutos para chegarmos à cerca


norte,” Saint disse em voz baixa. “E isso presumindo que
possamos parar de nos esconder assim em breve.”

“Você não acha que podemos fazer isso?” Perguntei.

“Eu não posso receber uma mensagem para enviar de


volta para eles,” Kyan rosnou. “Então é agora ou nunca. Niall
não vai reter o plano a menos que seja especificamente
cancelado.”

“E quando ele passar por isso, todos os olhos serão


atraídos naquela direção - em direção à nossa garota,” Nash
apontou, seus olhos brilhando com determinação para chegar
lá antes que isso acontecesse.

“Então vamos nos certificar de que chegaremos lá a


tempo,” Saint ordenou, como se ele pudesse fazer isso apenas
por vontade própria. E este era Saint Memphis, então ele
provavelmente poderia. “E quando estivermos seguros fora
daqui, um de vocês vai explicar a porra do emoji de lula para
mim.”
Niall dirigia como um maníaco do caralho e tive que
pressionar uma mão na porta para me segurar enquanto ele
fazia curvas em velocidade. Eu fiquei meio aliviada quando ele
puxou para a rodovia, então não fui mais sacudida no meu
assento. Mas então ele começou a dirigir a quase 160
quilômetros por hora e não tinha certeza se era uma melhoria.

“Hum, Niall, eu sei que estamos com pressa, mas há


alguma chance de você dirigir a uma velocidade na qual não
morreremos?” Eu exigi.

“Nós não morreremos, moça,” ele riu. “O Ceifador não está


atrás de mim hoje.”

“Essa não é uma resposta reconfortante.”


“Ele teve chances mais do que suficientes para me levar,”
Niall me assegurou. “Mas ele prefere me manter fazendo seu
trabalho em vez disso. Eu ainda não decidi se é porque ele
gosta de mim ou se simplesmente gosta de fazer meu
sofrimento continuar indefinidamente em pagamento por
minhas falhas.”

Meus lábios se separaram com suas palavras, mas seu


sorriso não vacilou e ele riu mais ainda enquanto
acelerávamos, comendo a estrada enquanto nos aproximamos
do local do acampamento. Meu coração bateu
descontroladamente quando Niall finalmente saiu da rodovia e
rasgou ao longo de uma estrada sinuosa cercada por bosques,
quase não diminuindo a velocidade nas curvas enquanto
corria, cantando Godzilla de Eminem feat. Juice WRLD e
conhecendo cada palavra maldita. Ele era um rapper muito
bom também.

“Ah, aqui vamos nós.” Ele saiu da estrada e gritei em


alarme enquanto praticamente mergulhávamos de nariz nas
árvores e as rodas batiam na lama. Ele apertou o pedal e abriu
um caminho pela floresta enquanto eu estremecia toda vez que
ele passava por um tronco de árvore por pouco.

“Eu não vou bater,” ele insistiu quando viu minha


expressão. “Você acha que eu deixaria a garota de Kyan ser
esmagada neste veículo como uma lata?”

“Veja onde você está indo!” Eu gritei enquanto o carro


navegava em direção a um carvalho enorme e ele praguejou,
girando o volante com força, então passamos por ele e minha
frequência cardíaca disparou.
“Viu?” Ele riu. “Eu poderia fazer isso com as mãos
amarradas nas costas e os olhos fechados.” Ele fechou os olhos
para fazer isso e me lancei contra ele, forçando-os a se abrirem
com um grunhido.

“Ou você dirige corretamente ou assumirei o controle,” eu


rosnei.

“Seja minha convidada.” Ele largou o volante e eu


engasguei, soltando meu cinto de segurança e mergulhando
em seu colo enquanto recuperava o controle do veículo. Ele
deslizou os pés dos pedais e coloquei os meus no lugar
enquanto diminuía a velocidade do carro para uma velocidade
razoável e olhava para o mapa no telefone de Niall.

Quando tínhamos dirigido quase um quilômetro pela


floresta, desliguei os faróis e levei-nos o mais perto que pude
do acampamento. Meus meninos estavam perto, eu
praticamente podia senti-los aqui e não iria embora sem eles.

Vislumbrei holofotes além das árvores, iluminando uma


cerca que circundava o acampamento e as tendas enchendo
todo o lugar. Parecia algo saído de um filme de apocalipse e
não gostei nem um pouco.

Parei o carro e Niall riu, batendo no meu braço. “Foi


divertido. Por um segundo pensei que você não iria pegar o
volante e nós dois morreríamos.”

“Isso não teria sido minha culpa,” eu disse em descrença,


abrindo sua porta e deslizando para o chão, minhas pernas
ainda tremendo de adrenalina. Foda-se ele por dirigir como se
tivesse um desejo de morte, mas eu não podia negar que estava
me sentindo tão alta como uma pipa agora.
“Mentirosa,” ele zombou. “Eu não deixaria a mulher do
meu sobrinho morrer. Que tipo de pessoa você acha que eu
sou?” Abriu o porta-luvas, tirando um facão, um isqueiro Zippo
com as palavras ‘Se você não consegue consertar, queime’
gravado na lateral e um par de óculos de visão noturna.

“Eu não vou dignificar essa pergunta com uma resposta,”


disse enquanto dava a esses itens um olhar aguçado e ele
sorriu, dando a volta para a parte de trás do carro e abrindo a
escotilha do porta-malas. Ele casualmente tirou uma caixa de
fogos de artifício e um galão de gasolina, em seguida, jogou-me
os óculos de proteção.

“Aqui, você pode cuidar de nossas costas enquanto eu


preparo uma isca,” ele disse enquanto tirava uma máscara T-
Rex verde e a colocava sobre sua cabeça.

Peguei a arma de onde estava presa na minha cintura e o


deixei fazer sua loucura enquanto o seguia por entre as
árvores, colocando os óculos de visão noturna para que eu
pudesse ver o caminho a seguir.

Nós chegamos perto da borda da floresta e Niall começou


a colocar fogos de artifício em uma longa fileira por entre as
árvores. Ele regou tudo com gasolina enquanto eu mantinha
meu olhar no perímetro do acampamento e na única torre de
vigia à distância. Os soldados não seriam capazes de nos ver,
a menos que conseguissem lançar alguma luz deste modo ou
estivessem olhando com seus próprios óculos, mas
precisávamos ficar quietos do mesmo jeito e eu continuamente
dizia a Niall um shh enquanto ele começava a cantar, começou
a assobiar ou contar piadas. Felizmente, ele ouviu e logo teve
sua isca instalada e pronta para explodir. Ele puxou a máscara
para cima, acendendo um cigarro enquanto sorria para seu
trabalho.

Peguei meu telefone, encontrando uma resposta de Kyan


e meu coração inchou.

Koala:

A caminho, baby. Vejo vocês em breve para uma reunião de


* emojis de lula *.

PS podemos estar atrasados.

Tigresa:

Ansiosa por isso.

Estamos no lado norte do acampamento prontos e


esperando * emoji de polvo *

Eu ri e olhei para Niall enquanto ele tragava seu cigarro,


parecendo perdido em algum devaneio quando a tristeza
cruzou seus olhos. Por um momento, me vi capturada por
aquele olhar em seu rosto, como se estivesse tendo um
vislumbre por trás da máscara que ele usava para o homem
que havia perdido sua esposa de forma tão horrível todos
aqueles anos atrás. Senti um calafrio na espinha ao me
imaginar vivendo com uma dor daquele jeito e fui atingida com
a vontade de abraçá-lo, mas me segurei por ele ser um homem
bestial e um psicopata.

“Eles estão vindo,” eu disse e ele acenou com a cabeça,


seu rosto imediatamente iluminando novamente.

“Tudo bem, tenho um favor rápido para pedir, no entanto,”


ele disse, estendendo a mão. “Este é o endereço da minha casa.
Se eu morrer, você pode garantir que a garota do meu porão
saia. Você pode deixar o cara lá para apodrecer se quiser, mas
a garota...” Ele pressionou o pedaço de papel dobrado na
minha palma. “Não deixe aquela morrer.”

Meus lábios se abriram e fecharam com suas palavras, o


choque correndo por mim. “É aquela garota de Royaume
D'élite?” Soltei. Eu pensei nela um monte de vezes desde que
Niall a comprou e muitas vezes me perguntei o que tinha
acontecido com ela. Terminar como prisioneira de outra pessoa
não parecia um destino muito melhorado, mas certamente
Niall não a estava prejudicando, certo?

“Pode ser.” Ele encolheu os ombros. “O que isso significa


para você?”

“As pessoas não merecem ser mantidas em gaiolas, Niall,”


rosnei, me perguntando se tinha entendido o cara errado.
Claro, ele era tão louco quanto um pistache e estava
claramente acostumado a matar pessoas, mas...

Eu realmente não sabia aonde queria chegar com essa


discussão. Não parecia que isso iria resgatar Niall O'Brien.

“É uma gaiola melhor,” ele disse com um encolher de


ombros como aquele que tornou tudo bem. “Além disso, ela me
deve. Não posso deixá-la ir sem que a dívida seja paga agora,
posso?”

Ele parecia tão razoável que era difícil lembrar que


estávamos discutindo o fato de que ele mantinha prisioneiros
em seu maldito porão.

“Uma gaiola é uma gaiola,” respondi com firmeza e ele


franziu os lábios enquanto considerava isso, então encolheu os
ombros levemente.

“Bem, é melhor você rezar para que eu morra então para


que você possa ir libertá-la. Ah, e se eu sobreviver, não olhe
para esse endereço e certifique-se de destruí-lo. Ninguém
consegue saber onde fica minha casa e viver para contar
histórias sobre ela.” Ele piscou e puxou sua máscara de T-Rex
para baixo, deixando-me perguntando se aquela última parte
era uma piada ou não enquanto ele se virava, jogando o cigarro
em direção aos fogos de artifício. Eles subiram com um whoosh
quando a gasolina pegou fogo e meu coração martelou quando
os fogos de artifício começaram a explodir com estrondos altos
e plumas coloridas de luz.

Tirei os óculos de visão noturna enquanto o mundo inteiro


se iluminava em uma fogueira gigante diante de mim e os fogos
de artifício começaram a voar em todas as direções, me virei e
corri para longe. Eu não vou morrer de um Big Bang na cara.

Eu voltei para o jipe, entrando e ligando o motor,


percebendo que Niall não me seguiu.

Ele ainda estava em frente ao fogo, atirando para o céu


com sua pistola recém-recarregada para causar o máximo de
barulho humanamente possível.
“Idiota do caralho,” assobiei enquanto as balas eram
disparadas em retorno da torre de vigia.

Eu pressionei meu pé contra o acelerador, avançando em


direção a ele quando ele disparou atrás do fogo como se fosse
um escudo que o protegeria de uma bala, mas com certeza não
era. A lama explodiu a seus pés, onde as balas atingiram o solo
e abaixei minha cabeça enquanto mais balas atingiam a frente
do carro, meu pulso batendo forte no meu crânio.

Virei o volante com força, parando ao lado de Niall e


abrindo a porta, tentando chamá-lo para dentro. Ele soltou
uma maldição quando uma bala o atingiu e ele caiu na lama
enquanto eu engasgava de horror.

Mergulhei para ajudá-lo a se levantar, frenética enquanto


minha mão deslizava pelo sangue quente na parte superior de
seu braço e mais xingamentos vieram de sua máscara T-Rex.

“É apenas um arranhão, moça,” ele riu, deixando-me


ajudá-lo a se levantar e ele me pegou com o braço bom,
jogando-me no banco do motorista antes de passar por cima
de mim no lado do passageiro, quase me chutando no rosto
com sua bota suja e me esmagando sob seu corpo enorme.

Pisei no acelerador antes de fechar a porta, precisando


sair da luz do fogo enquanto me afastava, mantendo o paralelo
com o acampamento enquanto caçava meus Guardiões no
escuro.

“Coloque pressão sobre isso,” ordenei a Niall enquanto ele


arrancava sua maldita máscara de dinossauro e abria o porta-
luvas.
“Sim, sim, eu sei o que estou fazendo. Eu sei como decepar
cada membro e manter um cara vivo por dias depois, para que
eu possa me superar.” Ele arrancou a camisa, revelando um
corpo ferozmente musculoso pintado em inúmeras tatuagens
antes de pegar uma garrafa de rum branco e derramar sobre o
ferimento. Em seguida, bebeu uma boa dose dele, em seguida,
enrolou a camisa em torno do ferimento, amarrando-o e
chutando o porta-luvas fechado.

“Onde eles estão?” Eu disse entre os dentes, procurando


sinais dos meus Guardiões da Noite na direção do
acampamento. Os soldados invadiriam a floresta a qualquer
minuto e não tínhamos tempo de sobra.

Vamos! Vamos.

Eu agarrei o volante ansiosamente, a determinação


revestindo meu coração de aço. Eu estava saindo daqui com
meus Guardiões da Noite. Não havia alternativa. Ninguém a
quem eu jamais me submeteria. Eu era a carona deles ou
morreria, então eles precisavam chegar aqui, caralho.
Meu peito estava pesado com o esforço de correr e me
esconder e ser perseguido por todo o labirinto de um coelho de
merda e a cada passo que eu dava, ficava com medo de sermos
pegos, arrastados, levados para algum laboratório e usados do
jeito que Tatum foi. Eu sabia que se isso acontecesse, seria o
fim de tudo. Não haveria ninguém para vir nos resgatar.
Seríamos enterrados. Trancados em alguma instalação secreta
que ninguém jamais encontraria, mesmo que tentasse e se
Tatum tentasse vir atrás de nós, ela acabaria presa também.

Troy Memphis sairia impune de tudo. Matando minha


família. Liberando esse vírus. Dirigindo aquele clube doente.
Abusando de seu filho. Tudo isso e, sem dúvida, inúmeras
outras atrocidades também. O homem era uma maldita praga
em nosso estado, nosso país - inferno, o mundo inteiro.
Devíamos agradecê-lo pela confusão em que estávamos todos
com o vírus Hades e eu iria derrubá-lo nem que fosse a última
coisa que eu fizesse.
Eu olhei entre os outros enquanto pressionava minhas
costas contra uma enorme unidade de armazenamento de
metal e esperamos enquanto os holofotes passavam. O
acampamento inteiro estava agitado agora, soldados
disparando para a esquerda e para a direita, exibindo nossas
fotos para as pessoas e nos caçando. Eles sabiam que
estávamos fugindo deles e sem dúvida a segurança em torno
das cercas seria insana, mas não tínhamos escolha. Tínhamos
que aproveitar nossa chance e torcer pelo melhor.

O cheiro de fumaça soprou sobre nós com o vento e eu


apurei meus ouvidos para ouvir enquanto os gritos dos
soldados ficavam mais ásperos, a cadeia de comando se
encaixando conforme as ordens eram latidas e homens e
mulheres uniformizados passavam por nós, todos se dirigindo
na mesma direção.

Algo novo estava acontecendo.

Eu arrisquei uma olhada para fora do nosso esconderijo


enquanto uma unidade corria, minhas sobrancelhas subindo
quando vi um brilho laranja iluminando o céu à distância.

“Você acha que seu tio pode ter algo a ver com isso?”
Murmurei, esquivando-me de vista e olhando para Kyan.

“Ele gosta de uma fogueira,” ele concordou quando um


apito agudo cortou o ar e inclinei minha cabeça para trás a
tempo de ver um enorme fogo de artifício vermelho explodir no
céu.

“Que diabos?” Blake murmurou, mas Kyan apenas riu.

“Sim - isso é Niall, certo. É hora de darmos o fora daqui.”


“Venha, então,” Saint latiu, passando por mim enquanto
espiava para fora do nosso esconderijo, em seguida, disparou
pelo caminho fora dele.

Eu pulei em movimento, perseguindo-o com os outros ao


meu lado enquanto mais e mais fogos de artifício iluminavam
o céu.

Havia tanto barulho vindo dos soldados enquanto eles


tentavam colocar a situação sob controle que nem percebi o
som de passos à nossa frente até que dobramos a esquina bem
antes da cerca.

Nós derrapamos até parar na lama quando ficamos cara a


cara com os três soldados que nos olharam surpresos por um
momento antes de parecer nos reconhecer como os caras que
eles estavam procurando.

O que estava no centro do grupo abriu a boca para dizer


algo, mas Kyan rugiu enquanto ele avançava, jogando-o na
lama sem perder o ritmo.

O mais breve pensamento de como isso foi uma loucura


passou pela minha mente, mas quando o soldado mais
próximo a mim tentou pegar sua arma, eu bati meu punho em
seu cotovelo para impedi-lo, meu ombro conectando com seu
abdômen um momento depois enquanto eu o levava para o
chão também.

Saint e Blake mergulharam no terceiro soldado e eu me


perdi em um emaranhado de punhos voadores, lama
congelante e desespero enquanto lutávamos com tudo que
tínhamos para dominá-los.
Não era como lutar contra um cara qualquer em uma
briga de rua, esses homens tinham treinamento e sabiam
lutar. Mas eles também foram pegos de surpresa e
sobrecarregados por seus uniformes volumosos enquanto
tínhamos a vantagem de lutar por nossas vidas. O desespero
era uma ferramenta poderosa quando bem aproveitada e não
havia motivação maior do que a necessidade de escapar
daquele lugar e voltar para nossa garota.

Minhas costelas dilataram-se de dor quando o cara


embaixo de mim socou e chutou, seus golpes pesados e com
intenção de machucar, mas eu era um grande filho da puta
que passou anos treinando para lutar. Eu tinha uma vantagem
sobre ele e nós dois percebemos isso no mesmo momento.

Eu o soquei forte, em seguida, consegui enganchar um


braço em volta de seu pescoço, virando-o de frente e exercendo
pressão enquanto dirigia meu joelho em sua coluna.

Um olhar à minha direita revelou um dos outros soldados


deitado inconsciente na lama e uma batida depois, Saint tinha
uma arma pressionada na cabeça do cara abaixo de mim.

Ele parou de lutar instantaneamente e me afastei,


aliviando-o de sua arma quando me levantei, encontrando
Kyan segurando o outro soldado com uma pistola apontada
para sua cabeça também.

“Você vai ter certeza de sairmos daqui,” Saint rosnou,


indicando para eu segurar o soldado preso embaixo de mim e
eu puxei seus braços para trás dele, segurando-os firmemente
enquanto o gosto de sangue revestia minha língua. Meu lábio
arrebentado.
“Você não pode acreditar seriamente que vai escapar deste
lugar?” O soldado tossiu.

“Eu posso e nós iremos,” Saint assegurou-lhe. “Vocês são


aqueles que estão delirando se honestamente acreditam que
permitiríamos que você nos trancasse em algum laboratório
para fazer experiências.”

“Tenho certeza que não é assim,” disse o soldado que Kyan


estava se contendo. “Eles só querem questioná-lo sobre seus
anticorpos.”

“Obrigado, mas não,” disse Blake, abaixando-se para


pegar as armas do soldado inconsciente.

“Vamos,” Saint acrescentou, encerrando esta discussão


inútil.

Eu não pude deixar de olhar para a torre de vigia mais


próxima enquanto saíamos para o espaço aberto antes da cerca
e todos nós nos agrupamos, forçando os soldados a caminhar
entre nós e ela. Se alguém lá nos visse, teria que atirar em seus
próprios homens para nos impedir e eu sabia que não havia
chance deles fazerem isso.

Corremos pelo chão lamacento até a cerca, os soldados


cedendo ao inevitável enquanto os fazíamos correr conosco e
meu coração batia forte quando alcançamos os painéis de
arame de metal que nos prendiam.

Fogos de artifício continuaram a explodir no alto e quando


me virei para olhar para a nossa esquerda, os vi disparando de
uma enorme fogueira que ardia nas árvores do lado de fora da
cerca na borda das árvores.
A explosão de uma buzina de carro tocando duas vezes
chamou minha atenção de volta para as árvores grossas à
nossa frente e meu coração disparou quando vi duas pessoas
sentadas em um enorme Jeep Wrangler preto, esperando por
nós. O cabelo longo e dourado de Tatum era inconfundível
mesmo à distância e uma mistura de excitação e medo me
encheu ao vê-la aqui. Eu só queria embrulhá-la e levá-la para
longe deste lugar, o que significava que precisávamos nos
apressar.

Blake conseguiu empurrar a cerca de metal com força


suficiente para criar um espaço entre dois dos painéis de metal
no momento em que o holofote da torre de vigia girava em
nossa direção. Abaixei-me atrás do soldado que ainda
segurava, certificando-me de que não havia chance de eles
conseguirem um tiro certeiro contra mim.

“Pare!” Uma voz rugiu da torre, mas não havia chance


disso.

“Porra, nós vamos!” Kyan gritou de volta enquanto se


abaixava pela abertura na cerca, arrastando seu escudo
humano com ele para protegê-lo e Blake.

O soldado que eu estava segurando tentou se soltar, mas


Saint o segurou também, forçando-o a nos seguir enquanto nos
movíamos desajeitadamente pela abertura na cerca.

Um dos guardas na torre disparou um tiro no chão a


poucos metros de nós em advertência enquanto ele continuava
a gritar para que parássemos e meu coração saltou por um
momento antes de começarmos a correr.
Mais tiros foram disparados e pedaços de grama
pulverizados no ar, mas os ignorei, mantendo o soldado entre
nós e seus amigos enquanto corríamos para a segurança das
árvores e nenhum deles chegou perto de nos atingir.

Tatum subiu em seu assento e abriu a porta traseira do


carro enquanto corríamos para ele, a risada selvagem de um
homem navegando até nós sobre os sons de tiros e fogos de
artifício e Blake mergulhou no carro enquanto Kyan segurava
seu soldado.

Niall subiu no banco do motorista e Tatum subiu no banco


do passageiro da frente para abrir espaço para nós enquanto
Blake deslizava na parte de trás.

Eu parei ao lado de Kyan, deixando Saint pular antes de


empurrarmos os soldados para longe e saltar também.

As rodas giraram na terra quando Niall pisou no


acelerador e quase caí na área dos pés enquanto Kyan se
esparramava em cima de Blake e Saint.

Nós quicamos sobre o terreno acidentado e bati minha


cabeça na lateral da porta antes de conseguir me levantar e
olhar para a floresta escura correndo do lado de fora.

“Segure suas bundas, meninos!” Niall gritou. “Estamos


saindo da estrada.”

Eu consegui forçar meu caminho para uma cadeira, meio


sentado no colo de Blake enquanto estendia a mão ao redor da
cadeira na minha frente para segurar a mão de Tatum.

Ela olhou para mim com um sorriso largo, seus olhos


varrendo todos nós como se ela estivesse se certificando de que
estávamos todos bem e me peguei rindo quando percebi que
estávamos.

“Você quase me deu um maldito ataque cardíaco me


fazendo esperar daquele jeito,” ela disse, tentando fazer
beicinho, mas incapaz de manter o sorriso longe por muito
tempo.

“Desculpe por isso,” respondi.

“Eles estarão nos perseguindo,” Saint disse, sua voz


severa como se ele estivesse avisando a todos nós para não
ficarmos muito animados com nossa fuga.

“Bom ponto, rapaz,” disse Niall, desligando os faróis e nos


mergulhando na escuridão.

Meu intestino despencou enquanto ele continuava a


acelerar, dirigindo mais fundo na floresta sem quase nenhuma
luz para mostrar a ele se havia uma árvore subindo à nossa
frente.

“Você está louco?” Eu perguntei a ele, segurando o encosto


de cabeça na minha frente enquanto observava o tio de Kyan.
Niall estava sorrindo enquanto dirigia, seu cabelo loiro sujo
empurrado para trás de seus olhos e uma coleção de tatuagens
rastejando sobre seu peito nu e na lateral de seu pescoço. Ele
tinha tatuagens cobrindo suas mãos onde eles apertavam o
volante também e ele flexionou os dedos como se estivesse
transbordando de energia desesperada por uma saída.

“Algumas pessoas dizem que eu sou,” ele respondeu com


um encolher de ombros indiferente que dizia que não se
importava. Ou talvez que ele não tivesse certeza.
Eu me virei para olhar para a parte de trás do carro, não
encontrando nada além de escuridão e árvores ao nosso redor
enquanto dirigíamos mais e mais para a floresta.

“Para onde estamos indo?” Saint exigiu.

“Não sei,” Niall anunciou com um sorriso. “Ninguém pode


prever seus movimentos se você não tiver um plano a seguir.”

“Você não tem nenhum plano?” Saint empalideceu,


parecendo como se alguém tivesse acabado de cagar em seu
gato de estimação e estilizado seu pelo em um gavião.

“É a melhor maneira de ser,” disse Niall e Tatum deu uma


risada enquanto Saint parecia que estava prestes a começar
um discurso inflamado.

Kyan deu um soco no braço dele antes que ele pudesse


começar e ele nos deu um olhar aguçado quando Saint lançou-
lhe um olhar furioso.

“Eu disse a vocês, idiotas, que Tate está segura com Niall.
O resto de vocês? Não gosto de suas chances de irritá-lo,”
explicou Kyan.

Niall riu alto quando o carro bateu em um barranco e meu


estômago embrulhou quando parecia que estávamos dirigindo
sobre duas rodas por alguns segundos intermináveis antes de
bater de volta no chão sólido.

“Alguém quer assumir o volante?” Niall ligou. “Meu braço


está doendo como uma bunda que acabou de ser fodida sem
lubrificante.”
Ele realmente não esperou que alguém respondesse antes
de pisar no freio e pular para fora do carro e quando ele abriu
a porta, notei as manchas de sangue em seu assento.

“O que diabos aconteceu com você, velho?” Kyan


perguntou quando ele abriu a porta também e saiu. Eu o segui
bem atrás dele, olhando para o sangue que escorria do braço
esquerdo de Niall para o chão.

“Eu levei um pequeno tiro.” Niall arrancou uma bandagem


improvisada de seu braço, que parecia ter sido sua camisa. Seu
torso musculoso cheio de tinta e cicatrizes estava manchado
de vermelho e eu respirei fundo quando o sangue escorrendo
por seu braço começou a pingar de seus dedos.

“Eu disse a ele para fazer algo sobre isso,” Tatum insistiu
enquanto ela saía do carro também e Saint pegou o telefone do
porta-copos, claramente decidindo que ele seria o melhor para
fazer o plano se Niall não o fizesse.

“Não é nada, moça,” Niall disse, acenando enquanto ela


tentava dar uma olhada melhor e ele desafivelou o cinto antes
de colocá-lo em volta do braço e apertar bem acima do
ferimento à bala.

Ele deu a volta para a parte de trás do jipe e o abriu antes


de pegar um rolo de fita adesiva e eu peguei a mão de Tatum
enquanto o seguíamos, meus olhos caindo na estranha
variedade de itens que ele mantinha em seu carro.

“O que diabos é toda essa merda?” Eu perguntei enquanto


olhava para a variedade de ferramentas de machados a
martelos e uma pistola de pregos, os quatro rolos de fita
adesiva, bobina grossa de corda, caixa de fogos de artifício,
alicate de corte e o que parecia ser uma venda lançada no topo.

“Hitman,” disse Niall, apontando para si mesmo antes de


enrolar a fita adesiva ao redor do ferimento sangrando em seu
bíceps algumas vezes e arrancá-lo com os dentes. “Mas se a
polícia me parar, apenas digo que sou um faz-tudo.”

“Como você explica a venda?” Tatum perguntou


curiosamente.

“Digo a eles que sou um submisso e que, se minha patroa


me ligar, tenho que estar pronto para que ela venha e me
sufoque, não importa a hora do dia ou da noite. As pessoas não
costumam questionar essa merda.”

Tatum bufou uma risada enquanto eu me contive em dizer


metade das coisas que estavam passando pela minha cabeça.
Eu já sabia que ele era uma assassino de aluguel pelo que Kyan
nos disse, mas ficar aqui olhando para seu equipamento de
matar meio que tornava isso mais real.

“Parece que você tem uma boa configuração aqui,” eu


disse, me perguntando se elogiar suas armas assassinas era a
coisa a fazer nesta situação. Tudo que eu sabia com certeza era
que isso era estranho pra caralho.

“Por quê? Você precisa de alguém morto?” Niall perguntou


casualmente como se estivesse me oferecendo um refrigerante.
“Eu não tenho vagas esta semana porque eu realmente preciso
voltar para casa e alimentar meus animais de estimação.
Aquela mal-humorada não gosta se eu a deixar esperando
muito tempo entre refeições. Ela fica muito tagarela. O outro
também fica irritado, mas eu não dou a mínima para ele, então
não estou tão incomodado com esse assunto. Ainda assim, eu
não gostaria que ele morresse por cima de mim antes de eu
estar pronto.”

Kyan me deu um olhar que dizia não pergunte, mas eu


estava realmente curioso para caralho agora.

“Isso é higiênico?” Tatum perguntou, apontando para sua


bandagem de fita adesiva e Niall latiu uma risada antes de
fechar o porta-malas e contornar o carro para entrar no banco
do passageiro da frente.

“Niall não se importa muito com sua própria mortalidade,”


Kyan deu de ombros enquanto nos conduzia ao redor do carro
para voltarmos.

Blake havia tomado o assento do motorista e Saint estava


olhando para um mapa no telefone de Tatum enquanto ele
murmurava sobre a melhor rota para nós tomarmos para evitar
o acampamento enquanto voltávamos para o sul em direção à
casa da família de Kyan.

Eu sentei no banco do meio e Kyan subiu ao meu lado,


puxando Tatum em seu colo antes de fechar a porta.

“Siga esta rota com o melhor de sua capacidade,” Saint


disse, entregando o telefone de Tatum para Blake, que o
colocou em um suporte no painel com o GPS destacando uma
rota que Saint claramente havia traçado a si mesmo.

“Sobre isso,” Blake concordou, puxando para dentro das


árvores mais uma vez e nos afastamos do acampamento o mais
rápido que pudemos.
“Precisamos enviar aquela filmagem do acampamento
para a imprensa,” disse Saint, estendendo a mão para o
telefone de Kyan e fiz uma careta para ele quando percebi que
ele nem tinha cumprimentado Tatum ainda.

“Você precisa relaxar, irmão,” Kyan brincou, jogando-lhe


o telefone do mesmo jeito.

“Eu vou assim que estivermos longe daqui e a ameaça


passar,” ele cortou de volta antes de se concentrar no telefone
e ignorar o resto de nós.

Niall chutou as botas no painel e encontrou um boné de


beisebol no porta-luvas, colocando-o e puxando-o sobre os
olhos enquanto parecia adormecer.

“Você está bem?” Murmurei para Tatum enquanto pegava


sua mão na minha, virando-a para inspecionar por quaisquer
sinais de ferimentos.

“Estou bem. Niall era um protetor feroz, não se preocupe.”

“Eu acho que você precisa de um check-up físico completo


para ter certeza, baby,” Kyan murmurou contra seu pescoço
enquanto passava a mão ao longo de sua coxa.

Tatum suspirou satisfeita, virando a cabeça para beijar


seus lábios antes de se inclinar em minha direção. Havia algo
sobre isso que parecia tão simples, tão fácil, ela apenas se
virando de um de nós para outro. Eu nem sabia quando tinha
caído nesse ritmo com eles, mas pelo menos nesse tipo de
situação, parecia fazer muito sentido.

Saint estava digitando furiosamente, enviando e-mail


após e-mail para tantos veículos de notícias diferentes quanto
podia e quando saímos da floresta e pegamos uma estrada
novamente, ele tinha terminado. Ele silenciosamente pegou o
cartão SIM do telefone, quebrou-o em pedaços e abaixou a
janela para jogá-lo fora.

Assim que a janela foi fechada novamente, ele estendeu a


mão para Tatum, puxando-a para beijá-la profundamente.
Quando eles se separaram, ela se moveu para se deitar sobre
nós três, colocando a cabeça no colo de Saint enquanto torcia
seus dedos nos meus e deixava suas pernas em Kyan.

Fiquei desconfortável em saber que ela não estava


amarrada, mas o carro de Niall não parecia ter nenhum cinto
de segurança aqui, então não tivemos muita escolha e tentei
não pensar muito nisso.

Eu relaxei em meu assento enquanto os quilômetros


passavam e Blake nos conduzia em um caminho circular para
longe do acampamento e de volta para a casa da família de
Kyan. Ainda era muito difícil imaginar um fim para tudo isso,
mas pelo menos naquele momento, estávamos juntos e seguros
e eu poderia me concentrar nisso.

***

Devo ter cochilado em algum lugar antes de chegarmos à


casa do avô de Kyan, porque acordei bruscamente quando
paramos do lado de fora.

O lugar era insanamente grande, parecendo mais com


algum tipo de resort do que uma casa para um único homem,
mas Kyan não disse nada para explicar quando saiu do carro
e se afastou para falar com Niall.

“É realmente uma boa ideia ficarmos aqui?” Eu perguntei


duvidosamente, olhando para o edifício imponente enquanto
seguia os outros para fora do carro.

“Liam tem tentado trazer Kyan de volta aqui por um tempo


agora,” Saint explicou. “Ele nos ajudou muitas vezes
recentemente e não vai continuar a aceitar um obrigado de
Kyan como pagamento.”

“O que ele vai fazer com que Kyan faça?” Tatum perguntou
em voz baixa assim que a enorme porta da frente no topo da
escada fosse aberta.

Ainda estava escuro, pois eram apenas três da manhã,


mas aparentemente nada pegava os funcionários aqui de
surpresa, pois uma mulher vestida com um uniforme de
empregada esperava por nós para cumprimentá-la.

“Não se preocupe com isso,” Saint disse suavemente,


aproximando-se de Tatum e pressionando um beijo em sua
testa. “Precisamos de um lugar para ficar e a casa de Liam
O'Brien está mais trancada do que a bunda de um mosquito.
Por enquanto, vamos permitir que ele acredite que Kyan está
caindo na linha. Isso vai me dar algum tempo para entregar as
vacinas a Dra. De La Cost e para eu caçar meu pai e descobrir
exatamente como queremos terminar isso. Assim que não
precisarmos mais da casa e da proteção de Liam O'Brien,
encontrarei uma maneira de libertar Kyan de suas obrigações
para com ele.”
“Se o cara é tão ruim quanto Kyan diz que é, então eu não
o vejo apenas sendo razoável sobre qualquer coisa que você
possa inventar,” apontei.

“Se a única saída for o derramamento de sangue, então


ficarei feliz em molhar minhas mãos,” Saint disse com um
encolher de ombros. “Eu vou deixar você saber assim que
decidir se é necessário ou não.”

Ele se afastou de nós e suspirei enquanto caminhava atrás


dele com Tatum entre mim e Blake. Eu ainda odiava quando
Saint tentava ganhar posição assim, mas eu podia admitir que
quando se tratava de toda essa conspiração e intriga, eu estava
fora de mim. Então, o deixaria pensar que ele estava no
comando por agora, se isso fosse o necessário para manter a
paz.

Kyan se moveu para ficar entre nós e a casa antes que


pudéssemos ir mais longe, enquanto Niall ficava para trás e
acendia um cigarro enquanto se encostava no capô de seu
carro.

“Niall pediu um favor,” disse Kyan, esfregando a mão no


queixo. “Ele disse que Tatum já havia lhe dado uma vacina
quando ele apareceu pela primeira vez para ajudá-la a sair da
cidade...”

“Sim,” ela concordou. “Fazia sentido. Além disso, parecia


o mínimo que eu poderia fazer.”

“Você deveria ter passado pelo grupo,” Saint gritou.

“Teria sido muito difícil explicar meu apego àquela caixa


térmica se eu não tivesse contado a ele o que havia nela,” ela
rebateu, inclinando o queixo daquela forma que nos disse que
ela estava pronta para uma briga se ele continuasse
questionando-a sobre isso. “E uma vez que ele soube, teria sido
um pouco rude eu não lhe oferecer uma, você não acha?
Considerando que ele salvou minha bunda. Seguido por todos
os seus traseiros, devo acrescentar.”

“Tudo bem,” Saint suspirou. “Então, o que mais ele quer?”

“Mais duas doses,” disse Kyan, olhando para seu tio, que
sorriu para nós enquanto dava uma tragada no cigarro.

“Para quem?” Blake perguntou.

“Para... as pessoas que ele trancou em seu porão.” Kyan


encolheu os ombros como se isso não fosse estranho pra
caralho.” Quero dizer, ele diz que quer mais ums para a garota
– aquela que ele comprou da Royaume D'élite - mas ele diz que
o outro 'seria útil'.”

Saint beliscou a ponte de seu nariz e suspirou


pesadamente. “Tudo bem. É um pequeno preço a pagar por ele
manter Tatum segura,” disse ele, embora ainda soasse como
se estivesse chateado.

“Vamos apenas manter o serial killer feliz,” concordei. “Há


gente suficiente tentando nos matar sem que adicionemos
outro à lista.”

Kyan riu como se eu estivesse brincando e pegou a caixa


de Tatum, removendo algumas doses para ele e as dando para
seu tio.

“Você quer que eu explique como você os dá?” Tatum


começou, mas ele apenas acenou para ela.
“Vou apunhalá-los na bunda com eles e torcer pelo
melhor, obrigado mesmo assim. Vejo você então,” Niall chamou
alegremente, sangue escorrendo de debaixo da bandagem de
fita adesiva em seu braço.

“Talvez você devesse verificar isso?” Eu sugeri quando ele


começou a se virar e olhou para o sangue como se não tivesse
notado antes.

“Merda,” Niall engasgou e eu levantei minhas


sobrancelhas enquanto ele apontava para mim. “Acabei de
perceber quem você me lembra. Isso tem me incomodado a
noite toda.”

“O que isso tem a ver com o...”

“Ele é o cara daquele show com as motos e as armas e


essa merda,” ele continuou, fazendo uma arma com os dedos
e apontando para mim.

“Isso poderia ser literalmente qualquer um de tantos


programas,” eu apontei.

“Sim, mas você sabe o que quero dizer. Aquele com o cara
que se parece com você.” Ele disparou sua arma contra mim,
então se virou e agarrou Tatum em um grande abraço de urso,
apertando-a com força e girando-a enquanto ela ria de
surpresa.

Ele a colocou no chão, bagunçando seu cabelo como se ela


fosse uma criança antes de abraçar Kyan também e decolar em
seu carro novamente sem outra palavra.
“Cuide-se,” Kyan gritou atrás dele e a risada de Niall foi
carregada de volta para nós com o vento enquanto ele jogava o
cigarro para fora da janela do carro.

“Eu sou como uma barata, rapaz. Você pode tentar me


matar o quanto quiser, mas eu apenas continuo chutando.”

“Seu tio é louco,” Blake murmurou enquanto acenava


para ele e Kyan ria enquanto liderava o caminho até os
degraus.

“Sim, bem, quando você vem de uma família como esta,


acho que pode ser a melhor maneira de sobreviver. Além disso,
ele viveu uma merda que você nem mesmo quer imaginar.
Duvido que qualquer um de nós estaria melhor em suas
circunstâncias.”

“Duvido que algum dia me transforme em um palhaço


delirante,” disse Saint.

“Ele não é um palhaço,” Tatum murmurou, olhando por


cima do ombro e carrancuda para o carro de Niall. “Eu acho
que ele está sozinho. E desesperadamente triste.”

Kyan suspirou pesadamente, balançando a cabeça e


pegando sua mão antes de levá-la aos lábios e beijar seus nós
dos dedos. “Você sempre vê a verdade das pessoas, não é,
baby?”

“É uma coisa boa que eu faço,” ela respondeu, olhando


entre nós quatro. “Ou eu nunca teria dado a nenhum de vocês
uma chance. Vocês eram todos uns idiotas quando nos
conhecemos.”
“Ugh, por que sinto que você vai usar isso contra nós pelo
resto de nossas vidas?” Blake brincou e Tatum revirou os olhos
quando começamos a andar novamente.

“Talvez eu vá. Vou usar para vocês fazerem o que eu


quiser, sempre que eu quiser,” disse ela.

“Nós já fazemos isso,” eu provoquei e ela sorriu.

“Boa noite, Coco,” a governanta murmurou enquanto


subíamos os degraus. “Seu avô já se retirou para dormir, mas
ele solicitou que todos vocês fizessem um teste do vírus Hades
antes de entrarem em casa.” Ela apontou para uma bandeja
que ela colocou no degrau superior e Kyan conversou um
pouco com ela enquanto todos nós rapidamente os
carregávamos para fora.

Tivemos que esperar três minutos para que os resultados


aparecessem, mas assim que eles provaram que éramos
negativos, ela nos deixou entrar e disse a Kyan que teríamos a
passagem pela ala oeste durante a nossa estadia. Isso mesmo
- uma ala inteira de merda. Quem tinha casas com alas?

Eu realmente não tinha nada a dizer sobre essa porra de


insanidade, então eu apenas mantive minha boca fechada e
tentei não ficar boquiaberto como o único indigente na sala
enquanto seguia Kyan e os outros para esta ala extravagante
que estávamos sendo presenteados com o uso.

Kyan mandou a governanta para a cama, garantindo a ela


que éramos capazes de nos resolver, mas quando ele nos levou
para uma suíte enorme, encontramos uma mesa com
sanduíches e bebidas como se ela de alguma forma soubesse
que estaríamos querendo eles.
“Martha vale seu peso em ouro,” Kyan gemeu enquanto
pegava um sanduíche e começava a mastigar antes mesmo de
terminar sua frase.

“Vamos precisar de um lugar para refrigerar as vacinas,”


disse Saint, mal olhando para o quarto luxuoso com a cama
super king-size com dossel e tetos abobadados.

Na verdade, Blake também não. Como se esse tipo de


opulência pródiga fosse tão comum para eles que nem
percebiam. Juro que nunca me senti mais deslocado no grupo
deles do que naquele momento.

“A minigeladeira está ali,” Kyan disse com desdém,


apontando para um painel na parede que de fato se abria para
uma minigeladeira com garrafas de água geladas empilhadas
dentro dela quando Saint abriu para colocar a caixa prateada
dentro. Porque aparentemente isso era totalmente normal.

Uma mão quente deslizou na minha enquanto eu meio


que ficava no meio da sala e Tatum me deu um sorriso
conhecedor enquanto se levantava na ponta dos pés para falar
no meu ouvido.

“Dê-me um pequeno B&B4 aconchegante e uma pizza para


viagem qualquer dia,” ela provocou. “Este lugar é ridículo pra
caralho.”

4 Bed and Breakfast - Um bed and breakfast é um pequeno estabelecimento de hospedagem que oferece
pernoite e café da manhã.
Eu quebrei um sorriso para ela, aliviado ao descobrir que
eu não era o único pensando nisso quando ela começou a me
puxar pela sala.

“Onde você está me levando, princesa?” Eu perguntei


enquanto a deixava me levar junto.

“Agora, tudo que eu quero é lavar este dia de cima de mim,


rastejar para aquela cama grande com vocês quatro e dormir.”
Ela explicou enquanto entrávamos em um banheiro enorme
que eu me recusei a acreditar que era apenas a casa de banho
privada. Ninguém tinha torneiras de ouro e uma banheira
independente em uma suíte.

“Desejo concedido, então.” Eu prometi a ela, seguindo seu


exemplo enquanto arrastava minhas roupas lamacentas e
rasgadas e a perseguia até o chuveiro gigante que estava contra
a parede oposta. Não havia nem mesmo uma tela separando-o
do resto da sala, apenas um enorme chuveiro em cascata sobre
um ralo colocado nos azulejos azul-marinho.

Tatum ligou o chuveiro e eu pisei embaixo dele com ela,


meus olhos lacrimejando com a visão da água escorrendo por
sua carne nua por tanto tempo que nem percebi os outros nos
seguindo até que estávamos todos molhados e nos esfregando
um ao outro enquanto nos lavávamos.

Estávamos exaustos demais para transformá-lo em algo


mais do que era, embora de alguma forma nós quatro
acabássemos lavando Tatum, nossas mãos a tocando e
acariciando enquanto as bolhas deslizavam por sua pele
sedosa. Minha mão pode ter mergulhado entre suas coxas
brevemente, provocando seu clitóris com uma carícia suave
enquanto os outros brincavam com seus mamilos endurecidos
e bunda apertada até que ela estava ofegante e agarrada ao
meu braço, suas unhas cortando em mim enquanto eu a
puxava para a felicidade.

Nós nos secamos rapidamente e nos amontoamos no


super-king juntos depois disso. Eu descobri que não dava a
mínima para que houvesse três outros caras nus na minha
cama enquanto todos nós adormecíamos. Porque estávamos
juntos e seguros e isso era mais do que poderia ter sido dito
apenas algumas horas atrás. Então eu iria contar minhas
bênçãos, abraçar nossa garota com força e rezar para que
nunca mais tivesse que soltá-la.

***

Acordei com a sensação de dedos suaves passando pelo


meu braço e meu pau endureceu quando estendi a mão para a
garota ao lado de quem adormeci. O cheiro dela agarrou-se aos
travesseiros enquanto procurava por ela nos lençóis e sentia o
calor de seu corpo fora de alcance.

O pensamento de sua pele nua tão perto me fez doer para


reclamá-la e, embora eu soubesse que ela provavelmente
precisava dormir mais, não pude resistir à ideia de acordá-la e
ver se ela gostaria de me aceitar nessa ideia. Eu faria isso muito
bem, porém, com minha cabeça entre suas coxas, acordando-
a enquanto a comia como meu café da manhã favorito e a fazia
implorar pelo resto de mim.
Eu me aproximei dela, minha mão alcançando sua coxa,
mas em vez de encontrá-la, meus dedos pousaram em um pau
sólido.

“Argh!” Eu puxei minha mão para trás e abri meus olhos,


me encontrando na cama sozinho com um Blake Bowman nu
e mais ninguém. Não exatamente como eu esperava começar
meu dia.

“Bom dia, linda,” Blake murmurou sonolento quando


descobri que meu pau estava afundando rápido.

“Droga. Onde está Tatum?” Eu grunhi, esfregando a mão


no meu rosto enquanto Blake dava de ombros e fechava os
olhos novamente, claramente decidindo dormir mais.

Eu me levantei com uma carranca e encontrei Saint


sentado em uma pequena mesa, bebendo café enquanto
digitava em seu laptop. O sorriso divertido em seus lábios disse
que ele tinha gostado daquele pequeno show, no entanto.
Idiota.

“Bom dia,” murmurei, procurando por Kyan e Tatum e


parando em branco.

“São nove e vinte e três,” Saint disse sem tirar os olhos de


seu trabalho. “Dificilmente o que eu chamaria de manhã.”

“O que você quer que eu diga então?” Eu perguntei, saindo


da cama e me espreguiçando enquanto tentava aliviar meu
pescoço.

“Kyan trouxe algumas roupas para nós,” Saint disse,


olhando para mim com uma pitada de escárnio e rolei meus
olhos enquanto me dirigia para as roupas cuidadosamente
dobradas na cadeira que ele estava apontando.

“Qual é o problema? A visão do meu pau ofende você, a


menos que você esteja me vendo enfiá-lo na sua namorada?”
Eu provoquei e Saint deu de ombros.

“Um pênis flácido balançando sem motivo é apenas uma


distração para os olhos,” disse ele casualmente, voltando ao
trabalho. “Um duro fazendo com que Tatum Rivers goze tanto
que ela não consegue deixar de gritar, tem muito mais apelo.”

Eu lati uma risada surpresa quando peguei um par de


calças de moletom cinza e Saint realmente sorriu, me fazendo
perceber que ele estava fodendo comigo. Quem diria que o
diabo teria senso de humor?

Eu puxei uma camiseta também, em seguida, fui até a


mesa para pegar algumas torradas e uma xícara de café da
bandeja que tinha sido colocada para nós. Eu devo ter estado
realmente fora de mim por ter perdido Martha ou quem quer
que tenha entregado isso, mas eu sabia que Kyan disse que ela
deixaria um carrinho de café da manhã fora durante a noite,
então estava supondo que Saint o tivesse trazido. Eu não
estava reclamando, mas foi muito estranho ter esse tipo de
serviço na sua maldita casa. Comida que aparecia
magicamente quando eu queria era uma vantagem de rico com
a qual eu poderia me acostumar.

“Onde estão Kyan e Tatum?” Eu perguntei e Saint deu de


ombros.

“Eles saíram para encontrar a comida, mas a comida


chegou e eles não voltaram com ela. Meu palpite é que eles
foram emboscados pelo avô de Kyan ou ele está transando com
ela em algum lugar enquanto conversamos.”

Eu estalei minha língua, olhando para a porta enquanto


fazia meu brinde rápido e Saint continuava digitando. Ele não
parecia se importar que eu falasse com ele, mas ele estava
claramente no meio de algo e eu estava com fome de dar uma
olhada mais nesta mansão maluca de qualquer maneira.

“Talvez eu vá procurá-los,” anunciei ao me levantar,


esvaziando o resto do meu café.

“Certifique-se de estar atento à sua língua se você se


deparar com um O'Brien,” disse Saint. “Eles realmente são um
bando de bandidos brutais e você, meu caro Nash, é fácil de
eliminar. Não dê a eles uma razão para transformá-lo em um
cadáver.”

“Aww, eu não sabia que você se importava tanto, querida,”


provoquei enquanto abria a porta e antes que pudesse fechá-
la novamente, sua resposta me alcançou.

“Sim, você sabia.”

Eu sorri antes que pudesse me conter, então saí pelo


corredor, tentando me lembrar de que caminho viemos para
chegar aqui na noite passada.

Andei por corredores longos e curtos, subi e desci escadas


e abri algumas portas, encontrando uma sala de jogos a uma
biblioteca, mas não encontrei outra alma viva.

Esta casa era tão grande que juro que me perdi mais vezes
do que nunca enquanto tentava encontrar meu caminho em
torno da Everlake Prep, e depois de um tempo a emoção de
explorá-la passou, me dando vontade de voltar para o nosso
quarto.

Virei-me com a intenção de fazer exatamente isso -


presumindo que realmente pudesse encontrar o caminho de
volta para lá quando um ruído abafado chamou minha atenção
para uma sala no final do corredor. Eu caminhei em direção a
ele, pensando ter ouvido o estrondo baixo da voz de Kyan.
Fiquei tão confuso nesses corredores grandiosamente
decorados que, quando empurrei a porta e me vi em outro
quarto, fiquei realmente surpreso. Eu pensei que esta parte da
casa era composta de salas de entretenimento, mas estava
claramente errado sobre isso.

Tatum engasgou quando escancarei a porta e por um


momento a raiva e o ciúme pulsaram em mim enquanto eu
olhava para ela presa sob seu marido tatuado na cama, suas
mãos amarradas na base de sua coluna e sua bunda no ar.
Kyan estava de pé diretamente atrás dela, os dedos cavando
em seus quadris enquanto a fodia com força e rapidez. Ele nem
pareceu notar quando estendeu a mão e pegou Tatum pelo
pescoço, puxando-a para cima de modo que suas costas
ficassem pressionadas contra seu peito. Mas quando ele
ergueu o olhar ao morder o lóbulo da orelha dela para me olhar
bem nos olhos e sorrir, eu sabia que ele estava bem ciente da
minha chegada.

“Você está querendo se juntar a nós, irmão?” Ele


perguntou, movendo seus quadris lentamente enquanto se
abaixava para acariciar o clitóris de Tatum, fazendo-a gemer
quando seu olhar encoberto pousou em mim.

Eu fiz uma careta quando ele apertou a mão em torno de


sua garganta, o desejo de arrastá-lo para longe dela me
consumindo por um momento antes de entrar e bater a porta
fechada atrás de mim. Ela deixou mais do que claro que
gostava de quão áspero Kyan era com ela, mas eu não podia
negar que ainda estava lutando para entender completamente
por que ela permitiu que ele a estrangulasse assim.

“Ele está machucando você, princesa?” Eu perguntei,


incapaz de me ajudar.

Kyan riu enquanto relaxava seu aperto em sua garganta e


ela lambeu os lábios inchados. “Só da maneira que eu gosto,”
ela ofegou.

“Por que você não vem e descobre?” Kyan ofereceu,


empurrando seus quadris para trás para que puxasse seu pau
para fora dela e Tatum engasgou um som frustrado quando ela
ficou querendo mais.

“A ideia de fazer isso com ela realmente não me atrai,” eu


disse com um encolher de ombros, embora as mãos dela sendo
amarradas na base de sua espinha assim empurrassem seus
seios para fora da maneira mais deliciosa. Então talvez eu não
fosse totalmente contra tudo isso.

“Você é tão baunilha,” Kyan brincou e Tatum tentou


mordê-lo em uma tentativa indiferente de repreendê-lo.

“Eu não sou,” discordei. “Eu só luto para entender o que


Tatum ganha por ser amarrada assim e usada para o seu
prazer.”

“Eu não a uso apenas para o meu prazer,” Kyan zombou.


“Quando a fodo, ela goza muito mais vezes do que eu.”
Tatum mordeu o lábio, seus olhos flamejando com uma
ideia quando ela olhou para mim. “Por que você não tenta,
Nash?” Ela perguntou.

“Você quer que eu tente te foder enquanto você está


amarrada?” Perguntei e com toda a justiça, meu pau estava
duro como uma rocha e estava mais do que disposto a entrar
no lugar de Kyan. Eu só duvidava que fosse começar a sufocá-
la.

“Ou você poderia descobrir como é estar amarrado?” Ela


sugeriu, aquele olhar faminto em seus olhos brilhando de
excitação com a ideia.

“Porra, sim,” Kyan concordou com entusiasmo. “Então eu


vou pegar vocês dois.”

“O dia em que eu deixar você me pegar seria um dia frio


no inferno.” Apontei com uma zombaria.

“Tudo bem,” ele admitiu. “Tire a roupa e deixe-me amarrar


você então. Tatum pode ser a única que está pegando você e
eu vou simplesmente curtir o show.”

Eu queria protestar que não tinha desejo de ser amarrado,


mas aquele comentário baunilha estava me irritando e tinha
que admitir que preferia a ideia disso à ideia de sufocar minha
garota enquanto eu a comia. Não importa o quanto ela
parecesse gostar de Kyan fazendo isso.

“A menos que você seja uma merda de galinha?” Ele


zombou.

Tatum mordeu o lábio, mas pude ver que ela queria que
eu concordasse, então puxei minha camisa pela cabeça e a
joguei de lado antes de rastejar para a cama na frente dela e
roubar um beijo.

Ela gemeu em minha boca enquanto eu espalmava seus


seios, puxando e acariciando-os de forma que ela estava
ofegante, em seguida, movendo minha boca para baixo para
tomar seu mamilo e chupando forte até que ela respirou fundo.

Eu agarrei sua bunda e a coloquei no meu colo enquanto


me deitava na cama, gemendo enquanto ela esfregava sua
umidade contra o meu pau, onde esticava através do meu
moletom cinza.

Kyan pegou meu pulso e puxou-o de sua bunda,


amarrando-o com uma corda preta e prendendo-o na estrutura
da cama. Minha frequência cardíaca aumentou quando ele
pegou minha outra mão em seguida e eu não perdi seu sorriso
divertido quando ele abriu o braço e o amarrou no lugar
também.

Tatum olhou para mim com fome enquanto ela continuava


a esfregar contra mim e puxei meus pulsos quando percebi que
não podia fazer nada para me livrar das calças. E com as mãos
de Tatum ainda amarradas atrás das costas, ela também não
poderia.

“Desamarre-a,” eu disse, meu pau doendo enquanto ela


continuava a moer torturantemente.

“Não,” Kyan respondeu com uma risada. “Acho que você


vai ter que me convidar para jogar, afinal, se quiser ajuda para
tirar aquele menino mau pra fora.”
Eu xinguei ele, puxando as cordas o mais forte que pude
e fazendo a estrutura de metal da cama chacoalhar, mas elas
não iriam quebrar, porra. O bastardo tinha me amarrado muito
bem. E caí direto em sua maldita armadilha.

Tatum soltou uma risada ofegante da minha frustração,


ofegante enquanto ela pressionava seu clitóris em mim, se
soltando e fazendo meu pau latejar. Eu gozaria nas minhas
calças se isso durasse muito mais tempo, mas não era o que
eu queria. Queria estar bem dentro da minha garota, fazendo-
a gritar enquanto batia nela, não gozando dentro da porra da
minha boxer.

“Você apenas tem que dizer a palavra,” Kyan ronronou,


inclinando-se e soprando suavemente sobre o mamilo duro de
Tatum, fazendo-a gemer com o desejo de que ele fechasse
aquela distância. Mas eu sabia que ele não iria. Não, a menos
que eu o convide. E estava claro o quanto ela o queria também.

Meus olhos caíram na forma como seus seios estavam


saltando e gemi enquanto assentia com a cabeça, precisando
de mais do que estava recebendo agora e cedendo à porra de
Kyan e seu jogo estúpido. Eu o traria de volta por isso em
algum momento, mas agora estava disposto a admitir a derrota
em nome de colocar meu pau dentro da minha garota.

Com uma risada suja, Kyan se moveu para trás de Tatum


e a encorajou a se levantar de forma que ela estivesse ajoelhada
sobre mim, mas não me tocando mais. Ele alcançou entre suas
coxas e enganchou seus dedos em volta da minha cintura,
sorrindo como um idiota antes de puxar minha calça para
baixo e fora de mim.
Ele os jogou de lado, me deixando nu, mas agarrou o
cabelo de Tatum, impedindo-a de se abaixar sobre mim
novamente enquanto ele se ajoelhava sobre minhas pernas
atrás dela e colocava sua mão livre entre suas coxas.

Soltei um gemido de frustração quando fui forçado a vê-lo


brincar com ela, seus dedos mergulhando dentro dela
enquanto pressionava o polegar em seu clitóris e puxava seu
cabelo para trás para que ela expusesse sua garganta para ele
chupar e marcar.

Pré-gozo estava molhando a ponta do meu pau enquanto


eu era deixado para assistir ao show e Tatum era mantida
como refém diante de mim, sendo fodida com a mão e gemendo
tão alto que não ser capaz de participar era semelhante a uma
fodida tortura.

No momento em que ela gozou para ele, ela estava


gritando e meu pau estava tão duro que eu tinha quase certeza
de que gozaria apenas de assistir a performance perfeita que
ela estava fazendo para mim.

Kyan nem mesmo deu tempo para ela se recuperar


enquanto a empurrou para baixo sobre mim, segurando a base
do meu pau em sua mão tatuada e guiando-o dentro dela com
um empurrão forte.

“Jesus,” amaldiçoei, mas não poderia exatamente ficar


com raiva dele por ter ultrapassado, porque ele moveu as mãos
para a bunda dela e a estava embalando no meu pau de uma
forma que fez minhas bolas doerem enquanto ele controlava
seus movimentos.
Rosnei seu nome enquanto empurrava meus quadris para
cima e empurrava dentro dela, fazendo-a gemer com cada
impulso forte enquanto Kyan movia a mão para brincar com
seu mamilo.

Os olhos azuis de Tatum encontraram os meus enquanto


ela me cavalgava, suas mãos ainda amarradas atrás dela
enquanto as minhas permaneciam presas à cama, não
deixando nada além daquele ponto vital de contato entre nós
enquanto ela me cavalgava mais e mais rápido, perseguindo
outro orgasmo como se ela estivesse desesperada por isso.

Kyan parou de balançar seus quadris, dando um passo


para trás e nos observando enquanto pegava uma garrafa de
lubrificante do bolso de sua calça de moletom que estava caída
no chão perto da minha.

“Você apenas mantém o lubrificante estando na casa do


seu avô?” Eu grunhi enquanto ele alisava um pouco ao longo
de seu pau sólido e ele sorriu para mim enquanto balançava a
cabeça.

“Você não deu uma olhada naquele saco preto ao qual


Saint está se agarrando desde que deixamos o Templo? O filho
da puta sujo trouxe quase tantos brinquedos sexuais quanto
rolos de dinheiro.”

Eu esqueci de fazer perguntas a ele quando Tatum se


inclinou para trás e começou a gemer mais alto, meu pau
claramente encontrando aquele lugar perfeito dentro dela e me
concentrei em empurrá-lo para cima e para dentro dela o mais
forte e rápido que pude.
“Foda-se, Nash, não pare,” ela ordenou sem fôlego e fiz o
que me foi dito, fodendo-a forte e profundamente até que sua
boceta apertou em torno de mim e ela estava gritando meu
nome, fazendo minhas bolas apertarem com a necessidade de
liberação.

“Não se atreva a gozar, Nash,” Kyan me avisou enquanto


se movia de volta para a cama e por algum maldito milagre eu
consegui não fazer, rangendo meus dentes e diminuindo meu
ritmo enquanto Tatum afundava no meu peito.

Sua boceta continuou pulsando em torno de mim


enquanto ela deixava seu peso cair mole em cima de mim e
pressionei beijos ao lado de sua cabeça até que ela levantou
sua boca para encontrar a minha.

A cama mudou debaixo de nós quando Kyan se moveu


atrás dela, e eu sabia o que ele estava planejando antes mesmo
de sentir o gotejamento frio do lubrificante contra a parte
interna das minhas coxas enquanto ele espalhava um pouco
sobre sua bunda.

Os dentes de Tatum afundaram em meu lábio inferior


enquanto ele se empurrava para dentro dela e gemi quando o
senti deslizando também, a fina parede de carne dividindo
nossos pênis parecendo quase nada enquanto ela ficava
impossivelmente mais apertada ao meu redor.

Kyan deslizou para dentro e para fora dela algumas vezes


lentamente, fazendo-a suspirar e gemer até que comecei a me
mover novamente, encontrando meu ritmo com ele e gemendo
com a fricção adicional de seu pênis dentro de seu corpo ao
mesmo tempo que o meu.
Conforme começamos a nos mover mais rápido, Kyan
envolveu a mão em torno da garganta de Tatum e a puxou para
cima, apertando apenas um pouco enquanto ela gemia ainda
mais alto.

Eu não queria gostar, mas enquanto observava o prazer


dançando em seus olhos enquanto ele a mantinha
inteiramente à sua mercê, não pude deixar de concordar que
ela claramente gostava disso. Eu podia sentir nos arrepios de
sua carne e na forma como seu corpo convulsionava ao redor
do meu.

“Ok,” murmurei. “Eu entendi agora.”

“Você acha que ele entendeu, baby?” Kyan respirou no


ouvido de Tatum, usando seu aperto em sua garganta para
inclinar sua cabeça para mim enquanto ele continuava a foder
sua bunda ao mesmo tempo em que eu dirigia em sua boceta
apertada.

Tatum apenas gemeu em resposta, muito perdida com a


sensação de nós dois possuirmos ela para dar uma resposta
coerente, mas quando Kyan olhou para mim por cima do
ombro, eu poderia dizer que ele não tinha parado de me
empurrar.

Ele empinou sobre Tatum, fazendo-a inclinar-se mais


sobre mim enquanto ele estendia a mão livre e a colocava
levemente em volta da minha garganta. Eu parei por um
momento, franzindo a testa quando percebi o que ele queria
fazer, e estava prestes a recusar até que meu olhar voltou para
encontrar o de Tatum.
Eu podia ver a emoção ali, mesmo sabendo que ela não
diria isso. Essa era minha escolha, mas ela queria que eu
sentisse a vontade que ela tinha com isso também.

“Tudo bem,” eu grunhi, meu pau grosso e desesperado por


liberação dentro dela e minha mente nublada pela minha fome
por ela. “Faça isso.”

Kyan sorriu amplamente quando ele imediatamente


obedeceu, seus dedos flexionando ao redor da minha garganta
enquanto ele apertava com força suficiente para restringir
minha respiração, embora não o suficiente para cortá-la
completamente. Meu instinto foi lutar com ele, mas enquanto
tentava puxar meus braços, as cordas apenas puxaram com
força e gemi de frustração, cedendo ao invés e aumentando
meu ritmo mais uma vez.

Tatum gritou quando empurrei dentro dela com mais força


e Kyan encontrou meu ritmo, seu aperto flexionando em ambas
as nossas gargantas enquanto ele dirigia dentro dela com um
grunhido de desejo e a restrição ao meu oxigênio começou a
me fazer sentir tonto.

Uma parte de mim doía por lutar contra ele, enquanto um


pequeno pedaço de mim saboreava a oportunidade de abrir
mão desse controle para ele. Eu não sabia por que, mas me
senti libertado, como se as algemas de todas as coisas ruins
que geralmente me pesavam tivessem sido arrancadas e eu
fosse capaz de deixar ir mais do que apenas o controle do meu
corpo, mas estava libertando minhas emoções também. E
quando olhei nos olhos azuis de Tatum enquanto ela cedia à
mesma liberdade, parecia que estávamos caindo de um
penhasco juntos, todos nós mergulhando em algumas
profundezas desconhecidas de nossos laços e nos unindo da
maneira mais pura que eu já experimentei.

Os sentimentos na minha carne se concentraram nesses


poucos pontos de contato mais importantes e empurrei mais
forte, mais profundo, o pau de Kyan encontrando o meu em
ritmo e profundidade até que Tatum estava gritando. Sua
boceta apertou e agarrou meu pau com tanta firmeza que antes
que eu percebesse, estava gozando com tanta força que quase
desmaiei.

Amaldiçoei e ofeguei quando Kyan me soltou, batendo seu


pau nela mais algumas vezes antes de gozar também com um
profundo gemido de liberação.

Ambos caíram em cima de mim, seu peso combinado me


esmagando na cama da maneira mais deliciosamente
satisfatória.

Ficamos assim por vários minutos dolorosamente longos


antes de Kyan rolar, desamarrando as mãos de Tatum para
que ela pudesse cair no espaço entre nós na cama.

“Eu te amo,” disse ela sem fôlego, suas palavras tão claras
para nós dois que eu não pude deixar de sorrir.

“Eu também te amo,” disse em retorno e o engraçado foi


que incluí Kyan nessa declaração. Não exatamente da mesma
maneira, mas eu o amava. Ele era minha família agora. Assim
como os outros dois. E houve um tempo em que nunca pensei
que teria uma família de novo, então isso significava muito
para mim.
Ele riu enquanto me desamarrava e nós três apenas
ficamos lá na cama, nossas mãos acariciando nossa garota e
ele se regozijando sobre mim enquanto eu não dava a mínima
para isso. Porque qualquer coisa que fizesse minha garota
gozar assim valia a pena para mim e não tentaria negar que eu
mesmo também gostei demais disso.

Eu não poderia dizer que exatamente se tornaria uma


coisa normal, mas com esse relacionamento incomum que nós
cinco tínhamos, tinha certeza de que ter a mente aberta sobre
tudo no quarto era o caminho certo a seguir. E eu estava aqui
para isso. Por isso. Por ela. Inferno, eu estava aqui por nós. E
não ia me desculpar ou dar desculpas por isso, porque pela
primeira vez em muito tempo, eu estava feliz. Então, eu não
tinha nenhuma intenção de sabotar isso.
Recebemos um convite que foi enfiado por baixo da porta
do nosso quarto em um pequeno envelope chique, nos dizendo
para nos juntarmos a Liam para jantar. Era uma coisa
totalmente estranha para um avô fazer, mas Liam não era
exatamente do tipo fofinho. Ele era do tipo que deixava as
pessoas sem dormir e as fazia pular em sua própria sombra.
Kyan disse que o jantar não era negociável e que Liam esperava
que nos vestíssemos bem, então logo estaríamos descendo as
escadas com algumas roupas finas. Os ternos eram de Kyan,
mas um vestido foi trazido para o quarto para mim por uma
empregada.

O vestido era de um vermelho sangue profundo e envolvia


minha figura com um decote profundo que quase chegava ao
meu umbigo. Era um exagero para um jantar em família, mas
eu jantei com essa família antes e sabia que não era um caso
normal. Eu não conseguia imaginar como deve ter sido para
Kyan crescer em torno desses psicopatas. E era estranho
pensar que aquele que mais se importava com ele era
possivelmente o mais sanguinário de todos eles. Estava claro
para mim que Niall iria até os confins da terra por seu
sobrinho, então isso o tornava um psicopata amigável,
imaginei.

Kyan caminhou à minha esquerda com Blake além dele e


Saint e Monroe flanquearam minha direita. Eles estavam
vestidos com ternos pretos caros que combinavam, todos
parecendo bons o suficiente para comer. E eu tive a sensação
de que eles sentiam o mesmo por mim enquanto seus olhos
passavam por meu corpo.

Aproveitei o poder de sua companhia, sentindo-me uma


imperatriz entre os imperadores. Nós cinco podemos enfrentar
qualquer destino juntos. Nós desafiamos a própria morte,
olhamos nos olhos dela e a fizemos reverenciar a nós. E fomos
totalmente capazes de fazer a vida seguir o exemplo.

Saint deslizou seu telefone para fora do bolso ao meu lado,


uma notificação iluminando na tela para uma reportagem.

Ele sorriu presunçosamente quando clicou nele e foi


levado a um site que mostrava o vídeo que Kyan fez do interior
do acampamento para onde foram levados.

“Troy Memphis se recusa a comentar sobre a filmagem


vazada de dentro do que está sendo chamado de Acampamento
Hades,” Saint leu o artigo em voz alta, sua voz cheia de vitória.
“O Governador do Estado está sendo solicitado a responder
pelas péssimas condições vistas nas imagens recebidas por
uma fonte anônima e dar uma explicação sobre a necessidade
de tais campos quando o público poderia simplesmente
continuar a se isolar em casa. O vídeo gerou mais medo entre
uma nação já temerosa, e os manifestantes têm invadido as
ruas de Hemlock City para lutar contra as regras de
quarentena que foram submetidas. A esposa de Troy Memphis
anunciou publicamente sua separação esta manhã em
resposta à notícia. Ela foi citada dizendo que ele havia 'se
perdido' e ela pediu-lhe que desse ao povo uma resposta às
perguntas que lhe eram feitas.

“Isso é verdade?” Eu perguntei surpresa e Saint assentiu.

“Não houve amor perdido entre eles por muito tempo. Sua
utilidade para ela chegou ao fim. Ela está se separando de um
homem que ela mal conhece, muito menos deseja. Ela
ocasionalmente me pedia para encontrá-la no passado, mas fui
poupado dessa tarefa desde o bloqueio. Honestamente, a
mulher é basicamente inofensiva, mas ela também apenas
ficou parada e permitiu que aquele homem me criasse com
quaisquer métodos que ele considerasse adequados. Então eu
não sinto grande afeto por ela,” Saint disse, nenhuma emoção
em sua voz e eu pude ver em seus olhos que ele realmente não
se importava. Ele sorriu maliciosamente, guardando seu
telefone. “A raposa está fugindo,” disse ele com um sorriso. “E
os cães do Diabo estão vindo atrás dele.”

“Nós vamos pegá-lo,” Kyan rosnou e o resto de nós


assentiu. “E vamos acabar com isso.”

Chegamos à enorme sala de jantar onde a mesa estava


posta para seis pessoas. Kyan se sentou à direita da cabeceira
da mesa, puxando-me para baixo ao lado dele.
“O resto de vocês é melhor se sentar do outro lado,” Kyan
instruiu, pegando minha mão e apertando-a com força.

Todos eles compartilharam olhares irritados quando Kyan


se recostou em sua cadeira e descansou minha mão em seu
joelho.

“Ela é minha esposa e não pertence a ninguém mais até


onde meu avô sabe,” disse Kyan seriamente e Saint empurrou
Blake e Monroe para os assentos ao lado dele enquanto ele se
sentava ao lado da cabeceira da mesa.

“Vamos jogar junto por agora,” Saint disse, alisando sua


camisa enquanto desabotoava o botão do blazer em sua
cintura.

“Por agora,” Monroe rosnou, e Blake assentiu com firmeza.

“Apenas para Liam,” eu disse.

“Vamos lá, não é só para o meu avô. Todos nós sabemos


que sou seu favorito, baby,” Kyan ronronou e abri minha boca
para repreendê-lo enquanto os outros faziam o mesmo, mas
então as portas se abriram e Liam entrou seguido por um
mordomo com uma bandeja de bebidas.

A aura imponente de Liam encheu a sala enquanto ele se


movia para o final da mesa, nos ignorando quando ele se jogou
em sua cadeira e o mordomo colocou um copo de cristal de
uísque na frente dele antes de colocar um na frente de cada
um de nós. Ele usava um terno cinza elegante que combinava
com seu cabelo, perfeitamente colocado como ele estava todas
as outras vezes que o vi. Ele ergueu o copo, sentindo o aroma
do álcool enquanto o girava sob o nariz, ainda agindo alheio à
nossa presença. E tive a sensação de que ele não gostaria que
algum de nós quebrasse o silêncio antes dele.

“Este é o uísque perfeito para fazer um brinde,” Liam


meditou em seu sotaque irlandês cadenciado, erguendo seu
copo e todos levantamos o nosso em resposta. “Para meu neto,
sua linda esposa e seus amigos fiéis. Que a lealdade corra
espessa em suas veias, para que seu sangue não seja
derramado como um rio por esta mesma casa.” Ele tomou um
gole de seu uísque e minha pele formigou enquanto eu o
imitava, seu aviso claro e ecoando no ar.

“Hum... pitada de manga, damasco, um toque de mel e...


um acabamento de especiarias amadeiradas,” Saint disse, seus
olhos fechados como um babaca pretensioso e eu quase bufei
com o quão intrigado Liam parecia com o comentário. “É o
malte único Bushmills vinte e um ano?”

“É,” disse Liam surpreso, olhando para Kyan. “Não sabia


que seu amigo tinha tão bom gosto.”

“Ele tem o gosto mais fino,” eu disse um pouco


provocadoramente e os olhos de Liam cortaram para mim.

“É mesmo?” Ele perguntou enquanto Saint sorria


presunçosamente.

“Sim, bem, ele acha que sabe de qualquer maneira,”


respondi.

“Os reis do mundo sabem que são reis antes de serem


coroados,” disse Saint. “Se você assume a vida que deseja levar
antes de tê-la, o mundo um dia deve oferecê-la. É inevitável.”
Uma batida de silêncio tenso passou então Liam riu,
batendo a mão no ombro de Saint e sacudindo-o. “Eu gosto de
você, rapaz.”

Os empregados chegaram com nosso primeiro prato,


servindo pequenos pratos de bruschetta para todos e nós
silenciosamente comemos nossa comida.

No momento em que nosso prato principal chegou, o


silêncio estava fazendo meus ouvidos doerem e olhei por cima
da mesa, capturando o olhar de Blake quando ele me deu uma
piscadela atrevida quando ninguém estava olhando. Foi super
arriscado e fez meu coração disparar, mas não pude deixar de
deslizar meu pé ainda mais para baixo da mesa para roçar
minha perna contra a dele.

“Então.” Liam enxugou a boca com o guardanapo


enquanto terminava sua refeição, jogando-o para baixo e
tomando um gole de água quando seus olhos caíram em Kyan.
“Recebemos um convite para o banquete anual dos Moguls em
Royaume D'élite,” ele anunciou, deixando o machado cair e
meu estômago deu um nó enquanto eu olhava nervosamente
para os outros. “Iremos para lá juntos na próxima semana.”

“Não,” a voz dura de Kyan ecoou pela sala.

“Com licença, rapaz?” Liam perguntou perigosamente,


seus dedos roçando a faca ao lado de seu prato.

Peguei a mão de Kyan, sentando-me ereta na minha


cadeira enquanto me preparava para lutar pelo meu marido se
ele precisasse de mim. Porque não havia como ele voltar lá. Não
quando Troy teria visto as fotos do passaporte do
acampamento para o qual foram enviados. Ele teria montado o
quebra-cabeça e percebido que seus níveis de anticorpos eram
tão altos porque eles tomaram uma vacina, descobrindo que
foram meus meninos que me salvaram de sua porra de
laboratório. E não poderíamos chegar perto daquele homem, a
menos que estivéssemos em posição de destruí-lo.

“Eu não posso ir,” disse Kyan, olhando para seu avô
enquanto Saint observava a situação criticamente.

“E porque não?” Liam rosnou, seus olhos brilhando com


escuridão.

Kyan olhou para mim e depois para os outros, seus lábios


pressionados juntos. “Eu simplesmente não posso.”

Liam abriu a boca, mas Saint chegou primeiro, falando


com calma, mas capturando toda a nossa atenção com o poder
por trás de suas palavras. “Infelizmente, Sr. O'Brien, seu neto
- junto com o resto de nós - fizemos alguns inimigos poderosos
recentemente. Inimigos que incluem meu pai.” Meu coração
batia mais forte, sem saber se essa informação deveria ser
entregue a Liam tão facilmente, mas eu confiava no julgamento
de Saint. E se ele pensava que isso era o que precisava ser feito,
então eu tinha que deixá-lo fazer.

Os olhos de Liam se estreitaram enquanto ele considerava


Saint. “Oh?” Ele se virou para Kyan. “No que você se meteu,
rapaz?” Sua voz estava cortante, e eu podia ver o homem
assassino que ele era em plena exibição, seu exterior brilhante
rachando para mostrar o monstro dentro.

Saint continuou como se Liam tivesse se dirigido a ele.


“Roubamos vacinas do laboratório do meu pai e as tomamos.
Todo o nosso sangue agora contém anticorpos valiosos e ele
está em um caminho de guerra para nos destruir pela bagunça
que deixamos em suas instalações. Eu tenho minhas suspeitas
há algum tempo de que ele é um membro importante da
Royaume D'élite, então Kyan não pode correr o risco de ir lá ou
ele será capturado no momento em que chegar.”

Liam tamborilou com os dedos na mesa e notei um grande


anel de sinete de ouro com um trevo gravado em seu dedo
médio. “Vacinas, você disse?”

“Sim, eles estavam nos estágios de testes, mas ao que tudo


indica são totalmente eficazes,” disse Saint.

“Humm.” Liam passou a mão pela mandíbula lisa


enquanto olhava de Saint para seu neto, sua expressão não
revelando nada sobre seus sentimentos com a menção de uma
vacina. “Bem, parece que você se meteu em uma grande
confusão, Kyan,” ele disse friamente. “Vou te dar até o final do
mês para consertar. Troy Memphis é um homem poderoso. Se
você puder cuidar dele, eu diria que talvez seja capaz de cuidar
dos negócios da família. Mas você vai fazer isso por suas
próprias mãos, não vá visitar seu tio Niall ou eu vou intervir e
lidar com a situação sozinho.” Ele sorriu conspiratoriamente
enquanto empurrava seu assento. “Considere isso um teste de
suas capacidades.” Ele passou por Kyan, em seguida, colocou
a mão no meu ombro, sua pele quente contra a minha
enquanto ele cavava seus dedos na clavícula. “E se você falhar,
serei forçado a oferecer uma retribuição ao Sr. Memphis de
alguma forma. Há três pessoas sentadas nesta mesa que
contribuiriam muito para acalmá-lo. Lembre-se disso, meu
garoto.” Ele saiu da sala e um arrepio percorreu minha espinha
com sua ameaça.
“Vamos prosseguir para o nosso quarto,” Saint disse,
levantando-se de seu assento, não parecendo nem um pouco
abalado com a ameaça, mas eu tenho certeza que a merda
estava. “Nossa próxima conversa é melhor em particular.”

“Adiante,” Blake riu e Saint deu um tapa na cabeça dele


enquanto ele liderava o caminho para fora.

Monroe os seguiu, mas quando me levantei, Kyan puxou


meus dedos para me manter lá, me dando um olhar atento.
“Vou consertar isso,” disse ele em um sussurro, suas palavras
misturadas com uma promessa.

Estendi a mão para segurar seu queixo, as pontas dos


meus dedos passando sobre sua barba. “Não, Kyan, vamos
consertar isso.”

Eu me virei e ele correu atrás de mim, sua mão na minha


cintura quando saímos da sala de jantar. Alguns dos
funcionários de Liam vinham em nossa direção com copinhos
de chocolate e sorvete de baunilha, parecendo surpresos por já
estarmos saindo. Blake agarrou um deles, mergulhando os
dedos em um copo e sugando a pasta açucarada deles com um
sorriso. “Vou levar todos eles.” Ele os recolheu em seus braços
enquanto Saint estava com ele e continuou andando enquanto
um sorriso apareceu em meus lábios. Corri para frente,
arrebatando um de Blake e enganchando uma colher de uma
bandeja antes de mergulhar no sorvete. Tinha o gosto de um
sonho e gemi enquanto engolia, ganhando olhares famintos de
todos os meus caras.

Saint arqueou uma sobrancelha para mim por cima do


ombro e eu sorri.
“O que? Você vai tentar me forçar a voltar à dieta de alface
e cenoura que você fez antes?” Eu perguntei, minha voz afiada
o suficiente para dizer a ele que eu não gostava daquela
memória. “Porque vou brigar com você.”

“Não,” ele disse simplesmente e eu fiz uma careta,


correndo para o seu lado e engolindo outra colher de sorvete.

“Porque você sabe que não vou ouvir ou...” Eu parei,


deixando aberto para ele responder.

“Porque eu testemunhei sua cintura muito fina e suas


costelas muito proeminentes nas mãos de meu pai. Jamais
controlarei uma única coisa que entre em seu corpo
novamente, Sereia. Não serei como o homem que tentou
possuir seu corpo e usá-lo como quisesse.”

Meu coração gaguejou e inclinei minha cabeça contra seu


ombro, grata por suas palavras enquanto ele passava um braço
em volta da minha cintura.

“Você não é como ele,” eu sussurrei.

“Eu sou. Mas também gostaria de ser melhor do que ele,”


disse.

“Você é,” eu xinguei e seus dedos correram em círculos


suaves contra o meu lado, a tensão em sua testa diminuindo.

Voltamos para o nosso quarto e entramos, o som da porta


trancando fazendo a tensão correr para fora dos meus ombros.
Coloquei meu copo de sorvete vazio ao lado com a colher, ainda
com um pouco de fome por mais.
“Você vai desfazer meu zíper? Este vestido está cavando
em todos os lugares,” eu perguntei a Saint e ele se moveu atrás
de mim, seus dedos patinando na minha espinha enquanto ele
me libertava dele.

Eu o deixei cair até meus tornozelos, saindo dele com um


suspiro de alívio e me jogando na cama com nada além de
minha calcinha verde de seda com meus saltos altos pretos
ainda. O vestido não permitia sutiã.

“Vista-se,” Saint cortou. “Precisamos ter uma conversa


importante e não posso expressar meus pensamentos
claramente com você assim e enquanto os outros estão
olhando para você como cães famintos.”

Eu levantei minha cabeça, encontrando Blake, Kyan e


Nash ombro a ombro na ponta da cama, seus olhos
escurecidos por pensamentos pecaminosos. Ooh. Blake ainda
estava comendo um pote de sorvete e parecia que estava tendo
ideias sobre onde colocá-lo em seguida. Eu mesmo tive
algumas ideias...

Eu mordi meu lábio, agitando meus cílios enquanto


absorvia sua atenção por um momento, mas eu sabia que Saint
não nos deixaria ter nossa diversão.

“Vamos, vou ajudá-la a encontrar algo confortável.”


Monroe me pegou, jogando-me por cima do ombro e eu ri
quando ele entrou no closet e chutou a porta. Ele me colocou
no chão e me beijou rudemente, seu desejo por mim me
fazendo doer. Mas Saint tinha razão. Precisávamos discutir
isso. Então foi com muito esforço que me afastei de Nash e
agarrei uma blusa branca, puxando-a.
Monroe apoiou o ombro na parede ao meu lado, olhando-
me com uma intensidade que poderia ter queimado o mundo
até as cinzas.

“Você deixa muito difícil eu ser uma boa menina, Nash


Monroe,” eu provoquei enquanto ele deslizava o polegar pelo
lábio inferior.

“Você deixa eu ser um homem mau muito fácil, Tatum


Rivers,” ele ronronou.

“Roscoe,” Kyan corrigiu enquanto empurrava a porta,


cruzando os braços grossos com um sorriso arrogante.

Nash fez uma careta. “Acho que precisamos mudar isso.”

“Apoiado,” cantei, puxando uma calça de moletom rosa


claro antes de pegar algumas meias confortáveis e correr entre
eles para sair do armário. Kyan deu um tapa na minha bunda
enquanto eu ia e joguei para ele o dedo em resposta, um sorriso
puxando minha boca.

Blake estava na cama, comendo o último sorvete e pulei


no colchão para deitar ao lado dele, tirando de sua mão e
girando meu dedo dentro do copo. Ele sorriu para mim
enquanto engolia um bocado, seu cabelo escuro caindo em
seus olhos. Ele tirou o blazer e arregaçou as mangas da camisa
para revelar seus antebraços musculosos e o fodi com os olhos
sem vergonha enquanto descansava contra os travesseiros.

“Parece bom, menino de ouro,” eu ronronei.

“Eu também tenho um gosto bom. Venha e dê uma


lambida.” Ele balançou as sobrancelhas, inclinando-se para
mim e Saint bateu palmas.
“Chega,” disse ele bruscamente do outro lado da sala,
olhando de nós na cama para Kyan e Nash enquanto eles
caíam nas cadeiras ao lado de uma lareira. “Precisamos
conversar antes que isso se transforme em outra orgia. Cristo,
eu não consigo dizer uma palavra sem que alguém chicoteie
seu pau hoje em dia.”

Eu bufei uma risada enquanto Kyan puxava sua gravata


solta de sua garganta, jogando-a no chão antes de jogar seu
blazer fora também e começar a desabotoar sua camisa. Ele
deixou aberto quando ele terminou e olhei para as tatuagens
aparecendo por baixo do material branco com meus dedos
coçando, o desejo de explorá-las crescendo em mim.

“Devemos todos agir como diabos?” Saint cortou,


cruzando as mãos atrás das costas. “Estava gostando bastante
do traje. Nash é o único de vocês que tem algum decoro.”

“Desculpe, mano. Vestir-se bem não é minha coisa.” Blake


encolheu os ombros.

“E eu dificilmente diria que tenho decoro,” Nash bufou.

Kyan riu ao lado dele. “Você definitivamente não tem,


irmão. Não depois que você dobrou Tatum outro dia e...”

“Eu disse que é o suficiente!” Saint sibilou e todos ficaram


quietos enquanto seus olhos se voltaram para nós. “Agora,
temos que discutir o assunto de Royaume D'élite. Ainda não
temos informações suficientes para conectar meu pai a isso.”

“Mas você tem um palpite para que possamos adivinhar,


certo?” Blake perguntou e Saint estremeceu com a palavra
'adivinhar'.
“Não, não podemos adivinhar,” Saint rosnou. “E mesmo se
estivéssemos, meu pai já está escondido. Ele pode desaparecer
completamente se não tomarmos cuidado. O que eu preciso é
de evidências frias e duras para que eu possa arrastar o nome
de meu pai por todos os meios de comunicação do país quando
eu o expor, caçá-lo e me certificar de que ele pague por cada
crime que cometeu. Quando eu terminar, não haverá um
cidadão americano vivo que não saiba seu nome e que barata
asquerosa ele é.”

“Então, como vamos conseguir essas evidências?” Eu


perguntei, sentando e cruzando minhas pernas, disposta a
fazer o que fosse necessário. “E como vamos destruir esse clube
nojento enquanto estamos nisso?” Meu lábio superior puxou
para trás e Kyan sorriu para mim do outro lado da sala, seus
olhos brilhando sombriamente.

Saint endireitou a gravata. “Vamos até Royaume D'élite e


encontrá-lo, Sereia. Pesei as opções, os riscos e deduzi que o
clube é o único lugar que guarda essas provas. Deve haver um
arquivo em um computador ou em cópia impressa dentro do
próprio prédio listando os fundadores e os membros do clube.
É a única maneira pela qual eles podem conduzir negócios
entre si, a única maneira pela qual um número pode ser
atribuído a novos membros. Portanto...”

“Estamos indo em uma aventura?” Blake terminou,


pulando na cama ao meu lado e eu ri.

“Não minhas palavras, mas sim,” Saint disse, um sorriso


cruel puxando seus lábios. “Claro, eu gostaria de propor que
nós quatro partíssemos e Tatum ficasse para trás, mas...”
“Não,” eu rosnei instantaneamente, e ele assentiu com
firmeza.

Eu não ia deixar meus Guardiões da Noite arriscarem


seus pescoços enquanto apenas sentava em casa esperando
eles voltarem como uma dona de casa dos anos cinquenta. Eu
estaria ali ao lado deles, garantindo que eles saíssem de lá e
que aquele lugar vil fosse colocado de joelhos.

“Mas estou bem ciente de que você recusará de qualquer


maneira e acredito que suas capacidades em tal operação
superam os riscos de levá-la lá de qualquer maneira,” Saint
continuou.

“Eu quero queimá-lo,” anunciei, apertando minha


mandíbula. “Eu quero que se transforme em cinzas para que
ninguém mais possa se machucar lá.”

“Porra, sim,” disse Kyan com entusiasmo e Nash estalou


os nós dos dedos, acenando em concordância.

“Estou dentro,” Blake rosnou, chupando o resto do sorvete


de seu polegar.

Saint considerou isso por um longo momento e eu quase


pude ver os gráficos redondos e de barras sendo mapeados em
sua mente antes que ele assentisse. “Sim, isso poderia ser
possível.”

“Mas teremos que tirar as prostitutas e quaisquer outros


cativos de lá primeiro,” eu disse decisivamente. Eu não ia
machucar pessoas inocentes, mas se os idiotas que dirigiam
aquele lugar estivessem presos dentro quando as chamas
começaram a devorá-lo, então melhor. Era o mínimo que eles
mereciam.

“Nós podemos fazer isso,” Kyan anunciou quando Saint


caiu em um silêncio pensativo novamente. “O banquete anual
dos Moguls é uma coisa só para membros chatos. Não haverá
prostitutas até a pós-festa, que normalmente começa por volta
das dez.”

“E onde elas serão mantidas antes disso?” Saint


perguntou curiosamente.

“Trancadas,” disse Kyan com um sorriso de escárnio. “Há


celas de retenção no porão. Quando eu estava no... jogo deles,
eles me colocaram lá com os outros competidores por um
tempo.” Seus olhos escureceram com alguma memória terrível
e meu coração apertou. Isso decidiu tudo. Eu ia ter certeza de
que os filhos da puta queimassem. Todos eles.

Monroe bateu seu braço contra o de Kyan em um gesto de


conforto e senti seu vínculo zumbir entre eles como se fosse
feito de ferro.

“Bem, acho que temos um plano,” Nash rosnou e Saint


assentiu.

“Vou resolver os detalhes,” Saint disse, em seguida, uma


batida veio na porta e todos nós olhamos para ela com
surpresa. Ele se aproximou, destrancando-a e abrindo. “Que
porra é essa?” Ele respirou, seus ombros curvando e o choque
gotejando por sua postura. Eu nem mesmo tive que ver seu
rosto para ler aquela emoção dele; Achei que nunca tivesse
visto Saint Memphis ser pego de surpresa por nada.
“Quem é essa?” Kyan pulou de seu assento e pulei
também.

Saint deu um passo para o lado e deixou entrar uma


mulher de pele escura, lábios carnudos e um cabelo afro curto.
Ela parecia estar na casa dos trinta e seu olhar estava preso
em Saint enquanto ela sorria presunçosamente.

“Tia Jada?” Kyan questionou em confusão. “O que você


está fazendo aqui?”

“Espere...” Blake empacou quando o reconhecimento


encheu seus olhos.

“Oh,” Saint respirou, começando a rir e eu fiz uma careta,


confusa com o que diabos estava acontecendo quando ele jogou
a cabeça para trás e começou a bater palmas.

“Ei, Kyan,” disse Jada com um sorriso. “Eu só vim aqui


para dizer olá para Saint. E esfregar um pouco de sal na ferida
que acabei de lhe dar.”

“Claro,” Saint riu e então se recompôs, estendendo sua


mão para Jada. “Bravo. Na verdade, eu não tinha ideia.” Jada
pegou a mão de Saint, apertando-a com firmeza enquanto
sorria vitoriosamente para ele.

“Não tem ideia do quê?” Eu empurrei, compartilhando um


olhar com Nash, que parecia igualmente perplexo.

“Estou tão confuso pra caralho, cara,” Kyan murmurou,


passando a mão pela cabeça. “Você conhece Saint?”

“Claro que ela conhece,” Saint disse, seus olhos cheios de


luz. “Esta é minha empregada, Rebecca.”
Meus lábios se abriram e olhei para a mulher surpresa.

“O que?” Kyan franziu a testa, perdido. “Mas...”

“Claramente ela era a espiã do seu pai,” Saint anunciou.


“Ela foi plantada na Everlake Prep para ficar de olho em você.”

“Sim,” Jada disse encolhendo os ombros como se não


fosse nada, mas claramente não era. “E exigiu muito
planejamento, deixe-me dizer a você.”

“Eu tive verificações de antecedentes feitas em suas porras


de verificação de antecedentes,” Saint disse, balançando a
cabeça em descrença. “Como você administrou isso?”

“Eu tenho um exército de gangsters O'Brien nas minhas


costas, Saint. Incluindo meu marido, Finn, que faz os papéis
falsos para toda a nossa família. A persona Rebecca foi
estabelecida há anos. Ela se encaixou perfeitamente quando
Kyan voltou da escola uma vez reclamando sobre você despedir
outra empregada e humilhá-la na frente de metade da escola.

“Isso foi sangue frio,” disse Blake enquanto se lembrava.

“Ela deixou meus mocassins costurados à mão do lado de


fora em uma tempestade de neve, Bowman,” Saint disse
friamente. “Eles eram únicos.”

“Jesus,” eu respirei, minha cabeça ainda girando. “Então


você está espionando Kyan?” Eu dei um passo em direção à
mulher, não gostando da ideia de que havia alguém olhando
para ele e nem mesmo Saint tinha descoberto que era ela. O
que ela sabia? Ela nunca tinha estado no Templo a menos que
nós não estivéssemos lá, mas e se ela instalasse câmeras ou -
não... ela não poderia. Saint teria sabido. E se ela tivesse, Liam
saberia de tudo. Que eu não estava apenas com Kyan, mas com
todos os meus meninos. E Liam não teria deixado isso mentir.

“Só estou cuidando dele,” disse Jada, encolhendo os


ombros quando Kyan cruzou os braços.

“Você quer elaborar isso, Jada?” Kyan empurrou e ela


revirou os olhos.

“Eu estava enganando o Senhor do TOC,” disse ela. “Quão


perto você acha que eu poderia chegar de você? Acabei de ser
colocada no campus como um par de olhos no garoto favorito
de Liam. “

“Sim,” Saint disse pensativamente. “Você deve ter tido


muito cuidado para não dar um passo muito longe na direção
de Kyan ou eu teria te pegado.”

“Sim, e você não fez,” ela disse presunçosamente. “De


qualquer forma, visto que todos vocês estão se escondendo
aqui para o previsível, percebi que o jogo havia acabado e só
precisava de um momento para me gabar.”

“Bem merecido,” Saint comentou e fiquei meio surpresa


com o quão bem ele estava aceitando isso. Mas eu acho que
fazia sentido que ele apreciasse qualquer um que pudesse
enganá-lo. Achei que fosse uma ocorrência muito rara. “E se
você quiser uma posição como empregada doméstica no futuro,
me avise. Você foi impecável.”

“Com minha ajuda,” Blake tossiu e Jada soltou uma


risada.

“Nah, estou bem, obrigada. Embora as vantagens fossem


fodidamente excelentes, eu não me importaria se você fosse
meu chefe de novo, apenas não para limpar banheiros.” Ela
piscou, acenou e saiu pela porta assim.

Saint jogou a porta fechada, em seguida, fez uma careta


para Blake. “O que foi isso sobre a sua ajuda?”

“Os humanos cometem erros,” disse Blake com um olhar


rápido. “Depois da última empregada que você despediu, decidi
dar uma mãozinha a esta.”

“Ninguém é perfeito,” eu disse, lembrando o que Blake


tinha me dito sobre Rebecca acidentalmente manchando o
branco de Saint de rosa na lavagem uma vez.

Saint suspirou, seus ombros caindo. “Que


decepcionante.” Ele caminhou em minha direção, agarrando
minha nuca e me puxando para um beijo delicioso.

“Para o que foi aquilo?” Eu perguntei quando ele me


soltou, o calor subindo em minhas bochechas com seu toque.

“É um adeus. Você terá que ficar aqui sozinha com Kyan


esta noite. Enquanto Rebec-Jada estiver aqui, claramente não
é seguro correr o risco de ficarmos juntos caso ela venha nos
espionar.”

“Oh cara,” Blake reclamou.

“Estou cansado de você obter privilégios por causa do seu


casamento falso,” Monroe rosnou, ficando de pé.

“Não era falso,” raciocinei. “Mas isso não significa que eu


o quero mais do que qualquer um de vocês.”
Kyan bocejou amplamente, caminhando e colocando um
braço em volta dos meus ombros. “É isso, esposa, alimente-os
com essas merdas para que você possa passar algum tempo
com o seu favorito.”

Eu deixei cair minha mão e agarrei suas bolas, apertando


com força o suficiente para fazê-lo liberar um ruído nada Kyan.

“Eu não tenho um favorito,” rosnei e ele agarrou meu


pulso, pressionando os pontos de pressão para tentar me fazer
largar seu lixo. Mas meus dedos estavam travados com força.

“Tudo bem,” ele murmurou e o soltei enquanto os outros


riam.

Nash e Blake vieram me dar um beijo de boa noite,


pegando algumas de suas coisas antes de partirem com Saint
e meu coração doeu por me separar deles.

Kyan pegou minha cintura, puxando-me para a cama em


cima dele com um sorriso, em seguida, estremeceu um pouco
enquanto eu pressionava meu peso em sua coxa.

“Você está machucado?” Eu perguntei alarmada,


ajoelhando-me entre suas pernas.

“Não. Bem, não é nada que uma boa chupada de pau não
cure, baby,” ele disse, colocando as mãos atrás da cabeça.

Eu dei um soco no estômago dele e ele respirou fundo


quando eu sorri para ele e comecei a desafivelar suas calças.
Ele riu enquanto levantava seus quadris, chutando seus
sapatos enquanto eu os puxava para baixo e encontrava um
curativo em sua coxa.
Meus lábios se separaram. “Você fez uma nova tatuagem?”

Ele se sentou, pegando a fita adesiva em sua pele. “Não


consegui dormir noite passada, então comecei uma.”

“Deixe-me ver,” perguntei com entusiasmo e ele a retirou,


mostrando-me o belo contorno de uma bússola. Era grande,
cobrindo a maior parte de sua coxa e feito em preto e cinza. O
centro estava preenchido com o retrato de uma mulher com
flores no cabelo e maquiagem no rosto que fazia parecer que
pontos corriam de ambos os lados de seus lábios até suas
bochechas. Havia pintura facial ao redor dos olhos e nariz
também. Isso me lembrou de uma daquelas belas fantasias do
Dia dos Mortos. A bússola em torno dela continha letras em
seus pontos, mas em vez de N E S e W5, eles eram S K N e B.
“É lindo.”

“Eu estava indo para o foda, mas vou aceitar.”

“Espere um segundo,” eu disse enquanto continuava a


olhar para ele. Mordi meu lábio enquanto bebia dos detalhes e
de repente me reconheci no rosto da garota. “Essa sou... eu?”
Minhas bochechas coraram com a ideia de ele marcar sua pele
assim para mim e meu coração começou a bater.

“Claro que é.” Ele sorriu, capturando meus pulsos e me


puxando contra seu peito, suas calças ainda na metade das
pernas. “Agora que tal aquele boquete, esposa? Vou comer você
por uma hora depois. “

5 North, East, South e West – Norte, Leste, Sul e Oeste


Eu ri, beijando o canto de sua boca, uma ideia circulando
na minha cabeça. “Há algo que eu quero primeiro.”

Suas sobrancelhas arquearam. “Oh sim?”

“Sim...” Corri meus dedos em seu peito, empurrando a


camisa aberta de lado para acariciar a tinta sobre seus
peitorais. “Eu quero uma tatuagem.”

Seus olhos brilharam como os de uma criança. “Você quer


escrever 'propriedade de Kyan Roscoe' acima da sua boceta?”

Eu bati em seu ombro com uma risada. “Não.”

“O que então?” Ele perguntou provocativamente.

“Eu quero... algo que represente todos vocês.” Eu mordi


meu lábio, passando minha mão por seu ombro para acariciar
sua nuca. “Eu quero uma flecha. Não, eu quero cinco flechas.
Um para cada um de nós. “

Sua expressão tornou-se pensativa e de repente ele me


tirou de seu colo, me jogando na cama e puxando as calças
enquanto corria para o armário. Ele reapareceu com seu
caderno de desenho e o colocou sobre a mesa, sentando-se na
cadeira confortável e abrindo-o. Ele começou a desenhar, seus
olhos intensos enquanto ele focava, uma pequena ruga se
formando entre seus olhos. Ele estava lindo pra caralho, como
uma estátua romana pronta para alguém esculpir.

Levantei-me e fui em direção a ele, curiosa enquanto


olhava a página por cima do ombro enquanto seu lápis se
movia para frente e para trás através dela. Inclinei a cabeça
para ver melhor, mas ele arrancou o papel, amassou e o jogou
do outro lado da sala.
“Não é bom o suficiente,” ele murmurou, começando de
novo.

“Posso fazer alguma coisa para ajudar?” Eu perguntei e


ele olhou por cima do ombro para mim, molhando os lábios.

“Sim. Pegue uma garrafa de Jack Daniels na minha


bolsa,” ele pediu e balancei a cabeça, indo para o armário onde
sabia que ele tinha escondido um pouco na noite passada.
Peguei o uísque, em seguida, me olhei no espelho e sorri
enquanto tomava uma decisão. Tirei minhas roupas,
caminhando de volta para o quarto totalmente nua. Ele não
podia me ver de onde estava curvado sobre a mesa,
desenhando em linhas furiosas, em seguida, rasgando a
página e amassando novamente.

Peguei um copo ao lado de uma garrafa de água na mesa


de cabeceira e derramei uma medida antes de encher outra
para mim. Tomei um gole, em seguida, caminhei para trás de
Kyan, colocando seu uísque na mesa.

Ele pegou minha mão antes que eu pudesse me afastar,


beijando a parte interna do meu pulso e deixando impressões
digitais de carvão na minha pele, em seguida, começando a
desenhar mais uma vez, fazendo meu coração bater mais forte.

Mudei-me para a cama, deitando-me de costas e engolindo


a medida de uísque em meu copo, a queimação rolando por
todo o caminho até meu estômago.

“Foda-se,” ele assobiou antes de esvaziar seu próprio copo.


“Apenas me dê a garrafa.”
Eu o tirei da mesa de cabeceira, levando-o aos lábios e
tomando um gole. “Você vai ter que vir buscá-lo.”

Kyan olhou e seus olhos se arregalaram quando ele me


encontrou deitada nua com sua bebida favorita na minha mão.
Eu sorri sedutoramente enquanto meu coração martelava com
seu olhar penetrante e ele se levantou de sua cadeira,
caminhando em minha direção em um ritmo lento. Ele me
bebeu com os olhos como se eu fosse o uísque que ele queria,
e arrepios percorreram minha pele.

Ele se inclinou ao chegar à cama, pegando a garrafa da


minha mão e bebendo um longo gole. Seu peito arfou e caiu
enquanto seus olhos correram sobre mim e ele estendeu a mão
para me tocar.

Eu afastei sua mão, arrebatando o Jack Daniels dele. “Uh,


uh. Você não pode me tocar até que esteja pronto para marcar
essa tatuagem em mim.”

Seus olhos brilharam e ele molhou os lábios. “Bem, fale


sobre a porra da motivação, baby.” Ele enfiou a mão dentro das
calças, reorganizando seu pau duro antes de arrastar seus
olhos para longe de mim e se mover para se sentar em sua
mesa.

Ele começou a trabalhar na imagem novamente, sua


sobrancelha franzida em concentração e a tensão fugiu
inteiramente de seu corpo enquanto ele caía na arte. Rolei para
o lado para observá-lo, apoiando minha cabeça em minha mão
enquanto estudava seu rosto bonito e cada linha dura de seus
traços. Seus olhos mantinham um mar de escuridão e luz
neles, torcendo-se juntos em um túnel sem fim enquanto ele
derramava toda a sua alma no trabalho.
Eu tinha esquecido tudo sobre o acordo que fiz com ele
quando ele olhou para cima, inclinando a cabeça para o lado
enquanto observava seu trabalho.

“É isto,” ele disse rispidamente, virando-se para olhar


para mim. “Deve ir atrás do seu pescoço, como o nosso.”

Eu balancei a cabeça, minha garganta apertando quando


ele se levantou, caminhando até a cama e colocando o desenho
ao meu lado. Seus olhos se alimentaram de mim enquanto ele
se dirigia para o armário e eu peguei o papel, minha respiração
engatou com a incrível e intrincada imagem nele. As quatro
flechas dos Guardiões da Noite se cruzaram e a quinta ficou no
centro delas, apontando para cima, as penas na ponta mais
macias do que as dos meninos e decoradas com pequenas
flores.

Kyan se ajoelhou na cama quando ele voltou e eu olhei


para ele com meu coração na garganta. “Eu amo isso,” eu disse
séria e seu rosto suavizou com orgulho.

“Eu queria marcar você com tinta desde o momento em


que vi seu corpo pela primeira vez, baby. Toda aquela carne
pura e dourada está implorando pela minha pistola de
tatuagem há muito tempo. Eu ansiava por marcá-la como
minha. E todas as piadas de lado, estou feliz em poder marcá-
la para os outros Guardiões da Noite também. Parece... certo.

Peguei sua mão e puxei-o para mim. “Parece certo para


mim também.”

Ele segurou minha cintura e me virou, sua mão batendo


com força na parte de trás da minha coxa. “Agora fique
abaixada ou vou acabar te fodendo antes mesmo de começar,”
ele rosnou e eu ri no travesseiro.

Ele montou a arma de tatuagem, em seguida, montou em


minhas costas e empurrou meu cabelo para longe do meu
pescoço, seus dedos calejados arrastando sobre minha pele da
maneira mais atraente. Ele passou um algodão embebido em
álcool frio sobre a carne que estava prestes a marcar e um
arrepio percorreu meu corpo, fazendo-o praguejar enquanto
seu pau duro pressionava firmemente em minha coluna.

“Pare de ser tão tentadora, está bem?” Ele puxou o


travesseiro debaixo da minha cabeça e descansei minha
bochecha no colchão enquanto ele ligava a pistola de tatuagem
e um zumbido encheu o ar. “Vai doer um pouco.”

“Eu quero isso,” respirei e ele lançou um ruído profundo


em sua garganta que disse que ele gostou da resposta.

Quando a agulha pressionou minha pele, a pontada de dor


me fez morder o lábio, mas havia algo viciante nisso também.

Ele ficou em silêncio enquanto trabalhava, a provocação e


a piada caindo enquanto ele se concentrava e não pude deixar
de amar ser o único foco de sua atenção assim.

Demorou quase duas horas para ele terminar e ele


gentilmente enxugou o sangue, seu hálito quente flutuou sobre
a marca.

“Nossa,” ele rosnou, dando um beijo na pele dolorida e


fazendo um gemido passar pelos meus lábios.

“Em todos os sentidos,” eu concordei.


Ele começou a dar beijos e mordidas na minha espinha e
minha respiração ficou ofegante quando ele deixou claro que
iria me marcar como sua com um ato carnal também e eu
estava mais do que feliz em concordar com isso. Mas quando
ele puxou minhas mãos para trás e as prendeu na base da
minha espinha, fiz uma careta.

“Kyan?” Eu puxei minhas mãos e ele as segurou por um


momento antes de afrouxar o aperto.

“Você está bem, baby?” Ele perguntou e puxei meus


pulsos para longe dele, rolando para o meu lado. Ele caiu ao
meu lado, empurrando meu cabelo atrás da orelha com um
golpe suave que me fez sentir tão amada que meu coração
inchou. Eu me aconcheguei mais perto dele, colocando um
beijo suave em seus lábios e ele me olhou, parecendo um pouco
fora de sua profundidade. As coisas com Kyan sempre foram
apaixonadas, ásperas e cruas. E amava isso nele. Mas eu
queria que ele soubesse que não precisava ser assim o tempo
todo. Eu queria que ele se sentisse confortável o suficiente para
ser vulnerável comigo. Que ele nem sempre precisava ser o lobo
mau.

“E se eu dissesse que não quero ser restringida esta


noite?” Perguntei, mordendo meu lábio enquanto avaliava sua
reação. Uma sombra deslizou sobre seus olhos e seu pomo de
adão subiu e desceu.

“Você não gostou?” Ele perguntou rispidamente, franzindo


a testa.

“Claro que sim,” eu disse, colocando minha mão na curva


entre seu pescoço e ombro. “Mas nem sempre temos que fazer
assim. Às vezes, eu realmente quero tocar em você...” Corri
meus dedos em seu peito e pude vê-lo lutando contra um
desejo fervoroso dele. Meu coração doeu saber que isso estava
causando desconforto a ele. Mas eu queria quebrar essa
barreira entre nós. Eu sabia que poderíamos fazer isso se
trabalhássemos juntos.

“É por causa da Deepthroat?” Eu sussurrei e ele se


encolheu com esse nome, seus olhos se movendo em algum
lugar sobre a minha cabeça para que ele não tivesse que olhar
para mim quando respondesse.

“Nada sobre o que aconteceu com ela é relevante para


você,” ele rangeu, mas não acreditei nisso.

“Está tudo bem,” eu disse, deslizando minha mão para


segurar sua mandíbula enquanto tentava fazê-lo olhar para
mim. E ele fez, mas seus olhos estavam cheios de dor e
arrependimento sem fim. Doeu-me ver aquele abismo de
sofrimento nele e desejei poder rastejar para dentro dele e curá-
lo.

“Eu não quero que você sinta que só quero você de uma
maneira,” disse ele em um rosnado. “Ou que restringir você
significa que eu te amo menos. É só…” ele se inclinou em
minha direção, beijando meu pescoço enquanto puxava meu
cabelo para longe dele. “É algo que eu preciso fazer.”

“Kyan,” suspirei em protesto quando ele me empurrou de


costas e se ajoelhou sobre meus quadris, beijando minha
garganta até minha orelha e provocando-a da porra de um jeito
perfeito com beliscões suaves de seus dentes. “Kyan.”
“Eu não tenho que ser áspero o tempo todo,” ele disse, sua
voz profunda enviando um tremor pelo meu corpo. Maldito seja
ele.

Ele começou a beijar seu caminho pelo meu corpo,


adorando cada pedaço da minha carne que encontrou
enquanto suas mãos deslizavam ao longo dos meus lados.
Comecei a ofegar, incapaz de pensar direito enquanto ele se
movia entre minhas coxas e me mostrava como lenta, suave e
catastroficamente ele conseguia me tocar com nada além de
sua boca.

Eu separei meus lábios em protestos que não saíram


quando ele me levou a um clímax de estilhaçar a terra que fez
todo o meu corpo tremer. Então ele colocou seu peso sobre mim
e puxou meus braços acima da minha cabeça, segurando meus
pulsos com uma mão em um aperto que era firme, mas não
apertado.

“Kyan, nós realmente deveríamos...” Comecei, mas ele


empurrou dentro do meu corpo em um movimento lento e
fluido e minhas costas arquearam enquanto eu engasgava. Ele
começou a me reivindicar com impulsos controlados de seus
quadris, beijando-me como se tivesse nascido para me amar,
para morrer por mim. Era muito perfeito para parar e eu caí no
mar escuro de seus olhos enquanto o beijava de volta,
deixando-o saber que o amava com tudo que eu era, e quando
ele estivesse pronto para lidar com isso, eu estaria aqui.
Esperava que pudéssemos encontrar uma maneira de superar
isso juntos, porque o pensamento do meu deus com tatuagem
sendo sempre assombrado por seus demônios partiu meu
coração. Eu só queria poder lutar por ele.
Esperar uma semana para ir para Royaume D'élite era seu
próprio tipo especial de tortura, já que estávamos presos no
purgatório por saber que estávamos tão perto de terminar isso
enquanto nos sentíamos tão distantes do mesmo jeito. Era
como aquela sensação que você tem ao ler um livro, olhando
as páginas que faltam ou a porcentagem restante e ver que você
está chegando ao fim. De certa forma, era emocionante porque
você estava prestes a obter todas as respostas que estava
esperando, prestes a descobrir quem sobreviveu e quem teve
que pagar o preço final. Mas era aterrorizante também, porque
você sabia que isso bem aqui era quando o ritmo estava prestes
a aumentar, toda a merda ia bater no ventilador, e tudo estava
prestes a colidir em uma explosão de palavras e dor e
adrenalina que acabou por deixar você uma bagunça louca no
chão, uma vez que você terminasse com isso. E mesmo assim,
havia a possibilidade muito real de que isso iria assombrá-lo
depois, os personagens persistindo em sua mente como velhos
amigos em vez de construções de sua imaginação. Eu só
esperava ter chegado ao epílogo de nossa pequena história
fodida - aquela em que Cachinhos Dourados encontrou os três
ursos e, em vez de correr para as montanhas, ela chamou o
lenhador para se juntar a eles e se coroou sua rainha. Esse era
o tipo de conto de fadas em que eu queria viver para sempre.

Niall foi proibido de se juntar a nós pelo avô idiota de


Kyan. Mas o bastardo louco aparentemente gostou de nós o
suficiente para nos ajudar nos armando e nos emprestando
seu carro, então estávamos atualmente a caminho do clube dos
horrores no Jeep Wrangler de Niall com Saint ao volante.

Sentei-me no banco do passageiro da frente, ouvindo a


combinação requintada da música clássica de Saint enquanto
21 Hungarian Dances No. 5 de Brahms tocava nos alto-falantes
e Tatum gemia alto no banco de trás. Eu puxei o visor para
baixo na minha frente, sacudindo o espelho aberto para
assistir enquanto Kyan a beijava apaixonadamente enquanto
sua mão se movia sob o cós de sua calça de ioga preta. Sua
mão estava na coxa de Monroe enquanto ela se inclinava
contra ele para dar espaço a Kyan, suas unhas cravando em
sua carne, mas ele claramente não tinha objeções enquanto os
observava e beijava seu pescoço.

Lambi meus lábios quando seus gemidos se


transformaram no som de seu gozo e Kyan riu como um idiota
auto-satisfeito enquanto ele se afastava para deixá-la
recuperar o fôlego. Eu tinha certeza que cada um de nós estava
duro como pedra depois daquela pequena apresentação, mas
por mais que tivéssemos gostado e sem dúvida gostaríamos
ainda mais se parássemos por uma hora, precisávamos nos
concentrar no que nós tínhamos que fazer agora.

Olhei para Saint, me perguntando se ele teria algo a dizer


sobre isso, mas ele apenas revirou os olhos, um sorriso
malicioso dançando no canto de seus lábios enquanto a faixa
tocada mudou para 3 Gymnopédies de Frank Glazer, uma
música mais calma que parecia trazer uma sensação
sensaçãocalmante sobre nós.

“Todos vocês sabem o que precisam fazer?” Saint


confirmou quando puxamos uma pequena trilha de terra no
meio da porra de lugar nenhum.

Graças a Deus, Saint conseguiu localizar este local da


última vez que Kyan e Tatum vieram aqui, ou tive a sensação
de que nunca teríamos sido capazes de encontrar o lugar.

“Repassamos o plano cerca de cem vezes,” eu o lembrei e


ele assentiu.

“Bom.” Ele puxou os óculos de visão noturna que Niall nos


tinha dado, colocado sobre seu rosto, em seguida, desligou os
faróis, mergulhando-nos na escuridão.

A tensão cresceu no carro quando Saint tirou o jipe da


estrada e segurei a porta enquanto saltávamos através de valas
e terrenos acidentados através da floresta de pinheiros que
cercava Royaume D'élite.

Isso seria uma realização e tanto se realmente


conseguíssemos, mas eu estava seriamente ansioso para sujar
as mãos. Por muito tempo tive que ver o olhar nos olhos de
Kyan que esteve presente desde que ele foi forçado a se
inscrever neste clube para idiotas ricos. Eu odiava que eles
tivessem feito fazer as coisas que ele tinha feito, e odiava que
ele sentisse que tinha que mentir para nós sobre isso depois.
Mas agora que eu tinha um monstro para culpar pela
escuridão que o assombrava, eu estava pronto para cravar uma
adaga em seu coração e ver cada membro desta sociedade de
filhos da puta queimar por seus crimes.

Saint parou o carro e um silêncio profundo caiu quando


ele desligou o motor. Todos nós saímos sem dizer uma palavra,
nossas roupas pretas nos cobrindo e nos submergindo nas
sombras.

Peguei a mão de Tatum, puxando-a para perto e beijando-


a profundamente enquanto meus dedos corriam pela sua
nuca, acariciando a tatuagem dos Guardiões da Noite que
Kyan tinha dado a ela e sorrindo para mim mesmo. Eu não
conseguia superar o quanto eu amava isso. Eu fiz com que ela
prendesse o cabelo e me deixasse fodê-la por trás pelo menos
quatro vezes desde que ela o fez, apenas para que pudesse
sentir a perfeição de seu corpo enrolado em mim enquanto
olhava para aquela marca permanente nela que dizia que ela
nos reivindicou também. Nossa. Para sempre.

Saint foi pego entre ficar emocionado e chateado com isso,


é claro. Ele a puniu por marcar seu corpo sem consultar todos
nós, espancando-a com alguma coisa louca de remo de couro
que ele comprou e, em seguida, fazendo-a chupar todos nós
sem deixá-la gozar. Todos nós, exceto Kyan, que ele colocou em
uma proibição de sexo durante a semana como sua punição.
Mas eu sabia com certeza que ele estava transando com nossa
garota no armário da lavanderia na noite passada e tinha
certeza que ele a levou para o carro de Liam alguns dias atrás
também. Mas eu não o havia denunciado porque pessoalmente
não acho que ele fez nada de errado ao marcá-la para nós.

Eu relutantemente quebrei nosso beijo enquanto todos


nós cobríamos nossos rostos com as máscaras de esqui e me
certificava de que tínhamos facas e armas guardadas em
nossos cintos. Niall realmente se superou com as armas que
ele nos forneceu e cada um de nós tinha uma novíssima nove
milímetros totalmente equipada com silenciadores, facas e
bastante munição. Embora esperássemos não precisar usá-
los. Eu e Kyan estávamos carregando alguns galões de gasolina
também para o final do nosso plano.

Quando estávamos prontos para partir, Saint trancou o


jipe e se virou para olhar para o resto de nós com uma carranca
profunda que eu mal conseguia ver na escuridão sob as
árvores. Era uma noite nublada, a ameaça de chuva pairando
no ar e quase nenhum luar conseguindo passar. Mas isso foi
bom porque significava que ninguém seria capaz de nos ver
chegando.

“As cinco pessoas aqui paradas são as pessoas mais


importantes do mundo,” Saint disse pesadamente, olhando
entre todos nós para ter certeza de que estávamos ouvindo.
“Tudo o que estamos fazendo aqui esta noite empalidece em
comparação com nos manter vivos. Nada é mais importante do
que isso. Jurem.”

“Não correremos riscos desnecessários,” prometi, sabendo


que ele não gostava que tivéssemos que nos separar assim que
estivéssemos lá.

“Dentro e fora,” Kyan concordou. “Do jeito que Tatum


gosta.”

Ela deu um tapa em seu peito para repreendê-lo enquanto


eu ria.
“Vamos apenas entrar lá e fazer o que temos que fazer,”
disse Nash. “Quanto mais cedo terminar e nossa garota estiver
em segurança longe daqui, melhor.”

“Oh, por favor,” disse Tatum. “Aposto que serei eu quem


manterei vocês, idiotas, seguros. Não sou eu que tenho
problemas com controle de impulso.”

Saint deu um passo à frente e colocou um braço em volta


dos meus ombros e outro ao redor dos de Monroe. Kyan
completou o círculo com Tatum de pé no centro enquanto todos
nós nos inclinamos para frente e pressionamos nossas cabeças
juntas.

“Eu sou a escuridão na calada da noite,” Saint disse em


voz baixa e todos nós rosnamos a resposta ao invés de gritar
pela primeira vez.

“Ouçam-me rugir.”

Nós nos separamos e começamos a nos mover por entre


as árvores em um ritmo rápido, as luzes da enorme casa
senhorial à frente perfurando a escuridão em pouco tempo.

Quando chegamos à beira das árvores, nos protegemos e


olhamos para o gramado bem cuidado na parte de trás do
imponente edifício gótico. Não havia ninguém à vista neste lado
da propriedade, mas um carro passou pela estrada de cascalho
à nossa esquerda enquanto ficamos fora de vista e esperamos
que ele parasse antes do prédio para deixar sair o membro que
tinha acabado de chegar.
“Preparados?” Saint respirou e eu balancei a cabeça junto
com os outros enquanto disparávamos para fora das árvores e
começamos a correr pelo gramado.

Estava tão escuro que éramos pouco mais do que sombras


na noite e, felizmente, todas as janelas da Royaume D'élite
foram cuidadosamente fechadas - sem dúvida para garantir
que nenhuma fotografia pudesse ser tirada de fora para
documentar as coisas fodidas que aconteciam dentro aquele
lugar. Mas também nos serviu, porque significava que ninguém
estava olhando para fora também.

Kyan assumiu a liderança quando chegamos à parede do


edifício imponente, rastejando ao longo da lateral até chegar a
uma janela de guilhotina estreita, onde rapidamente tirou um
fio fino de seu bolso e o deslizou sob a abertura na parte
inferior do painel.

Meu coração batia forte enquanto ele praguejava baixinho


algumas vezes antes de conseguir enganchar a trava e forçá-la
a abrir. Ele deslizou a janela o mais silenciosamente possível,
mas meus dentes ainda doíam com o som que fez e todos nós
prendemos a respiração quando ele se inclinou para espiar por
uma fresta nas venezianas de madeira que bloqueava o
caminho.

“O Banquete dos Moguls fica à direita subindo as


escadas,” murmurou. “As prostitutas e os lutadores são
mantidos à esquerda do prédio lá embaixo. Apenas certifique-
se de manter o caralho longe dessa reunião. Se eles pegarem
qualquer um de nós aqui, eles vão nos amarrar a uma mesa e
nos cortar em pedaços enquanto o clube inteiro assiste e ri.
Então, nada de foder isso.”
“Anotado,” respondi, aproximando-me dele e sacando
minha arma enquanto ele se preparava para abrir o obturador
em seguida. “Eu sou muito bonito para ser retalhado.”

“Apenas lembre-se, qualquer um usando uma máscara é


um inimigo,” Saint sibilou. “Se eles entrarem em seu caminho,
mate primeiro e pergunte depois.”

“Simples,” Nash respondeu secamente quando Kyan tirou


sua faca de caça de seu cinto e deslizou a lâmina entre a fina
abertura nas venezianas.

Ele a usou para acertar a trava que a prendia e na próxima


respiração, ele pulou para dentro. Eu olhei atrás dele,
certificando-me de que não havia ninguém escondido nas
sombras antes de colocar minha arma no coldre novamente.

Fiz uma pausa para dar um empurrão em Tatum e ela


sorriu ao me deixar. “Obrigada, Príncipe Encantado,” ela
brincou e a segui para dentro com a gasolina no momento em
que ela entrou pela janela.

Eu não tinha certeza se o Príncipe Encantado era tão


depravado quanto eu, mas faria o papel se ela gostasse de suas
fantasias.

Saint e Monroe estavam bem atrás de nós quando nos


encontramos em um corredor estreito. Uma pontada de
adrenalina correu por mim quando Saint rapidamente fechou
a janela e as venezianas atrás de nós para cobrir nossa
entrada.

Eu assumi a liderança com Kyan enquanto


caminhávamos pelo enorme edifício onde uma música distante
estava tocando, nada além de uma batida maçante nos
alcançando que parecia fazer as paredes vibrarem com o poder
dela. Havia um leve cheiro de charuto e sexo pairando sobre o
lugar e eu franzi o nariz, pensando em todos aqueles velhos
comprando garotas para usar e descartar só porque podiam.
Às vezes eu odiava as pessoas. Eles eram os piores.

As tábuas do assoalho rangeram em um canto à nossa


frente e todos nós congelamos, meu coração disparado quando
o som de passos felizmente se afastou de nós.

Kyan nos conduziu por um lance de escadas em seguida,


antes de apontar para a porta da sala onde eles guardaram as
capas e máscaras dos membros que não puderam comparecer
à festa. O alívio se espalhou por mim ao vê-lo e assumi a
liderança enquanto cruzávamos um amplo corredor com um
tapete vermelho profundo. Uma vez que estivéssemos usando
seus trajes de merda, seríamos capazes de nos mover com mais
liberdade, nos escondendo à vista de todos e as chances de
sermos pegos diminuiriam substancialmente.

Empurrei a porta, mas assim que fiz, ela foi praticamente


arrancada do meu alcance quando alguém dentro puxou a
maçaneta também.

Meu coração saltou quando fiquei cara a cara com um


homem vestido com uma capa e máscara preta e quando ele
me viu, ele gritou.

Eu mergulhei sobre ele, minhas mãos travando em torno


de sua garganta enquanto apertava com força, cortando aquele
som e tropeçando de volta para a sala com ele. Nós batemos
contra uma parede e ele chutou e se debateu enquanto minhas
mãos continuavam fechadas em sua garganta e eu lutei
desesperadamente para mantê-lo em silêncio.

A porta se fechou atrás de mim enquanto os outros nos


perseguiam para dentro e fomos mergulhados na escuridão
total quando o homem que eu estava sufocando socou minhas
costelas com golpes violentos. Mas eu apenas tomei a porra da
dor dele porque eu sabia que no momento em que meu controle
falhasse, ele gritaria e derrubaria todo este lugar em nossas
cabeças.

Eu grunhi quando ele me bateu novamente, então ele


começou a agarrar minhas mãos enluvadas, tentando tirar
meu aperto de sua garganta. Mas eu não conseguia soltar. Eu
não iria. E quando as luzes de repente se acenderam e eu
encontrei seus olhos cinza através dos buracos em sua
máscara inexpressiva, vi verdadeiro pânico e desespero ali.

Eu cerrei meus dentes e segurei firme enquanto apertava


e apertava, fodidamente, e quando ele finalmente parou de
lutar e ficou imóvel, eu o soltei com uma maldição.

“Você acha que alguém ouviu isso?” Eu sibilei, virando-me


para encontrar os outros me observando.

“Eu acho que eles estariam aqui agora se tivessem,” Saint


respondeu depois de uma batida e todos nós concordamos com
isso.

Nash começou a pegar capas e jogá-las para nós para


vestirmos nossas roupas pretas e minhas mãos tremiam um
pouco com a adrenalina da luta enquanto eu prendia a minha
ao redor do meu pescoço.
Uma máscara de caveira dourada e preta foi pressionada
em minhas mãos e eu olhei para cima para encontrar Tatum
parada diante de mim, seus olhos arregalados e cheios de fogo.

“Você salvou nossas bundas aí, menino de ouro.” Ela


brincou, na ponta dos pés para pressionar um breve beijo em
meus lábios antes de recuar e puxar sua própria máscara
sobre o rosto.

“Tudo isso em um dia de trabalho, querida,” respondi,


olhando para o corpo que deixei caído no chão antes de fixar
minha própria máscara sobre minhas feições e puxar meu
capuz. Houve um tempo em que eu teria surtado demais com
o que acabara de fazer, mas não mais. Eu aprendi da maneira
mais difícil o que era preciso para sobreviver neste mundo e
estava pronto para fazer o que fosse necessário para garantir
que o fizéssemos.

“Anotem os números uns dos outros,” Saint ordenou e eu


olhei para o número de ouro 327 costurado no peito de sua
capa. “Não queremos atirar acidentalmente um no outro.”

Monroe riu como se isso fosse uma piada, mas enquanto


olhava entre os outros Guardiões da Noite e nossa rainha, eu
tive que admitir que era muito difícil reconhecer quem era
quem por trás das máscaras e capas. Mas eu estava tão
sintonizado com todos eles que duvidava muito que os
confundisse com qualquer outra pessoa mesmo assim.

Kyan agarrou o cara morto e o empurrou para baixo da


prateleira de capas, chutando seus pés para fora de vista de
forma que era impossível vê-lo sob o material preto pendurado
e rapidamente apagamos as luzes e entramos no prédio
novamente.
“Por aqui,” disse Kyan, caminhando pelo corredor escuro
como se fosse o dono do lugar e nós o seguimos passando por
pinturas a óleo e portas fechadas, por várias voltas e mais
voltas e subindo um lance de escadas.

“Cavalheiros!” Uma voz gritou atrás de nós e nós paramos


quando nos viramos para olhar para o homem de máscara
preta que havia parado no pé da escada para nos chamar. “Oh,
e senhora também,” acrescentou ele, notando Tatum entre nós.
“A reunião já está em andamento e o Grão-Mestre...”

“Estamos bem cientes,” Saint latiu em sua voz de idiota


mais digna. “É seu trabalho nos questionar ou você está aqui
para servir?”

“Não, Mestre,” o homem respondeu apressadamente,


cortando um arco para nós como se fôssemos lordes ou alguma
merda de Bridgerton. “Eu só queria ter certeza de que você
sabia.”

“Bem, agora você tem certeza, pode se foder,” Kyan rosnou


e o cara prontamente fez exatamente isso, correndo como um
rato por um buraco.

“Jesus,” Monroe murmurou e eu tive a sensação de que


ele estava aliviado por ter funcionado e meio enojado com este
mundo privilegiado em que crescemos. Mas pelo menos não
estávamos aqui para nos juntarmos. Podemos ter sido um
grupo de meninos ricos com direito, mas estávamos aqui para
foder o estabelecimento como ele.

“Esse é o escritório que encontramos antes,” disse Tatum


enquanto nos aproximávamos de uma das portas de madeira
indefinidas e esperamos enquanto ela se abaixava para abrir a
fechadura.

Meu coração estava batendo em um ritmo inebriante


enquanto esperávamos que ela fizesse isso e o som de risadas
nos alcançou de algum lugar ao virar da esquina no final do
corredor.

Antes que eu pudesse sequer pensar em sacar minha


arma, a porta se abriu e Tatum entrou correndo com todos nós
logo atrás dela.

Eu fechei a porta e ela se moveu pelo espaço, abrindo a


porta secreta que eles encontraram atrás da estante e deixando
Saint e Monroe entrarem no escritório que estava escondido lá.
Os olhos de Saint brilharam por trás de sua máscara enquanto
ele olhava ao redor no espaço opulento. Não era enorme, mas
tudo aqui era caro e claramente propriedade de um babaca
rico.

“Você sabe o que tem que fazer?” Saint perguntou,


olhando entre mim, Kyan e Tatum.

“Evite os idiotas da sociedade secreta, liberte as escravas


sexuais e então se prepare para correr como o inferno?” Eu
perguntei com um sorriso que ninguém conseguia ver por trás
da minha máscara.

“Tenha cuidado,” Nash rosnou, seus olhos em Tatum e eu


sabia que ele odiava que nos separássemos assim, mas todos
nós concordamos que era o único jeito.

Saint precisava de tempo para encontrar tudo o que


pudesse neste escritório, mas também não podíamos ficar por
aqui, então precisávamos trabalhar em nossa parte do plano
enquanto ele fazia a dele.

“Eu sempre tenho,” Kyan respondeu com uma risada que


dizia que ele estava animado sobre foder as coisas.

“Então me ajude, seu neandertal...” Saint começou, mas


eu o interrompi.

“Eu e Tate vamos garantir que ele não exagere, não é?”
Perguntei e ela acenou com a cabeça.

“Temos um trabalho a fazer,” ela concordou. “Então vamos


nos apressar e fazer isso.”

Ela liderou o caminho de volta para fora do escritório e eu


e Kyan caminhamos atrás dela como um par de cães de ataque,
nossos braços roçando um no outro.

“Vamos para a guerra,” murmurei e Kyan riu.

“Até a morte, irmão.”

“Até a morte,” concordei. Eu só esperava que não chegasse


a esse ponto.
Kyan liderou o caminho pelo clube, os corredores tão
silenciosos que minha adrenalina aumentava cada vez que
ouvia um barulho distante. Não parecia haver ninguém nesta
parte do enorme edifício, mas tínhamos que ser cautelosos.
Estávamos em uma cova de cobras e não poderíamos perturbar
as serpentes até que preparássemos nossa armadilha e
estivéssemos prontos para cortar suas cabeças.

Escondemos a gasolina em um armário e depois tivemos


que desviar de duas portas enormes que davam para a ala da
casa em que queríamos entrar. Tinha sido vigiado e muitos
funcionários estavam por perto para fazer qualquer coisa a
respeito. Mas Kyan disse que conhecia outro caminho, então
subimos as escadas e rondamos pelos corredores como
predadores em uma caça.
Caminhamos ao longo de um patamar com carpete verde
escuro e olhamos por cima do corrimão da sacada para o andar
de baixo. Vazio.

Blake caminhou atrás de mim quando alcançamos o topo


das escadas e Kyan olhou para nós através de sua máscara.

“Este é o único caminho, mas pode haver guardas lá


embaixo e eles não serão educados, mesmo se parecermos
membros. Essa área é restrita até durante as festas,”
sussurrou, tirando a faca do quadril.

Peguei a minha, segurando o cabo com força e respirando


fundo. Tínhamos que ser secretos. Sem armas, a menos que
fosse absolutamente necessário. Mesmo um silenciador não
cancelaria completamente o ruído de um tiro. Mas eu conhecia
o combate corpo a corpo. E Nash havia melhorado a base que
meu pai havia estabelecido para mim, reforçando minha
confiança e me preparando para qualquer coisa. Eu não
hesitaria, perderia a cabeça ou falharia. Se houvesse uma luta,
eu venceria. Para mim e meus meninos.

Kyan desceu as escadas, colocando os pés com cuidado,


testando cada degrau para ter certeza de que não rangiam. Eu
o segui de forma constante e Blake colocou suas botas onde eu
coloquei as minhas.

Estávamos quase no fundo quando vozes soaram de


algum lugar próximo.

“Ei, eles estão todos no corredor, então vou me divertir um


pouco,” disse um homem. “Cubra para mim, sim?”
“Tudo bem, mas quinze minutos no máximo. E quando
você voltar, pode me dar cobertura,” respondeu outro homem.

“Combinado,” o primeiro homem riu, então um bipe soou


e uma porta abriu e fechou.

Kyan deu o passo final e um rangido alto veio do piso


abaixo dele. Todos nós congelamos e meu pulso trovejou dentro
do meu crânio enquanto eu prendia a respiração.

Merda, merda, merda.

Passos começaram a pisar nessa direção, o estalar de um


rádio alcançando meus ouvidos.

Kyan se moveu contra a parede e eu e Blake pressionamos


contra ela também.

O guarda se aproximou cada vez mais e meus músculos


se enrolaram como uma mola, uma energia feroz dentro de
mim esperando para ser liberada.

O guarda passou por nós e Kyan avançou, batendo a mão


sobre sua boca, mas quando ele levantou sua faca, o guarda
cutucou sua mão para trás e Kyan foi jogado para longe dele
quando um taser o levou ao chão. Eu me lancei contra o guarda
sem pensar, minha faca afundando na carne de sua garganta
enquanto ele se virava, seu punho acertando meu estômago e
me mandando de volta para Blake. Mas meu menino de ouro
não diminuiu a velocidade enquanto o guarda pegava seu
rádio, segurando o ferimento sangrento em sua garganta, seus
lábios se abrindo para pedir ajuda. O punho de Blake se
chocou contra o rádio, jogando-o no chão em pedaços e a faca
de Blake afundou profundamente entre suas costelas antes
que ele pudesse gritar.

Blake segurou o guarda enquanto ele morria, não o


deixando cair no chão enquanto eu caia ao lado de Kyan,
arrancando o taser dele e puxando sua máscara para ver se ele
estava bem.

“Você está preocupada comigo, baby?” Ele ofegou, sua


expressão arrogante, mas a tensão em sua voz me disse que
doeu como uma cadela.

“Essa não é a primeira vez que você é eletrocutado, é?” Eu


provoquei em um sussurro e ele balançou a cabeça enquanto
eu o ajudava a se levantar.

“Saint deu um choque na minha bunda uma vez por ser


'um homem das cavernas detestável'.”

“Parece que você mereceu.” Eu sorri.

“Vamos, precisamos nos mover,” Blake sibilou enquanto


colocava o guarda em um pequeno armário cheio de materiais
de limpeza, escondendo-o entre eles antes de fechar a porta.

Um estrondo disse que o cara tinha acabado de deslizar


para frente e bater na porta e ela se abriu novamente quando
o idiota rolou para o chão.

“Maldição,” Blake rosnou, erguendo-o pelos ombros. O


sangue estava pingando no chão de madeira e definitivamente
não era discreto.
“Blake,” eu assobiei enquanto corríamos para ajudá-lo e
ele e Kyan apertaram o cara no espaço apertado. Peguei um
esfregão e limpei o sangue antes de jogá-lo atrás dele.

Kyan fechou a porta, mas bateu em algo e eu olhei,


encontrando a ponta da bota do homem para fora.

“Pelo amor de Deus.” Avancei, empurrando o pé ainda


mais para dentro e fechando a porta com um clique.

Nós compartilhamos um olhar estranho, então Kyan fixou


sua máscara de volta no lugar e olhou para a porta sob as
escadas do outro lado do corredor. “Oh.”

“Oh o que?” Blake respirou.

“Precisamos de um passe de segurança,” disse ele,


voltando-se para o armário novamente.

Eu gemi, olhando ao nosso redor e ouvindo para ter


certeza de que ninguém estava vindo nesta direção. “Vamos
então, precisamos nos apressar.”

Kyan abriu a porta mais uma vez e o cara derramou em


uma maré de suprimentos de limpeza.

“Oh, pelo amor de...” Blake começou, então uma voz alta
soou mais longe no prédio, vindo nesta direção.

“Ei, dois zero, você pode fazer uma pausa agora.” Ele
caminhou para o corredor, seus olhos caindo sobre nós e o cara
morto aos nossos pés.

Meu coração deu um salto quando Kyan investiu contra


ele, derrubando-o em uma bola de futebol que fez o chão
estremecer quando eles atingiram o solo. Ele enfiou uma faca
no peito do cara antes que ele tivesse a chance de fazer
qualquer coisa além de morrer e mais sangue jorrou pelo chão.

“Foda-se,” Blake rosnou quando mais passos soaram


desta forma.

“O que foi aquele barulho?” Uma mulher chamou e todos


nós nos movemos mais rápido que um raio. Kyan carregou o
cara que ele acabou de matar para o armário e nós enfiamos
furiosamente os dois idiotas dentro em um emaranhado de
membros. Kyan arrancou um cartão de segurança de um deles
antes de fechar a porta.

Peguei um tapete no final do corredor, colocando-o sobre


a pequena poça de sangue que a morte do último guarda havia
causado e Kyan agarrou minha mão enquanto me rebocava
para a porta do outro lado do corredor.

Ele bateu um cartão de segurança contra um teclado e


buzinou quando abriu, o som fazendo minha adrenalina
disparar. Corremos para dentro quando os passos da mulher
soaram seriamente próximos e fechamos a porta atrás de nós,
encostando-se nela. Fui esmagado entre meus dois homens no
escuro enquanto ouvíamos e o guarda caminhava pelo corredor
sem parar.

Eu soltei uma respiração lenta e me afastei de Blake e


Kyan, descendo outro lance de escadas.

“Deixe a luz apagada,” eu respirei. Não podíamos arriscar


alertar ninguém sobre nossa presença antes de descermos
para o porão.
Um grito veio das profundezas da escuridão e começamos
a nos mover mais rápido para a escuridão, meu estômago
apertando com o barulho.

Seguimos na ponta dos pés até chegarmos ao fundo, onde


uma fenda de luz se derramava sob uma porta. Segurei a
maçaneta, abrindo-a silenciosamente e olhando para a sala
que nos esperava além, prendendo a respiração.

Fileiras e mais fileiras de grandes gaiolas estavam


empilhadas em duas alturas, cheias de pessoas que usavam
diferentes quantidades de roupas. O enjoo fez meu lábio
superior superior se enrolar com a visão, especialmente
quando meu olhar caiu sobre o guarda que estava lutando para
prender um homem seminu sobre um banco no centro da sala.

“Dibs,” eu respirei para os outros, o ódio lambendo o


interior da minha carne.

“Faça doer, baby,” Kyan ronronou e eu empurrei a porta,


perseguindo minha presa como um tigre na grama alta.

Eu senti os olhos dos cativos em mim, mas eles pareciam


sentir o que eu estava fazendo aqui quando segurei minha
lâmina e me arrastei em direção ao homem que tentava
estuprar o cara no banco.

Ao me aproximar dele, o cheiro de odor corporal me


atingiu, fazendo-me uma careta. Apontei minha lâmina para a
direita, em seguida, enfiei-o no fígado com uma facada afiada.
Não havia como ele ser ouvido aqui, então eu não seria gentil.
Ele gritou de surpresa e agonia, girando enquanto eu puxava
a lâmina e me abaixava para cortar suas pernas. Ele gritou
mais alto, batendo no chão de concreto e os cativos em suas
gaiolas gritaram de excitação, batendo os punhos nas barras.

O homem que ele estava assediando se endireitou,


puxando a cueca para cima, as mãos tremendo. Seu olhar
encontrou o meu e eu observei seu rosto bonito, seus olhos
duros e cheios de torturas indescritíveis. Tirei minha máscara
do rosto, querendo que ele visse que eu estava do lado dele.
Que estava aqui para ajudar. Então estendi a faca para ele e
ele a pegou com um aceno determinado, inclinando-se para
acabar com seu inimigo. Os gritos estrangulados do bastardo
me seguiram quando me virei, correndo para ajudar Kyan e
Blake enquanto eles usavam o cartão-chave para destrancar
as gaiolas.

Os homens e mulheres libertos logo se reuniram ao nosso


redor, parecendo sem saber o que fazer enquanto abraçavam
seus corpos e trocavam olhares assustados.

“O que está acontecendo?”

“Onde vamos?”

“Como vamos sair?”

“Há uma saída lá em cima,” anunciou Kyan.

“Nós vamos tirar você da mansão, então a polícia virá e


pegará você,” eu prometi. “Nós vamos queimar este lugar até o
chão e destruir as pessoas que machucaram você.”

Soluços de alívio vieram da multidão misturados com


aplausos e murmúrios de dúvida.
“Siga nossa rainha!” Blake falou dramaticamente e eu
soltei um suspiro divertido, apenas para encontrar todos os
pares de olhos na sala fixos em mim. Então, eu com certeza
não iria decepcioná-los.

Kyan se moveu para o meu lado e voltamos para as


escadas enquanto ele murmurava em meu ouvido. “Há uma
saída que é um tiro direto através do corredor lá em cima. Mas
podemos precisar forçar a abertura.”

“Ok, vamos tirá-los daqui. Então podemos terminar isso,”


eu disse.

“Eu amo queimar o mundo com você ao meu lado,” Kyan


disse em voz baixa.

“Não está queimando ainda,” eu atirei para trás com um


sorriso antes de colocar minha máscara de volta enquanto
chegávamos ao topo da escada.

Eu olhei para trás, encontrando Blake ajudando uma


mulher a andar que parecia dolorosamente fraca. Eu fiz uma
careta para o meu menino de ouro, seus olhos cheios de ódio e
injustiça sobre o que tinha acontecido com essas pessoas. Mas
não estávamos deixando escapar. Íamos fazer os monstros
deste lugar pagarem.

“Vou abrir a porta,” disse Kyan, escapulindo para o


corredor e atravessando-o enquanto esperávamos no escuro.
Depois de um minuto, coloquei minha cabeça para fora,
encontrando-o empurrando-a e colocando uma picareta no
bolso, o ar da noite de primavera soprando dentro.
Minha adrenalina aumentou enquanto eu liderava o
caminho através do corredor e os cativos correram para a
liberdade, fugindo para a escuridão. O alívio correu por mim
com a visão e eu sabia que o risco de vir aqui tinha valido a
pena só por isso. Tinha me assombrado saber o que estava
acontecendo com as pessoas neste clube e nada poderia
rivalizar com a sensação de ser capaz de fazer algo sobre isso,
no passado.

Puxei a longa capa dos ombros de Blake, envolvendo-a ao


redor da mulher que ele estava ajudando e um homem alto veio
até ela para tirá-la dele. Ela pegou a mão de Blake antes que
se separassem, seus olhos semicerrados encontrando os dele.
“Faça-os gritar.”

“Nós vamos,” Blake jurou, a escuridão nele nadando em


seu olhar, cheio da retribuição que ele iria conceder a cada filho
da puta pervertido neste lugar.

Kyan ofereceu sua capa para outra mulher enquanto o


último deles corria para fora, então ele fechou a porta e olhou
para nós com fome em seus olhos. “Vamos matar alguns ratos.”
Eu vasculhei gavetas com Nash ao meu lado, procurando
por qualquer coisa que pudesse nos dar algumas das respostas
de que precisávamos. Havia arquivos de inúmeras empresas,
evidências de negociação com informações privilegiadas e
negócios ilícitos que seriam mais do que suficientes para
mandar todas as pessoas cúmplices delas para a prisão. Ou
pelo menos seria se seus nomes estivessem nos documentos.
O que é claro que não estavam.

Cada negócio só se referia às pessoas que participaram


delas pelo número que eles receberam em relação à sua adesão
aqui. Então, enquanto eu tirava incontáveis fotos de cada
evidência em que pude colocar minhas mãos, eu sabia que
seria muito difícil para qualquer condenação a menos que eu
encontrasse a chave para aqueles números e relacionasse os
nomes certos a eles.

Tinha que estar aqui em algum lugar. Devia haver um


registro de quem eram os membros e os números que lhes
foram atribuídos, ou não havia como esse lugar funcionar.
Quando Kyan veio aqui antes, o carro que o buscou apareceu
com suas vestes esperando dentro dele e o número claramente
marcado nelas.

Isso significava que quem quer que ele tenha contatado


sobre vir ao clube, foi capaz de ligá-lo ao número correto. Tinha
que haver um sistema para isso. Pode ter sido o caso de apenas
os responsáveis pela administração deste local terem acesso a
isso, mas tinha que estar aqui.

“Pelo amor de tudo que é sagrado,” eu rosnei em


frustração, batendo a gaveta que tinha acabado de olhar e me
movendo até a mesa onde o computador estava.

Ele não estava conectado à Internet, então seria


impossível hackear de fora, mas era possível que eu pudesse
fazer isso pessoalmente agora. Eu sabia que era onde
provavelmente encontraria as evidências de que realmente
precisava para derrubar aquele lugar, mas também sabia que,
com a escala de tempo muito limitada em que estávamos
trabalhando aqui, isso era improvável.

“Talvez devêssemos apenas levar o computador inteiro


conosco e sair,” sugeri. “Ou melhor ainda, vou apenas quebrá-
lo e tirar o disco rígido.”

“Eu acho que faz mais sentido,” Nash concordou.


“Entreguem às autoridades e deixem que tratem disso.”

Minha mandíbula cerrou quando me sentei na cadeira de


couro atrás da mesa, a ideia disso me irritando. Sim, faria
sentido. Mas também iria me assombrar pelo resto do tempo.
Essa era minha luta. Nossa luta. Eu queria ver as evidências
aqui por mim mesmo e usá-las como achasse adequado, não
entregar a luta a algum burocrata federal de terno.

“Ah, merda,” disse Monroe, virando-se para olhar para


mim com um arquivo seguro frouxamente na mão. “Este é o
momento, não é?”

“Que momento?” Eu perguntei secamente.

“O momento em que o grande Saint Memphis percebe que


não é realmente um super-herói. Quando você tem que admitir
que não pode fazer isso sozinho. Que você precisa de ajuda.”
Ele parecia muito satisfeito com essa suposição e eu bufei
enquanto empilhei minhas mãos enluvadas na mesa.
Tínhamos tirado nossas máscaras quando começamos nossa
busca para que eu pudesse ver sua expressão com bastante
clareza e, francamente, fiquei tentado a tirar o olhar de seu
rosto.

“Nunca afirmei ser capaz de fazer tudo sozinho,” disse em


voz baixa. “Vocês quatro provaram ser mais do que valiosos
para mim de inúmeras maneiras. Eu entendo que não sou bem
preparado para todas as tarefas, nem sou capaz de fazer tudo
sozinho. Mas há certas coisas em que me destaco...”

“Diga uma coisa em que você não se sobressai,” ele


desafiou, seu tom provocando como se ele acreditasse que não
havia nada, mas se ele realmente pensava que eu estava tão
iludido, então ele estava realmente muito errado.

“Não sou uma pessoa de quem se gosta facilmente, muito


menos se ama,” respondi com naturalidade. “Não tenho um
bom desempenho na maioria das situações sociais e não faço
amigos com facilidade. Nem mesmo gosto que muitas pessoas
desejem ser meus amigos - mas isso em si é provavelmente
uma falha.”

“Não sabia que você admitiria que era uma falha. Só


presumi que você gostava de ser um idiota autoritário que
aterroriza quase todos que encontra,” disse ele, parecendo
intrigado com a minha resposta sincera.

“Eu não odeio isso,” admiti. “Mas às vezes...” Suspirei,


sabendo que não era o momento para essa conversa e ainda
precisando de um adiamento momentâneo da minha tarefa
para permitir ao meu cérebro algum espaço para pensar. “Às
vezes, eu observo o jeito que vocês quatro são e posso ver que...
não me encaixo. Não da mesma maneira.”

Nash soltou um suspiro e encolheu os ombros. “Você se


sente um estranho? Tente ser o cara que se juntou por último.
Que costumava ser seu professor. Que vem de uma família
pobre e do sistema de acolhimento enquanto todos vocês
apenas cagam notas de dólar e as jogam fora como se fossem
sem sentido. Se algum de nós não se encaixa, sou eu. “

Um sorriso apareceu no canto dos meus lábios. “E ainda


sim,” apontei. “Além disso, você teve algo crescendo que eu
nunca poderei reivindicar.”

“Você tem amor agora,” ele objetou, sabendo exatamente


o que eu queria dizer. “Todos nós temos amor agora. Tatum
nos deu isso.”

“Sim. Nossa família é a única luz mais verdadeira em um


mundo muito escuro. Tenho orgulho de chamá-lo de meu
irmão, Nash,” eu disse honestamente.
“Bem, suponho que irmãos são feitos para deixá-lo louco
na metade do tempo, então esse rótulo se encaixa muito bem
nos meus sentimentos por você,” ele admitiu, parecendo um
pouco surpreso com o fato. “Embora eu esteja feliz que não
haja sangue que nos une, porque testemunhei muito de você
fazendo sexo para isso.”

“Venha agora,” disse com um sorriso malicioso. “Você não


apenas testemunha essas coisas. Eu acho que nós dois
sabemos que você e Kyan passaram do ponto de meramente
compartilhar Tatum na semana passada. Eu vi as marcas em
seu pescoço. Claramente vocês entraram no território de se
tocarem durante isso, em vez de apenas assistir.”

Nash soltou uma risada e jogou o arquivo que estava


segurando sobre a mesa enquanto se virava para continuar
olhando os armários. “Eu posso ter deixado ele me sufocar um
pouco, mas não se deixe levar por quaisquer fantasias de eu
realmente transar com ele.”

“Não, você é muito linear para isso,” eu concordei, meu


olhar passando rapidamente pelo computador enquanto o
ligava e esperava que carregasse. “Embora eu tenha que
admitir que se alguns de nós experimentássemos um pouco de
interação um com o outro, isso daria a pobre Tatum uma
chance de ter tantos de nós competindo por sua atenção ao
mesmo tempo.”

“Acho que Tatum gosta de ter nós quatro competindo pela


atenção dela muito bem,” Nash respondeu. “Essa menina foi
praticamente feita para nós. Todos nós. Mas se você acha que
Blake e Kyan gostariam de começar a ficar um com o outro,
sinta-se à vontade para encorajá-los o quanto quiser.”
Eu ri, sabendo tão bem quanto ele que não havia
nenhuma chance de qualquer um de nós desviar nossa
atenção de nossa garota por isso.

“Não estou surpreso que você tenha gostado dele te


estrangulando,” eu disse casualmente enquanto o monitor se
iluminava, pedindo uma senha que eu não conseguia
adivinhar.

“E por que isto?” Monroe perguntou, sem negar.

“Há um alívio muito real em ceder o controle de si mesmo


a outra pessoa. E usá-lo para gratificação sexual parece
perfeitamente aceitável para mim. Às vezes, minha necessidade
de controle me consome e Tatum cede, ela me oferece seu corpo
e me permite possuí-lo, mesmo que apenas por um breve
período. Mas ela também é a criatura mais provável e capaz de
me fazer perder o controle. E quando ela me destrói assim, não
há nada que se compare a isso. Pode ser um pouco assustador,
mas não é por isso que é tão emocionante?”

Nash se virou para me olhar surpreso e então sorriu.


“Talvez você devesse deixar Kyan sufocá-lo, então?” ele
sugeriu. “Ou melhor ainda, deixe-me fazer isso.”

“Improvável,” eu respondi, revirando os olhos e meu olhar


caiu em uma pequena nota presa ao arquivo que ele deixou
cair na minha mesa.

Na verdade não era nada. Apenas quatro palavras.


Arquivo do Grupo Farringbridge. Nem teve qualquer relevância,
exceto que reconheci aquela letra. Talvez eu tenha sido um
idiota em subestimar meu pai. E se ele não estivesse envolvido
na administração deste lugar? E se ele fosse este lugar?
Voltei para o computador e meus dedos voaram sobre o
teclado enquanto tentava uma de suas senhas favoritas e mais
complicadas. Eles eram combinações aleatórias de letras e
números, mas há muito eu descobri todos as que ele usava.

A primeira tentativa falhou, então tentei outra


combinação. Isso também falhou e eu respirei fundo enquanto
digitava o terceiro.

O monitor piscou quando foi aceito e, em um momento,


eu estava olhando para a tela inicial.

“Estou dentro,” eu respirei.

Nash largou o arquivo que estava fotografando e correu


para ficar ao meu lado enquanto eu olhava para ele com um
sorriso sombrio.

“Como?” Ele exigiu e eu só hesitei um momento antes de


dar a resposta que ele ansiava. Eu confiei nele para saber que
não era filho do meu pai agora. Ele sabia que eu ansiava pela
morte daquele homem tanto, senão mais, do que ele. Isso não
afetaria sua opinião sobre mim.

“Acabei de confirmar nossas suspeitas sobre o homem que


me deu a vida,” disse eu, voltando-me para a tela enquanto
começava a digitar. “Troy Memphis é o Grande Mestre deste
lugar. Ele é o homem que estivemos caçando. E agora que
temos seu cheiro, tenho certeza de que o encontraremos.”

“Então ele tem que estar aqui,” Monroe rosnou


animadamente. “Os membros deste clube não estão apenas
ajudando ele a se esconder. Ele está presidindo e eles estão lá
agora tendo aquela reunião.”
Segui sua linha de pensamento com bastante facilidade,
mas depois suspirei quando o rejeitei. “Não podemos
assassiná-lo aqui. Não há como ter certeza de nossa fuga se
entrarmos naquele poço de cobras em tão menor número. Não
vou arriscar Tatum desse jeito. Não vou arriscar nenhum de
vocês assim. O incêndio pode matá-lo, é claro, mas duvido
seriamente que ele seja tão fácil de despachar. Seria um final
bastante anticlimático e simples, não seria?”

“Nada de errado com o simples. Parece que isso pode ser


muito satisfatório para mim. Nós atacamos lá, o matamos.
Então vivemos felizes para sempre.”

“Eu não prevejo esse final tão facilmente,” eu respondi


com firmeza. “Vai precisar de sangue, vísceras e lágrimas e,
mesmo assim, quem sabe se vamos todos sobreviver inteiros?
Mas se quisermos fazer isso, precisamos ser inteligentes.
Cérebros acima de músculos.”

Nash parecia pronto para sair da sala e perseguir meu pai


sozinho, mas eu peguei seu pulso e o fiz olhar para mim.

“Hoje não é o dia,” insisti. “Mas se aproxima.”

Ele acenou com a cabeça com um grunhido de frustração,


em seguida, ficou ao meu lado enquanto eu começava meu
trabalho de dissecar os arquivos no computador.

Em minutos, a lista de membros apareceu na tela e eu


respirei fundo quando os nomes de pessoas mais ricas do que
eu poderia facilmente contar passaram diante de meus olhos.
Reconheci muitos nomes, desde membros do governo a juízes,
policiais, advogados e todos os tipos de homens e mulheres de
negócios. Esta era uma potência de valor incomensurável. E eu
o tinha bem aqui em minhas mãos.

Eu examinei a lista de nomes e rapidamente encontrei o


de Kyan e o apaguei, trabalhando para removê-lo inteiramente
da lista para que não importasse o quão duro alguém
procurasse, eles nunca encontrariam qualquer evidência para
apoiá-lo por ter sido um membro aqui. Meu olhar caiu sobre o
nome de seu tio e decidi oferecer a ele o mesmo presente
também, removendo Niall de tudo o mais permanentemente
que pude. O resto dos O'Briens poderiam apodrecer por mim,
mas depois de alguns momentos de consideração, decidi que
era melhor removê-los também. Eu precisava deles totalmente
sob o meu polegar se eu desejasse cortar todos os laços de
Kyan com eles e era melhor que eles não fossem arrastados
para baixo com este lugar.

Peguei um disco rígido externo do bolso e rapidamente


comecei a baixar tudo o que podia do computador enquanto
procurava as informações sobre a Serenity Pharmaceuticals.
Havia detalhes sobre todos os acionistas duvidosos, bem como
informações sobre o vírus Hades, esperançosamente com
evidências de como eles o lançaram no mundo na esperança
de lucrar com a vacinação. Mas eu precisaria de muito mais
tempo para examiná-lo se quisesse ter certeza disso. Tempo
que eu não tinha.

Havia muitos arquivos que estavam criptografados,


escondendo porra sabe o quê e eram impossíveis de invadir
agora, mas baixei todos eles para que pudesse fazer isso mais
tarde. Eu só precisava tirar tudo daqui e levar meu tempo
dissecando. Eu não tinha dúvidas de que seria capaz de
descobrir exatamente onde meu pai estava se escondendo e
descobrir mais segredos que ele poderia estar escondendo de
mim se eu tivesse mais tempo.

Meu coração estava disparado enquanto baixava tudo o


que podia em minhas mãos. Arquivo após arquivo, detalhes de
tantos crimes e tanta corrupção que eu não conseguia
entender tudo de uma vez. Mas havia o suficiente aqui para
destruir cada um dos membros desta porra de lugar e vê-los
apodrecer na prisão pelo resto de suas vidas miseráveis
também. Eu iria abrir o computador e levar o disco rígido
comigo quando saíssemos também. Eu não queria que
nenhuma dessas informações caísse nas mãos erradas. Eu
pegaria, analisaria, usaria e então me certificaria de que
acabasse nas mãos das autoridades certas - agentes que eu
escolheria para lidar com o caso assim que tivesse certeza de
ter feito tudo o que podia com ele.

“Conseguimos,” eu respirei enquanto meus dedos voaram


sobre o teclado e Nash agarrou meu ombro enquanto me
observava trabalhar com um sorriso selvagem no rosto. “Já
destruímos este lugar e eles não têm ideia.”
Corremos pelos corredores, derramando gasolina por toda
parte, espalhando nas cortinas, em tapetes caros e papéis de
parede. Meu coração batia forte de alegria enquanto íamos de
sala em sala, preparando todo este lugar para pegar fogo.

Tínhamos que ser cautelosos com os guardas enquanto


trabalhávamos, movendo-nos metodicamente pelas alas mais
silenciosas primeiro na direção de onde o banquete anual
estava sendo realizado. Quanto mais perto chegamos, mais
guardas encontramos. E mais guardas caíam em nossas mãos.

Saint mandou uma mensagem dizendo que eles tinham o


que precisavam, então tudo que tínhamos que fazer agora era
esperar que eles chegassem até nós, acender alguns fósforos e
dar o fora daqui.
Quando chegamos ao saguão de entrada, entramos na
escada de serviço e esperamos, escondendo as latas de
gasolina nas sombras. Kyan deu a Saint as instruções para
onde esperávamos e eu tinha plena fé de que ele e Nash iriam
sobreviver.

Só não sabia quanto tempo tínhamos antes de sermos


descobertos. Era quase inevitável que alguém perceberia a falta
de guardas, ou um corpo seria descoberto ou a gasolina
notada. Estávamos nos minutos finais e cada segundo que
passava parecia uma hora.

“Onde eles estão?” Blake rosnou impacientemente.

“Eles estarão aqui,” eu insisti, embora a ansiedade


estivesse começando a me dominar, pois temia que algo tivesse
acontecido para segurá-los.

Enviei outra mensagem para o chat em grupo, mas


nenhuma resposta veio.

Algo estava errado. De repente, eu sabia disso em meu


intestino. Saint não se atrasaria. Nem mesmo nessas
circunstâncias.

“Temos que procurá-los,” eu disse decididamente.

“Se nos movermos e eles aparecerem, então só vamos


acabar correndo em volta desta casa em círculos,” disse Kyan
em um rosnado.

“Então alguém tem que ficar aqui,” eu disse. “Eu posso ir


sozinha.”
“O inferno que você vai,” Blake sibilou, sua mão enrolando
em volta do meu braço.

“Eu sou a escuridão na calada da noite!” A voz de Saint de


repente explodiu do próximo nível e meu coração disparou em
minha garganta.

“Ouçam-me rugir, porra,” Kyan rosnou, cambaleando em


direção às escadas e corremos atrás dele, avançando enquanto
o medo atingia meus membros.

Saint estava com problemas. Ele não teria se arriscado a


gritar, a menos que estivesse desesperado. Ele precisava de
nós. E não o decepcionaríamos.

Kyan irrompeu pela porta no topo da escada e vi a arma


girando em sua direção um segundo antes de agir. Eu o
empurrei para o lado e um buraco foi aberto no batente da
porta um centímetro à minha esquerda enquanto Blake
respondia ao fogo, fazendo minha cabeça ecoar com o barulho.

Saint e Monroe tinham quatro guardas segurando-os, com


os braços presos atrás das costas, suas expressões ferozes.
Recusei-me a deixar o pânico tomar conta de mim. Eu tinha
que me concentrar para tirá-los disso com vida.

Tirei minha própria arma do quadril enquanto as balas


passavam assobiando por mim, perto demais para me
confortar. Blake avançou em nossa direção e o peso dele me
achatou enquanto nos jogava para trás da cobertura de uma
parede em um corredor adjacente. As balas arrancaram
pedaços do canto da parede e meu coração esmagou meu peito.
Saint, Nash, eu tenho que salvá-los.
Blake rolou para longe de mim e Kyan ficou de pé,
recarregando sua arma enquanto pressionava suas costas
contra a parede e se aproximava do canto. Ele lançou um olhar
ao redor e recuou quando uma rodada de tiros atingiu ele.
Puta merda.

Ele caiu em um silêncio mortal mais uma vez e me movi


para agachar-me perto das pernas de Kyan enquanto agarrava
minha arma. Não poderíamos deixar isso continuar por muito
mais tempo. Os homens naquela reunião podem ter ouvido isso
e se não saíssemos daqui antes que eles viessem nos procurar,
estávamos fodidos.

“Pare de atirar,” disse uma voz estrondosa. “Ou seus


amigos estão mortos.”

“Foda-se,” Monroe cuspiu, em seguida, soltou uma


maldição quando um golpe foi desferido, fazendo-me cerrar os
dentes de fúria.

“Deixe-os ir e vamos pensar em poupar suas vidas,” eu


chamei, e os quatro pedaços de merda riram sombriamente.

“Jogue suas armas ou essa boceta vai pegar,” a voz


profunda disse e o gelo congelou minhas veias. Morto, ele
estava morto. Eles estavam todos mortos, porra.

“Cuidado com a boca, seu caipira rude de merda,” Saint


rosnou, em seguida, amaldiçoou quando alguém o atingiu
também.

Meu coração bateu forte e eu olhei para Kyan, minha


mandíbula cerrada. Ele pegou outra arma do quadril e jogou-a
no corredor, acenando para mim. Eu joguei minha faca e arma
longe enquanto procurava por Blake. Mas ele não estava lá.
Que porra é essa?

“Certo, agora vou contar até três e você vai vir aqui ou
todos nós vamos descobrir como é o interior da cabeça deste
aqui,” o homem rosnou.

Ácido queimou o interior de minhas veias enquanto eu


marcava essa escória, marcava sua morte em minha alma e
jurei cumpri-la.

“Um,” ele disse calmamente.

“Não venha aqui,” Saint exigiu.

“Fique onde está, princesa,” Nash implorou.

“Dois.”

“Kyan, você vai cuidar dela acima de tudo, porra você


jurou,” Saint rosnou.

Kyan olhou para mim e eu o encarei, desafiando-o a tentar


uma única coisa. Eu disse a ele com meus olhos que eu estava
indo lá e nunca o perdoaria se ele me impedisse. E ele inclinou
a cabeça em concordância enquanto enfiava a arma na parte
de trás das calças.

“Três.”

Saímos como um e eu não tive tempo de pensar no que


aconteceria sem Blake aparecer também.

“Onde está o outro...” o líder começou, então uma bala


atingiu o centro de seus olhos. Ele caiu em uma pilha,
derrubando Saint que estava de joelhos. Blake ficou no lugar
do idiota, girando rápido e disparando três tiros. O barulho foi
abafado pelo silenciador, mas os tiros ainda fizeram barulho.
Eu encarei meu menino de ouro cercado por corpos de quatro
guardas, seu peito arfando, seus dentes à mostra. Ele parecia
uma besta enviada das profundezas do inferno para colher
almas, nosso salvador sombrio.

Peguei minha faca do chão e corri para cortar a trava nas


mãos de Saint enquanto Kyan libertava Monroe. Eu me virei
para o pedaço de merda que ameaçou matar Saint e cuspi em
seu cadáver. Saint pegou minha bochecha, me puxando para
encará-lo enquanto meu coração batia como um louco.

“Cuspir é tão animal da sua parte,” ele comentou, seus


olhos me absorvendo como se ele gostasse disso.

Ele me pôs de pé e me virei para abraçar Nash, puxando


todos eles para perto por um momento enquanto saboreava o
conhecimento de que ainda estávamos todos bem. Ainda
caminhando, ainda respirando, ainda preparados para
arruinar todo este império.

“Isso foi foda, irmão,” Kyan disse a Blake enquanto ele se


movia para pegar suas armas. Ele me jogou a minha e nos
movemos rapidamente para a escada.

“Eu sabia que poderia fazer isso, não posso ser derrotado,”
disse Blake com um sorriso malicioso e recuei para apertar
seus dedos em agradecimento.

Ele nunca nos deixaria esquecer essa vitória e eu não me


importava com isso. Ele tinha acabado de salvar todas as
nossas bundas. E eu estaria retribuindo por isso de qualquer
maneira que pudesse no segundo que saíssemos daqui.

Corremos escada abaixo e rastejamos de volta ao corredor


principal, passando pelas latas de gasolina que escondemos na
escada. A risada de uma multidão veio de algum lugar próximo
e nós paramos. Eu não conseguia acreditar que eles não
tinham ouvido nossa briga lá em cima, mas imaginei que eles
estavam fazendo barulho mais do que suficiente para encobrir
os sons.

“Eu digo para verificarmos,” Kyan rosnou. “Ver se não


podemos garantir que as portas do corredor estejam trancadas
quando começarmos o fogo.”

“Concordo,” Saint disse friamente, me surpreendendo.


“Eu realmente não acredito que meu pai será derrotado tão
facilmente, mas estou feliz por arriscar. Vamos avaliar a
situação.”

Nós nos agrupamos enquanto nos aproximamos do


corredor onde o banquete estava acontecendo e quando
chegamos a um canto, eu olhei para fora para ver dois guardas
cuidando das portas.

“Nós podemos administrar isso,” Saint sussurrou.

“Precisamos de uma distração para chegar perto,” Kyan


respirou e caímos em um silêncio pensativo por um momento.

Não poderíamos avisar esses guardas ou todo idiota


naquele corredor saberia que estávamos aqui. Não,
precisávamos barricá-los lá e garantir que o máximo possível
deles morressem quando colocássemos fogo no lugar.
Saint se inclinou perto do meu ouvido, sussurrando
suavemente. “Eu não gosto disso e nem os outros vão gostar,
mas talvez você possa fingir ser uma garota enviada para se
divertir.”

Eu balancei a cabeça para ele rapidamente, seguindo o


plano. “Escolte-me,” eu insisti, puxando minha máscara e
tirando minhas roupas.

“Que porra é essa?” Nash murmurou enquanto Kyan


barrou meu caminho.

Saint deu a todos eles um olhar que disse a eles para


recuar, então endireitou sua coluna, trocando sua máscara por
uma preta. Imaginei que ele tinha roubado de um dos caras
que Blake acabara de matar. Ele realmente planejou cada
ocasião. Avancei apenas com a minha calcinha e ele me
arrastou com firmeza pelo corredor. Ele me segurou perto,
ligeiramente na frente dele com uma faca arranhando minhas
costas enquanto se preparava para matar esses filhos da puta.

Eu lutei contra seu aperto, liberando um gemido de medo


e os guardas olharam em volta surpresos.

“O quê você está fazendo aqui em baixo?” Um deles


perguntou.

“Recebi uma mensagem para trazer uma bonita. Eu acho


que as celebrações estão começando cedo,” Saint disse
suavemente, suas habilidades de atuação fodidamente de alto
nível. Mas é claro que eles estavam.

Os olhares dos guardas se moveram pelo meu corpo e eles


riram, virando-se para a porta para abri-la. Saint pressionou o
cabo de uma faca em minha mão, me liberando quando
chegamos por trás deles.

Eu esfaqueei forte e certeiro antes que eles pudessem abrir


a porta enquanto batia minha mão em sua máscara para
abafar seu grito.

Saint golpeou ao mesmo tempo, cortando a garganta do


outro homem com um golpe vicioso de sua lâmina. Os dois
caíram aos nossos pés e minha respiração veio irregularmente
enquanto eu olhava para Saint sem nenhum arrependimento
em meu coração. Kyan, Blake e Nash correram em nossa
direção, pegando uma enorme cômoda entre eles enquanto
Saint e eu arrastávamos os corpos para longe. Eles o colocaram
na frente das portas para bloquear a saída e meu coração bateu
forte de alegria.

Compartilhamos um olhar satisfeito, então nos viramos e


começamos a correr. Blake segurou minhas roupas em suas
mãos e as jogou para mim enquanto íamos. Quando chegamos
ao corredor principal, eu as coloquei e Saint tirou cinco
isqueiros zippo do bolso, entregando-os para nós.

“Juntos,” ele anunciou como se não houvesse outra


maneira de fazer isso. E ele estava certo. Éramos uma equipe,
uma força imparável.

A escória deste lugar estava prestes a descobrir o que


aconteceu quando eles vieram contra nós. Nós nos movemos
para o final do corredor, em seguida, descemos, cada um de
nós acendendo nossos isqueiros e os segurando no tapete
enorme. Ele levantou e nós viramos o rabo e corremos,
segurando nossas chamas contra as cortinas e papel de parede
encharcados de gasolina enquanto corríamos do fogo rasgando
atrás de nós, o calor queimando ferozmente contra minhas
costas.

Meus meninos correram de cada lado meu e todos sorriam


enquanto corríamos para o final do corredor, onde uma janela
nos deixava sair. Um sorriso selvagem apareceu em meus
lábios enquanto eu me sentia como se estivesse correndo com
uma matilha de lobos, nós cinco unidos por espírito,
promessas e amor.

Chegamos à janela e Monroe abriu as venezianas antes de


deslizar para cima. Ele agarrou minha cintura e me ajudou a
subir no peitoril. Eu caí do lado de fora na grama e me virei
enquanto todos eles mergulhavam atrás de mim, amando-os
tão ferozmente naquele segundo que queimou uma marca em
meu coração. Kyan fechou a janela e corremos noite adentro
em direção ao nosso carro.

Chamaríamos a polícia, eles viriam atrás das pessoas que


tínhamos libertado e, com o tempo, descobririam a verdade nas
ruínas deste lugar, especialmente quando divulgarmos cada
fragmento de informação que tínhamos sobre Royaume D'elite
e toda a sua organização. Então o mundo saberia que um covil
de monstros foi destruído.
Eu recostei-me na cadeira e coloquei meus pés em cima
da mesa enquanto nos sentávamos ao redor da mesa de jantar
na casa do meu avô, o fogo abrasador aquecendo minha pele
enquanto eu entrelaçava meus dedos e os colocava atrás da
minha cabeça.

Saint sentou na minha frente, digitando furiosamente,


carrancudo em seu laptop e murmurando a maldição ocasional
enquanto trabalhava para quebrar os arquivos criptografados
que ele baixou do computador em Royaume D'élite.

Ele praticamente fazia isso desde que voltamos aqui


naquela noite e embora ele tenha conseguido invadir alguns
deles, ele não tinha encontrado o que estava procurando.
Ainda não sabíamos onde seu pai estava se escondendo, o que
significava que ainda não tínhamos podido usar nenhuma
dessas evidências ou passá-las para o FBI. Eu pessoalmente
tinha esperança de que Troy tivesse sido queimado vivo
naquele show de terror de um clube, mas Saint se recusou a
acreditar nisso e eu finalmente tive que concordar. Teria sido
bastante poético, mas aquele bastardo não morreria tão
facilmente. Saint estava claramente saboreando o desafio
apresentado a ele e frustrado como o inferno pela ideia de não
ser capaz de enganar seu pai mais facilmente.

Tínhamos o quarto só para nós, Liam preferindo tomar o


café da manhã sozinho enquanto fumava e lia um jornal
horrível em sua sala de estar, que ainda recebia diariamente
de alguma forma, apesar do bloqueio. Ele era nada além da
velha escola, o chefe da máfia sofisticado final, destinado a
manter seus rituais até o dia de sua morte.

Felizmente para mim, ele tinha alguns negócios para


resolver esta manhã com os russos e não queria que eu
comparecesse, então estava escapando de pelo menos algumas
horas de suas palestras e dos chamados 'preparativos para
meu futuro papel'. A questão era que ele definitivamente estava
me treinando para assumir o lugar do meu pai após a
formatura, querendo que eu passasse um tempo aprendendo
as cordas de seu trabalho para que eu estivesse pronto para
enfrentar o lado jurídico dos negócios da família, mas ele
estava ensinando me um monte de merda que não tem nada a
ver com isso também.

Como ontem à noite, quando ele me sentou com uma


maldita árvore genealógica e me falou sobre como cada um de
seus irmãos, filhos, primos e o resto da família eram fortes e
como eles eram fracos também. Eu agora sabia que meu tio
Dougal era letal, obstinado e um executor perfeito, mas que ele
também gostava de cocaína e prostitutas depois de comemorar
um trabalho, o que o deixava boquiaberto de vez em quando.
Ele nunca desistiu de nada incriminador o suficiente para
justificar sua morte, mas eu poderia dizer que ele estava
pisando em uma linha tênue. Traia a família e você não seria
mais família. Cada O'Brien sabia disso. E se você não fosse da
família, você estava morto. Não há duas maneiras de fazer isso.
Uma vez que você estivesse por sangue ou casamento, você
estava dentro.

Fiquei bastante desconfortável em saber que agora Tatum


também estava envolvida por aquele mantra. Mas eu também
sabia que ela nunca trairia os O'Briens porque ela nunca os
alcançaria além de seu vínculo comigo. Eu não permitiria. Não
importa o custo para mim.

A maioria dos segredos que aprendi sobre minha família


não era tão difícil de descobrir sozinho, embora o claro desdém
de meu avô pela maioria deles fosse um pouco surpreendente.
Para alguém que estava tão envolvido com os ideais dessa
merda de família que ele falava o tempo todo, ele certamente
não pensava muito em seus parentes. O único sobre quem ele
falou com orgulho, até onde eu poderia dizer, era Niall. Embora
ele também não tenha deixado de listar todas as suas
fraquezas. Ele disse,”Niall é um bom soldado. Implacável e
completo. Se eu lhe der um trabalho, ele o realiza de qualquer
maneira. Mas perder sua esposa rachou algo dentro de seu
crânio que já estava um pouco fraturado para começar. Ele é
insensível, imprudente e destemido, habilidades que devem ser
admiradas. Mas ele não planeja nada e corre riscos inaceitáveis.
Ele não é uma ameaça para a família porque ele vive e respira
esta vida. Mas ele é uma ameaça para si mesmo todos os dias.
Ele tem a reputação de ser o O'Brien mais assustador e eu diria
que isso é bem merecido. Mas também é sabido que ele é
perturbado. Algo quebrou nele no dia em que aqueles bastardos
mataram Ava e sem isso ele nunca será um bom candidato à
liderança. Ele simplesmente não é capaz de assumir tanta
responsabilidade. Ele não se preocupa com sua vida ou com a
de ninguém o suficiente para possuí-la.”

Liam suspirou assim o desapontamento, mas


principalmente só me fez sentir triste pelo meu tio. Ele merecia
mais do que isso da vida. Ele merecia coisa melhor do que viver
cada dia apenas esperando para morrer. Mas eu não fui capaz
de mudar seu destino. Eu só esperava que um dia ele
conhecesse alguém que fosse.

Portanto, no geral, passei os dias “me preparando para o


meu papel,” enquanto tinha a impressão de que esse papel
poderia ser um pouco diferente da descrição do trabalho e,
quanto mais a ideia me incomodava, mais comecei a acreditar
que era a verdade. Mas isso me deixou com uma noção
bastante incômoda que eu precisava discutir com os outros
mais cedo ou mais tarde. Porque eu estava tendo a impressão
de que Liam estava me considerando para a liderança. Por seu
papel depois que ele morresse. E se fosse esse o caso nos anos
entre agora e sua morte, eu tinha certeza de que estaria
enredado na teia desta família tão fortemente que não haveria
nem mesmo uma saída para mim no momento em que velho
bastardo resmungou. E eu não tinha vontade de chefiar uma
família de gangsters irlandeses.

Nash e Blake estavam discutindo sobre os méritos de


treinar para corridas de longa distância, debatendo o uso de
pesos e corridas rápidas e fazendo com que toda a merda de
macho competisse com isso. Quero dizer, claro, eu era
totalmente a favor de alguma besteira de macho, mas me dê
uma luta para vencer e uma bunda para chutar se você quiser
me irritar com alguma coisa. Mas correr? Não, eu não ia deixar
minha cueca em uma torção sobre isso.
Tatum estava sentada à minha frente, terminando sua
comida enquanto eu a observava, me perguntando se eu ficaria
entediado só de olhar para ela assim. Ela me pegou, é claro,
arqueando uma sobrancelha, o que já era um desafio e eu
empurrei meu queixo para ela, dizendo a ela para trazer sua
bunda aqui.

Ela sorriu sedutoramente, levando uma colher de iogurte


aos lábios e lambendo lentamente antes de engolir. Ela
segurou meus olhos enquanto fazia isso, sabendo exatamente
o que ela estava fazendo comigo e meu pau ficou duro por ela
sem nenhum problema.

Eu segurei minha posição, assistindo o show e esperando


ela sair enquanto ela fazia uma refeição daquele maldito
iogurte, me fazendo desejar que fosse eu.

“Eu vou provar para você então,” Blake desafiou, pulando


com um sorriso animado.

“Você está ligado. Mas não comece a chorar quando eu


bater em sua bunda e você perceber que suas técnicas são
inferiores,” Monroe respondeu arrogantemente quando se
levantou também. “Alguém mais quer se juntar a nós para uma
corrida?” Ele acrescentou, olhando ao redor enquanto Blake
praticamente saltava para cima e para baixo nas pontas dos
pés.

“Que distância você está correndo?” Saint perguntou


casualmente, sem desviar o olhar de seu laptop.

“Dez Km,” respondeu Monroe.

“Quinze,” Blake rebateu. “A menos que você não consiga?”


“Faça vinte então,” Nash disse e eu ri de suas besteiras.

“Talvez seja melhor você ir então,” Saint sugeriu antes que


Blake pudesse aumentar as apostas novamente. “O vencedor
fica com isso.” Ele apontou para um guardanapo dobrado
diante dele enquanto terminava de escrever # 1 nele e Blake
sorriu.

“O guardanapo do vencedor é meu, meu velho.”

“Quando eu ganhar, vou usá-lo para limpar minha bunda


e dar descarga,” Nash respondeu enquanto os dois ofereciam
beijos breves a Tatum e saíam correndo da sala, se
empurrando e brigando.

O som de suas vozes foi levado para longe de nós e Tatum


finalmente pousou a colher.

Tirei minhas mãos de trás da minha cabeça e acariciei


meu joelho quando encontrei seu olhar, chamando-a para mim
novamente e ela sorriu enquanto se levantava lentamente.

“Eu estou tão quente,” ela ronronou em uma voz que


chamou a atenção de Saint de seu laptop enquanto ela
deslizava o cardigã de seus ombros.

“Eu posso te ajudar com isso, baby.” Eu prometi a ela, e


ela me deu um olhar demorado antes de encolher os ombros.

“Obrigado pela oferta, baby, mas acho que vou apenas dar
um mergulho, em vez disso. Encontro você mais tarde.” Ela
piscou para mim, em seguida, se virou e saiu da sala enquanto
eu lutava contra o desejo de persegui-la como uma cadela
chicoteada ou manter minha compostura e sofrer as bolas
azuis.
“Droga,” eu murmurei, tirando minhas botas da mesa e
deixando as pernas da minha cadeira baterem de volta no chão
de madeira.

“Se você acha que está frustrado, deveria tentar vasculhar


tudo isso,” disse Saint, apontando para seu laptop e parecendo
tentado a quebrar a maldita coisa.

“Por que você simplesmente não vai a público com o que


você tem?” Eu sugeri. “Deixe o mundo saber exatamente que
tipo de canalha o governador Memphis realmente é.”

“Porque,” Saint sibilou com os dentes cerrados. “Então ele


realmente fugirá. Posso estar tendo problemas para determinar
sua localização exata no momento, mas sei que ele não estará
muito longe. Ele não deixará seu precioso estado e o poder que
acumulou aqui tão facilmente Se dermos ao FBI ou à imprensa
as informações que temos sobre seu envolvimento na Royaume
D'élite e os negócios que estavam fazendo naquele lugar, ele
estará em um jato particular e sairá do país antes que a
primeira notícia saia mesmo assim. E então nunca o
encontraremos novamente. Mesmo a ruína financeira que
preparei para ele não será suficiente para impedir isso. Há
contas que não poderei encerrar rápido o suficiente, amigos
que não tenho sujeira suficiente ou apenas vidas baixas
dispostas a aceitar suborno para ajudá-lo. “

“Posso fazer algo para ajudar?” Eu perguntei, porque


parecia que meus planos ideais para a manhã tinham acabado
de nadar na piscina coberta. Embora eu não tivesse certeza de
que me importava o suficiente com meu ego para me impedir
de segui-la. Eu daria uma chance, porém - não há necessidade
dela saber que eu fui totalmente açoitado. Ela provavelmente
já o fez, então eu tinha algo a provar aqui?
“Não,” ele suspirou. “É algo que eu tenho que descobrir
sozinho. Por que você não me diz o que Liam está dizendo a
você nessas pequenas reuniões que o deixa tão fora de
controle?” Ele sugeriu.

Corri a palma da mão sobre meu queixo e pela barba por


fazer enquanto eu suspira. “Não tenho certeza. Mas estou
tendo a sensação de que ele está tentando me preparar para
substituí-lo quando ele morrer.”

“Oh, isso é tudo?” Saint perguntou com desdém e eu fiz


uma careta para ele.

“Você não acha que isso é grande coisa?” Perguntei.


“Porque me parece que se ele tem isso em mente, eu nunca
terei permissão para sair desta porra de casa. Serei forçado a
assumir um papel e ter cada vez mais trabalho para a família
e não terei escolha quanto a executá-lo. Serei um O'Brien da
cabeça aos pés - exatamente como eles sempre planejaram que
eu fosse e exatamente como eu nunca quis ser.”

“Você confia em mim?” Saint perguntou francamente e eu


sabia que não era uma pergunta besta.

“Com minha vida,” eu concordei ferozmente.

“Então acredite em mim quando digo que seu tempo como


O'Brien está se esgotando. Logo o terei fora desta organização
e a única família com a qual você terá que se preocupar
novamente será a nossa. Claro, não posso prometer que
seremos cidadãos cumpridores da lei, mas tenho a sensação
de que podemos ser felizes. Então, vamos tentar isso.”
Mil protestos dançaram na minha língua, mas eu os engoli
de volta e assenti. Se havia um homem neste planeta que
poderia me tirar das garras de Liam O'Brien, então era Saint
Memphis.

“Ok,” eu concordei e ele sorriu.

Saint olhou entre mim e o laptop por um longo momento,


em seguida, fechou-o com um grunhido de frustração.

“Posso sentir a resposta para essa criptografia na ponta


do meu cérebro, mas não consigo encontrá-la. Só preciso tirar
um momento para voltar minha mente para outra coisa, um
problema diferente que precisa ser consertado.” Seu olhar
gelado pousou em mim como se eu fosse o problema e franzi a
testa enquanto pegava um cigarro de um maço que havia sido
deixado na mesa como parte do café da manhã.

“Como o quê?” Eu perguntei, colocando o cigarro entre


meus lábios por um momento antes de puxá-la e olhar para
baixo como se eu não tivesse certeza de como ela tinha ido
parar lá. Esta maldita casa e esta maldita família estavam me
irritando. Quanto mais tempo eu estivesse aqui, pior ia ficar.

Joguei o cigarro apagado no fogo com um suspiro e passei


a mão pelo rosto.

“Você não falou sobre Deepthroat desde o dia em que ela


morreu,” Saint disse calmamente enquanto deslizava seu
laptop de lado.

“O que diabos te faz pensar que eu gostaria de falar sobre


aquela prostituta perseguidora?” Eu rebati, desejando não ter
jogado o maldito cigarro.
Saint me deu um olhar avaliador antes de servir café
fresco para nós dois e me passar o meu.

“A noite em que Ashlynn deu a você uma pílula e te


acompanhou de volta ao dormitório dela...”

“Então, vamos apenas ter essa conversa, vamos?” Eu


perguntei, tenso enquanto me preparava para ficar de pé,
minha pele ficando quente e espinhosa. Eu estava bloqueando
pensamentos sobre essa merda por um bom motivo.
“Independentemente da minha opinião sobre isso?”

“Eu acredito que você não lidou com o que ela fez com
você,” Saint disse, sem reagir de forma alguma, embora
devesse estar claro que eu estava malditamente tentado a
arrancar sua cabeça se ele não calasse a boca . Tatum tinha
tentado ter essa conversa comigo também e eu tentei mostrar
a ela o quão pouco aquela merda significava para mim em vez
de discutir isso. Mas no fundo da minha mente, eu sabia que
não era tudo o que minha esposa merecia sobre o assunto. E
isso me matou. Era tão difícil enfrentar os problemas que eu
tinha em torno de Deepthroat. Mas eu encontrei maneiras de
contorná-los.

“Tentei fazer,” eu rosnei. “A vadia falhou em... fazer seja lá


o que diabos ela estava tentando fazer e...”

“Estupro,” Saint disse, a palavra cortando o ar. “Não


vamos dançar em torno disso, Kyan. A garota estava tentando
estuprar você.”

“Ela tinha a porra da metade do meu tamanho,” rebati. “E


de jeito nenhum eu teria ficado duro por ela, então acho que
você está se confundindo. Além disso, eu sou um...”
“Cara? O que isso tem a ver? Você acha que porque você
tem um pênis é impossível para alguém forçar uma interação
sexual contra a sua vontade?” Seu tom calmo estava deixando
meu sangue quente e minha mão se fechou em um punho
enquanto eu olhava para a porta que Tatum tinha fechado
atrás dela. Eu não queria que ninguém da minha família
soubesse dessa merda. Eu não precisava da dor de cabeça
desse tipo de boato circulando sobre mim.

“É claro que não acho isso,” rebati. “Fui eu quem a sentiu


apalpar-me. Quem acordou com as minhas calças meio fora e
a porra da mão dela no meu pau enquanto ela tentava colocar
a boca nele também. Você tem alguma fodida ideia de como é
isso?”

“Não,” Saint respondeu calmamente. “Eu não consigo nem


começar a entender como deve ter sido para você acordar
assim, sua mente nublada pela droga que ela lhe deu e seu
poder roubado de você. Mas eu tive o controle tirado de mim
em muitas ocasiões e eu fui forçado a muitas situações das
quais gostaria de poder escapar. Não entendo como seria ser
tocado daquele jeito contra a minha vontade, mas sei que o
efeito daquela noite teve sobre você depois. E eu sei que desde
que ela sequestrou você pela segunda vez e você descobriu que
na verdade tinha sido ela perseguindo você, em vez de algum
pervertido perseguindo nossa garota, você não lidou com isso
em tudo.”

Levantei-me de repente, derrubando minha cadeira atrás


de mim na minha pressa enquanto meu coração trovejava no
meu peito e a necessidade de destruir algo me consumia.
Saint ficou na minha cara enquanto eu tentava circundar
a mesa e o empurrei com força suficiente para faze-lo dar um
passo para trás.

“Saia da minha porra do caminho sobre isso, Saint,” eu o


avisei.

“Não,” ele retrucou. “Você teve tempo para processar isso.


Esperei que você encontrasse sua própria maneira de lidar com
isso ou pedisse ajuda a um de nós, mas vejo agora que você
não fará isso. Você quer enterrar. Você quer fingir que nada
aconteceu e esquecer que ela existiu. Mas, por mais que esteja
tentando se convencer de que a morte dela foi o fim de tudo,
garanto que não foi.”

Eu o soquei com tanta força que sua cabeça jogou para


trás e a fúria em mim quase ferveu enquanto eu esperava que
ele me golpeasse em retaliação. Mas ele não fez isso. Ele apenas
empurrou a língua em sua bochecha e se moveu para ficar bem
na minha frente novamente.

“Me diga quando você começou a amarrar garotas para


transar com elas?” Ele perguntou em voz baixa e eu zombei
dele.

“Quem dá a mínima?”

“Eu,” ele respondeu com firmeza. “Não quando você estava


fazendo isso com as garotas, você estava fodendo casualmente,
mas agora que você está fazendo isso com a nossa garota
também. Eu me importo.”

Eu recuei com a acusação, balançando a cabeça em uma


negação que não passaria pelos meus lábios. “Isso não é o
mesmo,” eu disse finalmente. “Tatum gosta. Não estou fazendo
nada com ela que ela não me queira...”

“Claro que não. Você acha que ainda estaria respirando se


eu pensasse que a machucaria assim?”

O silêncio caiu entre nós porque eu sabia que não estaria,


e sabia que também não gostaria de estar. Tínhamos um
vínculo tão inquebrável que poderia muito bem ter sido forjado
em ferro. Mas havia uma coisa neste mundo que nos faria virar
um contra o outro tão rápido quanto piscar é machucar aquela
garota. Foda-se sabia como havíamos chegado a este lugar
depois da maneira como as coisas começaram entre nós e ela,
mas não havia como voltar para qualquer um de nós agora.

“O que você quer de mim?” Eu perguntei a ele quando não


parecia que ele iria soletrar sem avisar.

“Eu quero que você lide com isso e siga em frente. Eu


quero que aquela vadia estupradora e perseguidora seja
enterrada de uma vez por todas. Eu não gosto de vê-la te
assombrando, irmão, e eu acho que você precisa de um
empurrão para seguir em frente a partir disso.”

“Não é como se eu pudesse simplesmente apagar o que ela


fez da minha mente,” eu apontei com raiva.

“Não, você não pode. Eu não estou falando sobre uma


borracha mágica para fazer você ficar melhor de novo. Isso vai
deixar uma cicatriz em você que não vai simplesmente
desaparecer, mas vai desaparecer. Acredite em mim, eu passei
a vida tentando lidar com o suficiente dos meus próprios
traumas para ter feito um hobby ao tentar lidar com eles.”
“Então, o quê? Você quer que eu comece a ficar obcecado
com o tempo e surtar com os horários?” Eu perguntei e ele
zombou levemente.

“Não. Essas podem ser manifestações dos meus danos,


mas não são de forma alguma uma solução para eles. Eu só
encontrei uma solução que funciona para mim de forma
duradoura. E não só desfaz o que eu tenho por mais tempo do
que apagará o que Ashlynn fez com você. Mas você precisa
trabalhar na maneira que está permitindo que sua experiência
com aquela garota afete seu relacionamento com Tatum,” Saint
disse simplesmente, como se houvesse algo simples sobre isso.

“Eu gosto de amarrá-la,” protestei, sem saber se eu estava


realmente pronto para o que ele estava sugerindo ou não. “Não
apenas porque isso a impede de me apalpar. Eu simplesmente
gosto.”

“Eu sei que você gosta. E eu não estou envergonhado por


te envergonhar ou esperar que você nunca a amarre
novamente. Eu só acho que você está tão envolvido com o que
Deepthroat fez com você que você não consegue nem mesmo
deixar a mulher que você ama ter qualquer controle durante o
sexo. Você não a deixa tocar em você ou fazer qualquer escolha
sobre o que acontece com seu corpo. E eu acho que você
deveria trabalhar nisso.”

“Como exatamente?” Eu perguntei, cruzando meus braços


enquanto olhava para ele e sua boca se ergueu em um sorriso
malicioso.

“Estou disposto a ajudá-lo nisso.”


“Pfft, o que você vai fazer, me amarrar e mandar em mim?”
Eu provoquei e seu sorriso apenas cresceu.

“Sim, parece bom para mim,” ele concordou e eu ri.

“Eu aposto que sim, porra.”

“Então, o que você me diz? Vamos rastrear Tatum? Então


eu posso assumir o controle por você e mostrar como é bom
enfrentar seus demônios.”

“Enquanto o seu tira um belo chute do poder que você


obterá fazendo isso,” eu apontei e ele encolheu os ombros.

“Eu disse que estava disposto a ajudá-lo, nunca prometi


que não ganharia nada com isso. Então, o que será?” Saint
perguntou.

Lambi meus lábios, minha mente em Tatum e percebi que


se eu não fizesse isso, eu não estava apenas me segurando, eu
a estava punindo também. Eu não estava permitindo que ela
tivesse qualquer opinião sobre a maneira como gozamos
juntos, e nunca sequer perguntei se ela gostaria de ter mais
controle às vezes. Eu definitivamente não poderia dizer que me
tornaria submisso ou qualquer merda assim, mas eu poderia
dar uma chance e ver se isso me ajudaria a superar um pouco
da minha bagagem.

“Vamos, então,” eu disse, revirando os olhos como se isso


fosse uma tarefa árdua e em alguma parte, eu sabia que seria
com Saint no comando, mas eu estava no jogo se ele estivesse.

Eu prometi amar Tatum com tudo que eu era e dar a ela


tudo o que eu tinha para dar, então iria manter aqueles votos.
“Vamos nos trocar para um mergulho então.” Saint
sugeriu e o segui enquanto ele pegava seu laptop e liderava o
caminho para fora da sala, de volta pela casa para o quarto em
que estávamos hospedados.

Havia muitos quartos aqui para todos nós termos um


cada, mas desde aquela primeira noite, nós apenas
continuamos dormindo em uma cama. Eu consegui Tatum por
uma noite quando tia Jada estava aqui - que eu ainda estava
perplexo por ser Rebecca - mas todos eles voltaram
imediatamente quando soubemos que ela tinha voltado para
casa. A cama era quase grande o suficiente e imaginei que
enquanto tanta merda estava acontecendo, nós preferíamos
ficar juntos assim. Mas eu tinha que me perguntar se
voltaríamos a dormir em nossas próprias camas com Tatum
girando entre eles ou não a longo prazo. Achei que, por
enquanto, só precisávamos passar por essa merda, então não
valia a pena questionar.

Pegamos um calção de banho das roupas do meu quarto


e Saint nem reclamou de pegar minhas coisas emprestadas.
Oficialmente, era aqui que eu morava, então tinha muitas
roupas aqui. Liam insistiu que eu fosse morar com ele depois
de me matricular na Everlake Prep, mas entre o internato na
escola e passar o verão com meus amigos, consegui evitar
passar mais do que uma semana aqui desde então.

Nós nos trocamos e Saint enfiou seu laptop na bolsa preta


que ele gostava de carregar antes de descermos pela casa.
Tivemos que caminhar por um pequeno corredor de vidro para
chegar à casa da piscina. Quando entramos no prédio de
madeira com portas de vidro dobráveis que corriam ao longo
do lado direito da sala, o vapor da água quente nos envolveu.
Olhei para a piscina de ladrilhos azuis e franzi a testa
quando não consegui localizar Tatum, mas Saint apenas
começou a andar direto para a sauna à esquerda do espaço.

Entramos e encontramos Tatum ali, deitada em um dos


bancos altos de madeira com os olhos fechados, mas um
sorriso tocou seus lábios ao som da porta, e ela piscou para
abri-los novamente enquanto olhava para nós. O calor seco da
sauna envolveu-se em mim e eu suspirei enquanto respirava o
cheiro amadeirado da sala, sentindo um pouco de tensão sair
do meu corpo só porque eu estava aqui com ela.

“A que devo esta surpresa?” Ela perguntou, mordendo o


lábio enquanto seu olhar percorria nossos corpos seminus.

Tatum estava vestindo uma peça única azul safira e a cor


fazia seus olhos brilharem ainda mais do que o normal.

“Eu trouxe um presente para você, Sereia,” Saint disse


antes que eu pudesse tentar explicar nosso plano para ela.
“Mas eu não coloquei uma amarra nele porque eu não pensei
que ele pudesse fugir.”

Tatum se sentou e se virou para que seus pés estivessem


no banco abaixo daquele em que ela se sentou e fiquei feliz em
ver que ela parecia mais do que interessada em jogar conosco.

“Saint acha que eu preciso trabalhar um pouco com meus


problemas de dominação. Ele afirma que eu preciso lidar mais
com todas as coisas de Deepthroat,” eu forneci, minha
garganta engrossando um pouco enquanto tentava soar casual
sobre isso. “Ele acha que eu deveria tentar deixar você no
comando.”
“Tenho certeza que serei o responsável,” Saint forneceu,
colocando a bolsa preta para baixo e abrindo o zíper antes de
puxar um rolo de corda lisa.

Minha mente instantaneamente se encheu de imagens de


todas as maneiras pelas quais eu gostaria de amarrar Tatum
com isso e eu bufei enquanto ele olhava para mim, percebendo
que não era para ela.

Tatum mordeu o lábio, uma carranca puxando sua


sobrancelha enquanto ela olhava para mim. “Você tem certeza
de que está pronto?” Ela perguntou, como se ela soubesse o
tempo todo que eu precisava disso. Porra, eu realmente estava
tão cego para meus próprios problemas?

“Sim, estou pronto, baby,” eu rosnei, querendo fazer isso


por ela tanto quanto por mim.

“Pensando bem,” Saint disse, largando a corda de volta na


bolsa. “Seria um teste melhor se você apenas fosse forçado a
se controlar em vez de usar a corda como muleta.”

Tatum riu, levantando-se e pulando dos bancos ao se


aproximar de nós. “Kyan se controlando? Eu gostaria de ver
isso.”

“Você não acha que eu posso fazer isso?” Eu perguntei, o


desafio em seus olhos me deixando ainda mais determinado a
provar que ela estava errada.

“Eu gostaria de ver você tentar,” ela respondeu, diversão


ainda clara em sua expressão quando ela se virou e olhou para
Saint.
Ele segurou o queixo dela antes de desviar os olhos para
mim. “Observe. Não toque,” ele ordenou me fazendo
instantaneamente querer fazer o oposto do que ele tinha
acabado de dizer enquanto se inclinava e fechava a distância
entre a boca dele e a de Tatum.

Ela gemeu em seu beijo enquanto ele o aprofundava, sua


mão mantendo seu rosto imóvel enquanto a outra deslizava por
seu corpo, acariciando seu seio através do maiô onde seus
mamilos duros pressionavam através dele.

As mãos de Tatum deslizaram por seu peito em troca e


minha boca secou enquanto eu observava a maneira como ela
o tocava, sabendo que sempre que ela fazia isso comigo, eu
geralmente colocava um fim nisso muito rapidamente. Mas por
que eu fazia isso? Só porque alguma vadia tentou tomar meu
corpo sem meu consentimento? Tatum não era ela. Ela não
estava procurando nada de mim além do que eu estava mais
do que disposto a dar.

Saint tirou algo do bolso de seu calção e um leve zumbido


encheu o ar enquanto ele movia sua mão entre as coxas de
Tatum, fazendo-a respirar fundo.

Meu pau estava duro em meu calção, latejando com a


necessidade de tocá-la também e lambi meus lábios enquanto
observava Saint deslizar a alça de seu maiô de seu ombro,
caindo para tomar seu mamilo duro em sua boca enquanto ele
continuava a mover o pequeno brinquedo vibratório entre suas
coxas.

Os olhos de Tatum se abriram e ela olhou para mim


enquanto ofegava por ele, gemidos ofegantes escapando dela
enquanto ele a empurrava para a beira.
Mas sendo Saint, ele não apenas a deixou gozar tão
facilmente e ele ficou de pé sem problemas, pegando o
brinquedo de volta e desligando-o antes de colocá-lo em sua
mão e fechar seu punho em torno dele. Eu ainda não tinha
dado uma boa olhada na coisa e sabia que não era por acaso.

Saint deslizou a alça de Tatum de volta por cima do ombro


e se inclinou para falar em seu ouvido, embora ele não se
preocupasse em abaixar a voz enquanto falava.

“Mostre a ele que você o possui, Sereia,” ele instruiu.


“Lembre-o de que ele serve para o seu prazer.”

Os lábios de Tatum puxaram para cima em um sorriso


quando Saint deu um passo para o lado para deixá-la se
aproximar de mim e eu inclinei minha cabeça para ela com um
olhar provocador.

“Você acha que pode me colocar de joelhos por você,


baby?” Eu provoquei.

“Feche os olhos,” ela murmurou. “E mantenha suas mãos


para você.”

Meu coração deu um salto com o pensamento disso e uma


recusa floresceu na minha língua. Eu queria ver o que estava
acontecendo. Eu queria saber o que estava acontecendo. Mas
quando encontrei seu olhar azul brilhante, eu sabia que o que
ela realmente estava pedindo era que eu provasse que confiava
nela.

O som de uma fechadura girando atraiu meu olhar sobre


sua cabeça para Saint enquanto ele nos trancava no quarto
antes de derramar uma concha de água sobre as pedras ao
lado da porta, de modo que o vapor subia delas.

“Somos apenas nós três aqui,” disse ele levemente. “E eu


não tenho nenhum desejo de começar a tocar em você, então
você pode ter certeza de que tudo que você sente é da garota
que você ama.”

“Você pode confiar em mim,” acrescentou ela em um


sussurro, levantando-se na ponta dos pés para me beijar e eu
deixei meus olhos fecharem enquanto provava seus lábios,
mantendo-os fechados mesmo quando ela moveu sua boca ao
longo do meu queixo e pelo meu pescoço.

Meus dedos flexionaram com o desejo de agarrá-la e eu


grunhi de frustração enquanto os fechava em punhos ao meu
lado e me mantinha ali, meus músculos rígidos de tensão.

Tatum tomou seu tempo no meu peito, beijando-me e


acariciando-me, traçando minhas tatuagens com a ponta dos
dedos e fazendo minha pele zumbir. Eu queria segurá-la,
direcionar seus movimentos ou mesmo pará-los todos juntos,
mas me forcei a não fazer isso, concentrando-me em como era
ser tocado por ela daquele jeito. E eu não odiei isso. Quando
me concentrei em seu toque, apenas o prazer veio dos pontos
de contato entre sua carne e a minha. Os problemas estavam
todos na minha cabeça. Era uma questão de confiança, como
ela disse, e confiei nela. Então eu soltei um suspiro e tentei me
concentrar em nada além de apreciar a atenção que ela estava
colocando em mim.

Mas quando a senti cair de joelhos na minha frente,


manter meus olhos fechados tornou-se pura batalha de
vontade e minha mão saltou um centímetro para frente quando
o desejo de agarrá-la me encheu. Eu não queria que ela
parasse, mas a sensação de seus dedos deslizando na minha
cintura fez meu coração disparar. Por um momento, pensei
naquela porra de idiota tentando me deixar duro para que ela
pudesse colocar a boca no meu corpo.

Meus dedos roçaram o cabelo de Tatum e a voz de Saint


encheu a sala aquecida.

“Não toque.”

“Eu tenho você, baby,” Tatum prometeu enquanto pegava


minha mão e a virava, colocando um beijo no centro da minha
palma enquanto meus dedos deslizavam ao longo de sua
mandíbula.

“Eu sei,” respondi, soltando uma respiração pesada e


empurrando aqueles pensamentos idiotas da minha mente.

Tatum não tinha nada a ver com o que Deepthroat tentou


puxar em mim e meu pau estava duro e doendo pela minha
garota. Eu não ia deixar memórias de algo que alguma garota
morta tinha feito estragar tudo.

Eu retirei minha mão e Tatum deslizou meu calção pelas


minhas pernas, fazendo meu pau duro saltar livre antes de eu
sair dele para ela.

“Jesus, você é tão grande,” ela murmurou e eu bufei uma


risada, sentindo a tensão diminuir do meu corpo.

“Você mais do que provou que pode lidar com isso, baby,”
eu a lembrei.
“Você mais do que provou que pode lidar com muito mais
do que isso,” Saint acrescentou de algum lugar atrás dela e
Tatum deu uma risada enquanto passava a mão pela minha
coxa.

Seu polegar parou contra a tatuagem da bússola que eu


tinha pintado ali e ela pressionou com firmeza, me lembrando
do que significava e do que eu tinha, antes que seus lábios
carnudos deslizassem ao redor do meu pau e eu gemesse de
pura felicidade.

Ela me tomou profundamente, gemendo como se estivesse


gostando disso tanto quanto eu, e consegui manter minhas
mãos longe de seu cabelo por algum milagre de autocontrole.

Tatum me puxou para dentro e para fora, sua língua


girando, os lábios se contraindo e murmúrios suaves
escapando dela, que enviaram tremores até a base do meu eixo.

Quando ela me fez ofegar por ela, quase gozando, Saint


disse uma única palavra que me fez querer estrangulá-lo.

“Pare.”

Tatum se afastou e eu não pude deixar de abrir meus


olhos para olhar para ela de joelhos por mim, lambendo seus
lábios inchados enquanto ela olhava para mim com promessas
em seus olhos.

“Dê a ele seu presente, Sereia,” Saint solicitou e eu olhei


para ele enquanto ele se aproximava de nós, entregando-lhe
uma garrafa de lubrificante.

Tatum sorriu para mim enquanto esguichava o líquido frio


no meu pau e eu sibilei entre os dentes antes que ela deslizasse
a mão em volta do meu eixo, cobrindo cada centímetro de mim,
incluindo minhas malditas bolas.

Eu queria perguntar o que diabos os dois estavam


jogando, mas tive minha resposta antes de fazê-lo, quando
Tatum abriu o punho para revelar um anel peniano duplo com
uma pequena bala vibrante em cima dele.

Brinquedos eram realmente mais coisa de Saint do que


minha, a menos que você incluísse restrições, mas não
reclamei quando Tatum deslizou o anel interno pelo meu eixo
antes de enganchar o externo sobre minhas bolas.

Estava apertado e eu grunhi um pouco de desconforto,


mas a expressão de excitação em seus olhos interrompeu
qualquer reclamação que eu pudesse ter.

“Sente-se,” Saint ordenou e eu o fiz, movendo-me para o


mais alto dos dois bancos de madeira quentes e enrolando
minhas mãos em torno das bordas de cada lado de mim para
que eu tivesse algo em que me segurar.

Tatum deu um passo para me seguir, mas Saint moveu-


se atrás dela, beijando seu pescoço e enrolando os dedos em
torno das alças de seu maiô antes de tirá-lo de seus ombros e
rolá-lo por seu corpo.

Eu gemi quando seus seios foram liberados, seus mamilos


duros e praticamente implorando por minha boca neles. Saint
continuou rolando o material para baixo até que caísse dela,
deixando-a nua e ofegante, parecendo mais do que comestível
e como a coisa mais tentadora que eu já vi.
A mão de Saint se moveu entre suas coxas enquanto ele
continuava a beijar seu pescoço e eu observei avidamente
quando seus dedos deslizaram dentro dela e ela engasgou seu
nome. O calor na sala estava fazendo-a suar e uma gota de
umidade esculpiu uma linha entre o vale de seus seios
enquanto Saint a trabalhava em um frenesi, rolando todo o
caminho até encontrar sua mão.

O olhar de Tatum encontrou o meu enquanto ele a fodia


com os dedos e ela gemeu de encorajamento até que eu a
observei gozar para ele, arqueando as costas, os quadris
resistindo contra a mão dele enquanto ele esfregava a palma
da mão contra o clitóris para prolongar o prazer.

“Boa menina,” Saint rosnou, mordendo o lóbulo da orelha


antes de remover a mão de sua boceta e empurrá-la para mim.
“Fique de joelhos, não toque nele mais do que isso.”

Tatum fez o que queria, agarrando meus joelhos e olhando


para mim através de uma cachoeira de cabelo loiro enquanto
meu pau doía com a necessidade e a tortura de ter que esperar
por ela.

Saint pegou o lubrificante de onde Tatum o havia deixado


no banco ao lado dele antes de remover um plug anal de seu
bolso e cobri-lo.

Ele deu um passo atrás dela, massageando sua bunda


enquanto movia o plug na posição e Tatum engasgou quando
ele o introduziu nela, suas unhas mordendo minhas coxas,
onde ela se segurou em mim.

“Você está bem, Sereia?” Ele perguntou e Tatum assentiu,


mordendo o lábio.
“Eu quero você,” ela implorou e Saint sorriu quando ele
baixou as calças e alinhou seu pênis para reivindicá-la.

“Não faça nada com Kyan até que você goze de novo,” ele
ordenou e antes que qualquer um de nós tivesse a chance de
protestar, ele estava empurrando dentro dela e fazendo-a gritar
por ele.

O pré-gozo frisado na ponta do meu pau enquanto ela se


segurava em mim, sua boca balançando tão perto que estava
levando tudo que eu tinha para não agarrar seu cabelo em
minha mão e dirigir sua boca para baixo em mim.

Saint não foi gentil enquanto a fodia e o calor da sauna


tinha todos nós ofegantes e suados enquanto ela se agarrava a
mim e eu apenas assistia ao show, desesperado para tomar
minha vez em reivindicá-la enquanto me forçava a segurar.

Quando Tatum finalmente gozou de novo, a mão de Saint


bateu em sua bunda e ela tomou meu pau de volta em sua
boca tão de repente que eu empurrei meus quadris de
surpresa, forçando-a a me levar profundamente enquanto
Saint diminuía um pouco seu ritmo, deixando-a se ajustar.

O anel peniano estava apertado o suficiente para segurar


minha liberação, caso contrário, eu tinha certeza de que já
teria gozado em sua boca. Mas quando Saint começou a se
mover mais rápido novamente, eu inclinei minha cabeça para
trás, apreciando o passeio enquanto ela me chupava e me
lambia, controlando os movimentos e me fazendo murmurar
seu nome sob minha respiração.

Saint parecia ter perdido o controle do diabo dentro dele


enquanto se movia cada vez mais rápido, fodendo-a com tanta
força que eu sabia que ela ainda estaria sentindo amanhã
quando seus dedos cavaram em seus quadris e ela gemeu em
torno do meu pau.

Ele finalmente gozou com um rosnado selvagem,


espancando-a novamente e forçando-a a seguir enquanto ele
colocava a mão em seu cabelo e a puxava de cima de mim.

Estendi a mão para pegá-la antes que pudesse me conter


e ele bateu na minha mão antes que eu pudesse tocá-la,
segurando-a enquanto ela tremia em seus braços.

“Quer mais, Sereia?” Saint perguntou sem fôlego e ela


acenou com a cabeça, olhando-me com fome e nos mostrando
o monstro nela também. “Então mostre a ele quem o possui.”

Tatum subiu no banco embaixo do meu e, desta vez,


quando a alcancei, Saint não me parou quando peguei suas
mãos e a ajudei a subir para me escarranchar.

“Você pode prender minhas mãos nas minhas costas se


precisar,” ela respirou contra meus lábios antes de me beijar e
meus dedos se fecharam em torno de seus pulsos quando
nossas línguas se encontraram e eu provei o mundo inteiro
naquele beijo.

Meu aperto aumentou, mas eu não mudei suas mãos


atrás das costas, eu as coloquei no meu peito, pressionando as
costas de suas mãos para que eu pudesse sentir a pressão
firme de sua pele na minha.

“Eu sou todo seu, baby,” eu jurei para ela. “E eu não quero
prender você.”
“Talvez eu goste da sua gaiola,” ela brincou, uma mão
descendo pelo meu peito até que ela encontrou a pequena bala
no topo do anel peniano e ligou.

Eu a beijei mais forte enquanto as vibrações tremiam


através do meu pau e ela abaixou-se sobre mim lentamente,
gemendo como se fosse a melhor sensação do mundo e eu
tinha que concordar com ela.

Sua boceta estava ainda mais apertada do que o normal


com o plug em sua bunda e o anel peniano deixando meu pau
tão duro que doeu. Eu rolei meus quadris enquanto dei a ela
um momento para se ajustar a tantas sensações de uma vez.
O anel vibrante roçou contra seu clitóris e ela engasgou antes
de começarmos a nos mover juntos.

Corri minhas mãos por sua espinha até que estava


segurando sua bunda e nossos movimentos ficaram mais
rápidos, mais frenéticos enquanto ela me montava com força,
suas mãos se movendo por todo o meu corpo e eu empurrei
para dentro dela, fazendo-a gritar entre nossos beijos.

Meu pau doeu quando o anel peniano segurou minha


liberação e bombeei meus quadris com mais força até que ela
gozou para mim, sua boceta apertando-se impossivelmente
mais e eu estava explodindo dentro dela, gozando com tanta
força que eu xinguei e ela mordeu meu lábio com força
suficiente para tirar sangue.

“Perfeição,” Saint murmurou enquanto eu me abaixava


para parar o anel peniano de vibrar e Tatum caiu frouxa em
meus braços.
Eu levantei meu olhar para olhar por cima do ombro para
ele, onde ele estava sorrindo para nós do banco que ele
escolheu como seu ponto de vista, e eu sabia que ele estava
certo. Isso aqui, nós e os outros também era tudo de que eu
precisava. E eu me recusei a permitir que qualquer coisa os
levasse embora.
“Temos que ir, Sereia.” Os dedos de Saint afastaram um
pouco do cabelo da minha testa e meus olhos se abriram,
encontrando-o de pé diante de mim em um casaco preto
elegante.

“O que você quer dizer?” Eu perguntei, fechando meus


olhos novamente enquanto me agarrava para dormir. A cama
estava fria atrás de mim, nenhuma pressão de um corpo
quente para ser encontrada. “Onde está todo mundo?”

“Saint está planejando uma missão secreta,” Blake disse


de algum lugar do outro lado da sala enquanto Saint
gentilmente puxava as cobertas de mim e eu abri meus olhos
novamente.
“Saint,” reclamei, a escuridão além da janela me dizendo
que era quase o meio da noite. Talvez eu estivesse apenas tendo
um sonho estranho. Mas mesmo eu não consegui me
convencer disso quando fechei os olhos com força mais uma
vez.

“Nash, ajude-me,” Saint ordenou, em seguida, dois pares


de mãos quentes começaram a tirar minha camisola.

Eu sorri vertiginosamente, acariciando seus braços


enquanto tentava puxá-los para a cama comigo, mas então
alguém puxou um sutiã esportivo pela minha cabeça. “Que
diabos?” Acordei totalmente, me sentindo mal-humorada e
com sono.

Saint puxou um suéter cinza macio sobre a minha cabeça


enquanto Nash ergueu meus quadris e arrastou um par de
jeans pelas minhas pernas e sobre a minha bunda. Ele me
deixou sem calcinha, porém, e aquele sorriso imundo dele dizia
que era intencional.

“Tudo bem, é o suficiente. Eu posso fazer isso.” Eu tentei


empurrá-los, mas eu tinha certeza que eles estavam gostando
quando Saint enfiou meus braços em um casaco e Nash puxou
algumas meias confortáveis nos meus pés antes de se ajoelhar
para amarrar minhas botas. “Gente,” eu meio que rosnei, meio
ri. “Isto é ridículo.”

Saint começou a escovar meu cabelo em seguida e eu tirei


a escova de sua mão com um beicinho. “Muito longe.”

Saint sorriu, passando o polegar pela minha bochecha e


se inclinando para beijar meus lábios. “Vá escovar os dentes,
Sereia, ou coloco você de joelhos e faço isso por você.”
“Um dia vou amarrá-lo em seu sono e bater em sua bunda
em carne viva, Memphis,” avisei. Eu me levantei, encontrando
Blake e Kyan sorrindo para mim na porta e eu joguei o dedo
para eles enquanto deslizava para o banheiro. Lavei o rosto,
escovei os dentes e o cabelo, aparentemente demorando muito
porque Saint começou a bater na porta.

“Minha paciência está se esgotando, Tatum,” ele disse


sombriamente. “Você vai começar este dia com uma punição?”

Eu sorri quando abri a porta, arqueando uma sobrancelha


para ele. “Você não é mais meu chefe, garoto demônio.”

Seus olhos brilharam como se ele não concordasse


totalmente. “Posso adorar no seu altar diariamente, mas
asseguro-lhe que sou mais do que capaz de colocar uma deusa
em seu lugar quando surgir a ocasião.”

“Pare de flertar,” Kyan chamou. “Vamos lá.”

“O café da manhã está planejado para essa viagem


misteriosa? Estou morrendo de fome,” Blake disse e eu percebi
que nenhum deles tinha a menor ideia para onde estávamos
indo. Eu imaginei que eles estavam acostumados com Saint
fazendo merdas aleatórias como essa, mas até Monroe parecia
estar concordando com isso sem reclamar.

“Quero um croissant,” concordei, pensando nos


croissants recém-assados que ele trazia para nós todas as
manhãs. Droga, eles eram lindos. Escamosos, doces,
amanteigados... mmm.
Saint abriu uma bolsa de viagem aos pés da cama, tirando
um saco de papel e prontamente colocando um croissant na
minha mão antes de colocá-los de volta e fechar a bolsa.

“Ei! Onde está o meu?” Blake reclamou.

“Você pode ter um na viagem,” Saint disse simplesmente,


gesticulando para Kyan carregar a bolsa e ele se moveu para
obedecer sem uma palavra de recusa.

Saint liderou o caminho para fora da porta e corri para


caminhar ao lado de Blake, oferecendo a ele um pedaço do meu
croissant quando nosso ditador quente como a merda não
estava olhando. Ele arrancou uma mordida com os dentes, em
seguida, sorriu para mim com a boca cheia de massa. “Você é
uma salva-vidas, Cinders.”

Seguimos Saint pela enorme casa, o lugar mortalmente


silencioso enquanto caminhávamos pelos corredores escuros.

“Onde estamos indo?” Eu assobiei quando terminei minha


comida e oficialmente acordei.

Saint não respondeu enquanto nos conduzia por um


corredor com pinturas de paisagens irlandesas nas paredes,
aparentemente conhecendo seu caminho por esta casa tão bem
quanto Kyan. Talvez melhor.

“Temos uma aposta,” Blake murmurou em meu ouvido


enquanto colocava um braço em volta dos meus ombros. “Eu
imaginei que ele está nos levando para sacrificar uma cabra
para Satanás e abrir uma porta para o inferno.”

Kyan deu um passo para o meu lado. “Não, minha aposta


é que vamos a alguma cerimônia underground africana onde
Saint pode ter certeza de que você está casada com todos nós.
A propósito, eu vou lutar totalmente contra isso, baby. “

“É óbvio para onde estamos indo,” Nash disse atrás de


mim e eu olhei ao redor com uma pergunta em meus olhos.
“Para ver a médica...”

“Diga esse nome dentro desses corredores e eu irei castrar


você e alimentar suas bolas para os cães de guarda O'Brien,”
Saint disse cortante, mas eu entendi a mensagem.

Estávamos levando as vacinas para a Dra. De La Cost. Nós


íamos finalmente fazer a diferença nessa porra de praga que
está varrendo a Terra. Meu coração se encheu de calor por
saber disso. Eu odiava saber que tínhamos acesso a essas
vacinas, mas não podíamos fazer nada para salvar as milhares
de pessoas que morriam todos os dias. Mas nós faríamos agora.

Chegamos a uma grande estufa que se estendia da parte


de trás da casa e Kyan avançou para destrancar as portas
duplas que levavam para fora. O ar noturno me fez estremecer
quando saímos para o gramado imaculado e Blake me abraçou
com mais força, agindo como uma barreira para o frio.

Saint marchou propositalmente pela grama na escuridão


cada vez mais densa e eu fiz uma careta enquanto o seguíamos.
“Existe uma saída para a estrada a partir daqui?” Perguntei.
“Ou uma garagem?”

Saint não disse nada, mas eventualmente parou a cerca


de cem metros de distância da casa e tirou o telefone do bolso.
“Dois minutos,” ele anunciou.
“Antes do que? Uma nave alienígena nos levar para o céu?”
Monroe perguntou com uma risada.

“Para ser justo, acho que Saint poderia organizar isso,” eu


disse, escapulindo de Blake para abraçar Nash. Ele me
abraçou contra o peito e respirei seu perfume de pinheiro com
um sorriso. Eu juro que meus caras estavam todos começando
a cheirar mais parecidos. Havia uma subcorrente de maçã nele
também e imaginei que era obra de Saint enquanto ele
abastecia o gel de banho.

O som de hélices veio de algum lugar no céu e olhei para


cima surpresa quando as luzes de um helicóptero se
aproximaram.

“Que porra é essa?” Monroe respirou, o ar chicoteando


descontroladamente ao nosso redor enquanto o helicóptero
pousava.

“Precisaremos embarcar rapidamente,” Saint nos


chamou. “O barulho vai acordar a casa.”

Os pés atingiram a grama e Saint nos chamou para frente,


abrindo a porta e entrando com Kyan. Monroe me ajudou a
levantar e Kyan me puxou para longe, puxando-me para uma
cadeira ao lado dele.

Blake fechou a porta quando as luzes da casa se


acenderam e minha frequência cardíaca disparou. Saint enfiou
a cabeça na cabine, puxando um fone de ouvido para que ele
pudesse falar com o piloto.
Kyan colocou um fone de ouvido na minha mão e eu o
coloquei enquanto Blake e Monroe se moviam para se sentar
nos assentos atrás de nós.

Saint se virou e segurou a alça na minha cintura enquanto


eu terminava de prender o cinto, puxando-o fortemente para
apertá-lo ainda mais antes de cair no assento ao lado do meu.
O helicóptero decolou quando ele se prendeu e Kyan falou pelo
fone de ouvido.

“O vovô vai cagar um pulmão,” disse ele com uma


gargalhada.

“Não se preocupe com ele,” Saint disse. “Vou explicar isso


quando voltarmos.”

“Boa sorte com isso, irmão,” disse Kyan, colocando a mão


no meu joelho e apertando.

Voamos para cima e para longe da propriedade e as


poucas luzes acesas na cidade mais próxima brilharam
enquanto navegávamos em direção a ela. A lua não apareceu
esta noite, e tive a sensação de que não era coincidência. Saint
havia planejado isso em todos os detalhes e a cobertura da
escuridão era uma parte disso.

Não demorou muito para que o piloto nos levasse para


pousar em um amplo campo de um fazendeiro e Saint soltasse
seu cinto. “Fiquem em seus lugares,” ele rosnou para nós antes
de abrir a porta e pular para fora.

O piloto saiu também e eles compartilharam algumas


palavras, em seguida, Saint acenou com a cabeça para ele
antes de subir de volta para dentro, fechando a porta e se
movendo para tomar o assento do piloto.

Ele apertou alguns botões no painel de controle, em


seguida, ligou alguns interruptores no teto acima dele e de
repente estávamos decolando novamente com meu belo
pecador no assento do piloto.

“Puta que pariu, Saint, isso é como uma merda de Missão


Impossível,” Blake cantou animadamente, e eu compartilhei
um sorriso malicioso com Kyan enquanto sua mão deslizava
mais para cima na minha perna, enviando um zumbido de
adrenalina em minhas veias.

“Acalme-se, Bowman,” Saint disse, e havia um sorriso em


sua voz. “Não podemos arriscar trazer ninguém para a casa da
Dra. De La Cost. Não confio em ninguém além de nós cinco.
Não vai haver nenhum tiroteio ou gênios do mal. “

“É porque você já é o cérebro do mal?” Blake perguntou e


eu bufei uma risada.

“Obviamente,” Saint concordou.

“Bem, nós vamos ter que confiar naquela médica


também,” eu apontei.

“Dificilmente,” Saint zombou. “Vou chantageá-la, é claro.”

“Mas você disse que ela estava completamente limpa,” eu


disse confusa.

“Sim, ela está,” Saint disse com uma risada sombria, mas
não elaborou mais do que isso. “Eu também acabei de admitir
que sou o cérebro do mal. Continue, Sereia.”
Voamos por mais de uma hora para o norte e descansei
minha cabeça no ombro de Kyan enquanto olhava para fora da
janela ao lado dele. Quanto mais ao norte íamos, mais escuro
o mundo se tornava à medida que deixávamos as cidades para
trás. A certa altura, pensei ter avistado caminhões do exército
se movendo pelas estradas abaixo e imaginei que essa fosse a
motivação de Saint para voar. Postos de controle do exército
estavam surgindo em todo o país e, embora tivéssemos exposto
o interior de um de seus pequenos campos de Hades, tive a
sensação de que isso não impediria que mais deles fossem
erguidos. A situação no mundo estava ficando terrível. E agora
as coisas estavam ruins, ações extremas estavam sendo
tomadas pelo governo em todos os malditos estados. Pela porra
do Troy. Mas separar as pessoas de seus entes queridos e
arrastá-los para fora de suas casas parecia uma barbárie para
mim. Nosso país já havia perdido o suficiente. E me assustou
a rapidez com que as autoridades poderiam assumir. Às vezes,
lutar parecia impossível, mas estávamos fazendo isso. Não
íamos deitar e deixar pessoas como Troy Memphis e seus
amigos duvidosos de Royaume D'élite se safarem com o que
fizeram. Eles tinham que ser parados. E mais do que isso, eles
tinham que ser punidos.

“Chegando à terra,” Saint disse, e começamos a descer em


direção ao gramado de uma casa solitária abaixo, cercada por
árvores de cada lado dela, as luzes sob o helicóptero
iluminando a propriedade.

Nós pousamos e Saint desligou o motor, as hélices


começando a desacelerar quando ele apagou as luzes e saiu.
Nós desafivelamos nossos cintos e saímos da aeronave
enquanto Kyan pressionava uma arma na minha palma.
Enfiei-a na parte de trás da minha calça jeans, imaginando que
algum médico no meio do nada não seria uma grande ameaça
contra cinco pessoas armadas que tinham acabado de pousar
um helicóptero em seu quintal. As luzes estavam acesas na
casa e uma janela se abriu no último andar, uma espingarda
girando para fora dela. Aparentemente, eu estava errada.

“Quem é você?!” Uma mulher gritou, sua voz misturada


com medo.

Saint ergueu as palmas das mãos em inocência. “Temos


uma proposta para você,” ele respondeu, totalmente calmo. Se
eu soubesse que esse era o plano dele, teria sugerido que
pousássemos o maldito helicóptero a uma milha de distância e
caminhássemos aqui em vez de assustar a mulher.

“Saia da minha propriedade!” Ela gritou. “Vou chamar a


polícia!”

“Você sabe tão bem quanto eu, a polícia está muito


ocupada encurralando a população no Acampamento Hades ao
lado do exército,” Saint disse enquanto Kyan se movia atrás
dele, usando o corpo de Saint para esconder a arma em sua
mão. “E se acontecer deles virem, talvez você precise explicar o
fato de que você não tem licença para portar essa arma.” Sua
mandíbula se apertou, me dizendo que ele tinha verificado essa
informação completamente e não esperava isso.

Essa não era realmente a maneira de acalmar alguém que


estava segurando uma maldita espingarda. Eu pisei na frente
dos meus meninos, pegando a bolsa de viagem de Kyan e
segurando-a.

“Dra. De La Cost,” gritei para ela. “Nós precisamos da sua


ajuda. Meu pai me deu uma vacina contra o vírus Hades muito
antes dela ser lançada no mundo. Temos frascos dessa vacina
bem aqui.”

“O que você está falando?” Ela exigiu.

“Fui levada por funcionários do governo e uma nova


vacina foi produzida com meu sangue,” expliquei, sabendo que
parecia loucura, mas não tínhamos muita escolha. “Quando
esses homens me ajudaram a escapar da instalação, nós as
levamos conosco. E precisamos de alguém que possa fazer
mais da vacina para ajudar... bem, o mundo inteiro realmente.
Alguém como você.”

Ela ficou quieta e imaginei que ela estava tentando


descobrir se tínhamos perdido nossas mentes ou se havia um
fiapo de verdade em minhas palavras.

Coloquei a mala de viagem aos meus pés. “Eu posso te


mostrar... se você quiser? A vacina está aqui. “

Ela hesitou, então finalmente deu uma resposta. “Abra.


Lentamente.”

Eu me abaixei, abrindo o zíper da bolsa e tirando a caixa


refrigerada. Eu a abri, virando-a para mostrar a ela o conteúdo.

O silêncio se estendeu e ela finalmente puxou a


espingarda de volta para dentro. “Traga-a para a varanda.
Apenas a garota.”

Ela fechou a janela, voltando para as sombras de seu


quarto e tirei minha arma da minha cintura, passando-a de
volta para Kyan.

“Pegue,” ele insistiu, empurrando-a de volta para mim.


“Ela é médica. E ela não vai confiar em nós se não
mostrarmos a ela a mesma cortesia,” eu disse com firmeza e os
meninos trocaram olhares ansiosos.

Afastei-me deles, pegando a caixa de vacinas e subindo os


degraus de madeira da varanda, batendo suavemente na porta
e dando um passo para trás para colocar dois metros entre nós.
Ela se abriu e o cano da espingarda olhou para mim
novamente, fazendo meu coração apertar. Mas eu também
ficaria com medo se a situação se invertesse. Então eu tive que
mostrar que ela não tinha razão para estar.

“Tatum,” Blake chamou, preocupação em seu tom.

“Estou bem. Fique aí,” eu insisti enquanto dois grandes


olhos castanhos me olhavam da outra ponta da arma. “Eu sei
que isso é um choque,” eu disse suavemente. “Mas tínhamos
que vir à noite, tínhamos que evitar o exército e os bloqueios
de estradas. Estamos cuidando dessas vacinas e meu
namorado passou muito tempo pesquisando médicos em quem
podíamos confiar. Ele é um homem muito meticuloso e limitou-
se a uma pessoa em todo o estado. Você.”

Seus olhos dispararam para frente e para trás entre os


meus, então ela finalmente abaixou a arma, revelando seus
traços suaves e bochechas de querubim. Ela estava na casa
dos quarenta, com pele escura e cabelo liso até os ombros.

“Entre. Só você,” disse ela bruscamente, abrindo mais a


porta.

“Você não tem medo de pegar o vírus?” Eu perguntei e ela


balançou a cabeça.
“Eu tive três semanas atrás. Felizmente sobrevivi ,” disse
ela gravemente. “Eu ainda tenho anticorpos. Então, a menos
que você esteja preocupada, então...”

“Como eu disse, fui vacinada,” respondi, em seguida,


entrei na casa quando ela acenou com a cabeça, franzindo a
testa com desconfiança.

“Tatum!” Nash latiu, mas eu o ignorei, fechando a porta


atrás de mim.

A Dra. De La Cost acendeu uma luz, iluminando um


pequeno corredor com alguns vasos de plantas ao redor do
local. Havia uma fotografia na parede do que parecia ser seus
pais e algumas fotos de um gato branco ao redor.

Ofereci a ela a caixa de vacinas e ela pensou em seu


próximo movimento antes de colocar a arma em uma mesa
atrás dela. Ela pegou a caixa, examinando o conteúdo com as
sobrancelhas franzidas.

“Serenity Pharmaceuticals,” ela murmurou enquanto lia o


nome de um rótulo em um dos frascos. “Eu não ouvi falar
deles.”

“Eles são financiados por Troy Memphis,” eu disse a ela, e


seus olhos se ergueram para olhar para mim.

“O governador?” Ela perguntou surpresa e eu assenti.

“Foi ele quem me sequestrou para as instalações deles,”


eu disse, imaginando que a honestidade era o melhor plano
aqui.
“Sequestrou?” Ela repetiu, uma centelha de descrença em
seus olhos.

“Eu sei que isso parece loucura. E você não precisa


acreditar em uma palavra que sai da minha boca, exceto as
próximas. Essa caixa contém as únicas vacinas que funcionam
no país. Provavelmente em todo o mundo. Portanto,
precisamos de alguém que possa fazer mais. E quem o fará
sutilmente, quem garantirá que sejam distribuídas de forma
justa e eficiente a todos os homens, mulheres e crianças na
Terra.”

Sua boca abriu e fechou quando o choque percorreu suas


feições. “Por que eu?” Ela murmurou eventualmente.

“Como eu disse, meu namorado escolheu você. E ele teria


escolhido apenas alguém em quem pudéssemos confiar para
fazer isso, que não tomaria a vacina e a venderia pelo lance
mais alto em vez de oferecê-la às pessoas que mais precisam.”

Sua garganta balançou quando ela fechou a tampa da


caixa. “Como posso ter certeza de que não é um truque?”

Suspirei. “Você não pode. Mas se você me deixar trazer


Saint Memphis para dentro, ele vai explicar para você. “

“Memphis?” Ela engasgou.

“Ele é filho de Troy. E ele está trabalhando para ajudar a


expor seu pai por tudo que ele fez. Ele quer ajudar. Mas
precisamos de você do nosso lado para fazer isso,” eu disse
seriamente.
Ela molhou os lábios, olhando da caixa para mim
enquanto considerava. “Traga-o para dentro. Só ele. Eu preciso
refrigerar isso.”

Ela se moveu para ir embora e peguei seu braço enquanto


meu pulso trovejava em meus ouvidos. “Elas são a coisa mais
valiosa do mundo agora. Eu não dou a você levianamente,
entendeu? Você vai protegê-las.”

Seus olhos se arregalaram e ela acenou com a cabeça,


parecendo compreender a seriedade da situação finalmente.
“Eu irei. Eu prometo.” Ela foi embora de novo, mas eu não a
soltei.

“Vou precisar que você me dê seu telefone,” eu disse


suavemente, mas havia uma corrente de ameaça em minha
voz. “Precisamos confiar em você também.”

Ela hesitou, olhando minha mão em seu braço antes de


assentir e tirá-lo do bolso do roupão. Peguei o telefone e a
soltei, voltando-me para a porta e abrindo-a.

“Saint, venha aqui,” chamei, e ele se afastou do grupo que


endureceu fortemente.

“O que está acontecendo?” Kyan rosnou.

“Ela quer ouvir a verdade,” eu disse. “E vocês são todos


muito assustadores, então nem todos podem entrar.”

Kyan mudou seu peso de um pé para o outro, parecendo


inquieto enquanto olhava para Blake e Monroe. Saint
murmurou algo para eles, em seguida, pegou a bolsa de viagem
e caminhou pelo gramado, movendo-se para a porta onde eu o
deixei entrar.
Ele olhou ao redor do pequeno corredor com uma ruga de
desgosto no nariz. Ele era um esnobe assustador às vezes.
Esqueça isso - o tempo todo. Eu dei uma cotovelada no
estômago dele assim que a médica voltou e ela se aproximou
da espingarda sobre a mesa, mas felizmente não a pegou
novamente. Eu tinha quase certeza de que Saint tinha uma
arma escondida sob seu casaco, mas esperava que ela não
fosse obrigá-lo a usá-la.

“Você é filho do governador?” Ela perguntou, seus olhos


vagando sobre suas feições.

“Sou,” respondeu ele, em seguida, abriu a mala de viagem


e tirou uma pasta de documentos. “E vou precisar que você
assine um termo de não divulgação antes de termos nossa
próxima conversa, Martina. Existe algum lugar mais formal
para conversarmos?” Ele olhou ao redor com desdém para sua
pequena casa e franzi meus lábios com sua expressão.

“Sim, venha para a sala.” Ela nos deu as costas com


cautela e nos levou a uma sala aconchegante com mantas
peludas no sofá e tapetes e cortinas que não combinavam. Ela
nos ofereceu um assento à pequena mesa de jantar perto da
janela e pigarreou. “Você gostaria de uma bebida, um café,
talvez?” Ela perguntou.

“Não, obrigado,” Saint disse secamente.

“Estou bem, obrigada,” disse eu, e Martina sentou-se à


nossa frente.

Saint abriu sua pasta, colocando vários documentos


ordenadamente ao lado dela antes de empurrar os papéis
através da superfície em sua direção com uma caneta. Ela leu
antes de assinar seu nome no final e olhar interrogativamente
para Saint enquanto esperava que ele continuasse. Ele
explicou como seu pai me manteve em cativeiro e como a
vacina recém-adquirida acabou em nossas mãos, deixando de
fora o rastro de sangue que meus meninos deixaram em sua
saída. Então ele entrou em detalhes sobre a vacina em si e me
perdi em um mar de conversas científicas que só consegui
acompanhar graças ao trabalho do meu pai.

Quando terminou, colocou outro contrato embaixo do


nariz de Martina. “Você se tornará minha funcionária a partir
do momento em que assinar este contrato. Você será bem
recompensada por seu papel na criação da vacina e seu
laboratório terá todo e qualquer equipamento de que precisar,
incluindo a expansão de suas instalações quando necessário.
Rivers Laboratories será a empresa farmacêutica mais famosa
do mundo uma vez que o trabalho esteja feito...”

“Rivers?” Eu soltei.

“Como o terrorista que começou tudo isso?” Martina


engasgou e me arrepiei. Deixamos essa informação de fora no
que dissemos a ela porque era muito difícil convencer as
pessoas de sua inocência quando ainda não tínhamos exposto
a verdade ao mundo.

“Ele foi incriminado,” Saint disse simplesmente. “E isso


ficará claro com o tempo. Mas, por enquanto, você deve seguir
nossa palavra.”

Martina balançou a cabeça lentamente, parecendo


chocada com todas essas informações e imaginei que fosse um
foda-se grave às quatro da manhã. “Ok,” ela respirou. “Há mais
alguma coisa que eu preciso saber?”
“Sim.” Saint endireitou-se em seu assento. “Ontem
mesmo, selecionei qual membro de sua equipe continuará
trabalhando para você e qual não após a verificação de
antecedentes de cada um deles. A partir desta manhã, aqueles
que tiveram alguma discrepância serão notificados sobre a
rescisão do contrato de trabalho. Também recrutei vários
funcionários competentes e confiáveis para o seu laboratório,
incluindo uma equipe de segurança que ficará estacionada lá
vinte e quatro horas por dia. Depois de replicar a vacina e ter
o suficiente pronto para distribuição, elas serão lançadas a um
custo limitado e baixo para a equipe do hospital e começaremos
a vacinar as crianças e a equipe de saúde primeiro. Eu cuidarei
dos detalhes, basta entrar em contato comigo quando estiver
pronta com o primeiro lote.”

Ela acenou com a cabeça, seu rosto um pouco pálido


enquanto o peso da tarefa repousava sobre seus ombros, mas
ela definitivamente parecia capaz. “Ok, eu posso fazer isso.”

“Você pode entrar em contato comigo através do número


que está no topo do contrato.” Ele apontou. “E você vai se
referir a mim como Sr. Sequoia sempre que falarmos.”

“Tudo bem,” ela concordou.

“E finalmente,” a voz de Saint caiu uma oitava, levantando


os cabelos ao longo da minha nuca. “Se você violar os termos
estabelecidos neste contrato, incluindo revelar qualquer
conhecimento sobre a vacina sem minha autorização, ou tentar
vender as informações ou a própria vacina, vou arruiná-la.” Ele
trouxe algo em seu telefone e passou para ela com uma foto
que eu não tive a chance de olhar direito.
“Esta não sou eu!” Ela engasgou, seus olhos arregalados
de horror. “Eu nunca tocaria em uma criança!”

Puta merda.

“Estou bem ciente de que você nunca faria isso,” Saint


disse calmamente, casualmente guardando seu telefone
novamente. “Mas essas imagens foram montadas por um dos
melhores manipuladores de fotografia do estado. E tenho
muito mais evidências do que isso. Tenho mães dispostas a
testemunhar, se necessário.”

“Você não pode, eu não faria. Ninguém acreditaria nisso!”


Martina disse horrorizada, claramente à beira das lágrimas
com o quanto a simples ideia de fazer tal coisa a horrorizava.
Uma pontada de culpa me preencheu, mas eu sabia que essa
era a maneira de Saint de garantir que essa informação nunca
vazasse.

“Oh, eu lhe garanto que sim. Vou pagar aos melhores


advogados do país para garantir isso,” disse ele simplesmente,
e Martina ficou boquiaberta.

“Você não precisa me ameaçar,” ela disse, seu lábio


inferior tremendo. “Eu já concordei.”

“Sim, mas a ameaça existe apenas no caso de você decidir


dançar com o Diabo.” Saint sorriu e ela assentiu, parecendo
aceitar isso, embora ela estivesse obviamente abalada.

“Sr. Memphis, eu não aprecio você vindo em minha casa


e me coagindo assim. No entanto, eu entendo a magnitude do
que você está colocando à minha porta. Se você acha que eu
venderia a vacina para obter lucro, então julgou mal meu
caráter.”

“Eu não acho que você faria,” Saint disse com um encolher
de ombros. “Mas se meu pai me ensinou alguma coisa de valor,
foi para cobrir minhas costas, mesmo quando parece estar
protegida por dez centímetros de ferro. Então...” Ele tocou o
contrato na frente de Martina enquanto eu olhava para ele,
absorvendo seu poder com uma pequena vibração em meu
estômago. Merda, ele estava tão quente agora.

“Nós temos um acordo?” Ele perguntou e Martina olhou


para o contrato, seus olhos se arregalando novamente. Fiquei
surpresa que eles ainda não tivessem saído de sua cabeça com
a quantidade de bombas que detonamos em seu rosto esta
noite.

“Você vai me pagar cinco milhões por ano?” Ela engasgou.


“Isso é demais.”

“Você é oficialmente a cientista mais importante do país,


Martina,” Saint disse calmamente, juntando os dedos na mesa
enquanto corei por causa do meu louco tirânico. “Você vale
cada centavo e muito mais. Haverá vantagens também e sua
equipe será bem recompensada. Escolha qualquer casa em um
raio de cinco milhas de seu laboratório e ela é sua.”

“Mas eu gosto da minha casa,” disse Martina, olhando ao


redor do lugar e Saint franziu a testa para o monte de enfeites
de gato branco em sua manta.

“Por que?” Ele murmurou, e eu o cutuquei nas costelas


com meu dedo.
“Eu gosto deste lugar também,” eu disse com um sorriso.

Saint parecia confuso enquanto Martina sorria para mim.

Um gato branco de repente pulou no colo de Saint e eu


esperava que ele enlouquecesse, mas em vez disso, suas feições
suavizaram e ele acariciou sua cabeça, fazendo-o ronronar
alto.

“Claro que você gosta de gatos,” eu disse percebendo.

“Os gatos conhecem suas próprias mentes e não toleram


noventa e nove por cento da população humana. Claro que
sinto uma afinidade com eles,” disse ele olhando para Martina,
que estava lendo o contrato. “Qual o nome dele?”

“Artemis,” ela respondeu. “Arty para abreviar.”

“Olá, Arty.” Eu fiz cócegas em seu queixo e ele se aninhou


em minha mão.

“Eu desprezo um apelido,” Saint murmurou, em seguida,


acariciou o comprimento das costas do gato. “Você não quer
ser apelidado, quer Artemis?” Sua voz suavizou um pouco e
meu sorriso cresceu.

“Oh meu Deus, isso foi a voz de bebê de Saint Memphis?”

“Eu não tenho voz de bebês,” disse ele com firmeza


enquanto o gato pulava.

“Você acabou de fazer,” sussurrei animadamente, e ele


casualmente tirou um rolo de fiapos de bolso do casaco e
passou sobre os fios de cabelo brancos deixados em suas
roupas.
“Você não acabou de fazer isso,” eu ri enquanto ele
guardava o rolo com um encolher de ombros.

“Ok, tudo isso parece muito generoso,” disse Martina, em


seguida, assinou seu nome no contrato e o passou de volta
para Saint com esperança e medo dançando em seus olhos.

“Obrigado por isso,” eu disse a ela, estendendo a mão para


apertar sua mão. “Significa tudo.”

Ela sorriu, ainda parecendo um pouco cautelosa, mas


seus olhos diziam que ela realmente acreditava em tudo que
dissemos a ela. E senti em meu coração que ela seria a única
a salvar o mundo.

***

Eu caí com Blake e Nash de volta em casa enquanto Saint


e Kyan foram explicar onde estávamos para Liam. Eu não tinha
ideia do que eles iriam dizer, mas eu tinha certeza que Saint
havia planejado alguma história de merda que era infalível. A
curiosidade levou a melhor sobre mim, então mandei uma
mensagem para eles pela sala de bate-papo privada.

Tigresa:

Bom dia * beijo emoji *. Como você se explicou ontem à


noite, Lula?
Escorpião:

Bom dia, Tigresa. Vejo que você já anseia por uma punição
hoje.

Tigresa:

Não sei o que quer dizer * emoji de anjo *

Koala:

Ele prefere quando usamos seu título completo, baby. Lord


Lulington.

Eu bufei uma risada, digitando minha resposta, capaz de


imaginar a expressão furiosa de Saint perfeitamente.

Tigresa:

Ah, sim, Lorde Tentaculus Lulington. Perdoe-me, meu


Senhor.

Escorpião:
Estamos muito divertidos esta manhã, não é?

Koala:

Puta merda, você acabou de usar o real 'nós'? Isso me fez


sentir todos os tipos de * emoji de polvo *

Tigresa:

Não nos divertiremos quando nosso excelente Lord


Lulington receber o pagamento de nossas rações.

Lula:

Oh, isso não sairá de suas rações, mas de sua carne.

Coala:

Verifique o seu nome de usuário, bro * emoji de lula *

* Lula saiu da sala de chat *

Tigresa:
Hahahaha como você fez isso ??

Koala:

Nas configurações da conta. LOL. Ele nunca será o


Escorpião novamente.

Tigresa:

Você jogou diiiivertido.

Coala:

Essa é a única maneira de jogar e você sabe disso * emoji


de bruxa *

Tigresa:

Hum, acho que não sei bem o suficiente. Venha e prove


quando terminar de falar com seu avô.

Koala:

Eu não posso * emoji de cara zangada *. Ele quer me levar


até a rocha do orgulho e me mostrar a configuração do terreno
como Mufasa fez com Simba. Se eu não estourar meus miolos de
tédio, vou devorar você mais tarde.

Tigresa:

Esta mensagem é para confirmar suas reservas para o


jantar na Buceta da Sua Esposa. Por favor, não chegue atrasado
ou sua mesa pode ser dada a um dos três caras gostosos na
lista de espera.

Koala:

Deus, eu te amo pra caralho. E não vou me atrasar, estarei


aí para te comer fora de casa e em casa. Mas esteja avisada,
não vou dar uma gorjeta à garçonete Babuíno porque ela enfiou
o dedo na minha torta de cereja da última vez sem perguntar.
Vadia nojenta.

Tigresa:

Hahaha. Mas talvez eu goste de assistir quando ela faz sua


torta. Também te amo, baby. O que Lula disse para explicar
ontem à noite?

Koala:
Ele disse algo sobre um parente doente, eu meio que me
desliguei enquanto ele exagerava na atuação. O Lula vai voltar
para vocês em um segundo, então tome cuidado se você não
quer que sua bunda seja espancada.

Nota lateral: a única que eu quero brincar com o meu * emoji


de torta * é você.

Tigresa:

Ok, eu vou te pegar mais tarde. Saudades. Xxxx6 (dê dois


desses beijos para o Lula)

Koala:

Eu fiz. Ele me deu um soco nas bolas. Xxxxxxxxxxxxxxxxxx


(não dê nada disso, eles são todos para você) * emoji de lula *

Eu sorri estupidamente enquanto colocava meu telefone


na mesa de cabeceira e saí da cama, calçando chinelos e
perturbando Blake. Ele rastejou atrás de mim como um animal
faminto, mordendo a carne do meu pescoço enquanto me
seguia até a porta. Ele estava sempre beijando minha tatuagem
e lambendo-a, passando as mãos sobre ela enquanto me
prendia e fazia o que queria comigo. Juro que ele amou ainda

6 Abreviação de xoxo – significa beijos


mais do que eu. Sua pele estava quente contra minhas costas
através de sua camisa que ele me deu para dormir e a
protuberância em sua boxer pressionada na minha bunda
enquanto sua boca trabalhava até minha orelha.

“Eu nunca mais fico com você para mim,” ele rosnou.

“Shh,” eu ri baixinho quando Monroe rolou na cama.

Peguei a mão de Blake, puxando-o para fora da porta para


o corredor bem iluminado.

“Vamos a algum lugar que ninguém vai nos encontrar,


Cinders,” ele ronronou, me empurrando contra a parede e
prendendo minhas mãos ao lado do corpo. Um suspiro escapou
de mim quando ele cravou os dentes na minha clavícula e
esmagou seu corpo enorme no meu.

“Por que você está me mantendo aqui se quer ir para outro


lugar?” Eu provoquei sem fôlego.

“Porque eu não poderia viver mais um segundo sem


colocar minha boca em você de novo,” ele disse, seu tom
fazendo meu coração bater forte.

“Eu tenho um jogo para você, menino de ouro,” eu


ronronei, torcendo meus dedos em seu cabelo de ébano e
puxando sua cabeça para trás para fazê-lo olhar para mim. “Eu
sei o quanto você gosta de ganhar.”

“Qual é o jogo?” Ele rosnou, seus olhos brilhando de


excitação enquanto ele ficava mais duro contra minha coxa.
“Você tem que contar até cem e vou me esconder em
algum lugar desta casa grande. Se você me encontrar, vou
deixar você fazer o que quiser comigo.”

“Quanto tempo eu tenho para te encontrar?” Ele


perguntou, sua voz tensa e cheia de desejo.

“Humm, vinte minutos parecem justos?” Eu perguntei e


ele acenou com a cabeça, me deixando ir um pouco relutante,
mas sua fome de vitória era clara. “Ah, e Bowman?” Eu disse
levemente enquanto recuava pelo corredor.

“Sim, querida?”

“Se você não me encontrar a tempo, você tem que me


assistir gozar sem você.” Eu me virei e saí correndo pelo
corredor com uma risada quando ele começou a contar em voz
alta.

Desci uma escada até o andar térreo e corri pelos


corredores vazios. Eu provavelmente deveria ter colocado uma
calça, mas era tarde demais agora e a camiseta de Blake era
como um vestido para mim de qualquer maneira.

Virei uma esquina e corri direto para alguém, tropeçando


para trás quando acertei seu corpo duro. A mão de Saint
estalou para capturar meu pulso e suas sobrancelhas
arquearam.

“Algo está errado?” Ele exigiu e eu mordi meu lábio.

“Não...” Eu olhei por cima do ombro. “Eu tenho que ir.


Estou jogando com Blake.”
“Que tipo de jogo?” Ele perguntou curiosamente,
puxando-me para mais perto.

“Um jogo sexy,” eu disse com uma risada. “Se ele me


encontrar, ele me vence,” sussurrei, caso alguém estivesse por
perto.

Saint molhou os lábios, deliberando algo. “Você foi uma


garota má esta manhã.”

“E?” Eu sorri.

“E...” ele rosnou baixinho, apertando meu braço com força


enquanto me puxava para mais perto. “Isso merece uma
punição. Mas talvez eu a liberte se me contar o que significa o
emoji de lula.”

“Eu não posso fazer isso, Lord Lulington. Eu vou morrer


primeiro antes de fazer isso,” eu disse com um sorriso
malicioso e seus olhos brilharam sinistramente.

“Então você deve pagar o preço.”

Minha respiração ficou presa na minha garganta e olhei


por cima do ombro novamente enquanto a adrenalina batia em
meus membros. “Mas eu preciso me esconder.”

Ele acenou com a cabeça rigidamente. “Quanto tempo


você tem?”

“Ele tem que me encontrar em vinte minutos ou ele perde,”


eu disse.
“Bem, então vamos fazer o Rei da Competição trabalhar
duro por sua vitória.” Ele me rebocou, caminhando de volta
pelo lugar ao qual ele veio em um ritmo acelerado.

“Eu estava pensando em ir para aquele grande salão que


encontramos outro dia,” eu disse.

“Não,” Saint disse. “Iremos para algum lugar imprevisível.”

“Quer dizer, não sou totalmente contra ele me encontrar,”


eu disse com uma risada baixa e Saint me lançou um sorriso
malicioso.

“Infelizmente para Blake, acabei de entrar no jogo. E serei


eu quem irei escondê-la, mantê-la e puni-la até que ele
chegue.” Ele me arrastou junto e meu coração bateu
descontroladamente, mas eu não teria meu jogo sequestrado
de mim.

Eu torci meu braço livre e saltei para longe de Saint. “Se


você me quiser, terá que me pegar também.” Eu corri para
longe, ouvindo seus passos pesados seguindo enquanto eu
disparava por outro corredor, virando à esquerda e à direita o
mais rápido que pude.

“O Diabo está vindo atrás de você, Tatum!” Ele chamou


em algum lugar atrás de mim. “Cuidado com a ira dele quando
ele te pegar.”

Um sorriso apareceu em meus lábios enquanto eu


chegava a uma porta externa, abrindo-a e deslizando para fora,
fechando-a suavemente atrás de mim. O ar estava mais quente
do que nos últimos dias e o sol caiu sobre mim enquanto eu
corria para um grupo de árvores e disparava por um caminho
de pedra.

No final dela havia um grande galpão de ferramentas e eu


abri a porta, olhando para dentro. Havia uma longa bancada
de trabalho de um lado do espaço e ferramentas penduradas
ordenadamente na parede traseira. Atrás dela, havia um
pequeno local um sofá, uma TV de tela plana e um frigobar
embaixo. Achei que poderia ser para os funcionários da casa,
já que não parecia o tipo de lugar que Liam O'Brien iria
frequentar.

“Inferno, sim,” eu assobiei, entrando e fechando a porta


atrás de mim antes de sentar no sofá. Esta era uma ideia
incrível. Quer dizer, ok, talvez eu quisesse ser encontrada,
espancada e violada. Mas também adoro vencer. E se eu
ganhasse uma contra o atual campeão Blake Bowman e Lord
Lulington, eu não ia deixar passar.

Peguei um refrigerante do minifrigobar, me sentei no sofá


e coloquei a série YOU na Netflix. Nada como um perseguidor
quente que faria tudo e qualquer coisa para torná-los dele.
Claro, eu provavelmente não deveria achar Joe Goldberg
gostoso, não deveria ficar toda nervosa por ele ser um
psicopata. O resto da população feminina que assistia a esse
programa estava pensando a mesma coisa que eu? Bem, as
desequilibradas estavam. E elas eram meu tipo de garotas.

Suspirei, inclinando minha cabeça para trás, sentindo


falta de Mila. Ela teria amado Joe. Ela teria dito que gostaria
que Danny matasse alguns de seus ex para manter as coisas
interessantes. Eu adorava estar com meus Guardiões da Noite,
mas precisava de minhas próprias coisas também. E eu sentia
falta de tê-la por perto. Eu realmente esperava ser capaz de me
encontrar com ela novamente em breve. Só precisávamos sair
desse buraco em que estávamos e encontrar uma maneira de
voltar à normalidade primeiro.

Um episódio inteiro de YOU depois e eu estava me


sentindo seriamente convencida. Levantei-me, prestes a voltar
para a casa para me regozijar quando a porta se abriu e duas
sombras escuras estavam lá, emolduradas pela luz do dia.
Minha frequência cardíaca passou de zero a dez mil e congelei
como um coelho diante dos faróis.

Ah Merda. Eu também tenho alguns perseguidores. E eles


são do tipo psicopata quente também.

Blake entrou primeiro, seguido de perto pela silhueta


demoníaca de Saint em seu rastro.

“Eu ganhei,” cantei.

“O jogo era para ser jogado em casa,” disse Blake com um


rosnado.

“Err, acho que você descobrirá que nunca disse isso,”


respondi, exceto que definitivamente disse.

“Uma vez que Blake me alcançou, ele me garantiu que


você estaria na casa,” Saint disse, casualmente arregaçando as
mangas como se estivesse prestes a fazer algum trabalho sujo.
E tive a sensação de que o trabalho era eu.

“O jogo está acabado há muito tempo,” disse Blake. “Você


deveria ter saído do esconderijo, então não nos preocupamos.”

Eu ri. Eles não o fizeram, ainda se aproximando de mim


como espectros na noite.
“Então, o que vamos fazer com ela, Blake?” Saint
perguntou a Blake como se eu não estivesse lá e de repente me
lembrei de como era estar à sua total misericórdia, as
memórias enviando um tremor através de mim que não odiava
inteiramente. Não porque eu pensei naqueles tempos com
qualquer tipo de carinho, mas porque o perigo que esses
homens podiam despertar em mim hoje em dia era meio
estimulante. E não era o tipo de perigo que eu não pudesse
suportar.

“Ensine uma lição a ela,” disse Blake, sua voz vazia e


enervante. Foda-se, gostei disso. Gostei de como o poder deles
enchia o ar e zumbia pelo meu corpo. Mas eu precisava
recuperar a vantagem rapidamente.

“Que tal uma revanche?” Eu ofereci indiferente enquanto


eles continuavam se aproximando.

“É tarde demais para isso,” disse Blake.

“Segure-a,” Saint murmurou e Blake correu para mim.

Eu pulei no sofá para escapar dele, tentando pular por


cima dele, mas ele me pegou pela cintura. Ele se sentou no sofá
comigo em seu colo, apertando-me com força contra ele. E tudo
bem, eu não lutei tanto. Quando Saint me punia, geralmente
acabava gemendo e ofegando de prazer. E com Blake aqui
também, provavelmente estava no melhor momento da minha
vida.

Saint me considerou, acariciando seu queixo antes de se


afastar para as ferramentas que revestem as paredes. Ele
sumiu de vista atrás de nós e apertei minha bunda contra a
virilha de Blake, fazendo-o praguejar no meu ouvido.
Ele mordeu minha orelha em advertência, segurando
minhas mãos com uma das suas enquanto seu braço travou
em volta da minha cintura.

“Fuja comigo Blake,” eu respirei tentadoramente. “Me


resgate e vou te dar o melhor boquete da sua vida.”

“Eu ouvi isso,” Saint chamou, e Blake riu de forma vil.

“Desculpe, Cinders. Eu não estou indo a lugar nenhum.


Não até que você tenha compensado por ser uma garota má.”
Sua respiração contra meu pescoço foi o suficiente para me
enviar uma espiral, e joguei minha cabeça para trás,
oferecendo minha boca para um beijo. Ele se inclinou para ela
e no segundo que ele estava perto, eu afundei meus dentes em
seu lábio inferior.

Ele rosnou, mas meu pequeno ataque não fez nada, exceto
estimulá-lo. Ele puxou seu lábio livre da minha mordida antes
de mergulhar sua língua em minha boca com golpes
possessivos, pegando o que ele queria e então se afastando
novamente.

“Idiota,” ofeguei e ele sorriu com a respiração ofegante da


minha voz.

Saint de repente segurou meus pulsos por trás, puxando-


os acima da minha cabeça e ligando-os em volta do pescoço de
Blake, amarrando-os com um pedaço de corda para me
imobilizar. As mãos de Blake percorreram meu corpo,
deslizando sob a minha camisa e arrastando-a para expor
meus seios nus. Eu me contorci em seu colo quando ele
começou a apertar com força, claramente fazendo isso para seu
prazer sobre o meu.
“Saint,” rosnei. “Eu ganhei esse jogo de forma justa. Você
gosta de regras e fui eu quem as fez. “

“Você é uma mentirosa suja,” Blake rosnou em meu


ouvido e estremeci.

Saint entrou na minha frente, torcendo uma grande chave


de fenda entre os dedos, sua expressão sem alma fazendo-o
parecer uma espécie de torturador sem coração. “Eu sei
quando Blake mente, Sereia. Então, ou ele acredita em sua
própria verdade ou você está mentindo. E eu acho que você
sabe no que eu acredito.”

Mordi meu lábio, me sentindo culpada como a merda. Mas


eu não ia admitir nada. Isso era muito divertido.

“Eu sou inocente,” insisti, batendo meus cílios e a mão de


Blake deslizou pelo centro do meu corpo até minha calcinha de
algodão branco, empurrando para dentro e sentindo minha
umidade.

“Você dificilmente é isso,” ele riu e Saint sorriu, se


aproximando enquanto Blake movia sua mão de volta para o
meu seio e molhava meu mamilo com minha própria excitação.

Um gemido me deixou e puxei minhas amarras enquanto


ele colocava a outra mão na minha barriga para me segurar.

Saint colocou a chave de fenda entre os dentes e se


inclinou para frente, segurando as laterais da minha calcinha
e arrastando-a pelas minhas pernas. Ele se ajoelhou no chão,
puxando-os e jogando-os de lado antes de tirar a chave de
fenda da boca. Eu não tinha certeza se ele estava apenas
tentando me assustar com isso ou se ele tinha planos maiores
do que isso. Ambas as ideias me deixaram quente.

“Segure bem as pernas dela,” Saint instruiu e Blake


empurrou seus joelhos entre os meus, forçando-os a abrir e me
expondo para seu amigo.

Minha respiração ficou mais rápida e saboreei a forma


como a boca de Blake parecia contra meu pescoço e Saint
olhou para mim como se eu tivesse o verdadeiro poder na sala.
E eu sabia que sim. Eu poderia dizer a eles para pararem e eles
parariam instantaneamente. Mas amo quando eles
ultrapassam meus limites. Eu estava disposta a ir tão longe
quanto eles pudessem me levar e além.

“Cada vez que você mentir, você será punida,” Saint


avisou. “Blake vai bater em sua coxa.”

“Ele não iria fazer...” comecei, mas a mão de Blake bateu


na parte interna da minha coxa e minhas costas arquearam, a
dor e o prazer correndo através de mim com seu toque firme.

“Sim, ele vai,” Saint disse, compartilhando um olhar


sombrio com Blake por cima do meu ombro e eu poderia dizer
que seus monstros realmente tinham saído para brincar.

Saint baixou a cabeça entre as minhas coxas sem aviso,


passando a língua no meio de mim e me fazendo ofegar. Ele
tomou um caminho deliberadamente lento para o meu clitóris,
em seguida, chupou e mordeu sem piedade. Eu empurrei meus
quadris, mas Blake me achatou contra ele para me segurar
enquanto Saint arrastava seus dentes sobre mim de uma
forma que doeu e enviou um arrepio de prazer pelo meu núcleo.
“Oh Deus,” ofeguei enquanto ele me devorava, mordendo
e provocando, chupando forte o suficiente para me fazer chiar,
em seguida, lambendo suavemente e deliciosamente para
aliviar a dor. “Saint.”

Eu escalei em direção ao meu pico, o prazer crescendo e


crescendo contra uma represa em meu corpo que eu tinha
certeza que estava prestes a quebrar. Meus músculos ficaram
tensos e quase caí no limite da felicidade quando Saint se
afastou de mim e limpou a boca com as costas da mão, me
dando um olhar gelado.

“Então... você mentiu sobre as regras do jogo?” Ele


perguntou enquanto me contorcia de necessidade, a frustração
me fazendo rosnar. Mas eu não iria deixá-los me derrotar tão
facilmente.

“Não,” eu rebati. “Blake entendeu errado.”

A mão de Blake bateu na parte interna da minha coxa com


força suficiente para deixar uma marca vermelha lá e eu
assobiei entre os dentes, mas o som foi seguido por um gemido
devasso.

“Mentirosa,” Saint acusou, deixando cair sua cabeça para


trás entre minhas coxas e continuando sua tortura. Ele foi
mais duro desta vez, mordendo e chupando minha carne,
evitando meu clitóris enquanto trabalhava meu corpo em um
frenesi.

“Saint!” Amaldiçoei quando ele mordeu a parte interna da


minha coxa, em seguida, passou a ponta da língua sobre a
pele. Ele continuou fazendo isso ao longo do interior das
minhas pernas, fazendo todo o meu corpo tremer e minha pele
formigar e queimar.

Ele finalmente voltou sua atenção para o meu clitóris,


lambendo em movimentos suaves que me fizeram suspirar e
Blake começou a brincar com meus mamilos exatamente no
mesmo ritmo. Eu gemia os nomes de ambos, deliciando-me
com seu toque combinado enquanto me movia mais e mais
perto da onda de prazer que eles estavam construindo em mim.

“Não parem,” implorei e, como se tivesse dito o contrário,


os dois pararam. “Porra.”

Saint sugou seus lábios, seus olhos segurando nada além


de sombras. “Você mentiu sobre as regras do jogo?”

Eu resisti a responder por um momento, tentando lutar


para me livrar da corda que prendia meus pulsos atrás do
pescoço de Blake, mas foi inútil. Eu rosnei de raiva, lutando
com uma perna para fora do aperto de Blake e chutando o peito
de Saint.

Ele pegou meu pé, colocando-o imediatamente atrás da


perna de Blake e Blake abriu os joelhos para me segurar lá.

“Eu vou precisar de uma resposta, Sereia,” Saint


pressionou. “Você pode ter tudo o que quiser, desde que diga a
verdade.”

Eu considerei isso, seriamente tentado a simplesmente


ceder. Mas eu era muito teimosa para isso. “Eu não menti.”

Blake bateu na minha coxa novamente e Saint inclinou a


cabeça, diversão cintilando em suas belas feições.
Saint alcançou entre minhas pernas, empurrando dois
dedos em meu calor encharcado com um rosnado satisfeito.
Ele enfiou a mão no bolso, tirando um lenço desinfetante de
um pequeno pacote e eu fiz uma careta em confusão antes que
ele limpasse a chave de fenda com ela.

“O que você...” Comecei, mas ele trouxe a ponta da alça da


chave de fenda para a minha entrada e fiquei em silêncio. Puta
merda.

Meus olhos se arregalaram enquanto eu olhava para ele,


uma pergunta em seus olhos. E eu encarei de volta,
desafiando-o a fazer isso. Ele colocou dentro de mim e um
gemido de luxúria caiu dos meus lábios enquanto ele me
enchia com isso.

Então sua boca caiu para o meu clitóris e ele me provocou


mais uma vez, bombeando a chave de fenda para dentro e para
fora no tempo com os movimentos de sua língua.

Os dedos de Blake puxaram meus mamilos e ele


mordiscou minha orelha da maneira mais perfeita, a sensação
de tantas sensações ao mesmo tempo me levando ao clímax
mais rápido do que eu poderia suportar. Era um tipo doce de
dor e os sons que saíam da minha boca eram puramente
animais.

“Saint. Blake,” eu elogiei seus nomes enquanto tinha


certeza que deveria estar xingando eles. Porque eles iriam
parar. Eu tinha certeza que eles iriam parar. E eu não
aguentaria dessa vez. Eu não aguentava, porra. “Eu menti!” Eu
praticamente gritei e Blake riu no meu ouvido, o som vibrando
por todo o meu corpo.
“Boa menina.” Saint começou a bombear a chave de fenda
mais rápido, sua língua rolando sobre meu clitóris em ondas
infinitas e Blake virou minha cabeça para reivindicar um beijo
faminto da minha boca. Eu gozei com todo o meu corpo,
ficando tensa e gritei, um arrepio rolando pela minha espinha.
O prazer percorreu minha carne em todos os lugares que eles
me tocaram e me fizeram ver estrelas do caralho.

Saint tirou a chave de fenda de mim, jogando-a no chão


enquanto se levantava e abria o zíper da calça. Ele estendeu a
mão, soltando meus pulsos atrás do pescoço de Blake e meus
braços caíram para os lados, minha força falhando.

Saint se inclinou para me beijar com firmeza e segurei


minha mão em sua camisa para puxá-lo para mais perto
enquanto me provava em seus lábios.

Mas assim que comecei a imaginar de que maneira os dois


iriam me destruir, Saint foi repentinamente arrancado de mim
e jogado no chão com um enorme estrondo. A enorme sombra
de Niall O'Brien tomou seu lugar, um pé-de-cabra empunhado
acima de sua cabeça enquanto ele o girava para cavar o crânio
de Saint.

“Pare!” Eu gritei de medo, pulando, mas Niall me


empurrou para o lado facilmente, balançando para Saint com
um golpe furioso e um grito de fúria.

Saint rolou para o lado, chutando a canela de Niall com


força suficiente para fazê-lo tropeçar para trás.

Blake me agarrou, me empurrando para trás enquanto a


camiseta que eu usava caiu para cobrir meu corpo mais uma
vez.
“Você acha que pode entrar na casa da minha família e
foder a noiva do meu sobrinho e então viver para contar a
história, não é?” Niall rugiu enquanto balançava a barra em
Saint novamente e Blake saltou em suas costas, travando seu
pescoço em um estrangulamento enquanto o puxava para
longe.

“Ligue para Kyan!” Saint latiu, jogando seu telefone em


mim enquanto se levantava.

Eu peguei com as mãos trêmulas enquanto Saint pegava


uma prancha de madeira de uma pilha perto da bancada.

Niall se jogou para trás no chão, esmagando Blake


embaixo dele e forçando-o a soltar o pescoço antes de rolar,
jogando o pé de cabra de lado e agarrando a garganta de Blake,
apertando com força.

“Quando eu terminar de torcer seu pescoço esquelético,


vou cortar suas bolas e fazer um colar delas para Kyan usar,”
ele rosnou, seus olhos brilhando de fúria quando eu finalmente
vi exatamente o que Kyan tinha me avisado em seu tio. Ele era
um homem louco, desequilibrado, psicótico, imparável e
assustador pra caralho e eu não tinha dúvidas de que ele tinha
toda a intenção de matar Blake e Saint e talvez até eu também.

“Pare!” Eu gritei, discando o número de Kyan antes de


chutar Niall na lateral para tentar tirá-lo de cima de Blake.

Saint gritou, quebrando a prancha de madeira na cabeça


de Niall e ela se partiu em dois, fazendo Niall rugir de raiva,
mas ele não a soltou. Blake socou seus lados furiosamente e
eu agarrei as costas de Niall enquanto Saint agarrou o pé de
cabra que Niall tinha deixado cair.
Saint o ergueu, se preparando para acertá-lo na parte de
trás do crânio e o medo passou por mim. Antes que ele
balançasse, Kyan apareceu, derrubando Saint no chão e a
barra de ferro retinindo pelo chão.

“Kyan!” Eu gritei quando Blake começou a ficar azul, seus


socos ficando mais fracos enquanto os músculos de Niall
travavam e um assassino frio e morto olhava por seus olhos.

Kyan me empurrou para longe de Niall quando eu o


agarrei e dei um soco no lado da cabeça de seu tio, fazendo-o
sacudir para fora da raiva psicótica que ele tinha caído.

“Deixe ele ir!” Kyan latiu, socando-o novamente e Niall


soltou a garganta de Blake, deixando marcas vermelhas
brilhantes de dedos em sua carne.

“Fique longe dele!” Eu gritei, empurrando e empurrando


Niall enquanto Kyan o puxava para longe.

Eu me joguei sobre Blake, tremendo de medo enquanto o


examinava e ele piscou para mim com uma tosse enquanto
respirava fundo.

“Eles estão fodendo sua esposa, rapaz,” Niall sibilou para


Kyan. “Podemos matá-los juntos, se preferir? Vou amarrá-los
e podemos nos revezar para cortar membros. Podemos até
começar com seus paus...”

“Diga a ele,” exigi de Kyan e Niall olhou para seu sobrinho


em confusão.

A mandíbula de Kyan pulsou furiosamente enquanto


Saint se movia para se ajoelhar do outro lado de Blake,
verificando os hematomas em seu pescoço.
“Ela está com eles também,” Kyan mordeu fora, olhando
para Niall com um olhar duro. “E Nash. Todos os quatro de
nós. Nós somos dela e ela é nossa.”

Niall franziu a testa, parecendo que estava tentando


juntar as palavras e dar sentido a elas. “Mas ela é sua esposa.”

“Eu sei, mas ela é deles também. Não por lei. Mas por...
acordo. Não sei mais como chamá-lo. Eles a amam e ela os
ama. Somos todos nós, é assim que as coisas são,” Kyan
rosnou, seus ombros tensos como se ele estivesse lutando para
controlar sua raiva sobre o que tinha acontecido.

Niall olhou entre todos nós enquanto essas palavras


afundavam, e eu juro que algo em seus olhos realmente
mudou. Quase como se o verde neles mudasse de uma cor de
floresta profunda para um matiz mais brilhante e doce e meu
pulso acelerado acalmou um pouco quando um pouco do
perigo desapareceu da sala. Não que eu estivesse baixando a
guarda em torno do tio impulsivo de Kyan tão cedo.

“E você está bem com esse acordo. Multi-paus e tudo,


rapaz?” Niall perguntou, parecendo genuinamente curioso e
nada ciente da tensão na sala.

“Sim,” Kyan disse com firmeza.

“E você está bem com isso também, moça?” Niall olhou


para mim, parecendo alheio à raiva sendo apontada em seu
caminho por todos. Era como se um salto tivesse mudado
dentro dele e ele estivesse de volta ao seu jeito normal e casual,
sem menção do fato de que ele tinha acabado de tentar matar
meus meninos. Ele realmente estava louco.
Blake se levantou para se sentar, esfregando o pescoço
enquanto olhava para Niall como se estivesse considerando
outra luta. Saint colocou a mão em seu ombro em advertência
e ele não se moveu novamente.

“Sim,” eu disse com firmeza. “Eu os amo igualmente. E eu


sei que você estava tentando proteger Kyan, mas foda-se Niall.”

“Então é como escolher e misturar para você? Se um dos


seus meninos está irritando você, você pode simplesmente ir
encontrar outro?” Ele perguntou-me.

“Não é assim, eu amo...”

“Isso realmente faz muito sentido. Sempre tive pena de


minha esposa ter que suportar meu tipo de insanidade
sozinha. Se ela também tivesse um namorado, talvez ele
pudesse ter dado a ela uma folga de mim. Claro, eu não tenho
certeza se poderia suportar outro homem enfiando seu pau na
minha mulher...” Ele esfregou o queixo em contemplação,
agindo como se ele não tivesse chegado perto de matar Blake
ou ter sua cabeça afundada por Saint. Não era realmente um
dia incomum para ele? “Minha Ava provavelmente não queria
isso. E minha cama está mais vazia do que a vagina de uma
freira desde que ela foi tirada de mim, então é improvável que
eu nunca descubra se eu seria capaz de permitir isso sem
castrar o outro sujeito...”

“É uma família,” Kyan retrucou. “Eu simplesmente não


deixaria nenhum homem foder minha mulher. Mas eu amo os
três também. É a única maneira que poderia ter funcionado
para nós.”
“Então você fode com eles também?” Niall perguntou a ele,
apontando entre Saint e Blake e inclinando a cabeça como se
estivesse imaginando. Quer dizer, não era uma imagem
horrível, então dei um pouco de imaginação para o inferno.

“Não,” Kyan grunhiu, seus lábios levantando com uma


pitada de diversão. “Eles não conseguiriam me controlar.”

“Bem, eu não posso dizer que meus horizontes são


ampliados a cada dia, mas você definitivamente me deu o que
pensar,” Niall disse, soando como se isso realmente estivesse
dando a ele muito em que pensar enquanto ele sorria
amplamente para nós.

Ele riu, olhando para Blake. “Desculpe por isso então,


rapaz. Mas olhe dessa forma, agora você pode dizer que
sobreviveu à ira do melhor assassino do estado - o que eu acho
que ninguém mais fez. Nunca. Nem uma vez. Eu não deixo
corpos se debatendo. Ou se contorcendo. Então todos
ganham.” Ele se aproximou de Kyan, baixando a voz. “Então
me diga mais sobre esse acordo? Você tem uma agenda? Ou
vocês todos apenas chicoteiam seus paus e...” Ele acenou com
a mão entre todos nós. “Agem como animais sempre que o
sentimento tomar conta de você?”

“Eu vou te contar sobre isso outra hora,” Kyan murmurou,


ajudando-me a ficar de pé. Ele me examinou de perto, em
seguida, beijou o canto da minha boca quando ele estava
satisfeito que eu estava bem.

Niall olhou para todos nós com algum pensamento


nascente brilhando em seus olhos. “Bem,” ele disse, movendo-
se para pegar o pé-de-cabra e então indo para as ferramentas
na parede. “Eu só vim aqui para conseguir alguns novos
amigos.” Ele empilhou duas serras nos braços, junto com um
martelo e um alicate. “Eu tenho lugares para estar, crânios
para bater, olhos para arrancar. Vou querer essa conversa,
Kyan. E vou manter minha boca fechada também - papai não
vai gostar que você deixe seus amigos tocarem em sua garota,
não importa como você queira pintar para ele. Vejo você por
aí.” Ele saiu pela porta assobiando casualmente e meus
ombros caíram.

Blake e Saint se aproximaram atrás de mim e todos nós


nos abraçamos, embora não fosse o suficiente. Eu sentia falta
da presença de Nash como um membro perdido.

“Seu tio é um lunático,” Blake murmurou.

“Ele estava cuidando da família, no entanto,” Saint


raciocinou e eu sabia que ele tinha razão, mas ainda estava
chateada com ele.

“A violência é a resposta de Niall para tudo,” disse Kyan.

Suspirei. “Nunca vamos irritar o Ceifador novamente.”


Afinar um piano não era algo que eu realmente desejasse
passar meu tempo fazendo, mas nos anos que passei tocando
piano de cauda em Everlake, descobri que era muito melhor
fazer isso sozinho. Uma vez, a escola contratou um homem
para vir e ajustá-lo e eu só poderia supor que ele teve algum
tipo de hemorragia cerebral enquanto trabalhava no meu
instrumento, porque depois que ele terminou, o pobre parecia
um gato sendo puxado para trás num beco por um pitbull.

É suficiente dizer que mandei demitir o homem, seu


negócio destruído, sua reputação destruída e eu tinha quase
certeza de que ele também havia sido despejado de sua casa.
Provavelmente não foi um castigo suficiente pela tortura que
ele infligiu ao meu piano, mas na época eu tinha exames para
me concentrar, então não fui capaz de me vingar o suficiente.
Saber que ele escapou tão levemente ainda me assombrava
sempre que ouvia o som doce de um instrumento mal afinado,
então ele estava em minha mente enquanto eu trabalhava no
piano na sala de estar de Liam O'Brien. Valeria a pena eu
verificar aquele palhaço? Vendo se ele tinha mais alguma coisa
que eu pudesse tirar dele em pagamento por seu fracasso?

Suspirei ao decidir ter misericórdia dele. Não que achasse


que ele tinha sido punido o suficiente, mas podia admitir que
tinha peixes maiores para fritar no momento e o desvio de
minha atenção era desnecessário.

O piano de cauda de Liam foi muito negligenciado,


escondido aqui no canto traseiro da sala. Mas eu descobri que
precisava do instrumento para aliviar um pouco minha tensão,
então decidi assumir a tarefa de dar-lhe vida novamente.

Quando finalmente terminei, guardei as ferramentas de


afinação que um dos funcionários da casa havia adquirido para
mim e fechei a tampa com um suspiro suave.

Meu sangue estava formigando esta noite, meus dedos


coçando pelas teclas e quando olhei para fora da janela para o
terreno escuro além, sentei-me diante do instrumento e
coloquei meus dedos levemente.

A música que comecei era lenta, inebriante, cheia de


promessas sombrias e verdades doces. Enquanto meus dedos
dançavam sobre as teclas, eu podia sentir a tensão escapando
do meu corpo enquanto minha frequência cardíaca diminuía e
fechei os olhos enquanto mergulhava na simplicidade da peça,
deixando-a envolver em mim e me levar a um lugar melhor.

Música jorrava do piano pobre e negligenciado e sorri um


pouco ao senti-lo ganhando vida após sabe-se lá quantos anos
parado aqui esquecido. Os instrumentos precisavam de vida
para ser soprada neles pelos mestres de sua criação. Eles
tinham uma alma que ansiava por criar beleza e maravilha, e
era quase um crime deixar um piano tão lindo adormecido e
ignorado.

A porta se abriu atrás de mim enquanto eu fazia a


transição para a minha quarta peça, a música ficando mais
complicada conforme eu avançava, meus dedos se movendo
mais rápido, o som cavando mais fundo em meu núcleo.

Tatum caiu no banquinho ao meu lado, o doce aroma de


mel e baunilha dela subindo até mim e me fazendo suspirar
enquanto eu continuava tocando, a música acelerando,
crescendo e crescendo até que desabou.

Virei-me para olhar para ela quando a última nota pairou


no ar, diminuindo meu ritmo enquanto dividia minha atenção
para dar a ela um pouco, tocando Killing Me Softly dos Fugees.
Um sorriso surgiu nos lábios de Tatum e ela estendeu a mão
para colocar sua mão direita em cima da minha, alinhando
nossos dedos para que ela pudesse sentir os movimentos da
música enquanto eu a criava.

“Minha dor chama por você? Ou eu só tenho sorte que


você sempre aparece quando eu mais preciso da sua
companhia?” Eu perguntei e ela se inclinou um pouco mais
perto, colocando um beijo na lateral do meu pescoço, o que fez
os pelos da minha coluna se arrepiarem.

“Você me chama, Saint,” ela respondeu, tirando a mão dos


meus dedos, subindo pelo meu braço e por cima da manga do
paletó preto que eu estava vestindo. Ela ainda estava arrumada
para o jantar também, o vestido de noite preto de seda
descendo para revelar as curvas cheias de seus seios enquanto
sua coxa vestida com meias pressionava contra minhas calças.
“Mmm,” virei meu olhar de volta para as teclas enquanto
continuava a tocar, passando a música para Halo de Beyoncé.

“Eu acho que você pode se comunicar melhor com música


do que com palavras,” Tatum brincou e encolhi os ombros.

“É mais eloquente,” acrescentei. “Acho que o mundo seria


um lugar melhor se todos nós apenas nos comunicássemos
através da música.”

Tatum deu uma risada. “Como você sabe todas essas


músicas de cor? Eu juro que você nem ouve música pop e ainda
assim eu sinto que poderia nomear praticamente qualquer
música e você começaria a tocá-la sem problemas.”

“Quantas músicas você conhece a letra?” Eu perguntei a


ela.

“Eu não sei. Centenas... milhares talvez. Assim que eles


começam a tocar as palavras simplesmente surgem na minha
cabeça.”

“É o mesmo para mim, mas eu apenas memorizo a música


também,” eu disse. “E eu não tenho nada contra a música pop,
ou qualquer tipo de música. Só peço que o que ouço emita e
capture a verdadeira emoção. A música deve doer, trazer
alegria, ressoar nas memórias ou apenas fazer você sentir. Se
fizer isso, terá valor além de todo o dinheiro do mundo, no que
me diz respeito.”

“Você é apenas um velho romântico no coração, não é?”


Tatum perguntou e eu zombei.

“Se você diz isso, Sereia.”


“Posso testar você, então?” Ela perguntou enquanto a
música chegava ao fim.

“Você está esperando me fazer tropeçar?” Eu perguntei a


ela, jogando Wrecking Ball de Miley Cyrus em seguida e
sorrindo para ela. Eu não tinha certeza se ela era aquela que
tinha invadido minha vida ou se era o contrário, mas parecia
adequado para nós.

“Talvez.”

“Só se você se permitir uma fantasia para mim, então,” eu


disse, apontando meu queixo em direção ao topo do piano.
“Deite aí enquanto eu toco.”

“Você vai me violentar em cima de um piano, Sr.


Memphis?” Tatum ofegou zombeteiramente.

“Em uma sala onde o avô psicótico do seu marido pode


entrar a qualquer momento? Isso soa como uma sugestão
bastante tola. Eu aprendi minha lição da última vez com Niall.
Eu gosto bastante de minha cabeça estar presa ao meu corpo.”

“É uma cabeça tão inteligente,” ela concordou enquanto


se levantava e subia em cima do piano para mim.

Eu sorri para ela enquanto ela se enrolava nele, seu


sorriso dizendo que ela achava isso ridículo, mesmo enquanto
ela personificava a perfeição da fantasia que eu desejava. Suas
longas pernas estavam sobre o piano e seu vestido subiu para
expor a parte superior rendada de suas meias, me fazendo
gemer de desejo.

Eu salivei ao vê-la enquanto continuava tocando e ela


começou a jogar títulos de músicas aleatórios para mim,
tentando me pegar com diferentes gêneros e idades de música.
Mas consegui capturar cada escolha que ela selecionou,
replicando a música no piano para ela até que ela estava rindo
e estendendo a mão para acariciar um caminho ardente ao
longo da minha mandíbula com a ponta dos dedos.

“Por que você está se sentindo tão deprimido?” Ela


perguntou em uma voz suave, aqueles olhos azuis dela olhando
direto para minha alma.

“Deprimido?” Eu perguntei enquanto continuava a deixar


meus dedos vagarem sobre as teclas, fluindo de volta para os
padrões familiares de Mozart enquanto a música serpenteava
ao redor da minha alma.

“A música que você estava tocando antes de eu vir aqui


era tão... triste,” disse ela, olhando para os meus dedos quando
percebi que havia caído em uma escolha bastante melancólica
agora também.

“Humm.” Continuei tocando e Tatum não me pressionou


enquanto eu considerava se havia muito mérito em sua
observação. Eu não estava sentado aqui sentindo pena de mim
mesmo, mas acho que estava perdido em meus pensamentos e
memórias, ansioso por essa válvula de escape.

“Quando eu era menino,” eu disse finalmente, mantendo


meus olhos nas teclas. “Dez anos, para ser mais preciso. Meu
pai foi em uma viagem de negócios. Então, decidi me
encarregar de descobrir um de seus segredos.”

“Que segredos?” Tatum respirou e encolhi os ombros.


“Eu nunca tive permissão para saber muito sobre
qualquer coisa que o homem estava tramando. Ele é uma
espécie de enigma - ou pelo menos é o que ele tenta ser. Mas
eu o estive observando de perto, estudando meu inimigo e
acreditava ter descoberto a combinação da fechadura de seu
arquivo. Fui convocado para seu escritório no início daquela
semana para uma palestra sobre a importância da hierarquia
dentro de um império e suponho que fui um tolo por não
perceber que tinha sido um aviso, mas...”

“Mas você era apenas uma criança,” ela forneceu, e


balancei a cabeça uma vez em reconhecimento disso, mesmo
que ainda me irritasse.

“De qualquer forma, esperei até a calada da noite, quando


todos os funcionários da casa estariam dormindo e minha mãe
estaria meio em coma depois de tomar seus remédios para
dormir todas as noites, e me arrastei da cama. Escorreguei
pelos corredores escuros e fiz meu caminho para o escritório
dele. A porta estava destrancada, o que mais uma vez deveria
ter me dado uma pista, mas eu tolamente acreditei que tive
apenas sorte.” Eu zombei levemente do quão ingênuo eu tinha
sido. “Entrei em seu escritório com uma pequena lanterna que
tirei da gaveta da cozinha naquela manhã e a acendi. Arrastei-
me pelo carpete com meu pijama de flanela e os pés descalços,
depois cheguei ao arquivo.”

Eu respirei lentamente e continuei a tocar, perdido na


forma como um arrepio acariciou minha pele enquanto estava
ali olhando para aquela gaveta, como a maçaneta de metal
estava fria contra meus dedos e a maneira como meu coração
disparou com a ideia de finalmente pegando um nele.
“O que havia na gaveta?” Tatum perguntou quando ela
não aguentou mais e ofereci a ela um sorriso que sabia que não
alcançou meus olhos quando encolhi os ombros.

“Uma carta. Ainda consigo ver as palavras dela como se


eu tivesse pegado uma maldita fotografia e colado na parte de
trás das minhas pálpebras. 'O que eu disse a você sobre
respeitar minha privacidade, garoto?'“

“Ele montou uma armadilha?” Ela engasgou e balancei a


cabeça novamente.

“Havia uma câmera gravando o escritório. Suponho que


tinha um sensor de movimento e um temporizador atrasado
porque, quando fechei a gaveta com o alarme, o monitor do
computador ganhou vida e me mostrou o feed dele. Eu podia
me ver de pé no centro de seu escritório, a câmera foi
posicionada para baixo para registrar toda a sala. Eu me virei
e fugi, o medo me consumindo enquanto corria de volta para o
meu quarto, fechei a porta atrás de mim e mergulhei sob os
lençóis.”

“O que ele fez para te punir?”

“Ele não voltou de sua viagem por mais três dias e ainda
não tenho certeza se aquelas 72 horas torturantes foram piores
do que seu retorno real. Eu estava além de medo da retribuição
que ele exigiria de mim e o medo me fez vomitar toda vez que
eu tentava comer.” Estremeci com a memória da bile revestindo
minha língua e meu estômago roncando lamentavelmente
enquanto eu falhava em manter qualquer coisa para dentro.
“Quando ele finalmente voltou, não disse uma palavra para
mim. Ele tirou as luvas e o casaco, em seguida, caminhou para
a sala de jantar em silêncio, nem mesmo lançando um olhar
em minha direção enquanto eu era forçado a segui-lo, minha
mãe ao seu lado e comeu seu jantar, me ignorando enquanto
mais uma vez, eu não consegui comer o meu. Eu só... esperei.”

“Saint,” Tatum murmurou, estendendo a mão para


acariciar meu rosto novamente e me inclinei para o toque dela
enquanto continuava a tocar.

“Ele pousou a faca e o garfo com cuidado, pressionou o


guardanapo nos lábios e olhou por cima da minha cabeça
enquanto dizia com voz firme: 'Não desejo ter um filho que não
respeite a mim ou minha privacidade. Portanto, até segunda
ordem, quero que se saiba que não tenho filho. Ninguém nesta
casa pode vê-lo ou ouvi-lo, muito menos falar com ele ou
alimentá-lo. Talvez, com o tempo, ele aprenda a mostrar respeito
o suficiente para ganhar o caminho de volta para esta família.
Mas até então, Saint Memphis não existe.’”

“Ele... eu não entendo,” Tatum respirou, mas havia


lágrimas em seus olhos azuis que diziam que ela entendia.

Eu parei de tocar para limpar uma quando ela caiu e ela


pegou minha mão, segurando-o em sua bochecha enquanto eu
era capturado por seu olhar.

“Por dois meses e treze dias, nenhuma pessoa que eu vi


me reconheceu de forma alguma. Eu não tive permissão para
sair. Não tinha acesso à internet ou telefone e ninguém sequer
falava na minha presença. Eu existia como um fantasma na
casa do meu pai, catando comida na cozinha à noite, uma vez
que consegui engolir tudo. Foi... talvez a pior punição que já
sofri nas mãos dele. Você não pode compreender totalmente a
solidão de um menino preso e...”
Tatum se inclinou para frente e pressionou seus lábios
nos meus, as lágrimas escorrendo por seu rosto para que o
gosto salgado delas sangrasse entre nossos lábios enquanto
meu coração batia mais forte com as memórias e minha
respiração prendia com força em meu peito.

Seus dedos deslizaram em meu cabelo enquanto eu a


beijava lentamente, devorando o gosto da sua dor e da minha,
querendo me afastar e dizer a ela que estava tudo bem, embora
não encontrasse a força em mim para fazê-lo ainda.

Suas lágrimas caíram contra minhas bochechas e estava


tão perto de sentir algo real que meu coração começou a
disparar e a tensão em meus músculos pareceu crescer, em
seguida, relaxar como o empurrão e puxão da maré.

Recuei e beijei suas bochechas, uma após a outra,


saboreando suas lágrimas e desejando que elas fossem
embora.

“Não se machuque por mim, Sereia,” eu respirei. “Eu não


sou mais aquele garotinho. Eu sou...”

“Eu nunca vou deixar você se sentir assim de novo,” ela


prometeu. “Nem uma vez. Nunca. Você nunca estará sozinho
novamente, e você nunca se sentirá indesejado. Aquele homem
não era um pai para você. Ele não é sua família. Mas nós
estamos aqui agora e você nunca se sentirá fora de qualquer
coisa, nunca mais.”

Eu inalei essas palavras, absorvendo-as e deixando-as


serpentear pelo meu coração até que estivessem pulsando em
minhas veias e permeando cada pedaço de mim.
Minha garganta estava grossa com o peso do que sentia
por essa garota. Esta criatura nasceu para me arruinar e me
remodelar novamente.

“Sinto muito pela dor que causei a você,” murmurei,


deslizando meus dedos por seus longos cabelos e torcendo-os
suavemente. “Me desculpe, eu não aceitei o que você era
antes.”

“E o que é isso?” Ela sussurrou, seus lábios roçando


minha bochecha como as asas de uma borboleta.

“Tudo,” respondi simplesmente, incapaz de colocar em


palavras de forma mais eloquente do que isso, porque não
havia linguagem na terra que pudesse abranger as
profundezas do que eu sentia por ela. Minha obsessão por ela
tinha ido longe demais, minha paixão incontrolável agora e sem
fim. Ela nunca se livraria de mim. Não havia nenhum lugar
neste mundo ou no próximo onde não a encontrasse, a
seguisse, a adorasse. Ela era minha luz quando tudo que eu
conhecia era escuridão e agora que podia ver, eu me recusei a
ficar cego novamente. Porque me destruiria se eu fosse.

Não havia palavras que pudessem transmitir tudo isso,


mas talvez houvesse música. Esta melodia estava se
contorcendo pelo meu corpo e alma por tanto tempo que eu
sabia que estava desesperado para escapar. E descobri que
precisava compartilhar isso com ela para que ela pudesse ter
uma chance de entender o que ela era para mim.

Eu tirei minha mão de seu cabelo e me inclinei para trás,


olhando em seus olhos azuis que ainda brilhavam com
lágrimas enquanto eu lambia meus lábios e sentia sua tristeza
neles.
Quem era essa criatura que viu tanto e me ofereceu mais
do que eu jamais poderia ter presumido receber? Como ela
parecia ver tanto em mim quando eu nem tinha certeza se
havia algo aqui para encontrar? Ela trouxe à tona um lado meu
que não sabia que existia, mas claramente estava morrendo de
fome esperando por ela. E agora ele iria se empanturrar de tudo
o que ela tinha a oferecer, e eu não tinha vontade de tentar
impedir.

“Eu escrevi isso para você,” disse, colocando minhas mãos


de volta no piano.

“Você me escreveu uma música?” Ela perguntou,


mordendo o lábio para tentar esconder um sorriso tímido e o
pensamento de agradá-la tanto soltou um nó em meu peito.

“Eu não canto, Sereia,” respondi com um leve bufo de


diversão. “Mas eu toco. Então eu escrevi uma sinfonia para
você - embora eu só tenha um piano à mão e não tenha a
orquestra que seria necessária para trazê-lo à vida, então é
apenas uma peça simples.”

“Simples?” Ela brincou como se soubesse que não seria


nada e eu me permiti um sorriso.

“Tão simples quanto eu sou capaz,” admiti.

Ela se moveu para trás para me observar de cima do piano


e eu bebi ao vê-la enquanto meus dedos se posicionavam sobre
as teclas. Exalei lentamente, encontrando paz na música antes
mesmo de começar a jorrar de minha alma.

A música começou lentamente, as primeiras notas


perfurando o silêncio da sala como gotas de chuva caindo na
noite, golpeando sem perceber e caindo sem serem vistas, mas
deixando uma marca do mesmo jeito. À medida que as notas
mais baixas começaram a tocar, a música ficou mais escura
como um trovão rolando sobre um oceano profundo enquanto
a chuva continuava a cair, tão pequena em face de toda aquela
água e ainda mudando irrevogavelmente a cada gota que caia.

Eu me perdi na música enquanto a chuva se transformava


em uma tempestade em minha mente, uma tempestade
imparável que se abateu e bateu contra o oceano e a terra,
dando-se a conhecer, trazendo vida e paixão a uma extensão
árida de nada e despertando monstros de seu sono.

Minhas mãos se moviam cada vez mais rápido, nunca


perdendo uma única tonalidade porque cada uma era
importante, necessária, as notas mais sombrias e profundas
tão cruciais quanto as mais claras e agudas. E de alguma
forma tudo se encaixou, a música lutando para ser única,
assim como a chuva encharcou o solo e encheu o oceano com
histórias de lugares que ele nunca poderia ver por si mesmo,
mas mudou sua visão sobre tudo.

A música tornou-se mais complexa, fazendo meu coração


disparar e eu lutei para manter o ritmo certo enquanto
alcançava o clímax, uma explosão de tudo se juntando, a
batalha pelo poder esquecida e a paz reivindicando o mundo
enquanto a tempestade se dissipava.

À medida que caia nas notas finais, meu coração doeu


com a doçura delas, de quão semelhantes e, no entanto, quão
diferentes eram das notas que iniciaram a peça. Era assim que
eu me sentia por ela, como um homem renascido, o mesmo e,
ao mesmo tempo, totalmente diferente. Não havia mais luta
pelo controle, mas uma paz construída de calor e chamas que
queimavam tudo e acendiam tudo.

Enquanto eu tocava a nota final, sentei-me com uma


expiração e lentamente levantei meu olhar para encontrar o
dela.

Os lábios rosados de Tatum estavam separados enquanto


ela olhava para mim, seu peito subindo e descendo
pesadamente enquanto suas pupilas dilatavam e eu engoli em
seco quando me senti mais do que um pouco vulnerável diante
dela. Eu tinha acabado de cortar meu coração do meu peito e
colocá-lo sangrando e batendo em seu altar. Era tudo que eu
tinha a oferecer. Apenas um menino quebrado no corpo de um
homem. Eu tinha tanta bagagem que às vezes o peso dela me
deixava paralisado e nunca seria fácil de amar. E ainda assim,
aquele olhar em seus olhos me fez pensar que ela realmente
me amava de qualquer maneira. Apesar de tudo. Sem importar
o fato de que eu não merecia tal coisa dela. Ela era minha tanto
quanto eu era dela.

O calor entre nós estalou e meus membros ficaram rígidos


enquanto olhava para ela lá em cima do piano, suas longas
pernas me implorando para arrancar aquelas meias delas e me
enterrar entre elas. Eu me segurei por pura força de vontade
enquanto a ideia de reivindicá-la agora me oprimia. Eu a queria
do jeito que uma besta precisa de sua companheira. Eu a
queria agarrando minhas roupas, suas unhas cravando em
minha carne e sua bunda batendo contra as teclas do piano
enquanto eu dirigia meu pau dentro dela e a fazia gritar meu
nome.

E a expressão em seus olhos dizia que ela queria a mesma


coisa.
O toque distante de um telefone residencial foi o único
som a quebrar o silêncio e eu sabia que estava se
transformando em uma batalha de vontades entre nós
enquanto esperávamos para descobrir quem iria quebrar
primeiro. Mas meu controle estava suspenso na ponta de uma
faca e eu sabia que estava prestes a quebrar por ela. Eu iria
quebrar e ela cairia comigo até que de alguma forma, nós
encontrassemos uma maneira de nos reconstruir um no outro.

Levantei-me de repente no momento em que ela estendeu


a mão e agarrou minha gravata, puxando-me em sua direção
enquanto ela dizia meu nome e me mandava ir pegá-la.

Eu empurrei sobre ela, meu pau duro e dolorido quando


me inclinei para frente, provando-a no ar enquanto agarrava o
topo do piano de cada lado de seus quadris e me preparava
para reivindicar o que era meu.

O som de passos mal permeou o ar, mas eu consegui me


livrar do feitiço que Tatum lançou em mim e me afastei de
repente, girando em direção à porta enquanto ela engasgava
em alarme.

Meu coração trovejou quando percebi o que quase tinha


feito. Se alguém nesta casa tivesse nos visto juntos, não teria
esperado para fazer perguntas. Tatum era a esposa de Kyan e
a morte seria um preço fácil a pagar se algum deles pensasse
que eu tinha roubado o que era dele. Saber de Niall era uma
coisa, mas Kyan tinha me garantido que levaria esse segredo
para o túmulo. Não havia ninguém tão confiável nesta família
e eu não podia correr o risco de sermos descobertos juntos uma
segunda vez.
A porta se abriu e eu treinei minhas feições em uma
máscara sem emoção enquanto a governanta, Martha entrava
na sala.

“Boa noite, Sr. Memphis,” disse ela alegremente enquanto


segurava um telefone sem fio para mim. “Você tem alguém
ligando para falar com você.”

Eu não consegui nem mesmo forçar minha língua a curvar


o agradecimento que eu deveria ter dado a ela enquanto eu sem
palavras tirei o telefone de sua mão, balançando a cabeça
rigidamente enquanto a sensação dele me oprimia como se
estivesse queimando.

Martha balançou a cabeça, dando a Tatum um sorriso


caloroso por cima do ombro, depois se virou e saiu da sala, a
porta fechando lentamente atrás dela.

Minha garganta estava grossa quando me virei para olhar


para trás para Tatum, seus olhos arregalados onde ela agora
estava sentada na beirada do piano, suas pernas cruzadas e o
vestido esticado com seu cabelo caindo perfeitamente. Eu
duvidava que a governanta suspeitasse de alguma coisa. Mas
essa era a menor das minhas preocupações agora.

Virei o telefone na minha mão e dei um passo para trás


em direção à garota que havia mudado tudo, encontrando o
fone na espera.

Expulsei e coloquei um dedo nos lábios, avisando Tatum


para permanecer em silêncio enquanto meu coração disparava
em meu peito. Não que eu estivesse deixando transparecer.
Minhas feições eram uma máscara mais uma vez, nada
escapando pelas rachaduras de minhas defesas, muito menos
o medo.

“Pai,” eu disse secamente enquanto conectava a ligação e


colocava no viva-voz para que Tatum pudesse ouvir também.
Eu sabia que seria ele. Ninguém sabia que eu estava aqui e
ninguém mais ligaria, mesmo que descobrisse.

“Filho,” ele respondeu naquele tom cortante que me disse


imediatamente que eu deveria esperar o pior. “Parece que você
tem estado bastante ocupado.”

“Eu poderia dizer o mesmo sobre você,” respondi


uniformemente.

“Tenho um problema com o qual estou certo de que você


pode me ajudar,” disse ele, sem reconhecer minhas palavras e
eu lutei contra a centelha de inquietação que passou por mim.
Eu nunca tinha superado ser ignorado após aqueles meses de
desconsideração.

“Oh?” Eu perguntei inocentemente, nem um pingo de


culpa colorindo minhas palavras, mas ele não estaria apenas
ligando a menos que tivesse certeza de que eu sabia o que ele
queria.

“Recentemente, alguns assaltantes mascarados


invadiram um clube exclusivo que eu administro e eles
roubaram de mim. Eles tomaram inúmeros bens, saquearam
meu escritório e incendiaram o lugar,” disse ele e meu coração
saltou com o mais leve indício de raiva em seu tom. Ele estava
quase perdendo a cabeça como eu acho que eu já ouvi ele estar
e saber que eu e minha família éramos responsáveis por
balançar as bases de seu comportamento idiota programado
como aquele me fez querer sorrir em triunfo. Mas eu sabia que
ele não ligaria para me informar que tinha ganhado alguma
coisa, então evitei qualquer comemoração prematura.

“Eu não sabia que você dirigia um clube exclusivo,”


comentei levemente, como se o resto de suas palavras não
significassem nada para mim.

“Você pode tirar a máscara agora, filho. Ou devo dizer


Rex? Porque acabei de ver uma fotocópia um tanto confusa de
um passaporte que parece sugerir que você e seus amigos
assumiram novas identidades. A menos que você queira tentar
reivindicar há quatro sósias vagando pela Sequóia com a
vacina contra o vírus Hades circulando em suas veias?”

Tatum engoliu em seco, pressionando a mão em sua boca


e eu levantei meu olhar para o dela, tentando transmitir um
pedido de desculpas a ela sem palavras. Porque eu deveria
saber que isso aconteceria. A maçã pode não ter caído longe da
árvore comigo e meu pai, mas ele teve muitos mais anos para
estabelecer suas raízes. E eu tinha certeza de que ele estava
prestes a me provar que seus alicerces eram sólidos, apesar de
todos os meus planos.

“Ela está aí agora?” ele perguntou em tom de conversa.


“Seus lábios se apertaram ao redor do seu pau em
agradecimento por você salvá-la do meu laboratório?”

Eu hesitei com suas palavras grosseiras, meu olhar em


Tatum enquanto a vontade de agarrá-la e correr o mais longe
e rápido possível daqui quase me oprimia. Ele sabia. Não
apenas sobre nós resgatá-la, mas ele sabia por quê. Ele sempre
foi capaz de ver o cerne das coisas e apesar de quantas vezes
ele incitou em mim o fato de que eu nunca deveria precisar ou
querer ninguém em minha vida além de mim, ele percebeu o
que ela era para mim. E isso o tornava mais perigoso do que
nunca.

“Atualmente não,” respondi calmamente, embora por


dentro não sentisse nada. “Ela está bastante exausta no
momento de eu fodê-la no meu piano.”

Meu pai resmungou com a menção do instrumento e eu


sabia que se ele pudesse, ele destruiria todos os pianos
existentes apenas para me impedir de perder meu tempo em
algo que ele considerava tão inútil.

“É aqui que estamos, filho,” disse ele com firmeza. “Você


vai me devolver todas as ações que comprou em minhas
empresas. Você vai abrir mão do controle de todos os ativos
que roubou e vai assinar tudo de volta para mim.” O mais leve
toque de inflexão em sua voz me deixou saber o quão bravo ele
estava por ter percebido que eu fiz tudo isso. Eu. Seu derrotado
pequeno herdeiro que deveria seguir a linha e esperar pela
minha hora de subir em sua sombra o tinha preparado para
cair em desgraça e ele nem tinha visto isso chegando até que
fosse tarde demais.

“Infelizmente, não acho que serei capaz de fazer isso,”


respondi lentamente, absorvendo a sensação de minha vitória
sobre ele. “Veja, eu fiz o que você me ensinou. Eu coloquei meu
inimigo em minha mira e coloquei todos os meus patos em uma
linha. Fiz minha pesquisa, joguei com ele em seu próprio jogo
e o levei direto para a minha armadilha. Agora tudo que eu
preciso fazer é puxar o gatilho. Então por que eu largaria
minha arma no momento final?”
“Eu admito que fiquei bastante impressionado,” ele
respondeu lentamente e o tom arrogante de sua voz fez minha
raiva crescer. Eu duvidava que qualquer outra pessoa no
mundo notasse, mas eu sim. E isso significava que o perigo
estava chegando. Ele tinha algum plano além de suas palavras,
e era eu quem estava entrando nele. “Você se superou com
isso. Você foi meticuloso, sutil, metódico e realmente muito
brilhante.”

“Mas?” Eu solicitei, ignorando a pontada de orgulho que


tentou descer pela minha espinha. Por que apesar do meu ódio
por este homem, apesar do meu desejo de vê-lo destruído,
quebrado e morto aos meus pés, uma pequena parte de mim
ainda ansiava por sua aprovação? Tudo o que ele sempre me
proporcionou foi medo, sofrimento e desprezo. Mas lá estava,
bem dentro de mim, um menino esquecido que ansiava pelo
amor e carinho de seu pai. Eu reprimi esses sentimentos com
força, recusando-me a ceder a eles. Este homem não tinha
amor em seu coração por mim ou qualquer coisa além de
dinheiro e poder. Era apenas o jeito que ele era e nada de bom
viria de mim lamentando a perda de um homem que ele nunca
tinha sido.

“Mas,” ele concordou friamente. “Você tinha que cair na


armadilha do amor, não é?” Ele disse, sua voz cheia de
decepção.

Olhei para Tatum e ela estendeu a mão para pegar minha


mão livre, a sensação muito real de seus dedos nos meus
confirmando que ele não a tinha e fazendo minhas
sobrancelhas franzirem, porque se ele não estava se referindo
a ela, então quem...
“O herdeiro O'Brien, posso entender,” disse o pai
pensativo. “Até certo ponto, pelo menos. Ele tem poder,
conexões, e eles são uma raça de brutalidade que teria um
certo apelo à sua natureza mais vil. Um homem de sangue
vermelho como você precisa de um pouco de violência em sua
vida. E a garota... bem, eu nunca permiti que uma boceta
apertada corrompesse minha mente e me cegasse de meus
interesses, mas é sabido que muitos homens são facilmente
enganados por tais coisas. Eu esperava mais de você, mas
você... Ela é jovem, sem dúvida ela está ansiosa e fode bem o
suficiente para distrair você de...”

“Você não vai falar sobre ela assim,” eu rosnei, um aviso


muito real em minha voz. “Não vou avisá-lo de novo, meu velho.
Mas se você falar dela como se ela fosse uma prostituta
descartável mais uma vez, irei buscá-lo com toda a força de
tudo o que sou e não vou parar até que você não seja nada
além de um cadáver esmagado sob meu calcanhar. “

Silêncio seguiu minha explosão e eu sabia que deveria ter


segurado minha língua, mas não vi o sentido disso. Ele sabia.
Ele sabia muito bem. Ela tinha meu coração e minha vida
estava em suas mãos. Ele já havia descoberto que ela era
minha fraqueza, então ele pode muito bem perceber que ela era
minha força também.

“O jogador de futebol tem mau gosto,” disse ele após uma


batida. “Dinheiro novo. Sem conexões além do mundo
espalhafatoso dos esportes e da mídia - admito que te encorajei
a fazer dele um aliado por essas mesmas razões, mas essas
pessoas são descartáveis, intercambiáveis e não têm uso a
longo prazo. Além disso, nem parece que o menino vai se
profissionalizar, então não consigo ver o apelo. Ainda assim,
acho que ele está na sua vida há muito tempo e você sempre
mostrou uma fraqueza por sentimentos. Mas aí está o
professor,” ele disse lentamente, como se estivesse esperando
para ver se eu poderia elaborar isso para ele, mas eu fiquei em
silêncio, então ele continuou. “Nash Monroe... ou é Jase
Harrington?”

O aperto de Tatum em meus dedos aumentou


dolorosamente quando meu pai revelou seu conhecimento
sobre meu irmão, mas eu nem fiquei surpreso. Assim que viu
os passaportes que usamos no acampamento, ele percebeu que
Nash ainda estava me fazendo companhia. É claro que ele deu
uma olhada mais de perto no trabalhador que, de alguma
forma, entrou em nossas fileiras e, uma vez que ele começasse
a cavar, não teria sido difícil para ele descobrir a verdade sobre
sua identidade. Não era como se Nash tivesse sido capaz de
pagar pelos tipos de falsificações que eu poderia, e uma
mudança de nome era um bloqueio bastante simples para
contornar.

“Claro, você já sabia disso,” meu pai continuou, mal


parando o tempo suficiente para que eu confirmasse ou
negasse e tomando meu silêncio como sua resposta. “Eu vou
admitir, mesmo quando seu nome verdadeiro foi apresentado
a mim, eu não me lembrava dele. Mas meu pessoal puxou
todas as informações que eu precisava para refrescar minha
memória de sua mãe idiota puxando seu carro na minha frente
todos aqueles anos atrás e selando o destino de sua família.
Honestamente, filho, eu esperava que você mantivesse uma
classe superior de... “

“Ela não apenas puxou na sua frente, seu idiota de


merda,” Tatum rosnou, perdendo a calma com sua rejeição
casual do mundo inteiro de Nash. “Você estava bêbado e os
matou! Você encobriu a porra do seu próprio fracasso com
dinheiro e mentiras e um dia, em breve, vamos caçá-lo e
colocar a porra de uma faca em sua garganta por isso.”

“Sério, Saint,” Pai respondeu, um tom de escárnio. “Você


deve colocar sua mulher no lugar dela antes que ela continue
a se envergonhar e a você...”

“Tatum está no lugar dela,” rosnei. “E isso está firmemente


ao meu lado. Ela tem uma mente própria e falará se ela quiser.
Vá direto ao ponto de seu discurso antes que eu me canse e
termine esta ligação.”

“Tudo bem. Embora você tenha jogado uma mão muito


boa, de fato, e eu admito que teria sido muito pressionado para
resolver os problemas que você me causou com minhas
finanças e empresas em qualquer outra situação, me encontro
com o trunfo para cima minha manga. Apesar de meus
melhores esforços, você optou por mostrar fraqueza em se
alinhar com essas pessoas e ceder à ilusão do amor. Então,
vamos descobrir com que firmeza você se apega a essa ideia.
Tenho em minha posse o pai de seu caro Sr. Bowman. Eu teria
gostado de reivindicar mais prêmios do que isso, mas,
infelizmente, parece que o professor e a garota estão sozinhos
no mundo e os O'Briens são um ninho de cobras que escolhi
não me enredar. Mas embora eu acredite que essa ameaça não
deva significar nada para você, quero ver o quão
profundamente você caiu na armadilha do amor. Se você
deseja ver o pai do seu amigo novamente, você vai devolver
todos os meus bens na próxima semana.”

O silêncio caiu quando ele deixou isso afundar e meu


coração disparou enquanto eu pensava sobre o que Blake diria
quando descobrisse. Não duvidei da verdade dessa ameaça.
Meu pai não fazia as coisas pela metade. Se ele disse que tinha
o pai de Blake, então eu tinha certeza que sim.

Um relógio soou alto no fundo em sua extremidade da


linha e eu respirei fundo enquanto ouvia o som familiar.

“E depois?” Eu perguntei, porque claramente devolver


seus bens a ele não seria o suficiente.

“E então conversaremos novamente. Vamos descobrir


quem é o melhor Memphis. Jogo em diante, filho.” Ele desligou
a ligação e por um momento eu apenas encarei o telefone
enquanto o peso de suas palavras afundava.

Os braços de Tatum se fecharam em volta do meu pescoço


enquanto ela se jogava contra mim e eu a envolvia em meu
abraço enquanto a puxava para perto. Meu coração estava
batendo forte, minha mente disparada e aquela sensação fria
e clínica corria por minhas veias enquanto me desligava do
mundo ao meu redor para me concentrar em lidar com isso.
Mas o calor de seu corpo contra o meu ainda era bem-vindo. E
eu tirei conforto disso enquanto a segurava com força.

“Precisamos contar aos outros,” disse ela, se soltando de


mim e agarrando minha mão enquanto me puxava para fora
da sala.

Eu segui mecanicamente, permitindo que ela me guiasse


e definisse o ritmo conforme ideia após ideia pulsava em meu
crânio.

Voltamos para a enorme sala que Kyan possuía aqui e


encontramos os três dentro, o Xbox ligado enquanto jogavam
seus jogos estúpidos, rindo e brincando enquanto bebiam
garrafas de cerveja.

Mas quando eles se viraram para olhar para nós, seus


rostos caíram e Tatum começou a chorar quando ela me soltou
e se jogou nos braços de Blake.

Fechei a porta atrás de mim, em seguida, me afastei deles,


deixando-a para explicar enquanto minha mente percorria
cada palavra que ele tinha falado para mim.

Soltei minha gravata e a pendurei nas costas de uma


cadeira antes de largar meu blazer em cima dela e ir para o
banheiro. Eu rapidamente tirei o resto das minhas roupas,
meu peito apertado com o pânico mal suprimido enquanto
minha mente dava voltas e mais voltas em círculos e tentava
encontrar alguma brecha aqui.

Liguei o chuveiro, apenas para me dar uma desculpa para


evitar os outros e ficar sozinho com meus pensamentos por um
tempo. Porque isso era por minha conta. Meu amor por eles
havia derrubado isso em suas cabeças. Meu pai era quem
estava causando tudo isso. Qualquer coisa que acontecesse
com eles ou com as pessoas de quem eles se importavam em
suas mãos voltou para mim. Porque era eu quem deveria tê-lo
impedido. Eu era quem deveria tê-los protegido dele. E agora
eu estava falhando se não visse uma saída para isso. Eu me
afogaria nesse sentimento de incompetência se não
descobrisse como consertar isso.

Entrei na água, mal percebendo que estava fria e não me


importando o suficiente para mudar a temperatura. Coloquei
as palmas das mãos contra os ladrilhos e deixei a água cair na
parte de trás da minha cabeça para que se espalhasse por
meus cachos escuros e caísse sobre meus pés, esperando que
pudesse me dar alguma clareza.

Eu perdi a noção dos minutos passando enquanto apenas


ficava lá, mas a água de repente ficou quente e eu encontrei
uma figura corpulenta ao meu lado, sem camisa, mas de calças
quando ele entrou no chuveiro e se encostou na parede ao meu
lado. Kyan cruzou os braços e esperou que eu olhasse para ele
e virei minha cabeça em sua direção, sabendo que ele não iria
recuar até que eu o fizesse.

Eu não disse nada e ele arqueou uma sobrancelha para


mim que dizia que eu estava sendo um idiota.

“Quem diabos é você?” Ele demandou.

Eu segurei meu queixo, mas dei a ele sua resposta porque


joguei esse jogo com ele o suficiente para saber que ele não iria
embora até que conseguisse isso de mim.

“Saint Memphis.”

“E o fodido filho da mãe de Saint Memphis desmorona


quando a merda não sai como planejado?” Ele perguntou.

Mordi minha língua na resposta que queria dar e me


endireitei quando me virei para olhá-lo nos olhos. “Não.”

“Então diga-nos como você vai consertar isso,” Kyan


exigiu.

Meu olhar caiu para aquela tatuagem de lula horrível em


seu antebraço e meu lábio se projetou para trás antes de eu
levantar meu queixo para segurar seu olho. A irritação que a
lula me causou me lembrou de algo importante e me animei
um pouco. Eu estava me concentrando em cada palavra que
ouvi durante aquela ligação, mas havia esquecido um detalhe
muito importante. Aquele relógio de pêndulo irritante pra
caralho. Eu odiava aquela merda, até porque não conseguia
manter o tempo corretamente e estava sempre ficando minutos
atrás da hora certa.

“Eu sei onde ele está,” eu disse, um novo plano já se


formando em minha mente.

O rosto de Kyan se dividiu em um sorriso mortal quando


o assassinato brilhou em seus olhos.

“Bom. Coloque sua merda de roupa e vamos então.” Kyan


desligou a água e saiu do chuveiro, suas botas deixando
pegadas molhadas nos azulejos enquanto ele ia, e eu peguei
uma toalha para secar.

Corri de volta para o quarto com a toalha em volta da


cintura e encontrei os outros olhando para mim com
expectativa. Tatum estava sob o braço de Blake e seus olhos
brilharam de ansiedade e raiva, mas ele tinha se controlado
para poder me ouvir.

“Claramente, não podemos deixar isso ficar impune,” eu


disse, mais ideias derramando em minha mente e olhei entre
minha família, verificando para ter certeza de que cada um
deles realmente estava pronto para o que seria necessário para
nos libertar do monstro que me fez. “Vou chamar meu pessoal
para trabalhar nas ações, eles podem vender e transferir o
máximo possível de volta para o nome dele, para que ele possa
ver o progresso que está sendo feito nessa frente.”
“Você só vai deixá-lo pegar de volta?” Nash perguntou, seu
rosto desenhado com fúria. “Que tal fazê-lo sofrer?”

“Eu pensei um pouco sobre isso, e parece bastante


simples para mim. O dinheiro, ações, tudo isso é irrelevante.
Eu vi o testamento dele. Quando ele morrer, é todo meu de
qualquer maneira. Então, deixe-o ficar com eles. Ele pode
desfrutar até que venhamos e reivindicemos dele em sangue.”

“Eu mesmo cortarei a porra da garganta dele se ele colocar


a maldita mão no meu pai,” Blake rosnou.

“É disso que estou falando,” Kyan disse com uma risada


sombria. “Vou mijar no túmulo dele enquanto o reivindicamos
também.”

“Nesse ínterim, não podemos ficar aqui,” disse eu. “Não


quero que ele saiba nossa localização, mas pelo lado positivo,
eu conheço a dele. Então, eu digo para levarmos essa luta para
ele. Estamos parando de esperar para acabar com isso.”

“Estou pronto, apenas me dê uma arma, qualquer porra


de arma e eu farei isso,” Blake rosnou, seus olhos nada além
de um monstro. Mas aquela raiva nele precisava ser afiada,
controlada. Não poderíamos invadir o castelo do meu pai sem
um plano apropriado. Mas eu já estava resolvendo os detalhes.

“Meu avô não vai apenas me deixar sair,” disse Kyan, não
como se tivesse qualquer intenção de ficar para trás, mais
como se ele estivesse nos lembrando que eu não era o único
com um psicopata em minha família que pensava que poderia
governar minha vida.
“Então vamos lidar com ele também. É hora de Liam
descobrir que ele não é seu dono.”

Tatum sorriu com essa perspectiva, estendendo a mão


para pegar a mão de Kyan e ele se inclinou para beijá-la,
empurrando-a de volta contra Blake enquanto o fazia. Blake a
abraçou e as mãos de Kyan o envolveram também enquanto o
confortavam.

“Troque de roupa,” ordenei. “Roupas práticas. Em


seguida, faça uma mala - levaremos as coisas. Coisas para
dormir, comida suficiente para esta noite. Vou mandar
entregar o resto depois disso.”

Ninguém me questionou e todos começaram a tirar a


roupa formal que haviam usado para jantar horas atrás.

Coloquei uma calça de moletom cinza e joguei minha


toalha no cesto antes de me mover mais fundo no armário para
pegar mais algumas roupas para trazer. Tatum me seguiu para
dentro e me virei para encontrá-la vestida com um moletom e
uma calça também, embora os dela fossem rosa e a fizessem
parecer muito mais doce do que realmente era.

“Jesus, Saint,” ela murmurou, me olhando.

“O que?” Eu perguntei enquanto me movia para pegar


roupas para ela também.

“Só... você escolheu moletom cinza. Você sabe o que isso


faz com uma garota, certo?”

“Não o quê?”
“Bem... eu posso basicamente ver seu pau delineado por
eles e considerando o quão grande o seu é, há muito o que
olhar. E isso me dá ideias que eu não deveria ter quando temos
que seguir seu plano mestre.”

Eu olhei para minha calça com uma carranca e ela


continuou.

“E você está fazendo toda aquela coisa de 'Eu governo o


mundo' com olhos brilhantes e assassino em série. Se você não
tomar cuidado, pulo em você antes mesmo de sairmos daqui,”
acrescentou ela com um ronronar isso dizia que ela não tinha
esquecido completamente para onde nossos corpos estavam
nos levando antes de eu receber aquela ligação.

Eu inclinei minha cabeça em seu tom provocador


enquanto espreitava mais perto, fazendo-a recuar contra a
parede até que nossos peitos estivessem se tocando e
estivéssemos compartilhando a mesma respiração.

“Você não quer que eu ceda agora,” eu assegurei a ela, e


ela lambeu os lábios.

“Tenho certeza que ficaria bem com isso,” ela respondeu.

A tentação guerreou sob minha pele e o desejo de fazer


exatamente isso me percorreu, mas eu sabia que ela não queria
dizer isso e eu também não podia. Tínhamos um trabalho a
fazer e não podia esperar. Mas eu apreciei ela tentando me dar
algo em que pensar além desse abismo infinito de caos que
estava se abrindo ao nosso redor.

“Eu prometo dar a você o meu pior assim que nossas vidas
não estiverem mais em risco,” rosnei, inclinando-me e
beijando-a com força, mas muito brevemente enquanto me
afastei novamente e saí do armário. Mais um momento em sua
companhia e meu autocontrole iria explodir.

Vesti uma camiseta e um moletom cinza para combinar


com minha calça antes de jogar a bolsa que eu coloquei sobre
o ombro e abri caminho para fora da sala.

Kyan caminhou ao meu lado e os outros flanquearam


Tatum atrás de nós.

“Você tem certeza disso?” Kyan perguntou e eu balancei a


cabeça uma vez.

Liam O'Brien era um monstro muito mais simples do que


meu pai. Eu poderia acabar com ele facilmente. Pelo menos eu
esperava que sim.

Não paramos até que descemos as escadas e chegamos à


sala de fumantes para onde Liam gostava de se retirar depois
do jantar.

“Vamos esperar aqui,” disse Nash, segurando Blake e


Tatum enquanto nos dirigíamos para a porta.

“Não vai demorar muito,” respondi enquanto Kyan se


movia na minha frente.

O cheiro de cigarros flutuou por baixo da porta antes


mesmo de eu abri-la e o som de vozes masculinas nos alcançou
quando entramos.

“Eu estava prestes a ir encontrar vocês, bando de


bastardos,” Niall disse feliz enquanto levantava seu copo para
nós antes de esvaziar o lote.
Liam parecia intrigado com a nossa interrupção, seu olhar
deslizando de Kyan para mim enquanto ele se recostava em
sua cadeira de couro e apagava o cigarro.

“O que posso fazer por você, rapaz?” Ele perguntou, sua


pergunta para Kyan quando viemos nos sentar à mesa com
eles.

“Estamos indo embora,” disse Kyan, sem rodeios e eu


tinha que dizer que gostava muito disso nele. “Esta noite. Algo
aconteceu e o pai de Blake está com problemas.”

“Não parece que esse seja o seu problema,” disse Liam,


arqueando uma sobrancelha para ele.

“É,” Kyan discordou. “Porque Blake é meu irmão, sua


família é minha família.”

“Você pode apenas apontar e escolher sua família agora?”


Niall perguntou, esfregando a mão no queixo como se essa
ideia o intrigasse. “Isso parece muito conveniente.”

“É o que é,” Kyan disse simplesmente.

“Não,” Liam respondeu, não surpreendendo nenhum de


nós dois. “Está claro para mim que enquanto este vírus ainda
estiver solto, você não vai voltar para aquele seu colégio interno
chique, o que significa que é hora de você voltar para casa para
nós permanentemente. Se seus amigos precisarem ir embora,
então seja isso. Mas você e eu temos um império para
administrar, Kyan.”

“Eu não concordo,” eu disse suavemente, abaixando-me


para abrir o zíper da bolsa que deixei cair aos meus pés e ao
olhar de Liam, Niall sacou um revólver e apontou para minha
cabeça.

Ele sorriu para mim e girou o cano enquanto eu diminuía


meus movimentos. “Eu não estou sacando uma arma.” Peguei
meu laptop para provar meu ponto, mas Niall puxou o gatilho
de qualquer maneira. Houve um clique surdo e eu pisquei,
percebendo que estaria morto aqui e agora se aquela coisa
tivesse estado carregada. Essa família realmente era um bando
de idiotas insanos.

“Cristo, você é um filho da puta de coração frio, não é?”


Niall riu quando ele falhou em obter mais do que aquele leve
lampejo de reação de mim. “Aposto que teria que passar meses
quebrando você se quisesse algum dos seus segredos.”

“Eu os levaria para o túmulo,” respondi sinceramente, e


seus olhos brilharam como se ele estivesse se perguntando se
isso era verdade.

“O que eu teria que fazer para quebrar um filho da puta


teimoso como você?” Ele disse coloquialmente. “Existe algum
tipo de tortura que funcionaria, ou você simplesmente iria para
a morte sem nunca dizer uma palavra?”

“Estamos no meio de uma conversa,” disse Liam,


desligando-o e Niall revirou os olhos antes de se recostar na
cadeira e abrir o cano de sua arma, deixando uma única bala
cair em sua mão.

“Espere,” Kyan rosnou quando seus olhos caíram sobre a


bala e ele ficou de pé. “Você acabou de apontar uma arma
carregada no meu irmão?”
Ele se lançou em direção a Niall que riu quando Kyan deu
um soco nele e ele foi jogado para trás de sua cadeira.

“O suficiente!” Liam latiu, parando a luta antes que


pudesse realmente começar.

Niall já estava de pé, seus olhos brilhando de excitação,


um brilho selvagem neles que falava de horrores incalculáveis.

“Relaxe, sobrinho, eu sabia que a bala não estava na


câmara. Eu só queria ver se eu conseguia fazer ele cagar
sozinho,” disse Niall, puxando uma faca do cinto antes de se
encostar na parede e usá-la para limpar em suas unhas.

Kyan murmurou algo sobre ele ser um bastardo louco


antes de cair de volta em sua cadeira ao meu lado. Niall me
deu uma piscadela que eu tinha certeza que significava que ele
não tinha certeza de tal coisa. Eu estalei minha língua, não
querendo causar mais uma cena por causa de uma bala que
nem tinha acabado no meu crânio quando voltei minha
atenção para Liam.

“Você estava me dizendo que parece pensar que está


deixando sua família fugir e ajudar o pai de seu amigo,” Liam
disse em voz alta, virando os olhos frios para Kyan enquanto
me inclinei para abrir meu laptop.

“Eu estou,” Kyan concordou. “Acho que é hora de deixar


claro para você que quero escolher minha própria vida, vovô.
Não vou virar as costas para a família, mas não quero ajudar
a administrar seu império - quero governar meu próprio reino.
E é hora de eu começar a traçar esse curso.”
“E o que te faz pensar que eu concordaria com tal
absurdo?” Liam perguntou, puxando um novo cigarro do maço
sobre a mesa e acendendo-o.

“Seria eu,” disse, chamando sua atenção de volta para


mim enquanto abria o primeiro arquivo no laptop e empurrava
para mais perto dele. “Antes de prosseguirmos, gostaria que
você soubesse que esta informação será liberada para o FBI se
algo acontecer a mim ou aos meus amigos e não verificarmos
com meu associado na próxima hora - apenas caso você tenha
alguma ideia maluca de nos matar aqui e agora. “

“O que estou olhando?” Liam perguntou, mas a maneira


como seu rosto empalideceu disse que ele sabia bem o
suficiente.

“Isso aí é um arquivo sobre você pessoalmente. Ele


documenta a forma como sua organização funciona, como você
lava seu dinheiro, de onde vem e como vai parar no seu bolso.
Há evidências mais do que suficientes lá para mandá-lo
embora por vida - que no seu caso não seria tão difícil
considerando a sua idade - e para torná-la ainda mais limpa,
tenho um vídeo de você matando pessoalmente um homem
chamado John Cormack, que data de três anos atrás. Eu
também tive o corpo dele realocado da cova rasa que você deu
a ele para que possa ser exumado, se necessário.”

As sobrancelhas de Kyan levantaram quando ele olhou


para as informações que eu estava apresentando, e o canto dos
meus lábios se contraíram enquanto tomava um momento
para me orgulhar do laço que acabei de colocar em volta do
pescoço de Liam.
“Se você estiver interessado em abrir qualquer uma das
outras guias, encontrará informações semelhantes sobre cada
um dos membros relevantes de sua família. Além de Kyan, é
claro.”

“O que você tem sobre mim?” Niall perguntou


curiosamente e eu levantei meus olhos para encontrar os dele
enquanto ele avançava ansiosamente, não como se ele
estivesse preocupado com o que eu tinha, mais como se ele
estivesse curioso.

“Na verdade, Kyan solicitou que eu enterrasse as


evidências contra você à luz da ajuda que você nos ofereceu.”
Eu admiti.

“Então, você não tem nada?” Ele perguntou, parecendo


desapontado.

“Encontrei muita coisa que poderia estar ligada a você -


mas direi que você é melhor em cobrir seus rastros do que o
resto de sua família. Portanto, é possível que você tenha
conseguido evitar o encarceramento ou pelo menos alegar
insanidade. Tenho a tendência de pensar que é porque você é
um louco e seus impulsos são tão aleatórios que você é
imprevisível demais para rastreá-lo. Mas talvez seja apenas
sorte.” Dei de ombros e Niall sorriu como se fosse o maior elogio
que ele já recebeu.

“Vou pedir a Saint para enviar a você um livro de recortes


cheio de todas as coisas que ele encontrou,” Kyan sugeriu com
um sorriso malicioso, parecendo estar superando toda a
questão de quase ter meu cérebro estourado. E achei que era
benéfico para ele ter um bom relacionamento com pelo menos
um membro da família, então decidi deixar isso passar
também.

“Além disso, como você sabe, quando derrubamos o


Royaume D'élite, queimamos até o chão, mas não fui
totalmente aberto sobre o que mais fiz lá. Consegui localizar
um disco rígido que continha informações sobre inúmeros
negócios altamente ilegais dos quais os membros daquele clube
participaram, bem como a chave dos números que os membros
receberam para ocultar suas identidades. Além das outras
informações que já reuni sobre sua organização, agora tenho
registros de todos os negócios que você fez com os outros
membros desse clube. Eu sei que você empreendeu vários
assassinatos de alto perfil e que você participou de negociações
privilegiadas juntamente com a extensa lavagem de dinheiro e
outras atividades mais do que questionáveis. Todas as
informações que consegui sobre aquele lugar e seus membros
serão entregues ao FBI no devido tempo, mas, como
demonstração de amizade, tomei muito cuidado para remover
todos os vestígios de evidência que ligassem qualquer coisa lá
a você e sua família. Supondo que você aceite nosso acordo,
continuará assim. “

“Que negócio você está propondo?” Liam perguntou, seu


olhar voando sobre as informações no arquivo quando ele
descobriu que minhas afirmações eram totalmente
verdadeiras.

“Agora, nada,” respondi simplesmente. “Kyan vai sair


daqui conosco e você vai renunciar a ele de toda e qualquer
responsabilidade que você pensou em dar a ele dentro de sua
organização. Podemos nos separar como amigos, se você
quiser. Eu entendo que todo o seu motivo para se juntar a
Royaume D'elite era para que você pudesse ganhar amigos
poderosos e eu garanto que você nunca fará um amigo mais
poderoso do que eu. Então você permite que Kyan seja seu
próprio homem e construa seu próprio reino como ele disse. Se
você precisa de mim ou de Kyan no futuro, tenho certeza de
que poderíamos chegar a um acordo. Da mesma forma, se
precisarmos de seu império, saberemos a quem ligar. Podemos
continuar amigos, mas ele não servirá mais abaixo de você. “

“E você quer isso?” Liam perguntou, sua atenção fixa em


Kyan. “Eu tinha pensado que você era o melhor cachorro, você
sabe disso, rapaz?”

“Eu quero,” Kyan concordou, recostando-se na cadeira.


“Mas eu não quero isso. Quero dizer, estou lisonjeado e tudo o
que você acha que eu seria a pessoa certa, mas simplesmente
não sou eu. Eu quero sair. Eu quero construir minha própria
vida, vovô. Isso é tudo.”

Liam tragou seu cigarro, seus olhos se estreitaram como


se ele estivesse procurando uma maneira de sair disso, então
ele exalou lentamente, soprando uma nuvem de fumaça para
nós.

“Tudo bem,” ele concordou finalmente, e meu peito


desinflou quando fechei o laptop e coloquei-o de volta na minha
bolsa. “Amigos. Mas não pensem que não vou cumprir essa
oferta. Um arquivo ou dois como este sobre alguns dos meus
inimigos podem ser exatamente o que o médico receitou.”

“Considere feito,” eu concordei. “Assim que eu matar meu


pai.”

Niall latiu uma risada e Liam bateu a mão na de Kyan em


despedida.
“Você teria sido tudo que esta família precisa,” Liam disse
sério, arrependimento brilhando em seus olhos quando foi
forçado a deixá-lo ir. Mas ele não tinha crescido um império
tão poderoso sem entender como escolher suas batalhas e ele
viu claramente que este era uma que ele não poderia vencer.
Homem inteligente. Eu teria gostado dele se ele não fosse um
idiota tão insuportável.

“Mas não é disso que eu preciso,” Kyan disse tão sério.

Liam acenou com a cabeça e nos despedimos, a risada


rouca de Niall nos seguindo enquanto ele gritava
encorajamento em nossas costas. Filho da puta louco.

“Está feito?” Tatum perguntou quando voltamos para o


corredor e o rosto de Kyan se abriu em um sorriso enorme.

“Claro e livre, baby,” ele anunciou, tomando-a nos braços


e fazendo-a rir enquanto ele roubava um beijo de seus lábios.

“Vamos pegar meu pai de volta,” Blake rosnou, a fúria em


seus olhos queimando violentamente e eu sabia que o demônio
nele estava ansioso para se libertar.

Viramos e nos dirigimos para a porta em um grupo unido


e Nash colocou as mãos em volta da boca, chamando de volta
antes de sairmos para o ar frio da noite. “Tchaaau Felicia!”

Eu bufei uma risada quando a porta se fechou em um de


nossos problemas e levantei meu queixo enquanto olhava para
a lua baixa no céu. Eu só queria que meu pai fosse tão fácil de
derrotar. Mas eu duvidava que houvesse muita chance disso.
Nós dirigimos para o norte por várias horas e eu esperava
ansiosamente chegar ao nosso próximo destino. Porque assim
que chegássemos onde diabos Saint estava nos levando (ele
tinha sido muito cauteloso até agora sobre os detalhes), eu
sabia que não demoraria muito para que estivéssemos
buscando justiça por tudo que Troy tinha feito e fazendo seus
gritos ecoarem na noite. Tínhamos que pegar as estradas
vicinais para evitar os bloqueios do exército e tinha a sensação
de que essa viagem tinha sido muito mais longa do que se
pudéssemos pegar as rodovias. Mas estávamos tão perto de
derrubar Troy e não podíamos correr o risco de sermos
apanhados agora. Eu sabia que Saint teria sido ainda mais
completo do que o necessário nessa tarefa.

Blake havia caído em um silêncio escuro ao meu lado na


parte de trás do carro, sua mão travada na minha enquanto eu
oferecia a ele qualquer conforto que pudesse. Meu coração
estava doendo pelo medo que devia estar atormentando ele. Eu
não descansaria até que seu pai estivesse seguro, voltando
para o lado de seu filho. Mas até então, eu sabia que meu
menino de ouro continuaria sofrendo, temendo o pior e
morando na dor que já sentia por perder sua mãe.

Seguimos para um vale abaixo das montanhas e a densa


floresta varreu ao nosso redor como traços artísticos através
da paisagem turva, iluminada pelo luar gelado.

Saint saiu da estrada e pegou uma trilha sinuosa através


de extensas fazendas e eventualmente paramos do lado de fora
de uma bela casa de fazenda antiga com uma longa varanda
de madeira, as luzes nas janelas dando a ela uma aura
aconchegante.

“Fique aqui.” Saint saiu, indo até a casa e batendo na


porta.

Uma mulher saiu com uma bolsa de tapete debaixo do


braço, acenando para Saint enquanto eles compartilhavam
algumas palavras antes de colocar uma chave em sua mão. Ela
caminhou até um caminhão azul, entrou e dirigiu pela pista de
onde acabamos de sair.

Saint acenou para que saíssemos do carro e saí atrás de


Blake com um suspiro de alívio, desesperada para esticar as
pernas. Eu olhei para o céu quando as primeiras estrelas
surgiram para piscar para mim e minha respiração ficou
embaçada em uma nuvem acima de mim. O ar estava muito
mais frio aqui, e imaginei que haveria geada esta noite, a julgar
pelas brilhantes gotas de gelo que já se formavam na grama.
“O que é este lugar?” Blake grunhiu.

“Uma parada,” Saint anunciou.

Blake se virou para encará-lo com os dentes à mostra.


“Não vou esperar outra noite para ir atrás do meu pai.” Ele
enfrentou a Saint, que não parecia afetado por sua exibição de
agressão e meu coração deu um puxão pelo meu menino de
ouro.

“Não depende de você. Não podemos chegar onde ele está


hoje,” Saint disse, avançando para pressionar sua testa contra
a de Blake. “Você confia em mim, irmão?”

Blake ficou em silêncio, seus lábios se contraindo com


raiva, então ele balançou a cabeça rigidamente.

“Então contenha sua raiva, guarde aquele fogo para


quando for a hora de apontá-lo para meu pai,” Saint disse.
“Mas não será esta noite.”

“Então quando?” Blake assobiou.

“Vou explicar isso dentro de casa,” Saint respondeu, se


afastando dele. “Não vou ter essa conversa enquanto Tatum
estiver aqui fora no frio.”

“Eu aguento um pouco de geada, garoto demônio,” eu


disse, cruzando meus braços e ele passou direto por mim em
direção ao carro.

“Estou bem ciente disso, Sereia. Mas, para minha paz de


espírito, ainda insisto em que entremos.”
Saint realmente tinha um mini Voldemort morando em
seu coração, mas havia definitivamente um pequeno Weasley
fofo aninhado lá também.

Os meninos pegaram tudo do carro, não me deixando


levar nada enquanto íamos para a casa da fazenda e o calor de
um fogo tomou conta de mim.

Entramos em uma grande sala e eu, Blake, Kyan e Nash


nos amontoamos no sofá juntos enquanto nos aquecíamos em
frente ao fogo.

Saint se moveu para ficar na frente dela, cruzando as


mãos atrás das costas como se fosse um príncipe real prestes
a fazer um discurso. “Esta casa fica a três dias de caminhada
de onde meu pai está escondido.” Todos nós caímos imóveis
enquanto o peso da tarefa que tínhamos pela frente pairava no
ar. “Então, Tatum, precisamos da sua experiência em
montanhismo. Por favor, faça uma lista de todos os
equipamentos de que precisamos para cruzar uma passagem
na montanha em temperaturas abaixo de zero. Tenho um
homem que poderá nos levar os suprimentos pela manhã.”

“Esse é o seu plano?” Eu perguntei surpresa enquanto os


caras trocavam olhares.

“Sim. Estudei imagens de satélite e a única maneira de


entrar na propriedade que provavelmente ficará desprotegida é
a área que dá para a montanha. Meu pai nunca esperaria um
ataque daquela direção, especialmente de alguém como eu.”

“Você está me dizendo que não é um homem das


montanhas que gosta de rolar na lama e usar camisas de
flanela?” Nash provocou e todos nós rimos enquanto Saint
revirou os olhos.

“O dia que eu usar flanela será um dia frio no inferno,”


Saint disse e eu juro que ele realmente estremeceu.

Eu já li um livro sobre um homem da montanha uma vez.


Ele era um príncipe da máfia que se escondeu por causa das
coisas que descobriu sobre si mesmo e com certeza fez ser um
homem da montanha parecer atraente. Ele encontrou uma
garota lá em cima naquela montanha e destruiu o céu e a terra
para se vingar das pessoas que a machucaram. O sexo tinha
sido muito quente também. Então, talvez Saint pudesse
realizar a coisa do homem da montanha com o pouco de
incentivo certo. Se Nicoli podia fazer isso em Beautiful Savage,
então por que não meu cérebro do crime com TOC também?

Saint tirou um bloco de notas e uma caneta do bolso da


jaqueta e me entregou. Comecei a escrever o que
precisaríamos, meu coração batendo forte com a perspectiva
de fazer montanhismo. Eu não tinha feito desde que meu pai
me levou uma semana antes de eu ser matriculada em
Everlake e eu tinha sentido muita falta. Apenas o pensamento
disso me fez sentir mais perto dele por um momento e meu
coração apertou com uma dor forte com o quanto eu sentia
falta dele. Não havia nenhuma maneira que eu deixaria algo
acontecer ao pai de Blake como aconteceu ao meu.

“Então, o que acontece quando atravessarmos as


montanhas e entrarmos furtivamente pela porta dos fundos do
seu pai?” Kyan perguntou. “Vamos com armas em apontadas
ou o quê?”
“Não,” Saint disse. “Será secreto. Vamos localizar o Sr.
Bowman e retirá-lo em segurança antes de irmos atrás de meu
pai. Garantir que ele está vivo e bem é nossa prioridade.”

Blake se mexeu na cadeira. “Se ele colocar a mão no meu


pai, vou fazê-lo sofrer, porra. Vou separá-lo pedaço por
pedaço,” ele rosnou e eu descansei minha mão em sua coxa,
apertando de forma tranquilizadora.

“Sim, bem, mesmo se ele estiver vivo e bem, vamos


garantir que meu pai sofra de qualquer maneira,” Saint disse
sem emoção.

Blake se empurrou para fora de seu assento de repente e


marchou para fora da sala, a porta se fechando atrás dele.

“Saint,” Nash assobiou. “Você não tem nenhum jeito de


merda?”

“O que foi que eu disse?” Saint perguntou com uma


carranca e me levantei, fazendo beicinho para ele antes de
seguir Blake para fora da sala, deixando os outros explicarem
a ele. Ele realmente não fazia ideia às vezes.

“Blake?” Chamei enquanto me movia pelo corredor de


entrada, mas nenhuma resposta veio de qualquer lugar da
casa.

Um baque, baque, baque repetitivo vindo de fora e eu


empurrei a porta da frente, pisando na varanda. As batidas
continuaram junto com grunhidos de raiva e eu o vi socando a
lateral do celeiro. Meu coração deu um salto e desci correndo
os degraus, correndo pelo quintal até meu menino de ouro. Eu
vim por trás dele, envolvendo meus braços em volta de sua
cintura, tentando puxá-lo de volta para fazê-lo parar.

“Tatum,” ele rosnou. “Eu não preciso da porra de um


abraço.”

“Sim, você precisa,” eu sussurrei, agarrando-me a ele


enquanto ele tentava tirar minhas mãos de sua cintura.

“Eu só preciso de uma saída,” ele retrucou. “Foda-se Troy


Memphis. Foda-se ele e sua porra de império. Eu o terei aos
meus pés em uma poça de sangue. Eu vou matá-lo por isso,”
ele jurou, sua voz cheia de vingança e ódio.

“Faremos isso juntos,” eu prometi e seus ombros caíram,


sua cabeça pendurada para frente. “Só não se machuque por
causa dele. Por favor.” Eu sabia que ele tinha uma veia
destrutiva nele. Era assim que ele lidava com a dor, causando-
a a si mesmo, aos outros. Mas eu não conseguia mais assistir
enquanto ele se punia mais.

“Eu não posso perder meu pai,” ele murmurou. “Não


depois da mamãe. Eu não posso, Tatum, eu só...”

“Você não vai,” jurei, querendo dizer isso do fundo da


minha alma. Eu dobraria o universo inteiro para garantir que
o pai de Blake fosse devolvido ao seu lado. Eu não o deixaria
perdê-lo como se tivesse perdido o meu. Eu não veria esse
destino se tornar realidade.

O ar frio me fez estremecer enquanto segurava Blake, o


calor de seu corpo me chamando como uma fornalha.

“Vem cá,” ele murmurou, pegando minha mão e


empurrando a porta do celeiro.
Escorregamos para dentro e encontramos o local cheio de
sacos de alguma safra, empilhados bem alto em volta das
paredes de madeira. Estava escuro, mas havia uma clarabóia
no telhado que permitia que o luar entrasse. Sem o vento me
mordendo, não estava muito frio e eu não iria a lugar nenhum
até que Blake se sentisse pronto para voltar para dentro de
qualquer maneira.

Ele começou a escalar os sacos em direção ao telhado e eu


o segui, subindo até onde ele se deitou sob a clarabóia. Ele me
puxou para o lado dele e me colocou debaixo do braço, seus
músculos dobrando ao meu redor. Eu me aninhei contra ele,
olhando para o mar de estrelas acima e a meia-lua que brilhava
tão forte que lançava um halo ao redor no céu.

“Eu nunca estive tão longe nas montanhas,” Blake


murmurou. “Mamãe e papai me levaram para acampar no Lago
Kahuto no verão quando eu era criança, mas foi o mais perto
que cheguei de uma vida difícil. E tínhamos camas de
campanha infláveis, uma TV e um churrasco, então não era
exatamente o essencial.”

Eu bufei. “Tente acampar nas terras selvagens no inverno


na temporada de ursos.”

“Você é uma fodida fodona.” Ele riu, beijando meu cabelo


enquanto me puxava para mais perto.

“Sim,” eu cantei provocativamente. “Tenho de agradecer


ao meu pai por isso.”

“Eu gostaria de tê-lo conhecido de forma adequada,” Blake


disse rispidamente e meu batimento cardíaco vacilou por uma
eternidade.
“Eu também,” respirei enquanto as lágrimas ardiam em
meus olhos. Eu chorei muito por ele, e prometi que não faria
isso de novo, sabendo que não faria nada além de me causar
dor. Mas com Blake, às vezes eu sentia que ele podia ver aquela
dor em mim tão claramente que eu não queria esconder.
Reconhecemos essa parte um do outro da mesma forma que
reconhecemos em Nash. A perda era como a chuva. Às vezes
chovia durante dias, outras vezes era uma seca cheia de nada
além de luz solar. Mas sempre voltava. Era inevitável.

“Você sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa,


Blake. Se você está com raiva, magoado ou quer desabafar,
estou sempre aqui,” eu disse seriamente.

“Eu sei,” ele suspirou. “Às vezes eu não acho... minha


cabeça fica tão embaçada de raiva, é tudo o que posso sentir.”

“Às vezes me sinto assim,” admiti. “Quando eu penso em


meu pai e como ele morreu nas mãos de Mortez. Eu repasso
isso na minha cabeça indefinidamente até que queime. “

Ele me segurou com mais força e eu sabia que ele sabia


como era isso, mesmo sem ele ter que dizer.

“É como se você repetisse o suficiente, você pudesse


mudar,” ele disse, sua voz cheia de tristeza. “Cada momento
que levou a isso e todas as escolhas que poderiam ter sido
feitas e que teriam mudado tudo.”

“Sim,” eu concordei com a voz embargada.

“Às vezes é como se isso fosse tudo o que restou dela,”


disse ele em voz baixa. “Como se aqueles dias finais tivessem
apagado tudo de bom antes disso. Mas me sinto culpado como
o inferno pensando nisso, porque havia tantas coisas boas. “

“Diga-me uma coisa boa,” insisti e ele ficou em silêncio por


um momento, o vento uivando em algum lugar nas montanhas.

Ele correu o polegar sobre a pulseira no meu pulso que


pertencera à sua mãe e eu quase pude sentir uma conexão com
ela por um segundo. Como eu a conhecia. Só um pouco.

“Costumávamos fazer panquecas juntos todos os


domingos,” disse ele por fim. “Papai saía da cama tarde e nós
dois bagunçávamos a cozinha antes dele descer. Faríamos as
panquecas favoritas de todos, sempre as mesmas. As minhas
eram de chocolate e banana e os dela eram... cerejas e xarope
de bordo.”

Virei minha cabeça para olhar para ele quando ele disse
isso, mas ele manteve os olhos no céu, seu olhar verde escuro
refletindo as estrelas cintilantes. “Mas você sempre tem cerejas
e xarope.”

Sua garganta balançou. “Depois que ela morreu, comecei


a comer todos os dias para me lembrar dela. Ter algo físico bem
na minha frente logo pela manhã que faria com que eu nunca
a esquecesse. As pessoas sempre dizem que não vão esquecer
os mortos, mas esquecem. Eles seguem em frente. Eles
superam isso. Eles não querem enfrentar a dor porque senão
ela nunca vai embora. Mas se a dor passar, isso não significa
que eles vão embora também?”

Eu pisquei para conter as lágrimas, olhando para o céu.


“Eu não sei,” eu sussurrei porque eu lutei com isso também.
Eu não queria deixar ir, porque e se eu fosse a única coisa que
ainda os mantinha vivos? Pai, Jess. Se eu os esquecesse, quem
mais se lembraria deles? Mas segurar a dor não os trouxe de
volta. Isso só me fez sofrer.

Estendi a mão para escovar meus dedos sobre o colar em


volta da minha garganta, tentando alcançar alguma sensação
de Jess demorando nele.

“Você acha que eles estão em algum lugar por aí?” Ele
perguntou. “Você acha que eles sentem nossa falta também?”

Uma lágrima escorreu pela minha bochecha enquanto eu


assentia. “Acho que temos que acreditar nisso, temos que
esperar que eles acreditem. Porque a alternativa é horrível
demais. Mas de qualquer maneira... eles querem que paremos
de sofrer por eles. Eu sei que eu gostaria disso se as coisas
fossem ao contrário. Mas isso não significa que temos que
esquecê-los.”

“Você está certa,” disse Blake pesadamente.

“Doeria em sua mãe ver você com dor. Assim como me dói
quando vejo você se machucar.” Levei seus dedos machucados
à minha boca e os beijei suavemente, trabalhando meus lábios
em cada um.

Ele rolou em minha direção, empurrando uma mecha de


cabelo atrás da minha orelha enquanto olhava para mim. “Eu
nunca quero te machucar de novo, Cinders.”

“Então não faça,” eu respirei e ele se inclinou para me


beijar, sua boca se movendo firmemente contra a minha e eu
senti a profundidade de suas palavras dentro dela. Blake
Bowman já foi meu monstro quebrado e vingativo. Ele me
caçou, me prendeu, me feriu. Mas cada golpe que ele desferiu
realmente foi contra ele mesmo. Agora, eu valorizo as cicatrizes
que ele deixou em mim, porque fazendo um ao outro sangrar,
nós encontramos uma maneira de curar, de lidar com isso. Ele
não era mais meu monstro. Ele era meu menino de ouro, meu
raio de sol no escuro. Ele brilhava tanto que às vezes era difícil
acreditar que ele tinha algo além de luz em seu coração. Mas
eu sabia melhor. Eu sabia que até o sol tinha cicatrizes por
trás de seu exterior ofuscante. E isso não o tornava fraco, na
verdade, queimou ainda mais brilhante para eles.

***

O homem de Saint apareceu antes do amanhecer com


quase tudo que precisávamos. Ele tinha conseguido o
equipamento de acampamento e caminhada, bem como as
roupas e botas que precisaríamos e ele trouxe as armas que
Saint havia solicitado também. Infelizmente, ele não foi capaz
de pegar os coletes Kevlar e, claro, Saint tinha perdido a cabeça
por causa disso. Levei vinte minutos para convencê-lo a não
destruir a vida inteira do cara por ter falhado e no final ele
finalmente cedeu para que pudéssemos seguir em frente. Eu
não tinha grandes esperanças para o futuro do cara, no
entanto.

Nenhum de nós ficou satisfeito por ter que entrar na casa


de Troy sem os coletes à prova de balas, mas não poderíamos
perder mais tempo enquanto o pai de Blake estivesse em
apuros, então apenas tínhamos que torcer para que não
precisássemos deles.
Então, quando partimos com nosso equipamento de
caminhada quando o céu começou a ficar pálido, nossas
mochilas estavam cheias de tudo que precisaríamos para a
caminhada, mesmo que fossem um pouco leves em armadura
corporal.

Havia um antigo caminho que nos conduzia à montanha


que precisávamos cruzar, mas logo estávamos escalando um
terreno rochoso, nossa respiração embaçando à nossa frente
enquanto marchamos resolutamente, querendo ganhar o
máximo de terreno possível. Apenas paramos brevemente para
almoçar e beber café quente que Nash colocou em um frasco,
todos nós alinhados em um tronco caído enquanto o ar frio
assobiava através das árvores ao nosso redor.

A floresta ficou mais densa à medida que avançávamos e


ocasionalmente eu verificava o GPS com Saint para ter certeza
de que ainda estávamos no caminho certo. Meus rapazes me
seguiram, confiando em mim para guiá-los e quando a noite
estava caindo, eu nos conduzi a uma vala protegida entre duas
enormes formações rochosas e comecei a ensiná-los a armar
uma barraca. Monroe era o único deles que tinha alguma
experiência real em acampar, então ele me ajudou a ensinar os
outros.

Kyan se agachou ao meu lado com o martelo, animado


para bater as estacas da tenda no chão enquanto eu trabalhava
para colocá-lo no lugar.

“Você tem que fazer isso em um ângulo,” eu disse a ele


antes que ele fosse todo Rambo na estaca que eu estava
posicionando ao lado da barraca, o elástico enrolado em volta
dela.
“Por que isso?” Ele perguntou.

“Porque se for reto, a tensão do elástico pode puxá-lo para


fora do chão. Isso o torna mais estável.” Eu estendi minha mão
para pegar o martelo dele, mas ele o apertou contra o peito
como se fosse seu novo brinquedo favorito. Eu bufei, revirando
meus olhos para ele. “Tudo bem, apenas martele desta forma.”
Eu mostrei a ele como segurar a estaca e ele acenou com a
cabeça, tirando-a de mim e jogando-a no chão antes de olhar
para mim em busca de aprovação como um cachorrinho
assassino.

“Perfeito. Agora faça com o resto delas.” Beijei sua


bochecha e me levantei, indo ajudar Saint que estava
colocando as estacas no chão, ajustando-as para que ficasse
em linha reta. Muito útil.

Eu o cutuquei nas costas. “Você quer me ajudar a coletar


um pouco de lenha?”

Ele se virou para mim, parecendo tão deslocado aqui na


selva que tive que engolir uma risada.

“Tudo bem,” ele disse rigidamente, e senti que algo estava


errado quando peguei sua mão e o levei para as árvores além
do acampamento.

“Ahh! Uma estaca simplesmente saltou e me atingiu no


olho, Kyan!” Blake gritou atrás de nós. “Coloque-a de lado
como Tatum mostrou a você.”

“Isso é o que ela disse,” Nash brincou e Kyan soltou uma


gargalhada enquanto eu olhava para Saint com um sorriso,
mas a tensão estava alinhando sua testa.
“Você está bem?” Eu perguntei quando saímos do alcance
da voz do acampamento.

“Sim,” ele rosnou, olhando para o chão. “O que é adequado


para queimar?”

“O material seco. Normalmente há alguns sob os pinheiros


ou qualquer tipo de árvore que não deixa cair suas folhas.” Eu
o levei até um e comecei a empilhar galhos em meus braços
sob uma velha conífera.

Saint se agachou para ajudar, examinando cada galho


criticamente antes de construir uma pilha daqueles que
passaram em sua avaliação. Começamos a fazer um bom
tesouro, a luz da lua brilhante o suficiente para que nem
precisássemos usar nossas lanternas.

“Estes não estão secos o suficiente,” Saint rosnou de


repente, levantando-se e chutando sua pilha para que eles se
espalhem por toda parte. “Vou começar de novo.”

“Eles são bons,” eu insisti, mas ele se moveu para


examinar outro pequeno galho com olhos estreitos e suspirei,
jogando uma braçada de gravetos no chão.

“Saint, o que está acontecendo?” Eu marchei em sua


direção e ele se levantou, escovando os joelhos antes de olhar
para mim com o Diabo nos olhos.

Sua mandíbula apertou e podia sentir que ele estava


prestes a perder o controle. Aproximei-me rapidamente,
colocando seu rosto em minhas mãos para fazê-lo se
concentrar em mim.
“Eu não estou acostumado com isso,” ele murmurou.
“Uma coisa é estar rodeado pelas minhas próprias coisas
enquanto nos movemos de um lugar para outro. Posso criar
alguma aparência de rotina. Mas esta noite, estarei dormindo
em uma esteira em uma barraca que é pouco maior do que o
armário de um zelador e eu...eu...”

Eu caí de joelhos embaixo dele, curvando minha cabeça,


minha respiração vindo instável enquanto esperava que isso
fosse o suficiente para ajudá-lo a recuperar sua sensação de
controle. Precisávamos de Saint mais do que nunca agora e eu
não iria deixá-lo escorregar para o caos dentro dele. Eu iria
mantê-lo aqui, mantê-lo são.

“Você pode fazer isso,” eu disse a ele apaixonadamente.


“Você pode fazer qualquer coisa. Você é Saint Memphis.”

Ele colocou a mão no meu cabelo com um ruído baixo em


sua garganta.

Risos e gritos vindos do acampamento e sabia que os caras


estavam brincando, o que me deu uma ideia.

“Você precisa colocar nosso acampamento em ordem,


Saint,” eu insisti. “Precisamos de fogo, comida e aquela tenda
pronta para dormir antes que a geada comece.”

“Sim...” ele disse pensativo. “Ordem. É disso que


precisamos. É melhor você coletar a lenha então, Sereia.
Levante-se e termine a pilha.”

Eu me levantei e fiz o que ele disse, juntando galhos e ele


começou a apontar mais para eu colher. Quando a pilha ficou
grande o suficiente, Saint a pegou e sacudiu a cabeça para que
eu o seguisse.

Voltamos ao acampamento, encontrando os outros caras


em guerra com três grandes varas que empunhavam como
espadas.

“Você me desonrou, senhor,” Blake disse em uma voz


elegante, acenando sua espada para Kyan, que acertou a dele
com toda sua força, fazendo com que os dois gravetos se
partissem ao meio.

“Ha!” Nash atingiu Kyan nas costas com seu taco antes de
acertar Blake no braço. “A vitória é minha!”

Blake e Kyan se voltaram para Nash, compartilhando um


olhar antes de mergulhar nele e derrubá-lo no chão, tentando
lutar com o taco de sua mão. Foi tão bom ver um sorriso no
rosto de Blake novamente que imediatamente se abriu no meu.
Eu sabia que era isso que ele fazia; ele enterrou suas emoções
profundamente quando elas ficaram demais e pintou um rosto
feliz. E se isso o ajudou, então eu era totalmente a favor. Pelo
menos ele não estava mais socando as coisas. Eu só esperava
que ele nunca mais fizesse isso depois da nossa conversa na
noite passada.

“O que, em nome de tudo que é sagrado, está


acontecendo?” Saint estalou, apontando para a tenda que
estava meio caída.

Os caras se separaram, olhando para nós como crianças


culpadas pegas pelos pais.
“Bem... nós nos ocupamos construindo o banheiro,” Blake
disse inocentemente, apontando para uma árvore onde um
buraco tinha sido cavado no chão e um galho estava espetado
ao lado com um rolo de papel higiênico empoleirado no topo.

Comecei a rir e Saint me lançou um olhar de advertência.

“Limpe este lugar,” Saint sibilou, batendo na minha


bunda com força enquanto me encorajava a ir para os outros.
Droga, isso dói tão bem.

Corri até eles com um sorriso malicioso quando Blake e


Kyan se levantaram. Monroe estendeu a mão para mim para
ajudá-lo a se levantar e eu a agarrei. Ele sorriu, puxando com
força e caí em cima dele com um grito. Ele me beijou
descaradamente, apertando minha bunda onde Saint tinha
acabado de me bater.

“Você fica tão gostosa com todo esse equipamento de


caminhada,” ele rosnou contra meus lábios. “Como uma
espécie de guarda-florestal sexy. Você veio para me punir por
colocar fogo em sua calcinha?”

“Nash e Tatum, desistam,” Saint rebateu, mas Nash


enfiou sua língua em minha boca desafiadoramente e eu sorri
enquanto o beijava de volta com a mesma ferocidade. Saint
precisava estar no controle, então eu estava mais do que feliz
em dar a ele um motivo para me punir.

“Levanta.” Saint pegou minha mão, me puxando de


Monroe e olhando minha boca com uma pitada de luxúria em
seus olhos. “Vocês dois.” Ele chutou Nash sem tirar os olhos
de mim. “Vocês dois serão punidos por me desobedecer.”
“Eu não estou sendo espancado como Blake foi, cara,”
Nash disse, e olhei para ele, mordendo meu lábio em um
sorriso.

“Tem certeza? Eu realmente gostaria de ver isso,” eu disse


sedutoramente.

“Não,” Saint cortou. “Vocês dois ajudarão a montar este


acampamento e, em seguida, me relatem para sua punição.”
Ele nos apontou para Kyan e Blake enquanto eles lutavam para
levantar a tenda sem direção.

“Você pode ajudá-los enquanto eu começo uma fogueira?”


Eu perguntei a Nash enquanto corríamos para longe de Saint.

“Claro, princesa.” Ele bateu seu braço contra o meu e nós


compartilhamos um sorriso malicioso antes de se dirigir aos
caras para ajudar.

Eu acendi uma fogueira em tempo recorde, caindo no


ritmo familiar enquanto pensava em meu pai e tentava não
deixar as memórias ficarem coloridas pela dor. Eu queria sorrir
quando me lembrei dele, não chorar. Eu precisava do bom
queimar mais brilhante do que o ruim, porque a noite final de
sua vida não iria arruinar cada coisa feliz que eu tinha que
segurar nele. Com um pouco de esforço, consegui manter os
pensamentos sombrios sob controle e quando o fogo foi aceso
e as chamas descongelaram minhas mãos frias, senti como se
tivesse dado mais um pequeno passo para processar sua
morte.

Esse era o tipo de coisa que sempre gostei de fazer com ele
e queria continuar fazendo isso no futuro, fazendo viagens para
o deserto e deixando minhas memórias dele e de Jess
aquecerem meu coração, em vez de permitir que desvaneça.

Em seguida, liguei o fogão a gás, esquentando os cinco


feijões de pimenta que fiz na noite anterior antes de enfiar
algumas fatias de pão em um palito e colocá-lo sobre o fogo
para torrá-los.

Eu preparei a comida assim que Kyan, Blake e Nash


apareceram carregando uma enorme tora da floresta para
colocar na frente do fogo. Saint pegou minha mão, me
afastando da comida e me sentando no meio do tronco antes
de envolver um cobertor em volta dos meus ombros. O resto
dos caras pegou os pratos de comida e os distribuiu, sentando-
se de cada lado de mim para que estivéssemos aconchegados
enquanto comíamos. Bem, eu, Blake, Kyan e Nash comemos
de qualquer maneira. Quando olhei por cima do colo de Kyan,
vi Saint sentado com seu prato de plástico de pimenta e
torradas intocado sobre os joelhos, as mãos fechadas ao lado
do corpo. Passei meu cobertor para Blake e joguei meu prato
vazio no chão, me levantando e me movendo para sentar ao
lado de Saint no final do tronco, determinada a fazê-lo passar
por isso.

“Está tudo bem,” ele rangeu, mas claramente não estava,


então eu peguei uma garfada de chili e segurei em sua boca.

Sua garganta balançou, então ele abriu a boca e coloquei


entre seus lábios. Ele mastigou lentamente e engoliu.

“Que tal?” Eu perguntei, um sorriso dançando em minha


boca.

“Surpreendentemente bom,” disse ele.


“O fogo deixa o pão fumegante, certo?” Eu disse e ele
acenou com a cabeça, abrindo a boca para mais e bufei
enquanto continuava a alimentá-lo.

“Nash e Tatum, vocês podem se apresentar para sua


punição agora,” Saint decidiu quando terminou o último
bocado de comida.

“Você não vai me fazer fazer merda nenhuma, Memphis,”


Nash disse enquanto se levantava e esticava os braços acima
da cabeça.

“Se você se recusar, eu terei Kyan e Blake para mantê-lo


fora da tenda esta noite enquanto você nos ouve foder Tatum
sem você,” Saint disse simplesmente e meus lábios se abriram.

Blake e Kyan riram como se não fossem lutar com Saint


por isso e eu soquei Saint no braço.

“E se eu não consentir?” Eu disse e Saint sorriu para mim.

“Você realmente vai dizer não, Sereia? Vou garantir que


toda a atenção esteja em você. Sem trabalho. Nada. Faremos
você gozar tantas vezes que ficará cega por um dia inteiro
depois.”

Eu comecei a rir, mas o calor subiu em minhas bochechas


também, porque eu sabia que ele estava falando sério. “Bem,
ok, vou jogar junto. Mas eu quero a mesma punição que Nash.”
Eu me levantei, imaginando que Monroe poderia ficar mais leve
se ele apenas tivesse que fazer o que Saint queria que eu
fizesse. A menos que Saint quisesse que eu chupasse seu pau,
nesse caso, Nash estava fodido.
“Tem certeza, Tatum?” Saint ronronou sombriamente,
seus olhos brilhando com diversão.

“Sim,” eu disse, movendo-me para ficar ao lado de Monroe


na unidade.

“Isso vai ser bom,” disse Kyan com um sorriso selvagem.

“Eu acho que teremos um pouco de competição então,”


Saint meditou, ficando de pé. “Vá para o outro lado do fogo e
vire-se.”

Olhei para Nash e fizemos o que ele disse, ficando de


costas para as chamas em frente aos outros.

Houve alguns sussurros, em seguida, o barulho de passos


enquanto eles se moviam ao redor do acampamento e eu senti
os três vindo atrás de nós um minuto depois. Ser perseguido
pelos Guardiões da Noite fez minha pulsação disparar e me
lembrei vividamente da maneira como eles tinham feito
punições como reis da Everlake Prep, punindo aqueles que
mereciam sua ira. Monstros nascidos para devorar monstros.

A mão de Saint desceu pela minha espinha em um


movimento fluido, aplicando pressão para me dobrar a meio
caminho. Kyan empurrou Monroe de forma menos sedutora e
bateu sua virilha contra sua bunda, transando com ele e
fazendo Nash praguejar.

“Aceite como uma boa vagabunda,” brincou Kyan e


Monroe se moveu para se levantar, mas Blake o empurrou
pelos ombros.
Kyan se afastou, rindo ofensivamente e adrenalina
injetada em meu sangue a partir daquele som familiar demais.
Sempre o precedeu ser um bastardo do mal.

A mão de Saint deslizou em volta da minha cintura,


desabotoando minhas calças e deslizando para baixo com
minha calcinha para expor minha bunda. Mordi meu lábio em
um suspiro, não querendo que ele soubesse que eu estava
perturbada. Olhei enquanto Nash amaldiçoava, encontrando
Kyan fazendo o mesmo com ele e me perguntando o que diabos
eles planejaram.

“Vocês estão fodidos, vocês sabem disso, certo?” Monroe


rosnou.

“Você está tão fodido da cabeça, Nash,” disse Blake, com


um sorriso em sua voz. “Você apenas prefere estar do lado onde
está o poder.”

“O jogo é este,” Saint anunciou bruscamente para chamar


a atenção de todos. “Vamos colocar pinhas entre as bochechas
de sua bunda e o primeiro de vocês que deixar cair uma perde.”

“Espera aí, ela tem muito mais bunda para segurar,” Nash
reclamou e comecei a rir.

“Você tem duas placas de músculo nas bochechas da


bunda, então eu não sei do que você está reclamando, Nash,”
eu joguei para trás e ele riu. “Qual é o prêmio por ganhar?”

“O perdedor vai para o vencedor,” Saint disse sem


hesitação. “E como um adoçante para você, Sereia, se você
ganhar, o resto de nós se revezará para atacar você também.”
“Err, porra, sim,” eu concordei instantaneamente. “Você
vai cair, Nash. Literalmente.”

Monroe soltou uma risada, parecendo muito animado com


a perspectiva de ganhar agora também. “Tudo bem, o jogo
começou,” disse ele.

Saint colocou a mão na parte inferior das minhas costas,


separando minhas bochechas com os dedos e posicionando
uma pinha no topo. “Você consegue, Tatum,” ele disse sério, o
que tornou tudo ainda mais engraçado.

“Ei, isso é favoritismo,” Nash rosnou competitivamente e


eu bufei. “Você tem o Rei do TOC colocando sua pinha, você
terá uma vantagem.”

“Não se preocupe, irmão, vou colocar a sua bem fundo,”


Kyan prometeu e Nash praguejou alto enquanto enfiava uma
entre suas bochechas.

Comecei a rir, perdendo o controle quando Saint colocou


outra entre minhas nádegas. A coisinha espinhosa era
desconfortável pra caralho, mas eu ainda planejava ganhar
este jogo.

“Pare de rir, você vai deixá-los cair,” Saint sibilou, batendo


no lado da minha coxa e eu engoli um gemido quando a dor
cintilou através da minha carne e se transformou em prazer.
Colocar pinhas entre as nádegas e ser espancado pelo Diabo
era uma preliminar? Porque se fosse, definitivamente era uma
das minhas. Eu realmente era tão confusa quanto essas feras.

“Quantos ela tem agora?” Nash perguntou.


“Cinco,” Saint anunciou enquanto colocava outro no lugar
e a pontada de dor me fez mudar de um pé para o outro.

“Ha, Nash tem seis,” Blake anunciou.

“Apresse-se, Saint,” eu encorajei e ele riu.

“Está gostando disso, não está?” Ele zombou, em seguida,


acrescentou outro. “Tudo bem, isso é o suficiente, deixe-os
ficar com suas bundas no calor do fogo e ver quanto tempo eles
podem durar sem deixar cair uma.”

Saint se afastou e o fogo imediatamente lavou minha


bunda exposta, fazendo minha pele começar a formigar.

“Por que isso está me excitando?” Blake murmurou para


si mesmo.

“Porque tudo te excita quando se trata de Tatum,” Saint


disse simplesmente.

“Oh sim,” disse Blake com uma risada.

“Jesus, esse fogo é fodidamente quente,” Monroe


assobiou.

“Esse é meio que o jeito dos fogos,” Kyan zombou. “Oh, a


propósito, Saint, você vê aquela bela e suculenta bochecha
esquerda de Tatum?”

“Mmm?” Saint questionou desconfiado.

“Decidimos que é onde ela fará sua tatuagem de lula,”


disse Kyan e eu segurei uma risadinha.
“É melhor que seja uma piada,” Saint disse friamente.

“Não é,” eu joguei junto. “Sinto que é muito pessoal para


mim e quero que seu significado seja marcado em mim para
sempre.”

“Qual é?” Saint assobiou.

“Você sabe o que é,” Kyan riu levemente. “Pare de jogar


esse jogo, cara.”

“Eu não tenho ideia do que isso significa,” Saint estalou.


“E eu realmente acho que é hora de você me contar.”

“É o que você pensa quando não pensa demais,” disse


Blake. “Demorou um pouco, mas agora entendi.”

“É melhor você estar brincando, Bowman. Eu me recuso


a ser o único que não entende isso!” Saint empacou.

“Saint é incapaz de pensar demais sobre isso,” Nash disse.

Minha bunda estava ficando seriamente quentinha e as


pinhas doíam como uma cadela, mas antagonizar Saint era
uma boa distração. “Acho que, uma vez que eu tiver a
tatuagem, fará mais sentido para você.”

“Se Kyan marcar seu corpo com uma lula, irei


pessoalmente acompanhá-la para que seja removida,” Saint
disse bruscamente.

“Eu acho que você precisa apenas abraçar a lula, mano,”


disse Blake. “É muito mais fácil assim.”
Um pap soou quando uma pinha atingiu o chão e Nash
gemeu. “Porra.”

“Tatum vence!” Kyan gritou quando Monroe sacudiu sua


bunda sem graça e eu estendi a mão, tentando me livrar das
pinhas com um por cento a mais de dignidade. “Eu tenho você,
baby.” As mãos ásperas de Kyan deslizaram sobre minha
bunda e ele tirou todos os cones com cuidado. Foi
estranhamente doce antes dele se inclinar para morder minha
bunda esquerda com força.

“Filho da puta!” Eu engasguei, ficando de pé e ele puxou


minha calcinha e jeans ao mesmo tempo, sorrindo para mim.

“Só para lembrarmos onde colocar a lula,” ele ronronou


em meu ouvido.

Eu segurei seu braço, puxando sua manga para cima e


afundando meus dentes na lula pintada em sua carne até que
ele gemeu. “Só para lembrarmos onde está a sua, baby,” eu
provoquei, em seguida, escapei dele e tirei meus sapatos antes
de rastejar para dentro da barraca. Afinal, eu tinha um prêmio
para reivindicar.

“Não fique muito animada, Sereia,” Saint gritou atrás de


mim antes que eu pudesse me despir e deitar para esperar meu
primeiro prêmio. “Você ainda está sofrendo sua punição. Então
você pode passar a noite sonhando com qual de nós vai fazer
você gozar mais forte de manhã. Até então, sua calcinha vai
ficar exatamente onde está.”

Meus lábios se separaram em indignação e eu estava


prestes a discutir quando Blake se inclinou para falar em meu
ouvido. “Pense em como você ficará excitada depois de toda
essa expectativa,” ele ronronou. “E como você vai dormir bem
esta noite sabendo que vai acordar com um de nós comendo
você no café da manhã.”

Mordi meu lábio e encolhi os ombros. Afinal, parecia uma


maneira bastante celestial de acordar.

Meus meninos se amontoaram atrás de mim e, embora


fosse feito para seis pessoas, ainda era um pouco apertado,
considerando que quatro dessas pessoas foram construídas
como casas de tijolos de merda.

Eles abriram o zíper de todos os sacos de dormir e os


colocaram sobre as esteiras de enrolar como uma grande cama
e eu tirei minhas roupas e coloquei minha calcinha antes de
deslizar para debaixo das cobertas. Com alguns grunhidos,
chutes acidentais e grunhidos de frustração, os meninos
conseguiram se despir também e se juntar a mim sob as
cobertas. Blake chegou à minha direita primeiro e Kyan à
minha esquerda, pressionando perto de mim, então fiquei
presa entre duas paredes de músculos quentes.

Era o paraíso do caralho.

Saint certificou-se de que o zíper da tenda estivesse


fechado antes de se deitar ao lado de Kyan e assumir sua
postura Drácula de costas, fechando os olhos, uma ruga entre
as sobrancelhas.

“Conte-nos um dos poemas de Poe, Saint,” insisti, certa de


que ele ainda estava lutando contra a situação. “É quase meia-
noite.” Eu não tinha ideia de que horas eram na verdade, mas
era importante que ele acreditasse nisso agora.
Ele respirou lentamente e recitou um trecho de um poema
que eu o ouvi ler antes, que fez meu coração se encher com
toda a beleza e maravilha do mundo. “Tu foste tudo isso para
mim, amor, pelo qual minha alma ansiava. Uma ilha verde no
mar, amor, uma fonte e um santuário. Tudo enfeitado com
frutas e flores de fadas, e todas as flores eram minhas.”
Cruzar a floresta gelada entre picos cobertos de neve e
pinheiros altíssimos foi de alguma forma libertador, depois de
passar tantos meses preso no isolamento de uma forma ou de
outra. Tínhamos muito mais liberdade para nos movimentar
na Everlake Prep do que a maioria das pessoas no mundo
desfrutava, mas apenas saber que estava confinado dentro das
paredes da escola parecia estar encarcerado.

Isso aqui era pura liberdade, nada além de nós e a selva


por quilômetros a fio, céus abertos acima de nós e paisagens
pitorescas ao redor.

E o melhor de tudo, aqui os meninos ricos não levavam


vantagem. Tatum era quem sabia a melhor forma de atravessar
esta paisagem e eu pelo menos acampava várias vezes na
minha vida anterior, então eu sabia o básico.
Os outros, nem tanto. Eu deixei Saint lutar com as estacas
por quinze minutos antes de ter pena dele na noite passada.
Era muito engraçado resistir ao desejo de filmar, no entanto, e
eu atualmente tinha um novo protetor de tela de seu rosto
furioso quando ele me pegou gravando.

Não foi nada fácil, mas tínhamos feito um bom progresso,


nos aproximando da cabana de inverno chique que Troy
mantinha escondida aqui.

Esta noite seria a última noite que teríamos que passar


aqui e quando acordássemos amanhã estaríamos nos
aproximando de nosso destino, prontos para acabar com isso.
Eu estava carregando essa vingança nos ombros por muito
tempo e já não era hora de eu ver o homem que matou minha
família pagar o preço por seus crimes.

“Acho que seremos capazes de ver uma vez que chegarmos


ao topo deste cume,” Saint disse enquanto caminhava pela
trilha atrás de mim. Embora a trilha não fosse totalmente
precisa, já que certamente não havia nenhum caminho real
aqui, apenas uma trilha estranha deixada por animais.

“Você disse isso no último cume,” eu apontei e ele fez uma


careta com o erro.

“Sim. Bem, não deveria ser nenhuma surpresa que eu não


sou adequado para montanhismo. Mas eu reconheço esta
vista. É muito semelhante à que você pode ver da cabana e eu
verifiquei o GPS, então desta vez tenho quase certeza.” Saint
fez uma careta para as árvores como se as estivesse desafiando
a discordar.
“Quase?” Eu provoquei e ele cerrou os dentes enquanto
seguia em frente, claramente precisando descobrir se ele
estava certo ou não para si mesmo.

“Provocador,” Tatum zombou quando ela apareceu ao meu


lado, deslizando para fora das árvores silenciosamente, como
se tivesse nascido para isso. Ela era como uma pequena ninfa
da floresta em harmonia com a natureza e eu estava adorando
ter a chance de ver esse lado dela.

“Ele torna muito fácil,” respondi com um encolher de


ombros.

O sol estava baixo no céu e precisávamos acampar logo ou


ficaríamos presos aqui no escuro, lutando para colocar tudo
junto. Eu só esperava que Saint estivesse certo sobre vermos a
maldita cabana em breve, porque conhecendo ele, ele insistiria
em continuar andando até que fizéssemos.

“Ca-caw!” A voz de Blake veio acima de nós e eu olhei para


cima para encontrá-lo sorrindo do galho de uma árvore. No
momento em que meu olhar encontrou o dele, ele jogou uma
pinha direto no meu rosto e eu o xinguei enquanto a pegava do
chão para responder ao fogo.

Tatum gritou enquanto corria para se esconder atrás de


Kyan, que a ergueu e a jogou por cima do ombro, em seguida,
correu colina acima. “Eu vou te salvar, baby!”

Blake tropeçou para fora da árvore enquanto eu lançava


mais pinhas em sua bunda e ele me amaldiçoou enquanto eu
corria atrás das outras antes que ele pudesse chegar ao chão.
Corremos entre as árvores, lançando mais mísseis um no
outro e rindo até chegarmos a uma clareira no topo da colina
onde Saint estava sorrindo triunfante.

“Eu vejo,” ele anunciou, ignorando nosso jogo quando


Kyan colocou Tatum no chão e a beijou como se fosse o fim de
algum filme dos anos cinquenta, mergulhando-a e
enganchando sua perna em seu aperto.

Era difícil distinguir na luz fraca, mas à distância, eu


podia ver uma imensa cabana de pedra... castelo. Tinha pelo
menos três andares de altura, com fumaça saindo de várias
chaminés. Havia uma camada de neve no telhado e - aquelas
torres são horríveis. A coisa parecia ter sido construída para se
parecer com o retiro de inverno de Henrique VIII e de forma
alguma se parecia com uma maldita cabana.

“Eu estava imaginando uma pequena cabana


aconchegante,” eu murmurei, me perguntando por que diabos
não tinha percebido que Troy Memphis teria construído para
si mesmo uma escapadela de luxo aqui fora.

“Essa foi uma ideia absurda,” Saint zombou. “Embora


pareça que ele teve uma extensão adicionada desde a última
vez que estive aqui, há alguns anos, é um pouco maior do que
eu esperava também.”

“Você chamou de cabana!” Eu acusei.

“Claramente esse é apenas um nome zombeteiro que


minha família usa para isso. Você não pode seriamente esperar
encontrar Troy Memphis de férias aqui em algum barraco
imundo, não é?” Saint olhou para mim como se eu fosse o
único que precisava verificar sua cabeça e eu meio que o
encarei de volta.

“Por favor, me diga que não sou o único que acha isso
ridículo?” Implorei e Blake riu.

“Nah, cara, não é loucura. É Troy Memphis. Ele é como


um Saint em esteróides com complexo de deus. Nada que ele
faça deve surpreendê-lo,” disse ele.

“Espere um minuto, você está tentando dizer que Saint


não tem um complexo de deus?” Tatum zombou em descrença
e Kyan rugiu uma risada. “Ele literalmente se propôs a viver
em uma igreja.”

“Sem mencionar o fato de que você gosta de me adorar de


joelhos, Sereia,” Saint brincou, parecendo nem um pouco
envergonhado pela acusação.

Eu balancei minha cabeça para ele e foquei na 'cabana'


mais uma vez. Ainda estava a uma boa distância, mas pelo
menos agora sabíamos que não havíamos fodido e nos perdido
aqui.

Todos os outros largaram suas mochilas e começaram a


armar a barraca nas árvores, mas eu me vi parado ali, olhando
para a floresta que enchia o vale e me perguntando se meu
destino me aguardava além dele.

Eu tinha desistido de tudo que já tinha, para chegar aqui.


Eu sacrifiquei tudo que tinha sobrado de mim mesmo depois
que minha família foi arrancada de mim naquela noite. Às
vezes, eu nem conseguia me lembrar do menino que fui antes
de meu irmão e minha mãe serem roubados de mim, e o
conhecimento disso me cortou profundamente, porque se ele
tivesse ido, aquela seria a última parte deles destruída
também.

Matar Troy Memphis me ofereceria um alívio de toda essa


dor, finalmente? Eu ficaria livre disso? Ou eu sempre ia doer
assim? A dor da injustiça que ele serviu à minha família
sempre estaria lá? Havia alguma esperança verdadeira de eu
fazer as pazes com isso?

Uma mão deslizou na minha e eu olhei para Tatum


enquanto ela estava lá com a luz fraca refletindo em seu cabelo
dourado.

“Amanhã colocaremos nossos fantasmas para descansar,”


disse ela, sabendo no que eu estava pensando sem nem mesmo
ter que perguntar. “Enfrentamos o Diabo e o mandamos de
volta para o inferno com nossos demônios a reboque.
Precisamos deixar isso ir então, Nash. Tudo isso.”

“E se não for o suficiente?” Eu murmurei, minha testa


franzida.

“Não vai ser,” respondeu ela, me surpreendendo. “Como


poderia ser? Matar Mortez pode ter ajudado a pagar pela morte
do meu pai, mas não curou minhas feridas. A vingança não
trará as pessoas que amamos de volta para nós. Nossas
famílias são um pedaço de nossa alma que sempre estará
faltando. Mas eles não estão perdidos. Eles estão aqui
conosco.” Ela colocou a mão sobre meu coração. “Eles querem
que encontremos a felicidade. Para viver e lembrar deles, mas
não para usá-los como uma desculpa para continuar nos
punindo. Deixamos nossa raiva morrer com as pessoas que são
responsáveis pela dor de suas mortes. Então nos
concentramos sobre o amor que tínhamos por eles e eles por
nós. É assim que seguimos em frente. Fazendo as pazes com a
forma como eles foram levados e segurando com firmeza as
melhores lembranças que temos deles.”

“Diga-me uma,” eu solicitei, e ela hesitou por um momento


enquanto pensava nisso.

“Quando éramos crianças, desta vez, Jess e eu estávamos


acampando com nosso pai e brincávamos de esconde-esconde
com ele. Mas ele não conseguiu nos encontrar, deve ter ficado
lá, rindo silenciosamente por meia hora ou mais. Finalmente,
ele começou a gritar por nós com esse medo em sua voz,
dizendo que o jogo havia acabado e que ele realmente precisava
que avisássemos que estávamos bem. Então, explodimos e
corremos para ele, encontrando-o com os olhos arregalados e
preocupado, mas no momento em que nos viu, seu rosto se
abriu no maior sorriso que você já viu. Ele nos envolveu em
seus braços e nos apertou com tanta força que não poderíamos
sair. Perguntei o que teria acontecido se não tivéssemos saído.
Ele teria desistido de nós e ido para casa sozinho? E ele nos
disse que éramos as únicas coisas em sua vida que realmente
importavam. Ele teria caçado noite e dia pelo resto de sua vida
por nós e nunca desistiria. Eu me senti muito amada quando
ele nos disse isso.” Lágrimas brotaram de seus olhos, mas ela
piscou de volta e eu apertei sua mão. “Agora diga uma.”

Hesitei por mais tempo do que ela e, com um sobressalto,


percebi que era porque nunca me permiti demorar nas
memórias da minha família. Mas isso estava fazendo com que
eles desaparecessem e eu não conseguia suportar a ideia disso.
Recusei-me a permitir que isso acontecesse. Então fechei meus
olhos e mergulhei na memória do dia de Natal, o cheiro da
mamãe fazendo o jantar no ar enquanto eu e Michael abríamos
os presentes.

“Todo Natal, minha mãe ia com tudo para o jantar,” eu


disse com um sorriso. “Ela comprava tudo, até as coisas de que
nenhum de nós gostava e trabalharia como escrava na cozinha
por horas - mas ela não sabia cozinhar porra nenhuma.” Eu ri
e Tatum sorriu também. “Eu e Michael comeríamos muito de
qualquer maneira, rasparíamos nossos pratos e esconderíamos
nossas caretas enquanto mastigávamos vegetais queimados e
devorávamos molho salgado. Eu meio que adoro o gosto de
comida mal cozida por causa daqueles dias. Curtíamos e
diríamos a ela que era incrível, e ela sorria porque sabia muito
bem que era horrível. Mas nenhum de nós desmoronaria,
mantendo a pretensão de um Natal perfeito porque era a nossa
versão do perfeito e que era tudo que queríamos. Então nós
dormiríamos juntos na frente da TV e comeríamos chocolate
até que quiséssemos vomitar. Adormecíamos assim todos os
anos, todos nós juntos com filmes de Natal em reprodução.”

“Posso queimar um jantar de Natal para você este ano se


quiser manter a tradição?” Tatum ofereceu enquanto estendia
a mão para segurar minha bochecha e eu sorri.

“Sim. Eu acho que eu gostaria disso. Saint provavelmente


não vai, no entanto.”

“Eu posso lidar com ele,” disse ela, dando um sorriso torto
para mim e bufei porque sabia muito bem que ela podia,
embora eu não tivesse descoberto totalmente como ainda.

Tatum puxou minha mão e eu a deixei me levar até os


outros que estavam quase terminando de montar a barraca.
“Bons rapazes!” Tatum disse, elogiando-os como se fossem
cachorros e batendo palmas de forma exagerada.

“Essa merda é mais difícil do que parece,” Blake


murmurou quando Kyan começou a desenrolar sacos de
dormir dentro do espaço da lona.

“Claro que é,” ela brincou e Blake se lançou sobre ela com
um rosnado brincalhão.

Tatum correu para ele, me usando como escudo humano


enquanto Saint revirou os olhos para nós e começou a pegar
comida.

“Ajude-me a pegá-la, Nash,” Blake pediu enquanto Tatum


se segurava em mim, me fazendo mover com ela e me
mantendo entre eles. “Então podemos prendê-la e fazer nosso
caminho perverso com ela.”

“Oh, é esse o negócio?” Eu perguntei, me virando e


pegando Tatum pela cintura.

“Não!” ela riu. “Eu nunca concordei com isso!”

“Vamos, Sereia, todos nós sabemos que você não pode


resistir a nós por muito tempo,” Saint disse, de fato, como se
conhecesse a libido de Tatum melhor do que ela.

Tatum passou correndo por ele, pegando um dos pacotes


de comida desidratada e uma tigela de suas mãos antes de
pegar uma garrafa de água do pacote aberto de Kyan, que
estava ao pé de uma árvore. Então ela saltou e conseguiu
trepar nos galhos acima de nossas cabeças antes de se
acomodar e sentar-se contra o tronco e sorrir para nós.
“Você vai se esconder aí, princesa?” Eu chamei enquanto
olhava para ela.

“Eu acho que tenho que fazer isso se quiser proteger


minha virtude por tempo suficiente para eu comer,” ela
respondeu com uma risada enquanto começava a preparar sua
comida na tigela.

Eu ri e me virei para encontrar uma colher para ela antes


de jogá-la em seu poleiro.

“Eu acho que devemos esquecer o fogo esta noite,” Saint


disse enquanto eu me sentava no chão ao lado dele onde ele
sentou sua bunda em um tronco de árvore caído. Longe de
Saint Memphis sentar-se na terra, é claro. “Não queremos
arriscar que a fumaça seja vista.”

Olhei por cima do ombro na direção da monstruosidade


que Troy Memphis chamava de casa de refúgio de inverno,
embora eu não pudesse ver desta posição.

“Acho que sim. Mas vai estar frio,” apontei


desnecessariamente.

“Poderíamos juntar a madeira no caso de ficarmos


desesperados o suficiente para arriscar,” disse ele lentamente.
“Mas acho que podemos nos contentar com o calor do corpo
esta noite.”

Uma contração de seus lábios foi a única indicação que


tive de seus pensamentos sobre como poderíamos fazer melhor
uso do referido calor corporal e eu ri enquanto comia minha
comida, tendo muitas ideias próprias.
“É difícil dizer exatamente como as coisas vão amanhã,”
Saint disse levemente. “E pode muito bem ser que não
tenhamos muita escolha sobre como os eventos se desenrolam.
Mas se for uma decisão, você gostaria de ser o único a acabar
com meu pai?”

Eu levantei minhas sobrancelhas para ele discutindo isso


tão casualmente e joguei minha tigela agora vazia diante de
nós.

“Tem certeza de que não precisa fazer isso?” Eu perguntei


a ele. “Para retomar o controle e tudo isso?”

Saint balançou a cabeça com aquele sorrisinho astuto no


rosto. “Ficarei feliz em saber que ele se foi. Além disso, haveria
um senso de justiça poética em ser você, Nash. Você sintetiza
tudo o que ele pensa que é superior. Sua falta de boa educação,
de dinheiro, o próprio fato que alguém como você pudesse ser
o fim dele nunca passaria por sua mente. E eu acho que
adoraria a expressão em seu rosto quando se concretizasse.”

“Ah, você quer que o pobre garoto faça isso e esfregue sal
na ferida?” Eu brinquei.

“Não se ofenda,” respondeu ele, pegando meu olhar e


segurando-o. “Vejo claramente o seu valor e posso garantir que
estou bem ciente de que dinheiro e posição não têm
absolutamente nada a ver com a qualidade do caráter de um
homem. Você é meu irmão. E sim, se você fizer isso, será
lançado um golpe extra para ele quando despedaçamos seu
orgulho junto com o fim de sua vida, mas também acho que
você precisa disso mais do que eu. Ele pode nunca ter me
oferecido amor, mas ele o roubou de você da maneira mais
brutal. Se você deseja ser o único a vê-lo acabado...”
“Sim,” eu concordei. “Acho que gostaria disso. Mas
quando tudo estiver dito e feito, tudo que eu realmente quero
é vê-lo morto diante de mim. Se as fichas não cairem em meu
favor para a tarefa, então eu não vou para pedir a alguém que
retenha a minha conta.”

“De qualquer maneira,” Saint disse. “Vamos torcer para


que amanhã seja o último nascer do sol que aquele bastardo
viverá para ver.”

“Concordo,” Kyan disse em voz alta quando terminou de


colocar a cama dentro da tenda e veio pegar sua própria
comida.

Comecei a limpar tudo quando a luz vazou do céu, não


querendo ficar lutando por ela no escuro.

O uivo distante de um lobo alcançou meu ouvido e eu olhei


em volta com um arrepio correndo pela minha espinha.

Blake me ajudou a limpar tudo do jeito que Tatum nos


ensinou e saímos para as árvores para lavar as tigelas de
comida para que não houvesse nenhum cheiro persistente
para atrair uma fera faminta durante a noite.

Quando voltamos para todos os outros, Saint já estava


dentro da tenda e Tatum e Kyan estavam guardando as últimas
coisas.

A temperatura estava caindo com o pôr do sol e notei


Tatum tremendo quando me aproximei dela.

“Vamos, princesa,” eu disse, passando um braço em volta


da cintura dela e puxando-a para a tenda. “Vamos entrar para
nos aquecer.”
Blake e Kyan nos seguiram até a barraca chique que Saint
tinha comprado e no momento em que Kyan fechou o zíper, o
vento foi cortado, fazendo todos nós nos sentirmos muito mais
quentes.

Saint estava sentado na cama amontoada, o brilho de seu


telefone celular iluminando seu rosto e peito nu enquanto ele
verificava o GPS pela centésima vez. Ele era muito bom em
esconder isso, mas eu podia reconhecer os sinais que
denunciavam seu estresse agora, então eu podia ver na tensão
de sua postura.

Todos nós chutamos nossas botas antes de nos


aproximarmos da cama e Blake acendeu a pequena luz da
barraca que pendia no alto, lançando a todos nós um brilho
levemente vermelho quando a luz refletiu na tela.

Tatum abriu o zíper de seu casaco, jogando-o de lado


antes de tirar o suéter também. Em seguida, ela baixou as
calças e chutou-as ao lado das meias antes de tirar a camisa e
se mover em direção a Saint em um conjunto de calcinha
vermelha combinando.

Ela se ajoelhou diante dele e ele lentamente moveu o


telefone de lado, desligando-o enquanto olhava para ela.

Troquei um olhar com os outros e Kyan riu enquanto


desabotoava sua calça jeans e a deixava cair antes de tirar sua
camisa para que ele ficasse em sua boxer. Ele se moveu para
se ajoelhar ao lado de Tatum, parecendo muito menos
submisso, mesmo enquanto ele fazia o papel e sorriu para
Saint enquanto olhava para ele.
“Venha então, mestre,” Kyan zombou. “Assuma o controle
de nós. Você sabe que isso vai ajudar com aqueles problemas
do papai que estão te atormentando.”

“Estamos realmente fazendo isso?” Eu perguntei, olhando


para Blake com uma sobrancelha arqueada. “Apenas cedendo
à vontade do Diabo?”

“Eu não sei sobre você, cara. Mas se o Diabo vai mandar
eu fazer Tatum gozar, então eu acho que terei que me juntar
ao lado negro.” Blake sorriu para mim enquanto se despia
rapidamente e eu revirei os olhos.

Tatum se virou para olhar para mim por cima do ombro


enquanto Blake se ajoelhava do outro lado dela e meu olhar
deslizou sobre seu corpo quase nu na luz vermelha enquanto
ela mordia o lábio sedutoramente.

“Você não está jogando limpo,” eu gemi, meu autocontrole


perdendo uma batalha contra meu orgulho. Todos nós
sabíamos que eu não apenas ficaria aqui e seria deixado de
fora, mas foda-se se eu fosse me ajoelhar na frente daquele
idiota.

Saint sorriu para mim por cima da cabeça de Tatum


enquanto parecia perceber quais eram minhas objeções a isso
e sacudiu o queixo na minha direção, ordenando que ela se
movesse.

“Vamos ver se você pode colocá-lo de joelhos então,


Sereia.” Ele sugeriu e minha pulsação acelerou quando os
olhos dela brilharam com aquele desafio.
Fiquei onde estava, ao lado da grande pilha de sacos de
dormir enquanto ela se arrastava em minha direção e os outros
a observavam com olhos famintos.

Suas mãos pousaram em meus joelhos e eu olhei para ela


enquanto ela as corria pelas minhas coxas até que ela
encontrou o cume sólido do meu pau através do meu jeans. Eu
gemi quando ela abriu o zíper da minha braguilha, estendendo
a mão para correr meus dedos sobre seu cabelo.

“Mãos atrás da cabeça, Nash. Mas tire a camisa primeiro,”


Saint ordenou e Tatum realmente parou o que estava fazendo
enquanto esperava que eu obedecesse.

Eu resmunguei algo que pode ter incluído um insulto ao


nosso senhor malvado, então entrei na linha como um bom
menino, arranquei minha camisa e o suéter e entrelacei
minhas mãos atrás da cabeça.

No momento em que fiz isso, Tatum abaixou minha


braguilha, puxando minha boxer para baixo também e
liberando meu pau com um suspiro abafado que me fez doer.

“Lentamente,” Saint disse, e eu quase gemi de novo


enquanto ela seguia sua ordem ao pé da letra, tomando seu
doce tempo envolvendo a base do meu eixo em sua mão antes
de passar a língua por baixo dele.

Ela continuou a lamber e me provocar, sentindo o gosto


da gota de umidade que se formou na cabeça do meu pau, mas
não realmente fechando os lábios em torno de mim até Saint
ordenar.
“Agora,” ele rosnou e sua boca se fechou sobre a cabeça
do meu pau antes que ela me deslizasse direto para o fundo de
sua garganta, me fazendo rosnar com o desejo de segurar sua
cabeça entre minhas mãos. Mas não fiz, continuei com o jogo
e minhas mãos permaneceram trancadas atrás da cabeça
conforme as instruções.

Era igualmente irritante e estimulante, nunca sabendo


que momento ele escolheria para nos interromper ou mudar o
que ela estava fazendo, e meus músculos se contraíram com a
tensão enquanto eu lutava para manter minhas mãos travadas
atrás da minha cabeça.

Quando eu tinha certeza de que estava prestes a ficar


entre aqueles lábios perfeitos dela, de repente ele ordenou que
ela parasse e eu não pude deixar de dar um passo para frente,
estendendo a mão e tentando impedi-la de recuar enquanto ela
se sentava.

“Se você não se ajoelhar por mim, Nash, talvez você faça
isso por sua rainha?” Saint sugeriu e eu desisti de qualquer
pretensão de lutar contra isso enquanto empurrava meu jeans
o resto do caminho e a perseguia de volta na cama.

“Sim,” eu concordei. “Para ela.”

Tatum pegou minha mão e a deixei me puxar para baixo


enquanto sorria para mim, puxando-me para o meio deste
pequeno harém que ela reivindicou para si enquanto os outros
se aproximavam instintivamente.

Eu a peguei e arrastei-a para o meu colo enquanto beijava


aqueles lábios pecaminosos e suas mãos percorriam meu peito
com a mais deliciosa lentidão.
Eu segurei sua bunda, sem realmente ouvir quando Saint
começou a dizer aos outros o que fazer, mas as mãos de Blake
roçaram as minhas enquanto ele tirava a calcinha de Tatum,
puxando-a de joelhos para fazer isso.

“Eu disse, nas suas costas, Nash,” Saint rosnou.

Eu não me movi, mas Kyan de repente agarrou meus


ombros e me forçou a deitar embaixo de Tatum e eu o teria
amaldiçoado por isso se não tivesse sido pego pelo gosto de
seus lábios contra os meus.

“Se você não ouvir, você terá que ser punido,” Saint
avisou, parecendo satisfeito por ter uma desculpa para isso,
mas se ele pensava seriamente que eu o deixaria me bater, ele
tinha outra coisa vindo. “Sente-se na cara dele, Sereia, tire
dele, não dê.”

Kyan parecia pensar que ele era o precursor dos


comandos de Saint porque ele imediatamente agarrou Tatum e
a ergueu do meu colo, movendo-a para se ajoelhar sobre o meu
rosto. Mas se Saint realmente pensava que era um castigo para
mim devorar sua doce boceta, então ele me entendeu errado.

Tatum engasgou quando eu agarrei sua bunda e a abaixei


em minha boca, correndo minha língua em seu centro e
encontrando seu clitóris com facilidade. Eu mantive meus
olhos abertos, olhando para ela enquanto ela apalpava seus
seios e gemia por mim, minha língua se movendo para frente e
para trás enquanto eu provava seu desejo e buscava seu
prazer.

Kyan se moveu na frente dela, tirando seus seios do sutiã


enquanto o deixava nela para que as taças dobradas os
empurrasse para cima em uma posição privilegiada para sua
boca e ela gemeu ainda mais alto enquanto trabalhamos
juntos.

Eu mantive meu aperto em sua bunda enquanto a


embalava contra mim com ainda mais firmeza, encorajando-a
a montar meu rosto enquanto eu a fodia com minha língua,
lambendo e devorando como se estivesse faminto por cada
gosto.

Blake se moveu para se ajoelhar atrás dela, beijando seu


pescoço e estendendo a mão para brincar com o mamilo que
não estava na boca de Kyan enquanto ela gemia e se separava
entre nós.

Meu pau estava tenso com uma necessidade desesperada


e quanto mais alto ela gemia, mais forte eu perseguia sua
liberação.

“Abra bem, Sereia,” Saint ordenou e seus gemidos foram


abafados quando Kyan ficou na frente dela, liberando seu
pênis duro e conduzindo-o entre seus lábios.

Ele agarrou seu cabelo, fodendo sua boca enquanto ela


cravava as unhas em sua bunda e o desafiava a fazer o seu
pior, levando seu pênis para o fundo de sua garganta e
gemendo por mais. E se nossa garota precisasse de mais, eu
ficaria feliz em dar a ela.

Eu a balancei contra o meu rosto novamente e empurrei


minha língua dentro de sua doce vagina, lambendo e
provando-a antes de retornar ao seu clitóris e chupando forte.
Eu a senti gozar enquanto ela gritava em torno do pau de
Kyan e ela pressionou contra minha boca enquanto o cavalgava
para fora.

“Pegue-a primeiro, Blake,” Saint rosnou e de repente ela


foi levantada do meu rosto, dando-me uma visão dele enquanto
nos observava, seu pau tão duro em suas calças que eu podia
ver o contorno completo dele se esforçando para se liberar. Mas
o desgraçado estava negando a si mesmo, assistindo ao show
e sem dúvida planejando intervir no último minuto como o
clímax desta música que estávamos escrevendo. “Em suas
mãos e joelhos. Bem onde você está.”

Meus olhos se arregalaram quando Blake riu, colocando


Tatum no chão de forma que seus joelhos ficassem de cada
lado do meu quadril e suas mãos pousassem nas minhas
orelhas.

Ela me deu um olhar inebriante enquanto era


reposicionada sobre mim e eu me inclinei para beijá-la
enquanto Kyan se ajoelhou atrás da minha cabeça.

Enquanto Blake dirigia seu pau dentro dela, ela gritou,


mordendo meu lábio e me fazendo gemer antes de Kyan
segurar seu cabelo e puxar sua cabeça para trás, quebrando
nosso beijo e dando a ela seu pau novamente.

Eu caí de volta no chão, olhando para o show enquanto


seus seios saltavam acima de mim enquanto Blake e Kyan
comiam ela bem em cima de mim. Talvez eu devesse ter ficado
chateado, mas os sons escapando dela tornavam isso
impossível enquanto seus gemidos de êxtase preenchiam o ar.
Eu arqueei para chupar seu mamilo, minha mão descendo
e encontrando seu clitóris também, dando-lhe a atenção
necessária enquanto Blake a fodia com força e rápido.

Saint ficou de pé, movendo-se para ficar ao nosso lado,


estendendo a mão para acariciá-la antes de atingir sua bunda.
Ela gozou com mais força dessa vez, seu corpo inteiro ficou
tenso quando Blake bateu mais e mais forte antes de
finalmente gozar com um gemido baixo.

Kyan sendo o idiota que era, não deu a ela um minuto


para recuperar o fôlego, ainda dirigindo seu pênis entre seus
lábios, mesmo quando Blake puxou para fora. Deslizei meus
dedos em torno de sua boceta lisa, acariciando suavemente e
massageando seu clitóris novamente.

“Chega, Kyan,” Saint latiu e Kyan o amaldiçoou enquanto


retirava seu pênis dos lábios inchados de Tatum, inclinando-
se para beijá-la rudemente em vez disso, sua mão fechando em
torno de sua garganta e fazendo-a gemer novamente.

Saint se moveu atrás de Tatum, encorajando-a a se


reposicionar de forma que ela ficasse montada em mim
enquanto ele puxava seu cabelo para trás de sua orelha e corria
sua boca por seu pescoço.

“Você quer mais?” Ele ronronou, segurando seus quadris


para que ela não pudesse afundar em mim.

“Sim,” ela engasgou, seus olhos nos meus e cheios de


necessidade.

“Diga claramente,” ele ordenou, e ela mordeu o lábio.


“Eu quero que Nash me foda até que eu não consiga
respirar,” disse ela com voz rouca enquanto Saint desabotoava
seu sutiã e o jogava de lado.

“E?” Ele perguntou.

“E eu quero você na minha bunda,” acrescentou ela, seus


olhos passando rapidamente para a esquerda e para a direita
para os outros dois, enquanto Saint tentava conter seu sorriso.
“E eu quero satisfazer Kyan e Blake novamente também. Todos
vocês. Juntos.”

“Boa menina,” Saint rosnou, pressionando-a para baixo


para pegar meu pau e eu agarrei a base do meu eixo para
posicioná-lo para ela enquanto ele se afastava para encontrar
um pouco de lubrificante.

Blake e Kyan se aproximaram de cada lado de nós,


alcançando seus seios e beijando seu pescoço enquanto eu a
provocava com meu pau, esfregando a cabeça para frente e
para trás ao longo de sua entrada, girando-o contra seu clitóris
e fazendo-a ofegar.

Quando ela finalmente não aguentou mais, ela agarrou


meu pulso para me parar e afundou no meu pau com um
gemido de prazer.

Suas unhas cravaram no meu peito quando ela começou


a me cavalgar e eu empurrei meus quadris para cima para
encontrá-la, dirigindo meu pau profundamente e amando a
maneira como isso a fazia ofegar cada vez que eu batia no ponto
certo dentro dela.
Kyan e Blake continuaram a beijá-la e tocá-la, adorando-
a como ela merecia, e eu amei vê-la assim, rodeada por nós e
tomada de prazer.

Saint voltou, sua calça finalmente sumiu quando ele


alisou seu pau duro com lubrificante antes de se mover atrás
dela para dar a ela o que ela pediu.

Tatum se inclinou, beijando-me possessivamente


enquanto movia meu pau entre suas bochechas, empurrando
dentro dela com dolorosa lentidão e fazendo-a gritar enquanto
se ajustava à plenitude de nós dois dentro dela ao mesmo
tempo.

Eu podia senti-lo também, a carne fina dividindo nossos


corpos sem disfarçar nada, mas de alguma forma eu gostava
disso, sabendo que estávamos dando a ela tanto de uma vez,
trabalhando juntos apenas para ela.

“Olhe para você, baby,” Kyan rosnou quando nos viu.


“Você é tão fodidamente perfeita.”

“Isso é perfeito,” ela ofegou. “Todos nós.”

Antes que qualquer um de nós pudesse responder a isso,


ela se levantou e Saint se inclinou para trás para deixá-la.
Blake e Kyan se moveram de cada lado dela mais uma vez e ela
gemeu enquanto pegava cada um de seus pênis em suas mãos
e eles começaram a beijá-la novamente, provocando seus
mamilos e fazendo-a jogar a cabeça para trás de prazer.

Comecei a me mover mais rápido, encontrando o ritmo


perfeito com Saint para fazê-la gritar por nós enquanto Blake
esfregava seu clitóris e Kyan envolveu a mão em sua garganta,
apertando apenas o suficiente para fazê-la engasgar.

Nós nos tornamos essa personificação viva e respirante do


prazer enquanto encontramos um ritmo natural para os
movimentos um do outro, cada um de nós trabalhando para
destruir nossa garota enquanto ela nos levava à ruína em
troca.

Não importa o quanto demos, ela apenas continuou


exigindo mais e logo eu estava fodendo ela profundamente e
com força enquanto ela gritava um orgasmo e sua boceta
apertava com tanta força que eu não tinha escolha a não ser
segui-la.

Saint bateu nela mais algumas vezes antes de rosnar


como uma besta e empurrar profundamente quando ele
terminou e Blake gemeu quando ele gozou também,
capturando seus lábios em um beijo prolongado enquanto ela
cavalgava seu orgasmo.

Kyan riu como um idiota triunfante enquanto a arrancava


de entre nós e a colocava na cama à nossa direita. Ele jogou a
perna dela por cima do ombro e dirigiu seu pênis dentro dela
com um impulso forte que a fez gritar novamente.

Ele era um animal como sempre quando a reivindicou


rudemente, batendo nela cada vez mais rápido até que ele
estava batendo em sua bunda com força suficiente para deixar
uma marca de mão e os dois gozavam ruidosamente enquanto
o resto de nós apenas assistia.
Kyan a beijou quase docemente enquanto tirava sua perna
de seu ombro e ela sorriu daquele jeito sexy e saciado que eu
amava enquanto olhava para o resto de nós também.

Ele rolou para fora dela e todos nós nos movemos juntos,
puxando a roupa de cama ao nosso redor enquanto cada um
de nós encontrava uma maneira de tocá-la em nosso
emaranhado de membros. Nós adormecemos sob as estrelas,
seguros na companhia um do outro pela última vez, porque eu
tive a sensação de que amanhã seria o fim de muitas maneiras.
Recusei-me a acreditar que não sobreviveríamos, mas sabia
que tudo mudaria por causa disso. E embora eu estivesse mais
determinado do que nunca para garantir que essas mudanças
fossem para o melhor, era difícil acreditar plenamente que não
haveria pelo menos um pouco de mal.
Eu gemi quando acordei, os sons desagradáveis do canto
dos pássaros ecoando ao nosso redor e algo duro atingindo
minhas costelas.

“Eu juro, se esse é o seu pau, Kyan, eu vou socá-lo,”


murmurei enquanto me empurrava para cima e descobri que
na verdade tinha sido o cotovelo de Nash. Crise do pau evitada.

Eu bufei com minha própria piada interna e passei a mão


no rosto enquanto olhava para os Guardiões da Noite
adormecidos e nossa garota. Minhas sobrancelhas subiram
quando encontrei Saint ainda dormindo no centro do grupo.
Tatum tinha a cabeça dela apoiada em seu peito e seu braço
estava enrolado em torno dela enquanto a segurava perto. Eu
não tinha certeza se já tinha acordado antes dele até este
momento e ele parecia estranhamente em paz no sono, apesar
do fato de que ele me disse mais de uma vez que seus demônios
o assombravam mais durante a noite. Eu tinha certeza de que
ele não estava mentindo sobre isso. O que deixava apenas uma
possibilidade para seu contentamento atual e essa era a garota
envolta em seus braços.

Eu me perguntei se ela sabia o quanto todos nós


precisávamos dela. Provavelmente não, porque também não
tínhamos percebido, mas agora que ela estava aqui, enraizada
tão profundamente em nossas vidas que eu sabia que nunca
mais seríamos capazes de desvendá-la, não pude deixar de ver
isso o tempo todo. Nosso dano foi potente e violento e, embora
ela claramente não pudesse simplesmente aparecer e acenar
uma varinha mágica para nos consertar, ela nos deu algo
muito melhor do que isso. Um futuro com luz dentro. Algo pel
que lutar. Um amor que nunca poderíamos ter imaginado e um
vínculo sem o qual não poderíamos viver.

Fiz um movimento para me levantar, meu joelho batendo


contra a perna de Kyan e ele rosnou enquanto rolava. “Não,
Davie. Se você não acariciar seus tentáculos direito, aquela lula
vai deslizar direto em sua bunda e dar a você um enema para
se gabar para sua avó.”

Eu ia deixar Saint dormir por mais tempo enquanto eu


começava a arrumar nossas coisas, mas é claro que o bastardo
meticuloso ajustou um alarme e bum na hora certa, Claire De
Lune de Debussy encheu a tenda, derramando de seu celular.
Ele trouxe carregadores suficientes para garantir que a coisa
não morresse com ele durante nossa jornada pela selva, então
eu não deveria ter ficado surpreso, mas provavelmente deveria
ter encontrado seu telefone e desligado a maldita coisa no
momento em que acordei. Isso poderia tê-lo desencadeado,
então, apesar do fato de que isso iria arruinar sua bunda fofa
e se aconchegar com Tatum, eu não fiz nenhuma tentativa de
agarrá-la agora.
Os olhos de Saint se abriram e Tatum gemeu quando ela
enterrou o rosto em seu peito, tentando se esconder do dia.

“É isso então,” Nash murmurou enquanto se esforçava


para se sentar também.

“Ao anoitecer, meu pai estará morto e o seu estará


seguro,” disse Saint, olhando-me diretamente nos olhos para
mostrar que ele realmente acreditava nisso e eu assenti.

“Espero que sim,” eu disse, beliscando a ponte do meu


nariz enquanto forcei minha cabeça para o modo de jogo.

Eu estive revirando a noite toda me preocupando com o


que estava acontecendo com meu pai, mas agora eu só
precisava me concentrar. Enlouquecer com a situação não o
ajudaria e poderia simplesmente estragar tudo.

Mãos quentes deslizaram ao redor do meu pescoço


enquanto Tatum rastejou para o meu colo e eu abri meus olhos
para encontrá-la lá, seu cabelo todo despenteado de sono e
uma camiseta cinza cobrindo seu corpo esguio que eu tinha
certeza que pertencia a Kyan.

“Isso vai funcionar,” ela jurou com tanta certeza em sua


voz que eu não pude deixar de acreditar nela.

“Vai funcionar,” eu concordei com firmeza, inclinando-me


para beijá-la e selar a promessa porque ela estava certa. Isso
funcionaria. Recusei-me a considerar qualquer outro
resultado. Eu nasci vencedor e não ia começar a perder hoje.
***

Apesar de termos visto a casa de inverno de Troy antes de


acampar na noite passada, ainda tinha levado o dia inteiro
para descer no vale e através da floresta para alcançá-la.

Começou a nevar por volta do meio-dia e lentamente


começou a cair neve ao nosso redor, de modo que agora tinha
vários centímetros de profundidade. Tínhamos escondido
nosso equipamento de acampamento nas árvores antes de
fecharmos ao redor da casa e, enquanto olhávamos para ela da
orla da floresta, não tínhamos nada conosco, exceto nossos
telefones e armas enquanto espreitávamos no escuro.

“Eu ainda acredito que a adega é o lugar mais óbvio para


meu pai estar segurando seu pai,” Saint disse em voz baixa
enquanto olhamos para o prédio escuro. A luz se derramava
das bordas de algumas janelas onde as cortinas estavam
fechadas, mas esses foram os únicos sinais que vimos para
dizer que havia alguém lá.

“Primeiro o colocamos em segurança e depois terminamos


isso,” murmurei, dizendo o plano em voz alta para meu próprio
benefício. Já havíamos passado por isso várias vezes e eu sabia
que priorizaríamos a segurança do meu pai acima de tudo o
mais. Mas eu não seria capaz de resolver essa batida frenética
em meu peito até ter certeza de que ele estava bem.

“Vamos fazer isso então,” Kyan rosnou, seus dedos se


fechando em punhos quando a sede de sangue nele apareceu.

“Siga-me,” Saint ordenou e ele decolou sem outra palavra,


deslizando por entre as árvores para evitar deixar pegadas na
neve recém-caída enquanto circulávamos para a esquerda da
casa.

Tatum estava bem atrás dele e eu me movi para a


esquerda dela, enquanto Nash estava à sua direita e Kyan atrás
dela. Não precisávamos comunicar nosso posicionamento
dessa forma. Cada um de nós sabia que ela era a peça mais
importante do nosso quebra-cabeça e, gostasse ou não, sempre
iríamos protegê-la de todas as maneiras que pudéssemos.

Por fim, tornou-se impossível ficar longe do terreno aberto


que subia até os fundos da propriedade e Saint abriu o
caminho para fora das árvores e atravessou o gramado. Eu só
esperava que ninguém notasse nossas pegadas na neve antes
de termos feito o que havíamos vindo fazer ou elas fossem
cobertas mais uma vez pelos flocos que caíam para esconder
nossa passagem.

Chegamos a uma porta parcialmente escondida sob um


arco de pedra no canto da propriedade. A porta de madeira foi
trancada e protegida com um cadeado de aparência pesada
como Saint previu e Kyan puxou o maçarico de mão de seu
bolso antes de acendê-lo e mirar na fechadura.

Olhei em volta com cautela enquanto os sons da floresta


escura atrás de nós enchiam a noite, ouvindo qualquer coisa
anormal entre o chamado de corujas e galhos farfalhando ao
vento.

“Tem certeza de que isso vai funcionar?” Nash sibilou


enquanto os segundos passavam e nada além do som baixo do
maçarico encheu o ar.

“Eu acho,” Kyan rosnou.


“Vai funcionar,” Saint acrescentou, seu tom não
negociando argumentos.

“Merda, eu adoro quando vocês ficam todos no modo


criminosos comigo,” Tatum ronronou e meus lábios se
contraíram com diversão.

Um clique soou na fechadura e Kyan amaldiçoou


enquanto usava sua faca de caça para mover o metal quente
em chamas para fora da trava. Quando o cadeado atingiu a
neve, ele chiou, o vapor subindo ao redor e eu pisei nele
enquanto corria para seguir os outros para dentro.

“Por aqui,” Saint murmurou, nos conduzindo por um


longo e escuro corredor que ele nos disse que era destinado ao
uso do pessoal doméstico.

Nash fechou a porta silenciosamente atrás de nós e fomos


mergulhados na escuridão, então eu tive que apertar os olhos
para ver as formas da minha família ao meu redor.

Depois de algumas voltas e mais voltas, Saint abriu outra


porta e descemos atrás dele um conjunto de degraus de tijolo.
O cheiro de pedra e madeira seca encheu minhas narinas
enquanto íamos cada vez mais para baixo e quando finalmente
emergimos em uma enorme adega, Saint acendeu as luzes.

Olhei em volta para os barris de carvalho e prateleiras de


vinho de valor inestimável e fiz uma careta. “Eu pensei que você
disse que ele manteria meu pai aqui embaixo?” Eu exigi
quando meu coração começou a disparar. Porque se ele não
estivesse aqui, ele poderia estar em qualquer lugar neste fodido
lugar enorme e eu não gosto da ideia de nos procurarmos antes
que pudéssemos ter certeza de que ele estava seguro.
“Há uma sala no final do porão,” Saint disse em um tom
abafado, liderando o caminho enquanto apontava para a porta
de madeira em questão. “É onde ele gosta de se sentar e provar
o vinho quando escolhe uma garrafa.”

“Foda-me, isso pode ser a coisa mais pretensiosa que eu


já ouvi,” Nash murmurou e Tatum deu uma risadinha.

“O que quero dizer é que esse quarto tem uma porta


pesada com uma fechadura e pode ser aquecido, então arrisco
a supor que é o lugar mais seguro para abrigar um prisioneiro
no prédio. Sem levar em conta a extensão que meu pai
construiu, porque eu não sei os detalhes disso.” Estava claro
que esse fato o irritava, mas eu não iria discutir com ele sobre
isso novamente.

Eu tentei não deixar suas palavras me preocuparem, me


concentrando no fato de que meu pai provavelmente estava
atrás daquela porta neste momento.

Eu comecei a correr, incapaz de segurar um segundo a


mais enquanto a necessidade de vê-lo me consumia. Eu já
tinha perdido um dos pais, não havia como perder outro. De
jeito nenhum.

Eu engoli em seco enquanto ignorei o rosnado de


advertência de Saint, forçando o resto deles a me acompanhar
ou ficar para trás.

Cheguei à porta, destrancando rapidamente o ferrolho do


lado de fora, agarrando a maçaneta e abrindo-a, muito
animada para encontrá-la destrancada para até questionar
que era tão fácil.
Os outros estavam bem atrás de mim quando eu irrompi
no pequeno quarto e uma risada aliviada explodiu de meus
lábios quando encontrei meu pai sentado em uma cama
dobrável.

Mas, em vez de ele pular e me envolver em seus braços,


seus olhos se arregalaram de alarme ao me ver e ele balançou
a cabeça.

“Você não deveria ter vindo!” Papai engasgou, seus olhos


cheios de pesar e medo.

“Está tudo bem,” eu prometi a ele enquanto corria ao redor


da mesa de madeira no centro da sala e envolvia meus braços
ao redor dele. “Estamos aqui para tirar você daqui. Não vamos
deixar aquele filho da puta louco fazer nada para te
machucar...”

“Não, Blake, você não entende. Ele sabia que você viria.
Ele armou para você. É uma...”

O som de uma espingarda sendo engatilhada fez meu


sangue gelar nas minhas veias e eu me virei para olhar para
trás, onde os outros ainda estavam agrupados.

“A porra do relógio,” Saint sibilou em realização. “Eu


deveria saber que não seria tão fácil.”

“Não faça nada estúpido,” uma voz masculina veio de


algum lugar fora da sala e minha mão voou para a pistola em
meu cinto. “Saia. Faça isso em silêncio para que não tenhamos
que abrir fogo. O Grão-Mestre quer ver você.”
Fiz um movimento para sacar minha arma de qualquer
maneira e a mão do meu pai segurou meu cotovelo para me
impedir.

“Não,” ele rosnou em advertência. “Você não pode vencê-


lo, filho. Esse homem é a encarnação do Diabo. Não podemos
lutar contra ele e seu povo.”

Eu discordei de todo o coração com isso, mas quando olhei


para a porta por onde havíamos entrado, vi o cano de uma
arma pressionado na nuca de Tatum enquanto ela era forçada
a levantar as mãos em sinal de rendição. A raiva pulsou em
meu peito e o desejo de declarar guerra enchendo cada parte
do meu ser.

Saint chamou minha atenção, balançando a cabeça uma


quantidade infinitesimal. Não poderíamos lutar para sair
dessa. Mas eu jurei por tudo que eu era, o filho da puta que se
atreveu a ameaçar nossa garota morreria nas minhas mãos
hoje.
O grupo de guardas nos arrastou escada acima depois que
trancaram o pai de Blake novamente e o pânico passou por
mim. Fomos levados a um longo corredor de pedra com lajes e
uma enorme janela em arco na extremidade onde a neve estava
caindo.

Meu coração batia de forma desigual enquanto eu tentava


pensar em uma maneira de sair disso, mas os idiotas nos
desarmaram, roubando qualquer chance que tínhamos de
contra-atacar. Agora estávamos sendo jogados em Troy
Memphis como se fôssemos uma refeição para um cão raivoso.
E eu não sabia o que fazer.

Havia uma grande mesa circular colocada no coração do


salão, entre duas grandes lareirass de cada lado. Era como algo
saído de Game of Thrones, mas em vez dos Lannister sentados
lá, eram dez idiotas em mantos, no centro dos quais estava
Troy. Ele se levantou de seu assento ao lado de uma mulher
com cabelo loiro e olhos azuis brilhantes que estavam
arregalados e fixos em mim. O resto deles eram homens mais
velhos com rostos sarcásticos e cabelos cálvos ou grisalhos.

Os guardas nos soltaram, formando uma linha atrás de


nós enquanto seguravam suas armas prontas para atirar se
tentássemos correr e meu coração bateu em uma melodia
frenética. Não havia saída. Nós estávamos fodidos.

“Você demorou,” Troy meditou, um olhar presunçoso


como a merda em seu rosto enquanto cruzava as mãos atrás
das costas e caminhava ao redor da mesa para ficar na nossa
frente. Seus olhos se moveram sobre nossas roupas e sua
sobrancelha arqueou quando ele olhou para Saint. “Você veio
da montanha? Como você é positivamente incivilizado.”

“Você sabia,” Saint disse em um tom vazio enquanto se


mantinha inteiramente composto em face do perigo.

“Claro que eu sabia que você viria. Você realmente acha


que eu não fiquei perto do velho relógio de pêndulo de propósito
quando liguei para você?” Troy perguntou friamente enquanto
caminhava para frente, sua altura imponente parecendo
amplificar o poder que irradiava dele.

Saint apertou sua mandíbula e eu poderia dizer o quanto


ele estava se culpando por seu pai o enganar, mesmo que seus
olhos não mostrassem isso. Mas ele estava indo contra um
homem tão inteligente quanto ele. Ele não era o culpado por
isso. Era esse pau do mal diante de nós.
“Bem, você finalmente está aqui de qualquer maneira,”
Troy continuou quando Saint não disse nada em resposta.
“Vocês devem estar cansados depois de uma jornada tão árdua
e sem sentido, realmente teria sido mais fácil entrar pela porta
da frente e se entregar.”

Seus amigos vestidos de túnica riram, e meu lábio


superior puxou para trás. “O que você quer?” Eu rosnei,
embora temesse já saber. Troy havia tomado meu sangue uma
vez antes e depois da maneira como ele nos caçou, estava claro
o que ele estava procurando.

“Você sabe o que eu quero,” Troy disse simplesmente, e


meus meninos se moveram protetoramente ao meu redor.

“Opa, você não tomou uma daquelas vacinas que


roubamos de sua empresa?” Eu zombei, querendo cutucar esse
idiota que se atreveu a tentar nos prender.

“Infelizmente para você, não, eu não fiz,” Troy disse e o ar


saiu de mim enquanto ele me avaliava como um animal para
abate.

“Se você acha que vamos deixar você levá-la para qualquer
lugar...” Nash começou, mas Troy o interrompeu.

“Karen, venha aqui,” Troy chamou, ignorando Nash


completamente, fazendo meu sangue queimar.

A mulher loira flutuou atrás de Troy e meus olhos


cortaram para ela enquanto ela se movia para ficar diante de
mim, sua cabeça inclinada para um lado enquanto ela me
examinava. Minha garganta engrossou quando uma sensação
muito real e perturbadora de reconhecimento me encheu. Mas
eu não a conhecia. Eu tinha certeza de que não a tinha
conhecido antes.

“Tatum Rivers,” ela respirou, balançando a cabeça. “Que


nome vil.”

“Com licença?” Eu assobiei e Troy me observou com


diversão em seu olhar, cruzando os braços enquanto olhava de
mim para a estranha loira, aparentemente gostando de algo.

“Não tem nada do seu nome real,” disse Karen, dando um


passo para perto de mim e minha pele formigou. De repente,
senti a necessidade de recuar, de ficar o mais longe possível
dessa mulher, mas eu não iria dar a ela a satisfação de ver esse
desejo em mim.

“O que isso deveria significar?” Kyan rosnou ao meu lado,


mas a mulher o ignorou, seus olhos grudados em mim.

“Você é Adriana Munt,” ela disse.

“Hum, não, não sou.” Eu olhei para Troy, que estava me


olhando com interesse. “Quem é?” Eu exigi dele.

“Esta é Karen Munt,” disse ele.

“Sua mãe,” acrescentou ela, sorrindo para mim e meu


coração travou enquanto recusei essas palavras com cada
pedaço do meu ser. Que tipo de piada de mau gosto foi essa?

“Não,” eu disse calmamente, mantendo minha expressão


neutra enquanto meus Guardiões da Noite me encaravam de
ambos os lados. “Minha mãe foi embora quando eu era uma
criança, ela nos abandonou...”
“Seu pai roubou você e sua irmã de mim,” Karen rosnou,
seus olhos brilhando de raiva e meu pulso batia forte em meus
ouvidos quando eu balancei minha cabeça.

“Besteira,” eu rebati.

“Você realmente não gosta de drama, pai,” Saint


interrompeu. “Do que se trata?”

“É como ela diz,” Troy respondeu com um encolher de


ombros. “Ela é a mãe da menina.”

“Bem, você sabe o quê?” Eu assobiei para essa vadia da


Karen. “Eu não dou a mínima para quem você é. Se você está
parada ao lado desse monstro com essas malditas vestes, você
é meu inimigo e nada mais.” Meu coração batia furiosamente
contra minhas costelas enquanto eu olhava para ela,
rejeitando-a com tudo que eu era. Mesmo se o que ela disse
fosse verdade, eu nunca tive um carinho em meu coração por
uma mãe que me abandonou, então não estava prestes a
começar a me preocupar com alguém que fazia parte da
Royaume D'elite.

O nariz de Karen torceu um pouco enquanto ela me


olhava. “Você não está ouvindo, Adriana...”

“Me chame assim de novo e eu cortarei sua língua,” eu


cuspi enquanto Blake se mexia ao meu lado, a violência
emanando de sua postura sozinha.

“Tudo bem,” suspirou Karen. “Tatum, então. Olha, vamos


falar em privado. Vou explicar tudo.”

“Eu não vou a lugar nenhum com você,” eu zombei.


“E se você tentar tirá-la de nós, vou matar todos vocês,”
Kyan rosnou perigosamente.

“E como você vai lidar com isso desarmado?” Troy


perguntou enquanto seus amiguinhos assustadores soltavam
risadas baixas atrás dele.

“Você ficaria surpreso com o que sou capaz.” Kyan deu um


passo a frente e eu pressionei a mão em seu peito, dando-lhe
um olhar firme para segurá-lo.

Estávamos desarmados e não havia nenhuma maneira de


eu deixar qualquer um dos meus Guardiões da Noite morrer
por mim. Os outros estavam todos tensos e agrupados perto de
mim também e eu sabia que eles estavam tão desesperados
para me proteger. Mas eu não os veria jogando suas vidas fora.
Não podíamos lutar, tínhamos que esperar por uma
oportunidade de correr e a única maneira de nos dar essa
chance era atrasá-los. Troy deu um aceno de cabeça para os
homens atrás de nós e eles avançaram para conter meus
meninos.

“Diga-me bem aqui,” eu exigi da mulher que alegou ser


minha mãe. “Diga-me a verdade.”

Ela suspirou e Troy checou o relógio com impaciência.


“Cinco minutos, então devemos seguir em frente,” ele
murmurou.

Karen assentiu, dando mais um passo para perto de mim


enquanto considerava suas palavras. “Há anos trabalho em
projetos financiados por Troy e Royaume D'elite. Muito antes
de você ou sua irmã entrarem na minha vida. Eu me apaixonei
por seu pai depois que trabalhamos brevemente em um
laboratório em Chicago. Claro, durante os primeiros anos de
nosso casamento, ele não tinha ideia do que meu trabalho
realmente envolvia, e eu não tinha intenção de contar a ele. Ele
sempre se considerou tão moral. Ele não teria entendido a
necessidade das coisas nas quais eu estava trabalhando.”

“Como o quê?” Eu rosnei, me forçando a tolerar essa


conversa enquanto olhava ao redor, procurando uma saída,
uma arma, um plano.

“Armas biológicas principalmente,” ela disse levemente


como se não fosse nada e minha atenção estivesse presa, um
choque violento passando pelo meu peito.

“Como o vírus Hades?” Nash rangeu e ela lançou-lhe um


olhar fugaz antes de se virar para mim.

“Sim, eventualmente eu o criei. Embora não antes de eu


ter minhas filhas. Nunca foi feito para ser usado neste país,
pelo menos não inicialmente. Mas então seu pai descobriu o
que eu estava fazendo. Ele invadiu meu laboratório, só Deus
sabe por quanto tempo ele suspeitou do que eu estava fazendo.
E quando ele descobriu a verdade, ele não aguentou mais. Ele
não entendia a necessidade das bioarmas que meu povo e eu
produzíamos e vendíamos no mercado negro. Aparentemente,
era demais para ele aguentar.” Seu nariz se enrugou de
desgosto e o meu também, mas por razões completamente
opostas. “Para um homem que parecia forte em tantos
aspectos, acabou sendo fraco.”

“Ele não era fraco,” eu respondi, ácido sangrando em


minhas veias. “Ter moral não nos torna fracos.”
Ela levantou um dedo, apontando para mim enquanto a
raiva beliscava suas feições e eu odiei como de repente vi um
pouco de mim mesma em seu rosto. “Moral é um conceito
criado pelo governo, pela religião e por pessoas que querem
controlar você. As únicas coisas que realmente contam neste
mundo são dinheiro e poder - e você não pode ter um sem o
outro.”

“Vindo de uma vadia que é membro de um clube nojento


como Royaume D'élite,” eu rosnei. “Onde as pessoas são
controladas, acorrentadas e tratadas como menos que
animais. Como se eles não significassem nada. Como se eles
não fossem nada. “

Karen começou a rir. “Um membro?” ela zombou. “Eu não


sou um mero membro, Tatum. Eu sou um dos Grãos Mestres.
Como todos os dez de nós somos.” Ela gesticulou para Troy e
os arrepios atrás dela e minha mandíbula cerrou com essa
revelação. Agora estavam todos marcados para morrer, porque
o clube poderia renascer por meio de qualquer um deles. E não
podíamos deixar isso acontecer.

“Se você é tão contra ser controlada, por que faz isso com
os outros?” Blake perguntou com uma voz cheia de nojo.

“Porque existem diferentes classes de pessoas,” Troy


respondeu friamente, e Karen concordou. “Os poderosos e os
fracos. Alimentamos os fracos aos poderosos. Nós mantemos a
ordem. Nós definimos a ordem. “

Eu olhei com raiva para Troy antes de fixar minha suposta


mãe no meu olhar. “Então meu pai descobriu com que monstro
ele se casou, pegou suas filhas e fugiu?” Eu adivinhei e ela se
irritou.
“Ele roubou vocês duas porque ele não podia hackear a
verdade real deste mundo. Que não existe bem e mal. Que só
existe poder ou a falta dele. E se você não reivindicar isso,
então você será um escravo da sociedade e das regras que
foram colocadas sobre você sem o seu consentimento! Neste
país, sua vida é decidida por você antes mesmo de você nascer.
Eu não queria isso para minhas filhas. Eu estava construindo
um novo mundo para nós. E seu pai estragou tudo.” Seu lábio
inferior tremia de fúria e pude ver que ela realmente acreditava
nas besteiras que saíam de sua boca.

“Bom,” eu rosnei, o ódio queimando meu coração. “Estou


feliz que ele nos levou. Estou feliz que ele nos manteve longe
de você. “

Ela teve a audácia de parecer magoada com as minhas


palavras antes de endireitar a coluna.

“Seus cinco minutos acabaram,” Troy anunciou enquanto


checava seu relógio mais uma vez.

Karen se virou para ele, erguendo o queixo. “Desejo ter


uma conversa com minha filha em particular antes de movê-la
para o laboratório.”

Meu coração estilhaçou de medo com a palavra


'laboratório' e olhei para meus Guardiões da Noite alarmada,
sem ter ideia do que fazer. Estávamos sem tempo e nosso
destino estava se aproximando de todos os lados.

Troy acenou com a cabeça para um dos guardas atrás de


mim, seus olhos vazios de qualquer emoção enquanto ele
exercia todo o poder na sala contra nós. E eu sabia que
seríamos separados antes mesmo que ele abrisse a boca. “Leve-
a embora.”
Karen agarrou o braço de Tatum, as unhas pontiagudas
cravando-se na carne com força suficiente para arrancar um
silvo de dor dos lábios de nossa garota. Ela a puxou em direção
a uma porta no canto oposto da sala, um guarda a empurrando
por trás também e segurando sua arma pronta para disparar.

“Para onde você a está levando?” Blake exigiu, dando um


passo à frente e fazendo com que os capangas do meu pai
levantassem suas armas em nossa direção novamente.

“Eu ficaria mais preocupado com o seu próprio destino se


eu fosse você,” papai rosnou, os lábios curvados para trás em
desgosto enquanto Tatum praguejava, tentando arrancar o
braço dela do aperto de sua mãe.

“Deixe ela ir!” Eu ordenei, minha voz cortante e firme o


suficiente para fazer a cadela parar enquanto ela olhava na
minha direção, mas apenas por meio segundo.
Enquanto Tatum tentava se livrar de seu aperto, o homem
armado atrás dela a golpeou com as costas da mão com força
suficiente para derrubá-la.

Um rugido de raiva escapou dos meus lábios quando dei


um passo para a frente, mas não foi nada comparado com o
berro animalesco que escapou de Kyan.

Ele se lançou para frente, arrancando os braços das


garras do homem que o estava prendendo e batendo com o
punho na cara do idiota que estava apontando uma arma para
ele.

“Não!” Eu gritei enquanto tentava agarrar seu braço, meus


dedos mal roçando sua manga quando ele saltou para frente,
seus olhos fixos em Tatum enquanto ela gritava um aviso que
veio tarde demais.

O estrondo ecoando do tiro explodiu pela sala e eu juro


que o ruído ricocheteou direto na minha alma quando Kyan foi
lançado de seus pés, sangue brotando da ferida em seu lado, a
bala encontrando um lar em seu corpo e meu mundo
desabando ao meu redor enquanto ele caía.

Nash rugiu algo incompreensível enquanto se lançava


para frente, alcançando a mão de nosso irmão enquanto Kyan
caía no chão, sua cabeça batendo nas lajes com um estalo
nauseante.

Blake estava gritando palavrões enquanto o movimento


atraiu meu olhar de Kyan para Tatum e o idiota que a atingiu
a puxou em seus braços e a arrastou para fora de vista
enquanto ela gritava o nome de Kyan.
Por um momento, fiquei paralisado, preso entre a
necessidade de persegui-la e a necessidade de ajudar meu
irmão.

O sangue de Kyan se espalhou pelo chão enquanto ele


estava deitado imóvel e enquanto eu cambaleava em direção a
ele, mãos agarraram a parte de trás da minha camisa,
agarrando meus braços e me puxando para longe novamente.

Ele não estava se movendo. Nem um piscar de nada em


sua expressão ou corpo poderoso para dizer que ele ainda
estava conosco, mas meu coração trovejou em pânico com a
ideia de uma coisa tão impensável.

Ele não estava morto. Eu recusei. Eu não permitiria que o


mundo continuasse girando sem Kyan Roscoe nele.

O mundo era um borrão de movimento enquanto os


Guardiões da Noite restantes lutavam para chegar até ele e os
guardas lutavam para nos conter. Meu pé escorregou no
sangue quando consegui mergulhar entre eles por um
momento.

Estendi a mão para ele, meus dedos agarrando os dele e


fechando com força em torno deles enquanto um braço
passava pelo meu peito e tentava me puxar de volta.

“Levanta!” Eu gritei, meu aperto ficando mais forte


enquanto puxava sua mão. “Sua esposa precisa de você! Kyan!”

Ele não respondeu de forma alguma, nem mesmo um


piscar de nada enquanto seus dedos ficaram frouxos em meu
aperto.
Fui puxado para trás com tanta força que perdi meu
controle sobre ele, um punho bateu em meu lado e me forçou
a girar sobre os homens que estavam tentando me conter.

Os outros estavam lutando também, Nash se


transformando em pouco mais do que uma besta enquanto
Blake gritava o nome de Kyan tão alto que ecoava pela sala.
Mas ele ainda não se moveu um centímetro.

“Me deixar ir!” Eu rugi quando o resto dos guardas


convergiram para Blake e Nash e eu perdi Kyan de vista entre
o esmagamento de corpos lutando, mais e mais mãos me
agarrando e me forçando para longe dos outros.

“Tire o corpo daqui,” papai rebateu, como se Kyan não


fosse nada mais do que um inconveniente para ele. Algum lixo
que precisava ser descartado o mais rápido possível.

O latejar na minha cabeça era alto o suficiente para me


separar enquanto eu pensava nisso. De meu irmão ter partido
e o buraco que ele deixaria neste mundo. Não era verdade. Eu
não aceitaria. Eu o perseguiria até o inferno e arrastaria sua
bunda de volta aqui se fosse necessário.

Eu afastei meus braços dos homens que tentavam me


segurar, perdendo todo o sentido de mim mesmo enquanto
lutava com toda a brutalidade do homem que eu amava que
estava deitado naquele chão, precisando de mim mais do que
ele nunca. Ossos esmagados sob meus dedos e sangue voou,
mas quando fui atirado contra a parede, fui dominado por
números.
Os homens que me seguravam eram fortes e, mesmo
enquanto eu lutava contra seu domínio sobre mim com toda a
minha força, eles se recusavam a afrouxar o aperto.

Fui arrastado para fora da sala, puxado por uma porta


diferente daquela para onde eles haviam levado Tatum e,
quando fui girado, encontrei o rosto sarcástico de meu pai
olhando para mim com desprezo.

“Eu tentei o meu melhor para moldá-lo no homem que


você precisa ser de uma forma civilizada enquanto você era um
menino,” ele rosnou enquanto os homens me puxavam atrás
dele pelo corredor frio e eu continuei a chutar e lutar contra
eles.

“Deixe-me ir,” eu o avisei em meu tom mais ártico


enquanto meu coração disparava em pânico, mais potente do
que eu já experimentei em toda a minha vida. “Este é seu único
aviso.”

“Diz o homem que foi enganado e contido com pouco ou


nenhum esforço,” papai zombou quando abriu uma porta e fui
forçado a passar por ela. “Acho que vou arriscar.”

Meus olhos se arregalaram quando fui empurrado para


uma sala que estava decorada como uma porra de uma
masmorra de sexo, embora eu duvidasse seriamente que
estava aqui porque alguém queria me foder.

Uma cama de dossel preta pendurada com correntes e


algemas ficava no centro do espaço e eu lutei mais enquanto
os homens me arrastavam em direção a ela.
Eu chutei e soquei, acertando um idiota com força
suficiente para arrancar um dente antes que uma das minhas
mãos fosse presa em uma algema de couro ao pé da cama.

“Que porra é essa?” Eu rugi, lutando ferozmente enquanto


dois deles jogavam seu peso em cima de mim e conseguiam me
prender de costas.

Eu resisti e chutei, meus dentes afundando em um


pescoço e rasgando um pedaço de carne, mas não foi o
suficiente. Outra algema travada firmemente em torno do meu
outro pulso e meus tornozelos foram travados nas restrições
em uma barra de extensão um momento depois.

Os guardas se afastaram de mim enquanto eu


amaldiçoava e lutava contra as algemas, inclinando minha
cabeça para trás para encarar meu pai enquanto ele estreitava
os olhos para mim, avaliando-me como se eu fosse um
problema que ele precisava resolver.

“Talvez eu devesse ter dado uma mão mais firme com você
antes de agora,” disse o pai, aproximando-se de mim enquanto
os outros homens saíam da sala.

Eu lati uma risada sem humor porque se ele realmente


pensava que tinha pegado leve comigo, então ele realmente era
um psicopata do caralho.

“Diga-me o que você fez com as vacinas que você roubou


de mim,” disse ele, seu tom neutro e gelado. “Além das que você
desperdiçou com aqueles homens lá fora.”

Eu dei a ele meu olhar mais duro e mortal, nem mesmo


me preocupando em responder. Se ele pensou seriamente que
eu lhe contaria isso, ele estava louco. Eu levaria a resposta a
essa pergunta para o túmulo. Mas é claro que ele iria tentar
forçar isso dos meus lábios de qualquer maneira.

Meu pai suspirou enquanto se afastava de mim e por


alguns momentos intermináveis, eu fui deixado sozinho no
silêncio, apurando meus ouvidos em busca de alguma pista
sobre o que estava acontecendo com Tatum e meus irmãos
agora. Não que eu tivesse ouvido alguma coisa, não importa o
quanto eu desejasse alguma garantia de que eles estavam por
perto. As paredes de pedra não deixaram nenhum som me
alcançar antes que meu pai voltasse com um pano de prato
branco nas mãos.

Cinco homens correram atrás dele, quatro deles colocando


baldes de metal cheios de água fria no chão à minha direita. O
último homem colocou uma grande gamela de cobre ao pé da
cama, atrás da minha cabeça.

Meu pai caminhou calmamente ao redor da cama e puxou


algo para que minhas pernas ficassem elevadas, colocando-me
em uma ladeira e eu escorreguei até ficar pendurado nas
amarras pelos tornozelos. Minha cabeça pendurada no final do
colchão de PVC e olhei para a calha de cobre enquanto os
guardas deixavam a sala novamente.

“Última chance para tornar isso mais fácil,” meu pai


ofereceu como se não tivesse seu único filho amarrado a uma
porra de cama BDSM em preparação para causar afogamento
nele.

Não havia nenhuma maneira de eu dar a ele essa resposta,


não importa o que ele fizesse comigo, então eu lhe ofereci outra
coisa. Algo que eu sabia que iria destruir todas as ilusões que
ele já teve sobre mim e o homem que ele tentou me esculpir
com cada ato impiedoso de paternidade que ele concedeu a
mim.

Eu cuspi nele, saliva caindo em seu mocassim


perfeitamente polido e realmente o fazendo estremecer. Pela
primeira vez na vida, vi sua compostura escorregar enquanto
seu rosto se contorcia de raiva e nojo, mas a visão foi roubada
de mim quando ele deixou cair a toalha sobre meu rosto.

Eu mal tive um momento para respirar antes que a água


gelada desabasse sobre ele e eu lutei contra a vontade de
resistir e me debater enquanto prendia a respiração e apenas
tentava esperar.

Meus pulmões queimavam, meus olhos se fechavam e as


algemas em meus pulsos e tornozelos morderam minha pele
sem piedade. A sensação de afogamento foi quase insuportável
e quando eu não tive escolha a não ser tentar respirar, a
sensação enviou o pânico pelo meu peito.

Mas eu não vacilei. Eu não me debati, gritei ou implorei.


Eu não quebrei, porra. E eu não faria. Não importa o que ele
fazia para tentar me fazer falar.

Eu era o filho da puta Saint Memphis. Eu nasci do Diabo


e fui lançado na forma do inferno. Eu nunca aprendi a me
curvar e me recusei a me curvar. A única coisa que marcaria
minha vontade seria a própria morte. E se isso viesse para
mim, seria bem-vinda. Porque meus lábios nunca se
separariam nesse segredo e eu nunca cederia a essa besta que
me segurava.
Houve um tempo em que Troy Memphis me governou com
medo e com a necessidade patética de agradá-lo. Mas agora a
única que tinha domínio sobre mim era uma garota com um
coração muito puro e uma alma boa demais para mim. Nada
mais neste mundo poderia me tocar agora que eu era sua
criatura. E eu suportaria cada anel do inferno se isso fosse o
que fosse necessário para me trazer de volta ao seu lado.
O guarda idiota que me bateu me arrastou atrás de Karen
e me empurrou para uma sala com um símbolo na porta que
parecia uma espécie de roda. A dor cortou meu peito sobre
Kyan e eu estava começando a espiralar enquanto tentava não
desmoronar completamente. Eu tinha visto aquela bala atingi-
lo, o vi cair e ouvi o estalo quando sua cabeça colidiu com o
chão, vi como ele ficou tão imóvel. Muito quieto. Era
exatamente a aparência do meu pai quando morreu. Eu estava
em choque, incapaz de processar totalmente o que tinha
acontecido enquanto lutava para não perder o controle. Porque
se eu fizesse, nunca voltaria para meus meninos.

Lágrimas silenciosas rastrearam minhas bochechas


enquanto meu coração era dividido por Kyan, deixando-o
sangrento e cru, a dor muito cega para suportar. Eu tive que
lutar por ele. Porque ele teria destruído o céu e o inferno se eu
estivesse em seu lugar. Então, eu faria isso por ele. Eu
encontraria algum fragmento duradouro de força em minha
alma para segurar e terminaria esta guerra pelo meu deus com
tinta. E quando tudo acabasse, eu me permitiria quebrar e
sofrer na esteira de sua ausência até que não houvesse mais
nada de mim.

Havia assentos elevados de frente para uma cortina


vermelha dentro da sala e eu fui empurrada para baixo
enquanto Karen permanecia de pé.

“Obrigado, Raul, você pode ir e se livrar do cadáver agora,”


disse ela secamente e um ruído de tristeza absoluta me deixou
antes que eu me perdesse, me lançando sobre ela, querendo
despedaçá-la com minhas próprias mãos em nome de Kyan.

Ela pegou uma arma de dentro de suas vestes e colocou o


dedo no gatilho enquanto apontava para mim, me fazendo
parar. “Você pode ser importante, garota, mas se você lutar
comigo, garanto que vou atirar. Então sente-se.”

O guarda saiu e eu cerrei os dentes, olhando para a arma


e calculando o risco de atacá-la, tentando arrancá-la de sua
mão e virá-la contra ela. Se ela chegasse perto o suficiente,
descuidada o suficiente, eu talvez tivesse uma chance. Mas eu
não podia dar a entender que essa era minha intenção, então
olhei nos olhos dela e caí de volta na minha cadeira como se
estivesse admitindo a derrota. Mas inferno se eu estava. Eu
lutei para acalmar o tremor de minhas mãos enquanto pensava
em Kyan e doía por sua perda. Vou queimar o mundo por você,
meu pecador sombrio, o fogo vai brilhar tão forte que você verá
onde quer que esteja.

“Eu sei que isso é muito para absorver,” ela começou.


“Eu posso lidar com isso,” eu disse amargamente. “Você é
minha mãe? Claro, talvez você seja. Você acha que você ganha
algo comigo? Porque isso não vai acontecer. No que me diz
respeito, não tenho mãe.”

“Eu não te abandonei, Adriana,” ela cortou, e eu fiz uma


careta com aquele nome. “Mas se você acha que me importo
com o que você pensa de mim, você está enganada. Eu te dei
uma chance há muito tempo, você e sua irmã. Mas eu vi o que
você se tornou.”

“Uma chance?” Eu zombei. “Quando foi isso então?”

“Eu encontrei você eventualmente. Levei anos


procurando, mas localizei seu pai e segui todos vocês até um
shopping em Atlanta. Quando ele as deixou em uma loja de
roupas, vim falar com vocês duas. Para ver se você lembrava
de mim, para ver que tipo de pessoa ele te criou para ser. Você
tinha dez anos e Josie treze.”

“Esse não é o nome dela,” eu rosnei, odiando que sua


história soasse vagamente familiar. Lembrei-me de meu pai
nos fazendo deixar aquela cidade quando eu realmente queria
ficar. Ter que deixar minha amiga Elle para trás sem qualquer
aviso. Ele sabia que Karen tinha nos rastreado? “O nome dela
era Jessica.”

Ela acenou com a mão com desdém, irritação brilhando


em seus olhos. “Vocês duas foram criadas pela influência de
seu pai. Ele não tinha te criado como eu esperava. Vocês eram
apenas peões da sociedade, como qualquer outra criança nos
Estados Unidos.” Ela sorriu com desgosto, erguendo um pouco
a arma e me fazendo mexer na cadeira. “Eu soube então que
era tarde demais para salvá-la dele, que você sempre me veria
como o lobo mau. Seu pai arruinou vocês duas e então ele foi
e matou uma de vocês.” Ela balançou a cabeça em irritação.

“Não fale sobre ele assim,” eu rebati, meu sangue


esquentando. “Ele estava tentando nos proteger. Isso foi tudo
o que ele fez. “

“Oh sim,” ela disse ironicamente. “Eu vi como ele estava


assustado. Fiz meu pessoal observá-lo por um tempo,
ensinando a vocês todas aquelas bobagens de preparação. E
você sabe por que ele fez isso?” Ela se aproximou, olhando para
mim por baixo do nariz. “Porque ele tinha medo de mim. Do
que eu era capaz. Do meu poder.” Ela disse a palavra final com
reverência em seu tom e isso me fez odiá-la com uma paixão
feroz. “Ele tinha visto atrás da cortina. Ele sabia que o mundo
poderia cair a qualquer momento por causa das minhas
invenções e das de meus amigos. Então ele tentou preparar
você e sua irmã para o fim dos dias. Ele te deixou com medo.
Ele te fez fraca. Ele vacinou você contra qualquer vírus que
pudesse, caso fosse o que acabasse com o mundo. Se você
estivesse ao meu lado, ao lado do poder real, você nunca teria
tido medo um dia em sua vida. “

“Meu pai não me deixou fraca,” eu sibilei. “Ele me fez forte.


Muito mais forte do que você.”

Ela fez uma careta. “Você não sabe nada sobre força real.
Tenho todo o país sob o controle de marionetes. Posso fazer a
grande queda e a pequena ascensão. Eu sou uma deusa,
Adriana. E você também poderia ter sido.”

Levantei-me da cadeira com os dentes à mostra e Karen


ergueu a arma para apontá-la entre meus olhos. “Eu disse para
você não usar esse nome,” eu avisei. “Eu sou Tatum Rivers. A
filha de Donovan Rivers. Eu não sou sua, sou dele.”

“Sente-se e me escute,” ela gritou. Hesitei antes de


obedecer, a escuridão em seus olhos me dizendo que ela
realmente puxaria o gatilho se precisasse. E eu não seria boa
para meus meninos mortos. “Esse nem era o nome verdadeiro
dele, sua idiota. Então, se você é dele, então você pertence a
um homem morto com uma identidade falsa,” ela riu friamente
e minha respiração veio freneticamente, embora eu estivesse
orgulhosa demais para exigir saber seu nome verdadeiro.
Porque não importava. Ele era meu pai. Ele era Donovan assim
como eu era Tatum e Jess era Jess. Éramos a família Rivers, e
essa vadia não fazia parte dela.

“Ele está morto por minha causa, sabe?” Ela continuou


com um sorriso triunfante no rosto e a dor e a raiva se
espalharam pelo meu peito. Não disse nada, contendo minhas
emoções como papai teria instruído, esperando o momento
oportuno para atacar. Eu a deixaria falar até que eu tivesse
aquela arma e estivesse plantando seis balas em seu crânio.
“Eu armei para ele, pedi à Apollo Company que lhe enviasse
uma carta para lhe oferecer um emprego lá - uma empresa
minha. Eu estava trabalhando em um vírus que daria uma
arma biológica excepcional. Um que eliminaria os fracos e
permitiria que os fortes se levantassem. Mas quando seu pai
se mudou para perto do laboratório da Califórnia, vi uma
oportunidade de vingança contra ele. Ele aceitou, é claro,
considerando o alto salário incluído no pacote, mas então o
idiota foi e deu a você uma vacina meio armada para o maldito
vírus Hades anos depois.”

Seu rosto inteiro se contorceu como se ela desse a mínima


para Jess e a bile subiu na minha garganta.
“Não fique aí fingindo que ela significava algo para você,”
eu rosnei, a tristeza brotando em mim por essa vadia ser
responsável pelo mesmo vírus que matou minha irmã. “Eu vi o
que pessoas como você fazem em Royaume D'élite. Eu sei a dor
que você causa, o sangue que você derrama. Você não é capaz
de amar alguém além de si mesma. “

“Você está errada,” ela disse com emoção em seus olhos.


“Eu amei você e Josie mais do que qualquer coisa no mundo.
Mas você foi envenenada pela sociedade. É tarde demais para
você ser como eu agora. “

“Eu prefiro morrer a ser como você,” eu cuspi, enojada


com a mera perspectiva.

Seus olhos escureceram e ela mudou a arma em seu


punho como se quisesse disparar. Mas ela não fez. “Acho que
puni todos vocês no final. Talvez você mereça o destino que
espera por você, Tatum. Talvez isso lhe ensine o valor do poder.
Porque você tem tudo isso em suas veias agora.”

“A vacina, você quer dizer?” Eu rosnei.

“Sim,” ela suspirou. “Depois que enganei seu pai para


roubar o vírus e a nova vacina de seu próprio laboratório e
entregá-los a um dos contatos de Troy, Mortez, logo ficou claro
que a vacina não era totalmente eficaz. Mas não foi um fracasso
total. As câmeras de segurança o pegaram e voilá, o mundo
inteiro tinha um novo inimigo. Um inimigo que fiz dele,” ela
ronronou. “Em seus últimos dias, ele foi odiado por todos, ele
foi mostrado como o fraco que era...”

“Meu pai não era fraco!” Eu rugi e ela deu um passo à


frente, pressionando a arma na minha coxa.
“Podemos precisar de você, garota, mas não precisamos
de você inteira. Cuidado com o tom ou começarei a punição
agora.”

“Que punição?” Eu assobiei.

Ela começou a sorrir e eu respirei fundo para me impedir


de me lançar sobre ela, mantendo minha cabeça nivelada,
preparando-me para o meu próximo movimento. Mas era
quase impossível permanecer dentro daquele lugar calmo
dentro de mim. Porque essa vadia tinha sido a causa de tudo
isso. Ela foi responsável pela morte do meu pai, a razão pela
qual ele jazia em cinzas em uma caixa, a razão pela qual ele
nunca iria me abraçar novamente, a razão pela qual eu nunca
ouviria sua voz ou sentiria seu toque. Ele se foi por causa desta
mulher atroz. E eu faria com que ela sangrasse aos meus pés
até o final desta noite.

“Temos até de manhã antes que meus homens cheguem


para nos levar ao nosso novo laboratório nas montanhas para
que possamos reiniciar nosso trabalho na criação de uma
vacina. Não pude acreditar quando Troy descobriu você e o
segredo que você guarda. O destino o levou a esbarrar em seu
próprio filho e entregar o jogo. Acho bastante divertido que o
próprio lugar em que seu pai tentou esconder você me levou a
encontrá-la novamente. E que surpresa deliciosa foi seu
sangue milagroso. Acho que seu pai fez algo que valesse a
pena, afinal.”

Minha respiração veio pesadamente enquanto meus dedos


apertavam minhas palmas. “Eu não vou para a porra de um
laboratório de novo.”
“Você irá. E você vai sangrar por nós em pagamento pela
arrogância de seu pai,” ela disse, parecendo desapontada.
“Troy estava furioso quando você foi resgatada de seu
laboratório pela primeira vez, então vamos tomar medidas para
garantir que isso não seja possível novamente.”

“Quais medidas?” Eu cuspi.

Ela puxou uma corda ao lado das cortinas e eles se


afastaram, revelando uma varanda que dava para uma grande
sala com duas enormes cruzes de madeira colocadas lado a
lado. Nash e Blake estavam amarrados a eles, só com suas
boxers, seus braços e pernas travados no lugar contra o X de
madeira. Nash tinha uma cruz vermelha brilhante pintada em
seu peito e Blake tinha uma azul, marcando-os como a porra
de gado.

“Não!” Eu engasguei de horror, pulando da minha cadeira


enquanto a música alta berrava de algum lugar abaixo.

Raiva e medo rodaram em seus olhos enquanto eles


lutavam contra suas restrições, mas eu não acho que eles
pudessem me ver com os holofotes brilhando em seus olhos,
fazendo meu coração torcer em um nó de terror. “Blake - Nash!”
Eu gritei e seus olhos se arregalaram enquanto eles lutavam
mais para se libertar, chamando meu nome em resposta.

“Deixa eles irem!” Gritei, dando a volta em Karen, prestes


a atacar aquela arma quando a porta se abriu e os outros Grão-
Mestres invadiram a sala, tomando assentos para assistir ao
show, embora Troy não estivesse entre eles. Um guarda
apareceu atrás de mim com a mão apoiada em uma
metralhadora em seu quadril e sacudiu a cabeça para mim em
uma ordem para sentar.
“É um mundo que come cachorro, Tatum,” Karen disse
friamente, sentando-se no momento em que fui empurrada ao
lado dela pelo guarda. “E eu prefiro ser um pitbull do que um
chihuahua.”

“Se você os machucar, vou machucá-los tanto que você


vai implorar pela morte,” jurei, o medo me dominando em uma
onda avassaladora.

Karen sorriu cruelmente para mim. “Ou talvez quando


eles estiverem mortos e você aceitar que ninguém virá para
salvá-lelaa nunca mais, você perceberá que nunca teve a
chance de conquistar um palácio de deuses.”
O gosto de sangue inundou minha boca do meu lábio
arrebentado, e eu cuspi um punhado dele no chão enquanto
apertava os olhos contra as luzes brilhantes que estavam
direcionadas diretamente para a porra do meu rosto.

Meus músculos se contraíram enquanto eu tentava


levantar a mão para proteger meus olhos, mas a restrição em
meu pulso me parou.

A cruz gigante na qual fui amarrado era áspera e dura


contra minha espinha e as algemas de metal que seguravam
meus pulsos cortaram minha pele dolorosamente. Meus pés
mal tocaram o chão e eu murmurei maldições enquanto
escorregava um centímetro, fazendo as algemas morderem
meus pulsos com um golpe de agonia.

“Nash?” Blake chamou da minha direita e eu grunhi,


ainda semicerrando os olhos para a luz enquanto tentava
distinguir as figuras na sala além dela. Tatum estava lá em
algum lugar, eu a ouvi, tinha certeza disso.

Mas as figuras eram pouco mais do que silhuetas


indistintas com a luz brilhando tão intensamente, que era
impossível colocar rostos nos homens que eu estava jurando
matar.

“Onde está Tatum?” Eu gritei, minha garganta doendo


pela quantidade de vezes que gritei essas palavras no quarto
escuro na última meia hora, enquanto estávamos amarrados
aqui assim. “Ela está lá em cima?” Eu olhei para a varanda,
mas não adiantou, as luzes eram muito fortes.

Eu ainda não obtive nenhuma resposta. Eles não tinham


falado uma única palavra para nós desde que tínhamos sido
arrastados para longe do corpo de Kyan e arrastados aqui,
amarrados como um par de sacrifícios pagãos e deixados para
esperar até agora. A dor de sua perda foi como um caco de gelo
sendo cravado em meu coração e eu não sabia como lidar com
isso. Ele era meu irmão, meu amigo mais querido, minha
família.

“Façam suas apostas,” gritou um homem quando uma


porta se abriu em algum lugar atrás de mim e eu amaldiçoei
quando minha posição tornou impossível para mim virar e vê-
lo.

O máximo que pude fazer foi encontrar o olhar de Blake


enquanto ele lutava contra as restrições que o prendiam à sua
própria cruz, seu cabelo escuro caindo em seus olhos e
grudando em sua têmpora, onde o sangue escorria por seu
rosto de um ferimento na linha do cabelo.
Havia uma grande cruz azul pintada sobre seu peito nu e
eu olhei para a cruz vermelha que eles pintaram no meu, me
perguntando que jogos fodidos eles planejaram para nós.

Kyan nos contou as histórias sobre as coisas que eles


fizeram em Royaume D'élite e eu não tinha dúvidas de que isso
provavelmente acabaria muito mal para nós se não
conseguíssemos escapar.

“Vermelho ou azul? Últimas apostas agora,” o homem


chamou e o som de algo sendo rodado pelo chão de madeira
me alcançou assim que ele apareceu, empurrando o que
parecia um pouco como uma roda de roleta no lugar entre mim
e Blake em um carrinho grande.

No fundo do carrinho havia uma prateleira cheia de várias


coisas e contei uma faca, um martelo, uma serra e um atiçador
antes que ele aparecesse em minha linha de visão e bloqueasse
minha visão.

“Vamos,” Blake exigiu furiosamente, sacudindo as


algemas de metal que seguravam suas mãos como se ele
estivesse ansioso para se livrar delas e matar esse filho da puta
aqui e agora. Isso seria dois de nós então.

“Você vai desejar a morte antes de eu dar a você,” rosnei.

O homem nos ignorou, tirando uma bola prateada do


bolso e segurando-a antes de fazer a roda girar e jogar a bola
dentro.

O som de vozes de torcida soou além das luzes e entre


todos eles, pensei ter ouvido a voz de Tatum elevada com medo,
gritando meu nome. Mas saber que ela estava perto não fez
nada para me confortar, porque se ela estava aqui, então ela
estava em perigo. E eu não pude ajudá-la.

A bola sacudiu na roda e me peguei prendendo a


respiração junto com a multidão enquanto esperava que
parasse.

“O vencedor é... Azul!” o homem anunciou. “Pagamento de


bônus para qualquer um que tiver aguilhão de gado!”

O que diabos ele acabou de dizer?

A multidão estava aplaudindo novamente, alguns deles


vaiando porque tinham perdido, mas no geral havia muito
barulho de merda. Observei o idiota se abaixar e remexer no
fundo do carrinho antes de ficar de pé novamente com um
floreio, segurando um longo bastão de metal para gado e
ligando-o.

Ele caminhou em direção a Blake enquanto eu gritava


maldições em suas costas e as algemas de metal cortaram
meus pulsos com força suficiente para derramar sangue
enquanto eu lutava para escapar com ainda mais
determinação.

“Foda-se, seu filho da puta horrível,” Blake cuspiu meio


segundo antes de o idiota bater com o aguilhão em seu
estômago.

Eu rugi minha fúria para ele enquanto a coluna de Blake


arqueava, seus músculos tensos com a dor enquanto ele
mordia qualquer ruído que escapava de seus lábios em
resposta ao choque e a multidão gritava pelo jogo.
Minha raiva me cegou enquanto eu lutava e lutava, meus
músculos flexionando e meu sangue batendo forte com o
desejo desesperado de me libertar e destruir todos os monstros
nesta sala.

No momento em que me acalmei o suficiente para prestar


atenção, a bola estava voando ao redor do volante novamente
e Blake estava ofegando em suas restrições, seus olhos
brilhando de dor e fúria.

“Vermelho!” O homem chorou de empolgação e a primeira


coisa que senti foi alívio porque pelo menos era eu e não meu
irmão dessa vez. Eu suportaria cada uma dessas perdas
assistindo alguém que amo sofrer. “A marca!”

Meus olhos se arregalaram quando ele puxou uma marca


de metal do carrinho ao lado e a multidão gritou de
encorajamento enquanto ele se movia para aquecê-la no fogo.

A fúria pulsou por mim junto com a sensação mais


paralisante de inutilidade. Eu não conseguia me livrar disso.
Eu não pude escapar. E eu sabia que esse jogo não acabaria
simplesmente. Eles continuariam jogando, girando a roda e
escolhendo entre mim e Blake enquanto a tortura ficava pior e
pior até que um de nós morresse. Era onde o dinheiro real
estava sendo feito aqui. Eles estavam apostando em quem
sobreviveria por mais tempo. E de qualquer maneira eu seria o
perdedor. Não apenas porque esse seria o meu fim e o de Blake
também. Mas porque eu sabia disso em algum lugar próximo,
Tatum precisava de mim. Ela precisava de mim e eu não podia
ir buscá-la. Ela ficou sozinha depois que todos nós
prometemos que isso nunca aconteceria. E se os Guardiões da
Noite encontrassem seu fim aqui, então cada juramento que
havíamos feito teria sido em vão.
O homem se aproximou novamente, a marca
incandescente com o símbolo Royaume D'élite de uma letra R
dentro de um anel de fogo estendido diante dele.

Eu cerrei meus dentes antes que ele pressionasse minha


coxa, mordendo minha língua enquanto um rugido de dor
construía em minha garganta e o cheiro de pele queimada
navegava sob meu nariz.

Foi uma agonia diferente de tudo que eu tinha conhecido


antes, cegante e interminável e piorada pelo fedor de fracasso
que a acompanhava. Porque eu merecia isso. Eu merecia tudo
isso se não pudesse chegar até ela. Se ela sofresse por causa
do meu fracasso, isso e muito mais. E como a dor quase roubou
meu senso de identidade, isso era tudo que eu podia segurar.
Nossa garota precisava de nós. E não estávamos indo.
Parecia nunca estava terminando. Essa torrente
constante de gelo que fez meus pulmões queimarem com o fogo
do inferno.

Meus músculos se contraíram e se esticaram contra as


algemas que me seguravam ali, em alguma porra de cama de
sexo que eu esperava seriamente que tivesse uma limpeza
completa, meus bíceps protuberantes a ponto de doer
enquanto eu tentava abrir meu caminho para me livrar desse
tormento.

Dentro da minha cabeça não havia nada além de ruído


branco e as imagens que eu tinha selado dela. Lábios quentes
em minha carne e os olhos mais azuis que já vi olhando
diretamente para minha alma enegrecida, vendo tudo de mim
e encontrando o suficiente. Achando que vale a pena.
Impossível, mas verdadeiro.
Foi isso. Tudo que eu tinha deixado no escuro. Dor e
pânico, medo e miséria e ela. O resto empalideceu até a
insignificância. Porque toda vez que uma rachadura começava
a se formar na minha carne, ela estava lá para acalmá-la. Ela
estava lá para sussurrar encorajamento em meu ouvido. Ela
estava lá para me tirar do escuro. Eu era seu demônio e só
quebraria por ela.

Não este monstro. Nunca mais.

A água gelada me fez estremecer violentamente enquanto


eu resistia e me debatia, mas nunca fiz nenhum som. Nenhum.

O fluxo de água parou, a toalha que tinha sido colocada


em meu rosto foi puxada e eu olhei para o meu próprio inferno
pessoal enquanto ele olhava para mim por baixo do nariz. Sem
dúvida, ele achou que essa posição era adequada. Aqui estava
eu sob seu calcanhar. Abaixo dele. À sua mercê. Sob seu
controle.

Mas eu estava lutando contra o controle dele há muito


tempo. Mais do que ele poderia compreender totalmente. Eu o
estava roubando no dia em que levei aquele carro de brinquedo
para a Espanha quando era apenas uma criança pequena. Eu
reivindicava isso toda vez que mantinha minha rotina ou
tocava no piano. Havia música em minha alma que ele nunca
poderia destruir, correndo mais espessa que sangue em
minhas veias.

Eu engasguei, incapaz de evitar enquanto sufocava o ar e


meus pulmões se contraíam de dor, pontos negros dançando
diante dos meus olhos enquanto eu lutava para ficar
consciente.
“Onde estão as vacinas?” Meu pai perguntou
simplesmente, alisando a manga da camisa como se as gotas
de água caindo em suas roupas fossem o maior problema na
sala agora.

Eu estava ofegando para dentro e para fora, minha


respiração vindo com dificuldade. Não havia como esconder
isso enquanto minha garganta ferida e meus pulmões furiosos
lutavam por ar e rejeitavam com a mesma força. Tudo doía.
Dentro do meu corpo, dentro da minha cabeça. Eu estava
delirando, meu cérebro sobrecarregado com muito e muito
pouco e ainda aquela porra de pergunta era tudo o que ele me
perguntou.

Eu olhei nos olhos dele, deixe-o ver o quão pouco eu


pensava nele, o quão pouco me importava com ele fazendo isso.
Eu o deixei ver que ele não iria me quebrar, e eu sabia que ele
entendia.

Seus lábios se contraíram com o que eu tinha certeza que


era orgulho e tive o prazer de dizer que não queria isso. Eu não
queria seu orgulho ou desprezo, seu amor ou seu ódio. Eu não
queria nada dele além de sua morte. E se eu sobrevivesse a
essa troca, entregaria a ele em uma bandeja de prata.

A toalha caiu sobre o meu rosto novamente e meu peito


apertou em pânico antecipação do que eu sabia que viria
quando gotas de água gelada caíram do meu cabelo para o
cocho debaixo de mim enquanto eu o ouvia colocando a água
de volta nos baldes.

Eu suportaria isso, no entanto. Eu suportaria por meus


irmãos e, acima de tudo, suportaria por ela.
A água desabou sobre mim e dentro da minha cabeça eu
estava gritando com toda a força dos meus pulmões, mesmo
enquanto eles queimavam, e tossi e vomitei
incontrolavelmente. Mas nenhum som saiu dos meus lábios
em protesto ao tratamento. Nenhum faria. Eu morreria
primeiro.

No escuro, procurei-a novamente e quase pude saboreá-la


em meus lábios, sentir o toque de sua pele macia nas pontas
dos meus dedos. Isso era tudo que eu precisava para encontrar
minha força enquanto a tortura continuava. Era tudo que eu
precisava para passar por qualquer coisa.

Eu.

Não.

Iria.

Cair.
Escuridão ternal isso não era. Não havia uma luz no fim
do túnel ou um céu cheio de Tatums nuas implorando pelo
meu pau. Não havia nuvens brancas fofas ou até mesmo os
portões do inferno em chamas.

Não. A morte para Kyan Roscoe parecia um inferno como


estar preso em um tanque de agonia ardente enquanto uma
dor inimaginável disparava pelo meu lado esquerdo e o som de
All The Small Things do Blink-182 assaltava meus ouvidos.

Embora eu realmente duvidasse que fosse a trilha sonora


do inferno e tive a sensação de que poderia ser algo um pouco
mais visceral enquanto eu ouvia as letras e elas me traziam de
volta à realidade.

A parte de trás do meu crânio estava batendo como um


maldito tambor e eu tinha que assumir que tinha batido muito
forte, mas eu não podia dar atenção aos meus ferimentos
agora. Eu precisava empurrá-los de lado e descobrir o que
diabos estava acontecendo.

Meus olhos se abriram e eu respirei fundo enquanto


olhava ao meu redor, observando o plástico transparente em
que eu estava deitado sobre o chão frio de pedra. A luz acima
era brilhante e estridente nas paredes de ladrilhos brancos e vi
um pequeno decalque de cavalo-marinho gravado nelas. Não
havia cavalos marinhos no inferno. Fato. Lulas claramente
residiam com o Diabo, mas não havia nenhuma delas à vista.
Então eu definitivamente não estava morto. Na verdade,
parecia que eu estava em um banheiro decorado com
suavidade.

Um homem cantarolava junto com a música que vinha de


um alto-falante portátil equilibrado no vaso sanitário e eu virei
minha cabeça lentamente enquanto ele despejava um grande
barril de líquido azul na banheira, de costas para mim
enquanto trabalhava. Estreitei meus olhos para outro barril
que estava deitado de lado a seus pés, lendo o rótulo e
rangendo os dentes quando percebi que esse filho da puta
estava me servindo um banho de ácido.

Bem, foda-se ele. Eu não trabalhei tão duro para pintar


minha carne com tinta apenas para ter tudo dissolvido em um
maldito tubo de ácido sulfúrico como um gângster falhado pela
metade.

Eu rolei para o meu lado, prendendo a respiração quando


a dor do meu ferimento à bala penetrou em mim como um tiro
puro do fogo do inferno. Felizmente, o Blink-182 era alto o
suficiente para abafar o som de minhas mãos e joelhos
empurrando enquanto grunhia contra a dor em minha carne.
O idiota se virou ligeiramente e eu parei, esperando que
ele me visse, viesse para mim, tentar me matar, porra - mas ele
não o fez. Ele apenas se inclinou para derramar as últimas
gotas de seu barril de ácido e ofereceu uma visão de seu perfil
para mim. O que era tudo que eu precisava para reconhecer o
filho da puta que colocou as mãos na minha garota e me
preencher com uma necessidade cega de vingança.

Eu me levantei, um rosnado furioso escapando de mim


enquanto quase desmaiava com a dor em meu corpo, mas me
recusei a deixar isso me impedir.

O idiota se virou com um grito de alarme, pegando uma


arma do cinto meio segundo antes de eu colidir com ele.

Meu peso o enviou contra a parede ao lado da banheira e


eu agarrei o pulso da mão que segurava sua arma, batendo-a
de volta contra os ladrilhos com um rugido furioso.

Ele deu um soco direto no meu lado, a agonia rasgando-


me quando ele atingiu meu ferimento a bala e as estrelas
explodiram diante dos meus olhos enquanto a escuridão
fechava minha visão. O esquecimento me chamou e eu disse
para ele se foder, jogando minha testa para frente e esmagando
seu nariz, fazendo com que sangue espirrasse em meu rosto.

Eu dei um soco em seu estômago e bati seu pulso contra


os ladrilhos novamente, forçando-o a soltar a arma que
escorregou pela folha de plástico.

Envolvi minha outra mão em torno de sua garganta, mas


seu punho bateu no meu lado de novo e de novo e a dor foi tão
cegante que de alguma forma me vi caindo, minha bunda
batendo na borda da banheira quando quase caí para trás nela.
Por algum ato de Deus, ou o Diabo, ou apenas porra de
sorte, consegui agarrar a borda da banheira, minha bota
batendo em seu peito enquanto ele se lançava em mim e o
jogando para longe de mim novamente.

Eu cambaleei atrás dele, sangue respingando na folha de


plástico enquanto eu vazava mais do que uma torneira com
defeito, mas isso não importava agora. O que importava era
terminar isso antes que meu corpo desistisse e eu acabasse
tomando um banho do qual nunca conseguiria sair.

Eu me afastei da banheira, tossindo quando o cheiro ácido


se prendeu na minha garganta e peguei algo do topo do vaso
para quebrar sua cabeça. Infelizmente, era a porra de um rolo
de papel higiênico que simplesmente ricocheteou em seu rosto
quando ele se lançou contra mim com uma maldita faca de
caça. Não qualquer faca também - esse era o meu bebê, e ele a
estava virando contra mim como uma prostituta de dois
tempos.

Eu me abaixei para o lado enquanto ele balançava a


lâmina em minha garganta, a parte de trás dos meus joelhos
batendo no vaso sanitário e me fazendo cair para trás para
sentar na tampa fechada e derrubar o alto-falante.

Peguei o porta-escova de vaso sanitário do meu lado e


consegui esmagá-lo contra o lado de sua cabeça enquanto ele
se lançava contra mim novamente, o lado da escova de merda
batendo em seu rosto e fazendo-o xingar enquanto ele
cambaleava para o lado.

Meu corpo estava gritando para eu parar, mas eu ignorei.


Nenhum filho da puta me dizia o que fazer quando eu tinha
minha mente definida em algo, nem mesmo meu próprio corpo
maldito e eu bati em seu estômago com o ombro, derrubando-
o de seus pés. A faca deslizou pela folha de plástico e o filho da
puta estúpido se lançou atrás dela, rolando para longe de mim
e expondo suas costas para mim.

Eu me joguei atrás dele, sangue manchando o polietileno


da minha ferida e encharcando meu jeans enquanto ele pintava
tudo de vermelho.

Eu caí sobre ele. Literalmente caí porque eu tinha certeza


de que desmaiei de novo por um momento quando um raio de
agonia me cortou tão fortemente que roubou meu maldito
fôlego. Mas no momento em que pisquei para o lado da
escuridão, minha mão estava agarrada em seu cabelo e eu bati
seu rosto contra os ladrilhos abaixo de nós.

Ele estendeu a mão para a faca enquanto seu sangue


voava, as pontas dos dedos roçando no cabo enquanto eu batia
sua cabeça novamente e novamente.

No quarto golpe, a tensão saiu de seus membros e eu


respirei fundo através da dor que estava me consumindo,
lutando para ficar de pé enquanto ele se contorcia no chão.

Seus dedos ainda estavam tocando a faca e eu chutei para


longe, xingando o movimento antes de cerrar os dentes e puxá-
lo para cima na minha frente.

Eu o empurrei em direção à banheira e ele acordou


quando o fiz dar um passo sobre o plástico liso. Ele jogou um
cotovelo para trás em mim, mas eu estava pronto para ele
dessa vez, bloqueando o golpe com meu antebraço e chutando
a parte de trás de seus joelhos.
Ele gritou enquanto batia na lateral da banheira, suas
mãos agarrando a borda dela enquanto eu tentava forçá-lo a
se aproximar.

Por um momento, parecia que minha força iria se esgotar


e eu cairia sob suas tentativas desesperadas de escapar de
mim. Mas então fechei meus olhos, a visão dele dando um tapa
na minha garota passando pela minha memória e uma besta
furiosa e vingativa despertou em minha alma.

Com um rugido de esforço, agarrei as costas de sua


camisa e o arrastei para cima da borda da banheira, seus gritos
como a música mais doce do mundo quando ele viu a
inevitabilidade de seu destino vindo em sua direção e caiu de
cara no banho de ácido.

Eu pulei para trás quando o líquido espirrou ao redor dele,


de alguma forma evitando cada gota e ele começou a chutar e
se debater, desesperado para sair novamente antes que fosse
tarde demais. Mas já era tarde demais.

Escorreguei no sangue que revestia o lençol de polietileno,


mas consegui ficar de pé antes de arrancá-lo do chão e segurá-
lo entre mim e a banheira.

Quando o idiota ficou em pé, eu bati nele, jogando-o de


volta no ácido e conseguindo colocar a mão na parte de trás de
sua cabeça enquanto o empurrava para baixo da superfície.

Ele chutou e resistiu, mas eu mantive meu peso sobre ele,


a folha de plástico me protegendo do ácido enquanto eu
silenciosamente agradeci a Niall por me ensinar sobre merdas
fodidas como esta. O polietileno era imune ao ácido sulfúrico,
pelo menos a curto prazo como esse. Mas o corpo desse cara?
Não muito.

Ele finalmente parou de chutar e eu tropecei para trás,


caindo de bunda enquanto a energia era sugada de meus
membros, meu coração acelerado e a onda de adrenalina que
me manteve indo por tanto tempo agora que eu ganhei.

Mas eu não podia simplesmente desmaiar novamente. Por


um lado, minha garota e meus irmãos precisavam de mim. E,
para os dois, eu tinha certeza de que sangraria logo se não
fizesse algo para impedir que essa porra de buraco na minha
lateral vazasse.

Com um gemido de dor, rastejei até a pia e consegui usá-


la para me levantar. Havia um espelho pendurado acima dele
e eu olhei para mim mesmo, percebendo o quão pálido eu
parecia sob o sangue que cobria minha pele antes de rasgar
minha camisa arruinada.

Eu olhei para o pequeno buraco redondo na minha lateral


enquanto o sangue corria livremente dele e eu enrolei minha
camisa para pressioná-lo contra ele. Eu me virei, procurando
uma ferida de saída no espelho, mas não encontrei nenhuma.
Então, o pequeno filho da puta de metal ainda estava lá. Bom.
Eu também não iria tirar. Eu só precisava estancar o
sangramento por tempo suficiente para ajudar as pessoas que
amava.

Eu me virei e olhei ao redor do banheiro manchado de


sangue, localizando uma bolsa perto da porta e mancando em
direção a ela. Lá dentro, encontrei as armas que foram tiradas
de nós quando fomos capturados, e o canto da minha boca se
ergueu em um sorriso malicioso quando peguei o maçarico do
meio das armas antes de me virar para procurar minha faca.

Ele acabou em um canto e eu tropecei em direção a ele


com mais grunhidos de dor. Juro que o buraco da bala
desgraçado doía mais agora do que enquanto eu estava lutando
pela porra da minha vida.

Consegui pegar a faca, beijando-a por permanecer fiel a


mim antes de retornar ao meu lugar na pia.

Isso ia doer como uma cadela.

Acendi o maçarico e levantei a lâmina da minha faca até a


chama, aquecendo-a e higienizando-a de uma vez. Eu era
praticamente um cirurgião completo. Quem precisava de
algum diploma sofisticado e anos de treinamento?

Quando a lâmina estava quente o suficiente, respirei


fundo, tirei a camisa manchada de sangue do buraco da bala
e cerrei os dentes.

Esta foi uma das piores ou uma das melhores ideias que
já tive. Só há uma maneira de saber com certeza.

Eu quase gritei quando pressionei a lâmina quente em


minha carne, cauterizando a ferida e apertando minha
mandíbula com tanta força que fiquei surpreso por não ter
quebrado um dente.

Isso machuca. Não, foda-se, a dor não era nem perto do


que parecia. Era um tipo requintado de agonia reservada
apenas para o mais sujo dos demônios que residiam nas
profundezas do inferno. E eu devo ter sido um deles porque de
alguma forma, eu mereci sua dor também.
Eu segurei por tanto tempo quanto pude antes que meus
dedos parecessem ter espasmos por sua própria vontade, a
faca caindo da minha mão e batendo ruidosamente na pia.
Agarrei a borda da bacia de porcelana enquanto ofegava, meus
olhos cerrados enquanto esperava a agonia passar e lutava
contra a vontade de desmaiar novamente. O palestrante estava
tocando Numb do Linkin Park agora e eu não pude deixar de
desejar que algum entorpecimento próprio me fizesse superar
isso.

Mas eu não precisava disso. Eu tinha a melhor motivação


do mundo para seguir em frente, continuar, continuar vivendo.
Ela tinha cabelos que brilhavam como a luz do sol e nem por
um segundo me toleraria reclamando e cedendo agora. E eu
não iria decepcioná-la.

Eu abri meus olhos, olhando no espelho e olhando para a


escuridão neles, vendo o monstro em mim mais claramente do
que nunca enquanto me entregava a essa parte da minha alma
e a deixava assumir. Meu olhar caiu para o buraco da bala e
fiquei satisfeito em descobrir que tinha parado aquele filho da
puta em seu caminho. Não há mais sangue. O que significava
que era hora de ir.

Respirei fundo, peguei minha faca e me virei para a saída.


O saco de armas era demais para o meu corpo enfraquecido
lidar e eu amaldiçoei quando peguei um par de pistolas,
empurrando-as na parte de trás das minhas calças antes de
abrir a porta.

A sala externa estava iluminada, embora felizmente vazia,


e pude ver que era algum tipo de sala de jogos com mesas de
pôquer dispostas e sem uso.
Eu tropecei no amplo espaço, tentando ouvir além das
batidas do meu próprio pulso, qualquer coisa que pudesse me
ajudar a encontrar os outros.

Eu estava sem fôlego quando atravessei a sala e tropecei


antes de chegar à porta, batendo em um painel na parede que
se abriu quando me empurrei de pé novamente.

Olhei para dentro do disjuntor, minhas sobrancelhas


subindo enquanto eu procurava o interruptor de alimentação
principal. Posso ter ficado todo fodido, mas ainda era um
predador. E eu tinha que pensar que caçaria melhor no escuro.

Meus lábios tremeram quando estendi a mão e apertei o


interruptor, desligando as luzes e todos os outros itens
elétricos do prédio de uma só vez.

Eu estava mergulhado na escuridão e ri de mim mesmo,


um som amargo e quebrado que era tudo ameaça e nenhuma
alegria.

Eu estava indo atrás deles agora. E que Deus os ajude


quando eu chegar. Supondo que eu chegasse até eles antes que
meu corpo cedesse para sempre.
Eu estava mergulhada na escuridão e não perdi um único
segundo para agir enquanto me agarrava a este momento de
salvação potencial.

Eu pulei para fora do meu assento, saltando na direção do


guarda, minhas mãos travando em torno de sua metralhadora
enquanto a fúria esculpia uma linha em meu peito. Eu coloquei
meu dedo no gatilho antes que ele pudesse tentar me impedir,
girando o cano cegamente em sua direção e apertando meu
dedo nele.

Uma explosão de tiros rasgou meus ouvidos e o homem


caiu com um grito agonizante quando sangue quente
respingou em mim e fui puxada para o chão com ele pela
correia da arma que estava presa em seu corpo. O som de gritos
de pânico e pessoas correndo para a porta me disse que eu
tinha apenas alguns segundos para agir. Segundos para
matar. E não havia uma chance em todo o universo de que eu
estivesse deixando qualquer um desses filhos da puta
assassinos escapar.

Virei a arma para cima o melhor que pude e comecei a


atirar na direção que eu tinha vindo, o rat-tat-tat das balas
perfurando minha cabeça enquanto o som enchia o pequeno
espaço e fazia uma canção com os gritos gargarejantes de
minhas vítimas. O clarão de fogo do cano da arma acendeu-os
em um efeito estroboscópico enquanto morriam, e eu sorri
enquanto apreciava essa maldita discoteca de minha própria
criação.

Consegui encontrar o clipe na correia e liberei a arma do


corpo do guarda enquanto tiros eram disparados em minha
direção. Mas eu apenas mantive meu dedo no gatilho enquanto
pulverizava meus inimigos com o máximo de morte que essa
arma poderia causar até que todos os movimentos na sala
parassem.

Uma sensação de queimação ao longo da minha têmpora


disse que eu tinha chegado mais perto da morte do que gostaria
e quando o sangue escorregou pelo meu rosto da bala, eu o
limpei.

Fiquei de pé, tremendo no escuro enquanto procurava


algo para usar como luz. Eu precisava ter certeza de que não
havia mais ninguém vivo nesta sala. Que cada um deles não
existia mais neste mundo.

Meu pé bateu em um corpo mole e me abaixei,


vasculhando suas vestes e puxando um telefone, meus ouvidos
zumbindo fortemente com o tiroteio. Acendi a lanterna,
iluminando o massacre enquanto meu coração batia de forma
irregular. Eu nunca matei em um nível como este. E por mais
forte que minha respiração estivesse vindo e tão chocada
quanto eu estava com o sangue pintando as paredes, eu me
deleitei com isso também. Porque cada bastardo nesta sala
tinha crimes indescritíveis pelos quais responder. E agora eu
esperava que eles estivessem diante do Diabo no inferno, todo
o poder retirado de suas mãos quando uma eternidade de
sofrimento começou.

O cabelo loiro de Karen estava espalhado pelo chão onde


ela estava deitada sob um dos outros grão-mestres, o sangue
molhando os dois e eu não conseguia sentir o menor sinal de
arrependimento por sua morte.

Eu me virei para olhar para a varanda, procurando Blake


e Nash além dela enquanto o pânico corria em meu peito. Eu
podia apenas distingui-los através da escuridão e a voz de Nash
de repente me chamou em desespero. “Tatum! Diga-me que
você está bem!”

O cara que estava girando a roleta se foi e eu imaginei que


ele tivesse visto o destino que se abateu sobre seus amigos. Eu
com certeza gostaria de encontrá-lo e fazê-lo sofrer pelo que fez
aos meus meninos.

“Estou bem! Eu matei muitos deles,” gritei de volta. “Estou


chegando. Espere.”

“Seu anjo de merda,” disse Blake com uma espécie de


risada maníaca. “Apresse seu doce traseiro.”
Virei-me para a porta e meu coração deu um pulo quando
ela se abriu e uma mulher saiu voando, um chicote de cabelo
loiro me fazendo rosnar furiosamente. Porra da Karen.

Eu comecei a persegui-la, indo atrás dela no corredor e


abrindo fogo, mas o maldito cinto de munição estava fora. Eu
atirei em todas as balas e nenhuma garantiu sua morte.

Ela abaixou a cabeça, atirando às cegas atrás dela com


sua arma, então fui forçada a me proteger na sala de
observação. Ela mergulhou em uma esquina e sumiu de vista,
mas meu olhar caiu em uma trilha de sangue que ela estava
deixando para trás e uma decisão fria e calma caiu sobre mim.
Estou indo, vadia. Mas ainda não.

Corri ao longo do corredor e desci alguns degraus,


encontrando a porta que deveria levar para a sala onde Blake
e Nash estavam sendo mantidos e tentando a maçaneta.
Bloqueada. Eu me afastei, inclinando a coronha da arma para
baixo na fechadura e batendo o mais forte que pude. Ele parou
e eu empurrei a porta, correndo para dentro e usando a
lanterna do telefone para encontrar meus meninos enquanto
jogava fora a metralhadora vazia.

Minhas mãos tremiam enquanto eu torcia as fechaduras


das algemas de Blake primeiro, ajudando-o a descer. Ele
estremeceu e eu alcancei meus dedos em direção à queimadura
em seu lado do aguilhão do gado e as marcas de chicote
ensanguentadas em seu peito.

“Está tudo bem. Estou bem,” ele rosnou, mas isso nunca
estaria bem. A visão de seu sangue era como um trapo
vermelho na frente de um touro para mim. E meus chifres
estavam afiados, prontos para matar em penitência por isso.
Corri para Nash e o abaixei em seguida, meu coração
apertando em punho enquanto ele gemia de alívio. A marca em
sua coxa já era ruim o suficiente, mas eu tive que assistir
enquanto o cara batia nele com espanadores até que seu corpo
ficasse machucado também. Era quase demais ver seu belo
corpo marcado e dilacerado com dor e um ruído de angústia
me deixou.

Ele se moveu na minha frente enquanto eu verificava suas


feridas, meus dedos roçando suas costelas e ele estremeceu.

“Estou bem, princesa,” ele rosnou.

“Nada sobre isso está bem,” eu engasguei.

Blake se moveu atrás de mim e os puxei para perto,


permitindo-me um momento em seus braços enquanto eu
apenas me confortava com o conhecimento de que eles estavam
aqui. Eles ainda estavam vivos.

Por um momento minha mente caiu em Kyan, mas o


abismo de tristeza colocado nesses pensamentos era muito
profundo para me perder agora. Eu tive que me concentrar. Eu
tinha que terminar isso.

“Precisamos matar aquela vadia de merda que me deu à


luz,” eu rosnei.

“Precisamos de roupas e armas,” Blake rosnou.

“Eles nos fizeram tirar a roupa lá fora,” disse Nash


sombriamente e eu o segui até uma sala adjacente que parecia
uma cela de metal, todos nós congelando quando avistamos o
girador da roleta encolhido no fundo da sala.
“Oh não,” ele guinchou, apontando para nós com uma
faca que ele deve ter agarrado de seu carrinho doente de
dispositivos de tortura.

Nós nos movemos em direção a ele como os cavaleiros do


apocalipse e quando ele me atacou com a lâmina, agarrei seu
pulso, torcendo bruscamente e fazendo-o cair. Nash o prendeu
na parede pela garganta e Blake agarrou a lâmina, cravando-a
em seu intestino uma e outra vez até que seus gritos sumiram
e a vida cintilou de seus olhos. Nash o largou, zombando de
seu cadáver e eu virei minhas costas para ele com uma onda
de satisfação.

Este lugar foi preparado para se tornar um novo reino da


morte. Mas não haveria nenhum idiota real para preenchê-lo
quando terminássemos. Eles iriam pagar por matar Kyan. Eu
não descansaria até que isso fosse feito. Era a única coisa que
me mantinha junto, e eu sabia que no segundo em que
terminasse, eu desmoronaria por causa de sua perda e lutaria
para seguir em frente.

Os caras se vestiram rapidamente, então eu os levei para


o corredor, olhando o sangue que Karen tinha pingado ao longo
do tapete creme macio na luz fraca.

“Os outros Grão-Mestres tinham armas,” eu disse antes


de conduzi-los para a sala de observação onde eu tive que
assistir meus meninos serem feridos.

Monroe abriu o caminho para dentro e soltou um assobio


baixo. “Puta merda, princesa. Isso é matar no seu melhor.”

Blake me puxou para perto quando entramos, beijando-


me rudemente no topo da minha cabeça antes de correr o
polegar sob o corte na minha têmpora para limpar o sangue.
“Se eles já não estivessem mortos, eu os mataria de novo.
Lentamente, eles se mijariam enquanto implorariam por
misericórdia. Mas eu não ofereceria isso a nenhum deles por
esta marca apenas em você, querida.”

“Eles morreram rápido demais,” concordei. “Por tudo que


eles fizeram a tantas pessoas, a Kyan, a vocês dois, eles não
mereciam uma bala, eles mereciam lâminas e fogo.”

“Eles estavam com medo, pelo menos, eles sabiam o que


estava acontecendo,” Nash disse enquanto pegava quatro
armas e entregava duas para Blake antes de passar outra para
mim, que coloquei na minha cintura. Ele apontou para a
multidão de corpos que estavam todos claramente correndo
para a porta antes de morrer. Ele estava certo, mas ainda não
parecia o suficiente.

“É melhor nos certificarmos de que eles estão todos


mortos,” Blake disse severamente. “Não podemos deixar
nenhum desses filhos da puta voltar para reconstruir Royaume
D'élite.”

“Nós faremos isso por Kyan,” eu disse, minha voz


falhando. “Então eu preciso pegar aquela vadia da Karen e
fazê-la gritar.” Ela pode ter se machucado, mas eu não sabia o
quanto ou o quão longe ela poderia ter ido.

“Vocês dois vão em frente, eu os alcanço,” Nash pediu


antes de se mover para pressionar sua arma recém-adquirida
na parte de trás de uma de suas cabeças.

“Não, não podemos nos separar,” rosnei e Blake assentiu


com firmeza.
“Então vamos ser rápidos,” Nash disse com uma careta e
disparou o tiro no crânio do homem, o som parecendo
ricochetear por todo o meu corpo. O trabalho estava sujo, mas
conseguimos em menos de um minuto e logo estávamos
correndo pelos corredores atrás da minha mãe prostituta.

As luzes de repente brilharam de volta à vida e eu olhei


para os outros enquanto nós congelamos no longo corredor.

“Ei!” Um guarda gritou para nós do final do corredor.

Um estrondo alto soou na minha cabeça e minha


respiração parou quando o guarda voou para trás, caindo
morto e frio de pedra no chão com um baque pesado.

A arma de Blake foi levantada e sua mandíbula


tiquetaqueando, seus olhos brilhando com o fogo do inferno.
Ele brilhou como uma estrela do caralho e eu mal consegui
tirar meus olhos dele. Pisquei e corremos de novo, seguindo a
trilha ensanguentada pelas tábuas brilhantes do assoalho.

Desliguei a lanterna e coloquei o telefone no bolso


enquanto descíamos uma opulenta escadaria à nossa direita,
seguindo o sangue até o nível do solo.

Uma brisa fria soprou contra minha bochecha e eu me


virei para ela, encontrando uma porta entreaberta com uma
maçaneta ensanguentada, a neve além dela salpicada de
vermelho sob o luar.

Uma fome escura puxou meu intestino enquanto eu


espreitava em direção a ele, caçando minha presa com dois dos
meus lobos ao meu lado.
Eu poderia sentir o cheiro de sua morte no ar. E eu quem
iria matar.
A água parou de escorrer pelo meu rosto, mas a toalha
permaneceu enquanto eu vomitava e ofegava. Meus pulmões
estavam tão desesperados por ar puro que eu não percebi que
minhas mãos estavam sendo desamarradas antes de ser
empurrado para cima e elas ficarem presas nas minhas costas.

Eu balancei minha cabeça para desalojar o pano,


tremendo incontrolavelmente com a água gelada que corria da
minha cabeça, pelas minhas costas e pelos meus ombros,
encharcando minha camisa. Eu respirei fundo enquanto meu
coração disparado batia como um animal preso em uma gaiola.

“Levante-se,” papai disparou. “Levante-se, Saint.”

Pisquei para ele através da névoa dos meus pensamentos


enquanto tentava alinhá-los e compreender totalmente o que
estava acontecendo. A tortura tinha me deixado sem oxigênio
e desorientado e eu precisava me orientar rapidamente.
Altas explosões ecoaram, parecendo ecoar dentro do meu
crânio antes que eu finalmente percebesse que o que estava
ouvindo eram tiros.

Uma risada caiu dos meus lábios quando meus tornozelos


foram liberados das algemas na barra de extensão e meu pai
me arrastou da cama de BDSM e me colocou de pé.

“O que é tão engraçado?” Ele exigiu e meu sorriso se


alargou porque, apesar de todos os seus esforços para escondê-
lo, pude ver que ele estava agitado e o gosto disso era tão doce
na minha língua que não pude deixar de me gabar.

“Acho que você está prestes a perceber exatamente do que


é feita a minha família,” disse em voz baixa. “Você disse que
não conseguia entender o que eu vi nessas pessoas quando
escolhi me juntar a elas. Bem, agora você está prestes a
descobrir. Você soltou os cães do inferno e eles têm o cheiro do
seu sangue.”

Papai zombou, segurando meu braço e me arrastando em


direção à porta. Eu o deixei me puxar junto, não querendo ficar
nesta porra de quarto de qualquer maneira.

“Não romantize as coisas, garoto,” disse ele com desdém.


“Mesmo que seus amigos tenham conseguido causar algum
tipo de destruição, não vai durar muito. Eles não podem
resistir ao poder de Royaume D'élite e sobreviver. Basta
perguntar ao garoto O'Brien morto.”

Essas palavras doeram como um golpe no coração e eu


respirei fundo ao pensar em Kyan deitado ensanguentado e
ainda no chão. Mas eu não podia me permitir me concentrar
nisso. Eu precisava ficar alerta para as pessoas que ainda
poderia ajudar.

“Para onde você está me levando?” Eu exigi enquanto ele


me puxava por um corredor em direção à escada.

Três guardas armados correram para nos cercar e eu


zombei deles abertamente, não me importando em esconder
meu desprezo deles quando uma arma foi apontada para
minha cabeça e eles me fizeram andar com eles.

Nós nos movemos rapidamente, o ritmo brusco de papai o


suficiente para me deixar saber que ele não estava tão calmo
quanto ele estava tentando fingir, e eu inclinei minha cabeça
para trás enquanto gritava no topo dos meus pulmões. “Eu sou
a escuridão na calada da noite!”

O idiota com a arma me atingiu na têmpora e eu sibilei


uma maldição para ele, mas eu tinha quase certeza que ouvi a
resposta a essas palavras gritadas de volta para mim de um
dos meus irmãos em algum lugar. Era impossível ter certeza
de quem tinha sido, mas apenas a sugestão de que eles
estavam perto, brigando, lutando, minha força voltou para
mim e a esperança inchou em minhas veias.

Fui empurrado escada abaixo com os dedos de meu pai


mordendo meu braço enquanto ele me forçava a me mover cada
vez mais rápido. O eco dos tiros nos expulsou do prédio e fiquei
muito feliz em vê-lo correr como um rato de um ralo inundado.

Quando chegamos ao pé da escada perto da porta da


frente, mais tiros soaram de ainda mais perto, fazendo meus
ouvidos zumbirem enquanto o som ressoava nas paredes de
tijolos.
Meu pai se virou para olhar entre os guardas, um deslize
momentâneo em sua compostura mostrando verdadeiro pânico
em seus olhos e eu sorri para ele como um selvagem.

“Vocês três fiquem aqui e afastem qualquer um que tente


me seguir,” ele gritou, e eles concordaram instantaneamente
como os idiotas estúpidos que eram, virando-se para se manter
firmes diante da porta.

Meu pai me arrastou para fora, pegando a arma do idiota


que a segurava na minha cabeça e enfiando-a contra meu
crânio em seu lugar.

“Eu quero um herdeiro, Saint,” ele rosnou enquanto eu


cravava meus calcanhares. “Mas não pense que isso significa
que eu não vou te matar. Se você provar que está além da
redenção tentando escapar de mim agora, então eu colocarei
uma bala entre seus olhos e encontrarei uma mulher para
preparar um substituto para mim em seu útero. Não me teste
nisso.”

“Eu nem sonharia com isso,” respondi, minha voz cheia


de desdém enquanto permitia que ele me levasse para a neve
onde seu Bentley estava estacionado em frente à casa.

Meu pai abriu a porta traseira quando o som de tiros se


aproximou e ele me empurrou para o banco de trás antes de
batê-la novamente e entrar na frente.

Um tiro foi disparado de algum lugar muito mais perto


assim que ele se afastou e eu me virei, meus olhos se
arregalando de surpresa e alegria do caralho quando vi Kyan
se lançando para fora dos arbustos e atirando em nós.
“Ouça-me rugir!” Kyan berrou, seu peito manchado de
sangue brilhando nos faróis enquanto meu pai girava o carro
em sua direção e pisava fundo no acelerador.

Eu me lancei para frente entre os assentos, batendo a


cabeça na lateral do crânio do meu pai enquanto a maneira
como minhas mãos estavam amarradas tornava impossível
para mim fazer algo melhor, e ele desviou violentamente
enquanto lutava para apontar sua arma para mim.

Eu me joguei no chão no momento em que ele disparou e


a janela traseira foi destruída por uma chuva de vidro
estilhaçado.

“Eu te avisei, Saint,” papai rosnou enquanto girava o


volante, meio concentrado em dirigir e meio tentando olhar
para trás para apontar sua arma para mim. “Misturar-se com
pagãos de baixo sangue nunca iria terminar bem para você.”

Um rugido violento veio da parte traseira do carro e eu me


virei a tempo de ver Kyan agarrar o encosto de cabeça enquanto
pulava no porta-malas, atirando descontroladamente em
direção ao meu pai na frente do carro enquanto ele se agarrava
para salvar sua vida.

As janelas quebraram e o carro desviou para a esquerda e


para a direita em movimentos violentos que me fizeram bater
contra a porta e bater com a cabeça com força suficiente para
fazê-la girar.

Eu me empurrei para cima nos bancos, mantendo-me


abaixado fora do caminho de Kyan enquanto o carro desviou
sobre o asfalto gelado.
Meu pai girou em seu assento, levantando sua própria
arma, apontando direto para a cabeça do meu irmão e eu me
lancei em direção a Kyan. Meu ombro colidiu com ele,
deixando-o solto e fazendo-o cair de volta na estrada quando o
tiro foi disparado e errou por quase nada.

Eu pulei atrás dele, mergulhando de cabeça para fora da


janela traseira e fechando os olhos enquanto batia no chão com
força, caindo sem parar enquanto a dor ricocheteava em meu
corpo e o carro parava de repente à minha frente.

Minha pulsação trovejou enquanto eu tentava me


levantar, mas estava desarmado, amarrado e preso aqui como
um pato sentado.

Kyan gemeu onde ele caiu, sua arma em nenhum lugar à


vista enquanto ele meio que se levantava enquanto segurava
um ferimento em seu lado e era fácil lembrar que ele já esteve
muito perto da morte esta noite.

E a menos que a maré subitamente mudasse a nosso


favor, eu tinha a horrível sensação de que meu pai estava
prestes a ganhar essa parte do jogo.
“Troy! Espere por mim!” A voz de Karen chegou até mim
enquanto corríamos ao redor do castelo, abraçando a parede
para nos proteger de quaisquer armas que pudessem ser
apontadas em nossa direção.

O pânico tomou conta de meus pulmões e corri mais


rápido pela neve que se acumulava sob meus pés, minha
respiração embaçando-se à minha frente enquanto eu abria a
trilha sangrenta à nossa frente.

Fomos até a frente da casa onde Troy estava saindo de um


Bentley, levantando uma arma para apontar para duas
pessoas na calçada pavimentada enquanto Karen cambaleava
em sua direção.

“Troy!” Ela gritou e ele olhou surpreso.


Meu olhar se concentrou nos homens no chão. Saint.
Kyan.

Meu mundo desacelerou, minha cabeça girou, meu


coração inchou enquanto eu sentia minha conexão com meu
marido com mais segurança do que nunca. Meu belo e escuro
pecador, pálido e ensanguentado, mas vivo. Totalmente vivo.
Fiquei tão impressionada com a visão deles e com o amor em
meu coração por aqueles dois meninos que fiquei
momentaneamente paralisada. Mas eu tinha uma tarefa a
cumprir. Eu não podia deixar Karen ou Troy fugirem. Eles
eram as últimas peças deste horrível quebra-cabeça. Suas
mortes preencheriam as vagas finais e todos nós poderíamos
finalmente acordar desse pesadelo.

Eu levantei minha arma, mirando em Troy com um sorriso


de escárnio antes de puxar o gatilho. Ele cambaleou para o
lado e a bala foi bem longe. Ele virou sua arma para mim e
Saint chutou suas canelas com força quando sua arma
disparou. Mãos fortes me puxaram de volta, me arrastando
para trás da cobertura da parede e encontrei Blake lá, me
dando um olhar ansioso.

“Jesus, Cinders,” ele amaldiçoou. “Isso foi muito perto.”

“Você está morto - nossa maldita rainha está aqui!” Saint


rosnou e eu lutei para me livrar de Blake para olhar ao redor
da parede.

Troy estava de volta no carro, afastando-se pela estrada,


claramente decidindo que preferia salvar a própria bunda do
que arriscar que nos atingisse em um tiroteio. Karen tinha se
abaixado atrás de uma pedra que flanqueava o caminho e eu
rosnei quando ela saiu de trás dela, segurando seu lado com
uma mão, sangue escorrendo por seus dedos enquanto ela
corria o mais rápido que podia para alcançá-lo.

“Espere!” Ela gritou quando o Bentley acelerou para longe.

Saint tentou se levantar, mas suas mãos estavam


amarradas atrás das costas e Kyan estava lutando também,
claramente em agonia enquanto pressionava suas mãos no
chão para se apoiar em suas mãos e joelhos.

Um tiro cortou o ar e Nash de repente jogou seu peso em


mim e em Blake, nos achatando contra a parede mais uma vez
quando a bala passou por pouco de nós. Eu me virei para ver
de onde tinha vindo quando respirações frenéticas me
deixaram, encontrando um guarda nos seguindo, em pânico
enquanto lutava para recarregar sua arma.

Nash se afastou de mim e ele e Blake correram para o cara


a toda velocidade, disparando suas armas e derrubando o
homem em uma rajada de balas. Mas quando o guarda atingiu
o chão, ele começou a se levantar mais uma vez, claramente
usando um maldito colete à prova de balas enquanto levantava
sua própria arma para disparar. Meus meninos colidiram com
ele antes que ele pudesse, esmagando-o no chão. E eu sabia
que eles ganhariam aquela luta quando o homem começou a
gritar embaixo deles e eles trabalharam juntos para prendê-lo
e acabar com ele.

Eu me virei para encarar Karen enquanto ela tropeçava


em direção ao carro e Troy diminuía a velocidade para ela.
Kyan estava de joelhos, recarregando sua arma enquanto Saint
lutava contra suas restrições.
“Foda-se,” eu cuspi, perseguindo Karen e levantando
minha arma.

A porta do passageiro foi aberta e Karen agarrou-se à


lateral do veículo, cambaleando em direção a sua única chance
de fuga.

Parei de correr e levantei a arma, apontando-a para ela,


mirando e não me movendo um único centímetro enquanto
prendia a respiração. Eu tinha que fazer isso direito. Mire bem
e acerte meu alvo em cheio. E para isso, tive que ficar parada.

Ela continuou se movendo aos arrancos enquanto


agarrava a porta do carro, sua cabeça balançando para dentro
e para fora do meu tiro enquanto eu rosnava baixinho.

Imaginei meu pai e Jess, imaginei as pessoas que ela


machucou, os homens e mulheres acorrentados e enjaulados
que eu tinha visto em Royaume D'élite. Imaginei aquele vírus
varrendo o mundo matando inocentes sem piedade. Imaginei a
mãe de Blake encontrando seu fim e Kyan deitado em sua
cama no Templo, mal conseguindo respirar.

Uma emoção brotou em mim com tanta força que era tudo
que eu podia sentir. Uma única emoção definidora que foi
projetada para esses seres humanos fracos e covardes que
tentavam escapar da justiça naquele carro. Era ódio em sua
forma mais pura.

Eu puxei o gatilho e Karen foi jogada no chão em um jato


de sangue.

Soltei um suspiro pesado de satisfação quando uma única


lágrima escorreu pela minha bochecha, antes de apontar a
arma na parte de trás do carro e começar a atirar novamente.
Troy decolou com o rugido do motor e percebi que os Guardiões
da Noite estavam atirando também, as balas abrindo buracos
em seu carro chique enquanto ele corria em direção à saída.
Mas ele não diminuiu a velocidade. Ele continuou indo e indo,
saindo de vista até que não houvesse mais nada em seu lugar,
exceto gases e sonhos fracassados.

Perdido.

Nós o havíamos perdido.

Eu me virei para olhar para Saint em consternação, meu


coração afundando e seus olhos se enchendo de uma amarga
decepção. Em seguida, suas feições se contorceram com ódio
quando um gemido soou de minha mãe no chão, seu corpo se
contorcendo com vida.

Kyan desamarrou as mãos de Saint para ele e então Saint


o ajudou a se levantar.

“Você está vivo,” eu engasguei enquanto me lançava em


Kyan, envolvendo meu monstro tatuado em meus braços,
sabendo que ele não estava nem perto de bem, mas ele ainda
estava respirando. E isso era o que importava agora.

“Sim,” ele viu rispidamente. “As balas são como doces para
mim, baby.” Ele estremeceu quando eu recuei e ele olhou por
cima do meu ombro, sua respiração saindo em ofegos pesados.
“Vamos entregar Karen Kunt a Satanás pessoalmente.”

Eu balancei a cabeça, saboreando a proximidade dele


enquanto respirava o cheiro de couro e sangue nele, garantindo
a mim mesma que ele realmente estava aqui. Então me virei e
comecei a marchar em direção a Karen com um propósito e
senti meus meninos me seguindo até que estivéssemos todos
circulando em volta dela em um círculo. Blake e Nash se
juntaram a nós, respingados de sangue e parecendo sedentos
por mais morte.

Saint chutou Karen para rolá-la e ela olhou para nós


enquanto se engasgava com seu próprio sangue, minha bala
explodindo no centro de sua garganta.

“Quem é fraca agora?” Eu assobiei para ela e seus olhos


brilharam de raiva, derrota, medo.

“É você,” Saint forneceu em um tom ártico. “Você é a


sujeira aos nossos pés.”

“Você vai entrar no chão e se tornar um banquete para os


vermes,” Nash disse assustadoramente.

“Ninguém vai sentir sua falta em todo o planeta,”


acrescentou Blake com um sorriso zombeteiro.

Kyan tremeu um pouco enquanto se inclinava em Saint


para apoio, seus olhos vazios enquanto ele olhava para nossa
morte. “Você não é nada... e ninguém... e ninguém.”

Eu me agachei quando ela começou a se sacudir, o resto


da vida deixando-a enquanto eu angulava seu rosto em direção
ao meu com as pontas das minhas unhas.

“Não vou pensar em você depois deste dia,” prometi.


“Nenhuma alma neste mundo vai.” Inclinei-me para sussurrar
em seu ouvido. “E você sabe o que é mais fraco do que a mulher
mais fraca da terra? A mulher mais fraca do mundo quando
ela está morta. “
Uma respiração ruidosa e gargarejante a deixou e ela ficou
imóvel, seus olhos fixos em mim, uma sombra permanente de
pesar, derrota e fracasso estampada em sua íris.

Eu me levantei, compartilhando um olhar de alívio com


meus meninos, mas durou pouco quando Kyan praguejou e
caiu de joelhos, caindo de volta no chão e enviando um spray
de neve ao redor dele.

Eu me joguei ao lado dele com um grito de pânico,


segurando sua mão enquanto ele olhava para mim por apenas
um segundo com mil palavras desesperadas queimando em
seus olhos.

“Não,” eu engasguei de susto.

“Eu fui um marido decente, bebê?” Ele murmurou e as


lágrimas correram pelo meu rosto em uma torrente enquanto
sua mão descansava contra a minha bochecha, sentindo-se
muito fria.

Eu segurei meu rosto enquanto o pânico agarrou cada


pedaço do meu coração e não me deixou ir. Eu não poderia
perdê-lo. Meu pai me ensinou a enfrentar o fim do mundo, mas
nunca me ensinou como fazer isso. Porque a morte de Kyan
Roscoe era um apocalipse de sua própria espécie. E eu não
seria uma sobrevivente.

“Você é o melhor tipo de marido, Kyan. Alguém que faria


tudo e qualquer coisa para me salvar,” eu engasguei. “E eu
prometo que sua esposa fará o mesmo por você.”
“O resto de vocês idiotas é melhor cuidar dela,” ele
respirou, sua voz parecendo desaparecer. “Façam-na sorrir
todos os dias.”

Todos começaram a reclamar, ordenando que ele não


desistisse e jurando cuidar de mim pelo resto da eternidade
com ele ao seu lado. Mas tive a terrível sensação de que ele não
acreditava que ficaria lá para sempre conosco e o pensamento
disso estava me destruindo.

A paz encheu suas feições, em seguida, seus olhos se


fecharam e eu freneticamente puxei o telefone do bolso quando
comecei a pedir ajuda, gritando para ele ficar aqui conosco.

Saint o arrancou de meus dedos enquanto Blake e Nash


se ajoelhavam de cada lado meu na neve. “Continue falando
com ele,” Saint me ordenou. “Sua voz o manterá aqui.”

Comecei a dizer o nome de Kyan e implorar para que ele


ficasse, contando a ele sobre a vida que íamos construir juntos,
todos os cinco.

“Espere, irmão,” Blake rosnou apaixonadamente


enquanto Nash verificava seu pulso e então começava a
realizar a RCP.

Oh deus, oh deus.

Tudo estava acontecendo muito rápido e o terror estava


batendo em minhas veias.

Segurei a mão de Kyan, segurando-o enquanto minhas


lágrimas começaram a fluir e uma verdadeira sensação de
terror envolveu meu coração.
Eu não poderia perdê-lo. Eu precisava dele tanto quanto
precisava do sol nascer. Não havia nós sem Kyan. Sem
Guardiões da Noite, sem nada. Mas enquanto Nash trabalhava
para manter seu coração batendo e Blake respirava ar em seus
pulmões por ele, eu senti a morte inclinada sobre meu ombro,
ousando vir pelo homem que não temia nada. Nem mesmo o
Ceifador.

“Você não pode ficar com ele!” Eu gritei das profundezas


do nada em meu peito. E eu o segurei com mais força,
recusando a própria morte. Porque nenhuma força nesta terra
poderia tirar um dos meus Guardiões da Noite de mim. Eu era
sua protetora, sua salvadora, sua rainha. E eles eram meus
reis das trevas, minhas bestas imortais. Portanto, se a morte
estava aqui para reivindicar um de nós, é melhor levar todos
nós.
UMA SEMANA DEPOIS

Os quatro de nós sentamos em silêncio enquanto o tempo


passava, nenhum de nós querendo dizer ou fazer qualquer
coisa além de apenas sentir o vazio do espaço em que Kyan
deveria ter residido.

Eu me senti vazio sem ele aqui. Como se este espaço


estéril em mim nunca fosse totalmente preenchido novamente.
Não foi como quando minha mãe morreu. Embora eu nunca
superasse a perda dela, eu tinha quase certeza de que
finalmente havia chegado a um acordo com isso. O que
aconteceu com ela não estava certo e não tinha sido sua hora,
mas ela pelo menos viveu. Ela conheceu o amor e a família e
viu seus sonhos se tornarem realidade. Mas Kyan... ele mal
tinha começado a descobrir quem ele era sem a sombra de sua
família pairando sobre ele. Ele mal sentiu o gosto do amor. Não
era a porra da hora dele.

Eu soltei uma respiração lenta enquanto olhava para a


vista desconhecida do lado de fora da janela, planos abertos
revestidos de neve olhando para mim suavemente. Nenhum de
nós esteve em casa na semana desde que tudo aconteceu.
Desde que lutamos contra Troy Memphis e perdemos.

Saint se lançou na tentativa de rastrear seu pai, mas não


adiantou. Ele mesmo admitiu isso. Troy havia fugido para
longe e se colocado fora de nosso alcance. Saint até puxou o
plugue de seus bens, bloqueando seu acesso à maior parte de
seu dinheiro, cobrando todos os favores que ele acumulou com
as pessoas poderosas que Troy pode ter tentado pedir ajuda. E
com Royaume D'élite fora, parecia que o último de seus
contatos deveria ter sumido também. Mas aparentemente não.
Alguém deve tê-lo ajudado. Ou isso ou ele tinha um plano de
fuga para uma situação como esta e não havia nada além de
becos sem saída em seu rastro.

Ele se foi.

Sua reputação estava em frangalhos, suas empresas


foram vendidas, liquidadas ou agora sob o controle de seu filho.
Ele era procurado pelo FBI, seu rosto estava estampado em
todos os noticiários e nas listas dos mais procurados e, mesmo
assim, ele simplesmente desapareceu. Como um fantasma.

Achei que arruinar sua vida era alguma coisa. Mas não foi
o suficiente, considerando tudo o que ele fez.

Saint tinha jurado que nunca desistiria da caça, mas eu


não tinha certeza de qual era o objetivo disso. Eu precisava
esquecer isso. Todos nós precisávamos. Se quiséssemos
alguma esperança de seguir em frente e construir... algo.

Corri a mão pelo meu rosto e suspirei, voltando meu olhar


para Tatum e oferecendo-lhe a mão enquanto suas bochechas
manchadas de lágrimas machucavam minha alma.

Ela aceitou, seus dedos enrolando em torno dos meus


enquanto ela me deixava puxá-la de sua cadeira e puxá-la para
o meu colo.

“Eu não quero viver em um mundo sem Kyan Roscoe,” ela


respirou. “Eu preciso dele escurecendo minha porta. Eu
preciso dele me irritando e lutando comigo. Eu preciso que ele
seja o pior tipo de idiota e rindo enquanto faz isso. Eu só...
preciso dele.”

Ela olhou para mim como se eu pudesse oferecer a ela


algum tipo de solução para isso, mas como poderia? Não havia
nada que eu pudesse fazer a não ser compartilhar sua dor e
tentar descobrir o que diabos íamos fazer sem ele, como diabos
deveríamos fazer qualquer coisa.

Minha garganta engrossou e me inclinei para beijá-la,


saboreando nossa dor entre nossos lábios enquanto envolvia
meus braços com força em torno dela e tentava atrair sua dor
e medo para mim. Eu gostaria de poder fazer tudo bem. Eu
gostaria de poder fazer algo para mudar o destino ou negociar
com ele.

Saint estava em silêncio, olhando para a porta como se o


tivesse ofendido pessoalmente, sua postura rígida e a
mandíbula apertada. Ele iria quebrar. Não da maneira que ele
fez antes. Sem Kyan ele iria quebrar de uma forma que eu sabia
que ele nunca voltaria. Isso o destruiria. Isso destruiria todos
nós e eu não via como nós o recuperaríamos.

“Eu não posso simplesmente sentar aqui,” Nash rosnou,


levantando-se de repente e derrubando sua xícara de café
vazia. “Eu vou dar uma corrida.”

Nenhum de nós respondeu. Ele vinha fazendo muito isso,


embora os médicos tivessem dito que isso agravaria a marca
de cura em sua coxa. Achei que ele só precisava do
esquecimento da exaustão real. Do tipo que você só conseguiria
empurrando seu corpo até os limites e além. Talvez eu devesse
ter tirado uma folha de seu livro, mas não fui capaz de fazer
isso. Eu não queria ficar longe de Tatum. Agora não. Eu não
podia.

Eu não acho que tinha dormido mais do que algumas


horas esta semana inteira e meu coração não tinha parado de
bater desde que fomos forçados a assistir Kyan desmoronar na
neve, ver seu corpo falhar com ele e foram deixados indefesos
em seu lado enquanto sua vida se desvanecia.

Não estava certo. Ele era tão forte, tão sólido, tão
assustadoramente permanente que eu nem sequer tinha
contemplado um mundo sem ele nele. No entanto, agora era
tudo em que eu conseguia pensar. Este infinito abismo de
tempo que se estendeu diante de nós, que deveria ter sido tão
cheio de alegria e possibilidades e agora não tinha apelo algum.
De que adiantava sem ele para compartilhar conosco? Depois
de tudo que sobrevivemos juntos, não merecíamos um feliz
para sempre?

A porta se abriu antes que Nash pudesse alcançá-la e


Tatum prendeu a respiração ao se virar para olhar para o
homem que acabara de entrar na sala conosco. Sua mão
travou com força em torno dos meus dedos e eu prendi a
respiração enquanto esperava para ouvir o que ele tinha a
dizer. Se ele estava prestes a acabar com o mundo ou salvá-lo.

O rosto do médico se abriu em um sorriso cansado e a


esperança floresceu em meu peito como o sol nascente.

“Ele sobreviveu à cirurgia. Paramos o sangramento. Não


consigo nem começar a explicar o quão improvável...” Ele
parou, balançando a cabeça em descrença. “Na verdade ele
deveria estar morto. Na verdade, ele estava morto - duas vezes.
Mas, por Deus, ele é um bastardo teimoso. Seu coração não
parava de voltar à vida. Ele deve ter algo pelo qual realmente
queira viver, porque nunca vi alguém lutar tanto para ficar
conosco.”

“Oh, obrigado porra,” Tatum engasgou antes de cair em


soluços quando eu a abracei e uma risada aliviada saiu dos
lábios de Nash.

“Quando ele vai acordar?” Saint exigiu, ficando de pé e


apenas parecendo um pouco aliviado. Eu sabia que ele não
acreditaria que era verdade até que ele estivesse olhando para
o rosto de Kyan e visse por si mesmo.

Tinha sido uma semana de agonia, esperando ele acordar


desde a cirurgia para remover a bala que estava alojada em seu
abdômen. Levou horas para reparar todo o dano que tinha sido
feito por ele e puxá-lo para fora dele, e ele ficou em um estado
de merda depois. Então, esta manhã ele começou a sangrar
internamente novamente e eles o levaram às pressas para uma
cirurgia de emergência.
Nós suportamos sete dias de inferno enquanto eles o
mantiveram em coma induzido e o monitoraram
constantemente, nos avisando sobre como as chances eram
ruins e nos encorajando a dizer adeus enquanto tínhamos essa
chance. Como diabos nós tivemos. Nenhum de nós disse um
único adeus a ele. Tudo o que ele ouviu de nós quatro durante
toda a semana foram exigências para que lutasse contra isso,
ficasse conosco, voltasse se balançando como sempre fazia. E
parecia que o idiota estava ouvindo. Embora, quando eles o
levaram às pressas para o pronto-socorro novamente, uma
hora atrás, eu poderia admitir que estava surtando.

“Em breve. Se um de vocês quiser vê-lo agora, então...”

“Todos nós iremos,” Saint disse vigorosamente, dando ao


médico um olhar que visava claramente lembrá-lo de quem
exatamente estava pagando seu salário aqui.

Tatum não esperou que o médico concordasse, pulando


do meu colo, mas segurando minha mão e me arrastando atrás
dela enquanto ela corria para a porta.

Nash e Saint passaram pelo médico também e


praticamente corremos pelo corredor para o quarto de Kyan.

O lugar tinha sido limpo e arejado enquanto ele estava em


cirurgia, mas ele estava lá agora no centro da grande cama de
hospital com o IV enganchado em seu braço e mais cor em suas
bochechas do que eu tinha visto durante toda a semana.

Tatum correu para o lado dele, afastando o cabelo do rosto


e inclinando-se para dar um beijo no canto da boca. Seus olhos
piscaram sob as pálpebras e eu agarrei uma das cadeiras,
arrastando-a bem atrás dela para que ela pudesse se enrolar
nela enquanto ficava ao lado dele.

Puxamos as outras cadeiras para perto da cama também,


todos nós em volta dele, observando-o dormir e esperando que
as drogas passassem enquanto Tatum segurava sua mão.

“Eu sinto que nosso futuro se abriu diante de nós de


novo,” murmurei, dando um suspiro de alívio.

“Acabamos de ter nossa vida de volta,” Nash concordou,


colocando a mão no meu ombro e apertando com força.

Nós trocamos um olhar e eu sabia que ele estava


pensando em como era a sensação de estar acorrentado
naquela cruz esperando para morrer assim como eu. Tudo
tinha chegado tão perto de cair na merda, mas de alguma
forma, aqui estávamos todos, vivos, livres. Meu pai estava
seguro em nossa casa de família, nada além de alguns
arranhões e hematomas para mostrar por seu tempo mantido
em cativeiro em Royaume D'élite. E o próprio clube se foi.
Tínhamos matado todos os jogadores importantes, além de
Troy e Saint tinha oficialmente entregue todas as evidências
que ele tinha no clube dos horrores para seus contatos dentro
do FBI ontem para que eles pudessem derrubar o resto.

Estava em todos os noticiários, mas não havia nem um


pio sobre nenhum de nós. Nada. Éramos fantasmas que não
existiam até onde iam os relatórios, e assim permaneceria
também.

Esta manhã, a notícia era sobre que o pai de Tatum foi


incriminado e ela chorou de alívio por quase uma hora antes
de voltar sua atenção para a recuperação de Kyan. Também
me enchi de alívio, saber que o homem que havia trabalhado
tanto para proteger suas filhas estava agora exonerado. E sua
morte não foi em vão. Eu só queria ter tido a chance de
conhecê-lo. Porque, pelo que Tatum me contou sobre ele, eu
tinha certeza de que nos daríamos bem. E eu gostaria de ter a
chance de agradecê-lo por trazer o amor da minha vida ao
mundo.

Tudo estava dando certo. Tinha acabado. E mesmo se Troy


tivesse conseguido escapar da morte em nossas mãos, ele
ainda estava arruinado, se foi, fugiu para nunca mais voltar.
Foi bom o suficiente. Tinha que ser. Não poderíamos dedicar
nossas vidas para caçar um fantasma. Precisávamos viver.

Sentamos lá e esperamos enquanto Kyan inspirava e


expirava lentamente, seu rosto mais pacífico do que eu já tinha
visto.

“Ele está acordando!” Tatum engasgou, apontando para a


mão de Kyan onde ela a segurava, seus dedos agora apertando
os dela.

“Não me faça encontrar a sua avó e obrigá-la a comer a


ninhada do gatinho,” ele murmurou sem abrir os olhos. “A
dentadura dela não é forte o suficiente para isso e ela vai
quebrá-la nos grânulos enquanto tenta sufocar a merda.”

Eu dei uma risada e de repente estávamos todos rindo


juntos, alívio e alegria caindo de nós em uma onda que se
tornou histérica quando Kyan abriu os olhos e sorriu para nós,
mesmo enquanto ele estava claramente tentando descobrir
onde diabos ele estava. Mas achei que não importava. Porque
estávamos aqui com ele. A mão de Tatum estava na sua e
estávamos rindo, sorrindo, apenas esperando que ele
completasse nossa tribo.

Eu não sabia o que faríamos quando ele tivesse permissão


para deixar o hospital. Eu não sabia para onde iríamos com o
país ainda em Lockdown e Everlake Prep em nosso passado.
Mas isso realmente não importa. Porque onde quer que
fôssemos e tudo o que fizéssemos, estaríamos juntos. Nem
precisei perguntar aos outros que isso era verdade. Nós
pertencíamos uns aos outros agora e sempre. Isso nunca iria
mudar.

Nos anos que viriam, as pessoas olhariam para trás, para


essa época de uso de máscaras e distanciamento social, de
pessoas desaparecidas e bloqueios duradouros, do medo do
vírus e da esperança de acabar com ele e, sem dúvida, haveria
muita mistura emoções sobre o que nós sobrevivemos. Mas não
era esse o ponto? Nós sobrevivemos. E isso era tudo o que
realmente importava.

Porque minha família estava aqui e tínhamos uma vida


pela frente agora. Uma onde o vírus Hades se tornaria uma
coisa do passado e poderíamos olhar para trás em nosso tempo
em quarentena e pelo menos dizer que o encontramos.

Amor.

Família.

Vida.

E realmente, o que mais alguém poderia pedir que fosse


mais importante do que isso?
UM ANO DEPOIS

Querida Jess,

Sinto muito não ter escrito para você por um tempo. O


mundo ficou caótico. As coisas estavam assustadoras, incertas
e eu não queria te escrever cartas com tudo isso. Por um minuto,
não consegui ver o outro lado dela. Parecia apenas um túnel de
escuridão se estendendo infinitamente. Mas sempre há luz do
outro lado. Vou me lembrar disso no futuro.
Você totalmente riria de mim agora se pudesse me ver. Eu
meio que me matriculei na YALE - eu sei, eu sei! Eu não sou do
tipo universitária. Mas havia uma aula de Estudos Femininos
que parecia certa na minha vida, então Saint puxou alguns
cordões para me colocar nela. Não é como se eu estivesse me
formando ou algo assim. Vou deixar isso para ele, Blake e Nash.
Honestamente, juro que estou tirando um diploma de segunda
mão de Nash de qualquer maneira, porque ele adora me contar
sobre a história da Grécia que está aprendendo. O que é muito
engraçado, considerando que ele disse que nunca seguiria um
futuro traçado para ele por Saint Memphis. Mas quando ele
olhou para aquele programa grego antigo, acho que ficou difícil
porque ele não parou de falar sobre isso desde então. Você sabia
que alguns gregos antigos não comiam feijão porque pensavam
que continham as almas dos mortos ?? Se for esse o caso, Já
comi várias cidades no valor de almas e lamento se uma delas
foi você. Embora eu tenha muita esperança de que você não
tenha conseguido viver como um feijão. Isso seria um destino de
merda. Ninguém quer que sua vida após a morte termine em um
burrito.

Ok, eu mudei totalmente o assunto aqui, mas se você está


me observando de um feijão em algum lugar desta casa, então
provavelmente já percebeu que estou namorando quatro
homens, incluindo meu marido. Estranho, certo? Você devia ver
os rostos das garotas da fraternidade que aparecem aqui
diariamente procurando festejar com meus meninos. Kyan
colocou uma placa na porta uma vez com uma foto imunda
minha nua em um trono entre todos os meus caras com as
palavras: uma rainha com quatro consortes mora aqui. Elas
definitivamente pensam que eu sou algum tipo de bruxa, mas a
maioria delas pensa que eu sou o tipo de chefona. Até fiz alguns
amigos com elas com quem posso fazer merdas femininas.
Meu Deus, eu nem te disse. Então Saint comprou uma casa
de fraternidade inteira para nós e chamou-a de Nu Kappa, foi
legitimamente montada e decorada com tudo que precisávamos
quando chegamos. E ele totalmente deixou um monte de caras
se comprometerem com a fraternidade também e então os
Guardiões da Noite os colocaram no trote mais insano que você
poderia imaginar - e ainda por cima de tudo, Saint não ofereceu
um lugar a nenhum deles em casa. Ele disse que não queria
mais ninguém morando conosco, então ele claramente fez tudo
para que pudesse confundir aqueles caras!

Honestamente? Eu acho que é um exagero. Principalmente


a cama super super super king que ele comprou especialmente
para todos nós. Não tenho ideia de como eles conseguiram
entrar em casa, ocupa um cômodo inteiro. Mas é tão confortável.
E sim, eu sou uma puta total que dorme com quatro caras todas
as noites e sim, eu os deixo fazer todo tipo de merda louca
comigo. Ok, isso foi muita informação. Mas aí está. E nunca
estive mais feliz.

“O que você está fazendo, baby?” A boca de Kyan


pressionou a cicatriz na minha têmpora enquanto ele se
inclinava sobre mim, descansando suas mãos tatuadas de
cada lado da minha carta na mesa enquanto seu peito nu
roçava meus ombros.

“Escrevendo para Jess,” eu disse, inclinando minha


cabeça todo o caminho para trás para olhar para ele.

Ele sorriu quando baixou a cabeça e me beijou de cabeça


para baixo, sua língua acariciando o céu da minha boca da
maneira mais estranha do caralho. Quando ele se afastou, ele
agarrou minha caneta e escreveu abaixo do meu último
parágrafo.

Ei Jess! É Kyan aqui. O marido psicopata. Se você é um


fantasma, eu a encorajo fortemente a não assombrar esta casa
quando estiver perto de sua irmã. Ela não pode deixar de tirar a
roupa e se jogar em mim sempre que vê meu enorme p...

Peguei a caneta de volta, acotovelando-o no estômago e


escrevendo abaixo de suas palavras.

Sinto muito por ele. Eu tive que comprar para ele um colar
cervical para ajudar a sustentar sua grande cabeça.

Kyan começou a beijar meu pescoço. “Eu quero te mostrar


uma coisa…”

Eu sorri, inclinando-me em seu toque e terminando minha


carta.

Tenho que ir agora, mas prometo que escreverei novamente


em breve. Ah e... eu queria dizer que vou espalhar as cinzas do
papai hoje. Ele gostaria que você estivesse lá e eu sei que de
alguma forma você estará. Mas apenas no caso de você não ter
recebido o memorando. Aqui está.
Te amo para sempre,

Tatty xxx

“Tatty,” Kyan murmurou em meu pescoço. “Eu gosto


disso.”

“Você não pode me chamar assim, é sagrado,” eu ri


enquanto sua boca fazia cócegas no meu pescoço.

“Droga, você não deveria ter dito isso. Agora eu tenho que
profaná-lo.” Ele beliscou minha carne e eu o golpeei enquanto
saía da minha cadeira. Eu estava com uma calça de ioga rosa
e um sutiã esportivo branco. Era apenas primavera, mas eu
estava tentando o destino me vestindo para o verão,
implorando para que ele viesse para Connecticut em breve.

Corri meus dedos pelo peito de Kyan, seguindo as linhas


da tinta até a cicatriz elevada em seu lado esquerdo. Ele tatuou
a palavra 'à prova de balas' ao longo do comprimento e isso me
fez desejar que ele fosse.

“Por que você teve que ir e fazer uma lembrança de um


dos piores momentos da minha vida?” Eu perguntei, olhando
para ele e batendo meus cílios.

Ele encostou sua testa na minha e sorriu sombriamente.


“Porque eu gosto de lembrar que mesmo uma bala não pode
me tirar de você, baby. Eu estou aqui para ficar.”

“Bem, essa é uma resposta fofa.” Eu sorri.


“Vamos.” Ele pegou minha mão e me rebocou através do
lindo escritório que tinha um mapa-múndi na parede e
pequenos marcadores de todos os lugares que planejávamos
visitar.

Já tínhamos marcado o México depois das férias do verão


passado e muitos lugares nos Estados Unidos. Eu estava
animada para ver mais do mundo. Especialmente depois de
viver numa época em que viajar parecia impossível por um
tempo. Mas, como as estações, o inverno sempre se transforma
em primavera e a primavera em verão. Era inevitável. Mesmo
que não parecesse assim na época. As flores desabrochariam,
as folhas cresceriam verdes e viçosas e a vida continuaria,
mesmo que algumas cicatrizes de invernos passados
permanecessem.

Ainda havia julgamentos em andamento sobre o enorme


escândalo causado por nós expor Royaume D'élite e as
testemunhas lentamente avançaram entre aqueles que
escaparam. Eu assisti a todas as notícias desde que aconteceu,
amaldiçoando os rostos dos condenados e brindando com
meus meninos cada vez que outro idiota estava preso atrás das
grades. A coisa toda causou tanto alvoroço que novas leis
estavam sendo requeridas em Sequoia para que os
funcionários do governo fossem avaliados mais de perto
durante seu tempo no poder.

A Dra. De La Cost acabou sendo o melhor investimento


que Saint já fez e a vacina foi distribuída pela Rivers
Pharmaceuticals em todo o mundo em um ano.

Pouco a pouco, a vida voltou ao normal. E hoje em dia,


tudo parecia um pesadelo sombrio em que estivemos presos
por um tempo. Agora estávamos acordados e agarrados à vida
pelas bolas todos os dias. Havia uma sensação de liberdade e
esperança em todos que conhecia, como se eles estivessem
valorizando cada dia tão profundamente quanto eu. Então,
talvez os dias sombrios tenham sido bons para isso. A vida era
mais doce do que antes porque todos nós entendíamos a
brevidade dela agora. E sabíamos como era ter nossos
privilégios retirados, nossas portas fechadas e trancadas,
nossos dias vividos com medo.

Mas por mais incrível que fosse esta nova vida, sempre
haveria uma parte de mim que odiava o fato de que Troy tivesse
escapado impune. Saint ainda passava um tempo caçando ele
e eu sabia que tinha custado muito a seu coração saber que
seu pai ainda estava lá fora. Do Nash também. Eu queria a
morte de Troy para eles ainda mais do que para mim. Mas
todas as trilhas estavam frias. E se Saint não pudesse
encontrá-lo, ninguém poderia.

Kyan me rebocou pelo longo patamar com tapete creme


espesso até a enorme sala com vista para a floresta na parte de
trás da casa. As janelas até o chão das portas da varanda
permitem que a luz entre e doure a sala em âmbar mais
profundo, destacando seu espaço de trabalho. Ele tinha uma
escrivaninha de artista ao lado de seu cavalete, todos os tipos
de tintas e carvão, lápis e giz em um suporte de granito que eu
comprei para ele junto com os pequenos vasos de plantas que
eu comprei para ele também. Eu planejava mantê-las vivas
para ele, mas ele os regava todos os dias como um fofo total e
até desenhou alguns deles uma vez.

Nas paredes estavam suas peças favoritas, muitas delas


minhas, e minha favorita pessoal, que ficava no outro lado da
sala, ocupando uma grande parte da parede. Era um esboço a
carvão de mim parada entre meus meninos enquanto
olhávamos para um mar calmo, todos nós inclinados juntos e
a postura de cada cara tão distinta que eu conhecia todos eles
apenas por isso.

Kyan me levou até sua área de trabalho e me mostrou sua


última peça de um polvo detalhado com seus tentáculos
enrolados em uma lula em um abraço.

Uma risada escapou de mim quando o peguei. “Eu amo


isso!”

Ele pegou uma moldura branca de sua mesa e sorriu


maliciosamente para mim. “Acho que Saint gostaria que ficasse
em seu piano, não é?”

“Não consigo pensar em nenhum lugar melhor,” eu ri e ele


o encaixou na moldura antes de sairmos correndo da sala,
descendo as escadas para a sala de música de Saint, que era
um espaço perfeitamente organizado com um piano de cauda
preto no centro. Kyan colocou a imagem em cima de seu piano,
passando um momento posicionando-a antes de recuar para
admirar seu trabalho.

“Perfeito,” eu anunciei e ele agarrou um punhado da


minha bunda, puxando-me em direção a ele e me beijando com
força.

Saint tentou insistir para que ele fizesse o curso de artes


em Yale, mas como eu, Kyan não queria a vida acadêmica.
Então Saint montou seu estúdio de arte e de vez em quando
todos nós alugávamos uma barraca em um mercado da cidade
para vender algumas de suas peças. Não se tratava de
dinheiro. Era sobre o café da manhã gorduroso, o café, a brisa
do mar e o repasse de seu trabalho incrível para algumas
pessoas.

“Oh merda,” amaldiçoei enquanto me afastei dele e olhei


para o relógio na parede que me disse que eu só tinha dez
minutos para chegar ao trabalho. “Eu tenho que ir.”

Kyan gemeu, puxando-me rente ao seu corpo novamente


e arrastando sua boca até o meu pescoço. “Diga que você está
doente, não precisamos do dinheiro.”

“Esse não é o ponto,” eu ri sem fôlego, beijando-o com


força antes de sair correndo da sala, pegando meu casaco azul
claro do cabide perto da porta e puxando-o. “Te amo!” Chamei
Kyan enquanto calçava meus tênis, joguei meu telefone na
minha bolsa cinza e corri para fora da porta.

“Te amo mais ainda,” ele rosnou, pegando a porta antes


que eu pudesse puxá-la para fechá-la. Meus olhos se
arregalaram quando ele a abriu, seguindo-me até a varanda
em sua boxer e me agarrando pelo pescoço enquanto ele me
arrastava para um beijo imundo que enviou calor por toda a
minha carne.

“Foda-se,” eu respirei quando ele me soltou, meu olhar


caindo para a protuberância enorme em sua boxer.

“Isso é o que vamos fazer quando você chegar em casa. Eu


pego você às seis,” ele disse com uma piscadela.

“Vou no meu próprio carro, não preciso de carona para


casa.”

“Vou buscá-la de qualquer maneira. Eu quero dar uma


volta, baby,” ele disse com malícia em seus olhos.
“Você sabe que Saint odeia você me levar de moto,” eu
disse com um sorriso provocador, tentando empurrá-lo de volta
para dentro de casa, mas ele não quis ir.

“É por isso que vou dizer a ele que vou levar o Hummer,”
disse ele com um sorriso e depois me soltou.

Eu me virei, já sentindo falta de seu toque e minhas


bochechas queimaram ainda mais quando avistei um grupo de
garotas do outro lado da rua que parou para olhar. Eu as
reconheci como algumas das alunas esperançosas que sempre
estavam de olho nos meus homens. É melhor elas não estarem
de olho no pau monstro do meu pecador escuro.

Eu virei o dedo para elas e corri até meu Audi branco


brilhante, tirando as chaves do meu carro do bolso. Mas antes
de eu chegar lá, uma buzina de carro soou e eu olhei em volta
para encontrar Blake piscando suas luzes para mim e
acelerando pela estrada em minha direção em seu luxuoso
carro esporte azul.

Ele parou na minha frente com a janela aberta, seu cabelo


penteado para trás e ainda parecendo úmido do banho, seu
moletom cinza tenso contra seus músculos e um par de óculos
escuros de aviador no lugar. “Quanto custa por uma noite em
sua companhia, querida?” Ele ronronou.

“Você não pode me pagar.” Eu sorri e continuei


caminhando em direção ao meu carro enquanto ele dirigia ao
meu lado como um perseguidor. Joe Goldberg come seu
coração.

Percebi que as meninas pararam para assistir novamente,


sussurrando entre si, minha vida aparentemente muito mais
interessante para elas do que a delas. O que era realmente
muito triste.

“Eu pagaria muito por esses lábios,” ele ronronou e eu


balancei minha cabeça para ele enquanto meu sorriso ficava
mais largo.

“Eles não estão à venda. Eles pertencem a outra pessoa.


Quatro outros, na verdade,” eu disse levemente.

“Caras sortudos,” disse ele. “Há espaço para mais um em


seu harém? Eu tenho um pau grande e sei lavar bem a louça.”

“Seu pau lava a louça?” Eu provoquei.

“Não, eu faço, querida,” ele disse com uma risada baixa.

“Bem, eu tenho quatro paus grandes e uma máquina de


lavar louça para me manter feliz, então estou bem.” Eu joguei
meu cabelo e ele saiu do carro, enganchando seus dedos na
parte de trás da minha calça de ioga para me fazer parar.

Eu olhei para ele, mordendo meu lábio enquanto ele


deslizava seu aviador pelo nariz para olhar para mim com seus
famintos olhos verdes.

“Eu posso lavar e passar roupas também,” ele ofereceu


com uma piscadela.

“Eu tenho uma faxineira que faz tudo isso, mas obrigado.”
Eu puxei sua mão para fora da minha calça e corri em direção
ao meu carro novamente, meu coração começando a bater
mais forte. Era uma loucura o quanto meus caras ainda me
afetavam diariamente. Eu não pensei que nunca iria parar de
me sentir tão louca e apaixonada por eles.
“Vou comer sua boceta por três horas seguidas se você
entrar no carro comigo!” Blake gritou com toda a força de seus
pulmões e as meninas do outro lado da rua engasgaram,
olhando para mim com os lábios entreabertos e olhares de
ciúmes.

Eu olhei para Blake, sufocando uma risada, então encolhi


os ombros casualmente e corri para entrar no carro, deslizando
para o banco do passageiro. Ele deixou cair sua mão entre
minhas coxas, puxando uma perna aberta enquanto me
encorajava em direção a ele e eu o beijei avidamente, sentindo
o gosto de toda a luz do mundo em sua língua.

“Foda-se,” eu respirei contra sua boca e ele riu


sombriamente.

“Sim, por favor,” ele rosnou, puxando minha perna como


se quisesse que eu sentasse em seu colo.

“Você é um animal.” Recostei-me no assento e prendi meu


cinto no lugar. “E estou atrasada para o trabalho. Há muitos
paus tentando me impedir de chegar lá esta manhã, é como
uma pista de obstáculos de pênis.”

Blake soltou uma risada, enfiando o dedo no painel e


Something Just Like This de The Chainsmokers e Coldplay
começou a tocar enquanto ele disparava pela estrada, deixando
as garotas boquiabertas em sua poeira.

Eram apenas cinco minutos de carro até o porto e como


Blake dirigia como se fosse o dono das estradas, na verdade
chegamos com um minuto de folga quando ele estacionou do
lado de fora do estúdio de boxe com vista para o mar. Era um
dia perfeito de primavera, o ar fresco, mas o sol brilhando sobre
os barcos do porto e as águas perfeitamente calmas.

Blake me acompanhou para dentro e subimos para o


estúdio onde minha primeira turma estava se reunindo para a
aula de autodefesa. Eram principalmente crianças e mulheres,
mas alguns rapazes compareceram também com suas esposas.
Eu não estava totalmente convencida de que meus rapazes não
tinham avisado todos os garotos da fraternidade em Yale para
se manterem a quinze metros de mim o tempo todo, a menos
que eu estivesse com um deles, mas nenhum deles confirmou.
Eles com certeza não negaram isso.

Blake me chamou para um beijo de despedida de tirar o


fôlego e eu permaneci em seu abraço por dez segundos que eu
não tive que perder, tonta quando finalmente me afastei.

“Posso ficar para assistir?” Ele perguntou, mas eu o


enxotei de volta para as escadas.

“Não, vá para casa e relaxe. Oh, e verifique a nova adição


de Kyan à sala de música de Saint,” acrescentei com um sorriso
e Blake sorriu, acenando enquanto descia as escadas. Meu
olhar ficou em seus ombros largos por um momento. Desde
que ele se juntou ao time de futebol em Yale, eu juro que ele
ganhou mais cinco quilos de músculos. Ele era o quarterback,
é claro. Provavelmente foi por isso que as líderes de torcida
continuaram farejando nossa casa como vermes. Uma vez,
encontrei uma escondida no quintal, como um guaxinim
faminto. Ela não voltou muito bem depois que eu terminei com
ela, no entanto.

Entrei no estúdio, o sol se espalhando pela sala como ouro


derretido e sorri para os rostos familiares que me cercavam.
Acenei para minhas novas amigas Kayla e Dione, que
frequentavam minhas aulas nas últimas semanas, e elas
sorriram brilhantemente para mim.

“Ei pessoal,” eu disse para chamar a atenção de todos.


“Quem está pronto para se tornar um selvagem?”

***

O sol estava se pondo sobre o mar quando saí do estúdio


de boxe e tranquei para a noite. Eu só fazia aulas durante o
dia porque gostava de passar minhas noites e fins de semana
com os rapazes, então a academia tendia a atrair crianças e
mães. Eu juro que as crianças aparecendo com eles estavam
me deixando taciturna também, o que eu nunca havia pensado
muito antes. E depois de ver o novo bebê de Emily Shaw, eu
realmente tive uma sensação estranha na minha barriga que
eu nunca tinha experimentado antes. Não que eu estivesse
pronta para começar a planejar uma família. Eu era muito
jovem e não queria nada mudando o que eu e meus rapazes
tínhamos. De qualquer maneira, ainda não.

Nash e eu usamos a academia de boxe sempre que


queríamos e ele me treinou para as lutas locais. Eu ganhei
meus três primeiros até agora e não havia nada como a emoção
de derrotar meu oponente enquanto meus quatro Guardiões
da Noite estavam ao lado do ringue, rugindo meu nome.

Kyan estava esperando por mim em jeans e uma jaqueta


de couro, encostado em sua motocicleta enquanto uma
universitária de short curto lhe pedia direções, batendo
profusamente os cílios para ele.

Ele tinha uma expressão entediada no rosto enquanto


respondia, mas quando seus olhos deslizaram sobre a cabeça
dela para mim, ele se levantou, sua boca se abrindo em um
sorriso oblíquo.

“Ei, baby,” ele chamou, passando pela garota e deixando-


a fazendo beicinho atrás dele, seu rosto caindo quando ela me
viu.

Kyan me agarrou pela cintura, me levantando e fazendo


um show arrogante de me reclamar enquanto eu ria em seus
beijos.

“Leve-me para casa, grande homem,” insisti. “Vou morrer


de fome se não colocar pizza na minha barriga.” A noite da
pizza ainda estava oficialmente no lugar e eu estive faminta por
ela a semana toda.

“Nash já fez o pedido,” ele anunciou, carregando-me para


sua moto e plantando minha bunda atrás dela.

“Saint viu o desenho que você fez para ele?” Eu perguntei


animadamente.

“Sim. Ele a quebrou e ameaçou me cortar com o vidro se


eu não contasse a ele o que a lula significava.

Eu ri. “E você não fez?”

“De jeito nenhum,” disse ele, sorrindo como um idiota.


“Espero que você tenha recuperado aquele desenho,
adorei,” disse eu.

“Claro que sim, bebê. Vou enquadrar para você novamente


e você pode colocá-lo onde quiser.”

“Eu vou protegê-lo de Saint com minha vida.” Eu sorri.

Ele fez questão de colocar meu capacete e eu coloquei o


dele em sua cabeça também, abrindo o visor. Ele subiu na
moto na minha frente e eu agarrei sua cintura, prendendo
minhas coxas em torno das dele enquanto ele disparava pela
rua para longe do porto.

“Saint me viu levar a moto,” ele gritou de volta para mim


quando nos aproximamos de casa. “Ele vai ficar puto.”

“Eu cuido disso,” respondi.

“Aposto que você vai.” Ele largou a mão para apertar meu
joelho, em seguida, virou na nossa rua, passando por todas as
outras casas de fraternidade na estrada e parando na outra
extremidade.

Kyan entrou na garagem e eu pulei da moto, tirando meu


capacete e logo estávamos indo para dentro, onde segui o
delicioso cheiro de queijo e tomate para a sala de jantar. As
cortinas brancas estavam abertas de cada lado da janela que
dava para o nosso quintal. Monroe estava sempre lá fora nos
fins de semana cortando a grama sem camisa e parecendo
quente como a merda. Ele era bastante domesticado devido ao
fato de ter vivido sozinho por tanto tempo e estar treinando
rápido o resto dos meus meninos também. Não Saint,
obviamente - ele acabou de obter a nova versão de Rebecca
para fazer todas as suas tarefas. Ele a chamava de Rebecca
também, alegando que fazia sentido porque sempre foi um
nome falso e convinha mantê-lo. Foda-se sabia o que a garota
pensava disso, mas eu estava supondo que pelo salário que ele
pagava, ela decidiu não dar a mínima.

Nash correu para mim quando entrei na sala, me pegando


e me girando, reivindicando um beijo que me deixou
inebriante. Saint me agarrou dele em seguida, puxando-me
para perto e segurando meu queixo com força enquanto me
beijava lenta e deliberadamente como se estivesse tentando me
marcar mais permanentemente do que Nash fez.

“Você está em apuros,” a voz de Saint caiu para um tom


profundo e ameaçador que fez minha pulsação aumentar.

“Bem, que tal você assumir o controle do quarto esta noite


como uma oferta de paz?” Eu levantei uma sobrancelha e olhei
para os outros quando Kyan entrou na sala, tirando sua
jaqueta de couro e jogando-a nas costas de uma cadeira.

“Parece justo,” Saint decidiu, seus olhos brilhando com


todas as coisas ruins que ele já tinha em mente. Desde que nos
mudamos para cá, ele comprou tantos brinquedos sexuais,
chicotes, amarras e merda de BDSM que tivemos que usar o
quarto vago para guardá-los. Definitivamente estava se
tornando uma espécie de masmorra sexual, mas eu não estava
reclamando. Saint estava explorando sua necessidade de
controle e eu estava explorando minha necessidade de ser
espancada como uma garota má de todas as formas sujas que
ele pudesse imaginar. Era o melhor tipo de aventura e
estávamos todos juntos. Kyan tinha adicionado seus próprios
acréscimos à sala também, incluindo um banco no qual ele
poderia me amarrar e algumas algemas que ele fazia uso
regular.

Blake e Nash não costumavam acabar ali conosco, a


menos que a bebida estivesse fluindo e todos nós ficássemos
irritados o suficiente para sermos experimentais extras. A noite
mais estranha até agora foi quando Blake deixou Saint amarrá-
lo e usar o açoite em sua bunda enquanto eu chupava seu pau.
Boa diversão. Eu era totalmente a favor deles tentando coisas
novas. Nash se recusou a deixar Saint fazer coisas assim com
ele com frequência, mas uma vez ele ficou tão bêbado que
concordou em usar uma mordaça de bola, contanto que eu
usasse uma também. Ele me fodeu com tanta força na manhã
seguinte que tive a sensação de que tentar torná-lo submisso
só o tornava mais dominante quando ele era solto novamente.
Então, eu encorajei Saint e Kyan a amarrá-lo apenas para ver
o quão explosivo ele poderia ficar mais tarde.

Saint puxou uma cadeira para mim e eu sentei enquanto


Nash se sentou em frente e Kyan sentou-se à sua direita. Blake
e Saint se sentaram de cada lado de mim e eu peguei uma caixa
de pizza margarita com entusiasmo, quicando na minha
cadeira.

Peguei uma fatia de queijo, com água na boca, mas ofereci


primeiro a Saint. Ele agarrou meu pulso, virando-o com força
em direção aos meus lábios.

“Você parece uma besta faminta, Sereia. Não comerei até


que você tenha pelo menos duas fatias,” ele insistiu e eu não
ia reclamar disso.
Eu devorei a pizza e todos nós começamos a conversar
sobre nossos dias enquanto eu alimentava Saint e ele logo me
puxou para seu colo.

Nash fascinou a todos nós com mais fatos que aprendeu


nas aulas, enquanto Blake atuava em um touchdown que
havia marcado no treinamento e que seu treinador disse ter
sido o melhor que ele já vira. Com um pouco de sondagem,
Saint nos contou sucintamente sobre sua aula de Música
Clássica seguida por suas reclamações sobre as pessoas em
seu curso de Ciência Política que estavam constantemente
lambendo seu traseiro para tentar ganhar um novo amigo
poderoso para suas futuras carreiras. Um esforço claramente
desperdiçado.

Meu telefone tocou e eu o tirei, sorrindo ao ver o nome de


Mila.

Mila:

Ei, garota! Estou em casa em Nova York por algumas


semanas. Eu e o Danny pensamos que poderíamos dirigir até
Connecticut por alguns dias para ver vocês? xx

Eu gritei animadamente e Saint franziu a testa em


surpresa. “O que é isso?” Ele perguntou enquanto os olhos de
todos pousaram em mim.

“É a Mila. Ela quer vir visitar com Danny,” eu disse com


um sorriso.
“Claro que sim!” Blake gritou.

“Podemos colocá-los em um hotel, eu suponho,” Saint


disse com um encolher de ombros e eu bati em seu braço.

“Eles vão ficar aqui, Saint Memphis. Eles são nossos


amigos. É melhor você não esquecer que eles salvaram nossas
bundas,” eu disse e ele considerou isso por um segundo antes
de concordar.

“Tudo bem, tudo o que te faz feliz.” Ele beijou minha


bochecha e o calor se espalhou por mim quando eu respondi,
dizendo a ela para vir assim que pudesse.

A luz que entrava pela janela começou a se transformar


em um brilho laranja profundo e eu pulei da cadeira em
alarme. “O sol está se pondo,” eu engasguei.

“Podemos fazer isso outro dia se for tarde demais?” Nash


ofereceu.

“Não,” eu disse com firmeza. “Eu quero fazer isso hoje. Já


deixei muito tempo e hoje parece... certo.” Respirei fundo
enquanto me preparava mentalmente para o que tinha que
fazer. Eu sabia que estava evitando isso. Mas estava na hora.
E não era justo deixar meu pai naquela caixa sobre a lareira só
porque isso era difícil para mim.

“Então vamos fazer isso, princesa.” Nash se levantou de


seu assento, oferecendo-me sua mão e eu a peguei, deixando-
o me guiar para fora da sala enquanto os outros o seguiam.
Todos nós colocamos nossos casacos e sapatos antes de eu
pegar a caixa com as cinzas do meu pai e irmos para a
garagem, amontoando-se na SUV de Saint. Eu disse a todos
eles há muito tempo onde queria fazer isso. Papai e eu
tínhamos ficado em New Haven alguns anos atrás e tínhamos
caminhado juntos no East Rock Park toda hora do almoço
enquanto ele estava trabalhando. Esse tinha sido nosso lugar
favorito e era um lugar tão tranquilo que eu sabia que era um
lugar que ele gostaria de visitar novamente.

Saint nos levou até lá em menos de cinco minutos e todos


nós saímos, correndo pelo portão e depois corri em direção a
uma das pontes que cruzavam o rio. Eu cheguei no meio e olhei
para a água no momento em que a luz do sol poente
derramava-se no céu em enormes pinceladas de cores pastel.
As nuvens estavam tão paradas que pareciam pintadas na tela
colorida da atmosfera. Era pitoresco e dolorosamente perfeito.

Meus meninos se moveram para ficar de cada lado de mim


enquanto eu segurava a caixa, com medo de abri-la e deixá-la
ir. Mas eu tive que fazer. Eu não poderia aguentar para sempre.

“Ele nunca vai deixar você,” Nash disse em voz baixa no


meu ouvido enquanto as lágrimas queimavam meus olhos.

“Eu sei,” eu sussurrei enquanto meu coração começou a


doer. “Ainda é difícil.”

“Quando me despedi de Michael e da mamãe, me obriguei


a dizer em voz alta para que pudesse processar melhor, eu
acho. Você acha que isso ajudaria?” Ele perguntou
gentilmente, seu braço deslizando ao meu redor enquanto
Blake pressionava perto de mim do meu outro lado.

Funguei enquanto segurava minhas lágrimas, sabendo


que eram inevitáveis, mas Nash estava certo. Eu precisava
dizer isso em voz alta. E eu não queria fazer isso enquanto
estava chorando.

Eu escovei meus dedos sobre a caixa, olhando para ela e


tomando uma respiração instável. “Eu nunca imaginei minha
vida sem você, pai. Você era a única constante que eu
conhecia. Minha rocha, o homem que me ensinou a ser valente
e forte e a nunca desistir de uma luta. Não importa o tamanho
do inimigo.” Nash deu um beijo no meu cabelo enquanto uma
lâmina de barbear parecia se alojar na minha garganta. “Você
disse uma vez que o tipo de homem que você queria que eu
escolhesse como meu olharia para mim como se fosse matar
por mim. Acabei de escolher quatro que literalmente o fariam,
e eles tiveram a chance de provar isso também.” Eu soltei um
suspiro de diversão enquanto meus rapazes riam.

Eu olhei para o céu, sabendo no meu coração que meu pai


não estava realmente nesta caixa. Que era apenas o que restou
dele na Terra. Mas em algum lugar, de alguma forma, tive
certeza de que ele estava me observando com Jess ao seu lado.
E eles estavam sorrindo.

“Adeus, pai,” eu respirei para a caixa, pressionando meus


lábios nela quando as primeiras lágrimas começaram a cair.

Abri a tampa, segurando-a sobre o parapeito enquanto um


vento forte soprava atrás de nós. Então virei a caixa de cabeça
para baixo e lancei as cinzas no ar, um arco cinza dançando
para longe de nós pelo céu, espalhando-se no rio, nas árvores,
no céu.

Papai estava livre. E finalmente, eu também estava.


QUATRO ANOS DEPOIS DE ISSO

“Seu, merda,” disse Blake, estendendo a mão e tirando a


borla do meu capelo de formatura do meu rosto. Estávamos
saindo da cerimônia e procurando por Tatum e Kyan na
multidão de pessoas que tinham vindo assistir. “Você
realmente fez isso. E você nem parece tããão mais velho do que
o resto de nós vestido assim.”

“Foda-se,” eu disse, empurrando-o de forma que ele


cambaleou um passo e seu capelo caiu.

Saint o pegou antes que pudesse atingir o chão e o virou


em suas mãos, pensativo. “Isso significa que tudo vai mudar
de novo,” disse ele sério, embora não parecesse tão
impressionado com isso como eu esperava.
“Há uma grande festa acontecendo hoje à noite no outro
lado do campus,” Blake começou, mas Saint o interrompeu.

“Não vamos comparecer.”

“Por que?” Eu perguntei enquanto caminhávamos através


da multidão e todos saíram do nosso caminho o mais rápido
que puderam. Mesmo aqui, todos sabiam quem eram os
Guardiões da Noite - incluindo a equipe e os pais. Talvez eu
devesse ter me sentido mal por causar medo aonde quer que
fôssemos, mas havia algo sobre o poder nisso que era uma
espécie de pressa.

“Como eu disse: tudo vai mudar.” Saint colocou o capelo


de Blake de volta em sua cabeça e se virou como se isso fosse
tudo que ele diria sobre o assunto. Idiota faminto por poder.
Não que eu me importasse tanto com isso atualmente.

Ele caminhou à nossa frente e eu e Blake trocamos um


olhar que englobava nossos sentimentos por ele puxando
aquela merda antes de seguirmos atrás dele. Não era como se
eu estivesse apenas feliz em concordar com suas besteiras,
acabei de aprender que com Saint era tudo sobre escolher suas
batalhas. Eu não me preocupava com as pequenas coisas,
então se eu me sentisse apaixonado o suficiente para ir cara a
cara com ele por alguma coisa, eu teria uma chance melhor de
fazê-lo me apoiar. Não era um método infalível, mas funcionava
com frequencia suficiente para nos manter felizes.

“Onde eles estão?” Blake murmurou, olhando ao redor da


multidão que diminuía enquanto ainda não conseguíamos
localizar Tatum ou Kyan.
Seu pai estava lá para nos dar os parabéns no momento
em que a cerimônia terminou e passamos alguns minutos
conversando com ele antes de ele sair para pegar o vôo,
precisando voltar para um jogo esta noite.

“Eles estão aqui em algum lugar,” murmurei, procurando


também. “Eles estavam torcendo por mim quando peguei meu
diploma no palco.”

“E Kyan estava assobiando durante o discurso de Saint,”


Blake adicionou com uma risada divertida.

Sem dúvida Saint já tinha uma punição planejada para


Kyan quando ele colocasse as mãos sobre ele. Saint recebeu
vários elogios e prêmios e foi convidado a falar como um dos
graduados excepcionais deste ano. Parte da pompa e postura
foram perdidas quando Kyan decidiu começar a gritar de
excitação e bater os punhos no final de cada frase que Saint lia
em seu discurso. Tinha sido muito exagerado e eu
pessoalmente achei muito engraçado, mas estava supondo que
Saint tinha ideias sobre espancá-lo por isso, o que ele queria
praticar.

“Onde eles foram parar?” Saint exigiu, voltando-se para


nos encarar e encolhi os ombros.

“Eles estão fazendo o que sempre fazem quando


desaparecem,” disse Blake com um sorriso malicioso e Saint
estreitou os olhos.

“Você está certo,” ele rosnou, olhando em volta lentamente


antes de se afastar em direção ao outro lado do prédio,
cortando um caminho através da grama recém-cuidada.
Nós o seguimos, deixando-o fazer seus sentidos Saint
enquanto ele virava uma esquina, e o som suave de um gemido
chegou aos meus ouvidos.

“Eles estarão procurando por nós,” Tatum engasgou, seu


ponto muito diminuído pelo suspiro de prazer que seguiu suas
palavras.

“Então goze para mim rápido, baby, e não teremos que


enfrentar a ira do Diabo,” Kyan rosnou.

Os sons de respirações pesadas e gemidos mal abafados


se seguiram e, quando dobramos outra esquina, os
encontramos em uma alcova de pedra. Kyan tinha Tatum presa
na parede, seu vestido azul puxado para cima e suas calças
penduradas em sua bunda enquanto ele a fodia como um
homem possuído.

Os olhos de Tatum se abriram e ela avistou nós três assim


que paramos atrás dele, seus gemidos misturados com um
suspiro de, “Oh, merda.” Quando Kyan bateu nela mais
algumas vezes antes de encontrar sua própria liberação.

“Que surpresa,” Saint falou lentamente, cruzando os


braços. “Os delinquentes abandonados estão por aqui fodendo
como coelhos enquanto os acadêmicos aceitam seus
diplomas.”

“Nós assistimos a cerimônia,” Kyan argumentou enquanto


a abaixava no chão e prendia sua braguilha. “Pelo menos
fizemos até vocês três terem seus pergaminhos brilhantes.
Então ficamos meio entediados e Tatum me implorou para dar
meu pau a ela. Você sabe que não vou dizer não para minha
esposa quando ela pedir pau.”
“Cale a boca,” Tatum sibilou para ele, batendo em seu
peito enquanto ela ajeitava o vestido e passava por ele para
nós. “Sinto muito, pretendíamos voltar antes que tudo
acabasse,” acrescentou ela para nós, parecendo meio tímida e
de jeito nenhum eu ficaria bravo com ela por isso.

“Você assistiu a parte que contava,” dei de ombros. “Mas


se você realmente quer nos compensar...”

“Não,” Saint rebateu. “Não há mais tempo para foder.


Temos um avião para pegar.”

“Um avião?” Blake perguntou com uma carranca.

“Sim. E se não partirmos agora, o vôo terá que ser


remarcado.” Saint agarrou a mão de Tatum e a puxou para
longe de todos nós enquanto se dirigia para o estacionamento.

“Eu sou o único que está totalmente perdido aqui?” Eu


perguntei, franzindo a testa enquanto tentava descobrir o que
diabos estava acontecendo.

“Ele se tornou um Saint,” Blake gemeu enquanto Kyan ria.

“Ei, eu não estou reclamando. Se houver um avião, então


você sabe que será um daqueles jatos extravagantes que ele
adora. A verdadeira questão é: quem quer entrar para o Mile
high club7?” Ele enfiou a mão no bolso e puxou um fio dental
preto rendado que ele claramente roubou de Tatum e eu
agarrei antes que Blake pudesse.

7 Fazer sexo em um avião.


“Meu,” eu rosnei, reivindicando aquele prêmio mais do que
feliz.

“Idiota,” Blake murmurou.

“Estou bem com isso,” assegurei-lhe.

Saint já tinha pego a SUV que estava estacionada na


frente do estacionamento no lugar especial que ele arranjou
para si mesmo quando começamos a frequentar a faculdade
aqui. Ele disse algo sobre uma doação considerável e isso foi
explicação suficiente para o seu tratamento adequado. Saint
pode ter aprendido alguns dos erros de seus caminhos, mas
ele sempre seria um idiota arrogante. Os leopardos não
mudavam apenas suas manchas e tudo mais. Mas gostava de
pensar que o bom nele compensava o mal. A maior parte do
tempo.

Nós entramos no carro e logo estávamos parando no


aeroporto particular, enquanto ouvíamos Blake lamentar o fato
de que estaríamos perdendo a festa hoje à noite e que ele não
teve permissão de se despedir de ninguém. Saint explicou que
ninguém era realmente importante o suficiente para justificar
uma despedida especial e todos nós resmungamos sobre isso,
mandando mensagens de texto para os amigos que tínhamos
feito e prometendo nos encontrar com eles durante o verão ou
a qualquer hora. Não podíamos definir exatamente nenhuma
data definitiva. Quem porra sabia o que Saint havia planejado?

O jato particular estava pronto e esperando na pista como


Saint havia dito, todas as nossas bagagens já a bordo e eu
simplesmente cedi à sua insanidade ao embarcar, não me
importando o suficiente para discutir sobre isso. Para alguém
que odiava mudanças inesperadas de planos, ele com certeza
gostava de jogá-las sobre o resto de nós.

O vôo durou cinco horas e meia, durante as quais


consegui ingressar duas vezes no Mile high club, para meu
prazer. Blake e Saint também passaram um tempo sozinhos
na cabine traseira com nossa garota, mas Kyan foi forçado a
sentar em seu assento como punição por sua façanha anterior
com uma mordaça de bola na boca. Saint passou uma hora
dando a Tatum sua punição em particular e o olhar em seu
rosto quando ele terminou dizia que ela não se sentia
exatamente castigada.

Porra, sabia o que a tripulação de vôo pensava de nós, mas


eu estava bem longe de me importar com idiotas que julgam.
Éramos os reis do mundo adorando nossa rainha. Não. Melhor
do que isso: éramos os Guardiões da Noite satisfazendo nossa
Subordinada da Noite. Não precisava fazer sentido para
ninguém além de nós cinco.

Após o vôo, nós nos amontoamos em mais um novíssimo


SUV exatamente da mesma marca e cor e Tatum insistiu que
deixássemos todas as janelas abertas para que pudéssemos
aproveitar o calor da costa oeste quando o sol começou a descer
em direção ao horizonte.

Todos nós desistimos de questionar Saint sobre nosso


destino e eu deixei minha cabeça cair para trás contra o
encosto de cabeça, segurando Tatum perto enquanto
adormecia e ela encostou a cabeça no meu peito.

“Mantenha os olhos fechados,” a voz de Saint me acordou


e quase não fiz o que ele pediu, mas a mão de Tatum se moveu
sobre meus olhos para me impedir de abri-los.
Eu ainda espiava por baixo de sua mão, embora tudo que
eu pudesse ver fosse ela parecendo fofa como o inferno, seus
olhos bem fechados enquanto ela se apoiava em mim,
claramente sabendo que eu não teria jogado junto se ela não
me obrigasse.

O carro parou e Saint saiu antes de abrir minha porta e


puxar meu braço para me fazer sair também.

“Sem trapaça,” Tatum avisou antes de tirar a mão dela dos


meus olhos e eu suspirei enquanto fazia o que eles queriam,
deixando Saint me levar por um caminho de pedra antes de me
colocar ao lado de Blake, meu braço roçando o dele.

Kyan se moveu para ficar do meu outro lado e finalmente


o som dos passos de Saint e Tatum se aproximou de nós por
último.

“Diga-me o que você sente, Sereia,” Saint encorajou e ela


riu levemente como se estivesse se divertindo, então eu segurei
minha língua e esperei por sua resposta.

“O sol no meu rosto,” ela respirou. “Uma brisa do mar,


ondas batendo contra a praia. É... tão quieto aqui. Me sinto
calma, segura. Feliz porque estou aqui com todos vocês. O que
é isso, Saint?”

“Precisávamos de um lugar para morar agora que nos


formamos,” ele respondeu simplesmente e isso realmente
chamou minha atenção. “E me lembrei de todas as coisas que
você me contou sobre sua ideia de um lar perfeito, Tatum. Além
de considerar tudo o que o resto de nós precisa.”

“O que isso significa?” Ela respirou.


“Pedi que me dissesse o que sente aqui, Sereia, porque
espero sinceramente que se sinta em casa. Abra os olhos.”

Aceitei essa instrução sendo para todos nós e fiz o que ele
disse. Abri os olhos quando ele tirou as mãos de Tatum
também, para que todos nós pudéssemos ver este lugar pela
primeira vez juntos.

Minhas sobrancelhas ergueram-se enquanto eu olhava


para a areia dourada perfeita para um cais estreito que corria
para o oceano azul com pequenos barcos ancorados na
extremidade dele. O sol estava se pondo sobre o mar e o céu
estava brilhando com laranja e rosa enquanto o ar ameno nos
envolvia como um abraço caloroso.

À nossa direita, uma enorme igreja de pedra branca


erguia-se sobre nós, encobrindo o céu maldito e era sem dúvida
ainda maior do que a maldita casa da fraternidade que
estávamos ocupando em Connecticut.

“Vamos,” Saint pediu enquanto pegava a mão de Tatum e


puxava para que ela o seguisse em direção à igreja, acenando
para nós três atrás deles.

Olhei em volta, percebendo um enorme portão no final da


longa estrada e uma parede alta e branca se estendendo para
longe dele, nos isolando aqui do mundo.

Eu balancei minha cabeça com a insanidade deste lugar


enquanto ele nos guiava para dentro e um enorme espaço
aberto se desdobrava diante de nós. Era impressionante,
perfeito pra caralho, o que não deveria ser uma surpresa. Tudo
estava decorado em branco e azul e algo sobre a cor safira nas
paredes imediatamente me fez pensar na cor dos olhos de
Tatum, que eu sabia que não era por acaso.

Havia uma parede inteira de portas de vidro que davam


para aquela vista deslumbrante com acesso direto para a praia
e ao lado dela o piano de cauda mais caro que eu já vi estava
pronto e esperando pela atenção de Saint.

“Não teremos pessoas olhando para nós o tempo todo?”


Eu provoquei enquanto tentava envolver minha cabeça em
torno da beleza deste lugar.

“Obviamente é uma praia particular,” Saint resmungou.


“Ninguém estará lá para nos ver se eles souberem o que é bom
para eles e eu fiz questão de verificar a área local para ter
certeza de que essas regras serão mantidas.”

Tive a sensação de que este lugar foi construído


inteiramente para nossos propósitos, porque pode ter parecido
com uma igreja de fora, mas por dentro parecia algo dos
decoradores de um milhão de dólares. E Saint não poupou
nenhum maldito dinheiro. Toda a parede posterior era uma
janela de vitral em arco que retratava cinco demônios
rastejando para fora do inferno para alcançar a rainha
brilhante com cabelos dourados que estava na superfície do
mundo. O pôr do sol se espalhou pelo vidro multicolorido,
lançando uma onda de luz nas lajes.

Puta merda.

Eu compartilhei um olhar com Tatum quando ela ficou


boquiaberta e Kyan começou a rir.
“Onde estamos?” Blake perguntou, seus olhos arregalados
de admiração. “Quer dizer, eu sei vagamente, mas...”

“A cidade mais próxima se chama Sunset Cove,” Saint


explicou com desdém. “Há o suficiente para nos entreter se
quisermos passar uma noite tendo uma boa refeição no bairro
superior e um bairro inferior muito menos atraente além disso,
se precisarmos de distrações menos civilizadas.”

“Conte-me mais sobre esta área desagradável,” Kyan disse


instantaneamente, sua cabeça girando e eu sabia que Saint
tinha mencionado isso para seu benefício. “Existe algum lugar
onde eu possa lutar lá?”

“Eu estaria disposto a isso,” concordei. Tinha sido pouca


coisa para nós encontrarmos boas lutas enquanto estávamos
na faculdade, mas havia alguns locais de luta subterrânea que
tínhamos conseguido frequentar quando tínhamos tempo.

“Conte comigo também,” Tatum disse com um sorriso.

“Você ainda pode se tornar profissional, sabe,” eu a


lembrei e ela deu de ombros.

“Talvez agora tenha tempo para me dedicar a isso.”

“Há uma academia totalmente equipada lá embaixo na


cripta,” Saint disse indiferente. Claro que ele mandou construir
uma cripta filha da puta aqui. Provavelmente também havia
sarcófagos ali, apenas por uma questão de autenticidade. “Mas
também fiz contato com os jogadores relevantes localmente. O
líder da Tripulação Harlequim é um rufião malcriado com todo
o decoro de um caranguejo em um balde de lagostas, mas
parece um homem de palavra. Posso colocar você em contato
com ele sobre qualquer atividade ilegal da qual você insista em
participar. Ele já aceitou que vamos morar aqui e sabe
exatamente com quem estará lidando se algum de seus lacaios
tentar nos causar problemas. Digamos que chegamos a um
acordo e não acho que os criminosos locais vão nos causar
problemas.”

“Você é um psicopata. Eu ouvi tudo sobre a Tripulação


Harlequim, eles são um bando de selvagens sem lei, suspeitos
de colocar mais corpos no oceano do que a polícia consegue
rastrear. E você continua até um de seus membros mais
notórios 'acertar um acordo',” Blake riu e Saint sorriu como se
fosse o maior elogio que ele já recebeu.

“Sim, bem, suponho que Fox Harlequin farejou outro


tubarão na água e percebeu que seria melhor para ele ser
nosso amigo do que nos tornar seus inimigos. Desnecessário
dizer que ele está ciente do que sou capaz de realizar se ele
precisar de algum desses serviços e agora tenho um monte de
assassinos para recorrer em caso de emergência. Todos
ganham.”

Eu balancei minha cabeça em suas costas em descrença


enquanto ele encolhia os ombros como se fosse nada, enquanto
Tatum sorria para mim quando ela claramente concordava.

Saint continuou a nos guiar pelas inúmeras salas da


igreja, apontando um estúdio para Kyan, um escritório para
ele, uma sala de jantar, sala de cinema, sala de jogos e uma
enorme piscina que ficava em um pátio ao lado do prédio
completo com banheira de hidromassagem, sauna seca e a
vapor. O lugar era uma loucura. Era o Templo perfeito. Mais
do que qualquer um poderia querer ou precisar e, ainda assim,
eu não conseguia tirar o maldito sorriso do meu rosto enquanto
o explorávamos, encontrando a maioria das nossas coisas já
aqui, embaladas em armários como se estivéssemos morando
aqui há anos, do que minutos.

Quando subimos as escadas, Saint nos mostrou quatro


quartos individuais que corriam ao longo dos fundos da igreja
e, a princípio, pensei que todos nós tínhamos nossos próprios
quartos. Mas quando ele abriu a última porta de uma sala
enorme que ocupava toda a extensão da casa, a ideia caiu e
queimou.

No centro do espaço, montado com uma vista direta sobre


o oceano, havia uma cama enorme. Ainda maior do que o que
tínhamos na casa da fraternidade. Deve ter sido feita sob
encomenda e porra sabia como diabos os lençóis foram
trocados porque parecia maior do que dois super-kings
aparafusados juntos, e eu tinha que acreditar que ele mandou
fazer tudo sob encomenda.

Tatum gritou enquanto tirava os sapatos e corria em


direção à cama, caindo nela e pulando animadamente.

“Você gosta disso?” Saint perguntou, olhando entre ela e


todos nós, um flash de vulnerabilidade em seu olhar que
interrompeu qualquer comentário zombeteiro na ponta da
minha língua. Ele pode ter faltado muito tempo socialmente,
mas ele realmente se importava, e eu não conseguia imaginar
a quantidade de tempo e esforço que ele dedicou a este lugar e
organizou tudo o que veio junto com ele. “Há uma propriedade
perto da cidade que seria perfeita para você dar aulas, Sereia.
E marquei testes de futebol para você localmente, Blake. Há
um estúdio de arte em potencial que vi também e lá tem
perspectivas de emprego promissoras aqui para...”
“Merda, você realmente pensa em tudo, não é?” Eu
perguntei e ele encolheu os ombros como se não tivesse
consciência de que era louco.

“Eu tento,” ele admitiu.

“Sol, mar e sexo? Sim, tem o meu voto,” Kyan concordou


com uma risada.

“Eu também,” Blake acrescentou. “Mas vou querer dar


uma olhada mais de perto naquele ginásio que você
mencionou.”

“Eu vou te mostrar agora,” Saint concordou, olhando para


mim e eu não poderia mantê-lo pendurado por mais tempo.

“Você sabe que eu teria sido feliz em um apartamento de


duas camas em algum lugar meio decente.” Eu disse
lentamente e seu rosto caiu um pouco. “Mas, se eu tenho que
viver em uma igreja terrivelmente grande com muito espaço e
mais merda do que eu poderia precisar, então não posso
imaginar uma que seja mais perfeita do que esta.”

“Bom,” Saint disse, seu peito estufando um pouco. “E me


chame de afetado pela pandemia, mas também tomei o cuidado
de estocar uma seção segura da cripta com toda a comida de
que precisaremos se o mundo for para o inferno novamente.”

“Trono de papel higiênico incluído?” Eu perguntei com


uma risadinha.

“Obviamente.” Ele sorriu, então se virou para Tatum com


esperança em seu olhar. “Você gosta do novo Templo, Sereia?
Se não, vou mandar queimar até o chão pela manhã.”
“Você está brincando comigo? Eu adoro isso!” Tatum
exclamou quando Saint quebrou um sorriso e ela saltou da
cama novamente, pulando sobre ele e beijando-o com força
enquanto seu sorriso brilhava o suficiente para expressar o que
todos estávamos sentindo. “Contanto que você não espere que
eu encha todos aqueles outros quartos com bebês tão cedo.”

“Claro que não, Sereia,” Saint disse, colocando-a no chão


e beijando-a suavemente mais uma vez. “Você pode ter um par
de anos antes disso.”

“Isso depende de mim, não de você!”

Ela deu um tapa nele enquanto ele se dirigia para a porta


novamente, levando Blake e Kyan para ver o ginásio e ele riu
como se não concordasse de forma alguma com aquela
declaração.

Eu me dirigi para a porta de correr, abri-a e saí para a


varanda para ter uma visão mais clara dessa vista enquanto
deixava a ideia deste lugar ser nossa nova casa pairando sobre
mim.

O sol quase desapareceu além do horizonte e eu inclinei


meus antebraços na grade branca enquanto olhava para ela,
soltando uma respiração lenta e inalando o ar do mar.

“Você está bem?” Tatum murmurou enquanto me seguia,


vindo para ficar ao meu lado e pegando minha mão.

“Sim,” eu disse, observando o pôr do sol enquanto corria


meu polegar sobre as costas de sua mão. “Eu só estou...
deixando ir.”

“Sobre o que?” Ela perguntou curiosamente.


“Troy,” eu admiti, o som das ondas na costa me chamando
como a mais suave canção de ninar. “Acho que só pensei que
ainda iríamos pegá-lo. De uma forma ou de outra. Mas já faz
anos e até mesmo Saint não consegue encontrar nada. Eu
preciso apenas aceitar que ele se foi e seguir em frente.”

“Mas é mais fácil falar do que fazer, certo?” Ela


murmurou, e eu balancei a cabeça, pensando em minha mãe,
Michael, tudo que ele roubou de mim e o quanto eu estava
faminto por sua morte em troca.

“Sim,” eu concordei. “Mas acho que eles gostariam que eu


deixasse de lado a ideia de vingança. Não é como se ele tivesse
o que costumava ter. Quero dizer, claro, eu gostaria que ele
estivesse morto ou pelo menos trancado em algum lugar. Mas
ele perdeu seu dinheiro, seu poder, sua reputação. Ele viverá
o resto de sua vida sozinho e escondido. E pode não ser tudo o
que ele merecia, mas acho que no geral posso fazer as pazes
com isso. Acho que devo. Porque nós não vamos encontrá-lo, e
eu não quero que ele tenha esse controle sobre mim pelo resto
da minha vida. “

“Eu te amo, Jase,” Tatum respirou e eu olhei para ela com


um sorriso suave enquanto ela usava o nome do homem que
eu costumava ser.

“Eu também te amo, Tatum. E eu quero seguir em frente.


Que isso seja um novo começo. Todos nós podemos ter uma
vida real aqui e eu quero vivê-la. Troy pode se foder, não me
importo. Eu me importo é com você, eu e meus irmãos. É mais
do que suficiente.”

Eu me inclinei e a beijei, com tanto amor e profundidade


naquela troca que eu sabia que abrir mão dessa vingança era
a coisa certa a fazer. Eu estava cansado de viver para o ódio.
Eu tinha algo muito melhor do que isso agora.

E quando nos viramos para ver o sol se pondo no horizonte


pela primeira vez em nossa nova casa, fiquei feliz em virar uma
nova página, começar uma página em branco e apenas viver.
Porque havia um inferno de uma vida esperando por mim bem
aqui, e eu não queria ou precisava de mais nada no mundo. Só
isso.
OUTROS CINCO ANOS APÓS ISSO

Eu recostei-me na cadeira, meu olhar examinando os


documentos que havia recebido enquanto tentava rastrear os
movimentos do meu filho. Eu tinha que admitir, ele era bom.
Melhor do que provavelmente eu dei crédito a ele. E embora eu
tivesse descoberto coisas aqui e ali sobre a fortuna que ele
estava acumulando ao longo dos anos, eu ainda não tinha sido
capaz de localizá-lo.

Ele não fez nenhuma compra com seu nome verdadeiro e


eu nem mesmo consegui descobrir nenhum dos pseudônimos
que tinha certeza de que ele devia estar usando. Porque não
havia como acreditar que ele estava fora do jogo. Aquele garoto
tinha meu sangue, gostasse ou não, e eu sabia que ele estaria
comprando e vendendo, procurando poder como se precisasse
para viver. Mas ele estava segurando seus segredos perto de
seu peito e eu simplesmente não o tinha pegado ainda.

Com uma mistura de irritação e orgulho, coloquei meu


tablet na mesa de metal ao meu lado, olhando para o sol forte
além da sombrinha branca sob a qual estava sentado. Sempre
foi calor nesta parte do mundo e eu me cansei da falta de
variação do clima logo após chegar aqui. Mas eu estava sem
alternativa. Não era seguro para mim viajar enquanto tantas
autoridades me procuravam. E embora eu tivesse me isolado
em um país sem um acordo de extradição com os Estados
Unidos nos dez anos desde que fugi, tinha certeza de que
subornos seriam feitos ou agentes especiais seriam enviados
para me resgatar se minha localização fosse descoberta.

Então, fui deixado prisioneiro em minha própria casa


pobre de doze quartos. Em comparação com o que a maioria
das pessoas tinha, achei que era um tanto luxuoso, mas
quando comparei com tudo o que eu tinha, parecia
terrivelmente plano.

“Branston?” Eu chamei, colocando meu copo de uísque


vazio na mesa e procurando por meu servo para me trazer
outro.

Ele não estava em lugar nenhum à vista e quando ele não


apareceu depois que eu liguei pela segunda vez, soltei um
suspiro frustrado e me levantei da cadeira para encher meu
próprio copo.
Honestamente, de que adiantava manter o pessoal da casa
se eles não podiam nem mesmo manter um copo cheio?

Entrei na casa, entrando na ampla sala de estar com teto


abobadado e o mezanino acima. Eu estava entediado com este
lugar. Cansado de existir em êxtase, sem poder e ainda menos
amigos. Eu precisava me livrar dessa prisão que construí para
mim e a chave para isso era encontrar o dinheiro do meu filho.
Na verdade, eu nem mesmo consegui descobrir sua localização
desde que ele se formou em Yale. Era irritante.

Eu andei pelo chão de mármore branco em direção ao


armário de bebidas, mas fiquei imóvel antes de alcançá-lo
quando a grande poltrona colocada perto da janela apareceu e
eu encontrei uma mulher sentada lá. Ela segurava um copo do
meu uísque favorito e mais caro na mão, a garrafa no chão ao
lado dela enquanto ela olhava para longe de mim para a vista.

Ela estava usando um vestido branco e estava sentada de


lado na cadeira, suas longas pernas de bronze penduradas
sobre o braço dela com salto agulha preto em seus pés. Ela
deve ter ouvido minha abordagem, mas não se virou enquanto
continuava a olhar para fora da janela, uma cascata de cachos
loiros escondendo seu rosto de mim.

Eu fiquei imóvel, os cabelos ao longo da nuca arrepiando


enquanto eu olhava para ela. Este composto era totalmente
seguro. De jeito nenhum ela simplesmente vagou por aqui,
passando pelas paredes de três metros e portões guardados.
De jeito nenhum algum dos meus homens a teria deixado
entrar também. Então, como diabos ela...
“Olá, Troy,” a mulher ronronou, virando a cabeça para
mim e minha compostura quase escorregou quando meu olhar
caiu no rosto da garota Rivers.

Aquela que corrompeu meu filho, aquela que pegou tudo


que eu construí e torceu contra mim. Ela deveria estar morta
há muito tempo, mas lá estava ela sentada, bebendo uísque
que vale mais do que ela poderia imaginar e me olhando nos
olhos como se pensasse que éramos iguais. Ou pior do que
isso, como se ela achasse que era melhor do que eu.

“Saint?” Eu perguntei, sabendo que ele deveria estar aqui


também, minha voz fria e monótona, nada para mostrar que
eu tinha sido pego de surpresa com essa chegada em minha
casa.

Meu filho saiu pela porta no canto, o rosto mais duro do


que eu lembrava, as feições mais fortes agora que ele era mais
velho. Não havia nenhum traço da criança fraca que eu conheci
nele e enquanto o observava se aproximar de mim em um ritmo
casual, vi o homem que sempre esperei que ele se tornasse
olhando para mim e um sorriso tocou meu lábios enquanto eu
olhava para ele.

“Vejo que você seguiu meu conselho,” eu disse enquanto


ajustava meu relógio, pressionando o alarme de emergência
que seria ativado silenciosamente e traria meus homens
correndo para a minha localização.

Era uma pena, mas há alguns anos cheguei à conclusão


de que meu filho teria que morrer se eu quisesse recuperar
meu império. Assim que conseguisse isso, pensei que teria que
trabalhar na criação de outro herdeiro, embora o tédio de
tomar uma nova esposa tenha retardado meu progresso nessa
ideia.

“Que conselho foi esse?” Saint perguntou curiosamente,


parando atrás da viúva negra que o tinha atraído para seu lado.

Mas talvez eu estivesse errado em recusar a ideia dele se


alinhar com essa garota. O olhar dela dizia que ela era tão
determinada e perigosa quanto ele, então, apesar da fraqueza
que eu sabia que esse amor que ele dizia sentir por ela causava
a ele, era possível que ela fornecesse alguma força também.

“Para sempre ir atrás do que você quer e nunca desistir


até que você tenha em suas mãos,” eu forneci.

“Bem, ele tem razão,” Tatum disse enquanto Saint pegava


sua mão e a erguia para beijar a parte de trás de seus dedos.
“Você é muito tenaz.”

Meu filho sorriu enquanto a colocava de pé e minha pele


arrepiou enquanto eu os observava juntos. O que quer que
tenham feito para entrar aqui, certamente não pareciam com
pressa em atingir seu objetivo. O que só deu aos meus homens
mais tempo para chegar aqui. Na verdade, fiquei surpreso por
eles não estarem correndo para dentro da sala já.

“Eu sempre consigo o que quero,” Saint concordou com


ela, agarrando sua garganta em sua mão enquanto a puxava
para perto e a beijava com força.

O salto de seus sapatos de grife bateu contra a garrafa de


uísque, derrubando-a e meu estômago caiu quando o líquido
inestimável se espalhou pelos ladrilhos.
“Eu presumo que você não veio aqui apenas para agarrar
a garota que destruiu meu clube?” Eu perguntei em um tom
entediado, meus dedos se contraindo com o desejo de pegar
aquela maldita garrafa enquanto a deixavam lá para esvaziar.

“Claro que não,” Saint disse, deslizando o braço em volta


da cintura dela e ignorando a poça cada vez maior de uísque
entre nós, mesmo quando o pensamento fez meu queixo
latejar. “Mas achei que você gostaria de ter tempo para
perceber que seus homens não estão vindo.”

“Que homens?” Eu perguntei, meu estômago caindo


enquanto eu resistia à vontade de apertar o botão do meu
relógio novamente.

“Na verdade, é bastante simples bloquear o sinal de um


dispositivo de pânico como o seu,” Saint disse,
preguiçosamente estendendo a mão para arrumar uma mecha
de cabelo loiro sobre o ombro de Tatum enquanto ela sorria
para ele com uma fome sombria que me deixou desconfiado.

“Eu não sei o que você...”

“E bandidos contratados são todos muito bons,” ele


continuou, falando como se eu não tivesse falado nada. “Mas
nos anos desde que você fugiu como um rato assustado pelo
ralo de uma tempestade, só ficou mais e mais claro para mim
que você teve uma falha fatal em seu grande projeto.”

“O que é isso?” Eu perguntei, a acusação me irritando.


Não houve falhas em nada que eu fiz ou criei além dele.
“Você gostaria de contar?” Saint perguntou, e levei um
momento para perceber que ele estava se dirigindo à garota e
não a mim.

Meu lábio superior se contraiu com o desejo de descascar


com aquele insulto, mas seus olhos safira moveram-se para
capturar meu olhar e o sorriso em seus lábios pintados de
vermelho me fez segurar minha língua ao insultá-la. Posso ter
desprezado seus sentimentos por essa garota, mas não podia
negar a força deles e seria uma idiota se o provocasse agora.

“Um urso pode se cercar de coiotes,” disse ela lentamente,


tomando outro gole do meu uísque enquanto sustentava meu
olhar sem nem mesmo o sinal de um pulo. “Mas a lealdade
deles só será comprada pelas sobras que podem roubar dele.”

“Um urso ainda é a criatura mais poderosa da floresta,”


respondi calmamente, percebendo o que ela estava dizendo.
Meus homens não estavam vindo, eles foram subornados para
me trair e deixar esses ratos entrarem em minha casa.

“E, no entanto, pode ser eliminado por uma matilha de


lobos,” disse Tatum, sorrindo predatoriamente.

“Foi aí que você errou,” Saint acrescentou, parando para


tomar um gole do uísque enquanto Tatum levava o copo aos
lábios e eu não pude deixar de olhar para a maneira como eles
se moviam juntos, como duas partes do mesmo ser, totalmente
em sincronia. “Você acreditava que o poder supremo era algo
para ser mantido por você e mais ninguém. Mas olhe para você
agora, sozinho no mundo, sem ninguém para se preocupar.
Seu nome apareceu em todas as manchetes rotulando você
como o homem responsável por liberar o vírus Hades na
população. Você é odiado por mais pessoas do que eu poderia
contar, responsável por tantas mortes que o mundo poderia se
afogar em todo aquele sangue se fosse derramado de uma vez.
Sem mencionar o resto das atrocidades que cometeu em
Royaume D'élite. Todos neste planeta anseiam pela sua morte.”

“Na verdade,” Tatum acrescentou em tom de conversa,


passando a mão pelo braço de Saint e olhando para ele como
se ele fosse a razão de o sol nascer de manhã, enquanto ele a
encarava como se ela fosse a razão de sua existência. “Muitas
pessoas provavelmente se matariam em sua posição, incapazes
de suportar o fardo de ter feito tanto mal e de ser odiado por
tantos.”

“Bem, muitas pessoas são ovelhas,” zombei, incapaz de


evitar essa besteira emocional. “E a única cura para essa
idiotice é a morte.”

“Engraçado você dizer isso,” uma voz áspera veio atrás de


mim, mas antes que eu pudesse me virar, um laço foi jogado
sobre minha cabeça e amarrado com força em volta do meu
pescoço. Fui puxado para trás contra um corpo rígido quando
uma mão tatuada agarrou minha mandíbula e me agarrou com
força, imobilizando-me enquanto a corda era mantida esticada.
“Porque nós sentimos o mesmo por você.”

“Pai, você se lembra de Kyan, não é? Acontece que os


O'Briens realmente não são tão fáceis de matar afinal,” Saint
sorriu para mim como um bufão exultante e descobri meus
dentes enquanto corria para a faca que sempre guardei no
bolso.

Uma arma pressionada contra minha têmpora e eu virei


meus olhos para a esquerda enquanto o gatilho era puxado
para trás ruidosamente, meu olhar caindo sobre o terceiro do
grupo de lacaios do meu filho. O jogador de futebol. Eu
consegui rastrear alguns de seus movimentos devido à sua
carreira profissional, mas ainda não consegui rastrear meu
filho através dele. Naquele momento, seu olhar estava tão
escuro e a expressão tão fria que eu tinha certeza de que estava
vendo exatamente o que meu filho havia encontrado nele. Esse
era o jeito dos homens poderosos; estávamos sempre juntos,
mas nenhum vínculo verdadeiro poderia se formar entre nós
da maneira que Saint tentou reivindicar, porque nossa luta
pela supremacia nunca terminaria.

“Eu não tentaria fazer isso se fosse você,” disse Blake


simplesmente e meu coração disparou enquanto procurava o
caminho para sair disso. Era apenas mais um quebra-cabeça
para eu resolver, um jogo para vencer. Havia uma maneira.
Sempre havia uma maneira.

O laço em volta do meu pescoço puxou mais forte de


repente e eu engasguei quando Kyan forçou meu queixo para
cima e me fez olhar para a varanda no segundo andar, onde
um homem estava olhando para mim, seu cabelo loiro sujo
caindo em seus olhos enquanto ele puxava o corda novamente,
me forçando a ficar na ponta dos pés e cortando meu oxigênio.

“Espere,” eu sibilei, ganhando tempo enquanto lutava


para evitar que meu peso pendurasse inteiramente na corda.

“Acho que Nash já esperou o suficiente,” Tatum sibilou, se


aproximando de mim com seus saltos altos clicando no
mármore. “Parece que a matilha de lobos acabou de pegar
você.” Havia um ódio puro e venenoso em seu olhar que enviou
um arrepio pela minha espinha. Mas eu não desistiria, não fui
construído assim. Havia uma maneira de sair disso, eu só
tinha que entender e então...
“Meu irmão tinha toda a sua vida pela frente,” Nash
rosnou acima de mim, seu rosto o único que eu pude ver
mostrando todas as suas emoções claramente. Ele estava
furioso, sedento de sangue, ansiando por vingança e faminto
por reivindicá-la.

Ele puxou a corda mais alto e o pânico tomou conta de


mim quando fui arrancado do chão, minhas mãos agarrando a
corda desesperadamente enquanto tentava arrancá-la de mim.

Ele me puxou ainda mais para cima, meu coração


disparado enquanto eu engasgava e uma dor como o tipo mais
terrível de queimadura cortou meu pescoço.

Comecei a chutar e me debater, agarrando meu bolso na


esperança de soltar a faca quando a perspectiva muito real de
minha morte passou diante de meus olhos.

Mas antes que eu pudesse sucumbir a isso, meus dedos


do pé bateram contra algo e no momento seguinte eu coloquei
meu pé sobre ele, pegando meu peso novamente e aliviando
um pouco da pressão em meu pescoço para que eu pudesse
respirar ofegante. Meu pulso trovejou com medo, mas eu o
forcei de lado, me recusando a permitir que eles me
aterrorizassem em minha própria casa.

Consegui forçar meus olhos o suficiente para olhar para


baixo e localizar um dos banquinhos da cozinha sob meus pés
antes de erguer meu olhar para o grupo que estava diante de
mim novamente.

Kyan pendurou um braço fortemente tatuado em volta dos


ombros de Tatum, sua regata preta ofendendo meus olhos com
sua aparência terrivelmente casual em minha casa, e quando
ele deu um beijo no topo de sua cabeça, um pensamento me
ocorreu que rasgou o tecido do legado que eu esperava deixar
neste planeta.

Para confirmar ainda mais meus medos, Blake mudou-se


para o outro lado dela e correu um dedo ao longo de sua
mandíbula em uma carícia clara. Não era apenas meu filho.
Todos foram seduzidos pela linda garota diante de mim. Todos
caídos em seus caprichos.

“Quem disse que enfrentar Troy Memphis seria difícil?”


Blake perguntou e Kyan riu alto enquanto meu filho apenas
continuou sorrindo, bebendo ao me ver entregue à sua
misericórdia assim.

Era isso que ele queria, provar que podia me vencer, me


colocar embaixo dele e me fazer cair sob seu comando.

Passos soaram descendo as escadas de madeira atrás de


mim do nível do mezanino e o grupo de selvagens diante de
mim olhou para além de mim para o impostor no meio deles.
O pobre homem que veio em busca de vingança, sem dúvida
sendo usado por meu filho apenas para me atrair. Mas eu me
recusei a aceitar isso.

Jase Harrington caminhou ao meu redor e veio ficar perto


o suficiente para eu sentir o cheiro de pinho e testosterona
escorrendo de sua pele. Havia uma aspereza nele que falava de
sua raça pobre, sua camiseta branca agarrada a seu corpo
musculoso e uma fina camada de barba por fazer revestindo
sua mandíbula. Ele não pertencia a este mundo de poder e
prestígio. Ele era um inseto que deveria ter sido esmagado ao
lado de sua família inútil todos aqueles anos atrás, em vez de
deixado para crescer e se tornar um cão de ataque com um
rancor a suportar. Esse não era o tipo de erro que cometeria
novamente.

“Diga-me,” disse ele, sua voz um grunhido enquanto ele


olhava para mim como se eu estivesse de alguma forma abaixo
dele, apesar da clara evidência do contrário. “Você pensa sobre
eles? A criança que você matou e a mãe que você matou?” Ele
perguntou e eu zombei.

“Eu mal me lembro deles.” Eu cuspi, minha voz um


sussurro áspero enquanto o laço em volta do meu pescoço se
recusava a me permitir mais volume. Ele o amarrou no
corrimão acima de mim e apenas o banquinho sob meus pés
me impediu de me enforcar. Eu teria grande prazer em retribuí-
lo por essa ofensa. Então ele aprenderia a ficar em seu maldito
lugar na parte inferior da cadeia alimentar onde ele pertencia.
“Se não fosse por sua ressurreição em minha vida, eles teriam
sido esquecidos completamente.”

Um rosnado baixo ondulou por ele, ecoado pelos homens


às suas costas, que para meu horror incluía minha própria
carne e sangue. Meu filho estava seriamente chateado com algo
tão trivial?

“Você ainda sente muito por isso?” Blake exigiu e eu


estreitei meus olhos.

“Eu nunca lamentei por nada em minha vida,” eu sibilei.


“Você não chega onde estou perdendo tempo com
arrependimentos.”

“Ele não é capaz de sentir nada, muito menos remorso,”


Saint forneceu, dando um passo para o lado de Nash e olhando
para mim com interesse. “Embora eu ache que vejo algum
medo aí agora.”

“Do que está falando?” Eu perguntei a ele, esquecendo-me


dos outros enquanto me concentrava no poder da sala.

O que quer que meu filho tivesse a dizer, era o verdadeiro


motivo disso. Ele faria seu ponto, então descobriríamos para
onde ir a partir daí. Embora eu duvidasse que qualquer coisa
que ele pudesse me dizer agora me faria reconsiderar minha
decisão de matá-lo, não importa o quanto ele possa estar me
impressionando agora.

“Eu estava pensando,” Saint respondeu lentamente, seu


olhar deslizando sobre mim criticamente. “Como você é muito
humano na realidade. Na mente de uma criança, você era um
monstro invencível. Mas olhe para você agora, amarrado e à
nossa mercê e ainda incapaz de qualquer tipo de sentimento
verdadeiro e significativo. Tenho pena de você.”

“Pena?” Eu zombei. “Eu era o homem mais poderoso em


nosso estado. Possivelmente o mais poderoso...”

“Era, sendo a palavra-chave,” Kyan me cortou com uma


risadinha. “Mas você não parece tão durão agora.”

Meu pé escorregou e meu coração saltou quando quase


caí do banquinho, o laço apertando mais uma vez.

Enfiei a mão no bolso, pegando o canivete para o caso de


um deles perder a paciência e chutar o banquinho para longe
antes que meu filho terminasse essa conversa e fosse direto ao
assunto.
“Procurando por isso?” Kyan perguntou, sorrindo
enquanto levantava minha faca diante dele, acenando para
mim provocativamente enquanto meus dedos se fechavam em
nada e uma ponta de medo passava por mim. Eu nem tinha
notado ele pegando de mim.

“Isso é uma perda de tempo,” Tatum disse com um suspiro


enquanto abria caminho para o espaço entre Saint e Nash,
suas mãos roçando nos dois levemente e quando eles se
viraram para dar a ela toda a atenção, eu percebi algo longe
mais assustador do que a corda que estava amarrada em volta
do meu pescoço.

Todos os quatro homens parados diante de mim a


observavam com uma espécie de devoção acalorada que
brilhava mais forte do que o sol do meio-dia. Eles estavam
extasiados, apaixonados, totalmente iludidos e sob seu feitiço.
Meu filho incluído.

Saint não era o rei desta tribo de pagãos. Eles eram


governados por uma rainha. E o olhar dela dizia que minha
morte já estava decidida. O pânico veio para mim então
enquanto eu considerava isso totalmente pela primeira vez, me
perguntando se eu realmente poderia estar encarando minha
morte agora. Mas não pode ser. Recusei-me a ser lembrado
como um covarde que se matou pela morte de um bando de
ninguéns e de um vírus que deveria ter me rendido uma
fortuna.

“Não adianta arrastar isso. Ele nunca vai entender as


profundezas de sua maldade.” Seu olhar mudou deles para
mim, sua cabeça inclinada para o lado e aqueles cachos loiros
caindo sobre seu ombro. Ela parecia quase angelical ali,
maquiada com perfeição naquele vestido branco com a luz do
sol de além da janela lançando uma névoa de luz em suas
costas. Mas o olhar em seus olhos não continha nada do céu.
Eles estavam cheios da fúria do inferno. “A menos que você
tenha alguma última palavra?”

“Saint,” rosnei, olhando para o meu filho e instando-o a


assumir o seu lugar no comando desta farsa. “Você não pode
realmente querer acabar com a minha vida por gente como...”

Nash chutou o banquinho embaixo de mim com um


rosnado furioso e meu estômago balançou enquanto eu caía
por uma batida eterna antes que a corda se esticasse e cortasse
meu oxigênio instantaneamente.

Eu resisti e chutei, meu olhar movendo-se


descontroladamente entre eles enquanto os cinco estavam lá
me observando, perfeitamente imóveis com fogo e pecado em
seus olhos e sem a menor indicação de que eles iriam parar
com isso.

“Isso é para as pessoas que você achava que não valiam


nada, quando na verdade valiam um milhão de você,” Nash
rosnou.

“Adeus, pai. E só para você saber, eu encontrei o segredo


que você fez quando tentou me separar de minha herança e o
destruí. Um novo testamento de aparência totalmente
autêntica deixando tudo que você possui para mim agora foi
produzido em seu lugar. Eu só não queria que você morresse
acreditando que tinha me enganado,” Saint acrescentou
friamente e por essas palavras, percebi que não era um jogo.
Não houve fim para isso além da minha morte. Ninguém estava
vindo atrás de mim. E nada que eu fizesse poderia impedir esse
destino agora.
Eu chutei e me debati, a escuridão me pressionando por
toda parte e Tatum deu um passo à frente, sorrindo cruelmente
enquanto me observava morrer bem diante de seus olhos.

“Eu sou a escuridão na calada da noite!” Ela gritou


enquanto sua matilha de pagãos se fechava ao lado dela, todos
os seus olhos em mim, famintos pelo meu fim.

“Ouça-me rugir!” Eles gritaram, o barulho de seus gritos


ecoando na morte comigo enquanto eu caia para longe deles.
Para o vazio da escuridão e além. Para um lugar sem posição,
poder ou riqueza. Nas profundezas onde nenhuma luz poderia
me encontrar. E fui lançado à deriva para sempre no nada.
Onde ninguém se lembraria do meu nome. E eu ficaria
eternamente sozinho.
DOIS DIAS APÓS TROY ENCONTRAR SEU
FIIIIIM

Eu tomei um gole de suco de laranja espremido na hora


enquanto me sentava na varanda do mais lindo resort que já
visitei na vida, lendo um livro de harém reverso no meu Kindle.
Descobri que minha situação com meus meninos não era
totalmente inédita. Pelo menos não na ficção de qualquer
maneira. E eu estava mais do que feliz por abrir um caminho
na vida real. Por que ser adorada por um cara quando você
poderia ser adorada por quatro?
Estávamos visitando as Ilhas Marquesas, na Polinésia
Francesa, depois de voar para cá assim que o Troy Memphis
parou de viver. Devíamos uma celebração, mas este lugar era
chamativo até para os padrões de Saint. E parecia um mundo
inteiro longe de qualquer lugar que eu tivesse estado antes.

Nossa varanda dava para nossa piscina infinita privativa,


situada acima da floresta tropical, descendo até uma praia só
para nós e a mais pura água azul do mar além.

Saint tinha desaparecido antes de todos nós acordarmos


e eu relaxei no deck à sombra do toldo, meus pés no colo de
Nash enquanto ele os massageava. Seu calção era curto,
mostrando a tatuagem que Kyan havia feito ali para cobrir a
marca em sua coxa esquerda. Era de cinco lobos com seus
focinhos levantados enquanto uivavam para a lua acima de
uma montanha coberta de neve. E eu passei um tempo
beijando mais de uma vez desde que ele fez isso.

Kyan estava balançando em uma rede à minha direita e


Blake estava de volta dentro da suíte pedindo mais doces da
recepção.

O ar quente flutuou ao meu redor e roçou minha pele nua,


meu pequeno biquíni rosa parecendo muito apertado com a
umidade o pressionando. Mas todo o calor do mundo não
poderia desalojar a paz lavando através de mim enquanto eu
me banhava no brilho posterior da morte de Troy.

Eu levantei da minha cadeira e caí no colo de Nash,


empurrando meus dedos em seus cabelos. Todos nós ficamos
acordados metade da noite bebendo, dançando e transando.
Havia arranhões ao longo dos ombros de Nash que eu deixei lá
quando ele me reivindicou nas primeiras horas desta manhã
com a fúria de uma besta e eu acertei meus dedos nele
enquanto ele sorria.

“Como você está hoje?” Murmurei em seu ouvido


enquanto sua mão percorria toda a extensão da minha
espinha.

“Nunca estive melhor, princesa,” ele suspirou e eu me


inclinei para trás para olhar para ele. Eu podia ver o peso tirado
de seus ombros como se fosse uma coisa física que ele
carregava todo esse tempo. Ele tentou deixar sua necessidade
de vingança ir embora quando parecia que nunca
encontraríamos Troy, mas eu sabia o alívio que tinha sido
finalmente retribuí-lo por tudo que ele fez para sua família e
livrar o mundo dele para sempre. Seus olhos exibiam um mar
de luz e havia um sorriso permanente em seus lábios. Lábios
que haviam feito mil coisas sujas ao meu corpo na noite
passada enquanto ele comemorava sua vitória. “Mas vou ficar
ainda mais feliz quando você me deixar terminar essa
massagem nos pés.”

Ele me levantou pela bunda, jogando-me de volta na


minha cadeira antes de cair na sua e agarrar meu pé para
passar os polegares no centro da sola. Era incrível pra caralho.

Eu soltei um longo suspiro, sem saber se eu já tinha


estado tão relaxada antes enquanto observava meu lindo anjo
escuro por cima do meu kindle.

“Você está me olhando,” ele brincou.

“Você fica tão gostoso quando está me adorando, Jase,” eu


disse e ele sorriu com o uso desse nome.
“Quando eu terminar aqui, pretendo me ajoelhar entre as
pernas da minha deusa e rezar para que chova.”

“Você é um selvagem,” eu ri e ele sorriu como um lobo para


confirmar.

Blake marchou para o convés em sua sunga azul, sua pele


profundamente bronzeada por nossos dias de sol. Ele já tinha
conseguido o melhor bronzeado e era um bastardo presunçoso
também.

“Quem está pronto para mergulho com snorkel hoje?” Ele


perguntou, caindo ao lado de Nash e colocando um dos meus
pés em seu colo. Eu sorri para eles, colocando meu Kindle
sobre a mesa e recostando-me na cadeira.

“Estou dentro. Vou levar meu telefone para tirar algumas


fotos,” disse eu. Saint tinha comprado para nós todos os
iPhones mais recentes, totalmente à prova d'água e com
câmeras profissionais. Ele nos fez atualizar para o modelo mais
recente toda vez que um novo era lançado, embora telefones
com um ano funcionassem bem. Mas esse não era o ponto,
aparentemente.

Nossos croissants chegaram e a empregada os colocou na


mesa antes de sair correndo novamente. Peguei um croissant
e o separei, suspirando enquanto colocava um pedaço na boca
e a bondade amanteigada derretia em minha língua. “Onde
diabos Saint foi parar?”

“Ele provavelmente foi para a guerra com aquele pássaro


que cagou nele ontem,” Kyan gritou com um bufo, seu braço
tatuado caindo da rede e seus dedos pastando no chão de
madeira.
“Bem, ele vai perder a diversão,” eu disse com uma risada
enquanto me lembrava do horror de Saint com o pássaro
cagando nele. Ele lamentou sobre sua camisa Ralph Lauren
arruinada e amaldiçoou a criatura e várias gerações de sua
família.

Eu puxei meus pés do aperto das mãos de Nash e Blake e


usei meus dedos para acariciar seus pênis. Eles sorriram
diabolicamente para mim quando eu mordi meu lábio, mas
antes que eu pudesse me deixar levar por essa ideia, a porta
bateu e Saint saiu a passos largos para a varanda. Ele se
inclinou para dar um beijo na minha bochecha, em seguida,
passou por mim e foi até a beira da varanda, parecendo que
tinha algum anúncio a fazer. Ele estava vestido com uma calça
de algodão e uma camisa branca que realçava a riqueza de seus
olhos terrenos. Saint fez com que qualquer coisa que vestisse
parecer que estava em uma sessão de fotos cara o tempo todo.

“Onde você esteve se escondendo?” Eu perguntei,


afastando meu cabelo dos ombros para que ficasse pendurado
nas costas da cadeira.

“Estive terminando os arranjos finais,” ele disse, seus


olhos dançando com algum segredo e eu fiz uma careta.

“Para?” Nash pressionou.

“Para o dia do nosso casamento,” Saint anunciou,


sorrindo para mim.

“O que?” Eu ri em confusão quando Kyan se sentou ereto


em sua rede e quase caiu dela.
Blake e Nash trocaram um olhar enquanto eu tirava meus
pés de seus colos e dava a Saint minha total atenção. Se havia
uma coisa que eu sabia sobre Saint Memphis, era que ele não
brincava sobre assuntos relacionados ao nosso
relacionamento. Se ele dissesse que havia um casamento
organizado, era um maldito casamento organizado.

“Passei algum tempo pesquisando onde poderíamos fazer


um casamento que atendesse às nossas necessidades. Alguns
países na África foram uma opção por um tempo, mas eu teria
que pagar muitas pessoas corruptas para permitir que uma
mulher se casasse com vários homens, e não o contrário.
Portanto, decidi que essa rota era muito complexa. Foi então
que descobri as leis poliândricas dessas ilhas, onde uma
mulher pode legalmente casar com vários maridos se tiver
status superior ao dos homens. O que, claro, foi fácil de provar,
já que nossa garota é uma rainha e os marquesanos pareciam
mais do que felizes em acomodar nossa situação sem muita
persuasão.

“Você está falando sério?” Eu perguntei, esperança


enchendo minha voz. “Eu posso ter todos vocês como meus
maridos?” A ideia me deixou tão enlouquecida que me levantei
da cadeira e corri para agarrar o braço de Saint, esperando
ansiosamente por sua resposta.

Ele segurou minha bochecha, seu polegar traçando uma


linha até a cicatriz em minha têmpora. “Sim, Sereia. Você pode.
E eu realmente imploro que você faça.” Ele caiu sobre um
joelho de repente e eu engasguei quando ele pegou uma caixa
de anel branca do bolso, abrindo-a. O sol brilhou no diamante
redondo mais bonito que eu já tinha visto em um fecho delicado
com um design vintage. Era enorme, a porra de uma pedra de
diamante e eu estava totalmente sem palavras quando Saint
me ofereceu, seus olhos cheios de esperança e felicidade.

“Eu sou um plebeu diante de uma rainha,” ele murmurou.


“Implorando para entrar em seu palácio e colocar tudo o que
ele é aos pés dela. Eu sou seu, quer você aceite este anel ou
não, mas se você o usasse, eu não precisaria de mais nada em
todos os anos que me restaram nesta vida.”

“Espera aí,” Blake empacou antes que eu pudesse


responder, meu coração batendo forte enquanto eu me perdia
na pergunta que Saint havia lançado sobre mim. “Você não
pode simplesmente aparecer com um anel parecido com um
maldito príncipe enquanto estamos sentados aqui seminus,
sem nada para oferecer a ela além dos malditos pastéis.”

“Eu dificilmente sou responsável por se ou quando você


decidir propor a Tatum,” Saint disse com desdém.

“Você planejou nosso casamento sem nos contar,” Nash


interrompeu. “Você poderia ter nos avisado e talvez todos nós
pudéssemos ter um anel para oferecer a ela hoje.”

“Você também precisa da minha permissão,” Kyan disse.

“Nem tente, Kyan,” rosnei, em seguida, sorri para Saint,


estendendo minha mão esquerda. Eu ainda usava o anel de
caveira que Kyan comprou para mim, então eu realmente não
tinha espaço para o meteoro que Saint estava oferecendo, mas
descobriríamos isso mais tarde. “Claro que vou casar com
você.” Ele deslizou o anel no meu dedo médio e eu percebi que
o bastardo sorrateiro já havia planejado o problema de eu usar
mais de um enquanto ele se levantava, me puxando para ele e
me beijando com golpes vagarosos de sua língua enquanto os
outros eram forçados a assistir. Eu sorri pra caramba
enquanto me virei para eles, quicando na ponta dos meus pés.

“Eu não preciso de um anel de vocês,” eu disse seriamente


enquanto observava as expressões tristes de Blake e Nash. “E
vocês não têm que se casar comigo se vocês não quiserem isso.
Não deixe Saint tomar a decisão por você. Mas...” Eu me afastei
de Saint e me ajoelhei na frente deles e suas sobrancelhas se
ergueram. “Eu quero vocês dois. Não existe um nós sem vocês,
Blake e Nash.” Eu olhei entre eles atentamente. “Você quer se
casar comigo? Faça-me a mulher mais feliz do mundo inteiro,
faça-me inteira. Porque cada um de vocês detém um pedaço do
meu coração e ele não pode ser mantido sem todos nós como
um.”

Eles trocaram um olhar, então os dois pegaram uma das


minhas mãos e me puxaram para cima. Eles se levantaram,
me abraçando entre eles, se revezando para beijar minha boca
e então meu pescoço até que eu estava suspirando e arqueando
entre eles.

“Isso é um sim?” Eu implorei.

“Sim, princesa,” Nash rosnou contra minha orelha


enquanto Blake murmurava contra meus lábios.

“Eu consinto,” disse Kyan, empurrando para fora de sua


rede com um sorriso quando os caras se separaram de mim.

“Nós não precisamos de seu consentimento,” Saint


rosnou. “Nós vamos casar com ela porque ela quer,
independentemente do que você queira.”
“Eu ainda concordo, só para você saber. E, tecnicamente,
vou me casar com ela duas vezes agora, então serei o marido-
chefe oficial,” Kyan zombou, pegando minha mão e olhando
para o anel que estava ao lado dele com um assobio baixo.

Saint soltou uma risada. “Você será o pajem do


casamento, não um noivo. Você não pode se casar com ela
duas vezes, mesmo aqui.”

A mandíbula de Kyan apertou. “Eu não vou ser a porra do


pajem.”

“Nah, ele é o padrinho,” Blake anunciou com um sorriso.


“Não é, irmão?”

“Kyan?” Sussurrei, olhando para ele enquanto descansei


a mão em seu peito. “Não estrague isso.”

Kyan suspirou, agarrando minha nuca e me puxando para


mais perto. “Nunca. Com toda a seriedade, eu quero que você
os tenha. Porque somos iguais. E eu vou estar aí torcendo por
você porque isso torna nossa família oficial. Seremos todos
Roscoes...”

“Rivers,” Saint cortou por cima dele, levantando seu


queixo em um desafio. “Seremos todos Rivers.”

Minhas sobrancelhas levantaram e olhei para Nash e


Blake, que sorriram, parecendo felizes com a ideia, mas eles
não poderiam estar tão emocionados quanto eu. Oh meu Deus,
este é um dos melhores dias da minha vida e mal começou.

“Então vou mudar meu nome também,” Kyan rosnou


furiosamente.
“Claro que você vai. Eu já tenho a papelada pronta para
você assinar,” Saint disse com um sorriso. “Agora todos vocês
vão tomar banho e se trocar, só temos duas horas até a
cerimônia.”

Comecei a sair correndo com meus meninos, mas Saint


segurou meu braço. “Você não, Sereia. Você precisa ir pelo
corredor e abrir a sala cinco-zero-dois.” Ele colocou uma chave
na palma da minha mão e meus lábios se separaram enquanto
ele beijava minha bochecha, me dando um olhar intenso antes
de me afastar.

Fiz o que ele pediu, saindo do nosso quarto e descendo o


longo corredor, destrancando a porta no final e entrando.

“Surpresa!” Um grupo de meninas gritou e Mila de repente


mergulhou em cima de mim, me apertando com força. Dione e
Kayla da faculdade também estavam lá e quase comecei a
chorar ao encontrá-las todas aqui juntas. Elas estavam usando
lindos vestidos rosa claro e esvoaçantes e eu as olhei com
admiração enquanto a excitação queimava em meu peito.

A sala inteira estava decorada para mim com cabeleireiros


e um maquiador, bem como dez malditos vestidos de noiva de
grife pendurados em bolsas ao longo da parede traseira para
eu escolher.

“Hora de se preparar, garota.” Mila sorriu enquanto me


conduzia em direção ao banheiro. “É o dia do seu maldito
casamento!”

***
Usei um vestido branco com alças delicadas, um corpete
de renda e uma saia que fluía ao meu redor em várias camadas
de material macio. Ele se abria na coxa e quando o vento
soprou, minha liga apareceu e imaginei que os caras estariam
brigando para ver quem tiraria depois. Sorte que eu
secretamente coloquei mais três na minha outra perna para
impedi-los de brigar por isso, não é?

Fui conduzida até a praia por minhas lindas amigas em


seus vestidos e com lírios nas mãos. Usávamos sandálias e a
minha tinha diamantes nas tiras que envolviam meus
tornozelos e entre os dedos dos pés. Ao chegarmos à areia
branca, fui guiada para uma tenda para que não pudesse ver
meus meninos além dela e eles não pudessem me ver.

Lá dentro, encontrei Kyan esperando lá em calças cinza


claro, mocassins e uma camisa branca. Suas mãos estavam
nos bolsos, seu cabelo penteado para trás e sua cabeça
inclinada para o lado enquanto ele me olhava para dentro.
Inferno, ele parecia bem todo arrumado daquele jeito. Mas
nada podia esconder o que ele era, não importa quantas roupas
extravagantes ele usasse. Ele era meu monstro por completo.
E essa roupa poderia facilmente estar manchada de sangue e
eu ainda o quero como meu marido. Talvez ainda mais.

“Porra, baby, você parece uma estrela caída. Os céus vão


querer você de volta quando perceberem que você está
faltando.”

“Bem, eles não podem me ter,” eu disse com um sorriso


que tinha sido permanentemente costurado em minhas
bochechas desde que Saint tinha anunciado a notícia.
“Eu não iria deixar você ir mesmo se eles fizessem,” ele
ronronou.

Mila entrou na minha frente, verificando meu vestido,


ajustando a tiara brilhante em meu cabelo e o véu que descia
pelas minhas costas. “Você está perfeita pra caralho, garota,”
ela disse, seus olhos brilhando enquanto ela apertava minha
mão. “Você está pronta?”

Eu balancei a cabeça, respirando instavelmente. Eu


queria isso mais do que tudo. Todos nós unidos como um,
ligados de todas as maneiras que possivelmente poderíamos
ser.

“Você vai ficar bem. Só não caia sobre os próprios pés,


ok?” Ela riu e eu também, então ela foi para a frente da
marquise com minhas amigas assim que a música começou a
tocar na praia. Uma harpa tocava uma bela melodia quando as
garotas saíram, desaparecendo de vista e eu engasguei ao
reconhecer a música que Saint havia composto para mim anos
atrás. Ele me escreveu muito mais desde então, mas aquela
sempre teria um lugar especial no meu coração e é claro que
ele sabia disso. Ele era Saint Memphis. Embora eu achasse que
ele estava prestes a se tornar Saint Rivers.

Kyan mudou-se para o meu lado, oferecendo-me seu


braço. “Eu sei que seu pai deveria ser aquele que está
acompanhando você aos meus irmãos hoje, mas você ficaria
feliz se seu marido fizesse isso em vez disso?”

Eu pisquei para conter as lágrimas com a menção do meu


pai, balançando a cabeça com firmeza e pegando seu braço.
“Ele teria escolhido você em seu lugar, Kyan.”
“Você acha que sim?” Ele perguntou esperançoso e eu me
inclinei para beijar sua bochecha.

“Eu sei que sim,” eu disse e ele sorriu enquanto me


conduzia para a saída. A música mudou para Baby Mine de
Betty Noyes e meu coração apertou com a melodia familiar que
meu pai cantou para mim quando eu era criança, a mesma que
Saint tinha cantarolado para mim em meu momento de
necessidade há muito tempo. Kyan me levou para a praia e o
sol do meio-dia caiu sobre nós, fazendo meu vestido branco
brilhar.

Minha respiração ficou presa ao ver as fileiras de cadeiras


na areia cobertas com um pano branco e envoltas com laços
rosa para combinar com as damas de honra. Nunca pensei
muito em como seria o dia do meu casamento. Eu nunca tinha
imaginado que me casaria antes de Kyan e agora estava prestes
a caminhar por outro corredor com mais três homens no final
dele.

Saint, Nash e Blake usavam roupas que combinavam com


as de Kyan e meu coração palpitou descontroladamente com a
forma como seus olhos correram sobre mim com um desejo
feroz.

Lembrei-me da primeira vez que vi meus Guardiões da


Noite todos juntos em Everlake, seus olhos cheios de uma fome
que senti profundamente em minha alma também. Era o
mesmo olhar que eles me davam agora, e percebi que nós cinco
sempre fomos inevitáveis. O nosso destino havia sido tecido e
não havia nenhum arrependimento em meu coração sobre
como viemos parar aqui. O bom, o mau, os dias escuros e
claros. Cada um deles era fios em uma tapeçaria que era
exclusivamente nós. E eu sempre guardarei isso.
Os nervos lutaram em meu estômago enquanto eu me
movia pelo corredor de cadeiras. As últimas filas estavam
ocupadas por moradores que pareciam tão satisfeitos por estar
aqui como se realmente nos conhecessem. Na frente estava o
pai de Blake com sua namorada, Christina, uma mulher ruiva
que havia sido sua governanta nos dias da pandemia. Ela
trouxe refeições para ele todas as semanas e garantiu que ele
sobrevivesse, estando lá para ele quando ninguém mais
poderia estar. Ele nos apresentou a ela como sua amiga íntima,
mas depois de alguns meses Blake finalmente o questionou e
disse que amava Christina e estava feliz por seu pai não estar
mais sozinho. Não muito depois disso, Cooper e Christina se
mudaram para Sunset Cove para ficar mais perto de nós e eu
os adorava agora como se fossem sangue.

Sentado ao lado delas estava Danny em um par de calças


creme elegantes e uma camisa branca, seus olhos passando de
mim para Mila, que estava parada na frente com as outras
damas de honra. Os dois estavam mais apaixonados do que
nunca e um passarinho me disse (também conhecido como
Blake) que Danny estava planejando propor em casamento em
breve. Era tão excitante.

Todos os rostos das pessoas que eu amava estavam


voltados para mim enquanto eu caminhava até o arco de
delicadas flores rosa sob o qual meus meninos estavam. Um
homem marquesano estava parado ao lado deles em túnicas
brancas, sorrindo gentilmente para mim quando me aproximei.
Eu estava tão pronta para me juntar a eles assim que estava
praticamente explodindo de emoção.

Kyan me soltou e apertou minha mão em adeus antes de


se mover para ficar ao lado dos Guardiões da Noite. Minha
garganta engrossou de emoção enquanto eu olhava para cada
um de seus rostos, incapaz de acreditar que tive a sorte de
reivindicar um desses homens como meu, muito menos todos
eles.

Nós lutamos batalhas juntos, derramamos sangue um


pelo outro e eu sabia que cruzaríamos qualquer oceano em
qualquer terra para ficarmos juntos se precisássemos.
Provamos que não havia força neste mundo que nos separasse.
Portanto, agora havia apenas uma eternidade de vida
esperando por nós para vir e reivindicá-la. E eu mal podia
esperar para atender sua chamada.
UM ANO APÓS O CASAMENTO

“Oh porra, porra, Jesus, merda,” Blake murmurou,


esculpindo os cabelos com as mãos enquanto as parteiras
agitavam os braços para nós e nos faziam sair da porra de seu
caminho pela centésima vez. Elas não estavam satisfeitas com
a existência de quatro de nós aqui, mas toda vez que elas
exigiam saber qual de nós era o pai, nós dizíamos
inflexivelmente que todos éramos.

E é claro que Saint tinha feito tudo sobre Memphis para


eles, insistindo que nos deixassem ficar sob a ameaça de
arruinar suas carreiras e vidas pessoais. Embora eu tivesse
que admitir, a parteira encarregada do parto de Tatum era a
pessoa mais próxima que eu já vi de igualar o Saint em bolas
enquanto ela o encarava e dizia para ele verificar seu maldito
privilégio. Ele realmente fez isso também, embora ele
claramente não tivesse nenhuma intenção de ser expulso da
sala, mas ele estava disposto a deixá-la comandar aqui fora
isso.

Desta vez, enquanto os outros foram forçados a recuar, fui


eu quem ficou ao lado de Tatum, puxando seu cabelo para
longe de sua testa suada e apertando seus dedos com força
enquanto ela ofegava e gemia na cama.

A parteira fez seu exame nos poucos segundos entre as


contrações e eu juro que meu coração estava acelerado ainda
mais rápido do que o do bebê, o que podíamos ouvir pelo
monitor que eles prendiam ao redor da barriga inchada de
Tatum.

Estivemos aqui por dezesseis horas e eu nunca na minha


vida estive tão preocupado pra caralho quanto agora. Eu não
sabia o que fazer ou as coisas certas a dizer e toda vez que
qualquer um de nós tentava fazer uma piada para aliviar o
clima, Tatum olhava toda Satanás para nós e nós fechávamos
a boca com força.

“Lamento dizer isso, querida, mas você ainda não está


pronta para empurrar,” a parteira anunciou e Tatum gemeu de
dor, esmagando meus dedos quando outra contração a
dominou.

“Você quer um pouco de água?” Nash ofereceu.

“Ou uma compressa fria?” Blake acrescentou.

“Ou um bolinho?” Saint sugeriu.


“Não, eu não quero a porra de um bolinho!” Ela gritou e
eu tinha certeza de que ela quebrou meu dedo quando seu
aperto ficou impossivelmente mais forte.

“Talvez você devesse repensar o alívio da dor?” A parteira


sugeriu gentilmente. “Podemos ter uma longa espera aqui e
uma epidural...”

“Sim,” Tatum engasgou, balançando a cabeça. “Isso. Faça


isso...”

“Tem certeza?” Eu perguntei a ela, inclinando-me para


falar em seu ouvido. “Porque quando nós fizemos todas aquelas
aulas você estava muito inflexível, você queria fazer isso
naturalmente, sem drogas e...”

Tatum agarrou a frente da minha camisa e me puxou para


baixo de modo que ficamos cara a cara e ela estava olhando
nos meus olhos com a raiva do próprio Diabo.

“Não fale comigo sobre a porra de um parto natural


quando você está apenas parado assistindo isso acontecer!”
Ela rosnou. “A Tatum que disse aquelas coisas idiotas era uma
porra de idiota que não tinha ideia do que diabos seria. Ela era
uma vadia ingênua e ela está morta agora, assim como você
estará se você tentar me convencer a não tomar o alívio da dor
novamente. Quando você tiver que empurrar uma melancia
para fora da porra da vagina, você pode voltar para mim com
sua besteira sem drogas, mas até então cale a boca e ajude a
mulher a me dar as drogas.”

Eu engoli em seco e balancei a cabeça, meio que com medo


do demônio que vivia dentro da minha esposa e me
perguntando se este era realmente o bebê de Saint afinal,
porque ela definitivamente tinha algo puro mal dentro dela que
não existia antes.

“Sim, ok, o que você precisar,” eu concordei rapidamente


e ela me soltou enquanto caía contra os travesseiros.

“Tudo bem, querida, vou chamar o anestesista e cuidar de


você imediatamente,” disse a parteira em voz alta, nos
ignorando como se não estivéssemos envolvidos nisso. E como
eu estava sem vagina, poderia admitir que este provavelmente
não era o meu lugar para começar a discutir, então fiz como
solicitado e calei a boca.

A parteira saiu do quarto e Tatum avançou tão


repentinamente que tive que segurá-la para impedir que caísse
da cama. Ela olhou para mim como se eu devesse ter
adivinhado que ela faria isso, e eu me desculpei quando
compartilhei um olhar com Blake sobre sua cabeça enquanto
murmurava 'puta merda' para ele.

“Talvez você devesse ficar na cama?” Blake sugeriu,


estendendo a mão para ela e recuando como se não tivesse
certeza de como ajudar.

“Eu não posso deitar. É pior se eu me deitar,” ela ofegou,


estendendo a mão para Nash e cravando as unhas em seu
bíceps enquanto rangia os dentes contra a dor de outra
contração e ele apenas a deixava tirar sangue dele carne sem
uma palavra. Provavelmente é o melhor.

Saint tinha ficado muito quieto, seus olhos sobre ela como
se ele estivesse avaliando tudo, calculando probabilidades e
tentando resolver isso como um problema de matemática. Mas
a maneira como ele estava trancando me disse o quanto ele
estava pirando por dentro e eu sabia que ele estava à beira de
quebrar o quão inútil essa coisa toda o fazia se sentir.

“Não,” Tatum rebateu, apontando para ele. “Você não pode


perder sua merda hoje. Não é sobre você, então bloqueie essa
merda. Deixe ir ou dê o fora.”

“Eu não vou a lugar nenhum,” Saint rosnou em resposta.


“Estou apenas tentando pensar em todas as coisas que podem
ajudá-la.”

“Oh, você vai colocar a mão na minha vagina e tirar esse


bebê de mim de maneira gentil e suave?” Ela perguntou e sim,
eu estava oficialmente com medo dela. E impressionado. E
meio quente para ela. Não que eu ousasse sugerir algo a ver
com meu pau agora, mas Tatum ficando toda fodona só fez
coisas por mim e vê-la acasalar com essa merda de mãe urso
psicopata... É. Eu estava aqui para isso. Aterrorizado, mas aqui
para isso.

“Por que você não tenta a coisa da bola saltitante de


novo?” Nash ofereceu e a carranca que ela lançou para ele
poderia ter cortado vidro.

“Você estava interessado em fazer aquela coisa de mãos e


joelhos,” acrescentou Blake, movendo-se para a cama e
pulando sobre ela de quatro. “Sabe, como aquela mulher das
aulas disse sobre a gravidade ajudando e merda. Mais ou
menos como acontece com os animais no...”

“Eu pareço um animal selvagem para você, Blake?” Tatum


sibilou, seus dedos esmagando os meus novamente quando
outra contração veio para ela.
Nós quatro olhamos para ela, vestindo nada além de uma
camiseta masculina esticada com os pés descalços, seu cabelo
loiro espetado em todas as direções e seus olhos azuis
assustadoramente selvagens e todos nós balançamos a cabeça.

“Porra, não,” disse Nash. “Você está deslumbrante.”

“Linda,” Blake acrescentou.

“Perfeita,” Saint disse.

“Feroz,” acrescentei, e fiquei satisfeito em ver que ela


considerou isso o elogio que deveria ser.

Ela quebrou uma risada por um breve momento.


“Desculpe, estou sendo uma idiota total,” ela engasgou. “Eu
só... Santa mãe da merda, qualquer um de vocês que colocar
essa merda dentro de mim vai receber um chute no pau todos
os dias durante a porra de um mês!”

Ok, sim, ela estava louca, eu estava com medo por todas
as nossas vidas, mas eu também ficaria aqui ao lado dela até
que isso acabasse de qualquer maneira.

Eu menos do que sutilmente protegi minhas bolas com


minha mão livre e, felizmente, fomos salvos pela parteira que
reapareceu ao lado do anestesista.

Saint me cutucou de lado enquanto ele e Blake a


ajudavam a subir na cama e Nash colocou a mão no meu
ombro, exalando fortemente e olhando para mim com um que
porra de olhar que eu definitivamente devolvi a ele. Eles não
mencionaram isso nas aulas de pré-natal. Talvez eu devesse
dizer a eles para adicionar - Classe Nove: como lidar quando
sua esposa é possuída pelo diabo durante o trabalho de parto
e você é reduzido a um saco de pancadas inútil que não pode
fazer nada além de apenas ficar forte e deixá-la abusar de você
o quanto ela quiser, na esperança de que ajude um pouco.

Eu só esperava que essa epidural fosse como uma maldita


poção mágica, porque eu não tinha certeza se poderia vê-la
sofrendo assim por muito mais tempo. Merda, como alguém
conseguiu ter mais filhos depois de sobreviver a isso? Eu vivi
um jogo de morte, o vírus Hades, derrubei uma organização
elitista, escapei da minha família máfia irlandesa e sobrevivi a
um ferimento de bala contra todas as probabilidades e não
pensei que chegaria perto de suportar a maneira como Tatum
estava sentindo agora. Ela era uma porra de deusa, e eu iria
me certificar de dizer isso a ela todos os dias pelo resto da
eternidade para ter certeza de que ela nunca se esquecesse.

Blake se moveu para ficar na frente de Tatum, segurando


suas mãos e murmurando para ela sobre o quão incrível ela
estava enquanto o anestesista separava a epidural para ela.

A parteira flutuou o resto de nós de volta para o canto pela


centésima vez e eu relutantemente aceitei isso, movendo-me
para ficar com Nash e Saint enquanto observávamos.

“Por que ninguém diz que isso é terrível pra caralho?”


Nash murmurou, passando a mão pelo rosto enquanto olhava
entre nós por uma resposta real.

“Aquela vadia louca nas aulas de pré-natal fez isso soar


como uma experiência mágica.” Eu rosnei, me perguntando se
eu deveria me esgueirar até a casa dela à noite e dar a ela um
bom susto para lhe ensinar uma maldita lição. “Isso é tão
mágico quanto o Massacre da Serra Elétrica.”
Saint me deu um soco no braço e eu não retaliei porque
provavelmente não deveria ter dito isso tão alto onde Tatum
pudesse ouvir. Felizmente, ela parecia estar totalmente focada
em Blake e em sua respiração, então eu parecia ter me safado
disso.

“O que decidimos sobre o teste de paternidade no final?”


Nash murmurou e eu encolhi os ombros.

“Eu não dou a mínima para isso. Vou adorar da mesma


forma, quer tenha o meu sangue ou não.”

“Você não pode chamar um bebê de 'isso',” Nash sibilou,


mas estávamos tendo essa conversa desde que foi concebida,
então ele precisava deixá-la ir.

“Bem, até eu saber se é um menino ou uma menina, vou


continuar fazendo isso. E vendo como vocês idiotas votaram
com Tatum contra descobrir o sexo...”

Tatum soltou um grunhido de dor e todos nós paramos


para olhar para ela, cada um de nós inclinado para frente como
se quiséssemos correr até lá e segurá-la, mas Blake tinha e os
médicos ainda estavam fazendo suas merdas, então nos
obrigamos a ficar para trás.

“Podemos fazer um teste de paternidade antes de


decidirmos ter outro filho,” disse Saint. “Dessa forma, podemos
garantir que cada um de nós tenha um filho com nossa
genética e...”

“Você realmente acha que vai convencê-la a ter mais bebês


depois disso?” Nash sibilou e Tatum se virou para olhar para
todos nós, seus olhos se estreitando como se ela soubesse o
que estávamos dizendo. Merda, ela estava assustadora agora.

Saint engoliu em seco e encolheu os ombros. “Talvez não,”


ele admitiu.

“Estou mais preocupado com ela sobrevivendo a este,” eu


rosnei, me perguntando por que diabos nós decidimos ter um
bebê. Quero dizer, sim, eu estava muito animado por ter um
cara ou uma princesa com quem correr e se meter em
encrenca, mas se eu soubesse o que aconteceria com nossa
garota para trazê-lo aqui, não tinha tanta certeza disso, eu
teria concordado com isso. “Merda, é melhor esse bebê ser legal
pra caralho ou eu não acho que vou perdoar o pequeno
bastardo.”

“Somos todos casados com ela,” Saint respondeu. “Então


não será um bast...”

“Lá vamos nós, vai começar em breve,” anunciou o


anestesista e saímos do nosso canto para chegar ao lado de
Tatum primeiro.

Ela caiu de volta na cama, um pouco da dor já parecendo


escapar de sua expressão enquanto ela olhava entre nós quatro
com a sugestão de um sorriso no rosto.

“Eu nunca vou fazer sexo de novo,” ela sussurrou e uma


risada escapou dos meus lábios quando me inclinei para beijar
sua testa.

“Você consegue, baby,” eu rosnei, sabendo no meu


coração que era a coisa mais verdadeira que eu já disse a ela.
“Você é uma maldita rainha. Você pode fazer isso. E nós
estaremos bem aqui ao seu lado o tempo todo.”

***

A sala ficou estranhamente silenciosa após o pânico do


nascimento. Este tipo estranho de calma caindo sobre todos
nós sob o peso deste evento de mudança total de vida.

Algo mudou em mim no momento em que o bebê nasceu,


esse senso de propósito que eu não tive antes. Eu não sabia
como colocar isso em palavras corretamente, mas me senti
oprimido com tudo isso.

Tatum estava deitada em sua cama, amamentando o bebê


saudável e olhando-o com um olhar sereno em seu rosto que
eu simplesmente não pude deixar de esboçar. Nash e Blake já
haviam tirado cerca de um milhão de fotos dos dois nos vinte
minutos desde que ele veio ao mundo gritando como um
demônio e pronto para enfrentar tudo e qualquer coisa que
viesse em seu caminho. Mas eu só precisava capturar esse
sentimento. E quando os esboços foram juntos, não pude
deixar de me orgulhar do meu trabalho.

Minha favorita era a peça que eu estava terminando,


Tatum sentada na cama entre nós quatro enquanto olhávamos
para ela, o bebê aninhado em seus braços e aquele sorriso
esquisito em seu rosto que eu só queria devorar. Quase
certamente valeu a pena toda a agonia necessária para trazê-
lo ao mundo. Ela certamente parecia pensar assim de qualquer
maneira e como foi ela quem suportou isso, eu estava disposto
a aceitar sua palavra.

“Você quer segurá-lo, Kyan?” Tatum respirou e eu olhei


para cima enquanto terminava meu desenho, umedecendo
meus lábios e colocando meu caderno de lado.

Eu era o único que ainda não tinha, mas por algum


motivo, estava hesitando. Não era que eu não quisesse, mais
que eu não tinha certeza se tinha sido feito para segurar algo
tão precioso e frágil sem contaminá-lo. Eu já tive que aceitar
que corrompi Tatum, mas um bebê era tão puro e inocente, e
eu era tudo, menos essas coisas.

Eu não tinha ficado nem um pouco chateado quando ficou


claro pelo tom de sua pele que eu não era o pai biológico.
Porque, no fundo das minhas entranhas, não pude deixar de
sentir que meu sangue era uma forma de veneno e dar a uma
criança seria o mesmo que amaldiçoá-la.

Em retrospecto, eu deveria saber muito bem que esse


garoto teria a genética de Saint. O bastardo planejou um fim
de semana romântico para ele e Tatum precisamente quando
ele descobriu que ela estaria ovulando, então passou todo o
tempo enterrado dentro dela para se certificar de que ele seria
o único que a engravidaria primeiro. Eu nem tinha pensado
naquela maldita viagem até que sua presunção o forçou a
admitir dez minutos depois que César nasceu.

Blake deu um soco nele e Nash o amaldiçoou, mas eu


apenas ri.

Eu nem me importei. Foi tão fodidamente Saint da parte


dele e muito engraçado. Claro que ele conhecia o ciclo
menstrual de Tatum melhor do que ela. O resto de nós tinha
acabado de ter uma conversa perfeitamente normal do tipo
“vamos parar de usar anticoncepcionais e tentar um bebê” e
ficamos contentes em deixar a natureza seguir seu curso a
partir daí. Ele vinha mapeando períodos e datas até saber a
hora exata em que ela soltaria um maldito óvulo. Idiota.

Na verdade, eu sabia que nenhum de nós se importava em


compartilhar DNA com a criaturinha que acabara de se tornar
o centro do nosso universo. Não fez a menor diferença cega.
Nós o amaríamos da mesma forma. Era assim que acontecia
em nossa família.

“Ele parece feliz com você,” disse a Tatum lentamente,


fechando meu caderno de desenho e colocando-o sobre a
mesinha ao meu lado.

“Ele quer um carinho do seu papai,” ela insistiu, vendo


através de mim como sempre e eu empurrei minha língua em
minha bochecha enquanto olhava para a pequenina coisa em
seus braços, ambos ansiosos para pegá-lo e com medo de foder
se eu fizesse.

“Tenho quase certeza de que sou o pai dele,” brincou


Blake, inclinando-se sobre o ombro de Tatum e beijando o
minúsculo humano no topo de seu cabelo escuro e macio.

“Como você descobriu isso?” Nash perguntou.

“Porque eu sou claramente o divertido. Então se eu posso


ser papai, você é papai, Nash. Kyan é papai e Saint é... pai.”

Eu bufei uma risada quando Saint fez uma careta,


cruzando os braços. “Por que eu tenho que ser o formal?” Ele
perguntou com aquela cadência de garoto rico em seu tom, o
que claramente respondeu sua maldita pergunta para ele.

“Cuidado, pai está de mau humor de novo,” eu sibilei,


colocando minha mão em volta da boca como se estivesse
tentando ter certeza de que Saint não ouvisse, embora ele
claramente pudesse.

“Foda-se,” ele murmurou, franzindo a testa de uma forma


que realmente me fez sentir um pouco mal. Eu sabia que a
última coisa que ele queria ser era uma figura de medo para
nosso filho e que ele se preocupava em ter muito de seu pai
nele para impedir que isso acontecesse.

“Tudo bem,” eu disse, me levantando e batendo minha


mão em seu ombro, deixando marcas de carvão em sua pele.
“Que tal você ser papai? Isso é fofo. Papai ursinho grande.”

Eu cutuquei seu braço e um sorriso apareceu em seus


lábios.

“Eu não odeio isso,” ele admitiu, e Tatum sorriu para mim.
Talvez eu já tenha entendido essas coisas do pai - estava
interrompendo brigas e deixando Saint feliz, uma criança não
poderia ser mais difícil de controlar do que ele... certo?

Mudei para mais perto da cama e Tatum ajustou seu


aperto no homenzinho, movendo-o em minha direção em seu
cobertor azul confortável - Saint tinha feito duas malas inteiras
para o bebê, uma se fosse um menino, a outra para se fosse
uma garota. Não que eu o deixasse jogar fora aquele cobertor
rosa. César estava confortável o suficiente com sua
masculinidade para usar rosa.
Estendi a mão para escovar meus dedos sobre a cabeça
do bebê, mas Saint segurou meu cotovelo antes que eu pudesse
fazer isso.

“Lave as mãos,” ele rosnou e eu poderia ter me ofendido


se meus dedos não estivessem manchados de preto pelos
desenhos que eu estava fazendo, então eu apenas rolei meus
olhos e cruzei a sala para fazer o que ele instruiu.

Voltei-me para a cama e encontrei Blake no meu caminho,


agarrando a barra da minha camisa e puxando. “Você precisa
segurá-lo pele a pele,” disse ele. “Pela ligação e essas merdas.”

Aparentemente, ele engoliu a porra do guia que recebemos


durante as aulas pré-natais e iria microgerenciar tudo o que
fazíamos com César agora para garantir que todos tivéssemos
a experiência completa do bebê para que ele tivesse o melhor
começo de vida possível. Eu realmente não pude expressar
nenhuma reclamação sobre isso, então apenas puxei minha
camisa pela cabeça e a joguei na cadeira em que estava sentado
antes de me aproximar de Tatum na cama novamente.

“Por que mesmo depois de todas as coisas às quais


sobrevivemos, eu me sinto totalmente perdido com essa
pequenina pessoa?” Murmurei quando me aproximei dela,
acariciando meus dedos por seus cabelos e dando um beijo no
topo de sua cabeça.

“Acho que estamos todos muito sobrecarregados,” disse


ela, sorrindo cansada. Ela foi uma guerreira enlouquecida ao
longo das vinte e sete horas que César levou para vir a este
mundo e eu nunca iria esquecer isso. Esta mulher aqui era
muito mais do que uma rainha. Ela era uma deusa maldita. Na
verdade, eu tinha certeza de que todas as mulheres eram. Elas
poderiam criar vida e sobreviver ao processo de trazer uma
pequena criação perfeita a este mundo. Enquanto isso, aqui
estava eu com um pau que basicamente plantava a semente e
ficava pendurado esperando por outra rodada de plantio. Por
que os homens pensavam que governavam o mundo? Ficou
muito claro para mim que as mulheres mereciam esse prêmio.
“Mas eu sei que você vai ser um pai incrível, Kyan. Todos vocês
são. E quão sortudo é César por ter tantos de nós para ele?”

Eu podia sentir os outros me observando enquanto Tatum


afastava o cobertor dele e erguia o pequeno pacote de
problemas para mim. Estendi a mão para ele, embalando sua
cabecinha em uma das minhas mãos e puxando-o em meus
braços tatuados, deixando-o descansar contra meu peito
enquanto eu apenas olhava para ele.

Algo em minha alma se expandiu enquanto ele se mexia e


fazia pequenos ruídos, sua boca abrindo e fechando como se
ele estivesse esperando por um pouco mais de leite e eu o
balancei um pouco para acalmá-lo.

Afastei-me dos olhos observadores dos outros e caminhei


em direção à janela, movendo-me de forma que a suave luz do
sol derramou sobre nós e roubando um momento a sós com
nosso filho enquanto meu coração se encheu de emoção e amor
e tudo meio que mudou em minha mente.

“Olá, portador do inferno,” murmurei, acariciando aquele


cabelo macio e observando enquanto ele abria os olhos. Eu
sabia que ele realmente não podia me ver direito ainda, mas
quando olhei para aqueles olhos azuis familiares e ele envolveu
sua mãozinha em volta do meu polegar, eu sabia que iria
destruir o mundo por ele. Ele era algo totalmente puro,
intocado e mais amado do que ele poderia compreender ainda.
Mas ele entenderia. Eu estava preocupado com o destino
de um bebê que foi criado por monstros antes deste momento,
mas quando olhei para o nosso menino com sua pele quente e
morena e o nariz de botão mais fofo que eu já vi, eu sabia que
era tão estúpido da minha parte. Ele acabara de nascer em
uma família sem limites ou fronteiras que poderia lhe oferecer
o mundo e protegê-lo do escuro. Ele conheceria mais amor do
que poderia suportar e seria forte e poderoso de todas as
maneiras que importassem.

Podemos ter sido um pouco fodidos, mas estava tudo bem.


Porque nossa forma de caos era a melhor. E estávamos prestes
a embarcar na maior aventura que já havíamos conhecido.

“Você vê isso lá fora?” Perguntei a César enquanto ele


ficava olhando para mim. “Esse é o mundo que você nasceu
para governar. Você vai crescer e florescer e aprender a
dominá-lo. Você será um rei entre as massas. Não se preocupe,
meu garoto. Você vai ser um maldito rei naturalmente. E se
alguma coisa tentar te machucar, você terá uma matilha de
monstros nas suas costas. Que vida melhor poderia haver para
você do que essa?”
EEEEE OUTROS CINCO ANOS DEPOIS

“César Donavan Rivers!” Eu gritei enquanto meu pequeno


monstro de cinco anos empurrou seu irmão mais novo no mar
e sentou-se nele. “Kyan!” Chamei em desespero enquanto me
levantava com Beau agarrado ao meu peito enquanto ele se
alimentava. O cobertor que o cobria voou com o vento, expondo
meu outro seio para o mundo. Felizmente, o resto dos
convidados da festa não tinham chegado, então eram para
apenas meus filhos e meu marido que eu estava exibindo
agora.

Caos. Minha vida estava um caos. E era lindo pra caralho.


Kyan saiu da mesa do bufê com uma salsicha de coquetel
na boca, o pobre rapaz apenas tendo desviado o olhar por dez
segundos para se alimentar, mas aqueles dez segundos tinham
sido muito longos. Porque César poderia ficar desonesto com
menos de três anos.

Kyan pegou os dois meninos no ar, César por sua perna,


e ele apertou Rowan em seu peito enquanto verificava se estava
bem. O garoto deu uma gargalhada enquanto ensopava a bela
camisa azul de seu pai e a deixava toda cheia de areia também.
Ele era tão resistente quanto seu pai tatuado. Rowan havia
levado um soco direto na cara de César outro dia e começou a
rir. Era meio assustador o quão espesso o sangue de Kyan
corria em suas veias. Ele tinha apenas três anos e já estava
dando uma chance a César pelo seu dinheiro.

Suspirei de alívio, caindo de volta na minha


espreguiçadeira sob a sombra de um guarda sol no momento
em que Blake saiu correndo de casa. “Tudo certo? Oh merda,
você sabe que seu peito está fora, certo querida?” Ele se moveu
para ficar diante de mim e eu olhei para ele com um sorriso.

“Estou ciente, menino de ouro,” ronronei e ele olhou para


meu seio exposto por um longo momento antes de se inclinar
para beijar o cabelo negro de seu filho.

“É estranho ter ciúme do meu próprio filho?” Ele


murmurou enquanto erguia a cabeça para me beijar também.

“Estranho é o nosso nome do meio, então eu não me


preocuparia com isso.” Eu sorri e ele saiu para perseguir o
cobertor de Beau.
Kyan colocou César na areia ao lado da mesa do buffet e
apontou para ele. “Cinco minutos no canto travesso, portador
do inferno.”

“Isso não é justo!” César gritou, batendo os punhos na


areia em fúria.

“Você quase afogou Rowan, é perfeitamente justo, porra,”


Kyan avisou e César engasgou dramaticamente.

“Pai, palavrão!” Ele apontou acusadoramente, olhando


para mim em busca de justiça. E eu com certeza traria isso.

“Bem, é melhor você se juntar a César no canto travesso


então, Kyan,” eu disse com um sorriso brincando em meus
lábios quando Blake reapareceu com meu cobertor fugitivo,
envolvendo-o sobre mim e eu o coloquei em torno de Beau
enquanto o abraçava mais perto. O garoto amava sua comida
tanto quanto Blake. Ele não teria se soltado do meu seio se
aquele cobertor tivesse voado no meio da tempestade de neve.
Eu não teria me incomodado com isso, apenas que Cooper
chegaria a qualquer minuto e ele sempre usava o portão lateral
desde que Blake lhe deu o código. Eu não queria mostrar meu
seio para ele; aquele não era um tipo de saudação para meu
sogro e sua nova esposa.

Blake se sentou na espreguiçadeira ao meu lado,


empurrando os dedos em seu cabelo escuro e flexionando
aqueles músculos gloriosos. Ele parecia um pouco cansado,
considerando que tinha acordado algumas vezes durante a
noite. Desde o primeiro dia em que trouxemos César para casa,
meus meninos ajudaram de qualquer maneira que puderam
com os turnos noturnos, alimentando nossos bebês com meu
leite ordenhado e embalando-os quando eles não se
acomodassem. Saint tinha planejado uma rota que significava
que todos nós cinco dormíamos bastante e ninguém ficava
muito exausto. Quando chegamos em casa do hospital com
César, cinco anos atrás, eu nunca em toda a minha vida fiquei
tão feliz por suas habilidades organizacionais. Ou a disposição
dos meus meninos de fazer tudo e qualquer coisa que
pudessem para manter a mim e ao nosso bebê contente. E eles
nunca reclamaram um único dia sobre isso desde então.

Kyan colocou Rowan no colo de Blake antes de se sentar


ao lado de César na areia, as roupas do meu marido
oficialmente arruinadas para a festa. Mas quando ele tirou a
camisa e o sol brilhou em sua pele com tinta, não pensei que
fosse uma coisa tão ruim. E eu nem ia me incomodar em trocar
as crianças, já que eles só usavam roupas de praia.

“Agora, por que você tentou afogar seu irmão?” Kyan


perguntou a César em um rosnado.

César deu a ele um olhar indignado digno de Saint. “Ele


era um tubarão. Eu tive que matá-lo antes que ele comesse a
mamãe.”

“Tubarão, tubarão!” Rowan sorriu quando Blake o jogou


de joelhos, aparentemente concordando com a história de
César.

“Você não pode matar tubarões,” Kyan avisou e César


revirou os olhos enlouquecidos.

“Ele não é realmente um tubarão, Pa,” disse César como


se Kyan fosse quem acreditava que ele era. “E se um tubarão
de verdade tentasse comer a mamãe? Posso matar um então?”
Kyan considerou isso com uma carranca e eu sufoquei
uma risada enquanto observava, esperando por sua resposta.

“Bem, seus pais farão isso,” Kyan decidiu.

“E se nenhum de vocês estiver lá?” César atirou de volta.


Ele tinha uma resposta para tudo, assim como seu pai. “Eu
sou o mais velho. Eu deveria matar o tubarão se nenhum de
vocês estiver lá.”

“Não, porque então sua mamãe vai matá-lo. Ela é uma


selvagem.” Ele me lançou um sorriso sombrio e eu mordi meu
lábio.

“Bem, e se o tubarão amarrou a mamãe?” César


pressionou. “E se os amigos tubarões dele têm meus irmãos?
Não tenho permissão para matar tubarões, então?”

“Essa é difícil, irmão,” Blake riu antes de soprar uma


framboesa no pescoço de Rowan e fazê-lo rir
descontroladamente.

Kyan considerou isso então suspirou, bagunçando o


cabelo de César. “Tudo bem, então você pode matar um
tubarão.”

“Yay!” César saltou e Kyan o agarrou pelas costas da


camisa, puxando-o de volta para a areia antes que ele pudesse
escapar.

“Mais um minuto. E você precisa se desculpar com Rowan


também,” Kyan disse severamente, aquela expressão feroz dele
me fazendo arrepiar por dentro.
César gemeu, jogando-se na areia. Achei que nossa foto
de família seria interessante hoje. Eu não acho que tínhamos
uma única em que todos parecíamos apresentáveis. Saint
odiava isso, mas eu amava malditamente. Meus filhos
pareciam selvagens como os filhotes de lobo que eram. E eu
não poderia estar mais orgulhosa.

Beau adormeceu e eu tirei o cobertor dele, colocando-o em


seu berço que estava na sombra ao meu lado e descobri que
meu vestido agora estava molhado de leite.

“Droga,” eu murmurei, tentando limpar, mas não


adiantou. “É melhor eu me trocar.”

Blake acenou com a cabeça quando me levantei. “Pegue o


aniversariante enquanto você faz isso.” Ele beliscou minha
bunda enquanto eu passava por ele e Rowan estendeu a mão
para tentar fazer o mesmo.

“Você está ensinando a ele hábitos ruins,” cantei e Blake


sorriu, inclinando-se para falar em seu ouvido.

“Deixe-me ensinar a você uma palavrinha chamada


consentimento...” sussurrou Blake.

Rowan jogou a cabeça para frente e deu uma cabeçada em


seu rosto e eu bufei uma risada enquanto o deixava para lidar
com aquele drama, entrando no Templo através das portas de
vidro abertas.

Corri escada acima e peguei um vestido de verão branco,


trocando-o pelo meu vestido azul em ruínas antes de voltar
para a cozinha. O som da porta da frente se abrindo fez meu
coração pular e eu corri pelo corredor. O tilintar do piano de
Saint me trouxe de sua sala de música, a bela peça enchendo
a casa.

Fui para o corredor da frente assim que Nash entrou com


MJ em seus braços parecendo uma mini versão dele e eu. Ele
tinha cabelos loiros brilhantes e olhos azuis que brilhavam
como safiras, sua pele de uma cor dourada profunda. Corri
para abraçar Nash e meu filho de dois anos, apertando-os com
força e beijando meu marido nos lábios.

“Bee, bee, mamãe,” MJ implorou também e eu me inclinei


para beijar sua bochecha gordinha.

“Ei, baby, você se divertiu com o papai?” Eu perguntei, em


seguida, olhei para Nash quando ele acenou com a cabeça. “Ele
estava bem?”

“Bem... ele implorou por um sorvete, então pegamos um,


depois ele o comeu rápido demais e vomitou em todos os
lugares.”

Eu ri, olhando para MJ que sorriu descaradamente. “Ah


não.”

“Sim, eu tive que trocar de roupa no porta-malas do carro


então o carinha quase mijou em mim, mas eu desviei então ele
mijou no short de uma mulher que estava passando. Ela não
percebeu... estou chamando de vitória.” Ele sorriu e eu o beijei
novamente enquanto ria.

“Parece um sucesso para mim.” Eu sorri.

“Sim, e espere até ver o bolo, princesa.” Ele ergueu o saco


de papel em sua mão com um sorriso e eu pulei na ponta dos
pés com entusiasmo.
“Ele vai pirar, não é?”

“Sim, é o melhor até agora. É melhor usarmos alguns dos


equipamentos de futebol de Blake quando mostrarmos a ele. “

Fomos para a cozinha e puxei MJ em meus braços


enquanto Nash tirava o bolo da bolsa e colocava no balcão de
mármore branco. Era uma lula vermelha enorme, cada camada
do bolo coberta por tentáculos de gelo que pareciam muito
realistas. Na parte inferior estavam as palavras Feliz
Aniversário Lula.

Eu soltei uma gargalhada e MJ riu também, apontando


para o bolo. “Lula!”

“Não, MJ. Esse é o papai,” Nash corrigiu com um sorriso


malicioso.

“Papai,” MJ corrigiu, rindo novamente.

Foi o som mais fofo. Quase me fez pensar em outro. Mas


então me lembrei que dar à luz era uma cadela total e jurei não
esquecer isso de novo. Quatro era o suficiente. Quatro
meninos, é claro, porque o que esta casa precisava era de mais
testosterona - não que eu quisesse de outra forma.

De alguma forma, as memórias do parto pareciam


desvanecer-se a cada vez, até que fiquei tentada a fazer tudo
de novo. Era como se houvesse uma bruxinha fértil vivendo em
minha cabeça lançando feitiços em minha mente para me fazer
pensar que o parto seria suportável da próxima vez. Se eu
engravidasse de novo, com certeza faria uma cesariana. Mas
eu não faria isso de novo, então isso era irrelevante. Tínhamos
quatro filhos lindos e isso era o bastante para encher meu
coração até a borda.

“É melhor você esconder, eu vou pegar o Saint,” eu disse


com um sorriso. Nós o banimos para sua sala de música
enquanto preparávamos a festa e ele estava mais do que feliz
em concordar. Ele provavelmente teria ficado lá o dia todo se
eu não fosse buscá-lo. Ele estava tão interessado em nós
fazermos barulho por ele quanto ele estava com a gramática
ruim. Mas eu apenas puxei a frase 'as crianças adoram uma
festa de aniversário' e ele não teve escolha a não ser aceitar.

Nash colocou o bolo na geladeira e eu coloquei MJ na mesa


para que ele pudesse andar atrás dele para fora. Eu corri pelos
corredores e fui para a sala de música de Saint, ouvindo-o tocar
enquanto esperava por uma calmaria antes de perturbá-lo. Eu
sabia que ele não se importaria se eu entrasse, mas também
adorava me banhar na paz pura de sua música, sabendo que
ele estava perdido em seu abraço.

A música parou e sua voz ecoou pela sala. “Eu sei que você
está aí, Sereia. Não me deixe em suspense.”

Eu soltei um suspiro de diversão, empurrando a porta e


entrando na bela sala. Ele havia fechado as cortinas blackout
e uma única vela foi acesa em cima de seu piano, nossa gata
preta Debussy apenas uma sombra ao lado dela, seus olhos
brilhando como os de um demônio. Ela miou em saudação
quando Saint se virou para mim e deu um tapinha em seu
joelho. Além de Saint, eu era a única outra nesta casa que ela
tolerava e imaginei que fosse porque nós, meninas, tínhamos
que ficar juntas. Embora eu tivesse certeza que ela roubaria
meu menino demônio de mim em um piscar de olhos, se tivesse
a chance. A garota estava apaixonada desde que ela apareceu
em nossa varanda e Saint a acolheu, e eu imaginei que
realmente não poderia culpá-la.

“Feche a porta e venha aqui,” ele ordenou.

“Mas todo mundo está esperando você entrar na festa,” eu


disse provocando e ele gemeu.

“Sim, estou bem ciente. Agora faça o que eu peço. Afinal,


é meu aniversário.”

Eu chutei a porta com um sorriso malicioso, movendo-me


para pousar em seu joelho e sua mão deslizou pela minha coxa
enquanto ele se inclinava em meu pescoço e respirava
profundamente.

“Você está parecendo comestível como sempre.” Ele beijou


o ponto fraco atrás da minha orelha, colocando meu cabelo
longe para dar-lhe mais acesso enquanto mordiscava ao longo
da minha carne.

“Venha se juntar a nós lá fora,” eu implorei.

“Vocês todos vão fazer de mim um espetáculo?” Ele


perguntou, inclinando minha cabeça para roubar um beijo.

“Sim,” eu ronronei, passando minha mão por sua camisa


preta para sentir seu coração batendo fortemente sob minha
palma.

“Eu detesto confusão,” ele disse e eu ri.

“Você não parece se importar muito quando eu mexo com


você.” Corri minha mão para baixo e ele riu sombriamente
antes de capturar meu pulso.
“Bem, você é a exceção a todas as regras pelas quais já
vivi, Sereia, então isso não me surpreende.”

Meu coração acelerou enquanto os dedos de Saint subiam


pela minha coxa, mas Debussy pulou no meu colo bem em
cima de sua mão e aninhou sua cabeça em seu queixo.

“Fodida traíra,” eu ri, acariciando-a e ela miou


inocentemente. “Ela quer você para ela.”

“Bem, as chances de um gato matar você são baixas,


Tatum, mas nunca impossíveis,” disse ele com um sorriso
malicioso, em seguida, ergueu o queixo de Debussy para olhar
para ele. “Se você precisa matar alguém, transforme-o naquele
vizinho intrometido da rua que sempre encara nossa garota.”

“O Sr. Newton está na casa dos noventa,” eu ri.

“Então ninguém vai suspeitar de nada quando ele morrer


durante o sono,” Saint disse e eu bati em seu braço.

“Você é o Diabo,” eu respirei.

“Em carne e osso,” ele concordou, mostrando-me seus


dentes no escuro.

Uma batida de pequenos passos tamborilou neste


caminho e a porta se abriu, revelando César ali, parecendo a
personificação da travessura.

“César!” A voz estrondosa de Kyan soou pela casa. “Você


estará em apuros quando eu te encontrar.”

“Uh-oh, o que você fez?” Eu perguntei enquanto ele corria


para frente e rastejava sob o piano.
“Shh, mãe,” ele sussurrou.

“César?” Kyan rosnou, seus passos batendo nesta direção.

Eu abri minha boca para chamá-lo, então a mão de Saint


fechou sobre ela para me silenciar. A porta se abriu um
segundo depois e Kyan cruzou os braços enquanto estava na
porta, arqueando uma sobrancelha para nós.

“Sim?” Saint perguntou, sua mão deslizando da minha


boca enquanto ele me puxava mais apertado contra ele.

Para alguém que gostava de manter a ordem, ele com


certeza não fazia isso com seus filhos. Eu tinha certeza de que
ele prosperou com a carnificina nesta casa quando as crianças
estavam loucas. Eu meio que fiz também.

“Você viu César?” Kyan perguntou, seus olhos mudando


para o piano, onde uma risada abafada soou debaixo dele.

“Não,” Saint disse simplesmente e eu bufei uma risada.

“O que ele fez?” Eu perguntei, porque se César tivesse sido


realmente ruim, eu teria que entregá-lo ao xerife Kyan para
outra punição.

“Rowan deu um tapa nele com um saco de ervilhas


congeladas e Caesar o chutou. Foi impressionante se não
tivesse sido uma coisa tão idiota de se fazer,” Kyan disse com
uma risadinha.

“Era um saco de feijão congelado, pai,” a voz de César veio


de debaixo do piano em aborrecimento e Kyan se abaixou,
puxando-o para fora com uma risada de triunfo. Ele começou
a fazer cócegas nele enquanto lutava para escapar e a risada
de César encheu todos os cantos da sala, fazendo meu coração
se expandir.

“Parece uma aposta igual para mim,” Saint comentou


quando eu caí de seu colo, ajoelhando-me para fazer cócegas
em César também.

“Rowan bateu com a cabeça quando ele caiu. Quero dizer,


ele aceitou como a porra de um guerreiro, mas ainda assim,”
Kyan rosnou.

“Pa falou palavrão de novo!” César chorou e eu me virei


para Kyan, fazendo cócegas nele. César riu
descontroladamente, pulando para me ajudar quando Kyan
caiu embaixo de nós. Saint estava de repente acima de sua
cabeça, puxando seus braços para que pudéssemos fazer
cócegas nele mais facilmente.

“Tudo bem, tudo bem,” Kyan engasgou enquanto não


mostrávamos misericórdia a ele, mas não paramos.

Ele puxou um pulso livre de Saint e de repente ele estava


livre. César segurou minha mão para me rebocar para fora da
sala e eu ri enquanto o perseguia.

Corremos pelo corredor com Saint atrás de nós, mas


assim que chegamos à cozinha, um baque enorme soou
seguido por Saint xingando. Eu me virei, encontrando Kyan em
cima de Saint no chão, lutando contra ele e dando um beijo
molhado em sua boca.

“Oh, pelo amor de raposa, Kyan,” Saint cuspiu, mantendo


sua regra de não praguejar na frente das crianças, o que era
muito fofo.
“Feliz aniversário irmão.” Kyan sorriu.

“Seu pagão, você nem está usando uma camisa. Que tipo
de evento caipira é esse?”

Kyan riu enquanto se levantava, puxando Saint atrás dele


e batendo em seu ombro. Rowan veio correndo da praia de
repente com um pedaço de pau, seu cabelo castanho espetado
em todas as direções enquanto ele atacava César com um
rugido.

“Uau, uau!” Eu peguei Rowan do chão, lutando contra o


pau de seu alcance surpreendentemente forte antes que ele
pudesse lançar seu irmão nele.

A campainha tocou naquele momento e meu coração


bateu forte. “Essa é Mila,” eu disse com um sorriso.

“Ope!” Rowan disse animadamente.

“Sim, baby, Hope está aqui também,” eu disse, surpresa


por ele se lembrar de sua garotinha.

Mila e Danny ainda moravam em Sequoia, mas nos


visitávamos sempre que podíamos. Hope tinha a mesma idade
que Rowan e os dois tinham se apegado da última vez que se
conheceram há algumas semanas.

Eu carreguei Rowan para a porta enquanto Saint tentava


convencer Kyan a colocar uma camisa, sorrindo para mim
mesma com a loucura desta festa já. Abri a porta e Mila gritou
ao entrar correndo com Hope nos braços, as duas usando
vestidos de verão amarelo claro que combinavam.
“Ei garota!” Nós nos envolvemos em um abraço cheio de
bebês e beijos antes de eu recuar para deixá-los entrar,
abraçando Danny também.

“Está tão quente aqui,” Danny disse com um sorriso e


então sussurrou para mim, “Estou tentando convencer Mila de
que devemos nos mudar para cá também, mas ela não quer.”

“Continue tentando,” eu disse com um sorriso e todos nós


entramos na casa e fomos para a praia.

Nós nos sentamos nas espreguiçadeiras e Cooper e


Christina logo chegaram, cuidando das crianças enquanto eu
alcançava Mila e Danny.

Na primeira oportunidade, Nash foi buscar o bolo de


Saint, lançando-me uma piscadela maliciosa enquanto se
dirigia para a cozinha.

Saint estava sentado em uma espreguiçadeira ao meu


lado, sorrindo enquanto observava as crianças brincarem com
Cooper e Blake. Beau ainda estava dormindo serenamente na
cama entre nós e Saint estava com a mão pendurada nele, seus
dedos acariciando o cabelo do nosso filho distraidamente.

Quando Mila e Danny foram brincar com as crianças,


cheguei embaixo da cadeira onde havia escondido um dos
presentes de Saint, estendendo-o para ele no papel de
embrulho prateado reluzente. “Eu trouxe isso para você.”

Ele arqueou uma sobrancelha, pegando-o e puxando


delicadamente o celofane em vez de rasgá-lo. “Isso é algo que
eu posso abrir na frente das crianças?” Ele murmurou.
Eu ri, balançando a cabeça. “Eles provavelmente vão
tentar roubá-lo de você.”

“Bem, isso não significa que seja adequado para eles. Você
se lembra do Natal passado, quando MJ encontrou aquele novo
vibrador que comprei para você e o usou como um brinquedo
para roer?”

“Saint,” eu assobiei, olhando para os meus sogros


enquanto o riso explodiu de mim.

Ele sorriu como o diabo, em seguida, abriu o presente e


tirou a figura do Action Man de dentro, que era igual a que ele
me disse que tinha quando era criança. Uma que Troy havia
tirado dele. Ele tinha um carro e uma arma e eu escrevi o nome
Clive na caixa com um beijo.

Seus olhos se arregalaram e seus lábios se separaram.


“Você me comprou Clive?” Ele olhou para mim com adoração
enquanto eu sorria.

“Sim. Você gosta dele?”

Ele acenou com a cabeça, sua garganta trabalhando


enquanto ele olhava para ele. “Sim, Sereia, é perfeito.
Obrigado.”

Um grito veio de Hope quando MJ despejou um balde de


areia sobre sua cabeça e Rowan mergulhou nele como uma
pequena besta. Antes que ele pudesse acertar o primeiro soco,
Blake o lançou no ar e lançou-lhe um olhar severo enquanto
Mila ria, tentando tirar a areia do cabelo do bebê.

MJ fugiu da cena do crime, o sol brilhando em seus


cabelos dourados. Ele correu para Saint, que o pegou em seu
colo, não parecendo se importar com o quão arenoso ele estava
quando deu um beijo em sua testa.

“Você é tão mole,” provoquei, estendendo a mão para


apertar o braço rechonchudo de Michael Junior. Ele era tão
molenga.

“Parabéns para você,” Nash começou a cantar e todos nós


nos juntamos quando Kyan saiu correndo em uma camisa
branca que estava virada ao contrário. Ele era um idiota. Por
que eu amo tanto isso?

Todos cantaram enquanto Saint enrijecia em seu assento,


desprezando este costume, já que todos cantavam desafinados
e o encaravam. Mas as crianças adoraram, então ele aceitou
por causa delas.

Nash apresentou o bolo de lula para ele quando a música


chegou ao fim e as sobrancelhas de Saint desceram.

“Oh, pelo amor de Cristo,” ele murmurou. “Devemos fazer


este canto todos os anos?”

“É tradição,” eu disse com um sorriso.

“Lula, lula, lula!” MJ começou a cantar enquanto pegava


o bolo e Saint balançou a cabeça e abriu um sorriso.

“Vocês estarão em apuros mais tarde, todos vocês,” ele


avisou, dando a Nash um olhar penetrante e eu ri quando Saint
levantou MJ para deixá-lo soprar a vela em cima do bolo.

“Ohhhh, eu queria apagar a vela,” César reclamou


enquanto se aproximava dos outros.
“Bem, podemos acendê-la de novo e de novo,” sugeri
enquanto Rowan se abaixava entre as pernas de Nash e enfiava
as mãos na cobertura na parte de trás do bolo. Ele tombou
para frente e eu engasguei, me lançando desesperadamente
para tentar pegá-lo, mas era tarde demais, pois ele se espatifou
no colo de MJ e Saint.

Rowan começou a rir quando MJ gritou de alegria e o resto


das crianças mergulhou sobre eles para pegar um pedaço do
bolo explodido. Saint sorriu com a carnificina e eu peguei um
pedaço de bolo, levando-o aos lábios.

“Você fica bem de vermelho,” eu ronronei e ele deu uma


mordida selvagem no bolo enquanto Nash tirava uma foto.

“Eu quero um pouco!” Blake empurrou para a frente,


agarrando um punhado da virilha de Saint e ele amaldiçoou.

Olhei para minha família enquanto Blake empurrava um


pedaço de bolo doce de morango entre meus lábios e eu tinha
certeza de que minha vida não poderia ser mais doce do que
isso.

“Você sabe o que equilibraria nossa família?” Kyan


meditou enquanto me levantava do meu assento, caindo nele e
me colocando em seu colo.

“O que?” Eu perguntei, espalhando um pouco de bolo em


seus lábios e ele chupou meus dedos, limpando os quatro anéis
que representavam cada um dos meus maridos. Nash tinha me
comprado um anel de prata com uma safira azul cintilante e
Blake tinha me comprado uma linda faixa de platina gravada
com as palavras nosso amor, nossa vida, nossa rainha. Usei
um em cada um dos dedos da minha mão esquerda e nunca
os tirei.

“Uma garotinha.” Kyan deu um tapinha na minha barriga


e meus olhos se estreitaram.

“Ooh, estou caído,” Blake concordou.

“Inferno, não, se você quiser outro, um de vocês pode dar


à luz,” eu rosnei, virando uma mulher totalmente diabólica e
eles encolheram rápido, claramente lembrados de meus quatro
partos. Eu não fui uma princesa quando dei à luz e eles sabiam
disso muito bem. Nash ainda tinha cicatrizes em forma de
meia-lua em seu braço desde MJ.

“Só estou dizendo, isso nivelaria um pouco os níveis de


testosterona,” continuou Kyan.

“Você quer morrer hoje ou algo assim, mano?” Nash


zombou, agarrando minha mão e me puxando para fora de seu
colo.

Ele me puxou de volta contra seu peito, envolvendo seus


braços em volta da minha cintura e eu me inclinei sobre ele
com um suspiro enquanto observava todos os outros lutando
por um bolo e Saint riu como se não houvesse mais demônios
vivendo dentro dele. Pelo menos não aqueles que não podiam
ser domesticados.

Todo mundo parecia tão feliz e não havia realmente nada


mais que eu pudesse pedir no mundo do que isso. Minha tribo
havia crescido e estava tão cheia de amor que podia encher o
oceano inteiro. Eu era a garota mais sortuda do mundo,
cercada por uma família de guerreiros que espremiam cada
gota da vida por nós.

Nós construímos nosso próprio templo onde adorávamos


todas as formas de caos, e eu iria prosperar nele pelo resto da
eternidade com meus monstros ao meu lado.
Colocar as crianças na cama sempre foi uma mistura de
rotina e carnificina, mas pelo menos a festa os havia exaurido
completamente. Mila, Danny, o pai de Blake e Christina nos
deixaram por conta própria enquanto estávamos lutando
contra pessoas minúsculas de pijama e nós cinco nos
reunimos no deque para ver o fim do meu aniversário.

Havia algo de especial no silêncio que se seguiu a um dia


repleto de gritos de crianças e por mais que eu amava o caos
que os meninos criavam, sempre saboreei esse momento de
paz quando eles se acomodavam para dormir.

“Eu tenho um pedido,” eu perguntei, passando meus


dedos pelo cabelo de Tatum enquanto ela se recostava contra
mim onde estávamos sentados nos degraus do deck de
madeira, com os pés na areia, olhando para a praia enquanto
todos assistíamos ao pôr do sol .

“Apenas um?” Ela brincou.


“Sim, sim, entendemos, cara,” Nash disse, batendo seu
ombro contra o meu de uma forma carinhosamente
zombeteira. “Você quer mandar em nós em sua masmorra
sexual esta noite.”

Revirei os olhos, me opondo à palavra masmorra, mas


dificilmente valeria a pena mencioná-la se ele não tivesse
parado de chamá-la assim depois de todos esses anos.

“Eu vou concordar, contanto que você faça aquela coisa


com todas as cordas novamente,” disse Kyan, sorrindo para
mim enquanto colocava seu braço em volta dos meus ombros.

“Oh, você quer dizer aquela coisa japonesa?” Blake


perguntou de sua posição deitada na areia diante de nós, sua
mão deslizando pela perna de Tatum enquanto ele sorria com
as memórias da última vez que jogamos com isso.

“Chama-se shibari,” murmurei, me perguntando por que


me importava - eu tinha quase certeza de que eles escolheram
não aprender o nome correto apenas para me enfurecer.

“Isso é um sim então, aniversariante?” Tatum brincou e


eu sorri enquanto puxava seu cabelo loiro por cima do ombro,
dando-me acesso para beijar seu pescoço onde sua tatuagem
de Guardiões da Noite ficava em sua pele.

“Se você tem certeza de que deseja ficar à mercê de


monstros?” Eu respondi e ela gemeu baixinho enquanto eu
continuava a beijá-la.

“É um pouco tarde para voltar a essa decisão agora,” ela


respondeu, balançando os dedos da mão esquerda para que os
anéis que ela usava captassem a luz do sol poente e Kyan riu
sombriamente.

“Então podemos ir agora, ou...” ele começou.

“O sol ainda está se pondo, idiota,” Blake protestou,


batendo-lhe na coxa. “Tatum quer assistir.”

“Ah, sim, Tatum foi quem nos arrastou até aqui como um
cachorrinho que queria brincar com uma bola nova,” Nash
zombou e Blake deu de ombros enquanto continuava a
acariciar a perna de Tatum e ela se mexeu enquanto se
recostava contra mim.

“Qual era o seu pedido, Saint?” Tatum perguntou,


enquanto dava a Kyan um tapa brincalhão em seu braço,
deixando claro que ficaríamos para o pôr do sol.

“É simples,” disse eu. “Ou pelo menos eu espero que seja.


E depois de todos esses anos, acho que é hora de eu conseguir.”

“Intrigante,” Nash disse e eu bufei porque ainda esperava


não conseguir nada com essa pergunta, mas era como uma
coceira no meu cérebro que estava me assombrando por muito
tempo. Eu precisava da resposta. A internet não forneceria,
ninguém a quem eu havia perguntado se dispôs ou foi capaz
de me dar diretamente, mas havia pessoas sentadas aqui
comigo agora que sabiam. E já era hora de me contarem.

“Eu só quero saber,” eu disse, ignorando suas besteiras,


mas continuando do mesmo jeito. “O que a lula significa?”

Uma batida de silêncio passou antes que todos eles


caíssem de rir e um flash de irritação atravessou o tecido do
meu ser.
“Esqueça,” eu rosnei, movendo-me para me empurrar
para fora do meu assento, mas Tatum segurou meu pulso e
segurou firme, recusando-se a me deixar ir.

“Não fuja,” ela fez beicinho.

“Sim, não há necessidade de deixar sua lula em uma


torção,” Kyan acrescentou, sorrindo daquela forma que me fez
querer dar um soco em seu rosto.

“Você não gostaria de ter seus tentáculos emaranhados,”


Blake acrescentou e eu estreitei meus olhos para ele. Houve
um tempo em que ele estava tão às escuras sobre tudo isso
quanto eu, então qualquer um deles tinha derramado ou ele
descobriu anos atrás e eu fui deixado sozinho em minha busca
por esse conhecimento.

“Jesus, Saint, você parece que vai estourar uma noz se


apertar os dentes com mais força,” Nash brincou, me
cutucando de brincadeira e eu bufei um suspiro.

“Esse é realmente o seu desejo de aniversário?” Tatum


perguntou, virando-se para que ela pudesse olhar para mim e
eu estreitei meus olhos enquanto olhava para trás

“Você não tem ideia de como é irritante para mim não


entender algo que o resto de vocês compartilha.” Eu respondi
uniformemente. “Até as crianças parecem entender. E eu só...
não... eu não entendo!”

Ela olhou para os outros e meu telefone vibrou no bolso.


Um olhar para Kyan enquanto ele colocava seu próprio telefone
de volta no bolso da calça deveria ter sido o suficiente para me
dizer o que dizia, mas é claro, eu não pude resistir à vontade
de olhar.

Kyan:

* emoji de lula *

Saint:

Não é engraçado. Não tem sido engraçado há dezesseis


anos. Nunca foi engraçado.

Blake:

É como quando você * emoji de cebola * nas calças, mas


fica um pouco rasgado e então * emoji de lontra *

Nash:

Tipo um * emoji de flamingo *, mas com mais * emoji de


caranguejo * e um pouco de * emoji de sal *

Saint:

Eu odeio todos vocês.


Kyan:

Lá vai você, sendo todo * emoji de lula * novamente. É


cansativo, cara. Por que você não * emoji de lula*?

Saint:

ESTOU CHEIO COM ESTA MERDA!

Tatum:

OK. Vou te dizer x

Tatum:

* emoji de lula *

Eu olhei para cima do meu telefone enquanto Tatum


jogava o dela nos degraus e se virava para subir no meu colo,
montando em mim e empurrando seus dedos em meu cabelo
enquanto todos os outros riam.

“Verdadeiramente?” Eu perguntei e ela acenou com a


cabeça, sorrindo para mim como se essa piada nunca tivesse
envelhecido para ela.

Os brilhantes raios laranja do sol poente douraram seus


cabelos com um halo de luz e eu enrolei meus dedos em sua
cintura, o material macio de seu vestido branco deslizando
contra minha pele enquanto eu olhava para ela. Eu amava essa
cor nela, adorei pra caralho e eu juro que ela sabia. Foi por isso
que ela o usou hoje, a luz da minha escuridão.

Os outros ainda estavam rindo, seus braços roçando em


nós enquanto eles se apertavam, nós cinco sempre gravitando
juntos assim, especialmente quando Tatum estava no nosso
centro como agora. Onde ela pertencia.

Apesar de tudo que passamos, o bom e o ruim, o fodido e


o selvagem, estávamos realmente felizes. Nossa pequena
família contra o mundo. E eu não mudaria um momento
maldito do que tínhamos ou do que tínhamos que vir por nada.

Tatum se inclinou e colocou seus lábios contra meu


ouvido enquanto falava comigo em uma voz ofegante e meu
coração realmente disparou quando eu percebi que ela
realmente iria me dizer o que isso significava. O mistério
acabaria, a praga de não saber seria finalmente tirada de mim.

“A lula significa...”

FIM
Nota do Autor

Bem, dê um tapa na minha bunda e me chame de Tallulah,


acabamos de terminar uma série filha da puta! Passamos no
teste? Você nos odeia? Nos ama? Cairam no meio-termo
assustadoramente confusos de entender que somos ruins para
você e, mesmo assim, você continua voltando para mais?

Eu me sinto... bem merda, eu sinto todos os tipos de coisas,


feliz, triste, um pouco confusa com a lula (fico feliz que pudemos
esclarecer isso para você), aliviada e ainda meia vazia também,
pois esses personagens finalmente terminaram de nos contar
sua história. Vou sentir falta deles, mas gostaria de pensar que
fizemos bem com eles e lhes proporcionamos uma vida que eles
possam viver plenamente.

Como nos saímos sem um momento de angústia? Devo


dizer que foi difícil não deixar vocês todos pendurados na ponta
dos dedos e xingando nossos nomes ali, mas não se preocupe,
há muito mais planejado para este ano. Você nos odiou quando
Troy escapou? Eu meio que amei que ele fez isso, desculpe, não
sinto muito. Isso apenas fez com que a vingança fosse muito
mais doce no final para nós...

Em uma nota um pouco mais séria, você provavelmente


percebeu que alguns dos temas desta série foram vagamente
baseados em eventos que estão acontecendo no mundo agora
com o vírus-que-não-será-nomeado. Este ano foi... bem, vamos
com algo interessante. O tipo de coisa interessante como quando
você pisa em um Lego com os pés descalços, cai da escada e cai
na merda de cachorro, apenas para se perguntar por que diabos
há cocô de cachorro em sua casa quando você não tem um
cachorro e então percebe que você não pode visitar seus amigos
ou família por um ano, então você apenas fica lá em agonia,
coberto de merda gritando nas janelas POR QUE VOCÊ COMEU
UMA PORRA DE UM MORCEGO???

Ahem.

Eu sei que o bloqueio parece diferente para todos nós e tem


havido muitos pontos baixos para pensar, mas eu gostaria de
pensar que também houve alguns altos. Todos nós passamos
mais tempo com as pessoas que amamos e nos concentramos
nas coisas que são mais importantes para nós, ao mesmo tempo
em que tivemos a oportunidade de pensar nas coisas que mais
sentimos falta e podemos esperar recuperá-las quando esta
crise finalmente chegar a um fim. Mais livros. Livros, livros e
mais livros. Alguns de nós estava realmente bloqueado quando
podíamos escapar para outro mundo com o toque de uma
página? Que sorte temos de ter isso?? Quero dizer, não é
exatamente o mesmo que poder sair e deixar a porcaria de casa,
mas é muito assustador na minha opinião.

Grite para todos os funcionários durões do hospital e


essenciais que apareceram todos os malditos dias durante este
período também. Sem vocês na linha de frente, essa coisa toda
poderia ter sido muito pior e temos muito amor e respeito por
vocês. Se você está lendo isso e nossos livros trouxeram até
mesmo a menor alegria e descanso entre os turnos, estamos
muito felizes por ter podido oferecer isso a você.

Então, Tatum e seus Guardiões da Noite chegaram à linha


de chegada, eu e Caroline nos sentimos como zumbis - esses
livros eram enormes. Sangue, suor, lágrimas, um pouco de
loucura e muitos fodões entraram nesses livros e apenas talvez,
eles manterão um lugar em seu coração por muito tempo depois
do Fim como farão no nosso. E talvez eles continuem a viver no
mundo da digamos...Sinners’ Playground. Onde eles podem ou
não aparecer em Sunset Cove com Rogue e seu harém de
membros de gangue obscuros e sujos. Ainda não começou essa
série? Bem, você pode mergulhar agora mesmo se você estiver
pronto para enfrentar o submundo corajoso da Harlequim Crew.

Fique seguro, use máscara e fique feliz em só ter que colocar


maquiagem na metade superior do rosto. Mantenha seu jogo de
papel higiênico forte para sempre - que você nunca mais fique
sem um lenço novamente. E pelo amor da foda, por favor não
coma morcegos!!!

Amor,

Susanne e Caroline xxx

Você também pode gostar