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PARTE 1
1. Verifique quais das seguintes funções são holomorfas
Resposta Como f (z) = Im(z) + iRe(z), com z = x + iy, tem-se f (x + iy) = y + ix, logo u(x, y) =
Ref (z) = y e v(x, y) = Imf (z) = x.
∂u ∂v
As condições de Cauchy-Riemann não são verificadas em nenhum ponto (x, y): = 0 = e
∂x ∂y
∂u ∂v
= 1 6= − = −1. Pelas condições de Cauchy-Riemann concluı́-se que a função f (z) não é
∂y ∂x
derivável em nenhum ponto, logo não é holomorfa em nenhum ponto.
Analogamente, como g(z) = Im(z) − iRe(z) tem-se g(x + iy) = y − ix, logo u(x, y) = y e v(x, y) = −x.
Note-se que u e v são funções diferenciáveis. As condições de C-R são neste caso verificadas para todo
∂u ∂v ∂u ∂v
o ponto (x, y): =0= e = 1 = − . Concluı́-se que a função g(z) é derivável em C, logo
∂x ∂y ∂y ∂x
holomorfa em C.
3i 1 −it
2. Esboce o caminho γ definido por γ(t) = + e , t ∈ [0, 2π].
4 2
Z
1
Usando a fórmula de Cauchy, calcule o integral 2
dz.
γ z(z + 1)
3i 1
Resposta O caminho γ é uma circunferência centrada no ponto z = e raio igual a percorrida no
4 2
1 1
sentido horário. A função = é holomorfa em C − {i, 0, −i}.
z(z 2 + 1) z(z + i)(z − i)
Uma vez que apenas o ponto z = i está no interior do conjunto delimitado pelo lacete γ, escolhe-se
1
f (z) = para aplicar da fórmula de Cauchy.
z(z + i)
1
Assim, obtem-se: Z Z
1 f (z)
dz = = −2πf (i) = πi.
γ z(z 2 + 1) γ z−i
O sinal negativo deve-se ao facto do sentido do caminho ser o oposto ao sentido directo.
∞ n
X i
3. Estude a convergência da série .
n=1
n
∞ n ∞
à !
X i 1 i 1 i X (−1)n (−1)n+1
Resposta Note-se que = i − − + + − ... = +i .
n=1
n 2 3 4 5 n=1
2n 2n − 1
∞
X ∞
(−1)n X (−1)n+1
Ambas séries e são convergentes porque as sucessões correspondentes são al-
n=1
2n n=1
2n − 1
ternadas e de termo geral a convergir para zero.
Logo, como uma série complexa converge se e só se as séries associadas à sua parte real e à sua parte
X∞ n
i
imaginária convergirem, a série é convergente.
n=1
n
z+1
4. Desenvolva a função f (z) = em série de potências em torno da origem.
z+i
Qual o raio de convergência?
Z +∞
1
5. Aplicando o teorema dos resı́duos, calcule o integral dx.
−∞ x2 + 2x + 2
1
Resposta Seja f (z) = . Observe-se que f tem como singularidades os pontos z = −1 + i
z2
+ 2z + 2
eZ z = −1 − i. Uma
Z vez que f não tem singularidades no eixo real do plano complexo, tem-se que
+∞ X
f (x)dx = f (z)dz = 2πi Reszk f , onde os zk , k = 1, 2, . . ., são as singularidades da função
−∞ γ k
f (z) no semi-plano superior
Z
e γ é um lacete orientado no sentido directo e que engloba todo o semi-
+∞
plano superior. Logo, f (x)dx = 2πi Res−1+i f . Como a singularidade z = −1 + i é um polo
−∞
simples,
1 1
Res−1+i f = lim =
z→−1+i z − (−1 − i) 2i
Z +∞
1 1
Logo, dx= 2πi = π.
−∞ x2 + 2x + 2 2i
2
Resposta Equação de variáveis separáveis.
x2
e−2y y 0 =
1 + x2
Z Z Z
x2 1
e−2y y 0 dx = 2
dx = [1 − ]dx
1+x 1 + x2
1
− e−2y(x) = x − arctan(x) + C
2
1
y(x) = − ln(2 arctan(x) − 2x + K)
2
O domı́nio da solução é {x ∈ < : 2 arctan(x) − 2x + K ≥ 0}.
x2 1
Note que dividindo o polinómio x2 pelo polinómio x2 +1 se obtem = 1− . Esta conclusão
1 + x2 1 + x2
1 + x2 1 x2
também pode ser obtida notando que 1 = = + .
1 + x2 1 + x2 1 + x2
8. Escreva uma base para o sistema fundamental de soluções e determine a solução geral da equação
diferencial ordinária
y 00 + 2y 0 + 2y = 0.
1 = y(0) = y(x)|x=0 = c1
1 = y 0 (0) = y 0 (x)|x=0 = e−x [(c2 − c1 ) cos(x) − (c1 + c2 ) sin(x)]|x=0 = c2 − c1 .
3
PARTE 2
Z
9. Represente o caminho γ e calcule f (z)dz quando:
γ
z+1
f (z) =
z 2 (z 2 − z + 54 )
(
eiπt + 2i t ∈ [0, 1]
γ(t) = i
2 +t−2 t ∈ [1, 3].
i
Resposta O primeiro ramo do caminho é uma semi-circunferência de centro no ponto z = e raio
2
unitário percorrida no sentido directo. O segundo ramo do caminho é um segmento de recta que une
i i 1 1
o ponto z = − 1 a z = + 1. As singularidades de f (z) são os pontos z = 0, z = + i e z = − i.
2 2 2 2
1 z+1
Observe que no interior do lacete só existe uma singularidade, z = + i. Seja g(z) = 2 .
2 z (z − ( 21 − i))
Pela fórmula de Cauchy:
Z Z µ ¶ µ ¶
z+1 g(z) 1 18 1 2 36
dz = dz = 2πig( + i) = 2πi − + i = − − i π.
γ z 2 (z 2 − z + 54 ) γ z − ( 21 + i) 2 25 25 25 25
z+1
10. Desenvolva f (z) = em série de potências em torno do ponto z0 = 1 e calcule o raio de
z2 + 2z + 2
convergência.
Resposta.
z+1
f (z) =
z2 + 2z + 2
1 1 1 1
= +
2 z − (−1 + i) 2 z − (−1 − i)
µ ¶
1 1 1
= +
2 z−1+2−i z−1+2+i
1 1
1
= ³2−i ´+ ³2+i ´
2 1 − − z−1 1 − − z−1
2−i 2+i
1 ∞
X µ ¶n 1 ∞
X µ ¶n
2 n z−1 2 n z−1
= (−1) + (−1)
2 − i n=0 2−i 2 + i n=0 2+i
∞
X µ ¶
(−1)n 1 1
= n+1
+ (z − 1)n
n=0
2 (2 − i) (2 + i)n+1
O desenvolvimento
√ é válido no conjunto |z − 1| < min{|2 − i|, |2 + i|}. Logo o raio de convergência é
R = 5.
Z
11. Utilizando o teorema dos resı́duos, calcule o integral f (z)dz onde
γ
ez
f (z) =
(z 3 + 4z)(z 2 − 9)2
i
e γ é um caminho de sentido directo definido por {z ∈ C : |z + | = 1}.
4
4
Resposta As singularidades da função f(z) são os zeros do denominador z(z 2 + 4)(z 2 − 9)2 . Logo as
singularidades de f (z) são os pontos 0, 2i, −2i, 3 e −3, sendo estas duas últimas pólos duplos.
Z
A única singularidade situada no interior do lacete γ é z = 0. Pelo teorema dos resı́duos, f (z)dz =
γ
2πi Res0 f . A singularidade z = 0 é um pólo simples, logo
ez 1
Res0 f = lim = .
z→0 (z 2 + 4)(z 2 − 9)2 324
Z
πi
Concluı́-se que f (z)dz = .
γ 162
Resposta A função que se pretende encontrar é holomorfa, logo satisfaz as condições de Cauchy-
∂u ∂v ∂u ∂v ∂u ∂v ∂u
Riemann: = e = − . Sabe-se também que f 0 (z) = + i . Logo Ref 0 (z) = =
∂x ∂y ∂y ∂x ∂x ∂x ∂x
2yx ∂v 2yx
− 2 2 2
. Pelas condições de C-R tem-se também que: =− 2 . Primitivando as duas
(x + y ) ∂y (x + y 2 )2
ultimas expressões em ordem a x e a y respectivamente, obtém-se :
y x
u(x, y) = 2 2
+ C(y) v(x, y) = 2 + D(x).
x +y x + y2
∂u ∂v x2 − y 2 y 2 − x2
A condição =− toma a forma 2 2 2
+ C 0 (y) = − 2 − D0 (x), o que implica que
∂y ∂x (x + y ) (x + y 2 )2
C 0 (y) = −D0 (x).
Deste modo tem-se que C(y) = ky + c1 e D(x) = −kx + c2 , ou seja,
y x
u(x, y) = 2 + ky + c1 v(x, y) = 2 − kx + c2 .
x + y2 x + y2
1 1
Como f (1 + i) = 1 + i, tem-se que u(1, 1) = 1 e v(1, 1) = 1, o que implica c1 = 2 − k e c2 = 2 + k.
Para cada valor de k tem-se uma função nas condições pretendidas.
5
14. Verifique se a seguinte equação
³ 1 ³ x ´´ ³ x ³ x ´´
2xy + sec2 + x2 − 2 sec2 y0 = 0
y y y y
é uma diferencial exacta. Calcule a respectiva solução.
1 ³x´ x ³x´
Resposta. Sejam M (x, y) = 2xy + sec2 e N (x, y) = x2 − 2 sec2 . Sendo sec(z) = cos−1 (z), tem-se
y y y y
que
∂M ³ 1´ ³x´ 1 ³ x ´³ ³ x ´´³ x ´
(x, y) = 2x + − 2 sec2 + (−2) cos−3 − sin − 2
∂y y y y y y y
1 ³ x ´ 2x ³ x ´ ³ x ´ ∂N
= 2x − 2 sec2 − 3 cos−3 sin = (x, y)
y y y y y ∂x
A solução é definida implicitamente por Φ(x, y) = 0 onde
Z h ³ x ´i ³x´
1
Φ(x, y) = 2xy + sec2 dx = x2 y + tan + g(y).
y y y
15. Utilize o método do polinómio aniquilador para calcular a solução particular da seguinte equação diferencial
ordinária
y 000 + 2y 00 + 2y 0 = e−x cos(x)
onde y(0) = y 0 (0) = y 00 (0) = 1.
Resposta. Seja L(y) = y 000 + 2y 00 + 2y 0 . O polinómio caracterı́stico associado é p(r) = r3 + 2r2 + 2r =
r(r + 1 + i)(r + 1 − i).
q(r) = (r+1+i)(r+1−i) é o polinómio caracterı́stico associado ao operador Q que aniquila g(x) = e−x cos(x).
Logo a solução geral da equação diferencial homogénea (Q◦L)(y) = 0 de polinómio caracterı́stico q(r)p(r) =
5
X
r(r2 + 2r + 2)2 , é dada por y(x) = ci yi (x) onde
i=1
y1 (x) = 1, y2 (x) = e−x cos(x), y3 (x) = e−x sin(x), y4 (x) = e−x x cos(x) e y5 (x) = e−x x sin(x).
6
" # " #
0 2 1
16. Calcule a solução do sistema ẋ(t) = Ax(t), onde A = , com x(0) = .
−1 −3 2
Resposta. Aqui aparecem as duas alternativas, cada uma das quais requerendo o cálculo dos valores e dos
vectores próprios da matriz A.
" #
³ λ −2 ´
Cálculo dos valores próprios. det(λI − A) = det = λ2 + 3λ + 2 = (λ + 1)(λ + 2).
1 λ+3
Cálculo dos vectores próprios.
" # " # " # " #
−1 −2 1 −2 −2 1
λ1 = −1: v1 = 0 ⇐= v1 = . λ2 = −2: v2 = 0 ⇐= v2 = .
1 2 − 12 1 1 −1
Alternativa A
" # " #
λ1 t λ2 t −t 1 −2t 1
x(t) = c1 v1 e + c2 v2 e = c1 e + c2 e .
− 21 −1
" # " #
c1 + c2 1
x(0) = = =⇒ c1 = 6, c2 = −5.
− 12 c1 − c2 2
Alternativa B
" # " # " #
e−t 0 1 1 2 2
x(t) = eAt x(0), onde eAt = T eΛt T −1 , com eΛt = ,T = , T −1 = .
0 e−2t − 21 −1 −1 −2
" # " # " #
Λt 6 6e−t 6e−t − 5e−2t
Logo x(t) = T e =T = .
−5 −5e−2t −3e−t + 5e−2t