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Eficiência Energética

VISÃO 2018

“Consolidar-se como o líder estadual em educação profissional e tecnológica e ser


reconhecido como indutor da inovação e da transferência de tecnologias para a
indústria brasileira, atuando com padrão internacional de excelência”.

MISSÃO

Promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de


tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria
brasileira.

VALORES

Ø Transparência
Ø Iniciativa
Ø Satisfação do Cliente
Ø Ética
Ø Alta Performance
Ø Valorização das Pessoas

POLÍTICA DA QUALIDADE

Ø Satisfazer as necessidades dos clientes com produtos competitivos reconhecidos


pelo mercado.
Ø Intensificar ações de aperfeiçoamento e valorização de competências dos
empregados.
Ø Assegurar o aprimoramento contínuo dos processos e serviços com padrões de
qualidade, para o alcance de resultados.
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO DE MATO GROSSO – FIEMT
Jandir José Milan
Presidente

CONSELHO REGIONAL
Jandir José Milan
Presidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

Lélia Rocha Abadio Brun


Diretora Regional do Departamento Regional de Mato Grosso

Rubens de Oliveira
Gerente Regional da Unidade de Educação e Cultura

Nelson da Silva Lima Filho


Martinho Ferreira Rosa
Docentes Conteudistas
© 2018 – SENAI/MT – Departamento Regional.
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o
prévio consentimento do Senai MT.

S491e

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento


Regional
Eficiência energética / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional de Mato Grosso. Cuiabá-MT:
SENAI/DR, 2018 – (Série Energia- GTD)

1. Formas de energia. 2. Usina nuclear. 3. Uso


racional de energia elétrica.

CDU: 621.311.243

SENAI - MT
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Av. Historiador Rubens de Mendonça, 4193
Bairro Centro Político Administrativo - CEP 78.049-940 – Cuiabá/MT
Tel.: (65) 3611-1529 email: revisaomd@senaimt.edu.br
www.senaimt.com.br
APRESENTAÇÃO

Caro(a) Estudante,

É com prazer que apresentamos este material didático que foi desenvolvido para
facilitar seu aprendizado nos cursos de Educação Profissional do Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial – SENAI de Mato Grosso.

Este material tem o objetivo de atender as demandas industriais e satisfazer as


necessidades de pessoas que buscam atualização e conhecimentos através de
cursos profissionalizantes.

Os conteúdos formativos deste material foram concebidos para atender as Áreas


Tecnológicas de atuação do SENAI, alinhados aos Perfis Profissionais Nacionais
elaborados por Comitês Técnicos Setoriais do SENAI Departamento Nacional e com
a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO.

Esperamos que este material didático desperte sua criatividade, estimule seu gosto
pela pesquisa, aumente suas habilidades e fortaleça suas atitudes. Requisitos
fundamentais para alcançar os resultados pretendidos em um determinado contexto
profissional.

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INFORMAÇÕES GERAIS

- Objetivo do Material Didático:


Desenvolver capacidades técnicas relativas à eficiência energéticas, bem como
capacidades sociais, organizativas e metodológicas, de acordo com a atuação do
técnico no mundo do trabalho.

- Área Tecnológica:
Energia - GTD

- Eixo Tecnológico:
Controle de Processos Industriais

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ÍCONES DE ESTUDOS

Durante a leitura deste material você encontrará alguns ícones para chamar sua
atenção sobre um assunto destacado. Para contribuir com a eficácia destas
reflexões, recomendamos que realize seus estudos e registre suas conclusões,
possibilitando sua autoavaliação e reforço do aprendizado. Veja o significado dos
ícones:

Proposição de trabalhos de pesquisa ou leitura de outros


referenciais sobre o tema.

Traz dicas importantes sobre um assunto.

Indicação de site para pesquisa e maior aprofundamento sobre


o tema.

Questionário proposto pelo professor sobre um assunto ou tema


importante de ser trabalhado pelo estudante.

Resumo dos pontos importantes abordados no desenvolvimento


de um tema.

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Sumário
CAPÍTULO I .................................................................................................................................................. 6

1. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .............................................................................................................. 6

1.1. CONCEITOS E FUNDAMENTOS ................................................................................................ 6


1.2. DEFINIÇÕES .................................................................................................................................... 7
1.3. ÉTICA ............................................................................................................................................. 8
1.4. FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES ........................................................................................................ 9
1.5. FORMAS DE ENERGIA ...................................................................................................................... 9
1.6. CONSERVAÇÃO DE ENERGIA...........................................................................................................10
1.7. NORMAS TÉCNICAS PARA CONTINUIDADE DE FORNECIMENTO: SISTEMA TARIFÁRIO. .........................12
1.8. REVISÃO T ARIFÁRIA PERIÓDICA .....................................................................................................15

CAPÍTULO II ...............................................................................................................................................17

2. MONITORAMENTO DE GRANDEZAS ELÉTRICAS.....................................................................17

CAPÍTULO III ..............................................................................................................................................19

3. ENERGIAS RENOVÁVEIS ................................................................................................................19

VAMOS FALAR SOBRE ALGUMAS DELAS. .......................................................................................................19


3.1. ENERGIA EÓLICA ...........................................................................................................................19
3.2. ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA.....................................................................................................21
3.2.1. Tipos de Sistema Fotovoltaico...................................................................................................25
3.3. USINA NUCLEAR ............................................................................................................................26
COMO FUNCIONA? .......................................................................................................................................26
Angra 1 ..................................................................................................................................................27
Angra 2 ..................................................................................................................................................28
Angra 3 ..................................................................................................................................................28
3.4. BIOMASSA .....................................................................................................................................28
3.5. VANTAGENS E DESVANTAGENS DE ALGUNS TIPOS DE ENERGIA........................................................30
3.5.1. Hidrelétrica ..............................................................................................................................30
3.5.2. Termoelétrica ...........................................................................................................................30
3.6. DESPERDÍCIO DE ENERGIA NO PAÍS .................................................................................................30

CAPÍTULO IV ..............................................................................................................................................32

4. USO RACIONAL DA ENERGIA ELÉTRICA ...................................................................................32

REFERÊNCIAS........................................................................................................................................36

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CAPÍTULO I

1. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

O consumo de energia elétrica representa atualmente um fator de custo importante


nos processos. Daí a importância de o uso de materiais e equipamentos serem
eficientes, considerando não somente os custos iniciais mas também os de
operação e manutenção.

Objetivos
Identificar oportunidades de economia de iluminação e perdas em condutores,
transformadores e máquinas elétricas.
Avaliar economicamente o consumo de energia elétrica.

1.1. CONCEITOS E FUNDAMENTOS


A energia está presente em nossa vida de diversas maneiras. Por exemplo,
quando usamos motores ou músculos, quando acendemos o queimador de um
fogão, quando nos alimentamos ou mesmo quando nos informamos pela televisão
ou nos jornais, que frequentemente se referem a alguma questão energética no
Brasil ou no mundo.
Por tal diversidade, o campo dos estudos energéticos é vasto, cobrindo desde
o uso dos recursos naturais até os aspectos relacionados ao desempenho das
modernas tecnologias, permitindo uma abordagem que considere apenas os temas
de caráter técnico ou envolva seus componentes socioeconômicos e ambientais,
inclusive quanto à sua evolução histórica e suas perspectivas futuras.
Para este vasto conteúdo há campo do saber, procura-se nestas notas
efetuar uma revisão das definições, das leis básicas e da terminologia empregada,
em particular buscando fundamentar a racional utilização dos fluxos de energia de
forma que atendamos a expectativa do aprendizado e da sociedade como um todo.

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1.2. Definições
Poucas palavras suportam tantos sentidos e definições como energia. No
Século IV A.C. , Aristóteles em sua obra Metafísica, identificava energia (“energia”)
como uma realidade em movimento. Na acepção moderna, energia corresponde ao
conceito desenvolvido juntamente com a Termodinâmica a partir de meados do
Século XIX e utilizado para descrever uma ampla variedade de fenômenos físicos.
Um definição usual, encontrada em muitos livros, afirma que “energia é a medida da
capacidade de efetuar trabalho”.
A rigor, esta definição não é totalmente correta e aplica-se apenas a alguns
tipos de energia, como a mecânica e a elétrica, que, em princípio são totalmente
conversíveis em outras formas de energia. Este modo de se definir energia perde o
sentido ao ser aplicado ao calor, forma de energia que é apenas parcialmente
conversível em trabalho.
De fato, quando está a temperaturas próximas à do ambiente, o calor pouco
vale como trabalho. Portanto, essa definição não é completa.

Em 1872, Maxwell propôs uma definição que pode ser


considerada mais correta do que a anterior: “energia é
aquilo que permite uma mudança na configuração de um
sistema, em oposição a uma força que resiste à esta
mudança”. Esta definição refere-se a mudanças de
condições, a alterações do estado de um sistema e inclui
duas ideias importantes:
as modificações de estado implicam em vencer
James Clerk Maxwell (1831-1879) resistências e é justamente a energia que permite obter
https://www.elektro.com.br.
estas modificações de estado.
Assim, para elevar uma massa até uma determinada altura, aquecer ou
esfriar um volume de gás, transformar uma semente em planta, ler este texto, enfim,
qualquer processo que se associe a alguma mudança, implica em se ter fluxos
energéticos.

Nesse contexto denomina-se sistema à região de interesse, delimitada por


uma fronteira, que pode existir fisicamente ou ser uma superfície idealizada, que
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separa o sistema do ambiente, que neste caso significa, portanto, tudo aquilo que
está fora da região de interesse. Desta forma, o universo, o todo, resulta da soma do
sistema com o ambiente.
Por ser um conceito tão fundamental, definir energia é sem dúvida mais difícil
e menos importante do que sentir e perceber sua existência, como a causa e origem
primeira de todas as mudanças. Boas partes das leis físicas que governam o mundo
natural são no fundo variantes das leis básicas dos fluxos energéticos, as eternas e
inescapáveis leis de conservação e dissipação, que estruturam todo o Universo,
desde o micro ao macrocosmo.

1.3. Ética
Ética é a parte da filosofia dedicada aos estudos dos valores morais e
princípios ideais do comportamento humano perante a sociedade. A palavra "ética" é
derivada do grego (ethos), e significa aquilo que pertence ao, que significava "bom
costume", "costume superior", ou “portador de caráter”.
Diferencia-se da moral, pois, enquanto esta se fundamenta na obediência a
costumes e hábitos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar as ações
morais exclusivamente pela razão. E nas empresas? Essas (empresas) são
extensões da sociedade, logo temos que ter uma ética profissional e humana igual,
tanto na sociedade, quanto dentro das empresas, zelar pelo nosso juramento de
profissão e pela postura do código de conduta, que todo administrador (a) tem a
obrigação de saber, pois faz parte da sua profissão.
Essa definição se dá no dia a dia de cada trabalhador onde vivemos em sociedade
onde devemos sempre primar pela observância e tanto no pessoal como no
profissional pois em ambos o casos somos uma única pessoa em ação.

http://exame.abril.com.br/carreira/15-dados-da-relacao-do-profissional-
brasileiro-com-a-etica/.

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1.4. Fundamentos e Aplicações

Potência é a velocidade na qual a energia é produzida ou consumida, sendo


um conceito importante ao se tratar de processos humanos e econômicos, onde o
tempo é essencial. Por exemplo, motor elétrico de 1 KW funcionando durante dez
horas consome a mesma energia que um motor de 10 KW durante uma hora, mas
permitem obter efeitos muito diferentes.
Em princípio, qualquer capacidade instalada poderia atender qualquer necessidade
de energia, desde que lhe seja dada tempo suficiente, o que evidentemente não
atende às necessidades impostas pela realidade. Por isso, podemos afirmar que a
sociedade moderna, que busca atender suas demandas energéticas de forma
rápida, é tão ávida em potência quanto em energia. Para explorar um pouco mais
estes conceitos, poderia se pensar em nossos usos diários de energia e verificar se
para seu atendimento o tempo importa ou não. Será imediato verificar que a taxa de
utilização dos fluxos energéticos é tão importante quanto sua mera disponibilidade.

1.5. Formas de Energia

A energia se apresenta de diversas formas, que podem ser convertidas entre


si. É importante observar ainda que apenas nos processos de conversão se
identifica a existência de energia, que surge na fronteira do sistema como calor ou
como trabalho. De forma sucinta, calor é definido como o fluxo energético decorrente
de diferença de temperatura, enquanto trabalho se entende como todo processo
análogo à elevação de um peso.
Em nível atômico, podem ser identificados as energias nuclear e atômica
fundamental para os processos básicos de conversão energética no Universo. No
interior das estrelas, inclusive no Sol, a energia nuclear resulta da fusão dos núcleos
de átomos de hidrogênio, ocorrendo uma diferença (déficit) de massa, entre os
reagentes e os produtos de reação, que corresponde a significativas quantidades de
energia liberada. Este processo tem sido apontado para a geração de energia
comercial, mas é de difícil controle e, na atualidade a única aplicação disponível são
as bombas de hidrogênio.
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Já a energia atômica relaciona-se com processos de fissão de átomos
pesados, como urânio, tório e plutônio, em decorrência da instabilidade natural ou
provocada de alguns isótopos destes materiais, que tendem a fissionar-se e
converter se em elementos com número atômico mais baixo, com liberação de
energia devido à perda de massa observada.
A energia resultante destes processos também é elevada e se apresenta,
essencialmente, como calor, mas tem sido conseguido o controle das reações, e,
assim, além das bombas atômicas, a energia da fissão tem sido empregada para
geração de energia elétrica e para mover navios e submarinos, mediante ciclos
térmicos.

1.6. Conservação de Energia


Cogeração
Por mais eficiente que seja um gerador termelétrico, a maior parte da energia
contida no combustível usado para seu acionamento é transformada em calor e
perdida para o meio ambiente.
Trata-se de uma limitação física que
independe do tipo de combustível
(diesel, gás natural, carvão, etc.) ou do
motor (a explosão, turbina a gás ou a
vapor etc.). Por esta razão, no máximo
40% da energia do combustível do diesel
usado em um gerador podem ser
transformados em energia elétrica.

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Como muitas indústrias e prédios comerciais necessitam de calor (vapor ou
água quente), foi desenvolvida uma tecnologia denominada cogeração, em que o
calor produzido na geração elétrica é usado no processo produtivo sob a forma de
vapor.
A vantagem desta solução é que o consumidor economiza o combustível que
necessitaria para produzir o calor do processo. A eficiência energética é, desta
forma, bem mais elevada, por tornar útil até 85% da energia do combustível.

O inconveniente da cogeração é que o calor só pode ser usado perto do


equipamento, o que limita estas instalações a unidades relativamente pequenas se
comparadas com os geradores das concessionárias.

Até meados do século XX, a cogeração chegou a ser muito usada nas
indústrias, perdendo depois a competitividade para a eletricidade produzida pelas
concessionárias nas grandes centrais geradoras com ganhos de escala. Assim, a
cogeração ficou limitada a sistemas isolados (plataformas submarinas) e indústrias
com lixos combustíveis (canavieira e de papel e celulose, por exemplo).

Nos últimos quinze anos, porém, um novo modelo do setor elétrico voltou a
estimular a produção elétrica local que fosse mais eficiente e de baixo custo, levando
ao aperfeiçoamento da tecnologia da cogeração, inclusive para pequeno porte.

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A necessidade de reduzir emissões de CO2 também incentivou a adoção
deste processo eficiente. Hoje, na Holanda e na Finlândia, a cogeração já
representa mais de 40% da potência instalada.

1.7. Normas técnicas para continuidade de fornecimento: Sistema tarifário.


Entendendo a Tarifa

A tarifa visa assegurar aos prestadores dos serviços receita suficiente para
cobrir custos operacionais eficientes e remunerar investimentos necessários para
expandir a capacidade e garantir o atendimento com qualidade. Os custos e
investimentos repassados às tarifas são calculados pelo órgão regulador e
podem ser maiores ou menores do que os custos praticados pelas empresas.

Como é composta a tarifa

Para cumprir o compromisso de fornecer energia elétrica com qualidade, a


distribuidora tem custos que devem ser avaliados na definição das tarifas.

A tarifa considera três custos distintos:

1-Energia Gerada

2-Transporte de energia até as unidades


consumidoras (transmissão e distribuição)

3-Encargos Setoriais

TARIFA

Além da tarifa, os Governos Federal, Estadual e Municipal cobram na conta


de luz o PIS/COFINS, o ICMS e a Contribuição para Iluminação Pública,
respectivamente.

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Desde 2004, o valor da energia adquirida das geradoras pelas distribuidoras passou
a ser determinado também em decorrência de leilões públicos. A competição entre
os vendedores contribui para menores preços.
O transporte da energia (da geradora à unidade consumidora) é um
monopólio natural, pois a competição nesse segmento não geraria ganhos
econômicos. Por essa razão, a ANEEL atua para que as tarifas sejam compostas
por custos eficientes, que efetivamente se relacionem com os serviços prestados.
Este setor é dividido em dois segmentos, transmissão e distribuição. A transmissão
entrega a energia a distribuidora, a distribuidora por sua vez leva a energia ao
usuário final.
Os encargos setoriais e os tributos não são criados pela ANEEL e, sim,
instituídos por leis. Alguns incidem somente sobre o custo da distribuição, enquanto
outros estão embutidos nos custos de geração e de transmissão.
Quando a conta chega ao consumidor, ele paga pela compra da energia
(custos do gerador), pela transmissão (custos da transmissora) e pela
distribuição (serviços prestados pela distribuidora), além de encargos setoriais e
tributos.
Para fins de cálculo tarifário, os custos da distribuidora são classificados em dois
tipos:
Parcela A: Compra de Energia, transmissão e Encargos Setoriais; e
Parcela B: Distribuição de Energia.

Conforme se observa da Figura a


seguir, os custos de energia
representam atualmente a maior
parcela de custos (53,5%), seguido
dos custos com Tributos (29,5%). A
parcela referente aos custos com
distribuição, ou seja, o custo para
manter os ativos e operar todo o
sistema de distribuição representa
apenas 17% dos custos das tarifas. Imagem Disponível em: http://www.aneel.gov.br/. 08/02/2017

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É um dos mecanismos de atualização do valor da energia paga pelo
consumidor, aplicado anualmente, de acordo com fórmula prevista no contrato de
concessão. Seu objetivo é restabelecer o poder de compra da concessionária. Para
aplicação da fórmula de reajuste são repassadas as variações dos custos
de Parcela A, que são aqueles em que a distribuidora tem pouca ou nenhuma
gestão. Por contrato, são os custos relacionados à compra de energia elétrica para
atendimento de seu mercado, o valor da transmissão dessa energia até a área da
distribuidora e os encargos setoriais.
No reajuste, os custos com a atividade de distribuição, esses sob completa
gestão da distribuidora e definidos como Parcela B, são corrigidos pelo índice de
inflação constante no contrato de concessão (IGP-M ou IPCA), deduzido o Fator X.
Os itens de Parcela B são, basicamente, os custos operacionais das distribuidoras e
os custos relacionados aos investimentos por ela realizados, além da quota de
depreciação de seus ativos e a remuneração regulatória, valores que são fixados
pela ANEEL na época da revisão tarifária. O objetivo do Fator X é estimar ganhos
de produtividade da atividade de distribuição e capturá-los em favor da modicidade
tarifária em cada reajuste.

Os Reajustes acontecem em datas determinadas pelo Contrato de Concessão.

Calendário e Resultado dos Processos Tarifários de Distribuição.


Os processos tarifários de Reajuste e Revisão ocorrem em datas definidas nos
contratos de concessão ou permissão.
Concessionárias e Permissionária de distribuição.
Cada processo tarifário é aprovado em reunião de diretoria pública da ANEEL e só
então as tarifas são publicadas por meio de Resolução Homologatória.

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1.8. Revisão Tarifária Periódica
A revisão tarifária periódica também é um dos mecanismos de definição do
valor da energia paga pelo consumidor, sendo realizada a cada quatro anos, em
média, de acordo com o contrato de concessão assinado entre as empresas e o
poder concedente. Na revisão periódica são redefinidos o nível eficiente dos custos
operacionais e a remuneração dos investimentos, a chamada Parcela B.
Os custos regulatórios, definidos pela ANEEL e aplicado nos processos de
revisão tarifária, podem ser maiores ou menores do que os custos reais praticados
pela distribuidora. Trata-se da regulação por incentivos, onde os custos regulatórios,
ou seja, o considerado razoável dado certo nível de eficiência, são aplicadas às
revisões tarifárias. Geralmente é aplicado um sistema de gestão, que utiliza métodos
de comparação entre as próprias distribuidoras ou outras referências, tal como
internacionais.
Um método simples de aplicar um custo operacional regulatório seria avaliar o
custo de manutenção por km de rede de todas as distribuidoras, calcular o valor
médio e multiplicar o valor médio pela extensão de rede de determinada
distribuidora.
Parte das distribuidoras teria o custo repassado às tarifas inferior ao praticado,
sendo automaticamente penalizadas por sua ineficiência. Parte teria custos
regulatórios superiores aos reais, tendo incentivos a permanecer com seu nível de
eficiência operacional.
Na prática métodos singelos como o citado não atendem aos objetivos da
regulação por incentivos, pois os métodos de comparação demandam maior
complexidade, utilizando múltiplas variáveis e métodos matemáticos mais
sofisticados visando retratar parte significativa das características das distribuidoras.
Uma vez definido o valor eficiente dos custos relacionados à atividade de
distribuição, os mesmos serão apenas reajustados (IGP-M menos Fator X) até a
revisão tarifária seguinte, não sendo reavaliados a cada ano. Todas as
concessionárias são incentivadas a reduzirem seus custos e se tornarem mais
eficientes. Na revisão tarifária seguinte, os ganhos de eficiência obtidos pelas
concessionárias são revertidos em prol da modicidade tarifária.
Até 2014 as revisões tarifárias eram delimitadas temporalmente por ciclos,
nos quais havia uniformidade de regras. O primeiro ciclo de revisões tarifárias
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periódicas aconteceu entre 2003 e 2006, o segundo entre 2007 e 2010 e o terceiro
entre 2011 e 2014. O novo ciclo de revisões tarifárias iniciou-se em 2015.
A partir do ano de 2015, acabou-se com o conceito de ciclo tarifário como um
pacote metodológico fechado. Até o ano de 2014, todas as metodologias de
definição da Parcela B eram revistas conjuntamente para serem aplicadas,
posteriormente e de forma uniforme, nas revisões de todas as distribuidoras.
Decidiu-se modificar esse procedimento porque a duração do ciclo tarifário varia de
concessionária para concessionária. Atualmente, a metodologia de cada
componente da Parcela B pode ser revista separadamente. Desse modo, o processo
de revisão se torna mais efetivo e eficaz.
O que é a Parcela B?
A Parcela B representa os custos diretamente gerenciáveis pela distribuidora. São
custos próprios da atividade de distribuição que estão sujeitos ao controle ou
influência das práticas gerenciais adotadas pela empresa.
Para fins de cálculo tarifário, a Parcela B é composta de Custos
Operacionais, Receitas Irrecuperáveis, Remuneração de Capital e Cota de
Depreciação. Além disso, é subtraída da parcela compartilhada de Outras Receitas.
Os custos de Parcela B são revisados a cada 4 anos, a depender do que consta do
Contrato de Concessão ou Permissão. A esse processo é dado o nome de Revisão
Tarifária.
No período entre as revisões, a Parcela B é atualizada anualmente pelo índice de
correção monetária constante Contrato de Concessão ou Permissão, subtraído de
um fator de eficiência chamado fator X. Esse processo é chamado de Reajuste
Tarifário.
Em resumo a Parcela B é composta por:

Remuneração
Custos Cota de Outras
do
Operacionais Depreciação Receitas
Investimento

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CAPÍTULO II

2. MONITORAMENTO DE GRANDEZAS ELÉTRICAS

Sistema para monitoramento de grandezas elétricas


A eficiência energética é algo que deve ser perseguido visando o bom
aproveitamento no uso da energia elétrica
Há empresas especializadas em monitorar e dar soluções completas para o controle
e consumo da energia elétrica.

Sobre o sistema
• Aquisição e armazenamento automatizado de dados das leituras dos medidores;
• Ferramentas gráficas que propiciam agilidade na análise dos dados;
• Possibilita melhor controle nos gastos de energia e consumo.

Funcionamento
• Implantação de dispositivo de coleta de dados;
• Integração com rede e software para monitoramento em tempo real.

Figura: MF capacitores. Disponivel www.google.com.

Ferramentas
Emissão de relatórios e histórico e dados à longo prazo de painéis elétricos de
acionamentos de cargas.

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Monitoramento

Demanda das seguintes informações:


-Fator de Potência;
-Consumo (kW/h);
-Correntes;
-Tensões;
-Energia ativa / reativa / aparente;
-Diagnóstico de eficiência energética;
-Análise econômica;
- Harmônico.

As perdas energéticas no sistema elétrico estão concentradas essencialmente nos


seguintes itens:

· Condutores elétricos;
· Sistemas de iluminação;
· Cargas como: máquinas rotativas, transformadores etc.

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CAPÍTULO III

3. ENERGIAS RENOVÁVEIS

Tipos de Fontes de Energia

Ø Petróleo/Gás natural;
Ø Carvão;
Ø Nuclear;
Ø Biomassa;
Ø Hidráulica;
Ø Solar;
Ø Eólica; e
Ø Geotérmica

Vamos falar sobre algumas delas.

3.1. Energia Eólica


O homem vive num oceano de energia. Ao redor dele a natureza trabalha
constantemente, expendendo energia em tão inesgotáveis quantidades que dela o
homem pode aproveitar apenas uma fração. As quedas de água poderiam
proporcionar força hidrelétrica suficiente para suprir 80% da energia total consumida
pelo homem, embora ele use apenas 1 ou 2% do potencial disponível. Se os ventos
fossem dominados, eles poderiam produzir duas vezes mais eletricidade do que a
força da água o faz agora.
A atmosfera da Terra age como uma gigantesca máquina térmica. Os raios do
Sol, mais fortes no equador do que nas regiões polares, causa o aquecimento do ar
tropical que se eleva, cedendo lugar ao ar polar mais frio que se move para tomar-
lhe o lugar. Esse fluxo é constantemente perturbado pela rotação da Terra e por
condições atmosféricas locais. O resultado é o vento. Esta força pode criar o sopro
de uma ventania ártica, ou, ainda, a pavorosa fúria de um ciclone de 800 km por
hora. Embora imprevisível e inconstante, mesmo assim o vento tem sido importante

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fonte de energia para o homem. Durante séculos o vento impeliu navios a vela e
moveu moinhos.
A geração eólio-elétrica expandiu-se no mundo de forma acelerada ao longo da
última década, atingindo a escala de gigawatts. Um dos fatores que limitam
investimentos em empreendimentos eólicos no Brasil tem sido a falta de dados
consistentes e confiáveis sobre a viabilidade técnica e econômica de cada projeto.
Parte importante dos registros anemométricos disponíveis é mascarada por ruídos
de influências aerodinâmicas de obstáculos, rugosidade e relevo. A disponibilidade
de dados representativos é fundamental no caso brasileiro, que ainda não explorou
esse recurso abundante e renovável de forma expressiva.

A complementaridade geográfica entre os potenciais eólico e hidráulico no


Brasil de modo geral indica que as melhores áreas para aproveitamento eólico
situam-se nas bordas do sistema de distribuição elétrico, distantes da geração
hidrelétrica. Nessa situação, a inserção de energia eólica no sistema elétrico
melhora seu desempenho, diminuindo linhas de transmissão e possibilitando um
sistema melhor distribuído.
Os moinhos de vento
foram inventados na
Pérsia no século V. Eles
eram usados para
bombear água para
irrigação. Os
mecanismos básicos de
um moinho de vento
não mudaram desde
então: o vento atinge
uma hélice que ao
movimentar-se gira um
eixo que impulsiona
uma bomba, uma
moenda ou, em tempos
mais modernos, um
gerador de eletricidade. Figura – Elementos de uma Grande Usina Aero geradora
Fonte: http://www.geocities.ws/saladefisica5/leituras/eolica.html

As hélices de uma turbina de vento são diferentes das lâminas dos antigos
moinhos porque são mais aerodinâmicas e eficientes. As hélices tem o formato de
asas de aviões e usam a mesma aerodinâmica. As hélices em movimento ativam um
20
eixo que está ligado à caixa de mudança. Através de uma série de engrenagens a
velocidade do eixo de rotação aumenta. O eixo de rotação está conectado ao
gerador de eletricidade que com a rotação em alta velocidade gera energia elétrica.
Podendo ser de pequeno, médio, ou grande porte.

Figura – Componentes de uma Unidade Aero geradora


Fonte: http://www.geocities.ws/saladefisica5/leituras/eolica.html

3.2. Energia solar fotovoltaica


Energia fotovoltaica é a energia elétrica produzida a partir de luz solar, e pode ser
produzida mesmo em dias nublados ou chuvosos. Quanto maior for a radiação solar
maior será a quantidade de eletricidade produzida.
O processo de conversão da energia solar utiliza células fotovoltaicas (Normalmente
feitas de silício ou outro material semicondutor). Quando a luz solar incide sobre uma
célula fotovoltaica, os elétrons do material semicondutor são postos em movimento,
desta forma gerando eletricidade.

A energia fotovoltaica é uma tecnologia 100% comprovada. Sistemas fotovoltaicos


conectados à rede elétrica já são utilizados há mais de 30 anos.

21
O Painel Solar gera a energia solar fotovoltaica.

Passo 1 - O Painel Solar reage com a luz do sol e produz energia elétrica (energia
contínua, fotovoltaica). Os painéis solares, instalados sobre os telhados, são
conectados uns aos outros e então conectados no Inversor Solar, isso se não tiver
um banco de baterias.

Imagem da internet. Placas de energia fotovoltaica. www.google.com.

Imagem da internet. Placas de energia fotovoltaica. www.google.com.

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Passo 2 - O Inversor Solar converte a energia elétrica contínua em alternada para
que possa ser conectada a casa ou empresa.

Imagem da internet. Disponível www.google.com

Imagem Placas de energia fotovoltaica. Imagem da internet. Disponível www.google.com

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Passo 3 - Quadro de distribuição
A energia que sai do inversor solar vai para o seu "quadro de distribuição" e é
distribuída para sua casa ou empresa, e assim reduz a quantidade de energia que
você compra da distribuidora.(*1)

Passo 4 - Consumo da Energia:


A Energia Solar é usada da mesma forma por utensílios e equipamentos elétricos

Passo 5 - Créditos de Energia.


O excesso de energia vai para a rede da distribuidora gerando créditos através do
relógio medidor (relógio de registrador bidirecional). Esse relógio registrador mede a
energia da concessionária que é consumida quando não tem sol, e a energia solar
gerada em excesso quando tem muito sol é injetada na rede da distribuidora. A
energia solar que vai para a rede vira "créditos de energias" (*3 e *4) para serem
utilizado de noite ou nos próximos meses. Em outras palavras: você produz energia
limpa com a luz do sol e reduz a sua conta de energia elétrica.
(*1) - Cada distribuidora de energia tem as suas regras e as exigências para
conectar o seu sistema de energia solar fotovoltaica na rede elétrica e, variam
bastante.
Por isso é importante você solicitar até três orçamentos de empresas experientes
que possam ir até o seu local para fazer uma avaliação e lhe passar um orçamento
fechado para o seu sistema fotovoltaico.

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(*2) - O seu relógio de luz antigo vai ser substituído por um relógio de luz novo que é
"bidirecional" (mede a entrada e a saída de energia). Desta forma ele será capaz de
medir a energia que você consome da rede elétrica e medir também a energia
gerada em excesso pelo seu sistema fotovoltaico que é injetada na rede assim
gerando "créditos de energia" (3).

(*3) - Os "Créditos de Energia" são medidos em kWh. Para cada kWh gerado em
excesso pelo seu sistema solar fotovoltaico você recebe 1 crédito de kWh para ser
consumido de noite ou nós próximos meses. Esse crédito é contabilizado pelo seu
novo relógio de luz bidirecional e é medido pela sua distribuidora de energia. Desta
forma, no final do mês quando você receber a sua conta de luz, você vai ver quanto
de energia consumiu da rede e quanta energia injetou na rede. Se injetar mais na
rede do que consumiu você terá créditos de energia para serem usados nos
próximos meses. (4).

(*4) - Os créditos de energia são regulamentados pela ANEEL (Agência Nacional de


Energia Elétrica) possuindo regras específicas que variam de acordo com a sua
localização e sua classe de consumo (residência, comercial ou industrial).

3.2.1. Tipos de Sistema Fotovoltaico


‒ Sistema Fotovoltaico Residencial de energia solar conectado a rede (1-10Kwp);
‒ Sistema Fotovoltaico Comercial de energia solar conectado a rede (10-100Kwp);
‒ Sistema Fotovoltaico Industrial de energia solar conectado a rede (100 –
1000Kwp);
‒ Sistemas fotovoltaicos isolados/autônomos de energia solar;
‒ Sistemas fotovoltaicos híbridos de energia solar de Pequeno, Médio, médio e
Grande Porte.

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Imagem Placas de energia fotovoltaica. Disponível www.google.com.

3.3. Usina Nuclear


É uma unidade industrial construída para produzir energia elétrica a partir de
materiais radioativos. A energia nuclear é uma alternativa às limitações de fontes
naturais, como rios (energia hidrelétrica), carvão, gás e petróleo.
Também demonstra mais eficiência na comparação com outras fontes de energia
(eólica) e tem o custo final menor que a maioria das tecnologias empregadas
atualmente.
A energia nuclear é produzida pelo processo denominado fissão (divisão) do átomo.
Quando a energia do átomo é liberada rapidamente é transformada em luz.
Se for liberada lentamente, contudo, a energia é liberada na forma de calor, que é
usado nas usinas nucleares.
Hoje, o elemento químico utilizado para a geração da energia nuclear é o Urânio. Há
outros em estudo, mas não para comercializar, como ocorre com o Urânio.
Conheça os processos atômicos: Fissão e Fusão Nuclear.

Como Funciona?
Para funcionar, as usinas nucleares contém uma estrutura que é denominada
vaso de pressão. Nele há água usada para refrigerar o núcleo do reator, onde está o
combustível nuclear.
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A água circula no gerador de vapor em uma estrutura chamada de circuito
primário. Quando o circuito primário aquece, uma corrente de água passa por dentro
do gerador – que é o circuito secundário.
Dentro do circuito secundário, a água é transformada em vapor e é isso que
faz com que as turbinas se movimentem e gerem a energia elétrica.

USINA NUCLEAR.

U
USINA NUCLEAR

Imagem da internet. www.gloogle.com.

A energia nuclear representa 2,8% da oferta no Brasil, conforme dados da


Eletronuclear e abastecem o Rio de Janeiro. A maioria da energia gerada hoje é de
origem hidráulica, chega a 65%. O Brasil tem duas plantas nucleares em atividade,
Angra I, que gera 640 MW e Angra 2, com capacidade e geração de 1.350 MW.

Angra 1
Os estudos para a produção da energia nuclear no Brasil começaram em 1968. O
local escolhido foi Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. A construção de Angra 1
começou em 1972 e a operação iniciou em 1º de janeiro de 1985.
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Hoje, a usina ocupa uma área de 37,9 mil metros quadrados e gera energia
suficiente para abastecer 9,9 milhões de habitantes.

Angra 2
A construção de Angra 2 começaram em 1976, mas somente em 1981 começou a
edificação do prédio que seria ocupado pelo reator. Devido à falta de recursos do
governo federal, as obras foram paralisadas em 1983 e só retomadas em 1994.
A usina começo a funcionar em 1º de fevereiro de 2001 e está instalada em uma
área de 93,8 mil metros. A capacidade de abastecimento de Angra 2 é suficiente
para atender 20,8 milhões de habitantes.

Angra 3
A terceira usina nuclear do Brasil ainda está em construção. As obras de Angra 3
começaram em 1984, mas somente em 2007 o governo federal retomou os trâmites
para a conclusão. A retomada dos trabalhos no canteiro de obras ocorreu em 2010.
As obras, contudo, não foram retomadas até 2013 para o cumprimento de uma série
de trâmites, como o licenciamento ambiental e garantias para a redução da
possibilidades de acidentes. Caso seja concluída em tempo, Angra 3 começa operar
em 2018 com capacidade de abastecer uma população do tamanho de Belo
Horizonte e Brasília juntas.

3.4. Biomassa
Existem várias rotas tecnológicas para obtenção da energia elétrica a partir da bio-
massa. Todas preveem a conversão da matéria-prima em um produto intermediário
que será utilizado em uma máquina motriz. Essa máquina produzirá a energia
mecânica que acionará o gerador de energia elétrica. De uma maneira geral, todas
as rotas tecnológicas, também, são aplicadas em processos de cogeração –
produção de dois ou mais energéticos a partir de um único processo para geração
de energia - tradicionalmente utilizada por setores industriais. Nos últimos anos,
transformou-se também em um dos principais estímulos aos investimentos na
produção de energia a partir da cana-de-açúcar por parte das usinas de açúcar e
álcool. As principais rotas tecnológicas são analisadas no estudo sobre biomassa
constante do Plano Nacional de Energia 2030 e resumidas a seguir: Ciclo a vapor
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com turbinas de contrapressão: É empregado de forma integrada a processos
produtivos por meio da cogeração. Nele, a biomassa é queimada diretamente em
caldeiras e a energia térmica resultante é utilizada na produção do vapor. Este vapor
pode acionar as turbinas usadas no trabalho mecânico requerido nas unidades de
produção e as turbinas para geração de energia elétrica. Além disso, o vapor que
seria liberado na atmosfera após a realização desses processos pode ser
encaminhado para o atendimento das necessidades térmicas do processo de
produção. Este processo está maduro do ponto de vista comercial e é o mais
disseminado atualmente. O Brasil conta, inclusive, com diversos produtores
nacionais da maior parte dos equipamentos necessários. Ciclo a vapor com turbinas
de condensação e extração: Consiste na condensação total ou parcial do vapor ao
final da realização do trabalho na turbina para atendimento às atividades mecânicas
ou térmicas do processo produtivo. Esta energia a ser condensada, quando inserida
em um processo de cogeração, é retirada em um ponto intermediário da expansão
do vapor que irá movimentar as turbinas. A diferença fundamental desta rota em
relação à contrapressão é a existência de um condensador na exaustão da turbina e
de níveis determinados para aquecimento da água que alimentará a caldeira. A
primeira característica proporciona maior flexibilidade da geração termelétrica (que
deixa de ser condicionada ao consumo de vapor de processo). A segunda
proporciona aumento na eficiência global da geração de energia. Este sistema,
portanto, permite a obtenção de maior volume de energia elétrica. No entanto, sua
instalação exige investimentos muito superiores aos necessários para implantação
do sistema simples de condensação. Ciclo combinado integrado à gaseificação da
biomassa: A gaseificação é a conversão de qualquer combustível líquido ou sólido,
como a biomassa, em gás energético por meio da oxidação parcial em temperatura
elevada. Esta conversão, realizada em gaseificadores, produz um gás combustível
que pode ser utilizado em usinas térmicas movidas a gás para a produção de
energia elétrica. Assim, a tecnologia de gaseificação aplicada em maior escala
transforma a biomassa em importante fonte primária de centrais de geração
termelétrica de elevada potência, inclusive aquelas de ciclo combinado, cuja
produção é baseada na utilização do vapor e do gás, o que aumenta o rendimento
das máquinas. A tecnologia de gaseificação de combustíveis é conhecida desde o
século XIX e foi bastante utilizada até os anos 30, quando os derivados de petróleo
29
passaram a ser utilizados em grande escala e adquiridos por preços competitivos.
Ela ressurgiu nos anos 80 – quando começou a ficar evidente a necessidade de
contenção no consumo de petróleo – mas, no caso da biomassa, ainda não é uma
tecnologia competitiva do ponto de vista comercial. Segundo o Plano Nacional de
Energia 2030, a maior dificuldade para a sua aplicação não é o processo básico de
gaseificação, mas a obtenção de um equipamento capaz de produzir um gás de
qualidade, com confiabilidade e segurança, adaptado às condições particulares do
combustível e da operação.

3.5. Vantagens e Desvantagens de alguns tipos de Energia

3.5.1. Hidrelétrica
Vantagens Desvantagens
‒ Baixo custo de geração. ‒ Elevado investimento.
‒ Grandes blocos de energia. ‒ Alagamento de grandes áreas.
‒ Elevada vida útil. ‒ Promove mudanças climáticas.

3.5.2. Termoelétrica
Vantagens Desvantagens
‒ Opera em sistemas isolados. ‒ Emissão de gases.
‒ Atua com outras centrais. ‒ Chuvas ácidas.
‒ Aproveita resíduos (bagaço de ‒ Alto custo de instalação.
cana).

3.6. Desperdício de Energia no País

Principais causas:
Fatores Motivacionais
· Falta de informação técnica sobre o uso eficiente de energia
· Consciência coletiva sobre eliminação de desperdício
· Falta de ambiente favorável à inovação

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Programa de Educação e consciência na Empresa
Aos colaboradores
· Compreender a necessidade da energia e seus benefícios
· Aprender a aplicar novos processos
· Consciência do grupo gestor para implantar o programa

Na Empresa
· Formar consciência coletiva na empresa
· Implementar um conjunto de ações que possibilitem a melhoria no processo
de utilização e consumo de Energia Elétrica.

Para isso:
· Deve existir o comprometimento dos dirigentes
· A equipe gerencial deve estar comprometida
· Colaboradores e gerentes treinados sobre os novos conceitos.

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CAPÍTULO IV

4. USO RACIONAL DA ENERGIA ELÉTRICA

Vamos aos itens importantes, porem não devemos esquecer os conselhos


recebidos, para desligar as luzes, a TV quando for dar uma voltinha e desligar o
chuveiro para se ensaboar.

1) Em primeiro lugar deve-se verificar toda fiação que puder, pois todo condutor
elétrico que aquece deve ser melhor dimensionado (chame um eletricista e de
preferência profissionais com registro no CREA, apenas aumentar espessura
do fio pode não resolver o problema, fazer avaliação completa), pois o calor
liberado é perda de energia, essa medida vale também para as tomadas,
extensões etc.

2) Um teste fácil e simples pode ser feito no relógio de sua residência, desligue
todos os disjuntores da instalação e veja se o disco de metal que existe no
relógio medidor continua a girar mesmo que vagarosamente, (atenção não se
trata dos ponteiros), caso isso esteja acontecendo entre em contato com a
concessionária da região pois o medidor de sua residência está com
problemas.

3) Degele o congelador, por incrível que pareça uma geladeira cheia de gelo
consome muito mais, pois o gelo é isolante térmico e dificulta a circulação do
ar, e também acaba isolando o termostato (dispositivo que regula a
temperatura da geladeira) fazendo com que o mesmo não desligue. (Esta
medida também serve para o freezer).

4) Evite secar roupas ou colocar qualquer objeto que impeça à ventilação da


parte traseira da geladeira. Secar roupas atrás da geladeira é um desperdício
imenso de energia.

32
Ainda sobre a geladeira (freezer) verifique a borracha de vedação:
· 1º-Tente passar uma folha de papel entre a borracha de vedação da porta e o
metal, se isso acontecer providencie a troca da mesma;
· 2º-Observe se a mesma (borracha) tem rachaduras, furos, ou rasgos em caso
afirmativo troque-a. (A troca é fácil e baixo custo, e ao contrário do que se
pensa e mesma é parafusada por dentro e não colada, é só virar a borracha
p/ o lado e tira-la com auxilio de uma chave de fenda. A borracha é facilmente
encontrada em lojas e representantes de marca).

5) Troque todas as lâmpadas da casa por lâmpadas de led, a economia varia


entre 70 a 90% dependendo da marca e qualidade das mesmas, e mantenha-
as limpas (sem poeiras e gordura). Essa media vale também para todos os
tipos de lâmpadas.

Chuveiro Elétrico: É um dos maiores consumidores de energia. Reduza o tempo de


banho e mantenha a chave na posição "verão" em tempos quentes . Conserve os
orifícios de passagem da água com vazão original. Não reaproveite uma resistência
danificada, isso aumenta o consumo e é perigoso. Evite banhos nos horários de pico
de consumo.

Ar-Condicionado: O aparelho deve ser adequado às dimensões do ambiente.


Limpe o filtro periodicamente e faça a limpeza química das serpentinas quando
muito contaminadas, pois a sujeira dificulta a passagem do ar, e regule o termostato.
Se o aparelho ficar exposto aos raios solares, instale uma proteção. Já a potência
dos aparelhos de ar-condicionado deve ser reduzida nos dias de temperatura mais
baixa, no entanto, uma boa opção é desligar a máquina.

Ferro Elétrico De Passar Roupas: O ideal é reunir a maior quantidade possível de


roupas e passa-las de uma só vez. Evite ligar e desligar o passador várias vezes no
mesmo dia.

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Computador: Os computadores são dotados de um sistema que permite ao usuário
configurar o aparelho para quando ele não estiver sendo usado entre em modo
espera ou suspenso. O recurso ajuda a poupar energia e pode ser enquadrado
como Eficiência Energética.

Lojas de Rua: As lojas que funcionam nas ruas, fora dos grandes shoppings,
também podem contribuir para a redução do consumo de energia. O letreiro
luminoso na parte externa, por exemplo, deve ser substituído por modelos que não
usam eletricidade ou, simplesmente, ser desligado. Também é possível trocar as
lâmpadas do letreiro por outras menos potentes, e mais econômicas.
Atenção também para os cartazes luminosos, que devem ser ligados apenas no
período noturno ou substituídos pelos de papel.
Na parte interna das lojas, a recomendação é substituir o sistema de refrigeração,
por ventilação principalmente no inverno. De acordo com o Procel, a energia
consumida por um aparelho de ar-condicionado equivale ao que é gasto por dez
ventiladores.
Nas lojas que vendem roupas, o ideal é reduzir o número de peças expostas para
evitar o uso excessivo do ferro elétrico de passar.

Varejo: Freezers fechados consomem menos. As lojas devem redobrar os cuidados


para economizar energia. De acordo com o Procel, os estabelecimentos devem dar
preferência aos modelos de freezers com abertura de porta para cima , no lugar dos
abrem para frente. Além de consumir menos energia, eles conservam os alimentos
por mais tempo no caso de falta de energia elétrica. Para reduzir a conta e o
consumo, também é preciso trocar a iluminação, substituindo as lâmpadas comuns
se for o caso por led, mais, duradouras e dissipam pouco calor dentro do freezer.
Cobrir com isopor as partes do freezer que são de vidro é uma ótima opção durante
a noite onde as mercadorias não precisam ficar visíveis, a não ser que sejam vidros
duplos para diminuir as perdas.
Mesmo correndo o risco de aumentar as filas, os supermercados podem optar
por reduzir o número de caixas registradoras eletrônicas ou, até mesmo, substituir
esse fornecimento por energia solar, em caso de falta essa parte continua
funcionando.
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O micro-ondas, televisão, som e outros tipos de aparelhos que tenham RELÓGIO
e/ou CONTROLE REMOTO os mesmos consomem energia mesmo desligados, pois
mantêm o relógio, ou o circuito de recepção do controle remoto energizados
(consumindo).

Na indústria
Só utilizar motores e transformadores elétricos de alto rendimento e em
conformidade com a carga assim as perdas serão minimizadas.

A utilização eficiente e inteligente nas empresas significa:


Ø Eliminar desperdícios e reduzir custos;
Ø Otimizar o desempenho dos equipamentos com o mínimo de custo;
Ø Demonstrar atitude lógica e consciente na utilização do insumo “ENERGÍA”.

Para o País
Ø Otimizar investimentos no sistema elétrico;
Ø Reduzir custos para o país;
Ø Reduzir impactos ambientais;
Ø Induzir a modernização do país e das empresas.

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REFERÊNCIAS

www.administradores.com.br.

www.consorziomedit.com.

www.sisbin.ufop.br.

www.ebah.com.br.

www.ebanataw.com.br.

www.elektro.com.br.

www.exame.abril.com.br.

www.fisicanet.com.br.

www.geocities.ws/saladefisica5/leituras/eolica.html.

www.klimaquip.com.br.

www.mme.gov.br.

www.procobrebrasil.org.

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