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TRANSGÊNICOS
GOIÂNIA
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TRANSGÊNICOS
GOIÂNIA
2019
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INTRODUÇÃO
5. TRANSGÊNICOS NA MEDICINA
Um deles faz as larvas do mosquito brilharem sob uma luz especial (para que
elas possam ser identificadas pelos cientistas). O outro impede que os filhotes
cheguem à fase adulta, reduzindo, assim, a população do vetor da doença.
9. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
impactos dos transgênicos no meio ambiente e na saúde possa ser efetivada, mas,
infelizmente, tal atribuição não é exercida”.
Para o MPF, a fiscalização por parte da CTNBioé branda e incompatível com
a regulamentação internacional. “As agências regulatórias em outros países
analisam a implementação de transgênicos de forma ampla, visando identificar
efeitos imprevistos sobre a saúde humana e o ambiente. Por exemplo, os Estados
Unidos consideram que transgênicos que contenham toxinas devem observar o
mesmo rito de aprovação que agrotóxicos convencionais. Eles são considerados
pela Agência Ambiental Americana como “PlantIncorporated Protectants” (PIP’s -
Agrotóxicos Incorporados na Planta, em tradução livre).
Estas plantas possuem toxinas em seus tecidos que provocariam a morte de
determinadas pragas. A exigência da Agência de Proteção Ambiental americana
(EPA) acarreta a verificação da sua interação com organismos não-alvo (humanos,
plantas e animais) e com o meio ambiente. No Brasil, conforme entendimento
da CTNBio, a abordagem é diversa. Variedades como o Milho BT, Soja BT e Cana
BT foram autorizadas apenas como OGM’s e não como agrotóxicos. Ou seja, os
testes exigidos nos Estados Unidos não são realizados no Brasil.
A legislação brasileira igualmente determina que agentes biológicos de
controle sejam devidamente registrados como agrotóxicos, nos termos no decreto
nº 4.074/2002. Este fato é desconsiderado pela CTNBio no processo de liberação
dos transgênicos que se enquadrem na categoria
de Plant IncorporatedProtectants (agrotóxicos incorporados na planta)
Um exemplo pode ser tirado da pauta a ser examinada amanhã pela CTNBio:
a liberação do algodão geneticamente modificado, resistente a insetos e ao
herbicida 2,4-Diclorofenoxiacético.
A liberação foi solicitada pela Dow AgroSciences(Processo nº
01250.054356/2017-31). O MPF alerta que a liberação de um transgênico resistente
ao herbicida acarretará o incremento de sua utilização comercial, com
consequências desconhecidas à saúde e ao meio ambiente. No entanto, esta clara
interação é desconsiderada no processo de liberação. O órgão oficial considera
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(vv.)
DIREITO AMBIENTAL. BEM IMÓVEL PROTEGIDO,
EMBORA SEM TOMBAMENTO. ESSENCIALIDADE DA
PRESERVAÇÃO. FORMAS DIVERSAS DE PROTEÇÃO, POR
MEDIDAS DE CAUTELA. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO.
- Um bem de valor histórico, cultural ou artístico, deve ser
resguardado como de interesse público. A decisão agravada
apenas determinou que a agravante realize a elaboração de
um plano de manejo com aprovação do órgão competente,
pelo que não se justifica a revogação da liminar. A afirmação
de que o empreendimento está em fase final de implantação
não se pode sobrepor à lei ambiental, devendo ser evitados
acidentes como o que recentemente ocorreu na própria
Mariana e em Brumadinho.
- Depois de uma tragédia não haverá o que preservar, tornando
premente a invocação do princípio da prevenção, com
destaque para o que dispõe o artigo 216 da CF, cuja simples
leitura deixa explicitada a importância constitucional direta
dessa regr a, segundo a qual o Poder Público, com a
colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas
de acautelamento e preservação, inclusive, naturalmente, as
formas que o Poder Judiciário adotar como cautelares. Ou seja,
a proteção constitucional é ampla e não se restringe a bens
inventariados ou tombados, mas a qualquer bem de valor
histórico reconhecido (par. 1º).
- Segundo a CF (ver artigo 170, VI), "a atividade econômica
não pode ser exercida em desarmonia com os princípios
destinados a tornar efetiva a proteção ao meio ambiente",
como já decidiu o STF (ver ADI 3.540-MC, Rel. Min. Celso de
Mello, DJ de 3.2.2006).
- O Código Civil, a sua vez, estabelece (artigo 1.228), que o
proprietário tem o direito de usar, gozar e dispor da coisa, mas
tudo com a limitação imposta pelo par. 1º do mesmo artigo,
segundo o qual "o direito de propriedade deve ser exercido em
consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e
de modo que sejam preservados, de conformidade com o
estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e
artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas."
- O princípio da prevenção o que visa é evitar um perigo
concreto (já comprovado cientificamente como possível), o que
é o caso, pois os perigos da mineração são muito conhecidos
em Minas Gerais e pela própria recorrente. Já o princípio da
precaução pretende impedir um evento futuro e incerto, ou um
perigo abstrato (não certo, mas possível), como ocorre, por
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acontece hoje, quase 30 anos depois da adoção dessa técnica, é que nenhum risco
foi confirmado e houve um tremendo desenvolvimento da ciência. Em outras
palavras, a legislação vigente está desatualizada com a realidade.
Para as áreas de pesquisa e desenvolvimento isso se traduz num grande
desperdício de recursos. Com a restrição à utilização desse tipo de técnicas na
Europa, o investimento de empresas e governos acaba se perdendo, uma vez que
ninguém vai querer colocar dinheiro em algo sem uso, e com isso o desenvolvimento
dessas técnicas e a inovação do setor ficam seriamente comprometidos.
Além disso, quando essas técnicas estiverem sendo utilizadas em larga
escala em todo o restante do mundo, a Europa enfrentará sérios problemas porque
não será capaz de identificar o que é do que não é geneticamente modificado,
gerando perda de mercado.
Em seguida, quando confrontado com o argumento: “Se os transgênicos são
tão bons, por que a Europa não os aceita?”, o professor foi enfático:
“[…] A UE é, na sua essência, uma associação comercial criada para que a
indústria e a agricultura europeias fossem mais competitivas.
Por exemplo, na América do Sul, vocês brasileiros, argentinos e paraguaios
conseguem produzir soja e milho a um preço muito mais competitivo que qualquer
país europeu. Dessa maneira, para proteger a agricultura europeia dessa
competição, foram criadas barreiras comerciais.
Isso é confirmado, por exemplo, pelo fato de importarmos milhões de
toneladas de grãos transgênicos todos os anos, inclusive do Brasil, para alimentar
nossos rebanhos.”
E ainda completa:
“Há poucas coisas na ciência que foram tão testadas quanto os transgênicos.
Eu diria, inclusive, que eles foram testados até demais. Está absolutamente claro
que os transgênicos que estão no mercado são tão seguros quanto suas versões
não geneticamente modificadas.”
Agora, a luta do pesquisador é para viabilizar o uso do CRISPR-Cas9, uma
nova ferramenta de edição genética, e enquanto isso, acompanhamos os próximos
passos da legislação sobre o tema que certamente precisará de mudanças no futuro.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS