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Cultura

É um conjunto complexo e articulado de valores, crenças e normas que condicionam o


horizonte espiritual dos seres humanos e as realizações técnicas do grupo.

Cultura distingue-se de herança biológica: O choro à nascença não é exclusivo de um


grupo, é parte da natureza biológica dos seres humanos; mas o choro ou o refrear do choro
em circunstâncias determinadas são já traços característicos de uma certa forma de viver, são
já um elemento cultural.

Subcultura
Subculturas representam as “culturas” de grupos mais pequenos que se inserem na
sociedade. Todas as sociedades são portadoras de múltiplas subculturas que, no seu
conjunto, coexistem com a cultura dominante.
Ex: As festas aos santos populares são um traço cultural português embora cada
região/cidade as festeje de forma específica.

Cultura – elementos materiais e imateriais


Todas as culturas integram traços ou elementos de duas ordens: espiritual ou imaterial e
material. Os elementos espirituais e materiais não têm existência separada, antes interagem,
produzindo a cultura.
Ex: A fé – elemento imaterial da cultura – tem expressão nos locais de culto – elementos
materiais das respetivas culturas.

Os elementos imateriais compreendem as ideias, crenças, normas, valores, usos e costumes


do grupo. Neste conjunto, revestem-se de especial importância os valores, nomeadamente
os religiosos.

Padrões de cultura
Representam conjuntos próprios de maneiras de pensar, sentir e agir de uma sociedade
específica. Assim sendo, o padrão de cultura é uma referência sociológica que permite
identificar grupos sociais.

Valores Determinam e Legitimam as Condutas Sociais


Todas as sociedades têm padrões culturais específicos que as individualizam. Os elementos
geométricos do padrão anexo identificam e individualizam a cultura árabe.
Sendo considerados como elementos espirituais desejáveis, os valores orientarão os modelos
e as condutas individuais. Esses modelos, que os indivíduos vão interiorizando desde o
nascimento, funcionam como padrões de comportamento, tornando psicologicamente difícil
cometer atos proibidos, isto é, impedindo ou dificultando o desenvolvimento de
comportamentos que se afastam da norma.
Diversidade cultural
Considerando a diversidade de padrões de cultura, que representam formas que as
comunidades encontraram para resolverem os seus problemas quotidianos, é possível
identificar uma diversidade de padrões de cultura.

Diversidade cultural e etnocentrismo cultural


Quando um grupo entende que a sua cultura é superior a outra, entra-se no domínio do
etnocentrismo cultural. O etnocentrismo é um obstáculo à compreensão de outras culturas.

Etnocentrismo Cultural
Quando um grupo entende que a sua cultura é superior a outra, entra-se no domínio do
etnocentrismo cultural. O etnocentrismo é um obstáculo à compreensão de outras culturas.

A pessoa como produto e produtora de cultura


A cultura é dinâmica – a pessoa recebe a cultura do seu grupo de pertença – a pessoa é um
produto cultural –, mas também a transforma, aperfeiçoando-a, ajustando-a aos novos
condicionalismos sociais – a pessoa é produtora de cultura.

Socialização
Quando nasce, a criança é apenas um organismo biológico, preocupada com o seu bem-estar
físico. Apesar de já trazer os genes necessários ao ser humano, a criança ao nascer é, ainda,
um ser culturalmente em branco.
À medida que toma contacto com o ambiente grupal que a rodeia, a criança torna-se,
rapidamente, num ser cultural, adquirindo as maneiras de pensar, sentir e agir do seu grupo
de pertença.

O processo através do qual cada membro de um grupo adquire os traços da sua cultura
designa-se por socialização. Através deste processo, a integração social, a coesão social e a
reprodução social são alcançadas.
Características do processo de socialização:

• é um processo (não é um ato acabado);


• desenvolve-se ao longo da vida da pessoa;
• encontra-se a cargo de vários agentes;
• permite a integração social;
• permite a coesão social;

• permite a reprodução social.


Etapas do processo de socialização
A socialização inicia-se desde o nascimento e prolonga-se pela vida fora.
Ao longo da vida, o indivíduo vai passando por diversos grupos e situações, contribuindo todas
elas para a aprendizagem de novas maneiras de pensar, sentir e agir. A colaboração e o
respeito pelos outros é uma importante aprendizagem.

A aprendizagem da cooperação, mas também da competição, do saber ganhar e do saber


perder pode ser veiculada pelas experiências desportivas.
Muitas vezes somos confrontados com a necessidade de novas aprendizagens para que a
integração social seja uma realidade.

A socialização é um processo permanente que acompanha todos os membros da sociedade


pela vida fora.

Mecanismos de socialização

A aprendizagem é um dos mecanismos de socialização que permite aos mais jovens a


aquisição de alguns dos elementos que contribuem para a sua integração social.

Pela imitação, outro dos mecanismos de socialização, os mais jovens adquirem os


comportamentos para a sua futura integração social.
A aprendizagem de maneiras de pensar, sentir e agir pode ser adquirida por identificação com
aqueles que constituem modelos sociais.
Agentes de socialização
Agentes de socialização são aqueles que transmitem a cultura do grupo do qual os indivíduos
fazem parte.
Ex: Família, escola, igreja, amigos, grupos desportivos, meios de comunicação social, ..., são
os mais importantes agentes de socialização.

Ao iniciar os jovens no seu caminho para a integração social, a família é o primeiro e mais
importante agente de socialização.
A escola assume um importante papel na socialização dos jovens, transmitindo valores,
conhecimentos e atitudes.

Os meios de comunicação social têm tido um papel cada vez mais presente na socialização
dos jovens. A sua função é também a da reprodução social.

Tipos de socialização
Socialização primária – os membros do grupo aprendem os elementos da cultura
fundamentais à sua inserção social.
A criança vai tomando consciência do que lhe é exterior, repetindo e imitando atitudes e
comportamentos que descobre nos outros indivíduos, inicialmente nos seus familiares.
É grande a responsabilidade da família na socialização das crianças.
É nos primeiros tempos de vida que se pode interiorizar os valores fundamentais das
sociedades.
A família é fundamental.

Ex: aprender a falar, a comer, a ter hábitos de higiene, a respeitar os outros, ....
Socialização secundária – os membros do grupo aprendem outros comportamentos
necessários a uma inserção social mais completa e alargada.
A escola é um importante agente de socialização que se deverá adaptar às circunstâncias, sob
pena de impedir o desejável desenvolvimento pessoal e social das/dos jovens.
Os meios de comunicação social são fundamentais na transmissão da cultura das sociedades
em que os indivíduos se inserem. A aprendizagem é um processo construtivo e árduo. O
facilitismo poderá não ser a melhor opção.

Processos posteriores por meio dos quais o indivíduo faz a aprendizagem de novos papéis
sociais. Esta socialização deverá incluir a temática dos valores humanos.
Ex: aprender a ler e escrever, adquirir conhecimentos científicos, aprender a relacionar-se
com colegas num ambiente de trabalho,…
Interações sociais
A vida social implica interações entre os membros da coletividade:
• Interações informais – relações não duradouras, não estruturadas (sem finalidades e papéis
bem definidos); Ex: Participação num evento; assistência a um espetáculo; fila para o
transporte, …

• Interações formais – relações duradouras e estruturadas (finalidades e papéis sociais bem


definidos). Ex: Relações familiares; relações entre colegas de escola ou de empresa ; relações
entre amigos, …

Noção de grupo social


Conjunto de pessoas que estabelecem entre si relações duradouras com vista a alcançar
determinadas finalidades, partilhando interesses, valores e códigos de conduta.

Interações sociais e agrupamentos


As interações estabelecidas dão origem a formas de agrupamento distintas:

Tipos de agrupamentos
Agrupamentos não estruturados
Ex.: passageiros de um comboio, consumidores no centro comercial, espetadores no cinema,
teatro ou concerto….
Agrupamentos estruturados ou grupos
Ex.: família, amigos, escola, empresa, clube de futebol, partido político, …
Classificação dos grupos:

Quanto à pertença/refeência

Grupo de pertença – aquele a que a pessoa pertence, no qual está inserida. Pode gerar:
• Fenómenos de identificação (a pessoa identifica-se com os elementos do seu grupo);
• Fenómenos de rejeição (a pessoa rejeita os elementos de grupos diferentes).
Grupo de referência – é aquele a que a pessoa deseja pertencer. Funciona como grupo-
padrão:
• Os seus valores e comportamentos constituem modelos culturais a seguir;
• Influencia as opiniões e as atitudes das pessoas que querem sair do grupo de pertença e
inserir-se no grupo de referência.

Quanto à função social


Os grupos distinguem-se pela função que desempenham na vida social.
Ex: • Grupo Família – socialização;
• Grupo Empresa – produção de bens;

• Grupo Igreja – divulgação da fé e da doutrina;


• Grupo Desportivo – prática de desporto e educação física;
Quanto ao tipo de relacionamento
• Grupos primários – grupos que nos estão mais próximos, em termos afetivos, em que o tipo
de relacionamento entre os membros é informal, íntimo e total.

• Grupos secundários – dada a sua função utilitarista (obtenção de resultados, sucesso, etc.)
apresentam um relacionamento entre os seus membros de tipo formal e impessoal.

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