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Como pode a filosofia de Marx ser tão completamente mal interpretada e deformada?
A interpretação “materialista” ou “econômica” da História feita por Marx nada tem a ver,
absolutamente, com um suposto anelo “materialista” ou “econômico” considerado como o
impulso mais fundamental do homem. Ela significa que o homem, o homem real e total, os
“indivíduos vivos reais” – e não as ideias produzidas por estes “indivíduos – são o tema da
História e da compreensão das leis desta. De fato, a interpretação marxista da História poderia
ser denominada uma interpretação antropológica da História caso se quisessem evitar as
ambiguidades dos termos “materialista” e “econômico”; ela é a compreensão da História
baseada no fato de os homens serem “os autores e atores da sua história”.
Marx: Não é a consciência dos homens que determina seu ser social, porém, pelo contrário,
seu ser social é que determina a consciência deles.
O que é o trabalho?
O trabalho é o fator que medeia entre o homem e a natureza; é o esforço do homem para
regular seu metabolismo com a natureza. O trabalho é a expressão da vida humana e através
dele se altera a relação do homem com a natureza; por isso, através do trabalho, o homem
transforma-se a si mesmo.
Marx viu que a força política não pode produzir nada para que não tenha havido preparação
no processo político e social. Daí, a força, se necessária, pode dar, por assim dizer, apenas o
último empurrão a uma evolução já virtualmente ocorrida, mas nunca poder produzir algo de
realmente novo.
A atividade humana.
Nem a posse,nem o poder, nem a satisfação sensual, ensina Fausto, podem preencher o
desejo de significado para sua própria vida que o homem tem; em tudo isso, ele permanece
separado do todo, e por isso infeliz. Só ao ser produtivamente ativo, pode o homem encontrar
sentido para sua vida e, embora assim ele a aproveite, não se agarra a esta vorazmente. Ele
desistiu da cobiça de ter, e fica satisfeito em ser; sente-se farto por estar vazio; ele é muito,
por ter pouco. Hegel apresentou a expressão mais metódica e mais profunda da ideia do
homem produtivo, do indivíduo que é ele mesmo, na medida em que não é passivo-receptivo,
mas ativamente relacionado com o mundo; que é um indivíduo apenas no processo de
apreender o mundo produtivamente, e assim tornando o seu mundo. Ele enunciou a ideia
assaz poeticamente ao dizer que o sujeito, ao desejar levar um conteúdo à realização, o faz
“traduzindo-o da noite da possibilidade para o dia da realidade”. Para Hegel, o
desdobramento de todas as faculdades, capacidades e potencialidades individuais só é
possível por meio de ação contínua, nunca pela exclusiva contemplação ou receptividade. Para
Spinoza, Goethe, Hegel, assim como para Marx, o homem só está vivo na medida em que é
produtivo, na medida em que abarca o mundo exterior no ato de manifestar seus próprios
poderes humanos específicos e de abarcar o mundo com estes. Na medida em que o homem
não é produtivo, na medida em que é receptivo e passivo, ele nada é, está morto. Neste
processo produtivo, o homem realiza sua própria essência, retorna à sua própria essência, o
que em linguagem teológica, nada mais é que seu retorno a Deus.
Se uma pessoa ama sem inspirar amor, isto é, se não é capaz, ao manifestar-se uma pessoa
amável, de tornar-se amada, então o amor dela é impotente e uma desgraça.
Propriedade Privada
“A propriedade privada tornou-nos tão estúpidos e parciais que um objeto só é nosso quando
o temos, quando ele existe para nós como capital ou quando é diretamente comido, bebido,
vestido, habitado etc., em suma, utilizado de qualquer maneira.”
A meta da sociedade, para Marx, não é a produção de coisas úteis como meta em si mesma.
Esquece-se facilmente, diz ele, “que a produção de coisas úteis em demasia redunda em
pessoas inúteis em demasia”.
Para Marx, a meta do socialismo era a emancipação do homem, e esta era a mesma coisa que
a auto-realização dele no decurso de seu relacionamento e identificação com o home e com a
natureza. A meta do socialismo era o desenvolvimento da personalidade individual. O que
Marx pensaria de um sistema como o comunismo soviético manifestou muito claramente em
uma exposição daquilo a que chamava de “comunismo vulgar”, com o que se referia a certas
ideias e práticas comunistas da época. Esse “comunismo vulgar” aparece sob dupla forma; a
dominação da propriedade material agiganta-se tanto que visa a destruir tudo que é incapaz
de ser possúido por todos como propriedade privada. Ele deseja eliminar o talento etc. Pela e
da existência. O papel do trabalhador não é abolido, mas estendido a todos os homens. A
relação da propriedade privada permanece snedo a relação da comunidade com o mundo das
coisas. Finalmente, essa tendência para contrapor a propriedade em geral à propriedade
privada expressa-se sob uma forma animal: o casamento é contrastado com a comunidade das
mulheres.
Tema Central.
A crítica central feita por Marx ao capitalismo não é a injustiça na distribuição da riqueza; é a
perversão do trabalho, convertendo-o em trabalho forçado, alienado, sem sentido – por
conseguinte, a transformação do homem em uma “monstruosidade aleijada”. O conceito
marxista do trabalho como expressão da individualidade do homem é expresso sucintamente
em sua visão da abolição completa da sujeição do homem a vida inteira a uma única ocupação.
Visto que a meta do desenvolvimento humano é a do desenvolvimento do homem total e
universal, o homem tem de ser emancipado da influência mutiladora da especialização.