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Manual

Protocolos
farmacológicos e de
atendimento em
portadores de doenças
cardiovasculares

1
Autores

Juliana Estevam Ramos


Maria Eduarda Araujo Cavalcante
Lael Sobreira
Raíra Santos
Matheus

2
SUMÁRIO

Introdução--------------------------------------------------------------------------------4
Protocolo solução Anestesio epinefrina----------------------------------------------5
Protocolo hipertensão-------------------------------------------------------------------6
Protocolo doença cardiaca isquemica-------------------------------------------------8
Protocolo doença cardiaca congestiva ------------------------------------------------9
Protocolo arritmia cardiaca------------------------------------------------------------10
Protocolo endocardite-------------------------------------------------------------------11

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PROTOCOLOS FARMACOLÓGICOS E DE ATENDIMENTO EM
PORTADORES DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

DOENÇAS ATENDIMENTO
CARDIOVASCULARES ODONTOLÓGICO

Segundo Mancini & Sampaio (2006) as doenças cardiovasculares ainda representam um


alto índice de mortalidade no país, mesmo com sua significativa redução desde os anos de
1980. Cohen & Gunstad (2010) evidenciam que essas doenças, por serem de caráter
sistêmico, implicam no comprometimento de outros órgãos. O fluxograma abaixo visa
simplificar como as doenças cardiovasculares estão diretamente envolvidas no cotidiano
do Cirurgião-Dentista.

FLUXOGRAMA 1- Esquema de doenças cardiovasculares.

O NÚMERO DE PORTADORES
TEM AUMENTADO

DOENÇAS
TRATAMENTO
CARDIOVASCULARES
ODOTOLÓGICO DOSES ELEVADAS:
PODEM ELEVAR PA

CUIDADOS NECESSÁRIO
PACIENTE PORTADOR
ADICIONAIS DO ESCOLHER
CIRURGIÃO- ANESTÉSICO
DENTISTA ADEQUADO

GERALMENTE: NÃO
USAR ANESTÉSICOS CONTROLE
SOLUÇÕES COM
ANESTÉSICAS VASOCONSTRITOR DA DOR
4

Fonte: Autores, 2019.


COMO A EPINEFRINA PODE SER UTILIZADA COMO SOLUÇÃO
ANESTÉSICA COM VASOCONSTRITOR EM PACIENTES
PORTADORES DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Uso da epinefrina;
- Durante a anamnese (etapa primária do exame clínico), o profissional deve
atentar á quais doenças, dificuldades e limitações o paciente sofre;
-Os efeitos da Epinefrina na Pressão Arterial (PA) dependem da dose e da via
de administração;
-Em via subcutânea o efeito na PA é mínimo;
-Doses elevadas no interior dos vasos sanguíneos, causam um aumento da
PA;
-Atentar a pacientes que sofrem de doença cardíaca isquêmica, pois aumenta
a frequência cardíaca e a força de contração ventricular;
- A epinefrina também podem irritar células do marca-passo cardíaco
causando disritmias, sendo negativo para pacientes portadores de doença
cardiovascular; -É importante a sedação mínima farmacológica da
epinefrina, a fim de reduzir a liberação de catecolaminas;
-A incorporação de epinefrina ás soluções anastésicas locais proporciona um
controle mais adequado a hemostasia;
Indicações
-A dose máxima recomendada é de 0,04mg por sessão, sendo bastante
conservadora;
Contraindicações
-O uso de soluções que contêm efinefrina 1:50.000 não é recomendado para
pacientes com doença cardiovascular;
-Os fios de retração gengival com epinefrina não devem ser empregados em
pacientes com risco cardiovascular;
-A absorção de epinefrina pela mucosa é rápida.

5
HIPERTENSÃO

Pacientes ASA II HIPERTENSÃO NO ESTÁGIO 1 — pressão arterial controlada ou


situada nosPacientes
limites deASA II HIPERTENSÃO
até 160/100 mmHg, assim NOaferida
ESTÁGIO — consulta:
no dia1 da pressão arterial
controlada
-Pacienteou podesituada nos limitesa de
ser submetido até 160/100 mmHg,
procedimentos assim aferida
odontológicas no dia
do caráter da consulta:
efetivo ou de
-Paciente
urgência pode ser submetido a procedimentos odontológicas do caráter efetivo ou de
urgência
-Fazer a anamnese e avaliar existência de outras alterações sistêmicas.
-Fazer
-Fazera anamnese e avaliar
consultas curtas, existência de outras
preferencialmente alterações
na parte sistêmicas.
da manhã (entre 10-12h).
-Fazer consultas curtas, preferencialmente na parte da manhã
Procedimento mais prolongados, monitorando a pressão arterial durante (entre 10-12h). a
Procedimento
intervenção. mais prolongados, monitorando a pressão arterial durante a intervenção.
-Prescreva
-Prescreva umum benzodiazepínico,
benzodiazepínico,para evitar
para o aumento
evitar o aumentodadapressão
pressãoarterial
arterialpor condições
por
emocionais.
condições emocionais.
-Empregue
-Empregue soluções
soluçõescontendo
contendo felipressina
felipressina0,03 UI/mL
0,03 UI/mL(associada
(associada à prilocaína
à prilocaína 3%) ou
3%)
epinefrina nas concentrações
ou epinefrina 1:200.000
nas concentrações ou 1:100.000
1:200.000 (em associação
ou 1:100.000 (em associaçãoà lidocaína 2% ou
à lidocaína
articaína 4%). Dê preferência
2% ou articaína para as soluções
4%). Dê preferência com menor
para as soluções comconcentração de vasoconstritor
menor concentração de
-Evita injeção
vasoconstritor intravascular e para não ultrapassar o limite máximo de
2 -Evita
tubetes anestésicos
injeção intravascularcontendo epinefrina
e para não ultrapassar 1:100.000
o limite máximo de ou2 4tubetes
tubetes
anestésicos contendo epinefrina 1:100.000 ou 4 tubetes com epinefrina 1:200.000
com epinefrina 1:200.000 por sessão atendimento. O limite máximo
por sessão atendimento. O limite máximo para a felipressina é de 3 tubetes.
para a felipressina
-Controle é de 3detubetes.
dor pós-operatória preferência a dipirona ou paracetamol .Evite o uso
-Controle dor pós-operatória
de anti-inflamatório não esteroide de preferência a dipirona ou
paracetamol .Evite o uso de anti-inflamatório não esteroide

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Pacientes ASA II HIPERTENSÃO NO ESTÁGIO 2 — pressão arterial atingindo níveis
> 160/100 mmHg, mas ainda sem ultrapassar 180/110 mmHg:
-Contraindicados procedimentos odontológicos eletivos.
-Urgências odontológicas não pode ser postergada a conduta mais importante é o pronto
alívio da dor, que é conseguido por meio da anestesia local e da remoção da causa. Para
isso, empregue uma solução de prilocaína 3% com felipressina (máximo de 2-3 tubetes).
Procedimento de forma rápida (máximo 30 minutos)

Pacientes
PacientesASA
ASA IIIIII
HIPERTENSÃO
HIPERTENSÃO SEVERA,
SEVERA, “ASSINTOMÁTICA”
“ASSINTOMÁTICA” —— pressão
pressão
arterial
arterial
ememníveis
níveis> 180/110
> 180/110mmHg,
mmHg, masmasainda
aindasem
semapresentar
apresentar
sintomas:
sintomas:
-Qualquer
-Qualquer procedimento
procedimento odontológico
odontológicoestá
estácontraindicado.
contraindicado.NoNocaso
caso
dedeurgências
urgências
odontológicas
odontológicaso atendimento
o atendimentodeverá
deverá
serser
feito
feito
emem ambiente
ambientehospitalar.
hospitalar.
-A-Aadministração
administraçãodede medicamentos
medicamentosanti-hipertensivos
anti-hipertensivosparapara
o controle
o controledadahipertensão
arterial
hipertensão
é uma arterial
competência
é umamédica.
competência
Portanto,
médica.
o cirurgião-dentista
Portanto, o cirurgião-dentista
não deve empregar
não
tais
deve
medicamentos
empregar taisemmedicamentos
seu consultório,
emnaseutentativa
consultório,
de baixar
na tentativa
a pressãodearterial
baixar ado
paciente
pressãoe arterial
prosseguir
do paciente
o tratamento
e prosseguir
odontológico,
o tratamento
mesmoodontológico,
em casos de urgência.
mesmo em
casos de urgência.

Pacientes
Pacientes ASAASA III HIPERTENSÃO
III HIPERTENSÃO SEVERA,SEVERA, “ASSINTOMÁTICA”
“ASSINTOMÁTICA” —
— pressão arterial
em níveis
pressão> 180/110
arterial em mmHg,
níveismas ainda sem
> 180/110 apresentar
mmHg, sintomas:
mas ainda sem apresentar
-Qualquer procedimento odontológico está contraindicado. No caso de
sintomas:
urgências odontológicas
-Qualquer procedimento o atendimento
odontológicodeverá ser feito em ambiente
está contraindicado. No caso de
hospitalar.
urgências odontológicas o atendimento deverá ser feito em ambiente
-A administração
hospitalar. de medicamentos anti-hipertensivos para o controle da
hipertensão arterial éde
-A administração uma competênciaanti-hipertensivos
medicamentos médica. Portanto,parao cirurgião-dentista
o controle da
não hipertensão
deve empregar tais émedicamentos
arterial em seu
uma competência consultório,
médica. Portanto,nao tentativa de
cirurgião-dentista
baixar
nãoa deve
pressão arterialtais
empregar do medicamentos
paciente e prosseguir
em seu oconsultório,
tratamentonaodontológico,
tentativa de
baixar
mesmo emacasos
pressãode arterial
urgênciado. paciente e prosseguir o tratamento odontológico,
mesmo em casos de urgência.

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DOENÇA CARDÍACA
ISQUÊMICA

Doença cardíaca isquêmica: protocolo de atendimento


-Anamnese: investigue a frequência das crises de angina do peito ou o tempo
decorrido desde o infarto do miocárdio. Avalie a pressão arterial sanguínea,
Anote todos os medicamentos de que o paciente faz uso e os horários das
tomadas.
-Entre em contato com o cardiologista para ser informado sobre as atuais
condições cardiovasculares do paciente.
-Se o paciente estiver fazendo uso de um vasodilatador coronariano, argumente
com o cardiologista sobre a conveniência de se administrar ma dose profilática
de dinitrato de isossorbida 2,5-5mg por via sublingual, 1-2 minutos antes do
inicio do atendimento.
-Pacientes que fazem uso contínuo de anticoagulantes como a varfarina devem
ter a RNI avaliada preferencialmente em período < 24 h antes de procedimentos
que causem sangramento, para evitar o risco de hemorragia. Em pacientes que
apresentem RNI estável, é aceitável a avaliação da RNI em um período de até
72 h antes do procedimento. 15,16 Em alguns casos, o médico poderá decidir
pela substituição da varfarina por heparina.
-Monitorize a pressão arterial e a frequência cardíaca durante o procedimento,
se possível por meio de um monitor digital de pulso.
-Oriente os cuidados pós-operatórios, com especial atenção para se evitar
ambientes, atividades ou situações estressantes.
-Prescreva medicação pós-operatória para o controle efetivo da dor. Dê
preferência aos corticosteroides e aos analgésicos como a dipirona ou o
paracetamol, nas doses habituais. Evite o uso de anti-inflamatórios não
esteroides.
-Pacientes com implantação recente de stents (até 30dias) podem ser candidatos
à profilaxia antibiótica da endoarterite (ver mais adiante).

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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
CONGESTIVA

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
- Durante a anamnese é importante atentar a data da última consulta do paciente e
decorrentes alterações dos medicamentos;
-Pacientes com dificuldade respiratória (dispneia) devem passar por uma atenção médica
antes do início do tratamento odontológico;
-O atendimento deverá ser de curta duração, além de uma anestesia perfeita no paciente;
-A sedação mínima pelo uso de midazolam 7,5 ou lorazepam 1mg (em idosos), oo
complemento de outros métodos de condicionamento;
-No caso de ICC estável (assim avaliada pelo médico), podem ser empregados pequenos
volumes de soluções anestésicas contendo epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 ou
felipressina 0,03 Ul por mL;
-Coloque a cadeira na posição semi-inclinada, pois o paciente pode apresentar dificuldade
respiratória na posição deitada;
-Monitore a pressão arterial (PA) e a frequência cardíaca (FC) em intervalos regulares
durante a consulta;
-Se houver aumento significativo da PA e ou da FC em intervalos regulares durante a
consulta;
-Se houver aumento significativo da PA e ou da FC durante o atendimento é recomendável
fazer um período de repouso e esperar que retornem aos limites normais. Se isso não
ocorrer, é prudente interromper o atendimento e encaminhar o paciente ao médico para
investigar as causas dessa alteração;

9
ARRITMIA CARDIACA

PROTOCOLO
PROTOCOLO DE DE ATENDIMENTO
ATENDIMENTO
Faça
Faça contato com cardiologista, solicitando
contato com cardiologista, solicitando informações
informações sobre
sobre oo tipo
tipo ee severidade
severidade da
da
arritmia, bem como as condições atuais do paciente.
arritmia, bem como as condições atuais do paciente.
No
No caso
caso de
de paciente
paciente com
com fibrilação
fibrilação atrial,
atrial, investigue
investigue se
se ele
ele está
está fazendo
fazendo uso
uso de
de
anticoagulantes. Em caso avalie se a RNI atual é compatível com
anticoagulantes. Em caso avalie se a RNI atual é compatível com intervenção intervenção
odontológica.
odontológica.
Anestesia local perfeita,
Anestesia local perfeita, tomando
tomando oo cuidado
cuidado de de injetar
injetar lentamente,
lentamente, após
após aspiração
aspiração negativa.
negativa.
As
As sessões de atendimento devem ser agendadas preferencialmente no período da manhã,
sessões de atendimento devem ser agendadas preferencialmente no período da manhã,
sendo de curta
sendo de curta duração.
duração.
Evitar
Evitar oo uso
uso Epinefrina.
Epinefrina.
Monitoração do pulso, a FC e a da PA em intervalos regulares durante a consulta.
Monitoração do pulso, a FC e a da PA em intervalos regulares durante a consulta .

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ENDOCARDITE

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO

1. Realizar uma anamese correta abordando pontos chaves do


assunto em questão
2. Após a anamese que confirma um pré-disposição cardiopata
entrar em contato com o cardiologista e solicitar para que ele avalie
o paciente ou se informar com o cardiologista do paciente que já
tenha a resposta.
3. Informar ao cardiologista sobre o procedimento levando em
consideração o que será feito, quantas sessões serão, os
medicamentos usados pré e pós o tratamento como anestesicos
locais e medicamentos pós procedimento.
4. Realizar o procedimento com a menos quantidade de anestesico
possivel e de selecionar bem (epinefrina ou felipressina) o
anestesico local.
5. Se nescessario medicar o paciente antes do procedimento e em
caso de retorno para outros procdimentos é interessante dar um
intervalo de 10 a 14 dias entre as sessões.

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