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O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NA NOVA REFORMA DO ENSINO MÉDIO

Cristiane Rosa Lopes


Sabriny Anarlyne F. B. de Menezes1

Universidade Estadual de Goiás, Campus Campos Belos

RESUMO

Este artigo tem como principal objetivo discutir a nova reforma do Ensino Médio, aprovada
através da Medida Provisória nº 746 (BRASIL, 2016) e da Base Nacional Comum Curricular
(BRASIL, 2017), analisando as principais mudanças em relação ao ensino de língua inglesa
no Brasil. Além disso, foram analisados os relatos de uma professora em relação ao seu
conhecimento, expectativa e avaliação da BNCC Para o referencial teórico utilizou-se:
autores/pesquisadores do ensino de língua estrangeira na Educação Básica, em especial da
língua inglesa, e principalmente os documentos mais recentes que estão pautando a nova
reforma do Ensino Médio (MP nº 746 e a BNCC). Em relação à abordagem metodológica da
pesquisa, podemos classificá-la como sendo de base qualitativa. Na primeira etapa foram
utilizados procedimentos técnicos característicos da pesquisa bibliográfica e da pesquisa
documental. A segunda etapa consistiu numa pesquisa de campo em um centro de ensino da
cidade de Campos Belos-GO, através da aplicação de um questionário para a professora de
língua inglesa do Ensino Médio. Nas análises dos dados foram discutidos o contexto histórico
do ensino de inglês no país, as principais mudanças trazidas pela nova reforma do Ensino
Médio, identificando prováveis benefícios que a mudança poderá trazer, assim como as
dificuldades para sua implementação e melhoria do ensino.

Palavras-chave: Medida Provisória 746/2016. Ensino Médio. Ensino de Língua Inglesa.


Mudanças.

ABSTRACT

This research has as main objective to discuss the new reform of High School, approved
through the Provisional Measure nº 746 (BRAZIL, 2016) and the National Curricular
Common Base (BRASIL, 2017), analyzing the main changes in relation to English language
teaching in Brazil. In addition, was analyzed the reports of a teacher regarding her
knowledge, expectations and evaluation of the BNCC. For the theoretical reference was used:
authors/researchers on the teaching of foreign language in Basic Education, especially the
English language; documents and guidelines that govern the educational practices in High
School, such as the National Curricular Parameters of High School (BRASIL, 2002) and the
Curricular Guidelines for Secondary Education (BRASIL, 2006); and especially the most
recent documents that are guiding the new reform of High School (MP nº 746 and the
BNCC). In relation to the methodological approach of the research, we can classify it as

1
Docente e Acadêmica do curso de Letras – Português, Inglês e suas respectivas Literaturas da Universidade
Estadual de Goiás – Campus Campos Belos. E-mail: binynha10@outlook.com
12

having a qualitative basis. In the first stage technical procedures characteristic of


bibliographic research and documentary research were used. The second stage consisted of a
field research in a teaching center in the city of Campos Belos-GO, through the application of
a questionnaire to the English-language teacher of High School. In the analysis of the data
was discussed the historical context of English teaching in the country, the main changes
brought by the new High School reform, identifying probable benefits that the change may
bring, as well as the difficulties for its implementation and for the improvement of teaching.

Key Words: MP 746/2016. High School. Teaching English Language. Changes.

1. Introdução

As recentes mudanças nas diretrizes que regem o Ensino Médio do país, ocorridas a
partir da aprovação da Medida Provisória 746 de 22 de Setembro de 2016, têm provocado
uma série de polêmicas, como a obrigatoriedade do ensino de Língua Inglesa como única
opção de língua estrangeira. Tendo em vista a necessidade de compreender e conhecer melhor
essas e outras alterações que estão acontecendo no campo da educação, surge a necessidade
de discutir o ensino de Língua Inglesa na nova reforma do Ensino Médio. Busca-se enfatizar a
área de ensino da disciplina de Língua Inglesa, tendo em vista que esta está entre as três
disciplinas consideradas obrigatórias na nova reforma do Ensino Médio (Língua Portuguesa,
Matemática e Língua Inglesa).
O ensino de Língua Inglesa nas escolas regulares vem ocorrendo de forma ineficaz e
estática ao longo dos anos e o fato de esta reforma posicioná-la entre as principais disciplinas
obrigatórias é só o primeiro passo para as mudanças necessárias que precisam ocorrer em
relação à forma como esta é ensinada. Portanto, decidiu-se analisar, discutir e refletir a
respeito das demais mudanças necessárias como, por exemplo, o aumento de carga horária da
disciplina, a mudança das metodologias ultrapassadas que ainda são utilizadas, a melhor
qualificação de professores da língua e a diminuição no número de alunos por turma.
Segundo a pesquisa O Ensino de Inglês na Educação Pública Brasileira, elaborada
pelo Instituto de Pesquisas Plano CDE em 2015 para o British Council,

[...] o ensino do inglês é pouco regulamentado no Brasil e sua oferta


apresenta pouca padronização. Esse cenário dificulta a implementação de
processos de avaliação e mensuração do ensino do inglês em nível nacional.
Não existem indicadores para o ensino da língua inglesa, como fazem o
IDEB e o SAEB para o ensino de português e matemática. Isso reforça a
baixa importância conferida à língua estrangeira dentro da grade curricular e
torna mais difícil acompanhar a qualidade da oferta e gerar estratégias
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comuns para melhorar o seu aprendizado. (BRITISH COUNCIL/Plano CDE,


2015, p. 8)

Considerando tal prerrogativa, compreende-se a necessidade de mudanças nas


diferentes esferas que regem o ensino de Língua Inglesa no país, desde as Federais até as
Municipais e Estaduais, abrangendo as instâncias decisórias: Base Nacional Comum
Curricular (BRASIL, 2017), Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL, 1996), Parâmetros
Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, 2000) e as Secretarias de Educação (dos Estados e
Municípios) que devem contribuir para a realização de mudanças que a nova reforma ainda
não abrange.
As metodologias precisam ser mudadas, novas formas de ensinar a Língua Inglesa
em sala de aula precisam ser estudadas, tendo em vista que o que se percebe nas escolas é que
geralmente a disciplina é ensinada de forma muito superficial e ineficaz. Segundo a
pesquisadora Vivian Albertoni (2011, p. 59),

Não importa a gerência da escola, existe forte cobrança para que a aula de
LE seja um espaço para o aprendizado de vocabulário básico (na verdade,
memorização e manuseio auxiliar de dicionário) e elementos de estrutura
sintática. As atividades mais próximas à cultura são a leitura de textos
selecionados (no livro didático, fotocopiados pelo professor e,
modernamente, na Internet) e a assistência a filmes e programas de TV na
LE.

Ou seja, as metodologias devem e precisam estar de acordo com as demandas atuais,


considerando o contexto atual de ensino que é o mundo globalizado e tecnológico. Os alunos
devem ter a oportunidade de realizar uma imersão maior na cultura da língua inglesa para que
possam compreendê-la e apreendê-la de forma mais significativa, considerando a importância
de expansão do conhecimento quanto à formação e à importância da língua e de reflexão
crítica em relação às diferenças culturais presentes na sociedade.
Outras mudanças como uma melhor qualificação dos docentes, o aumento de carga
horária e a diminuição na quantidade de alunos por turma também devem ser discutidas,
considerando que a realidade atual de ensino da disciplina apresenta problemas em relação à
falta de profissionais qualificados na área, pouco tempo para as aulas da disciplina e
superlotação das salas de aula. Portanto, a criação da reforma é apenas o passo inicial dado
em busca das melhorias necessárias para o ensino da língua, tendo em vista que a mesma
garante maior importância para a disciplina por posicioná-la entre as três principais. Todavia,
é preciso que haja mudanças e meios para que a reforma funcione com eficácia e significância
de forma a melhorar o ensino.
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O principal objetivo do presente artigo é discutir e entender a nova reforma do


Ensino Médio e as novas mudanças que já estão ocorrendo no ensino brasileiro, de forma a
possibilitar reflexões e melhores informações quanto aos seus benefícios, malefícios e
consequências. Pretendeu-se discutir também as demais mudanças necessárias para que esta
nova reforma alcance o seu objetivo, que é melhorar o ensino brasileiro, principalmente em
relação a forma como a Língua Inglesa virá a ser ensinada daqui pra frente.

2. A necessidade de discussão a respeito da nova reforma

A nova reforma do Ensino Médio brasileiro tornou-se assunto recorrente após o


surgimento e aprovação da Medida Provisória 746, de 22 de Setembro de 2016, pelos
governantes brasileiros, que julgaram a reforma como necessária, tendo em vista a situação
em que se encontra o sistema educacional do país, principalmente em relação ao Ensino
Médio. Houve muitos protestos contra a reforma, pois a Medida foi proposta e aceita muito
rapidamente, não houve tempo para muitas discussões. Professores, alunos e trabalhadores da
educação gostariam de terem sido ouvidos e defendem que a reforma deveria ter sido melhor
discutida antes de ser aprovada.
Mesmo com a reprovação de muitos, a reforma foi instituída e muitas mudanças já
ocorreram no Ensino Médio de algumas escolas brasileiras como, por exemplo, a
implementação dos Centros de Ensino em período integral. Dentre as mudanças mais
discutidas, podemos apontar: a inclusão da possibilidade de escolha entre formação
tradicional ou técnica; a autorização para contratação de professores que não possuem curso
superior (licenciatura), mas que apresentam “notório saber”; o aumento da carga horária para
1.400 horas; e a não obrigatoriedade do ensino de arte e educação física na Educação Infantil
e Ensino Fundamental, e a oferta facultativa dessas disciplinas no Ensino Médio.
Visando compreender melhor essas mudanças e as principais consequências que elas
podem acarretar no sistema educacional brasileiro, ver-se a necessidade de discutir essa nova
reforma, enfatizando as mudanças que dizem respeito ao ensino de Língua Inglesa no país. A
medida torna o ensino da língua obrigatório a partir do sexto ano do Ensino Fundamental e
durante todo o Ensino Médio, o que pode representar um grande avanço no ensino dessa
língua estrangeira no país, considerando que ela poderá ser trabalhada com maior ênfase,
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cuidado e dedicação, além de propiciar uma maior valorização do profissional licenciado em


Letras e de trazer maiores possibilidades para o bilinguismo no Brasil.
É indiscutível a importância da aprendizagem da Língua Inglesa, tendo em vista o
contexto mundial de expansão dessa língua, que é considerada a língua franca contemporânea,
e já é a segunda língua mais falada no mundo. Aprendê-la significa expandir-se não só no
sentido educacional, mas principalmente no profissional, pois dominá-la se tornou quesito
indispensável para o mercado de trabalho. Discussões em relação ao ensino desta língua
sempre existiram no contexto nacional, principalmente em relação à sua carga horária, melhor
capacitação dos professores e quanto às metodologias adotadas em seu ensino, mas poucas
mudanças ocorreram. Espera-se agora que com esta nova reforma, seja possível perceber reais
possibilidades de melhorias.
A colocação da disciplina de Língua Inglesa entre as três disciplinas obrigatórias do
novo ensino médio (Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Matemática) traz novos caminhos
para o seu ensino, mas também chama a atenção para a urgência de melhorias na formação
dos novos professores e da escolha de metodologias mais abrangentes e eficazes. Tornar a
disciplina obrigatória é apenas o primeiro passo a ser tomado, pois é preciso que haja também
aumento na carga horária da disciplina, o desenvolvimento de um novo currículo e parâmetros
com novas metodologias. Além disso, os cursos de licenciatura da língua precisam ser
avaliados de forma a melhorar a formação de seus profissionais, principalmente garantindo
que os mesmos adquiriam competência linguística. Ou seja, que tenham fluência na língua
que irão ensinar.
Discutir essas questões é de extrema importância, pois a reforma já pode ser
implementada definitivamente a partir de 2019 e muitos ainda não possuem conhecimento da
mesma. Diante do exposto, o presente artigo visa discutir as mudanças já ocorridas e as que
ainda precisam ocorrer para que o ensino da Língua Inglesa realmente ocorra de forma
significativa. Desta forma, os alunos poderão aprimorar a aprendizagem da língua e expandir
seus horizontes culturais e linguísticos, obtendo a garantia de melhores possibilidades em sua
carreira profissional e em sua vida pessoal, tendo em vista que o domínio desta língua pode
ampliar as interações interculturais no mundo globalizado em que vivemos.

3. As principais mudanças propostas pela nova reforma do ensino médio


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O âmbito educacional brasileiro vem apresentando problemas já há algum tempo.


Conforme mencionado na Introdução, nos últimos anos os resultados obtidos pelos alunos,
principalmente do ensino médio, em provas como o Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM), e nos dados alcançados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(IDEB), responsável por medir a qualidade do ensino no país, foram ainda mais
insatisfatórios. A meta do IDEB em 2017 era, segundo o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), uma média de 4,7 e o índice alcançado foi
3,8, o que tornou a necessidade de mudanças ainda mais urgente.
Após a constatação desses fatos, surgiu a proposta de criação de uma nova reforma
para o ensino médio brasileiro. Para tanto o governo federal decidiu, no dia 22 de setembro
de 2016, encaminhar ao Congresso Nacional a Medida Provisória (MP) nº 746/2016, com o
intuito de reestruturar o ensino médio do país. A reforma propõe várias mudanças, dentre
elas: o direito de escolha por formação tradicional ou técnica; a autorização para a
contratação de professores sem licenciatura, que tenham um “notório saber” na área; e a
educação em tempo integral.
Ao tomarem conhecimento das propostas trazidas por essa medida provisória,
muitos professores, alunos, profissionais da educação, pais e outras pessoas da sociedade
demonstraram preocupação e revolta devido ao fato de o governo ter decidido tomar tais
medidas através de uma MP, e por não ter permitido a realização de discussões relativas às
determinações propostas pela medida. Houve muitos protestos em todo o país, escolas e
outros núcleos de educação foram ocupados por alunos e outros membros, professores
entraram em greve e houve várias paralizações de aulas.
Os protestos foram contra a aprovação desta MP, já que, conforme já mencionado,
faltou uma discussão quanto às mudanças necessárias e quanto ao conteúdo apresentado pelo
governo através da medida proposta. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Educação (CNTE) e o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo
(APEOESP) desenvolveram e divulgaram um manifesto contra a MP do Ensino Médio, na
qual apresentaram o seu repúdio à iniciativa do governo de promover, através de uma MP,
uma reforma para o ensino médio sem realizar qualquer debate ou consulta às opiniões da
sociedade.
Dentre as principais mudanças propostas pela reforma que geraram revolta,
destacam-se a ampliação da carga horária mínima anual do ensino médio para 1.400 horas e a
retirada da obrigatoriedade do ensino das disciplinas de Educação Física e Artes durante o
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ensino médio, que continuou apenas durante a educação infantil e o ensino fundamental.
Outra mudança proposta pela reforma está ligada ao fato de o currículo do ensino ser
composto pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Segundo o Art. 36, da Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que passou a vigorar com as novas alterações instituídas
através da MP nº 746/2016,

O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum


Curricular e por itinerários formativos específicos, a serem definidos pelos
sistemas de ensino, com ênfase nas seguintes áreas de conhecimento ou de
atuação profissional: I - linguagens; II - matemática; III - ciências da
natureza; IV - ciências humanas; e V - formação técnica e profissional.
(BRASIL, 2016, p. 1)

A BNCC tem a função de nortear e definir os conteúdos que deverão ser aprendidos
pelos alunos em cada etapa do ensino e se haverá disciplinas excluídas ou não do ensino
médio.

4. O ensino de Inglês na nova reforma

A reforma do ensino médio apresenta também mudanças em relação à disciplina de


Língua Inglesa, que torna-se obrigatória a partir do sexto ano do ensino fundamental e
durante todo o ensino médio. Esta disciplina passa a fazer parte do grupo principal de
disciplinas do ensino médio, ou seja, do grupo de disciplinas definidas como obrigatórias.
São elas: Língua Portuguesa, Matemática e Língua Inglesa. O fato de a Língua Inglesa passar
a figurar entre as três principais disciplinas significa um grande avanço para o ensino da
língua no país, tendo em vista que a mesma passará a ser vista com maior importância, e
poderá ser trabalhada com maior ênfase e de forma mais significativa.
No entanto, sabe-se que estas mudanças, principalmente em relação à disciplina de
Língua Inglesa, são apenas os passos iniciais que devem ser dados para que o ensino ocorra
de forma significante e que alcance êxito em seus objetivos. Outras mudanças precisam
ocorrer em todas as esferas que regem o ensino do país, como: na Lei de Diretrizes e Bases,
nos Parâmetros Curriculares Nacionais e nas legislações educacionais das Secretarias de
Educação (estaduais e municipais). Essas esferas devem comungar com o que é proposto pela
reforma e devem contribuir para que as mudanças necessárias no ensino sejam alcançadas.
O ensino da Língua Inglesa no país, na maioria das escolas regulares, ainda não
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oferece condições reais de aprendizado significativo da língua. Sendo assim, grande parte dos
alunos finalizam a educação básica sem obter qualquer domínio desta língua estrangeira. O
professor Carlos Alberto Gomes Cardim (2016), em artigo publicado em seu blog “Direto da
Reitoria”, defende que

Não basta, portanto, incluir a língua inglesa como disciplina obrigatória no


ensino médio, há que se estabelecer novos parâmetros, currículo e avaliação
periódica das licenciaturas de Letras que oferecem habilitações em língua
estrangeira. São essas licenciaturas que formam os professores de inglês e
outros idiomas para a educação básica. Por outro lado, a mínima quantidade
de aulas ministradas atualmente não oferece aos professores de inglês
condições favoráveis para o desenvolvimento de conteúdos indispensáveis à
plena aprendizagem de qualquer idioma estrangeiro. (CARDIM, 2016, s/p)

Compreende-se que são muitos os problemas enfrentados por esta disciplina ao


longo dos anos, e que esta reforma representa um passo inicial para que ocorram melhorias
necessárias no ensino da língua no país, principalmente em relação à ampliação da carga
horária, a uma melhor formação dos professores e a escolha de metodologias e materiais
didáticos que atendam às necessidades do público atual.
É indiscutível a importância desempenhada pela Língua Inglesa atualmente no
contexto internacional, pois a mesma é considerada a língua franca2 mundial e está difundida
por todo o mundo, principalmente através do uso de recursos tecnológicos. Essa língua é
bastante importante em diversas áreas, sendo exigência para profissionais que atuam, por
exemplo, com comércio internacional, tecnologias de informação e comunicação etc., ou
para quem deseja cursar pós-graduação (mestrado, doutorado) ou ler as principais revistas
científicas de qualquer área de conhecimento. Mesmo assim, como já mencionado, o ensino
desta disciplina não consegue obter êxito durante a educação básica por diversos motivos,
sendo urgente a necessidade de mudar esta situação, tendo em vista o contexto atual de
expansão da língua.
Durante discussões realizadas pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação
(CONSED) em Manaus em uma das reuniões com o objetivo de sugerir alterações no Projeto
de Lei nº 6.840/2013, que propunha alterações na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
em relação ao ensino médio, a atual secretária executiva do MEC e diretora executiva da
Fundação Sead, Maria Helena Guimarães de Castro afirmou que: “Sem o inglês, os nossos

2
De acordo com Anjos (2016, p. 98), o termo língua franca é usado para definir “uma língua de contato usada
entre povos que não compartilham uma primeira língua e é comumente entendida como querendo significar
uma segunda língua de seus falantes”. O inglês tem operado nesse sentido, possibilitando comunicação entre
povos, de diferentes culturas.
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jovens não têm nenhuma possibilidade na vida. Pode haver outras línguas, mas o inglês é o
mínimo”3.
Portanto, é possível perceber que a disciplina de Língua Inglesa precisa e deve ser
vista com maior importância pela população e governantes. Através da sua obrigatoriedade
na nova reforma do ensino médio pode-se enxergar reais possibilidades de mudanças e
melhorias em relação ao seu ensino no país, porém é preciso ir além, não se limitando apenas
a essa medida, mas utilizando-a como caminho para o desenvolvimento das muitas outras
melhorias que ainda são necessárias e que exigem uma certa urgência.
O governo federal, em comunhão com os demais governantes estaduais e
municipais, devem gerar meios para que as mudanças necessárias ocorram. Criar a nova
reforma foi um passo importante para a reestruturação do ensino médio no país, porém é
preciso que ocorram maiores investimentos em questões de estruturas física e humana para
que o ensino passe a funcionar de forma mais eficaz. É preciso também investir em melhor
qualificação dos profissionais da educação para que o ensino ocorra de forma a melhorar a
formação dos alunos do país, principalmente da educação pública.
As mudanças e melhorias necessárias precisam e devem atender a todos os alunos,
independente do contexto, pois como é sabido no Brasil a desigualdade é um grande
problema social que atinge, principalmente, as classes médias e baixas. Tem-se que encontrar
meios para que os menos favorecidos financeiramente não sejam impedidos de ter acesso aos
benefícios propostos pela nova reforma como, por exemplo, a implementação e estruturação
dos Centros de Ensino em Período Integral, que exigem maiores investimentos para que
alcancem seus objetivos de ensino.

5. A Base Nacional Comum Curricular e o ensino da Língua Inglesa

A partir da criação da Constituição de 1988 percebe-se a necessidade de


implementação de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para nortear as etapas de
ensino da educação básica do país. Desta forma, esta foi instituída através do artigo 210, que
determinou a necessidade de fixação de conteúdos mínimos e essenciais, inicialmente para
alunos do ensino fundamental. A Base também já estava prevista no § 1º do Artigo 1º da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) e no Plano Nacional

3
Segundo o jornalista Claudio de Moura Castro, em sua coluna da revista Veja (ano 2016, nº 34, p. 34).
20

de Educação, de 2014.
Segundo o Ministro da Educação Mendonça Filho, a BNCC

[...] é um documento plural e contemporâneo, resultado de um trabalho


coletivo inspirado nas mais avançadas experiências do mundo. A partir dela,
as redes de ensino e instituições escolares públicas e particulares passarão a
ter uma referência nacional comum e obrigatória para a elaboração dos seus
currículos e propostas pedagógicas, promovendo a elevação da qualidade do
ensino com equidade e preservando a autonomia dos entes federados e as
particularidades regionais e locais. (BRASIL, 2017, p. 5)

A versão final desta base (3º versão) foi homologada pela Portaria n° 1.570 e
publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) de 21/12/2017, Seção 1, pág. 146 e representa
um marco histórico para a educação brasileira, tendo em vista que busca garantir o direito de
aprendizagem e desenvolvimento para todos. No entanto, para que a base seja realmente
incorporada no sistema educacional do país, é necessário uma nova formulação dos
currículos dos sistemas e das redes escolares de todos os munícipios e estados brasileiros,
que devem passar a tê-la como referência para o ensino de todas as disciplinas.
Para o ensino do componente curricular Língua Inglesa, a BNCC define em seu
texto que trata-se de

[...] definir a opção pelo ensino da língua inglesa como língua franca, uma
língua de comunicação internacional utilizada por falantes espalhados no
mundo inteiro, com diferentes repertórios linguísticos e culturais. Essa
perspectiva permite questionar a visão de que o único inglês correto – e a ser
ensinado – é aquele falado por estadunidenses ou britânicos, por exemplo.
Desse modo, o tratamento do inglês como língua franca o desvincula da
noção de pertencimento a um determinado território e, consequentemente, a
culturas típicas de comunidades específicas. Esse entendimento favorece
uma educação linguística voltada para a interculturalidade, isto é, para o
reconhecimento das (e o respeito às) diferenças, e para a compreensão de
como elas são produzidas. (BRASIL, 2017 p. 239)

Desta forma, percebe-se a necessidade de compreensão da língua como patrimônio


internacional a qual todos podem ter acesso. Ao tratar o inglês como língua franca o aluno
poderá compreendê-la melhor e entender a necessidade de dominá-la, tendo em vista que esta
poderá ser utilizada por ele não apenas se ele estiver em determinados territórios, mas em
todo e qualquer lugar, até mesmo em seu próprio país, considerando o nível de expansão da
língua no contexto mundial. Através dessa perspectiva, o aluno compreenderá a importância
da interculturalidade e da necessidade de respeito às diferenças, compreendendo que para
aprender significativamente o idioma, ele precisará passar por um processo de imersão
21

cultural aprofundado.
A BNCC compreende que tratar o componente curricular de Língua Inglesa como
língua franca traz algumas implicações para o seu ensino, entre elas surge a necessidade de
ensinar a língua tendo em vista a formação dos alunos como cidadãos mais ativos e críticos.
Ela defende que “É esse caráter formativo que inscreve a aprendizagem de inglês em uma
perspectiva de educação linguística, consciente e crítica, na qual as dimensões pedagógicas e
políticas estão intrinsecamente ligadas” (BRASIL, 2017 p. 239).
Desta forma, segundo o documento “[...] o tratamento dado ao componente na
BNCC prioriza o foco da função social e política do inglês e, nesse sentido, passa a tratá-la
em seu status de língua franca.” (BRASIL, 2017 p. 239). Sendo, portanto, necessário elevar a
disciplina à condição de objeto de reflexão da sociedade, onde é preciso quebrar paradigmas
e preconceitos relacionados a territórios e culturas estrangeiras para uma melhor
aprendizagem.
Outra implicação, segundo a BNCC (2017),

[...] diz respeito à ampliação da visão de letramento, ou melhor, dos


multiletramentos, concebida também nas práticas sociais do mundo digital –
no qual saber a língua inglesa potencializa as possibilidades de participação
e circulação – que aproximam e entrelaçam diferentes semioses e linguagens
(verbal, visual, corporal, audiovisual), em um contínuo processo de
significação contextualizado, dialógico e ideológico. (BRASIL, 2017 p.
240)

A utilização de atividades relacionadas ao multiletramento dentro do ensino de


Língua Inglesa já ocorre na educação básica atualmente, porém o documento defende que é
preciso uma ampliação desse conhecimento, principalmente por parte dos profissionais da
educação, em relação à sua função e importância.
A última implicação apresentada pelo documento está relacionada a uma
necessidade de mudança em relação à abordagem de ensino que vem sendo realizada nas
escolas, sendo preciso compreender que

Situar a língua inglesa em seu status de língua franca implica compreender


que determinadas crenças – como a de que há um “inglês melhor” para se
ensinar, ou um “nível de proficiência” específico a ser alcançado pelo aluno
– precisam ser relativizadas. Isso exige do professor uma atitude de
acolhimento e legitimação de diferentes formas de expressão na língua [...].
Em outras palavras, não queremos tratar esses usos como uma exceção, uma
curiosidade local da língua, que foge ao “padrão” a ser seguido. Muito pelo
contrário – é tratar usos locais do inglês e recursos linguísticos a eles
relacionados na perspectiva de construção de um repertório linguístico, que
22

deve ser analisado e disponibilizado ao aluno para dele fazer uso observando
sempre a condição de inteligibilidade na interação linguística. (BRASIL,
2017 p. 240)

Elevar a Língua Inglesa à condição de língua franca traz consigo a necessidade de


ampliação do pensamento, principalmente dos professores da língua, que devem
compreender a importância de ensinar as variações linguísticas encontradas na língua, além
de conscientizar que não existe inglês melhor ou pior, certo ou errado, ou que deve-se seguir
determinado padrão. É necessário ensinar da melhor maneira possível, porém buscando
sempre o respeito às variações que podem ser encontradas munda a fora.
O documento apresenta também cinco eixos organizadores para o ensino deste
componente curricular, são eles:

O eixo Oralidade envolve as práticas de linguagem em situações de uso oral


da língua inglesa, com foco na compreensão (ou escuta) e na produção oral
(ou fala); O eixo Leitura aborda práticas de linguagem decorrentes da
interação do leitor com o texto escrito, especialmente sob o foco da
construção de significados; As práticas de produção de textos propostas no
eixo Escrita consideram dois aspectos do ato de escrever. Por um lado,
enfatizam sua natureza processual e colaborativa; O eixo Conhecimentos
linguísticos consolida-se pelas práticas de uso, análise e reflexão sobre a
língua, sempre de modo contextualizado, articulado e a serviço das práticas
de oralidade, leitura e escrita; e A proposição do eixo Dimensão intercultural
nasce da compreensão de que as culturas, especialmente na sociedade
contemporânea, estão em contínuo processo de interação e (re)construção.
(BRASIL, 2017 p. 241-245)

Esses eixos desempenham papel fundamental para o ensino da língua a partir da


nova reforma do ensino médio no país, além também das 88 habilidades definidas pelo
documento para o seu ensino, considerando que elas servem para nortear as atividades que
devem ser desenvolvidas em sala de aula pelos professores.
No entanto, é necessário compreender que existe uma grande necessidade de
conscientização sobre a importância de aprendizagem da Língua Inglesa, além de mudanças
em relação às abordagens, métodos e técnicas utilizados. Segundo a pesquisa “6 aspectos
para a revisão da 3º versão da BNCC” sobre o componente curricular Língua Inglesa
realizada pelo British Council (2017),

[...] as 88 habilidades da 3ª versão, ao tentar detalhar os objetivos, acabam


valorizando a perspectiva tecnicista e fragmentada da LI, além de representar
muito mais do que os 60% dos conteúdos curriculares. Ou seja, a
flexibilidade para a adequação curricular em nível regional/local é
dificultada. (BRITISH COUNCIL, 2017 p. 12)
23

Para os especialistas que realizaram a pesquisa, o excesso de habilidades presentes


no documento para o ensino da disciplina pode gerar problemas para adequação curricular,
considerando que o Brasil é um país de grande pluralidade de contextos de ensino. O
documento defende também que as habilidades poderiam atender melhor a realidade vivida
no século atual, onde seria preciso indicar habilidades necessárias para viver e aprender, tais
como resolução de problemas, tomada de decisões, colaboração, pensamento criativo e
argumentação (BRITISH COUNCIL, 2017 p. 6).
Desta forma, percebe-se que a base, assim como a maioria dos documentos, possui
seus pontos positivos e negativos, mas não deixa de representar um grande avanço para o
ensino do país, tendo em vista que esta base

define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que


todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da
Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de
aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o
Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo aplica-se
exclusivamente à educação escolar [...] e está orientado pelos princípios
éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. (BRASIL, 2017
p. 7)

Sendo, desta forma, através dela que pode-se garantir o direito de aprendizagem
para todos os alunos do país, buscando garantir o desenvolvimento educacional de todos com
conteúdos específicos e adaptados para atender as necessidades de cada etapa de suas vidas.

6. Considerações finais

Diante do que foi exposto no presente artigo, cujo tema foi “O ensino de Língua
Inglesa na nova reforma do ensino médio”, é possível concluir que esta nova reforma
instituída através da Medida Provisória 746 de 22 de setembro de 2016 desempenha um
importante avanço para o ensino de língua inglesa no Brasil. Tendo em vista que a disciplina
passou a ser posicionada entre as três principais disciplinas que deverão ser ensinadas
durante o ensino médio, esta poderá ser tratada com mais valorização e ser trabalhada com
maior ênfase.
De certa forma, a reforma traz esperança e gera confiança para que o cenário de
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ensino da língua se transforme e melhore, de forma que a disciplina possa finalmente vir a
alcançar seus objetivos. Neste sentido, a disciplina pode deixar de ser vista sob o pensamento
negativista que vem se espalhando ao longo dos anos, favorecendo a crença de que é
impossível aprender inglês nas escolas públicas brasileiras.
A terceira versão do documento Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017)
também exerce grande importância neste contexto, pois promove uma nova reflexão quanto à
configuração do ensino médio, procurando atender às demandas atuais e gerar melhores
condições para o ensino significativo da língua. A análise deste documento é essencial, pois
este servirá como base para nortear todas as etapas de ensino dos alunos das escolas
brasileiras, descrevendo quais habilidades deverão ser trabalhadas em cada etapa de ensino,
garantindo, assim, uma continuidade nos conteúdos trabalhados o que, segundo pesquisa
realizada pelo British Council (2015) é considerado de suma importância para o ensino da
língua.
No entanto, muitas mudanças ainda precisam ocorrer para que o ensino da língua
inglesa ocorra de forma significativa, principalmente no que se refere à formação dos
professores e às crenças em relação à aprendizagem de inglês na escola pública. Além disso,
existe a questão da carga-horária da disciplina, do uso de metodologias inadequadas e
ultrapassadas, da falta de material didático, do número excessivo de alunos em sala de aula
etc.
Para efetivar qualquer mudança no ensino na escola pública é necessário que todos
os envolvidos, ou seja, professores, alunos, comunidade, Estado etc., desejem e se disponham
a buscar meios para que as mudanças realmente ocorram, desenvolvendo ações que visam a
valorização da disciplina que deve ser vista como essencial, além da exigência de tomada de
decisões por parte dos governantes.
Com a realização deste estudo, pôde-se enxergar possibilidades de mudanças em
relação ao ensino da disciplina de língua inglesa a partir desta nova reforma. No entanto, é
necessária uma mudança de pensamento e atitude, principalmente por parte dos profissionais
da área de ensino de LE, que devem contribuir para mudar a crença deles próprios, e depois
dos alunos e da sociedade, e acreditar que é possível sim aprender língua inglesa nas escolas
públicas brasileiras.
Neste sentido, a disciplina poderá passar a ser valorizada e tratada de forma
adequada e não mais como uma disciplina complementar, conforme apontado pelo relatório
do British Council (2015). A partir deste reconhecimento, as mudanças trazidas pela nova
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reforma e pela BNCC poderão de fato obter chances para alcançar seus objetivos e, desta
forma poderão ajudar a mudar a atual realidade do ensino de inglês no país.
Entende-se que o primeiro importante passo foi dado através do posicionamento da
disciplina de língua inglesa entre as três principais disciplinas a serem ensinadas no ensino
médio. Além desse, outro passo importante foi a escolha do documento BNCC por posicionar
o ensino da língua como língua franca, o que contribui significativamente para a ampliação
da conscientização de professores e alunos em relação ao modo como esta língua deve ser
compreendida e ensinada. Não é mais a língua de determinados países, de territórios isolados,
mas sim a língua do mundo globalizado, das tecnologias, das relações internacionais, uma
língua de todos. O mais importante não é mais decorar regras gramaticais, pronunciar como
um falante nativo, mas sim o processo comunicativo.

7. Referências

ALBERTONI, Vivian. Ensino de Língua Inglesa na Educação Básica: Cultura e Vocabulário


como portas (de abrir). Cadernos do Aplicação, Porto Alegre, v. 24, n. 1, jan./jun. 2011.

ANJOS, Flavius Almeida dos. O inglês como língua franca global da contemporaneidade: em
defesa de uma pedagogia pela sua desestrangeirização e descolonização. Revista Letra
Capital, v. 1, n. 2, jul./dez. 2016, p. 95-117.

BRASIL. Base nacional comum curricular: educação é a base. 2017. Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf>
Acesso em 20 abr. 2018.

______. Câmara dos Deputados. Legislação Informatizada. Medida Provisória nº 746 de 22


de setembro de 2016. Publicação Original. Brasília, 2016. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/medpro/2016/medidaprovisoria-746-22-setembro-
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BRITISH COUNCIL. O Ensino de Inglês na Educação Pública Brasileira. Elaborado com


exclusividade para o British Council pelo Instituto de Pesquisas Plano CDE, 1. ed. São Paulo,
2015. Disponível em: <www.britishcouncil.org.br> Acesso em: 29 nov. 2017.

______. Seis aspectos para a revisão da 3º versão da BNCC: componente língua inglesa.
Leitura crítica. 2017. Disponível em: <www.britishcouncil.org.br>Acesso em: 20 out. 2018.

CARDIM, Paulo. Ensino médio: o desafio do ensino da língua inglesa. Belas artes. 2016.
Disponível em: <http://www.belasartes.br/diretodareitoria/artigos/ensino-medio-o-desafio-do-
ensino-da-lingua-inglesa> Acesso em: 26 out. 2017.

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