O conceito de educação ao longo de toda a vida levou a Comissão Internacional
sobre Educação da UNESCO a eleger os quatro pilares considerados bases da educação do século XXI: Aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. O projeto pedagógico, considerará a aprendizagem como um ato que o sujeito exerce sobre si próprio. Considerando a aprendizagem como um processo integrado onde a pessoa mobiliza intelecto, afetividade e sistema muscular de maneira orgânica, ou seja, como um processo qualitativo que possibilita a sua transformação em um ser melhor, predisposto a novas aprendizagens, propõe-se a adoção de metodologia que desafie o estudante a buscar soluções criativas, transferíveis, generalizáveis a frente de uma situação-problema. O estudante deve ser considerado com a riqueza de suas experiências e que uma situação de aprendizagem é uma relação dinâmica entre um sujeito que aprende e um objeto que é aprendido. O processo educativo, para chegar a um bom termo deve agir metodologicamente, isto é, por meio de procedimentos didáticos expressos por métodos e técnicas de aprendizagem que possam conduzir o estudante à autonomia, à emancipação intelectual, à construção de competências e habilidades. Este Projeto Pedagógico está centrado na construção/produção do conhecimento, que não expõe o aluno somente à transmissão de informações, mas a um processo gradativo que reduz as metodologias de explanação e enaltece a análise da realidade e reflexão prática e seus agentes modificadores. As etapas de aprendizagem, iniciam-se pela observação de realidade, onde o aluno busca entender o que cabe como algo a ser investigado, despertado pela curiosidade, a partir das disciplinas, dados repassados em sala de aula e temas abordados no contexto atual. Na segunda etapa, observa-se-á os pontos chave a serem debatidos, confrontados. Esses pontos são pessoais, a partir de dúvidas e busca de conhecimento aprofundado sobre a observação. E a terceira etapa é a teorização do tema, quando o aluno constrói sua teoria através do estudo da realidade e do conhecimento repassado em sala de aula, em uma busca construtiva e contínua de novos fatos, embasados nos temas que são abordados ao longo do curso e pelo acúmulo de conhecimento. O curso de Engenharia de Pesca adotará as metodologias da problematização, da auto iniciativa e a metodologia de aprendizagem baseada em projetos (PBL – Project based learning). A primeira, pedagogicamente estruturada, apresenta fases e etapas definidas e procedimentos adequados com vistas a sua efetividade, iniciando pelo planejamento, execução, contemplando a realização e elaboração/sistematização e avaliação. Na metodologia da problematização cinco etapas são desenvolvidas a partir do estudo da realidade ou de um recorte da realidade, a saber: Observação da realidade; Teorização; Construção de hipóteses de solução; Aplicação à realidade; Síntese/ generalização. A metodologia da problematização foi escolhida como forma de facilitar o processo ensino-aprendizagem, visando a construção do conhecimento a partir da ação- reflexão-ação. A participação do estudante nesse processo de formação é ativa e crítica, num exercício contínuo de análise, interpretação e síntese dos conteúdos. Estas atitudes incluem domínio de princípios e prática da aprendizagem baseada na problematização, dinâmica de grupo, aprendizagem autodirigida e avaliação da aprendizagem do estudante. Mediante planejamento e orientações dos professores os estudantes poderão ser agrupados em pequenos grupos para desenvolver um plano de estudo, considerando os objetivos (metas) a atingir. Caberá ao(s) docente(s) coordenar e avaliar o desempenho do grupo de estudantes, revisando o plano de estudos com o grupo tutorial e auxiliando cada estudante a definir objetivos pessoais. A metodologia de auto iniciativa traz o exercício da curiosidade como agente norteador. Nesse sentido, o professor irá estimular o aluno à busca intuitiva, pautada na emoção e no processo de responsabilização que sejam capazes de dar suporte ao conhecimento na busca de um objeto comum. Ainda, tal metodologia, combinada com a problematização, atual diretamente sobre a capacidade humana de questionar, confrontar fatos e reconhecer novos objetos que sejam úteis à construção do saber contínuo. Entre os norteadores da aprendizagem, a visão crítica do aluno será desenvolvida para alcançar os objetivos norteadores dos direitos humanos, como forma de garantir a mudança e transformação para a inclusão social a partir do método da aprendizagem, segundo princípios basilares como I - dignidade humana; II - igualdade de direitos; III - reconhecimento e valorização das diferenças e das diversidades; IV - laicidade do Estado; V - democracia na educação; VI - transversalidade, vivência e globalidade; e VII - sustentabilidade socioambiental; atendendo as diretrizes nacionais para a formação de valores éticos e sociais, a formação da consciência cidadã, a participação coletiva em processos de aprendizagem onde não haja distinção entre pessoas, e o fortalecimento de práticas sociais em favor da promoção, proteção e defesa dos direitos humanos, com base na Resolução CNE/CP Nº 01 de 30 de maio de 2012. A metodologia de aprendizagem baseada em projetos (PBL) é uma abordagem metodológica focada no estudante com o intuito de capacitá-lo na realização de pesquisas integrar teoria e prática para desenvolver uma solução viável para um problema do cotidiano de um engenheiro de pesca. Essa ferramenta promove o desenvolvimento de competências e habilidades específicas, aprendizagem colaborativa e interdisciplinaridade. Essa metodologia cria um grau de competência diferenciada e incentiva o desenvolvimento do pensamento crítico, colaboração e comunicação, visto que para elaboração e execução de projetos é necessário que os alunos se aprofundem em determinado tema e desenvolvam competências que possam ser utilizadas em seu futuro profissional. Alunos trabalhando em um projeto com o auxílio de novas tecnologias de comunicação e informação ao longo de uma disciplina permite que sejam capacitados a resolver problemas reais da Engenharia de pesca (sobrepesca, produção aquícola, desenvolvimento de novos produtos à base de pescado, gerenciamento pesqueiro, educação ambiental, conservação de espécies marinhas e dulcícolas, sanidade animal, dentre outros) e permite que perguntas complexas sejam respondida de maneira satisfatória com a orientação de professores especialistas nos diferentes temas abordados. Como resultado os alunos terão habilidades e competências desenvolvidas, conhecimento aprofundado e serão melhor preparados para o mercado de trabalho.