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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL DE TEATRO MARTINS PENNA

DISCIPLINA: HISTÓRIA DO TEATRO BRASILEIRO II


DOCENTE: LUIZ ERNESTO FRAGA
DISCENTES: VERENNA PEREIRA

AVALIAÇÃO PII

Resposta 1)

O que me incomoda em relação a algumas peças é a necessidade de um


repertório prévio para o entendimento do que é apresentado em cena. Como o
conceito de capital cultural de Bourdieu caracteriza, a separação de classes, a
estratificação social para além do caráter econômico. O capital econômico é a
separação essencial do modo de produção capitalista, quem detém os meios de
produção e quem não o detém. O que Bourdieu traz de novo a discussão é a
hierarquização também em relação ao conhecimento, o que chama de capital
cultural. Pode-se assim pensar semelhante ao capital econômico, quem detém os
conhecimento normalizado enquanto o conhecimento real e quem não o detém.
Faz-se necessário salientar que este conhecimento normalizado parte de um viés
eurocêntrico.
Dessa forma eu acredito que quem faz este tipo de teatro está fazendo teatro
apenas para seus semelhantes, reforçando a ideia de hierarquização de
conhecimentos. O teatro por ter um caráter essencialmente coletivo deveria ser
utilizado no sentido de reforçar a coletividade e não em criar separações e reforçar
hierarquização de conhecimentos.

Resposta 2)

Acredito que a forma mais eficaz de se fazer teatro é resgatando o seu


caráter de celebração pública, o que se possui enquanto espaço convencional
teatro, o edifício teatral, é fruto de uma proibição da ação teatral nas ruas, como
aponta Zilio (2010). É a partir dessa ação violenta que se passa a estabelecer um
espaço para o teatro longe do cotidiano do povo. Encaixota-se, fecha-se,
privatiza-se uma expressão artística humana, afastando assim o imaginário social
do povo. Quando este lugar para o teatro é criado, os outros lugares tornam-se o
não lugar. É por isso que acredito que o mais eficaz seja uma construção teatral que
pensa na mobilidade. Desenvolver criações artísticas que não se prendam a
estrutura convencional do teatro, para assim poder levar estas criações para o
cotidiano, fomentando assim a consciência de que a arte se encontra em todos os
lugares e que ela é sim cotidiana. Todos somos capazes de nos expressar
artisticamente, isto já acontece, o importante é desenvolver a percepção de que
fazemos isso constantemente e que não há um lugar específico para tal.

Resposta 3)

A Martins foi muito significante para mim enquanto artista porque dentro dela
eu construí mais confiança nas minhas criações, me embebi de referências, tive
encontros lindos, que pretendo nunca desencontrar. Antes da Martins eu fui
convencida de que eu não podia dançar pois era muito estabanada, de que eu não
podia cantar pois não tinha ritmo e etc. Depois da Martins eu aprendi que eu amo
dançar e que eu posso, do meu jeito, no padrão do meu corpo. Ainda tenho muito
para aprender em relação a expressão e consciência corporal, mas agora eu sinto
que o meu corpo é mais meu e cresceu junto disso uma vontade de desafiá-lo e de
descobri-lo cada vez mais. Na Martins eu me surpreendi com a minha voz e cantei
sem medo pela primeira vez em público, descobri como é gostosa a sensação de
“abrir a voz” de deixar tudo de dentro fluir e tamborilar pelo mundo, aprendi a gostar
do som que tem aqui dentro de mim. Ainda falta muito para aprender e sempre
haverá, mas ela me mostrou caminhos.
Acredito que deveria ter uma matéria sobre ética na Martins, é um assunto
muito importante para não ser discutido de forma mais ampla dentro da escola.
Acho que deveríamos estudar políticas públicas culturais, como também o conceito
de Indústria Cultural.

Resposta 4)

Eu acredito que deveria ter me desafiado mais nesse semestre como um


todo, por conta disso acredito que minha nota deveria ser 8.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOURDIEU, P. Capital Cultural, Escuela y Espacio Social. México: Siglo Veinteuno,


1997.
ZILIO, Daniela Tunes. A evolução da caixa cênica transformações sociais e
tecnológicas no desenvolvimento da dramaturgia e da arquitetura teatral. Pós.
Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP ,
São Paulo, n. 27, p. 154-173, junho 2010.

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