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1 Gestão de projetos web - técnicas

Atualizado em 14.2.2010
Diversas metodologias de gestão de projetos, desde as que seguem as
recomendações do PMBoK aos modelos ágeis, como o Scrum, podem ser
aplicadas a projetos web, desde que se adequem ao produto final e às
condições da realização. As características do produto final e da clientela, bem
como o contexto da realização, seja em agência web ou na empresa que publica
o site, condicionam a escolha e a aplicação das metodologias e são
determinantes para o resultado.
■ A aplicação da metodologia de gestão de projetos e examinamos aqui em especial,
metodologia de gestão de projetos web, depende de fatores que se referem em grande
parte às características das organizações que os realizam.
Organizações com processos e cultura interna mais formais e verticais tendem a adotar
métodos com documentação estruturada das etapas, produtos e processos. Obedecem a
estruturas sequenciais pré-estabelecidas, como as recomendadas pelo PMBOK.
Organizações com cultura interna menos formal e mais horizontais tendem a adotar ou a
se aproximar de métodos ágeis (Scrum, XP, Crystal, Lean Manufacturing, DSDM, Feature
Driven Development), que se consolidam como opções em ambientes que estabelecem
sequenciamentos flexíveis dos ciclos de produção e demandam apenas a produção da
documentação estritamente necessária.
Há ainda empresas que adotam métodos próprios, consolidados por cultura interna de
boas práticas, que misturam modelos de diversas origens.
Além do ambiente funcional, a escolha do método de gestão depende de fatores como as
tecnologias utilizadas e o funcionamento das equipes, sua capacidade de se auto-
organizar.
■ Não se pode afirmar que um método seja melhor que o outro em termos absolutos,
um pode funcionar bem onde o outro não poderia ser implementado. No entanto, é
vantajoso optar por uma metodologia consolidada por uma ampla massa crítica, na
medida em que se tem maior garantia de obter bons resultados e de encontrar mais
facilmente colaboradores que conheçam uma ou outra, sem necessidade de precisar
treinar cada novo integrante da equipe.
Além disso, as metodologias mais utilizadas têm métodos de certificação, bem como
processos amplos de revisão de qualidade, que ajudam o gradual aperfeiçoamento das
práticas e dos resultados.

Métodos de gestão e características de projetos web

■ O método de gestão é selecionado durante o preparo de business case para elaboração


de um proposta de trabalho, ou na iniciação e planejamento de um projeto ou etapa de
projeto, bem como na recuperação de um projeto com problemas.
A seleção é condicionada pelas características dos processos de realização e do produto
a ser lançado. De maneira simplificada, pode-se pensar projetos web segundo 3 graus
de complexidade:
Pequeno, ou de baixo risco – Com duração de até um mês (orçamento e prazos
apertados escopo pontual), custos de até 20 mil reais equipe, que normalmente trabalha
junta, de até 4 pessoas.
A visão das soluções é facilmente compreendida e dimensionada, com o uso de
tecnologias existentes. As implicações políticas dos resultados são restritas.
Médio, razoavelmente complexo, de médio risco – Com duração de 2 a 6 meses
(orçamento e prazos definidos embora, como o escopo, aceitem alterações), custos de
até 100 mil reais equipe de 5 a 10 integrantes eventualmente de diversas equipes e
empresas.
A visão das soluções pode não ser totalmente clara no início e o uso de tecnologias pode
representar um desafio para a organização. Os resultados afetam alguns grupos de
stakeholders.
Grande extremamente complexo, de alto risco – Com duração mais de 6 meses
(prazos, custos e alterações no escopo controlados com rigor), custos a partir de 100 mil
reais equipe com mais de 10 integrantes em localizações, com culturas e empresas
diferentes.
A visão das soluções pode ser mais rígida, proporcional aos riscos e o uso de tecnologias
representa um intenso processo de uso de tecnologias. Os requisitos são detalhados e
compreendidos durante o projeto. Os resultados afetam diversas instâncias políticas das
organizações envolvidas e diversos grupos de stakeholders, muitas vezes com interesses
conflitantes.
■ A não familiaridade de clientes em relação a processos, competências, tecnologias,
funcionalidades dos programas ocorre com frequência nestas situações. Isto pode
obrigar a equipe a gerar relatórios e informes detalhados para os stakeholders. E se a
equipe do cliente também faz parte da equipe de projeto, pode precisar de preparo para
se adaptar ao passo a passo do desenvolvimento. Neste caso, a comunicação entre
partes precisa ser frequente e didática, pois faz parte do preparo/treinamento da equipe-
cliente.
■ Também é comum o pouco conhecimento sobre as atividades a realizar, o que faz com
que sejam disponibilizados recursos insuficientes para os projetos. Tempo, pessoas,
tecnologias, recursos financeiros ficam distantes dos necessários para atender a todas as
solicitações, que tendem a se multiplicar à medida em que o produto fica mais definido e
mais tangível.
Portanto, o risco do projeto ficar aquém das expectativas são altos especialmente se
todos os stakeholders não forem devidamente informados, desde o início, sobre o que
pode e não pode ser feito.
■ Outro aspecto frequente em projetos web é que como costumam empregar equipes
multifuncionais de diferentes empresas ou departamentos, se os métodos de gestão de
projetos são diferentes em cada uma das equipes, será preciso examinar como serão
feitas as práticas em comum. Vai existir um processo de planejamento ou serão
realizadas sucessivas iterações? Como serão formalizadas as mudanças de escopo?
Como será feita a gestão da qualidade, de riscos, de aquisições? Os indicadores serão
definidos no início do projeto ou ao longo de cada iteração? Respostas a questões como
estas podem definir a escolha do modelo a seguir.

O melhor método de gestão, é possível escolher?

■ Projetos web realizam produtos criativos, que resultam de processos intensivos em


conhecimento, inventividade e subjetividade. Seus processos conjugam dimensões
editoriais, comerciais, tecnológicas, funcionais que variam a cada caso. Também as
condições de realização, atualização e manutenção variam muito.
Por isto, é importante, antes de propor uma solução para o cliente, considerar as
dimensões que influenciam estruturalmente a situação, como a complexidade do
produto, o ambiente do desenvolvimento, as pessoas que o integram. A seleção do
método de gestão é consequência deste entendimento.
A rigor, o ideal seria adequar a metodologia de gestão a cada projeto, a cada produto,
de modo que cada ambiente de produção pudesse configurar um modelo específico. Mas
como garantir que um modelo inventado para cada situação funcionaria?
■ Como nenhum método é totalmente adaptável, é importante tirar partido das práticas
consolidadas em projetos anteriores e conhecer as especificidades de cada metodologia,
para criar soluções que adotem um método em caráter prioritário e adaptem práticas de
outros métodos a algumas situações pontuais.
Assim, uma empresa que siga as recomendações do PMBoK pode precisar adotar
algumas práticas de Scrum para operacionalizar as práticas de criação coletiva com a
equipe do cliente. Ou tornar seus processos menos rígidos se a empresa-cliente não tiver
processos internos bem estruturados.
Uma equipe que pratique internamente o Scrum talvez precise preparar relatórios
detalhados como os prescritos pelo PMI, para atender a clientes que precisam de
documentos que formalizem a realização de cada etapa (como organizações do governo
e ONGs, por exemplo, que precisam prestar contas de todas as suas ações em detalhe).
■ Seja qual for a metodologia de referência, o importante é não perder a perspectiva de
que o produto final e seu uso/ receptividade pelo cliente final, bem como o grau de
inovação das soluções, são mais importantes que os processos de realização do projeto e
os produtos destes processos.
Texto criado em 3.5.2009.

Fonte: http://www.avellareduarte.com.br/projeto/conceitos/gestaoProjetosWeb/
metodologiasGestaoProjeto.htm

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