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7 Principais julgados de
DIREITO DO CONSUMIDOR 2015
Márcio André Lopes Cavalcante
1) Mesmo o produto/serviço não sendo “inseguro”, isso poderá configurar “fato do produto/serviço” se o
vício for muito grave a ponto de ocasionar dano material ou moral ao consumidor
O aparecimento de grave vício em revestimento (pisos e azulejos), quando já se encontrava devidamente
instalado na residência do consumidor, configura FATO DO PRODUTO, sendo, portanto, de 5 anos o prazo
prescricional da pretensão reparatória (art. 27 do CDC).
O art. 12, § 1º do CDC afirma que defeito diz respeito a circunstâncias que gerem a insegurança do
produto ou serviço. Está relacionado, portanto, com o acidente de consumo.
No entanto, a doutrina e o STJ entendem que o conceito de “fato do produto” deve ser lido de forma
mais ampla, abrangendo todo e qualquer vício que seja grave a ponto de ocasionar dano indenizável ao
patrimônio material ou moral do consumidor.
Desse modo, mesmo o produto/serviço não sendo “inseguro”, isso poderá configurar “fato do
produto/serviço” se o vício for muito grave a ponto de ocasionar dano material ou moral ao consumidor.
Foi nesse sentido que o STJ enquadrou o caso acima (do piso de cerâmica).
Assim, vício do produto é aquele que afeta apenas a sua funcionalidade ou a do serviço, sujeitando-se ao
prazo decadencial do art. 26 do CDC. Quando esse vício for grave a ponto de repercutir sobre o
patrimônio material ou moral do consumidor, a hipótese será de responsabilidade pelo fato do produto,
observando-se, assim, o prazo prescricional quinquenal do art. 27 do referido diploma legal.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.176.323-SP, Rel. Min. Villas Bôas Cueva, julgado em 3/3/2015 (Info 557).
2) Não há dano moral pela presença de inseto em garrafa de refrigerante se o consumidor não ingeriu
A simples aquisição de refrigerante contendo inseto no interior da embalagem, sem que haja a ingestão
do produto, não é circunstância apta, por si só, a provocar dano moral indenizável.
Se o consumidor adquiriu a garrafa de refrigerante contendo o objeto estranho no seu interior, mas não
ingeriu o seu conteúdo, não houve sofrimento capaz de ensejar indenização por danos morais.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.395.647-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/11/2014 (Info 553).
STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 489.030/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/04/2015.
6) Abusividade da cláusula-mandato
Nos contratos de cartão de crédito, é abusiva a previsão de cláusula-mandato que permita à operadora
emitir título cambial contra o usuário do cartão.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.084.640-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 23/9/2015 (Info 570).
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