Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pages
O entorno é formado por uma comunidade de classe média baixa, o grau de instrução
da população vai do ensino médio (que em sua maioria está incompleto), poucos fizeram o
ensino superior. A diversidade cultural é grande, em razão de um movimento migratório
intenso, nas últimas três décadas, aonde família inteira do norte e nordeste do país e outros
ainda do interior de Minas Gerais vinham à procura de uma vida melhor e de um bom
emprego. Por ser uma região bastante populosa, contribui para que haja uma grande
demanda de alunos das diferentes séries. A maioria dos pais trabalham na indústria ou
construção civil, outros vendedores, ambulantes ou empregadas domésticas.
A comunidade escolar apresenta o perfil social de classe trabalhadora, com
defasagem na formação escolar e cultural, higiene, principalmente em carência afetiva, onde
os pais por motivo de trabalho deixam os filhos só em casa, pois não tem ninguém com
quem deixar.
A escola abre seus portões para a comunidade, os pais tem acesso à quadra de esporte nos
finais de semana. Uma pessoa fica responsável pela abertura e fechamento da quadra para
que a população possa usufruir desse bem como área de lazer.
A Escola Municipal EMEF (XXXXXX), foi construída em cinco de outubro no ano de
1972, está localizada na Rua (XXXXXXXX), n°(XXX), um bairro misto na região sul da cidade
de São Paulo.
É um prédio com três andares, todo murado, possui três entradas com portões
grandes e pintados na cor azul, duas entradas para alunos, pais e professores, uma entrada
que dá acesso à garagem onde ficam os carros dos professores (espaço descoberto). Em
uma das entradas fica uma placa com o nome da escola, do engenheiro e o ano da
construção. Depois dos dois portões principais vem à parte interna do hall, é cimentada com
cimento grosso, tem uma escada e uma rampa para cadeirante onde tem mais um portão
médio que leva ao interior da escola.
No andar térreo, ficam as salas: do diretor, coordenadores, secretária, professores
(com banheiro), sala de reunião, sala de espera.
Um ambiente que parece um labirinto, escuro, todo cheio de grades, sem pintura,
com instalação elétrica fios exporto sem proteção, o mobiliário e as grades entrando em
decomposição. Um ambiente antipedagógico parece mais a portaria de um presídio do que
a secretaria de uma escola, me sentir mal.
Ainda no andar térreo há uma saleta que será a rádio interna da escola, uma cozinha
(não foi permitido a nossa entrada) ao lado um refeitório grande (com oito mesas cada uma
com dois bancos necessitando de restauração), dois banheiros de alunos um feminino
(segundo uma integrante do grupo de pesquisa estava sujo) outro masculino, um depósito
de materiais diversos.
Dentro do refeitório tem uma porta que dar acesso à quadra poliesportiva, no dia de
nossa visita estava sendo coberta. Também no salão do refeitório há duas escadas de
acesso aos andares superior onde fica a sala de aula. Um total de treze de alua, sendo seis
salas de aula no segundo andar e uma sala de informática com computadores novos e uma
sala onde os professores guardam seus pertences. No terceiro andar mais sete salas de
aula. Todas as salas são ocupadas. Na parte interior do prédio precisa de reparos, pois as
instalações são velhas e expostas; as paredes mal pintadas.
As escadas faltando cerâmicas, com pintura velha e escura, o que não
recomendável pedagogicamente. Constatamos que não possui rampa de acesso para
cadeirante do andar térreo para os outros andares onde ficam as salas de aula. A Lei de
Diretrizes e Base - (LDB), lei no 9.394/96 e a lei 3.298/99 que regulamenta a lei 7.853/89 e
Institui a Política Nacional para Inclusão declara que a escola tem o dever legal de estar
atendendo aos alunos com deficiência em suas turmas regulares, cujo objetivo é assegurar
que todos possam ter acesso às oportunidades educacionais e sociais oferecidas pelas
Instituições de Ensino.
No prédio anexo tem uma sala de brinquedoteca, uma de reforço, uma de apoio à
inclusão (SAAI), uma de educação física, uma de laboratório de ciência, uma sala reunião
onde se reúnem para discutir problema relacionado aos alunos.
De acordo com GASPARIAN, (2001. Pg. 66) “A escola, então, é vista por nós como um
sistema aberto, onde existe um movimento de entrada e saída dos elementos e de
informações através de suas fronteiras”.
Durante o tempo em que estivemos pesquisando na escola o gestor só uma vez este
presente e por pouco tempo (nos pareceu ausente), nesse período obsevamos, a entrada de
uma inspetora de aluno que entrou em sua sala aos gritos reclamando da indisciplina de um
aluno. Ele ficou sem saber o que fazer, após alguns instante falou leva ela para a sala, ela
retrucou você não vai falar com ele? Ele respondeu, “agora não, não vou fazer o que ele quer,
ele quer que eu deixo ele aqui sem estudar, leva ele par sala, depois falo com ele”.
A maneira com que a inspetora entrou na sala do gestor não é como se entra na sala
de um gestor escola, foi uma situação vexatória.
Organizar o trabalho pedagógico em escola pública não é uma tarefa fácil é algo
abrangente, requer formação, capacidade e dedicação, além de exigir da equipe gestora um
trabalho coletivo que busque incessantemente a autonomia, liberdade, emancipação e
participação na construção do projeto político-pedagógico.
Numa gestão democrática, a equipe gestora precisará saber como trabalhar os
conflitos, ter competência para buscar novas alternativas que atendas as necessidades da
comunidade escolar, deverá compreender que o êxito da escola, dependerá da participação
ativa de todos os membros, respeitando a individualidade e buscando novos conhecimentos
que enriquecer o trabalho pedagógico.
O trabalho pedagógico compreende todas as atividades teóricas- práticas
desenvolvidas pelos profissionais da escola para a melhoria do processo ensino-
aprendizagem é precisa ser planejada. Além disso, o planejamento é um suporte pedagógico
que norteia todas as pretensões da escola.
O planejamento na organização do trabalho pedagógico é uma estratégia facilitadora
das ações dentro do processo ensino aprendizagem, é de suma importância que a equipe
gestora desenvolva novas competências e habilidades de administrar escola, onde a
comunicação e o diálogo estejam presente na prática pedagógica do dia-a-dia do docente.
Cabe à equipe gestora assumir a liderança desse processo.
Na Lei n. 9394/1996, a gestão democrática, enquanto princípio aparece no artigo 3o,
inciso VIII: “Gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos
sistemas de ensino”.
Sobre os princípios norteadores da gestão democrática nas escolas públicas de
educação básica, a LDB dispõe: Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas de
gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político-
pedagógico da escola;
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes.
De acordo com a legislação vigente, cabe aos sistemas de ensino regulamentar a
gestão democrática por meio de dois instrumentos fundamentais ao incremento da
participação:
a) projeto político-pedagógico da escola, elaborado por seus profissionais da
educação;
b) conselhos escolares que incluam membros da comunidade escolar e local.
A aplicação desses princípios implicará na alteração da escola, buscando a
construção de uma nova escola voltada para a educação pública e popular, com processos
de participação e de gestão envolvendo a comunidade. Professores, coordenadores,
supervisores, orientadores educacionais, funcionários, pais e alunos tomam as decisões,
construindo coletivamente a autonomia da escola.
Cabe o gestor está atento a todas as ocorrências, tratando os problemas com
cuidado e atenção. Nesse âmbito, pelo pouco que observamos foi possível compreender que
a gestão fica todo tempo apagando incêndio, como se estivesse enxugando gelo. De acordo
com LÜCK, “gestão é indicado como um processo pelo qual se mobiliza e coordena talentos
humanos, coletivamente organizados, de modo que as pessoas, em equipe, possam
promover resultados desejados”.
A unidade Educacional (Fala da coordenadora pedagógica) tem uma política onde alunos,
professores e pais tem toda liberdade de expor seus problemas, estando o trio gestor e os
professores sempre aberta para receber os pais, porém, não possuindo um grupo de pais.
Esse sistema de receber e fazer reclamações, “queixa lamento”, “um finge que ensino o outro
finge que aprende”. Não é postura de profissionais comprometidos, a escola como
instituição tem papel fundamental na socialização do saber.
“A Escola como uma instituição que deve procurar a socialização do
saber, da ciência, da técnica e das artes produzidas socialmente, deve
estar comprometida politicamente e ser capaz de interpretar as
carências reveladas pela sociedade, direcionando essas necessidades
em função de princípios educativos capazes de responder as
demandas sociais”. HORA, (1994, p.34)
ARPINI (1995) aponta que o preconceito esta presente com uma marca
forte na analise do professor, as criança não aprende porque são
lentas, são pobres falta carinho, os pais não dão atenção porque
trabalham fora, não tem tempo para os filhos ou são alcoólatras. Esse
discurso na escola torna se homogêneo e quando não se para refletir
torna-se verdade. Nesse vaivém a casa dos culpados, quando não são
as crianças “culpadas” pelo fracassa escola e a própria família. ARPINI
(1995)
Dessa forma fica difícil enxergamos o problema num contexto mais amplo, a
individualização da problemática tem dificultado compreender o que se passa e de construir
estratégica que venha minimizar o problema. De acordo com PITOMB
Olhando dessa maneira, os alunos que apresentam diferentes ritmos
e comportamentos tidos com problemas no aprendizado escolar,
fazem parte da constituição heterogênea do grupo-escolar; assim
sendo, não deveriam ser vistos como casos estigmatizados e isolados.
Trata-se, então, em meu ponto de vista, de olhar a criança com
problema de aprendizado escolar muito mais para identificar as suas
capacidades potenciais no seu próprio desenvolvimento e
aprendizado, para reconstruir a fratura de um momento, do que
teologizá-lo em “distúrbios” ou “doenças”. (PITOMBO, 2004, pg.3).
Considerações finais
Referencio bibliográfica
DAVINI, Juliana. Psicanálise e educação: em busca das tessituras grupais serie seminários;
ed.: Espaço Pedagógico. 1998
HORA, Dinair Leal Da. Gestão democrática na escola. 4ª ed. Campinas/SP: Papirus, 1994.
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA J. F.; TOSCHI M. S.; Educação escolar: políticas estrutura e
organização. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2005. (Coleção Docência em Formação)
LÜCK, Heloisa. Liderança em Gestão escolar 4ª ed. Petrópolis/RJ: vozes, 2010. (serie
caderno de Gestão; 4)
MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão escolar de deficientes mentais: que formação para
professores? In: MANTOAN, Maria Teresa Egler.(org.) A integração de pessoas com
deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon; SENAC, 1997.
0 Adicionar um comentário