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História
Julga-se que os antigos jogos de bola, praticados pelos egípcios, gregos e
romanos, foram os precursores do ténis. No entanto, há quem afirme que o ténis deriva
de um jogo romano o «harpastum» que foi adaptado pelo país vasco sob o nome de
«paume», em virtude de a bola ser batida com a palma da mão contra um muro ou
frontão, erguido num extremo de um campo rectangular, delimitado lateralmente. Este
jogo difundiu-se por outras regiões da França, no século XII.
Naquela expansão introduziram-lhe algumas alterações, retiraram o frontão e
colocaram uma corda a meio de um rectângulo com 80 metros de comprimentos por 14
de largura, sendo jogado com formações variáveis, não podendo, contudo, exceder os 6
jogadores de cada lado. Era jogado normalmente nas grandes avenidas das cidades, para
mais tarde ser jogado em recinto fechado circundado de paredes com 7 metros de altura
mínimo e tendo a meio uma rede de 0.92 metros de altura e 1.20mts nos extremos.
A bola naqueles jogos era constituída por cortiça forrada de flanela com o peso
de 18 gramas e que era batida com a palma da mão por forma a transpor uma corda ou
rede e que, ao cair no campo adverso, um dos jogadores da equipa interveniente
procurava devolvê-la pelo mesmo processo até que uma das equipas cometesse falta.
Como no ténis, a equipa que primeiro cometia 4 faltas perdia o jogo, contando-
se: por 15 o primeiro ponto; 30 o segundo; 40 o terceiro e jogo o quarto. Se as equipas
chegassem a 40 igual, então o jogo decidia-se por aquela que fizesse duas vantagens
seguidas.
A pontuação era feita daquele modo pelo seguinte: o servidor que marcava um
ponto avançava 15 pés de cada vez, pelo que 3 dos pontos feitos o levavam junto da
corda que separava os campos. Para contrariar esta vantagem do servidor passou-se
mais tarde de 45 para 40 pés.
No séc. XVI, havia em Paris cerca de 2 000 salas de jogo, a maioria das quais
pertenciam a modestos taberneiros que assim aumentavam as suas receitas. No séc. XIV
apareceu a raqueta, inventada pelos italianos, o jogo tornou-se menos violento e mais
interessante, do que resultou uma grande expansão no resto do território francês.
O jogo de paume acabou por atravessar a Mancha e difundiu-se rapidamente
pela Inglaterra, tendo Henrique VIII sido considerado um dos melhores jogadores da
sua época.
No séc. XIX apareceu a bola de borracha e então surgiu o ténis ao ar livre ou
Real Tennis, na Grã-Bretanha. Em 1873, o major inglês Wingfield, em serviço na Índia,
debruçou-se sobre os jogos precursores do ténis e introduziu profundas alterações às
suas regras, bem como às dimensões e forma geométrica das pistas.
Portanto, só em 1874 é que formalmente se começou a chamar «ténis» que se
julga derivar do francês «tenez», palavra que os jogadores proferiam no momento de
bolar.

Para as mulheres vitorianas, o ténis foi uma diversão caída do céu, pois permitia-
lhes a competição, ao mesmo tempo que conseguiam atrair as atenções dos jovens que
as cortejavam.
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A par disso, o ténis oferecia às lindas raparigas a oportunidade de mostrarem a


graciosidade dos movimento e a sua forma atlética, embora esta última circunstância
fosse extremamente obstaculizada pela grande quantidade de roupas que vestiam. Elas
vestiam como se participassem numa grande festa usando, para o efeito, vestidos
comprido com folhos de lã ou seda, chapéus complicados, espartilhos, anáguas e
calções compridos. Os sapatos eram de sola de borracha indiana de cor preta.

O ténis é um jogo difícil porque, quer a sua técnica, quer a sua táctica, não se aprende
de um dia para o outro, antes exige de início, e sempre, uma grande assiduidade e
dedicação. A iniciação é de facto uma etapa muito dura, mas que, com paciência e
tenacidade, se consegue vencer.

Em Portugal a evolução tem sido lenta. Na realidade, mercê do elitismo


registado nos primeiros 50 anos do século passado e da falta de consciencialização dos
portugueses. Em 1966, devido à criação duma escola de iniciação de ténis no Estádio
Nacional e à Televisão se registou um notável acréscimo de praticantes em especial
Lisboa, Porto e Algarve.

Nos tempos mais recentes passamos ter como grande referência do Ténis o Open
de Portugal.

Regras do Jogo
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O CAMPO

O campo de ténis é constituído por um rectângulo com 23,77m (78 pés) de


comprimento por 10,97 (36 pés) de largura (singulares e pares), ou 8,23m de largura (só
singulares). Este é atravessado no sentido da largura por uma rede que deverá esta
completamente esticada, de modo a que ocupe totalmente o espaço entre os dois postes.
A malha deverá ser suficientemente pequena de modo a impedir a passagem da bola. A
altura da rede deverá ser de 0.914 m (3 pés) ao centro, onde deverá ser mantida tensa
por uma cinta de cor completamente branca, que não poderá ter mais de 5 cm (2
polegadas) de largura. A fita, cobrindo a corda ou o cabo metálico e a parte superior da
rede, não poderá ter menos de 5 cm (2 polegadas) nem mais de 6,3 cm (2,5 polegadas)
de altura, de cada lado.

Legenda:
1 - Posição do poste de singulares (altura da rede 1,07m);
2 - Rede;
3 - Distância entre os centros dos postes (12,80m - regras de ténis da ITF)

Legenda:
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1 - Marca central (comprimento 10cm ;  largura 5cm);


2 - Linha de serviço (mínimo 2,5cm; máximo 5cm);
           3 - Linha central de serviço (5 centímetros);
           4 - Rede;
           5 - Posição dos "sticks";
           6 - Linhas laterais (mínimo 2,5cm; máximo 5cm);
           7 - Linha de fundo (mínimo 2,5cm; máximo 10cm).
Nota:Todas as dimensões são referente à parte exterior das linhas de jogo. Comprimento total das
linhas / marcas: aproximadamente 146m.

MATERIAL

A Raquete:

As primeiras raquetas que se usaram eram


inteiramente de madeira. Só mais tarde surgiram as
raquetas encordoadas que tornou o jogo mais fácil e
atraente. Ultimamente surgiram no mercado as
raquetas metálicas, de fibra de vidro, de grafite e de
titânio. Existem 4 tamanho de raquetas, conforme a
figura ???:

São elas, Mini (5-7 anos), Cadete (8-9 anos),


Júnior (10-11 anos) e Sénior (+12 anos).

A Bola:

As bolas são ocas e feitas de borracha envolvidas por um tecido de “nylon”.

Inicialmente eram brancas. Actualmente são amarelas.


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IDENTIFICAÇÃO DO JOGO

O jogo de ténis pode ser praticado por 2 (singulares) ou 4 (pares) jogadores.

O objectivo do jogo consiste em:

Defender o “meu” campo, isto é, não perder pontos;


Atacar o campo do adversário de forma a ganhar pontos.

Desenvolvimento do jogo:
O jogo consiste em fazer passar a bola por cima da rede com a raquete, de forma
a que a mesma vá cair dentro do campo do adversário. A bola é posta em jogo através
do serviço que deverá ser cruzado e entrar no rectângulo do serviço (campo do
adversário).

Os encontros disputam-se à melhor de 3 ou de 5 “set’s”. Cada “set” termina aos


6 jogos, com a diferença de 2 jogos. Caso o resultado seja 5-5, termina aos 7-5, ou caso
haja 6-6, disputa-se um “tie-break”. Cada jogo tem a seguinte pontuação: 15-30-40-
Jogo. Termina quando haja a diferença de 2 pontos. Caso se verifique 40-40, procede-se
ao sistema de vantagens.

Aspectos Técnico-Tácticas

Técnica de Direita:
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A direita, tal como a esquerda, é um gesto técnico normalmente executado no


fundo do campo, próximo da linha de fundo. É um gesto técnico fundamental no ténis.
Constitui a base de ataque de muitos jogadores.

DESCRICÃO TÉCNICA

1. POSIÇÃO DE ESPERA 4. BATIMENTO DA BOLA


A pega de direita; Movimento a raqueta de baixo para
Ligeira inclinação do corpo. cima;
Batimento à frente do corpo;
2. PREPARAÇÃO DA RAQUETA Cabeça da raqueta à altura da mão.
ATRÁS
Rodar o pé da pancada para o lado; 5. ACOMPANHAMENTO E
Rodando os ombros e armando a FINALIZAÇÃO
raqueta à altura da cabeça. À frente do corpo;
Cabeça da raqueta aponta para o
3. COLOCAÇÃO DE LADO E ATRÁS opositor;
DA BOLA Calcanhar do pé de trás eleva-se
Avançar o pé do lado oposto; para permitir a transferência do
Movimento da raqueta atrás e a peso;
baixo; Manter o equilíbrio.
Cabo da raqueta aponta para a bola.

PEGA – (Este de direita)

Técnica de Esquerda
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DESCRIÇÃO TÉCNICA

1. POSIÇÃO DE ESPERA 4. BATIMENTO DA BOLA


Pega de esquerda; De trás para a frente e de baixo para
Ligeira inclinação do corpo. cima contínuo;
À altura da cintura e à frente da
2. PREPARAÇÃO DA RAQUETA perna mais adiantada;
ATRÁS Cordas da raqueta ligeiramente
Rodar o pé da pancada para o lado abertas;
(Peso do corpo nesse pé); Raqueta paralela ao chão.
Rodando os ombros e armando a
raquete atrás; 5. ACOMPANHAMENTO E
Cabeça da raqueta sai para trás à FINALIZAÇÃO
altura do ombro; Em frente ao corpo e braço esticado;
Duas mãos a controlar a raqueta Cabeça da raqueta aponta em frente;
atrás. Calcanhar do pé de trás levantado
devido à transferência do peso do
3. COLOCAÇÃO DE LADO E ATRÁS corpo para o pé da frente;
DA BOLA Mão livre para trás do corpo.
Peso do corpo distribuído pelos dois
pés;
Dirigir o cabo da raqueta em
direcção à bola;
A mão livre sustenta a raqueta pelo
coração.

Pega Este (Eastern)- saliência hipotenar sobre o chanfro superior direito ficando o
polegar sobre a face esquerda e os restantes dedos, fecham-se à volta do cabo, enquanto
que o indicador se alonga pela face direita à frente do polegar (ver figura 32).
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Figura 32

Serviço:
O Serviço é uma das pancadas básicas do ténis, é com ele que se inicia o ponto e
é por isso considerado por muitos a pancada mais importante. Tacticamente tem
características muito especiais pois é a única pancada em que o jogador só depende de si
próprio. Existem três tipos de serviço: chapado, cortado e liftado.

DESCRIÇÃO TÉCNICA

1 - POSIÇÃO DE PREPARADO
Pega continental; Olhar fixo na bola.
Pé da frente a 45º e o pé de trás
paralelo à linha de fundo; 4 - IMPACTO
Corpo a 45º com a linha de fundo No ponto mais alto onde se chega
2 - LANÇAMENTO DA BOLA E com a raquete, à frente do corpo;
SUBIDA DA RAQUETA Posição de frente para a rede central
Simultaneamente preparação da do campo.
raquete para trás com o lançamento 5 - TERMINAÇÃO
da bola pela frente com movimentos Com a raquete por baixo do braço da
circulares dos braços frente;
3 - POSIÇÃO DE TROFÉU LEVANDO 80% do peso do corpo no pé da
A RAQUETE ÀS COSTAS frente;
Rotação do pé de trás.
Mão que não tem raquete a apontar a
bola;

Pega Continental – Saliência hipotenar sobre a face superior do cabo com o polegar ao
longo da face esquerda mais avançado do que o indicador. Apresenta vantagens na
devolução de bolas baixas, amorti e lob (ver figura 33).
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Figura 33

Vólei:
DESCRIÇÃO TÉCNICA

Figura 34

É um golpe que se executa quando a bola vem numa trajectória descendente e


antes de bater no solo. A pega mais utilizada é a Continental. Elevar a cabeça da raqueta
ao nível do ombro, avançar para a bola, transferir o peso do corpo para a perna da frente
no momento do golpe e parar o movimento da raqueta, logo após o golpe. A raqueta não
deve recuar muito (antes do batimento) e o jogador deve avançar, de forma decidida, em
direcção à bola (ver figura 34).

Amorti:
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DESCRIÇÃO TÉCNICA

Golpe suave com o qual se pretende colocar a bola no campo do adversário,


perto da rede, de forma a que tenha um ressalto reduzido e ele não consiga alcançar a
bola. O golpe é efectuado de baixo para cima, suavemente, com efeito de recuo (slice)
procurando não revelar ao adversário essa intenção. A raquete deve ficar o mais aberta
possível.

Lob:
DESCRIÇÃO TÉCNICA
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Golpe utilizado quando o jogador se encontra no fundo do campo e pretende


imprimir uma trajectória alta para, por exemplo, se defender de um ataque. Essa
trajectória é obtida com um movimento da raqueta de baixo para cima.

Smash:
DESCRIÇÃO TÉCNICA

Utiliza-se como resposta a bolas altas. Trata-se de um golpe para atacar o


adversário. É um batimento forte, rápido e com trajectória descendente, com o qual se
pretende um forte ressalto da bola no solo do campo adversário que o impossibilite de
acompanhar a bola. Esse golpe dá-se acima da cabeça, à frente do tronco após
movimento amplo e contínuo do braço.
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Efeitos
Top Spin (efeito para a frente):
Bola batida, que gira sobre si própria para a frente, provocando um grande
ressalto ao bater no solo. Pancada de baixo para cima, obrigando a bola a subir muito
sobre a rede e caindo de forma brusca (ver figura 35).

Figura 35

Back Spin / Slice (efeito de recuo):


Bola batida que gira sobre si própria para trás (efeito de recuo) que obriga a bola
ao bater no solo a ter um ressalto muito curto (ver figura 36).

Figura 36

Side Spin (efeito lateral)

Bola que gira lateralmente principalmente quando utilizada no serviço.

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