Você está na página 1de 5

Tarefa 4

O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:


metodologias de operacionalização (Parte I)

Fórum 2
Plano de avaliação - Domínio C.1.

Introdução

“Torna-se de facto relevante objectivar a forma como se está a concretizar o


trabalho das bibliotecas escolares, tendo como pano de fundo essencial o seu
contributo para as aprendizagens, para o sucesso educativo e para a promoção da
aprendizagem ao longo da vida. Neste sentido, é importante que cada escola conheça
o impacto que as actividades realizadas pela e com a BE vão tendo no processo de
ensino e na aprendizagem, bem como o grau de eficiência e de eficácia dos serviços
prestados e de satisfação dos utilizadores. Esta análise, sendo igualmente um princípio
de boa gestão e um instrumento indispensável num plano de desenvolvimento, permite
contribuir para a afirmação e reconhecimento do papel da BE, determinar até que ponto
a missão e os objectivos estabelecidos para a BE estão ou não a ser alcançados,
identificar práticas que têm sucesso e que deverão continuar e identificar pontos fracos
que importa melhorar.”
MABE, RBE, 2010

Não há, nas nossas escolas, uma longa tradição de práticas sistemáticas de
auto-avaliação. Ironia do destino?! Sendo a Escola, por excelência, um espaço de
avaliação (se calhar ainda muito marcada por uma lógica de classificação), os
processos de auto-avaliação andaram, durante muito tempo, longe das preocupações
das comunidades educativas.
O processo de auto-avaliação da Biblioteca Escolar que, no caso da Escola
Secundária de Amares se iniciou em 2008-2009 foi sofrendo as vicissitudes normais
de implantação de um processo desta natureza: no primeiro ano foi recebido com
alguma estranheza, considerando uma parte dos envolvidos que se tratava de mais
uma bizarria ou que quem “fazia a festa também tinha de tratar de apanhar as canas”.
Num momento em que tudo o que tivesse referência a avaliação provocava exaltação,
não posso deixar de considerar que nem tudo correu pelo melhor. Não posso descurar
as minhas responsabilidades na forma como a mensagem terá sido transmitida num
primeiro ano em que o MABE estava a ser implementado. No segundo ano as coisas
foram diferentes: o modelo foi, de novo, apresentado, a sua lógica começou a ser
interiorizada pela grande maioria dos intervenientes e a sua implementação decorreu
melhor. Neste terceiro ano o processo está em andamento e refira-se a título de
curiosidade que no desenvolvimento do processo de auto-avaliação da escola e na
construção dos instrumentos de avaliação docente (pertencendo à CCAD) o MABE
tem sido muitas vezes utilizado como referencial.
Neste contexto parece-me importante destacar alguns aspectos que o MABE
comporta e que estão referenciados no excerto seleccionado, que acima transcrevi:
 A necessidade objectivar a análise do contributo que as BEs dão para as
aprendizagens, para o sucesso educativo e para a promoção da
aprendizagem ao longo da vida;

Práticas e Modelos na Auto-Avaliação da BE


DREN T3 2010
 A necessidade das escolas conhecerem (e reconhecerem) o impacto que as
BEs representam;
 A importãncia de uma lógica de boa gestão, de prestação de contas, de
melhoria das práticas, com instrumentos rigorosos e coerentes que garantam
a fiabilidade dos processos.
Já referi em trabalho anterior que, na minha modesta opinião, não chega alardear
“aos quatro ventos” a importância e utilidade das BEs. É fundamental, no quotidiano,
justificar os investimentos humanos e financeiros, demonstrar a imprescindibilidade do
seu trabalho e o seu impacto no processo de ensino e aprendizagem.
Esta é a filosofia subjacente a todo este processo.
Nesta lógica é fundamental avaliar os impactos (outcomes), como se salienta no
texto da sessão: “Medir os outcomes (Impactos) significa, no entanto, ir mais além, no
sentido de conhecer o benefício para os utilizadores da sua interacção com a
biblioteca. A qualidade não deriva nesta acepção, da biblioteca em si mesma ou do
seu peso intrínseco, mas do valor atribuído pelos utilizadores a esse benefício,
traduzido numa mudança de conhecimento, competências, atitudes, valores, níveis de
sucesso, bem-estar, inclusão, etc.”.

Plano de Avaliação - Domínio C (Projectos, Parcerias e


Actividades Livres e de Abertura à Comunidade

C.1 - Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de


enriquecimento curricular

1 - Justificação para a selecção do Domínio de Avaliação e Indicadores

A selecção do Domínio C. prende-se com dois factores fundamentais:


 Por um lado por uma questão de lógica interna da Escola Secundária de
Amares. De acordo com o Plano de Acção da BE - 2009/2013, o Domínio C
(Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à Comunidade), será
objecto de avaliação no presente ano lectivo, depois de nos anos anteriores
terem sido avaliados os domínios A e B;
 Por outro lado, ao longo dos últimos anos, temos feito algumas apostas neste
domínio (e particularmente no sub-domínio C.1 - Apoio a actividades livres,
extra-curriculares e de enriquecimento curricular), verdadeiramente nunca
fizemos uma avaliação (sistemática), quer dos inputs, quer dos processos ou
dos outputs. Por maioria de razão, também não o fizemos dos outcomes.
 Finalmente porque, pela sua natureza este é um domínio particularmente
sensível para perceber o impacto da BE nas aprendizagens, no sucesso
educativo en a promoção da aprendizagem ao longo da vida.

2. Indicadores a avaliar/Factores críticos de sucesso/evidências

C.1.1 Apoio à aquisição e desenvolvimento de métodos de trabalho e de estudo


autónomos
C.1.2 Dinamização de actividades livres, de carácter lúdico e cultural.
C.1.3 Apoio à utilização autónoma e voluntária da BE como espaço de lazer e livre
fruição dos recursos.

Práticas e Modelos na Auto-Avaliação da BE


DREN T3 2010
C.1.4 Disponibilização de espaços, tempos e recursos para a iniciativa e
intervenção livre dos alunos.

Indicadores Factores críticos de sucesso Evidências


C.1.1 Apoio à  A BE apoia as actividades livres de leitura,  Horário da BE.
aquisição e pesquisa, estudo e execução de trabalhos  Questionário aos
desenvolvimento de escolares, realizadas pelos alunos fora do alunos (QA3).
métodos de trabalho e horário lectivo e dos contextos formais de  Observação de
de estudo autónomos aprendizagem. utilização da BE (GO5)
 Os alunos praticam técnicas de estudo
variadas: exploram informação de
diferentes tipos de documentos, tomam
notas, elaboram fichas de leitura ou
resumos, identificam palavras-chave,
sublinham, executam esquemas, produzem
e editam trabalhos escritos recorrendo
sempre que necessário ao uso do
computador e da Internet.
 Os alunos desenvolvem hábitos de trabalho
e aprendem a organizar a sua própria
aprendizagem, revelando uma progressiva
autonomia na execução das tarefas
escolares.
 Os alunos encontram na BE um conjunto  Plano de actividades da
C.1.2 Dinamização de de propostas de actividades visando a BE.
actividades livres, de utilização criativa dos seus tempos livres,  Registos sobre a
carácter lúdico e que lhes permitem desenvolver a preparação, o
cultural sensibilidade estética e o gosto e interesse desenvolvimento e a
pela artes, ciências e humanidades. avaliação das
 Os alunos usufruem de um programa de actividades.
animação cultural, regular e consistente,  Questionário aos
traduzido num conjunto de iniciativas, de alunos (QA3).
que são exemplo: exposições,  Entrvistas aos
espectáculos, palestras, debates, sessões participantes
de poesia, teatro, concursos, jogos,
celebração de efemérides, ciclos de música
e de cinema, outros.
 Os alunos beneficiam de acesso livre e  Horário da BE.
C.1.3 Apoio à permanente à BE.  Observação da
utilização autónoma e  Os alunos adquirem hábitos de utilização utilização das BE
voluntária da BE como livre da BE, cultivando um clima de (GO5).
espaço de lazer e livre liberdade, respeito e descontracção.  Estatísticas de
fruição dos recursos  Os alunos dispõem de condições favoráveis utilização das BE em
à utilização individual e em pequenos situação de utilização
grupos da BE. livre.
 Os alunos desfrutam de uma boa colecção  Resultados da
na área da literatura infantil/ juvenil, dos avaliação das
jogos educativos, da música e dos filmes de colecções
ficção. documentais.
 Os alunos propõem e organizam  Registos de
C.1.4 Disponibilização autonomamente projectos e actividades. actividades/ projectos
de espaços, tempos e  Os alunos são apoiados na criação de promovidos pelos
recursos para a núcleos/ clubes onde podem promover a alunos.
iniciativa e intervenção sua livre expressão (rádio, fotografia, jornal,  Plano de actividades da
livre dos alunos. outros). BE.
 A formação de monitores é incentivada,  Questionário aos
bem como o apoio dos alunos mais velhos alunos (QA3).
aos mais jovens e a entreajuda entre todos.

Práticas e Modelos na Auto-Avaliação da BE


DREN T3 2010
3. Intervenientes

1. Professor Bibliotecário – Responsável pela condução de todo o processo:


Planificação, implementação e avaliação em permanência. Coordena o
processo e estabelece a articulação entre todos os intervenientes; articula
com a Direcção e com o Conselho Pedagógico;
2. Equipa da BE – Colabora com o PB no desenvolvimento do processo;
3. Professores – Colaboração na recolha de instrumentos de recolha de
evidências (Questionários, entrevistas, grelhas de observação);
acompanhamento das turmas e alunos objecto de observação e
disponibilização na realização de trabalhos; articulação com o Projecto
“Construir a Biblioteca do Futuro”;
4. Alunos – Preenchimento de instrumentos de recolha de evidências
(Questionários, entrevistas, grelhas de observação); realização de trabalhos:
 3 alunos por turma para preenchimento de Questionários (3x40=120);
 Acompanhamento da realização de trabalhos em 6 turmas
5. Direcção executiva – Acompanhamento de todo o processo;
6. Conselho Pedagógico – Tomada de decisões (domínio a avaliar; aprovação o
relatório final e do plano de acção a implementar); acompanhamento do
processo;
7. Comissão de auto-avaliação - Acompanhamento o processo.

4. Calendarização

Calendário Tarefa

Aprovação do domínio a avaliar e apresentação do Plano


Setembro 2010 Avaliação à Direcção, ao Conselho Pedagógico e à
Comissão de Auto-avaliação
Setembro 2010 Aprovação do Plana Anual de Actividades da BE

Setembro 2010 Reuniões com os Departamentos e Conselhos de Turma

Preparação/adaptação dos instrumentos de recolha de


Setembro/Outubro 2010
evidências;
Início da recolha de evidências ao nível dos trabalhos e
Novembro 2010
utilização da BE

Janeiro 2011 Aplicação de Questionários (1º momento)

Fevereiro 2011 Análise dos dados recolhidos

Fevereiro 2011 Correcção de práticas em função dos dados recolhidos

Maio 2011 Aplicação de Questionários (2º momento)

Junho 2011 Análise dos dados recolhidos

Práticas e Modelos na Auto-Avaliação da BE


DREN T3 2010
Apresentação dos resultados à Direcção, à Comissão de
Junho 2011
Auto-avaliação e ao Conselho Pedagógico
Apresentação do Relatório Final à Direcção, à Comissão
Julho 2011 de Auto-avaliação e ao Conselho Pedagógico, integrando
propostas de melhoria
Julho 2011 Divulgação junto de toda a comunidade educativa

5. Bibliografia

 McNamara, Cárter, Basic Guide to Program Evaluation, in


http://www.managementhelp.org/evaluatn/fnl_eval.htm#anchor1585345 (Consultado
em 19 de Novembro de 2010).

 MABE, RBE, 2010.;

 Texto da sessão O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BE: METODOLOGIAS DE


OPERACIONALIZAÇÃO (PARTE I).

Jorge Alberto Brandão Soares de Carvalho

22 de Novembro de 2010, 23:33

Práticas e Modelos na Auto-Avaliação da BE


DREN T3 2010

Você também pode gostar