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Rio de Janeiro
2007
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Aline de Azevedo Ferreira
Rio de Janeiro
2007
Ferreira, Aline de Azevedo
Avaliação fonológica de crianças com Distúrbio Específico da Linguagem sob
a ótica da Fonologia de Uso / Aline de Azevedo Ferreira. Rio de Janeiro ,
2007.
88 f.: il.
BANCA EXAMINADORA
Defendida a Dissertação:
Conceito:
Em: / / 2007
Ao Universo,
Energia central da vida.
Aos meus familiares e amigos pela compreensão e tolerância durante esta jornada.
FERREIRA, Aline de Azevedo. Avaliação Fonológica de Crianças com Distúrbio
Específico da Linguagem sob a Ótica da Fonologia de Uso. Rio de Janeiro, UFRJ,
Faculdade de Letras, 2007. Dissertação de Mestrado em Lingüística.
Resumo
Abstract
1.INTRODUÇÃO....................................................................................................... 12
2.PRESSUPOSTOS TEÓRICOS.............................................................................. 14
2.1Conhecimento Fonológico sob a perspectiva dos modelos
multirepresentacionais
2.2.Aquisição Fonológica na Fonologia de Uso
2.2.1. Breve Retrospectiva da Aquisição Fonológica
2.2.2. Fonologia de Uso
Gráfico 7. DEL...........................................................................................................71
(2004).
Este capítulo trata dos pressupostos teóricos que sustentam a análise dessa
Fonologia de Uso.
Multirepresentacionais
partir das formas expostas no uso. Uma representação paralela mais abstrata
em uma amostra, podendo esta ser oral ou escrita. Esta variação provoca dois
ocorre mais rápido em palavras mais freqüentes. O outro está relacionado com a
categorização dos itens lexicais, pois as palavras mais freqüentes são mais
palavras mais usadas são mais fortes, isto é, apresentam maior robustez no
sendo desprezada.
por uma nuvem de exemplares (tokens) que foram armazenados para tal categoria.
Estes exemplares são organizados num mapa cognitivo. Categorias mais freqüentes
(Pierrehumbert, 2001).
que codifica o novo item localiza este no espaço paramétrico pertinente. Sua
semelhança pode ser computada para qualquer exemplar único armazenado com
daquele exemplar.
mais freqüentes têm mais exemplares e serão mais ativadas que categorias menos
única forma fonológica. Para este modelo a representação mental é similar à entrada
itens lexicais individuais. O léxico e a Gramática interagem entre si, pois apresentam
Teste ABFW (prova fonológica) que será discutido na seção 4.2.2.1 do capítulo 4 e
domínio fonológico da língua (Yavas, 1992; Wertzner et al., 2001). Por esta noção, a
designados traços distintivos dos fonemas. Desta forma, para esse ponto de vista
fala há processos fonológicos desviantes do padrão adulto, mas que são pertinentes
capítulo 4.
2.2.2. Fonologia de Uso
das formas fonéticas dos itens lexicais armazenados no léxico, como se postula a
forma da palavra está ligada a esse domínio. Vihman organiza em três etapas os
pelas crianças obtidas nas primeiras sessões. Nessa fase as crianças produziram de
“selected” significa que a tentativa de produzir a palavra alvo por parte da criança
grosso modo se aproxima da forma do adulto. Por exemplo, nas formas seletivas a
sonoros, portanto há coerência interna nas formas dos itens das crianças embora
semanas ou meses;
os mesmos padrões, uma vez que os templates surgem dos itens lexicais
Podemos afirmar que nessa proposta a aquisição fonológica tem uma base
FONOLÓGICO
clínicas sem um fator etiológico definido, em alguns casos como, por exemplo, o
falam a favor de uma influência genética para estes distúrbios à medida que
apresentam DEL, embora ainda não sejam achados conclusivos para serem
Guerreiro, 2004):
alterações fonológicas.
de DEL, este trabalho tem seu foco no conhecimento fonológico de crianças com
caracterização do déficit.
por base o estudo realizado por Beckman et al. (2004) que trata da aquisição do
emergem das palavras armazenadas no léxico. Esse estudo foi desenvolvido tendo
uma hierarquia de abstrações que emergem das formas das palavras estocadas no
léxico. Resultados de vários estudos com as duas populações clínicas, crianças com
última década fortalecem modelos com apoio no léxico mental do adulto no qual a
forma fonológica de cada palavra é codificada pelo menos de dois modos. Primeiro,
pseudo-palavras.
nível abstrato facilita a identificação da palavra e decisão lexical até mesmo com
de tipos de itens lexicais. De acordo com os autores, se esta suposição está correta,
com a forma-alvo.
linguagem (DEL), com idade entre 8-13 anos. Para avaliar as crianças DEL foram
crianças com DEL têm dificuldade para repetir pseudo-palavras (por exemplo,
processar novas palavras, muitas crianças com DEL poderiam ter problemas com as
e da idade.
Figura 1
percentuais para as produções das crianças em relação a uma variável, como idade
forma que cada criança é representada através de dois tipos de pontos. Dados das
34 crianças com desenvolvimento típico são mostrados nos dois quadros superiores.
função da idade (em meses). No quadro superior direito os mesmos dados foram
direita. Assim, idade não só prediz precisão global, mas também a diferença de
precisão de repetição entre formas de alta e baixa freqüência; crianças mais velhas
acuracidade.
entre eles. Este resultado não é surpreendente, desde que tamanho de vocabulário
probabilidade têm curvas ascendentes e mostram que as crianças com DEL têm
maior dificuldade global com a tarefa. Além disso, as duas curvas convergem à
curva não seja tão íngreme quanto no gráfico que inclui as crianças mais jovens, há
uma relação clara entre as dificuldades que as crianças com DEL em sua maioria
Juntos, estes resultados sugerem que o DEL seja associado com dificuldades
déficit deve ser parcialmente responsável pelos déficits para adquirir novas palavras:
crianças com DEL não têm robustez nas representações fonológicas abstratas.
típico, enquanto as crianças com DEL apresentam um léxico mais restrito e pouco
robusto.
diferenças entre crianças com DEL e crianças com desvio fonológico a partir da
pseudopalavras, foi possível estabelecer que os dois grupos, com DEL e com desvio
4.1. Amostra
crianças, sendo uma considerada com diagnóstico de desvio fonológico que foi
com idades entre 4 e 6 anos, sendo 7 crianças com idade equivalente ao grupo
2
A criança com diagnostico de Desvio Fonológico não será comparada com as crianças com diagnóstico de
DEL, pois temos apenas uma criança não sendo suficiente para conclusões a respeito da aquisição fonologica da
mesma.
diagnosticado com DEL, 2 com idade inferior a 4 anos e 2 crianças com idade
da linguagem sem que haja qualquer fator etiológico que justifique tal transtorno, tais
psiquiátrico, uma vez que a presença de qualquer um dos fatores supracitados, por si
Vermelha.
4.2.1. Instrumentos
em um plosivo velar;
fricativo palatal;
correspondente sonoro;
correspondente sonoro
• Ensurdecimento de plosiva: quando um fonema plosivo sonoro é substituído
sílabas, inicial e final na palavra e dos segmentos na sílaba, onde são registrados os
fricativa) podem ser observados com menos freqüência durante o mesmo período
esperada de cada processo por faixa etária (Tabela 4). Não há uma explicitação no
previsões se baseiam.
Tabela 4. Produtividade dos processos fonológicos de acordo com a idade (ABFW,
2004)
(tabelas 5 e 6.). A transcrição dos dados deve ser feita nos protocolos de marcação
LEGENDAS I.D --> Idade de domínio do fonema P.O --> Possibilidade de ocorrência
E --> Erros PROD --> Produtividade
Tabela 6. Protocolo de registro imitação
no inventário fonético da sua língua. Nesse caso, usa-se um recurso simbólico para
indicar o tipo de distorção, que nesse caso é o asterisco (*) significando que aquela
articulação utilizada pela criança não faz parte do inventário fonético da língua, isto
fonemas produzidos com mais de 75% de acerto, porém o teste não menciona a
aquisição fonológica não consideram necessário que ocorra 100% de acertos pelas
crianças, e em sua maioria adotam a faixa entre 75% e 90% de produção correta,
critérios dados pela autora do teste (ABFW 2004), já que estes processos estão
(ABFW, 2004). Conforme pode ser observado, não há uma distribuição semelhante
1. Redução de sílaba 52 45
2. Harmonia consonantal 52 45
3. Plosivação de fricativas 22 23
6. Frontalização de velares 17 9
7. Frontalização de palatal 6 5
8. Simplificação de líquida 8 11
9. Simplificação de encontro 12 8
consonantal
cada processo fonológico pode ocorrer pelo menos 4 vezes, ocorrência potencial .
produtividade (este processo é produtivo para esta criança), produtivo nesse caso é
dado com a idade prevista para a eliminação do uso produtivo. Caso a idade da
criança não corresponda à idade prevista no teste (tabela 4), significa que este
processo não está resolvido para essa criança. Por exemplo, uma criança de 5 anos
/sapo/ → [apo] pode ser considerada fora da faixa de normalidade estabelecida pelo
teste.
crianças (a partir de 2 anos e meio) e adultos. Este teste ainda não está padronizado
no Brasil, mas existe uma pesquisa sendo realizada por Capovilla (1997) para
padronização para o português brasileiro. Este teste é utilizado como referência para
al, 2004).
Para cada cartão, a criança é solicitada a identificar a gravura que melhor representa
_ “Temos aqui 4 figuras diferentes. Aponta para mim a Bola”. A criança deve
apontar a figura correta. Se isso não ocorrer usamos a prancha B (anexo 7), dando
série de Base. Seguem as instruções para definir a Série, item de início do teste, a
• Regra da Série. Uma vez começado, uma série de itens, sempre administre
série.
• Item de Início. Comece testando com o item de início, que é o 1º item da série
Primeiro estabeleça a série de base. Se for preciso volte às séries anteriores, até
• Regra da Série de Teto. A série do teto são 8 erros ou mais em uma série.
• Escore Bruto. É determinado pela subtração do último item do teto pelo total de
erros na série.
Estes dados devem ser inseridos na folha de rosto do teste, como mostra a
figura a seguir.
tabela de idades correlacionada com o número de pontos (escore padrão para cada
Item do teto = 96
Total de erros = 30
Então, conclui-se que a criança A está acima do esperado para sua idade,
excluir das observações a simplificação de consoante final, uma vez que boa parte
dos itens do teste refere-se à consoante r em posição final de palavra que costuma
forma alvo. No teste ABFW essas diferenças são definidas como resultantes da
forma das palavras que as crianças vão fazendo à medida que, ao mesmo tempo,
vão dominando os esquemas motores dos sons da sua língua/dialeto. Por hipótese,
3
A representação do arquifonema no teste é feita pela letra maiúscula R para o arqui-R e pelo letra S para o
arqui-S, segundo os critérios do teste , mas esta representação é motivo de grande confusão na transcrição
fonética, aqui iremos utilizar [-r] e [-s] respectivamente, representação sugerida em LAMPRECHT,2004.
diferenças/processos é a variável a ser explicada. As variáveis independentes são a
software estatístico utilizado é o Programa “R”, gratuito, que pode ser obtido em
altera uma unidade em x. Também foi observado o p-valor, que é uma medida que
indica quanto os dados se ajustam ou estão de acordo com a hipótese Ho. Nesse
nas crianças com desenvolvimento típico (Beckman, Munson & Edwards, 2004).
abstraído das formas sonoras das palavras armazenadas no léxico, então, espera-
se que haja uma relação entre o tamanho do léxico e a possibilidade de realizar
Na linha dois temos as crianças com suas respectivas idades (cronológicas). Nas
4
Os valores das provas de nomeação e imitação foram somados em função do número de crianças com
diagnóstico de DEL, total de 8.
Tabela 9. Percentual de Ocorrência dos Processos 5 no grupo DEL
RESULDATO DO 50 – 54 - 54 - 56 - 57 – 62 - 68 - 69 -
PEABODY 28/2,2 14/1,9 11/1,9 57/4,7 69/5,7 41/3,3 44/3,6 80/6,7
PROCESSOS FONOLÓGICOS
Redução de sílaba 2% 4% 1% 2%
Simplificação de liquida 68% 74% 74% 42% 11% 79% 37% 42%
Simplificação de encontro consonantal 100% 85% 80% 45% 25% 90% 90% 60%
Simplificação de consoante final 6 42% 58% 50% 42% 75% 67% 8%
Harmonia consonantal 2% 1% 2% 1%
Plosivação de fricativas 44% 2% 2% 2% 71% 2%
Posteriorização para velar 4% 8% 8% 12%
Posteriorização para palatal 22% 17% 11% 6% 33%
Frontalização de velares 42% 4% 12% 4% 54% 4% 4%
Frontalização de palatal 55% 9% 9% 91% 9%
Sonorização de plosivas
Sonorização de fricativas 4% 4% 7%
Ensurdecimento de plosivas 7% 3% 35% 29%
Ensurdecimento de fricativas 6% 50% 22% 28%
5
Iremos utilizar o termo processos fonológicos na falta de uma nomenclatura mais apropriada, porém a idéia proposta neste trabalho não é a mesma
apresentada na Teoria Gerativista.
6
optamos por ignorar esse processo uma vez que boa parte dos itens do teste referem-se à consoante r em posição final de palavra que costuma ter um
índice razoável de ausência na fala adulta, pois no teste
Esses resultados mostram, para a maioria das crianças, um percentual alto de
CCV) e substituição de líquida, o que significa substituir a líquida por uma semivogal.
produtividade nas categorias acima dos 25% como proposto no teste, como pode
padrão uniforme como pode ser observado no gráfico 2, nesse gráfico aplicamos um
zoom na faixa de 25% para facilitar a visualização das respostas, o resultado não foi
alterado . Essas duas tendências, uniformização dos dados referentes à forma mais
100%
Redução de sílaba
75%
Simplificação de
50% liquida
Simplificação de
25% encontro
consonantal
0%
C4
D S 4,4
E 5a
F 4,6
G 5,7
H 5,6
B 4,4
A 4,7
50%
Harmonia consonantal
Plosivação de fricativas
Frontalização de palatal
Sonorização de plosivas
Sonorização de fricativas
Ensurdecimento de plosivas
0% Ensurdecimento de fricativas
A 4,7
H 5,6
G 5,7
C4
B 4,4
D 4,4
F 4,6
E5
DEL em relação aos dois blocos de categorias propostos nesse trabalho, que se
exemplo.
uma análise acurada de diferença de desempenho por faixa etária. Além disso,
Observamos no gráfico 3 que, conforme o tamanho do léxico aumenta o
representam as crianças desse grupo estão mais dispersos na reta enquanto nas
sofrendo pouca alteração quando o escore do léxico aumenta. Vale ressaltar que
clube, flauta, planta, blusa, globo, prego, branco, travessa, droga, cravo, grosso,
fraco, trator, prato, braço, zebra, livro, e cruz. Das 16 palavras entre as vinte que
apresentam a silaba CCV, tanto as que têm a lateral, quanto as que têm o tepe
como segunda consoante do grupo, são itens lexicais com o grupo consonantal na
sílaba tônica. De acordo com Mollica e Paiva (1991) e Cristófaro Silva (2003), os
grupos consonantais com tepe podem ter a 2ª consoante ausente, constituindo uma
das palavras.
não são suficientes para uma análise comparativa, já que apenas esta criança
Nesta seção será feita análise dos dados do Grupo Controle, que tem 12
crianças entre 3,2 anos e 6,3 anos, nos mesmos testes ABFW e Peabody, seguindo
40- 42- 51- 53- 54- 56- 63- 63- 73- 76- 77-
PEABODY 22/1,9 53/4,3 47/3,9 53/4,3 62/5,0 73/5,11 51/4,1 66/5,4 121/10,1 82/6,9 94/7,9
CRIANÇAS J 3,2 L 3,4 M 4,1 N 4,3 O 4,4 P 4,6 Q 5,1 R 5,1 S 5,11 T 6,2 U 6,3
PROCESSOS FONOLÓGICOS
Redução de sílaba 2% 1% 3% 1% 1% 1%
Simplificação de liquida 2% 5%
Simplificação de encontro consonantal
50% 25% 20% 3% 15% 15% 5% 25%
Simplificação de consoante final 8% 8% 17% 8%
Harmonia consonantal
Plosivação de fricativas
Posteriorização para velar
Posteriorização para palatal
Frontalização de velares
Frontalização de palatal
Sonorização de plosivas 2%
Sonorização de fricativas
Ensurdecimento de plosivas 3% 6% 3%
Ensurdecimento de fricativas 6% 6%
65
abstrata, estando a produtividade dos processos abaixo dos 25% propostos no teste
para a maioria das crianças (10 crianças). Apenas a criança mais jovem (3,2 anos)
acordo com o esperado para crianças com desenvolvimento típico. Vale ressaltar
que, para Lamprecht (2004:171), a aquisição dessa categoria se dá por volta dos 5
anos, estando a criança J dentro do esperado. Esses dados podem ser observados
no gráfico 4.
100%
Simplificação de liquida
50%
Simplificação de
encontro consonantal
25%
0%
J 3,2
M 4,1
N 4,3
U 6,3
L 3,4
O 4,4
P 4,6
Q 5,1
R 5,1
S 5,11
T 6,2
inferiores a 25% para todas as crianças (em torno de 10% à 15%), sendo que
66
algumas crianças não apresentam alterações, isto é a forma produzida pela criança
é igual à forma-alvo produzida pelo adulto, como pode ser observado no gráfico 5
onde também foi aplicado o zoom com objetivo de facilitar a visualização das
respostas.
50%
Harmonia consonantal
Plosivação de fricativas
Frontalização de velares
25%
Frontalização de palatal
Sonorização de plosivas
Sonorização de fricativas
Ensurdecimento de plosivas
Ensurdecimento de fricativas
0%
J 3,2
M 4,1
N 4,3
U 6,3
O 4,4
Q 5,1
L 3,4
P 4,6
R 5,1
S 5,11
T 6,2
esperado para o grupo controle. Por outro lado embora o percentual esteja dentro da
faixa do esperado, segundo Lamprecht (2004), para as autoras do teste ABFW, esta
aquisição ocorre por volta dos 7 anos. No entanto, a relação entre grupos
consonantais e léxico no grupo controle pode ser uma evidência de que estruturas
67
aumenta.
Grupo Controle
para verificar se há relação entre mapeamento fonológico e léxico, como pode ser
zero quando ela está ausente. As 4 variáveis indicadoras aqui usadas são:
As variáveis indicadoras I1, I2, I3, I4 são excludentes entre si: quando para
uma observação uma delas assume o valor um, as outras assumem o valor zero.
Na tabela 11, os valores de α, coeficiente linear, verificam, para cada uma das
forma das palavras, no léxico da criança. Já os outros dois processos (CF e PV),
Observamos também que os α’s nos grupos SEC e SL, onde a inclinação é
grupo CON.
rejeita a hipótese Ho, isto é, somente nesse caso há relação entre processo e
maior percentual de ausência de consoante no grupo, 50%. Uma vez que ela tem
70
idade inferior à das crianças do grupo DEL, retiramos esses dados e refizemos os
do léxico para este grupo. Esses resultados podem ser indicativos de que
maior de itens, uma vez que as crianças DEL apresentaram, em geral, um escore de
forma fonética fina não apresentaram essa inclinação (β ´s zero) para o grupo DEL.
71
forma fonética fina das palavras, uma distância maior em relação à forma alvo, o que
fino), como pode ser observado a seguir com a comparação dos dois gráficos 7 e 8,
já apresentados como 5 e 6.
com DEL, não apresentam exemplificação ou mencionam qualquer tipo, por isso não
Com relação ao Teste ABFW, embora ele tenha sido pensado numa teoria
lingüística formal, também foi possível ser utilizado e analisado numa outra
Quando o teste é utilizado para fins científicos apresenta alguns pontos que
merecem ser observados com mais atenção como, por exemplo, a ausência de uma
ocorrer apenas uma vez no teste como, por exemplo, os fonemas /d/, / f/, /z/, /s/, / š/,
/ ʒ/ que ocorrem apenas uma vez na posição inicial e final e outros que ocorrem uma
vez em uma das posições como, /m/, /v/, /ג/ e /t/. Observou-se também a existência
harmonização que podem também ser expressos por outros processos como a
uma vez que trata-se da mesma alteração, medida duas vezes. Deve se pensar se
6. CONCLUSÃO
25%).
DEL não foi observada relação entre os percentuais obtidos e o tamanho do léxico.
al. (2004) onde foram avaliados três grupos de crianças, com DEL, desvio fonológico
7. Referencias Bibliográficas
BECKMAN, M. E., MUNSON, B., & EDWARDS, J. (2004). Vocabulary growth and
the developmental expansion of types of phonological knowledge. To appear in
Laboratory Phonology 9.
DUNN, L. M. & DUNN, L. M. (1997). PPVT: III-A Peabody Picture Vocabulary Test
(3rd ed.). Circle Pines, Minnesota: American Guidance Service.
76
JARVIS et al. (2004). Input that Contradicts Young Children's Strategy for Mapping
Novel Words Affects their Phonological and Semantic Interpretation of other Novel
Words. Journal of Speech, Language & Hearing Research, Vol. 47 (2), 392-406.
JURAFSKY, D, BELL, A & GIRAND, C..(2002). The Role of the Lemma in Form
Variation. In Gussenhoven, Carlos and Natasha Warner (eds.), Papers in Laboratory
Phonology VII. Berlin/New York: Mouton de Gruyter, p. 1-34.
77
MUNSON, B., WINDSOR, J. & KURTZ, B. (2005) The Influence of Vocabulary Size,
Phonotactic Probability, and Wordlikeness on Nonword Repetitions of Children with
and without Language Impairments. Journal of Speech, Language, and Hearing
Research.Vol. 48p. 1033-1047.
ANEXO 1
Nome: ___________________________________________________________
Idade: _____________________________________ D.N.: _____/_____/_____
Escolaridade: ______________________________________________________
Examinadores: _____________________________________________________
palhaço Bolsa tesoura cadeira galinha vassoura cebola xícara mesa navio livro sapo tambor sapato balde faca fogão Total
TRANSCRIÇÃO
Redução de sílaba
Harmonia consonantal
Plosivação de fricativas
Posteriorização para velar
Posteriorização para palatal
Frontalização de velares
Frontalização de palatal
Simplificação de líquida
Simplificação do encontro consonantal
Simplificação de consoante final
Sonorização de plosivas
Sonorização de fricativas
Ensurdecimento de plosivas
Ensurdecimento de fricativas
81
peixe relógio cama anel Milho cachorro blusa garfo trator prato pasta dedo zebra girafa braço planta cruz Total
TRANSCRIÇÃO
Redução de sílaba
Harmonia consonantal
Plosivação de fricativas
Posteriorização para velar
Posteriorização para palatal
82
ANEXO 3
Nome: ___________________________________________________________
Idade: _____________________________________ D.N.: _____/_____/_____
Escolaridade: ______________________________________________________
Examinadores: _____________________________________________________
peteca Bandeja tigela doce cortina gato foguete vinho selo zero chuva jacaré machado nata lama ônibus prego café alface Total
TRANSCRIÇÃO
Redução de sílaba
Harmonia consonantal
Plosivação de fricativas
Posteriorização para velar
Posteriorização para palatal
Frontalização de velares
Frontalização de palatal
Simplificação de líquida
Simplificação do encontro consonantal
Simplificação de consoante final
Sonorização de plosivas
83
TOTA
Raposa borracha abelha carro branco travessa Droga Cravo grosso fraco plástico bloco clube globo flauta pastel porco nariz amor roupa
L
TRANSCRIÇÃO
Redução de sílaba
Harmonia consonantal
Plosivação de fricativas
Posteriorização para velar
Posteriorização para palatal
Frontalização de velares
Frontalização de palatal
Simplificação de líquida
Simplificação do encontro consonantal
Simplificação de consoante final
Sonorização de plosivas
Sonorização de fricativas
Ensurdecimento de plosivas
Ensurdecimento de fricativas
Outros
TOTAL
84
ANEXO 4
UFRJ - Faculdade de Medicina - Curso de Fonoaudiologia
CEP:
Calculando o Escore Bruto REGISTRO DE ESCORE
Anote o número do Item do Teto, Item do
Que é o último Item da Série do Teto Escore Bruto _________
Teto.
Subtraia deste o número total de erros Total de Escore Padrão _________
Feito pelo examinando da Série da Erros ______
Base até a Série do Teto. Este será Idade Equivalente _________
O Escore Bruto. Escore Bruto ______
Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp.
1 ônibus 4 13 cavando 2 25 vazio 1 37 castelo 2 49 para-quedas 3
2 bebendo 3 14 vaca 1 26 ombro 3 38 serrando 4 50 entregando 1
3 mão 1 15 tambor 3 27 quadrado 4 39 cacto 3 51 retângulo 1
4 subindo 1 16 pena 1 28 medindo 4 40 fazenda 1 52 mergulhando 2
5 chave 4 17 pintando 3 29 porco espinho 1 41 indo 2 53 trailer 4
6 lendo 1 18 gaiola 2 30 flecha 2 42 harpa 1 54 alvo 2
7 armário 2 19 joelho 1 31 descascando 3 43 astronauta 3 55 escrevendo 1
8 pulando 3 20 embrulhando 4 32 fonte 2 44 gambá 1 56 peludo 4
9 abajur 4 21 cerca 3 33 acidente 2 45 malabarismo 4 57 soldando 3
10 helicóptero 2 22 cotovelo 4 34 pinguim 1 46 envelope 2 58 anzol 3
11 cheirando 2 23 lixo 2 35 decorado 4 47 rasgando 3 59 gripe 3
12 mosca 3 24 exercitando 4 36 ninho 3 48 garra 1 60 gotejando 4
n.º de erros ( ) n.º de erros ( ) n.º de erros ( ) n.º de erros ( ) n.º de erros ( )
SÉRIE 6 Início 8-9 anos SÉRIE 7 Início 10-11 anos SÉRIE 8 SÉRIE 9 Início 12-15 anos SÉRIE 10
Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp.
61 veículo 4 73 gigantesco 2 85 flamingo 2 97 pedal 2 109 solo 4
62 oval 1 74 narina 4 86 pandeiro 4 98 dissecando 2 110 cítrico 2
63 bagagem 2 75 vaso 3 87 palmeira 1 99 "buque" 4 111 inflado 3
64 premiando 3 76 circense 2 88 surpreso 4 100 roedor 3 112 palestrando 3
65 engrenagem 2 77 rebocando 1 89 canoa 3 101 inalando 4 113 velocímetro 3
66 pântano 3 78 horroriza 3 90 entrevistando 1 102 vale 1 114 injetando 1
67 calculadora 2 79 tronco 2 91 clarineta 4 103 tubular 3 115 elos 4
68 sinal 1 80 selecionando 1 92 exausta 2 104 demolindo 4 116 cooperando 2
69 ervilha 3 81 ilha 2 93 jarro 3 105 presa 1 117 microscópio 1
70 globo 2 82 filmadora 4 94 réptil 2 106 ajustável 2 118 arqueira 2
71 cacho 1 83 coração 3 95 poluindo 3 107 samambaia 1 119 vestimenta 4
72 moldura 1 84 chave inglesa 4 96 trepadeira 1 108 obstáculo 3 120 frágil 3
n.º de erros ( ) n.º de erros ( ) n.º de erros ( ) n.º de erros ( ) n.º de erros ( )
87
Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp. Item Palavra Chave Resp.
121 carpinteiro 2 133 crepitando 3 145 seringa 4 157 indigente 2 169 incandescente 4
122 dilapidado 4 134 mamífero 2 146 transparente 3 158 oásis 1 170 surrupiando 2
123 arriscado 3 135 reprimenda 1 147 concha 2 159 desapontado 4 171 trajetória 1
124 adaptador 2 136 estofado 4 148 repondo 3 160 perpendicular 3 172 mercantil 3
125 registro 3 137 içando 1 149 abrasivo 1 161 palmípede 4 173 pênsil 3
126 isolamento 1 138 exterior 1 150 paralelogramo 3 162 confidenciando 1 174 ascendendo 2
127 felino 2 139 consumindo 4 151 cascata 4 163 periódico 2 175 monetário 3
128 pranto 1 140 patisseria 4 152 alavanca 1 164 filtragem 1 176 entomologista 2
129 orla 4 141 córnea 2 153 detonação 2 165 primata 4 177 fisga 1
130 utensílio 1 142 cativo 3 154 pilar 2 66 esférico 2 178 quinteto 3
130 fundação 4 143 pedestre 2 155 cultivando 1 167 bípede 3 179 náutico oásis 4
132 machadinha 3 144 potro 3 156 aquático 4 168 octógono 3 180 encarcerando 1
n.º de erros ( ) n.º de erros ( ) n.º de erros ( ) n.º de erros ( ) n.º de erros ( )
SÉRIE 16 SÉRIE 17
Prancha B
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