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Plano de Aula: DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

DIREITO CIVIL IV - CCJ0015


Título
DIREITO CIVIL IV - DIREITO DAS COISAS

Número de Aulas por Semana

Número de Semana de Aula


1

Tema
Direito das Coisas

Objetivos

- Introduzir o aluno no direito das coisas;


- Diferenciar direitos reais de direito das coisas;
- Fornecer conceitos estruturais e as características comuns a todos os direitos reais.

Estrutura do Conteúdo

Unidade 1 - DIREITO DAS COISAS

1.1. Conceito
1.2. Características
1.3. Classificação
1.4. Diferença entre direitos reais e obrigacionais
1.5. Objeto do direito das coisas
1.6. Sujeitos
1.7. Obrigação propter rem

Aplicação Prática Teórica

Caso Concreto

Antônio celebrou contrato de compromisso de compra e venda de bem imóvel com Ricardo, em 02 de
fevereiro de 2016, tendo por objeto seu apartamento situado no bairro do Recreio, no Rio de Janeiro, no
valor de R$ 800.000,00. A escritura não foi registrada no respectivo Cartório de Registro de Imóveis.
Diante da inadimplência desde o ano de 2014, o condomínio ajuíza a Ação de Cobrança (referente às
cotas condominiais em atraso), em face do promitente vendedor, que alega ilegitimidade passiva.
Sustenta Ricardo (promitente vendedor) que a promessa de compra e venda já teria transferido a
responsabilidade pelo pagamento da cota condominial ao promitente comprador, e que a propriedade do
bem imóvel fora transferida no ano de 2016 para Antônio.

INDAGA-SE:

a) A responsabilidade pelo pagamento de cotas condominiais tem qual natureza jurídica?


b) No Código Civil Brasileiro há algum dispositivo legal acerca da responsabilidade pelo pagamento das
cotas condominiais que possa ser utilizado pelo condomínio, na respectiva ação ajuizada? Explique a
sua resposta com a devida fundamentação.

c) Na hipótese narrada, pode-se afirmar que houve transferência da propriedade do bem imóvel,
mediante o contrato celebrado entre Antônio e Ricardo? Explique sua re sposta com a devida
fundamentação.

Questão objetiva

Sobre as obrigações propter rem é correto afirmar que:

a. São obrigações que constituem verdadeiros direitos reais, uma vez que existem em função da
existência desses. Portanto, o titular do direito real, será o titular da obrigação propter rem.

b. Renúncia ao direito real libera sempre o renunciante da obrigação propter rem.

c. Ocorrendo a transferência da coisa sobre a qual incide uma obrigação propter rem esta estará
automaticamente extinta.

X
d. São obrigações de natureza ambulatória, o que significa afirmar que a titularidade acompanha
sempre o direito real, como é o caso do IPTU e da taxa de condomínio.

e. Para a caracterização da obrigação propter rem importa identificar quem era o seu titular à época do
fato gerador.

GABARITO:
Não houve registro, logo, não houve transferência de propriedade. O contrato de compra e venda por si só não é
instrumento de transferência de propriedade. O proprietário é o vendedor, logo não há que se falar em "inadimplência
passiva".

A) a responsabilidade pelo pagamento de cotas condominiais tem natureza jurídica de obrigação "propter rem" [uma vez que
acompanha a coisa].

B) Quanto a imputabilidade utilizada pelo condomínio, no que tange à cobrança das cotas condominiais em atraso,
encontra-se na regra do art. 1245, § 1º, CC.
Considerando que não houve o registro translativo, não houve a transferência de propriedade.

[1245, caput. A responsabilidade é do vendedor, pois não foi feito o registro translativo.]

C) Diante da hipótese narrada, não houve a transferência da propriedade imóvel entre as partes contratantes, pois a
transferência da propriedade imóvel, por ato "inter vivos", ocorre com o respectivo registro no cartório de registro de
imóveis, conforme o disposto no art. 1245, caput e § 1º, CC.
Caso se tratasse de bem móvel, a transferência seria por meio da tradição – o que não foi o caso.

Objetiva: D
A - primeira parte incorreta (obrigação propter rem tem caráter híbrido). A afirmação não é regra!
B - incorreta (o erro está no "sempre")
C - a cota continua a existir mesmo com outro proprietário
E - o que importa não é a titularidade, mas o direito real a qual a relação está atrelada

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