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Análise de Água e Tratamento

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Publicado em 26/11/2008 às 17:46:09

1.1 Introdução
Por definição, tratamentos primários são todos os processos físico-químicos a que é
submetida uma água, para modificar sua qualidade, tornando-a com características que
atendem as especificações solicitadas para uma determinada aplicação industrial, ou
para consumo potável.

A água pode ser subdividida, quanto ao seu uso, em:- água de uso potável- água de uso
industrial Podemos definir, para melhor compreensão, que um tratamento primário de
água é aquele que modifica a qualidade da água quanto ao aspecto, cor, turbidez, etc.,
bem como modifica as características químicas, em alguns casos de forma bastante
intensa.

1.2 Características da Água


A água, in natura, nunca é pura. Mesmo quando ela é proveniente de uma precipitação
pluviométrica, quando é considerada pura, ela contém sólidos dissolvidos e suspensos e
alguns gases dissolvidos.

Após o último contato com o solo, quer seja por percorrer a surpefície terrestre ou por
percolar pelas camadas rochosas, as impurezas contidas na água são incrementadas,
devido ao grande poder de dissolução que ela possui. Daí a necessidade de purificação e
condicionamento antes de seu uso.

A quantidade dissolvida depende dos seguintes fatores:

– A solubidade dos materiais contatados

– A intimidade do contato

– O tempo de permanência em contato.

No caso de impurezas suspensas, os fatores determinantes de sua presença são:

– quantidade de material finamente dividido

– diâmetro das partículas

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– peso específico das partículas

– velocidade de fluxo do corpo de água.

Para o desenvolvimento do estudo em pauta, é necessário o conhecimento de alguns


conceitos das impurezas encontradas na água.

1.3 Turbidez
Turbidez é o termo aplicado a matéria suspensa de qualquer natureza, presente em um
corpo de água.

É necessário uma distinção entre matéria suspensa, que precipita rapidamente,


chamada sedimento, e aquela que precipita vagarosamente, que provoca a turbidez.

A turbidez é encontrada em quase todas as águas de superfície, em valores elevados, e


normalmente ausente em águas subterrâneas.

Em águas de superfície ela pode atingir valores de até 2000 mg/l, como SiO2, ou
mais.Águas de lagos, lagoas, açudes e represas são, geralmente, possuidoras de turbidez
baixa, porém variável em função dos ventos que revolvem seus fundos.

Águas de rios e riachos apresentam alta turbidez.

De uma forma geral, após uma precipitação de chuvas as águas de superfície tendem a
aumentar seus valores de turbidez.

1.4 Cor
Cor em água é quase que, invariavelmente, devido a presença de matéria orgânica
proveniente de matéria vegetal em decomposição.

Quase todas as águas de superfície apresentam cor enquanto que as subterrâneas são,
geralmente, isentas.

A presença de cor em água é indesejável na grande maioria das aplicações industriais.

Em fábricas de papel, por exemplo, a cor na água de processos irá tingir as fibras de
celulose.

Em aplicações de água para a alimentação de caldeiras, a matéria orgânica, que produz a


cor tende a se carbonizar provocando incrustrações nos tubos da caldeira.

1.5 Ferro
A forma mais comum, em que o ferro solúvel é encontrado nos corpos de água, é como
bicarbonato ferroso – Fe(HCO3)2.

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É encontrado, nesta forma, em águas subterrâneas profundas, limpas e incolores que
em contato com o ar se turvam e sedimentam um depósito amarelo-marrom
avermelhado. A reação envolvida, é a seguinte:

4 Fe (HCO3)2 + O2 + 2H2O ===> 4 Fe (OH)3 + 8 CO2

4 Fe (OH)3 ===> 2 Fe2 O3 + 6H2O

Da mesma forma que a cor, o ferro contido em águas de uso industrial provoca
problemas, que vão desde o aparecimento de depósitos e crostas de óxido de ferro,
Fe2O3, até a coloração de produtos que a água contata e interferências em processos
industriais.

1.6 Dureza
A dureza de uma água é proporcional ao conteúdo de sais de cálcio e magnésio.

Estes sais, e em ordem decrescente de abundância na água, são bicarbonatos (HCO3),


sulfatos (SO4), cloretos (CL-) e nitratos (NO3).

A quantidade de cálcio é, normalmente, duas vezes maior do que a de magnésio.


Logicamente, estes valores são valores médios que podem ser diferentes em
determinados tipos de água.

No Brasil, a dureza de uma água pode variar desde 5 mg/l ate 500 mg/l como carbonato
de cálcio.

1.7 Sílica
Sílica é um constituinte de todas as águas naturais. Independente da fonte de água os
valores de sílica, normalmente encontrados, estão na faixa de 3 a 50 mg/l como SiO2.
Águas altamente alcalinas podem em certas ocasiões apresentar valores, talvez maiores
dos que acima.

1.8 Gases Diversos


É comum o aparecimento de gases dissolvidos nas águas brutas.

Podemos citar os seguintes :

– Dióxido de carbono

– Oxigênio

– Sulfeto de Hidrogênio

– Metano

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O Dióxido de Carbono, provém da decomposição de materiais orgânicos na água.

O Oxigênio é proveniente do contacto do ar com a água.

O Sulfeto de Hidrogênio tem a mesma proveniência do Dióxido de Carbono.

O Metano, raramente encontrado, é proveniente da decomposição de material biológico.

A CLARIFICAÇÃO DAS ÁGUAS

2.1 Noções básicas


A Clarificação das águas é empregada para a remoção de sólidos suspensos (turbidez)
nas aguas. A extensão desta remoção de impurezas, depende do equipamento e do
tratamento químico empregado na Clarificação.

2.2 Sólidos Suspensos


Sólidos suspensos consistem de partículas insolúveis e de sedimentação lenta. A titulo de
ilustração apresentamos, abaixo, alguns exemplos de tempo de sedimentação em
função das partículas.

Sólidos Suspensos Tempo para


decantação

Areia grossa Segundos

Areia fina Minutos

Barro Horas

Argila Anos

As razões básicas do porque as partículas suspensas demoram para decantar, são:

– tamanho muito pequeno ( inferior a 10 microns )

– carga negativa

Nas condições acima, a água mantém as pequenas partículas em suspensão, com


influência direta do peso especifico da partícula, carga das partículas, viscosidade da
água, temperatura da água, número de Reynolds do fluxo de água, etc.

Partículas do mesmo tamanho tem condições de sedimentação diferentes em águas de


temperaturas diferentes.

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Geralmente os sólidos suspensos tem uma carga negativa de cerca de 25 milivolts e se
repelem mutuamente. A esta carga dá-se o nome de Potencial Zeta.

2.4 Coagulação
De alguma forma pode-se concluir que um processo de clarificação de água consiste na
manutenção de condições físico-químicas tais, que os sólidos suspensos na água são
removidos por uma sedimentação.

Todavia, é necessário trabalhar-se em conjunto com as cargas das partículas para se


obter um resultado final melhorado.O processo de alteração de cargas das partículas se
chama de coagulação.

Coagulação e o processo de neutralização das cargas negativas das partículas que faz
com que as mesmas se atraiam, promovendo aglomeração, formando partículas
maiores, aumentando a velocidade de sedimentação.

A carga negativa das partículas e causada por uma camada fixa de ânions, seguida de
uma camada fixa de cátions e ânions.

A predominância de ânions na estrutura resulta numa carga negativa.Para que ocorra a


neutralização das cargas negativas, é necessário se substituir os cátions monovalentes
na estrutura externa, por cátions polivalentes.Íons de alumínio e íons ferricos são usados
para este fim.

A redução da carga da partícula para – 5,0 a 0,0 milivolts diminui as forças de repulsão a
tal ponto que as partículas podem colidir e aderir umas as outras. Formam-se micro-
aglomerados.

Este é o primeiro efeito resultante do processo de floculação.

A segunda reação, que segue a neutralização de cargas, é a formação do floco.

Este fenômeno é o agrupamento de micro-aglomerados para formar massas maiores


que sedimentarão.

2.5 Pré – Decantação


O processo puro e simples de decantação é aquele aplicado quando a água apresenta
sólidos em suspensão em condições de decantar normalmente sem o auxilio do
processo de floculação.

2.6 Finalidade da Pré-Decantação


A pré-decantação é empregada para separar partículas suspensas de grande tamanho,
acima de 10 microns. Para que isto ocorra é necessário que haja um tempo de retenção,
no pré-decantador, suficiente para que ocorra o processo.
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O tempo de retenção necessário é calculado considerando-se os seguintes fatores:

– Porcentagem de remoção de sólidos suspensos.

– Profundidade do decantador.

– Velocidade de sedimentação das partículas.

– Dimensões do decantador.

– Velocidade de passagem da água pelo equipamento.

A velocidade de sedimentação de uma partícula que decanta através de uma distância


equivalente a profundidade do tanque decantador, em um período de retenção
especifico, pode ser considerado como velocidade de passagem da água.

2.7 Tipos de decantadores


Existem dois tipos de pré- decantadores que podem ser mencionados:

– naturais

– construídos

Os pré-decantadores naturais são, geralmente, constituídos por açudes, lagoas,


represas, etc. que uma determinada indústria utiliza, sem preocupação de avaliação do
perfil de lama, nível do mesmo, ou remoção voluntária da lama.

Os construídos tem, geralmente, formas variadas, com entradas e saídas de água pelos
lados menores e um sistema de remocao de lama, formada pelas particulas decantadas.

2.8 Resultados esperados


Todo sistema de pre-decantação é empregado quando, e se:- houver disponibilidade de
área- a água apresentar turbidez superior a 200 ppm- existir partículas em suspensão
maiores que 10 microns de tamanho.

Uma pré-decantação deveria, quando aplicada corretamente apresentar:

– uma água livre de areia e outros sólidos maiores

– uma água com turbidez inferior a 100 ppm.

CLARIFICAÇÃO

3.1 Finalidade

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A clarificação propriamente dita é o processo utilizado para remover sólidos em
suspensão, quando a pré- decantação nao for suficiente para fornecer uma água com as
especificações adequadas.

O processo de clarificação envolve duas etapas que são:

– coagulação

– sedimentação

3.2 Mecanismos da coagulação


A coagulação resulta de dois mecanismos básicos: a coagulação eletrocinética, onde o
Potencial Zeta é reduzido por íons ou colóides de cargas opostas e a ortocinética, onde
as miscelas se agregam e formam flocos que aglomeram as partículas em suspensão.

3.3 Compostos químicos utilizados


Conforme visto anteriormente para ocorrer a coagulação, é necessária a adição de
cátions de alumínio ou ferro.

Os compostos geralmente usados para fornecer estes cátions são sais de reação ácida.

Dados sobre os compostos e a quantidade de alcalinidade consumida, quando estes são


adicionados na água, são apresentados a seguir.

A alcalinidade consumida pode ser de procedência natural ou adicionada.

Coagulante Fórmula

Sulfato de alumínio Al2(SO4)3 . 18 H2O

Alumen Amoniacal AL2(SO4)3 . (NH4)2SO4 . 24


H2O

Alumen Potássico AL2(SO4)3 . K2SO4 . 24 H2O

Sulfato Ferroso FeSO4 . 7 H2O

Sulfato Ferroso Clorado FeSO4 . 7 H2O . (1/2 Cl2 )

Sulfato Férrico Fe2(SO4)3

Cloreto Férrico FeCl3. 6H2O

Se a água a ser tratada não tem alcalinidade suficiente, então é necessário proceder-se a
adição de um composto alcalino.

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A seguir, apresentamos informações relativas a alcalinidade,fornecida por estes
produtos.

Composto Fórmula mg/l de alcalinidade por mg/l do produto

Bicarbonato de sódio NaHCO3 0,60

Carbonato de sódio Na2CO3 0,94

Soda cáustica NaOH 1,23

Cal virgem CaO 1,21

Cal hidratada Ca(OH)2 1,26

Em alguns casos é necessário reduzir-se ao invés de se adicionar alcalinidade. O produto


utilizado, normalmente, e o ácido sulfúrico. Algumas informações são fornecidas a
seguir:

Composto Concentração( mg/l) Redução de alcalin.

Ácido sulfúrico 60ºBe 77,6% 0,79

Ácido sulfúrico 66ºBe 93,2% 0,95

Ácido sulfúrico Conc. 98,0% 1

3.4 Propriedades dos coagulantes


O coagulante mais popular empregado em tratamentos primários de água é o sulfato de
alumínio.

Quando adicionado a uma água quimicamente pura, a seguinte reação ocorre:

Al2(SO4)3 + 6H2O <===> 2 Al(OH)3 + 6H + 3 SO4

Esta reação é reversível e qualquer que seja a alteração de pH (alcalinidade) fornecida a


solução, existirá um desequilibrio sensível. Como regra geral, para que esta reação se
processe de forma satisfatória, será necessário que o pH do meio esteja na faixa de
deslocamento da reação para o sentido esquerdo.

3.5 Coadjuvante de floculação


Diz-se que um produto é coajuvante de floculação (coagulação) a todos aqueles que de
alguma forma aumentam, sensivelmente a performance dos coagulantes comuns,
quando usado em conjunto.

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3.6 Polieletrólitos
Até a introdução dos materiais sintéticos, como coadjuvantes de floculação, chamados
de polímeros polieletrólitos, a silica ativada não possui nenhum competidor sério em
clarificação de água.

Além de serem, nitidamente superiores estes produtos tem a vantagem de serem


economicamente mais convincentes.

Os polieletrólitos podem ser classificados, com base no tipo de carga da cadeia


polimérica, em catiônicos, aniônicos e não iônicos.

No Brasil, devido as características de nossas águas e sólidos suspensos, somente os


aniônicos e não iônicos encontram a sua melhor aplicação.

A vantagem principal que os polieletrólitos oferecem é o tamanho avantajado de flocos,


que proporcionam maior velocidade de sedimentação.

Todos os polieletrólitos tem um limite máximo de dosagem após o qual, eles se tornam
dispersantes e anti-econômicos.

A descrição do mecanismo de ação dos polieletrólitos é tema de uma abundante


bibliografia técnica, não sendo portanto abordado neste descritivo.

3.7 Equipamentos
As reações de floculação são desenvolvidas em equipamento desenhado para este fim.

Existem dois tipos gerais de equipamentos:

– Clarificadores convencionais

– Clarificadores compactos

O tipo convencional ocupa muitas vezes mais espaco que o tipo compacto.

Em geral os clarificadores do tipo convencional produzem água de melhor qualidade que


clarificadores compactos, devido ao maior tempo de retenção para floculação e
decantação.

As operações de um clarificador são:

1. Mistura rápida da água a ser tratada, com os produtos químicos

2. Floculação

3. Decantação As necessidades de produtos químicos para uma boa clarificação podem


ser determinadas fazendo-se um Jar Test ( ver capitulo a parte ): JAR-TEST são séries
planejadas de teste controlados , feitos sob diferentes condições, a fim de determinar a
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melhor combinação de produtos químicos que produzirá a qualidade da água desejada.

Se houver matéria orgânica e cor dissolvidas para serem removidas, cloro ou


permanganato de potássio podem ser usados como agentes oxidantes de pré-
tratamento para destruir estas impurezas.

3.8 Equipamento de Clarificação


O tempo de retenção de um clarificador convencional é de algumas horas.

Os principais usuários de clarificadores do tipo convencional são as municipalidades.

Devido a limitações de espaço, a maioria das indústrias instala clarificadores do tipo


compacto.

Geralmente estes são classificados como ascendente ou descendentes ( em relação ao


fluxo ) e operam pelo princípio do contato-sólido ou manto de lama.

Problemas

Os problemas mais frequentes encontrados em clarificadores são arraste de flocos ou


turbidez excessiva, devido a:

– mal funcionamento do equipamento dosador de produtos químicos.

– adição de produtos químicos em local não apropriado.

– mal funcionamento do sistema de descarga de lodo.

– dosagem imprópria de produtos químicos.

– velocidade imprópria do agitador.

FILTRAÇÃO
Filtração da água é a passagem de água através de um meio poroso para remover
matéria suspensa. O tipo de matéria suspensa a ser removida depende da água, que
pode ser bruta ou tratada. A fonte original de água pode ser um rio, riacho, lago ou
poço.

Existem muitos tipos de filtros para remover matéria suspensa da água. Estes incluem os
filtros de cartucho, de gravidade, de pressão e os auto-laváveis.

Os mais comumente encontrados em tratamento de água industrial são os filtros de


gravidade, de pressão e auto-laváveis.

Filtros eficientes devem produzir água com turbidez inferior a 2 mg/l.

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4.1 Filtros a gravidade
Como o próprio nome já diz, a água é distribuida e passada verticalmente, de cima para
baixo, pelo filtro, por gravidade.

Comumente o meio filtrante é areia suportada por pedra.

Um sistema de drenagem compõe-se de um tubo principal com ramificações perfuradas


ou fundo falso com distribuidores especiais. A camada de pedra tem em geral espessura
determinada, sendo classificada.

Disposta em camadas, com pedras de maior granulometria no fundo e as de menor


granulometria no topo. A camada de areia, normalmente definidas em areia grossa e
fina, estão sobre a camada de pedras.

O sistema de drenagem é também usado para a contra lavagem que é feita


verticalmente de baixo para cima, através do filtro, para remover matéria
acumulada.Lavam-se os filtros em contra corrente (de baixo para cima) em geral,
quando a perda de pressão atinge 8 psi.

Isto ocorre quando a matéria filtrada é acumulada retardando a passagem da água.

Razões para má operação de filtros:

1. Pressão de contra lavagem inadequada.

2. Defeito no sistema de drenagem.

3. Bolos de lodo formados na areia devido a propriedade da matéria filtrada.

4. Fendas no leito de areia.Geralmente, 3 e 4 são consequências de contra lavagem


inadequada ou defeitos no sistema coletor.

4.2 Filtro de pressão


Filtros de pressão são usados quando a água a ser filtrada é fornecida sob pressão e
quando a água filtrada deverá ser distribuida sem bombeamento adicional.

Filtros de pressão podem ser usados para filtrar água fria ou quente.

Quando a água a ser filtrada é quente, o meio filtrante deverá ser o antracito, porque a
água quente, especialmente água alcalina quente, pode dissolver a pedra e a areia
contaminando a água com sílica.

Filtros de pressão podem ser verticais ou horizontais.

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Como nos filtros de gravidade, os filtros de pressão são equipados com um sistema de
distribuição de água a ser filtrada e um sistema coletor para água filtrada. O sistema de
distribuição serve também para coletar as águas de contra lavagem. O sistema coletor,
na operação de contra lavagem, é usado para suprir o filtro de água. O sistema coletor
poderá ser do tipo tubo e ramifições ou fundo falso dotado de coletores plásticos.

Os filtros, algumas vezes, podem ser dotados de sistemas de lavagem ar-água, para
auxiliar a operação de contra lavagem.

O ar é injetado abaixo do meio filtrante e ajuda a liberar a matéria aglutinada.Filtros de


pressão devem ter um espaço livre adequado. Este é o espaço entre a superfície do meio
filtrante e o sistema coletor de contra lavagem.

Quando se efetua a contra- lavagem, o leito de filtragem deve ser expandido para obter-
se uma remoção adequada da matéria acumulada. Se o espaço livre for inadequado,
pode-se perder o meio filtrante. O espaço livre não deve ser inferior a 50% da espessura
do leito filtrante, a fim de permitir uma boa expansão durante a contra lavagem.

4.3 Filtros do tipo auto laváveis


Existem várias versões de filtros do tipo auto-laváveis. Incluem-se os sem válvulas.

Todos são filtros de gravidade e dispõem de dispositivo de distribuição de água sobre o


meio filtrante e coletor de água filtrada. Geralmente o sistema de drenagem consiste de
tubos ranhurados.

Nestes tipos de filtros usa-se geralmente uma camada de areia fina, ou uma camada de
antracito sobre a camada de areia fina, não sendo necessária a camada de pedras
suporte.Estes tipos de filtros suprem sua própria água de contra lavagem. A necessidade
de contra lavagem é determinada pela perda de pressão (colmatagem).

Geralmente, a sequência de operação de cada tipo é similar, seguindo uma descrição


típica de operação de um filtro deste tipo. A água a ser filtrada entra por um tubo de
admissão, acima do leito de filtração sendo filtrada em sentido descendente através do
leito, fluindo para a câmara de água filtrada, localizada acima do leito filtrante em
compartimento separado.

Durante o ciclo de operação normal de filtração, a água filtrada permanece na câmara de


água filtrada, sendo destinada para o uso a extravazão do reservatório.Quando a contra
pressão aumenta o suficiente para forçar a água na linha de contra lavagem no seu
máximo de altura, o ciclo de contra lavagem é iniciado. O ar é purgado da linha e inicia-
se uma ação de sifonamento. O fluxo de água através do meio filtrante é revertido e a
água filtrada do compartimento superior de contra lavagem, fluirá em contra corrente
através do meio filtrante, sendo descartado para o esgoto. Um dispositivo de quebra de
sifão, no reservatorio de contra lavagem, atua quando a água atinge um nível mínimo
pré determinado.
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Após o ciclo de contra lavagem inicia-se novamente o ciclo de filtração, com a
manutenção do reservatório de água de contra lavagem e posterior extravazão para o
consumo.

CLORAÇÃO

5.1 Pré-cloração
Denomina-se de cloração a operação de injeção de um composto químico clorado,
altamente oxidante, na água. A finalidade desta operação é oxidar os materiais
oxidáveis.

Quando a cloração é efetuada logo após a captação de água, ela é chamada de pré-
cloração.

5.2 Objetivos
A pré-cloração é usada para oxidar, com o objetivo de modificar o carater químico da
água.

A pós-cloração, por sua vez, é utilizada com o propósito de desinfecção.A desinfecção é o


objetivo principal da cloração.

Atualmente os termos cloração e desinfecção são cada vez mais equivalentes, apesar do
cloro poder ser usado, conforme visto, com outros propósitos sem ser o da desinfecção.

Tanto o cloro como os compostos clorados, são oxidantes que podem reagir com uma
grande variedade de compostos orgânicos e inorgânicos na água, antes de produzir
qualquer efeito de desinfecção.

A diversificação e a velocidade das reações dificultam o uso do cloro, especialmente se a


água estiver muito contaminada. O potencial de oxiredução pode ser considerado como
a medida da tendência de reação com vários materiais, porém não oferece nenhuma
indicação sobre o regime ou a velocidade de reações.

5.3 Demanda de Cloro


Como é óbvio, as características químicas das fontes de água diferem radicalmente entre
si. As quantidades de cloro necessárias para obter um objetivo desejado, refletem
claramente estas diferenças.

Os compostos existentes na água, que exercem influência sobre a demanda de cloro,


dificultam o uso deste elemento na desinfecção, pois exigem que se aplique a
quantidade de cloro, não somente para destruir os compostos químicos, mas também
para eliminar a vida biológica na água.

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Podemos enumerar como sendo os seguintes fatores, que influem na demanda de cloro
de um sistema:

– nível de compostos redutores inorgânicos ( reação estequiométrica ).

– nível de compostos redutores orgânicos ( reação estequiométrica).

– formação de derivados clorados.

– cloro necessário para mineralizar os derivados obtidos anteriormente.

– evaporação natural de cloro, fornecido pelo sistema.

– quantidade de cloro necessária para obter os efeitos desejados.

5.4 Compostos Clorados


Existem diversos tipos de compostos químicos utilizáveis para efetuar uma cloração, e
dentre os mais comuns podemos citar os seguintes:

Compostos Teor de Cloro Ativo


%

Cl2, Cloro (gás) 100,0

CaCl2, Cloreto de Cal (pó) 35,0 – 37,0

Ca (Cl O)2, hipoclorito deCálcio (pó) – 70,0 – 74,0


HTH

NaClO, hipoclorito de sódio 10,0 – 12,0 (líquido)

5.5 Conclusões
Apesar dos resultados altamentes compensadores obtidos, quer seja para oxidação
quer seja para a desinfecção, a prática da cloração está longe de ser uma operação
simples.

A determinação de valores exatos de tempos de contato, demanda de cloro, residual de


cloro livre, extensão da oxidação, extensão de desinfecção é tão complexa e laboriosa,
que para uma aplicação industrial, aparentemente, não seria tolerável.

No entanto, a utilização de cloro é tão difundida, que já existem parâmetros e regras


práticas de fácil aplicação, que poderiam ser adotadas com margens de sucessos, quase
que totais. Passamos abaixo a descreve-las:

A. Pré-cloração – oxidação e desinfecção


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1. O consumo de cloro na pré-cloração é sempre superior a pós-cloração.

2. O teor de cloro residual livre, no efluente do sistema de tratamento primário, deverá


estar compreendido entre 0,5 e 1,0 mg/l de Cl2.

3. Se a água possuir teores de ferro ferroso e sulfeto de hidrogênio superiores a 1,0 mg/l
cada, efetuar uma aeração, antes da cloração.

4. Para efeitos de oxidação e melhora do processo de clarificação é necessário que haja


um tempo mínimo de contato de 15 minutos desde o momento em que a água recebeu
o cloro até o inicio do processo de clarificação

B. Pos-Cloração – desinfecção
1. O teor de cloro livre residual, antes da utilização da água para qualquer finalidade,
deverá estar compreendido entre 0,5 e 1,0 mg/l de Cl2.

2. O tempo de contato mínimo, para uma garantia total de desinfecção, é de 1


hora.Como resultados esperados no processo de cloração podemos citar, os seguintes:

a. Oxidação da matéria orgânica e inorgânica, removendo cor da água e auxiliando o


processo de clarificação.

b. Controle microbiológico do sistema, evitando o desenvolvimento de microorganismos


que alteram a operação do sistema.

c. Desinfecção da água.Como regra prática para avaliar a necessidade de uma cloração,


poderíamos mencionar:

I – Pré-cloração A) Toda vez que for necessário se proceder a uma oxidação dos
materiais contidos na água, ou quando a extensão da contaminação microbiológica for
realmente grande, ou o tempo de residência quando efetuada a pós-cloração for inferior
a uma hora.

B) Toda vez que o teor de matéria orgânica oxidável, pelo dicromato de potássio em
meio ácido, for superior a 5 mg/l.

II – Pós-cloração Quando se utilizar a água para fins potáveis.


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