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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO / USP

FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS / FFLCH

DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS / DLCV

ÁREA DE FILOLOGIA E LÍNGUA PORTUGUESA / AFLP

Disciplina: FLCO277 – Sintaxe do Português I – ano: 2015

Docente Responsável: Profa. Dra. Márcia Santos Duarte de Oliveira

Turmas: 2015101 – quartas-feiras (19:30 às 21:00h);


2015102 - 2015104 (8:00 às 10:00h - 10:00 às 12:00h)
 

Tópico da Aula 8

Textos:

Kenedy, Eduardo. 2013. Curso básico de linguística gerativa. Contexto: São Paulo.
Sintaxe e computações sintáticas, p. 181-201; cap. 8.
Negrão, E. V.; Scher, A.; Viotti, E. 2003. Sintaxe: explorando a estrutura da sentença.
In J. L. Fiorin (org.). Introdução à Lingüística II – Princípios de Análise, p. 93-96.
São Paulo: Contexto.
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(I) Sintagma e Ambiguidade Estrutural

• Na sentença (1), evidencia-se uma ambiguidade de natureza sintática:


(1) O Pedro viu a menina com o binóculo1

• Há duas possíveis interpretações para a sentença (1). A 1a. é confirmada por


meio do teste de ‘movimento de constituinte’:

(1a) interpretação : [VP __ viu __ com binóculo ]


(2)a.2 [Com o binóculo], o Pedro viu a menina.
b. Foi [com o binóculo] que o Pedro viu a menina.
Os ‘espaços’ antes e depois de ‘viu’, apresentados entre chaves acima, apontam para
a relação “predicado + argumento” na sentença (1).

                                                                                                                       
1
 Negrão, Scher &Viotti (2003: 93); dado (30), renumerado.  
2
 Negrão, Scher &Viotti (2003: 93); dados (31), (32), renumerados.  
 

  1  
• A 2a. interpretação pode ser confirmada pelo teste de fragmento de sentença:
(2a) interpretação: [DP A menina com o binóculo ]
(3)a.3 Quem o Pedro viu?
b. A menina com o binóculo

(II) Projeções Estruturais

• As interpretações acima podem ser ilustradas pelos esquemas a seguir:


(1a) interpretação: [VP ___ viu __ com binóculo]
Para o que nos interessa, por ora, representamos apenas o argumento interno do
verbo e seu adjunto “com binóculo”. A razão de o fazermos é porque o argumento
externo de um verbo como ‘viu’ não deve ser projetado em VP mas em vP (assunto
de aula posterior).

(4) [VP viu [DP a menina] [VP [PP com [DP o [NP binóculo]]]]]]
A dupla projeção do VP acima, em (4), objetiva, como apontado em sala,
expressar a adjunção do PP [com o binóculo] ao VP [viu].

(2a) interpretação: [DP A menina com binóculo]


(5) [DP a [NP menina [NP [PP com [DP o [NP binóculo]]]]]]
A dupla projeção do NP acima, em (5), objetiva, como apontado em sala,
expressar a adjunção do PP [com o binóculo] ao NP [menina].

                                                                                                                       
3
 Negrão, Scher &Viotti (2003: 94); dados (36 A, B), renumerados.  
 

  2  

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