Jogo
araribá
matemática 6 Unidade 1 – Números naturais
Jogo
Mankala decimal
Mankala: jogos de transferência
Certos especialistas consideram que os Mankala
estão entre os melhores jogos do mundo. Os jogos de
Mankala são muito difundidos. Podemos encontrá-los
na maioria dos países africanos, bem como na Índia, na
Indonésia, nas Filipinas, no Sri Lanka, na Ásia Central
e nos países árabes. Capturados no terrível comércio de
escravos, os africanos trouxeram os jogos até as Améri-
cas — à costa brasileira, para o Suriname e às ilhas do
Caribe, onde ainda hoje são populares.
Jogos desse tipo existem há milhares de anos. Tabu-
leiros foram esculpidos nas pedras de vários templos
do Antigo Egito. Outros tabuleiros muito antigos,
cinzelados na rocha, também foram descobertos em
Gana, em Uganda e no Zimbábue.
Mankala é uma palavra árabe que significa “trans-
ferir”. Pedras ou sementes são transferidas de um
recipiente a outro em um tabuleiro com duas, três ou
quatro filas de recipientes. Em cada região o jogo tem
seu próprio nome e seu próprio conjunto de regras. O
Margaret Courtney-Clarke/Corbis-Latinstock
tabuleiro de duas filas é conhecido no norte, oeste e
partes do leste Africano sob nomes como Wari, Oware,
Ayo e Giuthi. Na Ásia, as pessoas jogam Sungka, Dakon
e Congklak em tabuleiros de duas filas. No leste e sul da
África, o tabuleiro de quatro filas é mais comum, com
nomes como Bao (que significa “tabuleiro” em swahili),
Nchuba e Mweso. Na Etiópia há versões de três filas.
O jogo tem sido praticado por reis, em belos ta-
buleiros entalhados em madeira ou em tabuleiros de
ouro, e por crianças, que fazem buracos no chão. Há
cerca de 400 anos, Shyaam aMbul aNgoong, um rei da
África Central, trouxe o jogo a seu povo, os Kabas, que
viviam no Congo. Ele os induziu a trocarem as ativi-
dades guerreiras pelas artes pacíficas. Uma estátua do
rei, atualmente no Museu Britânico, mostra-o sentado
diante de um tabuleiro de Mankala.
Claudia Zaslavsky. Jogos e atividades matemáticas do
mundo inteiro. Trad. Pedro Theobald. Porto Alegre: Artmed,
1998. p. 32.
Meninos jogando
Mankala, usando pedras
e copos cinzelados no
Vilarejo de Akropong
Akvapim, Gana.
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 Jogo
araribá
matemática 6 Unidade 1 – Números naturais

Material necessário
• Duas caixas de ovos (de uma dúzia cada uma), sem tampa.
• 78 clipes ou grãos, 39 por equipe (não precisam ser diferentes).
Participantes
• 4 alunos distribuídos em duplas.
Objetivo
• Capturar a maior quantidade de clipes/grãos do oponente.
Regras
• Tirem par ou ímpar para decidir que dupla iniciará o jogo.
• A caixa mais próxima será o campo de cada dupla.
• Cada equipe distribui os 39 clipes/grãos nas 6 cavidades externas, como mostra a
figura.

9 8 7 6 5 4 quantidade de clipes

dupla cavidades externas

A cavidades internas

cavidades internas dupla

cavidades externas B

quantidade de clipes 4 5 6 7 8 9

• A primeira dupla escolhe uma cavidade qualquer do seu campo, retira os clipes/
grãos nela contidos e os distribui nas cavidades externas, suas e do oponente. Os
clipes/grãos são distribuídos um a um, no sentido anti-horário, começando pela
cavidade seguinte à que ficou vazia.
• Terminada a distribuição dos clipes/grãos, a dupla observa se alguma cavidade
externa do campo oponente ficou com exatamente 10 clipes/grãos.
• Nesse caso, a dupla retira os 10 clipes/grãos dessa cavidade e coloca apenas um em
uma de suas cavidades internas; os demais ficam na mesa. Passa a vez para a outra
dupla, que repete o procedimento.
• O jogo termina quando a quantidade de clipes não for suficiente para alcançar o
campo oponente.
• Vence a dupla que capturar mais clipes/grãos do campo oponente.

Para pensar
• Que cavidade é a melhor para iniciar o jogo? Por quê?
• Se mudássemos apenas o sentido do movimento para o sentido horário, qual seria
a melhor cavidade para iniciar o jogo? Por quê?
• Vocês notaram alguma semelhança desse jogo com o sistema decimal de numeração?
• Como poderíamos contar a quantidade de clipes/grãos fora das cavidades externas,
utilizando somente os clipes/grãos das cavidades internas?