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Manejo odontológico no paciente

com doenças cardiovasculares e


pulmonares

Marcela Alves dos Santos Paul


Cirurgiã-dentista do InCor
Doutora em Cardiologia pela FMUSP
Especialista em PNE pelo HCFMUSP
Especialista em Estomatologia
Especialista em Implantodontia
10/05/2017
Atendimento odontológico ao cardiopata

 Conhecer as cardiopatias

 Endocardite infecciosa

 Antiagregantes plaquetários

 Anticoagulantes orais

 Solução anestésica “ideal”


PARA RELEMBRAR!!
Atendimento odontológico ao cardiopata

 Conhecer as cardiopatias

 Endocardite infecciosa

 Antiagregantes plaquetários

 Anticoagulantes orais

 Solução anestésica
Cardiopatias

Aciánóticas / Acianogênicas
 Congênitas
Cianóticas / Cianogênicas
4 a 50 /1000 nascidos vivos

 Adquiridas

(Hoffman & Kaplan, 2002)


Cardiopatias Congênitas Acianóticas

 Shunt E → D

 PCA: persistência do canal arterial


 CIA: comunicação interatrial
 CIV: comunicação interventricular

 Obstrutivas

 CoAo: coarctação da aorta


 Ep: estenose da pulmonar
 EMi: estenose mitral
 EAo: estenose aórtica
Persistência do Canal Arterial : PCA
Gestação Pós-parto Normal
PCA
Fechamento espontâneo
12 horas a 4 semanas
Incidência de PCA: 10%
Coração normal Persistência do canal arterial

Ao

AA P AA P

AE AE

AD AD

VE VE
VD VD
Comunicação interatrial : CIA

Defeito do
septo interatrial
resultando em
comunicação
entre o átrio
direito e
esquerdo
Comunicação interventricular: CIV

Defeito do
septo
interventricular
resultando em
comunicação
entre os
ventrículos
esquerdo e
direito
Coarctação da aorta : CoAo
Estenose pulmonar : Ep

Sintomas somente em casos graves


Estenose mitral : EMi

Congestão pulmonar e dispnéia


Estenose aórtica : EAo
Dor torácica, dispnéia e síncope

valva aórtica normal

estenose valvar aórtica


Cardiopatias Congênitas Cianóticas

 Shunt D → E

 Ep + CIA ou CIV
 TF : tetralogia de Fallot
 TGV: transposição dos grandes vasos
 Ventrículo único
 Atresia da pulmonar
 Atresia da tricúspide
 Tronco arterial comum
 Hiperfluxo pulmonar
Cardiopatias Congênitas Cianóticas

Cianose
Abdômen dilatado
Tórax projetado
Baixo peso
Cardiopatias Congênitas Cianóticas

Coloração azulada na pele


Dedos em forma de baqueta
Unhas em forma de vidro de relógio
Tetralogia de Fallot

Dextroposição da aorta
Hipertrofia do ventrículo direito
Comunicação interventricular
Estenose pulmonar
Transposição dos grandes vasos

Inversão da posição da aorta


com o tronco pulmonar

Duas circulações
Atendimento Odontológico

 Profilaxia antibiótica para prevenção da


Endocardite infecciosa
American Heart Association,1997
American Heart Association,2007

 Redução do estresse: sedação


 Atendimento em centro cirúrgico
 Anestésico local
Profilaxia antibiótica - Diretrizes AHA

Endocardite infecciosa

Condições cardíacas que requerem


profilaxia antibiótica - AHA 1997
Alto risco Risco moderado

Próteses valvares Disfunção valvar adquirida


EI prévia Cardiopatias congênitas
Cardiopatias congênitas Cardiomiopatia hipertrófica
cianogênicas complexas Prolapso de valva mitral
Condutos ou shunts com regurgitação
pulmonares construídos
cirurgicamente

American Heart Association 1997


Profilaxia antibiótica - Diretrizes AHA

Endocardite infecciosa

Condições cardíacas que NÃO requerem


profilaxia antibiótica - AHA 1997
Baixo risco

CIA óstio secundum


CIA, CIV e PCA após 6 meses da correção (sem defeito
residual)
DAC
PVMi sem regurgitação
Febre reumática sem disfunção das valvas
Dispositivos cardíacos

American Heart Association 1997


Profilaxia antibiótica - Diretrizes AHA

Endocardite infecciosa

Condições cardíacas que requerem


profilaxia antibiótica - AHA 2007
Valvas protéticas
Endocardite prévia
Cardiopatias congênitas:
cianogênicas não corrigidas, incluindo shunts e
condutos paliativos
primeiros 6 meses de pós-operatório de defeitos
cardíacos totalmente corrigidos
corrigidas com defeitos residuais
Receptores de transplante cardíaco que
desenvolveram valvopatias
American Heart Association 2007
Profilaxia antibiótica - Diretrizes AHA

Endocardite infecciosa

Condições cardíacas que requerem


profilaxia antibiótica - InCor

Alto e moderado risco (AHA 1997)

Marcapasso e CDI (InCor)


Atendimento Odontológico

 Profilaxia antibiótica para prevenção da


Endocardite infecciosa
American Heart Association,1997
American Heart Association,2007

 Redução do estresse: sedação


 Atendimento em centro cirúrgico
 Anestésico local
Anestésicos Locais

 44 portadores de cardiopatia congênita


• GE: 20 com cardiopatia cianótica com hipofluxo pulmonar
• GC: 24 com cardiopatia acianótica
• Exodontia de dente decíduo: lidocaína 2% sem adrenalina

The Wand®

Dutra RMF et al. Clinics 2014;69(5):314-318


Anestésicos Locais

 SpO2, frequência cardíaca, pressão arterial


 Não houve diferença entre os grupos na
avaliação da FC e PA
 Os valores de SpO2 foram menores no grupo
experimental.
 Os autores concluíram que o atendimento
desse grupo é seguro, se for seguido o
protocolo proposto.

Dutra RMF et al. Clinics 2014;69(5):314-318


Cardiopatias valvares

 Etiologia Streptococcus β-hemolítico


do Grupo A de Lancefield
congênitas
adquiridas

Febre reumática
Estenose
Estenose da valva mitral
Insuficiência
Insuficiência da valva mitral
Prolapso

valva normal

prolapso da valva mitral


Próteses Valvares

Metálica Biológica
Atendimento Odontológico

 Profilaxia antibiótica para prevenção de


endocardite infecciosa
American Heart Association,1997

American Heart Association,2007

 Anticoagulação oral

 Anestésico local
Cardiopatias valvares

Unidade de Odontologia InCor – dados epidemiológicos

Avaliação da saúde bucal de pacientes do InCor em


situação de preparo para cirurgia valvar cardíaca

19,5%
má saúde bucal

boa saúde bucal

80,5%

Boa saúde bucal: n = 1.000 pacientes portadores


sem doença periodontal de cardiopatia valvar
> 20 dentes período: 1995-2004
Unidade de Odontologia InCor – dados epidemiológicos

Diagnósticos odontológicos

Doença periodontal 90%

Cáries dentárias 76%

Lesões endodônticas 40%

n = 805 pacientes portadores


de cardiopatia valvar
período: 1995-2004
Anestésicos Locais

 59 portadores de doença valvar:

• 28: lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000


• 31: lidocaína 2% sem adrenalina

 PA, FC, SPO2 e presença de arritmias


 Lidocaína com adrenalina mostrou maior
eficácia anestésica sem causar alterações
hemodinâmicas em valvopatas.
Laragnoit AB et al. Clinics 2009;64(3):177-82
Anestésicos Locais

 31 gestantes com doença valvar reumática


• 17: 1,8 mL lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000
• 14: 1,8 mL lidocaína 2% sem adrenalina

 Métodos: MAPA, Holter e cardiotocografia em


gestantes 28a a 37a semanas

 O uso da Lidocaína com adrenalina foi seguro e


eficaz em procedimento restaurador em gestantes
com doença reumática.
Neves ILI et al. Arq Bras Cardiol 2009;93(5):463-472
Miocardiopatias

 Dilatada
 Hipertrófica
Atendimento Odontológico

 Profilaxia antibiótica para prevenção da


Endocardite infecciosa
American Heart Association,1997

American Heart Association,2007

 Transplante cardíaco

 Anestésico local: LSA


Doença arterial coronária

 Angina
 IAM
Tratamento: Doença arterial coronária
Tratamento: Doença arterial coronária
Atendimento Odontológico

 Não é necessária a profilaxia antibiótica

American Heart Association,1997


American Heart Association, 2007

 Antiagregantes plaquetários

 Anestésico local
Anestésicos Locais

 62 portadores de doença arterial coronária


• 30: lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000
• 32: lidocaína 2% sem adrenalina

 Parâmetros eletrocardiográficos e PA
 Não houve diferença entre os grupos no
comportamento da PA, FC, evidência de
isquemia e arritmias.

Neves RS et al. Arq Brasil Cardiol 2007;88(5):545-551


Anestésicos Locais

 54 portadores de doença arterial coronária


• 27: mepivacaína 2% com adrenalina 1:100.000
• 27: mepivacaína 3% sem adrenalina

 Dosagens dos marcadores de necrose


 O uso da adrenalina não implica riscos
isquêmicos adicionais quando realizada uma
boa técnica anestésica e mantendo as
medicações.

Conrado, VCLS et al. Arq Brasil Cardiol 2007;88(5):446-452


Anestésicos Locais
 70 portadores de DAC e DM2
• 35: lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000
• 35: lidocaína 2% sem adrenalina

 Glicemia, pârametros hemodinâmicos e


ansiedade
 Não houve diferença entre os grupos no
comportamento da glicemia, PA, FC e
ansiedade . Houve diminuição significativa
dos níveis glicêmicos
Santos-Paul, MA et al. Clinics 2015;70(3):185-189
Arritmias Cardíacas

Taquiarritmias
Bradiarritmias
Fibrilação Atrial
Marcapasso e CDI
Atendimento Odontológico

 Não é necessária a profilaxia antibiótica


American Heart Association,1997
American Heart Association,2007

 FA: anticoagulante
 Marcapasso e CDI: não usar bisturi elétrico
e localizador apical
 Anestésico local
Anestésicos Locais

 33: Doença de Chagas e 32: DAC com IAM


com arritmias ventriculares:
 14 DC e 15 DAC: Lidocaína 2% sem adrenalina
 19 DC e 16 DAC: Prilocaína 3% com felipressina

 PA, FC, número de extrassístoles


 A prilocaína pode ser usada com segurança
em pacientes chagásicos e coronarianos com
arritmias ventriculares complexas.

Cáceres MTF et al. Arq Brasil Cardiol 2008;91(3):128-133


Atendimento odontológico ao cardiopata

 Conhecer as cardiopatias

 Endocardite infecciosa

 Antiagregantes plaquetários

 Anticoagulantes orais

 Solução anestésica ideal


Endocardite Infecciosa

Streptococcus viridans
Agentes etiológicos

Streptococcus viridans ....... 38,6%


Enterococcus ...................... 7,1%
D não Enterococcus ........... 7,1%
Outros ................................. 3,6%
Stafilococcus aureus .......... 16,7%
Stafilococcus epidermidis ... 5,0%
Bactérias Gram (-) .............. 4,8%
Fungos ............................... 1,2%
Virus................................. 2,2%
Hemocultura (-) .................. 13,8%
Características da Endocardite

Doença grave
80% incide em cardiopatas
Alto custo
Difícil diagnóstico
Tratamento complexo
Atinge todas as idades
Alta taxa de mortalidade e morbidade
Pode reincidir
Sinais e sintomas da Endocardite

Relacionados com a virulência


bacteriana
Início súbito
Febre baixa/ elevada
Dispnéia
FC aumentada
Fadiga
Abscessos metastáticos
Destruição da valva cardíaca
Choque séptico
Manifestações periféricas

Vasculites

Nódulo de Osler
Manchas de Roth
Manifestações periféricas

Petéquias
conjuntiva
mucosa oral
extremidades
Endocardite Infecciosa – Fisiopatogenia

Valvopatias adquiridas
Cardiopatias congênitas

Turbulência do fluxo sanguíneo


Lesão de células endocárdicas
Deposição de plaquetas e fibrina

ETNB

Bacteremia
Aderência de
bactérias ao ETNB

VEGETAÇÃO
ETNB – endocardite trombótica não-bacteriana
Bacteremia espontânea x induzida

Número de casos de EI e a relação com a realização ou


não de procedimentos odontológicos, em uma amostra
de 427 pacientes

45 (10,5%) casos procedimento < 30 dias


44 (10,3%) casos procedimento 31-180 dias
338 (79,2%) casos sem procedimento

van der Meer JTM e col - Arch Intern Med 1992


Bacteremia induzida

 Exodontia: 10 a 100%
 Cirurgia periodontal: 36 a 88%
 Raspagem subgengival: 8 a 80%
 Procedimentos endodônticos: > 20%
American Heart Association, 2007

 Endodontia 1mm aquém do ápice: 0%


 Endodontia 2mm além do ápice: 25%
Bender, IB et al – Journal of Endodontics, 2003
Procedimentos odontológicos que
requerem profilaxia antibiótica

Manipulação:

 Tecido gengival

 Região periapical

 Mucosa oral

American Heart Association,1997 e 2007


Condições cardíacas que requerem
profilaxia antibiótica

Alto risco Moderado risco


 Próteses valvares
 Valvopatia adquirida
 EI prévia
 CC
 CC cianóticas
 MCH
 Shunts pulmonares
 PVM com regurgitação
construídos
cirurgicamente
American Heart Association ,1997
Condições cardíacas que requerem
profilaxia antibiótica

 Próteses valvares
 EI prévia
 Cardiopatias Congênitas (cianóticas não
corrigidas, 6 meses após correção, reparada
com defeito residual)
 Transplantados que desenvolvem valvopatia.

American Heart Association ,2007


AHA 2007 – razões das novas diretrizes

História de EI: valvas protéticas > valvas nativas

Bacteremia: atividades diárias > procedimentos

Profilaxia antibiótica: reações adversas > benefícios


previne 100% dos casos?

Saúde bucal: fundamental na prevenção


InCor 2007 – Reflexão sobre novas diretrizes

História de EI: valvas protéticas > valvas nativas


Febre reumática: Brasil > EUA e Europa

Bacteremia: atividades diárias > procedimentos


Manipulação: saúde bucal X inúmeros focos

Profilaxia antibiótica: reações adversas > benefícios


previne 100% dos casos?
40 anos de experiência: nenhum caso de anafilaxia

Saúde bucal: fundamental na prevenção


Distribuição de Ei por cardiopatia

22%
valvopatia
2% 42%
prótese valvar
congênitas
outras
12%
normal prévio
22%

Unidade Clínica de Cardiopatias Valvares InCor 2006


Profilaxia antibiótica para Endocardite
American Heart Association 1997¹ / 2007²

ANTIBIÓTICO Dose Dose HORÁRIO VIA


Adulto Pediátrica
Amoxicilina (*) 2g 50 mg/kg 60’ antes VO
Ampicilina 2g 50 mg/kg 30’ antes IM ou EV

Clindamicina 600 mg 20 mg/kg 60’ antes VO

Clindamicina 600 mg 20 mg/kg 30’ antes EV

(*) regime padrão (¹) Dajani AS et al. Circulation. 1997;96:358-66


(²) Wilson W et al. Circulation. 2007;116:1736-54
Profilaxia antibiótica para Endocardite
American Heart Association 1997¹ / 2007²

ANTIBIÓTICO Dose Dose HORÁRIO VIA


Adulto Pediátrica
Cefalexina 2g 50 mg/kg 60’ antes VO
Azitromicina 500 mg 15 mg/kg 60’ antes VO

Cefazolina 1g 50 mg/kg 30’ antes IM ou EV

EVENTUALMENTE – ATÉ 2 H
(¹) Dajani AS et al. Circulation. 1997;96:358-66
(²) Wilson W et al. Circulation. 2007;116:1736-54
Abordagem odontológica na vigência da doença

Atuação de equipe multidisciplinar


Pesquisa de foco infeccioso
Exame clínico e radiográfico
Intervenções remoção de focos
tratamento periodontal
endodontia
cirurgia
dentística (?)
Orientações: prevenção da reincidência de EI
Atendimento odontológico ao cardiopata

 Conhecer as cardiopatias

 Endocardite infecciosa

 Antiagregantes plaquetários

 Anticoagulantes orais

 Solução anestésica ideal


Sistema hemostático

 Manter a circulação sanguínea em equilíbrio


dentro dos vasos

 Interromper sangramentos provenientes de lesão


vascular

Moretti MA, 2009 e Zago, 2000


Fase Inicial da coagulação

Vasoconstrição
Fase plaquetaria
A3
Adesão, Ativação, Agregação

ADESÃO PLAQUETÁRIA

Plaqueta

Fator de Von Willebrand

Colágeno
Adesão, Ativação, Agregação

Agonistas da ativação plaquetária

ADP TROMBINA
ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA
TXA2 COLÁGENO

GP IIb/IIIa

Plaqueta ativada

Fator de Von Willebrand

Colágeno
Adesão, Ativação, Agregação

AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA

GP IIb/IIIa

Plaqueta ativada

Fibrinogênio
Fator de Von Willebrand

Colágeno
Cascata de Coagulação
VIA EXTRÍNSECA VIA INTRÍNSECA

LESÃO
TECIDUAL XIIa XII

XIa XI
Fator tecidual -
-
VIIa IXa IX - AT III
-
X Xa
- XII
VIA COMUM

II Protrombina IIa Trombina


XIIa

Fibrinogênio Fibrina Fibrina estável


Antiagregantes plaquetários
Indicações
Inibem a adesão e a agregação plaquetárias
AAS, Ticlopidina, Clopidogrel, Prasugrel, Ticagrelor
Ácido Acetilsalicílico (AAS)

 Droga de escolha
Reduz em 30% as complicações da doença vascular.
Preço, amplo uso em pesquisas.

 Mecanismo de ação
Inibidor seletivo e irreversível da COX-1. Impede
síntese de TXA2 (Aspirina®)

Piegas et al. (2003); Hostetter et al. (2003); Jafary et al. (2000)


Tienopiridínicos

 Ticlopidina, Clopidogrel, Prasugrel, Ticagrelor


(Ticlid®, Plavix®, Effient®, Brilinta®)

 Mecanismo de ação
Inibem a agregação plaquetária mediada pelos
receptores de ADP

Piegas et al. (2003); Hostetter et al. (2003); Jafary et al. (2000)


Inibidores da GpIIbIIIa

 Abciximab, Tirofiban
ReoPro®, Agrastat®

 Mecanismo de ação
Inibem a agregação plaquetária mediada pelo
fibrinogênio

 Uso hospitalar
ADP

Receptores
ADP

TIENOPIRÍDINICOS

AAS

Receptores INIBIDORES DA GP IIb/IIIa


TXA2

TXA2

Hankey et al. (2003)


Terapia Dupla

 Associação de 2 antiagregantes plaquetários


 AAS 100mg + Clopidogrel 75mg

 Risco de sangramento???

 Como avaliar?
Teste de função plaquetária

Tempo de sangramento (Ivy)

• Teste de sangramento cutâneo


• Avalia hemostasia primária
• Representa uma opção viável na detecção de
indivíduos com risco hemorrágico elevado

Harrison (2005); Quick (1975); Mielke et al. (1969); Ivy et al. (1941)
TS (Ivy)
5 mm extensão
1 mm profundidade
TS (Ivy)

Valor de referência: 9 minutos


Acima de 20 minutos: risco de sangramento grave
Tempo de sangramento

• Payne et al. (2002)


TS Ivy em 7 indivíduos saudáveis em uso clopidogrel
associado ou não ao AAS, após 3 dias

5x

3,4x
Recomendações para cirurgia oral

 Monoterapia: AAS ou Tienopiridínico


 Não suspender

 Terapia dupla: AAS + Clopidogrel


 Suspender clopidogrel (5 a 7 dias antes do
procedimento cirúrgico)

Hassan et al. (2005); Geiger et al. (2005); Angiolillo et al. (2005); Harder (2004);
Raman(2004); Grau et al. (2003); Daniel et al. (2002); Payne et al. (2002);
Grines et al. (2007)
Recomendações para cirurgia oral

 Monoterapia: AAS ou Tienopiridínico


 Não suspender

 Terapia dupla: AAS + Tienopiridínicos


 Não suspender
Cuidados: Cirurgia Oral

• Cuidado na manipulação de tecidos

• Preferir odontossecção a osteotomia

• Hemostasia trans-operatória

– Sutura, transamin, surgicel, gelfoam,cola


biológica

• Evitar prescrever de AINES por mais de 3 dias


Atendimento odontológico ao cardiopata

 Conhecer as cardiopatias

 Endocardite infecciosa

 Antiagregantes plaquetários

 Anticoagulantes orais
Anticoagulantes – Objetivo

 Prevenir a formação de trombos, tanto


venosos como arteriais, em pacientes de alto
risco.
Anticoagulantes - Indicações

 Prevenção primária e secundária de TEV


 Próteses valvares cardíacas
 Fibrilação e fluter atrial
 Pós IAM
 Redução de risco de IAM recorrente

American College of Chest Physicians Evidence Based Clinical Practice Guidelines


Anticoagulantes
 Heparinas
 HNF (Liquemine®)
 HBPM (Clexane®)

 Anticoagulantes orais – cumarínicos:

 Warfarina (Marevan®)
 Fenprocumona (Marcoumar®)
NOVOS Anticoagulantes Orais

 Inibidores Diretos da Trombina


 Dabigatrana (Pradaxa®)

 Inibidores Diretos do Fator Xa


 Rivaroxabana (Xarelto®)
 Apixabana (Eliquis®)
 Edoxabana (Lixiana®)
Mecanismos de ação: Heparina

Potencializa a ação da
VIA INTRÍNSECA Antitrombina III

XIIa XII

XIa XI
-
-
IXa IX - AT III
-
X Xa
-
HEPARINA
II IIa Trombina

Inibe XIII Fibrina instável


agregação plaquetária
Heparinas

 Heparina não fracionada (HNF)


 TTPA
 Reverte com sulfato de protamina EV
 Meia-vida: 2 a 5 horas

 Heparina de baixo peso molecular (HBPM)


 nível de atividade anti Xa
 Pico de ação: 1 a 2,5 horas
(Garcia et al, 2010)
Mecanismos de ação: Varfarina

Vitamina K

Fatores de coagulação
VII
Proteína S
IX
Antagonista Proteína C
da vitamina K X
II
síntese e ação
varfarina
Interações medicamentosas

Varfarina X Antimicrobianos
Potencializa o efeito Inibe o efeito Não influencia
Sulfametoxazol/Trimetropin Nafcilina
Eritromicina Rifampicina
Fluconazol Griseofulvina

Isoniazida

Metronidazol
Miconazol
Amoxicilina
Interações medicamentosas

Varfarina x Drogas Cardiovasculares

Potencializa o efeito Inibe o efeito Não influencia

Amiodarona Colestiramina Atenolol

Propranolol Metoprolol

Propafenona
Interações medicamentosas

Varfarina x Drogas do SNC

Potencializa o efeito Inibe o efeito Não influencia

Inibidores da
recaptação
da Serotonina
Barbitúricos Fluoxetina

Clordiazepóxido

Carbamazepina
Interações medicamentosas

Varfarina x Antiinflamatórios

Potencializa o efeito Inibe o efeito Não influencia

Fenilbutazona

Piroxicam Naproxeno

Sulfinpirazona

(OMS)
Interações alimentares

Manter quantidades constantes


GESTAÇÃO
Contraindicação absoluta:

• 1º trimestre- teratogênico
• último trimestre - risco hemorrágico

• Opções:

• heparina
• anticoagulante oral pós-parto
Monitorização da anticoagulação oral

TP – Tempo de Protrombina
Impreciso e variável
Diferentes tromboplastinas utilizadas nos exames

1985
International Committee on Thrombosis and Hemostasis

INR = ( TP do paciente em segundos ISI


TP normal em segundos )
ISI = International Sensitivity Index
INR - International Normalized Ratio

TP do TP TPpaciente
Tromboplastina Paciente Normal ISI INR
TPnormal
(segundos) (segundos)

A 16 12 1,3 3,2 2,6


B 18 12 1,5 2,4 2,6
C 21 13 1,6 2,0 2,6
D 24 11 2,2 1,2 2,6
E 38 14,5 2,6 1,0 2,6

ISI = International Sensitivity Index


NOVOS Anticoagulantes Orais (NOACs)

Anticoagulantes de Ação Direta

 Inibidores Diretos da Trombina


 Etexilato de dabigatrana (Pradaxa®)

 Inibidores Diretos do Fator Xa


 Rivaroxabana (Xarelto®)
 Apixabana (Eliquis®)
 Edoxabana (Lixiana®)
Etexilato de Dabigatrana

 Inibidor da trombina (Fator IIa)


 Ingerido na forma pró-droga
 Início de ação : 1,5 hora pós administração
 Meia-vida de 14 a 17 horas
 Excreção: 80% renal (CI em CLCR < 30)
 Dispepsia em 10% dos casos
 Dialisável
 Mensal : R$ 200

(Bauer, 2010; Garcia, 2010; Heidbuchel, 2013)


Rivaroxabana

 Inibidor do Fator Xa
 Início de ação : 2-4 horas pós administração
 Meia-vida de 11 horas. Ingestão com alimentos
 Excreção: 2/3 renal 1/3 fecal
 Interação medicamentosa com Citocromo P450
 Cetoconazol, ritonavir, claritromicina, eritromicina
(aumentam os níveis 30-100%)
 Mensal : R$ 190

(Heidbuchel, 2013)
Apixabana

 Inibidor direto do Fator Xa


 Início de ação : 3 a 4 horas pós administração
 Meia-vida de 8 – 14 horas.
 Excreção: 25% renal 75% fecal
 Sem Interação medicamentosa significativa
 Mensal : R$ 240

 Varfarina R$ 15

(Heidbuchel, 2013)
NOACs – Manejo de Sangramento

 Complexo protrombínico ativado


 Fator VIIa recombinante ativado
 Plasma Fresco Congelado/Crioprecipitado
 Diálise
 Ac anti-monoclonal anti-dabigatrana
 Fragmento Fab para inibidores do fator Xa

(Langner, 2013)
Revisão de Literatura

Conflito: tromboembolismo X hemorragia

Procedimento odontológico

Manter AO Interromper AO
Reduzir AO Ponte de
anticoagulação

Risco de sangramento Risco de tromboembolismo

Custos e dificuldades
Risco de sangramento
Blinder et al., 1999 Cosgriff, 1953
Zanon E, et al., 2003 Wahl, 1998 Bloomer CR, 2004
Al-Mubarak et al., 2007 Gohlke-Bärwolf C, et al., 2001
Sacco R et al., 2007
Neves ILI, Neves RS. In: Grinberg M, Sampaio RO, editors. Doenças valvares. 2006.
Pacientes sob anticoagulação oral plena

75 casos 2,0 ≤ INR ≤ 3,0

Sexo Distribuição por


faixa etária
40 34
49 feminino 35
30
25
26 masculino 20
18 19

15
10
5 2
2
0

16 5
31 0
1

46 5
-3
0-

0
-4

60
-6
Unidade de Odontologia InCor HC FMUSP 1994
Pacientes sob anticoagulação oral plena

75 casos 2,0 ≤ INR ≤ 3,0

Indicação do uso Droga

68
49 (91%)
(66%)
3
26 2
(44%) 2

warfarin (Marevan®)
fenindiona (Dindevan ®)
prótese valvar mecânica fenprocumona (Marcoumar®)
outras heparina

Unidade de Odontologia InCor HC FMUSP 1994


Pacientes sob anticoagulação oral plena

75 casos 2,0 ≤ INR ≤ 3,0

Total = 56 procedimentos

Exodontia
41% (23)
Periodontia
34% (19)
Endodontia
11% (6)
Dentística
14% (8)

Unidade de Odontologia InCor HC FMUSP 1994


Pacientes sob anticoagulação oral plena

75 casos 2,0 ≤ INR ≤ 3,0

RESULTADOS
Sangramento normal no trans e pós-operatório
Ausência de hematomas
Ausência de hemorragias até 7 dias pós-operatórios
Sem ocorrência de acidente tromboembólico

Unidade de Odontologia InCor HC FMUSP 1994


Unidade de Odontologia InCor – ano: 2010

Proporção de pacientes atendidos* sob AO

Total de pacientes atendidos no ano de 2010: 2.834


Varfarina

 Não suspender a varfarina.

 INR ≤ 3,0
Campbell et al, 2000; Lloyd, 2003; Alexander et al., 2002

 INR ≤ 3,5
Blinder et al, 2001; Zanon et al, 2003

 INR ≤ 4,0
Blinder et al, 1999; Wahl, 2000; Evans et al, 2002; Arthur et al, 2003; Gibson et
al., 2002; Kamien, 2006
 INR ≤ 5,0
Loeliger et al, 1985
Como proceder na vigência da Varfarina

 Não suspender

 Solicitar INR

 Planejar sessões

 Medidas hemostáticas locais


Controle pré-intervenção odontológica
PROCEDIMENTO PRAZO INR
Dentística Não há necessidade de
avaliar INR
Necropulpectomia Não há necessidade de
avaliar INR
Biopulpectomia 30 dias até 3,5

Raspagem subgengival 30 dias até 3,5

Cirurgia periodontal 15 dias até 3,5

Cirurgia oral 15 dias até 3,5

INR >3,5 ou mudança de dose do ACO: solicitar novo exame.


Como proceder na vigência do Heparina

 Paciente internado

 Solicitar ao médico suspensão de uma das


doses ou bomba de infusão

 Procedimentos cruentos: 6 horas após a dose


administrada HFN ou HBPM

 Planejar sessões

 Medidas hemostáticas locais


Como proceder na vigência da Dabigatrana

 150mg 12/12 h ou 110 mg de 12/12 h

 Solicitar ao médico suspender a dose da manhã

 Planejar sessões

 Medidas hemostáticas locais


Como proceder na vigência da Rivaroxabana

 20 mg 1x/dia ou 15 mg 1x/dia

 Solicitar ao médico suspender a dose do dia da


cirurgia

 Planejar sessões

 Medidas hemostáticas locais


Como proceder na vigência da Apixabana

 5 mg 12/12 h ou 2,5 mg de 12/12 h

 Solicitar ao médico suspender a dose da manhã

 Planejar sessões

 Medidas hemostáticas locais


AGENTES ANTITROMBÓTICOS – Implicações no tratamento odontológico

Hemostáticos – Antifibrinolíticos

Sindet-Pedersen et al, 1989


Ramström et al, 1993
Blinder et al, 1999 e 2001
Zanon, 2003
Ramli & Rahman, 2005
Ferrieri et al, 2007
AGENTES ANTITROMBÓTICOS – Implicações no tratamento odontológico

Hemostáticos – Antifibrinolíticos
Àcido tranexâmico pasta
Hemostáticos – Cola biológica

GRF® - Polysuture
Cola biológica
(colágeno + catalisador)
AGENTES ANTITROMBÓTICOS – Implicações no tratamento odontológico

Hemostáticos – Surgicel®
 Celulose oxidada reabsorvível. Exerce efeito
físico (compressão) ao aumentar de volume em
contato com sangue.

Bailey & Fodyce, 1983 Ramli & Rahman, 2005


Halfpenny et al, 2001 Salam et al, 2007
Carter & Goss, 2003 Morimoto et al, 2008
AGENTES ANTITROMBÓTICOS – Implicações no tratamento odontológico

Hemostáticos – Gelfoam®
 Esponja gelatinosa reabsorvível (3-5 dias)

Bodner, et al, 1998

Blinder et al, 2001

Al-Belasy & Amer, 2003


AGENTES ANTITROMBÓTICOS – Implicações no tratamento odontológico

Hemostáticos – Antifibrinolíticos
Kin Exogel - ​Gel bucal bioadesivo adstringente
Contém 8% de ácido tranexâmico

Indicações:Favorece a regeneração
do tecido gengival
Benefícios:Alta bioadesividade
Aplicação localizada
Apresentações:Caixa contendo 18
bisnagas de 5g cada

www.pharmakin.com.br
Hemostáticos – Selante de fibrina

Beriplast P®, Vivostat®, Tisseel®, Artiss®

Zusman et al, 1992

Martinowitz et al, 1993

Blinder et al, 1999

Halfpenny et al, 2001

Carter et al, 2003

Divisão de Odontologia IC HC FMUSP


Cuidados pós- operatórios

Orientações claras e específicas ao paciente


Havendo sangramento:
contatar o profissional
comprimir gaze com ácido tranexâmico
Evitar prescrição de
antibiótico > 7 dias
antiinflamatório > 3 dias

Unidade de Odontologia InCor HC FMUSP


Complicações pós-operatórias

MSO 4 jan 2008 LCR 20 set 2006

Coágulo instável
Unidade de Odontologia InCor HC FMUSP
Complicações pós-operatórias

LCR 20 set 2006

Equimose

Unidade de Odontologia InCor HC FMUSP


Complicações pós-operatórias

LCR 20 set 2006

Coágulo mal formado


Unidade de Odontologia InCor HC FMUSP
Coágulo mal formado
A.P.S G - RGHC 5121080 K
sexo masculino, 43 anos
Marcapasso e PAo mecânica
Varfarina, HCTZ, losartana, omeprazol, clonazepan,
carbamazepina, mirtazapina
01/02/2016 – INR = 2,3
02/02/2016 : Exo 26
03/03/2016: paciente retorna com sangramento
Adesivo cirúrgico ou GRF®
7 dias pós operatório
Sangramento gengival
GMM - RGHC 5206182G
sexo masculino, 21 anos
Pós op de CIV + EsubAo + HP
O1/08/2016 manhã- Interconsulta para Odonto:
queixa de sangramento
01/08/2016 - Realizado raspagem com sangramento
intenso sob prof ATB
INR= 1,6 e dose de heparina das 22 horas suspensa
GMM 21anos – 02/08/2016 às 1:00 hs

INR = 1,6
Dose de Enoxaparina de 60
mg SC 01/08/2016
Pós intervenção BMF no PS: curativo compressivo com transamin e adrenalina
6 horas pós intervenção Odonto InCor: anestesia + gengivectomia com bisturi
elétrico+ curativo de transamin pó, gel e liquido
6 horas pós intervenção Odonto InCor: anestesia + gengivectomia com bisturi
elétrico+ curativo de transamin pó, gel e liquido
6 horas pós intervenção Odonto InCor: anestesia + gengivectomia com bisturi
elétrico+ curativo de transamin pó, gel e liquido
6 horas pós intervenção Odonto InCor: anestesia + gengivectomia com bisturi
elétrico+ curativo de transamin pó, gel e liquido
03/08/2017:paciente ainda internado
09/08/2017: ambulatório: 7 dias pós-operatório
18/08/2017: sem anticoagulação
23/08/2017: gengivectomia e cauterização com bisturi elétrico
23/08/2017: gengivectomia e cauterização com bisturi elétrico
23/08/2017: gengivectomia e cauterização com bisturi elétrico
23/08/2017: gengivectomia e cauterização com bisturi elétrico
29/08/2017: 6 dias pós - gengivectomia
Medidas de apoio

• Infusão de fatores (plasma fresco)


Indicação restrita a grandes perdas sangüíneas.
Cada unidade: aprox 8% do total de fatores circulantes.

• Infusão de plaquetas
Alteração na quantidade ou função das plaquetas.
Cada unidade: aumento em aprox 10,000/mm3.

• Vitamina K parenteral
Indicados para deficiência de fatores II, VII, IX e X.
Substituição de varfarina por heparina

Protocolo pré-operatório – cirurgias maiores

MEIA VIDA
MEIA VIDA 4 a 6 horas INÍCIO DA AÇÃO
4 a 5 dias 3 dias

HEPARINA
WARFARINA

dia 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

INR: 2,9 INR: 2,2 INR: 1,4 INR: 1,8 INR: 2,6

CIRURGIA
INR: 1,0
Atendimento odontológico ao paciente com
doença pulmonar

 Conhecer as principais pneumopatias

 Cuidados odontológicos

 Transplantados
DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

 Limitação crônica do fluxo aéreo, de forma


lenta e irreversível.
 Inflamação das vias aéreas
 Destruição do parênquima pulmonar

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2000


DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

 4ª causa de morte
 Tosse produtiva e/ou dispnéia
 Exacerbações em meses frios

Tabagismo
80 a 90%

Genética 5%
alfa1- antitripsina

Outros
(Jardim et al, 2003; Petcher , 2007; Oliveira, 2012)
DPOC - Tratamento

 Broncodilatadores

 Corticóides

 Oxigênio

 Antibióticos

 Transplante

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2001


Efeitos colaterais dos medicamentos

 Beta 2 de longa duração:


- Formoterol (Fluir, Foraseq, Alenia, Vannair, Symbicort)
- Salmeterol (Seretide, Serevent)
- Vilanterol (Relvar)

 Efeitos colaterais:
- Xerostomia
- Candidíase Oral
- Carie
- Dor de garganta
- Tosse
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2001
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2001
Efeitos colaterais dos medicamentos

 Corticosteróides:
- Budesonida (Busonid, Foraseq, Alenia, Vannair, Symbicort)
- Fluticasona (Seretide, Flixotide, Renivart)
- Blecometasona (Clenil)

 Efeitos colaterais:
- Candidíase Oral
- Carie
- Rouquidão

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2001


Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2001
Abordagem da Odontologia

 Instruir escovação após usar medicação inalatória


- Sugestão: usar antes de escovar os dentes de manhã e à noite

 Reforçar higiene oral

 Considerar uso de flúor gel para pacientes em uso de


medicação inalatória

 Em caso de candidíase
- Prescrever bochechos com nistatina

Fang et al, 1996; Scully 1998; Gomez et al, 1999; Andrade e Ranali 2002; Chapman
2003; Andrade et al, 2004; Campbell et al. 2001; Malamed, 2005
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2001
Cuidados Odontológicos no atendimento

 Confirmar o uso da dose habitual da medicação


 Pedir para trazer o beta 2 de curta duração

 Considerar o uso do beta 2 de curta antes do


procedimento
 Deixar esse medicamento próximo, assim como
a fonte de Oxigênio

Fang et al, 1996; Scully 1998; Gomez et al, 1999; Andrade e Ranali 2002; Chapman
2003; Andrade et al, 2004; Campbell et al. 2001; Malamed, 2005
Cuidados Odontológicos no atendimento
 Evitar procedimentos longos
 No caso de cirurgias eletivas longas:
- Seguir os mesmos passos anteriores
- Considerar uso de corticóides pré-operatório
- Prednisona 40 mg VO (principalmente se uso crônico)

 Dar preferência para posição sentada


ASMA
 Doença crônica, com hiperresponsividade das vias
aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo
aéreo, reversível espontaneamente ou com
tratamento
 Sibilância
 Respiração ofegante
 Dispnéia
 Tosse
 Desconforto torácico
 Dificuldade de falar
 Incapaz de assumir posição supina

Gomez et al, 1999; Cookson, 1999; Busse et al 2001; IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da
Asma 2006; Datasus, 2015
ASMA

Genéticos
+
Ambientais

Hipersensibilidade
brônquica
ASMA - Tratamento

 Broncodilatadores

 Corticóides inalatórios

 Antileucotrienos

 Xantinas

 Expectorantes

 Antibiótico nas exacerbações infecciosas

IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma 2006


Cuidados Odontológicos

 Broncoespasmo / Crise asmática


 Dispnéia
 Sibilância
 Desconforto torácico
 FR ≥ 30
 Incapacidade de falar ou manter posição supina
 Cianose

 Principais causas no atendimento odontológico:


 Stress
 Anestésico com vasoconstritor (bissulfitos)
 Cheiros de produtos
 AINES
Fang et al, 1996; Scully 1998; Gomez et al, 1999; Andrade e Ranali 2002; Chapman 2003;
Andrade et al, 2004; Campbell et al. 2001; Malamed, 2005
Cuidados Odontológicos
 Látex
 Pacientes podem ter alergia ou exacerbação ao látex
 Usar luvas nitrílicas ou vinil
 Evitar elásticos ortodônticos
 Evitar isolamento absoluto

 Importante
 Lembrar que mesmo retirando materiais que
contenham látex, ele pode estar particulado no
ambiente

Fang et al, 1996; Scully 1998; Gomez et al, 1999; Andrade e Ranali 2002; Chapman
2003; Andrade et al, 2004; Campbell et al. 2001; Malamed, 2005
Exacerbações

 O que fazer?
 Interromper o tratamento
 Liberar as vias aéreas
 Tranquilizar e sentar o paciente

Fang et al, 1996; Scully 1998; Gomez et al, 1999; Andrade e Ranali 2002; Chapman
2003; Andrade et al, 2004; Campbell et al. 2001; Malamed, 2005
Exacerbações

 O que fazer?
 Fazer uso do beta 2 de curta
- Salbutamol – trazido pelo paciente – 4 a 10 puffs
- Inalação 5 a 10 gotas de berotec + 5 mL SF (20 a 40 gts
de atrovent)

 Aplicar 0,3 mL de Adrenalina 1:1000 (via subcutânea)


 Ofertar oxigênio 5 a 7 litros/minuto
 Solicitar assistência médica
 No Hospital: código azul
Fang et al, 1996; Scully 1998; Gomez et al, 1999; Andrade e Ranali 2002; Chapman 2003;
Andrade et al, 2004; Campbell et al. 2001; Malamed, 2005
Pneumonia associada a Ventilação Mecânica
 2ª infecção hospitalar + comum, principal causa de morte
 Higiene oral deficiente
 Uso de clorexidina 0,12%, 15 mL de 12/12 horas até 24 hs
após extubação
 Cabeceira elevada

Amaral et al, 2009; Pinheiro et al 2007; Oliveira et al, 2007; Morais et al 2007
Transplante Cardíaco e Pulmonar

 Em 2015
• Tx cardíaco: Brasil: 353, SP: 141
• Tx pulmonar: Brasil: 74, SP: 33

 Em 2016
• Tx cardíaco: Brasil: 357, SP: 126
• Tx pulmonar: Brasil: 92, SP: 51
Bilateral: 64
Unilateral: 28
Vivo:0

Registros Brasileiros
Registros de Transplantes,
Brasileiros 2015;2014;
de Transplantes, Registros Brasileiros
Registros de Transplantes,
Brasileiros 2016 2015
de Transplantes,
Transplante Pulmonar e Cardíaco

 Fase pré transplante:

 Focos infecciosos bucais: contraindica cirurgia

Risco de Contaminação e Óbito

 Avaliação: exame físico e radiográfico

(Goldman 2006; Falace et al., 2013)


Transplante Pulmonar e Cardíaco

 Sucesso dos transplantes

• Imunossupressores:
 Corticoides
 Ciclosporina
 Azatioprina
 Tacrolimus
 Sirolimus

(Fernandes et al .,2009; Associação Brasileira de Transplante de órgãos,2015)


Transplante Pulmonar e Cardíaco

Fase pós transplante:

 Nos 1os 6 meses: intervenções emergenciais

 Profilaxia da AHA pela imunossupressão

 Orientação de HO

 Efeitos colaterais dos medicamentos

(Goldman 2006; Falace et al., 2013)


(Goldman 2006; Falace et al., 2013)
Transplante Pulmonar e Cardíaco

 3 meses após inicio do uso


 Nifedipina + Cliclosporina:
maior severidade

(Gusmão 2009; Mendes et al ,2014 )


Transplante Pulmonar e Cardíaco

 Tratamento hiperplasia gengival:

 Orientação de H.O
 Tratamento periodontal
 Substituição da droga
 Cirúrgico

(Gusmão et al.,2009; Sekiguchi ,2012 )


Transplante Pulmonar e Cardíaco

• MAM
• Sexo feminino
• 5 anos
• Tx cardíaco a 3 anos
• Dor, impossibilidade de se alimentar
• Internada a 7 dias na UTI pediátrica
• Doença linfoproliferativa tratada a 1 ano
• Encaminhamento médico solicitando biópsia
Lesões aftosas do imunossuprimido

• Tratamento:

Suspensão do sirolimus

laserterapia
Paciente internado: pós tx pulmão a 1 ano

Everolimus: suspensão e laser


CASOS CLÍNICOS
Relato de caso 1
R.B.C. - rg 5214772A
sexo masculino, 43 anos
dez 2003 - PVAo biológica
jul 2004 - febre contínua
4 ago 2004 - entrada no PS
coleta de 3 pares de hemocultura
iniciada terapêutica antimicrobiana
Relato de caso 1

5 ago 2004
ecocardiograma: endocardite
abscesso de anel
resultado da hemocultura: Streptococos viridans
readequação da terapêutica antimicrobiana
programação e execução de cirurgia
retroca da prótese valvar aórtica biológica
Relato de caso 1

19 ago 2004 - encaminhado à Unidade de Odontologia


paciente sem queixas
higiene oral deficiente
desdentado parcial
realizadas radiografias periapicais
solicitada radiografia panorâmica
Relato de caso 1
RBC

RBC

AUG 19 2004
AUG 19 2004

RBC

AUG 19 2004

RBC AUG 19 2004 19/08/2004


RBC AUG 19 2004
Relato de caso 1

AUG 26 2004
Relato de caso 1
RBC

RBC

AUG 19 2004

SEP 6 2004

Tratamento endodôntico
com extravasamento
Relato de caso 1

Região dos dentes 14 e 15


imagem sugestiva de cisto
reabsorção radicular
vitalidade pulpar negativa
plano de tratamento:
periodontal, endodôntico e cirúrgico
Relato de caso 1

RBC

Tratamento cirúrgico: enucleação de cisto e apicectomia 14 e 15


Relato de caso 1
RBC RBC

Tratamento cirúrgico: enucleação de cisto e apicectomia 14 e 15


Relato de caso 1

RBC

RBC

Tratamento cirúrgico: enucleação de cisto e apicectomia 14 e 15


Relato de caso 1

RBC

RBC

Tratamento cirúrgico: enucleação de cisto e apicectomia 14 e 15


Relato de caso 1

RBC

OUT 4 2004

Pós-cirúrgico de enucleação de cisto e apicectomia 14 e 15 – 1 semana


Relato de caso 1

Antibioticoterapia durante internação hospitalar


3 semanas de amicacina
6 semanas de penicilina
alta hospitalar: 1 semana após cirugia bucal
Relato de caso 1
RBC

OUT 28 2004

Pós-cirúrgico de enucleação de cisto e apicectomia 14 e 15 – 1 mês


Relato de caso 1

DEC 28 2004
RBC

Pós-cirúrgico de enucleação de cisto e apicectomia 14 e 15 – 3 meses


Relato de caso 1

RBC

MAR 22 2005

Pós-cirúrgico de enucleação de cisto e apicectomia 14 e 15 – 6 meses


Relato de caso 1
RBC

JUN 23 2005

Pós-cirúrgico de enucleação de cisto e apicectomia 14 e 15 – 1 ano


Relato de caso 2

V.B.M. - rg 55470066I
sexo feminino, 82 anos
hipertireoidismo
ano 2005
acidente automobilístico causou rompimento
das cordoalhas da valva mitral
cirurgia para substituição da valva nativa por
prótese valvar biológica
Relato de caso 2
nov 2007
submetida a exodontia de dentes superiores
remanescentes
sem prescrição de profilaxia antibiótica
jan 2008 – evoluiu com quadro febril contínuo,
prostração, emagrecimento
internação InCor
diagnóstico: EI por Streptococcus mitis
encaminhamento para Odontologia InCor
Relato de caso 2
Exame odontológico clínico
coroas unitárias ferulizadas do 33 ao 44
PPR inferior: bem adaptada
PT superior e lesões traumáticas na mucosa
presença de contatos prematuros posteriores
Exame radiográfico: panorâmica e periapicais inferiores
doença periodontal
lesões periapicais
Relato de caso 2

VBM JAN 18 2008


Intervenções na vigência de Endocardite infecciosa

Endocardite infecciosa

Relato de caso 2
Tratamentos instituídos
tratamento periodontal
exodontia dos elementos

Terapia antibiótica para EI


penicilina
gentamicina
Relato de caso 2

Conduta médica:
resposta positiva à terapia antibiótica e
remoção de focos odontológicos
cirurgia cardíaca para substituição da prótese
complicações cardíacas no pós-operatório
óbito em fevereiro 2008
CASOS CLÍNICO 3

• CRF, 55 anos, masculino

• IAM + ponte safena há 5 anos


• 2 stents há 3 meses

• Medicações em uso: sinvastatina


AAS + Ticlopidina
betabloqueador
Paciente Coronariopata
AAS + Ticlopidina Exodontia raíz residual
(TICLID®) 15
Irrigação com TRANSAMIN® liq
Sutura com TRANSAMIN® pó
Aplicação de GRF®
Pós-operatório de 7 dias
CASO CLÍNICO 4

Avaliação no leito
UTI coronariana
Paciente em UTI pós IAM
Conduta

?
Menos de 24 hs pós IAM
Leito UTI Coronária
Antifibrionolítico
Sutura oclusocompressiva
Surgicel
CASO Paciente Prótese Metálica Ao
Em uso de MAREVAN®, INR (dia): 2,3
CLÍNICO 5 Apicectomia dos dentes 12 e 11
Manejo adequado dos tecidos
Irrigação com TRANSAMIN® liq
CASO CLÍNICO 6

• Paciente MASB, sexo feminino – 68 anos de idade

• HMA: TEP crônico, Itri mod, HAP (secundária ao TEP),


Lesões vasculares em duodeno e jejuno, Anemia crônica,
Pólipo colônico do ângulo hepático

• AI: Neoplasia Gástrica

• Med: Xarelto®, Alenia, Clonazepan, Furosemida,


Omeprazol.
CASO CLÍNICO 6
• 08/04/2015- PRIMEIRA CONSULTA (EFIO)
CASO CLÍNICO 6
• 08/04/2015- PRIMEIRA CONSULTA (Rx)
CASO CLÍNICO 6
• 13/04/2015- SEGUNDA CONSULTA (CIRURGIA)
CASO CLÍNICO 6
• 13/04/2015- SEGUNDA CONSULTA (CIRURGIA)
CASO CLÍNICO 6
• 23/04/2015- TERCEIRA CONSULTA (P.O 10 DIAS)
Relato de caso

Caso Clínico 7
J.C.M, 68 anos, sexo M
QP: Dor
HMA: Exodontia em serviço externo há
aproximadamente 6 meses evoluindo com
sintomatologia dolorosa.
AP:
PO interposição de tubo em Ao Ascendente (2010)
PO troca VAo metálica (2010)
Neoplasia de Próstata em QT
Relato de caso

RELATO DE CASO

AH pai (-) / mãe (-): Ca

ISA: HAS, VAo metálica, Neoplasia de próstata em


QT

MED: Medicações: Atenolol, HCTZ, sinvastatina,


zoladex, bicalutamida, e Marevan. Não soube
informar os medicamentos da QT.
22/12/15
06/04/16
07/04/16

Clavulin 500 + 125 mg


(8/8h 7D)
Predinisona 20 mg
(12/12h 3D)
Dipirona 500 mg (6/6h
4d)
11/04/16

zometa
14/04/16

Clavulin 500 + 125 mg


(8/8h +3D)
28/04/16
28/04/16

05/05/16
10/05/16
10/05/16
10/05/16

Clavulin 500 + 125 mg (8/8h 21d)


Dexametasona 2 mg (1X 3d)
Dipirona 500 mg (6/6h 4d)
Tramadol 50mg (12/12h 4d)
24/05/16
24/05/16
02/06/16
21/06/16

Clavulin 500 + 125 mg (8/8h 7d)


Dipirona 500 mg (6/6 5d)
21/06/16
05/07/16
05/07/16
14/07/16
15/08/16

Abordagem em CC sob AG
Novo procedimento cirurgico
Ponte de heparina
Ressecção parcial ?
15/08/16
15/08/16
PLANEJAMENTO

Abordagem em CC sob AG

Novo procedimento cirúrgico

Ponte de heparina

Exodontias

Ressecção parcial ?
26/08/16 – Centro Cirúrgico
26/08/16 – Centro Cirúrgico
26/08/16 – Centro Cirúrgico
26/08/16 – Centro Cirúrgico
29/08/16 – Ambulatório
31/08/16 – Ambulatório
08/09/16 – Raio X pan
25/10/16 – Raio X pan
19/12/16 – Raio X pan
Conclusão
Cirurgião Dentista

CARDIOPATA
PACIENTE
BOM SENSO

Atendimento
Adequado
marcela.alves@incor.usp.br

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