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Universidade Federal de Ouro Preto.

Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – ICSA

Discente: Brenda Cristina de Carvalho

Docente: Regina Celia da Cruz

Disciplina: Acumulação Capitalista e Questão Social

Resenha
SANTOS, Josiane.

Questão social: particularidade no Brasil. Editora Cortez, 2012.

O capitulo 1: ‘’Elementos para entender a concepção e a gênese da questão social’’


a qual será abordado nesta resenho do livro ‘’Questão social: particularidades no
Brasil’’, de Josiane Soares Santos, professora adjunta do departamento de Serviço
Social da Universidade Federal de Sergipe. Ex- presidente do CRESS em Sergipe;
participou da gestão da ABEPSS na vice-presidência regional e compôs gestão CFESS,
tem como objetivo os principais aspectos da questão social, considerando-se uma
determinada concepção sobre o processo de produção e reprodução baseada na teoria
de Marx.

Logo no início a autora nos apresenta a definição de questão social, segundo


Iamamoto:

‘’A questão social não é senão as expressões do processo de formação e


desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade,
exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a
manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a
burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e
repressão”.

A mesma tem seu núcleo fundado na lei geral da acumulação capitalista, ou


seja, a gênese da questão social é fundada pelo processo de acumulação
capitalista O processo de incorporação das máquinas pelos capitalistas, com o
intuito de aumentar a produtividade e diminuir o tempo de trabalho gasto na
produção de mercadorias, tem aumentado o capital constante e diminuído o
capital variável, que corresponde à força de trabalho O desenvolvimento
tecnológico acaba se tornando o principal causador do desemprego. O
trabalhador acaba sendo explorado cada vez mais, diminuindo assim a
necessidade de contratação de outros trabalhadores.
A medida que o modo de produção capitalista se intensifica sob o formato da
grande indústria, surge o pauperismo como gênese da questão social. Josiane
Soares, ressalta que a questão social não é designada como pobreza e
desigualdade indistintamente e sim aquelas que tem sua existência fundada pelo
modo de produção capitalista.

Já no tópico 1.1: ‘’A acumulação primitiva do capital e a ‘’pré-história da


‘’questão social’’ a autora aponta que para tratarmos do pauperismo e das lutas
de classes do século XIX é necessário uma mínima compreensão do período
chamado por Marx de ''acumulação primitiva do capital'', responsável por criar o
''trabalhador livre''. Esse processo que configura a pré-história do capitalismo se
inicia na Inglaterra, consistindo na pura e simples expropriação dos camponeses
de suas terras, objetivando transformá-las em pastagens para ovelhas.

Do ponto de vista produtivo, enquanto se realizava o movimento de libertação


dos trabalhadores em relação aos meios de produção, o capitalismo se
desenvolvia através da atuação simultânea de um grande número de
trabalhadores no mesmo campo de atividade para produzir a mesma espécie de
mercadoria sob o comando de mesmo capitalista. Outro fator que contribuiu para
o seu desenvolvimento nessa época foi a manufatura, que consistia numa forma
de cooperação que decompõe as diversas operações de origem artesanal.

No século XV foram sendo promulgadas leis que impeliam os


desempregados ao trabalho assalariado com a utilização de instrumentos de
tortura como punições àqueles que resistissem às necessidades do capital. Para
dar início à intensa exploração do trabalho, foram feitas leis que mantinham
baixos os salários e estendiam a jornada de trabalho, originando a mais-valia
absoluta como importante condição para a chamada acumulação primitiva.

No item 1.2: ‘’O modo de produção especificamente capitalista e gênese da


‘’questão social’’, no século XIX o capitalismo em sua forma histórica é baseado
na grande indústria. O processo acentuada da pauperização da classe
trabalhadora é cada vez mais nítida. Em face valorização do capital a mão de
obra feminina, infantil e todos os trabalhadores era submetidos a extensas
jornadas de trabalho.

Os trabalhadores em sua recusem a seres destruídos por maquinas e


devorados pelo capitalismo é aí que surge a consciência de classe que
culminaria no movimento revolucionário de 1879, essa passagem é chamada por
Marx de ‘’classe em si’’ a ‘’classe para si’’ O proletariado reconhecendo-se como
tal em sua condição econômica, ao reconhecimento da necessidade política do
seu protagonismo, como classe, no enfrentamento daquelas condições.

Por fim, no 1.3: ‘’A dinâmica política inerente á ‘’questão social’’, Josiane
Soares, discorre que através das lutas de 1848 se explicita a questão social
como resultante dos mecanismos de exploração do trabalho pelo capital. Fica
claro que o confronto principal não era entre ricos e pobres, e sim, entre
trabalhadores, operários e patrões, capitalistas; era contra a exploração do
trabalho pelo capital

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