Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
RECIFE
2016
NATÁLIA GIOVANA VIANA TRINDADE
Orientadora:Profa.Dra. Elizabeth do
Recife
2016
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a todos aqueles que me deram apoio durante todo o período em que
realizei esse trabalho, não permitindo com que desanimasse jamais.
AGRADECIMENTOS
A meu pai Sérgio Ricardo, a minha irmã Larissa e a minha mãe Carmem pelo apoio e
incentivo para a realização desse trabalho.
A minha família, principalmente ao meu tio Sílvio Romero e a minha avó Albany;
A minha orientadora, Prof.ª Drª Elizabeth do Nascimento, pelo apoio, paciência, por
partilhar seus conhecimentos e por sua dedicação em todos os momentos;
Aos mestres Claudia Alheiros, Taisy Ferro e Laércio Neto e a doutora Gisélia Muniz, por
compartilharem seus conhecimentos, pelo aprendizado diário e pelo apoio;
Aos meus amigos Antonella e Enock pelos momentos de descontração e pela paciência em
escutar meus lamentos(HAHA);
A todos aqueles que em algum momento cruzaram meu caminho e fizeram a diferença para
à realização desse trabalho.
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................
AGRADECIMENTOS ...............................................................................................................
RESUMO...............................................................................................................................
ABSTRACT ............................................................................................................................
1- INTRODUÇÃO .................................................................................................................
2.3- Ganho de peso, consumo e coeficiente de eficiência alimentar das mães durante gestação e lactação
3. OBJETIVOS
4.2 Dieta
5. RESULTADOS ...................................................................................................................
6. DISCUSSÃO ......................................................................................................................
7. CONCLUSÃO ....................................................................................................................
Figura 3- Consumo alimentar (A) e energético (B) de ratas gestantes segundo a ingestão de
diferentes dietas que sofreram manipulação nutricional/energética.
Figura 6 - Peso corporal inicial e final intragrupo (A) e variação de peso final na lactação (B)
segundo a ingestão de diferentes dietas que sofreram manipulação nutricional/energética
Figura 8 - Ingestão macronutrientes durante lactação (A) Proteínas (B) Carboidratos (C)
Lipídios. Segundo dietas experimentais consumidas.
LISTA DE TABELAS
GRUPOS EXPERIMENTAIS
GC Grupo Controle
Introdução/Objetivo.
Metódos
Conclusão
Palavras-chave:
ABSTRACT
Introduction/Objective.
Methods/results
Conclusion
Key-words:
1. INTRODUÇÃO
A desnutrição calórica e/ou proteica ainda é um fator de saúde pública em muitos países em
desenvolvimento, onde se inclui o Brasil, e no continente africano. Segundo documento
divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO),
observou-se redução de 18,9% para 12% na parcela de pessoas desnutridas em todo o globo
entre os anos de 1990 e 2013 (FAO, 2013). No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) verificou que o índice de desnutrição na população adulta brasileira em 2004
apresentava valores próximos a 5% (IBGE,2004). Já o excesso de peso ou obesidade de acordo
com o mesmo Instituto, apresentaram taxas próximas aos 50% (IBGE,2010). De etiologia
complexa, a obesidade apresenta múltiplos fatores predisponentes como: genética, sexo,
idade, fatores psicossociais, além do elevado consumo de alimentos industrializados ou
hipercalóricos como relatado por WADE, 2002 e DINIZ et al, 2008 apud MARQUES et al (2015)
e também por BAINS et al (2004) e está associada em geral a outras doenças crônicas não
transmissíveis(DCNT’S) como dislipidemias, hipertensão arterial sistémica(HAS), diabetes e
câncer (FERNANDEZ-TWINN e OZANNE, 2010 ; WHO,2012).
Estudos experimentais mostram que ratas submetidas ao uso regular de dietas hiperlipídicas,
palatáveis ou de cafeteria, que tem em sua composição elevadas quantidades de gordura
saturada, carboidratos simples e sódio, durante o período pré-gestacional e perinatal tendem
a apresentar níveis superiores de peso corporal quando comparadas àquelas que consomem
uma dieta controle de laboratório (Srinivasan et al, 2006; Woods, 2003; Xia,1993). Entretanto,
é consenso entre os estudos que seu consumo alimentar não é elevado quando comparado ao
grupo controle, provavelmente devido ao mecanismo regulatório corporal, chamado balanço
energético (Srinivasan et al, 2006).
Embora os estudos sobre o balanço energético revelem que o peso corporal é bem regulado,
quando animais ou seres humanos consomem regularmente uma dieta rica em calorias
derivadas de gordura saturada (não de gorduras poli ou monoinsaturadas), a quantidade de
gordura armazenada aumenta progressivamente (Bray et al,1998). Estes resultados
demonstram uma correlação positiva entre o aumento percentual de calorias derivadas de
gordura, principalmente saturada, na dieta e a incidência de obesidade (Bray et al,1998) No
mundo ocidentalizado, há um aumento na oferta e acessibilidade a alimentos industrializados
contribuindo para a presente prevalência de obesidade e suas doenças relacionadas. Tais
mudanças nos hábitos alimentares podem ter consequências em longo prazo, não apenas para
estes indivíduos (mesma geração), mas também para as gerações subsequentes, devido ao
ambiente intrauterino alterado encontrado pelos fetos nas fêmeas com sobrepeso /obesidade
durante a idade fértil das mesmas (Bray et al,1998).
Em contraste aos estudos anteriores, aqueles que focam nas consequências maternas,
derivadas de uma restrição calórica e/ou proteica na dieta, devido a importância da proteína
para o desenvolvimento e manutenção do organismo (Carvalho et al, 2013) mostram que as
ratas submetidas a dietas restritivas tendem a apresentar peso e índice de ganho de peso
inferiores aos seus respectivos controles, ainda que apresentem consumo alimentar superior
(Ferrari et al,1992). Esse maior consumo, entretanto não irá garantir que seus filhotes nasçam
com peso adequado, sendo observado que estes tendem a apresentar baixo peso ao nascer
(Ferrari et. al,1992) ou menor número de filhotes por ninhada (Nascimento et al., 2013). O
consumo alimentar das ratas por si só não garante não é o único determinante do peso ao
nascer visto que fatores como qualidade nutricional e coeficientes de eficiência energética ou
alimentar podem direcionar o metabolismo e o adequado aporte energético e nutricional.
Aqui vale ressaltar que evidências da literatura apontam que dietas restritas em proteínas
e/ou energético-proteica são mais prejudiciais para o desenvolvimento do feto que dietas
apenas com restrição energética. Entretanto, a qualidade da proteína e/ou carboidrato
ingerido influencia de maneira significativa no peso e no estado fisiológico geral das mesmas
(Ferrari et al,1992). O inadequado aporte energético e/ou proteico, obtido pela dieta materna,
acarretará diversos problemas fisiológicos e metabólicos. Como exemplo pode-se citar a
redução da capacidade reprodutiva e alteração em funções como a capacidade lactífera das
glândulas mamárias, bem como, ganho de peso adequado dos filhotes. Essas alterações
podem comprometer o desenvolvimento pré e pós-natal (Carvalho et al,2013) nos
descendentes. Contudo, as consequências sobre o estado nutricional maternas em função das
inadequações proteica, energético/proteica ou energética são menos investigadas que sobre o
estado nutricional dos filhotes. Portanto, este estudo exploratório teve como escopo investigar
as consequências de diversas dietas desequilibradas em energia e/ou nutrientes sobre o
consumo e eficiência alimentar, e o ganho de peso corporal materno.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Gestação e Lactação e suas peculiaridades
A importância das reservas nutricionais pré-gestacionais e dieta materna tem como foco o
desenvolvimento do feto. A disponibilidade e transferência de nutrientes para o feto
dependem da dieta ingerida pela mãe e da capacidade de transferência placentária. (HERRERA,
2002). Em um modelo que investigou o transporte placentário de aminoácidos em ratas
submetidas a uma dieta hipoprotéica observou redução nos diferentes sistemas de transporte
de aminoácidos na última semana de gestação (NINA JANSSON et al., 2006). Em adição,
estudos in vitro demonstraram que alguns sistemas de transporte de aminoácidos são
regulados e estimulados pela concentração de insulina, leptina, cortisol e IGF-1 (KARL, 1992) e
que a hipóxia causa uma redução dos mesmos (NELSON et al., 2003). Também foi
demonstrado que uma dieta materna com 9% de proteína reduziu os níveis de aminoácidos
essenciais circulantes e causou retardo de crescimento intra-uterino (KUM KUM et al., 2009).
No entanto, os reais impactos e mecanismos deste processo ainda é assunto mantido sob
investigação tanto para a saúde fetal quanto materna.
Após o nascimento o leite é essencial para que a prole adquira o aporte energético-proteico
necessário ao seu pleno desenvolvimento. Assim sendo é de fundamental importância a dieta
consumida pela mãe durante os períodos pré-gestacional e gestacional, além é claro da dieta
consumida durante o período de lactação (NETO,2014). Quando as ratas são submetidas a
desnutrição energético - proteica durante o período perinatal, o organismo “lança mão” das
reservas energéticas contidas nos tecidos, através da depleção tecidual, para suprir as
necessidades energéticas adicionais requeridas pela lactação. O mecanismo descrito
anteriormente reduz de maneira significativa a diferença entre as concentrações de energia e
proteína no leite de ratas desnutridas quando comparada as concentrações dos mesmos
macro nutrientes no leite das ratas controle. Entretanto, estudos mostram, que o volume e
concentração tendem a diferir entre os dois grupos (NETO,2014).
Fato contrário ocorre quando as ratas são submetidas a uma dieta hiperlipídica, durante os
períodos pré-gestacional e perinatal. Pois o organismo, devido a dieta consumida pela mãe,
apresenta uma reserva energética superior ao necessário para suprir a demanda fetal e
materna no período perinatal. Sendo nesse caso observado que o teor energético do leite é
superior ao do grupo controle e apresenta maior concentração de ácidos graxos (CAVALCANTE
,2012).
O estresse é um dos principais fatores relacionados aos hábitos alimentares. Neste contexto, a
restrição energética e/ou nutricional figura como um dos fatores ambientais estressantes.
Como consequência, o organismo abre mão de diversos mecanismos, principalmente os
relacionados ao controle suprarrenal, como os adrenérgicos e catecolaminérgicos, dentre
outros sistemas neuro-hormonais, para tentar manter a homeostase (Tanke et al,2008; Orsetti
et al, 2007 apud SALERNO, 2014). O estresse crônico sobrecarrega mecanismos fisiológicos
ocasionando distúrbios em funções imunológicas, neurológicas e metabólicas presentes em
distúrbios como ansiedade, anorexia e depressão, podendo a ansiedade ou depressão
colaborar para o ganho de peso (VITÓRIA,2012).
Quando focamos na dieta, essa situação produz efeitos bidirecionais em relação à ingestão de
alimentos, induzindo a um aumento ou redução da ingestão (PECORARO et al., 2004). Estudos
experimentais em ratos têm demostrado que dietas hipocalóricas ou hiperenergéticas
apresentam impacto significativo no sistema nervoso central (SNC), levando a diversas
alterações no consumo alimentar de ratos, tendo como resultado o ganho ou perda de peso,
aumento ou diminuição no consumo da dieta, além de alterações na secreção e síntese de
diversos hormônios reguladores, como insulina e glucagon. O desequilíbrio na regulação
hormonal propicia quadros de obesidade ou desnutrição. Na atualidade casos de obesidade,
resistência à insulina, diabetes mellitus tipo II, hipertensão e dislipidemias são prioritários em
relação a casos de desnutrição (SALERNO,2014; COSTA, 2000).
Quando consideramos os transtornos que o estresse gerado por uma má nutrição (dietas
hipocalóricas, hipoprotéicas, hiperlipídicas e hipercalóricas) pode desencadear na prole
durante os períodos gestacional, lactacional e pós desmame, percebemos a relevância que o
consumo de uma dieta equilibrada pela mãe tem para o desenvolvimento da prole e para a
saúde da mesma. O principal foco dos estudos no período perinatal, tem sido no que se refere
à nutrição materna, diz respeito principalmente as consequências desta dieta na prole
(SALERNO,2014; COSTA,2000), mas, o estado de saúde materno pode ser crucial para a própria
mãe e o prognóstico de gestações subsequentes.
O estudo de Feijó e colaboradores (2011) relata que ratas com dietas deficientes em proteínas
apresentam redução nos níveis de serotonina. Sendo essa redução consequência da ingestão
deficiente de aminoácidos essenciais, entre eles o triptofano, que é o precursor da síntese da
serotonina e favorece tendencialmente ao aumento da ingestão alimentar. Entretanto quando
os níveis desse hormônio apresentam-se aumentados, há uma redução da ingestão alimentar Commented [E1]: ingesta é um termo incorreto na lingua
portuguésa. nós o incorporamos como uma tradução da lingua
total, levando a redução do peso. Halpern e colaboradores(2004) mostraram que quando em inglesa. Mas, o correto é usar o termo ingestão.
estado fisiológico, os hormônios insulina e leptina atuam conjuntamente, para o balanço
adequado da ingestão alimentar. Quando estamos em jejum os níveis de leptina tendem a
estar aumentados, o que gera a sensação de fome. A seguir a uma refeição, os níveis de
leptina caem e o de insulina aumenta, fazendo com que a glicose seja captada pelas células.
Após a ingestão de alimentos o complexo circuito neuro-hormonal garante a sensação de
saciação e saciedade. Em animais obesos, nota-se que a presença de resistência a esses dois
hormônios, acarreta desequilíbrio no controle do consumo alimentar levando os mesmos a
ingerir maior quantidade de alimentos e consequentemente, ao aumento do ganho de peso.
(Halpern et al,2004). A eficiência alimentar é caracterizada pela relação entre ganho de peso e
quantidade de dieta ingerida (NASCIMENTO et al,2013). Ratas submetidas a dietas restritas em
calorias ou proteínas parecem apresentar uma eficiência alimentar semelhante aos controles,
provavelmente garantido pela maior ingestão da dieta (SILVA et al,2003).
3 OBJETIVOS
4. METODOLOGIA
4.2 Dietas:
Durante o período que ocorreu o experimento, dieta e água foram ofertadas ad libitum. A
dieta utilizada como controle durante o período de gestação e lactação foi a AIN-93G, dieta
normocalórica, específica para roedores em fase de crescimento, a base de caseína que
continha 17% de proteína (REEVES, 1997). Já as dietas experimentais sofreram alterações no
percentual dos referidos macronutrientes ou oferta calórica. A hipoproteica apresentava um
índice proteico de 8%, apresentando-se normocalórica. A hipocalórica apresentava uma
redução da caloria ofertada em 35% quando comparada a dieta controle, porém mantendo-se
equilibrada com relação à composição e proporção de macronutrientes em relação ao VET. Já
a hiperlipídica oferta um adequado teor proteico, porém, apresenta uma maior proporção de
lipídios e carboidratos simples, levando em consideração que sua composição foi baseada na
AIN-93G e na Pesquisa de orçamento familiar (POF).
FIBRAS 5 12 0,30 5
A aferição do peso corporal das ratas foi realizada diariamente, entre 7:00 e 8:00 horas,
começando no 1º dia da gestação até o último dia da lactação. Foi utilizada uma balança
eletrônica digital, marca Marte XL 500, capacidade máxima 500g (menor divisão 0,001g).
Para análise do ganho de peso dos animais durante o experimento foi utilizada a fórmula:
% GP = [Peso do dia (g) x 100/Peso do 1º dia (g)] – 100 (BAYOL et al., 2004).
O consumo alimentar das ratas durante a gestação e lactação foi avaliado durante todo o
experimento. Diariamente era ofertado aproximadamente 50g da dieta e após 24 horas se
verificava a sobra. Usando a fórmula fornecida por LOPES DE SOUZA et al., 2008.
Ingesta alimentar = Peso da ração ofertada (g) - Peso da sobra da ração no dia posterior (g)
4.6 Coeficiente de eficácia alimentar: Medido através da relação entre ganho de peso em
relação a quantidade de dieta ingerida. (NASCIMENTO et al., 2013).
Os dados paramétricos intragrupo foram obtidos através do teste “t” de Student pareado. Para
comparações entre os grupos, foi utilizado o teste one way ANOVA, seguido pelo pós-teste de
Bonferroni para análise intergrupo. Para fins estatísticos foi considerada a significância de
0,05(P<0,05). Todos os resultados foram apresentados em média (±) desvio padrão da média.
500
* * * *
400
Peso Corporal (g)
Cgi
300 Cgf
#
HCgi
200 HCgf
HPgi
100 HPgf
HLgi
0 HLgf
Figura 1- Peso corporal inicial e final de gestantes segundo as dietas oferecidas: Controle,
Hipocalórica, Hipoprotéica e Hiperlipídica. Animais de 5-6 por grupo. Diferenças encontradas a
partir do teste “t” de Student pareado (avaliação intragrupo pareada) e pelo teste ANOVA one
way seguido do pós-teste de Bonferroni para análise intergrupo. Os grupos (Cgi= grupo
controle inicial. Cgf= grupo controle final; HCgi= hipocalórico inicial e HCgf= hipocalórico final;
Hpgi= hipoprotéico inicial; Hpgf= hipoprotéico final; HLgi= hiperlipidica inicial; Hlfi=
hiperlipidica final). Dados apresentados em média (±) desvio padrão da média. *P<0,05
avaliação Intragrupo e # HP vs HC.
O peso inicial de HC é maior do que o peso de HP mas nenhum grupo diferiu do controle C . Na
figura 2 foi verificado o ganho percentual de peso das mães na gestação onde se observou um
menor ganho para o grupo hipocalórico comparado ao HP. A variação intragrupo foi em média
de 42% para o grupo C, de 31% para o grupo HC, de 55% para o grupo HP e de 40% para o
grupo HL. Apesar desta variação e da diferença inicial, todos os grupos chegaram ao final da
gestação sem diferenças no peso corporal (C= 354,1±27,5g; HC=336,1±22,4g;HP= 356,8±30,3g;
HL=342,2±25,8g)
B
80
GANHO DE PESO (%)
60
40 #
20
0
C HC HP HL
Grupos
Com relação a ingestão cumulativa de alimentos durante todo o período se observou que o
grupo HL ingeriu menos que todos os demais grupos e o HC ingeriu maior quantidade que o
controle e HL (Figura 3A). Embora o grupo HL tenha consumido menos que todos os demais
grupos e que o grupo hipocalórico tenha consumido maior quantidade que o controle. Devido
às diferenças na quantidade energética, a ingestão calórica do grupo HC foi menor que o HP e
o grupo controle, C (Figura 3B).
A B
600 2000
b,c c,a
a,c a
ingestão alimentos (g)
a a,b
1500 b
400
d
1000
200
500
0
C HC HP HL 0
Grupos C HC HP HL
Grupos
Figura 3- Consumo alimentar (A) e energético (B) de ratas gestantes segundo a ingestão de
diferentes dietas que sofreram manipulação nutricional/energética. Animais de 5-6 por grupo.
Diferenças encontradas a partir do teste ANOVA one way seguido do pós-teste de Bonferroni.
letras iguais representam ausência de significância. Dados apresentados em média (±) desvio
padrão da média. P<0,05, vs C
B C
A
HL b HL b
HL a
HP c HP a
HP b
Grupos
Grupos
HC b HC a
HC c
a C a
C C a
0 10 20 30 40 50
0 20 40 60 80 0 100 200 300 400
Lipidios (g)
proteínas (g) carboidratos (g)
Figura 4- Ingestão acumulativa de macronutrientes (g): proteínas (A), carboidratos (B) e lipídios
(C ) por ratas durante o período de gestação segundo a ingestão de diferentes dietas que
sofreram manipulação nutricional/energética. Animais de 5-6 por grupo. Diferenças
encontradas a partir do teste ANOVA one way seguido do pós-teste de Bonferroni. Dados
apresentados em média (±) desvio padrão da média. letras iguais significam ausência de
significância e letras diferentes, aponta as diferenças entre os grupos. Os grupos (HL=
Hiperlipídico Lactação; HP= Hipoprotéico Lactação; HC= Hipocalórica Lactação e C=Controle
lactação). Teste ANOVA one way, seguido do pós-teste de Bonferroni. P<0,05 com letras iguais
demonstrando ausência de significância.
A Avaliação do ganho de peso das mães em relação à quantidade de dieta ingerida a partir da
relação entre ganho de peso e total de alimento consumido. (CEA= coeficiente de eficiência
alimentar) revelou que apenas o grupo HC teve esta relação desfavorável com os demais
grupos não diferindo entre si. (figura 5).
HL a
HP a
Grupos
HC b
C a
0 10 20 30 40
A
B
400
300
20
Peso Corporal (g)
#*
200
0
variação de peso
100
(g)
-20
0
C HC HP HL
-60 *#
GRUPOS
Figura 6 - Peso corporal inicial e final intragrupo (A ) e variação de peso final na lactação (B)
segundo a ingestão de diferentes dietas que sofreram manipulação nutricional/energética.
Animais de 5-6 por grupo. Os grupos (Cli= grupo controle inicial. Clf= grupo controle final; HCli=
hipocalórico inicial e HClf= hipocalórico final; Hpli= hipoprotéico inicial; Hplf= hipoprotéico
final; HLli= hiperlipidica inicial; Hlfi= hiperlipidica final) Diferenças encontradas a partir do teste
“T” de Student pareado para a avaliação intragrupo e teste de variância, ANOVA one way
seguido do pós-teste de Bonferroni para avaliação intergrupo. Dados apresentados em média
(±) desvio padrão da média.P<0,05, “§vs o mesmo grupo no inicio do teste; * vs grupo controle;
δ
vs grupo hiperlipidico # vs grupo hipocalórico.
B
A
a 4000
1000 a,b a a
c b b
600
2000
400
1000
200
0 0
C HC HP HL C HC HP HL
GRUPOS
GRUPOS
Figura 7- Consumo alimentar (A) e energético (B) acumulativo de ratas lactantes segundo a
manipulação dietética. Animais de 5-6 por grupo. Diferenças encontradas a partir do teste
ANOVA one way seguido do pós-teste de Bonferroni. HL= Hiperlipídico Lactação; HP=
Hipoprotéico Lactação; HC= Hipocalórica Lactação e C=Controle. Letras iguais representam
ausência de significância. Dados apresentados em média (±) desvio padrão da média. P<0,05.
Referente à ingestão de macronutrientes, foi observado que a ingestão de proteína no grupo
controle e hiperlipídico não diferiram, que o hipoprotéico e hipocalórico diferem dos demais e
a menor quantidade ingerida foi no grupo HP, como esperado (A). Na ingestão de carboidratos
o hiperlipidico e o hipoprotéico obtiveram a mesma ingestão diferindo dos demais e o HC
demonstrou a menor ingestão deste macronutriente (B). Em relação aos lipídios, o grupo HC e
HP não diferiram e o HL como esperado, demonstrou a maior ingestão (C).
A
B C
HL a
HL c
HL c
HP c HP c
Grupos
Grupos
HP b
Grupos
HC b HC b HC b
C a C a C a
Figura 8- Ingestão acumulativa de macronutrientes (g): proteínas (A), carboidratos (B) e lipídios
(C ) por ratas durante o período de gestação segundo a ingestão de diferentes dietas que
sofreram manipulação nutricional/energética. Animais de 5-6 por grupo. Diferenças
encontradas a partir do teste ANOVA one way seguido do pós-teste de Bonferroni. Dados
apresentados em média (±) desvio padrão da média HL= Hiperlipídico Lactação; HP=
Hipoprotéico Lactação; HC= Hipocalórica Lactação e C=Controle. Letras iguais significam
ausência de significância e letras diferentes, aponta as diferenças entre os grupos. Teste
ANOVA one way, seguido do pós-teste de Bonferroni. P<0,05 com letras iguais demonstrando
ausência de significância.
a HL
G
r b HP
u
p a HC
o
s a C
-10 -5 0 5
6. DISCUSSÃO
6.1. Alterações maternas na gestação segundo as dietas ofertadas
O uso de diferentes dietas durante a gestação e lactação causa diferentes impactos
sobre o consumo alimentar e peso corporal das ratas. Contudo, a redução do consumo de
alimento no grupo HP durante a lactação, pode ser uma variável de confusão no que se refere
à contribuição da redução de proteína per si e ou do efeito sinérgico da deficiência energético-
proteica. A análise do coeficiente de eficiência alimentar também se mostrou variável em
função da composição nutricional e valor energético das dietas durante este período da vida.
Na gestação, apesar da significância inicial do peso corporal do grupo HC em relação ao HP seu
peso não diferiu ao final do período. Talvez mecanismos homeostáticos de mobilização das
reservas maternas possam ter contribuído para isto. Contudo, na lactação, o grupo HP
demonstra forte evidência da ineficiência da dieta em manter um peso adequado ou evitar
grande depleção do estado nutricional da mãe. Ao analisar apenas a ingestão de
macronutrientes, pode-se sugerir que esta alteração deve-se a menor ingestão de proteína, ou
ainda a menor ingestão proteico-energética haja vista a redução da ingestão alimentar.
As divergências entre as diversas dietas e o efeito no estado nutricional materno são diversas.
Sendo não significante a diferença de consumo alimentar pelas ratas desnutridas, quando
submetidas a uma dieta hipocalórica (ALHEIROS-LIRA,2012) ou exibição de menor consumo
quando a dieta é hipoprotéica (NETO,2014). Marcos (1986) encontrou uma menor eficiência Commented [E3]: não se coloca o nome do autor . é o
sobrenome. o sobrenome é marcos??? já falei isso e voc~e continua
alimentar em ratas submetidas a dietas hipoprotéicas, resultado de uma menor ingestão a repetir.
alimentar quando comparado ao grupo controle, tendo por resultado um percentual de peso
corporal 10% inferior ao do grupo controle.
Como encontrado neste estudo, a eficiência alimentar das ratas com dieta hipoprotéica é
semelhante ao controle na gestação e maior que os demais grupos na lactação. Silva e
colaboradores (1990) observaram que ratas hipoprotéicas apresentavam uma eficiência
alimentar equivalentes às alimentadas com dieta controle. A teoria levantada por Silva (1990)
foi pela fonte de proteína estudada, a algaroba, que exibia reduzida quantidade de
aminoácidos essenciais como lisina, treonina, metionina e cisteína, mas que esta deficiência foi
compensada pelo aumento na ingestão alimentar. No nosso estudo, não se observa esta
compensação na lactação, mas, apesar da reduzida quantidade a fonte proteica é a mesma do
grupo controle e demais grupos, portanto, não diferindo na qualidade de aminoácidos.
Estudos prévios realizados por nosso grupo encontraram resultados semelhantes aos expostos
nesse trabalho no que refere a consumo e eficiência alimentar durante a gestação, o que
influencia diretamente o ganho de peso nesse período. Alheiros-Lira (2015) e Neto(2014) cujos
estudos utilizaram respectivamente as dietas hipocalórica e hipoprotéica, encontraram uma
redução na ingestão alimentar quando compararam respectivamente os grupos hipocalórico e
hipoprotéico com o grupo controle, o que acarretou em uma menor eficiência alimentar e
consequentemente um menor ganho de peso quando comparados ao grupo controle. A menor Commented [E4]: veja se é isto mesmo. parece contraditório.
além disso não se sabe se é gestação ou lactação o que vc está
eficiência alimentar foi justificada por Alheiros-Lira (2015), como resultado da redução das falando. No estudo de Alheiros não mostra isso. estã incorreto.
reveja a figura da tabela 3
calorias ofertadas na dieta hipocalórica. Porém mesmo com essa redução na ingestão
alimentar, o ganho de peso durante a gestação foi considerado satisfatório para garantir as
mudanças fisiológicas inerentes ao período gestacional.
comparamos ao grupo controle tem sua provável causa no fato que a ingestãoa calórica e
proteica pelas ratas durante esse período não é suficiente para evitar a depleção do organismo
materno e perda de peso da rata. Talvez esse resultado se sustente pelo fato do ganho de
peso da prole ser prioritário nesse período em detrimento da perda de peso materna diminui
quando comparado ao controle (NETO,2014).
Porém em nosso estudo percebeu-se que essa redução no ganho de peso foi significante
apenas no grupo hipoprotéico, não diferindo nos demais grupos.
se deu não apenas em relação ao grupo controle, mas também em relação aos grupos Commented [E6]: Natalia, vc não está entendendo os
resultados. o único grupo que teve o peso negativo foi o HP os
hiperlipídico e hipocalórico. demais não diferem.
Passos et al(2001) em estudo que analisou o efeito da restrição proteica durante a lactação
sobre a função tireóidea de ratas, demonstrou que reduções severas na relação
proteína/energia na dieta das ratas promove alteração no comportamento alimentar, tendo o
grupo hiprotéico apresentado uma ingestão alimentar 50% menor quando comparado ao
grupo controle. Sabe-se há muito tempo que o hipotálamo está implicado na regulação
energética e é provável que a seleção dos nutrientes ofertados na dieta também influencie a
atividade das regiões hipotalâmicas (PASSOS et al,2001). As concentrações de substratos
energéticos fornecidos pela dieta apresentam influência no sistema nervoso central devido à
produção e regulação da concentração de neurotransmissores. Sendo a serotonina o principal
responsável pela sensação da saciedade e também da regulação proteico-energética (PASSOS
et al,2001).
7. CONCLUSÃO
As diferentes dietas ofertadas às ratas causaram mudanças distintas conforme o período
crítico para o desenvolvimento de filhotes, ou seja, se esta é ofertada na gestação ou na
lactação. No período gestacional ficou evidente a importância da ingestão energética para o
peso corporal final das ratas. E, na lactação, a proteína mostrou-se como o nutriente mais
relevante, embora não possamos negligenciar que este grupo teve o acréscimo da redução de
consumo alimentar, o que pode ter influenciado nos resultados finais. Na dieta hiperlipidica
pode-se concluir que devido a maior densidade energética promovida pela maior proporção
de lipídios, a diminuição da ingestão alimentar não influenciou de forma negativa o peso
materno. Essas repercussões são importantes para vislumbrar o risco nutricional que a mãe
pode ter e este influenciar negativamente o prognóstico de crescimento e desenvolvimento
dos descendentes.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8 - Bray, G. A e Popkin, B. M. Dietary fat intake does affect obesity. American Journal Clinical
and Nutrition, 68: 1157–1173, 1998.
10 - ZAMBON, L.; DUARTE,F. O.; FREITAS,L. F. et al. Efeitos de dois tipos de treinamento de
natação sobre a adiposidade e o perfil lipídico de ratos obesos exógenos. REV NUTR., v. 22, n.
5, 2009.
11 - FILHO, B. Ed. Alimentação nutrição & saúde. Epidemiologia & Saúde. Rio de Janeiro, 5
edição, 2003
13 - BAYOL, S.; JONES, D.; GOLDSPINK, G.; STICKLAND, N. C. The influence of undernutrition
during gestation on skeletal muscle cellularity and on the expression of genes that control
muscle growth. British Journal of Nutrition. v. 91, n. 3, p. 331-339, Mar 2004.
14 - TOU, J. C. L.; WADE, C. E. Determinants Affecting Physical Activity Levels In Animal Models.
Exp Biol Med, Maywood, v. 227, n. 8, p. 587-600, 2002.
15 - DINIZ, Y. S.; BURNEIKO, R. M.; SEIVA, F. R. F. et al. Influência das dietas hipercalóricas
sobre os parâmetros de obesidade, dislipidemia e hiperglicemia em ... compounds, glycemic
index and obesity-related cardiac effects. International Journal of Cardiolog y, v. 124, p. 92-99,
2008.
16 - MARQUES, A. C. R.; GABBIATTI, G. C.; GRAVENA, A. A. F.; AMARAL,V. Influência das dietas
hipercalóricas sobre os parâmetros de obesidade, dislipidemia e hiperglicemia em ratos.
Revista Saúde e Pesquisa, v. 8, n. 1, p. 55-62, jan./abr. 2015
17 - BAINS, R. K.; WELLS, S. E.; FLAVELL, D. M.; FAIRHALL, K. M.; STROM, M.; LE TISSIER, P.;
ROBINSON, I. C. Visceral obesity without insulin resistance in late-onset obesity rats.
Endocrinology. v. 145, n. 6, p. 2666-2679, Jun 2004.
20 - Lopes de Souza S, Orozco-Solis R, Grit I et al. Perinatal protein restriction reduces the
inhibitory action of serotonin on food intake. Eur J Neurosci 27, 1400-1408, 2008.
25 - VICKERS, M.H.; et al. Fetal origins of hyperphagia, obesity and hypertension and postnatal
amplification by hypercaloric nutrition. American Journal of Endocrinology Metabolic, v.279,
p.E83-E87, 2000.
26 - PINKE, C. A. E.; Efeito da dieta hiperlipídica na programação fetal do metabolismo
energético e atividade de enzimas digestivas em ratos. Dissertação (Mestrado em Zootecnia),
Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2013.
28 - OZZANE, S.E.; et al. Depot-specific effects of early growth retardation on adipocity insulin
action. Horm. Metab. Res. v.32, p.71-75, 2000.
30 - ASCHERIO, A. Epidemiologic studies on dietary fats and coronary heart disease. Am. J.
Med., v. 113 (Suppl 9B), p. 9S–12S, 2002.
31 - Pecoraro N, Reyes F, Gomez F, Bhargava A, Dallman MF. Chronic stress promotes palatable
feeding, which reduces signs of stress: Feedforward and feedback effects of chronic
stress. Endocrinology, 2004.
33 - CARRARA H.H. A. & DUARTE G. Semiologia obstétrica. Medicina, Ribeirão Preto, 29: 88-
103, jan./mar. 1996.
34- AZEREDO, Vilma Blondet de et al. Influência da multimistura na gestação de ratas: pesos
materno e fetal e triglicerídeos séricos. Rev. Nutr. [online]. 2003, vol.16, n.1, pp.83-91. ISSN
1678-9865.
38 - Xia M and Laychock SG. Insulin secretion, myo-inositol transport, and Na(+)-K(+)-ATPase in
glucose-desensitized rat islets. Diabetes 42: 1392–1400, 1993.
41- Herrera E. Implications of dietary fatty acids during pregnancy on placental, fetal and
postnatal development - a review. Placenta. 2002 Apr;23 Suppl A:S9-19.
doi:10.1053/plac.2002.0771
42 - KUM KUM, S. BHASIN, ATILA VAN NAS, LISA J. MARTIN, RICHARD C. DAVIS, SHERIN U.
DEVASKAR, ANDALDONS J. LUSIS. Maternal Low-Protein Diet or Hypercholesterolemia Reduces
Circulating Essential Amino Acids and Leads to Intrauterine Growth Restriction. Diabetes, vol.
58, march 2009.
43 - KARL, P.I., ALPY, K.L., FISHER, S.E. Insulin-like growth factor-1 stimulates amino acid uptake
by the cultured human placental trophoblast. J Cell Physiol 165, 83–88. Amino acid transport
by the cultured human placental trophoblast: effect of insulin on AIB transport. Am J Physiol
262, C834–C839; 1992.
44 - NELSON, D.M., SMITH, S.D., FURESZ, T.C., SADOVSKY, Y., GANAPATHY, V., PARVIN, C.A.
SMITH, C.H. Hypoxia reduces expression and function of system A amino acid transporters in
cultured term human trophoblasts. Am J Physiol Cell Physiol. 284, C310–C315; 2003
46 - GODFREY, K.M.; BARKER, D.J.P. Fetal programming and adult health. Public Health
Nutrition, v.4, n.2B, p.611±624, 2001.
47 - FEIJO, Fernanda de Matos; BERTOLUCI, Marcello Casaccia and REIS, Cíntia. Serotonina e
controle hipotalâmico da fome: uma revisão. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 2011, vol.57,
n.1, pp.74-77. ISSN 0104-4230. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302011000100020.
48 - HALPERN, Zuleika S. C.; RODRIGUES, Mariana Del Bosco and COSTA, Roberto Fernandes
da. Determinantes fisiológicos do controle do peso e apetite. Rev. psiquiatr. clín. [online].
2004, vol.31,n.4,pp.150-153.ISSN 0101-6083. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-
60832004000400002.
50 - Xu RY, Wan YP, Tang QY, Wu J, Cai W. Carbohydrate-to-fat ratio affects food intake and
body weight in Wistar rats. Exp Biol Med (Maywood). 2010 Jul;235(7):833-838