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do Ensino Superior
Políticas de Avaliação

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Edda Curi

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Políticas de Avaliação

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Políticas de Avaliação da Lei de Diretrizes e Bases
• Sobre o Enade
• Sobre o Sinaes

Fonte: iStock/Getty Images


Objetivos
• Apresentar de forma sintética como evoluíram as políticas públicas no que diz respeito à
avaliação do ensino superior e os motivos que levaram o poder público a essa necessidade.
• Apresentar também alguns aspectos importantes da legislação vigente no que tange à
avaliação dos cursos, alunos e das instituições de ensino.
• Fazer ainda uma abordagem sobre o Enade, a fim de evidenciar sua estrutura e
funcionamento como uma ação de política pública voltada à educação.

Caro Aluno(a)!

Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Políticas de Avaliação

Contextualização
O que você pensa sobre as atuais políticas públicas no que diz respeito à avaliação
do ensino superior?

Em sua opinião, o Enade funciona de fato como um indicador que retrata a realidade
dos cursos, das instituições e do processo de ensino e aprendizagem dos alunos?

Esses e outros assuntos serão discutidos nesta Unidade.

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Políticas de Avaliação da Lei de
Diretrizes e Bases
Segundo Dias, Morales e Horiguela (2006), os debates sobre políticas de avaliação que
levam em consideração o funcionamento da educação superior vêm se desenvolvendo
desde o final dos anos de 1950 e início de 1960, uma vez que o regime vigente
caracterizado pela prática democrático-populista abriu diversos questionamentos a
respeito do projeto da universidade. Com isso, surgiram projetos para a melhoria do
ensino, a fim de serem prioritariamente desencadeados.

A problemática que envolve as políticas de avaliação no ensino superior é decorrente


da expansão das instituições de ensino superior, bem como da abertura de diversos novos
cursos. Essa situação se deu para atender a demanda proveniente da educação básica,
que também se desenvolvia em ritmo acelerado. Sobre esse aspecto, Dias, Morales e
Horiguela (2006) pontuam que:
Os primeiros textos especificamente elaborados sobre a temática da avaliação revelam
uma preocupação exaustiva com o controle da qualidade das IES, tendo em vista
a hipótese de que o seu crescimento exacerbado e o grande número de matrículas
incorriam em perda de qualidade. Os problemas que surgiam com a expansão da
Educação Básica nos anos 1960 foram prioritários para se pensar sobre a criação
acelerada de IES que, nas décadas de 1980 e 1990, atingiram altos patamares
quantitativos (DIAS; MORALES; HORIGUELA, 2006, p. 438).

Podemos observar que a expansão aqui apresentada para o ensino superior é fruto
de outra proveniente da educação básica; porém, já há preocupações políticas quanto à
avaliação do ensino superior, a fim de evitar um possível “sucateamento”.

O Programa de Avaliação da Reforma Universitária – PARU – surgiu em 1983 e


foi o primeiro programa submetido à discussão política e aprovado no Brasil. Esse foi
apresentado pelo MEC em virtude das discussões ocorridas no âmbito do Conselho
Federal de Educação – CFE. Como na década de 1980 o setor de pós-graduação gozava
de um amplo sistema de avaliação que primava por sua qualidade, o PARU sofreu sua
influência em sua formulação.

As graduações não apresentavam nenhum procedimento que se comparasse, porém


era necessário verificar em que sentido a reforma universitária tinha se efetivado,
analisando ainda quais problemáticas eram enfrentadas pelos diferentes cursos e
instituições de ensino superior.

De acordo com Dias, Morales e Horiguela (2006), a metodologia de avaliação prevista


pelo PARU tinha como base a aplicação de questionários aos docentes, dirigentes
universitários e alunos, tendo em vista a coleta de dados sobre a estrutura didática e
administrativa das IES, sua expansão de matrículas e os procedimentos utilizados para a
avaliação das atividades de ensino, extensão e de pesquisa.

Porém, após um ano iniciado, o PARU foi desativado e os dados coletados não
chegaram nem mesmo a serem analisados. Segundo Dias, Morales e Horiguela (2006),

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UNIDADE
Políticas de Avaliação

nesse momento, e devido a disputas de poderes internos, o MEC se viu obrigado a


reivindicar para si a competência de decidir quais seriam as medidas que o país deveria
adotar em relação às universidades.
No final da década de 1980, a avaliação do ensino superior se inseriu como um
instrumento de ação política do Estado, “refletindo o momento internacional em
relação às instituições educacionais como um todo” (DIAS; MORALES; HORIGUELA,
2006, p. 440).
A partir da década de 1990, as políticas neoliberais provocaram impacto sobre a
educação, o que levou o Banco Mundial, um dos mais notáveis agentes estrangeiros,
a elaborar propostas que levassem em consideração a avaliação do ensino como uma
das estratégias, a fim de conceder financiamentos. Com isso em vista, Dias, Morales e
Horiguela (2006) ressaltam que:
A avaliação era vista como instrumento de medida e controle para responder às
expectativas de eficiência e produtividade no Ensino Superior, massificado pela explosão
das matrículas e compelido a se tornar mais produtivo em situações de crescentes
restrições orçamentárias (DIAS; MORALES; HORIGUELA, 2006, p. 441).

Nesse contexto, a Secretaria de Educação Superior criou em 1993 a Comissão de


Avaliação das Universidades Brasileiras, que tinha como objetivo implementar as políticas
recomendadas internacionalmente. Surgiu assim o Programa de Avaliação Institucional
das Universidades Brasileiras – PAIUB –, partindo de um processo de autoavaliação
que se complementaria com a avaliação externa. Esse programa tinha como objetivo
estabelecer um diálogo entre o Governo e as instituições de ensino, visando, por meio
de estratégias de avaliação, estabelecer a dinâmica de ensino.

Mas, em outubro de 1996, por perder a adesão do MEC, o PAIUB chegou ao fim. No
dia 10 de outubro desse mesmo ano, o MEC publicou o Decreto n. 2026, que estabelecia
novos procedimentos para a avaliação dos cursos e das instituições de ensino superior.

O decreto n. 2026 delibera em seu Art. 1º que o processo de avaliação dos cursos e
das instituições de ensino superior compreenderá os seguintes procedimentos:
Análise dos principais indicadores de desempenho global do sistema nacional de ensino
superior, por região e unidade da federação, segundo as áreas do conhecimento e o
tipo ou a natureza das instituições de ensino;

Avaliação do desempenho individual das instituições de ensino superior, compreendendo


todas as modalidades de ensino, pesquisa e extensão;

Avaliação do ensino de graduação, por curso, por meio da análise das condições de
oferta pelas diferentes instituições de ensino e pela análise dos resultados do Exame
Nacional de Cursos;

Avaliação dos programas de mestrado e doutorado, por área do conhecimento.

Em relação à avaliação específica dos cursos de graduação, a análise das condições


de oferta pelas instituições de ensino superior, o Art. 6º desse decreto, considera:
I. organização didático-pedagógica;

II. a adequação das instalações físicas em geral;

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III. a adequação das instalações especiais, tais como laboratórios, oficinas e outros
ambientes indispensáveis à execução do currículo;

IV. a qualificação do corpo docente;

V. as bibliotecas com atenção para o acervo bibliográfico, inclusive livros e periódicos,


regime de funcionamento, modernização dos serviços e adequação ambiental.

Foi após a publicação do decreto n. 2026/96 que foi aprovada, em 20 de dezembro


de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, que, segundo Dias,
Morales e Marchetti (2006, p. 447), “veio reforçar a importância dos processos de
avaliação do Ensino Superior como forma de promover a regulação do setor e realizar
a acreditação de instituições e cursos”.

A partir da LDB de 1996, ocorreram mudanças no que diz respeito à avaliação no


ensino superior – não somente no que tange à avaliação de cursos e instituições, mas
também às avaliações que regulamentam o acesso à universidade. Essa lei rompe com
a exclusividade do exame de vestibular como ingresso às instituições de ensino superior;
mesmo sem especificar, a LDB se refere a uma classificação mediante processo seletivo,
que posteriormente passa a ser acesso por meio do ENEM.

Como citado anteriormente, a LDB n. 9394 de 1996 cria processos de avaliação,


como o rendimento escolar da educação básica e do ensino superior, e também
processos de avaliação das instituições de ensino superior. Com isso, a partir da
análise dos resultados das avaliações de cursos e instituições de ensino superior, o MEC
passa a poder descredenciar cursos e intervir nas instituições, de forma a suspender
temporariamente o funcionamento de cursos, rebaixá-las a centros universitários ou
ainda a descredenciá-las.

Uma nova intervenção que passa a existir também a partir da LDB já citada é que a
cada cinco anos o MEC solicita que as instituições passem a fazer o recredenciamento.

Assim, na trajetória das políticas de avaliação, a LDB n. 9394 de 1996 desempenha


papel fundamental, pois faz com que o processo de avaliação do ensino superior passe
a tentar pelo menos garantir uma melhoria na qualidade de ensino em um contexto
repleto de instituições e cursos que se expandiram em uma ordem mais quantitativa do
que qualitativa.

Após essa LDB, em 14 de abril de 2004, por meio da Lei n. 10.861, foi criado
o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Sinaes. Esse programa é
constituído de três componentes principais: a avaliação das instituições, dos cursos e do
desempenho dos estudantes.

O Sinaes avalia todos os aspectos que giram em torno desses três eixos: o ensino, a
pesquisa, a extensão, a responsabilidade social, o desempenho dos alunos, a gestão da
instituição, o corpo docente, as instalações e os vários outros aspectos.

Esse programa usa como instrumentos: autoavaliação, avaliação externa, Enade,


avaliação dos cursos de graduação e informações contidas no censo e cadastro. Esses
instrumentos, quando analisados, possibilitam elaborar um perfil com a qualidade

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UNIDADE
Políticas de Avaliação

dos cursos e das instituições de ensino superior do Brasil. O processo de avaliação é


coordenado pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior – CONAES – e
a operacionalização dos resultados fica sob a responsabilidade do Inep.

Todas as informações obtidas com o Sinaes servem de indicativos tanto para a


elaboração de políticas públicas, como referência de orientação para a melhora da
qualidade de ensino nas instituições de ensino superior.

Sobre o Enade
De 1993 a 2003 havia um exame aplicado aos formandos de cursos de graduação
chamado de Exame Nacional de Cursos – ENC-Provão. Seu objetivo era avaliar os cursos
de graduação do ensino superior em relação aos processos de ensino aprendizagem.
Esse foi substituído em 2004 pelo Enade.

O Enade é o Exame de Desempenho de Estudantes e foi instituído pela Lei n. 10.861,


de 14 de abril de 2004, e regulamentado pela portaria n .603 de 7 de março de 2006.
Sendo parte integrante do Sinaes, é composto por três instrumentos de avaliação que se
referem às instituições, aos cursos e aos estudantes.

No Enade, o desempenho dos estudantes é verificado segundo os seguintes critérios:


I. Conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação;

II. Desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da


formação geral e profissional;

III. Nível de atualização dos estudantes com referência à realidade brasileira e mundial.

O Enade é considerado um componente curricular obrigatório dos cursos de graduação


e participam dele alunos ingressantes e concluintes. Os certificados de graduação dos
alunos participantes têm sua expedição atrelados à realização da prova, ou seja, os
alunos devem obrigatoriamente realizar a avaliação, tendo em vista que a não realização
implica na não expedição de seus certificados de conclusão de curso. Os instrumentos
básicos dessa avaliação são a prova, o questionário de impressões dos estudantes sobre
a prova, o questionário do estudante e o questionário do coordenador do curso. A
aplicação da avaliação em cada área se dá de forma trienal, segundo o Inep, o Ministério
da Educação define, anualmente, as áreas propostas pela Comissão de Avaliação da
Educação Superior – Conaes –, órgão colegiado de coordenação e supervisão do Sinaes.

Segundo o Inep, conforme estabelecido na Lei do Sinaes e ratificado na Portaria n.


40/2007 (em sua atual redação), o Enade faz avaliações trienais das seguintes áreas e
eixos tecnológicos:
• Ano I: áreas da saúde, ciências agrárias e afins; eixos de ambiente e saúde, produção
alimentícia, recursos naturais, militar e segurança;
• Ano II: áreas de ciências exatas, licenciaturas e afins; eixos de controle e processos
industriais, informação e comunicação, infraestrutura e produção industrial;

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• Ano III: áreas de ciências sociais aplicadas, ciências humanas e afins; eixos de
gestão e negócios, apoio escolar, hospitalidade e lazer, produção cultural e design

O Inep divulga o regulamento para que os estudantes se inscrevam no Sistema Enade:


I - estudantes ingressantes, aqueles que tenham iniciado o respectivo curso no ano da
avaliação, devidamente matriculados, e que tenham de zero por cento a vinte e cinco
por cento da carga horária mínima do currículo do curso cumprida até o dia 31 de
agosto desse respectivo ano;

II - estudantes concluintes dos Cursos de Bacharelado, aqueles que tenham expectativa


de conclusão do curso até julho do ano seguinte ou que tenham cumprido oitenta por
cento ou mais da carga horária mínima do currículo do curso da IES até o dia 31 de
agosto do ano anterior;

III - estudantes concluintes dos Cursos Superiores de Tecnologia, aqueles que tenham
expectativa de conclusão do curso até dezembro do ano da avaliação ou que tenham
cumprido setenta e cinco por cento ou mais da carga horária mínima do currículo do
curso da IES até o dia 31 de agosto desse ano, término do período previsto no art. 11
desta Portaria Normativa.

Também divulga o regulamento para estudantes dispensados:


Estudantes dispensados da inscrição no Enade de um determinado ano:

I - os estudantes dos cursos descritos no art. 1º desta Portaria Normativa que colarem
grau até o dia 31 de agosto de 2º ano em questão;

II - os estudantes que estiverem oficialmente matriculados e cursando atividades


curriculares fora do Brasil, na data de realização do Enade, em instituição conveniada
com a IES de origem do estudante.

O Inep destaca que os estudantes que não preencherem o ‘Questionário do Estudante’


serão considerados irregulares junto ao Enade. Esclarece ainda sobre a nota do Enade
e destaca:
A Nota Enade é

I - a média ponderada da nota padronizada dos concluintes na Formação Geral (25%)


e no Componente Específico (75%);

II - o Cálculo por Unidade de Observação, que consiste no conjunto de cursos de


uma IES que compõem uma área de abrangência (enquadramento) em um mesmo
município;

III - as unidades de observação com menos de 2 (dois) concluintes participantes não


obtêm Conceito Enade.

Em 2015, foram avaliados os seguintes cursos:


• que conferem diploma de bacharel: em Administração Administração Pública;
Ciências Contábeis; Ciências Econômicas; Comunicação Social (Jornalismo);
Comunicação Social (Publicidade e Propaganda); Design; Direito; Psicologia;
Relações Internacionais; Secretariado Executivo; Teologia e Turismo;
• que conferem diploma de tecnólogo em Comércio Exterior; Design de Interiores;
Design de Moda; Design Gráfico; Gastronomia; Gestão Comercial; Gestão da

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Políticas de Avaliação

Qualidade; Gestão de Recursos Humanos; Gestão Financeira; Gestão Pública;


Logística; Marketing e Processos Gerenciais.

A avaliação dos estudantes por meio do Enade será aplicada periodicamente aos
alunos de todos os cursos de graduação ao final dos primeiros e dos últimos anos de
curso. A avaliação será expressa por meio de conceitos, tomando por base padrões
mínimos estabelecidos por especialistas das diferentes áreas do conhecimento.

Sobre o Sinaes
As informações a seguir foram retiradas do site do Inep, no endereço:
portal.inep.gov.br/superior-sinaes.

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Sinaes – foi criado pela


Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004, e é formado por três componentes principais: a
avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes.

O Sinaes faz uma avaliação ampla, em que analisa todos os aspectos que giram em
torno dos três eixos citados: o ensino, a pesquisa, a extensão, a responsabilidade social,
o desempenho dos alunos, a gestão da instituição, o corpo docente, as instalações, entre
vários outros aspectos.

O Sinaes utiliza alguns instrumentos complementares que são: autoavaliação, avaliação


externa, Enade, avaliação dos cursos de graduação e instrumentos de informação (censo
e cadastro). Segundo o Inep, os resultados das avaliações permitem descrever um
panorama da qualidade dos cursos e das instituições de educação superior no País.

Como já foi dito, os processos avaliativos são coordenados e supervisionados pela


Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior – Conaes. A operacionalização
é de responsabilidade do Inep.

Segundo o Inep, as informações obtidas com o Sinaes são utilizadas pelas Instituições
de ensino superior para orientar a eficácia institucional e a efetividade acadêmica e
social; pelos órgãos governamentais para orientar políticas públicas; e pelos estudantes,
pais de alunos, instituições acadêmicas e público em geral, para orientar suas decisões
quanto à realidade dos cursos e das instituições.

Objetivos do Sinaes
O portal do Inep aponta 3 objetivos para o Sinaes:
I - identificar mérito e valor das instituições, áreas, cursos e programas, nas dimensões
de ensino, pesquisa, extensão, gestão e formação;

II - melhorar a qualidade da educação superior, orientar a expansão da oferta;

III - promover a responsabilidade social das IES, respeitando a identidade institucional


e a autonomia.

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O Inep aponta também os componentes principais desse sistema, alegando que o
Sinaes está fundamentado nas avaliações institucional, de cursos e de estudantes. A
avaliação institucional, interna e externa, considera 10 dimensões:
1. Missão e PDI;
2. Política para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação e a extensão;
3. Responsabilidade social da IES;
4. Comunicação com a sociedade;
5. As políticas de pessoal, as carreiras do corpo docente e técnico-administrativo;
6. Organização de gestão da IES;
7. Infraestrutura física;
8. Planejamento de avaliação;
9. Políticas de atendimento aos estudantes;
10. Sustentabilidade financeira;
Segundo o Inep, a avaliação dos cursos será realizada analisando-se três dimensões:
1. Organização Didático-Pedagógica;
2. Perfil do Corpo Docente;
3. Instalações físicas.

A coleta de informações para o Sinaes é realizada considerando:


a) Censo da Educação Superior (integrado ao Sinaes e incluindo informações sobre
atividades de extensão);
b) Cadastro de Cursos e Instituições (integrado ao Sinaes);
c) CPA: Comissão Própria de Avaliação (criada nas IES com a atribuição de
conduzir os processos de avaliação interna da instituição, de sistematização e de
coleta de informações).
Segundo o Inep, o Sinaes propõe uma avaliação institucional integrada por diversos
instrumentos complementares:
I Autoavaliação – conduzida pela Comissão Própria de Avaliação – CPA. Cada instituição
realizará uma autoavaliação, que será o primeiro instrumento a ser incorporado ao
conjunto de instrumentos constitutivos do processo global de regulação e avaliação.
A autoavaliação articula um autoestudo segundo o roteiro geral proposto em nível
nacional, acrescido de indicadores específicos, projeto pedagógico, institucional,
cadastro e censo. O relatório da autoavaliação deve conter todas as informações e
demais elementos avaliativos constantes do roteiro comum de base nacional, análises
qualitativas e ações de caráter administrativo, político, pedagógico e técnico-científico
que a IES pretende empreender em decorrência do processo de autoavaliação,
identificação dos meios e recursos necessários para a realização de melhorias, assim
como uma avaliação dos acertos e equívocos do próprio processo de avaliação;

II Avaliação externa – essa avaliação é feita por membros externos, pertencentes à


comunidade acadêmica e científica, reconhecidos pelas suas capacidades em suas áreas
e portadores de ampla compreensão das instituições universitárias;

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UNIDADE
Políticas de Avaliação

III Censo – o censo é um instrumento independente que carrega um grande potencial


informativo, podendo trazer importantes elementos de reflexão para a comunidade
acadêmica, o Estado e a população em geral. Por isso, é desejável que os instrumentos
de coleta de informações censitárias integrem também os processos de avaliação
institucional, oferecendo elementos úteis à compreensão da instituição e do sistema.
Os dados do censo também farão parte do conjunto de análises e estudos da avaliação
institucional interna e externa, contribuindo para a construção de dossiês institucionais
e de cursos a serem publicados no Cadastro das Instituições de Educação Superior;

IV Cadastro – De acordo com as orientações do Inep e da Conaes, também serão


levantadas e disponibilizadas para acesso público as informações do Cadastro das IES
e seus respectivos cursos. Essas informações, que também serão matéria de análise
por parte das comissões de avaliação, nos processos internos e externos de avaliação
institucional, formarão a base para a orientação permanente de pais, alunos e da
sociedade em geral sobre o desempenho de cursos e instituições;

Segundo o Inep, o Ministério da Educação tornará público e disponível o resultado


da avaliação das instituições de ensino superior e de seus cursos. A divulgação abrange
tanto instrumentos de informação (dados do censo, do cadastro, CPC e IGC) quanto
os conceitos das avaliações para os atos de Renovação de Reconhecimento e de
Recredenciamento (ciclo trienal do Sinaes – com base nos cursos contemplados no
Enade de cada ano).

No Sinaes, a integração dos instrumentos (autoavaliação, avaliação externa, avaliação


das condições de ensino, Enade, censo e cadastro) permite a atribuição de conceitos,
ordenados numa escala com cinco níveis, a cada uma das dimensões e ao conjunto das
dimensões avaliadas.

Segundo o Inep, são indicadores de qualidade do ensino superior:


• Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição – IGC – resultado da média
ponderada dos Conceitos Preliminares de Curso (CPC) da graduação no triênio de
referência e dos conceitos da Capes dos programas de pós-graduação stricto sensu
da instituição de educação superior.
• Conceito Preliminar de Curso – CPC – consubstancia diferentes variáveis que
traduzem resultados da avaliação de desempenho de estudantes, infraestrutura e
instalações, recursos didático-pedagógicos e corpo docente.
• Conceito Enade – CE – calculado para o curso da IES, localizada em um município,
considerada uma área de avaliação. A nota do curso inclui o desempenho dos
alunos nas provas de formação geral e componente específico.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Leitura
Avaliação e Transformações da Educação Superior Brasileira (1995-2009): Do Provão ao Sinaes
De autoria de José Dias Sobrinho, publicado na Revista da Avaliação da Educação
Superior, v. 15, n. 1 (2010).
Para ampliar seus conhecimentos sobre os assuntos tratados, sugerimos que você acesse
o link abaixo em que terá acesso ao artigo.
http://goo.gl/WiEhvB

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Referências
BRASIL. Decreto n. 2026, de 10 de outubro de 1996. Estabelece procedimentos para
o processo de avaliação dos cursos e instituições de ensino superior. Diário Oficial da
União, 11 de outubro de 1996 - Seção 1, p. 27839. Brasília, DF. Disponível em:
<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/d2026_96.htm> . Acesso em: 2 out. 2010.

DIAS, C. L.; HORIGUELA, M. L. M.; MARCHELLI, P. S. Políticas para avaliação da


qualidade do ensino superior no Brasil: um balanço crítico. Educação e Pesquisa. São
Paulo, v. 32, n. 3, set./dez. 2006. p.435-464. Disponível em: < http://www.scielo.br/
pdf/ep/v32n3/a02v32n3.pdf>. Acesso em: 2 out. 2010.

INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).


Cálculo do conceito do Enade 2008. Disponível em < http://www.inep.gov.br/
download/Enade/2008/conceito_Enade_final_corrigida_17_12_2009.pdf>. Acesso
em: 1 out. 2010.

________. Enade. Disponível em < http://www.inep.gov.br/superior/Enade/


perguntas_frequentes.htm>. Acesso em 01 out. 2010.

________. Enade. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/


Enade/seminarios/2015/o_sinaes_e_o_Enade.pdf>. Acesso em: jan. 2016.

________. Enade. Disponível em: <portal.inep.gov.br/superior-sinaes>. Acesso em:


jan. 2016.

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