Você está na página 1de 20

Fundamentos

Inserir Título Aqui


da
Inserir Título
Educação a Distância
Aqui
Contexto Histórico e Características da Educação a Distância

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Rosangela Bonici

Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Contexto Histórico e Características
da Educação a Distância

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Contexto Histórico e Características da Educação
a Distância (EAD)

Fonte: iStock/Getty Images


Objetivos
• Compreender o contexto histórico e as características da Educação a Distância (EAD).
• Perceber as diversas definições para EAD, as quais utilizadas em vários países e no Brasil.
• Conhecer a proposta de EAD da Universidade Cruzeiro do Sul.
• Identificar os predicados do aluno de sucesso que opta pela EAD.

Caro Aluno(a)!

Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Contexto Histórico e Características da Educação a Distância

Contextualização
Educação a Distância (EAD) é uma forma de ensino e aprendizagem mediada
por tecnologias que permitem que o professor e o aluno estejam em ambientes físicos
diferentes. A EAD permite que o estudante crie seu próprio horário para estudar. Na
maior parte das vezes, o conteúdo das aulas é disponibilizado em Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVA), onde é possível encontrar o material da aula, sendo seu acesso
realizado pela internet.

Para aquele que procura uma Especialização na área de EAD, é importante conhecer
seu contexto histórico e características, bem como as diversas definições que são usadas
para essa modalidade de ensino. Muito importante também é ficar por dentro das
características da EAD da instituição de ensino que escolheu para realizar seu curso,
bem como os predicados do estudante de sucesso que opta pela EAD.

6
Contexto Histórico e Características
da Educação a Distância (EAD)
As Denominações e Definições de EAD
No Reino Unido a EAD é conhecida como estudo ou educação por correspondência;
nos Estados Unidos, estudo em casa e estudo independente; na Austrália, estudos
externos; na França, telensino ou ensino a distância; na Alemanha, estudo ou ensino
a distância; na Espanha, educação a distância; em Portugal, teleducação, entre outros
(MAIA; MATTAR, 2007).

Como há diferentes denominações também há diferentes definições para educação


a distância. No Brasil, a EAD é regulamentada pelo Decreto n.º 5.622/2005, do
Ministério da Educação (MEC), que define a educação a distância como:
[...] modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de
ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação
e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em
lugares ou tempos diversos (BRASIL, 2005).

Pode-se tomar também a definição de Maia e Mattar (2007, p. 6), ao dizerem que “
[...] a EaD é uma modalidade de educação em que professores e alunos estão separados,
planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação”.

Moore e Kearsley (2007) dizem que a ideia básica da EAD é muito simples: alunos
e professores estão em locais diferentes, durante todo ou grande parte do tempo em
que aprendem e ensinam, de modo que dependem de algum tipo de tecnologia para
transmissão de informações e interação.
Educação a distância é o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um
lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas especiais de criação de curso e de
instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e
administrativas especiais (MOORE; KEARSLEY, 2007, p. 2).

Características da Educação a Distância


Em geral, a sigla EAD é aplicada a atividades de ensino e aprendizagem em que o
aluno e o professor estão separados fisicamente, o que a distingue do ensino tradicional.
Há uma separação espacial entre o professor e o aluno e mesmo entre os estudantes.
Por exemplo, o professor pode estar em São Paulo, com alunos no Amazonas e
Goiás, ou até mesmo fora do País. Para que a educação e a aprendizagem ocorram,
os participantes não precisam estar no mesmo espaço físico, uma vez que o processo
educacional ocorre em locais distintos à sala de aula.

Em alguns casos a EAD é mesclada a encontros presenciais constantes, neste caso,


tal modelo é chamado de educação semipresencial.

7
7
UNIDADE
Contexto Histórico e Características da Educação a Distância

Além da separação física, costuma-se também associar a EAD à separação temporal


entre alunos e professores. Existem algumas atividades que são síncronas, ou seja,
que os participantes precisam estar conectados na mesma ocasião, tais como chats,
videoconferências interativas, entre outros recursos. Porém, em sua maior parte, as
atividades são assíncronas, onde professores e alunos estão separados no tempo, como
é o caso dos fóruns de discussão e de dúvidas.

A EAD implica na distância física e temporal, na qual o aprendizado se dá sem


que os envolvidos no processo estejam participando no mesmo instante das atividades
propostas, ao contrário do que ocorre no ensino tradicional e presencial.

A EAD traz a possibilidade de os alunos aprenderem em tempos próprios e diferentes


uns dos outros. Assim, o tempo pode ser empregado de forma diferenciada, de acordo
com a necessidade individual de cada um, possibilitando a manipulação do espaço e do
tempo em favor da educação.
O aluno estuda onde e quando quiser e puder. Pode, por exemplo, passar uma semana
sem se dedicar muito aos estudos, por diversos motivos, e depois retomar as atividades
normalmente buscando resgatar o tempo perdido. O aluno se autoprograma para
estudar, de acordo com o seu tempo e disponibilidade (MAIA; MATTAR, 2007, p. 7).

Outra característica que deve ser levada em consideração quando se estuda a distância
é o planejamento. Maia e Mattar (2007) entendem que, ao contrário do autoestudo ou
autodidatismo, a EAD é uma modalidade de ensino e aprendizagem que precisa ser
apoiada e planejada por uma instituição de ensino. No caso do Ensino Superior, no
Brasil, é necessário que a instituição seja credenciada pelo MEC para ofertar tais cursos.
Dizem ainda que esse planejamento deve incluir o acompanhamento e a supervisão da
aprendizagem por professores tutores.
As tecnologias de comunicação dizem respeito a outra característica a se considerar
na EAD. Para superar a distância física entre os participantes do processo, a mediação
entre professores e alunos é realizada por meio da tecnologia. Os projetos de cursos usam
suportes como telefone, áudio, vídeo, CD, televisão, e-mail, tecnologias de telecomunicação
interativas, grupos de discussão e internet. Tais mídias possibilitam que, no curso, os
alunos, além de terem acesso ao material teórico, possam interagir com os professores e
demais colegas de turma. O conhecimento dessas ferramentas tecnológicas, por parte do
aluno, ainda amplia sua vantagem competitiva no mercado de trabalho.
Antes do surgimento da internet, o aluno que estudava nessa modalidade de ensino
era solitário, o que lhe exigia autonomia e independência para aprender. A interação,
quando possível, dava-se esporadicamente e por meio de cartas. Dito de outra forma, a
interação que existia no ensino tradicional não conseguia ser reproduzida na EAD, o que
desafiava estudiosos e adeptos dessa modalidade.

Com o desenvolvimento das tecnologias interativas, novas possibilidades surgiram


para a EAD, ou seja, tornou-se possível ensinar “face a face a distância”. As novas
tecnologias possibilitaram gerar maior interação entre professores e alunos, e entre
os próprios estudantes, combinando a flexibilidade da interação humana com a
independência no tempo e no espaço, aspectos que são próprios da EAD.

8
A EAD ainda democratiza e simplifica o ingresso à educação para aqueles que não
tiveram acesso à educação tradicional, funcionando como um mecanismo de justiça
social. Chega às pessoas com necessidades especiais, trazendo benefícios para aqueles
que moram em lugares distantes e isolados, onde é impossível se locomover todos os
dias para estudar presencialmente. Beneficia ainda pessoas que trabalham em horários
alternativos ou viajam constantemente.

O Contexto Histórico da EAD no Mundo


Algumas pessoas pensam que a EAD teve início com a internet, mas isso
não é verdade. A EAD evoluiu ao longo de cinco gerações, cada uma das quais
com características específicas. Compreendendo a história da EAD, poderemos
assimilá-la na atualidade. Conforme investigado por Moore e Kearsley (2007),
resumidamente podemos dizer que a primeira geração foi caracterizada pelo texto
e pela correspondência; a segunda pelo rádio e televisão; a terceira por uma nova
forma de organizar a educação por meio das universidades abertas, usando em
uma perspectiva sistêmica a impressão, a correspondência, o rádio, a televisão, os
audiotapes e o telefone; a quarta pela teleconferência; e a quinta pela internet. A
seguinte Figura faz um resumo dessas cinco gerações:

Correspondência 1ª
Transmissão por rádio 2ª
e televisão
Universidades abertas 3ª

Teleconferência 4ª

Internet/web 5ª

Figura 1 – Cinco gerações da educação a distância

Passaremos a detalhar cada uma dessas gerações.

Primeira Geração: Estudo por Correspondência


O histórico da EAD começa com os cursos cujo material era entregue pelos correios,
denominado estudo por correspondência ou estudo em casa. Teve início em 1880,
tendo em vista a invenção de uma nova tecnologia – serviços postais – que eram baratos
e confiáveis, resultando em grande parte pela expansão das redes ferroviárias.

Os primeiros cursos superiores por correspondência foram ofertados em instituições


de ensino dos Estados Unidos. As experiências institucionais originais nesse nível de
ensino, conforme investigado por Moore e Kearsley (2007), remontam a 1878 – com
o Círculo Literário e Científico Chautauqua – e 1881 – Chautauqua Correspondence
College. Vivências similares a essas ocorreram também na Europa, em meados de 1840.

O motivo principal para o surgimento desses cursos por correspondência foi a


visão de alguns educadores de que a educação deveria chegar aqueles que não tinham
oportunidades. Essa metodologia ajudou as mulheres, pois naquela época não tinham
acesso à educação formal, de modo que o ensino por correspondência foi uma
oportunidade de estudarem por meio de material entregue em suas residências.

9
9
UNIDADE
Contexto Histórico e Características da Educação a Distância

Em 1968 foi realizado um estudo denominado Projeto de Pesquisa em Educação por


Correspondência, indicando que, aproximadamente, três milhões de norte-americanos
estudavam por esse método em todo o país (MACKENZIE; CHRISTENSEN; RIGBY,
1968). Desse número, quase 10% estavam matriculados no Ensino Superior, mais de
20% em escolas privadas e cerca de 9% em outras categorias de ensino. Quase 50%
estavam estudando nas Forças Armadas norte-americanas, instituições militares que,
juntas, ofereciam mais de duzentos cursos por correspondência com disciplinas dos
cursos Elementar e Médio, de Nível Superior, Vocacionais e Técnicos.

Segunda Geração: Transmissão por Rádio e Televisão


O rádio surgiu no início do século XX. Moore e Kearsley (2007) mostram que muitos
educadores nos departamentos das universidades norte-americanas viram nesse aparelho
uma possibilidade de divulgação da educação, porém, as experiências realizadas através
desse meio de comunicação não deram muito certo.

Em 1934 a televisão educativa já estava em desenvolvimento nos Estados Unidos.


Após a Segunda Guerra Mundial, quando foram distribuídas as frequências de televisão,
242 canais foram concedidos para uso não comercial, onde eram oferecidos programas
educativos. Em 1962, a Lei Federal de televisão educativa norte-americana financiou a
instalação de estações de televisão educativa por onde eram oferecidos diversos tipos de
programas que atendiam a todos os níveis de ensino.

A partir de 1972, todas as operadoras de televisão a cabo norte-americanas deveriam


ter um canal educativo, designado pelo nome de telecurso. Os cursos integravam
programas de televisão, com livros didáticos, guias de estudo, guias para o corpo docente
e administração.

Terceira Geração: Abordagem Sistêmica


O período entre 1960 e 1970 foi de mudanças na educação a distância devido
a uma nova organização da tecnologia e dos recursos humanos, onde surgiram duas
experiências muito importantes para a EAD: o Articulated Instructional Media Project
(Projeto AIM), da University of Wisconsin, e a Universidade Aberta da Grã-Bretanha
(MOORE; KEARSLEY, 2007).

A finalidade do Projeto AIM era testar a ideia de articular várias tecnologias de


comunicação com o propósito de oferecer um ensino de alta qualidade e custo reduzido.
Representou um marco histórico e um ponto de inflexão na história da EAD.

Os cursos incluíam guias de estudo impressos e orientação por correspondência,


transmissão por rádio e televisão, audiotapes gravados, conferências por telefone,
kits para experiências em casa e recursos de biblioteca local. Havia também suporte e
orientação para o aluno, discussão de grupos de estudos locais e uso de laboratórios das
universidades durante o período de férias.

10
A Universidade Aberta da Grã-Bretanha surgiu em 1967, sendo a primeira universidade
nacional de EAD. Empregava uma gama completa de tecnologias de comunicação para
ensinar um currículo universitário completo. Tinha muitos alunos e usava o conceito de
economia de escala. Era um modelo para o mundo.

Em 2007 tinha matrículas anuais superiores a duzentos mil alunos, atendendo


ao público interno e internacional. Continua levando ao aluno uma educação de
qualidade muito elevada e mostra o potencial que a educação a distância tem em prover
oportunidades, independentemente da localização geográfica.

Quarta Geração: Teleconferência


Em 1980 surgiu nos Estados Unidos uma educação a distância baseada na
teleconferência. Essa tecnologia aproximava a EAD da educação tradicional por poder
ser oferecida a grupos de alunos, ao contrário do modelo por correspondência ou
universidade aberta – os quais eram direcionados a pessoas que aprendem sozinhas.
Primeiramente, foi usada a audioconferência, esta que permitia ao aluno dar respostas
e ao professor interagir com os estudantes em tempo real e em locais diferentes. Era
conduzida por meio de telefone.

Em 1965, com o surgimento dos satélites e o aperfeiçoamento desses aparelhos,


os norte-americanos desenvolveram o interesse em usar essa nova tecnologia para a
transmissão da televisão educativa e para a teleconferência educativa. A partir de 1980,
essa nova tecnologia começou a ser utilizada comercialmente para a oferta de cursos em
EAD. Em 1990, tornou-se possível a realização de videoconferências em dois sentidos,
ou seja, os participantes em todos os locais podiam ver e ouvir o professor e, da mesma
forma, responder a perguntas usando áudio e/ou vídeo. Antes disso só era possível a
transmissão em dois sentidos por meio de áudio.

Quinta Geração: Aulas Baseadas no Computador e Internet


Os primeiros sistemas de computação foram desenvolvidos nas décadas de 1960 e
1970 e eram equipamentos de grande porte. A partir de 1971 começaram a aparecer
os primeiros computadores pessoais e a serem desenvolvidos pacotes com aplicativos
que permitiam a construção de planilhas, textos, entre outros recursos. Os norte-
americanos começaram a ter acesso a esses computadores e as crianças a utilizá-los
na escola. Assim, os computadores começaram a ser conectados entre si por meio de
transmissão de dados via linha telefônica. Algumas universidades passaram a oferecer
cursos veiculados em discos de computador e em material impresso, onde a interação
com os professores ocorria por meio do computador, telefone e pelo correio.

O uso das redes de computadores para EAD teve grande impulso com o surgimento
da internet. Esta foi criada em 1969, nos Estados Unidos, sendo inicialmente chamada
de Arpanet, uma vez que sua função era interligar laboratórios de pesquisa. Essa rede
pertencia ao Departamento de Defesa norte-americano, quando o mundo vivia o auge
da Guerra Fria.

11
11
UNIDADE
Contexto Histórico e Características da Educação a Distância

A Arpanet era uma garantia de que a comunicação entre militares e cientistas


persistiria, mesmo em caso de bombardeio. A partir de 1982, o uso da Arpanet tornou-
se maior no âmbito acadêmico. Inicialmente, sua utilização era restrita aos Estados
Unidos, mas se expandiu para outros países da Europa e, desde então, começou a ser
conhecida pelo nome de internet.

A partir de 1992 surgiram diversas empresas provedoras de acesso à internet,


de modo que o Laboratório Europeu de Física de Partículas criou a World Wide
Web (WWW), que começou a ser utilizada para colocar informações ao alcance de
qualquer usuário da internet. A partir desse advento, várias instituições de ensino
começaram a oferecer cursos na modalidade EAD, com métodos de aprendizagem
construtivistas colaborativos, utilizados para a instrução via texto, áudio e vídeo em
uma única plataforma de comunicação, desde então conhecida como Ambiente Virtual
de Aprendizagem (AVA).

Breve Histórico da EAD no Brasil


Como não poderia deixar de ser, o desenvolvimento da EAD no Brasil segue o padrão
mundial. A seguir há um Quadro a fim de organizar historicamente as experiências
brasileiras organizadas por ano e evento correspondente:

Quadro 1.
Ano Evento
O Jornal do Brasil registra em sua primeira edição, na seção de classificados, um anúncio que oferece curso
1904
por correspondência de datilógrafo.
Rádio Escola – Edgard Roquette Pinto, da Academia Brasileira de Ciências, criou a pioneira Rádio Sociedade
1923
do Rio de Janeiro, com o intuito de difundir a educação.
1939 O Instituto Monitor oferecia cursos profissionalizantes.
1941 O Instituto Universal Brasileiro oferecia cursos profissionalizantes.
1943 Voz da Profecia – programa religioso que era transmitido pelo rádio.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o Serviço Social do Comércio (Sesc) e a Universidade
1947 do Ar ofereciam cursos comerciais radiofônicos. Usavam apostilas e os alunos tinham auxílio de monitores na
correção dos exercícios.
1961 O Movimento de Educação de Base (MEB) promoveu o letramento de jovens e adultos por meio de radiodifusão.
1962 Ocidental School – formação em Eletrônica.
O Projeto Satélite Avançado de Comunicação Interdisciplinar (Projeto Saci) foi uma iniciativa do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe) e tinha como objetivo estabelecer um sistema nacional de teleducação com o uso do
1967 satélite. A programação seria voltada as quatro primeiras séries do Ensino Primário e à habilitação de leigo usando
rádio e televisão através do satélite. O projeto propunha-se a desenvolver um experimento de utilização ampla dos
meios de comunicação de massa para fins educativos.
O Projeto Minerva foi criado pelo governo militar, utilizava a Rádio MEC e material impresso para educação e
1970
inclusão social de adultos.
Telecurso – ofertado por fundações privadas de cursos supletivos, utilizando teleducação, material impresso
1977
e satélite.
Salto para o Futuro – programa concebido para a formação continuada e aperfeiçoamento de professores de
Ensino Fundamental e alunos dos cursos de Magistério. Utilizava como mídias: material impresso, televisão,
1991
fax, telefone e internet, além de encontros presenciais nas telessalas onde eram transmitidos programas ao
vivo, os quais permitiam a interação dos alunos com os professores.

12
Ano Evento
1994 Início da oferta de cursos superiores a distância usando mídia impressa.
1996 Lei de diretrizes e bases da educação e criação da Secretaria da Educação a Distância.
1997 Início da oferta de Especialização a distância, via internet em universidades públicas e privadas usando AVA.
2005 Criação da Universidade Aberta do Brasil.
Fonte: adaptado de Maia e Mattar (2007).

Observa-se que muitos foram os eventos e experiências brasileiras em EAD e que


se pode fazer um paralelo cronológico entre esses eventos e as cinco gerações de
desenvolvimento de EAD mundial. Fica claro que as primeiras experiências educativas
em EAD no Brasil foram realizadas por meio da correspondência, depois passou-se a
empregar o rádio e a televisão, seguidos pelos satélites e tecnologias de informação e
comunicação com acesso aos computadores pessoais e à internet.

O evento que mais tardou a acompanhar a evolução norte-americana foi a criação da


Universidade Aberta do Brasil (UAB), que ocorreu somente em 2005. A UAB oferece,
por meio das instituições públicas de Ensino Superior integrantes do sistema, cursos de
Bacharelado, Licenciatura, Tecnológicos e de Especialização.

Histórico e Características da EAD da Universidade Cruzeiro do Sul


Para dar sequência aos nossos estudos, acredita-se ser interessante conhecer um
pouco do contexto histórico e características da instituição de ensino que você escolheu
para realizar seu curso na modalidade EAD.

A Universidade Cruzeiro do Sul, mantida pela Cruzeiro do Sul Educacional S/A, é


uma instituição de direito privado, que surgiu em 1973 como faculdade, transformando-
se em universidade por meio da Portaria Ministerial n.º 893, publicada no Diário Oficial
da União em 25 de junho de 1993. Seu recredenciamento ocorreu por meio da Portaria
MEC n.º 644, publicada no Diário Oficial da União em 21 de maio de 2012.

No âmbito da educação a distância, a instituição foi credenciada para a oferta de


cursos de Pós-Graduação pela Portaria Ministerial n.º 938, de 4 de agosto de 2008 e
publicada no Diário Oficial da União em 5 de agosto de 2008. Tal credenciamento foi
ampliado e renovado na abrangência acadêmica para a oferta de cursos superiores na
modalidade a distância – cursos de Graduação e de Pós-Graduação – com a Portaria
Ministerial n.º 1.281, de 19 de outubro de 2012 e publicada no Diário Oficial da
União em 22 de outubro de 2012, seção 1, página 21.

Trata-se de uma universidade com, aproximadamente, 41.000 estudantes – dados de


agosto de 2015 –, distribuídos em cerca de quarenta cursos de Graduação presenciais –
Bacharelado, Licenciatura e Superiores de Tecnologia –, sete cursos de Mestrado, três
cursos de Doutorado e 110 cursos de Pós-Graduação Lato Sensu presenciais, 26 cursos
de Pós-Graduação Lato Sensu a distância, além de 36 cursos de Graduação a distância.

13
13
UNIDADE
Contexto Histórico e Características da Educação a Distância

Para dar suporte qualitativo às suas ações, conta atualmente com 90% de professores
titulados – mestres e doutores –, contra 50% exigidos pela legislação. Como universidade,
desenvolve pesquisa em diversas áreas e, para tanto, conta com 192 linhas e sessenta
grupos de pesquisa cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).

Desde 1997, desenvolve projetos que utilizam Tecnologias de Informação e


Comunicação (TIC). A Unidade Acadêmico-Administrativa Cruzeiro do Sul Virtual é
vinculada à Pró-Reitoria de Educação a Distância e responsável:
• Por ações de uso da tecnologia na educação no âmbito do ensino, da pesquisa e
da extensão;
• Pela gestão dos laboratórios didáticos de informática e das linhas de comuni-
cação acadêmica;
• Pela capacitação discente e docente para o uso das TIC;
• Pela oferta de disciplinas on-line para todas as instituições do Grupo;
• Pela Oferta de cursos de Graduação on-line;
• Pela oferta de cursos de Pós-Graduação e Extensão on-line;
• Por cursos e programas semipresenciais.

No período de 2014 a 2015, a Instituição recebeu diversas comissões de


reconhecimento de cursos de Graduação na modalidade a distância, onde os resultados
de avaliação tiveram predominância do conceito quatro, de uma escala de zero a cinco,
demonstrando que o trabalho e o direcionamento da educação nessa modalidade de
ensino estão de acordo com os indicadores da regulação e de qualidade.

Tecnologias da Informação e da Comunicação e Material Didático


Os cursos de Pós-Graduação EAD da Universidade Cruzeiro do Sul são disponibilizados
em um AVA chamado Blackboard (Bb), cujo acesso é feito via internet. Esse AVA
possui mais de quinze milhões de usuários e está presente em seis mil instituições de
140 países. Além do acesso via computadores – desktops e notebooks –, pode ser
acessado por meio de dispositivos móveis com sistemas operacionais Android – tablets
e smartphones – e IOS – iPhones e iPads.

Os materiais didáticos são especialmente elaborados para o curso por professores


mestres e doutores e usam várias mídias, tais como vídeos, podcasts e objetos de
aprendizagem. Nessa instituição, a maioria dos profissionais que atuam na produção de
material didático para EAD tem formação em suas respectivas áreas e em educação a
distância, seja por meio de cursos de Especialização, Mestrado e/ou Doutorado.

No AVA encontram-se disponíveis também as atividades a serem realizadas, fóruns de


dúvidas e de discussão, avisos, calendário de oferta de disciplinas e de provas, trocas de
mensagens entre os colegas de turma e os professores tutores, entre outros participantes.

14
O curso tem acompanhamento integral de um professor tutor on-line, disponível
para tirar dúvidas e corrigir as atividades propostas.

Características do Aluno de Sucesso que Estuda em EAD


A EAD traz novas possibilidades e oportunidades de aprendizagem. As pessoas que
antes não tinham acesso à educação por residirem em locais distantes, ou que tinham
problemas de tempo por motivos diversos, atualmente podem frequentar um curso na
modalidade a distância. Para aqueles que conhecem outras línguas, há ainda a oportunidade
de frequentar cursos formais ou informais em instituições internacionais de ensino.

Com essa nova perspectiva de ensino, o aluno, o professor e as instituições devem


assumir novos papéis dentro do cenário educativo. No contexto da nossa disciplina, é
importante conhecer quais são as características que o “estudante virtual” deve assumir
para ter um bom desempenho e sucesso em seu curso.

Maia e Mattar (2007, p. 84) dizem que, tendo em vista que vivemos na sociedade
da informação e do conhecimento, o estudante virtual “[...] tem a necessidade de
aprender a aprender, ou seja, é essencial ter a capacidade de pesquisar e avaliar fontes
de informação as transformando em conhecimento“.

Palloff e Pratt (2004) traçam um interessante perfil do estudante virtual de sucesso,


ao dizerem que esse aluno precisa:
• Ter acesso a um computador com internet e saber usá-lo;
• Ter a mente aberta e aplicar suas experiências de trabalho e pessoais em sua
aprendizagem;
• Não se sentir prejudicado pela ausência de sinais auditivos e/ou visuais no processo
de comunicação;
• Ter capacidade de ler, refletir e responder a questionamentos;
• Ter capacidade de escrita, pois essa é a forma de interação nessa modalidade de ensino;
• Ter automotivação e autodisciplina, dado que a liberdade e a flexibilidade do
ambiente on-line exigem responsabilidade com os estudos;
• Comunicar ao professor e aos colegas os eventuais problemas e dificuldades que
surgirem, afinal, só dessa forma estes poderão saber;
• Dedicar tempo semanal aos estudos e não ver o curso como uma maneira mais leve
e fácil de se obter um certificado, porque isso não é verdade;
• Comprometer-se consigo mesmo;
• Pensar criticamente, ou seja, refletir e questionar os assuntos que lhe são colocados
ao longo do curso;
• Interagir com os colegas, pois isso ajuda a entender e a elaborar novos conhecimentos;

15
15
UNIDADE
Contexto Histórico e Características da Educação a Distância

• Acreditar que a aprendizagem de qualidade pode acontecer em qualquer lugar e


momento e que, mediado pelos materiais da disciplina e pelos tutores, torna-se
capaz de conseguir excelente desempenho e conhecimento.

Pode-se dizer que a educação a distância exige um aprendiz autônomo, independente


e organizado, responsável por seu processo de aprendizagem. Dito de outra forma, os
aprendizes trilham seus caminhos e alcançam seus próprios objetivos.

Finalizando
Esta Unidade trouxe informações importantes para o estudante que opta por fazer um
curso na modalidade EAD, tais como denominações e definições, características, o contexto
histórico da EAD no mundo e no Brasil a partir de seus principais eventos.
Vimos também a proposta de EAD da Universidade Cruzeiro do Sul, os indicadores
e resultados acadêmicos alcançados pela instituição junto aos órgãos educacionais
reguladores de EAD no Brasil, bem como as tecnologias que essa universidade utiliza em
seus cursos nessa modalidade de ensino e como o material didático oferecido é organizado.
Constatamos que, em termos práticos, essa modalidade de ensino permite flexibilidade de
horários, levando a uma conciliação entre estudo, trabalho e lazer. Não há a necessidade
de deslocamento até uma sala de aula, evitando o gasto com transporte e o desperdício de
tempo no trânsito, otimizando, assim, o tempo do aluno.
Vimos também quais características um estudante virtual de sucesso precisa ter. A EAD
apresenta vantagens e desvantagens, assim como qualquer modalidade de ensino. O
importante é que o estudante esteja mobilizado a se dedicar e aproveitar os conhecimentos
apresentados em seu curso.

16
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Histórico da EaD no mundo e no Brasil
O vídeo, apresenta o histórico da educação a distância no mundo e no Brasil.
https://goo.gl/K2PLB0

 Leitura
Tecnologia e Educação a Distância: Abordagens e Contribuições dos Ambientes Digitais e
Interativos de Aprendizagem
Leia o artigo de Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, intitulado Tecnologia e educação
a distância: abordagens e contribuições dos ambientes digitais e interativos de
aprendizagem.
http://goo.gl/EX6OiG
Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo
No artigo, Lucineia Alves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, aborda a Educação
a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo.
http://goo.gl/jO9a5o

17
17
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Censo ead.br: relatório
analítico da aprendizagem a distância no Brasil. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2014. Disponível em: <http://www.abed.org.br/censoead2014/CensoEAD2014_
portugues.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Decreto Federal n.º 5.622, de 20 de dezembro de


2005. Regulamenta o Artigo 80 da Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 2005. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.
htm>. Acesso em: 14 jan. 2016.

MACKENZIE, O.; CHRISTENSEN, E. L.; RIGBY, P. H. Correspondence instruction


in the United States. New York: McGraw-Hill, 1968.

MAIA, C.; MATTAR, J. ABC da EAD. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo:
Thomson Learning, 2007.

PALLOFF, R. M.; PRATT, K. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes
on-line. Porto Alegre, RS: Artmed, 2004.

18

Você também pode gostar