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356 Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002

Artigo original

Avaliação isocinética do equilíbrio muscular agonista e


antagonista do ombro em atletas de natação
Isokinetic evaluation of the agonist and antagonist muscular
balance of shoulder in swimmers

Anelise Sonza*, Daniel Frassetto**, Mário César de Andrade***, Deyse Borges Machado****

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

*Fisioterapeuta, Mestranda em Ciências do Movimento Humano – UDESC, **Educador Físico, Mestrando


em Ciências do Movimento Humano – UDESC, ***Mestre em Biomecânica, ****Doutora em Biomecânica

Resumo
Este estudo teve como propósito a avaliação isocinética das razões
recíprocas dos picos de torque isocinéticos de grupos musculares
Palavras-chave: antagonistas, que atuam na articulação do ombro nos movimentos de
Isocinético, flexão e extensão, rotações interna e externa. Foram avaliados quinze
antagonista, ombro, atletas de natação do sexo masculino, com média de idade de 16,33
nadadores.
(±1,18) anos, no dinamômetro isocinético da marca Kin-Com, no
Laboratório de Biomecânica da Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC). Utilizou-se um protocolo com a velocidade de 120o/
seg, no modo overlay, em três repetições. Obtiveram-se as razões
recíprocas concêntrica, excêntrica e funcional, além da variabilidade
das contrações concêntrica e excêntrica, durante as três repetições dos
membros dominante e não dominante. Os resultados mostraram não
haver diferença significativa entre membros. Foram encontrados
valores menores do fisiológico de razão recíproca funcional em 26,67%
dos atletas, na comparação com dados normativos de Perrin, para a
razão funcional FL/EX, podendo ser indicativo de desequilíbrio desta
musculatura. As porcentagens de movimento demonstraram uma
pequena variabilidade entre as curvas das três repetições realizadas
nas determinadas contrações.

Artigo recebido em 29 de julho; aprovado em 4 de novembro de 2002.


Endereço para correspondência: Anelise Sonza, Laboratório de Biomecânica CEFID/UDESC, Rua Pascoal
Simone, 358 Coqueiros 88080-350 Florianópolis SC, Tel: (48)2449451/ 2337836, Email:lise_sonz@yahoo.com.br
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Abstract
The purpose of this study was to perform the isokinetic evaluation
in the inquiry of the reciprocal ratios of the isokinetic peak torques of
Key-words: the antagonistics muscular groups that act in the shoulder joint during
Isokinetic, antagonist, the movements of flexion, extension, internal and external rotations.
shoulder, swimmers. Were evaluated fifteen male swimmers, with average age of
16,33(±1,18), in the Kin-Com® isokinetic dynamometer, in the
Biomechanics Laboratory of the Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC). The protocol that was utilized, used the 120°/sec
speed, in the overlay mode, with three repetitions. The concentric,
excentric and functional ratios were obtained during the three
repetitions in the dominant and not dominant members. The results
showed no significant difference between members and lower
physiologic values of the functional reciprocal ratio were found in
26.67% of the athletes, in the comparison with the Perrin’s normative
data, for the functional ratio flexion/extension, which may be an
indicative of unbalance of this muscular group. The movement
percentages, demonstrated the small variability between the curves
of the three repetitions, in the determined contractions.

Introdução uma incidência de ombro doloroso em atletas


de elite ultrapassando a 60% [5]. O exercício
O complexo do ombro, através de suas várias isocinético, mediante sistemas informáticos, é
articulações, contribui para o movimento do um método que pode quantificar a força
braço através de ações articulares coordenadas muscular, garantindo reprodutibilidade na
[1]. A articulação glenoumeral do ombro, por forma de avaliação. Através de dinamômetros
exibir a maior quantia de movimentos de isocinéticos ajustáveis a uma grande gama de
qualquer articulação do corpo, torna-se pacientes, introduzindo dentro da fisioterapia,
inerentemente instável e propensa a lesões uma melhor interpretação clínica do atleta,
[2,3]. A cabeça umeral é estabilizada através de pode-se detectar e auxiliar na correção de
um complexo estático, que engloba geometria desequilíbrios musculares, antes que os
articular, coesão das facetas articulares, sintomas apareçam. Permite-se, então, que de
ligamentos, leve barreira tecidual e labrum maneira objetiva e quantitativa, pacientes
glenoidal; e dinâmico, que inclui a compressão sejam analisados, ampliando o acesso aos
das facetas articulares, dinâmica da tensão campos, tanto da reabilitação quanto do
ligamentar, controle neuromuscular. Tais treinamento desportivo, na prevenção de lesões.
mecanismos proporcionam o equilíbrio Estudos realizados na prevenção e
necessário entre a mobilidade funcional e a tratamento de lesões de ombro de nadadores,
estabilidade [4]. relatam que a prática da natação exige uma
Sabe-se que a natação, esporte primordial- série de movimentos repetitivos [6], causando,
mente de extremidades superiores, que possui pela biomecânica do nado, stress considerável
movimentos repetitivos acima da cabeça, traz na articulação do ombro e que pode ser
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acentuada pelas técnicas de alongamento e anos, com integridade osteomioarticular dos


treinamento impróprias [5]. membros dominante e não dominante, na
Bak & Magnusson [7], em um estudo com articulação do ombro. Os dados antropométricos
atletas de natação, sem dores prévias no ombro, mensurados foram: massa corporal 68,13
demonstrou que havia uma diferença (±5,45) kg, estatura com média de 175,50
significativa entre a razão recíproca funcional (±4,68) cm e envergadura de 180,41 (±5,70) cm.
da musculatura rotadora interna e externa do Pôde-se observar que as medidas de perímetro
ombro, comparado com sujeitos controle, sendo realizadas, tanto no braço do membro
sugerido, a partir disso, um trabalho de dominante e não dominante, não apresentam
fortalecimento muscular na prevenção de lesões diferenças significativas (p = 0,31) e 73,33% dos
nesta articulação. elementos da amostra, têm como membro
Constata-se que, diante de todas as dominante, o membro superior direito.
modalidades da natação, as forças aplicadas Previamente ao agendamento e avaliação
sobre os membros devem ser simétricas, com dos voluntários, a pesquisa foi encaminhada ao
os membros estando equilibrados para um bom Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos
desempenho (6). Durante a fase de tração, as desta instituição e, após a aprovação, os sujeitos
cargas requeridas desenvolvem a musculatura selecionados foram submetidos à coleta dos
de um modo unilateral, isto é, com um dados.
desenvolvimento superior da musculatura
agonista sobre a musculatura antagonista [8,9]. Instrumentos de coleta dos dados
Então, a braçada na natação fortalece
naturalmente os rotadores internos e adutores/ Como instrumento para coleta dos dados foi
extensores. Consequentemente, esses grupos utilizado o dinamômetro isocinético
musculares dos ombros dos nadadores são computadorizado Kin-Com, que possui três
significativamente maiores que os seus fontes primárias para coletar as informações,
antagonistas: os rotadores externos e abdutores/ que são: a) célula de carga, usada para indicar
flexores [10]. Este desequilíbrio pode resultar a força aplicada pelo paciente, b) tacômetro:
em ações mecânicas anormais, que podem localizado na cabeça do dinamômetro, é o ponto
conduzir a lesões na articulação, levando a de medida e referência do parâmetro
prejuízos no desempenho a longo prazo [8]. velocidade; c) potenciômetro: localizado na
A avaliação isocinética pode oferecer cabeça do dinamômetro acoplado ao braço de
informações valiosas sobre pontos específicos alavanca, onde fornece valores angulares em
na amplitude de movimento do paciente, que função do posicionamento do braço de alavanca.
ainda revelam diminuição de força e, a partir Todas as informações coletadas são processadas
disso, concentrar-se nessas áreas para no CPU.
reabilitação por meio da própria dinamometria Utilizou-se ainda um questionário, que teve
e ou exercícios de fortalecimento específico como objetivo principal o reconhecimento do
convencionais. No caso dos atletas competi- sujeito, referindo-se à identificação do avaliado,
tivos, a análise isocinética é precípua, pois pode- treinamento e patologias. Uma ficha de
se detectar a deficiência do nado, caso ela seja avaliação antropométrica serviu para anotação
de origem muscular [6]. das medidas das seguintes variáveis: estatura,
massa corporal, perímetros dos braços,
Materiais e métodos envergadura e amplitudes articulares dos
ombros.
Esta é uma pesquisa do tipo descritiva que Para o ajuste do sujeito ao dinamômetro e
consiste em investigar e observar fenômenos, no controle dos intervalos, utilizaram-se os
procurando descrevê-los, classificá-los e seguintes instrumentos: Cronômetro; ponteira
interpretá-los. laser para o alinhamento do eixo com a
articulação (fig. 1).
Amostra Os procedimentos para a coleta de dados
foram divididos em sete etapas:
A amostra deste estudo foi constituída por a) comunicação prévia aos sujeitos dos
atletas de natação (n=15), voluntários, do sexo procedimentos da avaliação, os quais
masculino, com média de idade de 16,33 (±1,18) assinaram, voluntariamente, um termo de
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consentimento informado, seguido de uma


entrevista;
b) avaliação antropométrica e funcional;
c) exercícios passivos de alongamento;
d) aquecimento em cicloergômetro de
membro superior sem resistência durante 10
minutos, visando um aquecimento periférico
(músculo -tendíneo) e central (cardio -
respiratório);
e) fixação do sujeito à cadeira, através de
cintas na região da cintura e do tronco;
f) familiarização com o equipamento, através
de repetições completas do movimento a ser
avaliado, sem registro;
g) avaliação isocinética, seguindo o protocolo
do quadro 1, sendo que os sujeitos foram
motivados a executar repetições máximas,
através de feedback visual e auditivo.

Quadro 1- Parâmetros e características do protocolo de


avaliação.
Parâmetros Características
Modo de avaliação Isocinético
Articulação Ombro
Movimento Rotação interna/
externa e flexão/extensão
Posições Decúbito dorsal
Velocidade 120º/s
Tipo de contração Concêntrica –
Fig. 2 - Posição inicial da flexão e rotação interna,
excêntrica
respectivamente.
Tipo de avaliação Intervalar
Nº de repetições 3
Intervalo entre repetições 30 s
Intervalo - alternância de membro 3 min Quadro 2 - Quadro esquemático da ordem de avaliação.
Intervalo - alternância de posição 3 min Ordem Membro Movimento
Força de Manutenção do movimento 15N
1 Dominante Rotação interna/externa
Força mínima 15N
2 Não-Dominante Rotação interna/externa
Força máxima 2000N
3 Dominante Flexão/extensão
4 Não-Dominante Flexão/extensão

As variáveis analisadas, foram: razão


recíproca funcional, razão recíproca concêntrica,
razão recíproca excêntrica, variabilidade.
Para a redução dos dados, foi usada
estatística descritiva (média, desvio padrão e
coeficiente de variação de Pearson). Para
comparação entre as razões recíprocas
convencionais (RCC e REE) e funcional (RRF),
foi utilizado o Teste t de Student, para amostras
independentes com nível de significância
α=0,05. Para a variabilidade das curvas foi
utilizado o software MatLab 5.0.
Fig. 1 - Alinhamento articular com ponteira laser.
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Apresentação e discussão dos dados índices abaixo da média, mostram uma


propensão a gerar instabilidade funcional do
A comparação dos valores entre razão ombro, pois provavelmente a força agonista é
recíproca funcional do grupo muscular superior à antagonista ou desaceleradora do
antagonista do ombro dominante e não movimento, gerando desequilíbrio. Ao serem
dominante nas ações de rotação interna e comparados individualmente os valores das
externa, flexão e extensão apresentados na razões funcionais, ainda baseando-se nos
tabela I, mostrou não haver diferença dados de Perrin (1993) de rotadores externos
significativa entre membros dominante e não excêntricos sobre rotadores internos
dominante de RE/RI (p = 0,14). Para os concêntricos, 13,33% dos sujeitos enquadram-
membros dominante de FL/EX e não se na média e 86,67% acima dela; já entre a
dominante, também encontramos um valor razão flexão excêntrica sobre extensão
não significativo (p=0,32). concêntrica, 33,33% dos sujeitos estavam na
média considerada fisiológica, 40%, acima
Tabela I - Razão recíproca funcional (RRF) da dela e o restante (26,67%) dos atletas com
sinergia muscular antagonista do ombro dominante índices abaixo da média.
(D) e não dominante (ND) de atletas da natação nas
rotações externa (RE) e interna (RI), flexão (FL) e
Tabela II - Valores normais de RRF.
extensão (EX), (n=15).
Tabela NORMAL de RRF
Variáveis X S T P
RE/RI 0,60 – 0,80
RRFDRE/RI 0,97 0.18 1,53 0,14 FL/EX 0,75 – 0,85
RRFNDRE/RI 0,87 0.18 Fonte [11]
RRFDFL/EX 0,85 0.18 1,02 0,32
RRFNDFL/EX 0,80 0.13
A diferença das médias encontradas para
a ≤ 0,05* valores de razão recíproca excêntrica-
excêntrica, não foi significativa para a razão
Ao reportarmos no quadro 3, os dados da RE/RI e FL/EX tanto para os membros
tabela I na comparação com dados normativos dominante quanto não dominante a um
de Perrin visualizados na tabela II, p≤0,05.
observamos que 6,67% dos avaliados deste
estudo apresentam índices considerados Tabela III - Razão recíproca(R) excêntrica-excêntrica
fisiológicos para as razões funcionais RE/RI e (EE) da musculatura agonista e antagonista do ombro
FL/EX, 40% estão acima da média para as dominante (D) e não dominante (ND) nas RE/RI e FL/
duas razões, 26,67% possuem o valor RE/RI EX em atletas de natação (n=15).
acima da média e FL/EX na média, 20% dos
Variáveis X S T P
sujeitos apresentam um valor acima da média
para RI/RE e abaixo dos níveis de
REEDRE/RI 0,80 0.16 1,50 0,14
normalidade para FL/EX, e por fim, 6,67% dos REENDRE/RI 0,71 0.15
sujeitos possuem o valor RE/RI na média e REEDFL/EX 0,67 0.12 -0,00 1,0
FL/EX abaixo dos valores considerados REENDFL/EX 0,67 0.10
fisiológicos. a≤0,05*

Quadro 3 - Comparação dos valores de RRF com


dados de Perrin [11], (n=15).
Os valores encontrados das médias das
razões recíprocas concêntricas (tabela IV), não
FL/EX Acima da média Na média Abaixo da média
foram significativos para as razões recíprocas
RI/RE
Acima da média 6 4 3 RE/RI e FL/EX do membro dominante e não
Na média 0 1 1 dominante.
Abaixo da média 0 0 0 Corroborando com os valores apresentados
na tabela 4, estudos de Aldernick & Kuch [12],
trazem como valores de RCC de FL/EX, na
Mesmo não havendo diferença significativa posição de decúbito dorsal, com a velocidade
do membro dominante e não dominante, os de 120 o /seg, valores para o membro
valores apresentados pelos sujeitos com dominante de 0,52 e não dominante de 0,55.
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Tabela IV - Razão recíproca (R) concêntrica-concêntrica ombros dominante e não dominante nas ações
(CC) da musculatura agonista e antagonista do ombro de rotação interna e externa, flexão e extensão,
dominante (D) e não dominante (ND) na RI/RE e EXT/
evidenciaram não haver diferença significativa.
FL em atletas de natação.
Apesar disso, valores menores do fisiológico de
Variáveis X S T P razão recíproca funcional FL/EX, foram
RCCDRE/RI 0,69 0.07 1,91 0,07 encontrados em 26,67% dos atletas, na
RCCNDRE/RI 0,63 0.08
comparação com dados normativos de Perrin
RCCDFL/EX 0,55 0.08 0,60 0,56
RCCNDFL/EX 0,54 0.07 [11], podendo ser indicativo de desequilíbrio
desta musculatura.
a≤0,05*
As razões excêntrica-excêntrica, assim como
a concêntrica-concêntrica, da musculatura
A variabilidade das curvas entre as três agonista e antagonista do ombro, nos
repetições realizadas nos movimentos de movimentos de RE/RI e FL/EX, não obtiveram
rotação interna e externa, do ombro dominante resultados significativamente relevantes a
e não dominante de atletas de natação, em p≤0,05.
contração concêntrica e excêntrica, avaliados em A variabilidade das curvas entre as três
velocidade constante, não apresentou diferença repetições realizadas nos movimentos de
significativa, exceto na contração concêntrica rotação interna e externa, flexão e extensão do
dos RI. ombro dominante e não dominante de atletas
A variabilidade das curvas realizadas nos de natação, em contração concêntrica e
movimentos de flexão e extensão, do ombro excêntrica, demonstraram a pequena variação
dominante e não dominante de atletas de entre tais curvas, indicando boa
natação em contração concêntrica e excêntrica, reprodutibilidade e controle entre os
não apresentou diferença significativa entre os movimentos.
dois membros, cujos valores observados não Conclui-se com este estudo, que uma análise
foram significativos para p ≤ 0,05. As quantitativa do equilíbrio muscular de atletas,
porcentagens de movimento, demonstraram a torna-se precípua, pois ao ser englobado um
pequena variação entre as curvas das três programa de avaliação e treinamento específico
repetições realizadas nas determinadas dos grupamentos musculares mais utilizados no
contrações, tendo como valor máximo da média gesto esportivo no controle do equilíbrio da
do coeficiente de variação intra sujeitos, a musculatura analisada, os atletas poderão ser
flexão excêntrica (12,2±4,45) do membro alertados quanto à disfunções, podendo-se
dominante e como menor variação pode-se citar promover um trabalho de reabilitação ou
a extensão excêntrica, tanto do membro preventivo à futuras lesões, maximizando seu
dominante (7,83±2,69) quanto do não desempenho.
dominante (7,64±1,96), que apresentaram as
variabilidades mais baixas e similares.
Apesar da diferença significativa (p=0,04) Referências
entre os membros dominante (11,47±4,65) e não
dominante (8,75±1,58) na contração concêntrica 1. Donatelli RA. Physical Therapy of the
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