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Tarefa 4.4 – Produto 4.

8
30 de setembro de 2013

Metodologia para medição do


impacto das
Compras Públicas Ecológicas

Agência Portuguesa do Ambiente (APA, I.P.)


Tarefa 4.4 – Produto 4.8
30 de setembro de 2013

Índice

Sumário Executivo ...................................................................................................................................... 3

Descrição de Atividades .............................................................................................................................. 5

Compras Públicas Ecológicas – estado-da-arte ............................................................................................. 5

Possível progresso....................................................................................................................................... 8

Um passo adiante ..................................................................................................................................... 11

Anexo I ..................................................................................................................................................... 13

Anexo II .................................................................................................................................................... 17
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30 de setembro de 2013

Sumário Executivo

Este documento contempla o trabalho desenvolvido no âmbito do projeto ECOPOL relativamente ao pacote de
tarefas (WP4) - Tarefa 4.4 "Adaptação de uma metodologia comum para medir o impacto das CPE". O objetivo
principal do WP4 é a implementação de boas práticas de eco inovação com foco na preparação e implementação
conjunta de melhores medidas do lado da procura. Este pacote de trabalho pretende apoiar o desenvolvimento e
introdução no mercado de soluções eco inovadoras. Como consta do guia dos trabalhos ECOPOL o produto 4.8
“Apresentação e introdução de metodologia para medição do impacto das Compras Públicas Ecológicas” deverá
apresentar o estudo efetuado por dois dos parceiros (Portugal e Grécia) sobre a possibilidade de implementar uma
metodologia comum para medir o impacto das CPE. A metodologia em análise foi a desenvolvida pela
Pricewaterhouse Coopers (PwC)1 para avaliar o nível medir o impacto das compras públicas ecológicas nos países "
Green-7", grupo de países considerados mais avançados relativamente à adoção de políticas de compras verdes:
Alemanha, Áustria, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Suécia e Reino Unido.
Este trabalho reúne a informação sobre o modo como é efetuada a avaliação das Compras Públicas Ecológicas em
Portugal, para produtos e serviços, chamando atenção para as lacunas existentes segundo a metodologia em
análise para medição do impacto das mesmas, e apresentam-se exemplos orientadores que podem ser utilizados
por quem pode intervir no processo de tomada de decisões ou a influenciar.
Para além disso entendeu-se ser pertinente incluir neste sumário as notas que constam do mesmo item no
documento final que inclui uma breve reflexão efetuada pelo país coordenador da tarefa, Suécia.

***

Os Contratos Públicos Ecológicos (CPE) encontram-se definidos na Comunicação da Comissão Europeia “Contratos
públicos para um ambiente melhor” como sendo «um processo mediante o qual as autoridades públicas procuram
adquirir bens, serviços e obras com um impacto ambiental reduzido em todo o seu ciclo de vida quando comparado
com bens, serviços e obras com a mesma função primária que seriam de outro modo adquiridos2
As CPE são um instrumento de caráter voluntário, o que significa que os Estados-Membros (EM) e as autoridades
públicas podem decidir a título individual em que medida o pretendem implementar.
No entanto, os Estados-Membros são incentivados a fazer estratégias/planos de ação nacionais, para aplicação das
CPE.
Um aspeto importante para o projeto ECOPOL é se as CPE podem ser um motor para a eco inovação, assunto
tratado no pacote de tarefas 3 (WP3)/Compras Públicas Ecológicas (GPP), pelo que a medição do nível e impacto
das compras públicas ecológicas se revelou importante para a construção desse pacote.

1
http://ec.europa.eu/environment/gpp/pdf/statistical_data.pdf
2
COM(2008) 400, p. 4
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O método de medição do nível e impacto das compras públicas ecológicas desenvolvido pela PwC envolve o cálculo
de quatro indicadores:
Indicador 1 - % CPE do total de contratos públicos em termos monetários - indica a razão entre o valor gasto com
os contratos públicos ecológicos, em relação ao valor total gasto em contratos públicos, expresso em percentagem.
Indicador 2 - % de CPE na totalidade dos contratos públicos em termos do número de contratos - indica a razão
entre o número de contratos públicos ecológicos, em relação ao número total de contratos públicos, expresso em
percentagem.
Indicador 3 - % do impacto ambiental das CPE, em termos de emissões de CO2 - dá a percentagem do impacto
ambiental de contratos públicos ecológicos, em termos de emissões de CO2, em comparação com o impacto dos
contratos públicos não- verdes.
Indicador 4 - % do impacto financeiro das CPE, em termos de Custos do Ciclo de Vida do produto (LCC) - exprime a
percentagem do impacto financeiro dos contratos públicos ecológicos, em comparação com o impacto financeiro
dos contratos públicos não- verdes.
Na realização desta tarefa estiveram envolvidos Portugal, a Grécia e a Suécia como coordenador. Foi tarefa de
Portugal e da Grécia verificar a possibilidade de implementação da metodologia PwC nos respetivos países.
O nível das CPE em Portugal e na Grécia é diferente e em ambos é menor do que nos países "Green-7".
Assim, as recomendações para a adoção da metodologia PwC são feitas para três níveis de implementação:
1. Nível da UE - para reforçar;
2. Portugal - a desenvolver nas plataformas eletrónicas existentes;
3. Grécia - para incluir na estratégia em desenvolvimento.

Breves Conclusões
Os resultados de ECOPOL WP3 mostram que o real potenciador de inovação são as Compras Públicas de Inovação
(PPI). No entanto, a introdução e monitoração das CPE deve preceder a introdução das PPI pelo que deve ser uma
medida prioritária nas estratégias de inovação da EU, encontrar uma forma harmonizada de medir as CPE.
Atualmente, não existe na UE uma estratégia comum para medir o nível e o impacto das CPE, cada Estados-Membro
utiliza um método diferente. A fim de avaliar os objetivos e metas das CPE e para facilitar comparações, deverá ser
desenvolvido pela Comissão Europeia um procedimento harmonizado para monitoração das CPE, começando
desde já a investigação sobre possíveis formatos dos processos e quais os métodos mais adequados para medir e
monitorizar o nível e impacto das CPE. O processo deve ser contínuo e dar suporte significativo aos EM devendo o
objetivo geral ser relevante e estar estritamente ligado aos objetivos e metas das políticas da União Europeia (UE).
O processo e o método devem ser, preferencialmente, desenvolvidos por um pequeno grupo e em estreito diálogo
com as partes interessadas, devendo também ser disponibilizado um plano de implementação, informação e
formação.
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Descrição de Atividades

Portugal analisou a metodologia PwC desenvolvida para medir o impacto das CPE para os Estados-Membros com
melhor desempenho" Green 7" (Alemanha, Aústria, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Reino Unido e Suécia), que
foram identificados como os países da frente relativamente aos contratos públicos ecológicos e, ao mesmo tempo,
identificar a possibilidade de ser aplicada a Portugal. Esta metodologia definiu quatro indicadores para a
monitoração e avaliação do nível das CPE: Indicador 1 - % CPE do total de contratos públicos em termos monetários,
Indicador 2 - GPP % dos contratos públicos totais em termos de número de contratos, Indicador 3 - % do impacto
ambiental das CPE, em termos de emissões de CO2 e Indicador 4 - % do impacto financeiro das CPE, em termos de
Custos do Ciclo de Vida do produto (LCC).
A recolha de informação disponível em Portugal sobre a avaliação do impacto das CPE referente a produtos e
serviços, remeteu-nos para o relatório de monitorização da Estratégia Nacional das Compras Públicas Ecológicas
[2008-2010] - ENCPE, ver anexo 1, que se constitui a nível nacional como o Plano Nacional de Ação (PNA) para as
compras públicas ecológicas, o que permitiu concluir que em PT com os dados disponíveis, só é possível estimar os
indicadores 1 e 2.
Perante isto, a tarefa da equipa das CPE PT, foi estudar a forma e meios a usar para a recolha da informação
pertinente para a monitoração dos indicadores 3 e 4.

Compras Públicas Ecológicas – estado-da-arte

As autoridades públicas encontram-se entre os consumidores mais influentes da UE com um orçamento anual de
compras de 19% do PIB da UE. A grande importância económica destes consumidores tem o potencial de definir
tendências de mercado, e de poder tornar mais verdes as compras públicas através das compras públicas ecológicas
as quais podem contribuir para o desenvolvimento, em grande escala, de produtos e serviços socialmente
responsáveis e inovadores mais respeitadores do ambiente. O objetivo das CPE é garantir fornecimento pelo
mercado de produtos e serviços com um desempenho ambiental adequado e reduzir os impactos ambientais
associados ao seu consumo. De acordo com o estudo feito pela Comissão Europeia em 2011, a forma mais comum
entre os EM de estabelecer os objetivos a atingir pelas CPE é a definição de metas. O cumprimento das metas é
normalmente acompanhado por um sistema de monitoração cujo enfoque é na aplicação dos critérios ecológicos
a determinados grupos de produtos/serviços em concursos públicos. Tal como acontece na generalidade dos EM,
Portugal também segue esta regra, as CPE são obrigatórias para compras feitas através do Sistema Centralizado de
Compras gerido pela Agência Nacional de Compras Públicas3 para produtos/serviços. No PNA 2008-2010, foram
definidas para 2010, para o grupo de produtos e serviços prioritários, os seguintes objetivos:

3
www.ancp.pt/www.espap.pt
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1. 50% do total do número dos procedimentos pré-contratuais públicos devem incluir critérios ambientais; e
2. 50% do total do valor dos contratos públicos devem incluir critérios ambientais.

Para atingir estes objetivos a Estratégia Nacional para as Compras Públicas Ecológicas 2008-2010 definiu uma série
de ações com o objetivo de divulgar e monitorizar as compras públicas ecológicas:
 Definição dos critérios ambientais para os grupos de produtos e serviços prioritários;
 Criação do sítio da Internet (website);
 Divulgação da Estratégia Nacional;
 Formação;
 Elaboração de declarações de compromisso;
 Monitorização.

Portugal está entre os países que adotam principalmente “procedimentos de compra” e "condições de compra"
apresentando um menor nível de CPE que os países da frente (Dinamarca, Holanda, Noruega, Reino Unido e Suécia).
O sistema de monitorização é baseia-se na utilização de critérios em concursos e reporte sobre os níveis de CPE.

A autoridade responsável pela gestão do Sistema Nacional de Compras Públicas (SNCP) é a Entidade de Serviços
Partilhados da Administração Pública IP, eSPap (ex- ANCP), a sua missão é desenvolver e negociar os acordos-
quadro (AQ) para os diferentes grupos de produtos e/ou serviços para a Administração Pública. O uso desses
acordos-quadro, bem como plataformas eletrónicas de compras geridos pela eSPap é obrigatória para entidades
da Administração Central (ministérios, direções-gerais e institutos públicos) e voluntário para outras entidades
adjudicantes (por exemplo, Municípios).
O Instituto da Construção e do Imobiliário, I.P., InCI, I.P.4, um instituto público dotado de personalidade jurídica,
autonomia administrativa e financeira e património próprio, que prossegue atribuições do Ministério da Economia
e do Emprego nas áreas da construção, do imobiliário e da contratação pública, sob superintendência e tutela do
respetivo ministro, tem entre as suas atribuições gerir o portal dos contratos públicos e o Observatório das Obras
Públicas.

O Observatório das Obras Públicas, criado no âmbito do Código dos Contratos Públicos (CCP)5, é uma ferramenta
valiosa para a análise e avaliação dos contratos públicos no domínio das obras públicas, que visa, entre outros,
promover a transparência e permitir decisões mais informadas e eficientes, na implementação de políticas para a
indústria.
O sistema Português de compras públicas é suportado por quatro ferramentas: Plano Nacional de Ação (para
produtos e serviços), plataformas eletrónicas, Compras On Line - Portal BASE e Observatório das Obras Públicas.

A Estratégia Nacional de Compras Públicas (ENCPE), 2008-2010 / Plano Nacional de Ação para 2008-2010 -
aprovado pelo RCM nº 65/2007, de 7 de maio 6, é guia para a integração de critérios ambientais nas compras
públicas e contribuir gradualmente para a promoção do desenvolvimento sustentável. As entidades responsáveis

4
http://www.inci.pt/
5
https://dre.pt/pdf1sdip/2008/01/02000/0075300852.pdf
6
https://dre.pt/sug/1s/diplomas-lista.asp
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pela gestão são a eSPap e a Agência Portuguesa do Ambiente que têm por missão executar, acompanhar e
monitorizar a sua implementação. Atualmente este PNA está em revisão e em preparação a estratégia para o
próximo triénio com metas mais ambiciosas, maior gama de produtos e serviços prioritários e de entidades
abrangidas (para além das entidades atualmente vinculadas ao SNCP).

As plataformas eletrónicas7 - são meios eletrónicos abertos, transparentes e não discriminatórios certificados pelo
Governo Português, visando a desmaterialização, o seu uso nos procedimentos de compras públicas ao abrigo do
Código dos Contratos Públicos é obrigatório desde 2008. Elas suportam todos os procedimentos de concurso de
compras públicas para bens, serviços e obras, desde a apresentação de propostas até à publicação da adjudicação
do contrato.
O portal BASE, Contratos Públicos On Line8 - a plataforma que reúne toda a informação sobre todos os contratos
realizados no âmbito do Código dos Contratos Públicos que é comunicada de acordo com regras bem definidas. As
bases de dados a ele ligados são permanentemente alimentadas por informação recebida do Diário da República
eletrónico, publicado pela Imprensa Nacional - Casa da Moeda (INCM), (bem como do Jornal Oficial da União
Europeia).
Após o anúncio, o INCM comunica ao Portal BASE através de um processo eletrónico, avisos de concurso, ordens e
decisões com origem em processos de contratação, plataformas eletrónicas e as entidades adjudicantes. Esta
informação é posteriormente processada e analisada e será a base para o desenvolvimento de estudos e análise
estatística várias.
Estas três ferramentas, Plano Nacional de Ação, plataformas eletrónicas e Portal BASE através do qual toda a
informação referente aos processos de aquisição públicos é veiculada, será o sistema de suporte para avaliação do
estado da arte relativamente a contratos públicos ecológicos em Portugal, como é monitorizado e como é medido
o seu impacto.
Portugal está entre os países que adotam principalmente “procedimentos de compra” e "condições de compra"
apresentando um menor nível de CPE que os países da frente (Dinamarca, Holanda, Noruega, Reino Unido e Suécia).
O sistema de monitorização baseia-se na utilização de critérios em concursos e reporte sobre os níveis de CPE.
A autoridade responsável pela gestão do Sistema Nacional de Compras Públicas (SNCP)9 é a Entidade de Serviços
Partilhados da Administração Pública IP, eSPap (ex-ANCP), a sua missão é desenvolver e negociar os acordos-quadro
(AQ) para os diferentes grupos de produtos e/ou serviços para a Administração Pública. O uso desses acordos-
quadro, bem como plataformas eletrónicas de compras geridos pela eSPap é obrigatória para entidades da
Administração Central (ministérios, direções-gerais e institutos públicos) e voluntário para outras entidades
adjudicantes (por exemplo, Municípios).
A avaliação da aplicação da ENCPE 2008-201010 apresentada no respetivo relatório resultou do pressuposto de que
todos os contratos do concurso público finalizados no período 2008-2010, incluíam pelo menos um dos critérios
ecológicos descritos no PNA. A estrutura de suporte aos procedimentos dos concursos nas plataformas eletrónicas
em resposta às exigências do Código dos Contratos Públicos (CCP) não permite saber quantos foram os critérios

7
https://www.acingov.pt/acingov/;http://www.anogov.com/;
https://comprasgov.forumb2b.com;https://www.compraspublicas.com/; http://www2.compraspt.com/;
http://www.saphety.com/saphetygov; http://portugal.vortal.biz/vortalhealth_page_4029; http://www.tradeforum.pt/default.asp
8
www.portalbase.gov.pt
9
http://www.espap.pt/spcp.htm
10
http://www.ancp.gov.pt/PT/ComprasPublicas/Documents/ENCPE_2008_2010_Relatorio_Monitorizacao.pdf
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ecológicos considerados no contrato, mas apenas que consta do contrato. O mesmo é verdadeiro no que se refere
avaliação similar para o montante envolvido nos contratos.
Com base na informação disponível no relatório da ENCPE, é possível aplicar a metodologia desenvolvida no estudo
PwC e estimar os indicadores 1 e 2 para produtos/serviços, contudo não existe disponível informação que permita
calcular os indicadores 3 e 4.

Possível progresso

A monitorização do cumprimento dos objetivos definidos no PNA, nível geral de GPP, é um processo independente,
realizada por um grupo restrito, com representantes da APA e da eSPap. A análise feita pelo grupo de trabalho
ECOPOL GPP PT, permitem concluir que, com as informações atualmente disponíveis é possível estimar os
indicadores 1 e 2 para os produtos e serviços constante da lista prioritária da ENCPE, no entanto, estes cálculos não
são contemplados nos regulamentos aplicáveis nem os elementos disponíveis os permitem calcular em absoluto.

Recomendação 1: O PNA que está atualmente em fase de revisão deve contemplar a formação de um grupo de
trabalho com representantes da APA, eSPap, INCI e INCM para investigar a possibilidade de utilizar a informação
existente para o cálculo de indicadores 1 e 2 para os produtos e serviços, mas também indicadores 3 e 4, aplicando
metodologia PwC ou qualquer outro método disponível.

No caso de Portugal para aplicar a metodologia desenvolvida pela PwC às CPE seria necessário restruturar e ampliar
o formato de recolha da informação atual tanto via plataformas eletrónicas como no Portal BASE. A recolha dos
dados necessários para calcular / estimar os indicadores 3 e 4 bem como para calcular em absoluto os indicadores
1 e 2 não é passível de ser feita por uma simples alteração no Portal BASE uma vez que se trata de um processo
regulado por lei, pelo que qualquer modificação apenas poderá ser feita através de mudanças na legislação.
Para ampliar o conhecimento sobre as CPE, os critérios de produtos/serviços, etc., é fundamental desenvolver mais
ações de sensibilização e de disseminação de informação junto dos principais atores bem como ao nível das
organizações.
Da investigação efetuada em vários relatórios e através de contatos pessoais com as diversas partes interessadas
constatou-se que o grau de conhecimento em PT, sobre contratos públicos ecológicos, produtos e serviços com
critérios ambientais, em geral, são bastante diminutos, mesmo entre técnicos responsáveis por processos de
contratos públicos.

Recomendação 2: O PNA em revisão deverá, se possível, incluir já diretrizes para minimizar e ultrapassar as lacunas
de conhecimento detetadas pelo grupo de trabalho GPP ECOPOL. Algumas medidas de natureza operacional podem
ser fornecidas, por exemplo:

• Um guia sobre contratos públicos ecológicos com explicações e exemplos práticos de aplicação dos vários tipos
de critérios - a serem incluídos nos procedimentos de aquisição;
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• Adotar em rotina a avaliação do custo do ciclo de vida dos produtos / serviços;


• Adaptar as metodologias usadas na avaliação de preços de modo a incluir o custo ambiental do produto/serviço;
• Desenvolver um repositório de informação para as CPE por forma a ter a informação menos dispersa, num portal
já existente (por exemplo, APA, eSPap ou mesmo BASE) ou em outro que venha a ser criado por exemplo para a
eco inovação.

Nesta fase, considera-se importante saber:


 Qual a informação necessária para cumprir os requisitos específicos dos dados para o cálculo de indicadores
3 e 4;
• Qual é o melhor e mais fácil formato de obter esses dados (questionário aos fornecedores?);
• Qual o meio melhor e mais viável para os obter (no próprio procedimento de concurso?).

O estudo PwC refere diferentes métodos para recolha de informação para o cálculo dos indicadores, entre os quais
os seguintes:

• Base de dados onde decorre o procedimento de concurso público: análise da proposta: análise quantitativa
de cadernos de encargos e documentos eletrónicos do concurso e adicionais entregues pelas entidades
adjudicantes;
• Questionários digitais: análise quantitativa dos questionários a serem preenchidos por funcionários da área
dos contratos públicos;
• Análise de contratos, tanto quantitativa (número e valor dos contratos públicos ecológicos) como
qualitativa (como foram os aspetos ambientais avaliados no processo de aquisição).

Os dados usados para avaliação sobre as CPE, em Portugal provém, como já mencionado anteriormente,
exclusivamente da informação circulada através do Portal BASE. Esta informação é geralmente inserida pelo técnico
da entidade adjudicante responsável pela gestão do processo. O ponto de partida procedimento, é "a criação de
procedimento", que continuando com mais alguns passos de reporte, nos quais se incluem o registo de qualquer
alteração ou reformulação feita durante o mesmo (esta fase ou fases são registadas nos detalhes do procedimento),
e termina quando são registados os dados referentes ao relatório da execução do contrato. Ao mesmo tempo, o
processo de concurso desenvolve-se através da plataforma eletrónica escolhida, acessível aos proponentes. Os
documentos exigidos (especificações, programa de concurso, propostas, reclamações, esclarecimentos, etc.) são
inseridos na plataforma eletrónica em formato "pdf".
Os elementos necessários para cada tipo de procedimento constam do Código dos Contratos Públicos os quais
fazem parte do questionário eletrónico disponível no portal BASE e nas plataformas eletrónicas certificadas a operar
neste domínio.

Abertura do procedimento – a abertura pública do procedimento no Portal BASE é efetuada através do


preenchimento de um formulário online com indicação do seguinte:

• Tipo de concurso;
• Tipo de Procedimento;
• Preço base;
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• Existe fase de negociação;


• Procedimento para efetuar segundo um acordo quadro?
• Concurso concluído através de um acordo quadro ou por que via?
• Data da decisão de contratar/publicação no Diário da República (jornal Oficial)

Detalhes do procedimento - em resumo inclui: nº, descrição, estado, data de decisão de fazer a compra, tipo de
concurso, tipo de procedimento, preço base, autoridade contratante, anúncio no Diário da República/Jornal Oficial,
relatório de formação de contrato, alterações, etc..

Registos finais - O relatório de formação de contrato compreende: identificação do contrato, autoridade


contratante, entidade que compra, tipo de procedimento – seleção e justificação da escolha, tipo de concurso, data
de assinatura do contrato, objeto do concurso, classificação CPV, prazo de execução do contrato, preço da
contratação, data de conclusão do concurso.

Informação fornecida - de acordo com a análise efetuada pelo grupo de trabalho PT GPP ECOPOL, os dados usados
na análise estatística e reporte sobre as CPE é a informação fornecida pelos concursos públicos efetuados segundo
os acordos quadro, os quais na maioria, têm nas suas especificações, critérios ambientais. Qualquer concurso
efetuado fora dos acordos quadro, mesmo que os seus cadernos de encargos contemplem especificações com
critérios ambientais estes não são contabilizados nas estatísticas, ficando por isso sem fazerem parte da avaliação.
Isto pode significar que existe informação disponível nas propostas que não é incluída no reporte que é feito
eletronicamente. Mantendo o atual modelo de formulário para registo de informação seria necessário que os
técnicos responsáveis pelo registo tivessem qualificação e treino para poderem avaliar toda a informação
disponibilizada nos documentos de concurso. Esta tarefa seria muito morosa e de difícil harmonização.
Perante estes factos é claro que o modelo atual não responde cabalmente aos requisitos para uma medição real
do impacto das CPE mesmo para os indicadores 1 e 2. Para conseguir ter um retrato fiel e harmonizado da medição
do impacto das CPE bem como do seu nível de monitorização é necessário introduzir algumas alterações nos atuais
processos de recolha da mesma. A nova ENCPE deve definir as regras a serem seguidas pelas autoridades
contratantes. Estas entidades devem preencher um relatório digital no portal BASE com a informação necessária
para calcular estes indicadores ou quaisquer outros que venham a ser selecionados para o efeito.

Recomendação 3: A minuta do relatório deve ser preenchido no final de cada concurso para aquisição de
produtos/serviços e deve, pelo menos, incluir:

• Identificação da autoridade contratante;


• Nº de empregados ou habitantes;
• Identificação do Ministério da Autoridade Contratante,
• Tipo de procedimento;
• Se é efetuado sobe AQ (S/N);
• CPV;
• Contrato a ser adjudicado;
• Uso de critérios ambientais na fase pré contractual (S/N);
• Tipo de critério (técnico, bonificação, etc.). Especificar;
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• Análise e comparação dos aspetos ambientais versus preço e outros critérios (S/N). Especificar;
• Qual o critério decisivo para classificar o produto de “verde” em vez de “não verde” (incluindo critério
ecológico como a especificação técnica mínima ou colocando como critério de adjudicação)?;
• Propostas avaliadas com base no CCV (S/N);
• Apenas com base do preço do produto/serviço?(S/N);
 Preço base do contrato (pré-contratual);
 Custo de adjudicação;
 Duração do contrato
 Identificação da pessoa responsável pela submissão do formulário

Este modelo de relatório poderia otimizar recursos na recolha da informação necessária para a monitorização
do PNA e poderia mesmo ser usado para a implementação de uma metodologia para medição do impacto das
CPE.
A avaliação dos dados registados segundo o modelo referido permitiria definir a relação entre o número de
contratos adjudicados que incluem critérios ambientais e o número de procedimentos pré-contratuais com
critérios ambientais e ainda a relação entre o valor dos contratos públicos (preço indicado do contrato)
adjudicados, que incluem critérios ambientais e valor (preço base) dos procedimentos pré-contratuais com
critérios ambientais, efetuados ou não segundo AQ.

Um passo adiante

As recomendações indicadas somente permitem a recolha de informação para o cálculo exato de indicadores 1
e 2. Torna-se pois necessário dar um salto qualitativo com a sugestão de possíveis formas de completar o quadro
de monitorização do impacto das CPE em Portugal. Apesar das modificações necessárias introduzir, no atual
processo de recolha de informação, estarem dependentes de alterações legislativas, considerando que o PNA
está em revisão, parece ser este o momento certo para levar até aos decisores estas questões para que possam
ser tidas em conta no presente processo de revisão.
Como já tem sido repetidamente mencionado o modelo existente para a recolha de informação não permite o
cálculo de indicadores 3 e 4, pergunta-se se a solução seria estender o preenchimento do modelo de relatório
digital disponível às entidades adjudicantes? Ou algo mais é necessário?
A recomendação 3 apresenta um caminho para a recolha do máximo de informação possível através de
contribuições das partes contratantes, no entanto, informação necessária do lado do contratante é substancial,
não só sobre a empresa, mas também sobre especificações dos produtos/ serviços.
Na fase de recolha de informação, abordagens podem ser seguidas diferentes, dependendo se o concurso está
a ser realizado no âmbito de um acordo-quadro ou não.
Nos concursos realizados ao abrigo de um acordo-quadro a informação disponível no relatório final e a análise
estatística feita depois pela eSPap parece ser suficiente.
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Recomendação 4: Os acordos-quadro deve ser atualizados e as condições e os seus requisitos devem ser
modificados para que possam incluir os elementos necessários ao cálculo dos indicadores 3 e 4.

Para outros casos, como reflexão preliminar, parece que a via possível é:
Recomendação 5: Transferência de parte da responsabilidade para o concorrente, acrescentando à
documentação do concurso um questionário digital contendo as questões relevantes para recolha da
informação necessária para a medição dos indicadores 3 e 4 do lado do fornecedor, a qual fará parte do
especificações/parte técnica e/ ou dos critérios de adjudicação (por exemplo, bonificação, etc.) No entanto, este
procedimento incrementaria o trabalho do técnico de compras da autoridade contratante, mesmo que fosse
adotado um formato fácil. As perguntas devem ser diretas e inequívocas.
O segundo passo seria migrar a informação recolhida pelos questionários para o portal BASE. De imediato parece
que esta migração tanto pode ser efetuado manualmente, pelo técnico da entidade adjudicante, alargando o
âmbito do relatório final, como através da criação de um modelo digital a introduzir nas plataformas eletrónicas
que permitira a migração direta.

Recomendação 6: As questões a serem incluídas no modelo digital deve ser de dois tipos: gerais e específicas
por produto/serviço. Apresentam abaixo algumas perguntas recomendadas para ambos os casos:

Perguntas gerais:
• A empresa tem qualquer tipo de sistema de gestão em vigor? Sim / Não. Especifique quais EMS (EMAS, ISO
14001);
• A empresa sabe o que são as CPE / critérios ecológicos?
• A empresa avalia /sabe avaliar a pegada de carbono?
• A empresa sabe calcular e utilizar o CCV como uma ferramenta de promoção do produto / serviço?

As questões específicas dependem do objeto da compra, tipo de produto ou serviço.


No anexo 2, são apresentados exemplos de questões que podem ser incluídos no modelo digital para os
produtos/serviços elaborado com base no questionário da pesquisa web do estudo da PwC.
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Anexo I

Resultados obtidos em 2009 e 2010 (Acordos Quadro e reportada pelos Ministérios)11

Como resultado das medidas tomadas, a ANCP, com base em relatórios de contratação enviados pelas entidades
adjudicantes, apurou os seguintes resultados:
• Para os contratos ao abrigo de acordos-quadro: em 2009, mais de 65% do número total de procedimentos
de aquisição de produtos e serviços, enquadrados nas categorias prioritárias definidas na RCM 65/2007,
incluíram critérios ou requisitos ambientais. Em 2010, esse número subiu para 79% (Figura 1).
• Para os contratos fora dos acordos-quadro, de acordo com as informações relatadas pelos Ministérios no
âmbito do PNA: em 2009, mais de 41% dos procedimentos e mais de 61% do valor total das aquisições de
produtos e serviços das categorias prioritárias definidas no PNA efetuadas pelas entidades compradoras
vinculadas do SNCP incluíram requisitos ambientais (Figura 2). Em 2010, mais de 56% dos procedimentos e
mais de 60% do valor total das aquisições de produtos e serviços nas categorias prioritárias definidas no PNA
incorporaram requisitos ambientais (Figura 3).

Considerando os objetivos gerais definidos no PNA 2008-2010, indicados abaixo, os resultados obtidos
demonstram que as metas foram ultrapassadas

Objetivos Nº de procedimentos Montante


2009 >30% >30%
2010 >50% >50%

11
Estratégia Nacional de Compras Públicas Ecológicas 2008-2010, Relatório de Monitorização, Maio 2011
Tarefa 4.4 – Produto 4.8
30 de setembro de 2013

Figura 1: Nº de procedimentos das CPE produtos e serviços ao abrigo dos Acordos Quadro
Tarefa 4.4 – Produto 4.8
30 de setembro de 2013

Figura 2: Nº de procedimentos e valor das CPE de produtos e serviços fora dos acordos quadro (2009)
Tarefa 4.4 – Produto 4.8
30 de setembro de 2013

Figura 3: Nº de procedimentos das CPE de produtos e serviços for a dos acordos quadro (2010)
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Anexo II

Questões para monitorização das Compras Públicas Ecológicas


(Indicadores 3 e 4) 12

Este anexo apresenta exemplo de perguntas que pode ser usado como modelo digital com base na metodologia
aplicada no estudo da PricewaterhouseCoopers, seguindo as simplificações aí efetuadas.

Indicador 3 dará indicação da diferença nas emissões de CO2 entre produtos ecológicos
e não ecológicos

Como é amplamente aceite as emissões de CO2 são, principalmente, resultado da queima de combustíveis
fósseis ou de matéria orgânica, bem como a desflorestação.
As emissões de CO2 de um produto pode ser melhor medido através das necessidades de energia durante a
produção e / ou fase de utilização.
Para avaliar o impacto de emissões de CO2 dos produtos ecológicos e não ecológicos é necessário identificar
quais os critérios que mais contribuem para estas emissões.
Os impactos ambientais de produtos são várias: alterações climática (GEE), a eutrofização e a acidificação,
substâncias perigosas, esgotamento de fontes naturais e seca extrema, tendo em conta todos esses impactos é
um trabalho sem fim tentar estimar as emissões de CO2, o caminho a seguir dependerá dos recursos disponíveis.
No âmbito do estudo da PwC a metodologia aplicada teve em conta para os cálculos de emissões de CO2 o
seguinte:

 Impactos Ambiente - Contribuições das mudanças climáticas, excluindo CO2 equivalente;

 As várias fases do ciclo de vida de um produto ao selecionar os critérios mais relevantes para cada grupo
de produtos (não toda a Análise do Ciclo de Vida).

Indicador 4 - dá indicação do impacto financeiro comparando custos de produtos ecológicos e


não ecológicos

12
PricewaterhouseCoopers, Significant and Ecofys, January 2009: “Collection of statistical information on Green Public
Procurement in the EU”, Report on methodologies
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A medição do impacto financeiro será baseado na análise do Custo do Ciclo de Vida (CCV).
A perceção comum relativamente aos produtos verdes é que são mais caros do que os convencionais, portanto,
por isso para demonstrar as vantagens de escolher um produto/serviço verde é necessário recorrer a uma
ferramenta como o CCV para realçar os benefícios reais de tal escolha.
Os elementos considerados para calcular o impacto financeiro foram:
• Comparação de preços do produto verde e convencional, em todas as fases do ciclo de vida;
• Razão-Custo (a razão entre os preços verdes e convencionais) para ambos os níveis de critérios
(fundamental e complementar) ignorando fatores de correção como, por exemplo, IVA e salários médios;
• Estrutura de custos do cálculo de produtos convencionais.

Em vez de apresentar perguntas produto a produto ou serviço a serviço, a opção foi a citar de forma
indiferenciada e sempre que se justifique então, serão assinalados as categorias de produto/serviço.
Tipo de questões que podem ser usadas para reunir a informação em falta:

• O produto/serviço proposto é certificado por algum rótulo ecológico? S / N. Se sim, quais?;


• O produto proposto cumpre com quaisquer outros critérios ecológicos? S / N. Se sim, quais?;
• O contratante indica se usa ou não de substâncias perigosas? S/ N / não disponível;
• O contratante treina o pessoal de forma adequada? S / N / não disponível;
• Tem todo o pessoal da equipa de limpeza destacada para a realização do serviço formação regular para as
várias tarefas? S / N / não disponível; [Serviços de catering]
• Os fornecimentos incluem produtos com produção biológica? S/ N / não disponível; [Serviço de Catering]
• Se sim, Que % de produtos fornecidos são biológicos?
• São as frutas principais, legumes e peixe selecionados de acordo com a época e localização geográfica? S /
N / não disponível;
• O serviço de jardinagem utiliza maquinaria que usa combustíveis sem chumbo e com baixo teor de
benzenos? S / N / não disponível; [Jardinagem];
• A turfa e adubo não constam dos produtos comprados? S / N / não disponível;
• Usam corretivos de solo e fertilizantes com controlos de alta qualidade? S / N / não disponível;
• Compra plantas ornamentais nativas/adaptadas? S / N / não disponível;
• Se sim, Que % das plantas ornamentais compradas são nativas/ adaptados?
• Todo o papel (reciclado) comprado é feito a partir de fibras de papel 100% recuperado? S / N / não
disponível;
• Se não, Que % do papel utilizado é feito a partir de fibras de papel 100% recuperado? [Papel];
• Que % do papel comprado é isento de Cloro Livre ou totalmente livre de cloro?;
• Compra papel produzido à base de fibras virgens proveniente de florestas com produção sustentável?;
• Tem quaisquer medidas específicas de mobilidade? S / N / não disponível; [veículos]
• Se sim, especificar;
• Que% dos veículos adquiridos são elétricos?
• Os veículos cumprem os requisitos de emissões de CO2? (S/N/não aplicável)?
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• Toda a madeira ou produtos de madeira têm origem em fontes certificadas? (S/N/não aplicável);
[Mobiliário]
• Os materiais de madeira usados são de origem em florestas com produção sustentável? (S/N/não
disponível);
• Há compra de mobiliário em plástico? (S/N/não disponível);
• Se, sim, Qual % das compras representa esse material?

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