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As notas de aulas são referências para estudo. Portanto não devem ser adotadas como material didático absoluto!
Versão 0.3 – 01/09/2008
Romildo Martins Bezerra
Na figura 01 é visto o modelo de datagrama onde não existe a garantia de que todos os pacotes
seguirão o mesmo caminho, uma vez que os caminhos são baseados nas rotas configuradas nos roteadores.
Tais rotas podem ser definidas de forma manual (rotas estáticas) ou configuradas automaticamente
(protocolos de roteamento). No decorrer do curso, veremos as duas técnicas.
No modelo TCP/IP a camada de rede recebe os serviços da camada de enlace e presta serviços
para a camada de transporte. A lista de serviços oferecidos é:
• Interconexão – prover conexão lógica entre diversas redes físicas heterogêneas (podem
conter diferentes tecnologias de enlace, por exemplo, ATM e ethernet) de forma que as
camadas superiores abstraiam o caminho percorrido.
• Endereçamento – Prover a identificação de forma única de um host na rede ao qual faz
parte seja esta rede uma LAN ou a Internet.
• Roteamento – prover a escolha de rotas por onde os pacotes irão trafegar para que
cheguem ao seu destino. Vale ressaltar que o P utiliza o conceito de datagrama.
• Encapsulamento – encapsular pacotes recebidos de camadas superiores num datagrama.
• Fragmentação – permite que um datagrama viaje por diferentes redes sem a preocupação
com a tecnologia executadas. Assim, algumas vezes é necessário dividir os pacotes para se
adaptar ao novo segmento de rede.
Neste contexto, estudaremos o protocolo IP que executa a tarefa básica de levar pacotes de dados
da origem para o destino e suas funções básicas como interconexão, endereçamento e roteamento.. Além
dele, veremos também outros da mesma camada como o ICMP (usado para transmitir informação de
diagnóstico sobre a transmissão IP) que é colocado acima do IP mas executam funções da camada de rede.
O protocolo IP
O Internet Protocol, ou simplesmente
Camada Protocolo
IP, é um protocolo da camada de rede
5.Aplicação HTTP, SMTP, FTP, SSH, RTP, Telnet, SIP, RDP,
responsável pelo encaminhamento dos dados
IRC, SNMP, NNTP, POP3, IMAP, DNS, Ping....
numa rede. Presta todos os serviços de rede
4.Transporte TCP, UDP...
(interconexão, roteamento, endereçamento,
3.Rede IP (IPv4, IPv6) , ARP, RARP, ICMP, IPSec ...
fragmentação e encapsulamento) para as
2.Enlace Ethernet, 802.11 WiFi, IEEE 802.1Q, 802.11g,
camadas superiores. È o protoclo base da HDLC, Token ring, FDDI, PPP, Frame Relay...
arquitetura internet e é utilizado por todos os 1.Física Modem, RDIS, RS-232, EIA-422, RS-449,
serviços de aplicação como: páginas, e-mail, Bluetooth, USB, ...
transferência de arquivos, gerência de redes,
resolução de nomes, dentre outros. Tabela 01. Protocolos e Camadas da Arquitetura Internet
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Romildo Martins Bezerra
Formato do IP
Detalhamento do Datagrama IP
Endereçamento IP
Cada computador conectado a internet possui um endereço IP único e universal composto de 32
bits e pode ser escrito da seguinte forma:
200.217.69.132
Tal endereço também pode ser escrito com a seguinte notação binária:
Diferentemente do MAC Address o endereço IP é configurado via software e pode ser alterado pelo
usuário e/ou administrador da rede. Para a configuração do endereço IP devemos também levar em
consideração:
255.255.255.0
• Gateway – é um dispositivo intermediário geralmente
destinado a interligar redes servindo de caminho para elas. Quantos hosts cabem numa rede /24?
Pode também separar domínios de colisão ou mesmo traduzir
protocolos. Exemplos: roteadores, firewalls e Proxy.
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Romildo Martins Bezerra
Assim um endereço classe A que utilizasse o conceito de endereçamento por classes (126.0.0.0/8)
teria a possibilidade de 224 dispositivos de rede. Será que existe uma rede desse tamanho? Quantos
switches seriam necessários para montar uma rede local deste tipo?
Daí surge à necessidade de uma melhor utilização dos endereços IP visando evitar o desperdício. O
endereçamento sem classes permite uma maior flexibilização da mascara de rede de acordo com o
tamanho da rede. Por exemplo, uma rede 192.168.10.0/24 pode conter 256 possibilidades de IP, das
quais:
Assim restando 254 possíveis endereços IPs (192.168.10.1 até 192.168.10.254). daí nos
perguntamos, qual a menor mascara para uma rede com 100 computadores?
Num endereço classe C, são reservados 8bits para endereços de host. Mas para 100 computadores
precisaríamos de apenas 7bits (27 = 128). Assim poderíamos alocar um endereço de host para rede da
seguinte forma:
192 168 10 0
11000000 10101000 00001010 00000000
netid netid netid hostid
Tabela 04. IP Classe C /24 sendo redimensionando
Note que um endereço de mascara /24 (256 possibilidades) foi subdividido em dois endereços /25.
Esta realocação de bits pode ser feita com os bits seguintes e com qualquer mascara inicial.
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Esta subdivisão de endereços IP é uma atividade comum para o administrador de redes, seja do
provedor de acesso ou apenas uma grande rede. Abaixo seguem alguns casos de exemplo
Perguntas Rápidas
Figura 04. Distribuição de um IP Classe C em 3 subredes /26 que comportam até 62 hosts.
Classes Reservadas
Existem classes de endereços reservadas que não podem ser consideradas como endereçáveis para
acesso na internet, como:
• 127.0.0.0/8 – IP de loopback1
• 0.0.0.0 – Identificador da rede
• 255.255.255.255 – IP de broadcast (todas as redes)
• 10.0.0.0/8, 172.16.0.0/12 e 192.168.0.0/16 – Exemplos de IPs para redes privadas. Serão
vistos maiores detalhes na seção seguinte.
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O endereço de loopback local permite à aplicação-cliente endereçar ao servidor na mesma máquina sem saber o endereço do host,
chamado de "localhost (127.0.0.1).
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Desta forma, o gateway responsável pelo acesso à outras redes precisavam traduzir o endereço
interno para um IP público endereçável à internet. Sendo assim, os pedidos teriam de ser gerados com um
IP global do router. Mas quando a resposta chegasse ao router, seria preciso saber a qual dos
computadores presentes na LAN pertencia àquela resposta. A solução encontrada foi fazer um
mapeamento baseado no IP interno e na porta local do computador.
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Endereçamento Dinâmico
Até o momento apenas aprendemos o básico sobre o endereçamento IP. Se um administrador de
rede necessitar alterar o endereço de uma estação é necessário configurar apenas o endereço IP, máscara
e default gateway. Como visto no laboratório, esta é uma tarefa fácil. Entretanto imagine que a rede
possui mais de 1000 computadores em cinco cidades diferentes, quanto tempo você levaria? Ou imagine
apenas a alteração do default gateway de sua rede?
Visando tornar o endereçamento IP fácil e menos suscetível a erros foi criado o DHCP (Dynamic
Host Configuration Protocol). O DCHP é um protocolo que os computadores utilizam para obter
informações de configuração sem exigir um administrador na estação configurada, utilizando uma
abordagem cliente/servidor.
Quando uma estação é inicializada (IP 0.0.0.0), ela envia um broadcast para toda a rede (DHCP
Discovery) e espera um servidor oferecer um possível IP disponível através de uma mensagem (DHCP
Offer). A partir daí, uma requisição é feita a partir do número oferecido (DHCP Request) . Ao confirmar o
pedido (DHCP Reply), a estação está “alugando” um endreço Ip do servidor DHCP por um pedido de
tempo, ou seja, esta requisição não ficará fixa para sempre, e como conseqüência disso, o endereço Ip
poderá ser realocado. Maiores detalhes do funcionamento do DHCP serão vistos no decorrer do curso.
Roteamento IP
Roteamento consiste na escolha do caminho onde os datagramas irão trafegar. Diferentemente do
tráfego rodoviário, onde os automóveis podem escolher sua rotas, a escolha dos caminhos neste caso é
feita pelos dispositivos de rede. Dessa forma, um datagrama é conduzido até o seu destino final de acordo
com as tabelas de roteamento.
Roteamento estático
Neste roteamento a tabela é construída manualmente pelo administrador da rede ou técnico de
suporte. Assim qualquer mudança na topologia da rede ou sua respectiva configuração impacta
diretamente na mudança de configuração da tabelas de roteamento.
Para encaminhamento de um datagrama, é necessário que o dispositivo que irá efetuar o
roteamento possua pelo menos três campos: IP destino, máscara e gateway. Para facilitar o
encaminhamento, alguns roteadores também indicam a interface que o datagrama será encaminhado.
Recomendo fortemente treinar a configuração da tabela de roteamento com os exercícios
disponíveis na página da disciplina.
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Router 3
int02 –10.1.30.251
int01 –192.168.2.2
Router 4
int02 –10.1.40.251
int01 –192.168.3.2
• Ping - Verifica a conectividade de nível IP com outro computador TCP/IP através do envio de
mensagens de solicitação de eco de protocolo ICMP. A confirmação das mensagens de resposta é
exibida juntamente com o tempo de ida e volta. Ping é o principal comando TCP/IP usado para
resolver problemas de conectividade, acesso e resolução de nomes. Usado sem parâmetros, ping
exibe a ajuda.
• Tracert - Determina o caminho adotado até um destino enviando mensagens de solicitação de eco
do protocolo de mensagens de controle da Internet (ICMP) ou ICMPv6 para o destino com valores
cada vez maiores do campo Tempo de vida (TTL). O caminho exibido é a lista de interfaces
próximas dos roteadores no caminho entre um host de origem e um destino. A interface próxima é
a interface do roteador que está mais perto do host de envio no caminho. Usado sem parâmetros,
tracert exibe ajuda.
• Netstat - Exibe as conexões TCP ativas, as portas nas quais o computador está escutando, as
estatísticas Ethernet, a tabela de roteamento IP, as estatísticas IPv4 (para os protocolos IP, ICMP,
TCP e UDP) e as estatísticas IPv6 (para os protocolos IPv6, ICMPv6, TCP via IPv6 e UDP via IPv6).
Usado sem parâmetros, netstat exibe as conexões TCP ativas.
• Route - Exibe e modifica as entradas na tabela de roteamento IP local. Usado sem parâmetros,
route exibe ajuda.
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Romildo Martins Bezerra
• ipconfig /flushdns
• netstat –n
• tracert –d www.uol.com.br
• Route - manipula a tabela de roteamento IP do kernel. Seu principal uso é configurar rotas
estáticas para hosts ou redes especificadas através de uma interface, após a mesma ter sido
configurada com o programa ifconfig.
• Ping - Verifica se um computador está disponível na rede. Este comando é muito utilizado por
alguns programas de conexão e administradores para verificar se uma determinada máquina está
conectada na rede e também para verificar o tempo de resposta de cada máquina da rede.
• Traceroute - Mostra o caminho percorrido por um pacote para chegar ao seu destino. Este
comando mostra na tela o caminho percorrido entre os Gateways da rede e o tempo gasto de
retransmissão. Este comando é útil para encontrar computadores defeituosos na rede caso o
pacote não esteja chegando ao seu destino.
• TCPtraceroute - Em comparação com o traceroute normal, tcptraceroute não usa pacotes ICMP.
Mas ainda assim usa o princípio do TTL para os hops, porém com pacotes TCP.
A grande questão é que os pacotes TCP sempre são liberados no firewall e não bloqueados como o
ICMP.
Pesquise
1. Como é que o TCP/IP faz para saber se o computador de origem e o computador de destino
pertencem a mesma rede?
2. Como o roteador da figura 06 consegue identificar para onde o pedido deve voltar?
3. Como é possível otimizar um servidor DHCP?
4. O DHCP utiliza que protocolo de Transporte? Por quê?
5. O RIP apresenta a melhor métrica? Porque?
6. Veja o utilitário netsh e pathping do Windows.
7. Qual a vantagem do tcptraceroute do Linux?
8. O que é NAT de porta?
9. Quais as funções de firewall?
10. O que é um servidor proxy?
Bibliografia
[1] FOROUZAN, B.A. Comunicação de Dados e Redes de Computadores. 3ª Edição. Bookman. 2006
[2] KUROSE, J. Redes de Computadores e a Internet. 3ª Edição. Addison-Wesley, 2006.
[3] COMER, D. E. Redes de Computadores e a Internet. 4ª Edição. Bookman. 2007.
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