Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Klinger Pereira1
Flávia Luzia Oliveira da Cunha Galindo2
RESUMO
1
Mestrando do Programa de Pós-graduação Profissional em Gestão e Estratégia da Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro. E-mail: klingerpereira@ufrrj.br
2
Professora Adjunta do Programa de Pós-graduação Profissional em Gestão e Estratégia da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro. E-mail: flaviagalindo@uol.com.br
V.11, nº2, p.101-122, mar./jun. 2018. 101
Revista FOCO. ISSN: 1981-223X
ABSTRACT
The present article approaches the experience of a case study that sought in the thought of the
Public Communication (CP) to propose a communication policy for a Federal Institution of
Higher Education (IFES), that since its foundation, 1910, does not have an official document
of communication with strategic audiences. Therefore, based on the research technique of
organizational communication auditing, a qualitative approach scrutinized the internal and
external ambivalences of organizational communication and raised the set of human
resources, products and technologies that make up the IFES communication system. The
results show the particularities of these elements and exemplifies how Public Communication
can be adopted as a strategic resource in IFES, and therefore, in the Brazilian Public
Administration.
INTRODUÇÃO
O caso UFRRJ é apropriado porque desde sua fundação, em 1910, nunca houve a
formalização de uma política de comunicação explícita e oficialmente reconhecida capaz de
orientar o relacionamento da Universidade com públicos estratégicos. Por conseguinte, este
artigo traz o resultado de uma primeira investida dos pesquisadores no campo, que aplicou a
técnica de pesquisa auditoria de comunicação organizacional (KUNSCH, 2015) para
diagnosticar as ambivalências internas externas da comunicação organizacional e descrever o
conjunto de recursos humanos, produtos e tecnologias que compõem o sistema de
comunicação da Instituição.
Assim, a justificativa e a relevância do estudo compreendem duas perspectivas: a
primeira, é a produção de conhecimento técnico para conceber políticas de comunicação
orientadas para IFES, pois percebemos que o paradigma da CP tem potencial para servir de
arcabouço teórico; e a segunda, é acrescentar aos estudos organizacionais o conhecimento
sobre as práticas da CP como estratégia de comunicação em IFES e na Gestão Pública
brasileira.
Com isso, objetiva-se apresentar neste artigo os resultados preliminares de um estudo
de caso que buscou no pensamento da CP a abordagem teórica e empírica para a estratégia de
comunicação em uma Instituição Federal de Ensino Superior.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Daft (2005) esclarece que a CO contribui para o alcance dos objetivos e metas da
organização, pois além de integrar as pessoas, ela melhora o fluxo de comunicação que
alimenta as redes formais e informais de contato e contribui para formação da identidade e da
cultura organizacional.
Logo, a CO é recurso que interliga a organização com o micro e o macro ambiente
institucional com ações que são direcionadas tanto para o público interno quanto para o
público externo (TORQUATO, 2015).
digitais da comunicação estão redefinindo a forma com que as pessoas vem se relacionando
com as instituições, especialmente num contexto contemporâneo em que a expansão das redes
sociais, a informação mediatizada e, sobretudo, a informação visual impõem desafios no
âmbito da CO.
Castells (2015) comenta que o fenômeno da comunicação virtual nas organizações
perpassa pela compreensão da estrutura social que está se consolidando em torno de redes de
atividades suportadas pelas Tecnologias da Informação e Comunicação, requisitando uma
postura adequada das instituições de acordo com o comportamento dos públicos que habitam
a sociedade em rede.
[...] a tentativa de avaliar o futuro por meio de um plano e fazer provisões para
realizar este plano (esta função deu origem à função planejamento) (SILVA, 2002,
p. 148).
detectar continuamente novas oportunidades ou ameaças, que conforme Sobral e Peci (2013),
não se resumiam aos mecanismos racionais, sistemáticos e metódicos do planejamento
tradicional.
No mesmo sentido, o planejamento estratégico de comunicação acompanhou estas
tendências, uma vez que o cenário das organizações foi ampliado com o advento da
globalização e das tecnologias digitais que inseriu as empresas na rede mundial de
computadores “em contextos culturais / nacionais muito diferentes” (CASTELLS 1999, p.
173).
Assim, a comunicação estratégica passou a utilizar técnicas gerencias comuns do
planejamento estratégico tais como benchmarking3, Ciclo PDCA4, Análise SWOT5, Balanced
Scorecard6 (PITTERI, 2008) para administrar o ambiente e a relação com os públicos de
interesse.
Na contemporaneidade, as inovações tecnológicas universalizaram o processo de
comunicação principalmente pela capacidade de conectar a sociedade em novos formas de
organização e culturas (CASTELLS, 2015). E na esteira da ambiência virtual, a comunicação
estratégica buscou ajustar-se ao pensamento do planejamento estratégico, pois pensamento
sistêmico da comunicação requisitou
[...] um ambiente específico para que possa entrar em vigor. Ela se expressa ou se
materializa apenas em determinadas culturas ou sistemas de gestão porque decorre
de um processo organizacional particular, exatamente aquela calcada na chamada
administração estratégica. (BUENO, 2009, p. 59).
3
Benchmarking – Conceito desenvolvido pela empresa Xerox 1979, como um processo contínuo para avaliar
serviços, produtos e práticas de organizações concorrentes, que são reconhecidas como líderes na sua área de
atuação.
4
Ciclo PDCA – Ferramenta de qualidade, que busca a perfeição dos processos administrativos em todas as fases.
5
Análise SWOT – Estratégia utilizada para fazer análise de cenários avaliando as oportunidade e fraquezas das
organizações assim como pontos fortes e fracos.
6
Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta gerencial que alinha as estratégias da organização a indicadores
financeiros e não financeiros.
Desta forma, o que se percebe é que a ambiência digital está moldando o pensamento
estratégico da comunicação, pois “hoje não pode mais pensar a comunicação organizacional
sem considerar o fenômeno das redes sociais, pois é ali que o público está, é ali que pode ser
encontrado” (GONÇALVES e SILVA, 2015, p.70).
2 METODOLOGIA DE PESQUISA
Continua...
V.11, nº2, p.101-122, mar./jun. 2018. 114
Revista FOCO. ISSN: 1981-223X
Continuação...
Contratos - computadores) mais pessoas.
SIPAC
SPARK Internet Hipertexto Sistema computadorizado
(Hospedado no de troca de mensagens de
site da UFRRJ) texto.
CATEGORIA: Canal de comunicação
Público: Interno e Externo
Responsável: Ouvidora
Subcategorias
Produtos Meios de Tecnologia Ações
Comunicação
Rede formal E-ouvidoria Internet Sistema de Canal de informação e
(Hospedado no informação da comunicação para fazer
site da UFRRJ) Ouvidoria do denúncias, reclamações,
Poder Executivo solicitações, sugestões e
Federal. elogios.
Correio eletrônico Internet Tecnologia de Recebimento via e-mail
(Hospedado no informação e de informação e
site da UFRRJ) comunicação comunicação para fazer
denúncias, reclamações,
solicitações, sugestões e
elogios.
Balcão de Sonora Telecomunicação Atendimento via telecom.
informações (Hospedado no para informações sobre
site da UFRRJ) eventos, palestras,
localização de pessoas,
laboratórios, etc.
distribuídos pelo campus
universitário.
Fonte: Elaborado pelos autores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Política de
Comunicação
Pública em IFES
REFERÊNCIAS
BUENO, Wilson da Costa. Auditoria de imagem das organizações: teoria e prática. São
Paulo: All Print Editora: Mojoara, 2012.
DUARTE, Jorge. Comunicação Pública: Estado, sociedade e interesse público. 2. ed. – São
Paulo: Atlas, 2012.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. 264p. (Coleção TRANS) – 7ª.
Edição.
LÓPEZ, Juan Camilo Jaramillo López. Proposta geral da comunicação pública. In: DUARTE,
Jorge. Comunicação Pública: Estado, sociedade e interesse público. 2. ed. – São Paulo: Atlas,
2012.
MOTTA, Fernando C. Prestes. Teoria geral da administração: uma introdução. 22. ed., ampl.
São Paulo: Pioneira, c1998. 230p.
OLIVEIRA, Maria José da Costa. Comunicação Pública. Campinas, SP: Editora Alínea,
2004. – (Coleção Comunicação, Cultura e Cidadania).
PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2002.
SOBRAL, Filipe. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro . Alketa Peci. 2. ed. –
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
ZEMOR, Pierre. “La Communication Publique – Que sais-je?”. Tradução resumida do livro:
Prof. Dra. Elizabeth Brandão Edição 4. São Paulo: Editora – PUF, 2008.
Como citar:
PEREIRA, Klinger; GALINDO, Flavia Luzia Oliveira da Cunha. A Comunicação Pública como
abordagem teórica empírica na estratégia de comunicação em uma instituição de ensino superior. Revista
FOCO, v. 11, n. 2, p. 101 – 122, mar./jun. 2018. Disponível em:
<http://www.revistafocoadm.org/index.php/foco/article/view/560>.
Direito autoral: Este artigo está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-
NãoComercial 4.0 Internacional.