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Resíduos Industriais

2ª edição

Resíduos Industriais

Tiago Moreira Cunha

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Resíduos Industriais
DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves

DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva

FICHA TÉCNICA
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado
Texto: Tiago Moreira Cunha
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos

COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói

C973r Cunha, Tiago Moreira.


Resíduos industriais / Tiago Moreira Cunha ; revisão de
Rafael Dias de Carvalho Moraes. 2. ed. – Niterói, RJ:
UNIVERSO: Departamento de Ensino a Distância, 2017.
139p. : il.

1. Resíduos industriais. 2. Resíduo sólido - Administração. 3.


Resíduo sólido - Reciclagem. 4. Tratamento de resíduo. 5.
Gestão ambiental. 6. Ensino à distância. I. Moraes, Rafael Dias
de Carvalho. II. Título.

CDD 628.4
Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990

Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC
pelo conteúdo do texto formulado.
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora
da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).

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Resíduos Industriais

Palavra da Reitora

Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo,


exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero
bem-sucedidas mundialmente.

São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio


dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se
responsável pela própria aprendizagem.

O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que


permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de
nossa plataforma.

Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores


especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos.

A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a


distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização,
graduação ou pós-graduação.

Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando


as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona.

Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD!

Professora Marlene Salgado de Oliveira

Reitora.

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Resíduos Industriais

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Resíduos Industriais

Sumário

Apresentação da disciplina ............................................................................................. 07

Plano da disciplina ............................................................................................................ 09

Unidade 1 – Os Resíduos ao Longo do Tempo .......................................................... 11

Unidade 2 – Os Resíduos Industriais ............................................................................ 29

Unidade 3 – Gestão de Resíduos Industriais .............................................................. 49

Unidade 4 – Minimização de Resíduos Industriais .................................................... 71

Unidade 5 – Valorização de Resíduos .......................................................................... 105

Considerações finais ......................................................................................................... 127

Conhecendo o autor......................................................................................................... 129

Referências .......................................................................................................................... 131

Anexos.................................................................................................................................. 133

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Resíduos Industriais

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Resíduos Industriais

Apresentação da Disciplina

Caro aluno,

Seja bem-vindo à disciplina de Resíduos Industriais da Universidade Salgado


de Oliveira – UNIVERSO EAD.

Esse material foi desenvolvido de modo cuidadoso para que os principais


conceitos relativos à disciplina fossem exibidos com uma linguagem simples e
clara. Além disso, o conteúdo traz inúmeros exemplos e exercícios de fixação para
facilitar ainda mais o aprendizado.

A disciplina contempla os conteúdos fundamentais para a disciplina de


Resíduos Industriais, como por exemplo, os resíduos ao longo do tempo, os
Resíduos Industriais, Gestão de Resíduos Industriais, Minimização de Resíduos
Industriais e Valorização de Resíduos distribuídos ao longo das unidades.

Estamos certos de que a leitura dos conteúdos será uma atividade dinâmica,
prática e prazerosa, além de contribuir de forma considerável para seu
desenvolvimento intelectual, acadêmico e profissional.

Bons estudos!

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Resíduos Industriais

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Resíduos Industriais

Plano da Disciplina

Unidade 1–Os resíduos ao longo do tempo

Iniciaremos essa unidade permeando a história dos resíduos sólidos, onde


demonstraremos o problema da acumulação dos resíduos, em seguida
abordaremos a produção de resíduos na atualidade, para posteriormente
definirmos os diversos conceitos de resíduos sólidos e pensando em futuras ações
menos impactantes ao meio ambiente.

Objetivo da Unidade:

 Compreender que a geração de resíduos ao longo do tempo evolui,


tanto em quantidade como em conceitos.

Unidade 2– Os Resíduos Industriais

As atividades dessa unidade permearão as diversas definições de resíduos e os


seus ciclos, para posteriormente classificá-los por meio de normas.

Objetivo da Unidade:

 Conhecer as classificações dos resíduos estabelecida na ABNT NBR


10.004.

Unidade 3– Gestão de Resíduos Industriais

Nesta unidade, estudaremos as etapas do gerenciamento de resíduos


industriais, abordando as fases de segregação, acondicionamento e transporte de
resíduos, além dos programas de gestão de resíduos e da Análise do Ciclo de Vida.

 Objetivo da Unidade:

 Apresentar a dinâmica de uma gestão de resíduos industriais.

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Resíduos Industriais

Unidade 4– Minimização de Resíduos Industriais

A presente unidade abordará as premissas de um programa de minimização


de resíduos industriais, permeando o DAOM – Diagnóstico Ambiental Orientado à
Minimização, destacando as ações prévias à minimização por meio da redução e da
reciclagem na fonte.

Objetivo da Unidade:

 Compreender as finalidades e as pretensões da minimização e


conhecer o DAOM.

Unidade 5– Valorização de Resíduos

Esta unidade irá abordar o funcionamento da valorização de resíduos,


trabalhando seus conceitos, a comercialização e os centros de
recondicionamentos, focalizando a otimização.

Objetivo da Unidade:

 Entender como funciona os processos envolventes na valorização de


resíduos.

Bons estudos!

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Resíduos Industriais

1 Os Resíduos ao Longo do
Tempo

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Resíduos Industriais

Iniciaremos essa unidade permeando a história dos resíduos sólidos, onde


demonstraremos o problema da acumulação dos resíduos, em seguida
abordaremos a produção de resíduos na atualidade, para posteriormente
definirmos os diversos conceitos de resíduos sólidos e pensando em futuras ações
menos impactantes ao meio ambiente.

Objetivo da Unidade:

Compreender que a geração de resíduos ao longo do tempo evolui, tanto em


quantidade como em conceitos.

Plano da Unidade:

 Os resíduos ao longo da história

 Os dias da humanidade com os resíduos

 O que são resíduos sólidos?

 Intenções Futuras para a Gestão de Resíduos

Bons estudos!

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Resíduos Industriais

Os resíduos ao longo da história


 

Desde os primórdios, podemos afirmar que há uma interação nem sempre


harmônica entre os elementos naturais (ar, água e minerais) e os seres vivos; nesse
sentido, temos uma circulação de matérias que permite uma reciclagem contínua
dos principais elementos necessários para a vida na terra. Insta ressaltar que esse
ciclo supracitado não gera nenhum tipo de resíduo, pois as sobras são
reincorporadas a ciclos anteriores que estão em processo de
renovação/movimentação contínua.

Logo, continuando referenciando o princípio da renovação da matéria, não se


pode deixar de mencionar o princípio de Antoine Laurent de Lavoisier que ficou
celebre com a frase “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma",
sendo assim, a renovação da energia é obtida por um ciclo aberto, cuja energia
solar é a principal fonte, e essa vem se degradando em sua maior parte em forma
de calor.

Circulação da matéria e de energia em um ecossitema. Q = energia.


Fonte: Del Val (1991)

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Resíduos Industriais

No que tangue as plantas (organismos vegetais/árvore-terra), o transporte de


matéria é vertical, uma vez que os seus recursos e as energias necessárias para a
sua subsistência são elementares e simples, por exemplo: a água e os nutrientes
são absorvidos pelo solo através das raízes, as folhas realizam a fotossíntese com a
utilização da energia solar, as folhas quando morrem caem no solo e são
decompostas em nutrientes e novamente são assimiladas pelas plantas, fechando
do ciclo vertical da matéria.

Já os animais, possuem um ciclo horizontal da matéria, uma vez que


transportar os seus resíduos a lugares diferentes de forma horizontal, comparado
ao ponto de origem, por exemplo, os animeis podem comer um alimento em um
determinado lugar, levar esse alimento para outro e ainda depositar os desejos em
um terceiro lugar.

Portanto, os animais possuem um recurso quase ilimitado de utilização de


matéria (recursos naturais), onde podem extrair os recursos de um determinado
ambiente até que seja totalmente esgotado, e em seguida podem se transportar
para outros ambientes menos degradados, para poder extrair mais os recursos
naturais.

Filosoficamente, podemos afirmar que tudo é reciclado, já que, na natureza os


resíduos são constantemente reutilizados, o que caracteriza a não existência de
resíduos na natureza (no sentido da circulação da matéria e da energia de um
ecossistema).

A problemática dos resíduos (produção descontrolada) originou de forma


singular e amplamente transcendente, uma vez que o homem deixar a sua forma
natural (posição de origem no ecossistema) e passa a viver em comunidade ou
sociedades em permanente crescimento.

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Resíduos Industriais

Fonte: http://www.eniopadilha.com.br

Com o surgimento da agricultura e da pecuária, o homem passou a ser


independente na coleta dos recursos naturais, não sendo necessários
deslocamentos grandes para obter alimentos e recursos. Logo, nasce uma
sociedade mais estável (como vimos anteriormente), onde com a alimentação
garantida e os recursos disponíveis, essa população aumenta de forma não muito
controlada, sendo um ponto de partida para a geração de resíduos (acumulação
dos resíduos não sustentáveis).

No início, as sociedades consumiam apenas alimentos de fácil decomposição e


de fácil assimilação, onde os restos de comida serviam para alimentar o gado ou
até mesmo como adubo orgânico; com a evolução da sociedade
(evolução/crescimento da humanidade), iniciou-se o processo de transformação
dos recursos naturais com a utilização das energias disponíveis, logo surgem às
metalúrgicas, as empresas químicas e outras empresas, sendo o começo das
dificuldades humanas no controle da disposição/destinação final dos resíduos.

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Resíduos Industriais

Ao longo da história, há relatos de que a dificuldade no descarte dos resíduos


foi uma grande catástrofe (no início das gerações dos resíduos industriais e rurais),
pois essa catástrofe foi aumentada devido a não existência de locais adequados
para o descarte e armazenamento, surgindo problemas sanitários diversos e o
aparecimento de novas doenças.

Foi apenas a partir do século XVIII que o descarte dos resíduos foi tratado
como um problema, onde foi iniciada uma gestão para higienização com
transporte e tratamento dos efluentes e criados ambientes para armazenamentos e
disposições/destinações finais dos resíduos.

O crescimento das cidades foi inevitável, com o adjunto da revolução


industrial, limitando a gestão dos resíduos apenas a limpar as ruas e transportar os
resíduos para ambientes distantes. Após a metade do séc. XX, o desperdício dos
recursos naturais e a degradação do meio ambiente não foram considerados como
um mal maior, onde o progresso prospera acima de tudo, o que tornou o homem
não tão consciente na conservação dos recursos naturais.

Indubitavelmente a pecuária, a exploração agrícola, o desmatamento das


florestas e o crescimento industrial e urbano, são consequências de um
crescimento exponencial das necessidades humanas, representando um elevado
impacto ambiental, que em alguns casos, são insustentáveis.

Os dias da humanidade com os resíduos

Você já parou para imaginar como seria viver em um ambiente sem resíduos.
Isso seria possível? Fazendo uma analogia chegaríamos a uma concordância que
todos os ambientes geram resíduos, uns de forma sustentável e outros não, e que o
ambiente mais limpo não é o que se limpa mais, mas sim o que gera menos
resíduo.

Hoje, o debate sobre resíduos tem alcançado patamares elevados, pois não
podemos descartar os resíduos em qualquer ambiente sem as devidas precauções,
ou seja, não podemos jogar um resíduo no mar ou, enterrar sem nenhum
tratamento.

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Resíduos Industriais

O enfoque desse alarme quanto à geração dos resíduos é devido:

 Crescimento demográfico;

 Elevada densidade de uma população em centros urbanos;

 Aumento das necessidades energéticas e de materiais;

 Não durabilidade dos produtos, assim como a não reutilização;

 Introdução do conceito “Obsolescência Programada de Produtos”.

Geração de Resíduos Sólidos Municipais ao longo do Mundo


Fonte: http://www.portalresiduossolidos.com/quem-produz-mais-lixo-no-mundo/

Através da figura acima, podemos encontra uma constante bem clara: “maior
renda, maior a quantidade de resíduos”, assim como os grandes avanços
tecnológicos ocasionam grandes gerações de resíduos, tudo isso é impelido devido
à implantação de sistemas produtivos fortes, baseados na utilização dos recursos
naturais e fontes energéticas, o que ocasiona uma maior geração de resíduos.
Outro fato bastante relevante é que quanto maior a riqueza de um país, melhor é a
sua gestão de resíduos.

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Resíduos Industriais

Na sociedade atual, onde a tecnologia é predominante, há um claro fluxo de


resíduos, onde a exploração de recursos naturais produzem uma série de resíduos
em seguida os matérias explorados são encaminhados para as zonas de
transformações (criação do produto) que gera novos resíduos, e por último os
produtos são encaminhados aos consumidores que por sua vez são gerados novos
resíduos.

O progresso da geração dos resíduos nessa sociedade atual ocorre devido:

 Aos altos impactos ambientais, que são as diversas matérias primas


utilizadas em ambientes distintos e distantes e transportados para lugares
longínquos;

 A mentalidade cada vez mais consumistas da sociedade, uma frase que


completa bem esse item é: “Consumismo é o ato de comprar o que você
não precisa, com o dinheiro que você não tem, para impressionar pessoas
que você não conhece, a fim de tentar ser uma pessoa que você não é.”

 
Consumismo
Fonte: http://fundacaoprotocantins.org/noticias-54465-noticia-consumo-ou-
consumismo.html#.Vbb7JPmkbIU

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Resíduos Industriais

 O aumento da quantidade e da periculosidade dos resíduos, onde


não podemos apenas pensar em depósitos isolados como uma fonte
de controle de resíduos periculosos, e sim pensar nos possíveis
tratamentos e na sua não geração (eliminar/reduzir a geração dos
resíduos periculosos).

O que são resíduos sólidos?

Existem diversas definições de resíduos sólidos, onde podemos afirmar ou


dizer que resíduo é todo material que carece de valor ou de interesse para o
homem, ocasionando diversas doenças.

De acordo com a DZ 1311 – inea/RJ, os restos provenientes de quaisquer


atividades ou processos de origens industrial, hospitalar, comercial, agropecuária e
outras, são considerados como resíduos sólidos.

Para a Política Nacional de Resíduos Sólidos, temos a seguinte definição:


“material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas
em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos
em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento
na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções
técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível”.

Logo, podemos entender por resíduo qualquer material resultante de um


processo de fabricação, transformação, uso, consumo ou limpeza, sendo destinado
por um gerador.

Destacamos então que o ato de viver transcende na utilização e transformação


racional dos materiais e dos resíduos, como visto na figura “Circulação da matéria e
de energia em um ecossistema”, tudo isso inserido em um processo cíclico natural,
com o propósito de não ocasionar um impacto negativo, pois a utilização não
controlada dos recursos naturais inverte o impacto, aumentando a quantidade de
resíduos que um ambiente pode assimilar.

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Resíduos Industriais

As classificações de resíduos sólidos, na maioria das vezes, estão classificadas


de acordo com o seguinte diagrama:

Tipos de Resíduos Sólidos

Intenções futuras para a gestão de resíduos

Como elucidado nos itens anteriores, os resíduos eram considerados como


materiais onde a única solução seria o despejo em áreas controladas e não
controladas, produzindo uma série de agressões ao meio ambiente, pois a geração
dos resíduos gerados pelo ser humano ultrapassa a capacidade de assimilação na
natureza. Tão logo, viu-se a necessidade de pensar nas futuras consequências da
geração de resíduos assim com em uma gestão sustentável para os resíduos
sólidos.

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Resíduos Industriais

Sendo assim temos dois possíveis cenários:

Para obtermos um intercâmbio entre a natureza e uma sociedade em que


respeita o meio ambiente, devemos possuir estratégias básicas para seguir no
futuro desenvolvendo uma correta gestão de resíduos, sendo ela:

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Resíduos Industriais

Redução na geração/produção de resíduos

Sempre que possível, deve-se tentar evitar/reduzir a geração de resíduos, por


meio:

 Tecnologia limpa;

 Produtos Ecológicos / Produtos Limpos;

 Produtos de durabilidade;

 Conscientização na utilização dos produtos;

 Conscientização na geração dos resíduos.

Reciclagem e reutilização

Uma vez gerado os resíduos, devemos submetê-los a um processo de


valorização, onde o resíduo é avaliado, para ser introduzido a um novo ciclo
produtivo, estimulando os seguintes itens:

 Implantação de uma coleta seletiva;

 Reutilização dos resíduos gerados;

 Reciclagem dos resíduos;

 Redução dos custos da reciclagem;

 Fomento quanto à redução de custos para produtos reciclados e/ou


reutilizados.

Otimização da Eliminação Final

Quando não é possível reaproveitar o resíduo gerado (através da reutilização,


reciclagem, compostagem...), deve-se descartar o resíduos sem causar grandes
impactos ambientais, onde esse descarte deve estar em consonância com a
legislação ambiental vigente.

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Resíduos Industriais

Alguns processos destacam-se quando falamos em descarte de resíduos de


forma correta, sendo eles:

 Incineração;

 Aterro Sanitário;

 Aterro Industrial;

 Coprocessamento;

 Bioreatores.

Leitura complementar:

BRAGA, Benedito. et al. Introdução a Engenharia Ambiental. 2ª ed. São


Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

LOPES, Sônia. Bio. 9ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 1998.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.
 

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Resíduos Industriais

Exercícios - unidade 1

1.A renovação de energia é obtida por um ciclo aberto, onde:

a) A energia geotérmica é a mais significativa energia, transferida em calor para os


demais organismos.

b) a energia solar é umas das principais fontes que vem se modificando na sua
maior parte em forma de calor.

c) A energia maremotriz gerada por meio do movimento das marés é a principal


energia transcrita no princípio da conservação.

d) As plantas e os animais possuem m transporte de energia vertical e em alguns


casos horizontais.

e) a energia solar em conjunto com a energia geotérmica produzem ¼ da energia


suficiente para os organismos.

2.O ciclo horizontal no transporte de matéria é exclusivo dos animais, pois:

a) O fluxo de matéria é vertical, uma vez que a energia necessária para a sua
subsistência encontra-se por meio do Sol.

b) A energia solar é o centro de todas as forças, permitindo o transporte de matéria


vertical.

c) os resíduos dos animais podem ser transportados a diferentes lugares de forma


horizontal.

d)Podem fazer o transporte matéria na vertical, assim como na horizontal, por meio
da utilização da energia solar.

e) os resíduos dos animais podem ser transportados a diferentes lugares de forma


vertical.

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Resíduos Industriais

3.Marque a alternativa incorreta:

a) Maior renda, maior a quantidade de resíduos.

b) Quanto maior a riqueza de um ambiente, melhor é a sua gestão de


resíduos.

c) O crescimento demográfico é um dos fatores ligados ao aumento da


geração de resíduos.

d) Os países com maiores rendas geram menos resíduos, uma vez que
possuem altas tecnologias.

e) O ambiente mais limpo não é o que se limpa mais, mas sim o que gera
menos resíduos.

4.A grande problemática da geração de resíduos vem sendo aumentada ao longo


do tempo, devido:

a) Centros urbanos com uma elevada densidade.

b) Produtos não duráveis.

c) Crescimento demográfico.

d) Aumento da necessidade de energia.

e) Todas as alternativas estão corretas.

5.Qual foi o motivo que ocasionou (iniciou) as dificuldades humanas no controle


dos resíduos.

a) O processo de crescimento e evolução da humanidade.

b) A utilização de alimentos de fácil assimilação pelo meio ambiente.

c) O grande crescimento de adubos orgânicos, originados de um processo de


amplo de consumo de alimentos.

d)O consumo excessivo de alimentos e de energias.

e) A falta de um gerenciamento de resíduos.

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Resíduos Industriais

6.O avanço da geração dos resíduos em uma sociedade tecnológica ocorre devido:

a) Aos altos impactos ambientais, a mentalidade cada vez mais consumista da


sociedade e do aumento da quantidade e da periculosidade dos resíduos.

b) A falta de tratamento adequado dos resíduos.

c) Aos impactos ambientais moderados, ao consumo consciente e do controle


da periculosidade dos resíduos.

d)Apenas devido ao aumento da periculosidade dos resíduos tecnológicos.

e) Nenhuma das respostas anteriores

7.De forma literal, pode-se afirmar e constatar que tudo é reciclado, uma vez que:

a) na natureza os resíduos são constantemente reutilizados, onde é


evidenciada a circulação da matéria e da energia de um ecossistema.
b) o ser humano está sempre em busca de novas tecnologias.
c) a utilização de tecnologias limpas vem sendo predominante em todos os
lugares.
d) A natureza não é capaz de assimilar as matérias em constante crescimento.
e) Nenhuma das respostas anteriores.

8.A redução da geração de resíduos é sempre possível através da utilização:

a) de Produtos de durabilidade.

b) de Aterros Sanitários.

c) da Redução dos custos da reciclagem.

d)da Reutilização dos resíduos.

e) da Implantação da coleta seletiva.

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Resíduos Industriais

9.Explique pelo menos três meios de evitar/reduzir a geração de resíduos,


explicitado no livro.

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10.Com base no fluxo de energia dos ecossistemas, comente o seguinte princípio


da conservação da matéria:

“Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”

Lavoisier

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Resíduos Industriais

2 Os Resíduos Industriais

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Resíduos Industriais

As atividades dessa unidade permearão as diversas definições de resíduos e os


seus ciclos, para posteriormente classificá-los por meio de normas.

Objetivo da Unidade:

Conhecer as classificações dos resíduos estabelecida na ABNT NBR 10.004.

Plano da Unidade:

 Conceitos e Classificações de Resíduos Industriais;

 Classificação dos Resíduos – ABNT NBR 10.004;

 Resíduos Classe I;

 Resíduos Classe II.

Bons estudos!

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Resíduos Industriais

Como visto na unidade anterior, o crescimento de um país ou de uma


determinada região aumenta a geração de resíduos sólidos, que, por sua vez, gera
inúmeros problemas ambientais, tais como: o desaparecimento de algumas
espécies e vegetações, o aquecimento global, a inversão térmica e outros. Durante
anos os setores industriais buscavam apenas as melhorias produtivas, com o
objetivo de aprimorar o seu rendimento econômico, mas nos dias de hoje, fica-se
evidente que o ser humano é uma parte dependente e integrada de um
ecossistema (biosfera), e deve-se viver de forma harmônica.

Ciclo Verde
Fonte: http://www.cicloverde.net/

Mediante a esses fatos, as atividades industriais também devem estar atentas


às manutenções e às qualidades do meio ambiente, pensando em uma forma
consciente de produzir/fabricar seus produtos através de políticas ambientais
respeitosas e com a adoção de tecnologias limpas, logo, o objetivo seria atingir o
desenvolvimento sustentável.

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Resíduos Industriais

Para que isso ocorra, deve-se levar em consideração que as matérias-primas


são limitadas, o que facilita no fomento de sua reutilização e reciclagem para que
não ocorra um desequilíbrio econômico e produtivo, sendo assim, novas
tendências de comportamentos na alta administração são essenciais.

Logo, um dos problemas mais relevantes enfrentados pelas indústrias é a


geração de resíduos, pois as empresas transformam a matéria-prima em produto
que, por conseguinte melhoram a qualidade de vida de uma sociedade, embora
em alguns casos essa transformação suceda de forma incompleta, pois ocorre a
geração de resíduos. Ressalto que no meio industrial os resíduos devem ser
considerados como matéria-prima mal utilizada.

Conceitos e classificações de resíduos industriais

Para os efeitos básicos de conceito, levaram-se em considerações as definições


baseadas na ABNT NBR 10.004/2004:

Resíduos sólidos: resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de


atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações
de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades
tomem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água,
ou exijam para isso soluções economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologia disponível.

Periculosidade de um resíduo: característica apresentada por um resíduo


que, em função de sua: propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, pode
apresentar risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças
ou acentuando seus índices e/ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for
gerenciado de forma inadequada.

Inflamabilidade: um resíduo sólido é caracterizado como inflamável (código


de identificação D001), se uma amostra representativa dele, obtida conforme a
ABNT NBR 10007, apresentar qualquer uma das seguintes propriedades:

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Resíduos Industriais

a) ser líquida e ter ponto de fulgor inferior a 60°C, determinado conforme


ABNT NBR 14598 ou equivalente, excetuando-se as soluções aquosas com
menos de 24% de álcool em volume.

b) não ser líquida e ser capaz de, sob condições de temperatura e pressão de
25°C e 1 atm produzir fogo por fricção, absorção de umidade ou por
alterações químicas espontâneas e, quando inflamada, queimar vigorosa e
persistentemente, dificultando a extinção do fogo;

c) ser um oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio e,


como resultado, estimular a combustão e aumentar a intensidade do fogo
em outro material;

d) ser um gás comprimido inflamável, conforme a Legislação Federal sobre


transporte de produtos perigosos (Portaria n° 204/1997 do Ministério dos
Transportes).

Corrosividade: um resíduo é caracterizado como corrosivo (código de


identificação D002) se uma amostra dele, obtida segundo a ABNT NBR 10007,
apresentar uma das seguintes propriedades:

a) ser aquosa e apresentar pH inferior ou igual a 2, ou, superior ou igual a 12,5,


ou sua mistura com água, na proporção de 1:1 em peso, produzir uma
solução que apresente pH inferior a 2 ou superior ou igual a 12,5;

b) ser líquida ou, quando misturada em peso equivalente de água, produzir


um líquido e corroer o aço (COPANT 1020) a uma razão maior que 6,35 mm
ao ano, a uma temperatura de 55°C, de acordo com USEPA SW 846 ou
equivalente.

Reatividade: um resíduo é caracterizado como reativo (código de


identificação D003) se uma amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT
NBR 10007, apresentar uma das seguintes propriedades:

a) ser normalmente instável e reagir de forma violenta e imediata, sem


detonar;

b) reagir violentamente com a água;

c) formar misturas potencialmente explosivas com a água;

33
Resíduos Industriais

d) gerar gases, vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para


provocar danos à saúde pública ou ao meio ambiente, quando misturados
com a água;

e) possuir em sua constituição os íons CN - ou S -2 em concentrações que


ultrapassem os limites de 250 mg de HCN liberável por quilograma de
resíduo ou 500 mg de H2S liberável por quilograma de resíduo, de acordo
com ensaio estabelecido no USEPA - SW 846;

f) ser capaz de produzir reação explosiva ou detonante sob a ação de forte


estímulo, ação catalítica ou temperatura em ambientes confinados;

g) ser capaz de produzir, prontamente, reação ou decomposição detonante


ou explosiva a 25°C e 0,1 MPa (1 atm);

h) ser explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir um


resultado prático, através de explosão ou efeito pirotécnico, esteja ou não
esta substância contida em dispositivo preparado para este fim.

Toxicidade: um resíduo é caracterizado como tóxico se uma amostra


representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10007, apresentar uma das
seguintes propriedades:

a) quando o extrato obtido desta amostra, segundo a ABNT NBR 10005,


contiver qualquer um dos contaminantes em concentrações superiores aos
valores constantes no anexo F da NBR 10004/2004. Neste caso, o resíduo
deve ser caracterizado como tóxico com base no ensaio de lixiviação, com
código de identificação constante no anexo F da referida NBR;

b) possuir uma ou mais substâncias constantes no anexo C daquela e


apresentar toxicidade (anexo presente na NBR 10004). Para avaliação dessa
toxicidade, devem ser considerados os seguintes fatores:

 natureza da toxicidade apresentada pelo resíduo; - concentração


do constituinte no resíduo;

 potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua


degradação, tem para migrar do resíduo para o ambiente, sob
condições impróprias de manuseio;

34
Resíduos Industriais

 persistência do constituinte ou qualquer produto tóxico de sua


degradação;

 potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua


degradação, tem para degradar-se em constituintes não
perigosos, considerando a velocidade na qual ocorre a
degradação;

 extensão em que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de


sua degradação, é capaz de bioacumulação nos ecossistemas;

 efeito nocivo pela presença de agente teratogênico, mutagênico,


carcinogênico ou ecotóxico, associados a substâncias
isoladamente ou decorrente do sinergismo entre as substâncias
constituintes do resíduo;

c) ser constituída por restos de embalagens contaminadas com substâncias


constantes nos anexos D ou E da NBR 10004/2004;

d) resultar de derramamentos ou de produtos fora de especificação ou do


prazo de validade que contenham quaisquer substâncias constantes nos
anexos D ou E da NBR 10004/2004;

e) ser comprovadamente letal ao homem;

f) possuir substância em concentração comprovadamente letal ao homem ou


estudos do resíduo que demonstrem uma DL50 oral para ratos menor que
50 mg/kg ou CL50 inalação para ratos menor que 2 mg/L ou uma DL50
dérmica para coelhos menor que 200 mg/kg.

Patogenicidade: um resíduo é caracterizado como patogênico (código de


identificação D004) se uma amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT
NBR 10007, contiver ou se houver suspeita de conter, microrganismos patogênicos,
proteínas virais, ácido desoxirribonucleico (ADN) ou ácido ribonucleico (ARN)
recombinante, organismos geneticamente modificados, plasmídios, cloroplastos,
mitocôndrias ou toxinas capazes de produzir doenças em homens, animais ou
vegetais. Obs.: Os resíduos de serviços de saúde deverão ser classificados conforme

35
Resíduos Industriais

ABNT NBR 12808. Os resíduos gerados nas estações de tratamento de esgotos


domésticos e os resíduos sólidos domiciliares, excetuando-se os originados na
assistência à saúde da pessoa ou animal, não devem ser classificados segundo os
critérios de patogenicidade.

Outra classificação que devemos ter atenção é quanto à origem dos resíduos,
ou seja, domiciliar, comercial, público, serviço de saúde, portos, aeroportos,
terminais rodoviários, ferrovias, indústria, agrícolas e entulhos.

Domiciliar:

Aquele originado na vida diária das residências, constituído por restos de


alimentos, produtos deteriorados, jornais, garrafas, papel e outros itens. Ressalta-se
que podemos ainda possuir produtos tóxicos.

Comercial:

São os resíduos originados dos diversos estabelecimentos comerciais e de


serviços, como supermercados, bares, restaurantes, lojas etc. Nesta classificação,
podemos destacar os seguintes resíduos: papel, plástico, embalagens diversas,
papel higiênico.

Público:

São os resíduos originados dos serviços:

 Limpeza pública urbana;

 Limpeza de praias, córregos e terrenos;

 Restos de poda;

 Retirada de animais mortos.

 E outras atividades ligadas à limpeza pública (desde que não


contrarie a legislação ambiental vigente).

36
Resíduos Industriais

Serviços de Saúde e Hospitalar:

Constituem nesta classe os materiais (resíduos) potencialmente materiais


biológicos prejudiciais à saúde, sendo originados normalmente dos seguintes
estabelecimentos: hospitais, clínicas, laboratórios, postos de saúde, laboratórios.

 Temos como exemplo desses resíduos:

 Animais usados em testes;

 Seringas;

 Algodoes e gases;

 Luvas descartáveis;

 Remédios com validade vencida;

 Meios de cultura;

 Sangue.

Insta ressaltar que os resíduos assépticos gerados nos ambientes de serviço de


saúde, quando não entram em contato com os materiais biológicos e segregados
separadamente, serão classificados como domiciliar (pela sua semelhança).

Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferrovias:

Constituem os resíduos sépticos, logo o que contém ou que poderiam conter


germes, produzidos nos portos aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários,
sendo constituído normalmente de materiais de higiene, restos de alimentos, os
quais podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados e
países.

Os resíduos assépticos desses estabelecimentos, quando segredados de forma


adequada (não entrando em contato com os resíduos sépticos), são classificados
como domiciliar pela sua semelhança.

37
Resíduos Industriais

Industrial:

Aqueles resíduos originados das diversas atividades indústria, tais como


metalúrgica, química, petroquímica, papelaria, alimentícia etc.

Esse resíduo é bastante diversificado, podendo ser representado por cinzas,


lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras,
borrachas, metais, escórias, vidros e cerâmicas etc.

Agrícola:

São resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária, onde temos como
exemplo as embalagens de fertilizantes e de defensivos agrícolas, rações, restos de
colheita etc.

Em diversos lugares, foi ligado o sinal vermelho para os resíduos agrícolas,


devido a sua grande quantidade, onde fica em destaque a grande quantidade de
estercos gerados.

Entulho:

A construção civil é responsável por esses resíduos, que são formados por:
restos de obra, materiais de demolição, materiais derivados de escavações e outros.
Esses resíduos na sua grande maioria são considerados inertes, podendo ser
reaproveitado, mas ressalto que existe também uma gama de materiais que não
são passiveis de reaproveitamento, pois apresentam toxicidade na sua constituição
(latas de tintas e solventes, peças de amianto, metais diversos etc).
Origem do Resíduo Responsável
Domiciliar Município
Comercial Município (a)
Público Município
Serviço de Saúde Gerador
Industrial Gerador
Portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários. Gerador
Agrícola Gerador
Entulho Gerador
(a) A prefeitura normalmente é responsável pelos resíduos comercias, desde que gerados em
pequenas quantidades (geralmente inferiores 50kg), logo deve-se sempre consultar as legislações
de cada região para definir melhor as responsabilidades.

38
Resíduos Industriais

Classificação dos Resíduos – ABNT NBR 10.004

Os resíduos gerados a partir das atividades industriais estão assim dispostos de


acordo com sua classificação pela ABNT NBR-10.004/2004:

Resíduos classe I – Perigosos;

Resíduos classe II – Não perigosos;

 Resíduos classe II A – Não inerte;

 Resíduos classe II B – Inertes.

Resíduos Classe I

Segundo a norma os Resíduos Classe I - Perigosos: São resíduos que


apresentam risco à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma
significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de doenças, e/ou riscos ao
meio ambiente, quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma
inadequada. Podem apresentar uma das seguintes características: inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.

Nos estaleiros, por exemplo, os resíduos da Classe I são originados


normalmente das atividades de pintura, de óleos combustíveis e de lubrificantes
provenientes dos reparos navais. Logo para o acondicionamento desses resíduos
devem-se levar em consideração as legislações ambientais vigentes de cada região
(união, estado, município), onde o foco principal é a manutenção de um meio
ambiente saudável.

Segue alguns exemplos de Resíduos Classe I gerados nas atividades navais:


 Lodo de fossa séptica;
 Solventes contaminados com tintas e catalisador;
 Sobras e borras de tintas;
 Borras semilíquidas de tintas;
 Óleo Usado contaminado;
 Pó e fibra de vidro.

39
Resíduos Industriais

Algumas soluções para os resíduos supracitados:

O lodo gerado pelo sistema fossa filtro pode ser retirado semestralmente por
caminhão a vácuo com respectiva licença do órgão ambiental competente, sendo
o descarte feito em estação de tratamento de esgoto sanitário ou ser depositado
em um leito de secagem para posteriormente ser encaminhado a um aterro
sanitário.

Para os demais resíduos (solventes contaminados com tintas e catalisador,


sobras de tintas, borras semilíquidas de tintas, óleo usado contaminado, pó e fibra
de amianto, resíduos e lodos de tintas provenientes da pintura), podem ser
segregados com o armazenamento em abrigo de resíduos, para realização da
venda, reciclagem ou o descarte economicamente viável e ecologicamente seguro.

Resíduos Classe II

De acordo com a NBR 10.004:04 os Resíduos Classe II – Não perigosos, são


divididos em dois grupos:

A. Não inertes: Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos


classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B - Inertes, nos termos da ABNT NBR
10004. Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Ex.: Sucata de
madeira, resíduos de alimentos, cinzas, papel.

B. Inertes: Quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma


representativa, segundo a NBR 10.007, e submetidos a um contato estático ou
dinâmico com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme
teste de solubilização (NBR 10.006), não tiverem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água. Ex.:
vidros, tijolos.

Segue alguns exemplos de resíduos classe II-A gerados:

Trapo com menos de 10% de contaminação de óleo - DZ 1311 - Inea;

Papel / Papelão;

Pó de serragem.

40
Resíduos Industriais

Soluções para estes variedades de resíduos:

 O pó de serragem pode ser recolhido e armazenado para as medidas


de contingências em caso de vazamento de óleo ou outros fluidos
agressivos.

 Para o papel e papelão e outros resíduos dessa característica


recomenda-se uma criação de uma Comissão Interna para tratar dos
resíduos gerados, onde esta comissão poderá certificar os setores
que dispõem de coleta seletiva e multiplicar a consciência ambiental
no estabelecimento.

 O trapo pode ser descartado em aterro sanitário, desde que


apresente menos de 10% de óleo, de acordo com a DZ 1311 revisão
4 de 1994 da FEEMA (hoje INEA/ RJ).

A geração de resíduos classe II B – Inertes, tem como geração principal (na


maioria dos estabelecimentos) a área da produção, nos casos dos estaleiros
podemos citar: o setor de solda, atividades em diques, setores de tubulações e
oficina elétrica, gerando normalmente os seguintes resíduos:

 Sucata de metais ferrosos;

 Sucata de Metais não ferrosos;

 Resíduos de Plásticos;

 Resíduos de Borracha;

 Galões Combustíveis;

 Madeiras;

 Latas de tintas;

 Vidro.

Para os resíduos citados acima, recomenda-se a coleta seletiva de resíduos de


acordo com a Resolução CONAMA 275/01.

41
Resíduos Industriais

Caracterização e classificação de resíduos


Fonte: ABNT NBR 10.004

42
Resíduos Industriais

Nesta unidade você compreendeu alguns dos diversos conceitos dos resíduos
industriais, sendo capaz de identificá-los e classificá-los baseado na ABNT NBR
10.004. Para um melhor rendimento das próximas unidades, faça uma pesquisa das
possíveis atividades industriais e as suas relações com os resíduos e as vias de
contaminação desses resíduos.

Leitura complementar:

Associação Brasileira de Normas Técnica. ABNT/NBR 10004 – Associação


Brasileira de Normas Técnicas, Classificação de Resíduos Sólidos, ABNT, 2004.

RESOLUÇÃO CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

43
Resíduos Industriais

Exercícios – unidade 2

1.Marque a alternativa incorreta:

a) Um resíduo líquido com ponto de fulgor de 45ºC é considerado inflamável.

b) Os efeitos nocivos pela presença de agente teratogênico, mutagênico,


carcinogênico ou ecotóxico, associados a um resíduo, o torna tóxico;

c) Os resíduos periculosos são caracterizados pelas suas propriedades físicas,


químicas e infectocontagiosas que podem apresentar riscos a saúde dos seres
humanos.

d) Um resíduo aquoso com pH 13 é considerado corrosivo.

e) Um gás comprimido é considerado com resíduo inflamável, conforme


legislação Federal.

2.Um recipiente plástico quando misturado com ácido desoxirribonucleico, deverá


para o seu descarte ser definido como:
a) Patogênico
b) Tóxico
c) Reativo
d) Corrosivo
e) Inflamável

3.Podemos considerar como resíduo classe I de acordo com a NBR 10004.

a) Os resíduos plásticos.
b) Os resíduos de borracha.
c) Os resíduos de pós e fibras de amianto.
d) Os resíduos de papel e papelão.
e) Os bagaços de cana.

44
Resíduos Industriais

4.A reatividade de um resíduo é caracterizada quando:


a) Um resíduo líquido possui um pondo de fulgor inferior a 60°C
b) Reage com a água de forma moderada e lenta.
c) Um resíduo líquido possui um pondo de fulgor superior a 60°C
d) gera fumos tóxicos e danos à saúde pública e/ou ao meio ambiente, quando
misturados com a água.
e) Quando misturado com água destilada não altera as característica de
potabilidade do meio.

5.São considerados como resíduos sólidos:

a) Os resíduos resultam de atividades de origem industrial, doméstica,


hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.

b) Os lodos provenientes do tratamento de água.

c) Os líquidos/lodos cujas particularidades tomem inviável o seu lançamento na


rede pública de esgotos.

d) Os líquidos/lodos cujas particularidades tomem inviável o seu lançamento


nos corpos água.

e) Todas as respostas anteriores.

6.Quanto ao ciclo verde, marque a alternativa correta:

a) Para um empreendimento ser ecologicamente correto, este não poderá


utilizar os recursos naturais.

b) Os resíduos recicláveis devem ser reincorporados pelos consumidores.

c) Os empreendimentos ecologicamente corretos devem trabalhar apenas com


os recursos naturais, de forma finita e infinita.

45
Resíduos Industriais

d) Para um bom funcionamento do ciclo verde, os empreendimentos devem


utilizar em seus processos (sempre que possível), resíduos orgânicos, resíduos
reciclados e recursos naturais.

e) O ciclo verde determina que os produtos devam ser originados dos materiais
reciclados.

7.Um material quando descartado, apresenta apenas 1,5 mg/L de cobre e


0,04mg/L de prata solubilizado em água, logo será classificado como:

a) Classe I

b) Classe II - A

c) Classe II – B

d) Classe I e II

e) Nenhuma das respostas anteriores.

8.O gerenciamento de resíduos, pautado em um desenvolvimento sustentável,


deve pensar sempre na manutenção e na qualidade do meio ambiente, por meio
de:

a) Uma conscientização abrangente em todos os níveis organizacionais.

b) Uma política ambiental respeitosa.

c) Utilização de tecnologia limpa.

d) Atendimento aos requisitos legais e subscritos internos.

e) Todas as alternativas estão corretas.

46
Resíduos Industriais

9.Escolha um ambiente (sua casa, local onde você trabalha ou outro), e quantifique
9 tipos de resíduos, sendo 3 da Classe I, 3 da Classe II-A e 3 da Classe II-B.

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10.Quais medidas ecologicamente correta, você escolheria para o descarte dos


resíduos escolhidos na questão anterior (questão nº 9).

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Resíduos Industriais

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Resíduos Industriais

3 Gestão de Resíduos
Industriais

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Resíduos Industriais

Nesta unidade, estudaremos as etapas do gerenciamento de resíduos


industriais, abordando as fases de segregação, acondicionamento e transporte de
resíduos, além dos programas de gestão de resíduos e da Análise do Ciclo de Vida.

Objetivo da Unidade:

 Apresentar a dinâmica de uma gestão de resíduos industriais.

Plano da Unidade:

 Programas de Gestão de Resíduos Tóxicos e Perigosos.

 Exemplo: Diagnóstico Ambiental da Gestão de Resíduos Industriais.

 Coleta e Transportes dos Resíduos.

 Veículos Coletores.

 Armazenagem dos resíduos industriais – in loco.

 Intenções Futuras.

Bons estudos!

50
Resíduos Industriais

Gestão de Resíduos Industriais

A gestão de resíduos industriais é contextualizada em processos, que


compreendem a coleta, o armazenamento, a valorização, o tratamento, a
disposição final e a comercialização.

Ressalta-se que as operações de reciclagem na fonte, que reincorporam ao


processo produtivo de um determinado gerador, não são consideradas atividades
de gestão de resíduos.

Os grandes prejuízos à saúde, ao meio ambiente e às perdas de produtos com


valores (produtos que poderiam ser reutilizados e/ou reciclados), demonstram a
necessidade de um gerenciamento de resíduo, onde podemos destacar os
seguintes resíduos:

 Produtos envelhecidos: produtos descartados devido à data de validade;

 Elementos inutilizáveis: temos como exemplo: baterias usadas e


catalisadores utilizados; pois esses resíduos compreendem os elementos
ou equipamentos que tem a sua vida útil esgotada;

 Resíduos de usinagem: tiras e aparas dos processos de usinagem. Temos


como exemplo: torneamento, fresagem e retífica;

 Resíduos de processos industriais de produção: são os resíduos


produzidos nos processos industriais, onde podemos destacar os lodos
de destilação e decantação, as escorias e outros;

 Resíduos de processos de extração e preparação de matérias-primas: são


os resíduos que podem transferir a contaminação a outro meio receptor,
quando é gerado nas primeiras transformações da matéria-prima;

 Materiais adulterados ou contaminados: são os materiais contaminados


ou adulterados no processo produtivo, como por exemplo, rompimento,
danificação deterioração dos recipientes;

 Resíduos de processos de controle da contaminação: são os resíduos


gerados nos processos de controles diversos, tais como, lodos
provenientes da lavagem de gases e filtros usados;

51
Resíduos Industriais

 Substância que tenha perdido parte das características requeridas:


materiais que deixam de se comportar de forma regular por
contaminação, desgastes e/ou deterioração;

 Produtos fora de especificação ou de normas: resíduos gerados devido à


falta de adequação aos processos produtivos ou produtos devolvidos
pelos clientes;

 Materiais e produtos acidentalmente deteriorados: materiais ou produtos


afetados por derramamento ou por acidentes diversos.

Para uma correta gestão de resíduos industriais, primeiramente devemos


caracterizar os resíduos (alguns casos em laboratório) e classificá-los, para
posteriormente proceder com os encaminhamentos finais (tratamento, valorização
ou comercialização), a figura abaixo demonstra o processo:

Gestão de Resíduos – Processos

52
Resíduos Industriais

A figura (Gestão de Resíduos – Processos) demonstra três fatores


determinantes na Gestão dos Resíduos Industriais; sendo eles:

 Gerador: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que


geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o
consumo (Lei nº 12.305 / 2010);

 Transportador: pessoa física ou jurídica autorizada por órgãos


competentes a realizar o transporte para áreas de valorização ou
eliminação;

 Gestor dos Resíduos: pessoa física ou jurídica, que garante a valorização


ou a eliminação dos resíduos.

Programas de Gestão de Resíduos Tóxicos e Perigosos

No gerenciamento de resíduos industriais, a prevenção de um impacto


ambiental é priorizada comparada com a remediação. Seguindo essa ótica, os
programas de gestão de resíduos tóxicos e perigosos incluem procedimentos que
permeiam a prevenção, a minimização, a reciclagem e a reutilização dos resíduos,
colocando ainda em foco a otimização dos processos produtivos a fim de eliminar
a geração do resíduo.

Com o intuito de preservar e proteger o meio biótico e abiótico, o programa


de gestão de resíduos tóxicos e perigosos aplica um conjunto de medidas:

 Prevenção da contaminação provocada por este tipo de resíduo;

 Minimização, valorização e otimização dos métodos de eliminação;

 Aplicação dos princípios de proximidade e suficiência (1):

 Aplicação do princípio de responsabilidade compartilhada;

 Aplicação do princípio do “poluidor pagador” (2);


(1) Deve-se estabelecer o princípio de autossuficiente no campo territorial, ou seja, cada
zona de produção de resíduos deve ser capaz de estabelecer controles e tratamentos
necessários para que os resíduos gerados sejam administrados de forma correra.
(2) Princípio de que “quem contamina paga”, fomenta a prevenção e a redução do
problema na fonte. Ressalta que esse princípio não da o direito as empresas de contaminar o
meio ambiente.

53
Resíduos Industriais

Os objetivos de um programa de gestão de resíduos tóxicos e perigosos são os


seguintes:

 Empregar as melhores tecnologias a fim de eliminar e/ou reduzir a


geração de resíduos;

 Conscientizar todos por meio de uma educação ambiental contínua;

 Aumentar a valorização dos resíduos, por meio do fomento da


reciclagem;

 Minimizar os resíduos quanto à quantidade, à toxidade e à


periculosidade.

Para a execução adequada e confiável desses objetivos, deve-se utilizar uma


série de instrumentos, onde a proteção do meio ambiente prevalecerá, contra os
efeitos tóxicos e perigosos dos resíduos, a figura abaixo elucidará esses
instrumentos.

Instrumentos da Gestão

54
Resíduos Industriais

Instrumentos Técnicos

Este item, quando relacionado à gestão de resíduos tóxicos e perigosos, deve


ser baseado em três pontos:

 Prevenção: a minimização deve ser o ponto chave do programa, onde a


utilização de tecnologia limpa, economia de energia e de matérias-primas são
exigências da busca de um desenvolvimento sustentável;

 Valorização: a visão da reciclagem é a ideal para a valorização dos


subprodutos recuperados;

 Otimização da eliminação: o tratamento da reciclagem consiste em


desenvolver e implementar projetos voltados a inertização ou desintoxicação
dos resíduos.

Instrumentos Normativos

Os subscritos legais e normativos estão nas primeiras linhas de ações dos


instrumentos da gestão, pois ordenam as medidas a serem tomadas; hoje, a
Política Nacional de Resíduos Sólidos é um dos tripés normativos.

Instrumentos Econômicos

O foco desse instrumento é internalizar as medidas de redução de resíduos e a


valorização dos materiais nos processos produtivos de uma indústria.

Essas medidas fazem com que o potencial gerador de resíduos tóxicos e


perigosos converta-se em um ativo de redução e de valorização.

Instrumentos Organizativos

O programa de gestão para alcançar o êxito, deve possuir uma estrutura


organizativa adequada, exercendo uma responsabilidade compartilhada com
todos os administradores que possuem interesses legítimos na gestão em questão.

Instrumentos Informativos e Educacionais

A Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795 / 1999) e a Política


Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938 / 1981) preveem que a população tem o
direito de saber dos acontecimentos ambientais, devendo a iniciativa pública e/ou
privada, proferir com os informativos e com a educação ambiental.

55
Resíduos Industriais

Insta salientar que as indústrias geradoras de resíduos tóxicos e perigosos,


devem dispor de informação e assessoramento técnico, e que a informação é uma
das chaves na prevenção do resíduo.

Exemplo: Diagnóstico Ambiental da Gestão de Resíduos Industriais

A seguir, será apresentado um exemplo de perguntas, questionamentos,


identificações e outros, necessários para realizar um levantamento inicial do
cenário de uma empresa, com relação à dinâmica dos resíduos industriais.
1- Nome da Empresa:
Data:
2- Atividades Desenvolvidas (devem-se inserir as atividades da empresa e dos
setores):

3- Superfície Ocupada (m²):


4- Potência Instalada (CV):
5- Pessoal
Organograma da Empresa:
Número de funcionários:
6- Há uma política de Resíduos? Em que consiste?

7- Há procedimentos internos quanto à gestão de resíduos? Quais?

8- Os procedimentos relacionados aos resíduos são cumpridos?

9- Há um monitoramento da quantidade de resíduos gerados?

10- Existem estudos ligados à redução e/ou reciclagem de resíduos?

11- Produção de Resíduos

Resíduo Origem Quantidade Tratamento Empresa


responsável

56
Resíduos Industriais

12- Que tratamento os resíduos recebem?

13- Que subprodutos se obtêm? Quais os seus destinos?

14- Que resíduos são utilizados na própria empresa?

15- Que resíduos são reutilizados por outra empresa?

16- Classificação, característica e destino

Resíduo Identificação Estado Quantidade Composição Precaução Destino


Físico

17- Há procedimentos que oriente os funcionários quanto à manipulação dos


resíduos? Quais?

18- Tempo em que os resíduos ficam no local onde foram gerados (min):

19- Cargo/função dos funcionários que retiram os resíduos:

20- A empresa dispõe de manifesto de resíduos?

21- A empresa elabora anualmente o inventário de resíduos?

Coleta e Transportes dos Resíduos

Na coleta e no transporte dos resíduos industriais deve-se em primeiro lugar


segregar resíduo, diferenciando as suas características (perigosos, inertes, não
inertes, tóxicos e outros).

Existem diversos modelos de coletores de resíduos industriais, que podem ser


classificados em duas faixas:

57
Resíduos Industriais

 Contêineres fechados: são utilizados normalmente para os resíduos inertes,


assimiláveis a urbanos e especialmente para os resíduos perigosos, pois
evitam a contaminação, elimina/reduz o mau cheiro e a quantidade de
insetos e melhora a os aspectos visuais.

 Contêineres abertos: destinados aos resíduos não tóxicos e perigosos.


Normalmente as industriais que produzem uma grande quantidade de
volume desses resíduos inertes ou assimiláveis a urbanos, como por exemplo,
obras (entulho), utilizam os contêineres abertos.

58
Resíduos Industriais

Veículos Coletores

Seguem as definições e classificações dos veículos coletores de acordo com a


ABNT NBR 12980:

Veículo coletor

Veículo dotado de carroceria especialmente projetada para coleta de resíduos


a que se destina e com recurso de descarga sem uso de mão humana.

Veículo basculante, tipo standard.

Veículo equipado com caçamba basculante


sem cobertura, podendo estar equipado, ou não,
com guindaste provido de garra, tipo clamshell
ou pólipo. Pode ser utilizado para transportar
sucata, entulho, resíduos volumosos ou animais
mortos.

Veículo para coleta ambulatorial

Veículo utilitário com carroceria especial,


estanque, que permite alto nível de higiene e
que pode transportar sacos descartáveis, sem
rompê-los.

59
Resíduos Industriais

Veículo coletor compactador

Veículo de carroceria fechada, contendo


dispositivo mecânico ou hidráulico que
possibilite a distribuição e compressão dos
resíduos no interior da carroceria e sua
posterior descarga.

Veículo coletor convencional, tipo prefeitura

Veículo com carroceria fechada, metálica,


construído em forma de caixa retangular, com a
parte superior abaulada, onde existem janelas
providas de tampas corrediças pelas quais se
efetua a carga dos resíduos, sem que eles sofram
qualquer ação de compressão mecânica e cuja
descarga se dá por basculamento da carroceria.

Armazenagem dos resíduos industriais – in loco

A armazenagem é a parte da logística responsável pela guarda temporária de


produtos em geral, no nosso caso os resíduos. Pode ter uma variação de tipo de
local físico, conforme característica e necessidade do produto, como por exemplo,
local coberto, local descoberto, local com temperatura controlada etc. Pode ter
variação de tipo de estocagem, conforme característica e necessidade do produto,
como por exemplo, prateleira, gaveta, cantiléver, baia etc.

Os resíduos devem ser mantidos em locais próximos ao ambiente da geração,


onde se deve respeitar as condições de segurança e identificar o tipo de resíduo.

60
Resíduos Industriais

Os recipientes para armazenamento têm que possuir características especiais,


que permitam o armazenamento temporário adequado (vide figura Exemplos de
contêineres / coletores de Resíduos), caso não seja possível o armazenamento
temporário no local da geração do resíduo, recomenda-se que, este seja
encaminhado para uma central de resíduos (abrigo de resíduos).

O abrigo de resíduos é uma parte importantíssima na dinâmica da gestão de


resíduos industriais, pois permite o encaminhamento para o aterro, para a
incineração, para o coprocessamento de forma mais segura, além de permitir
acumular uma quantidade de resíduos recicláveis para uma posterior valorização
mais eficiente.

A construção de um abrigo de resíduo deve seguir as seguintes


recomendações:

 Ser construído em alvenaria e dimensionado de acordo com a quantidade


dos resíduos gerados e a frequência de sua coleta;

 Possuir separações para os diversos resíduos gerados;

 Ser instalado em um local de fácil acesso, tanto para a coleta interna quanto
a externa;

 Pisos e paredes revestidos de material liso, impermeável, lavável, o que


facilita a sua higienização;

 Aberturas para ventilação de no mínimo, 1/20 da área do piso e com tela de


proteção contra insetos.

 Porta com abertura para fora, tela de proteção contra roedores e vetores e
de largura compatível com os recipientes de coleta externa;

 As instalações elétricas devem ser intrinsecamente seguras, ou seja, à prova


de ignição;

 Deve possuir dique de contenção para os resíduos líquidos, compatível


com o seu volume;

 Possuir símbolo de identificação, em local de fácil visualização, de acordo


com a natureza do resíduo.

61
Resíduos Industriais

Intenções Futuras

A intenção da gestão de resíduos possui um objetivo bem claro, o da redução


do volume do resíduo e da redução da toxidade e da periculosidade, sendo
alcançados por meio da prevenção, minimização e valorização dos resíduos.

Logo, devemos entender que a dinâmica da gestão de resíduos industriais,


não está restrita exclusivamente na coleta, no armazenamento, no transporte, na
recuperação e na eliminação que procuram fornecer ao resíduo, pois essa dinâmica
é uma visão de todos os processos que iniciam no tratamento da matéria-prima e
termina quando finalizamos a produção do produto. A gestão de resíduos
industriais deve possuir uma ótica mais integrada, que permeará as etapas de
prevenção, minimização e valorização.

A prevenção trabalhará com os investimentos em tecnologias ecológicas,


focando na redução do consumo dos recursos diversos e gerando produtos com
maior facilidade de reciclagem e reutilização. Na minimização procura-se um
tratamento de resíduos na fonte, buscando também um avanço tecnológico, que
permite em alguns casos a reutilização de produtos secundários como matéria-
prima, além de fomentar a reciclagem e redução de substâncias, de energia e de
água. Já na valorização o objetivo é aumentar a quantidade de resíduos destinados
para a reciclagem, reduzindo a quantidade dos resíduos tóxicos e perigosos.

Nessa abordagem não poderíamos deixar de elucidar a Análise do Ciclo de


Vida (ACV), que é por definição, um procedimento para avaliar os impactos
ambientais associados a um processo, produto e/ou atividade. Para isso, é
necessário identificar e quantificar todas as matérias-primas e energias utilizadas,
assim como os resíduos gerados durante o processo produtivos e durante toda a
vida útil do produto.

62
Resíduos Industriais

Cadeia do ciclo de vida


Fonte: http://adezan.com.br/responsabilidades/ciclo-de-vida-das-embalagens/

63
Resíduos Industriais

Com relação às normas ambientais, estamos tangenciando a implantação de


políticas ambientais baseadas em melhorias ambientais nos setores produtivos,
onde temos como exemplo:

 Implantação do P+L (Produção mais Limpa);

 Implementação do setor ecoindustrial;

 Desenvolvimento de programas de minimização de resíduos;

 Adoção de selo verde;

 Sinalização ambiental setorial nas embalagens.

Insta ressaltar, que as sinalizações ambientais nas embalagens fornecem


informações ambientais aos cidadãos, no que se refere às características e valores
ambientais dos produtos e/ou das embalagens.

Exemplos de Identificação / Sinalização

64
Resíduos Industriais

Na unidade 3, você foi capaz de conhecer uma gestão de resíduos industriais,


assim como evidenciou as etapas iniciais da elaboração de um programa de gestão
de resíduos, através de um diagnóstico ambiental inicial. Agora, você está pronto
para avançar para a próxima unidade.

Leitura complementar

Introdução a Engenharia Ambiental – 2ª Ed, Vários Autores, São Paulo,


Pearson Prentice Hall, 2005.

MARTINI JÚNIOR, Luiz Carlos de. Gestão Ambiental na Indústria. Rio de


Janeiro, Destaque, 2003.

ANVISA. Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde


Tecnologia em Serviço de Saúde Brasília, 2006.

BRASIL. RESOLUÇÃO CONAMA 313, de 22 de novembro de 2002. – Dispõe


sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, Rio de Janeiro, 2002.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnica. ABNT/NBR 10004 –


Associação Brasileira de Normas Técnicas, Classificação de Resíduos Sólidos, ABNT,
2004.

BRASIL, Lei nº 12.305, de agosto de 2010, Institui a Política Nacional de


Resíduos Sólidos, Brasília, 2010.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

65
Resíduos Industriais

Exercícios – unidade 3

1.Na Gestão de Resíduos (Processos), temos três elementos determinantes


sendo eles:

a) Cooperativas – Usinas de Reciclagem – Aterro de Resíduos

b) Gerador – Poluidor – Responsáveis

c) Gerador – Transportador – Órgão Ambiental

d) Gerador – Cooperativas – Aterro Sanitário

e) Gerador – Transportador – Gestor dos Resíduos

2.Pautado na ideia da preservação e da proteção do meio ambiente, o


programa de gestão de resíduos deve aplicar:

a) o princípio de responsabilidade compartilhada

b) a valorização e otimização dos resíduos

c) a prevenção da contaminação

d) o princípio de proximidade e suficiência

e) Todas as respostas anteriores

3.Preencha o diagrama com os respectivos instrumentos:

66
Resíduos Industriais

4.O transporte de resíduos possui uma grande variação de veículos que


podem ser utilizados, o veículo de transporte com carroceria fechada, com
dispositivo compressão de resíduos, é conhecido como:

a) Veículo para coleta ambulatorial

b) Veículo basculante, tipo standard

c) Veículo coletor convencional, tipo prefeitura

d) Veículo coletor compactador

e) Nenhuma das respostas anteriores

5.Marque a alternativa que demonstra uma forma correta da sequência dos


processos da Gestão de Resíduos.

a) Redução → Reutilização → Reciclagem

b) Geração → Caracterização → Classificação → Determinação → Transporte


→ Comercialização

c) Geração → Acondicionamento → Transporte → Valorização

d) Geração → Classificação → Transporte → Disposição Final

e) Geração → Acondicionamento → Transporte → Tratamento

6.O instrumento da gestão de resíduos que leva em consideração a Prevenção,


a valorização e a otimização da eliminação é:

a) Instrumento Normativo

b) Instrumento Organizativo

c) Instrumento técnico

d) Instrumento Educacional

e) Instrumento Econômico

67
Resíduos Industriais

7.A gestão de resíduos industriais é baseada em processos, que


compreendem:

a) Minimização do resíduo.

b) coleta, armazenamento, valorização, tratamento, disposição final e


comercialização.

c) Minimização, reutilização e valorização.

d) armazenamento, valorização, tratamento, disposição final, comercialização,


ACV e Neutralizações.

e) Apenas na coleta e no tratamento.

8.Um abrigo de resíduo deve possuir uma série de exigências ambientais,


onde podemos afirmar que pertence a essas exigências:

a) A identificações dos resíduos depositados

b) As instalações elétricas à prova de ignição

c) A cobertura

d) Paredes impermeáveis

e) Todas as respostas anteriores

68
Resíduos Industriais

9.No estado do Rio de Janeiro, o órgão ambiental (Inea) monitora os resíduos


industriais por meio de manifestos de resíduos, permitindo-o conhecer e monitorar
a geração, o transporte e a destinação final dos resíduos gerados, esse manifesto é
elaborado de acordo com a DZ-1310 - Sistema de Manifesto de Resíduos. Nesse
documento que dever ser elaborado em 4 vias, possui 3 atribuições/responsáveis
distinto, defina-os.

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10.Você foi contratado como Engenheiro Ambiental de uma empresa de


produtos químicos diversos, em sua primeira atividade foi determinado que fizesse
um projeto de um abrigo de resíduos. Como você iniciaria o seu projeto e como
seria o seu abrigo de resíduos?

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69
Resíduos Industriais

70
Resíduos Industriais

4
Minimização de Resíduos
Industriais

71
Resíduos Industriais

A presente unidade abordará as premissas de um programa de minimização


de resíduos industriais, permeando o DAOM – Diagnóstico Ambiental Orientado à
Minimização, destacando as ações prévias à minimização por meio da redução e da
reciclagem na fonte.

Objetivo da Unidade:

Compreender as finalidades e as pretensões da minimização e conhecer o


DAOM.

Plano da Unidade:

 Ações Prévias à Minimização

 Redução na Fonte

 Reciclagem na Fonte

Bons estudos!

72
Resíduos Industriais

Lixo:

1. Aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua e se joga fora; entulho.

2. Tudo o que não presta e se joga fora.

3. Sujidade, sujeira, imundície.

4. Coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor.

(ferreira, 1986).

As questões ambientais nas ultimas décadas começaram a adquirir uma


crescente importância no mercado mundial, entretanto as metodologias para
soluções ambientais com os resíduos na maioria dos casos estão na destinação de
um tratamento no final do processo produtivo, essa solução é chamada de “fim da
linha”, mas vale destacar que essa metodologia na maioria das vezes não é a mais
adequada, pois demanda grandes investimentos com difíceis retornos e não
agregam valor ao produto gerado.

Mediante a esse cenário e a busca de novos métodos mais rentáveis, a


prevenção da geração dos resíduos torna-se indispensável, onde devemos fazer
sempre a pergunta, realmente é inevitável a geração desses resíduos?
Sendo assim surge o conceito de minimização (prevenção na fonte), onde as
medidas adequadas internamente e o tratamento do resíduo na fonte, pertence a
esse conceito. Insta ressaltar que minimização da produção de resíduos deve ser
sempre a primeira opção na Gestão de Resíduos.

Quando abordamos o problema na origem, a empresa ganha benefícios que


permitem melhorar a sua competitividade, pois há uma adequação às normas além
do proveito financeiro. Um estudo intenso e abrangente dos processos produtivos
e a razão da geração dos resíduos conduz, na maioria das vezes, às soluções do tipo
preventivo que permeiam em ganhos econômicos, melhorias no processo e na
qualidade do produto. Vale destacar que em muitos casos podemos considerar
que resíduo gerado é matéria-prima mal utilizada.

73
Resíduos Industriais

Logo, a implementação de métodos minimizadores abrange um benefício em


médio e longo prazo. A maior otimização dos processos de fabricação, a economia
de matérias-primas, de energia e de água utilizadas no processo produtivo, assim
como a reorganização do trabalho das empresas são fatores imprescindíveis à
melhoria ambiental da indústria.

A minimização é um resultado da reciclagem na fonte e da redução dos


resíduos.

Ações Prévias à Minimização

D.A.O.M. – Diagnóstico Ambiental Orientado à Minimização

A ausência de instruções nas indústrias é um dos motivos para não


trabalharem na prevenção da poluição, sendo assim a busca por suporte técnico de
terceiros é uma das alternativas adotadas, pois permite a elaboração de um
Diagnóstico Ambiental Orientado à Minimização.

74
Resíduos Industriais

Pertence ao DAOM Não pertence ao DAOM


 Avaliação coordenada por um  Auditoria Ambiental, mesmo que
profissional que detêm o seja utilizada nos processos de
conhecimento; certificações;
 Avaliação com informações técnicas  Uma avaliação generalizante; ao
suficientes e realizadas em um curto contrário.
período de tempo;
 Avaliação ou diagnóstico pode ser
realizado em um site isolado e/ou em
toda a empresa;
 Avaliação que induz as possíveis
oportunidades de prevenção da
poluição na fonte (redução e
reciclagem).

Quando elaborado um DAOM, devem-se levar em considerações alguns


parâmetros, para mantermos uma estrutura semelhante:

 Considerações iniciais;

 Reconhecimento / descrição da empresa;

 Descrição do processo com fluxogramas;

 Levantamento e descrição do fluxo dos resíduos;

 Descrição das alternativas / soluções para a minimização;

 Representação das alternativas recomendadas referente à minimização e


valorização econômica;

 Anexo com documentos comprobatórios que validam como verdadeiras as


atividades, as quantidades de resíduos gerados, as destinações de resíduos
e outros.

75
Resíduos Industriais

Uma das finalidades do DAOM é oferecer opções técnicas e econômicas


viáveis à prevenção da poluição. Logo torna-se necessário a adoção de métodos
que permite a verificação da situação atual, com as possíveis soluções.

Opções Propostas Custo Estimativa da Amortização


Técnicas Orientativo (R$) do Investimento (anos)
Detectadas
Opção 1 Alternativa (1) R$ Anos
Alternativa (2) R$ Anos
Alternativa (n) R$ Anos
Opção 2 Alternativa (1) R$ Anos
Alternativa (2) R$ Anos
Alternativa (n) R$ Anos
Opção n Alternativa (1) R$ Anos
Alternativa (2) R$ Anos
Alternativa (n) R$ Anos
Total:

Para a funcionalidade da análise, devemos dispor de dados comparativos,


entre as opções (alternativas) e a realidade da empresa, onde vemos verificar os
investimentos em equipamentos, custos de operações, preço das alternativas e
outros. Só assim poderemos calcular o valor da economia das implantações
voltadas à minimização e valorização dos resíduos.

No caso de não dispor deste tipo de dados, o DAOM fornecerá apenas


alternativas tecnicamente viáveis aos casos de prevenção ambiental.

Para uniformizar ao máximo a metodologia e a forma de demonstrar os


resultados do DAOM, é comum a efetivação das seguintes tarefas:

 Elaborar uma lista dos processos e atividades desenvolvidas;

 Caso o processo seja grande e/ou complexo, pode-se dividir em


subprocessos;

 Identificar os processos e atividades que utilizem materiais com


características potencialmente poluidoras;

76
Resíduos Industriais

 Realizar um inventário das matérias-primas;

 Realizar um inventário dos resíduos;

 Listar os processos que geram resíduos;

 Processar a informação sobre os custos das matérias utilizadas nos diferentes


processos (a ideia é poder posteriormente quantificar os custos das opções
das minimizações propostas);

 Identificar as perdas mais significativas dos processos e atividades;

 Identificar e analisar os processos, considerando sua capacidade de


produção, com a geração dos resíduos, consumo de água e emissões
diversas;

 Identificar as possíveis vias de minimização e propor soluções ecológicas e


técnicas;

 Estimar e justificar as reduções quantitativas que poderiam ser alcançadas;

 Quantificar os custos das opções / alternativas propostas para a minimização;

 Programar a execução dos projetos necessários para a implantação das


alternativas identificadas como técnicas e economicamente viáveis.

Programa de Minimização de Resíduos

Hoje, a redução de resíduos na fonte e a reciclagem são consideradas como


formas de minimização de resíduos.

77
Resíduos Industriais

Redução na Fonte
A efetividade da alteração das matérias-primas como técnica de redução de
 Substituição de geração na fonte varia de acordo com o tipo de processamento envolvido.
matérias- Nas sínteses químicas esta técnica representa a utilização de um material
Alterações de primas; de maior pureza.
matérias-
primas:  Purificação de Materiais auxiliares que são usados no processo e não são convertidos em
matérias- produtos podem, às vezes, ser substituídos por materiais menos tóxicos e
primas. menos seguros. Por exemplo, a substituição dos solventes clorados
altamente tóxicos por detergentes biodegradáveis.

 Mudanças no
processo;

 Mudanças no
arranjo dos
equipamentos e A substituição de tecnologias, através do uso das chamadas tecnologias
tubulações; limpas, se mostra como uma opção efetiva na minimização de resíduos. Um
Alterações de  Automatização; produto pode, geralmente, ser manufaturado de duas ou mais formas
Tecnologia: distintas.
 Mudanças nas O desenvolvimento de tecnologias com baixa geração de resíduos se
condições constitui no foco central de minimização de resíduos
operacionais;

 Redução no
consumo de água
e energia.

A adoção de boas práticas de operação em um processo industrial inclui


alterações dos procedimentos organizacionais e dos aspectos institucionais,
com o objetivo de limitar a geração desnecessária de resíduos, atribuída à
intervenção humana.
 Prevenção de
perdas; Como exemplos citam-se: treinamento de pessoal, controle de inventário,
Mudanças de segregação de resíduos, melhorias no manuseio de materiais etc.
procedimento  Treinamento de
s/práticas pessoal; Outras práticas incluem a programação das operações por batelada, de
operacionais: modo a limitar a frequência de limpeza dos equipamentos e,
 Segregação consequentemente, da geração de resíduos.

Das práticas citadas, destaca-se a segregação dos resíduos, a qual é baseada


na simples acumulação segregada dos mesmos no ponto de geração ou na
separação dos resíduos de acordo com suas características visando sua
destinação final.
Fonte: Adaptado - Cetesb, Resíduos Sólidos Industriais & universoambiental.com.br

78
Resíduos Industriais

Materiais potencialmente recicláveis


Embalagens plásticas (garrafas pet, sacolas plásticas, tubos de
Plástico
produtos de limpeza etc.), tubos, vasilhas e tampas.
Garrafas, vidros de cosméticos, de alimentos e de produtos
Vidros
de limpeza.
Sulfites, papéis coloridos, papelão, revista, jornais e
Papéis
embalagens de papel.
Latas de alumínio e aço, fios, arames, pregos, chapas,
Metais
cantoneiras e embalagens de marmita.
Embalagens longa-vida, plásticos aluminizados, isopor, óleo
Outros
de cozinha, canos e esponjas de aço.
Papéis carbono e plastificados, cerâmicas, espumas, tecidos,
Não recicláveis guardanapos e papéis sujos e engordurados, madeira,
espelhos e vidros planos.
Fonte: Guia prático para minimização e gerenciamento de resíduos – USP São Carlos

Em geral a minimização dos resíduos industriais é uma atividade bem


diversificada e ampla, mas que podemos diferenciá-las sob a atuação de três eixos:

Eixos básicos de atuação

79
Resíduos Industriais

Sendo assim, podemos afirmar que quando uma empresa quer permear o
problema dos resíduos, considerando a prevenção e cobiçando a solução na fonte,
isto é, no próprio processo de fabricação, é vital a adoção de um Programa de
Minimização.

Normalmente, as indústrias estudam os processos produtivos com o foco nos


custos, qualidade, produtividade, aceitação dos seus produtos etc. Para detectar as
oportunidades de minimização dos resíduos, é necessário observar o processo
produtivo a partir de outra ótica, onde este deve ser visto como um sistema
gerador de resíduos, de tal maneira que seja possível descobrir os aspectos
inerentes que muitas das vezes estão ocultos.

Para a realização de um Programa de Minimização, é necessário seguir uma


séria de etapas:

 Etapa de planificação;

 Etapa de preparação da avaliação;

 Etapa de avaliação;

 Etapa de análise de viabilidade;

 Etapa de implementação.

80
Resíduos Industriais

Fases de um programa básico de minimização

Planejamento e Organização
 Obter o compromisso da alta administração;
 Tornar o programa como parte de um projeto estratégico da alta administração;
 Estabelecer os objetivos do Programa de Avaliação;
 Organizar a equipe de trabalho do Programa de Avaliação.
Fase de preparação da avaliação / coleta de dados
 Selecionar pessoal para as equipes de avaliação;
 Identificar e localizar as fontes de resíduos;
 Priorizar e selecionar os objetivos da avaliação;
 Compilar os dados do processo e da instalação.
Fase de Avaliação
 Inspecionar os ambientes;
 Determinar alternativas;
 Classificar as alternativas;
 Selecionar as alternativas / opções adequadas ao estudo de viabilidade.
Fase de análise de viabilidade
 Análise / avaliação técnica;
 Análise / avaliação econômica;
 Análise de rentabilidade;
 Selecionar as opções para implantação
Fase de implementação das soluções
 Explicar as finanças e o projeto;
 Implementar os procedimentos;
 Avaliar os resultados do projeto.
Fonte: Revista IMU, outubro 1998 – adaptado

A etapa de planificação é a fase que definimos os objetivos de forma clara para


a alta administração e posteriormente difundimos entre todos. É importante que
seja demonstrada o comprometimento da empresa com o programa, e, em
seguida, define-se a equipe de trabalho desde a chefia, até as partes técnicas.

Após a definição da equipe de trabalho, deve-se organizar e planejar as


atividades em um cronograma e definir as tarefas e responsabilidades.

81
Resíduos Industriais

O plano de minimização é desenvolvido de acordo os dados obtidos na coleta


de dados. É comum que na coleta de dados faltem informações, logo, é
fundamental que plano de minimização seja apoiado pela alta administração. Em
geral, trata-se de encontrar todas as informações necessárias para validação e
elaboração do programa.

A elaboração da primeira análise global do processo produtivo deve ser feita


com o diagrama de fluxo do processo, onde este deve apresentar as entradas e
saídas de materiais e todas as atividades auxiliares ao processo de fabricação.

Em seguida, listamos todos os materiais que aparecem no diagrama,


quantificando-os, vendo os custos, para posteriormente executarmos um balanço
de massa e de energia, visando estimar as possíveis economias e custos extras.

Após a obtenção e o processamento das informações coletadas, devemos


analisá-las por meio de uma avaliação ambiental, onde o foco principal será os
processos geradores de resíduos. Através desse processo de avaliação/análise,
serão detectados os problemas presentes na empresa e os projetos conceitos para
a solução.

A definição de solução é a etapa mais criativa do plano, pois cada participante


da equipe escolhida, busca encontrar recursos preventivos e de minimização para
melhorar a situação da empresa.

Vale ressaltar que o elemento econômico é a principal fonte de tomada de


decisão dentro da empresa, logo as soluções devem ser rentáveis.

A análise de viabilidade deve ser realizada sob três aspectos:

 Avaliação técnica;

 Avaliação ambiental;

 Análise de rentabilidade.

82
Resíduos Industriais

Redução na Fonte

As metodologias utilizadas para a obtenção da redução dos resíduos na fonte


são: modificação do produto e otimização do processo.

Modificação do Produto

Esta metodologia esta baseada na alteração das características dos


componentes dos produtos, sem que altere as funções para a qual foi destinado,
tornando-o menos prejudiciais durante a vida útil e na condição de resíduos, ou
ainda, aumente sua durabilidade, ou seja, aumente a vida útil do produto e
prolongando a sua transformação em resíduos.

83
Resíduos Industriais

A modificação no produto pode incluir:


 Alteração completa do produto;

 Aumento da vida útil;


 Substituição de matérias-primas;
 Modificação do design do produto;

 Uso de matérias-primas ecológicas;


 Substituição de componentes críticos;
 Redução do número de componentes;
 Viabilização do retorno de produtos;

 Reutilização da matéria prima.

Vamos pensar um pouco:

Selecione 5 (cinco) produtos de características bem distintas, e pense


quais seriam as medias que você adotaria na mudança dos produtos para obter a
minimização dos resíduos. Uma boa aplicação/pesquisa seria a substituição dos
CFCs utilizado nas geladeiras.

Otimização do Processo

A etapa mais importante no processo de minimização é a otimização do


processo, onde procuramos um conjunto de modificações para aplicar nas diversas
etapas de fabricação de um produto, sempre na ótica da redução dos resíduos. As
modificações podem afetar as operações fabris, as matérias-primas, os estoques, as
manutenções dos equipamentos e outros.

O desenvolvimento dos processos de operação é um dos mecanismos que nos


permite economizar matérias-primas, energia, águas e outros. A sua implantação
demanda um alto conhecimento do produto e dos seus processos de fabricação, a
elaboração de um manual de operação sempre ajuda na otimização dos processos
produtivos por meio da utilização eficiente da matéria-prima, reduzindo as
possíveis perdas. Sendo assim, torna-se essencial uma revisão detalhada dos
procedimentos fabris, permeando desde a entrada de matérias (matéria-prima) até
a expedição.

84
Resíduos Industriais

Na otimização dos processos, um programa de manutenção deve sempre


trabalhar na prevenção (instalações, produtos e equipamentos), onde a finalidade
é a redução da geração dos resíduos oriundos de problemas de equipamentos,
elétricos, suprimentos e outros.

A utilização de equipamentos mais eficientes e seguros auxilia tanto na


redução quanto no volume de resíduos produzidos na fabricação dos produtos
com o foco no consumo de energia, água etc.

Produção mais Limpas (P+L)

O setor industrial foi forçado durante um longo período a reconsiderar seus


métodos fabris, por motivos de aumentos de preços na matéria-prima, na energia,
na água e ainda por motivos de restrições normativas e legais.

Sendo assim, hoje é indiscutível a prevenção da poluição nas indústrias, para


evitar aumentos em taxas, multas ambientais, imagens públicas da empresa
desfavoráveis e outros.

A ética e a moralidade não são os únicos fatores de influência, já que a


poluição significa perda descontrolada de energia, de matérias-primas, e, portanto,
de competitividade.
P+L – Produção mais Limpa á a aplicação contínua de uma estratégia ambiental
preventiva integrada aos processos, produtos e serviços, para aumentar a
eficiência ambiental e reduzir os riscos ao meio ambiente. Aplica-se a:

 Processos Produtivos: na conservação de matérias-primas, água e energia, na


eliminação de matérias-primas tóxicas e na redução na fonte da quantidade e
toxicidade dos resíduos e emissões gerados;
 Produtos: na redução dos impactos negativos dos produtos ao longo do seu
ciclo de vida, desde a extração de matérias-primas até a sua disposição final;
 Serviços: na incorporação das questões ambientais no planejamento e
execução dos serviços.
Fonte: UNEP- United NationsEnvironmental Programme

85
Resíduos Industriais

Produção + Limpa requer mudanças de atitude,


garantia de gerenciamento ambiental responsável, criação de
políticas nacionais direcionadas e avaliação de alternativas
tecnológicas.

Fonte: Conferência das Américas-1998

Prevenção à Poluição (P2) - ou Redução na Fonte

É o uso de práticas, processos, técnicas ou tecnologias que evitem ou


minimizem a geração de resíduos e poluentes na fonte geradora, reduzindo os
riscos globais à saúde humana e ao meio ambiente.

Inclui modificações nos equipamentos, nos processos ou procedimentos,


reformulação ou replanejamento de produtos, substituição de matéria-prima e
melhorias nos gerenciamentos administrativos e técnicos da entidade/empresa,
resultando em aumento de eficiência no uso dos insumos (matérias-primas,
energia, água etc).

As práticas de reciclagem fora do processo, tratamento e disposição dos


resíduos gerados, não são consideradas atividades de Prevenção à Poluição, uma
vez que não implicam na redução da A Produção mais Limpa no Setor
Sucroalcooleiro-Informações Gerais CETESB / Novembro 2002 quantidade de
resíduos e/ou poluentes na fonte geradora, mas atuam de forma corretiva sobre os
efeitos e as consequências oriundas do resíduo gerado.

A Produção mais Limpa de acordo com o Centro Nacional de Tecnologias


Limpas/SENAI pode ser implementada por meio das seguintes etapas:

ETAPA 1: Planejamento e Organização

Passo 1:Obter comprometimento e envolvimento da alta direção

Passo 2: Estabelecer a equipe do projeto (ecotime)

Passo 3: Estabelecer a abrangência da P+L

Passo 4: Identificar barreiras e soluções

86
Resíduos Industriais

ETAPA 2 : Pré-avaliação e Diagnóstico

Passo 5: Desenvolver o fluxograma do processo

Passo 6: Avaliar as entradas e saídas

Passo 7: Selecionar o foco da avaliação da P+L

ETAPA 3: Avaliação de P+L

Passo 8: Originar um balanço material e de energia

Passo 9: Conduzir uma avaliação de P+L

Passo 10: Gerar opções de P+L

Passo 11: Selecionar opções de P+L

ETAPA 4: Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental

Passo 12: Avaliação preliminar

Passo 13: Avaliação técnica

Passo 14: Avaliação econômica

Passo 15: Avaliação ambiental

Passo 16: Selecionar as opções a serem implementadas

ETAPA 5: Implementação de Opções e Plano de Continuidade

Passo 17: Preparar plano de implementação de P+L

Passo 18: Implementar as opções de P+L

Passo 19: Monitorar e avaliar

Passo 20: Sustentar atividades de P+L

87
Resíduos Industriais

Insta destacar que o Centro Nacional de Tecnologias Limpas/SENAI sugere


que as propriedades estejam abalizadas por escala de prioridades relacionadas
com a prevenção de resíduos, conforme figura a seguir:

Níveis de aplicação da Produção mais Limpa


Fonte: CNTL/SENAI-RS apud BARBIERE, 2006.

88
Resíduos Industriais

Fonte: A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações Gerais


CETESB / Novembro 2002
 

89
Resíduos Industriais

Fonte: A Produção mais Limpa no Setor Sucroalcooleiro- Informações Gerais


CETESB / Novembro 2002

90
Resíduos Industriais

Mudança de Materiais

Este método versa para a substituição de matérias-primas por outras menos


contaminantes, ou introduzir algum tipo de modificação nas matérias-primas para
reduzir sua ação poluidora.

Exemplo: Substituição do Banho de Zinco


Setor Tratamento de Superfícies.
Industrial Recobrimento com zinco de peças metálicas
O recobrimento eletrolítico das peças metálicas com zinco,
em princípio, realiza-se com um processo de zinco alcalino
cianetado. Este tipo de tratamento apresenta toxinas do
cianeto empregado, o que dificulta sua manipulação e o
posterior tratamento da fração residuária.
Considerações
O correto descarte dos cianetados deve proceder com uma
Iniciais
oxidação com hipoclorito de sódio e precipitar os cianatos
que se formam. O custo desse tratamento / descarte é muito
elevado.
Insta ressaltar que trabalhar com cianetos aumenta a
probabilidade de ocorrência de acidentes.
A empresa realizou o DAOM no qual, entre alternativas de
prevenção da contaminação, propõe-se a substituição do
banho de zinco alcalino cianetado por outro isento de
cianeto.
Antecedentes
Os fatores relevantes para alteração foram:
 A possibilidade de eliminar o cianeto na linha de
produção.
 A redução dos custos de tratamento.
Consiste essencialmente na substituição do banho de
tratamento com zinco alcalino cianetado por um banho
isento de cianetato.
Para poder realizar esta substituição, esgotou-se o banho de
zinco cianetato e passsou-se a tratá-lo em uma estação de
depuração. Posteriormente, iniciou-se o banho de cinco
Resumo da ação isento de cianeto.
Para assegurar o bom funcionamento do novo banho,
instalou-se uma cuba auxiliar para a dissolução química do
zinco que alimenta o banho de tratamento.
Excluindo a instalação desta nova cuba, a substituição do
banho de zinco não implicou mais modificações no
processo.

91
Resíduos Industriais

Balanços Processo Anterior Processo Atual


Balanço de matéria:
 Hipoclorito de sódio 50 t/a 0 t/a
 Hidróxido de sódio 30 t/a 26 t/a
13 t/a 8,5 t/a
 Geração de lodos
totais
Custos do processo:
 Custos de preparação 27.679,76 (R$ / ano) 14.099,05 (R$ / ano)
dos banhos

Custos ambientais:
 Custos de depuração 69.576,37 (R$ / ano) 41.139,83 (R$ / ano)
 Custos de gestão de 10.626,12 (R$ / ano) 5.044,93 (R$ / ano)
lodos

Custo total 107.882,25 (R$ / ano) 60.283,81 (R$ / ano)


Economia 47.598,44 (R$ / ano)
Investimento 28.273,50 (R$)
Conclusão A decisão por esta atuação permitiu que se
obtivesse importantes economias a partir da
substituição do banho de zinco alcalino
cianetado por um banho isento, onde permite
a recuperação do investimento em menos de
dois anos. Esta economia / recuperação vem da
redução dos custos de gestão ambiental e da
redução dos custos de reposição dos banhos.
Em termos ambientais, a substituição dos
banhos e a aplicação de outras medidas
propostas no DAOM permitiram a redução dos
lodos totais gerados na estação depuradora.

92
Resíduos Industriais

Novas Tecnologias

Neste caso, a minimização é viabilizada através da introdução de uma nova


tecnologia que permite a redução da quantidade de resíduos ou de seu poder
contaminante.

Exemplo: Minimização de resíduos por aplicação de uma tecnologia avançada


de controle de processo.

Setor Industrial Fabricação de produtos químicos e especialidades


tensoativas
O impacto da atividade sobre o meio ambiente incide em três
vetores ambientais:
1. Como água residuária procedente das operações de
limpeza de equipamentos, águas de condensação e
Considerações
operações de transferência de materiais;
Iniciais 2. Como resíduos especiais, principalmente subprodutos de
processo não reutilizados;
3. Como emissões gasosas à atmosfera devido às
transferências de materiais e operações de processo.
Os resíduos e emissões geradas representavam um custo de
gestão e tratamento que foi reduzido mediante a introdução
de um avanço do sistema de controle das variáveis de
processo, limitando suas flutuações.
O objetivo é de oferecer produtos com um alto padrão de
qualidade e custos de produção adequados, associados a uma
política orientada a aumentar a segurança e reduzir o impacto
ambiental de suas atividades. Estes foram os pontos de partida
para a implantação de um Sistema de Controle Distribuído de
tecnologia avançada para a fabricação de produtos em
processos descontínuos. O Sistema de Controle Distribuído
Antecedentes
pode ser definido como um sistema modular de controle
eletrônico interativo e multitarefa que permite que todos os
sinais se conectem, interagindo entre si.
Antes da atuação descrita, as operações manuais de processo
limitavam a possibilidade de repetições, e a confiança
depositada era causa de uma excessiva geração de produtos
fora de padrões.
Além disso, temos os processos de limpeza dos equipamentos
e de transferência de materiais com uma alta carga
contaminante.

93
Resíduos Industriais

Tratamento de Superfícies.
Setor Industrial
Recobrimento com zinco de peças metálicas
A descrita atuação consistiu na implantação, por fases, de
um Sistema de Controle Distribuído formado por unidades
conectadas a um computador que controla o
Resumo da atuação
funcionamento dos reatores e os sistemas auxiliares, como
o circuito de refrigeração e o armazenamento, tanto de
matérias-primas como de produtos acabados.
Controle de Controle de Economias
Processo processo por
Balanços convencional Sistema de
Controle
Distribuído
30.000 m³ / ano 22.500 m³ / ano 21.205,13 (R$ /
Balanço da água
ano)
100 t/ano 20 t / ano 94.245,00 (R$ /
Geração de resíduos
ano)
Geração de águas 16.000 m³ / ano 12.400 m³ / ano 169.641,00 (R$ /
residuárias ano)
Economias em - - 176.709,38 (R$ /
matéria-prima ano)

Setor Fabricação de produtos químicos e especialidades


Industrial tensoativas
N/A – o objetivo não era aumentar a produtividade e reduzir os custos de
Investimento fabricação, o objetivo era incorporar variáveis ambientais, pois trata-se de
uma ação de gestão ambiental global.
Trata-se de um interessante exemplo sobre como um controle preciso das
variáveis de processo propicia, além da melhoria da qualidade e da
redução dos custos de operações, melhorias ambientais que, por sua vez,
resultam na redução dos custos de gestão.
Graças ao aumento da precisão com que se controlam as diferentes
operações de fabricação, se produz menos produto fora de especificações
e, em consequência, um menor gasto de tratamento e uma economia em
custos de saneamento, menos matéria-prima consumidas etc.
Conclusões O objetivo dessa ficha é mostrar que há uma interconexão entre o
controle de variáveis de processo, qualidade, segurança, confiabilidade e
meio ambiente.
Uma política empresarial que tenha por objetivo a minimização de
resíduos conseguirá também melhorias em outros aspectos, que podem
ser primordiais para a competitividade da empresa.

94
Resíduos Industriais

Reciclagem na Fonte

Quando se esgotam os métodos viáveis de redução na fonte, a próxima opção


é a reciclagem. Como reciclagem na fonte entende-se a reutilização do fluxo
residuário que inevitavelmente foi produzido dentro do mesmo processo ou
estabelecimento gerador.

Exemplo: Recuperação de solventes de limpeza mediante destilação a vácuo


Setor Industrial Fabricação de tintas e vernizes para artes gráficas
Antes deste projeto, a empresa armazenava o solvente usado, até
acumular um volume suficiente para que pudesse ser enviado a um
tratamento externo, no qual se recuperava uma parte. Insto implicava
gastos importantes e a destruição final de mais de 70% do solvente, que
não chegava, uma vez tratado externamente, a ter a mínima qualidade
necessária para a reutilização em operações de limpeza dentro da
Antecedentes
empresa.
Além da implantação de medidas com o objetivo de reduzir o consumo
de solventes no processo de fabricação e limpeza, buscou-se a economia
em solventes pelo uso do solvente recuperado e também a redução dos
gastos gerados pelo tratamento dos solventes usados realizado por
terceiros.

Setor Industrial Fabricação de tintas e vernizes para artes gráficas


As indústrias que fabricam tintas à base de solventes orgânicos consomem
grandes quantidades destes produtos, utilizados tanto no processo de
Considerações
fabricação de tintas e de matérias-primas como nas operações de limpeza de
Iniciais
utensílios de fabricação. Os solventes usados, com restos de pigmentos e
resinas, são resíduos tóxicos e perigosos.
Antes deste projeto, a empresa armazenava o solvente usado, até acumular
um volume suficiente para que pudesse ser enviado a um tratamento externo,
no qual se recuperava uma parte. Insto implicava gastos importantes e a
destruição final de mais de 70% do solvente, que não chegava, uma vez
tratado externamente, a ter a mínima qualidade necessária para a reutilização
Antecedentes
em operações de limpeza dentro da empresa.
Além da implantação de medidas com o objetivo de reduzir o consumo de
solventes no processo de fabricação e limpeza, buscou-se a economia em
solventes pelo uso do solvente recuperado e também a redução dos gastos
gerados pelo tratamento dos solventes usados realizado por terceiros.

95
Resíduos Industriais

Instalação de um sistema compacto de destilação a vácuo para a recuperação


de solventes, onde 90% do solvente já gasto nas operações de limpeza das
instalações alimenta o sistema de destilação e os 10% restante devem ser
geridos como um resíduo tóxico e perigoso devido a sua composição.
O solvente usado, constituído por uma mistura de solventes com restos de
pigmentos e resinas, é carregado em um depósito no qual se pratica uma
decantação de sólidos, passando à ebulição no equipamento de destilação. A
ebulição incorpora um sistema de níveis que detecta o nível dos lotes
Resumo da
acumulados. Quando se alcança o máximo estabelecido, o processo para, abre-
atuação
se o destilador, efetuando-se a limpeza. O solvente já limpo e recuperado é
armazenado em um segundo depósito, do qual é distribuído aos pontos de
consumo.
Com o atual sistema de reciclagem, a quantidade de solvente novo incorporado
ao solvente recuperado por destilação para limpar as instalações representa
30% da quantidade total do solvente utilizado nas operações de limpeza. Antes
de usar este sistema, o solvente novo representava 87% da quantidade total
utilizada nas operações de limpeza.
Diagrama

96
Resíduos Industriais

Balanços Processo Anterior Processo Atual


Balanço de matéria:
 Solvente usado e
recuperado na fonte 21.280 kg /ano
56.221 kg/ano
 Solvente usado e
recuperado externamente 58.590kg/ano
18.740 kg/ano
 Resíduos destinados à
disposição final 69.239 kg/ano
18.740 kg/ano
 Solvente novo para a
limpeza
Balanço econômico:
 Custo do solvente novo R$ 207.312,79 R$ 56.117,89
 Custo da recuperação R$ 20.892,68 R$ 47.837,30
 Custo da recuperação R$ 77.656,87 R$ 22.999,13
externa
 Custo da disposição
Custo total R$ 305.862,34 R$ 126.954,32
Investimento R$ 335.161,66
O projeto de minimização finalizado permite
assegurar a qualidade do solvente recuperado.
Isto representa:
 Uma economia importante no consumo de
solvente novo.
 A redução da quantidade de resíduos que a
Conclusão empresa deve destinar à disposição final, o
que reduz de maneira notável os custos
ambientais.
É importante destacar que a implantação deste
tipo de práticas contribui com processos de
fabricação mais respeitosos para com o meio
ambiente.

Parabéns, chegamos ao fim de mais uma unidade, agora você já sabe de forma
contextual como funciona um programa de minimização de resíduos, seus
objetivos e aplicações, além de ter adquirido conhecimento de como elaborar um
Diagnóstico Ambiental Orientado à Minimização.

97
Resíduos Industriais

Leitura complementar:

Guia prático para minimização e gerenciamento de resíduos - USP São


Carlos / organizadores: Patrícia Silva Leme, João Luis Garcia Martins, Dennis
Brandão. - São Carlos: USP Recicla; EESC-USP; CCSC-USP; SGA-USP, 2012. 80 p.

BRASIL.RESOLUÇÃO CONAMA 357, de 18 de março de 2005. – Dispõe sobre a


classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências, Rio de Janeiro, 2005.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

98
Resíduos Industriais

Exercícios – unidade 4

1.Quanto ao Diagnóstico Ambiental Orientado à Minimização, é correto afirmar:


a) É uma avaliação que pode ser realizada em um local de uma empresa de
forma isolada.
b) É gerenciada por um profissional capacitado que possui conhecimentos
específicos.
c) Possui informações técnicas.
d) É uma avaliação realizada a um curto período de tempo.
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

2.Para garantir a uniformidade e um padrão, o DAOM deve seguir algumas tarefas,


destacando:

a) A elaboração de um manifesto de resíduos.

b) A Preparação de uma análise de viabilidade técnica e econômica.

c) A confecção de uma lista de legislações ambientais aplicáveis.

d) A identificação dos resíduos passíveis de reciclagem.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

3.Podemos afirmar que é uma das finalidades do Diagnóstico Ambiental Orientado


à Minimização:

a) Apresentar alternativas técnicas e econômicas voltadas à prevenção da


poluição.

b) Fazer um levantamento dos resíduos perigosos.

c) Fornecer opções para a implantação de materiais ecológicos.

d) Trabalhar na implantação dos 3r’s.

e) Identificar as entradas de matéria-prima e as saídas do produto acabado, seu


ciclo de vida e os possíveis resíduos gerados.

99
Resíduos Industriais

4.A definição de “LIXO” esta relacionada:

a) Ao material sem valor.

b) Ao material oriundo da varrição de ruas.

c) A sujeiras diversas.

d) Ao material oriundo da varrição de casas.

e) Todas as alternativas anteriores.

5.Complete a figura abaixo com os respectivos eixos de atuação/atividades da


minimização de resíduos, exemplifique os eixos.

100
Resíduos Industriais

6.A implantação do P+L deve seguir as seguintes etapas:

A Produção mais Limpa de acordo com o Centro Nacional de Tecnologias


Limpas/SENAI pode ser implementada por meio das seguintes etapas:

a) Planejamento e Organização; Avaliação de Melhorias; Estudos de Viabilidade;


Análise Crítica.

b) Planejar, Fazer, Verificar e Agir – PDCA.

c) Planejamento e Organização; Pré-avaliação e Diagnóstico; Levantamento de


Aspectos e Impactos Ambientais; Estudos de Viabilidade; Melhoria Contínua.

d) Planejamento e Organização; Pré-avaliação e Diagnóstico; Avaliação de P+L;


Estudos de Viabilidade; Plano de Continuidade.

e) Planejamento e Organização; Pré-avaliação e Diagnóstico; Levantamento de


Aspectos e Impactos Ambientais; Estudos de Viabilidade; Implantação do
Programa de Minimização.

7.É correto afirmar quanto à metodologia “fim da linha”, utilizada como soluções
ambientais:

a) Agrega valor ao produto gerado.

b) É considerada a metodologia mais eficiente, pois trata toda a dinâmica dos


resíduos sólidos.

c) É uma destinação de um tratamento no final do processo produtivo.

d) Para a sua instalação torna-se necessário um baixo investimento com um


grande potencial de retorno.

e) Trabalha com a reciclagem na fonte, gerando renda e agregando valor ao


produto.

101
Resíduos Industriais

8.A minimização:

a) É um resultado da reciclagem e da redução na fonte dos resíduos.

b) Possui um foco na modificação do produto.

c) Possui suas metodologias centradas na minimização dos processos.

d) É um resultado de uma reciclagem constante dos resíduos perigosos.

e) Nenhuma das alternativas anteriores.

9.A minimização possui duas abordagens principais, a redução na fonte e a


reciclagem na fonte. Quando detalhamos a redução na fonte temos o destaque de
três etapas, uma delas é a Modificação do Produto, que está fundamentada na
alteração de elementos dos produtos, desde que não aterem as suas características
principais. Cite algumas dessas alterações / modificações.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

102
Resíduos Industriais

10.Preencha o quadro abaixo, focalizando a reciclagem na fonte. Selecione


uma empresa para fazer esse estudo de caso.
Setor Fabricação de tintas e vernizes para artes gráficas
Industrial
Considerações
Iniciais
Antecedentes

Resumo da
atuação

Diagrama

Balanços Processo Anterior Processo Atual


Custo total

Investimento

Conclusão

103
Resíduos Industriais

104
Resíduos Industriais

5 Valorização de Resíduos

105
Resíduos Industriais

Esta unidade irá abordar o funcionamento da valorização de resíduos,


trabalhando seus conceitos, a comercialização e os centros de
recondicionamentos, focalizando a otimização.

Objetivo da Unidade:

Entender como funciona os processos envolventes na valorização de resíduos.

Plano da Unidade:

 O Conceito de Valorização de Resíduos

 A Comercialização dos Resíduos Industriais;

 Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs);

 Estação de Transferência e Triagem de Resíduos Sólidos – ETTRS.

Bons estudos!

106
Resíduos Industriais

O Conceito de Valorização de Resíduos

O conceito de valorização abrange a recuperação, a reutilização, a reciclagem


e a regeneração de resíduos. Trata-se de aproveitar como matéria prima potencial
qualquer aspecto positivo apresentado pelos resíduos, do ponto de vista estrutural
e/ou energético.

A recuperação permeia o conceito de utilizar novamente o material perdido


(resíduo), por meio de tratamentos e/ou adequações. A reutilização consiste no
aproveitamento de um produto sem que haja modificações de suas iniciais
características, temos como exemplo as garrafas de vidro de refrigerantes. A
reciclagem incide no aproveitamento do resíduo como material de base na
elaboração de novos produtos dentro de um mesmo ciclo de produção. A
regeneração é o tratamento de um produto, visando recuperação de suas
propriedades e qualidades, de modo a torná-lo apto para aproveitamento.

Insta destacar que a valorização em muitas ocasiões são difíceis de serem


definidas, pois podem ser apresentadas com aspectos complementares e
combinados, tanto como na reciclagem, quanto na recuperação, em algumas
ocasiões por exemplo, para obtermos a reutilização podemos necessitar de etapas
de regeneração.

As maiores quantidades de resíduos valorizados provêm das indústrias,


entretanto, grande quantidades dos resíduos industriais, por exemplo, os resíduos
químicos, os radioativos, os biológicos e outros, não são aproveitados, sendo
depositados em aterros (desde que tenha um descarte ecologicamente correto)
sem reutilização alguma.

Atualmente, na maior parte dos processos industriais, o único objetivo é a


melhoria qualitativa dos produtos fabricados. A fração residual é considerada como
perda na rentabilidade dos produtos fabricados (gerando custos adicionais e
perdas). Portanto, as vias de valorização, são aquelas oferecidas pelas indústrias
que consideram o valor comercial de seus produtos recuperados em comparação
com os custos relativamente baixos da disposição das frações residuárias.

107
Resíduos Industriais

Este fato favorece o aparecimento de empresas dedicadas a processos de


valorização, mesmo que em alguns casos providas de processos precários, não
regularizados e com pessoal pouco qualificado, o que em conjunto reverte na
baixa qualidade dos produtos obtidos.

No setor da valorização, a principal característica a destacar é o que os


produtos valorizáveis retornam majoritariamente ao próprio setor gerador.

Hoje, ainda temos um fluxo de valorização pequeno/escasso, entretanto,


podemos destacar positivamente as tecnologias utilizadas nas construções civis de
utilização de resíduos como combustíveis ou de aproveitamento de plásticos.

Vamos pensar um pouco! Selecione as diversas famílias de


plásticos, e as suas soluções quanto à valorização, vale
destacar, que para obtermos uma valorização de plásticos
eficiente devemos segregar os diversos produtos plásticos
em famílias.

Destaco que devemos nos atentar a qualidade do produto, no caso dos


plásticos, a qualidade de um saco de lixo deve atender as suas especificações, mais
que suficiente para o propósito destinado. Em contra partida, as tubulações
plásticas deve possuir uma qualidade maior, a fim de garantir uma ótima utilização
do produto, sem perder competitividade (venda), comparado com as tubulações
virgens. Insta destacar a existência de produtos / atividades que é imprescindível à
utilização de plásticos virgens.

Apesar de tudo, as tendências futuras para a eliminação dos resíduos


industriais baseiam-se no melhor aproveitamento de matérias-primas e de energia,
e na eficaz recuperação destes resíduos. As razões para este aumento de
importância da valorização de resíduos industriais são as seguintes:

 Aproveitamento dos resíduos por outras empresas;

 Potencial energético dos resíduos;

 Recuperação de componentes separáveis dos resíduos que podem ser


utilizados como matéria-prima em outras empresas.

108
Resíduos Industriais

A valorização dos resíduos industriais é perfeitamente justificada pela


prevenção contra problemas de contaminação e também pelo próprio valor
econômico e energético. Seguem algumas vantagens apresentadas pela
valorização dos resíduos:

 Economia de matéria-prima e energia;

 Proteção e prevenção ambiental;

 Geração de emprego (em empresas de coleta, transporte e tratamento de


resíduos).

Seguem alguns processos industriais nos quais a valorização de resíduos


proporciona uma importância significativa:

 Recuperação de solventes: A recuperação dos solventes garante uma


economia significativa nos processos produtivos, além de permear na
prevenção da poluição.

 Utilização dos resíduos como fonte de energia: Neste processo,


compreendem-se os resíduos sem valor econômico e que não podem ser
reutilizados e/ou reciclados, mas apresentam um alto poder calorífico o que
permite ser utilizado como combustíveis.

 Recuperação ou regeneração de substâncias orgânicas: esse grupo de


materiais, encontramos as gordura vegetais e animais e demais materiais
orgânicos que podem ser reutilizados, têm-se como exemplo as fábricas de
sabão que reutilizam o óleo (usado) como matéria-prima.

 Recuperação de metais: aqui são considerados os metais, sais e óxidos


metálicos de regeneração e procedimentos de indústrias como metalúrgicas,
siderúrgicas e outros.

 Recuperação de substâncias inorgânicas: neste grupo de materiais


incluem-se matérias inorgânicas suscetíveis de regeneração, geralmente
procedente da indústria química, de adubos, de refinaria e outros.

109
Resíduos Industriais

 Recuperação de ácidos e bases: os banhos de caráter inorgânico


procedentes de indústrias metalúrgicas e de trabalho de metais, das
indústrias químicas, elétricas, fotográficas e outros.

 Recuperação de produtos utilizados na extração de poluentes: Neste


grupo, temos todos os produtos que intervêm na captação de poluentes nos
processos de fabricação e na depuração e tratamento de resíduos, sendo
regenerados para a reutilização. Provêm fundamentalmente das indústrias de
depuração de águas residuárias e de tratamento de resíduo.

 Aplicação ao solo para aproveitamento agrícola e florestal: incluem-se os


resíduos orgânicos e inorgânicos utilizados na agricultura ou na silvicultara
como fertilizantes, adubos ou condicionadores.

Indubitavelmente, não podemos dizer que todos os resíduos são valorizáveis,


mesmo possuindo um valor econômico ou energético, pois devemos levar em
consideração o seu estado e a sua concentração. A opção pela valorização deve ser
uma consequência de uma avaliação do ciclo de vida de produto, logo não há a
necessidade de se valorizar ao máximo possível e a qualquer preço, mas somente
até um ponto no qual a valorização proporcione um balanço ambiental e
econômico viável (mais favorável compara a opções adjacentes).

Logo, as metas quanto à valorização devem ser avaliadas por meio dos custos
econômicos e ambientais de sua realização e pela viabilidade tecnológica.

A Comercialização dos Resíduos Industriais

Como vimos, podemos afirmar que existem O que é a Bolsa de Resíduos?


vários resíduos valorizáveis oriundos dos Trata-se de um serviço gratuito que
processos fabris. A comercialização ou a gestão têm como objetivo principal, disponibilizar
destes resíduos podem ser otimizadas por meio para as empresas um mecanismo de
divulgação de ofertas de compra e venda
das Bolsas de Resíduos.
de resíduos industriais recicláveis. Fonte:
Sistema FIESP

110
Resíduos Industriais

Bolsa de Resíduos – Funcionamento


Fonte: http://2020sustentavelcapitalnaturalepmaisl.blogspot.com.br/2010_04_01_arcive.html

As empresas geram materiais que precisam ser encaminhadas a outras


empresas focadas na reciclagem e/ou recuperação. Este mecanismo comercial é
ilustrado por meio da figura acima (Bolsa de Resíduos – Funcionamento), sendo
assim, podemos observar que as empresas geradoras de resíduos reutilizáveis em
outros processos produtivos podem oferecê-los como matérias-primas úteis para
outras empresas.

As bolsas de resíduos na prática recebem uma grande variedade de resíduos.


O problema para a reciclagem não está no resíduo, mas sim na maneira de focalizar
o intercâmbio. A grande maioria dos resíduos são potencialmente recicláveis,
dispondo-se atualmente de tecnologia necessária para isso. Trata-se simplesmente
de usar a mais adequada a cada processo para que a valorização seja a mais
econômica.

Para uma adequada prática de uma bolsa de resíduos torna-se desejável a


aplicação dos 3R´s.

111
Resíduos Industriais

Reduzir
A redução é a primeira etapa do princípio dos
3R´s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), e consiste em
ações que visem à diminuição da geração de resíduos,
seja por meio da minimização na fonte ou por meio da
redução do desperdício.

É a etapa principal, pois sua contribuição


promove a minimização de gastos com o
gerenciamento e tratamento, e é válido para aplicação
a qualquer grupo de resíduos. Símbolo internacional da reciclagem.
Reutilizar
A reutilização é a segunda etapa que pode ser implantada através de ações
que possibilitem sua utilização para várias finalidades, otimizar o máximo seu uso
antes de descarte final, ou, ainda seu reenvio ao processo produtivo, visando a sua
recolocação para o mesmo fim ou recolocação no mercado.
Reciclagem
Reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os
resíduos, e reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram. Materiais que se
tornariam lixo, ou estão no lixo, são separados, coletados e processados para serem
usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. Reciclar é usar um
material para fazer outro.

O termo "reciclagem" surgiu na década de 1970, quando as preocupações


ambientais passaram a ser tratadas com maior rigor, especialmente após o
primeiro choque do petróleo, quando reciclar ganhou importância estratégica. As
indústrias recicladoras são também chamadas secundárias, por processarem
matéria-prima de recuperação. Na maior parte dos processos, o produto reciclado é
completamente diferente do produto inicial.

Fonte: Eco-UNIFESP

112
Resíduos Industriais

Basicamente, elas (bolsas de resíduos) consistem em divulgar a oferta de


resíduo de empresas que desejam se desfazer e busca empresas interessadas,
sendo a bolsa o ponto de encontro entre as empresas.

Os anúncios dos resíduos normalmente são classificados em grupos, para


corresponder a um perfil industrial reduzindo assim manipulação do resíduo.

Os anúncios geralmente apresentam os seguintes dados:

 Referências dos processos industriais geradores dos resíduos;

 Tipo de material e classificação de acordo com a NBR 10,004;

 Qualidade, características ou composição;

 Forma de acondicionamento;

 Meio de transporte;

 Processo de regeneração.

Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs)

Os Centros de Recondicionamento de Computadores


(CRCs) são parte do projeto Computadores para Inclusão,
que promove a formação de jovens de baixa renda em
situação de vulnerabilidade social. A capacitação é feita por
meio de oficinas, cursos e outras atividades oferecidas
pelos CRCs. Os computadores recuperados são doados
para laboratórios de escolas, bibliotecas, telecentros e
outros programas de inclusão digital. O programa também
promove a conscientização sobre o descarte adequado de
resíduos eletroeletrônicos.
O projeto funciona por meio de parcerias com instituições
responsáveis por executar as ações de formação e
recondicionamento de equipamentos.

Fonte: Ministério das Comunicações.

113
Resíduos Industriais

De acordo com o Ministério das Comunicações os objetivos do projeto CI –


Computadores para Inclusão:

 Criar oportunidades de formação educacional e profissional e de inserção no


mercado de trabalho para jovens de baixa renda, em situação de
vulnerabilidade social;
 Apoiar iniciativas de promoção da inclusão digital por meio da oferta de
equipamentos de informática recondicionados, e do reaproveitamento criativo
de suas partes e peças;
 Estimular a disseminação de políticas de descarte planejado e ecologicamente
sustentável dos equipamentos de informática dos setores público e privado;
 Definir e implantar modelo de funcionamento em rede dos CRCs para o
aprimoramento dos conteúdos, recursos didático-pedagógicos e metodologias
relacionados à manutenção e configuração de computadores;
 Desenvolver e aprimorar atividades educacionais e de sensibilização em
temáticas relacionadas à gestão e descarte de lixo eletrônico.

114
Resíduos Industriais

Fonte: http://www.joaopessoa.pb.gov.br/secitec/crcjp/index.php/blog/

Estação de Transferência e Triagem de Resíduos Sólidos -


ETTRS
As Estação de Transferência e Triagem de Resíduos Sólidos - ETTRS versam em
uma aplicabilidade ecologicamente correta de logística de recebimento e
transferência estratégicos dos resíduos coletados de uma determinada região em
quantidades controladas, normalmente as ETTRS não possuem uma capacidade
elevada de gerenciar grandes quantidades de resíduos.

Face às dificuldades na manipulação, transporte e uma adequação final


ambientalmente correta as ETTRS tornaram um elo entre o programa de coleta de
resíduos solido e a destinação/disposição final dos resíduos.

Resumindo, podemos definir as ETTRS como um local onde chega caminhões


com resíduos em pequenas quantidades e sai caminhões com uma quantidade
maior para a destinação/disposição final dos resíduos de forma ecologicamente
correta, gerando menor custo e/ou gerando receitas.

Sendo assim, as ETTRS fazem parte de um processo cíclico, abrangendo a


coleta, o armazenamento, o transporte, a valorização e a disposição final dos
resíduos.

115
Resíduos Industriais

Em seguida, apresento um fluxo (exemplo) das operações de uma ETTRS de


modo geral.

Esquema relativo ao destino final dos resíduos entregues na Estação de Transferência e Triagem de
Resíduos Sólidos
Fonte: Município do Funchal – Departamento de Meio Ambiente

116
Resíduos Industriais
As ETTRS podem ser apresentadas de diversas formas sendo elas:

Estação com Transferência Direta


Muito empregadas no passado,
contam com um desnível entre os
pavimentos, para que os caminhões
de coleta, posicionados em uma cota
mais elevada, façam a descarga do
resíduo diretamente no veículo de
transferência (MONTEIRO et al., 2001)

Vantagens Desvantagens

Fácil manutenção;  Demanda uma gestão otimizada e adequada


 Não manipulação dos dos resíduos;
resíduos;  Não é muito flexível quando as diversas
 Apresentam uma boa características dos resíduos;
relação custo benefício;  Apresenta problemas de segurança, quanto as
 Requer pequenos espaços. diversificação dos resíduos.

Estação de Transferência com Armazenamento – Transferência Indireta


Tem como objetivo principal absorver os picos
quanto à dinâmica dos recebimentos dos
resíduos, uma vez que em muitos casos não
temos uma regularidade constante na coleta e na
geração dos resíduos. Nessa estação pode-se
empregar/utilizar prensas ou não.

Vantagens Desvantagens
 Flexibilidade quanto ao  Custo elevado de implantação;
armazenamento dos diversos  Requer um maior controle dos resíduos;
resíduos;  Pode gerar odores;
 Ampliação da capacidade de  Requer cobertura;
coleta;  A ETTRS deve possuir um plano de
 Reduz o tempo de descarte – contingência emergencial – para acidentes
o caminhão fica menos tempo diversos;
na ETTRS.  Demanda manutenções dos maquinários;
 O pátio deve ser pavimentado e restrito –
fechado.

117
Resíduos Industriais

Combinação de Tipos de
Estações de Transferência.

Essa combinação, também


conhecida como cascata,
combina as diversas formas de
ETTRS, ou seja, a atuação da
gravidade com o
armazenamento.

Estação combinada: Por gravidade com armazena

Estação combinada: Por gravidade com armazenamento no pátio com compactação

118
Resíduos Industriais

Exemplo: Planta de conjunto transferência com descarga direta

Fonte: Álvaro Cantanhede - Resíduos Sólidos Urbanos, Industriais e Agrícolas

119
Resíduos Industriais

Exemplo: Planta Baixa e Corte de uma estação de transferência com descarga


indireta.

Fonte: Álvaro Cantanhede - Resíduos Sólidos Urbanos, Industriais e Agrícolas

120
Resíduos Industriais

Fonte: Álvaro Cantanhede - Resíduos Sólidos Urbanos, Industriais e Agrícolas

121
Resíduos Industriais

Leitura complementar:

1- COSTA, H.S. Estação de transferência de resíduos sólidos


domiciliares: Histórico e proposta de procedimentos para o seu planejamento
e controle operacional. HOLOS Environment, v.5, n.1, 2005.

2- D’ALMEIDA, M. L. O.; VILHENA, A. Resíduos sólidos municipal: manual de


gerenciamento integrado. 2.ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000. 370p.

3- AGENCE DE L’ENVIRONNEMENT ET DE LA MAÎTRISE DE L’ENERGY - ADEME,


SITA. Etude Centre de Transfert,Paris, 2003.

Estamos encerrando a unidade. Sempre que surgir uma dúvida entre em


contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e
consulte sempre a biblioteca do seu polo.

É hora de se avaliar

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

122
Resíduos Industriais

Exercícios – unidade 5

1.A avaliação quanto à possibilidade da aplicação de uma valorização de resíduos


deve permear sobre:

a) Os custos econômicos.

b) Os custos ambientais.

c) A viabilidade tecnológica.

d) A proteção do meio ambiente.

e) Todas as respostas anteriores

2.Uma estação de transferência com armazenamento possui o seguinte benefício:

a) Instalações em pequenas áreas industriais.

b) Ótima relação custo x benefício.

c) Manutenções facilitadas

d) Grande capacidade de coleta de resíduo.

e) Áreas restritas em zonas de segurança.

3.Hoje a valorização dos resíduos alcançou patamares importantes na estrutura do


negócio (nas empresas), podemos afirmar que o motivo dessa importância foi:

a) A possibilidade de utilizar parte dos resíduos.

b) A redução de custos e geração de receita em alguns casos.

c) A utilização dos resíduos como matéria-prima em outras indústrias.

d) A obtenção de energias por meio dos resíduos.

e) Todas as respostas anteriores

123
Resíduos Industriais

4.Podemos afirmar que é considerada como uma vantagem da valorização:

a) A criação de empregos em empresas interligadas ao processo de


valorização.

b) Uso eficiente dos recursos energéticos

c) A redução de passivos ambientais.

d) Apenas a alternativa (a) está correta

e) As alternativas (a) e (b) estão correta\s

5.Observe a figura e marque a alternativa correspondente à característica da


estação:

a) Estação por gravidade com armazenamento no pátio.

b) Estação por gravidade com armazenamento no pátio com compactação.

c) Estação de Transferência com armazenamento.

d) Estação de Transferência com enfardamento.

e) Estação com transferência direta.

124
Resíduos Industriais

6.Dentre os vários conceitos de valorização, podemos afirmar:

a) que abrange a recuperação, a reutilização, a reciclagem e a regeneração


de resíduos.

b) que abrange apenas a reciclagem.

c) que a reciclagem deve possuir maior importância, uma vez que gera
receita para as empresas.

d) que levam em consideração os aspectos positivos apresentados no


beneficiamento energético.

e) Nenhuma das alternativas anteriores.

7.A bolsa de resíduos é caracterizada como um serviço de disponibilização de


informações quanto à venda e compra de resíduos industriais recicláveis, onde a
propaganda (oferta) desse tipo de resíduo deve apresentar o seguinte dado:

a) Composição do resíduo.

b) Classificação do material de acordo com a NBR 10.004.

c) Mecanismo de transportes adequados.

d) Métodos de armazenamento

e) Todas as respostas anteriores.

8.Para a valorização, a principal característica a ser destacada é:

a) a redução da geração de resíduos.

b) a elevada qualidade dos produtos obtidos por meio da valorização.

c) o retorno dos produtos valorizáveis ao setor gerador.

d) o uso eficiente de uma matriz energética.

e) a reciclagem de matérias-primas.

125
Resíduos Industriais

9.Esboce um fluxo de resíduos (funcionamento) presentes em uma bolsa de


resíduos, esse fluxo deve conter as empresas geradoras e compradoras de resíduo,
ou seja, você deve contemplar a relação fornecedor e comprador (oferta x compra).

10.A prevenção ambiental é um dos fatores que justifica a implantação dos


processos de valorizações de resíduos. Apresente e justifique algumas vantagens
dessa valorização.

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

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126
Resíduos Industriais

Considerações finais

Chegamos ao final dos estudos de Resíduos Industriais.

A Universo EAD o parabeniza por ter concluído seus estudos, aumentando sua
bagagem com conhecimentos e habilidades que irão beneficiá-lo por toda a vida.

Mas a aprendizagem não para por aqui. Mantenha o hábito de ler, atualize-se
sempre e não esqueça de praticar o que foi aprendido.

Sucesso!

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Resíduos Industriais

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Resíduos Industriais

Conhecendo o autor

TIAGO MOREIRA CUNHA

Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade Salgado de Oliveira,


mestrado em Gestão e Auditoria Ambiental, pela Universidad de Leon, pós-
graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro, pós-graduado em Engenharia Ambiental e Sanitária pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro e Matemático. Professor da Universidade
Salgado de Oliveira, professor convidado do curso de pós-graduação do Instituto
de Pesquisa Clinica Evandro Chagas, professor da Faculdade Fluminense de
Engenharia, professor do Colégio e Curso Orion, professor da Escola Técnica
Dinastia, professor convidado do curso de pós-graduação da Escola Politécnica de
Saúde Joaquim Venâncio e professor convidado do curso de pós-graduação da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Atualmente diretor de Projetos
Especiais do Instituto de Ciências Ambientais - ICA.

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Resíduos Industriais

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Resíduos Industriais

Referências

AGENCE DE L’ENVIRONNEMENT ET DE LA MAÎTRISE DE L’ENERGY - ADEME,


SITA. Etude Centre de Transfert, Paris, 2003.

ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Manual de


Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Tecnologia em Serviço de
Saúde - Brasília 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA. NBR 10004: Classificação de


Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro, 2004.

BRAGA, Benedito. Et. Al. Introdução a Engenharia Ambiental – 2ª ed. São


Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

BRASIL, Lei nº 12.305, de agosto de 2010, Institui a Política Nacional de


Resíduos Sólidos, Brasília, 2010.

BRASIL. RESOLUÇÃO CONAMA 313, de 22 de novembro de 2002. – Dispõe


sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, Rio de Janeiro,
2002.

BRASIL. RESOLUÇÃO CONAMA 357, de 18 de março de 2005. – Dispõe sobre a


classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento
de efluentes, e dá outras providências. Rio de Janeiro, 2005.

BRASIL. RESOLUÇÃO CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001.

COSTA, H.S. Estação de transferência de resíduos sólidos domiciliares:


Histórico e proposta de procedimentos para o seu planejamento e controle
operacional. HOLOS Environment, v.5, n.1, 2005.

131
Resíduos Industriais

D’ALMEIDA, M. L. O.; VILHENA, A. Resíduos sólidos municipal: manual de


gerenciamento integrado. 2.ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000. 370p.

LEME, Patrícia Silva; MARTINS, João Luis Garcia; BRANDÃO, Dennis (org.). Guia
prático para minimização e gerenciamento de resíduos - USP São Carlos. USP
Recicla; EESC-USP; CCSC-USP; SGA-USP, 2012. 80 p.

LOPES, Sônia. Bio. V. Único. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 1998.

MARTINI JÚNIOR, Luiz Carlos de. Gestão Ambiental na Indústria. Rio de


Janeiro: Destaque, 2003.

132
Resíduos Industriais

A
nexos

133
Resíduos Industriais

Gabaritos
Exercícios – Unidade 1

1. b

2. c

3. d

4. e

5. a

6. a

7. a

8. a

9. A sua resposta deverá abordar explicando e exemplificando os seguintes


meios: Tecnologia limpa; Produtos Ecológicos; Produtos de durabilidade;
Conscientização na utilização dos produtos; Conscientização na geração dos
resíduos, ressalto que se deve escolher apenas 3 (três) meios.

10. “Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”, logo o fluxo
de energia circula pelos ecossistemas, tendo o Sol como fonte primária de energia,
onde os organismos fotossintetizantes transformam a energia radiante em energia
química potencial na forma de carboidrato e a partir desses surgem outras
transformações e energias, por exemplo. Vocês poderão citar outras formas de
transformações para responder essa questão.

134
Resíduos Industriais

Exercícios – Unidade 2

1. e

2. a

3. c

4. d

5. e

6. d

7. c

8. e

9. Essa resposta é baseada nas características do local escolhido, verifique os


anexos da ABNT NBR 10004 para corrigir e/ou adequar a sua resposta

10. Essa resposta terá como base os resíduos escolhidos na questão nº 9, e


devem-se levar em consideração as legislações ambientais vigentes de cada região,
assim como as formas economicamente viáveis para o descarte. Segue algumas
dicas:

- Encaminhar o resíduo para aterro sanitário;

- Encaminhar o resíduo para aterro industrial;

- Reciclagem;

135
Resíduos Industriais

Exercícios – Unidade 3

1. e

2. e

3.

4. d

5. b

6. c

7. b

8. e

9.

Gerador – pessoa física ou jurídica que, como resultado de seus atos ou


de qualquer processo, operação ou atividade, produza e ofereça resíduos para o
transporte.

Transportador – pessoa física ou jurídica que transporta resíduos.

Receptor – pessoa física ou jurídica responsável pela destinação


(armazenamento, recuperação, reutilização, reciclagem, tratamento, eliminação
e/ou disposição) de resíduos

136
Resíduos Industriais

10

Resposta: Para iniciar o projeto deve-se fazer um levantamento inicial


(Diagnóstico Ambiental) para determinar a quantidade de resíduos gerados, as
suas características, o período de coleta, a sua toxicidade e periculosidade e outros.
Após esse reconhecimento deve-se dimensionar o abrigo mediante resultados
obtidos, onde o abrigo para os resíduos tóxicos deve possuir no mínimo:

 Paredes construídas em alvenaria;

 Separações para os diversos resíduos gerados;

 Pisos e paredes revestidos de material liso, impermeável, lavável

 Ventilação de no mínimo, 1/20 da área do piso e com tela de


proteção contra insetos;

 Porta com abertura para fora, tela de proteção contra roedores e


vetores e de largura compatível com os recipientes de coleta externa

 As instalações elétricas a prova de ignição;

 Dique de contenção para os resíduos líquidos;

 Identificação para os diversos tipos de resíduos.

Exercícios – Unidade 4

1. e

2. e

3. a

4. e

137
Resíduos Industriais

6. d

7. c

8. a

9.

 Alteração completa do produto;


 Aumento da vida útil;
 Substituição de matérias-primas;
 Modificação do design do produto;
 Uso de matérias-primas ecológicas;
 Substituição de componentes críticos;
 Redução do número de componentes;
 Viabilização do retorno de produtos;
 Reutilização da matéria-prima.

10.

Vide item - Reciclagem na Fonte

Exemplo: Recuperação de solventes de limpeza mediante destilação a vácuo

138
Resíduos Industriais

Exercícios – Unidade 5

1. e

2. d

3. e

4. e

5. d

6. a

7. e

8. c

9.

10

Resposta:

 Economia de matéria-prima e energia (fazer certo da primeira fez, reduz o


retrabalho reduzindo o índice de perdas da matéria-prima, economizando
também energia).

 Proteção ambiental (a valorização propicia um descarte de resíduos


adequado, onde o fluxo da matéria – resíduos – ficam em um ciclo fechado,
reduzindo a possibilidade de impactos ambientais significativos);

 Geração de emprego (em empresas de coleta, transporte e tratamento de


resíduos).

139

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