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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
ÁREA DE GEOTECNIA E ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES

Disciplina: FUNDAÇÕES Código: 101134


Professor: Erinaldo Hilário Cavalcante

Notas de Aula

FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
Capítulo 5 – Recalques

Aracaju, maio de 2005


ÍNDICE
1.0 Introdução 101
2.0 Classificação dos Recalques 101
2.1 Totais ou absolutos (w) de uma sapata isolada 101
2.2 Diferenciais ou relativos (δ) entre duas sapatas vizinhas 101
2.3 Distorção angular ou recalque diferencial específico ( δ ): é a diferença de 101
l
recalques entre duas sapatas dividida pela distância entre elas
3.0 MÉTODOS PARA PREVISÃO DE RECALQUES DE FUNDAÇÕES 104
DIRETAS
3.1 Equações dos Métodos Teóricos 104
3.1.1 Métodos diretos para estimativa de recalque imediato 105
3.1.1.1 Equação baseada na Teoria da Elasticidade 105
3.1.1.2 Método de Janbu 106
3.1.2 Método indireto: também chamado método de cálculo de recalque por 108
camadas
3.2 Métodos Semi-Empíricos 108
3.2.1 Métodos semi-empiricos baseados no SPT 109
3.2.1.1 Método de Terzaghi & Peck (1948; 1967) 109
3.2.1.2 Método de Meyerhof (1965) 109
3.2.1.3 Método de Burland & Burbidge (1985) 110
3.2.2 Métodos semi-empiricos baseados no CPT 111
3.2.2.1 Método de Schmertmann (1970; 1978) 111
3.3 Métodos Empíricos 114
3.4 Prova de Carga em Placa 115
3.4.1 Quanto à localização 116
3.4.2 Quanto ao tipo de placa 116
3.4.3 Quanto ao modo de carregamento 116
3.4.4 Extrapolação dos Recalques da Placa para a Fundação 117
3.4.5 Ensaio de três placas 118
4.0 FUNDAÇÕES VIZINHAS 119
5.0 EXEMPLO DE APLICAÇÃO 121
6.0 Bibliografia Consultada 124

100
1.0 Introdução

Define-se recalque de uma sapata, como sendo o deslocamento vertical para baixo, sofrido
pela base da fundação em relação ao indeformável. Esse deslocamento resulta da deformação
do solo sobre o qual se apóia o elemento da fundação. No caso de tubulões e estacas, deve-se
adicionar a esta deformação a parcela de compressão elástica do fuste para obter o recalque
no topo.
Segundo Velloso e Lopes (1996), a previsão de recalques é um dos exercícios mais difíceis da
Geotecnia, de forma que o resultado dos cálculos, por mais sofisticados que sejam, deve ser
encarado como uma estimativa.

2.0 Classificação dos Recalques

2.1 Totais ou absolutos (w) de uma sapata isolada

2.2 Diferenciais ou relativos (δ) entre duas sapatas vizinhas

Vargas (1981) ainda classifica os recalques da seguinte forma:

ƒ Normais: recalques previsíveis e calculáveis provenientes da compressão do solo de


fundação sob a ação das cargas do edifício;
ƒ Indeterminados: oriundos do escoamento visco-plástico do solo de fundação. Ocorrem
quando as tensões aplicadas superam a tensão crítica de escoamento do terreno de
fundação, em conseqüência de erros de cálculo das cargas aplicadas ou do
desconhecimento da resistência ou compressibilidade real do terreno;
ƒ Por deterioração das fundações: aprodecimento de estacas de madeira, deterioração do
concreto, corrosão do aço, agressões do meio ambiente, etc.;
ƒ Imprevisíveis: provocados pela execução posterior de obras vizinhas (escavações,
passagem de túneis, de galerias, rebaixamento do lençol freático) problemas na execução
das fundações;

2.3 Distorção angular ou recalque diferencial específico ( δ ): é a diferença de recalques entre


l
duas sapatas dividida pela distância entre elas.

A Figura 5.1 ajuda a compreender como se processa fisicamente o recalque de uma fundação
superficial sob carga vertical centrada.

101
Figura 5.1 – Recalques de uma fundação superficial sob carga centrada (Velloso e Lopes, 1996).

Uma fundação ao ser carregada sofre recalques, que se processam, em parte, imediatamente
após o carregamento e, em parte, como o decorrer do tempo. Dessa forma, o recalque
absoluto (wf) se compõe de duas parcelas: o recalque imediato (wi) e o recalque devido ao
adensamento (wt), oriundo da saída água dos poros (com a conseqüente redução no índice de
vazios). Há ainda uma parcela de recalque denominada de recalque secundário (ws), que se
processa linearmente com o logaritmo do tempo, mesmo após da pressão neutra se aproximar
de zero, devido a fenômenos viscosos (fluência). Portanto, o recalque total será a soma das
referidas parcelas:

wf = wi + wc + ws (1)

O recalque de adensamento é típico das argilas saturadas sob carregamentos permanentes, o


qual resulta de deformações volumétricas (diminuição do índice de vazios). O adensamento se
processa com a dissipação das pressões neutras, lentamente com o decorrer do tempo, pois a
baixa permeabilidade das argilas dificulta a expulsão da água intersticial. A fórmula teórica de
Terzaghi permite o cálculo do recalque final de adensamento, teoricamente em tempo infinito,
bem como os procedimentos para cálculo do recalque parcial para qualquer percentual de
adensamento, em tempo t.
Como regra geral, as sapatas e os tubulões podem ser apoiados em argilas desde que elas
sejam argilas sobreadensadas. Todavia, sempre que possível, deve-se limitar a tensão
admissível em fundações diretas ao valor da tensão de pré-adensamento.
Nas fundações diretas também ocorre uma parcela de recalque proveniente de deformações a
volume constante (sem redução do índice de vazios). Ao contrário do adensamento, processa-
se em tempo muito curto, quase simultaneamente à aplicação do carregamento, em condições
não-drenadas em argilas e condições drenadas em areias. Essa parcela de recalque é
chamada de recalque imediato, por razões óbvias.
102
Considerando um elemento de solo sob a base da sapata ou tubulão, o recalque imediato
corresponde a uma distorção desse elemento, uma vez que não há diminuição de volume (nem
diminuição de vazios). Por isso, muitos autores preferem a designação de recalque de
distorção.
Por ser calculado pela Teoria da Elasticidade, o recalque imediato também é chamado de
recalque elástico. Entretanto, os solos não são materiais elásticos e, em conseqüência, os
recalques imediatos geralmente não são recuperáveis com o descarregamento, ou reversíveis
apenas parcialmente. Por isso, a denominação recalque elástico é inadequada.
Mas o uso da Teoria da Elasticidade Linear justifica-se porque é bem razoável a hipótese de
comportamento tensão-deformação linear até níveis de tensão inferiores à tensão admissível
em fundações diretas. No emprego da Teoria da Elasticidade para cálculo de recalques, é
preferível substituir a denominação Módulo de Elasticidade por Módulo de Deformabilidade,
conforme sugere Vargas (1978).

OBS1.: Devido aos recalques, um edifício pode sofrer movimentos verticais (translação) acompanhados ou não de
inclinação (rotação).
OBS2.: Se o subsolo fosse homogêneo e todas as sapatas tivessem as mesmas dimensões, os recalques seriam
praticamente uniformes. Entretanto, a variabilidade do solo, em termos de compressibilidade, gera recalques
desiguais. Além disso, como o tamanho das sapatas de um edifício pode ser diferente por causa das cargas dos
pilares não serem as mesmas, surge mais uma fonte de recalques diferenciais.
OBS3.: Recalques absolutos elevados, mas de mesma ordem de grandeza em todas as partes da fundação,
geralmente podem ser aceitáveis. De fato, os recalques desiguais (diferenciais) é que preocupam.

Como há muita confusão entre elasticidade e linearidade, é importante entender que um


material pode ser elástico-linear, elástico não-linear e linear não-elástico, como mostra a Figura
5.2, mediante a comparação das curvas de carregamento e de descarregamento.

Figura 5.2 – Comportamento tensão x deformação. (a) elástico-linear; (b) elástico não-linear; (c) linear
não-elástico.

103
3.0 MÉTODOS PARA PREVISÃO DE RECALQUES DE FUNDAÇÕES DIRETAS

a) Teóricos ou Racionais

Os parâmetros de deformabilidade, obtidos em ensaios de laboratório ou de campo, são


combinados a modelos para previsão dos recalques teoricamente exatos.

b) Semi-Empíricos

Os parâmetros de deformabilidade, obtidos por meio de correlações empíricas a partir de


ensaios in situ, de natureza estática (Cone e Pressiômetro) e dinâmica (SPT), são combinados
a modelos de previsão de recalques teoricamente exatos ou adaptações deles.

c) Empíricos (Tabelados)

Consiste no emprego de tabelas de valores típicos de tensões admissíveis com base na


descrição do terreno de fundação (classificação e determinação da compacidade ou
consistência por meio de investigações geotécnicas). Os recalques associados às tensões
admissíveis indicadas são usualmente aceitos em estruturas convencionais. Na NBR 6122
(1996) os recalques admissíveis de fundações superficiais são da ordem de 25mm,
considerando que o embutimento da fundação em solos granulares é D ≤ 1m.

d) Provas de Carga Sobre Placa

Métodos que utilizam os resultados do ensaio de prova de carga sobre placa, interpretando-os
de modo a levar em conta as relações de comportamento entre a placa e a fundação real, bem
como as características das camadas de solo influenciadas pela placa e pela fundação.

3.1 Equações dos Métodos Teóricos

Os cálculos podem ser de duas espécies:

i) Cálculos diretos: o recalque é fornecido diretamente pela solução empregada.


Exemplos: Teoria da Elasticidade e Métodos Numéricos;
ii) Cálculos indiretos: o recalque é obtido à parte, com as deformações específicas
integradas posteriormente. Exemplo: cálculo de recalques por camadas.

104
3.1.1 Métodos diretos para estimativa de recalque imediato

3.1.1.1 Equação baseada na Teoria da Elasticidade

O recalque de uma sapata, com carga centrada centrada, apoiada sobre argilas pré-
adensadas, pode ser estimado por uma equação oriunda da Teoria da Elasticidade:

1 −ν 2
w = qB IS Id Ih (2)
E
onde,
q = tensão aplicada
B = menor dimensão da fundação
ν = coeficiente de Poisson
E = módulo de elasticidade
Is = fator de forma
Id = fator de profundidade
Ih = fator de espessura da camada compressível.

Para carregamento aplicado na superfície de um meio de espessura infinita, Id = Ih = 1. O valor


de Is pode ser obtido da Tabela 5.1. Sugere-se desprezar o fator Id, adotando-o igual a 1. Para
uma sapata de concreto armado ser considerada rígida, é preciso que a altura de sua base, h,
seja no mínimo igual 0,25 (B-b), conforme ilustrado na Figura 5.3, ou seja:

B−b
h≥
4 (3)

Figura 5.3 – Critério de rigidez de uma fundação


superficial.

105
Tabela 5.1 – Fatores de forma (Is) para carregamentos na superfície de um meio de espessura infinita
(Perloff, 1975).
Forma RIGIDEZ
FLEXÍVEL RÍGIDA
Posição
Centro Borda Média Qualquer
Círculo 1,00 0,64 0,85 0,79
Quadrado 1,12 0,56 0,95 0,99
Retângulo
-
(L/B)
1,5 1,36 0,67 1,15 -
2,0 1,52 0,76 1,30 -
3,0 1,78 0,88 1,52 -
5,0 2,10 1,05 1,83 -
10,0 2,53 1,26 2,25 -
100,0 4,00 2,00 3,70 -
1000,0 5,47 2,75 5,15 -
10000,0 6,90 3,50 6,60 -

Valores de Is.Ih estão propostos na Tabela 5.2.

Tabela 5.2 – Valores de Is.Ih para carregamentos atuando na superfície (Id =1) de um meio de espessura
finita (Egorov, 1958; Harr, 1966).

3.1.1.2 Método de Janbu

Como o método anterior, baseado na Teoria da Elasticidade, considera que a camada de solo
abaixo da fundação tem espessura semi-infinita, o que nem sempre acontece, Janbu (1966)
propôs um cálculo alternativo de recalque imediato considerando a espessura finita da camada.

1 −ν 2
w = µ 0 µ1σB (4)
E
em que µ0 e µ1 são fatores dependentes do embutimento da fundação, da espessura da
camada e da forma da fundação, conforme mostrado na Figura 5.4.

106
Figura 5.4 – Fatores µ0 e µ1 para o cálculo de recalque imediato de sapata em camada argilosa
fina (Janbu et al., 1956, apud Simons & Menziens, 1981).

No caso de uma sapata retangular, de largura B e comprimento L (ou circular, de diâmetro B),
apoiada a uma profundidade h da superfície do terreno e que a camada de solo compressível
tem espessura H, contada a partir da base da sapata (Figura 5.4), pode-se considerar que as
deformações ocorrem a volume constante (ν = 0,50). É o caso de argilas saturadas em
condições não-drenadas. Neste caso, o recalque médio de sapatas flexíveis será:

σB
w = µ 0 µ1
Es (5)

em que σ = tensão aplicada ao solo pela fundação;


Es é o módulo de elasticidade do solo.

107
3.1.2 Método indireto: também chamado método de cálculo de recalque por camadas

Procedimentos:
i) divide-se o terreno em subcamadas, em função de:
i.a) Propriedades dos materiais
i.b) Proximidades da carga: subcamadas devem ser menos espessas aonde são maiores as
variações no estado de tensão.

ii) cálculo: no ponto médio da subcamada e na vertical do ponto onde se deseja


conhecer o recalque das tensões geostáticas e do acréscimo de tensão (∆σ),
usando soluções da teoria da elasticidade;
iii) combinando as tensões geostáticas com o acréscimo de tensões e as
propriedades da subcamada, obtém-se a deformação específica média da
subcamada (εz). O produto da deformação pela espessura (∆h) da subcamada
fornece a parcela de recalque da subcamada, ou seja:

∆w = εz . ∆h (6)

iv) somando as parcelas de recalques das subcamadas, tem-se o recalque total:

w = ∑∆w (7)

3.2 Métodos Semi-Empíricos

O termo semi-empírico se deve à introdução de correlações matemáticas com respaldo


estatístico para a definição de propriedades dos solos. As correlações permitem a estimativa
de propriedades de deformação por meio de ensaios outros, não especificamente aqueles que
visam obter o comportamento tensão – deformação dos solos (triaxial, edométrico, ensaio de
placas, pressiômetro, etc.). Estes outros ensaios seriam o Cone de Penetração (CPT) e o
ensaio de penetração padrão (SPT). Como são obtidas as correlações?

i) a partir de resultados de ensaio de penetração;


ii) a partir de propriedades obtidas de ensaios do tipo tensão-deformação executados
com amostras retiradas do local do ensaio de penetração;
iii) das propriedades de deformação obtidas através de retroanálises de medições de
recalques de fundações;
108
3.2.1 Métodos semi-empíricos baseados no SPT

3.2.1.1 Método de Terzaghi & Peck (1948; 1967)


2
σ adm = 4,4 N SPT − 3  B + 1´ 
  
(8)
 10  2B 

OBS.: Se o nível d´água estiver superfície, sugere-se reduzir em 50% o valor da σadm.

Peck et al. (1974) propuseram ábacos para a estimativa da σadm para um recalque admissível
de 1 polegada, em função de B, D e do valor de Nmédio, conforme apresentado na Figura 5.5.

Figura 5.5 – Ábacos para obtenção da σadm de sapatas em areia (Peck et al. 1974).

3.2.1.2 Método de Meyerhof (1965)

Para sapatas apoiadas em areias, propõe-se:

N SPT wadm wadm está em polegadas


σ adm = (9)
8 σadm é obtido em kgf/cm2
para B ≤ 4 pés e
 N SPT − wadm  B + 1´  2
σ adm =   (10)
 12  B 
 

onde B está em pés.

109
3.2.1.3 Método de Burland & Burbidge (1985)

O recalque de fundações superficiais em areias é obtido pela expressão:

1,71
w = q.B0,7. f s. f l (11)
,4
N 1SPT
em que
w = recalque previsto, em mm
q = tensão aplicada pela fundação, em kgf/cm2
fs = fator de forma
fl = fator de espessura de camada compressível (H)
NSPT = resistência à penetração média na profundidade Z1, obtido da Figura 5.6.
Com os fatores fs e fl dados por:


 L 

 1,25   
B H  H 
fs =  

e fl = 2− se H < Z1
L 
Z1  Z1 


+ 0,25   
 B 

NOTAS SOBRE APLICAÇÃO DO MÉTODO

i) Areias pré-comprimidas

 2  1,71
w =  q − σ ´va .B0,7. f .f (12)
,4 s l

 3 
 N 1SPT

em que σ´va é a tensão de pré-compressão.

ii) Para NSPT > 15, em areias finas ou siltosas Figura 5.6 – Procedimento para obtenção da
submersas, usar: Ncorr = 15 + 0,5(NSPT – 15). profundidade de influência da fundação.

iii) Ocorrendo pedregulhos sugere-se usar: Ncorr =1,25 NSPT

iv) A estimativa do recalque com o tempo é feita incorporando o fator ft:

t R3 = 0,3 (cargas estáticas) e 0,7 (variáveis)


f t = 1 + R3 + Rt log (13)
3 Rt = 0,2 (cargas estáticas) e 0,8 (variáveis)
t = tempo (em anos).
em que,

110
v) A resistência à penetração média (NSPT) é calculada dentro da profundidade de influência,
Z1, obtida da Figura 5.6, em função da largura da fundação, B, se a resistência do solo abaixo
da cota de apoio da fundação for constante ou crescente com a profundidade.

vi) Se a resistência do solo abaixo da cota de apoio da fundação for decrescente ao longo da
profundidade, a média do NSPT é obtida até a profundidade correspondente a 2B ou até a base
da camada menos resistente, sendo adotado o menor dos dois valores.

vii) Entende-se por espessura de camada compressível (H) o solo ou pedregulho contido
abaixo da cota onde a fundação se apóia até à rocha ou até o estrato impenetrável.

viii) Se H ≥ Z1, o valor de fl =1,0.

ix) Se a sapata for quadrada, fs = 1,0.

x) Admite-se que uma sapata é retangular quando a relação 1 > L B ≤ 5 . Para L B > 5 ,
considera-se sapata corrida. Na prática, se procura sempre projetar sapatas retangulares com
relação L/B, no máximo, igual a 2,5.

3.2.2 Métodos semi-empíricos baseados no CPT

3.2.2.1 Método de Schmertmann (1970; 1978)

Schmertmann (1970) compilou vários perfis de deformação específica (εz) obtidos em areias
sob placas de prova, e observou que esses perfis exibiam um pico de deformação a uma
profundidade da ordem de B/2, e que a deformação se anulava em cerca de 2B. O pesquisador
assimilou os perfis de deformação a uma variação linear crescente, desde a cota de apoio da
fundação até a profundidade igual a B/2 e decrescente, de B/2 a 2B, conforme mostrado na
Figura 5.7. Assim, Schmertmann baseou seu método no conceito do índice de deformação
específica, Iεz. Com o perfil do índice de deformação específica e o módulo de elasticidade do
solo, E, o recalque da fundação poderá facilmente ser calculado (previsto):

ε .E em que,
I = z (14)
εz q q = tensão aplicada

Iε .d z n I ∆ E = módulo de elasticidade
w = ∫0H ε z d z = q ∫02B = q ∑ εi z (15)
E H = espessura total.
i = 1 Ei

111
Schmertmann (1970) propôs ainda duas correções:
a) uma para considerar o embutimento da fundação, C1

σ,
C1 = 1 − 0,5 v0 com C1 ≥ 0,5 (16)
q
b) uma para levar em conta deformações de origem viscosa (fluência) – efeito do tempo, C2

t
C2 = 1 + 0,2 log (17)
0,1
Os valores de E podem ser estimados a partir de correlações empíricas, conforme as equações
apresentadas a seguir, ou com base nos valores sugeridos na Tabela 5.3 seguinte:

E = 2,5 x qc ⇒ para sapatas circulares e quadradas, ou

E = 3,5 x qc ⇒ para sapatas corridas.

onde qc é a resistência de ponta medida no ensaio de cone, o CPT. Não se dispondo de


ensaios de cone de penetração, pode-se obter indiretamente o valor de qc a partir do índice de
resistência à penetração do SPT, ou seja, qc = K NSPT, conforme mostrado na Tabela 5.4.
Finalmente, a equação do recalque proposta por Schmertmann, incluindo os efeitos de
embutimento e tempo, assume a seguinte forma:

n I ∆
w = C1C2.q ∑ εi z (18)
i = 1 Ei

em que o Índice de deformação de pico, Iε,p é calculado conforme indicações da Figura 5.7. O
valor de ∆σ = q - σ´v0 representa o alívio de tensão vertical motivado pela escavação.

Figura 5.7 – Perfis de índice de deformação específica (Schmertmann, 1978).


112
Tabela 5.3 – Valores sugeridos para E e υ (Teixeira e Godoy, 1998; Das, 2000).
E (MPa) E (MPa) υ
Consistência ou
Solo Teixeira e Godoy DAS (2000)
compacidade
(1998)
Muito mole 1 - -
Mole 2 4 a 20 -
Média 5 20 a 40 0,20 a 0,50
Argila
Rija 7 40 a 100 -
Muito rija 8 - -
Dura 15 - -
Fofa 2 10 a 25 0,20 a 0,40
Pouco compacta 20 - -
Areia Medianamente
50 15 a 30 0,25 a 0,40
compacta
Compacta 70 35 a 55 0,30 a 0,45
Muito compacta 90 - -
Areia com Pouco compacta 50
70 a 170 0,15 a 0,35
pedregulhos Compacta 120
Argila arenosa - 30 a 40* - -
Silte - 3 a 10** - -
Areia siltosa - 7 a 20* 10 a 20 0,25 a 0,40

Tabela 5.4 – Valores de K, em MPa, em função do tipo de solo propostos por Schmertmann (1970) e
Danziger e Velloso (1986).
Tipo de solo Schmertmann Danziger e Velloso
Areia 0,40 a 0,60 0,60
Areia siltosa, argilosa, silto-argilosa 0,30 a 0,40 0,53
Silte, silte arenoso, argila arenosa 0,20 0,48
Silte argiloso - 0,30
Argila e argila siltosa - 0,50

Nota importante: Ao aplicar um método semi-empírico baseado no SPT, é comum se encontrar


a situação em que NSPT varia com a profundidade. Quando o método não indica como proceder
para obtenção da média de NSPT, pode-se fazer uma ponderação de valores até a profundidade
atingida pelo bulbo de tensões, usando-se como fator de ponderação o acréscimo de tensão
provocado pela fundação. Uma sugestão apresentada por Velloso e Lopes (1996), proposta
por Lopes et al. (1994) é esquematizada na Figura 5.8.

113
Figura 5.8 – Procedimento para obtenção de NSPT representativo por média ponderada (Lopes et al.
1994), citada por Velloso e Lopes (1996).

Para o cálculo do acréscimo de tensão em cada camada, recomenda-se recorrer a um dos


diversos métodos presentes na literatura, como por exemplo, os ábacos de Newmark e
Osterberg.

Em perfis arenosos, deve-se adotar maior valor do B previsto para calcular o Nméd, no trecho
correspondente a 2B, medido a partir da cota de apoio da base da fundação.

3.3 Métodos Empíricos

A previsão do recalque é feita com base na descrição do terreno (classificação e determinação


da compacidade ou consistência através de investigações geotécnicas). Os métodos empíricos
são apresentados na forma de tabelas de tensões admissíveis. Embora as tabelas indiquem
um valor de tensão admissível para cada tipo de solo, deve-se considerar que esse valor está
associado a um recalque admissível, ou seja, usualmente aceito por estruturas convencionais.
A NBR 6122 (1996) propõe valores de tensões admissíveis de acordo com o tipo de solo, para
recalques admissíveis limitados a 25 mm, cujos valores estão reproduzidos na Tabela 5.5.
Cabe ressaltar que os valores dessa tabela são válidos para os casos onde a profundidade de
embutimento das fundações superficiais apoiadas sobre solos granulares é, no máximo, igual 1
metro.

114
Tabela 5.5 – Tensões básicas da norma NBR 6122 (1996).

OBS.: Para solos argilosos (classes 10 a 15) os valores contidos na Tabela 5.5 são aplicáveis a
um corpo de fundação não superior a 10 m2. Para áreas maiores, devem ser corrigidos os
valores da tabela de acordo com a seguinte equação:
1
 10 
σ adm = σ 0   2 (19)
 A
 

onde A = área total da parte considerada ou da construção inteira, expressa em m2.

3.4 Prova de Carga em Placa

Além dos métodos teóricos, semi-empíricos e empíricos disponíveis na literatura para a


previsão de recalques de sapatas, o recalque de uma fundação superficial também pode ser
determinado experimentalmente, empregando-se a técnica da prova de carga sobre placa.
Neste método, uma placa de aço é submetida ao mesmo nível de tensão que a fundação em
escala real deverá sofrer. Esse tipo de ensaio, normalizado no Brasil pela NBR 6489 (1984),
consiste na instalação de uma placa rígida de aço, com diâmetro de 0,80 m (0,50 m2), na
mesma cota de projeto das sapatas, e aplicação de carga, em estágios (geralmente dez
estágios), até o dobro da tensão admissível prevista, com medida simultânea dos recalques
(ver Figura 5.9a). Os resultados são apresentados na forma de curva tensão – recalque,
conforme mostrado na Figura 5.9b.
115
(a) (b)
Figura 5.9 – Arranjo típico de uma prova de carga sobre placa e curva tensão-recalque.

Cuidados deverão ser tomados quando da interpretação dos resultados, pois, como o bulbo de
tensões gerado pela placa é em geral menos profundo que o da sapata, os resultados desse
ensaio só podem reproduzir os da fundação (escala real) nos casos onde o perfil vertical do
terreno é relativamente uniforme. Do contrário, pouco se pode extrair da prova de carga (ver
Figura 5.10).

3.4.1 Quanto à localização


a) Em superfície
b) Em cavas
c) Em furos

3.4.2 Quanto ao tipo de placa


a) Convencional
b) Parafuso (screw-plate)

3.4.3 Quanto ao modo de carregamento


a) Carga controlada (em incrementos ou com carga cíclica)
b) Deformação controlada

Na prova de carga convencional, o carregamento é incremental e é mantido até à estabilização


dos recalques, conforme prescrito pela norma brasileira.

⇒ Heterogeneidade do perfil: neste caso, o ensaio pouco representa a fundação real.


⇒ Lençol d´água: o recalque de placas em areias submersas pode ser de até duas vezes
maiores que os de areias secas ou úmidas.
116
⇒ Drenagem parcial: em solos argilosos, os recalques dependem do critério de estabilização.
O recalque medido pode estar entre o instantâneo e o final (drenado).
⇒ Não-linearidade da curva tensão-recalque: mesmo no trecho inicial da curva, pode haver
forte não-linearidade; pode também haver grande mudança de comportamento da curva
quando se atinge a tensão de pré-adensamento do solo.

3.4.4 Extrapolação dos Recalques da Placa para a Fundação

Muito cuidado deve ser tomado no momento da extrapolação dos resultados do ensaio de
placa para a fundação real. Podem ocorrer situações nas quais a prova de carga nada
reproduz da fundação real, conforme mostrado na Figura 5.10, onde existe uma relativa
estratificação do perfil. Nota-se que o bulbo de tensões da sapata atinge camadas inferiores de
solo mole não atingidas pelo bulbo da placa, o que pode facilmente induzir a erros grosseiros
de interpretação, principalmente no que se refere aos recalques.

Figura 5.10 – Comparação de bulbos de tensões da placa e da fundação em solos estratificados.

No caso de não haver estratificação significativa, pode-se extrapolar os resultados da placa:

a) Meio homogêneo (E é constante com a profundidade)

B I s,B
wB = wb (20)
b I s,b
117
em que Is.B e Is.,b são os fatores de forma para a fundação e a placa, respectivamente (ver
Tabela 5.6). O recalque wB é o da fundação extrapolado do da placa, wb. B é o diâmetro ou a
menor dimensão da fundação e b é o diâmetro da placa.

Tabela 5.6 – Valores e Is em função da forma da área carregada.

b) Meio em que E cresce linearmente com a profundidade

2
 2B 
wB = wb   (21)

 B + b 
Portanto, se o solo possui E = cte., o recalque da fundação para uma mesma tensão é
diretamente proporcional à área carregada, ou seja:
AB
wB = wb (22)
Ab
em que AB e Ab são as áreas da fundação e da placa, respectivamente.

Se a fundação e a placa tiverem mesma geometria em planta, tem-se:


B
wB = wb (23)
b

3.4.5 Ensaio de três placas

Há algumas propostas para interpretação de ensaios de placa, realizados em três diâmetros


diferentes, com vistas a se prever recalques de sapatas em meios linearmente heterogêneos.
Uma delas deve-se a Housel (1929). Dos três ensaios são retirados resultados em termos de
tensões que produzem o recalque admissível e devem conduzir a um gráfico, conforme
mostrado na Figura 5.11. Este gráfico permitirá obter, para as dimensões da fundação real, a
tensão que produzirá o recalque admissível. A interpretação se dá em termos de p/A, onde p é
o perímetro e A é área da placa. Do gráfico também podem ser retirados os parâmetros m e n,
para a equação do recalque associado a uma tensão admissível:

p
σ adm = n + m (24)
A
118
Figura 5.11 – Interpretação de ensaio em três placas segundo Housel (1929).

4.0 FUNDAÇÕES VIZINHAS

Quando uma fundação está próxima de outra, o bulbo de tensões desta interage com o da
vizinha e vice-versa, o que denominamos de sobreposição de tensões (ver Figura 5.12). O
recalque calculado isoladamente para cada sapata sem a interferência da (s) vizinha (s) será
menor do que considerando essa interação. A influência de uma sobre a outra será tanto maior
quanto mais próximas forem as sapatas e quanto maiores forem as cargas, conforme será visto
adiante.

Figura 12 – Sobreposição dos bulbos de tensões entre sapatas vizinhas.

O recalque isolado (ri) da fundação “i” quando sofre a influência da fundação “j” (ver Figura
5.13) será acrescido da parcela (1 + α), o que de acordo com a expressão matemática
seguinte, fornece o recalque total da sapata (r):

r = ri (1 + ∑ α i ) (25)
119
Figura 5.13 – Esquema da influência de sapatas vizinhas (Velloso, 1981).

A obtenção do fator α decorre do gráfico da Figura 5.14, calculando-se o parâmetro de entrada


com auxílio da Equação 26.

 π ⋅σ 
Lij +   ⇒ α (gráfico seguinte) (26)
 P 
 j 

Fator alfa para influência de sapatas vizinhas

0,70
Fator alfa
Ajuste exponencial
0,60
α = 0,5941 . x-1,1273
R2 = 0,9951
0,50

0,40
α

0,30

0,20

0,10

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50
raiz[Lij+(3,14*q/Pj)]

Figura 5.14 – Gráfico para cálculo da influência de sapatas vizinhas (Velloso, 1981).

120
5.0 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

1) Fazer a previsão do recalque total que a sapata (isolada) apresentada na figura abaixo pode
sofrer. Considerar o perfil de sondagem apresentado para a estimativa do módulo de
elasticidade. A tensão admissível estimada do terreno foi σadm = 200 kPa. O peso específico do
solo é da ordem de 18 kN/m3.

Solução:

Usando o método de Schmertmann (1970, 1978).

σ´v0 = 18 x 1,0 = 18 kN/m2 (alívio de tensão devido à escavação)

q = 200 kPa (tensão aplicada é a tensão admissível)

∆σ = 200 – 18 = 182 kN/m2 (tensão líquida na base da fundação)

σ´vp = 18+ 18 x 1,0 + 0,55 (18 – 10) = 40,40 kN/m2 (tensão de pico, em B/2)

182
I ε , p = 0,5 + 0,1 = 0,71
40,40 (índice de deformação específica de pico)

Traçado do perfil de Iεz (ver gráfico seguinte):

18
Cálculo do fator de correção C1 ⇒
C1 = 1 + 0,5 = 0,95
182

121
Iz
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
1

3
Profundidade (m)

Estimativa do módulo de elasticidade, E:


Por exemplo:
i) Sugestões da Tabela 5.3
ii) Areia siltosa e silte arenoso: E = 300 (NSPT + 6)
iii) Areia saturada: E = 250 (NSPT + 15)
iv) Sugestões encontradas no livro de Fundações da ABMS, publicado pela Ed. PINI.

Equação do recalque:
n I ∆ n I ∆
w = C1C2.q ∑ εi z , admitindo C2 = 1,0 e ∑ εi z = 0,000272 , tem-se:
i = 1 Ei i = 1 Ei

122
Tabela para cálculo das parcelas de recalque de cada subcamada do perfil do subsolo.
CAMADA ∆z Ei Iz Iz.∆z/Ei q = σadm σ´v0 ∆σ C1 Recalque
(m) (kPa) (kPa) (kPa (kPa) (m)

1 1,00 28000 0,34 1,21E-05 200,00 18,00 182,00 0,95 0,0021


2 1,00 40000 0,65 1,63E-05 200,00 18,00 182,00 0,95 0,0028
3 1,00 40000 0,56 1,40E-05 200,00 18,00 182,00 0,95 0,0024
4 1,00 40000 0,41 1,01E-05 200,00 18,00 182,00 0,95 0,0018
5 1,00 4000 0,26 6,50E-05 200,00 18,00 182,00 0,95 0,0112
6 1,00 4000 0,11 2,75E-05 200,00 18,00 182,00 0,95 0,0048
Soma = 0,0251
Soma = 0,000145 Soma = 2,51cm

Resultado: w =  0,95 182  0,000145 



= 0,0251m = 2,51cm

Exercício proposto:

2) Resolver o problema anterior empregando a solução de Burland e Burbidge (1985),


adotando a resistência à penetração do SPT média igual a 20.
Resposta: w = 1,05 cm
3) Resolver o problema 1 usando o método da Teoria da Elasticidade.

4) Calcular o recalque final da sapata que suporta o pilar P1, distante 3,5m da sapata vizinha,
que suporta a carga do pilar P2.
Dados:

P1 = 4000 kN r1 = 4,3cm
P2 = 5000 kN r2 = 3,2cm
Lij = 3,5m
σadm = 200 kPa

Cálculos:

 3,14 ⋅ 200  α = 0,30


Calcular 3,5 +   = 1,90
 5000 

Portanto, o recalque final da fundação 1, será: ri (final) = 4,3 (1+0,3) = 5,59 cm

123
5.0 Bibliografia Consultada

1) Almeida, M.S.S. (1996), Aterros Sobre Solos Moles: da Concepção à Avaliação do


Desempenho, Editora da UFRJ, 216p.
2) Das, B.M. (2000), Fundamentals of Geotechnical Engineering, Brooks/Cole.
3) Alonso, U. R. (1983), Exercícios de Fundações, Editor Edgard Blücher Ltda., São Paulo.
4) Alonso, U.R. (1989), Dimensionamento de Fundações Profundas, Ed. Edgar
Blücher Ltda.
5) Alonso, U.R. (1991), Previsão e Controle das Fundações, Ed. Edgar Blücher
Ltda.
6) Barata, F.E. (1984), Propriedades Mecânicas dos Solos. Uma Introdução ao Projeto
de Fundações, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
7) Caputo, H.P. (1988 e 1987), Mecânica dos Solos e suas Aplicações, Velo 1 e 2, 6a
Edição, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
8) Fang, H.-Y. (1991), Foundation Engineering Handbook, Van Nostrand Reinhold.
9) Gaioto, N. (1983), Maciços e Obras de Terra, Notas de Aula, EESC/USP.
10) Hachich, W., Falconi, F.F., Saes, J.L., Frota, R.G.Q., Carvalho, C.S.,
Niyama, S. (1998), Fundações - Teoria e Prática, 2a Edição, Editora Pini Ltda.
11) Lambe, T.W., and Whitman, R.V. (1979), Soil Mechanics, SI Version, John Wiley &
Sons.
12) Moliterno, A. (1994), Caderno de Muros de Arrimo, 2a Edição, Ed. Edgar Blücher
Ltda.
13) Moraes, M. Da Cunha, (1976), Estruturas de Fundações, McGraww-Hill Book
Company do Brasil, 172p.
14) NBR 6122 (1996), Projeto e Execução de Fundações, ABNT, 33p.
15) Poulos, H.G. and Davies, E.H. (1980), Pile Foundations Analysis and Design, John
Wiley, New York.
16) Simons, N. E. & Menziens, B. K., (1981), Introdução à Engenharia de Fundações,
Tradução de Luciano Moraes Jr. e Esther Horovitz de Beermann, Editora Interciência,
Rio de Janeiro, 199p.
17) Terzaghi, K. & Peck, R.B. (1967), Soil Mechanics in Engineering Practice, 2nd ed.,
John Willey & Sons, Inc., New York.
18) Vargas, M. (1977), Introdução à Mecânica dos Solos, Ed. McGraw-Hill do Brasil, Ltda,
São Paulo.
19) Velloso, D. A., Lopes, F. R. (1996), Fundações - Critérios de Projeto - Investigações do
Subsolo, Fundações Superficiais, Volume 1, COPPE/UFRJ.

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