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Conforto Termico em Edificacoes PDF
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ESCOLA DE ENGENHARIA
Conforto Térmico em edificações
Professor Cláudio Olinto
Conforto Humano
A busca pela sensação de conforto é, talvez, a primeira condição procurada pelo ser
humano. Contudo, descrever uma condição confortável, os limites ou as características
desta sensação não é tarefa fácil. Entretanto, ao rompimento deste estado, é possível
descrever que se trata de um ruído, um excesso ou falta de calor, um excesso ou ausência
de luz que que está causando a sensação de desconforto.
Depreende-se daí que conforto é uma sensação global, porém indefinível e associada a ela
várias fontes independentes (mas capazes de se somarem) de desconforto. Assim, o que
nos preocupa na realidade não é o conforto, mas sim, o desconforto. É este que devemos
conhecer bem, para melhor determinarmos suas causas e projetar mecanismos para evitar
ou minorar suas conseqüências.
CONDIÇÕES DO AR AMBIENTE:
TEMPERATURA
UMIDADE
VELOCIDADE (CONFORTO TÉRMICO ou HIGROTÉRMICO).
PUREZA
PRESSÃO
ODORES.
NÍVEL DE RUÍDO.
ESPAÇO, ILUMINAÇÃO, CORES, ETC.
Vantagens da existência de
conforto térmico
Entre outras podemos citar:
— Maior rendimento do trabalho.
— Menor índice de acidentes.
— Menor índice de doenças (fadiga, exaustão, desidratação).
— Melhor entrosamento funcional x social.
— Maiores lucros.
Fatores influentes no conforto
térmico
São os fatores que o ar condicionado objetiva controlar visando o conforto humano.
Podemos citar:
— Temperatura do ar.
— Umidade relativa do ar.
— Velocidade do ar.
— Temperatura radiante média.
— Produção interna de calor - metabolismo gerado pela atividade física
— Resistência térmica pela vestimenta.
Além disso, variáveis como sexo, idade, raça, hábitos alimentares, peso, altura etc podem
exercer influência nas condições de conforto de cada pessoa e devem ser consideradas.
FONTE QUENTE - TH
QH
QC
FONTE FRIA - TC
ENERGIA E VIDA: Através da fotossíntese os vegetais transformam a energia proveniente
do sol em energia química latente, a qual passa a ser assimilada por todos os organismos
animais. Esta energia é liberada sob a forma mecânica, calorífica ou mesmo elétrica e
luminosa.
A Tabela 1 apresenta dados relativos ao calor dissipado pelo corpo em função da atividade
do indivíduo. O metabolismo pode ser expresso em W/m2 de pele ou em Met, unidade do
metabolismo cujo valor unitário corresponde a uma pessoa relaxada. Assim,
1 Met = 58,15W/m2 de área de superfície corporal.
Tabela 1. Taxa metabólica para diferentes atividades segundo ISO 7730 (1994).
Atividade Metabolismo(W/m2)
Reclinado 46
Sentado, relaxado 58
Atividade sedentária (escritório, escola etc.) 70
Fazer compras, atividades laboratoriais 93
Trabalhos domésticos 116
Caminhando em local plano a 2 km/h 110
Caminhando em local plano a 3 km/h 140
Caminhando em local plano a 4 km/h 165
Caminhando em local plano a 5 km/h 200
A Figura 1 apresenta algumas atividades expressas em Met.
Regulação térmica
Uma vez que não só as atividades dos organismos animais, como também as condições
climáticas, são altamente variáveis, necessitam estes organismos lançar mão de um
mecanismo de adaptação térmica para propiciar sua sobrevivência (e conforto) — este
mecanismo é a regulação térmica. A regulação térmica se verifica praticamente através de
trocas térmicas, em forma de calor sensível (Qs) e calor latente (QL).
Quanto à temperatura que mantêm em seus corpos, os animais podem ser classificados em:
POIKILOTERMOS: Aqueles que possuem temperatura do corpo variável em função do
meio, impropriamente chamados de "animais de sangue frio". Ex.: peixes.
HOMEOTERMOS: Impropriamente chamados de "animais de sangue quente", possuem
temperatura do corpo constante, como é o caso do homem, cuja temperatura oscila ao redor
de 37°C.
MECANISMOS DE TERMO-REGULAÇÃO
REAÇÃO AO CALOR
Em ambientes quentes as trocas de calor que o organismo necessita realizar para manter
sua temperatura interna constante são reduzidas, assim, o organismo reage por meio de
mecanismos automáticos, proporcionando condições de troca de calor mais intensa entre o
organismo e o ambiente e reduzindo as combustões internas.
O incremento das perdas de calor para o ambiente ocorre por meio da vasodilatação e da
transpiração.
A redução das combustões internas — termólise — se faz através do sistema glandular
endócrino.
REAÇÃO AO FRIO
Em ambientes frios as condições ambientais proporcionam perdas de calor do corpo além
das necessárias para a manutenção de sua temperatura interna constante. Nesse caso, o
organismo reage por meio de seus mecanismos automáticos buscando reduzir as perdas e
aumentar as combustões internas.
A redução de trocas térmicas entre o indivíduo e o ambiente se faz através do aumento da
resistência térmica da pele por meio da vasoconstrição, do arrepio, do tiritar (tremer e bater
os dentes).
O aumento das combustões internas — termogênese — se dá através do sistema glandular
endócrino.
A PELE
É através da pele que se realizam as trocas de calor, ou seja, a pele é o principal órgão
termo-regulador do organismo humano. A temperatura da pele é regulada pelo fluxo
sangüíneo que a percorre, ou seja, quanto mais intenso o fluxo, mais elevada sua
temperatura.
Ao sentir desconforto térmico, o primeiro mecanismo fisiológico a ser ativado é a regulagem
vasomotora do fluxo sangüíneo da camada periférica do corpo, a camada subcutânea,
através da vasodilatação ou vasoconstrição, reduzindo ou aumentando a resistência térmica
dessa camada subcutânea.
Outro mecanismo de termo-regulação da pele é a transpiração, que tem início quando as
perdas por convecção e radiação são inferiores às perdas necessárias à termo-regulação.
2) trocas úmidas: O calor perdido através das trocas úmidas é denominado calor latente
(QL) e envolve mudanças de fase – o suor (líquido) passa para o estado gasoso através da
evaporação.
A VESTIMENTA
A vestimenta equivale a uma resistência térmica interposta entre o corpo e o meio, ou seja,
ela representa uma barreira para as trocas de calor por convecção. A vestimenta funciona
como isolante térmico, pois mantém junto ao corpo uma camada de ar mais aquecido ou
menos aquecido, conforme seja mais ou menos isolante, conforme seu ajuste ao corpo e a
porção do corpo que cobre.
Em climas secos (desertos), onde se atinge elevadas temperaturas, poder-se-ia pensar que
a ausência de roupas poderia garantir condições mais confortáveis para os habitantes
destas regiões. No entanto, em climas secos, vestimentas adequadas podem manter a
umidade advinda do organismo pela transpiração e evitar a desidratação. A vestimenta
reduz o ganho de calor relativo à radiação solar direta, as perdas em condições de baixo
teor de umidade e o efeito refrigerador do suor.
A vestimenta reduz também a sensibilidade do corpo às variações de temperatura e de
velocidade do ar. Sua resistência térmica depende do tipo de tecido, da fibra, do ajuste ao
corpo, e deve ser medida através das trocas secas relativas a quem usa. Sua unidade é o
clo, originada de clothes.
Assim:
1 clo = 0,155 m2.ºC/W equivale a 1 terno completo.
A Tabela 2 apresenta o índice de resistência térmica (Icl) para as principais peças de roupa,
sendo que o índice de resistência térmica (I) para a vestimenta de uma pessoa será,
segundo a ISO 7730 (1994), o somatório de Icl (Figura 2), ou seja:
I = ΣIcl
Tabela 2. Índice de resistência térmica para vestimentas segundo ISO 7730 (1994).
Vestimenta Índice de resistência térmica – Icl (clo)
Meia calça 0,10
Meia fina 0,03
Meia grossa 0,05
Calcinha e sutiã 0,03
Cueca 0,03
Cuecão longo 0,10
Camiseta de baixo 0,09
Camisa de baixo mangas compridas 0,12
Camisa manga curta 0,15
Camisa fina mangas comprida 0,20
Camisa manga comprida 0,25
Camisa flanela manga comprida 0,30
Blusa com mangas compridas 0,15
Saia grossa 0,25
Vestido leve 0,15
Vestido grosso manga comprida 0,40
Jaqueta 0,35
Calça fina 0,20
Calça média 0,25
Calça flanela 0,28
Sapatos 0,04
Figura 2. Somatório de peças de roupa que produzem índice de resistência térmica final
Cálculo do Metabolismo
SUPERFÍCIE DO CORPO HUMANO
2 0,4266 0,7246
S(m ) = 0,203 kgf XH
EXEMPLO:
2
S = 1,98 m
Q1 = (M) = ± Qo ± Qs ± Qr + QL (kcal/h)
Onde:
Qo – calor sensível para variar a temperatura do corpo
Qs – calor sensível trocado com o meio
Qr – calor radiante trocado com o meio
QL – calor latente liberado para o meio
Sendo:
Qo = m.Cp.Tc (kcal/h)
Expressa o calor necessário para variar de tc a temperatura tc do corpo e onde:
m = Massa do corpo
Cp = Calor específico do corpo
Tc = Variação em torno da temperatura tc do corpo
Para Tc = cte, Tc e Qo = O
T
70 10%
26,5 48
26 54
25,5 60
25 66
37 100%
Solução 1:
PORTANTO:
Calor a ser liberado em forma latente. 166 kcal/h —(—) 178,2 kcal/h = 344 kcal/h Calor latente
máximo onde o meio permite liberar:
422 kcal/h. O homem ainda sobrevive termicamente nestas condições.
T Qs máx. QL máx. METABOLISMO ATIV. MODERADA
Qt B PV
70 10% —178 422 344 0,82 30
(166+178)
26,5 48 56,7 841 166 0,13 14
(56,7+109,3)
26 54 59,4 816 166 0,13 13
(59,4+106,6)
25,5 60 62,1 791 166 0,13 15
(62,1 +103,9)
25 66 64,8 766,7 166 0,13 16
(648+101,2)
37 100% 0 0 166 0 47
(0+0)