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ME – 65 I
1
MATERIAIS PRODUTOS
ENERGIA
CONHECIMENTO
SELEÇÃO DO
TÉCNICA PROCESSO DE
HABILIDADE FABRICAÇÃO
(CUSTO/BENEFÍCIO)
ÉTICA
RECURSOS MATERIAIS
CONFORMAÇÃO MECÂNICA
de esforço mecânico.
do processo de fabricação.
2
3
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE
CONFORMAÇÃO
4
Trabalho mecânico a morno (warm working)
Aquecimento abaixo da temperatura de recristalização,
mas superior a 0,3.Tf
Deformação plástica facilitada com o aumento da
temperatura
Menor necessidade de potência, comparado ao trabalho a
frio
Geometrias mais complexas
Necessidade de recozimento minimizada ou eliminada
Reúne características dos trabalhos mecânicos a frio e a
quente
5
Trabalho isotérmico (Isothermal working)
Trabalho a quente, com peça e ferramenta com
temperaturas próximas
Minimiza a transferência de calor entre peça e ferramenta
Vida da ferramenta menor
Aplicado a materiais que apresentem dureza a quente
(aços rápidos, ligas de titânio e certas ligas de níquel)
Algumas vezes realizado a vácuo
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Quanto ao tipo de fluxo de deformação
– Fluxo contínuo ou quasi-estacionário (movimento
constante): Laminação, Trefilação e Extrusão a quente
– Fluxo intermitente: Estampagem e Forjamento
ATRITO E LUBRIFICAÇÃO
Uma das forças predominantes
Desgaste da ferramenta ou matriz
Defeitos de forma ou dimensão
Dificulta o fluxo do metal
Aumenta a exigência de potência para a conformação
Fat = . N
Força normal atinge grandes intensidades
Material aquecido e no regime plástico: altos valores de
coeficiente de atrito
Tipo ou Classificação Temperatura de trabalho Coeficiente de atrito
Trabalho a frio 0,3 Tf 0,1
Trabalho morno 0,3 Tf – 0,5 Tf 0,2
Trabalho a quente 0,5 Tf – 0,75 Tf 0,4 – 0,5
Lubrificantes
Trabalho a frio: óleos minerais, emulsões a base de água, sabões
Trabalho a quente: óleos minerais, grafite e vidro fundido
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METALURGIA DA CONFORMAÇÃO1
CONCEITOS INICIAIS
METAIS: Estrutura cristalina – arranjo tridimensional e
periódico
CFC: Al, Cu, Au, Pb, Ag, Ni, Fe - (acima de 912 ºC)
1
Bibliografia adicional: Callister Jr., W. D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma introdução. Rio
de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 5a Edição, 2002, 589 p.
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HC: Mg, Co, Cd, Be, Zn
Solução sólida:
- Intersticial
- Substitucional
- Diferença de raio atômico 15%
- Limitação de solubilidade: fases
intermetálicas (Fe3C)
9
Solução sólida substitucional total: Cu – Ni
Solução sólida intersticial parcial: Fe – C
Solução sólida Substitucional Parcial: Ag – Cu
Fases (ou compostos) intermetálicos: Mg2Si, Mg2Pb, Fe3C
DEFEITOS CRISTALINOS
Estrutura cristalina sem defeitos: Perfeita (e inexistente!)
Defeitos na estrutura tem grande influência nas
propriedades dos materiais, principalmente as que se
referem à deformação plástica
São classificados em defeitos de ponto, de linha e de
planos
Defeitos de ponto: vacância (lacuna), intersticial,
impurezas (substitucionais) e deslocamento.
Defeitos de linha: discordância de linha ou de cunha
10
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DOS METAIS
Solicitações mecânicas acima do limite de escoamento do
material: deformação permanente
Dois mecanismos:
- Escorregamento
- Maclação
11
Cálculos demonstram que a energia necessária
seria mais alta do que ocorre na realidade
Mecanismo mais real: Escorregamento por
movimento de discordâncias (PRINCIPAL)
12
Deformação plástica: movimentação de discordâncias
(mecanismo mais comum)
13
DEFORMAÇÃO EM ESTRUTURAS
POLICRISTALINAS
Resposta a esforços mecânicos mais complexa e
com maior dificuldade de previsão do que para
monocristais
- Contornos de grão
- Poligonização
- Soluções sólidas
- Segundas fases
Contornos de grão
14
Quanto maior for a quantidade de contornos de
grão, ou quanto menor o tamanho do grão, maior a
resistência do material à deformação
15
Poligonização
Soluções sólidas
Soluções sólidas, intersticiais ou substitucionais,
provocam o tensionamento da estrutura cristalina pela
distorção da mesma, dificultando o movimento das
discordâncias.
16
Segundas fases
A precipitação de fases na matriz metálica pode
apresentar influência sobre a resposta do material à
solicitações mecânicas. O tipo de precipitado,
quantidade, forma e tamanho das partículas tem papel
preponderante. Exemplo clássico: envelhecimento e
super-envelhecimento.
ENCRUAMENTO
Elevação da resistência do material à deformação
plástica
Influenciado por diversos fatores:
- Tipo de estrutura cristalina
17
- Composição química
- Grau de pureza
- Orientação cristalina dos grãos
- Temperatura
- Forma e tamanho dos grãos
- Condições superficiais dos grãos
O encruamento produz deformação da estrutura
cristalina e modificação das propriedades do material
18
PROPRIEDADES MECÂNICAS
LIGA
ESTADO RESISTÊNCIA À TRAÇÃO ALONGAMENTO DUREZA
(%) BRINELL
Kgf/mm2 MPa
RECRISTALIZAÇÃO
19
RECUPERAÇÃO
Propriedades mecânicas alteradas pelo
encruamento retornam aos valores originais
Microestrutura não sofre alteração
Minimização ou eliminação parcial das
discordâncias
Poligonização
20
RECRISTALIZAÇÃO
CRESCIMENTO DE GRÃO
Proporcional à temperatura
A diminuição da temperatura diminui ou
interrompe o processo, mas não o inverte
21
FATORES DE INFLUÊNCIA SOBRE A RECRISTALIZAÇÃO
22
TEXTURA E ANISOTROPIA
23
Entre os fatores que afetam a ocorrência de textura
em estruturas cristalinas de metais, pode-se citar:
24
Tipo mais simples: textura de fibra
25
Um material isotrópico (não texturizado) apresenta
deformabilidade igual em todas as direções.
w
R
t
26
w
w ln
w0
t
t ln
t0
onde:
t0 - espessura inicial do corpo de prova
t - espessura final de ensaio
w0 - largura inicial do corpo de prova
w - espessura final de ensaio
27
Índice (ou coeficiente) de anisotropia planar:
probabilidade de formação de orelhas durante o
embutimento profundo
28
Módulo de Elasticidade (Gpa)
29
A ocorrência de textura no metal pode ser utilizada a
favor do projeto e fabricação de equipamentos. Um
exemplo seria a utilização de chapas finas de ferro-silício
na fabricação de transformadores de energia, onde a
orientação da estrutura cristalina minimiza as perdas de
energia. No embutimento profundo, a maior resistência
da chapa na direção da espessura diminui o risco de
afinamento das paredes. Por outro lado, pode causar o
surgimento de orelhas nas chapas embutidas.
30
LAMINAÇÃO
Processo de fabricação por conformação plástica direta que
consiste na passagem de um corpo sólido entre dois cilindros,
de modo que sua espessura sofre diminuição, enquanto que a
largura e o comprimento do corpo sofrem aumento
proporcional.
CONCEITOS BÁSICOS
• Aplicado geralmente a metais
• Primeiro relato: século XIV (Leonardo da Vinci)
• Laminação moderna: Inglaterra, 1783
• Potência elevada: rodas d’água, motores a vapor,
motores elétricos
31
• Movimentação da peça: Atrito
• Volume constante
• A quente e a frio
• Compressão direta
• Produtos planos e não-planos
32
LAMINAÇÃO A QUENTE
• Lingotes fundidos
• Placas e tarugos
• Temperatura superior à temperatura de recristalização do material
• Operações iniciais (Desbaste)
• Grandes deformações
• Grandes dimensões
• geometrias complexas
• Recuperação da estrutura
• Ausência de encruamento
• Baixa precisão dimensional
• Baixo acabamento superficial
• Casca de óxidos (carepa)
• Produtos semi-acabados
LAMINAÇÃO A FRIO
• Pequenas deformações
• Operações de acabamento
• Superfícies regulares
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• Melhor precisão dimensional e geométrica
• Encruamento
TERMINOLOGIA
34
LAMINADORES
• Alta potência
• Arranjados em linha: trem de laminação
35
• Mais simples e comum
• Movimento em um único sentido
36
• Cilindros superior e inferior movidos por motores
• Cilindro central movido por atrito
37
• Cada um dos rolos de trabalho é apoiado por dois
cilindros de encosto
• Laminador Mandrilador
• Tubos com diâmetro interno entre 57 e 426 mm, com
espessura entre 3 e 30 mm
38
Laminador de tubos com costura:
Tubos com diâmetro interno entre 10 e 114 mm e espessura
de parede entre 2 e 5 mm
CILINDROS DE LAMINAÇÃO
• Considerados os principais componentes de um
laminador
• Superfície cilíndrica ou ranhurada
• Laminação primária: resistência mecânica, maiores
diâmetros
• Laminação de acabamento: dureza superficial, diâmetros
menores
39
• Materiais:
– Desbaste: aços carbono e aços ligados
– Intermediária: Aços ligados e ferro fundido
– Acabamento: ferros fundidos
40
• Força de atrito: no sentido de laminação até o ponto neutro e no
sentido contrário a partir dele.
• Carga de laminação: Força de compressão, também conhecida
como força de separação
• Pressão exercida: carga de laminação dividida pela área de contato.
41
• Arco de contato:
• Lp = 𝑅(∆ℎ)
h = h0 - hf
• Pressão dos rolos: P = Pr/b.Lp
Pr = Força de compressão
b = largura da chapa
Lp = arco de contato entre a peça e o cilindro
42
DEFEITOS
PRODUTOS SEMI-ACABADOS
43
DEFEITOS
PRODUTOS ACABADOS
FORMA SUPERFÍCIE
• Encurvamento • Cascas
• Arco transversal • Carepas
• Retorcimento • Costuras
• Cambamento • Orifícios
• Laterais ou centro • Marcas de cilindros
alongados • Linhas de distensão
• Espinhas de peixe • Casca de laranja
• Ondulação a um quarto • Ferrugem
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FORJAMENTO
DEFINIÇÃO
Processo de conformação plástica direta no qual se
obtém a forma desejada por impacto ou aplicação
gradual de pressão.
CONCEITOS BÁSICOS
Grande importância industrial
Variados setores industriais (automobilístico,
aeroespacial, etc.)
A mais antiga forma de transformação de metais
(5.000 A.C.)
Maioria das operações: a quente
Forjamento a frio (tenacidade; encruamento)
Latão, alumínio, aços-carbono, aços-liga, aços
ferramenta, inoxidáveis, titânio e cobre.
45
CLASSIFICAÇÃO
Forjamento livre
Forjamento em matriz
FORJAMENTO LIVRE
Ferramentas planas ou de formato simples
Escoamento perpendicular à aplicação da força
Peças de grandes dimensões ou pré-conformação
Produção em pequena escala
46
FORJAMENTO EM MATRIZ (FORJAMENTO EM MATRIZ
FECHADA)
47
Custo elevado da matriz (altas taxas de produção)
Forjamento em etapas: matrizes usinadas em um
mesmo bloco
Calhas para rebarba
48
Rebarba atua como válvula de segurança: controla a
pressão no interior da matriz
49
ETAPAS DO PROCESSO
Corte
Aquecimento
Forjamento livre
Forjamento em matriz
Rebarbação
Tratamento térmico
-Martelos
-Prensas
Martelos de forjamento
50
Martelo de queda livre
Trabalho do martelo:
T = Q.H
51
T = trabalho
Q = peso da massa
H = altura de elevação da massa
Martelo de dupla ação (martelo mecânico)
Trabalho do martelo:
T = (Q + F).H
52
Martelo de contragolpe
53
HERF (high-energy-rate forging machine)
Prensas mecânicas
54
Prensas hidráulicas
Verticais ou horizontais
Limitação: carga
Velocidade de conformação baixa
-Tempo de contato entre matriz e peça mais
longo
55
MARTELOS PRENSAS
56
Máquina Velocidade de deformação
(m/s)
Martelo de queda livre 3,6 – 4,8
Martelo de dupla ação 3,0 – 9,0
HERF 6,0 – 24,0
Prensa mecânica 0,06 – 1,5
Prensa hidráulica 0,06 – 0,30
MATRIZES DE FORJAMENTO
57
FORJAMENTO LIVRE
Mais simples
Operações iniciais
Produção em pequena escala
Aquecimento generalizado ou localizado
Recalque, estiramento e alargamento
Fendilhamento Expansão
58
FORJAMENTO EM MATRIZ
(Forjamento em matriz fechada)
Projeto
-Peso e volume do material
-Etapas de forjamento
-Dimensões da rebarba
59
INTERVALO DE TEMPERATURAS PARA O FORJAMENTO
60
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Prática comum pós-forjamento
Remoção ou minimização de tensões internas
Homogeinização de propriedades e estrutura
Melhoria de usinabilidade
Recozimento e normalização
VELOCIDADE DE DEFORMAÇÃO
Influência sobre resistência à conformação
Deformação (%) Rd (Kgf/mm2)
Martelo Prensa
0 a 10 10 – 15 4–6
10 a 20 25 – 20 6 – 12
20 a 40 20 – 30 12 – 22
40 a 60 30 – 36 22 – 28
Acima de 60 36 – 50 28 – 38
61
DEFEITOS EM FORJADOS
Técnica mais utilizada: metalografia (macro e micro)
Trincas
- Superficiais
- Na rebarba
- Internas
Falta de redução
Incrustração de óxidos
Descarbonetação e queima
Gotas frias
62
EXTRUSÃO
DEFINIÇÃO
CONCEITOS BÁSICOS
Primeiros experimentos: final do século XIX
Conformação indireta (reação da matriz à
pressão do pistão)
63
Em geral, a quente
– Redução dos esforços
– Evitar encruamento
Aplicado a materiais de difícil conformação
(inoxidáveis e ligas de níquel)
Metais e não-metais (ex.: polímeros)
– Esforços de compressão minimizam
trincamentos
Extrusão a frio
– Menos utilizado
– Maiores esforços
– Alto nível de encruamento
– Maior precisão dimensional e geométrica
Metais submetidos à extrusão:
– Alumínio
– Cobre
– Metais não ferrosos
Metais ferrosos: aplicação restrita:
– Temperaturas mais elevadas
– Maiores esforços
Matéria prima: lingotes (fundidos) ou tarugos
(laminados)
Formas variadas
64
Boa homogeneidade estrutural e dimensional
Baixo índice de oxidação superficial
Custo inicial elevado
Limitação de comprimento do produto
Baixas velocidades de trabalho
65
EXTRUSÃO DIRETA
EXTRUSÃO INDIRETA
Êmbolo vazado
Minimização de atrito
Menos utilizado
Processo mais antigo
Material e êmbolo movimentam-se em sentido
contrário
66
EXTRUSÃO HIDROSTÁTICA
67
Pressão constante
Sem atrito com as paredes do container
Menores esforços
Lubrificação otimizada
Bom acabamento superficial
Tolerâncias precisas
Limitações para a temperatura e pressão de
operação
68
EXTRUSÃO DE TUBOS
69
MÁQUINAS DE EXTRUSÃO
Quase sem exceção: prensas
– Cilindro/pistão
– Bomba hidráulica ou sistema acumulador
Prensas horizontais (mais comuns)
– Material tem maior contato com a região
inferior do container: maior resfriamento
– Deformação assimétrica
Prensas verticais
70
FERRAMENTAS DE EXTRUSÃO
Matrizes ou fieiras
Capacidade de resistência a altas temperaturas,
oxidação e atrito
Aços ligados ou metal duro
Faces planas ou cônicas
71
Face plana (a): metal escoa e forma seu próprio
ângulo de entrada
Face cônica (b): aumento de homogeneidade de
extrusão e diminuição da pressão, com aumento do
atrito nas paredes da fieira. Devem ser utilizadas
com boa lubrificação (mais comum: vidro fundido).
MECÂNICA DA EXTRUSÃO
Metal sob pressão: fluxo pela matriz, adotando a
forma de saída da mesma.
Altos níveis de atrito entre material e container
72
Condição (a): Extrusão homogênea
Atrito baixo: boas condições de lubrificação;
extrusão hidrostática
Deformação homogênea
73
O atrito entre tarugo e container eleva o consumo
de energia durante o processo e o desgaste nas
paredes do container. Em condições de atrito
elevado, a superfície oxidada do tarugo pode ser
arrastada para o interior do produto extrudado,
provocando defeitos. O uso de lubrificação pode
minimizar este problema. Outro modo de contornar
este problema é a utilização de um disco na
extremidade do pistão com diâmetro menor do que o
do container, de modo a extrudar o material interno
ao tarugo, livre de oxidação superficial. No interior
de container forma-se uma casca oca de metal não
extrudado e aderida às paredes do recipiente, que
deve ser removida. A porção final do tarugo também
não sofre extrusão, sendo retirada ao final do
processo. A remoção se dá pelo afastamento do
container e do pistão. Um disco raspador é acionado
para a remoção do material do interior do container.
Força de extrusão
74
(Força Ideal)
onde:
F = Força de Extrusão
Ao = área de seção transversal do tarugo antes da
extrusão
Af = área de seção transversal do tarugo após a
extrusão
K = constante de extrusão
Fa = U.l0..K
Onde:
U = perímetro interno do container
l0 = comprimento inicial do tarugo
= coeficiente de atrito
K = Constante de extrusão
75
Sendo o atrito uma força a ser superada durante
o processo, a força máxima de extrusão é calculada
por:
Fmax = F + Fa
matéria prima
Temperatura de operação
– Baixa: minimização de consumo de
energia, desgaste de máquina, ferramentas e
container e de oxidação e/ou corrosão do
material
76
– Alta (maioria dos casos): superior a
temperatura de recristalização (limite inferior) e
50 ºC abaixo de Tf (limite superior). Na prática,
o limite superior é fixado a temperaturas mais
baixas, para evitar fragilidade a quente (fusão de
microconstituintes de menor ponto de fusão)
Pressão de trabalho
77
DEFEITOS
Os materiais metálicos mais comumente
extrudados são o alumínio e suas ligas e o cobre e
suas ligas. Outros metais não-ferrosos também
podem ser extrudados, mas tem aplicação mais
restrita. Tubos e barras de aço podem também ser
produzidos por extrusão, mas apresentam
dificuldades operacionais, relacionadas,
principalmente, à temperatura de operação.
Os defeitos típicos do processo de extrusão são
os seguintes:
Vazios internos na parte final do extrudado,
decorrentes do modo de escoamento. Velocidades
de extrusão muito elevadas podem acentuar o
problema.
Trincas de extrusão, perpendiculares ao
sentido de extrusão, decorrentes de defeitos na
matéria-prima, associadas à temperaturas de
operação muito elevadas e/ou velocidades muito
altas.
78
Escamas superficiais, ocasionadas pela
aderência de partículas de materiais duros na
superfície das ferramentas, devido a desgaste ou
quebra de camadas superficiais do container.
Temperaturas de operação muito elevadas ou
desalinhamento do pistão podem também
colaborar na ocorrência deste defeito.
Riscos de extrusão, causados por
irregularidades superficiais na ferramenta ou por
resíduos de óxidos metálicos retidos na sua
superfície.
Inclusões de partículas de materiais estranhos,
arrastadas longitudinalmente, dando ao produto a
aparência de manchas provocadas por raspagens.
Bolhas superficiais provenientes de gases
retidos na fundição do lingote ou no tratamento
térmico para aquecimento da matéria-prima.
Marcas transversais, provocadas pela parada e
retomada do movimento da prensa.
79
Manchas e perda de cores, decorrentes da
oxidação e contaminação superficial com
substâncias estranhas ou provenientes do
lubrificante.
80
A falta de coesão interna em forma de “V”,
defeito também conhecido como chevron, pode
ocorrer na conformação através de um canal cônico,
como é comum na extrusão e na trefilação,
dependendo de uma série de fatores como taxa de
redução de seção, ângulo do cone da ferramenta,
atrito e características do metal. Pode ser
minimizado pelo tratamento térmico de recozimento
do tarugo a ser extrudado ou pelo arredondamento
do canto formado pela parte cônica com a cilíndrica
da ferramenta.
81
82
TREFILAÇÃO
DEFINIÇÃO
Processo de conformação plástica indireta para a
fabricação de produtos pela passagem do material através
de uma ferramenta que provoca a diminuição do seu
diâmetro.
CONCEITOS BÁSICOS
• Pequenas reduções de seção por passada
• Matéria-prima:
– arames
– barras
– tubos
83
• Lubrificação
– Evitar engripamento
– Resistência a altas temperaturas
– Limpeza de resíduos provenientes do
recozimento
– Emulsões de óleo em água
– Óleos lubrificantes
– Pastas ou graxas
– Sabões
• A frio
84
MÁQUINAS DE TREFILAÇÃO
Três critérios de classificação
• Modo de esforço
• Sistema de lubrificação
Sem deslizamento
Com deslizamento
85
Trefilação com deslizamento
86
87
88
FERRAMENTAS DE TREFILAÇÃO
•Atrito:
–Desgaste
–Defeitos
89
Geometrias diversas
90
Arames de aço: material revestido com cobre ou cal (neutraliza resíduos de
ácidos decapantes e melhora a aderência do lubrificante)
TREFILAÇÃO DE TUBOS
Operações de acabamento (tubos produzidos por outros processos de
conformação): melhores tolerâncias dimensionais
91
EQUIPAMENTOS AUXILIARES
- Afiadoras de ponta
- Soldagem a topo
- Linhas de decapagem
- Fornos de recozimento (contínuo ou estático)
- Linhas de revestimento superficial
DEFEITOS
Relacionados à fieira:
- Anéis de trefilação
- Marcas de trefilação
- Trincas
- Rugosidade excessiva
- Riscos
Relacionados à matéria-prima
- Achatamento da seção
- Dobras longitudinais
- Defeitos nas extremidades
- Vazios
- Riscos longitudinais
- fissuras
92
ESTAMPAGEM
DEFINIÇÃO
Diversas operações:
Dobramento
Estiramento
Corte
Estampagem profunda (embutimento)
CONCEITOS BÁSICOS
Indústrias:
- Automobilística
- Aeroespacial
- Naval
- Informática, etc.
93
Primeiros produtos estampados: Mesopotâmia e Egito
(4.000 A.C.) Copos de ouro e prata embutidos com
martelos de pedra.
900 A.C.: Martelos de ferro com cabos.
94
95
96
CLASSIFICAÇÃO
Pela forma do produto:
97
Pelo processo de obtenção da peça
Por estiramento
Por dobramento
Por estampagem profunda, etc.
98
Na maioria das vezes, a frio.
– Encruamento
– Boa tolerância geométrica
– Boa tolerância dimensional
– Resistência mecânica
• À quente:
– Peças de maior espessura
– Materiais frágeis
99
Prensas de simples efeito: cursor único, geralmente na
vertical.
Prensas de duplo efeito: dois cursores: fixação e
conformação da peça.
Prensas de triplo efeito: 3 mecanismos de aplicação de
pressão, dois sobre a peça e um abaixo da mesma.
100
CORTE
Produção em larga escala (custo do estampo)
Forma da peça definida pela seção transversal do
estampo
Tira metálica inserida no estampo, entre a matriz e
o punção
Punção desce e insere o metal na matriz
cisalhamento
101
Borda externa do punção e interna da matriz:
cantos vivos e bem definidos
Recuperação: retificação, têmpera e afiação
102
DOBRAMENTO (REPUXO)
Pode produzir peças prontas (calhas ou tambores)
ou ser uma etapa de um processo de fabricação mais
complexo.
103
Limite para o dobramento: tipo e propriedades do
material (trincamento)
Efeito da recuperação elástica: dobramento além
do desejado, para compensação.
ESTIRAMENTO
Tracionamento sobre um bloco, conformando a
chapa de acordo com o perfil desejado.
Peças com grandes raios de curvatura, e até com
curvaturas duplas.
Recuperação elástica quase inexistente (gradiente
de tensões quase uniforme)
Não utiliza punções. Matriz móvel e garras para
tracionamento.
104
ESTAMPAGEM PROFUNDA (EMBUTIMENTO)
105
Borda: sujeita à compressão, atrito e tração.
106
Laterais: idem. Compressão e atrito dependentes
da folga entre punção e matriz.
107
A maior espessura é encontrada na borda externa da
peça.
Estampagem:
108
FATORES DE INFLUÊNCIA NA ESTAMPAGEM
Metalúrgicos
- Estrutura e composição química da matéria-prima
- Histórico do material (processos anteriormente
aplicados à peça, tipo de solicitações, tratamentos,
térmicos, etc.)
Mecânicos
- Forma e dimensões projetadas
- Forma e dimensões da peça a ser estampada
- Tipo de prensa
- Forma e dimensões do estampo (raios do punção e
da matriz)
- Condições de funcionamento do equipamento
- Condições de lubrificação (determinada em função
do nível e tipo de esforços atuantes. Sulfeto de
molibdênio é um dos lubrificantes utilizados)
109
Determinação dos esforços necessários à conformação e
dos limites máximos admissíveis de deformação plástica
(conformabilidade na estampagem ou estampabilidade):
dificuldade proporcional à complexidade da forma
desejada.
DEFEITOS
Trincas
Ondulações e rugas
Casca de laranja e nervuras de distensão
Abaulamento e pregas
110
Atrito em processos de conformação
Visto que a conformação mecânica é quase sempre realizada
colocando-se a peça em contato direto com uma ferramenta, é inevitável
o atrito entre os dois corpos em contato, e as forças do atrito
correspondentes representam um fator importante na grande maioria dos
processos.
111
variarem entre a aderência total e o deslizamento, ao longo da interface,
dependendo do valor local da pressão.
112
Eficiência (rendimento) de processo
O trabalho total necessário para se produzir uma dada forma por
deformação plástica pode ser dividido em três componentes:
WT WP WA WR
Lubrificação em conformação
O uso de lubrificantes em conformação visa primariamente reduzir
o atrito, introduzindo entre a ferramenta e a peça uma camada de fácil
cisalhamento. Há na verdade muitos casos em que a disponibilidade ou
não de um lubrificante adequado determina a viabilidade ou não da
operação; por exemplo, a extrusão a quente dos aços não foi
comercialmente possível até que fosse usado vidro fundido como
113
lubrificante. (processo Ugne-Sejournet) e a extrusão a frio dos aços só é
possível com um revestimento de fosfato como lubrificante.
114
Pode-se distinguir quatro tipos de lubrificação em processos de
conformação:
115
Aditivos de extrema pressão: são substâncias contendo sólidos
inorgânicos finamente dispersos (pigmentos ou agentes mecânicos
de extrema pressão) ou então substâncias orgânicas contendo
halogênios, enxofre ou fósforo, capazes de reagir localmente
(agentes químicos de extrema pressão) com as superfícies quando o
filme de lubrificante é rompido sob calor e alta pressão, formando
um composto com propriedades lubrificantes.
Revestimentos conversivos: são substâncias aplicadas sobre as
peças para formar uma base capaz de reter lubrificante, algumas
tendo elas próprias características lubrificantes (ex.: cal, bórax,
fosfatos, cromatos).
A tabela I apresenta alguns lubrificantes típicos e os valores do
coeficiente de atrito comumente encontrados em processos de
conformação mecânica dos metais.
116
Considere-se, por exemplo, uma chapa metálica grossa sendo
laminada sob condições tais que só ocorre escoamento plástico próximo
às superfícies da chapa. Os grãos da superfície da chapa são deformados e
tendem a se alongar, enquanto que os grãos do centro permanecem
inalterados. Mas dado que a chapa tem de permanecer como um todo
contínuo, as regiões central e superficiais têm de se acomodar em termos
de deformação: As fibras centrais tendem a restringir o alongamento das
fibras superficiais, enquanto que estas procuram esticar as centrais. O
resultado é um padrão de tensões residuais na chapa, consistindo de altas
tensões compressivas na superfície e uma tensão residual trativa no
centro da chapa.
117
A eliminação ou a redução em intensidade das tensões residuais,
conhecida como alívio de tensões, pode ser efetuada tanto por
aquecimento como por deformação plástica a frio. O alívio de tensões por
aquecimento ocorre primeiramente a partir da temperatura em que a
limite de escoamento do material se torna inferior à tensão residual; a
tensão residual em excesso deste limite é imediatamente eliminada por
escoamento plástico. O restante vai diminuindo gradativamente através
de mecanismos internos de relaxação dependentes do tempo. O
resfriamento a partir da temperatura de tratamento deve ser
suficientemente lento para não reintroduzir tensões residuais, devidas à
contração térmica não-uniforme da peça.
118
(a) Deformação heterogênea na laminação de uma chapa; (b) esquema da
distribuição resultante das tensões residuais longitudinais ao longo da
espessura da chapa.
119
Desempenadeira de rolos. Os rolos de entrada flexionam mais fortemente
a chapa num e noutro sentido, enquanto os rolos de saída servem apenas
para acabamento.
120
REGIME FORJAMENTO EXTRUSÃO TREFILAÇÃO LAMINAÇÃO CONF. CHAPA
MATERIAL DE
TRABALHO DE
Lubrificante Lubrificante Lubrificante Lubrificante Lubrificante
TRABALHO
0,1 GR em OM 0,1
QUENTE OU
LIGAS de Mg GR e/ou MoS2 NENHUM OM-AG-EM 0,2 OM-AG-EM 0,2 ou SABÃO
MORNO 0,2 0,2
SECO
0,1
QUENTE GR ou MoS2 NENHUM OM-AG-EM 0,2
0,2
LIGAS de Al OG, 0,0
AG-OM ou LANOLINA ou AG-OM-EM 0,1 1-5% AG em OM
FRIO 0,1 0,03 LANOLINA 5
SABÃO SECO SABÃO em FF AG-OM 0,3 (1-3)
AG-OM-OM 0,1
0,1- NENHUM OU
QUENTE GR OM – EM 0,2
0,2 GR
121
+
0,1- VD(100-300) NENHUM ou GR- AD
QUENTE GR GR 0,2
0,2 GR EM 0,2+
0,0
AÇOS 0,05 EP-OM, EM
0,1 SABÃO SECO 5
EP-OM ou ou SABÃO
FRIO SABÃO em FF ou SABÃO em 10% OG-EM 0,05
SABÃO em FF 0,05 em
FF
0,03 POLÍMERO
0,1
0,1-
QUENTE GR VD(100-300) NENHUM AD++ GR 0,2
0,2
AÇOS INOX; Ni e
SUAS LIGAS 0,1 PC-OM,
PC-OM ou PC-OM ou SABÃO em FF 0,03 OG-PC-EM ou 0,1
FRIO SABÃO ou 0,1
SABÃO em FF 0,05 SABÃO em FF ou PC-OM 0,05 PC-OM 0,05 POLÍMERO
PC – PARAFINA CLORADA
122
AG – ÁCIDOS E ÁLCOOIS GRAXOS; p. ex. ácido oléico, ácido esteárico, álcool estearílico.
+ – Coeficiente de atritos são poucos definidos na extrusão, não sendo portanto fornecidos aqui.
123