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” G u e r r a I n d íg e n a d o A ç u ” : d o a v a n ç o d a f r e n t e p a s t o r il a o

REPOVOAMENTO DO SERTÃO DO RlO GRANDE DO NORTE (1687-1720)

Francisco Fagundes de Paiva Neto


Graduado em História pela UFRN

Na medida em que os agentes do Estado português A criação de gado bovino teve seu inicio em terras
conceberam a ocupação das terras brasileiras sob um brasileiras, na Capitania de São Vicente, a partir da so­
projeto de empresa mercantil, através da montagem da licitação de D. Ana Pimentel, esposa de Martim Afonso,
agroindústria do açúcar, os confrontos entre os colonos e à coroa portuguesa em 1534. De São Vicente a pecuária
os indígenas tornaram-se inerentes ao processo em curso. foi se estendendo às áreas vizinhas, chegando a Capitania
A ocupação e o povoamento de uma organização da pro- de Pernambuco já em 1537, servindo como fonte suple­
dução com base na agricultura de exportação trouxe a mentar de alimentação para a população dos engenhos
progressiva escravização; aculturação em aldeamentos, mais próximos do litoral do Nordeste. Além disso, houve
reservas, missões etc.; expulsão dos territórios e o ex­ o emprego do bovino como força motriz nos engenhos e
termínio das populações índias. Em virtude da área lito­ transporte de escoamento da produção da agromanufatura
rânea ser a base da atividade agrícola açucareira, os índi­ do açúcar3 .
os do tronco linguístico Tupi-Guarani foram os primeiros Alguns fatores foram preponderantes para a tão rá­
atingidos pela ocupação territorial lusitana. O choque pida expansão da atividade criatória. Afirma Prado
atuou nas comunidades indígenas litorâneas no sentido Júnior:
de impossibilitar novos enfrentamentos com os colonos,
"A rapidez com que se alastraram as fazendas no
refletindo numa primeira retirada dos Tupi-Guarani para
sertão nordestino se explica, de uma parte, pelo
o Norte entre 1560 e 1580*.
consumo crescente do litoral onde se desenvolvia
A empresa açucareira prosperou na área do Nordes­
ativamente a produção açucareira e o povoamento;
te, sendo o comércio na Europa viabilizado por portugue­
de outra, pela pequena densidade econômica e bai­
ses e batavos. Contudo, com a União Ibérica o quadro foi
xa produtividade da indústria. Mas também pela
alterado. O Brasil passou a ser uma colônia hispânica,
facilidade com que se estabeleciam as fazendas; le­
sujeita a proibição real de comerciar com os holandeses.
Isto porque, os flamengos travavam uma guerra de inde­ vantada uma casa, coberta em geral de palha - são
folhas de uma espécie de palmeira, a carnaubeira,
pendência com a Espanha. Daí então, os flamengos rea­
muito abundante, que se empregam -, feito uns tos­
giram ao embargo espanhol através da criação da Com­
panhia das índias Ocidentais (1621) e da invasão do cos currais e introduzido o gado (algumas centenas
de cabeças), estão ocupadas três léguas (área média
Nordeste brasileiro (1624).
das fazendas) e formado um estabelecimento. Dez ou
Após sessenta anos de dominação, Portugal se liber­
tou da Espanha em 1640. Restou aos portugueses organi­ doze homens constituem o pessoal necessário; recru­
tam-se entre índios e mestiços, bem como entre fo ­
zar tropas visando expulsar os batavos do Nordeste, fato
ragidos dos centros policiados do litoral; criminosos
consumado em 1654 pelos soldados Luso-brasileiros.
escapos da justiça, escravos em fuga, aventureiros
Diante disso, os holahdeses foram produzir açúcar
de toda ordem que logo abundam numa região onde
nas Antilhas abalando as bases econômicas da colônia
o deserto lhes dá liberdade e desafogo.
portuguesa. Houve a perda do monopólio que nos três
Uma fazenda se constitui em regra com três léguas
quartos de séculos anteriores esteve assentado na identi­
dispostas ao longo de um curso d'água, por uma
dade de interesses entre os produtores lusos e os grupos
largura, sendo meia para cada margem. Daí aliás o
financeiros holandeses, que controlavam o comércio na
nome genérico de 'ribeira' que se dá as várias regi­
Europa. A estagnação da economia do açúcar possibilitou
ões do interior nordestino... .
um novo quadro: a pecuária como alternativa de novos
lucros na região-* . Grande parte da área litorânea do Nordeste do Brasil
já havia sido ocupada pelos canaviais, desde a dominação
dos índios da língua Tupi. A pecuária foi a princípio

1 STÜDART FILHO, Carlos. A resistência dos indígenas i conquista e


povoamento da terra, a guerra dos bárbaros. ^ SIMONSEN, Roberto C. História econômica do Brasil (1500-1820).
2 FÜRTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 4 PRADO JR. Caio. H istória econômica do Brasil, p.45.

CADERNO DE HISTÓRIA-UFRN NATAL V. 1 N. 1 p. 29-35 JUL/DEZ. 1994

Disciplina: História do Rio Grande do Norte I - Prof. José Evangelista Fagundes


Texto 0
PAIVA NETO, Francisco Fagundes de. Guerra Indígena do Açu: do avanço da frente pastoril ao
repovoamento do sertão do RN (1687-1720). Caderno de História. Natal, v .l, n. 1, p. 29-35.,
jul./dez., 1994.
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associada a cultura da cana no litoral, porém siia carac- A metrópole passou a conceder terras aos colonos do
terísticade reprodução extensiva exigia grandes exten­ sertão na medida em que objetivava atingir pelo povoa­
sões de terra, sendo incompatível nestes termos com a mento áreas ainda inexploradas. Em tal panorama a
cultura da cana. Ademais: instalação de fazendas nas ribeiras dos rios suscitou rea­
ções indígenas. Isto porque os indios
"Com a expansão dos rebanhos, estes passam a
danificar as plantações dé cáná-dè-açúcar, a ponto "... começaram a sentir os efeitos negativos repre­
de ser baixada uma lei proibindo sua manutenção sentados pela desapropriação de suas terras, para
na faixa litorânea. Os currais deslocaram-se, então, eles indispensáveis à obtenção de sua alimentação
para áreas interioresj junto dos engenhos, separa­ voltadà para a caça, a pesca e a coleta de mel .
dos; entre si, de urfiá fcuxa dè terra - inicialmente,
Os criadores promoveram os primeiros massacres
de uma légua e depois dê meia légua - dé modo a
dos indígenas durante a fase da expansão da pecuária.
evitar a incursão do gado vizinho e a mistura de re­
Mais tarde, foram substituídos pelos bandeirantes paulis­
banhos. Mais tarde, 'em 1701, ós rebanhos não podi -
tas, que eram contratados para o combate aos índios
am situar-se a menos de dez léguas (60 quilômetros)
sublevados, tendo por pagamento a venda dos aborígenes
do litoral. ■
cativos nos enfentam entps^. O “remédio para a pobreza
Á interiortzação dõs currais Visava também a prote­
dos paulistas”, a caça aò índio, foi acrescido de terras,
ção dos engenhos contra os ataqUes dos indígenas
escravos, privilégios ,e honrarias dentro , da política de
vindos do interior para o litoral .
nobilitaçâo da coroa portuguesa, que estava baseada em
A impossibilidade de coexistência muna mesma área "... duas necessidades: primeiro, a dar investidura
da atividade canavieira e,da pecuária significou o início aos novos donos da terra para que estes pudessem
de uma marchá dos criadores rumo aos sertões habitados considerar-se legítimos; segundo, a de pensar num
pelos indios não-Tupi^ . A Bahia e Pernambuco foram os meio de integrar os índios e africanos escravos ao
pólos do avanço pastoril pelas frentes de Salvador, Olin­ novo sistema. Devemos reconhecer que a corte por­
da e Recife. Os pecuaristas que partiam por Salvador tuguesa conseguiu realizar este duplo intento de
conquistaram a região de Sergipe e atingiram o vale do maneira admirável, fazendo apelo - como era de se
rio São Francisco, o oeste de Pernambuco, além dos esperar - a motivações religiosas. Diante dos novos
"sertões de dentro" do Piauí e do Maranhão. De Recife e donos da terra, ela promoveu uma política de nobili-
Olinda; os curraleiros seguiram dois rumos: ao sul da tações; diante dos escravos; a política era paterna­
Capitania de Pernambuco na contra-corrente do S. Fran­ lista e tu te la r"^
cisco,‘incluindo rios afluentes como o Ipanema, Moxotó e
Pâjeú; ao norte os fazendeiros chegaram às ribeiras do Além da conquista violenta da terra aos indígenas e
Piranhas (PB), Açu (RN), Apodi (RN), Mossoró (RN) e a repressão as suas tentativas de resistência, outras for­
Jaguaribe (CE), além do Planalto da Borborema. Ainda mas foram utilizadas com o mesmo fim Dentre elas a
por Recife e Olinda, a pecuária ocupou, a partir do século Igreja teve um papel fundamental:
X V I/a costa da Capitania do Rio Grande e da Paraíba, e A coroa portuguesa* durante o período colonial, pos­
prosseguiu pelos "sertões de forâ" do Ceará e Pernambu­ suía acordos com o Vaticano e através da instituição do
co^ . Como a queda dó preço do açúcar trouxe uma padroado podia determinar, nos seus domínios, a nomea­
fase de estagnação econômica, houve a formação de um ção do clero, além de administrar as finanças dá Igreja.
considerável contingente de mão-de-obra. Este foi canali­ Os clérigos recebiam, uma forma de pagamento, a côn-
zado, graças a expansão dá frente pecuarista para os grua, como se fossem funcionários do reino. A adminis­
sertões, no momento da irivolução econômica do litoral tração da Igreja era feita pela M esa de Consciência e
açucareiro^ . Ordens, um departamento do E stado^. A Igreja instalou

ANTONIL, (João Antônio Andreoni). Cultura e opulência no Brasil por


FURTADO, M ilton Braga. Síntese da economia brasileira, p.28. suas drogas e m inas, p.201.
A nação Tupi está filiada ao tronco linguístico Tupi-Guarani. Os grupos BUESCU, M ircea. Evolução econômica do Brasil, p.56.
índios da naçSo 'tapuya", dos sertões do atual Nordeste brasileiro, estilo FURTADO, Celso., op. cit., p.58.
filiados à fam ília lingülstica Jê, do tronco Macrojê, que abarca ainda FURTADO., op. cit., p.28-9.
indígenas de língua isolada. Os C ariri e T arairiú, habitantes dos sertões GORENDER, Jaoob. O escravismo colonial, p.432-36.
do Nordeste à época colonial, eram representantes dos povos chamados OLWEILER, Otto Alcides. Evolução sócio-econômica do Brasil, p.32-33.
pelòs Tupi de “tapuya". OsfCariri pertenoem a fam ília linguística Jê e os PRADO JR., Caio., op. cit., p.45.
T arairiú são de língua isolada, sendo inseridos no tronco linguístico Ma- SIMONSEN, Roberto C., op. cit., p. 149-57.
crojê por alguns ánólogos, por possuírem cultura semelhante a dos po­ MEDEIROS FILHO, Olavo. Os T arairiú, extintos tapuias do Nordeste,
vos de língua Jê. P-19-2°.
RIBEIRO, B etta Gleizer. O índio ná história do Brasil. 11 HOLANDA, Sérgio Buarque de. (O rg ) H istória geral da civilização
' ABREU, J. Capistrano de. Capítulos de história òolcnial (1500-1800) & brasileira.
„ Os caminhos antigos e o povoamento do Brasil. ** HOORNAERT, Eduardo. Fonnação do catolicismo brasileiro (1500-
PRADO JR-, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. 1800), p.68-9.
Sobre a peoxária e sua m ão-de-obra, ver: Para aprofundar a questão, ver: HOONÀERT, Eduardo, et all. História
ABREU, op. cit., p. 133. da Igreja no Brasil, p. 160-68.

Caderno de História - UFRN, Natal, v. 1, n. l,jui/dez. 1994


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diversas ordens pelos sertões, com o objetivo de cristiani- Nesta perspectiva, houve a caça de gado bovino e ca­
zar os nativos. Os religiosos recebiam terras para implan­ valar pelos índios, causando prejuízos aos colonos, que
tar aldeamentós. A conversão do indio ao cristianismo reagiam escravizando-os ou matando-os21,22. Com as
facilitou a ocupação do território, por uma série de fato­ éstiagens a situação se agravou diante da fome que asso­
res, dentre os quais o aldeamento, com ò aval da prática lava os sertões. Certamente que as secas rigorosas acen­
da “guerra justa” e o alistamento de indígenas das tuaram a caça de gadó pelos indígenas e sua contraparti­
“aldeias dos padres” - missões -, com o intuito de debelar da: a repressão movida pelos colonos2^.
os focos de resistência às ações dos colonizadores. A situação destes, especificamente, era tão difícil na
De acordo com o depoimento de Nantes, capuchinho região do rio Açu, que o Senado da Câmara de Natal,
que dirigiu missões entre os índios Cariri na área do rio solicitou, a 23 de fevereiro de 1687, ao Senado da Câma­
São Francisco durante a segunda metade do século XVII, ra de Olinda uma tropa de infantaria junto ao capitâo-
a introdução de rebanhos nas ribeiras deste rio deu vazão general. Reforços também foram solicitados ao capitão-
a episódios sangrentos entre os índios e os colonos14. O mor da Paraíba, em março daquele ano. O Governador
coronel D’Ávila, da Casa da Torre, e seus descendentes Geral Matias da Cunha ao ser contatado respondeu a 4 de
apropriaram-se desde as primeiras concessões de sesma- setembro:
rias no governo de Tomé dé Sousa até 1710, de mais de
"Que ao ter sciencia da revolta dos bárbaros, dirigi­
340 léguas de terra nas ribeiras do S. Francisco e seus
ra-se ao governado de Pernambuco e ao capitão-
afluentes1^. Vale salientar que os avanços para o interior
mor da Parahyba, ordenando áquelle que fizesse se­
realizados pelos colonos tiveram grande apoio a partir da
guir da capitania, sem perda de tempo, duas compa­
gestão filipina. A linha de Tordesilhàs foi na prática
nhias da melhor gente dos Terços de Camarão e
rompida, apesar de ter sido mantida legalmente em vigor
Henrique Dias, e ao da Parahyba o maior número
pelo aceleramento da ocupação dos sertões do Nordeste,
de força que fosse possível, Que ao capitão-mor do
na expansão da criação, do bandeirismo de contrato e da
Rio Grande havia incumbido de tudo que dissesse
atividade missionária. Alguns bandeirantes paulistas,
respeito à expedição, e ao coronel Antônio de Albu­
graças aos bons serviços prestados a Portugal, atingiram
querque que cumprisse na campanha Os suas ordens,
o patamar do latifúndio e da atividade criat^jia por des-
ministrando circunstancialmente as informações da
poarem e conquistarem os sertões aos índios. ’*167
guerra"24.
As ribeiras dos rios eram as terras de melhor quali­
dade da área sertaneja, significando para os índios a Diante da demora da chegada dos reforços da Paraí­
possibilidade de autopreservação ante o avanço dos pecu­ ba e Pernambuco, os índios dominaram as ribeiras do
aristas, que encaravam as referidas áreas como a possibi­ Açu e Apodi. As ribeiras do Ceará-Mirim logo foram
lidade de lucros. atingidas. O Senado da Câmara de Natal em desespero
"dai uma série de provocações, de negaças, de vio­ convocou mais uma vez o Governador Geral - dezembro
lações que o indígena deveria sofrer ou rebelar-se"1®. de 1687. Desta feita foram solicitados, pelo menos, cin-
Durante a gestão do capitão-mor Manuel Muniz na capi­ qüenta pretos de Henrique Dias, cento e cinqüenta casais
tania do Rio Grande "às sesmeiros, os seus prepostos de índios além de mantimentos. Matias da Cunha, Go­
residentes nas terras do interior, sem recursos para vernador Geral, escreveu em 1688 dando ao capitãó-mor
comprar negros da Guiné ou de Angola, premidos pela Pascoal Gonçalves as seguintes orientações :
obrigação de viver, recorriam frequentemente à captura
dos indígenas, forçando-os às tarefas da agricultura, "Com toda a pressa ordeno ao capitão-mor Manuel
serviço que nas tabas, pertencia às mulheres como im­ de Abreu Soares que siga com cento e cinqüenta
próprio para guerreiro"19. Este fator resultou numa infantes e quatro capitães, e da praça de Olinda
resistência inais acentuada dos Jê, em detretimento dos vinte e cinco. Ordeno meus ao capitão-mor dós índi­
Tupi que concebiam o trabalho da terra como uma tarefa os com quatrocentos homens e, dos pçetos cem, com
masculina. A situação de beligerância entre os índios e os armas e munições; e pelo sertão faço marchar do
colonos possuiu efeitos catalizadores de ordem econômi­ Rio São Francisco um governador das armas paulis­
ca e cultural.20. tas, com trezentos homens bem municiados, e dois
capitães-mores da jurisdição de Pernambuco, que
estavam para ir a Palmares com seiscentos homens,
a fim de guerrearem cada um por sua vez a esses
J » NANTES, Pe. M aitinho de. Relação de uma missão no rio S. Francisco. bárbaros"*’-’.
ANDRADE, M anuel Conjria de. A ta ra e o homem no Nordeste.
16 ABREU, o p .cit
17 MAGALHÃES, Basflio de. Expansão geográfica do Brasil colonial.
MEDEIROS, Tarcísio de. Aspectos geopolíticos e antropológicos da ^ CASCUDO, Luís da Câmara. Hitória do Rio Grande do Noite.
história do Rio Grande do N orte, p.S l. ANDRADE, Pedro Carrilho. "Memória sobre os índios do Brasil".
1 9 Ibidem ,p.51. 23 ALVES, Joaquim .História das secas "século das secas"século X V m ao
,,XDC
^ SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos: engenhos e escravos na ~ l LEMOS, Vicentes. Capitães-m ores e governadores do RN, p.41.
sociedade colonial. ** Ibidezn, p.42.

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Na capitania do Rio Grande foram recrutados, crimi­ por corsários no delta do Açu3®. Os índios^chegaram até
nosos» sob a promessa de indulto do governo. No entanto, mesmo a fabricar pólvora, conforme uma carta escrita
os contingentes coloniais empregados na conquista do em 168831. Os mestres-de-campo Domingos Jorge Velho
sertão não tesistiram às.refiregas nas ribeiras do Açu. Òs e Antônio Albuquerque Câmara Coutinho foram envia­
indios recrutados.para os referidos grupamentos deserta­ dos para o combate aos indios do Açu e contaram na
ram. O Governador Geral reconvocou foragidos, degre­ marcha, com o appio de legiões de índios de toda a região
dados e criminosos nas capitanias de Pernambuco, Itama- do S. Francisco, além de um considerável número de
racá, Paraíba, dentre outras áreas para incorporação às combatentes brancos, negros e mamelucos. Tais "aliados"
forças do coronel Albuquerque Câmara na região do Açu, das forças de repressão, etnicamente de uma maioria
sob a promessa de perdão àqueles que apresentassem uma negra e índia, significaram no final verdadeiras fontes de
certidão emitida pelo mesmo, i No entanto, os índios re­ lucros à metrópole, devido a conquista de mais terras e
sistiram ao avanço dos contingentes comandados por escravos.
Albuquerque Câmara. Outras tropas chegaram à capita­ Entre 1688 e 1691, o extermínio sistemático de índi­
nia dp Rio Grande sob o comando de Antônio Pinto e os pelo mameluco Jorge Velho, lhe possibilitou a inde­
Agostinho César - 1688. pendência de ação, autorizada pelas autoridades coloni­
Com a chegada de Antônio Pinto Ferreira e Agosti­ ais. Nos fins de 1691, Matias Cardoso assumiu o
nho César os índios do interior sofreram baixas conside­ comando unificado do combate aos índios dos sertões. Na
ráveis. Grupos de aborígenes chegaram nas ribeiras do ocasião Jorge Velho, devido um contrato firmado com o
Ceará-Mirim pedido paz aos colonos2^. govemo de Pernambuco, seguiu para o Quilombo dos
Em algumas ocasiões os indígenas, vítimas do com­ Palmares para debelar a resistência dos negros fugidos do
bate armado e ideológico dos conquistadores, buscaram cativeiro32.
refugio nas áreas de missões religiosas, como podemos A política da metrópole de combate aos indígenas
perceber num memorial escrito a El-Rei: começou a frutificar sob os massacres realizados pelos
terços dos paulistas e pela doutrinação cristã. Sabemos
"...essas são e foram sempre as maiores dúvidas com
que a diminuição da população índia, a escravidão, os
que se impede a execução daquela guerra; porque
aldeamentos e as fugas para outras áreas enfraqueceram a
se intenta castigar aqueles bárbaros, e lhes vai a
resistência Cariri e Tarairiú, ao ponto de ser assinado um
noticia, andam já tão sabidos, que logo acolhem ao
"tratado de paz" entre o rei de Portugal e os Jahduí, que
sagrado das Missões com pretexto de p a P ^.
teve por intermediário Bernardo Vieira, o capitão-mor da
Percebemos que a busca pelos índios da proteção dos capitania do Rio Grande33. Contudo, o referido tratado
religiosos, como forma de não se tomarem cativos ou de não foi cumprido nem pelos portugueses, nem pelos indi­
serem mortos, foi um dos fatores a possibilitar êxitos os. Ocorre que, no ano de assinatura do armistício, a
finalmente aos colonos. Na medida em que o índio era coroa portuguesa continuou a suprir os colonos com
doutrinado - aldeado e/ou batizado - havia o recrutamen­ recursos para o extermínio dos indígenas. Estes, tendo
to para a constituição de terços, ònde muitas vezes soma­ em vista as dificuldades provocadas pela grande seca de
vam a parte mais expressiva dos contingentes28. No 1692, saquearam várias instalações dos fazendeiros.
entanto, a prática de conversão do índio em alguns casos No ano de 1693, o terço de Matias Cardoso de Al­
não passou de tentativas frustradas dos colonizadores, meida perdeu sua operacionalidade, ficando sem condi­
pois os aldeamentos possibilitaram a constituição de uma ções de combater, devido a falta de munição e a epidemia
"fronteira amiga", ou seja, uma área de descanso relativo de sarampo que assolou a tropa. Por tais razões, Cardoso
para o retomo ao combate. Afirma Andrade: de Almeida foi substituído nas ações armadas contra os
indios pelo terço de Manuel Álvares de Navarro. Três
"Mas não permaneceram nas Missões. Em tais casos anos após, com a dissolução do terço de Matias Cardoso
não lhes deve valer, por serem uns hereges e públi­ de Almeida foi promovido ao posto de mestre-de-campo,
cos tiranos que com o pretexto de paz, fazem danos pelo governador geral do Brasil, D. João de Lencastro3<\
de propósito. E mais tendo faltado tantas vezes a Outro motivo que desmobilizou o terço de Matias Cardo­
paz e reincidido nas mesmas culpas''2^. so foi a deserção dos alistados pela falta de pagamento de
No govemo geral do Frei Manoel da Ressurreição, soidos.
em 1688, houve uma grande mobilidade de tropas visan­ Vale salientar que o terço de Morais Navarro contou
do sufocar a sublevação dos índios do Açu. Neste perío­ em suas fileiras com um número considerável de indíge­
do, os indígenas contavam com um expressivo número de nas. O contingente era composto por combatentes alista-
armas de fogo e pólvora, que desde 1685 eram fornecidas
^ CASCUDO, Luis da Câmara. História da cidade do Natal.
WZ..- ». 1 —■■■■■—-— -■III ■ 31 STUDART FILHO, Carlos. Op. c it
Para aprofundar aquestüo, ver: LEMOS, Vioente. Op. c it 32 LEMOS, Vioente. Op. dL
TAUNAY, Afonso de. “A G uerra dos Bárbaros”. 33 Ver. MEDEIROS, Tarcísio de Bernardo Vieira de Melo e a G uerra dos
ANDRADE, Pedro Carrilho. Op. cà. Bárbaros, p.42-5.
" SOUTO MAIOR, A H istória do Brasil. 3<* PIRES, M aria Idalina da Cruz. "G uerra dos Bárbaros": resistâid a
29 ANDRADE, Pedro Carrilho de. Op. cit. indígena e conflitos no Nordeste colonial.

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dos na Missão de Guaraíras; da Aldeia dos Cariri, na Durante o governo do capitão-mor Luís Ferreira
Paraiba; da Aldeia de Guajirú, além de alguns Canindé, Freire, no ano de 1720, houve o último levante geral dos
da nação Tarairiú36. índios contra Natal. O terço dos paulistas do mestre-de-
Em março de 1699, Navarro instigou a inimizade campo Morais Navarro foi o responsável pela defesa da
dos Jandui com os Paiacu. Forneceu armas aos Jandui, área, detendo os guerreiros índios na altura do Ferreiro
que logo entraram em guerra com estes últimos. A inten­ Torto. Restou aos indígenas a fuga para os sertões do
ção do mestre-de-campo era escravizar os Índios e tomar Ceará e da Paraíba*41.
as suas terras, sob a alegação que os mesmos se enfrenta­ O temor do surgimento de novos levantes entre os
vam em mais uma guerra. Posteriormente, Navarro as­ índios, entretanto, foi constante para a coroa. Em 1734
sociado aos Jandui realizou um massacre entre os Paiacu foi expedida uma ordem régia mandando que em cada
já cristianizados. O fato trouxe problemas para,o mestre- uma das aldeias não houvesse mais de dez armas, e que
de-campo, pois muito desagradou ao capitão-mor Ber­ estas deviam ser entregues pelos missionários aos índios
nardo Viera de Melo diante dos danos causados à sua que não abusassem delas4^.
política de "pacificação" junto aos índios36. É sabido que A instituição do alvará de 3 de maio de 1757, pelo
houve uma série de contendas entre Bernardo Viera e Marquês de Pombal revogou aos missionários a jurisdi­
Morais Navarro. Para o capitão-mor, as ações do mestre- ção temporal sobre os indígenas. Deste modo, as aldeias
de-campo na região do Açu eA podi representavam uma que estavam sob a administração dós missionários foram
ameaça, enquanto concorrente no comando da guerra, transformadas em vilas, onde a administração passou a
nas questões da posse da terra e da' utilização mão-de- ser responsabilidade de diretores civis.
obra3 '. Com isso, o Ouvidor seguiu para o Arraial do A extinção dos aldeamentos e o surgimento das vilas
Açu, a fim de libertar os indígenas Paiacu que restaram teve como efeito para os indígenas remanescentes do
do massacre realizado por Navarro. Sabemos da venda de conflito armado, a degradação cultural através do uso
escravos índios pelo mestre-de-campo, quando já estavam abusivo de aguardente, da prostituição e miscigenação,
batizados, contrariando princípios advogados pelo clero. desintegrando por fim a sua identidade cultural43 4. Po­
Apesar do sertão paraibano ter sido incorporado às demos perceber tais efeitos no anexo 1.
áreas colonizadas em 1703, os indígenas da nação Cariri Conforme o depoimento de Lira:
e Tarairiú ainda resistiam com um número expressivo de
"Com a criação dessas vilas, desapareceram todas
guerreiros. Em 1713 o levante das populações indígenas
as missões e os indígenas passaram a ser governa­
abarcava a área da Paraíba ao Ceará3". A situação abriu
dos pelos diretores, que sucederam aos padres. A
ao terço do Açu a possibilidade de novos combates, sob a
mudança fo i para pior: - estes, embora não conser­
autorização do próprio rei de Portugal. O monarca perce­
vassem a mesma abnegação e o mesmo desprendi­
beu que os índios eram um verdadeiro obstáculo ao povo­
mento de que tinham dado tâõ notáveis exemplos
amento do sertão, e traziam prejuízos a fazenda real39.
nas primitivas reduções, pelo menos o liberalizavam
No contexto da guerra entre os colonizadores e os
o consolo da fé, propagavam o ensino e pregavam a
indígenas, a Igreja atuou a serviço da coroa e seus minis­
moralidade dos costumes; aqueles exploravam, es­
tros conseguiram construir fortunas. Desta forma, os
cravizavam, martirizavam. E a consequência fo i
religiosos beneditinos, que depois da guerra holandesa
que, em grande parte, os indiós aldeados voltaram à
permaneceram por mais de quatro anos em uma pequena
vida errante dos primeiros tempos, sendo persegui­
habitação, vivendo na indigência, foram obtendo conside­
dos e esm agados"^.
ráveis rendimentos na medida em que se envolviam em
atividades leigas e doutrinavam índios. Assim construí­ Já no século XIX, ocorreu um levante isolado entre
ram um belo mosteiro e casas, compraram gado e possuí­ os remanescentes do índips da língua geral - Tupi - e do
ram escravos. Além disso, eram proprietários do melhor sertão - Tarairiú - na Vila de Extremoz, conforme regis­
engenho da Paraíba, o Maraú. Os carmelitas possuíam tra uma documentação do Conselho de Fazenda, de 1822.
escravos, gado, plantações de cana, um convento e uma Observamos o tratamento dado aos índios a partir de um
igreja. Os capuchos de Santo Antônio não possuíam bens trecho da referida documentação - anexo 1. O documento
porque os estatutos da ordem proibiam. Professavam a atesta muito bem a desagregação cultural sofrida pelos
humildade e a pobreza; não obstante, nada lhes faltava: indígenas, então entregues ao consumo abusivo de álcool
Recebiam víveres e dinheiro, por esmolas46. efurno.
Coube a Nonato Motta um dos últimos relatores a
massacres de índios no Rio Grande do Norte:
f
33 MEDEIROS FILHO, Olavo. O terço dos paulistas do mestre-de-campo
M anuel Alvares de M orais Navarro e a "G uerra dos Bárbaros".
MEDEIROS, op. ÒL 4 ^ MEDEIROS.Tarcísio de. Capities-m ores e governadore do RN
PIRES, ep. cit. (1701-1822).
| LEAL, José. Itinerário histérico da Paraiba. PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Anais pernambucanos.
- PINTO, Irineu Ferreira. D atas e netas para a história da Paraiba. CASCUDO, op. cit.
40 LEAL, op. cit. 44 U RA , Augusto Tavares de. H istória do Rio Grande do N orte, p .lS l.

Caderno de História -VFKtt, Natal, v. l,n. l,jul/dez. 1994


"Em 1825, voltaram dos cárceres da Bahia, o Coro- de açúcar. Além do mais, çtizimos «ips indios cristianiza-
nèl d eh fillcia José Francisco Vieira .de Barras e
seus companheiros de infortúnio. Aquele chegando a Na antiga capitania do Rio Grande, os Cariri e Ta-
Portalegre, encontrou a Serra anarquizadae a:ca- rairiú implantaram a defensiva mais estruturâda. As
deia çheia de presos. Informado de que. a .causa da áreas das ribeifás do Açu, Apodi e Mossoró foram con-
qnqrquia que ali reinava, era ter a Câmara Munici- qüisitadaá tão-somente apÔS m uitasm õrtes entre os colo-
pql aforado os terrenos ao mais exaltados: Julgava poá e os pnméifós do sertão. Houve o exter-
Viera Barros, que, com isto, serenava a ira daqueles m in io ^ fd e ^ p i^ s# ^ fl^ ia s que constituíam as duas
selvagens, e que voltaria a paz que todos almeja­ grandes nações, quando paralelamente alguns grupos
vam- érain ’çristianizados diminuindo o poder dé resistência
Uma manhã, os índios reuniram-se, atacaram a Vila dos índios. Os que não foram exterminados ou aldeados
de Portalegre, travando luta com os moradores, da fugiram para outraS 'áleas: Posteriormente ocorreu à
qual resultou a morte do delegado de Policia, Capi­ miscigenaçãq dos remanescentes com elementos negros.
tão Bento Inácio de Béssa e o suicídio do Coronel Em Cóhseqtiênçfá do extermínio sistemático e da
Viera de Barros. Restabelecida a ordem, foram os iniscigénação o ahia| 'Estado do Rio Grande do Norte não
índios presos e algemados, seguindo escoltados para possui sequer uma reserva indígena, apesar <je só ter sido
a cadeia da cidade de Natal. Ao chegarem ao pé da plenamente colonizado nò século XVm, após uma guerra
Serra, entre o sitio ”Viçosa" e a Vila de Portalegre, encamizaçada, onde os indios do sertão chegaram a assi­
levantaram uma grande cruz, e depois rezarem um nar até mesmo um tratado de paz com a coroa portuguesa
. terço, foram os prisioneiros passados pelas armas. (1692). ” ‘
Foram autores de tão terrível carnificina, entre ou­
tros, Antônio Bezerra, Florêncio de Albuquerque, ANEXO l 46
Antônio Caboba e Joaquim Cavalcanti (...). Os cri­
minosos nada sofreram, e o resto dos índios, inclusi­
Q ju|z Ordinário da Vila de Extremo^ me dirigiu
ve as fam ílias das vítimas, retiraram-se para os pntem oficio da cópja junta, pedindo-me prpvidenciar no
centros dos Cariris, e nãovoltaram mais ipèu alcance não esíàvam outras senão as com que lhe
respondí; esçrévi na cópia também junta, apçsar de reco-
Percebemos que, praticamente, após um século do liheçer que ele nadq consegue, por até já serem abando­
término do conflito armado entre os colonizadores e os nadas, as providências que tenham dado para aquela
indios, a sociedade estruturada em valores europeus não j p í r sçtufe encarregado; pejos senhores do Govemo
proporcionou uma plena integração dos aborígenes. Dé­ fem poráriõ a fim deobter o sim para destq R>rma man­
cadas ainda se passaram para que esta ''integração" - cuja dar um edital susrajfcimip a observância, dq; Diretório,
contra-face era a destruição completa de identidade indí- pfoibindo por algum, tempo a venda de cigarros, e bebi-
gena^consum assetotaftnentgnoRios&aadNfer?faTte: d ã s riò ^ s ;--Este edftaffefe Bormesmet dia . arts®ça^r, e
èqmidq sem se saber por quem, desprezada á proibição,
nem o temor das-penás; as. contava. Ao diretor encarre-
CONCLUSÃO
dos inflós, com seus estados, e ocupações para conhecer
Ao longo do artigo,.percebemos uma ação coordena­ dos vadios, que sem dúvida, são os causadores das desor­
da @complementar do Estado colonial português e da dens; nãosatisfez as§im me respondeu.
Igreja, pelo menos até a ascensão do Marquês de Pombal, ; ■À; CSmará oficiei pára a suspensão do Almotacê, 0
que através do alvará de 1757 revogou aos missionários índio Alexandre da Silva Andrade, culpado neste juízo o -
que não declarei para depois de suspenso maiidou proce­
as responsabilidades sobre os índios. der; respondeu-me que ficava entendida; entretanto não
A resistência Cariri e Tarairú nos sertões do Nordes­ çumpriram, e ele continuou fazendo as desordens referi­
te duroü cerca de quarenta anòs (1687-1720), cabendo das pelo juiz, era termos tais quais que outras minhas
aos terços dos paulistas a repressão afinada a estes, en­ providêbciás desenvolverão maiores desobediências; e
quanto os ministros da; Igreja acirravam a rivalidade por isso levo todo o exposto as Vossas Excelências para
entre às diversas nações aborígenes. Neste processo òs darem- ais suas providências as vistas do Oficio do juiz.
paulistas ganharam somas consideráveis de dinheiro, Deus Guarde as Vôssas Excelências. Cidade do Natal, 3
dç abril de 1822.
através dos contratos para ò extermínio de indios é da ' Ilustríssimos e Excelentíssimos Senhores Governa­
venda dos prisioneiros de guerra como escravos. Além dores desta Província.
disso, receberam concessões de sesmarias estabelecendo
O Ouvidor e Corregedor da Comarca
latifúndios, onde desenvolveram a atividade criatóriá. Os
> M arianno Joséde Britto Lima
membros das ordens religiosas construiram fortunas, pois
receberam terras para instalar missões e aldeamehtos,
criaram gado, possuiram escravos e até mesmo engenhos Arquivo Público do Est#do do Rio Grande do Norte: documentação do
Conselho de Fazenda (1822). Cartas do ju iz ordinário ap oorTegedor
sobre i>levante dos indips de Extremoz.
MOTTA, Nonato. "Nota sobre a ribeira do Apodi".

Caderno de História - UFRN, Natal, v. l,n. l.jul/dez. 1994


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