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Considerações finais
O funk como expressão cultural da periferia e do povo negro brasileiro, sofre
imenso preconceito e marginalização, assim como todos os gêneros musicais
originados da cultura negra antes dele. É visível o processo de embranquecimento
sofrido por esses gêneros musicais assim que os mesmos são entendidos como
produto pela indústria fonográfica.
Afim de exemplificar a discriminação presente na indústria fonográfica e na
sociedade brasileira em relação os gêneros musicais negros, é importante citar a
tentativa de criminalização do funk. No ano de 2017 uma sugestão de projeto de lei
criminalizando o gênero musical recebeu 200 mil assinaturas, com a justificativa de
que o gênero musical devia ser classificado como crime de saúde publica à criança
ao adolescente e à família. A sugestão não foi aprovada poisa mesma vai contra a
Constituição Brasileira de 88.
As ações policias do governo do estado do Rio de Janeiro afim de fechar o
Baile da Gaiola, baile funk do bairro da Penha, e a prisão do principal representante
do funk carioca e do Baile da Gaiola, o Renan da Penha, também são exemplos de
atos discriminatórios em relação ao gênero periférico.
Ainda recentemente, o pai de Beyoncé que foi seu primeiro empresário afirmou
a imprensa que sua filha não teria atingido o sucesso que conseguiu se seu tom de
pele fosse mais escuro, entendendo a passibilidade de seu tom de pele claro dentro
da indústria fonográfica e na aceitação da sociedade à sua imagem.
Apesar dos estudos, apontamentos e das ações afirmativas étnico-raciais
existentes hoje, a sociedade ainda tem um grande caminho para percorrer em relação
a igualdade racial. A representatividade negra na mídia ainda é pequena, os sujeitos
negros ainda são deixados a margem da sociedade através do racismo estrutural e a
indústria fonográfica ainda nos segrega até quando precisa reconhecer nossa
excelência.
Referências Bibliográficas
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