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História do Rock and Roll

Por: Leandro Camacho Silva

1 – Origem

A história do Rock and Roll começou com a influência cultural da música dos
escravos, vindos da África, na sociedade norte-americana. Em fins de 1950, nos Estados
Unidos, a chamada "geração silenciosa", marcada pelo fim da Segunda Guerra Mundial, viu-
se frente a um ritmo até então desconhecido, proveniente da sonoridade de um povo
marginalizado vindo de uma maciça migração negra que originou um grande número de
comunidades afro-americanas nos centros urbanos do norte do país.
De acordo com Paul Friedlander (2006, p.32), "as novidades e a alienação da
existência urbana, a ausência do lar rural e da família – e de seu apoio emocional e material -
ajudaram a criar o cenário no qual o blues urbano floresceu".
Assim, as raízes musicais do Rock and Roll, tanto as negras quanto as brancas (européias)
começaram com o blues rural do início do século XX e se fundiram ao blues urbano, ao
gospel e ao jump band jazz.
Dessa forma, estes quatro estilos musicais afro-americanos deram origem, no início
dos anos 50, ao chamado Rhythm and Blues (R&B), ritmo que se encontra nas raízes
musicais dos primeiros artistas de rock com denominação, decorrente da palavra "blue", que
na língua inglesa também significa "triste", "melancólico".
Para Chacon, (1984, p.24), o Rhythm and Blues é a vertente negra do Rock. "Reprimidos pela
sociedade, os negros buscavam refúgio na música (o blues) e na dança, para dar vazão a
revolta pela escravidão."
Pode-se dizer ainda que, além da cultura negra e do blues, o som das guitarras
elétricas, tenha sido o fator essencial para a caracterização do rock.
De acordo com Muggiati (1973, p.8), mais agressivo do que o Blues, o Rhythm and Blues se
formou a partir da necessidade dos cantores de gritar para serem ouvidos, já que o som das
guitarras era muito alto.
Ainda assim, acredita Chacon (1985) que para a consolidação da primeira forma do
rock - o rock’n’roll - houve também a fusão com a música branca, a chamada Country and
Western , música rural dos EUA, que, comparada ao blues que expressava a revolta dos
negros, também representava o sofrimento dos pequenos camponeses – o lamento.
Para Chacon, (1985, p.25), "a vibração negra, sua voz grave e rouca, sua sexualidade
transparente e seu som pesado agora alimentado pela guitarra elétrica, tudo isso parecia bem
mais atrativo a milhões de jovens, inicialmente americanos mas logo por todo o mundo, que
pareciam procurar seu próprio estilo de vida."
Assim, com a crescente aceitação e entrada do Rhythm and Blues e seu predecessor , o
rock clássico, na programação das pequenas estações de rádio com grande audiência negra, os
jovens adolescentes brancos começaram também a procurar o novo e excitante som nas lojas
de discos das redondezas. Isto criou uma demanda nas lojas brancas pelo Rhythm and Blues.
E, assim, atendendo a essa demanda e principalmente por motivos comerciais, as grandes
estações de rádio começaram a tocar R&B usando DJs brancos e negros.
O mais conhecido DJ branco, Alan Freed, depois de assistir a uma multidão de jovens
brancos comprando discos de R&B e inspirado em um velho blues "My daddy he rocks me
with a steady roll" (meu homem me embala com um balanço legal) passou a oferecer um
show ao vivo chamado "Alan Freed’s Moon Dog Rock and Roll House Party" e seu
programa, mais conhecido como "Rock and Roll Party" tornou-se, rapidamente, o programa
musical mais popular de Nova York, daí a denominação deste novo gênero que revolucionou
a maneira de fazer e ouvir música a partir de 1950. (Paul Friedlander, 2006, p.40)
Os principais atingidos pela revolução sonora do rock’n’roll foram os jovens. Nos
Estados Unidos e depois no mundo, todos os jovens se encontravam em meio a disputas entre
o capitalismo e o comunismo ou frente a uma grande valorização do consumismo e da
modernização, frutos do progresso científico gerado no pós-guerra.

Até mesmo os filmes de Hollywood representavam a rebeldia. O personagem de


James Dean, no filme Juventude Transviada (1955), já representava o comportamento adotado
pela juventude: recusar o mundo sem no entanto chegar a uma visão crítica da realidade,
divididos entre amor/pacifismo e violência/auto-destruição. (Muggiati, 1973)
Assim, o rock and roll se firma como o ritmo musical ditador de comportamentos e
canalizador de idéias contestatórias frente a insatisfação com o sistema cultural, educacional e
político no mundo inteiro.

2 – Eras do Rock
2.1 - Anos 50
De acordo com Paul Friedlander (2006, p.48), a primeira geração de roqueiros
clássicos – Fats Domino, Bill Haley, Chuck Berry e Little Richard – surgiu entre 1953 e 1955.
Suas músicas permaneceram fiéis às raízes do Rhythm and Blues com canções otimistas,
alegres, que retratavam realidades comuns aos adolescentes, cheias de criatividade e paixão
pela música.
Fats Domino, apesar de não se tornar nenhum grande astro do rock, vendeu em 1953
um milhão de cópias de seu hit "The Fat Man" e tornou-se o segundo artista da época em
termos de vendagem de discos, com mais de 30 milhões de álbuns.
Em abril de 1954, Bill Haley and His Comets, lança a música (We´re Gonna) Rock Around
the Clock, levando a juventude, cada dia mais delinquente e em busca de heróis, a adotá-la
como forma de canalizar sua rebeldia, principalmente depois de ser incluída como música de
abertura do filme Blackboard Jungle (Sementes da Violência).
Haley se tornou o primeiro astro branco do rock and roll, mas ainda não seria o ídolo
adolescente que a América estava procurando.
Já Chuck Berry, de acordo com Paul Friedlander (2006, p.54), foi o poeta-pai do rock and roll
clássico. Emplacou dezenas de hits, entre eles Johnny B. Goode com seu grito "Go, Johnny,
go!" que se tornou um grito de guerra que se ouve ainda hoje. Infelizmente seus
envolvimentos com a policia acabaram por destruir sua carreira. "Chuck criou a mais bem
escrita, estilisticamente inovadora e original música da época (...). Seu enorme legado e o
próprio homem ainda são uma parte vibrante da comuidade do rock and roll" (Paul
Friedlander, 2006, p.58).
A principal característica de Little Richard era sua forma de cantar emotiva com seu
forte falsete. Levou as partes mais obscenas do legado do R&B, como os ‘gemidos’, por
exemplo, ao público do rock, e isto se podia notar de forma marcante no hit Tutti-Frutti de
música explosiva e letra bastante sugestiva.
Ainda nesta década surge Elvis Presley, nascido em Tupelo, Mississipi, em 8 de janeiro e
1935, um dos artistas mais importantes dos primeiros anos do rock and roll, logo seria
considerado "O Rei do Rock".
De acordo com Chacon (1985) "só um símbolo sexual, devidamente municiado pelos
melhores autores, cantando e suando como um negro poderia transformar aquele modismo
numa verdadeira revolução". A sua sensualidade, sua voz rouca e sua maneira de dançar
marcavam a forte influência negra sobre a sociedade branca americana, afirma ainda Chacon
(1985).
Desde criança Elvis interessava-se pela música, sendo um ouvinte assíduo de rádios
que tocavam blues e R&B. Ainda aos oito anos de idade ganha da mãe sua primeira guitarra.
Aos 11 anos fica em segundo lugar em um concurso para jovens talentos e no último ano
escolar ganha o concurso nacional de talentos promovido pelas escolas. Depois de concluir o
secundário consegue um emprego de caminhoneiro.
Seu primeiro disco gravado pela Sun Records não impressiona o dono da gravadora,
Sam Phillips. Mas depois de juntar-se ao guitarrista Scotty Moore e ao baixista Bill Black,
numa brincadeira de estúdio, chama a atenção de Phillips que os manda continuar com a
gravação. Essa brincadeira era a música That’s all Right (Mama), do bluesman negro Arthur
"Big Boy" Crudup. "Ela não foi apenas o primeiro sucesso comercial de Elvis, mas, muito
mais importante, foi esta síntese da música blues e country que deu origem ao chamado
rockabilly". (Paul Friedlander. 2006, p.70)
A prova de que o rock seria a mais lucrativa música de consumo dos próximos anos
viria com o pagamento pela RCA de 35 mil dólares à Sun Records pelo passe de Elvis.
Assim, Elvis Presley cai nas mãos do "coronel" Tom Parker, o mesmo que o tinha
aconselhado a voltar a dirigir caminhões dois anos antes.
No final de 1956, Elvis acumula cinco hits no primeiro lugar e mais sete entre as 40 mais
ouvidas. Entretanto, gradativamente Elvis vai perdendo sua vida própria, sendo cada vez mais
manipulado para fins comerciais. cooptação

Em 1957, alista-se no exército e tem seu cabelo – "um dos símbolos da masculinidade
roqueira" – cortado. Impulsionada pela imagem de patriota de Elvis, sua fama aumenta,
inclusive entre os adultos. (Paul Friedlander, 2006, p.73)
Enquanto o rock’n’roll segue seu curso, Elvis de volta do serviço militar resolve
gravar baladas "água com açúcar", como It’s Now or Never e Are You Lonesome Tonight?.
Nesta época, ele não dominava mais as paradas, deixando até mesmo de apresentar-se em
público e perdendo a postura de roqueiro rebelde.
Até o final de sua carreira, Elvis Presley emplacou 107 canções de sucesso, o que
representa um recorde. Os Beatles ocupam o segundo lugar com a marca de 48 canções. Até
hoje considerado por muitos o "Rei do Rock", a importância de Elvis reside no fato de ter sido
ele quem solidificou o rock como um estilo de música popular. Para a juventude de sua época,
foi o representante da rebeldia, sexualidade e vitalidade.
Em fins de 1950, o rock’n’roll já se apresentava como um produto inserido no sistema
cultural. A postura de diversos setores da sociedade havia mudado em relação ao rock: se
antes ele era maldito, condenado pelos setores mais conservadores, agora já fazia parte dos
valores da sociedade em geral. Nessa época, o gênero sofre um "esvaziamento", provocado
pela intensa comercialização dos discos de rock’n’roll e a divulgação de ritmos dançantes.
2.2 - Anos 60
No início desta década o criador do estilo rock, Allan Freed, é processado e condenado
por suas atitudes anti-éticas que diziam ser o motivo do sucesso do rock and roll.
Por volta de 1960, nos EUA, surge Bob Dylan no cenário do rock, movido pelo ideal
de revolução e por forte sentimento político. De acordo com Muggiati (1973), Dylan é a
personificação de Holden Caulfield, o garoto desajustado do livro de J.D.Salinger –
personagem considerado o ponto de ruptura no modelo juvenil americano da década de 50.
Paralelamente à música de Dylan, o movimento cultural chamado Mersey Beat (um jornal
quinzenal de música popular com o panorama musical local), também movimenta a América,
inclusive influenciando na composição das músicas e na postura dos jovens da época. A
expressão ‘beat’, segundo Muggiati (1985, p.61), poderia representar "batida", "ritmo" ou
também "derrotado", "cansado", enquanto que nik relacionava-se a "esquerdismo", "rebelião".
A música de protesto de Dylan se encaixa em um novo "modelo" de rock. Junto com
Joan Baez, uma cantora de ascendência mexicana, Dylan se torna o porta-voz da juventude
pela liberdade, contra a guerra do Vietnã e o preconceito racial. Em 1963, os dois estavam na
Marcha dos Direitos Civis sobre Washington, ao lado do líder negro Martin Luther King.
A música de Dylan e Baez era a chamada "folk song". Ao som de violão, voz e gaita, eles se
preocupavam com a poesia das letras; o importante, nesse caso, era a mensagem a ser
transmitida.
De acordo com Chacon (1985), no entanto, a influência de Bob Dylan e Joan Baez
dissolveu-se a partir de 1965.
O rock começa a declinar nos EUA, seu país de origem, mas cresce na Inglaterra. Em
Liverpool, do movimento beatnik, surge a Banda The Beatles, que acabaria se tornando o
maior fenômeno mundial de todos os tempos.
Formada no início de 1956 por John Lennon, o primeiro nome dos Beatles foi The
Quarrymen, com Paul McCartney e George Harrison como guitarristas, Stu Sutcliffe, colega
de John no curso de arte, no baixo e o baterista Pete Best, substituído em 1962, por Ringo
Star."O nome (Beatles) veio da paixão deles pelos crickets (grilos) e assim combinaram
‘beetle’ (besouro) com o nome comum que se usava na época para chamar a música de rock:
‘beat’ music." (Paul Friedlander, 2006, p.120)
Os Beatles começam a se profissionalizar com a chegada de Brian Epstein como
empresário do grupo. Epstein, gerente da NEMS (North End Music Store), uma das maiores
lojas de discos da Inglaterra e grande varejista, possuia grande influência nas gravadorras, e
foi assim que a Decca Records concordou em gravar uma série de canções para mostrar o
talento dos Beatles.
O primeiro compacto lançado pela banda nos estúdios da Abbey Road para a gravação
da Parlophone (subsidiária da EMI), foi com as músicas Love me Do (lado A) e P.S. I Love
You (lado B). Nesta época, Stu Sutcliffe já havia deixado os Beatles tendo Paul tomado a
posição de baixista do grupo e, por exigência da gravadora, conforme assinala Paul Friedlandr
(2006. p, 123), "Pete foi demitido por Epstein – um procedimento hipócrita, bastante comum
no mercado musical". Assim, Ringo Starr assume a bateria da banda.
Foi com o segundo single, "Please Please Me", que os Beatles alcançaram o topo das paradas
britânicas, e a banda gravou seu primeiro álbum (de mesmo nome) que também alcançou o
primeiro lugar permanecendo lá por 30 semanas.
Em 1963, apenas um ano depois do primeiro lançamento dos Beatles, a Beatlemania
eclode na Inglaterra e em janeiro de 1964, a banda conquista a América com "I Want to Hold
Your Hand".
Ainda com pouca repercussão surge a Banda Rolling Stones com o lançamento de seu
primeiro compacto: de um lado o cover de "Come On" de Chuck Berry e do outro "I Want to
be Loved", de Willie Dixon. A banda tornou-se mais popular ao excursionar como banda de
abertura de roqueiros americanos como Little Richard, Everly Brtothers e Bo Diddley.
Assim, por volta de 1965, os Rolling Stones, formada por quatro garotos do subúrbio
de Londres: Mick Jagger no vocal, Keith Richards na guitarra, Bill Wyman no baixo e Charlie
Watts na bateria, além do provinciano guitarrista Brian Jones, se tornam sucesso mundial.
Enquanto os Beatles conquistam pela boa aparência e educação, os Rolling Stones ficam com
a parcela rebelde da sociedade, por sua postura e envolvimento em escândalos. De acordo
com Paul Friedlander (2006. p, 156), numa certa noite os Beatles foram assisti-los e os dois
grupos ficaram o resto da noite embriagando-se. Poucos dias depois os Stones retribuíram a
gentileza assistindo a um show dos Beatles.
Paralelamente aos fenômenos beatles e Stones, surgem as bandas inglesas Herman's
Hermits, The Kinks, The Animals e Van Morrison e nos EUA surgem Buffalo Springfield,
Canned Heat, the Mamas & The Papas, Byrds e Beach Boys.
A partir de 1965, as bandas Yardbirds (que tinha como integrantes Eric Clapton,
Jimmy Page e Jeff Beck) e The Who, trazem a agressividade ao rock com mais distorção e
amplificação.nas guitarras.
Em 1966, The Who leva o hard rock ao topo das paradas com o single Substitute e
Eric Clapton forma o trio Cream.
Enquanto isto, nos EUA o rock ficava menos agressivo com as bandas The Byrds,
Simon & Garfunkel e The Mammas & The Papas.
Nasce em San Francisco o rock psicodélico com grupos como The Doors, Jefferson Airplane
e Love.
Ainda houve muitos outros grupos que caracterizaram o rock de São Francisco,
influenciados pela cultura dos hippies e, conseqüentemente, pelo psicodelismo. Entre eles,
The Grateful Dead e Creedence Clearwater, além de Jefferson Airplane.
O grito de guerra do Jefferson Airplane, liderado pela vocalista e compositora Grace
Slick, era Feed your head! (Alimente sua cabeça).
O Grupo The Doors ( 1967) teve uma curta, porém marcante carreira. Jim Morrison,
vocalista e líder da banda, mostrava grande sensualidade no palco. Um dos interesses de
Morrison, que também havia estudado técnicas cinematográficas em Los Angeles, era o
xamanismo, antiga religião asiática. No dicionário, xamã significa "sacerdote mágico, que
entra em transe", e essa descrição é adequada à postura de Jim Morrison. A música The End,
do mesmo disco da clássica Light my Fire, foi incluída no filme Apocalipse Now, de Francis
Ford Copolla.
Uma possível explicação para o nome The Doors, é que a inspiração da banda veio do
livro de Aldous Huxley, de 1954, The doors of Perception, que relatava às sensações
provocadas pelo uso de drogas, como explica Muggiati (1973), artistas como Jim Morrison
buscavam o efeito da sinestesia em suas canções. (estímulo que atua sobre um canal sensorial
e que parece evocar imagens de outro canal tão prontamente como se fossem as mesmas
sensações. Para isso, as drogas exerciam papel fundamental.)
E assim, as drogas passam a ser consumidas por prazer. O ano de 1966 marca a
primeira experiência dos Beatles com o LSD. "Revolver", lançado nesse ano, confirmou a
mudança de direção que apenas havia sido esboçada no álbum anterior. George Harrison
aparece como compositor, e a dupla Lennon/McCartney praticamente se desfaz, na medida
em que o vocalista geralmente era o autor da canção que interpretava.
Com a mudança de rumo, a banda pára com as turnês e cada beatle toma um rumo
diferente: John Lennon se casa com Yoko Ono, George Harrison viaja para a Índia, Paul
McCartney volta a estudar artes e Ringo Starr sai de férias.
Ainda sob o efeito do LSD, diz-se que os Beatles gravaram (mais de 700 horas de
gravação) seu álbum mais revolucionário – "Sgt Peper's Lonely Hearts Club Band", em 1967,
que foi considerado uma obra prima da história do rock por transformar os LPs, de simples
coletâneas de sucessos, em obras de arte fechadas em conceitos.
Em agosto de 1967, os Beatles buscam regeneração espiritual e são atraídos pelo guru
indiano Maharishi Mahesh Yogi, com o qual rompem mais tarde depois de descobrirem que o
guru buscava apenas autopromoção. Nessa mesma época morre seu empresário Epstein e os
Beatles passam a cuidar de seus próprios negócios e da expansão da Apple. No entanto,
apesar do bom momento musical, as coisas não andavam bem e cada vez mais os integrantes
se afastavam para se dedicar a seus projetos individuais.
Assim, após o lançamento do White Álbum, o projeto batizado de Get Back, para o
ano de 1969, não deu certo e as gravações foram abandonadas. E, no dia 30 de janeiro de
1969, os Beatles fizeram seu último show ao vivo no telhado do prédio da Apple. O compacto
Get Back/Don’t Let Me Down, com os resquícios da gravação, foi lançado em abril do
mesmo ano, para agradar aos fãs.
Curiosamente, ao mesmo tempo e no mesmo estúdio em que foi gravado Sgt. Pepper's
é gravado o álbum, "The Pipers At the Gates Of Dawn" da banda Pink Floyd, com seu gênio
movido a LSD, Syd Barret.
Junto com as Bandas Gratefull Dead, Jefferson Airplane (influenciada pelas drogas) e
The Doors (Light My Fire), surge nos EUA, principalmente em San Francisco o movimento
Hippie, sob o lema "Paz e Amor", em contraposição à guerra do Vietnam. Os marcos da
época eram as flores nos cabelos longos (Flower Power), a liberdade total e as comunidades
alternativas.
Ainda em 1967, Jimi Hendrix com seus singles "Hey Joe" e "Purple Haze", é
descoberto pelo ex-Animals, Chas Chendler e capta a atenção do mundo do rock deixando seu
nome marcado como um dos maiores guitarristas de todos os tempos ao inaugurar o
virtuosismo nas canções e ao favorecer o uso de tecnologia para ampliar os recursos da
guitarra elétrica.
Seu relacionamento quase sexual com a guitarra se assemelha à dança de acasalamento
de uma espécie estranha, de uma raça interplanetária. "Além das contorções corporais, Jimi
joga com as distorções sonoras, arrancando notas incríveis da guitarra, envenenada por uma
quantidade de novos recursos eletrônicos". (Muggiati, 1973, p. 17)
No início, Hendrix formou o The Jimi Hendrix Experience, mas sua carreira se
consolidou realmente como artista solo, acompanhado, muitas vezes, por outros músicos.
Uma de suas canções mais conhecidas, Hey Joe, conta a história de um marido que mata sua
esposa ( regravada nos anos 90 pela banda brasileira, O Rappa).
No Festival de Monterey, em 1967, surge uma nova estrela que também teria seu
nome gravado na história do rock: Janis Joplin. Essa branca do Texas, que passou a
adolescência ouvindo cantoras negras de blues como Bessie Smith e Billie Holliday, "aos 17
anos abandona a família para cantar em troca de bebida nos bares de beira de estrada,
seguindo a trilha errante dos cantores de blues". (Muggiati, 1973, p.17). Sua voz rouca e sua
interpretação nos palcos, a tornaram uma das cantoras mais sensuais de todos os tempos. Uma
de suas frases confirma essa característica, mas também demonstra a sua dor ao lidar com as
pressões da carreira: "Faço amor no palco com 25 mil pessoas e depois vou para casa
sozinha".
Além de Janis Joplin, o Festival de Monterey reune também, Jimi Hendrix, The
Animals, Simon and Garfunkel, Bufallo Sprinkfield, entre outros.
Em 1968, a Banda Cream (de Eric Clapton) alcança o sucesso merecido. Com o final da
banda Yardbirds, Jimmy Page forma a banda Led Zeppelin – com Paul Jones no baixo,
Robert Plant no vocal e John Bonham na bateria - que surge com uma sonoridade inédita e
embora muito baseada no blues, era mais agressiva do que qualquer música anterior,
destacando-se a virtuosidade dos instrumentistas com seus solos e improvisações de tempo
indeterminado.
Ainda em 1968, os Stones exploram o engajamento político, influenciados pelas
manifestações de massa. Mas, em sua maioria, o repertório dos Rolling Stones toma um
cunho erótico. Não foi por acaso que a música que marcou seu estilo se chamou "Satisfaction"
(I Can’t get no). De acordo com Muggiati, (1973, p.94), "Mick Jagger costuma rebolar com a
malícia de um travesti e manipula o microfone fálico com mil insinuações".
O Hard Rock inicia seu período de apogeu. Musicalmente, e no seu estilo de se
apresentar ao vivo, a banda The Who, com seu formato de power trio, de acordo com Paul
Friedlander (2006. p, 190) foi a pioneira do hard rock. "Devido a sua capacidade musical,
talento e inclinações sociais, eles redefiniram os papéis e funções dos instrumentistas, criando
um rock mais ousado e sofisticado."
Uma outra banda de hard rock, Sttepenwolf pela primeira vez é cunhada com o termo
"heavy metal"
Beatles e Pink Floyd começam a passar por problemas de convivência, sendo que os
Beatles permanecem por mais dois anos, mas Pink Floyd sofre mudanças ao perder Syd
Barret.
A cultura hippie se estabeleceu definitivamente em 1969, entre 15 e 17 de agosto, com
o festival de Woodstock. Em três dias de concertos 500 mil jovens se reuniram para ouvir
Jimi Hendrix, Janis Joplin, Joan Baez, The Who, Jefferson Airplane, Carlos Santana, Joe
Cocker, Tem Years After, Sly and Family Stone, Credence Clearwater e outros, sem que
nenhum incidente de violência fosse registrado. O poder da flor parecia mais forte do que
nunca e o do rock também.
Em dezembro de 1969, no Festival de Altamont, California,a lua de mel do rock com a
paz e o amor começa a se acabar com o assassinato pelos Hell's Angels, de um espectador do
show dos Rolling Stones e com o massacre promovido pelo hippie Charles Manson, no qual
morreu a atriz Sharon Tate, mulher do cineasta Roman Polanski. Muita sujeira, drogas,
doenças e quatro mortes foi o resultado da total falta de organização do festival de Altamont.
Em 1970, as mortes de importantes representantes do acid rock abalaram a ligação
entre a música e as drogas: Jimi Hendrix é sufocado com seu próprio vômito, depois de uma
intoxicação de barbitúricos e Janis Joplin é encontrada em seu quarto, vítima de overdose de
heroína. No ano seguinte, Jim Morrison morre devido a uma parada cardíaca. Os três
formaram a chamada "Santíssima Trindade Trágica do Rock" marcando uma época de
transição. A partir de 1970, o rock sofreria uma nova mutação.
O final da década é marcado pelo mote "Sexo, drogas e Rock and Roll".Em fins de
1960, houve a confluência de várias novas tendências do rock caracterizadas pela
preocupação com a elaboração sonora das canções. O vulgar é soterrado e o rock
intelectualiza-se. (Montanari, 1988, p.66)
Desaparece aquela simplicidade característica do rock da década de 50 e o rebolado de
Elvis acaba se transformando numa sinfonia com muita pompa e decibéis, elevando o rock à
categoria de arte.

2.3 – Anos 70
Chega ao fim a era da inocência e as grandes bandas agora cercam-se de melhores
equipamentos, sendo acompanhadas inclusive por orquestras. Surge o videoclipe e a
grandiosidade do rock começa a se consagrar com a virtuosidade de bandas como, Led
Zepellin, Cream, Jethro Tull e Deep Purple, além dos trabalhos mais elaborados dos Beatles e
The Who.
Pink Floyd, a banda que nasce da união de dois bluesman americanos – Pink Anderson
e Floyd Couneil -, mostra ao mundo o rock como forma de arte e cria "duas grandes obras: em
1973, The Dark Side of the Moon, que permaneu na lista dos 200 mais por quinze anos, e o
épico álbum duplo concebido por Roger Waters, The Wall." (Paul Friedlander. 2006, p. 344)
Nesta década, a sofisticação crescia com a rápida difusão dos sintetizadores. Os teclados cada
vez mais sofisticados criavam novas texturas e sons que até então eram de execução
impossível. O rock é definitivamente encarado como expressão artística e social e não mais
apenas como música de consumo.
aqui vemos q o rock apesar de ser um
cenario amplamente difundido e popular, se "...o rock parecia dominado pelo seu lado intelectual, pelo
afirma de fato enquanto ideologia, estilo de progressivo, pelo acadêmico, pelo auditivo. Não se deixara de dançar,
vida. indo além da qualidade de musica de mas sentar diante do aparelho de som e escutar tornara-se algo tão
consumo, como havia se tornado quando da
entrada das grandes gravadoras que o comum que o percentual de rockeiros dançantes diminuíra se
tornaram uma industria. comparado com o da época do rock’n’roll.” (Chacon, 1985, p.44)

A música erudita teve importância fundamental. Muitos músicos utilizavam-se da


influência de compositores como Bach ou Mozart. Rick Wakeman, do Yes, possuía formação
em música clássica e a utilizou nas suas canções de rock.
Ainda nos anos 70 muito mais havia para acontecer. Novas vertentes modificariam a
sonoridade do rock. Surgia o heavy-rock ou rock pesado ou rock pauleira que quebrava com
as seqüências do rock tipo Beatles e atendia a um mercado mais feroz e ansioso por uma
batida mais violenta.
De acordo com Muggiati (1985, p.89), o heavy-rock foi um subproduto do acid rock
na medida que provocava no ouvinte uma "intoxicação sonora". Por sua vez a denominação
‘heavy metal’ teve influência do grupo Iron Butterfly (borboleta de ferro) devido a referência
metálica em seu nome. E, surgem ainda mais duas outras versões para o termo: uma que foi
retirada de um romance de William Burroughs e incluída em uma música de Stepenwolf –
Born To Be Wild (que remete ao som de um "trovão de metal pesado") e que faz parte da
trilha sonora do filme Sem Destino, disseminador o rock pesado e, a outra, proveniente do
fato de uma fábrica ter explodido exatamente no dia de uma apresentação do Led Zeppelin.
Assim, o rock deixa definitivamente de ser um gênero definido já que o crescimento
de sua popularidade no mundo o torna aberto a muitas outras influências além de EUA e
Inglaterra. Na Alemanha o Kraftwerk mostrava como se podia unir rock e música eletrônica.
Vindo da Jamaica o reggae é agregado ao rock com seu som orgânico, quente e sensual e
toma as paradas de sucesso ao comando de Eric Clapton, com "I shot the Sheriff" de Bob
Marley que, por sua vez ,como porta voz da religião Rastafari, conquista o mundo com suas
canções de fé e luta como "Jaming", "get Up" e "Búffalo Soldier".
A Banda Gênesis que começou com Peter Gabriel em 1967 na bateria, Mike
Rutherford no baixo e guitarra e Tony Banks nos teclados, inicia sua carreira de sucesso após
a saída de Gabriel em 1975 e entrada do baterista Phill Collins.
Para suprir o apelo da nova geração por músicas mais simples, mesmo estando o rock
progressivo em expansão, surgem nos EUA, o Slade, Sweet, Gary Glitter e T Rex, além de
outras como David Bowie, Bay City Rollers e Elton John que alcançam sucesso um pouco
mais tarde.
Em 1970, sem requintes musicais, o Black Sabbath grava seu primeiro disco (conta a
lenda que em apenas dois dias), criando o primeiro disco heavy metal conhecido do grande
público. O limite dos escândalos envolvendo sexo, drogas e "satanismo" é empurrado para
diante e o vocalista Ozzy Osborne canta com a banda em sua primeira fase. A partir de 1978
Ozzy se lança em carreira solo que se desenvolve até hoje. Conta uma lenda que ele teria
tomado dolorosas injeções anti-rábicas, depois de ter arrancado a cabeça de um morcego,
lançado pela platéia durante um show, com a boca. (Paul Friedlander, 2002, p. 381)
Deep Purple também se firma nesta década como banda de heavy metal "cobrindo
uma escala de volume que ia do alto ao ensurdecedor. Eles proferiam um rock machista para
uma platéia masculina de adolescentes, e arrebanhavam críticas negativas da mesma forma
que o Zeppelin". (Paul Friedlander. 2006, p. 342). A banda continua até hoje em atividade,
mesmo depois de muitas mudanças em sua formação original. O guitarrista Richie Blackore,
um dos seus fundadores, foi um dos pioneiros na influência da música erudita nas canções de
rock pesado.
Mas, definitivamente, o grupo que realmente comandou as transformações na
sonoridade do rock nesta década foi o Led Zeppelin, comandado pelo guitarrista Jimmy Page.
Em uma fusão do blues com o hard rock, construíram sua carreira como os maiores
representantes do trinômio "sexo, drogas e rock’n’roll" nos anos 70. Mas, tamanha
popularidade era recebida com severas críticas da imprensa. O primeiro disco, lançado em
janeiro de 1969, alcança o décimo lugar nas paradas. Já o segundo, Led Zeppelin II, de
novembro do mesmo ano, chega as paradas em primeiro lugar com "Whole Lotta Love" que
resume a fórmula Zeppelin com um rock vibrante e sensual.
Em 1970, ainda com severa crítica da imprensa, a banda lança o Led Zeppelin III que
alcançaria o primeiro lugar em outubro de 1970, mas com rápida queda nas vendas. Apesar
disso a banda é coroada como o grupo mais popular da Inglaterra derrotando os Beatles que
venciam há 8 anos consecutivos. Sucesso comercial absoluto, a banda vende três vezes mais
que os Rolling Stones.
Mas o maior sucesso viria a seguir, o disco de maior vendagem do Led Zepelin, mais
de 16 milhões de cópias nos últimos 25 anos, possui a canção Stairway to Heaven, a música
mais popular da década.
De acordo com Paul Friedlander (2006. p.339), "Page e Plant dividiram a música em
dois níveis dinâmicos. Ela começava suavemente com a introdução do violão de Page e uma
longa citação de versos, aumentando gradualmente até explodirem em um rock completo".
Infelizmente, em 24 de setembro de 1980, Bonham, depois de beber muito, vomitou
engasgou-se e nunca mais acordou. Diferentemente do The Who sem Keith Moon, o Led
Zeppelin não sobreviveu à morte de Bonham.
(...) "Entretanto, a fusão que fizeram do hard rock, blues modificado e a tendêndcia
hedonista-sexista dos anos 70 criaram a base musical para posteriores estilos de hard rock e
heavy metal." (Paul Fredlander. 2006, p. 341)
Explorando a teatralidade, surge, em 1971, a reposta americana ao inédito peso e
atitude do Black Sabbath: a banda Alice Cooper, com o hit "Eighteen" e o álbum "Love If To
Death".
Ainda na mesma década, cristalizando o uso da imagem, do teatro e da atitude como
marketing, mais do que a própria musica, vem a banda americana Kiss, em 1974. No palco
surgiam demônios, animais, deuses que voavam, vomitavam sangue e vendiam discos,
maquiagem e bonecos.
Em 1975, paralelamente ao rock elaborado das bandas de rock progressivo ou de hard
rock, surge a banda Queen, que lança seu excelente primeiro disco, e abanda Judas Priest,
ambas adeptas do visual extravagante aliado a uma pesada sonoridade.
Liderada por Freddie Mercury, o Queen utilizava experimentações vocais e
instrumentais em suas composições. A clássica Bohemian Raphsody é mais um exemplo da
influência da música erudita no heavy metal. Uma verdadeira ópera taxada de
experimentalista pela gravadora que não acreditava que uma música como aquela chegasse a
ser um hit. Mas, mais do que isso, tornou-se o maior clássico da banda. (TINTI, 2003)
E o furacão Punk, com seu espírito devastador, aponta no horizonte inglês. Na
verdade, pela temática de suas letras de esquerda, ele já havia sido formatado nos EUA ainda
na década de 60, auxiliado por David Bowie e o grupo Velvet Underground (Lou Reed).
(...) se havia uma coisa de que os punks faziam questão de ser era contra cultura. Nos
dicionários punk quer dizer ‘droga’, ‘coisa sem valor’, ‘podre’, ‘doente" . (Muggiati, 1985, p.
69)
Na Inglaterra, naqueles moldes surgiam MC5 Stooges duas bandas guerrilheiras. A
primeira com forte ideologia de esquerda e a segunda soando mais raivosa, distorcida e
anticonvencional, principalmente pela postura de seu líder Iggy no palco. Onde xingava,
vomitava e cantava com cortes profundos no corpo.
De fato, Pode-se dizer que punk rock, estilo musical que se definia no cenário norte
americano desde 1971, foi realmente inventado pelos Ramones. A banda se formou em 1974,
em Nova York, quando as canções de dois minutos e meio de Joey (vocal), Johnny (guitarra)
e Dee Dee (baixo) começaram a chamar a atenção na emergente cena punk. Em 1976, com o
baterista Tommy Ramone já incluído na banda, os Ramones ocupam lugar de destaque no
cenário musical.
O Ramones foi fundamental para definir os contornos do punk rock e seus
descendentes, constituindo referência para vários grupos que despontaram no cenário do rock
das últimas décadas. Em 15 de abril de 2001, Joey Ramone morre em um quarto de hospital,
depois de seis anos com um câncer linfático. Sua morte representou uma perda irreparável
para o rock em geral.
A Inglaterra estava em crise e o punk se torna um movimento social do proletariado.
Como um sinal do caos que se instalava, o espertalhão Malcolm McLaren, se aproveitando do
novo estilo como algo comercial, monta a banda Sex Pistols com um grupo de delinquentes
juvenis, para promover sua loja sadomasô chamada SEX.
Mas o tiro saiu pela culatra, os moleques tocaram o horror pelos palcos do país,
levando outros garotos perdidos a montarem suas bandas. Gravaram dois compactos: em
dezembro de 1976, o histórico "Anarch In The UK" e, em março de 1977 o anárquico "God
Save The Queen". Seu único LP, o devastador Never Mind The Bollocks, Here's The Sex
Pistols lançado em 1977, entra em primeiro lugar nas paradas britânicas. Sua vida é curta e a
banda acaba em 14 de janeiro de 1978, depois de seu último show para 5500 pessoas. O seu
anti-herói, símbolo do punk, o baixista da banda, Sid Vicious, morre de overdose, em 2 de
fevereiro de 1979, após sair da prisão, acusado da morte de sua namorada.
O rock tinha se tornado subversivo de novo, ou seja, um ótimo mau exemplo para os
jovens de todo o mundo.
Mas o punk na Inglaterra, no entanto, começou com o Damned que lançou em
novembro de 1976, o primeiro disco do gênero no País, o compacto "New Rose". No ano
seguinte os Buzzcocks criaram o próprio selo (New Hormones), uma das marcas registradas
do punk, garantindo a sobrevivênfcia do rock alternativo.
Foi a banda The Clash (julho de 1976) que apontou os novos caminhos para música
punk ao fundi-la com diversos estilos (ska, reggae, funk, jazz e até mesmo o recém-nascido
hip hop), sem abandonar a veia política de esquerda do gênero. A banda (1977) com "White
Riot" e "London Burning" manteve sua retidão ideológica mesmo depois que o gênero virou
moda.
E o vírus do punk se espalha pelo mundo, mas para muitos seria uma resposta
necessária ao rock dos álbuns duplos conceituais, aos solos de dez minutos e para conter
alguns exageros do progressivismo.
O estilo também influiria embora indiretamente na sonoridade de novas bandas que
surgiam, como Motorhead e AC/DC.

2.4 – Anos 80
O panorama rock dessa década passa por vários estilos. . Bandas como R.E.M.
ressuscitam o rock melódico dos anos 60, dos Byrds. Os Stray Cats recriam o rockabilly dos
anos 50. E o heavy metal, que começa a década com assustadora simbologia satânica (Iron
Maiden, Venom e Slayer, os filhos do Black Sabbath), de repente vira glam, com cabelos
armados e muita purpurina (Poison, Bon Jovi e Cinderella, os filhos do Kiss) para depois
explodir em violência nunca antes vista, vinda do punk hardcore, com muitas letras políticas
(Metallica, Suicidal Tendencies e Napalm Death, os filhos do Clash) e, no começo dos anos
90, misturar-se com um impensável e negro funk (Red Hot Chilli Peppers, Faith No More e
Living Colour, filhos de Jimi Hendrix, aquele que quebrou as barreiras raciais do rock).
O Blondie, flerta com a onda discoteque. O Devo bebe diretamente da fonte eletrônica
do Kraftwerk. O The Police de Sting namora com o reggae. Teclados são incorporados às
formações das bandas, sem nenhuma culpa.
A indústria fonográfica, as rádios e a imprensa especializada denominam todas as
bandas que não são punk e que surgem depois de 1976, como The Police, Simple Minds,
Pretenders e U2, um pouco mais tarde, de "New Wave - a "nova onda".
Nos Estados Unidos, os grupos new wave muitas vezes se aproveitam das idéias punk,
como o andamento rápido das músicas e a simplicidade dos arranjos, como Television, Cars,
Devo, B-52, Talking Heads e Blondie - todos ligados inicialmente a cena punk de Nova York
dos Ramones. O Blondie e o Pretenders representam a ascensão feminina no rock.
Conforme explica Friedlandr (2006, p. 369), "o ingrediente chave do sucesso da new wave era
a ligação da música com o vídeo". A institucionalização dessa dinâmica se deu com
nascimento da MTV, em 1981. Esse canal de televisão passou a divulgar vídeo-clips da
mesma forma que as rádios executavam as músicas.
Dentro desta cena, voltando um pouco no tempo (início da década), surgiam grupos
como os Bee Gees e o Abba, entre os menos radicais e que não se encaixavam na estética
punk. Era a dance music que lançava também no cenário Diana Ross, Olivia Newton-John e
os mega astros Michael Jackson e Maddona. De acordo com Friedlander (2006, p.378), "o
álbum Thriller, de Michael Jackson, foi o disco mais vendido da história da música, com mais
de 40 milhões de cópias."
Na virada de 1980, o punk e a new wave não eram a única alternativa à onda "disco"
que assolava a música. Começava a se formar na Inglaterra com bandas como Judas Priest,
Samsom e principalmente Iron Maiden, o que viria a ser conhecido como New Wave of
British Heavy Metal, a resposta do som pesado e elaborado à sonoridade simples do punk.
O Iron Maiden (donzela de ferro) que recebeu este nome por alusão a um instrumento
de tortura medieval, torna-se uma das bandas mais queridas dos críticos de heavy metal em
geral.
Em meados de 1980, o sucesso do Guns’ N`Roses demonstra a força do metal. A
presença de palco de Axel Rose, vocalista do Guns marcava por seu estilo de cantar e se
movimentar nas apresentações ao vivo. Músicas como Sweet Child O`Mine e Welcome To
The Jungle agitavam a platéia.
O hard rock também dava sinais de renovação com o primeiro álbum homônimo da
banda Van Halen que ampliava seu som com o uso de teclados e sintetizadores. Eddie Van
Halen, conforme explica Friedlander (2006, p. 381), "reinventou o virtuosismo da guitarra de
heavy metal, valendo-se de seu grande domínio sobre o instrumento, presente na velocidade e
técnica com que tirava suas harmonias dos trastes, deixando seus contemporâneos
estupefatos."
Revelam-se ainda, Robert Plant e Ian Gillan, que balançam o mundo com seus vocais
nervosos e vozes suaves, sem contar o gênio Ozzy Osborne que assusta o mundo com o Black
Sabbath. Acredita-se ainda que as diferentes tendências de Metal vem com as Bandas Led
Zepelin e Deep Purple (Heavy Metal ) e Black Sabbath (Black Metal).
Outro estilo que desponta na década de 80 é o speed metal, que tem o Mettalica como
exemplo mais bem sucedido dessa tendência. Com a profusão do estilo heavy metal,
entretanto, classificar uma banda tornou-se tarefa difícil; muitos críticos e até mesmo os fãs
do Mettalica poderiam classificar a banda como uma representante do thrash metal. Sepultura,
a banda brasileira de maior repercussão no exterior é um dos maiores expoentes para o trash
metal. A banda, com seus vocais rosnados, foi influenciada por Black Sabath e Venon.
Cresceu também o heavy melódico, como outra vertente deste gênero nos anos 80, e
expandiu-se na década seguinte. Helloween e Gamma Ray (Alemanha), Raphsody (Itália),
Viper e Angra (Brasil) são algumas das representantes do metal melódico, caracterizado por
melodias fortes, vocais operísticos e virtuosismo nas guitarras.
De acordo com Barcinski, citado pot Tinti (2003), "no início dos anos 80, Nova York
cria um monstro: o hardcore". As bandas que despontaram nesse cenário eram ligadas a
gravadoras independentes, fanzines e shows em clubes locais, quando passaram a ganhar
atenção do público. As músicas caracterizavam-se por serem simples, contrárias ao
virtuosismo do heavy metal. Mas, o movimento hardcore não resiste ao tempo. O público se
subdivide em facções de gostos e tendências variadas. A violência dos shows é um dos fatores
para que deixem de ser agendados e muitas bandas acabem. E no fim da década de 80, nasce
um novo gênero, derivado da cena hardcore e que viria a representar um fenômeno para os
anos 90: o grunge.

2.5 – Anos 90
O Nirvana torna-se o representante mais importante para o grunge na opinião de
muitos críticos, músicos e fãs. Foram as raízes punks e hardcore que definiram o som da
banda, o chamado "som de Seatle" já que foi esta cidade que caracterizou-se como o local de
nascimento de muitas bandas de rock dos anos 90. O Pearl Jam, ainda hoje em atividade,
também derivou-se deste som.
O líder do Nirvana, desde criança Kurt Cobain falava que seria um astro do rock. Em
1987, Cobain e Novoselic juntaram-se a Chad Channing, que ficou com o posto de baterista,
antes de Cobain, e Kurt tornou-se o vocalista e guitarrista da banda. Logo, eles passaram a
apresentar-se em festas e clubes fora de Aberdeen. A gravadora Sup Pop os contratou e o seu
primeiro disco, Bleach, saiu em 1989. Este álbum foi produzido por apenas seiscentos
dólares.
Os integrantes do Nirvana tinham muita dificuldade de conseguir dinheiro, viviam
arrumando empregos temporários ou vendendo objetos pessoais. Kurt, mais de uma vez,
chegou a morar dentro do carro. Ainda antes do lançamento do segundo disco da banda, Kurt
já apresentava problema com as drogas, o que percorreria toda a trajetória do Nirvana.
Segundo Kurt, a heroína o ajudava a fugir de suas dores de estômago, que o atormentavam.
De acordo com Tinti (2003), transformado em hino grunge, "Smells Like Teen Spirit",
veiculada incessantemente pela MTV, é uma das canções do álbum "Nevermind". Esta
expressão significa "fede a espírito adolescente" e constava de uma pichação nas paredes do
quarto de Cobain. Para essa composição, ele se inspirou em Tobi Vail, uma antiga namorada
que usava um perfume chamado "Teen Spirit". Em 1993, é lançado In Utero, terceiro disco do
Nirvana inspirado em sua esposa Courtney (Kurt casou-se em 1992) e em sua filha Francês.
Em setembro, o Nirvana segue por uma turnê de três meses pela América do Norte e grava o
MTV Acústico.
Ao voltar para os Estados Unidos, Kurt Cobain é mais uma vez internado em uma
clínica de reabilitação, da qual foge, e se esconde em sua casa, em Seattle. Lá ele é encontrado
morto, com altos níveis de heroína no sangue, além de estar com a marca de um tiro de
espingarda contra o céu da boca. Conforme Cross (2002, p. 323), "Kurt conseguira se matar
duas vezes, usando dois métodos igualmente fatais". Com o fim do Nirvana, Grohl, baterista
da banda, forma, em 1995, a banda Foo Fighters.
Na Inglaterra, no início da década, desponta o chamado Britpop, com as bandas, Blur,
Pulp, Verve, Green Day, Supergrass e Oasis, sendo este, o desencadeador do movimento. Em
1994, Oasis lança o primeiro disco, Definetely Maybe, ultrapassando um milhão de cópias e
fazendo do Oásis a banda mais popular da década de 90. A banda formada pelos irmãos Lian
e Noel Gallagher que brigavam constantemente, ficou marcada por declarações arrogantes
onde eles se consideravam os melhores. O segundo álbum (What’s the Story) Morning Glory,
com a música Wonderwall, foi o segundo álbum mais vendido da história da música britânica
e rendeu disco de ouro em vários países.
A década de 90 ainda iria trazer o som também chamado de Indie Rock que abriu
espaço para grupos diferentes, com sonoridade indefinível, como os Smashing Punpkins e
Radiohead, dois dos grupos dessa cena independente que acabariam se tornando gigantes do
rock da década de 90. Nesta época, a Inglaterra firma-se como um terreno fértil para o
nascimento de bandas de um estilo, que se caracterizou por uma sonoridade intimista de
músicas mais lentas, sem solos de guitarra ou bateria, letras depressivas e vocais monótonos.
O Radiohead lançou o aclamado disco Kid A, figurando no cenário alternativo da
Inglaterra como uma das bandas mais aclamadas pelos críticos. E nos Estados Unidos, surge
uma banda de grande influência para o mesmo movimento, a banda Pavement. Este era um
procedimento comum, a alternância no lançamento de bandas de rock entre os Estados Unidos
e a Inglaterra até o fim da década de 90.

2.6 – Anos 00
Tendo como característica a curta popularidade e marcado principalmente pelo som
das bandas de rock alternativo, além da influência da música eletrônica, o rock inaugura o
século XXI. No início deste novo século, desponta um movimento denominado por muitos de
"novo rock", quando, ao mesmo tempo, curiosamente, uma banda como os Rolling Stones
persiste nas arenas, a ponto de completar tocando ao vivo, o seu aniversário de quarenta anos
de atividades intermitentes, já que nem as drogas, nem a polícia, nem a morte, nem o dinheiro,
nem os casos amorosos ou os filhos conseguiram pará-los.
A década começa ainda marcada pela nova força do hip hop que influenciou bandas de
rock pesado como Linkin Park e Limp Bizkit e gerou um astro com espírito rock`n`roll, como
Eminem, um branco que conseguiu um som originalmente negro, assim como Elvis há quase
50 anos.
Com o pop ainda dominando o cenário, surgem Os Strokes, 5 jovens trazendo algo
mais consistente para a época. Aclamados por muitos como "a salvação do rock", exageros a
parte, a banda surge com um grande carisma, uma sonoridade básica e crua , além do visual e
atitudes típicos de Nova York. Acompanhando os strokes, que viraram queridos da mídia e
dos críticos, vieram também the Vines, Yeah Yeah Yeahs, Interpol, Libertines e,
principalmente, White Stripes.
Surge também nesta década, um dos grupos mais melodiosos da nova safra do rock
inglês, como diz a maioria dos críticos é o Cold Play, liderado pelo cantor e guitarrista Chris
Martin.
De acordo com a Wikipédia – A Enciclopédia Livre, "paralelamente, o movimento
emo ou Emotional Harcore, explodiu no início desta década". Gerado a partir do pop punk ,
característico das bandas Green Day e Blink-182 e do Straight Edge (variação do punk criada
pela banda Minor Threat). O estilo Emo, se caracteriza pelas músicas emotivas e por um
público mais jovem, o que se reflete na imagem das bandas e artistas representantes do estilo
como as bandas Good Charlotte, My Chemical Romance (ambas americanas), Simple Plan e,
talvez também Avril Lavigne (ambos canadenses) no cenário internacional, e CPM 22,
Fresno, Hateen, ForFun e NxZero no Brasil. "Assim como o new metal em relação ao heavy
metal tradicional, o estilo emo é consistentemente renegado por punks puristas, devido à
noção de "atitude" pregada pelo emo, em alguns pontos oposta à original, por ser considerada
"politicamente correta" demais. Mas, na realidade, isso é apenas uma moda inventada, pois o
emo é uma vertente do Hnal dos anos 80, por bandas que tinham letras de amor intermináveis
apontando para o suicídio e etc".

3 – Rock Brasileiro, Rock Brasil ou BRock


No Brasil, a história do rock começou oficialmente no dia 24 de outubro de 1955,
quando Nora Ney gravou "Ronda das Horas", uma versão, em ritmo de fox para "Rock
Around the Clock", do grupo "Bill Halley and His Comets".
Nora Ney, não era exatamente o que se podia chamar de principiante, já que havia sido eleita
a rainha do rádio interpretando sambas e sambas-canção da época. E o rock, por sua vez, era
ainda apenas uma novidade.
Provavelmente, hoje poderíamos no mínimo estranhar o fato de uma cantora como
Nora Ney cantar um rock, mas na época, os cantores eram ecléticos e o rock era apenas mais
um ritmo de sucesso. Na realidade, não havia nenhuma indicação de que o rock faria tanto
sucesso no cenário musical brasileiro.
Depois do sucesso da versão gravada por Nora Ney, o ritmo começa a ser assimilado
por compositores brasileiros e como cita Arthur Dapieve, (2005, p. 11) "em 1957, apareceria
o primeiro rock made in Brazil. "Rock and Roll em Copacabana", de Miguel Gustavo,
interpretada pelo vozeirão de Cauby Peixoto, um dos mitos da Rádio Nacional".
A partir daí, vários cantores começaram a gravar versões de músicas em inglês. Os
primeiros a serem descobertos pela então gravadora Odeon foram os irmãos Tony e Celly
Campello que gravaram, em inglês, um compacto com músicas compostas por Mário Genari
Filho, diretor da Companhia. Mas o fracasso fez com que eles cantassem em português,
surgindo daí os primeiros ídolos de rock do Brasil. Celly Campello estourou em 1959 com
"Estúpido Cupido", vendendo 120 mil cópias. O sucesso foi tanto que deu título a uma novela
de Mário Prata para TV Globo em 1976.
Como cita Hermano Viana (1990), "o rock passou a ser realmente conhecido no Brasil
em 1956, com o sucesso do cantor Elvis Presley e do filme Rock Around the Clock. Nesse
ano, Elvis Presley lançou seus primeiros discos para uma grande gravadora, a RCA, e também
teve a sua primeira experiência cinematográfica atuando no filme Love Me Tender, lançado
em novembro. A repercussão do fenômeno Elvis no Brasil foi imediata. Na revista
Cinelândia, de outubro de 1956 (nº 96) já está publicada uma matéria (a maioria das matérias
dessa revista parece ser traduzida de publicações norte-americanas) que pergunta: "Elvis
Presley, quem é ele? Por que faz as garotas desmaiar?". Mais informações da matéria: "canta
uma mistura de rock and roll com a música do oeste"; "já assinou contrato com o cinema";
"alcançará o mesmo sucesso que o falecido James Dean".
No Brasil, aproveitando a febre que se instalava nos anos 60, vários programas
voltados para a juventude: Ritmos para a Juventude – Rádio Nacional; Clube do Rock –
Rádio Tupi; Alô Brotos – TV Tupi; e, Crush em HiFi – Record, apresentado por Celly,
começam a surgir revelando vários grupos pelo país, quase todos com nomes em inglês, entre
eles: The Fevers, The Pops, Renato & Seus Blue Caps, The Clevers (Os Incríveis), The
Sputiniks.
Conforme explica Dapieve, (2005, p. 13) , o grupo The Sputniks era formado pela
turma da Rua do Matoso na Tijuca, Zona norte do Rio, e trazia em suas fileiras dois nomes:
Erasmo Esteves (mais tarde Erasmo Carlos) e Sebastião Maia (Tim Maia). Curiosamente, um
amigo dos dois, de Cachoeiro de Itapemirim (ES), de nome Roberto Carlos Braga, estaria
fadado a se tornar mais tarde o "rei do rock".
Dessa forma, a subversiva novidade americana começa a inspirar o movimento de
afirmação da cultura brasileira – a Jovem Guarda de Roberto e Erasmo. As guitarras ocupam
cada vez mais o panorama da música brasileira, apesar de o rock ter ainda maior prestígio. Na
própria TV Record, os programas "O fino da Bossa" e "Bossaudade" são ainda considerados
melhores pela crítica.
Ainda nos anos 50, a divisão do Rio em Zona Sul e Zona Norte estimula o preconceito
contra os suburbanos, o que viria a influenciar também na vida musical da cidade, já que a
turma da Tijuca preferia ouvir rock, enquanto a mais rica da Zona Sul se ligava à bossa nova.
Em 1963, depois de Roberto Carlos emplacar dois hits: "Splish Splash" e "Parei na
Contramão", além de "É Proibido Fumar" e "O Calhambeque", a Rede Record lança o
programa Jovem Guarda, apresentado por Roberto, seu amigo lt Erasmo Carlos e Wanderléia,
que alcança, nas primeiras semanas, 90% da audiência.
Seguindo o sucesso da Jovem Guarda, surgem Renato e seus Blue Caps, Golden Boys,
Jerry Adriani, Eduardo Araújo e lt Ronnie Von, que tinham seu som inspirado nos Beatles e
no rock primitivo.
Em 1966, surge a Tropicália, Os Mutantes, Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias.
Em 1967, a dupla Caetano Veloso e Gilberto Gil, acompanhados dos Mutantes, faz as canções
"lt Alegria, Alegria" e "Domingo no Parque", apresentada no III Festival da Rede Record.
De acordo com Dapieve (2005, p. 15), "paralelamente à Jovem Guarda e ao Tropicalismo, o
"mainstream" da MPB continuava dando as cartas", com João Gilberto, Tom Jobim, Carlos
Lyra, Chico Buarque, Elis Regina, Jair Rodrigues, e, também com Geraldo Vandré.
Para o Jornalista Silvio Essinger (2002), "passada a revolução promovida por Caetano,
Gil e os Mutantes, o rock adquiriu uma posição marginal no cenário da música brasileira. A
emergência da MPB, o clima pesado da repressão política, o auge do desbunde, tudo isso
colaborou nos anos 70 para que, como bem observou Rita Lee certa vez, o roqueiro brasileiro
tivesse cara de bandido. Mas, apesar de nenhum movimento ter se configurado a partir do
rock nessa época, os valores individuais garantiram que a década estivesse longe de ser
perdida."
Surge na mesma época, um dos maiores roqueiros brasileiros, o baiano Raul Seixas com
músicas como "Gita", "Ouro de Tolo", "Metamorfose Ambulante" e "Maluco Beleza". Rita
Lee, logo depois de abandonar Os Mutantes, se lança com a banda Tutti Frutti e alcança
sucesso com o disco "Fruto Proibido", em 1975. Já Os Mutantes, convertidos ao lt Rock
progressivo, passaram por várias formações e dissolveram-se em 1978.
Os Novos Baianos, de Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Baby Consuelo, levaram
adiante as idéias de fusão da Tropicália, assim como o pernambucano Alceu Valença, pai do
"forrock".
Já os Secos & Molhados com seu disco de estréia em 1973, revela Ney Matogrosso,
um dos grandes intérpretes da MPB, com a música "O Vira", mas se desfaz em 1974, apesar
das canções muito bem elaboradas, como "Rosa de Hiroshima" e "Prece Cósmica".
Com a intenção de, a exemplo de Pink Floyd, dar ao rock brasileiro o status de arte, surgem
no final da década, bandas como "O Terço", "A Bolha", "Veludo", "Som Nosso de Cada Dia",
"Bixo da Seda", "Barca do Sol", "Moto Perpétuo", "Peso" e "Vímana".
Ao "Vímana" pertenciam Lulu Santos, Lobão e Ritchie, que mais tarde viriam a fazer parte do
rock brasileiro dos anos 80. Havia ainda o rock rural de "Sá, Rodrix & Guarabira", o pré-punk
do "Joelho de Porco" e, Tom Zé e Walter Franco.
A partir de 1977, o fenômeno discoteca acabaria com a força do rock brasileiro. Rita
Lee é uma das que embarcaram na onda disco, com seu "Banho de Espuma".
No Natal de 68, Caetano e Gil vão para o exílio em Londres, onde viveram de 1969 a 1972.
Nesta fase, gravaram dois de seus melhores discos, "Transa" (Caetano), e "Expresso 2222"
(Gil).
Em 1957, a família de Raul Seixas se muda para Salvador e Raul descobre Bill Haley
e Elvis Presley, antes da maioria dos jovens baianos. Enquanto Caetano Veloso se apaixona
pela bossa nova, Raul Seixas a odeia, passando a tocar rock com "Os Panteras" e logo se
tornando uma banda conhecida.
Em 1967, explica Dapieve (2005, p.19), Raul vem para o Rio de Janeiro e seu
primeiro LP fracassa. Em 1972, ele classificou duas músicas no Festival Internacional da
Canção e, a partir daí, "Raul e tornaria um ponto de referência, tanto para aqueles que
insistiam em fazer rock’n’roll no Brasil quanto para aqueles que insistiam em fazer
rock’n’roll temperado por seu sotaque nordestino, com os pés na terra e não em algum outro
planetóide, menos hermético em seu misticismo do que os grupos progressivos".
O tropicalismo, movimento artístico de grande influência no panorama da música
popular brasileira universitária, deixa de ter preconceito contra o rock, que se mistura a outros
ritmos brasileiros como o baião e o samba. As guitarras passam a ser usadas em todos os
discos. Mas os músicos que não se utilizam de outros ritmos nacionais continuam no
"underground".
Por volta de 1976, o rock progressivo, com o virtuosismo instrumental dos músicos e a
aparência "erudita" das suas composições, além de sua atitude anti-comercial, entram em
decadência.
Não se sabe claramente o motivo, mas, como nos Estados Unidos, o rock dos anos 60
no Brasil, começa a ter maior repercussão entre a juventude de classe média baixa. O
fenômeno se inverte nos anos 80 quando se vê que a maioria dos grupos de rock é formada
por jovens de classe média alta da zona sul.
É interessante constatar que, pela lógica, a classe mais favorecida é quem deveria estar
à frente do rock brasileiro, principalmente pelo acesso mais facilitado aos meios de
informação estrangeiros. Mas o que se vê é que, conforme observa Hermano Vianna (1990),
estes mesmos jovens "no final dos anos 50, pareciam estar mais atentos a outras informações.
Por exemplo: a bossa nova, o concretismo, o neo-concretismo e (por que não?) o nacional-
populismo da UNE.
Inicialmente, Tropicalismo e Jovem Guarda não se relacionavam muito bem,
principalmente porque a classe média era quem lotava os festivais de música com suas
músicas de protesto, a começar por "Pra não dizer que não Falei das Flores" de Geraldo
Vandré, hino da esquerda estudantil dos anos 60.
A Jovem Guarda lançou os primeiros grandes ídolos nacionais: Roberto Carlos como o
Rei da Juventude; Erasmo Carlos como Tremendão; e, Wanderléia como Ternurinha. O
fenômeno, sem outro semelhante na mídia do Brasil, lançava além do rock, gírias, moda e
ainda atitudes, não tão comportadas.
Conforme relata Hermano Vianna (1990), "Foi para essas torcidas, que vaiavam
histericamente sua música "É Proibido Proibir" não o deixando cantar, que Caetano Veloso
dirigiu um famoso discurso: "Mas é isso que é a juventude que quer tomar o poder? Vocês
não estão entendendo nada, nada. Vocês querem policiar a música brasileira. Se vocês forem
em política como são em estética, estamos feitos!". E o rock é usado pelo tropicalismo como
arma para enfrentar o regime militar.
O ano de 1968 torna-se um ano político marcante para a história brasileira, o que virá
interferir diretamente em todo o processo cultural do país. A publicação do Ato Institucional
nº 5, o AI5, com seu poder de censura, consolida o fechamento do congresso e a implantação
do regime militar no país com o golpe de 1964.
Para Silvio Essinger (2002), "O tropicalismo, ao utilizar-se da jovem guarda, instaura
a ambigüidade e a complexidade no território da música popular brasileira feita por artistas da
classe média e de formação universitária. O rock é de direita ou de esquerda? Qual a fronteira
entre o bom gosto e o cafona? Qual é a fronteira entre o autêntico e o importado? É possível
ser, ao mesmo tempo, vanguardista e popular? Gilberto Gil disse, em entrevista por mim
realizada, que "o tropicalismo é o grande decodificador dessas linguagens todas; o que o
tropicalismo propicia na verdade é a grande síntese que vai acabar dando a dimensão pop à
música brasileira. Não é que ele fosse pop. Hoje ele é um ingrediente do mundo pop. Mas ele
foi naquele momento um alerta, a tomada de consciência dessa necessidade de colocar a
música brasileira na vertente pop.". O pop, para Gil, "é a coca-cola, a IBM, o FBI, a glasnost,
tudo isso é o mundo pop, um mundo de simultaneidade, internacionalista."
A aceitação do rock por aqueles que se diziam tropicalistas tornou-se possível por um
lado pelo fascínio pela arte comercial ingênua e, por outro, pela capacidade de sofisticação do
rock, ao disseminar tanto idéias "contra-culturais" quanto posturas artísticas de vanguarda.
Assim, o rock, no final dos anos 60, já podia ser levado a sério atraindo um público que se
formava em todo mundo seduzido pelas idéias contra-culturais ou pelo movimento hippie.
Como observa Hermano Vianna (1990), "a contracultura chegava ao Brasil e era tratada como
um movimento subversivo pela polícia política do regime militar. Os hippies escandalizavam
e o escândalo era bom para vender qualquer tipo de produto. Tanto que, ao mesmo tempo que
são vaiados nos festivais de música, "Os Mutantes" são contratados pela Shell como garotos-
propaganda". O texto da publicidade: "Quadrado não tem vez, turma! Jovem super na
direção."
"Sociólogos e psicólogos são convidados para desvendar o que está acontecendo com
a juventude. Matérias especiais são dedicadas ao "jovem operário", ao "jovem empresário", ao
"jovem estudante" (título:"Eu Vivi numa República de Estudantes"), ao "jovem do interior",
ao "jovem bancário", ao "jovem camponês".
Dessa forma, o mundo ficaria dividido entre quadrados (ou caretas) e jovens. Ser
jovem é não ser quadrado. Contra a caretice, surge o mundo "underground" ou mundo
alternativo, que tenta manter distância da "sociedade estabelecida" e por isso mesmo é
chamado de "alienante" pela esquerda tradicional. É nessa "sociedade alternativa" que o rock
brasileiro vai viver durante a maior parte da década de 70.
De acordo com Dapieve (2005, p.23), em janeiro de 1980 as gravadoras apostavam
suas fichas em dez nomes: Oswaldo Montenegro (Warner), Grupo Paranga (Bandeirantes),
Gilliard (RGE), Gilson (Top Tape), Zé Ramalho (CBS), Olívia Byington (Som Livre), Paulo
André Barata (Continental), Diana Pequeno (RCA), Djavan (EMI) e Ângela Rô-Rô, única
com algum parentesco com o rock’n’roll.
Enfim, a década não prestigiava o rock e reinava a MPB. A censura e a repressão
desanimavam, castigando aqueles que tentavam ser mais ousados. O jovem estava restrito a
ouvir o que era imposto pelas gravadoras além da música promovida pela mídia divulgadora
da MPB e redes de televisão através dos grandes festivais.
O festival "MPB-80" promovido pela TV Globo e pela Associação Brasileira de Produtores
de disco, lotou o Maracanãzinho. A música "Agonia" interpretada por Oswaldo Montenegro
ganha o primeiro lugar. Em segundo fica Amelinha com o Fado "Foi Deus". Entre as 20
finalistas, a única que lembrava, mesmo que de longe, o rock, mesmo que só na postura
roqueira, era a apocalíptica "Nostradamus" de Eduardo Dusek, que entrou no palco de calção,
casaca e asas de anjo.
Nessa época, ouvia-se também Marina, Ney Matogrosso, 14 Bis (dos ex-Terço Flávio
Venturini e Magrão), Beto Guedes, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, A Cor do som e Rádio
Táxi, de Lee Marcucci, que teve o sucesso Garota Dourada, etc.
No festival MPB-81, Lucinha Lins, sob vaias, ganha com "Purpurina" de Jerônimo Jardim.
Guilherme Arantes fica em segundo lugar com "Planeta Água" e Almir Guineto em terceiro,
com "Mordomia". Além desses, passam pelo palco Arrigo Barnabé, Walter Franco, Kleiton &
Kledir, Oswaldo Montenegro e os performáticos Gang 90 & As Absurdetes, com Julio
Barroso.
Mas o público jovem ansiava por uma nova linguagem agora fortalecida por uma
tendência mais clara e despojada, renovada pelos cabelos curtos e espetados e sem o
rebuscamento e o peso dos cabeludos importados da Inglaterra e dos Estados Unidos.
De olho nessa tendência é que o jornalista e discotecário Júlio Barroso, carioca que tinha, em
meados dos anos 70, entre seus colaboradores na revista "Música do Planeta Terra", Caetano
Veloso e Gilberto Gil e no final da década, Lulu Santos e Paulo Ricardo Medeiros na revista
"Som Três", encorajado por Nelson Motta fundou a banda "Gang 90 e as Absurdetes" que
estourou no festival MPB Shell de 1981 com o reggae "Perdidos na Selva", abrindo caminho
para o que estava por vir.
Assim, no verão de 1982, na praia do Arpoador, precisamente no Circo Voador,
juntando o ator do grupo teatral Asdrúbal - Evandro Mesquita e o baterista Lobão (ex-
Vímana) surgiu a idéia de montar uma banda de rock teatral e nasceu a irreverente Blitz, com
um rock direto cantado por duas meninas, Fernanda Abreu e Márcia Bulcão e tendo Ricardo
Barreto na guitarra, Antônio Pedro (ex-Mutantes, baixo) e William Forghieri (ex-Gang 90,
teclados).
O sucesso do compacto "Você Não Soube Me Amar" que vendeu 100 mil cópias em
três meses, levou ao lançamento do primeiro LP , As Aventuras da Blitz, com os sucesso
"Mais Uma de Amor (Geme, Geme)" e "De Manhã (Aventuras submarinas)" transformaram a
banda num fenômeno nacional. Depois de mais dois discos, a banda termina em 1986.
Antes do lançamento do primeiro CD da Blitz , Lobão sai da banda para lançar seu
primeiro trabalho solo, "Cena de Cinema". De acordo com Silvio Essinger (2002), começava
aí "uma das carreiras mais importantes do Rock Brasil, de um artista sempre inconformista,
que gravou discos clássicos como "Ronaldo Foi Pra Guerra", "O Rock Errou", "Vida
Bandida" (que refletiu suas experiências no mês em que esteve preso na Polinter por porte de
droga) e as músicas – "Me Chama" (regravada por Marina e ninguém menos que João
Gilberto), "Corações Psicodélicos", "Revanche", "Vida Bandida", "Chorando no Campo" e
"Essa Noite Não".
Em 1982, seguindo o estilo do bom humor surge "João Penca & Seus Miquinhos
Amestrados" com Léo Jaime, que escreveu o grande sucesso de "Cantando, o Rock da
Cachorra". Os Miquinhos seguem sem Dusek e sem Léo, que ficaram com os sucessos de
suas carreiras solo.
No mesmo ano que Lulu Santos estoura com "Tempos Modernos", surge o Barão
Vermelho e nasce, em Niterói, a Rádio Fluminense, grande divulgadora das fitas demo e
discos das novas bandas de rock. Paralelamente, explode em São Paulo o movimento punk,
no festival "O Começo do Fim do Mundo", com bandas furiosas como "Inocentes", "Ratos de
Porão", "Cólera" e "Olho Seco".
Para Ricardo Alexandre (2002, p. 49), a situação do Brasil no inicio dos anos 80 com
o arrocho salarial, inflação que ultrapassava os 100%, desemprego que em 82 atingia 6
milhões de pessoas, "o perfil do jovem brasileiro era o de garotos que, de uma hora para a
outra, perderam o acesso à diversão e ao consumo. Jovens que buscavam informação e
sentiam-se excluídos, marginalizados e muito, muito raivosos. Em outras palavras, eram
punks.
Em 1983, o rock assumia o seu espaço, tanto na imprensa quanto nas gravadoras que
começam a contratar bandas. A gravação de Ney Matogrosso de "Pro Dia Nascer Feliz"
apresenta ao país, o Barão Vermelho com Roberto Frejat e Cazuza, o poeta exagerado.
O LP "Rock Voador", resultado da dobradinha Circo Voador-Rádio Fluminese, revela o "Kid
Abelha e Suas Abóboras Selvagens" e o guitarrista de blues-rock Celso Blues Boy. Os
"Paralamas do Sucesso" gravam seu primeiro compacto, Vital e Sua Moto/Patrulha Noturna,
levando o grupo a lançar seu primeiro LP, "Patrulha Noturna".
Sucesso absoluto foi alcançado na época pelo inglês Richard Court, o Ritchie, ex-
integrante do Vímana. A música "Menina Veneno" vende 800 mil cópias. Logo em seguida
Ritchie lança seu LP com sucessos como "Casanova" e "A Vida Tem Dessas Coisas" que
chega a um milhão de cópias vendidas, se tornando o maior sucesso do rock Brasil até então.
Definitivamente, nos anos 80 o rock brasileiro alcança sua popularização. Na cola do rock
consagrado mundialmente nos anos 70, o Rock Brasil conquista definitivamente o respeito
comercial. Inicialmente no Rio, local onde estavam as grandes gravadoras, o fenômeno se
espalha para São Paulo em 1983 e revela Os "Titãs", inicialmente chamada de "Titãs do Iê-
Iê", que juntavam a estética new wave e o reggae, com a MPB. Além dos músicos que ainda
hoje fazem parte do grupo, são ex-integrantes: Ciro Pessoa, Arnaldo Antunes, Marcelo
Fromer e Nando Reis. O baterista do grupo Ira!, André Jung, que fez parte do primeiro
trabalho com o grupo, cedeu seu lugar a Charles Gavin.
São Paulo revela ainda "Verminose/Magazine" de Kid Vinil, "Voluntários da Pátria",
além de algumas que permanecem até hoje no cenário musical brasileiro como a pós-punk
"Ira!" e o irreverente "Ultraje a Rigor".
De acordo com Arthur Dapieve, (2005, p.31) o circuito paulista ia do "Lira
Paulistana", teatro-sede da música alternativa, até a butique artesanal "Kaos Brasilis",
passando por barzinhos como "Calabar", "Pierrô", "Lunar" e Pub Vitória, mais tarde vieram
as danceterias "Madame Satã", "Carbono 14", "Rose Bom-Bom", "Napalm", "Rádio Clube".
Já no Rio de Janeiro, fora os bares, o point do novo rock brasileiro era o lendário "Circo
Voador".
Inicialmente na Praia do Arpoador, o projeto Rock Voador que unia o Circo à rádio
Fluminense, se instala na Lapa em 23 de outubro de 1982 e funciona com perfeição. Através
da Fluminense, os ouvintes puderam ouvir as primeiras fitas-demo de bandas como
"Paralamas do Sucesso", "Legião Urbana", "Plebe Rude", "Biquíni Cavadão" etc. E, em
janeiro de 83, é lançado o LP "Rock Voador" com fitas auto-produzidas por várias dessas
bandas.
Os LP’s são lançados. A estréia do Kid Abelha com as músicas "Como eu Quero",
"Fixação", "Alice" e "Nada Tanto Assim" vende mais de 150 mil cópias. O "Passo do Lui"
dos Paralamas do Sucesso traz músicas que viram hits como "Óculos", "Meu Erro", "Ska",
"Me Liga" e "Mensagem de Amor". Como sucesso de vendas, surge ainda o "Tudo Azul" de
Lulu Santos, "Ronaldo Foi Pra Guerra" de Lobão e Os Ronaldos, "Maior Abandonado" do
Barão Vermelho (último com Cazuza) e Phodas "C" de Léo Jaime.
Assim, de acordo com site Wikipédia (A Enciclopédia Livre da Internet), os anos 80
elegem como "quarteto sagrado" as bandas mais cultuadas da época e que até hoje tocam nas
rádios ficando definitivamente imortalizadas, são elas: "lt Os Paralamas do Sucesso", cariocas
(que se conheceram em Brasília) surgidos em 82, com um ska parecido com o "The Police";
"Titãs", rock´n rolls paulistas; os cariocas "Barão Vermelho", surgidos em 82 e liderados por
Cazuza, com a saída dele (que teve carreira solo bem sucedida), o guitarrista Frejat assume os
vocais; os brasilienses "lt Legião Urbana", liderados por Renato Russo, surgidos em 82,
começou mais punk, mas aos poucos ficou mais angustiado. Acabou com a morte de Renato,
em 1996. Os outros legionários que compunham a banda eram: Marcelo Bonfá (bateria) e
Dado Villa-Lobos (Guitarra). Renato Rocha foi baixista da banda até 1988.
Em janeiro de 1985, acontece o Rock In Rio, o maior concerto de rock de todos os
tempos, com um público estimado em um milhão e meio de pessoas. Ao lado de Queen, Iron
Maiden, Rod Stewart, Ozzy Osbourne, AC/DC, Yes, Scorpions, entre outros, estavam
valorosos veteranos da MPB e a nova rapaziada: Blitz, Barão Vermelho, Lulu Santos,
Paralamas do Sucesso e Kid Abelha
Como esclarece Silvio Essinger (2002), "Auto-estima em alta, a juventude que viu as
novas bandas brasileiras fazerem bonito ao lado dos ídolos estrangeiros, ainda presenciou, em
meio ao festival, a eleição de Tancredo Neves como o primeiro presidente civil no Brasil
desde o golpe militar de 1964. Findava uma era".
Ainda em 1985, um dos maiores sucessos comerciais do ano foi o álbum do "Ultraje a
Rigor", "Nos Vamos Invadir sua Praia", lançado depois do sucesso da música "Inútil".
Outra grande explosão foi o RPM com seu LP de estréia "Revoluções por Minuto" embalado
pelo sucesso do compacto com a música "Louras Geladas". A banda liderada pelo vocalista
Paulo Ricardo, parte para uma superprodução do show Rádio Pirata com efeitos de raio laser,
gelo seco e um sofisticado equipamento de som. O show corre o Brasil e o disco do show,
primeiro ao vivo no Brasil, torna-se recordista de vendas, 2,2 milhões de cópias. Depois de
todo o sucesso, o RPM gravou mais um LP que não correspondeu ao anterior e a banda se
desfaz em 1989.
A Legião Urbana, de Brasília, primeira banda influenciada pelo punk no Brasil, lança
seu primeiro disco com a poesia de Renato Russo e ganha o público com suas músicas de
pura energia roqueira e de sensibilidade à flor da pele, como "Será", "Ainda é Cedo" e
"Soldados".
No Rio Grande do Sul chegam ao sucesso nacional as bandas "Engenheiros do
Hawaii" com seu impressionante disco bem resolvido para um disco de estréia de uma banda
tão nova. Suas vendas alcançaram 50 mil cópias em menos de um mês e a banda "Nenhum de
Nós", grupo que, segundo Dapieve (2005, p.175), "fez a mais original mistura entre a música
de seu estado natal e o pop rock do resto do país".
Seguindo a mesma linha surgem "Capital Inicial", "Plebe Rude", "Finis Africae" e
"Detrito Federal". Ainda no eixo Rio-São Paulo, surgem também o "Camisa de Vênus" de
Marcelo Nova e o "Ira!" de Edgard Scandurra e do vocalista Nasi, além de "Os Inocentes" de
Clemente Tadeu Nascimento.
Conforme explica Silvio Essinger (2002), "O selo independente "Baratos Afins", de
Luiz Calanca, lançava os discos de toda essa rapaziada, antecipando em pelo menos dez anos
a realidade dos pequenos selos que ajudaram a fazer do rock alternativo um fenômeno.
Três, porém, seriam os discos do Rock Brasil a arrebatar a atenção de público e crítica por sua
força e novidade. "Selvagem" dos Paralamas do Sucesso com as músicas "Alagados", "A
Novidade" (letra de Gilberto Gil) e "Melô do Marinheiro"; o álbum "Dois" da Legião Urbana
com faixas que fizeram a história da banda, como "Tempo Perdido", "Índios", "Eduardo e
Mônica", "Quase Sem Querer" e "Andrea Doria"; e, ainda "Cabeça Dinossauro", dos Titãs
com as músicas "Polícia", "Igreja", "Bichos Escrotos", "Homem Primata" e "AA UU".
De 1988 em diante, o Rock Brasil começa a passar por dificuldades. Caem as vendagens,
Cazuza é infectado pela AIDs e em Brasília um show da Legião Urbana no Estádio Mané
Garrincha, acaba em quebra-quebra. O incidente bateu fundo na Legião Urbana. Apesar
desses incidentes, o álbum "As Quatro Estações", com as músicas "Pais e Filhos", "Quando o
Sol Bater na Janela do Teu Quarto", "Meninos e Meninas" e "Monte Castelo" tornou-se o
último grande sucesso de vendagens do Rock Brasil na década. Por fim, meses depois, morre
Raul Seixas, pobre, doente e sem reconhecimento. O Rock Brasil encerrava mais uma era.
No começo da década de 90, uma banda de Minas Gerais, do circuito subterrâneo do Rock
Brasil, torna-se uma potência mundial do heavy metal, o "Sepultura", que assinou com a
gravadora holandesa Roadrunner e lançou os bem-sucedidos Beneath The Remains (1989) e
Arise (1991). Seguindo o caminho do Sepultura, bandas como o Angra e o Shaaman,
gravaram em inglês e fizeram mais sucesso no exterior.
No início da década, surgem os cariocas do "Cidade Negra", com a música "Falar a
Verdade", uma banda de reggae, ritmo que, já antecipado por Gil e pelos Paralamas, daria o
tom do pop na década. Neste mesmo ano, fazendo sucesso como intérprete de Cazuza, surge
Cássia Eller.
Ainda no início dos anos 90, a MTV estreava no Brasil com videoclipes
internacionais. Nesta época, surgem também os "Ratos de Porão", cada vez mais populares no
mercado underground. E, em 1994, lançam o LP "Another Crime In Massacreland", recheado
de músicas em inglês, mas com o clássico Suposicollor, fazendo menção ao Presidente Collor.
Em Belo Horizonte, em 1991, surge a banda de reggae Skank depois de gravar seu próprio
disco com alto grau de profissionalismo e grande apelo pop. O disco chamou a atenção da
gravadora Sony, que o relançou com algum sucesso em 1993, abrindo as portas para uma
nova geração.
No Rio de Janeiro, em 1993, aparecia Gabriel o Pensador, que transformaria o rap
brasileiro em um gênero comercial. E, em 1994, com mais de 100 mil cópias vendidas,
surgem os Raimundos, como a mais popular banda de rock dos anos 90.
Em Recife, aparece a cena chamada de Mangue Beat, de bandas como Chico Science &
Nação Zumbi e Mundo Livre S/A , que misturavam ritmos tradicionais como o maracatu com
a música pop de vanguarda.
Para Silvio Essinger (2002), "A aproximação feita por Chico Science e Raimundos
com a música brasileira mais tradicional deu margem para que uma série de artistas na
fronteira entre o pop-rock (a novidade sonora) e a MPB (a tradição, a qualidade das letras)
chegassem à mídia: vieram os cariocas Paulinho Moska (ex-Inimigos do Rei, banda de rock
que apareceu em 1989 e teve apenas dois sucessos: Uma Barata Chamada Kafka e Adelaide) e
Pedro Luís (com sua banda de percussões, A Parede), o pernambucano Lenine, o paraibano
Chico César e o maranhense Zeca Baleiro (do disco "Vô Imbolá", de 1999). Minas Gerais,
por sua vez, reforçava o pop com duas bandas de sucesso no fim dos 90: o "Jota Quest" (da
música "Fácil") e o "Pato Fu", da doce vocalista Fernanda Takai, que só estourou a partir do
quarto LP, "Televisão de Cachorro" (1998)."
Ainda no meado dos anos 90 surge a banda carioca Planet Hemp, liderada por Marcelo
D2 e BNegão, com seu disco polêmico fazendo apologia ao uso da maconha. As bandas
Planet Hemp e Raimundos com seu rock pesado acabaram forçando as rádios a abrirem
espaço para letras sobre sexo, drogas e repletas de palavrões.
Mas, em 1995, a força comercial foi da banda Skank que vendeu 1,2 milhão de cópias de seu
segundo disco, "Calango" com músicas como "Te Ver" e "Pacato Cidadão", além da versão
do sucesso de Roberto Carlos de "É Proibido Fumar". Mas o maior sucesso da banda foi com
a música "Garota Nacional" com 1,8 milhão de cópias vendidas.
De acordo com Silvio Essinger (2002), "O recorde comercial dessa fase do Rock
Brasil, porém, foi a do disco de estréia de uma banda formada com irreverentes e humildes
jovens da cidade de Guarulhos, em São Paulo. Eram os "Mamonas Assassinas", que
conseguiram chamar a atenção de uma grande gravadora com músicas escrachadas como
"Vira, Vira", "Pelados em Santos", "Chopis Centis", "Robocop Gay", "Bois Don’t Cry",
"Sabão Crá Crá", que lembravam as sátiras de bandas como o "Língua de Trapo" e o cantor
Falcão, e cresciam no palco e na TV graças ao histrionismo e o carisma do vocalista Dinho.
Lançado em maio de 1995, o LP "Mamonas Assassinas" logo ganhou o amor do público
infantil (e o ódio dos pais), terminando por vender a impressionante quantidade de 2,6
milhões de discos. Mas, num lance trágico, os Mamonas também se tornaram recordistas em
brevidade de carreira: em 2 de março de 1996, os cinco integrantes da banda morreram
quando o avião onde viajavam se chocou com a Serra da Cantareira, em São Paulo".
Iniciando uma seqüência de perdas dos anos 90, em 1994 sai do ar a rádio rock Fluminense.
Em outubro de 1996, Renato Russo morre de Aids. Em novembro, o Circo Voador é fechado
pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Em dezembro, Max Cavalera, vocalista e guitarrista do
Sepultura, deixa a banda. E, finalmente, em fevereiro de 1997, morre Chico Science num
acidente de carro, em Recife, depois de lançar sua obra prima "Afrociberdelia".
Furando a onda das dificuldades ao longo dos anos 90, alguns veteranos fizeram sucesso.
Lulu Santos com os LPs "Assim Caminha a Humanidade" e "Eu e Memê"; Fernanda Abreu,
ex-integrante da Blitz, com sua carreira solo; e, o ex integrante dos Titãs, Arnaldo Antunes,
com seu LP "Nomes", em 1994.
Nesta década, como um bom expediente para o crescimento das vendagens, algumas
bandas fizeram uma revisão acústica dos sucessos de suas carreiras, gravando o MTV Ao
Vivo. "Kid Abelha" e "Barão Vermelho" também experimentaram uma volta às boas
vendagens, respectivamente com os discos "Meu Mundo Gira em Torno de Você" e "Álbum"
,lançados em 1996.
A banda carioca "O Rappa" (de fusão rock-reggae-funk-samba) torna-se sucesso com
as músicas, "A Feira" e a versão de "Hey Joe". Diretamente de São Paulo, o rap dos
"Racionais MCs" conquista o país com a música "Diário de um Detento" que leva o LP
"Sobrevivendo no Inferno" (1998), a vender mais de um milhão de cópias.
Os anos 90 terminam com o sucesso de bandas como "Charlie Brown Jr." e
"Raimundos", dois dos maiores sucessos de vendagem de 1999, e também com os novatos
Los Hermanos, e sua música Ana Júlia, além das bandas Penélope e Autoramas.
Bandas veteranas como "Capital Inicial", "Plebe Rude" e "Ultraje a Rigor", voltam à mídia e
Lobão lança seu disco "A Vida é Doce" por seu próprio selo "Universo Paralelo", usando de
um novo esquema de vendas pela Internet.
Outro fato acontecido na década, é que todas as bandas do "quarteto sagrado", exceto
Legião Urbana, tiveram de se reinventar pra reconquistar audiência. Os "Paralamas", depois
de uma fase experimental, voltaram às paradas com "Vamo Batê Lata", em 1995. O "Barão
Vermelho", com o semi-eletrônico "Puro Êxtase", em 1998. E, os "Titãs", com seu lt Acústico
MTV, em 1997, além de "Capital Inicial" e "Ira!" com o mesmo artifício.
Os anos 2000 foram trágicos para o rock brasileiro. Em 2001, Herbert Vianna, dos
"Paralamas", sofre acidente de ultraleve e fica paraplégico, voltando a tocar com a banda em
2003. Marcelo Frommer, dos "Titãs", morre atropelado. lt Marcelo Yuka, do "Rappa", é
baleado, fica tetraplégico e sai da banda. Por fim, Cássia Eller morre de overdose.
Além disso, as bandas dos anos 90 passaram por muitas mudanças. O "Skank" ficou
mais britpop. O líder dos "Raimundos", Rodolfo, virou evangélico e saiu da banda para
formar o Rodox , que também acabaria algum tempo depois. A banda "Los Hermanos",
lançada com o sucesso "Anna Júlia", mudou seu estilo a partir do segundo polêmico,
experimental e aclamado disco "lt Bloco do Eu Sozinho", em 2001, e conseguiram continuar
essa nova identidade com "Ventura" em 2003, 2004 e 2005. E, ainda, três dos quatro
integrantes do Charlie Brown Jr. abandonaram o grupo.
Rick Bonadio, o produtor dos Mamonas Assassinas, revela entre outros, Charlie
Brown Jr., Tihuana, Leela, O Surto e CPM22, com seu hardcore melódico/Pop punk, o
mesmo da banda "Detonautas Roque Clube".
Atualmente o Rock Brasil vem mantendo na mídia as mesmas bandas veteranas que
marcaram época, não só nos anos 80, mas também algumas daquelas que surgiram nos anos
90. Dentre elas, destaca-se hoje a banda "Jota Quest" que surgiu com um som black music,
mas que hoje faz sucesso com seu pop-rock simples e direto e com o grande carisma de seu
vocalista Rogério Flauzino.
Paralelamente, influenciado por bandas internacionais como Green Day e Blink-182,
no início da década, surge o movimento EMO, abreviação de Emotional Hardcore, gerado a
partir do pop punk da década de 90. O estilo se caracteriza por músicas mais emotivas e
direcionadas a um público mais jovem. No Brasil as bandas que estouraram nesta época
foram: CPM 22 e Detonautas Roque Clube.
Nesta década, em 2004, surge a cantora baiana "Pitty", que logo se torna a nova
sensação do Rock Brasil com sua pegada forte, seu rock pesado e cru e com músicas de temas
políticos e variados.
4 – Rock And Roll – Gênero
De acordo com Simon Frith (1998, p.77), um gênero musical "(…) é uma conversa
silenciosa que acontece entre o consumidor, que sabe aparentemente o que quer, e o vendedor,
que trabalha copiosamente para imaginar o padrão dinâmico dessas demandas".
Um gênero musical pode ser identificado a partir das características musicológicas que forma
a sua identidade. Muitos elementos podem fazer parte destas características, por exemplo,
estilo, estética, linguagem, etc.
Assim, dividir a música em gêneros musicais possibilita ao indivíduo encontrar o
artista que gosta, mas muitas vezes a divisão da música em gêneros musicais fogem às regras
de qualificação a partir de conceitos mal formulados e principalmente de uma vontade
comercial fútil.
Segundo a Enciclopédia Larrouse Cultural, gênero musical é o conjunto de formas de
mesmo caráter, reunidas por sua finalidade ou por sua função, já estilo é um modo de
expressão peculiar a um artista, a um lugar, a uma época.
Dessa forma torna-se fundamental aqui, entendermos que o modo como os elementos
musicais produzem sentido (o som, a voz, as letras, o ritmo), nos faz relacioná-los com os
códigos do gênero ao qual ele pertence.
De acordo com Janoti (2004), "reconhecer a importância do gênero musical como
traço fundante da produção de sentido da música popular massiva é entender que grande parte
das músicas que povoam a paisagem cultural contemporânea podem ser classificadas e
valorizadas a partir de suas similaridades com outras sonoridades".
Assim, antes de se falar sobre os estilos ou subgêneros do rock é preciso que se analise
o rock enquanto um fenômeno de comunicação, que desde a metade dos anos 50 provoca
debates acerca de seu valor cultural, social e estético.
Inicialmente seu território estava restrito à juventude pela sua própria forma de
expressão impulsiva, questionadora, alegre, rebelde, vibrante e enérgica. Com o tempo o
gênero musical foi sendo apropriado por todas as faixas etárias enquanto continuava sendo
polêmico, recebendo críticas, elogios, censuras. Muitas vezes findava uma era para
imediatamente surgir outra e assim, através dos anos ele é reinventado, resgatado, mas nunca
esquecido. Espalhou-se pelo mundo e nele foi fazendo sua história em vários países, cada um
com suas peculiaridades e personagens distintos.
De fato o rock tornou-se um gênero de muitas gerações, haja vista as platéias de todas
as faixas etárias que se apresentam pelos shows no mundo.
Dessa forma, acredita-se que seja exatamente essa diversidade que fortaleça o gênero,
assim como se fortalece qualquer forma de expressão cultural. Hoje, há rock para todos os
gostos e idades, seja ele conservador ou rebelde, republicano ou democrata, anarquista ou
comunista. Os produtos do gênero podem ser encontrados em todo o mundo, e atendendo a
todas as exigências e faixas etárias.
Ainda que o rock não seja aceito como expressão cultural, pela maioria dos setores
culturais ou formadores de opinião no mundo, já se pode acompanhar no ambiente científico,
teses, monografias, dissertações e estudos sobre o rock, de forma a entendê-lo como um
elemento social relevante ou como fenômeno de massa.

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Clique Music
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Palco mp3
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Busca Banda
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Pílula Pop
http://www.pululapop.com.br
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http://mp3magazilne.com.br
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http://rogrmaaltofalante.uol.com.br
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