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Rebeldia
Em 61, na Califórnia, os Beach Boys faziam o maior sucesso com uma surf
music que tinha um pé no doo woop (aquele estilo de grupos vocais, que
usavam terninhos, estalavam os dedos e eram muito afinados). Brian Wilson, o
gênio por trás do grupo, estava decidido a fazer um disco inteiro conceitual, e
não apenas uma colagem de singles, como era costume na época. Então,
fizeram Pet Sounds, um dos mais lindos álbuns da história do rock.
Também nos Estados Unidos, Bob Dylan fazia um cruzamento entre o folk e o
rock. Nas letras, engajamento político e poesia.
Nessa época, outra banda iria estabelecer novos padrões para o rock. Agora,
com uma atitude mais rebelde e agressiva e com um som mais pesado, com
raízes no blues: os Rolling Stones. Numa jogada de marketing, a trupe de Mick
Jagger era o oposto dos Beatles: nada de terninhos e sorrisos para a platéia,
os Stones eram durões e encarnavam a rebeldia que se espera de uma banda
de rock.
Mas, em Nova Iorque, no final dos anos 60, a história era outra. Um movimento
artístico reunia atores, poetas, artistas plásticos e músicos, muitos deles
gravitando em torno de Andy Warhol. E foi na Factory que surgiu uma das
bandas que mais influenciaram o rock nos anos seguintes: o Velvet
Underground. A banda conseguia juntar a poesia crua de Lou Reed, que falava
de drogas, travestis e prostitutas, com arranjos experimentais e de vanguarda
de Jonh Cale. Tudo isso, na voz melancólica da modelo européia Nico.
Atemporal e eterno - II
Outra vertente do rock dos anos 70 foi o chamado heavy metal ou sua quase
alma gêmea: o hard rock. Aqui, roupas de couro pretas, cheias de tachinhas,
cabelos compridos e guitarristas metidos a semideuses. Muitas bandas
exploravam o tema do satanismo, o que arregimentava uma legião de fãs
adolescentes. Foi daí que surgiram o Black Sabbath, de Ozzy Osbourne,
Judas Priest, Scorpions, Iron Maiden, Kiss, Alice Cooper, AC/DC e muitos
outros. O Led Zeppelin também trafegava nessa praia, com um pouco mais de
poesia, o que traria uma das boas parcerias do rock: Robert Plant e Jimmy
Page.
Na Inglaterra, em 75, Malcom Maclaren, que já tinha sido empresário dos Dolls
e era dono de uma loja de roupas que mais parecia um sex shop, forma a
banda que seria um dos maiores fenômenos da história do rock: os Sex
Pistols. Estava criada a base do movimento punk. Logo, camisetas rasgadas,
alfinetes de segurança, cabelos coloridos, arrepiados ou ao estilo índio
moicano eram a moda dos rebeldes londrinos. Os shows dos Pistols eram uma
loucura, assim como as performances do vocalista Jonnhy Rotten (Joãozinho
Podre, por causa dos dentes estragados) e do baixista Sid Vicious, que morreu
de overdose, em Nova Iorque, aos 21 anos, acusado de assassinar a
namorada Nancy Spungen.
Com os Pistols, outras bandas punk aparecem. Dessas, a mais importante foi
a The Clash, formada em 76.
Anos 80
Chegam os anos 80, ainda com aquele restinho de onda punk. Mas o gosto de
ressaca estava no ar. Essa geração vinha cheia de melancolia, com uma
rebeldia mais triste, sombria e solitária. Nas letras, muitas vezes niilistas, um
lirismo que representava muito bem o sentimento dos jovens da época. Era o
pós-punk. De Liverpool, vinha o Echo and The Bunnymen, e de Manchester, o
Joy Division, com toda a tristeza do vocalista Ian Curtis, que se enforca, aos 22
anos de idade. O resto da banda formaria o New Order.
Darks e góticos também eram bem representados pelo Sister of Mercy, The
Mission, The Cult e Bauhaus.
Ao contrário dos góticos, uma galera queria fazer música divertida e para
dançar. Era a new wave chegando, com roupas coloridas, gel no cabelo e
muita alegria, como o B’52 e o Talking Heads, de David Byrne.
Com certeza, as três bandas mais famosas nos anos 80 foram The Cure, The
Smiths e U2. A Cure tinha aquele visual dark, só usava roupa preta, batons
escuros, maquiagem e cabelos arrepiados. Era a rapaziada liderada por
Robert Smith. The Smiths, considerada por muitos como a melhor banda dos
anos 1980, apostava no lirismo das letras de Morrissey e nas guitarras de
Jonnhy Marr. Os irlandeses da U2 desde o começo traziam uma preocupação
política nas letras como em Sunday Blood Sunday.
Anos 90
O feminismo também passa pelo rock in roll, com as Riot Grrrrrl, garotas que
empunham guitarras e soltam o verbo no palco, com um som pauleira mesmo,
punk rock. Bons exemplos desse estilo são Bikini Kill, o Hole de Cortney Love,
Sleater-Kinney e L7.
Agora, no novo milênio, uma volta aos 60: bandas que fazem um sonzinho
fofo, alegre, adolescente, como os escoceses do Belle and Sebastian, que até
já fez escola, com seguidores como Looper, Salako e Gentle Waves. Outra
vertente engloba o pop rock açucarado do Travis, Coldplay e Starsailor.