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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Jessica Waltrick da Silva


GRR20154080

I love rock and roll: como as canções de rock feitas por mulheres
são recebidas pelo público em comparação às canções feitas por
homens

CURITIBA
2018
Jessica Waltrick da Silva
GRR20154080

I love rock and roll: como as canções de rock feitas por mulheres
são recebidas pelo público em comparação às canções feitas por
homens

Monografia apresentada à disciplina OA028-


Trabalho de Conclusão de Curso Licenciatura
como requisito parcial à conclusão do Curso
de Licenciatura em Música - Departamento de
Artes, Setor de Artes, Comunicação e Design
da Universidade Federal do Paraná.

Orientador: Professor Francisco Azevedo.

CURITIBA
2018
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as mulheres que investem seus esforços a fazer música,
especialmente rock, em um ambiente tão hostil às mulheres. Vocês me inspiram a ir cada vez
mais longe.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, Isabel Cristina e Orli Jorge, que me
apoiaram nesta jornada para longe do seu acolhimento. Obrigada por acreditarem em mim,
por darem suporte ao meu sonho e por se esforçarem para me manter aqui enquanto eu não
podia fazer isso sozinha. Vocês são pessoas incríveis e sei que Deus se agrada de ver todo o
cuidado que têm comigo. Em segundo lugar gostaria de agradecer à minha irmã, Priscila, por
todo cuidado comigo e por trazer ao mundo a Isabella, uma das minhas grandes motivações
para concluir o curso de Música. Em seguida, agradeço a todos os meus amigos que se
mantiveram ao meu lado e me ajudaram a crescer durante o curso, especialmente Alays,
Guilherme e Nicole. Sou grata por não me deixarem desistir. Agradeço também aos meus
professores da faculdade, que me fizeram uma pessoa melhor e mais capacitada a seguir a
minha profissão. Vocês são grandes inspirações. Por fim, agradeço ao meu primeiro professor
de piano, Rodrigo, que foi quem me instigou a iniciar tal trajetória e a seguir o meu sonho na
música.
RESUMO

Historicamente pode-se verificar que apesar de haver diversos artistas e grupos musicais
formados por pessoas tanto do gênero feminino quanto masculino, é menos comum vermos
mulheres na música rock. Por que as mulheres não estão tão presentes quanto os homens na
música rock? O objetivo geral da pesquisa foi constatar a disparidade em níveis de venda
entre mulheres e homens no rock, comparando também com os resultados de vendas da
música pop, por meio da coleta e cruzamento de dados, relacionando-os com seus contextos
histórico-sociais. Justifica-se a escolha desse assunto por contribuir para uma discussão mais
embasada e melhor argumentada sobre o tema. Para o desenvolvimento da pesquisa foi
utilizado o método descritivo, que se refere a descrever e estimar as características de
determinado grupo, no caso, o grupo das mulheres na música. Também foi empregado o
método de registro de arquivos, utilizando como ferramenta a plataforma da Billboard, que
aponta os artistas que ficaram no topo de vendas em cada ano e separando-os por gênero e
estilo. Por meio desta pesquisa foi possível constatar que há muita disparidade nos resultados
de vendas entre homens e mulheres no rock e também na música pop.

Palavras-chave: mulheres no rock; sexismo e música; recepção do público.

ABSTRACT

Historically it can be verified that although there are several artists and musical groups
formed by people of the feminine and masculine gender, it is less common to see women in
rock music. Why women are not as present as men in rock music? The objective of the
research was to verify the disparity in sales levels between women and men in rock, also
comparing the results of pop music sales through the collection and cross-referencing of data,
relating them to their historical-social contexts. The choice of this subject is justified because
it contributes to a more informed and better argued discussion on the subject. For the
development of the research was used the descriptive method, which refers to describe and
estimate the characteristics of a particular group, in this case, the group of women in music.
The method of recording files was also used, using as a tool the platform of Billboard, which
points to the artists who have been at the top of sales each year and separating them by gender
and style. Through this research it was possible to verify that there is a great disparity in the
sales results between men and women in rock and also in pop music.

Keywords: women in rock; sexism and music; reception of the public.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Década de 2010 25


Tabela 2 – Década de 2000 26
Tabela 3 – Década de 1990 27
Tabela 4 – Década de 1980 27
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 01

1. CONCEITUALIZAÇÃO DOS ESTILOS


1.1 A música pop: linhas de pesquisa 03
1.2 O conceito de música pop 03
1.3 O percurso histórico da música pop 06
1.4 O conceito de rock 07
1.5 O percurso histórico do rock 08

2. A MULHER E A MÚSICA
2.1 A mulher e a música ao longo da história 13
2.2 O movimento feminista 17

3. METODOLOGIA
3.1 O método 21
3.2 Billboard - A fonte de dados 21

4. APRESENTAÇÃO DE DADOS E DISCUSSÃO


4.1 Resumo e quantificação dos dados 25
4.2 Discussão 28

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 31

REFERÊNCIAS 33

FONTE 35

ANEXOS
ANEXO 1 37
ANEXO 2 56
1

INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata da relação das mulheres artistas com o rock e o seu nível de
recepção de público em comparação aos homens. Para um maior aprofundamento acerca do
tema, o processo analítico abrange também a relação das mulheres com a música pop,
efetuando o mesmo procedimento de comparação feito no rock para que seja possível ter uma
dimensão adequada do contexto em que as mulheres artistas da música estão inseridas.
Historicamente, o termo “música pop” surgiu na década de 1950 com relação às
canções que mais estavam sendo ouvidas nos Estados Unidos. A maior parte desta música
consumida na segunda metade da década foi considerada como rock’n roll, estilo que se
propagou pelo mundo, sendo parte efetiva da juventude e da cultura popular. Ao longo dos
anos, o rock’n roll e a música pop foram se ramificando e os termos passaram a se distanciar.
O rock ganhou características de agressividade e “robusticidade” (Middleton, 2001).
Enquanto isso, a música pop abrangia diversos estilos musicais que tiveram e têm até hoje o
objetivo primordial de agradar e cativar o público, utilizando elementos musicais que
facilitam o processo de identificação do ouvinte em relação a canção (Teles, 2008, p. 16). Ao
analisarmos o percurso histórico levantado por Middleton acerca do rock, raramente
encontramos menção a alguma mulher ou algum grupo musical que tenha um membro do
gênero feminino. Já na música pop, conforme afirmado por Teles (2008), frequentemente são
abordados temas considerados como “femininos”, como o romance, por exemplo. Dessa
forma, é mais comum notarmos a presença de mulheres na música pop.
Portanto, o objetivo central da pesquisa é constatar a disparidade em níveis de
recepção do público entre mulheres e homens na música rock. A presente pesquisa é
conduzida por uma questão principal: por que as mulheres não estão tão presentes quanto os
homens na música rock? Ao se buscar tais compreensões, tem-se como objetivos específicos
assimilar a relação da mulher com o rock e também na música pop, comparando a sua taxa de
recepção de público entre os dois estilos. Durante a análise dos resultados, foi quantificada a
diferença de nível de recepção do público entre homens e mulheres nos dois estilos musicais.
Além disso, procurou-se fazer associação entre os dados levantados e elementos do contexto
social das décadas estudadas, que são: 1980, 1990, 2000 e até meados de 2010. Para que
fossem atingidos os objetivos, foi utilizada uma metodologia que está no âmbito de pesquisa
descritiva, a qual visa descrever a característica de um grupo, estimar elementos de
determinadas características dentro de determinada população ou ainda, descobrir ou
compreender as relações entre as imagens mentais e o fenômeno que está sendo estudado. O
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delineamento desta pesquisa é o de levantamento bibliográfico, que consiste na utilização de


registros de trabalhos anteriores, como teses, dissertações e artigos. Além disso, foram
utilizados documentos informais, que são registros de gráficos encontrados na plataforma da
Billboard.
De acordo com a bibliografia utilizada é possível afirmar que a partir da segunda
metade do século XX, a mulher tem conquistado seu espaço no mercado de trabalho.
Contudo, segundo uma pesquisa realizada pelo site de empregos Catho e publicada pelo site
G1 (2018), as mulheres ainda ganham menos do que os homens, ficando quase 53% abaixo
em diferença salarial. Essa mesma discrepância é encontrada na música, na questão de espaço
e presença no mercado musical. Ao analisar a história do rock, é possível perceber que ele é
um estilo musical quase que completamente dominado por homens. Por meio da pesquisa
científica é possível levantar informações importantes e relevantes, dessa forma, justifica-se
esta pesquisa por contribuir para uma argumentação mais embasada sobre a questão aqui
levantada.
No primeiro capítulo deste trabalho é encontrada a primeira parte da fundamentação
teórica, que abrange a conceitualização dos estilos musicais aqui estudados e seu processo
histórico. O segundo capítulo contém a contextualização histórico-social que está relacionada
com a pesquisa, abrangendo principalmente o feminismo e a sua relação com a música, assim
como a relação da mulher com a música ao longo da história, completando a parte de
fundamentação. O terceiro capítulo se propõe a indicar o processo metodológico da pesquisa.
No quarto capítulo são apresentados, analisados e discutidos os dados coletados dos arquivos
da Billboard americana, retirados das seções “Pop - Adult Contemporary” e “Rock -
Mainstream Songs”. Tais seções foram escolhidas por ambas apresentarem o registro de
gráficos a partir de 1981 até 2017, período selecionado para o levantamento de dados. Para o
levantamento de dados foram considerados os artistas e grupos musicais mais bem colocados
em cada ano, apontando aqueles que ficaram no topo dos gráficos, como uma forma de
levantar os mais relevantes de cada período. Os dados foram analisados e discutidos
brevemente de acordo com a fundamentação teórica desta pesquisa. É importante considerar
que a escolha de se fazer a pesquisa voltada para o mercado musical dos Estados Unidos se
deu por conta do percurso da música rock ter iniciado e ter grande força no país e além disso,
porque a Billboard americana tem diversos registros mais antigos e abrangentes sobre os
estilos musicais aqui estudados. Por fim, são apresentadas as considerações finais da pesquisa.
É importante ressaltar que para ter uma dimensão maior sobre o rock’n roll e não se
prender ao primeiro movimento de música rock surgido no final dos anos 1950, este trabalho
nomeará o estilo principal da pesquisa apenas como “rock”.
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1. CONCEITUALIZAÇÃO DOS ESTILOS

1.1 Música pop: linhas de pesquisa

De acordo com Teles (2008), o estudo sobre a cultura pop está dividido basicamente
em três linhas de pesquisa. A primeira linha de pesquisa não considera a cultura pop como
algo a ser levado em conta como objeto de investigação e é defendida por estudiosos como
Peter Manuel (2007 - ) e Arnold Schoenberg (1874 - 1951). De acordo com Teles,
Schoenberg afirma que nenhum violinista tocaria com a entonação errada para agradar um
gosto musical medíocre assim como nenhum músico cujo pensamento for elevado na mais
alta esfera se sujeitaria a vulgaridade para cumprir um lema de “arte para todos”.
A segunda linha de pesquisa colocada por (Teles, 2008) defende a música pop como
um estilo musical relevante para ser estudado, mas considera que ela carrega uma falta de
gosto estético, elaboração e interesse. O principal pesquisador dessa área é Theodor Adorno
(1903 – 1969), que critica o processo de industrialização que se instalou no mercado musical
e defende o papel artístico da música. A terceira e última linha de pesquisa apresentada por
Teles é aquela que defende a música pop como temática digna de estudo acadêmico
completamente relevante para a musicologia e estudos sociais e culturais. Segundo os autores
Frith, Straw e Street (2004), por no mínimo 15 anos a música pop tem sido uma ferramenta
importante para que os indivíduos se compreendam historicamente, etnicamente, socialmente
etc. Apesar de não ser um tipo de canção revolucionária, ou seja, que abre a possibilidade de
renovação de padrões estabelecidos, ela tem um impacto cultural e faz isso por meio do seu
impacto individual e esse impacto é que precisa ser compreendido.
Para a presente pesquisa será considerada a terceira linha de pesquisa, que valoriza a
relevância da música pop como um objeto a ser pesquisado e procura se desprender de
preconceitos, buscando ser imparcial principalmente na questão de gosto musical.

1.2 O conceito de música pop

De acordo com Beard e Gloag (2005, p. 134), música popular é um termo utilizado
para descrever a música que alcança um senso de popularidade ou que tenta ser popular. Para
os autores, o termo é frequentemente substituído por suas abreviações como “pop” e apesar de
cada cultura ter o seu tipo de música popular, o termo é sinônimo para a música americana e
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britânica. Para Teles (2008, p. 17), apesar do termo música pop ser utilizado para se referir a
alguns tipos de música popular, ele é um ramo da mesma e se constituiu como conhecemos
atualmente a partir da segunda metade do século XX. O pop se distingue dos outros estilos de
música popular por ser produzida e consumida em larga escala, de forma universal, buscando
atingir as massas, principalmente a parte de indivíduos mais jovens.
Segundo Frith, Straw e Street (2001, p. 94), a música pop é o oposto da música
clássica ou artística, mas também inclui um pouco de todo tipo de estilos musicais. Ela é uma
música acessível ao público geral, e, portanto, produzida comercialmente para gerar lucro a
uma empresa, desvinculando-se da arte. Portanto, os autores consideram que a música pop
inclui todas as formas de música contemporânea, como rock, country, reggae, rap e demais
estilos.
Conforme encontrado no Grove Music Online (Middleton; Manuel, 2001), música
pop é um termo aplicado a um grupo particular de estilos musicais que surgiu originalmente
nos Estados Unidos e na Inglaterra por volta dos anos 1950 e se espalhou para o resto do
mundo, se tornando o estilo predominante da música popular ocidental da segunda metade do
século XX. A música pop está estritamente ligada ao desenvolvimento de novos meios de
comunicação e tecnologias musicais, assim como tem relação com o crescimento da indústria
cultural e gravações em grande escala. De maneira geral, a música pop esteve particularmente
associada ao público jovem. Contudo, este público tem se expandido por diversas faixas
etárias nos últimos anos. Os autores afirmam que a música pop é considerada de menor valor
e complexidade do que a música erudita (também chamada de música clássica ou música de
concerto) e que ela é feita para uma larga escala de ouvintes que são menos educados
musicalmente do que a elite, portanto, o termo “pop” pode ser muitas vezes utilizado
pejorativamente.
Segundo Warwick (2013), pop é um gênero de música popular e também uma
“atitude” de fazer música popular que é tipicamente vista como distinta de outros gêneros
como rock, soul ou country. Dessa forma, enquanto o rock tem características musicais
bastante identificáveis, como a ênfase da guitarra e a sua ideologia de autenticidade e
sinceridade, o pop não contém traços que torne possível defini-lo como um estilo coerente. Os
empréstimos e adaptações que o pop faz de outros estilos musicais levam a novas
combinações estilísticas e a “versões” pop de canções de outros estilos. Dessa forma,
Warwick afirma que em vez de ser um conjunto específico de sons, pop é um tipo de
“sensibilidade”.
Em relação às acusações de sua falta de originalidade e banalidade, Warwick afirma
que a música pop se mantém indiferente ao valor de sua originalidade. Ao mesmo tempo,
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compositores e produtores do pop são frequentemente pioneiros de novas tecnologias, sons e


estilos, de modo que é possível perceber que a música pop está na vanguarda da
experimentação do aspecto mencionado. Este paradoxo entre originalidade musical e
pioneirismo tecnológico contribui para que a definição do estilo seja escorregadia e
indescritível.
Apesar de a música pop estar frequentemente ligada ao sucesso comercial, nem
sempre este cenário se aplica a uma canção considerada pop. Warwick faz uma comparação
entre Smells like teen spirit (1991) do Nirvana, grupo musical fortemente ligado ao rock e
Anything is possible, canção lançada no mesmo ano por Debbie Gibson, uma artista pop.
Apesar de ser uma grande representante do rock, a canção do Nirvana teve um sucesso
consideravelmente maior do que a de Gibson. Portanto, pop é uma classificação que pode ser
atribuída com base em qualidades sonoras (a “sensibilidade” do som), estilo dos temas, base
de fãs esperada e suposições sobre a personalidade e integridade artística do artista, em vez de
evidências empíricas acerca da popularidade da canção.
Em seguida, a autora compara as associações de gênero feitas de acordo com o estilo
musical. Segundo Warwick, o rock é frequentemente associado com masculinidade, enquanto
a música pop é associada à feminilidade. O primeiro estilo mencionado contém um caráter de
rebeldia, modelando a busca pela independência, sendo assim, encaixa-se em um padrão
considerado socialmente como masculino. Seguindo esta lógica, o pop estaria ligado ao
romance e ao espaço doméstico, carregando uma linguagem segura e previsível. Assim sendo,
enquanto uma jovem artista como Joan Jett (1958 - ) teve um trabalho árduo para provar que
poderia ser um ícone do rock, um artista do gênero masculino como Justin Bieber (1994 - )
teve sua masculinidade questionada no início da carreira por estar trabalhando no cenário da
música pop.
Outro aspecto a se considerar em relação à música pop é a faixa etária. Warwick
afirma que o pop é frequentemente associado à adolescência, assim como também é
produzido por pessoas mais jovens. Portanto, um adolescente da atualidade que ouve estilos
musicais associados à não-conformidade é considerado como maduro para a sua idade,
enquanto adultos que preferem o pop podem ser vistos como imaturos.
A música pop está intrinsecamente ligada a interesses comerciais, produção em
massa e elementos musicais não muito sofisticados. Apesar de nem todas as canções do estilo
atingirem o sucesso comercial esperado, pode-se dizer que o que as une como um estilo único
são os aspectos de simplicidade associados à necessidade de que a canção seja facilmente
decorada pelo ouvinte. Além disso, Warwick afirma que a música pop não tem pretensão de
transcendência ou valor duradouro, estando enraizada em seu momento cultural. Por isso o
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pop depende de certa “amnésia cultural”, pois frequentemente apresenta novas músicas que
contêm aspectos muito semelhantes a músicas já lançadas anteriormente. Além disso, é
bastante comum que o cenário da música pop utilize elementos de estilos musicais
discriminados anteriormente, utilizando uma nova “roupagem”. É o caso do punk rock, que
chocou o público mainstream nos anos 1970 por conta de sua agressividade, voltando a ser
consumido por jovens adolescentes dos anos 2000 no estilo pop punk.
Para Warwick, a preferência do pop por temas pessoais, envolvendo relacionamentos
e sentimentos, em vez de conteúdos explicitamente políticos, contribui para que ele seja, ao
mesmo tempo, apreciável e descartável. As canções pop podem fazer parte do repertório do
público por um breve período e, em seguida, ceder o espaço a outros estilos musicais com
canções perenes. Para exemplificar, a autora levanta o caso de Jimmy Hendrix, que ficou atrás
de Fifth Dimension e Tommy James em termos de sucesso comercial em 1969, mas que
deixou sua marca na história da música popular e mais especificamente no rock, tendo
relevância até os dias de hoje. Segundo a autora, a banalidade dos clichês usados para
transmitir emoções e criar um vínculo emocional com o ouvinte são, dessa maneira, cruciais
para o pop, levando estas canções para o maior número de ouvintes. Desprovida de pretensão
de ter um valor artístico sério, uma canção pop pode articular sentimentos pessoais ao mesmo
tempo que consegue incitar seus ouvintes a dançar ou cantar junto.

1.3 O percurso histórico da música pop

Segundo Middleton e Manuel (2001), formas de música popular são encontradas, em


algum sentido do termo, na maior parte do mundo durante um longo período histórico. Apesar
disso, na prática é mais comum utilizar o termo para se referir à música das sociedades mais
modernas, principalmente da Europa e América do Norte, a partir de 1800 e de forma ainda
mais intensa em 1900. A forma mais moderna de música popular teve força na América
Latina e países de Terceiro Mundo a partir do século XX. Os autores focam nos Estados
Unidos e na Grã-Bretanha, pois afirmam que foram os países que conseguiram espalhar a sua
música popular no mundo todo.
De acordo com os autores já citados anteriormente, os primeiros passos da música
pop americana se deram por meio do rock’n roll. Com o sucesso de Rock around the clock de
Bill Haley em 1954 que foi lançada no filme Blackboard jungle (1955), e Hound dog, lançada
por meio de Elvis Presley em 1956, o estilo se espalhou pelos Estados Unidos e pela Europa.
Carregando elementos de estilos já bem desenvolvidos anteriormente, como blues e country, o
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grande sucesso do rock’n roll no seu início se explica por estar sendo ouvido e executado por
um público branco, em sua maioria jovem.
Segundo os autores, três mudanças na face da música popular articularam a história
do pop de forma bastante aparente. A primeira delas se relaciona com o surgimento do rock’n
roll como um estilo autônomo dos seus antecedentes, marcando o início da música pop em
meados dos anos 1960. A segunda mudança está associada ao breve florescimento do punk
rock no final da década de 1970, que foi um dos primeiros sintomas de um amplo processo de
fragmentação de estilos da música popular. A terceira mudança gira em torno da aparição de
uma nova onda de estilos no final da década de 1980, caracterizados como dance music. Esse
estilo deu início à midiatização massiva e se tornou uma espécie de ameaça à fase anterior em
que a música popular se encontrava, pois ofuscava os demais estilos por meio da mídia. No
entanto, é importante notar que por meio dessas mudanças sucessivas, os estilos existentes
raramente deixaram de existir, dando espaço a um processo acumulativo de gêneros musicais
e seus estilos.

1.4 O conceito de rock

De acordo com Covach e Flory (2015), apesar de estar bem clara a importância do
rock na história da música popular é muito difícil de definir exatamente o que ele é. Alguns
pesquisadores utilizam o termo para descrever a primeira fase do rock, que vai de 1954 a
1959, enquanto alguns outros estudiosos defendem que o estilo começa a partir dos anos
1964. O livro em questão procura abordar o estilo de uma forma bastante ampla, contudo,
especificando-se na música feita para um público jovem. A era da música rock inclui um
vasto repertório de estilos, diferente de qualquer outro momento da história da música
gravada. É importante ressaltar que de maneira geral, uma pesquisa acadêmica sobre o rock
irá divergir das informações trazidas por livros de conhecimento comum e de ferramentas
midiáticas, pois elas geralmente trazem informações que têm mais o objetivo de entreter do
que acrescentar em um sentido educacional.
Segundo Friedlander (2010), cada livro sobre rock’n roll traz seu próprio termo,
enquanto alguns consideram “rock’n roll” a música produzida nos anos 1950 por Elvis, Little
Richard e Chuck Berry e utilizando apenas “rock” para se referir a o que veio depois.
Portanto, o autor prefere utilizar a terminologia “pop/rock” pois abrange tanto a era clássica
do pop/rock quanto a música feita sob pressão para se ajustar ao mercado musical
subsequente. É importante ressaltar que o rock gera diversas ramificações de estilos e cada
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uma delas leva nomes diferentes, dependendo da época em que foi feita, do tipo de letra, da
sua ênfase rítmica, do estilo vocal e de diversas outras características. Como já mencionado
anteriormente, no presente trabalho será utilizado “rock” para se referir ao estilo que vem
desde os anos 1950 até o presente.
De acordo com Middleton (2001), “rock” é um termo utilizado para determinar uma
das categorias da música pop e foi utilizado pela primeira vez nos anos 1960 se referindo às
canções que estavam sendo produzidas nos Estados Unidos e Grã-Bretanha. Esses estilos
eram associados principalmente a plateias e músicos jovens e brancos: por exemplo, os
Beatles e os Rolling Stones na Grã-Bretanha e grupos musicais californianos, como Jefferson
Airplane e Grateful Dead. Para o autor, o rock esteve desde o seu início e ainda está associado
a princípios de seriedade e de comprometimento com a arte. São feitas comparações com
estilos mais orientados pelo lucro comercial, como acontece com a música pop, por exemplo.
Posteriormente, o termo “rock" foi aplicado à música que acreditava-se demonstrar o mesmo
senso de compromisso ou derivar o estilo do rock do final da década de 1960. O contraste
rock/pop tornou-se um marco do discurso crítico e histórico. Entretanto, mesmo na década de
1960, as distinções sociológicas e estilísticas entre o rock e o pop foram muitas vezes
atenuadas e isso se tornou cada vez mais evidente a partir dos anos 1970, especialmente após
o punk rock.

1.5 O percurso histórico do rock

O rock’n roll nasceu da controvérsia e a sua imagem de rebeldia sempre foi uma
forma de apelo aos fãs. De acordo com Covach e Flory (2015), em meados dos anos 1950,
muitos espectadores adultos que estavam familiarizados com o sussurro paterno de Bing
Crosby e o balanço suave de Frank Sinatra, ficaram chocados ao ouvir ao blues dançante de
Elvis Presley, que agradou muito aos jovens e adolescentes. Da mesma maneira, mais tarde, o
corte de cabelo dos Beatles incomodou muitos pais que o considerava muito rebelde para a
década de 60. A mesma situação voltou a acontecer nas décadas seguintes: Jim Morrison,
Alice Cooper e David Bowie mudaram alguns valores culturais existentes até então. Segundo
os autores, o centro do movimento rock é o inconformismo e a rebeldia.
Para uma compreensão aprofundada sobre a história do estilo, será resumida a
“Janela do rock” construída por Friedlander (2010). Os elementos da música pop/rock
considerados como importantes na “Janela do rock” serão colocados em contexto, pelo início
da história do estilo. Primeiramente, o autor contextualiza a parte musical do estilo.
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Musicalmente, a história do rock’n roll começa por meio dos estilos rhythm and
blues, blues, country, western e rockabilly, que foram fortes influências à sua sonoridade.
Depois de passar por diversas sonoridades resultantes dos diferentes conjuntos instrumentais
de Chuck Berry, Elvis Presley, Fats Domino entre outros, foi o formato de Buddy Holly que
ganhou bastante impacto na primeira fase do rock e se sucedeu pela invasão inglesa: guitarras,
baixo e bateria. O autor afirma que o piano não se estabeleceu como um instrumento clássico
do rock’n roll pois necessitava de uma refinação não muito presente nos “roqueiros”.
Contudo, na época alguns grupos musicais como The Animals e Allman Brothers
acrescentaram um teclado em sua formação. Uma nova formação surgiu, chamada de power
trio, por meio do grupo The Who, em 1964. Depois disso, foi adotada por artistas como Jimi
Hendrix e Led Zeppelin. Este estilo, formado por três músicos (guitarra, baixo e bateria)
produzia um som hard rock com raízes no blues (Friedlander, 2010).
De acordo com o autor, no ano 1965, era bastante forte a presença de grupos
musicais femininos, geralmente relacionados ao pop, assim como a efervescência dos ídolos
adolescentes, resultado do baby boom. Nesta época, os Beatles estavam fazendo diversas
explorações musicais utilizando instrumentos não tradicionais ao estilo, como instrumentos
orquestrais e cítaras, abrindo caminho para que outros grupos musicais começassem a
explorar novas sonoridades.
O estilo vocal das canções se manteve basicamente o mesmo nos 30 primeiros anos
da história do pop/rock: ia do estilo altamente carregado e emotivo influenciado pela música
gospel e rhythm and blues aos vocais mais contidos e articulados de Buddy Holly, Beatles e
artistas folk. Quebrando este padrão, surgiram artistas como Robert Plant e Johnny Rotten,
que traziam uma sonoridade vocal no mais extremo emocional se comparados aos que os
antecedem. Robert Plant conseguia transmitir sua emoção por meio de uma extensão vocal
com diversas notas agudas e pela sua forma de cantar incomum até o momento. Já os
vocalistas de punk rock, como Johnny Rotten, mantinham elementos considerados não muito
musicais em seu estilo vocal (como gritos), mantendo-se assim longe do mainstream.
Um elemento bastante presente no rock/pop é o solo instrumental. No início do
rock’n roll a maioria das canções continham solos instrumentais, que variavam entre saxofone
tenor, guitarra e piano. A partir do final da década de 1950, os solos de guitarra passaram a
dominar as canções, deixando o saxofone de lado. Já na década de 60, o saxofone voltou a ser
utilizado, mas dessa vez em canções do estilo sweet soul, enquanto os solos de guitarra
dominavam os palcos e o piano desaparecia. No final da década de 70, com o rock
progressivo, alguns grupos musicais executavam solos de guitarra ou de sintetizadores que
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podiam passar de 20 minutos, fazendo com que os instrumentos musicais se tornassem o


centro do show.
No que se refere à estrutura harmônica utilizada no rock’n roll, inicialmente era
bastante simples. Seguia uma progressão de I-IV-V, fortemente influenciada pela forma do
blues em 12 compassos. Também era bastante utilizada a forma canção AABA. Com a
invasão inglesa (predominância de grupos musicais ingleses na música rock), a harmonia do
estilo passou a ficar mais complexa. Ainda assim, o elemento mais constante no rock’n roll
foi a batida, ou seja, a ênfase na base rítmica 2/4, também chamada de backbeat, definido pela
bateria que faz o contraponto “roll” para o acelerado “rock” no baixo. De acordo com
Friedlander: “era a batida (backbeat) que estimulava os corpos dos adolescentes a se mexer
incontrolavelmente e ameaçava os padrões morais de seus pais” (Friedlander, p. 396, 2010).

Assim, a música pop/rock começou com uma batida enérgica, vocal emotivo, a harmonia
simples do rock clássico e, em mais de três décadas, adicionou ou subtraiu instrumentos,
estilos vocais, formatos de solos improvisados e acordes. O tamanho das bandas aumentou, a
música ficou mais alta e poderosa (com a ajuda dos avanços a amplificação de som e
tecnologia de reprodução), e o ritmo ficou mais rápido. Elementos sociais e musicais -
incluindo reintrodução de antigos estilos e materiais - estavam constantemente se fundindo
com gêneros existentes para produzir novas sínteses. Quanto mais as coisas mudavam, mais
permaneciam iguais; a música de Elvis Costello and the Attractions no final dos anos 70
guardava muita semelhança com a do Chuck Berry de 1957 (Friedlander, p. 396, 2010).

Seguindo as características musicais do estilo, o autor faz uma análise histórica sobre
as letras do rock. De acordo com o autor, as letras do estilo causaram polêmica desde sempre,
por conta de suas temáticas de rebeldia, radicalismo, insinuação sexual e tudo o que ia contra
os costumes morais da sociedade da época em que surgiu, com grande apelo ao público
juvenil. Enquanto isso, alguns críticos e também defensores do rock classificavam as letras do
estilo musical como “revolucionárias”. Para o autor, é necessário ficar atento ao contexto em
que as letras foram escritas, pois existe uma mudança constante de valores dentro da cultura
popular.
Uma temática que permeia as letras das canções de rock desde o seu início nos anos
1950 é o amor romântico. Isso fica evidente quando se analisam as canções que ficaram nas
paradas de sucesso. Algumas delas, de artistas como Elvis Presley, Fats Domino e Buddy
Holly, eram canções ingênuas de um amor puro e juvenil, enquanto que outras, como de Little
Richard e Jerry Lee, traziam certos tipos de conotação sexual. Além disso, algumas canções
tratavam sobre o próprio rock e sobre as dificuldades do cotidiano dos adolescentes. Contudo,
letras que criticassem diretamente a sociedade não eram muito comuns no início do rock e não
11

havia ataques diretos aos ideais conservadores. A rebeldia e inserção de “novos valores” eram
encontradas na sonoridade e nas apresentações.
Foi a partir dos anos 1960 que começaram a surgir letras que abordavam e em certas
situações até mesmo desconstruíam tabus, como atração física e sexo antes do casamento,
indo além de apenas relacionamentos amorosos. Além disso, começaram a ser produzidas
músicas que tinham outros objetivos além do sucesso comercial; eram discos longos, com
canções longas, fora dos padrões comerciais da época e que, portanto, não iam para as rádios.
O ano de 1967 foi extremamente importante em relação às letras do pop/rock. As letras
continham temáticas como a luta pelos direitos de minorias, a busca por mais direitos
humanitários e também sobre a guerra do Vietnã. Nos anos seguintes (1968 até 1971),
diversas canções que alcançaram as paradas de sucessos continham temática sobre filosofia,
política e cultura. Dando um salto aos anos 1980, as letras do heavy metal eram centradas no
universo masculino, tendo temáticas bastante variadas neste tópico.

Cada período que sucedia a outro expressava seu desafio de maneiras culturais específicas.
Dez anos depois, assuntos que não eram nem ao menos sussurrados nos anos 50 - drogas,
revolução e homossexualismo - faziam parte do diálogo rock/pop. O comportamento rebelde
e a reivindicação por mudanças sociais difundiram-se no panorama lírico junto com os
velhos e confiáveis sexo e amor. As décadas seguintes veriam canções espantosas falando de
tumultos, holocausto e escravidão sexual. Nas três primeiras décadas do pop/rock, a escala
de temas continuou a se expandir ao mesmo tempo que a polêmica tornou-se menos chocante
e novas confrontações tomavam seu lugar (Friedlander, p. 403, 2010).

Voltando aos anos 1950, as roupas dos artistas transmitiam ao público questões da
sua personalidade e identidade como artista que causava uma espécie de identificação,
complementando a performance do artista. Os movimentos no palco, como ficar de joelhos,
rebolar e dançar sem demonstrar vergonha faziam parte da interpretação de um jovem
rebelde. Já na década de 60, os Beatles, que estavam no início da carreira, passavam uma
imagem de “bons meninos”. Não dançavam e no máximo balançavam a cabeça e batiam os
pés. Suas roupas eram comportadas e exibiam um padrão estético que passava a imagem de
“limpo e carinhoso”. Contrastando com essa atitude, os Rolling Stones, por conta
principalmente de Mick Jagger, passavam a imagem de bad boys.
O final dos anos 1960 foi bastante criativo em relação às performances nos palcos.
Shows de luzes, balões, explosões e até mesmo animais estavam presentes. O extremo das
performances musicais foram os grupos de punk rock, que se automutilavam nos palcos e
faziam uma espécie de dança agressiva junto com o público (roda punk ou mosh). De acordo
com o autor, “cada atitude no palco - ou a ausência delas - transmite mensagens simbólicas
sobre os artistas, seus valores e a plateia que eles querem atingir” (Friedlander, p. 406, 2010).
12

Segundo Friedlander, a grande concentração de discos de sucesso ficou restrita à oito


gravadoras nas décadas de 1970, 80 e 90. Este resultado provocou uma certa homogeneidade
na questão de gostos e sobre o que o ouvinte estava consumindo.
13

2. A MULHER E A MÚSICA

2.1 A mulher e a música ao longo da história

Apesar de este trabalho focar na relação da mulher com a música rock, é importante
ressaltar o papel que a mulher teve na música desde o início da História. Para este
subcapítulo, foi utilizado como referência Grout e Palisca (1994). Um grande nome feminino
que aparece quase despercebido na história da música medieval é o de Hildegard von Bingen
(1098 - 1179), que dentre outras ocupações, foi uma monja beneditina e também compositora
que rompeu os preconceitos à participação das mulheres na música durante o século XII. Ela
teve grande influência política e religiosa em seu tempo, relacionando o universo e a
humanidade em suas ideias, mas mantendo-se fiel ao catolicismo. No campo da música, ela se
mostrou bastante original, deixando peças de canto gregoriano bastante melódicas e
vanguardistas para a época. Fazia a utilização de modos, principalmente o frígio, além de
melismas e de texto em latim. Sua obra pode se resumir em canções voltadas para a liturgia
ou semi-liturgia, sendo compreendidas em duas coletâneas: Ordo Virtutum e a Symphonia
armonie, que contém cerca de 77 canções. É importante ressaltar que ela compunha canções
para serem cantadas especialmente por mulheres, diferente das obras feitas pelos homens da
época. Além disso, era comum que a temática de sua música estivesse relacionada com o
universo feminino.
Filha ilegítima do poeta Giulio Strozzi (1583 - 1652), uma importante representante
do gênero feminino na história da música durante o período barroco foi Barbara Strozzi (1619
- 1677). A cantora e compositora italiana estudou com Francesco Cavalli, compositor
próximo pessoal e artisticamente de Claudio Monteverdi (1567 - 1643). Sua obra é
exclusivamente vocal e composta para soprano lírico, sua própria tessitura. Strozzi compôs
canções seculares variando entre formas de cantatas, árias e duetos. Tem-se o registro de 125
composições em seu nome do período entre 1644 e 1664. Uma das suas importantes
composições do início de sua carreira é Il primo libro di madrigali, opus nº1 (1644). Apesar
de nunca ter sido casada, a cantora e compositora teve quatro filhos.
Também do período barroco é conhecida a musicista francesa Elisabeth Jacquet de
La Guerre (1665 - 1729). Nascida e influenciada por uma família de músicos e luthiers,
Elisabeth cresceu sendo considerada como um prodígio da música. Cravista desde criança, ela
foi aceita na corte francesa durante sua adolescência e lá permaneceu até que se casou com o
organista Marin de La Guerre, com quem se mudou para Versailles em 1684. Assim como
14

Barbara Strozzi, Jacquet compôs em diversas formas musicais, tornando-se uma das poucas
mulheres compositoras e uma das mais conhecidas de sua época. Entre suas obras está a
notável Céphale et Procris (1694), a primeira ópera a ser escrita por uma mulher na França.
Além disso, compôs sonatas, cantatas e suítes.
No século XVII, houve o grande aparecimento de prima donnas, que era o papel
principal de uma ópera, geralmente dado a uma mulher ou a um castrati. Esta personagem era
quem mais cantava e tinha as principais partes da ópera, portanto, era considerada como a
mais importante. O termo prima donna do italiano pode ser traduzido para o português como
“primeira dama” ou ainda “primeira mulher”. Este termo derivou da comedia dell arte
italiana. A partir do século XVIII a expressão passou a ser utilizada não apenas a um papel
específico, mas também à cantora que o desempenhava. Essas mulheres eram consideradas
como narcisistas e exigentes tanto dentro quanto fora do palco (Harris, 2001).
Do período Romântico, podemos citar Fanny Mendelssohn (1805 - 1847), importante
compositora e pianista alemã. No início de sua formação musical, Fanny foi instruída por sua
mãe. Ainda adolescente, a musicista já conseguia tocar todas as 24 peças de O cravo bem
temperado, de Johann Sebastian Bach. Ela e o irmão, Felix Mendelssohn, estudaram piano
com Carl Friedrich Zelter. Apesar de ela ter tido acesso ao estudo da música, o pai de Fanny
afirmava que a atividade deveria ser considerada como um passatempo e não como uma
profissão, como era o caso do seu irmão. Por esse motivo, algumas de suas composições
foram publicadas no nome de Felix. Em 1829 a compositora se casou com Wilhelm Hensel,
que apoiava às suas práticas musicais e composições. Ao longo de sua vida, Fanny
Mendelssohn compôs cerca de 460 obras musicais.
Outra grande personalidade do período Romântico foi Clara Schumann (1819 -
1896), esposa de Robert Schumann. Nascida na Alemanha, ela estudou piano desde os cinco
anos de idade e com 13 anos já começou sua carreira como pianista. Após longa batalha com
seu pai, Clara casou-se com Robert Schumann com quem fez diversas colaborações musicais,
turnês e performances. Depois da morte do marido, Clara sustentou a família por meio das
suas atividades musicais, contando com o apoio do amigo e compositor Johannes Brahms. A
pianista compôs obras para piano, orquestra, música de câmara e lieder.
Já no século XX, a compositora e pianista Amy Beach (1867 - 1944) foi um grande
destaque. Sua sinfonia Gaelic (ou Sinfonia em Mi menor, Op. 32) foi a primeira sinfonia de
uma mulher americana a ser executada por uma orquestra (Orquestra Sinfônica de Boston, em
1896). Apesar de ser americana e com formação musical nos Estados Unidos, Amy conseguiu
projeção na Europa, mais especificamente na Alemanha. Amy Beach compôs peças para
piano, sinfonias, sonatas, entre outras formas musicais. Assim como ela, no século XX as
15

irmãs francesas Lili e Nadia Boulanguer construíram uma carreira musical de sucesso. Nadia
(1887 – 1979) era a irmã mais velha entre as duas, enquanto Lili (1893 – 1918) viveu apenas
24 anos e teve uma curta carreira musical. Contudo, ambas foram pianistas e professoras de
música. Nadia se dedicou a divulgar as obras da irmã falecida e foi uma grande professora de
música no Conservatoire Femina Musique, além de ser uma das primeiras mulheres regentes.
Algumas cantoras de música de concerto do século XX de grande destaque foram
Cecília Bartoli, Maria Callas e Jessye Norman. Nos estilos mais populares como jazz e soul,
são importantes Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Aretha Franklin, Tina Turner e Nina Simone
(que além de cantora, foi uma grande pianista e compositora). Aretha Franklin (1942 - 2018)
foi a primeira mulher a integrar o Rock & Roll Hall of Fame, instituição dedicada a registrar
os artistas mais influentes do rock. É importante ressaltar também que na década de 1960
houve uma explosão de grupos vocais femininos, chamados de “girls groups”, principalmente
nos Estados Unidos. Alguns desses grupos que conquistaram maior destaque foram: The
Crystals, The Ronettes e The Shirelles.
Um dos grandes nomes femininos do rock’n roll é o de Sister Rosetta Tharpe,
considerada por muitos como a “princesa do rock”. De acordo com Wald (2007), além de ser
uma das poucas mulheres negras a ganhar destaque tocando um instrumento, Tharpe foi a
primeira artista gospel a assinar contrato com uma grande gravadora. Depois disso, veio o
grande sucesso como uma cantora pop e um pequeno desvio de sua carreira na música gospel.
De acordo com a autora, Tharpe gerou influências para grandes artistas como Little Richard e
Elvis Presley. Sua carreira como musicista iniciou ainda criança por fortes influências da sua
mãe. Mãe e filha se apresentavam em eventos evangélicos durante a juventude de Rosetta,
que desde então acumulava referências musicais. Misturando estilos seculares com a música
gospel, Rosetta começou algo novo que mais tarde se tornaria muito importante: o rock’n roll.
Ainda assim, a principal questão a se considerar é o seu virtuosismo na guitarra. Segundo
Wald (2007), Tharpe tinha habilidades extraordinárias e tocava muito rápido, qualidade que a
tornou uma grande influência musical para guitarristas que surgiram posteriormente.
Uma das mulheres representantes do rock é Joan Jett (1958 - ), que não apenas
cantava como também tocava guitarra, instrumento musical predominantemente masculino.
Nascida no ano de 1958, na Pensilvânia, Jett se tornou uma das mulheres mais importantes do
rock. Sua relação mais próxima com a música iniciou quando ela tinha 14 anos, quando
ganhou sua primeira guitarra. A vida profissional como musicista teve seu pontapé inicial aos
17 anos de idade, quando Joan Jett fundou o grupo musical de punk rock The Runnaways.
Após o sucesso dentro e fora dos Estados Unidos, principalmente no Japão, o grupo musical
formado apenas por mulheres se dissolveu e Jett começou uma carreira solo. Desde então, a
16

artista fez trabalhos de grande reconhecimento e é considerada como um ícone feminino do


rock’n roll, ganhando notoriedade principalmente por meio da canção I love rock’n roll
(1989). Kennedy (2002) afirma que a guitarrista mantinha uma atitude masculina como uma
forma de confrontar o tipo de comportamento pré-estabelecido de como as mulheres deveriam
se portar. Jett foi apontada como uma dos 100 melhores guitarristas de todos os tempos pela
revista Rolling Stone, na lista de 2009, a qual apresenta apenas Joan como representante do
gênero feminino. Além dela, Joni Mitchell (1943 - ) também apareceu em uma lista da Rolling
Stone de 100 melhores guitarristas de todos os tempos, dessa vez no ano de 2011. Mitchell é
uma cantora e guitarrista de folk rock.
Considerada por muitos como a “rainha do rock and roll”, Janis Joplin (1943 - 1970)
teve uma curta e notável carreira, marcada principalmente pelo seu timbre de voz rasgado e
inconfundível. Influenciada por cantoras de jazz e soul, Janis entrou para o grupo musical Big
Brother and the Holding Company. O auge de sua carreira dentro desse grupo foi com a
apresentação no Festival Pop de Monterey em 1967. Contudo, seu verdadeiro reconhecimento
aconteceu por meio do grupo musical Kozmic Blues Band, que tocou no icônico festival de
Woodstock, com uma performance que se tornou lendária. Por conta de problemas com
drogas e álcool, a cantora faleceu com apenas 27 anos. A autora Fast (2013) ressalta o caso de
Janis Joplin e de Jimi Hendrix, dois artistas que faziam parte de minorias (uma mulher e um
afro-americano, respectivamente) que marcaram a história do rock.
De acordo com Fast (2013), o rock foi um estilo extremamente restrito a homens
brancos e heterossexuais e construiu seu núcleo em uma questão ligada à masculinidade e
empoderamento, fechando espaço para as mulheres e demais minorias sociais. Ainda assim, a
autora ressalta que nos anos 1970 surgiu o grupo musical Heart na cena mainstream, liderada
pelas irmãs Ann e Nancy Wilson. Na mesma década, Fleetwood Mac ganhou destaque, com
Stevie Nicks e Christine McVie, duas mulheres na formação do grupo. Segundo Fast (2013), a
falta de acesso a tecnologias musicais e o desencorajamento geral ao envolvimento das
mulheres com a música, assim como uma cultura socialmente hostil às mulheres, dificultaram
o trabalho das mulheres em busca do rock.
Para a autora (Fast, 2013), o movimento “do it yourself” que começou a surgir nos
anos 1970 contribuiu para a participação das mulheres na música rock e abriu portas para
outros movimentos como o Riot grrrl dos anos 1990. Ainda assim, é relativamente raro
encontramos mulheres na música rock, por conta de todas as dificuldades inerentes ao
cenário. Sobre a década de 1980, Fast cita as guitarristas Jennifer Batten (1957 - ) e Lita Ford
(1958 - ), que embora tenham alcançado um sucesso considerável, não tiveram seus nomes
muito conhecidos na história do rock.
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Por conta do contexto em que cada mulher aqui retratada se encontrava, é possível
considerar que elas romperam certas barreiras de preconceitos existentes sobre a mulher
fazendo música. Contudo, é válido ressaltar que existiram e ainda existem muitas outras
mulheres importantes na música em geral e no rock e que certamente influenciaram muitas
pessoas e musicalidades. Ainda assim, não é cabível para este trabalho todos os nomes e
citações. Por fim, é importante considerarmos a importância de cada uma dessas mulheres
para a presença das demais artistas do gênero feminino que surgiram na música
posteriormente.

2.2 O movimento feminista

Para que seja possível ter uma melhor compreensão da relação entre a mulher e a
música, é necessário que se tenha base sobre o movimento feminista. De acordo com Cusick
(2013), o feminismo é um conjunto heterogêneo de ideias que se baseia em três vertentes. A
primeira dessas vertentes tem como base uma oposição à distribuição hierárquica de poder
baseada na diferença de gênero. A segunda vertente consiste em acreditar que as condições do
cotidiano são resultado das construções sociais e não pré-estabelecidas por uma ordem
natural. A terceira e última vertente consiste na afirmação de que a mulher pode perceber a si
mesma e agir como um grupo social, enquanto respeita as diferenças que consistem na
participação em outros grupos sociais (como de classe, etnia, nacionalidade, religião etc).
O feminismo surgiu no século XIX como um movimento político e social e por pelo
menos 40 anos vem sendo tema de debates acadêmicos, contribuindo para mudanças
epistemológicas associadas ao Pós-modernismo (Cusick, 2013). O feminismo é comumente
dividido em “três ondas”. A primeira onda se refere ao movimento pelos direitos das
mulheres, que vai aproximadamente do final do século XIX até metade do século XX e está
fortemente associada à busca pelo direito de voto feminino. Com início na Inglaterra, as
mulheres que aderiram a essa luta eram denominadas como sufragistas, as quais faziam
passeatas e diversos tipos de greves (Pinto, 2010). Um dos ocorridos mais marcantes da época
foi a morte de Emily Davison, uma das militantes do movimento. Acredita-se que em forma
de protesto, a ativista se jogou na frente de um cavalo do Rei Jorge V na corrida de Derby
Watson Dows do ano de 1913, falecendo logo em seguida. O direito das mulheres ao voto foi
conquistado primeiramente na Nova Zelândia em 1893; em 1918 no Reino Unido; aos poucos
nos Estados Unidos e conquistando pleno direito ao voto a partir de 1920 (Pinto, 2010, p. 15).
18

No Brasil, o voto feminino passou a ser permitido a partir do ano de 1932. Após tal conquista,
a primeira onda do feminismo perdeu a sua força, na década de 1930 aproximadamente.
O movimento feminista voltou a efervescer na década de 1960 com chamada
“segunda onda” do feminismo. Naquele ano, os Estados Unidos estavam mandando os
homens à Guerra do Vietnã, enquanto surgia uma contracultura na Califórnia, pregando um
ideal de “paz e amor” por meio da arte e da política. Enquanto isso, lançavam-se as primeiras
pílulas anticoncepcionais no país e o mundo conhecia grupos musicais como os Beatles e os
Rolling Stones. Obras como O segundo sexo (1949) de Simone de Beauvoir e A mistíca
feminina (1963) de Betty Friednan se tornaram bastante influentes e estabeleceram bases para
a então nova onda feminista (Pinto, 2010, p. 16). A partir da década de 1960, começaram a
surgir as discussões sobre o espaço da mulher no mercado de trabalho, assim como sobre as
relações de poder entre homens e mulheres, enquanto as mulheres exigiam liberdade e
autonomia de escolha sobre o próprio corpo. Por meio da segunda onda do feminismo foi
verificado que a fase anterior do movimento não havia conquistado a igualdade total para
todas as mulheres. A segunda onda pode ser caracterizada como uma fase de luta pelos
direitos reprodutivos e pelas discussões acerca da sexualidade (Cusick, 2013).
A partir dos anos 1990 pôde-se observar um certo hibridismo no movimento
feminista. A terceira onda do feminismo está ligada ao surgimento de formas alternativas,
não-elitistas e hibridizadas de se fazer o movimento. O principal marco do início dessa onda
foram as garotas punk e pós-punk rock e do rap e hip-hop que pregavam as ideias com uma
ideologia que girava em torno da completa negação a corporativismos e da defesa do “faça
você mesmo” (do it yourself). Na mesma época se tornou bastante comum a confecção das
“zines”, que eram publicações independentes que abrangiam arte, quadrinhos, texto etc,
contendo frases de efeito que propagavam as ideias feministas (Cusick, 2013). Juntamente
com o movimento punk, surgiu a subcultura Riot grrrl, no início dos anos 1990 nos Estados
Unidos. De acordo com Amaral e Gelain (2017), tal movimento também ficou conhecido
como punk feminista. O termo Riot grrrl faz alusão a um tipo de “rosnado”, implicando ao
sentimento de raiva, sendo traduzido livremente como “garota rebelde”. O movimento foi
fundado por mulheres que buscavam confrontar o machismo dentro da música, especialmente
presente no punk rock.

As mulheres que organizaram as primeiras reuniões nas quais se formava a subcultura riot
grrrl, as “riot grrrls” ou “riots” (como também chamadas), entraram em debates já iniciados
pelos movimentos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) e feminista há
décadas, no entanto, trouxeram uma perspectiva inteiramente nova no que se trata da
juventude e da sexualidade através de conexões transnacionais. Desta forma, surge com o
19

caráter de um movimento social que contestava tanto o machismo no movimento punk


quanto o sexismo na sociedade em geral (Amaral; Gelain, 2017, p. 6).

A partir do final dos anos 1990, ainda dentro da terceira onda do feminismo, a era
digital deu início a uma nova forma de se fazer o movimento. A internet se tornou um
ambiente livre de comunicação e expressão, dando espaço à mulher, que passou a se tornar
também a criadora de seu próprio conteúdo. Dessa forma, surgiram diversos grupos
feministas que se comunicavam por meio da internet, criando laços entre mulheres do mundo
todo e construindo novos conceitos de se praticar o feminismo. No final da década de 1990,
esses intercâmbios de ideias eram feitos por meio de blogs, eventos científicos e pelo
crescimento da pesquisa acadêmica na área. Atualmente, o crescimento do movimento
feminista na internet se manifesta principalmente por meio das redes sociais, como grupos do
Facebook e Twitter. De acordo com Tomazetti e Brignol “o espaço social e virtual
dinamizado pelas redes digitais proporcionou experiências de ativismo mais livres e acentuou
as possibilidades de desenvolvimento de outros canais de comunicação e intercâmbio
informativo, ampliados para além dos contextos localizados entre as mulheres e suas
comunidades” (Brignol; Tomazetti, 2015, p. 6).
O grande marco do movimento feminista na última década é a “Marcha das Vadias”
(SlutWalk), que iniciou em 2011 em Toronto, no Canadá, como uma forma de resposta e
oposição a um ato machista de um policial canadense em relação às roupas das mulheres. A
partir de então, iniciou-se na comunidade feminista um movimento global de luta pela
liberdade e autonomia do seu próprio corpo. O objetivo da marcha é desconstruir as ideias de
objetificação do corpo da mulher, fazendo isso de forma “ofensiva”. As mulheres utilizam o
corpo como palco de expressão e extravagância da liberdade desejada, com caráter de protesto
(Brignol; Tomazetti, 2015).
Finalmente, quando se trata da relação das mulheres com a música, é importante se
considerar as três ondas do movimento feminista e todas as suas conquistas com relação aos
direitos das mulheres: a primeira onda, datada do final do século XIX até o final da Segunda
Guerra Mundial, que foi marcada pela luta pelo direito do voto feminino. A segunda onda,
reconhecida pela efervescência política dos anos 1960 e a busca por direitos reprodutivos das
mulheres. A terceira onda, mostra-se bastante ligada à música, pois era representada pelo
movimento punk rock, expresso principalmente por meio musical. Por fim, é importante
considerar que atualmente o feminismo apresenta-se como um movimento bastante
hibridizado e ramificado.
20
21

3. METODOLOGIA

3.1 O método

A presente pesquisa se baseia no método descritivo, que se trata de descrever e


estimar as características de determinada população e ainda compreender as relações entre
imagens mentais e o fenômeno estudado (Acevedo; Nohara; 2013). Foi utilizado o
delineamento de pesquisa bibliográfica aliado à pesquisa de levantamento. De acordo com
Acevedo e Nohara (2013), delineamento se refere ao tipo de planejamento que é feito para a
pesquisa, abrangendo o tipo de método utilizado para a coleta de dados e a forma como estes
serão analisados.
Um dos métodos utilizados nesta pesquisa emprega o uso de registro de arquivos,
que se baseia em conteúdo publicado anteriormente que não está diretamente relacionado com
a pesquisa em questão, mas irá se aliar à pesquisa, contribuindo com informações relevantes.
Esses registros podem ser de pesquisas estatísticas, documentos ou até mesmo materiais de
comunicação de massa (Acevedo; Nohara; 2013). A presente pesquisa utilizou principalmente
os registros de comunicação de massa, como jornais, revistas, propagandas e programas de
rádio e televisão. Outra forma de se explicar o tipo de investigação aqui feita, é o método de
análise de conteúdo, que é definido por descrever o conteúdo encontrado em documentos,
sejam eles pessoais ou de veículos de comunicação. Além disso, o essencial dessa abordagem
é analisar a ausência, presença ou frequência de elementos, portanto é importante que haja
uma unidade na forma de análise no que se refere às categorias de classificação dos
documentos. Este delineamento se refere às análises feitas dos gráficos da plataforma digital
da Billboard, que serão utilizados para se criar material comparativo entre homens e mulheres
e mulheres dos estilos pop e rock.

3.2 Billboard - A fonte de dados

A Billboard é uma revista e - atualmente também plataforma digital - especializada


na indústria musical desde os anos 1950. Além disso, também consiste em uma marca de
mídia musical com grande influência por todo o mundo, que abrange a Billboard Magazine,
Billboard.biz, Billboard Conferences, Billboard Bulletin e outras formas de boletins
informativos. A empresa também promove grandes eventos envolvendo o mercado musical,
22

contando com alguns tipos de premiações. Seu principal atrativo são os seus gráficos
construídos por meio dos resultados de venda e consumo musical. Além disso, também gera
conteúdo sobre últimas notícias, questões e tendências em diversos gêneros e estilos musicais.
Além da América do Norte, a empresa também trabalha no Brasil, Grécia, Japão, Coréia e
Rússia. A Billboard foi criada no ano de 1884 e operava em todo o ramo do mercado
publicitário. A partir dos anos 1950, a empresa passou a ter como foco apenas a indústria da
música. Ela pertence à Prometheus Global Media, empresa de mídia global. A Billboard tem
diversas categorias de rankings (ou gráficos), para cada gênero e estilos musicais. Contudo,
sua categoria de maior notoriedade é o Hot 100, que semanalmente aponta os artistas mais
ouvidos nos últimos dias. A plataforma aponta as músicas mais populares da semana em todos
os gêneros e estilos, classificadas por impressões de audiência de rádio, medidas pela Nielsen
Music, dados de vendas compilados pela Nielsen Music e dados de atividade de streaming
fornecidos por fontes de música on-line. Portanto, abrange dados de tempo de ar nas rádios,
vendas de discos e quantidade de streamings em plataformas digitais. Os dados gerados estão
gravados no site da Billboard e podem ser acessados por ano, gênero e estilo musical.
Os arquivos da Billboard foram utilizados como base para a comparação entre
homens e mulheres no pop e no rock e para a comparação da receptividade das artistas
femininas nos dois estilos. As categorias da Billboard utilizadas para a comparação foram
“Pop – Adult Contemporary” e “Rock Mainstream Songs” que são aquelas que têm maior
semelhanças na questão de presença na mídia e de público, buscando uma comparação justa.
As categorias dos rankings utilizadas fazem parte dos arquivos de gráficos gravados na
plataforma e demonstram os artistas que ficaram no topo das paradas durante as semanas. A
pesquisa abrange os anos 1981 até 2017, por conta da disponibilidade de arquivos. Para cada
ano e estilo, foram categorizados os artistas que ficaram em primeiro lugar nos gráficos por
pelo menos uma semana, conforme observado nos anexos 1 e 2.
De acordo Covach e Flory (2015), os melhores gráficos de popularidade de canções
são feitos pela revista e plataforma Billboard, que é bastante útil para fazer comparações, por
exemplo, de qual foi a popularidade de uma canção em um gráfico de blues ou gráfico de
música britânica. Estes gráficos ajudam a compreender qual foi a conclusão geral de
popularidade sobre uma música, álbum ou artista. Contudo, é importante considerar que esses
gráficos não são extremamente precisos a definir a popularidade e sucesso de uma canção,
principalmente no que se refere à sua influência. Alguns álbuns podem ter um alto nível no
ranking e não conseguir influenciar nada do que vem a seguir no cenário musical (Covach;
Flory, 2015). Além disso, é bastante comum acontecer manipulações nos números de vendas
de discos, um grande problema do mercado musical. Ainda assim, os autores afirmam que os
23

gráficos da Billboard são a ferramenta mais eficaz para medir o gosto popular e suas
mudanças.
Considerando a relevância dos dados encontrados na plataforma da Billboard, os
gráficos foram analisados e transformados em tabelas separadas por ano e estilo musical
(Anexo 1 - Rock e Anexo 2 - Pop). As tabelas contêm a quantidade de semanas que as
canções permaneceram no topo do ranking, o nome do artista, o nome da canção e o tipo
formação do grupo durante o ano do lançamento da música em questão. Na questão de
formação, foi apontado se os grupos musicais continham apenas homens (M), homens e
mulheres (M + F) ou apenas mulheres (F). No caso de um artista solo, a informação está
anexada logo ao lado (por exemplo: F – solo). Como forma de sintetizar as informações, logo
abaixo das tabelas de cada ano está o resumo quantitativo de tipos de formação dos grupos.
Após o levantamento de dados, foi feita a comparação entre os estilos aqui estudados
dentro de cada ano, apontando a formação dos grupos e artistas que conquistaram o topo dos
gráficos. As informações levantadas foram brevemente relacionadas com a fundamentação
teórica do presente trabalho, como uma forma de análise e discussão.
24
25

4. APRESENTAÇÃO DE DADOS E DISCUSSÃO

4.1 Resumo e quantificação dos dados

Como forma de sintetizar os dados, abaixo estão as tabelas separadas por década. O
objetivo das tabelas é cruzar os dados de acordo com os anos, separando-os por década, para
uma dimensão maior da questão. Cada tabela apresenta a quantidade de canções que tinham
mulheres na formação do grupo (Mulheres no rock / Mulheres no pop), o total de semanas que
canções com membros do gênero feminino ficaram no topo, para cada estilo musical (Total de
semanas), e da mesma forma para homens (Homens no rock / Homens no pop / Total de
semanas). Para a análise das tabelas, é importante se considerar que um ano tem 52 semanas.
Logo abaixo, encontra-se a tabela da década de 2010, resumindo os dados levantados (Tabela
1):

TABELA 1 – DÉCADA DE 2010. Cruzamento de dados sobre a quantidade de canções com


mulheres e homens na formação que ficaram no topo das paradas de acordo com a Billboard.

Classificação 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010


Mulheres no rock 00 02 02 01 02 00 00 00
Total de semanas 00 03 02 09 04 00 00 00
Homens no rock 15 12 15 13 11 09 11 08
Total de semanas 52 52 52 52 52 52 52 52
Mulheres no pop 05 03 06 03 07 06 05 04
Total de semanas 07 24 26 16 32 46 25 28
Homens no pop 07 06 03 08 07 05 04 04
Total de semanas 44 28 27 37 40 28 29 39

Conforme observado na Tabela 1, a década de 2010 teve uma média de uma canção
com mulheres na formação por ano no rock. A média de tempo no topo das paradas foi de
duas semanas e meia em um ano todo. Já no gênero masculino a média no rock foi de 13
canções com homens na formação, resultando em uma média de 52 semanas com homens no
topo dos gráficos no ano. Na música pop, a média de canções com mulheres no topo dos
26

gráficos foi de 5,5 por ano, resultando em 29 semanas, em média. No caso dos homens, a
média foi de 6,2 canções e 38 semanas no ano.

TABELA 2 - DÉCADA DE 2000. Cruzamento de dados sobre a quantidade de canções com


mulheres e homens na formação que ficaram no topo das paradas de acordo com a Billboard.

Classificação 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000
Mulheres no rock 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
Total de semanas 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
Homens no rock 12 09 08 08 08 06 09 10 08 05
Total de semanas 52 52 52 52 52 52 52 52 52 52
Mulheres no pop 04 04 03 03 02 04 04 04 04 02
Total de semanas 31 40 10 11 23 15 20 35 34 18
Homens no pop 03 02 07 06 04 07 03 05 04 06
Total de semanas 21 14 41 41 28 38 28 18 18 35

De acordo com os resultados apontados na Tabela 2, na década de 2000 a média de


canções no topo dos gráficos com mulheres na música rock foi de zero, o que demonstra que
nenhuma mulher teve participação no topo dos gráficos no estilo musical mencionado. A
média de homens no topo por meio do rock foi de 8,3 por ano, ocupando 52 semanas em
média. Já na música pop, as mulheres obtiveram uma média de três canções por ano na
década de 2000, ocupando 23 semanas no ano. A média para os homens no estilo foi de 4,7,
obtendo 28 semanas por ano no topo.
27

TABELA 3 - DÉCADA DE 1990. Cruzamento de dados sobre a quantidade de canções com


mulheres e homens na formação que ficaram no topo das paradas de acordo com a Billboard.

Classificação 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990
Mulheres no rock 00 00 00 00 00 00 00 00 00 01
Total de semanas 00 00 00 00 00 00 00 00 00 02
Homens no rock 07 12 11 14 11 09 12 13 09 12
Total de semanas 52 52 52 52 52 52 52 52 52 50
Mulheres no pop 02 05 05 03 04 04 05 08 08 08
Total de semanas 21 30 33 36 18 24 23 18 24 26
Homens no pop 03 04 04 03 08 05 08 12 10 11
Total de semanas 39 25 18 28 35 35 38 36 46 29

Conforme levantado na Tabela 3, a média de mulheres no rock foi de 0,1 na década


de 1990, ocupando 0,2 semanas por ano no topo. No caso de membros do gênero masculino, a
média de canções foi de 11 por ano, somando uma média de 52 semanas no ano. Na música
pop, a média de canções com mulheres foi de 5,2 na década de 1990, aproximando-se a 25
semanas com mulheres no topo por ano. No mesmo estilo, as canções com homens na
formação ocuparam 6,8 da média, resultando em 33 semanas por ano no topo dos gráficos.

TABELA 4 - DÉCADA DE 1980. Cruzamento de dados sobre a quantidade de canções com


mulheres e homens na formação que ficaram no topo das paradas de acordo com a Billboard
(a partir de 1981 por conta da disponibilidade da plataforma).

Classificação 1989 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 1980
Mulheres no rock 01 00 01 02 03 03 05 03 01 -
Total de semanas 01 00 02 05 06 06 12 08 01 -
Homens no rock 19 19 19 21 20 16 16 20 11 -
Total de semanas 50 52 50 47 46 46 40 44 40 -
Mulheres no pop 07 10 11 10 06 03 06 04 09 -
Total de semanas 17 19 24 24 14 09 19 09 22 -
Homens no pop 16 22 19 14 18 14 15 16 17 -
Total de semanas 42 45 44 43 49 41 42 48 45 -
28

Segundo a Tabela 4, a média de canções com formação contendo mulheres no rock


na década de 1980 foi de 2,1, ocupando aproximadamente quatro semanas e meia no topo dos
gráficos. A média de canções com membros do gênero masculino foi de 17,8 por ano,
ocupando 46 semanas em média. Já na música pop a média das mulheres foi de 7,3, obtendo
uma média de 17 semanas no topo por ano. Para os homens o resultado foi de 16,7 ao ano,
resultando em 44 semanas no topo.

4. 2 Discussão

Conforme os dados apresentados anteriormente, podemos observar que as mulheres


obtiveram níveis de recepção de público menores do que os homens em todas as décadas
estudadas e em ambos os gêneros pop e rock. Apesar disso, a diferença se mostra maior ou
menor de uma década para outra. Por meio disso, podemos identificar alguns elementos
apresentados na fundamentação teórica.
O primeiro elemento identificado trata das letras da música rock. De acordo com
Friedlander (2010), as canções de rock costumam ter temáticas de rebeldia, revolução,
inconformismo e insinuação sexual. Ao analisarmos o Anexo 1, podemos observar que um
dos grupos musicais que chegou ao topo da lista da Billboard em mais de um ano, na década
de 2000, foi The Pretty Reckless. Liderado por Taylor Momsem nos vocais, o grupo se mostra
dentro dos padrões do rock, mesmo contendo um membro do gênero feminino. A letra da
canção Messed up world (2014), por exemplo, pode ser interpretada com este caráter de
rebeldia e inconformismo abordado por Friedlander, quando ela canta “Sex and love and guns
light a cigarette / Fucked up world / What do you get from it? ” (tradução: “Sexo e amor e
armas, acenda um cigarro / Mundo fodido / O que você ganha com isso?”). Mais casos como
esse aparecem nas demais décadas estudadas, como por exemplo o grupo Halestorm com a
canção Apocalyptic (2015), que contém frases sobre sexo e conteúdo que pode ser
considerado agressivo.
Ao que se refere à música pop, Warwick afirma que nesse estilo existe a preferência
por temas relacionados a amor romântico e assuntos genéricos. Conforme os dados
apresentados no Anexo 2, que contém os artistas que ficaram no topo da lista da Billboard na
música pop, conseguimos encontrar a palavra “love” (tradução: “amor”) em 60 títulos de
canções que foram as mais vendidas entre 1981 e 2017 no pop. Para a autora (Warwick,
2013), a música pop é o estilo que mais aborda uma temática considerada como do universo
feminino. Apesar disso, os homens demonstram maior nível de vendas em todas as décadas
29

estudadas do estilo. Este fenômeno pode indicar que a feminilidade não está completamente
relacionada com quem faz a música e sim para quem ela é feita. Dessa forma, podemos
constatar o predomínio dos homens em ambos os gêneros musicais aqui estudados.
Outro elemento identificado por meio deste trabalho foi sobre a questão de postura,
ou seja, a atitude do artista dentro e fora do palco. Em relação ao rock, Friedlander (2010)
aponta que a postura dos artistas desse gênero está frequentemente ligada a elementos que
demonstram robusticidade, agressividade e independência. Conforme observado no Anexo 1,
uma das artistas que chegou em primeiro lugar de vendas no rock foi Joan Jett, com a canção I
love rock and roll, de 1981 (utilizada como parte do título deste trabalho). De acordo com
Kennedy (2002), a guitarrista tem uma personalidade forte que expressa esta agressividade
que pode lembrar um comportamento previamente considerado como “masculino”. Além de
Joan Jett, o mesmo acontece com a vocalista e guitarrista do grupo The Pretenders, que com a
canção Don’t get me wrong (1986) e uma performance robusta chegou a ficar em primeiro
lugar na lista da Billboard.
Baseando-se na conceitualização de Friedlander por meio da Janela do Rock (2010),
podemos constatar que o estilo vocal da música rock é bastante emotivo e carregado por um
toque de agressividade. Este também é um elemento que pode contribuir para que uma canção
com formação feminina chegue no topo de vendas. Conforme podemos observar no Anexo 1,
artistas que apareceram no topo da Billboard em todas as décadas estudadas mostram
características de agressividade na voz. Podemos observar esse elemento com vocal feminino
na formação em canções como Black Velvet (1989) de Alannah Myles, Take me down (2016)
de The Pretty Reckless, Apocalyptic (2015) de Halestorm, por exemplo. Nesse caso, as
vocalistas utilizam uma técnica vocal chamada drive que gera distorções na voz, produzindo
um som rouco que pode passar a ideia de agressividade abordada por Friedlander como
característica do rock.
Novas categorias de feminismo começaram a surgir a partir dos anos 1990 por meio
do que foi nomeado como terceira onda do feminismo (Cusick, 2013). Influenciada
diretamente pelo movimento do it yourself que começou a surgir na década anterior, as
garotas que participavam do Riot grrrl buscavam a sua independência e seu lugar na música,
lutando contra o machismo presente especialmente no punk rock. Apesar disso, conforme
podemos observar no Anexo 1, nos anos 1990 houve o aparecimento de apenas uma artista do
gênero feminino no topo de vendas. Este fenômeno pode indicar que a efervescência das
mulheres na música aconteceu principalmente na cena underground, ou seja, não estava
diretamente relacionada com o aparecimento na mídia.
30

De acordo com as médias por década apresentadas na subcapítulo anterior, podemos


verificar que na música pop o número de vendas de canções com mulheres foi se tornando
cada vez maior ao longo do tempo entre 1981 e 2017. Alguns elementos podem ter
contribuído para tal fenômeno. Conforme abordado por Brignol e Tomazetti (2015), o
aparecimento de grupos feministas na internet tem contribuído para uma nova era do
movimento, que vem se fortalecendo e ganhando espaço. Este fenômeno pode ter
influenciado o aumento da presença das mulheres no topo de vendas da música pop, mesmo
que persista sendo mais baixa que os homens. Na década de 2010, por exemplo, verificamos o
surgimento da Marcha das Vadias, que nasceu no Canadá e se espalhou por todo o mundo
(Brignol; Tomazetti, 2015). Coincidentemente, a mesma década foi a mais favorável para as
mulheres na música pop, com uma média de vendas mais próxima a dos homens. É
importante considerar que a Marcha das Vadias tem o objetivo de desconstruir as ideias de
objetificação do corpo da mulher, por meio da exposição do mesmo.
Sintetizando o que foi apontado acima, podemos assinalar que a relação das mulheres
com o rock apresenta barreiras porque o conceito do gênero é estreitamente ligado às ideias de
masculinidade, como uma postura agressiva, que não é comumente demonstrada por uma
mulher. Dessa forma, o espaço no rock fica fechado para as artistas do gênero feminino que
não abrem mão de uma feminilidade socialmente imposta às mulheres. Já na música pop essas
características são mais facilmente aceitas. Apesar disso, os homens têm melhores níveis de
vendas em ambos os estilos musicais aqui estudados.
31

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste trabalho foi abordada a relação das mulheres com o rock e seu nível
de recepção em comparação aos homens e também em comparação à música pop. Foi
possível considerar que o rock é um gênero musical que apresenta diversas características que
estão ligadas a ideias de masculinidade. Podemos observar tais características na temática das
letras, no estilo vocal e nas performances de palco e em videoclipes. A mulher sempre
precisou lutar pelo seu espaço no mercado de trabalho e mais especificamente na música,
conforme o que foi acentuado na fundamentação teórica deste trabalho. Na música rock e pop
isso se afirma. Apesar da efervescência do movimento feminista ao longo dos anos, a
disparidade em níveis de recepção ainda é absurdamente grande no rock. Contudo, felizmente,
no pop este cenário está cada vez mais perto de ser uniforme.
Conforme apontado na introdução, o objetivo geral do trabalho era constatar a
disparidade de níveis de recepção entre mulheres e homens na música rock. Foi possível
atingir esse objetivo, constatando que de fato há uma disparidade muito grande nos níveis de
recepção entre homens e mulheres no rock. A presente pesquisa tinha como um dos objetivos
específicos o de compreender a relação da mulher com o rock e com o pop, fazendo uma
comparação dos resultados de vendas entre as mulheres e homens dos dois estilos. Esse
objetivo foi atingido por meio das tabelas de cruzamento de dados apresentadas no capítulo
quatro deste trabalho, que demonstra que na música pop se repete a predominância dos
homens no topo das listas da Billboard. O último objetivo específico do trabalho foi o de
associar alguns elementos do contexto social e de conceitos dos gêneros estudados com os
resultados de vendas das décadas analisadas. Este objetivo foi atingido, apresentando
brevemente as relações na discussão do trabalho.
A importância desta pesquisa está na constatação de que ainda há muitas restrições
para a mulher dentro do mercado musical, assim como na sociedade no geral. É necessário
estar ciente do cenário para que possa haver melhor compreensão sobre o mercado da música,
dando possibilidades para a mulher abrir seu espaço na música rock. Dessa forma, considera-
se que ainda existe muito a ser pesquisado sobre o tema, aprofundando-se nas décadas e em
seu contexto social e histórico. Além disso, deixa-se a sugestão de se pesquisar sobre as
mulheres no rock underground, cenário musical diferente do mainstream.
32
33

REFERÊNCIAS

ACEVEDO, Claudia R.; NOHARA, Jouliana J. Como fazer monografias; TCC,


dissertações e teses. São Paulo: Atlas, 2013.

AMARAL Adriana; GELAIN, Gabriela. Girls Rock Camps no Brasil: continuidade


subcultural e presença no Riot Grrrl. IS Working Papers, Porto, 3ª série, nº 58, 2017.

BEARD, David; GLOAG, Kenneth. Musicology: The Key Concepts. London: Routledge,
2005.

BILLBOARD, About Billboard Magazine. Disponível em:


<https://www.billboard.com/p/footer/biz>. Acesso em: 22/05/2018.

BRIGNOL, Liliane Dutra; TOMAZETTI, Tainan Pauli. O feminismo contemporâneo: a


(re)configuração de um terreno comunicativo para as políticas de gênero na era digital.
In: 10° ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA NA MÍDIA, jun. 2015, Rio Grande
do Sul, UFRGS, 2015.

CAVALLINI, Marta. Mulheres ganham menos que os homens em todos os cargos e áreas,
diz pesquisa. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/concursos-e-
emprego/noticia/mulheres-ganham-menos-que-os-homens-em-todos-os-cargos-e-areas-
diz-pesquisa.ghtml>. Acesso em: 17/04/2018.

COVACH, John; FLORY, Andrew. What’s that sound? 4.ed. New York: W. W. Norton &
Company, 2015.

FEMINISM AND AMERICAN MUSIC. In: CUSICK, Suzanne G. Grove Music Online.
Oxford Music Online: Oxford University Press. 2013. Acesso em: 03/07/2018.

FRIEDLANDER, Paul. Rock and roll. 6.ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.

FRITH, Simon; STRAW, Will; STREET, John. Pop and rock. Cambridge University Press.
Cambridge, 2001.

GROUT, Donald J.; PALISCA, Claude V. História da música ocidental. 1.ed. Lisboa:
Gradiva, 1994.

KENNEDY, Kathleen. Results of a misspent youth: Joan Jett’s performance of female


masculinity. Women’s history review, Londres, v. 11, n. 1, 2002.

PINTO, Célia R. J. Feminismo, história e poder. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v.


18, n. 36, p. 15-23, 2010.

POP. In: WARWICK, Jacqueline. Grove Music Online. Oxford Music Online: Oxford
University Press. 2013. Acesso em: 09/06/2018.

POPULAR MUSIC. In: MANUEL, Peter; MIDDLETON, Richard. Grove Music Online.
Oxford Music Online: Oxford University Press. 2001. Acesso em: 17/07/2018.
34

PRIMA DONNA. In: HARRIS, Ellen T. Grove Music Online. Oxford Music Online: Oxford
University Press. 2001. Acesso em: 15/09/2018.

ROCK. In: MIDDLETON, Richard. Grove Music Online. Oxford Music Online: Oxford
University Press. 2001. Acesso em: 09/06/2018.

ROCK. In: FAST, Susan. Grove Music Online. Oxford Music Online: Oxford University
Press. 2013. Acesso em: 09/06/2018.

TELES, Maria Filipa. Música pop: da estética, conceitos e preconceitos. Dissertação


(Mestrado em Estudos Americanos). Universidade Aberta: Lisboa. 2008.

WALD, Gayle. Shout, Sister, Shout!: the untold story of rock-and-roll trailblazer Sister
Rosetta Tharpe. 1. ed. Boston: Beacon Press, 2007.
35

FONTE

BILLBOARD, Charts Archive. Disponível em: <https://www.billboard.com/archive/charts>.


Acesso em: 12/05/2018.
36
37

ANEXO 1 – TABELA DE COLETA DE DADOS DE RECEPÇÃO DE MÚSICA ROCK.


Dados coletados pela plataforma Billboard.

Mainstream Rock - 2017

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 Papa Roach Help M

6 Theory Of A Deadman Rx (Medicate) M

5 Greta Van Fleet Highway Tune M

4 Shinedown How did you love M

4 Seether Let you down M

4 Stone Sour Song #3 M

4 Foo Fighters Run M

4 Foo Fighters The sky is a neighborhood M

3 Highly Suspect My name is human M

3 Royal Blood Lights out M

2 Ghost Square Hammer M

2 Metallica Atlas, rise! M

2 Breaking Benjamin Never again M

1 Green Day Still breathing M

1 Volbeat ft. Danko Jones Black rose M

1 Nothing More Go to war M


M = 16
Total de 15 artistas.

Mainstream Rock - 2016

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

9 Volbeat The devil’s bleeding crown M

7 Disturbed The sound of silence M

6 Shinedown State of my head M

4 Chevelle Joyride (omen) M

7 Green Day Bang bang M

4 Highly Suspect My name is human M

3 Red Hot Chili Peppers Dark Necessities M

3 Disturbed The light M

2 Five Finger Death Punch Wahs it all away M

2 Red Sun Rising Emotionless M


38

2 The Pretty Reckless Take me down M + F (vocal)

1 Metallica Hardwired M

1 Skillet Feel invincible F+M

1 Disturbed Open your eyes M


M = 12
M+F=2
Total de 14 artistas.

Mainstream Rock - 2015

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

9 Breaking Benjamin Failure M

6 Three Days Grace I am a machine M

5 Foo Fighters Something from nothing M

7 Shinedown Cut the cord M

4 Pop Evil Footsteps M na época, F na bateria 2016

4 Breaking Benjamin Angels fall M

3 Foo Fighters Congregation M

2 Zac Brown Band feat. Chris Cornell Heavy is the head M

2 Bring Me The Horizon Throne M

2 Disturbed The Light M

1 The Pretty Reckless Follow me down M + F (vocal)

1 Papa Roach face everything and rise M

1 Halestorm Apocalyptic M + F (vocal)

1 The Offspring Coming for you M

1 Royal Blood Little monster M

1 Disturbed The vengeful one M

1 Red Sun Rising The otherside M


M = 15
M+F=2
Total de 15 artistas.

Mainstream Rock - 2014

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

8 Foo Fighters Something from nothing M

7 Avenged Sevenfold Shepherd of fire M

5 The Pretty Reckless Heaven knows M + F (vocal)

5 Seether Words as weapons M

4 Three Days Grace Painkiller M


39

4 The Pretty Reckless Messed up world M + F (vocal)

3 Five Finger Death Punch Battle born M

3 Chevelle Take out the gunman M

3 Linkin Park feat. Rakim Guilty all the same M

3 Godsmack 1000hp M

2 Nickelback Edge of a revolution M

2 Pop Evil Torn to pieces M na época, F na bateria


2016

1 Stone Sour Tired M

1 Linkin Park Until it’s gone M

1 Slash ft. Myles Kennedy & The World on fire M


Conspirators
M = 13
M +F=2
Total de 14 artistas.

Mainstream Rock - 2013

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

10 Avenged Sevenfold Hail to the king M

5 Soundgarden Been away too long M

4 Pop Evil Trenches M

3 Korn Never never M

5 Alice In Chains Hollow M

3 Alice In Chains Stone M

3 Volbeat The Hangman’s body count M

2 All That Remains Stand up M + F (baixo)

2 Halestorm Freak like me M + F (vocal)

2 Soundgarden By crooked steps M

2 Device Vilify M

2 Five Finger Death Punch Battle born M

1 Volbeat Heaven nor hell M

1 Young Guns Bones M

1 Three Days Grace The high road M

1 Five Finger Death Punch ft. Rob Lift me up M


Halford

1 Stone Temple Pilots with Chester Out of time M


Bennington

1 Volbeat Lola Montez M

1 Pop Evil Deal with the devil M na época, F na bateria


40

2016
M = 17
M + F = 2 (sendo uma delas no vocal e a outra no baixo)
Total de 13 artistas.

Mainstream Rock - 2012

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

13 Three Days Grace Chalk outline M

12 Shinedown Bully M

7 Chevelle Face to the floor M

6 Soundgarden Live to rise M

4 Shinedown Unity M

2 Slash ft.Myles Keneddy & The You’re a lie M


Conspirations

2 Volbeat Still couting M

2 Soundgarden Been away too long M

1 Linkin Park Burn it down M

1 Five Finger Death Punch Coming down M

1 Adelitas Way Criticize M


M = 11
Total de 9 artistas.

Mainstream Rock - 2011

Semanas nas Artista Canção Formação


paradas

10 Seether Country song M

7 Alter Bridge Isolation M

5 Foo Fighters Rope M

4 Foo Fighters Walk M

7 Staind Not again M

4 Chevelle Face to the floor M

3 Shinedown Diamond eyes (Boom-lay boom-lay boom) M

3 Theory Of A Deadman Lowlife M

2 Sixx: A.M. Lies of the beautiful people M

1 Three Days Grace World so cold M

1 Saving Abel The sex is good M

1 Seether Tonight M
M = 12
Total de 11 artistas.
41

Mainstream Rock - 2010

Semanas nas Artista Canção Formação


paradas

8 Three Days Grace Break M

8 Alice In Chains Your decision M

8 Disturbed Another way to die M

8 Stone Sour Say you’ll haunt me M

5 Three Days Grace The good life M

5 Godsmack Cryin’like a bitch! M

4 Ozzy Osbourne Let me hear you scream M

3 Three Days Grace World so cold M

2 My Darkest Daysft. Zakk Wylde Porn star dancing M

1 Shinedown The crow & the butterfly M


M = 10
Total de 8 artistas.

Mainstream Rock - 2009

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

9 Shinedown Second chance M

8 Linkin Park New divide M

8 Alice In Chains Check my brain M

6 Papa Roach Lifeline M

4 Nickelback Something in your mouth M

3 Green Day Know your enemy M

3 Shinedown Sound of madness M

3 Godsmack Whiskey hangover M

3 Three Days Grace Break M

2 Metallica Cyanide M

2 Breaking Benjamin I will not bow M

1 Cavo Champagne M
M = 12
Total de 12 artistas.

Mainstream Rock - 2008

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

14 Disturbed Inside the fire M

9 Puddle Of Mudd Psycho M


42

7 Metallica The day that never comes M

7 Seether Fake it M

3 3 Doors Down It’s not my time M

3 Shinedown Devour M

3 AC/DC Rock n roll train M

2 Theory Of A Deadman Bad girlfriend M

1 Apocalyptica ft. Adam Gontier I don’t care M

1 Shinedown Second chance M


M = 10
Total de 9 artistas.

Mainstream Rock - 2007

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

11 Three Days Grace Pain M

8 Linkin Park What I’ve done M

7 Three Days Grace Never too late M

7 Seether Fake it M

7 Breaking Benjamin Breath M

6 Foo Fighters The pretender M

5 Ozzy Osbourne I don’t wanna stop M

1 Finger Eleven Paralyzer M


M=8
Total de 8 artistas.

Mainstream Rock - 2006

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

12 Red Hot Chilli Peppers Dani California M

7 Three Days Grace Animal I have become M

7 Stone Sour Through glass M

6 Godsmack Speak M

6 Nickelback Animals M

5 Shinedown Save me M

4 Tool The pot M

3 Disturbed Land of confusion M

2 Three Days Grace Pain M


M=9
Total de 8 artistas.
43

Mainstream Rock - 2005

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

13 Green Day Boulevard of broken dreams M

8 Seether Remedy M

7 Audioslave Be yourself M

7 Nickelback Photograph M

6 Shinedown Save me M

4 Foo Fighters Best of you M

3 Green Day Holiday M

2 Staind Right here M

1 Mudvayne Happy? M
M=9
Total de 8 artistas.

Mainstream Rock - 2004

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

13 Nickelback Figured it out M

11 Velvet Revolver Fall to pieces M

9 Velvet Revolver Slither M

8 Jet Cold hard bitch M

3 Linkin Park Numb M

3 Three Days Grace Just like you M

3 Linkin Park Breaking the habit M

2 Chevelle Vitamin R (leading us along) M


M=8
Total de 6 artistas.

Mainstream Rock - 2003

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

14 Staind So far away M

12 3 Doors Down When I’m gone M

12 Audioslave Like a stone M

4 Chevelle Send the pain below M

3 Puddle Of Mudd Away from me M

2 Godsmack Straight out of line M

2 A Perfect Circle Weak and powerless M


44

1 Linkin Park Somewhere I belong M

1 Trapt Headstrong M

1 Trapt Still frame M


M = 10
Total de 9 artistas.

Mainstream Rock - 2002

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

10 Puddle Of Mudd Blurry M

7 Red Hot Chilli Peppers By the way M

6 Creed My sacrifice M

6 Puddle Of Mudd Drift & die M

5 3 Doors Down When I’m gone M

4 Godsmack I stand alone M

4 Nirvana You know you’re right M

3 Nickelback Too bad M

3 Nickelback Never again M

2 Chad Kroeger ft. Josey Scott Hero M

1 System Of A Down Aerials M

1 Puddle Of Mudd She hates me M


M = 12
Total de 10 artistas.

Mainstream Rock - 2001

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

20 Staind It’s been awhile M

13 Nickelback How you remind me M

5 Aerosmith Jaded M

4 3 Doors Down Loser M

3 3 Doors Down Duck and run M

3 Creed My sacrifice M

2 Aaron Lewis ft. Fred Durst Outside M

1 Godsmack Awake M

1 Tantric Breakdown M
M=9
Total de 8 artistas.
45

Mainstream Rock - 2000

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

17 3 Doors Down Loser M

9 3 Doors Down Kryptonite M

7 Metallica No leaf clover M

7 Metallica I disappear M

4 AC/DC Stiff upper lip M

4 Creed With arms wide open M

2 Creed Higher M

2 Red Hot Chilli Peppers Californication M


M=8
Total de 5 artistas.

Mainstream Rock - 1999

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

15 Collective Soul Heavy M

14 Creed Higher M

10 Red Hot Chilli Peppers Scar tissue M

6 Metallica Turn the page M

3 Buckcherry Lit up M

3 Def Leppard Promises M

1 Everlast What it’s like M - solo


M = 7 (sendo um deles artista solo).
Total de 7 artistas.

Mainstream Rock - 1998

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

10 Days Of The New The down town M

6 Pearl Jam Given to fly M

6 Van Halen Without you M

6 Creed What’s this life for M

5 Metallica Turn the page M

6 The Kenny Wayne Sheperd Band Blue on black M

4 Brother Cane I lie in the bed I make M

3 Lenny Kravitz Fly away M - solo

3 Days Of The New Touch, peel and stand M


46

2 Jimmy Page & Robert Plant Most high M

1 KISS Psycho circus M


M = 12
Total de 12 artistas.

Mainstream Rock - 1997

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

13 Days Of The New Touch, peel and stand M

5 The Wallflowers One headlight M

5 Aerosmith Falling in love (is hard on the knees) M

5 Sammy Hagar Little white lie M

5 Tonic If you could only see M

5 Collective Soul Listen M

4 Collective Soul Precious declaration M

4 Aerosmith Pink M

3 Soundgarden Blow up the outside world M

2 The Offspring Gone away M

1 Stone Temple Pilots Lady picture show M


M = 11
Total de 11 artistas.

Mainstream Rock - 1996

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

8 Metallica Until it sleeps M

6 Van Halen Me wise magic M

5 Soundgarden Burden in my hand M

4 Seven Mary Three Cumbersome M

4 Collective Soul The world I know M

4 Spacehog In the meantime M

4 Stone Temple Pilots Trippin’ on a hole in a paper heart M

3 Everclear Santa Monica (watch the world die) M

3 Rush Test for echo M

3 Metallica Hero of the day M

2 The Smashing Pumpkins 1979 M na época

2 Collective Soul Where the river flows M

2 Van Halen Humans being M

1 Soundgarden Blow up the outside world M


47

M = 14
Total de 13 artistas.

Mainstream Rock - 1995

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

10 Live Lightning crashes M

9 Collective Soul December M

6 Brother Cane And fools shine on M

6 Pearl Jam Better man M

5 Goo Goo Dolls Name M

4 Red Hot Chilli Peppers My friends M

3 Silverchair Tomorrow M

3 AC/DC Hard as rock M

3 Van Halen Don’t tell me (what love can do) M

2 Pearl Jam Better man M

1 U2 Hold me, thrill me, kiss me, kill me M


M = 11
Total de 10 artistas.

Mainstream Rock - 1994

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

15 Stone Temple Pilots Interstate love song M

8 Collective Soul Shine M

7 Soundgarden Black Hole Sun M

6 Pink Floyd Keep talking M

4 Aerosmith Deuces are wild M

4 ZZ Top Pincushion M

3 Pearl Jam Daughter/Yellow Ledbetter M

2 Alice In Chains No excuses M

2 Stone Temple Pilots Vasoline M


M=9
Total de 8 artistas.

Mainstream Rock - 1993

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

9 Aerosmith Livin’ on the edge M

6 Coverdale/Page Pride and joy M

6 Aerosmith Cryin’ M
48

5 Def Leppard Stand up (kick love into motion) M

4 Cry Of Love Peace pipe M

4 Rush Stick it out M

4 Pearl Jam Daughter/Yellow ledbetter M

2 Lenny Kravitz Are you gonna go my way M - solo

2 AC/DC Big gun M

2 John Mellencamp What if I came knocking M - solo

2 Blind Melon No rain M

2 Tom Petty And The Heartbreakers Mary Jane’s last dance M


M = 12
Total de 11 artistas, dois deles sendo artistas solo.

Mainstream Rock - 1992

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

11 The Black Crowes Remedy M

9 U2 Mysterious ways M

6 Bad Company How about that M

5 The Black Crowes Hotel Illness M

3 Bruce Springsteen Human touch/better days M - solo

3 U2 Even better than the real thing M

2 John Mellencamp Again tonight M - solo

2 U2 One M

2 The Black Crowes Sting me M

2 Extreme Rest in peace M

1 Def Leppard Let’s get rocked M

1 Peter Gabriel Diggin in the dirty M - solo

1 Bon Jovi Keep the faith M


M = 13
Total de 9 artistas, 3 deles sendo artistas solo.

Mainstream Rock - 1991

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

7 Sting All this time M - solo

6 Yes Lift me up M

6 Tom Petty and The Heartbreakers Learning yo fly M

4 Van Halen Runaround M

4 Rush Dreamline M
49

3 The Rolling Stones Highwire M

3 R.E.M. Losing my religion M

3 U2 Mysterious ways M

4 Van Halen Top of the world M


M=9
Total de 8 artistas, 1 deles sendo solo.

Mainstream Rock - 1990

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 Robert Plant Hurting kind M - solo

5 ZZ Top Doubleback M

4 INXS Suicide blonde M

4 ZZ Top Concrete and steel M

4 ZZ Top My head’s in Mississippi M

3 Eric Clapton Bad love M - solo

3 Johnny Van Zant Brickyard road M - solo

2 Rod Stewart Downtown train M - solo

2 Alannah Myles Black valvet F - solo

2 Billy Idol Cradle of love M

2 Bad Company Holy water M

2 The Black Crowes Hard to handle M

2 Steve Winwood One and only man M - solo


M = 12, 4 deles sendo artistas solo.
F = 1, artista solo.
Total de 11 artistas.

Mainstream Rock - 1989

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

5 Tom Petty I won’t back down M - solo

5 The Rolling Stones Mixed emotions M

5 The Rolling Stones Rock and a hard place M

5 Eric Clapton Pretending M - solo

4 The Fixx Driven out M

4 Don Henley The end of the innocence M - solo

3 The Replacements I’ll be you M

3 The Doobie Brothers The doctor M

3 Stevie Ray Vaughan And Double Crossfire M


Trouble
50

2 U2 Angel of harlem M

2 Crosby, Stills, Nash & Young Got it made M

2 Aerosmith Love in elevator M

1 Eddie Money The love in your eyes M - solo

1 R.E.M. Stand M

1 Chris Rea Working on it M - solo

1 Julian Lennon Now you’re in heaven M - solo

1 Stevie Nicks Rooms in fire F - solo

1 Tom Petty Runnin’ down a dream M

1 The Call Free fallin’ M

1 Rush Show don’t tell M


M = 19, 6 deles sendo artistas solo.
F = 1, artista solo.
Total de 18 artistas.

Mainstream Rock - 1988

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 Robert Plant Heaven knows M - solo

5 U2 Desire M

4 David Lee Roth Just like paradise M - solo

4 Robert Plant That cool one M - solo

4 Steve Winwood Roll with it M - solo

4 Little Feat Hate to lose your lovin’ M

3 Bruce Hornsby & The Range The valley road M

3 Van Halen Black and blue M

3 Robert Palmer Simply Irresistible M - solo

3 U2 Angel of harlem M

2 Foreigner Say you will M

2 Steve Winwood Don’t you know what the night can do M - solo

2 Randy Newman It’s money that matters M - solo

2 R.E.M. Orange crush M

1 Pink Floyd On the turning away M

1 Henry Lee Summer I wish I had a girl M

1 The Smithereens Only a memory M

1 Van Halen When it’s love M

1 Tommy Conwell And The Young I’m not your man M


Rumblers
M = 19, 5 deles sendo de artistas solo.
51

Total de 16 artistas.

Mainstream Rock - 1987

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 U2 With or without you M

5 John Mellencamp Paper in fire M - solo

5 Lou Gramm Midnight blue M - solo

4 Tom Petty And The Heartbreakers Jammin’ me M

4 Bob Seger Shakedown M - solo

4 Bruce Springsteen Tunnel of love M - solo

3 Sammy Hagar Give to live M - solo

3 Grateful Dead Touch of grey M (F em outros anos)

3 Pink Floyd Learning to fly M

3 Yes Love will find a way M

2 Pretenders My baby M + F(vocal)

2 Foreigner Say you will M

1 Steve Miller I want to make the world M - solo

1 Eric Clapton It’s in the way you use it M - solo

1 The Gregg Allman Band I’m no angel M

1 Peter Wolf Como as you are M - solo

1 Richard Marx Don’t mean nothing M - solo

1 Bruce Springsteen Brilliant Disguise M - solo

1 John Mellencamp Cherry bomb M - solo


M = 19, sendo 9 deles como artistas solo.
M + F = 1 (F no vocal).
Total de 18 artistas.

Mainstream Rock - 1986

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

5 Steve Miller I want to make the world M - solo

4 Mike + The Mechanics Silent running M

4 The Firm All the kings horses M

4 Steve Winwood Higher love M - solo

3 Van Halen Why can’t this be love M

3 Julian Lennon Stick around M - solo

3 Genesis Invisible touch M

3 Genesis Throwing it all away M


52

3 Boston Amanda M (F mais tarde)

3 Pretenders Don’t get me wrong M + F (vocal)

2 ZZ Top Stages M

2 Robert Palmer Addicted to love M - solo

2 Bob Seger Like a rock M - solo

2 Peter Gabriel Sledgehammer M - solo

2 The Fixx Secret separation M

2 Eddie Money Take me home tonight M - solo

1 Mr. Mister Kyrie M

1 Eurythmics Missionary man M+F

1 Peter Gabriel In your eyes M - solo

1 Ric Ocasek Emotion in emotion M

1 Huey Lewis & The News Hip to be square M


M = 21, sendo 7 deles artistas solo
M+F=2
Total de 19 artistas.

Mainstream Rock - 1985

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

5 John Mellencamp Lonely ol’ night M - solo

3 John Fogerty The old man down the road M - solo

3 Simple Minds Don’t you (Forget about me) M+F

3 Bruce Springsteen Trapped M - solo

3 Sting If you love somebody set them free M - solo

3 Dire Straits Money for nothing M

3 Glenn Frey You belong to the city M - solo

3 The Cars Tonight she comes M

2 Don Henley The boys of summer M - solo

2 Bryan Adams Somebody M - solo

2 Mick Jagger Just another night M - solo

2 Don Henley All she wants to do is dance M - solo

2 Eric Clapton Forever man M - solo

2 Robert Plant Little by little M - solo

2 John Cafferty & The Beaver Brown Tough all over M


Band

2 Huey Lewis & The News The power of love M

2 Sting Fortress around your heart M - solo


53

2 ZZ Top Sleeping bag M

2 Stevie Nicks Talk to me F - solo

1 Foreigner I want to know what love is M

1 The Firm Radioactive M

1 Starship We built this city M+F

1 Mike + The Mechanics Silent running M


M = 20, sendo 12 deles artistas solo.
F = 1, artista solo.
M + F = 2.
Total de 23 artistas.

Mainstream Rock - 1984

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

8 Van Halen Jump M

6 Bruce Springsteen Dancing in the dark M - solo

5 John Cafferty & The Beaver Brown On the dark side M


Band

4 Bryan Adams Run to you M - solo

3 The Cars You might think M

3 Survivor I can’t hold back M

2 Thirty Eight Special If i’d been the one M + F na época

2 Christine McVie Got a hold on me F - solo

2 Steve Perry Oh, Sherrie M - solo

2 Slade Run, runaway M

2 Billy Squier Rock me tonite M - solo

2 Scandal ft. Patty Smyth The warrior F

2 John Waite Missing you M - solo

2 The Fixx Are we ourselves? M

2 Don Henley The boys of summer M - solo

1 Tony Carey A fine fine day M - solo

1 Phil Collins Against all odds (Take a look at me now) M - solo

1 The Cars Magic M

1 Jefferson Starship No way out M


M = 16, sendo 8 deles artistas solo.
F = 2, sendo 1 artista solo.
M+F=1
Total de 19 artistas.
54

Mainstream Rock - 1983

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

9 The Police Every breath you take M

6 Def Leppard Photograph M

5 The Tubes She’s a beauty M+F

5 The Police King of pain M

4 Journey Separate ways (Worlds apart) M

4 Yes Owner of a lonely heart M

4 Pat Benatar Love is a battlefield F - solo

3 Duran Duran Hungry like the wolf M

2 The Motels Suddenly last summer M+F

1 Men At Work Down under M

1 Tom Petty And The Heartbreakers You got lucky M

1 Golden Earring Twilight zone M

1 Def Leppard Rock of ages M

1 Robert Plant Other arms M - solo

1 Asia Don’t cry M

1 Heart How can I refuse M+F

1 Huey Lewis & The News Heart and soul M

1 38 Eight Special If i’d been the one M + F na época


M = 12, 1 deles sendo artista solo.
M+F=4
F = 1, sendo artista solo.

Mainstream Rock - 1982

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 Billy squier Everybody wants you M - solo

6 Asia Heat of the moment M

5 Joan Jett & The Blackhearts I love rock’n roll F+M

5 Survivor Eye of the tiger M

3 The J. Geils Band Centerfold M

3 Tommy Tutone 867-5309/Jenny M

3 Eddie Money Think I’m in love M - solo

3 Don Henley Dirty Laundry M - solo

3 Men At Work Down under M

2 Quarterflash Harden my heart M+F


55

2 Van Halen Pretty woman M

2 Rush New world man M

2 Peter Gabriel Shock the monkey M - solo

2 Tom Petty And The Heartbreakers You got lucky M

1 Prism Don’t let him know M

1 Scorpions No one like you M

1 Rainbow Stone cold M

1 Asia Heat of the moment M

1 John Cougar Hurts so good M - solo

1 38 Special Caught up in you M + F na época


M = 17, sendo 5 deles artistas solo.
M+F=3
Total de 20 artistas.

Mainstream Rock - 1981

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

13 The Rolling Stones Start me up M

6 Tom Petty And The Heartbreakers The waiting M

5 The Who You better you bet M

4 The Moody Blues The voice M

4 Foreigner Urgent M

2 Eric Clapton And His Band I can’t stand it M

2 Blue Oyster Cult Burnin’ for you M

2 The Police Every little thing she does is magic M

1 Joe Walsh A life of illusion M - solo

1 Foreigner Waiting for a girl like you M

1 Quarterflash Harden my heart M+F


M = 10, sendo 1 deles artista solo.
M + F = 1.
Total de 10 artistas.
56

ANEXO 2 – TABELA DE COLETA DE DADOS DE RECEPÇÃO DE MÚSICA POP. Dados


coletados pela plataforma Billboard.

COLETA DE DADOS
POP

Pop - Adult Contemporary 2017

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

24 Ed Sheeran Shape of you M - solo

5 Maroon 5 ft Kendrick Lamar Don’t wanna know M

5 Shawn Mendes There’s nothing holdin’ me back M - solo

4 The Chainsmokers & Coldplay Something just like this M + dj

3 P!nk Just like fire F - solo

3 Justin Timberlake Can’t Stop the feeling M - solo

2 Shawn Mendes Treat you better M - solo

2 Alessia Cara Scars to your beautiful F - solo

2 Sai Santa’s coming for us F - solo

1 Brett Eldredge ft. Meghan Trainor Baby, it’s cold outside M + F vocal

1 Adele Send my love (to your new lover) F- solo

M = 6, cinco deles sendo artistas solo.


M+F=1
F = 4, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2016

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

16 Adele Hello F - solo

15 Justin Timberlake Can’t stop the feeling! M - solo

8 Justin Bieber Love yourself M - solo

6 P!nk Just like fire F - solo

2 Shawn Mendes Stitches M - solo

2 Adele Send my love (to your new lover) F - solo

1 Seal This christmas M - solo

1 Train This christmas M

1 Josh Groban Have yourself a merry little christmas M

M = 6, sendo 4 deles artistas solo.


F = 3, todas sendo artistas solo (vocal).
57

Pop - Adult Contemporary 2015

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

19 Ed Sheeran Thinking out loud M - solo

9 Rachel Platten Fight song F - solo

6 Walk The Moon Shut up and dance M

5 Taylor Swift Shake it off F - solo

5 Adele Hello F - solo

4 Taylor Swift Blank Space F - solo

2 Taylor Swift Style F - solo

1 Indina Menzel Duet with Michael Baby it’s cold outside M+F
Buble

1 Maroon 5 Maps M

M = 3, sendo dois deles artistas solo.


M+F=1
F = 5, todas sendo artista solo (vocal).

Pop - Adult Contemporary 2014

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

10 Katy Perry Roar F - solo

10 John Legend All of me M - solo

6 Pharrel Williams Happy M - solo

5 Sam Smith Stay with me M - solo

5 Nico & Vinz Am I wrong M

4 Taylor Swift Shake it off F - solo

4 Passenger Let her go M - solo

3 MAGIC! Rude M

2 OneRepublic Couting stars M

2 Indina Menzel Duet with Michael Babi it’s cold outside M+F
Buble

M = 7, sendo quatro deles artistas solo.


M+F=1
F = 2, ambas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2013

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

12 Phillip Phillips Home M - solo

8 The Lumineers Ho hey M+F


58

9 P!ink ft. Nate Ruess Just give me a reason M+F

5 Katy Perry Roar F - solo

5 Phillip Phillips Gone, gone, gone M - solo

3 Gotye ft. Kimbra Somebody that I used to know M+F

3 Anna Kendrick Cups (Pitch perfect’s when I’m gone) F

3 Kelly Clarkson Underneath the tree F - solo

2 Bruno Mars When I was your man M - solo

1 Rod Stewart Let it snow, let it snow, let it snow M - solo

1 P!nk Try F - solo

M = 4, sendo todos eles artistas solo.


M+F=3
F = 4, quarto delas sendo artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2012

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

16 Gotye ft. Kimbra Somebody that I used to know M+F

11 Adele Set fire to the rain F

8 Kelly Clarkson Stronger (what doesn’t kill you) F - solo

6 Lady Antebellum Just a kiss M+F

4 Adele Someone like you F - solo

4 Rod Stewart Let it snow, let it snow, let it snow M - solo

1 Michael Buble All I want for christmas is you M - solo

1 Colbie Caillat Brighter than the sun F - solo

1 Train Drive by M

M = 3, dois deles sendo artistas solo.


M + F = 2.
F = 4, três delas sendo artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2011

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

20 Bruno Mars Just the way you are M - solo

19 Adele Rolling in the deep F - solo

3 Train Hey, soul sister M

3 The Band Perry If I die young M+F

3 Michael Buble All I want for christmas is you M - solo

1 Mariah Carey Oh Santa! F - solo


59

1 Katy Perry Firework F - solo

1 Adele Someone like you F - solo

M = 3, dois deles sendo artistas solo.


M + F = 1.
F = 4, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2010

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

19 Train Hey, soul sister M

15 Lady Antebellum Need you now M+F

5 Taylor Swift You belong with me F - solo

5 Colbie Caillat Fallin’ for you F - solo

3 Michael Buble Haven’t met you yet M - solo

2 The Script Breakeven M

2 Mariah Carey Oh Santa! F - solo

1 Taylor Swift Mine F - solo

M = 3, um deles sendo artista solo.


M+F=1
F = 4, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2009

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

16 Jason Mraz I’m yours M - solo

15 Miley Cyrus The climb F - solo

9 Taylor Swift You belong with me F - solo

6 Taylor Swift Love story F - solo

4 David Cook The time of my life M - solo

1 Faith Hill A baby changes everything F - solo

1 Coldplay Viva la vida M

M = 3, sendo dois deles artistas solo.


F = 4, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2008

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

19 Colbie Caillat Bubbly F - solo

15 Sara Bareilles Love song F - solo


60

11 David Cook The time of my life M - solo

4 Leona Lewis Bleeding love F - solo

2 Faith Hill A baby changes everything F - solo

1 Josh Groban I’ll be home for christmas M - solo

M = 2, ambos artistas solo.


F = 4, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2007

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

16 John Mayer Waiting on the world to change M - solo

11 Daughtry Home M

6 Fergie Big girls don’t cry F - solo

5 Rascal Flatts What hurts the most M

3 Michael Buble Everything M - solo

3 Snow Patrol Chasing Cars M

2 Natasha Bedingfield Unwritten F - solo

2 The Fray How to save a life M

2 Kimberley Locke Frosty the snowman F

1 Daryl Hall John Oates It came upon a midnight clear M

M = 7, dois deles sendo artistas solo.


F = 3, duas delas sendo artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2006

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

19 Daniel Powter Bad day M - solo

9 Lifehouse You and me M

9 Natasha Bedingfield Unwritten F - solo

7 James Blunt You’re beautiful M - solo

4 Rascal Flatts What hurts the most M

1 Kimberley Locke Up on the house top F - solo

1 Rob Thomas Lonely no more M - solo

1 Kimberley Locke Jingle Bells F - solo

1 Daryl Hall John Oates It came upon a midnight clear M

M = 6, três deles sendo artistas solo.


F = 3, todas artistas solo.
61

Pop - Adult Contemporary 2005

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

21 Kelly Clarkson Breakaway F - solo

17 Rob Thomas Lonely no more M - solo

8 Los Lonely Boys Heaven M - solo

2 Michael Buble Home M - solo

2 Kimberley locke Up on the housetop F - solo

1 Josh Groban Believe M - solo

M = 4, todos artistas solo.


F = 2, ambas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2004

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

12 Five For Nothing 1000 years M - solo

10 Los Lonely Boys Heaven M

9 Martina McBride This one’s for the girls F - solo

6 Josh Groban You raise me up M - solo

3 Uncle Kracker ft. Dobie Gray Drift away M

3 Train Calling all angels M

3 Shania Twain Forever and for always F - solo

3 Josh Groban Believe M - solo

2 Sheryl Crow The first cur is the deepest F - solo

1 Jim Brickman with Kristy Starling Sending you a little christmas M+F

M = 6, três deles sendo artistas solo.


M+F=1
F = 3, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2003

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

25 Uncle Kracker ft. Dobie Gray Drift away M

7 Dixie Chicks Landslide F

5 Faith Hill Cry F - solo

5 Christina Aguilera Beautiful F - solo

3 Shania Twain Forever and for always F - solo


62

2 Matchbox Twenty Unwell M

1 Josh Groban O holy night M - solo

M = 3, um deles sendo artista solo.


F = 4, três delas sendo artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2002

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

21 Celine Dion A new day has come F - solo

11 Enrique Iglesias Hero M - solo

7 Vanessa Carlton A thousand miles F - solo

6 Faith Hill Cry F - solo

2 Daryl Hall John Oates Do it for love M

2 Josh Groban To where you are M - solo

1 Jim Brickman ft. Rebecca Lynn Simple things M+F


Howard

1 Phil Collins Can’t stop loving you M - solo

1 Josh Groban O holy night M - solo

M = 4, sendo três deles artistas solo.


M+F=1
F = 3, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 2001

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

12 Faith Hill There you’ll be F - solo

11 ‘N Sync This I promise you M

11 Lee Ann Womach I hope you dance F - solo

6 Enya Only time F - solo

5 Faith Hill There you’ll be F - solo

4 Enrique Iglesias Hero M - solo

2 Matchbox Twenty If you’re gone M

1 NewSong The christmas shoes M

M = 4, um deles sendo artista solo.


F = 4, todas artistas solo.
63

Pop - Adult Contemporary 2000

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

17 Faith Hill Breath F - solo

15 Savage Garden I knew i loved you M

7 BBMak Back here M

7 Marc Anthony You sang to me M - solo

4 Don Henley Taking you home M - solo

1 Huey Lewis & Gwyneth Paltrow Cruisin’ M+F

1 ‘N Sync This I promise you M

M = 5, dois deles sendo artistas solo.


M+F=1
F = 1, artista solo.

Pop - Adult Contemporary 1999

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

19 Phill Collins You’ll be in my heart M - solo

12 Sarah McLachlan Angel F - solo

10 Backstreet Boys I want it that way M

9 R. Kelly & Celine Dion I’m your angel M+F

1 Savage Garden I knew I loved you M

M = 3, um deles sendo artista solo.


M+F=1
F = 1, artista solo.

Pop - Adult Contemporary 1998

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

11 Savage Garden Truly Madly Deeply M

10 Celine Dion My heart will go on F - solo

8 Shania Twain You’re still the one F - solo

8 Celine Dion To love you more F - solo

7 Backstreet Boys I’ll never break your heart M

4 Elton John Candle in the wind 1997/Something about M - solo


the way you look tonight

3 R. Kelly & Celine Dion I’m your angel M+F

1 Shania Twain From this moment on F - solo

M = 3, um deles sendo artista solo.


M+F=1
64

F = 4, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1997

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

14 Toni Braxton Un-break my heart F - solo

11 LeAnn Rimes How do I live F - solo

7 Bob Carlisle Butterfly kisses M - soo

6 Elton John Candle in the wind 1997/Something about M - solo


the way you look tonight

4 Shawn Colvin Sunny came home F - solo

3 Celine Dion All by myself F - solo

3 Michael Bolton Go the distance M - solo

2 Kenny Loggins For the first time M - solo

1 Jewel You were meant for me F - solo

M = 4, todos artistas solo.


F = 5, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1996

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

19 Celine Dion Because you loved me F - solo

13 Eric Clapton Change the world M - solo

12 Mariah Carey & Boyz II Men One sweet day M+F

5 Celine Dion It’s all coming back to me now F - solo

3 Journey When you love a woman M

M = 2, um deles sendo artista solo.


M+F=1
F = 2, ambas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1995

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

12 Seal Kiss from a rose M - solo

9 Madonna Take a bow F - solo

7 The Rembrandts I’ll be there for you/This house is not a home M

6 Sophie B. Hawkins As I lay me down F - solo

5 Bryan Adams Have you ever loved a woman? M - solo

4 Martin Page In the house of the stone and light M - solo


65

3 Eagles Love will keep us alive M

2 Melissa Etheridge I’m the only one F - solo

2 Elton John Believe M - solo

1 Mariah Carey & Boyz II Men One sweet day M+F

1 Boyz II Men I’ll make love to you M

M = 7, quatro deles sendo artistas solo.


M+F=1
F = 3, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1994

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

11 Richard Marx Now and forever M - solo

8 Elton John Can you feel the love tonight M - solo

8 John Mellencamp ft. Meshell Wild night M+F


Ndegeocello

8 Sheryl Crow All I wanna do F - solo

7 Michael Bolton Said I loved you… But I lied M - solo

4 Celine Dion The power of love F - solo

4 Madonna I’ll remember F - solo

1 Boyz II Men I’ll make love to you M

M = 4, três deles sendo artistas solo.


M+F=1
F = 3, todas sendo artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1993

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

12 Billy Joel The river of dreams M - solo

7 Tina Turner I don’t wanna fight F - solo

6 Peabo Bryson & Regina Belle A whole new world M+F

5 Rod Stewart Have I told you lately M - solo

4 Michael Bolton Said I loved you… But I lied M - solo

3 Whitney Houston I will always love you F - solo

3 Elton John Simple life M - solo

3 Vanessa Williams/Brian McKnight Love is F+M

2 Kenny G Forever in love M - solo

2 Whitney Houston I have nothing F- solo

2 Restless Heart ft. Warren Hill Tell me what you dream M


66

2 Exposé I’ll never get over you getting over me F

1 Kenny G with Peabo Bryson By the time this night is over M

M = 7, cinco deles sendo artistas solo.


M+F=1
F = 4, uma delas sendo artista solo.

Pop - Adult Contemporary 1992

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 Elton John The one M - solo

5 Genesis Hold on my heart M

5 Michael Bolton To love somebody M - solo

4 Patty Smyth with Don Henley Sometimes just love ain’t enough M+F

3 Mariah Carey Can’t let go F - solo

3 Michael Bolton Missing you M - solo

3 Vanessa Williams Save the best for last F - solo

3 Eric Clapton Tears in heaven M- solo

3 Celine Dion If you asked me to F - solo

2 Richard Marx Keep coming back M - solo

2 George Michael ft. Elton John Don’t let the sun go down on me M

2 Mariah Carey I’ll be there F - solo

2 Peter Cetera Restless heart M - solo

2 Michael W. Smith I will be there here for you M - solo

2 Whitney Houston I will always love you F - solo

1 Richard Marx Hazard M - solo

1 Celine Dion Nothing broken but my heart F - solo

1 Swing Out Sister Am I the same girl M+F

M = 10, oito deles sendo artistas solo.


M+F=2
F = 6, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1991

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

8 Bryan Adams (Everything I do) I do it for you M - solo

5 Paula Abdul Rush rush F - solo

4 Whitney Houston All the man that I need F - solo

4 Wilson Phillips You’re in love F


67

4 Michael Bolton When a man loves a woman M - solo

4 Michael Bolton Love is a wonderful thing M - solo

3 Amy Grant Baby baby F - solo

3 Amy Grant That’s what love is for F - solo

2 Elton John You gotta love someone M - solo

2 Stevie B Because I love you M - solo

2 Surface The first time M

2 Gloria Estefan Coming out of the dark F - solo

2 Michael Bolton Time, love and tenderness M - solo

2 Cathy Dennis Too many walls F - solo

2 Richard Marx Keep coming back M - solo

1 Rick Astley Cry for help M - solo

1 Mariah Carey I don’t wanna cry F - solo

1 Aaron Neville Everybody plays the fool M - solo

M = 10, sendo nove deles artistas solo.


F = 8, sendo sete delas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1990

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 Bette Midler From a distance F - solo

5 Gloria Estefan Here we are F - solo

5 Rod Stewart with Ronald Isley This old heart of mine M

5 Phil Collins Do you remember? M - solo

4 Taylor Dayne Love will lead you back F - solo

3 Linda Ronstadt ft. Aaron Neville All my life M+F

3 Michael Bolton When I’m back on my feet again M - solo

3 Mariah Carey Vision of love F - solo

3 Janet Jackson Come back to me F - solo

3 Paul Young Oh girl M - solo

3 Elton John You gotta love someone M - solo

2 Michael Bolton How am I supposed to live without you M - solo

2 The Righteous Brothers Unchained melody M

1 Rod Stewart Downtown train M - solo

1 Wilson Phillips Hold on M - solo

1 Gloria Estefan Cuts both ways F - solo


68

1 Wilson Phillips Release me M - solo

1 Mariah Carey Loves takes time F - solo

M = 10, oito deles sendo artistas solo.


M+F=1
F = 7, todas elas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1989

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 Simply Red If you don’t know me by now M

6 Richard Marx Right here waiting M - solo

5 Linda Ronstadt ft. Aaron Neville Don’t know much M+F

4 Mike + The Mechanics The living years M

4 Cher & Peter Cetera After all M+F

4 Phil Collins Another day in paradise M - solo

3 Phil Collins Two hearts M - solo

2 Steve Winwood Holding on M - solo

2 Roy Orbison You got it M - solo

2 The Bangles Eternal flame F (grupo feminino)

2 Thirty Eight Special Second chance M+F

2 Howard Jones Everlasting love M - solo

2 Bee Gees One M

2 Madonna Cherish F - solo

1 Fleetwood Mac As long as you follow M na época

1 Sheriff When I’m with you M

1 Natalie Cole Miss you like crazy F - solo

1 Cher If I could turn back time F - solo

1 Elton John Healing hands M - solo

1 Michael Bolton How am I supposed to live without you M - solo

M = 13, sendo oito deles artistas solo.


M+F=3
F = 4, 3 delas artistas solos e um grupo musical composto apenas por mulheres.

Pop - Adult Contemporary 1988

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

4 Peter Cetera One good woman M - solo

3 Fleetwood Mac Everywhere M na época


69

3 Rick Astley Never gonna give you up M - solo

3 Whitney Houston Where do broken hearts go F - solo

3 Gloria Estefan & Miami Sound Anything for you M+F


Machine

3 George Michael One more try M - solo

3 The Jets Make it real M+F

3 Eric Carmen Make me lose control M - solo

3 Phil Collins Groovy kind of love M - solo

2 George Harrison Got my mind set on you M - solo

2 Patrick Swayze ft. Wendy Fraser She’s like the wind M+F

2 Steve Winwood Roll with it M - solo

2 Whitney Houston One moment in time F - solo

2 Breathe How can I fall? M

1 Tiffany Could’ve been F - solo

1 Gloria Stefan & Miami Sound Can’t stay away from you M+F
Machine

1 Exposé Seasons Change F

1 Foreigner I don’t want to live without you M

1 Johnny Hates Jazz Shattered dreams M

1 Bruce Hornsby & The Range The valley road M

1 Elton John I don’t wanna go on you like that M - solo

1 Gloria Estefan & Miami Sound 1-2-3 M+F


Machine

1 Rick Astley It would take a strong strong man M - solo

1 George Michael Kissing a fool M - solo

1 Chicago Look away M

1 Anita Baker Giving you the best that I got F - solo

1 Boy Meets Grils Waiting for a star to fall M+F

1 Phil Collins Two hearts M - solo

M = 17, sendo 11 deles artistas solo.


M+F=5
F = 5, sendo quatro delas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1987

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

4 Lionel Richie Ballerina girl M - solo

4 Fleetwood Mac Little lies M na época


70

4 Bill Medley & Jennifer Warnes (I’ve had) The time of my life M+F

3 Billy Joel This is the time M - solo

3 Bruce Hornsby & The Range Mandolin rain M

3 Steve Winwood The finger things M - solo

3 Genesis In too deep M

3 Whitney Houston I wanna dance with somebody F - solo

3 Steve Winwood Back in the highlife again M

3 Michael Jackson with Siedah Garrett I just can’t stop loving you M+F

3 Whitney Houston Didn’t we almost have it all F - solo

2 The Jets You got it all M+F

2 Starship Nothing’s gonna stop us now M+F

2 Atlantic Starr Always M+F

2 Swing Out Sister Breakout M+F

2 George Harrison Got my mind set on you M - solo

1 Billy Ocean Love is forever M - solo

1 Billy Vera & The Beaters At this moment M+F

1 Smokey Robinson Just to see her M - solo

1 Madonna La isla bonita F - solo

1 Al Jarreau Moonlight (theme) M - solo

1 Dionne Warwick & Jeffrey Osborne Love power F+M

M = 11, sendo sete deles artistas solo.


M + F = 8.
F= 3, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1986

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

5 Whitney Houston Greatest love of all F - solo

5 Peter Cetera Glory of love M - solo

3 Starship Sara M+F

3 Heart These dreams M+F

3 Madonna Live to tell F - solo

3 Huey Lewis & The News Stuck with you M

2 Dionne & Friends That’s what friends are for M+F

2 Stevie Wonder Overjoyed M - solo

2 The Moody Blues Your wildest dreams M

2 Miami Sound Machine Words get in the way M+F


71

2 Carls Anderson & Gloria Loring Friends and lovers M+F

2 Genesis Throwing it all away M

2 Toto I’ll be over you M na época

2 Peter Cetera with Amy Grant The next time I fall M+F

2 Lionel Richie Love will conquer all M - solo

2 Bruce Hornsby & The Range The way it is M

2 Billy Ocean Love is forever M - solo

1 Lionel Richie Say you, say me M - solo

1 Stevie Wonder Go home M - solo

1 Bruce Springsteen My hometown M - solo

1 Sade The sweetest taboo M+F

1 Atlantic Starr Secret Lovers M+F

1 Billy Ocean There’ll be sad songs M - solo

1 Howard Jones No one is to blame M - solo

M = 14, sendo nove deles artistas solo.


M + F = 8.
F = 2, ambas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1985

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 Kool & The Gang Cherish M

5 Wham! ft. George Michael Careless whisper M

4 Survivor The search is over M

4 Lionel Richie Say you, say me M - solo

3 Phil Collins One more night M - solo

3 Debarge Who’s holding donna now M+F

3 Whitney Houston Saving all my love for you F - solo

3 Stevie Wonder Part time lover M - solo

3 Phil Collins and Marilyn Martin Separate lives M+F

2 Jack Wagner All I need M - solo

2 Chicago You’re the inspiration M

2 Julian Lennon Too late for goodbyes M - solo

2 USA For Africa We are the world M+F

2 Sade Smooth Operator M+F

2 Billy Ocean Suddenly M - solo

2 Harold Faltermeyer Axel F M - solo


72

2 Paul Young Everytime you go away M - solo

1 Jermaine Jackson Do what you do M - solo

1 Derbage Rhythm of the night M+F

M = 13, sendo oito deles artistas solo.


M + F = 5.
F = 1, artista solo.

Pop - Adult Contemporary 1984

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 Lionel Richie Hello M - solo

5 Lionel Richie Stuck on you M - solo

4 Barry Manilow Read ‘em and weep M - solo

4 Christopher Cross Think of Laura M - solo

4 Christine McVie Got a hold on me F - solo

4 Peabo Bryson If ever you’re in my arms again M - solo

4 Lionel Richie Penny Lover M - solo

3 Cyndi Lauper Time after time F - solo

3 The Cars Drive M

2 Billy Joel The longest time M - solo

2 Billy Joel Leave a tender moment alone M - solo

2 Kenny Rogers with Kim Carnes & What about me ? M+F


James Ingram

2 Jermaine Jackson Do what you do M - solo

1 Billy Joel An innocent man M - solo

1 Dan Fogelberg Believe in me M - solo

1 The Honeydrippers Sea of love M

M = 13, sendo onze deles artistas solo.


M + F = 1.
F = 2, ambas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1983

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 Lionel Richie You are M - solo

4 Lionel Richie My love M - solo

4 Sergio Mendes Never gonna let you go M - solo

4 Rita Collidge All time high F - solo


73

4 Kenny Rogers duet with Dolly Parton Islands in the stream M+F

4 Lionel Richie All night long M - solo

3 Patti Austin with James Ingram Baby, come to me M+F

3 Toto I won’t hold you back M na época

3 Derbage All this love M+F

3 Laura Branigan How am I supposed to live without you F - solo

2 Michael Jackson and Paul McCartney The girls is mine M

2 Bob Seger Shame on the moon M - solo

2 Stephen Bishop It might be you M - solo

2 Billy Joel Tell her about it M - solo

2 Barbra Streinsand The way he makes me feel F - solo

1 Dan Fogelberg Make love stay M - solo

1 Spandau Ballet True M

1 Barry Manilow Read ‘em and weep M - solo

M = 12, sendo nove deles artistas solo.


M + F = 3.
F = 3, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1982

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

5 Vangelis Chariots of fire - titles M - solo

5 Paul McCartney and Stevie Wonder Ebony and ivory M+F

5 Ronnie Milsap Any day now M - solo

4 Neil Diamond Yesterday’s Songs M - solo

4 Air Supply Even the nights are better M

4 Neil Diamond Heartlight M - solo

4 Lionel Richie Truly M - solo

3 Chicago Hard to say I’m sorry M

2 Dan Fogelberg Leader of the band M - solo

2 Barry Manilow Somewhere down the road M - solo

2 Kenny Rogers Through the years M - solo

2 Bertie Higgins Key Largo M - solo

2 Elton John Blue eyes M - solo

2 Kenny Rogers Love will turn you around M - solo

2 Juice Newton Break it to me gently F - solo

1 Juice Newton The sweetest thing F - solo


74

1 John Denver Shanghai Breezes M - solo

1 Dionne Warwick Heartbreaker F - solo

1 Michael Jackson and Paul McCartney The girl is mine M

M = 15, sendo doze deles artistas solo.


M + F = 1.
F = 3, todas artistas solo.

Pop - Adult Contemporary 1981

Semanas nas Artista Canção Formação do grupo


paradas

6 Kenny Rogers I don’t need you M - solo

4 Barbara Streisand & Barry Gibb What kind of fool M+F

4 Christopher Cross Arthur’s Theme (Best that you can do) M - solo

3 Eddie Rabbitt I love a rainy night M - solo

3 Juice Newton Angel of the morning F - solo

3 Neil Diamond America M - solo

3 Diana Ross & Lionel Richie Endless love M+F

3 Air Supply Here I am M

3 Barry Manilow The old songs M - solo

2 Leo Sayer More than I can say M - solo

2 ABBA The winner takes it all M+F

2 Dolly Parton 9 to 5 F - solo

2 Sheena Easton Morning train (Nine to five) F - solo

2 A Taste Of Honey Sukiyaki M+F

2 Champaign How ‘bout us M+F

2 Carpenters Touch me when we’re dancing M+F

2 Kenny Rogers Share your love with me M - solo

2 Neil Diamond Yesterday’s Songs M - solo

1 Ronnie Milsap Smoky mountain rain M - solo

1 George Harrison All those years ago M - solo

M = 11, sendo dez deles artistas solo.


M + F = 6.
F = 3, todas artistas solo.

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