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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

CAMPUS JAGUARÃO
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
METODOLOGIA E TÉCNICAS DE PESQUISA CIENTÍFICA EM HISTÓRIA

Docente: Renata Dal Sasso Freitas


Discente: Guilherme de Oliveira Mallet

Nesta revisão bibliográfica pretendo listar e classificar algumas obras que podem ser
importantes para a produção do meu trabalho de conclusão de curso, no qual irei tratar da
interação entre a indústria de gravação e divulgação musical gaúcha e a sociedade
consumidora destes materiais. Ainda estou realizando leituras e organizando informações
para definir melhor o tema específico e o recorte temporal da pesquisa, mas tenho certeza de
que os seguintes artigos servirão como referência para o meu trabalho.
O primeiro trabalho a ser citado trata-se da dissertação de mestrado de Francisco
Alcides Cougo Junior1. Em sua dissertação intitulada “Canta meu povo: uma interpretação
histórica sobre a produção musical de Teixeirinha”, Cougo além de apresentar dados
importantíssimos sobre a carreira do maior representante da indústria musical sul rio
grandense em termos de vendas e popularidade, faz uma ótima síntese sobre o histórico da
produção fonográfica gaúcha e apresenta diversos nomes e referências importantes para a
pesquisa.
Consta ainda na citada dissertação um ponto importante para debater a relação entre
a música e a sociedade do Rio Grande do Sul, a criação e problematização sobre a imagem
do “gaúcho” e o movimento tradicionalista, ao qual Teixeirinha deixa claro não fazer parte
em sua fala em entrevistas apresentadas por Cougo. Este é outro ponto que considero
relevante para minha pesquisa, sendo impossível sob minha ótica separar a cultura e a música
tradicionalista, o debate sobre este fenômeno se torna essencial. Cito também como
referência outro artigo de Francisco Cougo Junior, este publicado na Revista
Contemporâneos - Arte e Humanidades, do LEPCON2, intitulado “A historiografia da

1
Professor Adjunto do Departamento de Arquivologia, Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH) da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
2
Laboratório de Estudos e Pesquisas da Contemporaneidade, grupo que conta com pesquisadores da área de
artes e humanidade de diversas universidades brasileiras.
‘música gauchesca’: apontamentos para uma História”, onde o autor trabalha como foco
principal a relação entre a música e a cultura tradicionalista.
Para compreender melhor a relação entre música e identidade e a modificação e
pluralização desta identidade ao longo do tempo, encontrei um debate pertinente no artigo “O
consumo de música regional como mediador da identidade”, de Valton Neto Chaves Dias3 e
Veneza Veloso Mayora Ronsini4, onde os autores tratam da duplicidade criada na imagem do
“Gaúcho”, utilizando como exemplo o embate entre a “música campeira” e a “tchê music”,
dois fenômenos oriundos do Rio Grande do Sul que por vezes acabam parecendo dividir o
estado entre campo e cidade, e como a música e os veículos de mídia atuam ativa e
constantemente neste processo.
Como minha intenção é trabalhar a música gravada no Rio Grande do Sul, não
poderia deixar de citar também alguma referência a Casa a Elétrica, um empreendimento de
produção fonográfica instalado em Porto Alegre nas primeiras décadas do século XX, sendo
citada na maioria dos artigos que “passei os olhos” durante minhas pesquisas. Em sua
dissertação de mestrado intitulada “A ‘Casa a Elétrica’ e as primeiras gravações fonográficas
no sul do Brasil: um estudo etnomusicológico sobre a escuta e o fazer musical na
modernidade”, a autora Luana Zambiazzi dos Santos 5 trabalha a “rede músico-social” criada
pela instalação da primeira fábrica de discos de Porto Alegre e os resultados dessas interações
na circulação da música gravada nacional e internacionalmente. A autora apresenta diversos
gráficos e imagens com dados sobre a circulação de discos no RS, exemplificando aspectos
importantes da indústria fonográfica e da cultura musical gaúcha em formação.
Reuni em primeiro momento estes artigos para tentar situar meu trabalho em um
local geográfico, o Rio Grande do Sul. Pretendo ao longo das próximas pesquisas e leituras
estabelecer um recorte temporal mais curto para evitar um trabalho longo e “vago”.

3
Mestrando do Programa de Pós-graduação em Comunicação Midiática da Universidade Federal de Santa
Maria (Poscom/UFSM).
4
Professora do Programa de Pós-graduação em Comunicação Midiática da Universidade Federal de Santa Maria
(Poscom/UFSM), pesquisadora do CNPq.
5
Graduada em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008), mestra em Música
(Musicologia/Etnomusicologia) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011) e doutora em Música
(Musicologia/Etnomusicologia), pela mesma instituição (2015).
Referências:
COUGO, F.A, Canta meu povo : uma interpretação histórica sobre a produção musical
de Teixeirinha (1959-1985) Tese de mestrado apresentada à banca da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, p221. 2010.

COUGO, F.A A historiografia da “música gauchesca”: apontamentos para uma


História. In Revista Contemporâneos - Arte e Humanidades, p23, maio/outubro de 2012.
Disponível em:
https://revistacontemporaneos.com.br/n10/dossie/histografia-musica-gauchesca.pdf

DIAS, V.N; RONSINI, V.V, O consumo de música regional como mediador da


identidade. in Revista Ponto e Vírgula, USP, p14, 2008.

ZAMBIAZZI, Luana, A ‘Casa a Elétrica’ e as primeiras gravações fonográficas no sul do


Brasil: um estudo etnomusicológico sobre a escuta e o fazer musical na modernidade.
Tese de mestrado apresentada à banca examinadora do Programa de Pós Graduação em
Música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. p.165, 2011.

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