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Infraestruturas de Transporte

Mestrado Integrado em Engenharia Civil


Infraestruturas de Transporte

Conceitos e Princípios Base

Joaquim Macedo

Ano letivo 2013/2014 Departamento de


Engenharia Civil

Infraestruturas de Transporte

Elementos Essenciais
> Elementos essenciais do sistema de transporte viário:
 O Homem;
 O veículo;
 A estrada.

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Infraestruturas de Transporte

O Homem
> Para desempenhar as suas actividades quotidianas (trabalho,
estudo, lazer, compras, etc.), o Homem tem de se deslocar,
realizando desta forma viagens.
> As deslocações têm de ser rápidas, cómodas e seguras, para que
a utilidade negativa associada à viagem não seja, em valor
absoluto, superior à utilidade positiva resultante da
disponibilidade de acesso que lhe é oferecida.
> Assim, os veículos, as vias e todos os equipamentos a elas
associados têm que ser concebidos tendo em conta as
características físicas e psíquicas do ser humano.
> O Homem interage com a infra-estrutura como condutor, peão e
ciclista.
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Infraestruturas de Transporte

O Homem como Condutor


A tarefa de condução
> A tarefa de condução desenvolve-se obedecendo a uma hierarquia
funcional com 3 níveis de operação:
 Decisões de navegação – corresponde ao planeamento e
execução do percurso;
 Pilotagem – corresponde ao conjunto de tarefas necessárias ao
domínio do veículo na sua interacção com a infra-estrutura e
com os outros utentes da rodovia (p.e., manobras de
ultrapassagem, estacionamento, passagem num cruzamento,..);
 Controlo do veículos – corresponde à realização de manobras
como a manutenção de uma trajectória, da velocidade,
colocação de mudanças, entre outras.

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Infraestruturas de Transporte

O Homem como Condutor


A tarefa de condução

> Durante a tarefa de condução o condutor desenvolve de forma


contínua uma série de processos, que lhe permitem interagir
com o ambiente rodoviário.

Observar Avaliar Decidir Agir

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Infraestruturas de Transporte

O Homem como Condutor


A tarefa de condução
> A recolha de informação da envolvente é efectuada através dos
sentidos, desempenhando a visão um papel crucial.
> Os factores que captam a atenção do condutor podem ser
incluídos nos seguintes três grupos:
 Factores relacionados com os elementos da via, que
directamente afectam a condução do veículo (geometria e
sinalização);
 Factores relacionados com o tráfego;
 Outros factores não relacionados directamente com o
ambiente rodoviário.

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O Homem como Condutor


A visão
> A visão constitui a principal fonte de informação do condutor.

Parte Central – visão nítida com detalhe e cor;


Visão Periférica – detecção de movimentos, sem distinção
Fonte: CROW, 1998 de detalhes
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O Homem como Condutor


A visão
> O facto do condutor estar em movimento influencia o seu campo
visual, pois este diminui com o aumento da velocidade.
100
Campo de visão periférica, 2φ (º)

90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
30 40 50 60 70 80 90 100
Velocidade (km/h)

Fonte: Ferrari e Giannini, 1997 Ano letivo 2013/2014 Departamento de


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Infraestruturas de Transporte

O Homem como Condutor


A visão
> Exemplo de redução do campo de visão periférica com a
velocidade:

60 km/h 80 km/h 100 km/h

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O Homem como Condutor


A visão
> A distância do observador ao ponto sobre o qual o seu olhar
normalmente se fixa designa-se de distância de acomodamento
do olho e aumenta com o aumento da velocidade.

Fonte: Parayre e Trouchet Ano letivo 2013/2014 Departamento de


“Continuité de la forme dans l’espace” Engenharia Civil
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Infraestruturas de Transporte

O Homem como Condutor


A visão
> A aptidão que o condutor possui para assimilar a informação visual
do ambiente que o rodeia depende do estado do seu sistema
visual, que pode ser aferido através da acuidade visual.
> A acuidade visual é uma medida clínica da capacidade que um
indivíduo possui de distinguir forma e detalhes, e a sua
insuficiência é corrigida através de óculos ou lentes de contacto.
> Os valores mínimos de acuidade visual e campo de visão estão
estabelecidos no Decreto-Lei n.º 313/2009, de 27 de Outubro,
rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 94/2009. de 24
de Dezembro. Constitui factor eliminatório na aptidão para a
condução.
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O Homem como Condutor


Tempo de percepção e de reacção
> Tempo de reacção - o tempo que decorre entre a percepção
(identificação) de um estímulo e o momento em que o condutor
inicia a resposta a esse estímulo, accionando o respectivo
comando do veículo. O tempo de reacção pode variar entre os
0,5 seg. e os 3 a 4 seg., para as situações mais complexas.
> Tempo de percepção – intervalo de tempo que se desenvolve
desde o momento em que o condutor observa uma determinada
situação, até ao momento em que se apercebe que tem de
realização uma determinada acção.
> A dificuldade de avaliar o tempo de percepção isoladamente,
leva a que habitualmente se considere o soma dos dois tempos.
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Infraestruturas de Transporte

O Homem como Condutor


Tempo de percepção e de reacção
> Os principais factores que influenciam o tempo de percepção e de
reacção são:
 Idade;
 Experiência e formação do condutor;
 Cansaço do condutor;
 Complexidade da situação (p.e., cruzamento congestionado);
 Uso de álcool, estupefacientes ou de substâncias psicotrópicas.
> Valores de referência (Situação de paragem):
 2,5 seg. em plena estrada;
 1,5 seg. em zonas urbanas ou de influência urbana;
 Norma de Traçado – 2,0 seg.
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Infraestruturas de Transporte

O Homem como Peão


Espaço vital para o peão
> O corpo de um adulto ocupa em área aproximadamente 0,14 m2.
> Uma vez que os peões transportam objectos e se se considerar a
não existência de contacto físico entre os peões, considera-se
que o espaço que um peão ocupa pode ser representado por
uma elipse de 0,50 m x 0,60 m, cuja área correspondente é
igual a 0,30 m2.

Fonte: HCM, 2000

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O Homem como Peão


Espaço vital para o peão
> Pessoas com mobilidade condicionada - Dimensões

[mm]

Fonte: CROW, 1998

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O Homem como Peão


Espaço vital para o peão
> Pessoas com mobilidade condicionada – Larguras mínimas
necessárias para circulação

[mm]
Fonte: Austroads, 1988

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O Homem como Peão


Espaço vital para o peão
> Pessoas com mobilidade condicionada – Manobrabilidade

Fonte: Austroads, 1988

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Infraestruturas de Transporte

O Homem como Peão


Velocidade de circulação dos peões
> Um peão que se desloque livremente circula a uma velocidade
que varia entre os 0,74 m/s e os 2,39 m/s (Austroads, 1998).
> A velocidade dos peões varia em função de um conjunto vasto de
factores.
 Características intrínsecas ao peão – Idade, deficiências e
limitações físicas, género, …;
 Outros factores – hora do dia, condições atmosféricas,
motivo de viagem, tipo e características da infra-estrutura.
> A velocidade depende também das condições de circulação:
livre, condicionada ou congestionada.

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Infraestruturas de Transporte

O Homem como Peão


Velocidade de circulação dos peões
> Distribuições de velocidades dos peões em função da idade:
100

90
80
Frequência acumulada (%)

70
60
Idosos Adultos Crianças
50 > Para a velocidade média de
40 circulação dos peões pode-se
30 tomar como valor de
20 referência 1,2 m/s
10 (Austroads, 1988, HCM 2000)
0
0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6
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Fonte: CROW, 1998 Velocidade (m/s) Engenharia Civil
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O Homem como Ciclista


Espaço de ocupação/operação do ciclista

Fonte: Bastos Silva e Silva, s.d.


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Infraestruturas de Transporte

O Homem como Ciclista


Velocidade de circulação
> A velocidade de circulação em bicicleta depende sobretudo das
condições orográficas e climatéricas.
> Geralmente um ciclista pode manter velocidades de cruzeiro
entre os 20 e os 30 km/h (em condições favoráveis).
> No caso de descidas acentuadas a velocidade pode ser superior a
50 km/h

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O Veículo
Classificação dos veículos
> O Código da Estrada1, estabelece a seguinte classificação de
veículos que podem circular nas vias públicas, definindo
também quais as características que cada classe deve possuir:
 Automóveis;
 Motociclos, ciclomotores e quadriciclos;
 Veículos agrícolas;
 Outros veículos a motor;
 Reboques.

1Decreto-Lei nº 114/94 de 3 de Maio, alterado pelos Decretos-


Lei nº 2/98 de 3 de Janeiro, nº 265-A/2001, de 28 de Setembro e
Lei n.º 20/2002, de 21 de Agosto, revisto e publicado pelo
Ano letivo 2013/2014 Departamento de
Decreto-Lei nº 44/2005, de 23 de Fevereiro e alterado pelo
Engenharia Civil
Decreto-Lei nº 113/2008, de 1 de Julho
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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Classificação dos veículos
> No que respeita aos veículos automóveis, máquinas agrícolas e
florestais e máquinas industriais, estes veículos podem ser
classificados em:
 Ligeiros – peso bruto até 3500 kg ou lotação não superior a 9
lugares (incluindo condutor);
 Pesados – peso bruto superior a 3500 kg, veículos tractores,
ou lotação superior a 9 lugares.

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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Classificação dos veículos
> Os veículos ligeiros ou pesados podem ainda ser classificados em
função da sua utilização em:
 De passageiros – destinados ao transporte de pessoas;
 De mercadorias – destinados ao transporte de carga;
 Mistos – destinados ao transporte, alternado ou em
simultâneo de pessoas e carga;
 Tractores – veículos construídos para desenvolver esforço de
tracção, sem comportar carga útil;
 Especiais – destinados ao desempenho de uma função
específica, diferente do transporte normal de passageiros ou
carga.
Ano letivo 2013/2014 Departamento de
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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Parque automóvel
> Veículos matriculados em Portugal continental, por classes em 2003:
CLASSES Nº DE VEÍCULOS MATRICULADOS

Automóveis Ligeiros 7 703 788


De Passageiros 5 654 562
De Mercadorias e Especiais 1 708 264
Mistos 340 962
Automóveis Pesados 206 784
De Passageiros 21 653
De Mercadorias e Especiais 185 126
Mistos 5
Nota – Valores superiores ao número de
Motociclos 402 759 veículos efectivamente em circulação, uma
Tractores Rodoviários 58 368 vez que, as matrículas apenas podem ser
canceladas caso os proprietários o
Tractores Agrícolas 271 393
requeiram.
Reboques e Semi-reboques 377 552
Ano letivo 2013/2014 Departamento de
TOTAL 9 020 644
Engenharia Civil
Fonte: INE, 2004
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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Parque automóvel
> Estimativa dos veículos de passageiros em circulação (em milhares
de veículos):

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

LIGEIROS E
2 950 3 150 3 350 3 443 3 589 3 885 3 966 4 100 4 200 4 290
MISTOS

PESADOS 13,3 13,2 13,8 14 14,8 15 15,1 15,2 15,27 15

TOTAL 2 963 3 163 3 364 3 457 3 604 3 900 3 981 4 115 4 215 4 305

Fonte: ACAP, DGV


Inclui Açores e Madeira

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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Taxa de motorização
> Evolução da taxa de motorização:

Fonte: ACAP, DGV Ano letivo 2013/2014 Departamento de


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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Repartição modal
> Repartição modal em Portugal no ano de 2006:

Veículo Veículo
MODO DE Metro e
ligeiro de pesado de Comboio
TRANSPORTE Eléctrico
passageiros passageiros

% DE
81,9 12,6 1,1 4,4
UTILIZAÇÃO
Fonte: CE, 2008

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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Dimensões dos veículos
> O Decreto-Lei n.º 99/2005, de 21 de Junho, alterado pelos Decretos-
Lei n.os 131/2006, de 11 de Julho e 203/2007, de 28 de Maio,
aprovou o Regulamento que fixa os pesos e dimensões máximos
autorizados para os veículos em circulação.
> Algumas das dimensões mais importantes:
 Largura máxima – 2,55 m (2,60 m veículos de transporte
condicionado);
 Altura máxima – 4 m (4,5 m máquinas com motor ou rebocáveis);
 Veículos a motor de 2 ou + eixos – 12 m;
 Pesados de passageiros 2 eixos – 13,5 m;
 Pesados de passageiros 3 ou + eixos – 15 m;
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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Dimensões dos veículos
> Algumas das dimensões mais importantes (cont.):
 Pesados de passageiros articulados – 18,75 m;
 Conjunto veículo tractor-semi-reboque - 16,5 m;
 Conjunto veículo a motor-reboque – 18,75m;
 Comboios turísticos – 18,75 m;
 Máquinas com motor de propulsão ou rebocáveis – 20 m.
> Dentro destas dimensões máximas a variabilidade de dimensões é
imensa e depende do construtor, pelo que é difícil a definição de um
veículo-tipo para cada categoria. A Norma de Intersecções (JAE
P5/90) considera como veículo tipo um veículo articulado com as
dimensões (comprimento – 18,0 m; largura – 2,50 m; altura – 4,0 m)1
1Estas dimensões correspondem às dimensões máximas do Ano letivo 2013/2014 Departamento de
conjunto veículo-reboque, segundo o Decreto Regulamentar Engenharia Civil
n.º 78/85, de 26 de Abril entretanto alterado. 30

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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Dimensões dos veículos
> Veículos-tipo utilizados na Holanda:

Ligeiro de Passageiros Pesado de Mercadorias

Pesado de Mercadorias com Reboque


Ano letivo 2013/2014 Departamento de
Fonte: CROW, 1998 Engenharia Civil
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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Dimensões dos veículos
> Veículos-tipo utilizados na Holanda:

Pesado de Mercadorias – Conjunto Tractor-Semi-reboque

Pesado de Passageiros
Ano letivo 2013/2014 Departamento de
Fonte: CROW, 1998 Engenharia Civil
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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Distância de travagem

VELOCIDADE DO COEFICIENTE DE DISTÂNCIA DE


VEÍCULO (km/h) ADERÊNCIA TRAVAGEM (m)
V2
Pavimentos Secos Dt =
50 0,62 16 254 (f + w d ± 0,01.i )
65 0,60 27
em que:
80 0,58 44 Dt – Distância de travagem (m);
V – Velocidade do veículo (km/h);
100 0,56 65
f – Coeficiente de aderência longitudinal
Pavimentos Molhados (pavimentos com neve f=0,20, gelo f=0,10,
gelo com água f=0,05);
50 0,34 29
Wd – Resistência específica ao movimento
65 0,31 54 (N/N) (geralmente, wd = 0,020 N/N);
i – inclinação do trainel (%), com sinal
80 0,29 87
positivo no caso de um trainel ascendente e
100 0,28 141 negativo no caso contrário.
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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Distância de paragem

TEMPO DE
VELOCIDADE COEFICIENTE
PERCEPÇÃO/ DISTÂNCIA DE
DO VEÍCULO DE
REACÇÃO PARAGEM (m)
(km/h)
(seg.)
ADERÊNCIA V .t V2
Dp = +
Pavimentos Secos 3,6 254 (f + w d ± 0,01.i )
50 2,0 0,62 44
65 2,0 0,60 63 em que:
80 2,0 0,58 88 Dp – Distância de paragem (m);
V – Velocidade do veículo (km/h);
100 2,0 0,56 126
t – tempo de percepção/reacção (seg.)
Pavimentos Molhados f – Coeficiente de aderência longitudinal;
Wd – Resistência específica ao movimento
50 2,0 0,34 57
(N/N) (geralmente, wd = 0,020 N/N);
65 2,0 0,31 90 i – inclinação do trainel (%), com sinal
80 2,0 0,29 131 positivo no caso de um trainel ascendente e
negativo no caso contrário.
100 2,0 0,28 196
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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Manobrabilidade
> O dimensionamento correcto da infra-estrutura rodoviária, requer o
conhecimento de elementos como:
 O espaço que um veículo ocupa quando descreve uma dada
trajectória;
 O raio de viragem que um veículo consegue descrever;
 Largura que o veículo ocupa quando descreve esse raio de
viragem.
> Existem no mercado ferramentas que auxiliam os técnicos na análise
deste tipo de situações. Exemplo: AutoTURN

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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Manobrabilidade
> Superfícies de varrimento de um veículo ligeiro a circular a 10 km/h

Fonte: CROW, 1998


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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Manobrabilidade
> Superfícies de varrimento de um tractor-semi-reboque a circular a
10 km/h

Fonte: CROW, 1998


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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Manobrabilidade
> Superfícies de varrimento de um autocarro a circular a 10 km/h

Fonte: CROW, 1998


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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Manobrabilidade
> Superfície de varrimento de um tractor-semi-reboque com 15,5 m

Fonte: HMSO, 1987


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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Manobrabilidade
> Superfície de varrimento de um conjunto veículo-reboque com 18,0 m

Fonte: HMSO, 1987


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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Manobrabilidade
> O Regulamento que fixa os pesos e as dimensões máximos
autorizados para os veículos em circulação, estabelece que
qualquer veículo a motor ou conjunto de veículos deve poder girar
dentro de uma coroa circular com um raio exterior de 12,5 m e um
raio interior de 5,3 m sem que qualquer ponto extremo do veículo
saia dessa coroa.
> Este regulamento estabelece ainda outros requisitos de
manobrabilidade no seu artigo 4.º

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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Manobrabilidade
> O raio exterior de viragem pode ser calculado em função do raio
interior (considerando o veículo rígido), através da expressão
(Carvalho, 2002):
2
Rext = Rint + 2 × Rint × b + b 2 + d 2
d

em que:
b Rext – Raio exterior da curva (m);
Rint – Raio interior da curva (m);
b – Largura do veículo (m);
d – Distância entre a parte da frente
do veículo e o seu eixo traseiro (m).
Rext
Rint

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Infraestruturas de Transporte

O Veículo
Manobrabilidade
> Exemplo da faixa de ocupação em função do Rint de um veículo
ligeiro e de um autocarro:
7

6 ,5

6
Largura da faixa de ocupação (m)

5 ,5

4 ,5

3 ,5

2 ,5

1 ,5

1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
R in t (m )
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Infraestruturas de Transporte

A Estrada
Classificação segundo o PRN 2000
> O PRN 2000 classifica as estradas em quatro categorias distintas e
considera dois tipos de rede.
> Categorias de estradas:
 Itinerários Principais (IP);
 Itinerários Complementares (IC);
 Estradas Nacionais (EN);
 Estradas Regionais (ER).
> Tipos de rede:
 Rede Nacional Fundamental – Integra os IP’s;
 Rede Nacional Complementar – Integra os IC’s e EN’s

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Infraestruturas de Transporte

A Estrada
Classificação segundo o PRN 2000

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Infraestruturas de Transporte

A Estrada
Extensão da rede
> O PRN 2000 prevê uma extensão total de 11 350 km aos quais se se
somam 5 000 km de Estradas Regionais. Total cerca de 16 500 km
> Rede nacional de auto-estradas prevista com cerca de 3 000 km.
> Extensão da rede rodoviária nacional entre 2004 e 2008:

Fonte: INE, 2009 Ano letivo 2013/2014 Departamento de


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Infraestruturas de Transporte

A Estrada
Extensão da rede
> Cobertura territorial e populacional:

Fonte: INE, 2009

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Infraestruturas de Transporte

A Estrada
Extensão da rede
> Extensão da rede em 2008 em função do tipo de estrada:

Rede Nacional (a)


Rede Fundamental Rede Complementar
Estradas
REDE

Itinerários Principais (IP) Itinerários Complementares (IC) Regionais


Estradas (ER) (a)
Com duas faixas Com uma faixa Com duas faixas Com uma faixa Nacionais
(EN)
Prev. Constr. Prev. Constr. Prev. Constr. Prev. Constr.
EXTENSÃO
(km)

2 190 1 732 326 465 1 563 980 1 802 490 4 914 4 409

(a) – Estradas que constam do Plano Rodoviário Nacional 2000 (D.L. nº 222/98, de 17 de Julho), considerando as
alterações previstas na Lei 98/99 de 26 de Julho e pelo D.L. nº182/2003, de 16 de Agosto

Fonte: INE, 2009

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Infraestruturas de Transporte

A Estrada
Rede nacional de auto-estradas
> A Rede Nacional de Auto-Estradas prevista no PRN 2000 é constituída
por IP’s e IC’s numa extensão de aproximadamente 3 000 km.
> O Estado Português decidiu que a construção desta rede se deveria
fazer de duas formas distintas:
 Investimento directo – via Estradas de Portugal (12,5% da rede);
 Parcerias Público-Privadas em regime de concessão (87,5%).
> Ao nível da exploração, as concessões foram de dois tipos:
 Tradicional, com cobrança de portagem;
 SCUT – Sem custos para o utilizador. Este modelo foi entretanto
abandonado e actualmente estas estradas são cobradas por via
electrónica.
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Infraestruturas de Transporte

A Estrada
Elementos básicos do projecto de estradas
> Velocidade: velocidade base; velocidade específica; velocidade de
tráfego.
> Volumes de tráfego: tráfego médio diário anual (TMDA); volume
horário de projecto (VHP)
> Distâncias de visibilidade: distância de visibilidade de paragem;
distância de visibilidade de decisão; distância de visibilidade de
ultrapassagem

Ano letivo 2013/2014 Departamento de


Engenharia Civil
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Infraestruturas de Transporte

A Estrada
A sinistralidade rodoviária
> Portugal no contexto europeu:

Ano letivo 2013/2014 Departamento de


Fonte: DGV, 2007
Engenharia Civil
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